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Prova Instituto Consulplan - 2021 - Prefeitura de Colômbia - SP - Professor de Ciências Física e Biológicas


ID
5437363
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Prefeitura de Colômbia - SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O sentido maior

   Quando eu era jovem, um padre dava aulas sobre Tomás de Aquino (1225-1274), doutor da igreja e teólogo global. O tema eram as cinco provas da existência de Deus. Após a exposição, o jesuíta contou, como arremate de uma boa aula, um caso sobre o doutor angélico. Disse que, após o italiano ter escrito coisas profundas e enormes sobre a divindade, teve um êxtase místico e, segundo a narrativa, uma compreensão de Deus além da Razão, além da Escolástica, além de Aristóteles e de toda a gramática possível de um cérebro humano. Ao sair da “divina possessão”, ele emudeceu e resistiu a continuar escrevendo sua já famosa obra. Motivo? Para ele, após o contato com Deus na forma direta que os místicos vivem, o que ele escrevera sob o rigor acadêmico e com base erudita, parecia- -lhe superficial, fraco, pífio, irrelevante e tão distante do que experimentara que ficou abatido. Bem, antes de partir precocemente do mundo, Tomás terminou ditando comentários ao Cântico dos Cânticos, o poema amoroso salomônico que possui dezenas de interpretações. Curioso que a última obra do grande intelectual católico seja sobre o amor.
   A história narrada traz uma questão que sempre me assombrou. Em todos os campos, inúmeras pessoas ao meu redor falam de uma densidade maior atrás do simples discurso ou do sentimento imediato. Sim, você pode ler os mais refinados teólogos, porém, sempre serão pálida sombra do objeto sagrado em si. O mesmo valeria para as emoções humanas como o amor. Romeu indica várias vezes a Julieta (e é correspondido) que as palavras são irrelevantes, que o que eles sentem está além da expressão delas. Já vi discursos semelhantes sobre arte e até sexo. Haveria uma densidade, uma complexidade, algo tão imenso que tudo o que eu possa expressar seria incompleto.
   Sempre desconfiei um pouco da afirmação sobre a densidade extraordinária que tornaria as coisas indizíveis. Por vezes acho que devo ter uma capacidade melhor de expressão ou uma capacidade menor de sentir. Um dos itens explica o fato de eu achar que as coisas são no limite do que consigo expressar e que não possuem uma película que esconde o “mais além” de uma metafísica absoluta.
   A leitura de boas obras sempre me pareceu muito prazerosa, muito, exatamente porque as ideias, a estética da escrita, o encadeamento de personagens ou de fatos e as soluções dos bons autores me seduzem. Uma taça boa de vinho ou uma noite amorosa são extraordinárias pelo que são em si, pelo prazer ali contido, pelas papilas gustativas agraciadas, pelos hormônios atiçados, pelos disparos de adrenalina e outras coisas. Não perco a consciência, não letivo, não transfiguro, não tenho êxtase: apenas gosto e sinto o motivo de eu gostar, alguns surpreendentes. Seria bom em descrever ou ruim em sentir de forma mais densa? Faltaria metafísica ou abundaria consciência? A descrição que alguns fazem de suas experiências sempre me pareceu fascinante e sedutora e profundamente distante do plano no qual eu sinto. Idiossincrasia? Couraça racional? Seria lucidez ou secura? Nunca saberei de fato, mas o vinho sempre pareceu bom, o texto fascinante, o sexo envolvente, o afeto belo, a boa música avassaladora e a paisagem produtora de paz interna. Já chorei de alegria diante de experiências lindas como um quadro que eu desejava conhecer ou quando desci ao Grand Canyon nos Estados Unidos. Eram lágrimas provocadas pela emoção de beleza, uma invasão positiva de muitos bons sentimentos que antigas expectativas estimularam. Era emoção, não transcendência que me derrubasse ao solo impactado pelo eterno. Vários filósofos chamaram isso de maravilhar-se, uma suspensão momentânea da racionalidade junto de incapacidade de narrar o experienciado. Mas, passado alguns instantes, recuperamos a lógica narrativa. Eu estava feliz porque era bom estar ali, porque eu desejara estar ali, porque eu me preparara para estar ali e porque, enfim estando, se fechava um ciclo de ansiedade desejo-prazer produzindo o momento único e... lacrimoso. Foi muito bom, excelente até, todavia foi aquilo e eu posso descrever o início, o meio e o fim daquele instante. Por vezes lembro-me da experiência de um “banho xamânico” em Oaxaca, no México. A guia da experiência dizia que aspirássemos as plantas naquela sauna e que imaginássemos a luz lilás sobre nós. Aluno fiel, eu aspirava a planta acre que ela jogara às brasas e imaginava a luz lilás. Ao final de meia hora de exercício imaginativo, ela me perguntou o que eu tinha sentido e eu disse: “Um cheiro forte dessa planta”. Ela insistia: “E?”. “Só”, eu respondia à desolada senhora. Eu sentira o cheiro e imaginara a luz. Foi minha experiência xamânica. Na verdade, é minha experiência de vida. As coisas são no limite do que existem, sem energias ou algo muito mais denso escondido pelo véu do discurso. Onde alguns descrevem alguém de “energia pesada”, eu vejo um chato agressivo. Não há uma “aura”, apenas frases desagradáveis ou reclamações incessantes. Onde identificam “vampiros de energia” eu vejo alguém irritante. Seria a mesma coisa? Volto ao que eu sinto (sem fazer disso uma definição de valor universal): as coisas são no limite do que existem. Dou a elas sentido, simbolismo, signos aleatórios e que dependem da minha imaginação, sem “energia”. Essa é imensa solidão da consciência, ou, ao menos, da minha consciência. Uma boa semana para todos.

(KARNAL, Leandro. Sentido maior. O Estado de São Paulo, São Paulo,
19/01/2020. Caderno 2, p. C2.)

Muitos gêneros textuais circulam na esfera jornalística. Esse texto, que foi publicado no Caderno 2 do jornal “O Estado de São Paulo”, é um exemplo do gênero:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: D

    As características do artigo de opinião

    • Textos escritos em PRIMEIRA e terceira pessoa;
    • Uso da argumentação e persuasão;
    • Geralmente são ASSINADOS PELO AUTOR;
    • Produções VEICULADAS NOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO;
    • Possuem uma linguagem simples, OBJETIVA E SUBJETIVA;
    • Abordam temas da atualidade;


ID
5437366
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Prefeitura de Colômbia - SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O sentido maior

   Quando eu era jovem, um padre dava aulas sobre Tomás de Aquino (1225-1274), doutor da igreja e teólogo global. O tema eram as cinco provas da existência de Deus. Após a exposição, o jesuíta contou, como arremate de uma boa aula, um caso sobre o doutor angélico. Disse que, após o italiano ter escrito coisas profundas e enormes sobre a divindade, teve um êxtase místico e, segundo a narrativa, uma compreensão de Deus além da Razão, além da Escolástica, além de Aristóteles e de toda a gramática possível de um cérebro humano. Ao sair da “divina possessão”, ele emudeceu e resistiu a continuar escrevendo sua já famosa obra. Motivo? Para ele, após o contato com Deus na forma direta que os místicos vivem, o que ele escrevera sob o rigor acadêmico e com base erudita, parecia- -lhe superficial, fraco, pífio, irrelevante e tão distante do que experimentara que ficou abatido. Bem, antes de partir precocemente do mundo, Tomás terminou ditando comentários ao Cântico dos Cânticos, o poema amoroso salomônico que possui dezenas de interpretações. Curioso que a última obra do grande intelectual católico seja sobre o amor.
   A história narrada traz uma questão que sempre me assombrou. Em todos os campos, inúmeras pessoas ao meu redor falam de uma densidade maior atrás do simples discurso ou do sentimento imediato. Sim, você pode ler os mais refinados teólogos, porém, sempre serão pálida sombra do objeto sagrado em si. O mesmo valeria para as emoções humanas como o amor. Romeu indica várias vezes a Julieta (e é correspondido) que as palavras são irrelevantes, que o que eles sentem está além da expressão delas. Já vi discursos semelhantes sobre arte e até sexo. Haveria uma densidade, uma complexidade, algo tão imenso que tudo o que eu possa expressar seria incompleto.
   Sempre desconfiei um pouco da afirmação sobre a densidade extraordinária que tornaria as coisas indizíveis. Por vezes acho que devo ter uma capacidade melhor de expressão ou uma capacidade menor de sentir. Um dos itens explica o fato de eu achar que as coisas são no limite do que consigo expressar e que não possuem uma película que esconde o “mais além” de uma metafísica absoluta.
   A leitura de boas obras sempre me pareceu muito prazerosa, muito, exatamente porque as ideias, a estética da escrita, o encadeamento de personagens ou de fatos e as soluções dos bons autores me seduzem. Uma taça boa de vinho ou uma noite amorosa são extraordinárias pelo que são em si, pelo prazer ali contido, pelas papilas gustativas agraciadas, pelos hormônios atiçados, pelos disparos de adrenalina e outras coisas. Não perco a consciência, não letivo, não transfiguro, não tenho êxtase: apenas gosto e sinto o motivo de eu gostar, alguns surpreendentes. Seria bom em descrever ou ruim em sentir de forma mais densa? Faltaria metafísica ou abundaria consciência? A descrição que alguns fazem de suas experiências sempre me pareceu fascinante e sedutora e profundamente distante do plano no qual eu sinto. Idiossincrasia? Couraça racional? Seria lucidez ou secura? Nunca saberei de fato, mas o vinho sempre pareceu bom, o texto fascinante, o sexo envolvente, o afeto belo, a boa música avassaladora e a paisagem produtora de paz interna. Já chorei de alegria diante de experiências lindas como um quadro que eu desejava conhecer ou quando desci ao Grand Canyon nos Estados Unidos. Eram lágrimas provocadas pela emoção de beleza, uma invasão positiva de muitos bons sentimentos que antigas expectativas estimularam. Era emoção, não transcendência que me derrubasse ao solo impactado pelo eterno. Vários filósofos chamaram isso de maravilhar-se, uma suspensão momentânea da racionalidade junto de incapacidade de narrar o experienciado. Mas, passado alguns instantes, recuperamos a lógica narrativa. Eu estava feliz porque era bom estar ali, porque eu desejara estar ali, porque eu me preparara para estar ali e porque, enfim estando, se fechava um ciclo de ansiedade desejo-prazer produzindo o momento único e... lacrimoso. Foi muito bom, excelente até, todavia foi aquilo e eu posso descrever o início, o meio e o fim daquele instante. Por vezes lembro-me da experiência de um “banho xamânico” em Oaxaca, no México. A guia da experiência dizia que aspirássemos as plantas naquela sauna e que imaginássemos a luz lilás sobre nós. Aluno fiel, eu aspirava a planta acre que ela jogara às brasas e imaginava a luz lilás. Ao final de meia hora de exercício imaginativo, ela me perguntou o que eu tinha sentido e eu disse: “Um cheiro forte dessa planta”. Ela insistia: “E?”. “Só”, eu respondia à desolada senhora. Eu sentira o cheiro e imaginara a luz. Foi minha experiência xamânica. Na verdade, é minha experiência de vida. As coisas são no limite do que existem, sem energias ou algo muito mais denso escondido pelo véu do discurso. Onde alguns descrevem alguém de “energia pesada”, eu vejo um chato agressivo. Não há uma “aura”, apenas frases desagradáveis ou reclamações incessantes. Onde identificam “vampiros de energia” eu vejo alguém irritante. Seria a mesma coisa? Volto ao que eu sinto (sem fazer disso uma definição de valor universal): as coisas são no limite do que existem. Dou a elas sentido, simbolismo, signos aleatórios e que dependem da minha imaginação, sem “energia”. Essa é imensa solidão da consciência, ou, ao menos, da minha consciência. Uma boa semana para todos.

(KARNAL, Leandro. Sentido maior. O Estado de São Paulo, São Paulo,
19/01/2020. Caderno 2, p. C2.)

Os teóricos da linguagem que defendem a descrição como um tipo textual argumentam que a presença constante de uma determinada classe de palavras caracteriza esse tipo de texto, diferenciando-o de outros tipos, como a narração e a exposição, por exemplo. Assinale a alternativa que melhor exemplifica essa afirmação.

Alternativas
Comentários
  • O tipo textual descritivo é marcado por conter substantivos e adjetivos com a função de descrever e caracterizar uma cena. A alternativa que MELHOR exemplifica isso é a letra D.

  • Eu contei quantos adjetivos tinha em cada opção e a que havia mais era letra D.

  • Acertei analisando assim, me corrijam caso esteja errada.

    ''Uma taça de vinho, uma noite...''

    DESCRITIVO


ID
5437375
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Prefeitura de Colômbia - SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O sentido maior

   Quando eu era jovem, um padre dava aulas sobre Tomás de Aquino (1225-1274), doutor da igreja e teólogo global. O tema eram as cinco provas da existência de Deus. Após a exposição, o jesuíta contou, como arremate de uma boa aula, um caso sobre o doutor angélico. Disse que, após o italiano ter escrito coisas profundas e enormes sobre a divindade, teve um êxtase místico e, segundo a narrativa, uma compreensão de Deus além da Razão, além da Escolástica, além de Aristóteles e de toda a gramática possível de um cérebro humano. Ao sair da “divina possessão”, ele emudeceu e resistiu a continuar escrevendo sua já famosa obra. Motivo? Para ele, após o contato com Deus na forma direta que os místicos vivem, o que ele escrevera sob o rigor acadêmico e com base erudita, parecia- -lhe superficial, fraco, pífio, irrelevante e tão distante do que experimentara que ficou abatido. Bem, antes de partir precocemente do mundo, Tomás terminou ditando comentários ao Cântico dos Cânticos, o poema amoroso salomônico que possui dezenas de interpretações. Curioso que a última obra do grande intelectual católico seja sobre o amor.
   A história narrada traz uma questão que sempre me assombrou. Em todos os campos, inúmeras pessoas ao meu redor falam de uma densidade maior atrás do simples discurso ou do sentimento imediato. Sim, você pode ler os mais refinados teólogos, porém, sempre serão pálida sombra do objeto sagrado em si. O mesmo valeria para as emoções humanas como o amor. Romeu indica várias vezes a Julieta (e é correspondido) que as palavras são irrelevantes, que o que eles sentem está além da expressão delas. Já vi discursos semelhantes sobre arte e até sexo. Haveria uma densidade, uma complexidade, algo tão imenso que tudo o que eu possa expressar seria incompleto.
   Sempre desconfiei um pouco da afirmação sobre a densidade extraordinária que tornaria as coisas indizíveis. Por vezes acho que devo ter uma capacidade melhor de expressão ou uma capacidade menor de sentir. Um dos itens explica o fato de eu achar que as coisas são no limite do que consigo expressar e que não possuem uma película que esconde o “mais além” de uma metafísica absoluta.
   A leitura de boas obras sempre me pareceu muito prazerosa, muito, exatamente porque as ideias, a estética da escrita, o encadeamento de personagens ou de fatos e as soluções dos bons autores me seduzem. Uma taça boa de vinho ou uma noite amorosa são extraordinárias pelo que são em si, pelo prazer ali contido, pelas papilas gustativas agraciadas, pelos hormônios atiçados, pelos disparos de adrenalina e outras coisas. Não perco a consciência, não letivo, não transfiguro, não tenho êxtase: apenas gosto e sinto o motivo de eu gostar, alguns surpreendentes. Seria bom em descrever ou ruim em sentir de forma mais densa? Faltaria metafísica ou abundaria consciência? A descrição que alguns fazem de suas experiências sempre me pareceu fascinante e sedutora e profundamente distante do plano no qual eu sinto. Idiossincrasia? Couraça racional? Seria lucidez ou secura? Nunca saberei de fato, mas o vinho sempre pareceu bom, o texto fascinante, o sexo envolvente, o afeto belo, a boa música avassaladora e a paisagem produtora de paz interna. Já chorei de alegria diante de experiências lindas como um quadro que eu desejava conhecer ou quando desci ao Grand Canyon nos Estados Unidos. Eram lágrimas provocadas pela emoção de beleza, uma invasão positiva de muitos bons sentimentos que antigas expectativas estimularam. Era emoção, não transcendência que me derrubasse ao solo impactado pelo eterno. Vários filósofos chamaram isso de maravilhar-se, uma suspensão momentânea da racionalidade junto de incapacidade de narrar o experienciado. Mas, passado alguns instantes, recuperamos a lógica narrativa. Eu estava feliz porque era bom estar ali, porque eu desejara estar ali, porque eu me preparara para estar ali e porque, enfim estando, se fechava um ciclo de ansiedade desejo-prazer produzindo o momento único e... lacrimoso. Foi muito bom, excelente até, todavia foi aquilo e eu posso descrever o início, o meio e o fim daquele instante. Por vezes lembro-me da experiência de um “banho xamânico” em Oaxaca, no México. A guia da experiência dizia que aspirássemos as plantas naquela sauna e que imaginássemos a luz lilás sobre nós. Aluno fiel, eu aspirava a planta acre que ela jogara às brasas e imaginava a luz lilás. Ao final de meia hora de exercício imaginativo, ela me perguntou o que eu tinha sentido e eu disse: “Um cheiro forte dessa planta”. Ela insistia: “E?”. “Só”, eu respondia à desolada senhora. Eu sentira o cheiro e imaginara a luz. Foi minha experiência xamânica. Na verdade, é minha experiência de vida. As coisas são no limite do que existem, sem energias ou algo muito mais denso escondido pelo véu do discurso. Onde alguns descrevem alguém de “energia pesada”, eu vejo um chato agressivo. Não há uma “aura”, apenas frases desagradáveis ou reclamações incessantes. Onde identificam “vampiros de energia” eu vejo alguém irritante. Seria a mesma coisa? Volto ao que eu sinto (sem fazer disso uma definição de valor universal): as coisas são no limite do que existem. Dou a elas sentido, simbolismo, signos aleatórios e que dependem da minha imaginação, sem “energia”. Essa é imensa solidão da consciência, ou, ao menos, da minha consciência. Uma boa semana para todos.

(KARNAL, Leandro. Sentido maior. O Estado de São Paulo, São Paulo,
19/01/2020. Caderno 2, p. C2.)

Em todos os campos, inúmeras pessoas ao meu redor falam de uma densidade maior atrás do simples discurso ou do sentimento imediato.” (2º§) Nesse trecho, a vírgula:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito D

    Trata-se de adjunto adverbial deslocado.

  • GABARITO LETRA D

    Em todos os campos, inúmeras pessoas ao meu redor falam de uma densidade maior atrás do simples discurso ou do sentimento imediato.

    EM VERMELHO >>>>>>>> ADJUNTO ADVERBIAL DE LONGA EXTENSÃO DESLOCADO, a vírgula é OBRIGATÓRIA.

  • A questão é de pontuação e quer saber por qual motivo a vírgula foi usada em “Em todos os campos, inúmeras pessoas ao meu redor falam de uma densidade maior atrás do simples discurso ou do sentimento imediato.”. Vejamos:

     .

    A) Isola o aposto com valor explicativo.

    Errado.

    Aposto é uma palavra ou expressão que explica ou esclarece, desenvolve ou resume outro termo da oração. Vem isolado na frase, podendo vir separado por vírgulas, parênteses, travessões ou dois pontos. Pode ser: explicativo, enumerativo, especificativo, recapitulativo, distributivo e comparativo.

    Aposto explicativo: explica ou esclarece um termo da oração anterior. É destacado por pausas representadas por vírgulas, parênteses ou travessões.

    Ex.: João, o melhor aluno da sala, passou em primeiro lugar no concurso.

     .

    B) Impede que o período se torne ambíguo.

    Errado. Não há que se falar em ambiguidade nesse caso.

     .

    C) Separa termos que desempenham a mesma função sintática.

    Errado. Não há que se falar em termos que desempenham a mesma função sintática nesse caso.

     .

    D) Marca a anteposição de um termo com valor adverbial, deslocado para o início da oração.

    Certo. Em "em todos os campos", temos um adjunto adverbial de longa extensão que está anteposto à oração principal, por isso a vírgula aqui é obrigatória.

     .

    Gabarito: Letra D 

  • Para fins didáticos:

    1. Adjunto adverbial solto: podem ser separados por vírgula e deslocados na frase:

    O problema ocorreu, naquela tarde.

    Se for de grande extensão e estiver:

    - no início/meio da oração: a vírgula é obrigatória:

    Naquela tarde de domingo, o problema ocorreu.

    - no final: a vírgula é facultativa:

    O problema ocorreu naquela tarde de domingo.

    O problema ocorreu, naquela tarde de domingo.

    2. Adjunto adverbial preso: não são separados por vírgula, ainda que deslocados na frase:

    Estou bem.

    Vim de São Paulo.

    A Brasília vários prefeitos foram.

  • GABARITO: LETRA D

    ACRESCENTANDO:

    USO DA VÍRGULA

    Vírgula – indica uma pequena pausa na sentença.

    Não se emprega vírgula entre:

    • Sujeito e verbo.

    • Verbo e objeto (na ordem direta da sentença).

    Para facilitar a memorização dos casos de emprego da vírgula, lembre-se de que:

    A vírgula:

    Desloca

    Enumera

    Explica

    Enfatiza

    Isola

    Separa

    Emprego da vírgula:

    a) separar termos que possuem mesma função sintática no período:

    - João, Mariano, César e Pedro farão a prova.

    - Li Goethe, Nietzsche, Montesquieu, Rousseau e Merleau-Ponty.

    b) isolar o vocativo:

    - Força, guerreiro!

    c) isolar o aposto explicativo:

    - José de Alencar, o autor de Lucíola, foi um romancista brasileiro.

    d) mobilidade sintática:

    - Temeroso, Amadeu não ficou no salão.

    - Na semana anterior, ele foi convocado a depor.

    - Por amar, ele cometeu crimes.

    e) separar expressões explicativas, conjunções e conectivos:

    - Isto é, ou seja, por exemplo, além disso, pois, porém, mas, no entanto, assim, etc.

    f) separar os nomes dos locais de datas:

    - Cascavel, 10 de março de 2012.

    g) isolar orações adjetivas explicativas:

    - O Brasil, que busca uma equidade social, ainda sofre com a desigualdade.

    h) separar termos enumerativos:

    - O palestrante falou sobre fome, tristeza, desemprego e depressão.

    i) omitir um termo:

    - Pedro estudava pela manhã; Mariana, à tarde.

    j) separar algumas orações coordenadas

    - Júlio usou suas estratégias, mas não venceu o desafio.

    Vírgula + E

    1)Para separar orações coordenadas com sujeitos distintos:

    Minha professora entrou na sala, e os colegas começaram a rir.

    2) Polissíndeto:

    Luta, e luta, e luta, e luta, e luta: é um filho da pátria.

    3) Conectivo “e” com o valor semântico de “mas”:

    Os alunos não estudaram, e passaram na prova.

    4) Para enfatizar o elemento posterior:

    A menina lhe deu um fora, e ainda o ofendeu.

    FONTE: RITA SILVA

  • PEGUEM O BIZU: A vírgula foi usada para isolar um Adjunto Adverbial deslocado de longa extensão ("Em todos os campos"). Segundo a ABL (Associação Brasileira de Letras) é considerado Adjunto Adverbial de longa extensão aquele formado por três palavras ou mais e, neste caso, o uso da vírgula, quando estes tipos de advérbios estiverem deslocados (no início ou no meio da oração), é OBRIGATÓRIA.

    GABARITO: D

    @simplificandoquestoescombizus (Jefferson Lima)

  • GABARITO:D.

    Em todos os campos, inúmeras pessoas ao meu redor falam de uma densidade maior atrás do simples discurso ou do sentimento imediato.

    USO DA VÍRGULA

    • Enumeração;
    • Ruptura da forma canônica (ordem direta);
    • Termo explicativo (aposto);
    • Vocativo.

    APOSTO EXPLICATIVO

    O aposto explicativo serve para:

    1. Referir-se a nome;
    2. Expressão de natureza substantiva;
    3. Identidade semântica;
    4. Característica única.

    Ex.: O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, autorizou a abertura de um inquérito.


ID
5437381
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Prefeitura de Colômbia - SP
Ano
2021
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Disciplina
Português
Assuntos

O sentido maior

   Quando eu era jovem, um padre dava aulas sobre Tomás de Aquino (1225-1274), doutor da igreja e teólogo global. O tema eram as cinco provas da existência de Deus. Após a exposição, o jesuíta contou, como arremate de uma boa aula, um caso sobre o doutor angélico. Disse que, após o italiano ter escrito coisas profundas e enormes sobre a divindade, teve um êxtase místico e, segundo a narrativa, uma compreensão de Deus além da Razão, além da Escolástica, além de Aristóteles e de toda a gramática possível de um cérebro humano. Ao sair da “divina possessão”, ele emudeceu e resistiu a continuar escrevendo sua já famosa obra. Motivo? Para ele, após o contato com Deus na forma direta que os místicos vivem, o que ele escrevera sob o rigor acadêmico e com base erudita, parecia- -lhe superficial, fraco, pífio, irrelevante e tão distante do que experimentara que ficou abatido. Bem, antes de partir precocemente do mundo, Tomás terminou ditando comentários ao Cântico dos Cânticos, o poema amoroso salomônico que possui dezenas de interpretações. Curioso que a última obra do grande intelectual católico seja sobre o amor.
   A história narrada traz uma questão que sempre me assombrou. Em todos os campos, inúmeras pessoas ao meu redor falam de uma densidade maior atrás do simples discurso ou do sentimento imediato. Sim, você pode ler os mais refinados teólogos, porém, sempre serão pálida sombra do objeto sagrado em si. O mesmo valeria para as emoções humanas como o amor. Romeu indica várias vezes a Julieta (e é correspondido) que as palavras são irrelevantes, que o que eles sentem está além da expressão delas. Já vi discursos semelhantes sobre arte e até sexo. Haveria uma densidade, uma complexidade, algo tão imenso que tudo o que eu possa expressar seria incompleto.
   Sempre desconfiei um pouco da afirmação sobre a densidade extraordinária que tornaria as coisas indizíveis. Por vezes acho que devo ter uma capacidade melhor de expressão ou uma capacidade menor de sentir. Um dos itens explica o fato de eu achar que as coisas são no limite do que consigo expressar e que não possuem uma película que esconde o “mais além” de uma metafísica absoluta.
   A leitura de boas obras sempre me pareceu muito prazerosa, muito, exatamente porque as ideias, a estética da escrita, o encadeamento de personagens ou de fatos e as soluções dos bons autores me seduzem. Uma taça boa de vinho ou uma noite amorosa são extraordinárias pelo que são em si, pelo prazer ali contido, pelas papilas gustativas agraciadas, pelos hormônios atiçados, pelos disparos de adrenalina e outras coisas. Não perco a consciência, não letivo, não transfiguro, não tenho êxtase: apenas gosto e sinto o motivo de eu gostar, alguns surpreendentes. Seria bom em descrever ou ruim em sentir de forma mais densa? Faltaria metafísica ou abundaria consciência? A descrição que alguns fazem de suas experiências sempre me pareceu fascinante e sedutora e profundamente distante do plano no qual eu sinto. Idiossincrasia? Couraça racional? Seria lucidez ou secura? Nunca saberei de fato, mas o vinho sempre pareceu bom, o texto fascinante, o sexo envolvente, o afeto belo, a boa música avassaladora e a paisagem produtora de paz interna. Já chorei de alegria diante de experiências lindas como um quadro que eu desejava conhecer ou quando desci ao Grand Canyon nos Estados Unidos. Eram lágrimas provocadas pela emoção de beleza, uma invasão positiva de muitos bons sentimentos que antigas expectativas estimularam. Era emoção, não transcendência que me derrubasse ao solo impactado pelo eterno. Vários filósofos chamaram isso de maravilhar-se, uma suspensão momentânea da racionalidade junto de incapacidade de narrar o experienciado. Mas, passado alguns instantes, recuperamos a lógica narrativa. Eu estava feliz porque era bom estar ali, porque eu desejara estar ali, porque eu me preparara para estar ali e porque, enfim estando, se fechava um ciclo de ansiedade desejo-prazer produzindo o momento único e... lacrimoso. Foi muito bom, excelente até, todavia foi aquilo e eu posso descrever o início, o meio e o fim daquele instante. Por vezes lembro-me da experiência de um “banho xamânico” em Oaxaca, no México. A guia da experiência dizia que aspirássemos as plantas naquela sauna e que imaginássemos a luz lilás sobre nós. Aluno fiel, eu aspirava a planta acre que ela jogara às brasas e imaginava a luz lilás. Ao final de meia hora de exercício imaginativo, ela me perguntou o que eu tinha sentido e eu disse: “Um cheiro forte dessa planta”. Ela insistia: “E?”. “Só”, eu respondia à desolada senhora. Eu sentira o cheiro e imaginara a luz. Foi minha experiência xamânica. Na verdade, é minha experiência de vida. As coisas são no limite do que existem, sem energias ou algo muito mais denso escondido pelo véu do discurso. Onde alguns descrevem alguém de “energia pesada”, eu vejo um chato agressivo. Não há uma “aura”, apenas frases desagradáveis ou reclamações incessantes. Onde identificam “vampiros de energia” eu vejo alguém irritante. Seria a mesma coisa? Volto ao que eu sinto (sem fazer disso uma definição de valor universal): as coisas são no limite do que existem. Dou a elas sentido, simbolismo, signos aleatórios e que dependem da minha imaginação, sem “energia”. Essa é imensa solidão da consciência, ou, ao menos, da minha consciência. Uma boa semana para todos.

(KARNAL, Leandro. Sentido maior. O Estado de São Paulo, São Paulo,
19/01/2020. Caderno 2, p. C2.)

A palavra “que” pode desempenhar diferentes funções morfossintáticas na Língua Portuguesa. Assinale a alternativa em que ela desempenha a função de pronome relativo e, por isso, introduz uma oração adjetiva.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO A

    A história narrada traz uma questão que sempre me assombrou

    A história narrada traz uma questão a qual sempre me assombrou.

    ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    PRONOME RELATIVO - QUE:

    • é invariável;
    • refere-se a pessoas ou coisas;
    • é chamado de relativo universal, pois pode - geralmente - ser utilizado em substituição de todos os outros relativos.
    • substituível pelo variável o qual

    fonte: Fernando Pestana.

  • Na primeira alternativa, a partícula "que" resgata um substantivo e introduz uma oração subordinada adjetiva restritiva (sem vírgula). Nas demais opções de resposta, são conjunções subordinativas integrantes e introduzem orações subordinadas substantivas.

    Letra A

  • A questão é sobre a palavra "que" e quer saber em qual alternativa a palavra "que" desempenha a função de pronome relativo e, por isso, introduz uma oração adjetiva. Vejamos:

     .

    A palavra "que" pode ser:

     

    Conjunção integrante: introduz oração subordinada substantiva. É mero conectivo oracional. As conjunções integrantes são representadas pelas conjunções "QUE" e "SE”. A oração pode ser trocada por "isso, nisso, disso". Ex.: Necessito de que me ajude. (= Necessito disso).

    Pronome relativo: introduz oração subordinada adjetiva. Exerce função sintática de sujeito, obj. direto, obj. indireto, complemento nominal, predicativo do sujeito ou aposto. A palavra pode ser trocada por "o qual, a qual, os quais, as quais". São pronomes relativos: que, quem, onde, o qual (a qual, os quais, as quais), quanto (quanta, quantos, quantas) e cujo (cuja, cujos, cujas). Ex.: O livro que li era péssimo. (que = o qual)

     .

    A) “A história narrada traz uma questão que sempre me assombrou.”

    Certo. "Que", nesse caso, é pronome relativo, retoma "uma questão", pode ser substituído por "a qual" e introduz uma oração subordinada adjetiva restritiva (sem vírgula).

     .

    B) “Romeu indicava várias vezes a Julieta (e é correspondido) que as palavras são irrelevantes [...]”.

    Errado. "Que", nesse caso, é conjunção integrante e equivale a "ISSO" (Romeu indicava "ISSO" = que as palavras são...)

     .

    C) “por vezes acho que devo ter uma capacidade menor de expressão ou uma capacidade menor de sentir.”

    Errado. "Que", nesse caso, é conjunção integrante e equivale a "ISSO" (Por vezes acho "ISSO" = que devo ter uma capacidade...)

     .

    D) “Disse que, após o italiano ter escrito coisas profundas e enormes sobre a divindade, teve um êxtase místico […]”.

    Errado. "Que", nesse caso, é conjunção integrante e equivale a "ISSO" (Disse "ISSO" = que após o italiano...)

     .

    Gabarito: Letra A

  • “A história narrada traz uma questão que sempre me assombrou.”

    O pronome relativo ''que'' está retomando o substantivo ''questão''.

    “A história narrada traz uma questão que (a qual) sempre me assombrou.”

    “A história narrada traz uma questão.

    Uma questão sempre me assombrou.”

    ---------------------------------------------------------------------------------------------

    “Romeu indicava várias vezes a Julieta (e é correspondido) que as palavras são irrelevantes [...]”.

    Elimine o adjunto adverbial e a oração entre parênteses.

    Romeu indicava a Julieta que as palavras são irrelevantes

    Indicava algo ( que as palavras são irrelevantes) a alguém (a Julieta).

    Temos uma conjunção integrante.

    Indicava isso a ela.

    ---------------------------------------------------------------------------------------------

    “por vezes acho que devo ter uma capacidade menor de expressão ou uma capacidade menor de sentir.”

    Eu acho isso.

    que devo ter uma capacidade menor de expressão. (O ''que'' funciona como conjunção integrante.)

    -------------------------------------------------------------------------------------------------

    “Disse que, após o italiano ter escrito coisas profundas e enormes sobre a divindade, teve um êxtase místico […]”.

    Eu disse isso.

    que teve um êxtase místico. (O ''que'' funciona como conjunção integrante.)

  • Para acertar este tipo de questão que perguntam sobre pronome relativo/conjunção integrante basta você utilizar o macete de trocar o que

    Quando a questão pedir para você buscar:

    Pronome relativo: Trocar o que por o/a qual, se ele se encaixar então esse que será pronome relativo.DICA: NUNCA será pronome relativo o "que" após um verbo.

    Conjunção integrante: Quando ao trocar o que seja possível encaixar o "isso" ou "disso".

    Dica: No caso da conjunção integrante virá após verbos

  • Truque clássico para identificar a diferença entre pronome relativo e conjunção integrante e que provavelmente você já conhece. Basta substituir o "que" por "o qual/a qual" e se fizer sentido será pronome relativo. Agora se a substituição pela palavra "isso" fizer mais sentido então se trata de uma conjunção integrante. Bons estudos!

    Gabarito: A

  • Regra:

    Que depois de verbo= conjunção integrante.

    Que depois de substantivo= pronome relativo.

    Ex.: Disse que ( disse isso)

    Ex.: Pedro, que é filho de Maria, visitou a mãe.

    Pedro, o qual .........

    Letra A

  • GABARITO: A.

    Orações Subordinadas Adjetivas

    As orações subordinadas adjetivas desempenham função de adjetivo, isto é, elas subordinam-se a um nome (substantivo, pronome substantivo, numeral substantivo) e o caracterizam, porque é esta a função do adjetivo.

    Elas são introduzidas, quando desenvolvidas, por pronomes relativos. Elas desempenham a função de adjunto adnominal.

    São classificadas em:

    Explicativas: vêm isoladas por vírgulas, travessões ou parênteses e, semanticamente, referem-se à totalidade do referente. (toda parte)

    Restritivas: não vêm isoladas por vírgulas, travessões ou parênteses e o atributo refere-se a uma parte do seu referente. (nem todos)

  • “Romeu indicava várias vezes a Julieta (e é correspondido) que as palavras são irrelevantes [...]”.

    E a crase?


ID
5437384
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Prefeitura de Colômbia - SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O sentido maior

   Quando eu era jovem, um padre dava aulas sobre Tomás de Aquino (1225-1274), doutor da igreja e teólogo global. O tema eram as cinco provas da existência de Deus. Após a exposição, o jesuíta contou, como arremate de uma boa aula, um caso sobre o doutor angélico. Disse que, após o italiano ter escrito coisas profundas e enormes sobre a divindade, teve um êxtase místico e, segundo a narrativa, uma compreensão de Deus além da Razão, além da Escolástica, além de Aristóteles e de toda a gramática possível de um cérebro humano. Ao sair da “divina possessão”, ele emudeceu e resistiu a continuar escrevendo sua já famosa obra. Motivo? Para ele, após o contato com Deus na forma direta que os místicos vivem, o que ele escrevera sob o rigor acadêmico e com base erudita, parecia- -lhe superficial, fraco, pífio, irrelevante e tão distante do que experimentara que ficou abatido. Bem, antes de partir precocemente do mundo, Tomás terminou ditando comentários ao Cântico dos Cânticos, o poema amoroso salomônico que possui dezenas de interpretações. Curioso que a última obra do grande intelectual católico seja sobre o amor.
   A história narrada traz uma questão que sempre me assombrou. Em todos os campos, inúmeras pessoas ao meu redor falam de uma densidade maior atrás do simples discurso ou do sentimento imediato. Sim, você pode ler os mais refinados teólogos, porém, sempre serão pálida sombra do objeto sagrado em si. O mesmo valeria para as emoções humanas como o amor. Romeu indica várias vezes a Julieta (e é correspondido) que as palavras são irrelevantes, que o que eles sentem está além da expressão delas. Já vi discursos semelhantes sobre arte e até sexo. Haveria uma densidade, uma complexidade, algo tão imenso que tudo o que eu possa expressar seria incompleto.
   Sempre desconfiei um pouco da afirmação sobre a densidade extraordinária que tornaria as coisas indizíveis. Por vezes acho que devo ter uma capacidade melhor de expressão ou uma capacidade menor de sentir. Um dos itens explica o fato de eu achar que as coisas são no limite do que consigo expressar e que não possuem uma película que esconde o “mais além” de uma metafísica absoluta.
   A leitura de boas obras sempre me pareceu muito prazerosa, muito, exatamente porque as ideias, a estética da escrita, o encadeamento de personagens ou de fatos e as soluções dos bons autores me seduzem. Uma taça boa de vinho ou uma noite amorosa são extraordinárias pelo que são em si, pelo prazer ali contido, pelas papilas gustativas agraciadas, pelos hormônios atiçados, pelos disparos de adrenalina e outras coisas. Não perco a consciência, não letivo, não transfiguro, não tenho êxtase: apenas gosto e sinto o motivo de eu gostar, alguns surpreendentes. Seria bom em descrever ou ruim em sentir de forma mais densa? Faltaria metafísica ou abundaria consciência? A descrição que alguns fazem de suas experiências sempre me pareceu fascinante e sedutora e profundamente distante do plano no qual eu sinto. Idiossincrasia? Couraça racional? Seria lucidez ou secura? Nunca saberei de fato, mas o vinho sempre pareceu bom, o texto fascinante, o sexo envolvente, o afeto belo, a boa música avassaladora e a paisagem produtora de paz interna. Já chorei de alegria diante de experiências lindas como um quadro que eu desejava conhecer ou quando desci ao Grand Canyon nos Estados Unidos. Eram lágrimas provocadas pela emoção de beleza, uma invasão positiva de muitos bons sentimentos que antigas expectativas estimularam. Era emoção, não transcendência que me derrubasse ao solo impactado pelo eterno. Vários filósofos chamaram isso de maravilhar-se, uma suspensão momentânea da racionalidade junto de incapacidade de narrar o experienciado. Mas, passado alguns instantes, recuperamos a lógica narrativa. Eu estava feliz porque era bom estar ali, porque eu desejara estar ali, porque eu me preparara para estar ali e porque, enfim estando, se fechava um ciclo de ansiedade desejo-prazer produzindo o momento único e... lacrimoso. Foi muito bom, excelente até, todavia foi aquilo e eu posso descrever o início, o meio e o fim daquele instante. Por vezes lembro-me da experiência de um “banho xamânico” em Oaxaca, no México. A guia da experiência dizia que aspirássemos as plantas naquela sauna e que imaginássemos a luz lilás sobre nós. Aluno fiel, eu aspirava a planta acre que ela jogara às brasas e imaginava a luz lilás. Ao final de meia hora de exercício imaginativo, ela me perguntou o que eu tinha sentido e eu disse: “Um cheiro forte dessa planta”. Ela insistia: “E?”. “Só”, eu respondia à desolada senhora. Eu sentira o cheiro e imaginara a luz. Foi minha experiência xamânica. Na verdade, é minha experiência de vida. As coisas são no limite do que existem, sem energias ou algo muito mais denso escondido pelo véu do discurso. Onde alguns descrevem alguém de “energia pesada”, eu vejo um chato agressivo. Não há uma “aura”, apenas frases desagradáveis ou reclamações incessantes. Onde identificam “vampiros de energia” eu vejo alguém irritante. Seria a mesma coisa? Volto ao que eu sinto (sem fazer disso uma definição de valor universal): as coisas são no limite do que existem. Dou a elas sentido, simbolismo, signos aleatórios e que dependem da minha imaginação, sem “energia”. Essa é imensa solidão da consciência, ou, ao menos, da minha consciência. Uma boa semana para todos.

(KARNAL, Leandro. Sentido maior. O Estado de São Paulo, São Paulo,
19/01/2020. Caderno 2, p. C2.)

Onde alguns descrevem alguém de ‘energia pesada’, eu vejo um chato agressivo [...]. Onde identificam ‘vampiros de energia’ eu vejo alguém irritante” (4º§) Levando em conta os conceitos de denotação e conotação, pode-se afirmar, com base no texto, que “energia pesada” e “vampiros de energia” são expressões:

Alternativas
Comentários
  • Conotação é justamente utilizar a palavra no sentido não literal, como o autor faz em referências como "vampiros de energia" e "energia pesada". É através da conotação que devemos interpreta-las.

    Bons estudos.

  • GABARITO LETRA B

    DEnotativo >>>> sentido dos DICIONÁRIOS

    COnotativo >>>> sentido dos CONTOS DE FADAS.

    “energia pesada” e “vampiros de energia” SÃO FRASES COM SENTIDO CONOTATIVO, OU SEJA, UM SENTIDO FIGURADO.

  • Cuidado com as expressões TODOS na maioria das vezes torna a questão incorreta exemplo da letra D

  • GAB-B

    ENERGIA NAO É PESADA------- O VALOR QUE É MUITO CARO. DEU UMA ENFASE EM COMO É DIFICIL É PESADO PAGOR O PREÇO DA ENERGIA.

    VAMPIROS DE ENERGIA-------------- NÃO EXISTE VAMPIROS E OS VAMPIROS MAIS CONHECIDOS FAZEM REFERENCIA AO SANGUE HUMANO. E NÃO A CORRENTE ELETRICA QUE PASSA NOS FIOS.

    EXTREMAMENTE CONOTATIVO.


ID
5437387
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Prefeitura de Colômbia - SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O sentido maior

   Quando eu era jovem, um padre dava aulas sobre Tomás de Aquino (1225-1274), doutor da igreja e teólogo global. O tema eram as cinco provas da existência de Deus. Após a exposição, o jesuíta contou, como arremate de uma boa aula, um caso sobre o doutor angélico. Disse que, após o italiano ter escrito coisas profundas e enormes sobre a divindade, teve um êxtase místico e, segundo a narrativa, uma compreensão de Deus além da Razão, além da Escolástica, além de Aristóteles e de toda a gramática possível de um cérebro humano. Ao sair da “divina possessão”, ele emudeceu e resistiu a continuar escrevendo sua já famosa obra. Motivo? Para ele, após o contato com Deus na forma direta que os místicos vivem, o que ele escrevera sob o rigor acadêmico e com base erudita, parecia- -lhe superficial, fraco, pífio, irrelevante e tão distante do que experimentara que ficou abatido. Bem, antes de partir precocemente do mundo, Tomás terminou ditando comentários ao Cântico dos Cânticos, o poema amoroso salomônico que possui dezenas de interpretações. Curioso que a última obra do grande intelectual católico seja sobre o amor.
   A história narrada traz uma questão que sempre me assombrou. Em todos os campos, inúmeras pessoas ao meu redor falam de uma densidade maior atrás do simples discurso ou do sentimento imediato. Sim, você pode ler os mais refinados teólogos, porém, sempre serão pálida sombra do objeto sagrado em si. O mesmo valeria para as emoções humanas como o amor. Romeu indica várias vezes a Julieta (e é correspondido) que as palavras são irrelevantes, que o que eles sentem está além da expressão delas. Já vi discursos semelhantes sobre arte e até sexo. Haveria uma densidade, uma complexidade, algo tão imenso que tudo o que eu possa expressar seria incompleto.
   Sempre desconfiei um pouco da afirmação sobre a densidade extraordinária que tornaria as coisas indizíveis. Por vezes acho que devo ter uma capacidade melhor de expressão ou uma capacidade menor de sentir. Um dos itens explica o fato de eu achar que as coisas são no limite do que consigo expressar e que não possuem uma película que esconde o “mais além” de uma metafísica absoluta.
   A leitura de boas obras sempre me pareceu muito prazerosa, muito, exatamente porque as ideias, a estética da escrita, o encadeamento de personagens ou de fatos e as soluções dos bons autores me seduzem. Uma taça boa de vinho ou uma noite amorosa são extraordinárias pelo que são em si, pelo prazer ali contido, pelas papilas gustativas agraciadas, pelos hormônios atiçados, pelos disparos de adrenalina e outras coisas. Não perco a consciência, não letivo, não transfiguro, não tenho êxtase: apenas gosto e sinto o motivo de eu gostar, alguns surpreendentes. Seria bom em descrever ou ruim em sentir de forma mais densa? Faltaria metafísica ou abundaria consciência? A descrição que alguns fazem de suas experiências sempre me pareceu fascinante e sedutora e profundamente distante do plano no qual eu sinto. Idiossincrasia? Couraça racional? Seria lucidez ou secura? Nunca saberei de fato, mas o vinho sempre pareceu bom, o texto fascinante, o sexo envolvente, o afeto belo, a boa música avassaladora e a paisagem produtora de paz interna. Já chorei de alegria diante de experiências lindas como um quadro que eu desejava conhecer ou quando desci ao Grand Canyon nos Estados Unidos. Eram lágrimas provocadas pela emoção de beleza, uma invasão positiva de muitos bons sentimentos que antigas expectativas estimularam. Era emoção, não transcendência que me derrubasse ao solo impactado pelo eterno. Vários filósofos chamaram isso de maravilhar-se, uma suspensão momentânea da racionalidade junto de incapacidade de narrar o experienciado. Mas, passado alguns instantes, recuperamos a lógica narrativa. Eu estava feliz porque era bom estar ali, porque eu desejara estar ali, porque eu me preparara para estar ali e porque, enfim estando, se fechava um ciclo de ansiedade desejo-prazer produzindo o momento único e... lacrimoso. Foi muito bom, excelente até, todavia foi aquilo e eu posso descrever o início, o meio e o fim daquele instante. Por vezes lembro-me da experiência de um “banho xamânico” em Oaxaca, no México. A guia da experiência dizia que aspirássemos as plantas naquela sauna e que imaginássemos a luz lilás sobre nós. Aluno fiel, eu aspirava a planta acre que ela jogara às brasas e imaginava a luz lilás. Ao final de meia hora de exercício imaginativo, ela me perguntou o que eu tinha sentido e eu disse: “Um cheiro forte dessa planta”. Ela insistia: “E?”. “Só”, eu respondia à desolada senhora. Eu sentira o cheiro e imaginara a luz. Foi minha experiência xamânica. Na verdade, é minha experiência de vida. As coisas são no limite do que existem, sem energias ou algo muito mais denso escondido pelo véu do discurso. Onde alguns descrevem alguém de “energia pesada”, eu vejo um chato agressivo. Não há uma “aura”, apenas frases desagradáveis ou reclamações incessantes. Onde identificam “vampiros de energia” eu vejo alguém irritante. Seria a mesma coisa? Volto ao que eu sinto (sem fazer disso uma definição de valor universal): as coisas são no limite do que existem. Dou a elas sentido, simbolismo, signos aleatórios e que dependem da minha imaginação, sem “energia”. Essa é imensa solidão da consciência, ou, ao menos, da minha consciência. Uma boa semana para todos.

(KARNAL, Leandro. Sentido maior. O Estado de São Paulo, São Paulo,
19/01/2020. Caderno 2, p. C2.)

“Haveria uma densidade, uma complexidade, algo tão imenso que tudo o que eu possa expressar seria incompleto.” (2º§)

Considerando o trecho é correto afirmar que:

Alternativas
Comentários
  • É justamente pelo fato de haver densidade, complexidade, imensidão que o que expresso seria incompleto.

    Perceba que aqui estamos diante de uma relação de causa-consequência.

    Densidade, complexidade e imensidão de um lado e incompletude de outro.

    Bons estudos!

  • Gabarito na alternativa A

    Solicita-se julgamento das assertivas sobre a passagem:

    “Haveria uma densidade, uma complexidade, algo tão imenso que tudo o que eu possa expressar seria incompleto.” (2º§)

    A)Há, respectivamente, uma relação lógica de causa e consequência.

    Correta. A construção é marcada pelo uso da conjunção correlativa consecutiva "tão...que...", de modo que se tem a causa e posteriormente a consequência.

    "Pedro era tão estudioso (causa)...que passou no exame (consequência)."

    B)As vírgulas usadas não são obrigatórias, pois separam termos com o mesmo valor sintático.

    Incorreta. Exatamente por separarem termos de mesma função sintática, delimitando-os, as virgulas utilizadas na construção são obrigatórias.

    C)As relações lógicas de sentido estão implícitas, já que não há marcadores coesivos que as explicitem.

    Incorreta. Marcadores coesivos são termos que atuam no encadeamento semântico da construção. No caso em tela, há conjunção correlativa atuando como marcador coesivo explicito.

    D)A escrita do trecho, de acordo com a norma padrão, exige a presença de uma vírgula para separar as orações subordinadas: “Haveria uma densidade, uma complexidade, algo tão imenso, que tudo o que eu possa expressar seria incompleto”.

    Incorreta. A oração subordinada demarcada por virgula assume valor adverbial consecutivo. Por encontrar-se em posição natural, após a oração principal, não há exigência de virgulação.

  • GABARITO LETRA A

    Aquele famoso Bizu >>>>>>> depois do '' T '' ( TEZÃO) vem a CONSEQUÊNCIA.

    “Haveria uma densidade, uma complexidade, algo tão imenso que tudo o que eu possa expressar seria incompleto.” (2º§)

    A) Há, respectivamente, uma relação lógica de causa e consequência.


ID
5437390
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Prefeitura de Colômbia - SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O sentido maior

   Quando eu era jovem, um padre dava aulas sobre Tomás de Aquino (1225-1274), doutor da igreja e teólogo global. O tema eram as cinco provas da existência de Deus. Após a exposição, o jesuíta contou, como arremate de uma boa aula, um caso sobre o doutor angélico. Disse que, após o italiano ter escrito coisas profundas e enormes sobre a divindade, teve um êxtase místico e, segundo a narrativa, uma compreensão de Deus além da Razão, além da Escolástica, além de Aristóteles e de toda a gramática possível de um cérebro humano. Ao sair da “divina possessão”, ele emudeceu e resistiu a continuar escrevendo sua já famosa obra. Motivo? Para ele, após o contato com Deus na forma direta que os místicos vivem, o que ele escrevera sob o rigor acadêmico e com base erudita, parecia- -lhe superficial, fraco, pífio, irrelevante e tão distante do que experimentara que ficou abatido. Bem, antes de partir precocemente do mundo, Tomás terminou ditando comentários ao Cântico dos Cânticos, o poema amoroso salomônico que possui dezenas de interpretações. Curioso que a última obra do grande intelectual católico seja sobre o amor.
   A história narrada traz uma questão que sempre me assombrou. Em todos os campos, inúmeras pessoas ao meu redor falam de uma densidade maior atrás do simples discurso ou do sentimento imediato. Sim, você pode ler os mais refinados teólogos, porém, sempre serão pálida sombra do objeto sagrado em si. O mesmo valeria para as emoções humanas como o amor. Romeu indica várias vezes a Julieta (e é correspondido) que as palavras são irrelevantes, que o que eles sentem está além da expressão delas. Já vi discursos semelhantes sobre arte e até sexo. Haveria uma densidade, uma complexidade, algo tão imenso que tudo o que eu possa expressar seria incompleto.
   Sempre desconfiei um pouco da afirmação sobre a densidade extraordinária que tornaria as coisas indizíveis. Por vezes acho que devo ter uma capacidade melhor de expressão ou uma capacidade menor de sentir. Um dos itens explica o fato de eu achar que as coisas são no limite do que consigo expressar e que não possuem uma película que esconde o “mais além” de uma metafísica absoluta.
   A leitura de boas obras sempre me pareceu muito prazerosa, muito, exatamente porque as ideias, a estética da escrita, o encadeamento de personagens ou de fatos e as soluções dos bons autores me seduzem. Uma taça boa de vinho ou uma noite amorosa são extraordinárias pelo que são em si, pelo prazer ali contido, pelas papilas gustativas agraciadas, pelos hormônios atiçados, pelos disparos de adrenalina e outras coisas. Não perco a consciência, não letivo, não transfiguro, não tenho êxtase: apenas gosto e sinto o motivo de eu gostar, alguns surpreendentes. Seria bom em descrever ou ruim em sentir de forma mais densa? Faltaria metafísica ou abundaria consciência? A descrição que alguns fazem de suas experiências sempre me pareceu fascinante e sedutora e profundamente distante do plano no qual eu sinto. Idiossincrasia? Couraça racional? Seria lucidez ou secura? Nunca saberei de fato, mas o vinho sempre pareceu bom, o texto fascinante, o sexo envolvente, o afeto belo, a boa música avassaladora e a paisagem produtora de paz interna. Já chorei de alegria diante de experiências lindas como um quadro que eu desejava conhecer ou quando desci ao Grand Canyon nos Estados Unidos. Eram lágrimas provocadas pela emoção de beleza, uma invasão positiva de muitos bons sentimentos que antigas expectativas estimularam. Era emoção, não transcendência que me derrubasse ao solo impactado pelo eterno. Vários filósofos chamaram isso de maravilhar-se, uma suspensão momentânea da racionalidade junto de incapacidade de narrar o experienciado. Mas, passado alguns instantes, recuperamos a lógica narrativa. Eu estava feliz porque era bom estar ali, porque eu desejara estar ali, porque eu me preparara para estar ali e porque, enfim estando, se fechava um ciclo de ansiedade desejo-prazer produzindo o momento único e... lacrimoso. Foi muito bom, excelente até, todavia foi aquilo e eu posso descrever o início, o meio e o fim daquele instante. Por vezes lembro-me da experiência de um “banho xamânico” em Oaxaca, no México. A guia da experiência dizia que aspirássemos as plantas naquela sauna e que imaginássemos a luz lilás sobre nós. Aluno fiel, eu aspirava a planta acre que ela jogara às brasas e imaginava a luz lilás. Ao final de meia hora de exercício imaginativo, ela me perguntou o que eu tinha sentido e eu disse: “Um cheiro forte dessa planta”. Ela insistia: “E?”. “Só”, eu respondia à desolada senhora. Eu sentira o cheiro e imaginara a luz. Foi minha experiência xamânica. Na verdade, é minha experiência de vida. As coisas são no limite do que existem, sem energias ou algo muito mais denso escondido pelo véu do discurso. Onde alguns descrevem alguém de “energia pesada”, eu vejo um chato agressivo. Não há uma “aura”, apenas frases desagradáveis ou reclamações incessantes. Onde identificam “vampiros de energia” eu vejo alguém irritante. Seria a mesma coisa? Volto ao que eu sinto (sem fazer disso uma definição de valor universal): as coisas são no limite do que existem. Dou a elas sentido, simbolismo, signos aleatórios e que dependem da minha imaginação, sem “energia”. Essa é imensa solidão da consciência, ou, ao menos, da minha consciência. Uma boa semana para todos.

(KARNAL, Leandro. Sentido maior. O Estado de São Paulo, São Paulo,
19/01/2020. Caderno 2, p. C2.)

A leitura global do texto permite concluir que, para o autor:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito Letra D

  • No texto o autor fala que não presencia a "energia" ou algo místico. Na verdade ele consegue descrever suas emoções e sensações de dorma lógica.

  • CONCURSEIROS ... A UNICA FORMA PARA RESOLVER ESSA QUESTAO É SOMENTE LENDO O TEXTO.... IMAGINA LENDO NA HR DA PROVA .... MTO GRANDE

  • Apenas as experiências superficiais de vida são dizíveis em palavras.

    Não. Pelo contrário, o autor dá a entender que todas as experiências podem ser configuradas em palavras, todas podem ter sentido racionalmente.

    ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    Às vezes, as palavras não são suficientes para revelar as impressões e sentimentos.

    O autor vai ao contraponto disso. Para ele, as impressões e sentimentos são algo racional.

    Que podem ser medidas por palavras, sem precisar de algo além da consciência humana.

    -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    O sentido maior está na ausência de uma explicação verbal para sensações, sentimentos e impressões de experiências.

    Pelo contrário, para ele existem explicações sim.

    ''Um dos itens explica o fato de eu achar que as coisas são no limite do que consigo expressar e que não possuem uma película que esconde o “mais além” de uma metafísica absoluta.''

    ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    O mistério do sentido maior se revela por meio de uma descrição precisa e clara das características e das impressões de algo.

    Correto.

    ''Foi minha experiência xamânica. Na verdade, é minha experiência de vida. As coisas são no limite do que existem, sem energias ou algo muito mais denso escondido pelo véu do discurso. ''


ID
5437396
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Prefeitura de Colômbia - SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Raciocínio Lógico
Assuntos

Observe a sequência: 11, −7, 8, −4, 5, −1, 2, A, B. Determinando os valores de A e B, de acordo com a lógica de formação da sequência, é correto afirmar que o produto entre os valores de A e B é:

Alternativas
Comentários
  • Prestando atenção e perdendo muito tempo, que não teríamos na prova, conseguimos perceber que os números, somados e subtraídos, são múltiplos de 3:

    11-(3.6)=11-18= -7

    -7+(3.5)=-7+15=8

    8-(3.4)=8-12=-4

    ...

    2-(3.0)=2-0=2 será o A

    2+(3.-1)=2-3=-1 será o B

    2.(-1)=-2

    Não estou justificando a banca nem a resposta, mas pra chegar nisso eu perdi muito tempo, na prova provavelmente chutaria.

    Espero ter ajudado e qualquer erro por favor avisem.

  • Questão refere-se a sequencia logica. Observando a questão nota-se que existe duas sequencias em uma.

    11, -7

    8, -4

    5, -1

    2, A

    B , X

    Obs: que a coluna na cor verde a diferença entre os numeros é "3" 11-8+=3, 8-5=3 e assim sucessivamente, então 2 -3 = -1. B= -1

    Obs: que a coluna na cor vermelha a diferença os numeros tbm é "-3" então -7-(-3) = -4 e assim sucessivamente.

    então A =2 dando continuidade a sequencia 2 -3 = -1, -1-3= -4, ........

    Assim produto AXB = 2*-1= -2

  • Alternativa A - Justificativa:

    A diferença entre dois números consecutivos é a sequência -18, 15, -12, 9, -6, 3, -0, -3

    Em questões de lógica, você deve procurar algo em comum na formação dos números (soma, subtração, razão, etc) - é bem subjetivo.

    Pois bem, a diferença entre 2 e A, como você viu acima, é zero. Então A = 2 também

    E B = -1 (pois 2 - 3 = -1)

    Assim, A x B = -1.

    Prof. Renato Rivero, Msc.

    Mestre em Ensino de Matemática.

  • GABARITO: A

    11(-3), -7(+3), 8(-3), -4(+3), 5(-3), -1(+3), 2(-3), A(=2), B(= -1).

    2x-1 = -2.

    Não pare até que tenha terminado aquilo que começou. - Baltasar Gracián.

    -Tu não podes desistir.

  • Resolvido essa e mais algumas:

    https://youtu.be/BbOu8bc0fTo

    Valeu, pessoal! ✌️✌️✌️

  • A = 2 e B = -1

    Logo, A.B = A x B = 2 x (-1) = -2


ID
5437399
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Prefeitura de Colômbia - SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Em uma indústria de automóveis trabalham 60 funcionários que, juntos, produzem 300 carros por dia. A empresa deseja aumentar a produção em 15%; com isso, é necessária a contratação de alguns funcionários. Neste caso, quantos funcionários deverão ser contratados, para que a empresa consiga atingir este aumento na produção?

Alternativas
Comentários
  • Questão que envolve Regra de tres simples e porcentagem.

    Primeiro passo aplicar a porcentagem corresponde ao percentual de aumento 300*15% = 45 (300+45=345) ou aplicar a porcentagem direta 1,15*300=345.

    Funcionários carros

    60 300

    x 345

    300x=20700

    x=20700/300=69

    A diferença entre 69-60 = 9 funcionarios

  • Questão de Regra de Três Simples e Porcentagem

    Primeiro achei o valor que equivale a 15% de 300=45

    Agora só aplicar a regra de três:

    Funcionários Carros

    60 300

    x 345

    300.x = 20700

    x =20700/300=69

    A diferença entre 69-60 = 9 funcionários

    Alternativa B

  • Alternativa B - justificativa:

    Para aumentar em 15% a produção, basta contratar 15% a mais de funcionários.

    15% de 60 = 60 x 0,15 = 9

    Prof. Renato Rivero, Msc.

    Mestre em Ensino de Matemática.

  • GABARITO: B

    60 ----- 100%

    x ----- 115%

    60 x 115 = 100x

    6900 = 100x

    6900/100 = x

    x = 69.

    Não pare até que tenha terminado aquilo que começou. - Baltasar Gracián.

    -Tu não podes desistir.

  • Resolução do Problema:

    60 funcionários fabricam 300 carros por dia

    A industria deseja aumentar a produção em 15%

    Pd = Produção

    P= 300 + (300 * 0,15) .:. P = 300+45, logo a nova produção é de 345 carros por dia.

    Continuando ....

    60 ------- 300

    x --------- 345

    Resolvendo a regra de três temos.

    300x = 60*345

    300x = 20.70

    x = 69

    Então, eles vão precisar de 69 funcionários, mas eles já têm 60, logo, precisarão contratar 9 funcionários para atingir a produção de 15%

    GAB. LETRA B


ID
5437402
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Prefeitura de Colômbia - SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Sendo o ponto P (4, 13) o ponto máximo da função y = −x2 + mx + n, então, a soma entre os valores de m e n é:

Alternativas
Comentários
  • Coordenadas do vértice: V = (4,13);

    y = -x2 + mx + n

    Formulas das Ordenadas do vértice:

    Xv = -b/2a; Yv = -delta/4a

    -m/-2 = 4; m/2 = 4; m = 8

    13 = -(b2 - 4ac)/-4; 64 + 4n = 52; 4n = -12; n = -3;

    m + n = 8 - 3; m + n = 5

    GABARITO: A

    @simplificandoquestoescombizus (Jefferson Lima)


ID
5437408
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Prefeitura de Colômbia - SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Conhecimentos Gerais
Assuntos

“Uma investigação conjunta do The New York Times e The Observer revela que, em 2014, a empresa obteve uma base de dados de pretenso uso acadêmico e a explorou sem permissão para elaborar estratégias eleitorais durante as eleições [...]. É um dos maiores roubos de informação da história do Facebook.” A notícia do El País é referente às seguintes afirmativas, EXCETO:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: B


ID
5437411
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Prefeitura de Colômbia - SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Atualidades
Assuntos

Analise as afirmativas correlatas.
I. “Em 2016, a maior parte dos refugiados estava abrigada no Oriente Médio e na Ásia, enquanto apenas 6% se refugiaram no continente europeu.”
PORQUE
II. “A centralidade da crise migratória só passou a vigorar a partir do momento em que os países centrais do continente europeu passaram a receber grandes fluxos de refugiados, abrigando a maior porcentagem dos refugiados da África e Oriente Médio.”
Assinale a alternativa correta.

Alternativas
Comentários
  • Proposição I - Verdadeira

    Proposição II - Falsa

    “A centralidade da crise migratóriapassou a vigorar a partir do momento em que os países centrais do continente europeu passaram a receber grandes fluxos de refugiados, abrigando a maior porcentagem dos refugiados da África e Oriente Médio.”

    A crise migratória atingia outros países, aqueles mais próximos dos territórios em conflito, antes mesmo dos imigrantes alcançarem os países europeus.

    Atenção às palavras: nunca, só, apenas, jamais...


ID
5437414
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Prefeitura de Colômbia - SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

A primeira referência ao termo ocorreu no século XVI e definia o capitão que contratava soldados mercenários para servir ao Rei. Apenas no século XVIII, o termo passou a ser empregado para atores econômicos: entrepreneurs eram aqueles que introduziam novas técnicas agrícolas ou arriscavam seu capital na indústria. Na teoria econômica, o termo entrepreneur não tem uma definição homogênea, mas Schumpeter (1982) é considerado o seu principal teórico clássico. Ele retoma o termo, associando-o à inovação para explicar o desenvolvimento econômico. Para Schumpeter, o desenvolvimento econômico se iniciou a partir de inovações, ou seja, por meio da introdução de novos recursos ou pela combinação diferenciada dos recursos produtivos já existentes.” O termo a que se refere o texto é:

Alternativas
Comentários
  • Você nunca sai perdendo quando ganha CONHECIMENTO!

  • Gabarito: D

  • GAB-D

    Empreendedorismo.

    EU CONCIRFO GAB-D

    MARCO O GABARITO E AINDA JUSTIFICO.!!


ID
5437417
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Prefeitura de Colômbia - SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Conhecimentos Gerais
Assuntos

Frequentemente, assistimos ao uso ambíguo de palavras que estabelecem uma associação terminológica por sinonímia de “moral e ética”, “moralidade e ética”, “valores e ética”, “valores e norma”, “axiologia e ética” e, ainda, “filosofia moral e ética” que se empregam em vários contextos do cotidiano como se de sinônimos se tratassem, resultando, daqui, não raras vezes, uma enorme confusão para quem necessita de as utilizar, dificultando, deste modo, a comunicação e a elaboração do pensamento. Para além disso, uma clarificação conceitual a este nível, potencia o estabelecer de diferenciações quanto ao uso dos conceitos referidos nos diversos contextos a que se referem, sejam eles de natureza reflexiva, crítica ou normativo-legal com expressivas consequências ao nível da construção do saber teórico e do saber prático atuais. Dos conceitos relacionados, assinale o que se encaixa corretamente à Ética.

Alternativas
Comentários
  • Quem ESTUDA tem em suas mãos o poder de TRANSFORMAR não só a própria vida, como também das pessoas que lhe cercam.

  • Gabarito: C


ID
5437420
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Prefeitura de Colômbia - SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Conhecimentos Gerais
Assuntos

Pode-se dizer que, até o início da década de 1970, o pensamento mundial dominante era o de que o meio ambiente seria fonte inesgotável de recursos e que qualquer ação de aproveitamento da natureza fosse infinita. Mas fenômenos como secas que afetaram lagos e rios, a chuva ácida e a inversão térmica fizeram com que essa visão ambiental do mundo começasse a ser questionada, com base em estudos científicos que identificavam problemas especialmente por conta da poluição atmosférica. Em 15 de setembro de 1971, na Sede das Nações Unidas, Nova York, Maurice F. Strong, Secretário-Geral da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente Humano, mostrou ao Secretário-Geral das Nações Unidas, U Thant, um desenho para o cartaz oficial da 1ª Conferência. Sobre as conferências das Nações Unidas para o Meio Ambiente, analise as afirmativas a seguir.
I. A primeira grande conferência-marco na área de meio ambiente foi a Conferência de Estocolmo, em 1972.
II. Em 1992 ocorreu, no Rio de Janeiro, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Rio 92).
III. Em 2002, ocorreu, em Joanesburgo, na África do Sul, a Rio+10. IV. Em2012, novamente no Rio de Janeiro, ocorreu a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.
Estão corretas as afirmativas

Alternativas
Comentários
  • O sucesso é a soma de pequenos esforços repetidos dia após dia.

  • Gabarito: A


ID
5437426
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Prefeitura de Colômbia - SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

A concepção de Vygotsky sobre as relações entre desenvolvimento e aprendizagem e, particularmente, a zona de desenvolvimento proximal, estabelece forte ligação entre o processo de desenvolvimento e a relação do indivíduo com seu ambiente sociocultural e com sua situação de organismo que não se desenvolve plenamente sem o suporte de outros indivíduos de sua espécie. Pensando nas relações entre desenvolvimento e aprendizagem e os estudos de Vygotsky sobre a zona de desenvolvimento proximal, analise as afirmativas a seguir.
I. É na zona de desenvolvimento proximal em que a interferência de outros indivíduos é a mais transformadora.
II. Processos de aprendizagem já consolidados não necessitam da ação externa para serem desencadeados.
III. Processos de aprendizagem ainda nem iniciados se beneficiam tanto quanto os que já foram iniciados ao receberem a interferência desta ação externa.
IV. As funções que aí ocorrem poderiam ser chamadas de frutos do desenvolvimento, ao invés de brotos ou flores do desenvolvimento.
Estão corretas apenas as afirmativas

Alternativas
Comentários
  • a resposta está no livro Saberes e Práticas de Inclusão 2, pg 13. Não colo a resposta aqui pq o texto fica desformatado.

    http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/serie2.pdf


ID
5437429
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Prefeitura de Colômbia - SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

O projeto pedagógico exige profunda reflexão sobre as finalidades da escola, assim como a explicitação de seu papel social e a clara definição de caminhos, formas operacionais e ações a serem empreendidas por todos os envolvidos com o processo educativo. Seu processo de construção aglutinará crenças, convicções, conhecimentos da comunidade escolar, do contexto social e científico, constituindo-se em compromisso político pedagógico coletivo. Ele precisa ser concebido com base nas diferenças existentes entre seus autores, sejam eles professores, equipe técnico-administrativa, pais, alunos e representantes da comunidade local. É, portanto, fruto de reflexão e de investigação.
(Veiga, 1998, p. 9.)

Por meio da análise do trecho, é possível elencar vários aspectos norteadores para a organização do projeto pedagógico, sendo um deles: 

Alternativas
Comentários
  • A - O projeto pedagógico nem sempre precisa ser político, desde que garanta um clima democrático e participativo em sua elaboração.

    B - O conhecimento da comunidade escolar é fundamental à medida que não se constrói um projeto que não seja contextualizado a partir da realidade em que se insere a escola. É necessário que a comunidade escolar esteja envolvida na construção do projeto pedagógico, pois a escola por ser um espaço democrático precisa ouvir a todos que estão ligados direta ou indiretamente à ela.

    C - A responsabilidade da constituição do projeto pedagógico não é da direção da escola; ao contrário, na perspectiva da gestão democrática, é importante que os docentes assumam esta condução.

    D - A elaboração do projeto pedagógico da instituição deve propor as formas operacionais e ações a serem empregadas pelos docentes e discentes, cabendo ao setor administrativo sua operacionalização.

  • Você nunca sai perdendo quando ganha CONHECIMENTO!

  • O projeto pedagógico exige profunda reflexão sobre as finalidades da escola, assim como a explicitação de seu papel social e a clara definição de caminhos, formas operacionais e ações a serem empreendidas por todos os envolvidos com o processo educativo. Seu processo de construção aglutinará crenças, convicções, conhecimentos da comunidade escolar, do contexto social e científico, constituindo-se em compromisso político pedagógico coletivo. Ele precisa ser concebido com base nas diferenças existentes entre seus autores, sejam eles professores, equipe técnico-administrativa, pais, alunos e representantes da comunidade local. É, portanto, fruto de reflexão e de investigação. (Veiga, 1998, p. 9.)

    Por meio da análise do trecho, é possível elencar vários aspectos norteadores para a organização do projeto pedagógico, sendo um deles:

    A

    O projeto pedagógico nem sempre precisa ser político, desde que garanta um clima democrático e participativo em sua elaboração.

    B

    O conhecimento da comunidade escolar é fundamental à medida que não se constrói um projeto que não seja contextualizado a partir da realidade em que se insere a escola.

    C

    A responsabilidade da constituição do projeto pedagógico não é da direção da escola; ao contrário, na perspectiva da gestão democrática, é importante que os docentes assumam esta condução.

    D

    A elaboração do projeto pedagógico da instituição deve propor as formas operacionais e ações a serem empregadas pelos docentes e discentes, cabendo ao setor administrativo sua operacionalização.

    Responder..

    EU NAO ENTENDI...

    ALGUÉM PODE ME EXPLICAR MELHOR COM PROPRIEDADE NO ASSUNTO.??????W

    RESPOSTA LETRA B

  • O projeto pedagógico exige profunda reflexão sobre as finalidades da escola, assim como a explicitação de seu papel social e a clara definição de caminhos, formas operacionais e ações a serem empreendidas por todos os envolvidos com o processo educativo. Seu processo de construção aglutinará crenças, convicções, conhecimentos da comunidade escolar, do contexto social e científico, constituindo-se em compromisso político pedagógico coletivo. Ele precisa ser concebido com base nas diferenças existentes entre seus autores, sejam eles professores, equipe técnico-administrativa, pais, alunos e representantes da comunidade local. É, portanto, fruto de reflexão e de investigação. (Veiga, 1998, p. 9.)

    Por meio da análise do trecho, é possível elencar vários aspectos norteadores para a organização do projeto pedagógico, sendo um deles:

    A. O projeto pedagógico nem sempre precisa ser político, desde que garanta um clima democrático e participativo em sua elaboração. ERRADA

    B. conhecimento da comunidade escolar é fundamental à medida que não se constrói um projeto que não seja contextualizado a partir da realidade em que se insere a escola. CERTA

    C. A responsabilidade da constituição do projeto pedagógico não é da direção da escola; ao contrário, na perspectiva da gestão democrática, é importante que os docentes assumam esta condução. ERRADA / a responsabilidade e do coletivo.

    D.A elaboração do projeto pedagógico da instituição deve propor as formas operacionais e ações a serem empregadas pelos docentes e discentes, cabendo ao setor administrativo sua operacionalização. ERRADA

  • O projeto pedagógico exige profunda reflexão sobre as finalidades da escola, assim como a explicitação de seu papel social e a clara definição de caminhos, formas operacionais e ações a serem empreendidas por todos os envolvidos com o processo educativo. Seu processo de construção aglutinará crenças, convicções, conhecimentos da comunidade escolar, do contexto social e científico, constituindo-se em compromisso político pedagógico coletivo. Ele precisa ser concebido com base nas diferenças existentes entre seus autores, sejam eles professores, equipe técnico-administrativa, pais, alunos e representantes da comunidade local. É, portanto, fruto de reflexão e de investigação. (Veiga, 1998, p. 9.)

    Por meio da análise do trecho, é possível elencar vários aspectos norteadores para a organização do projeto pedagógico, sendo um deles:

    A. O projeto pedagógico nem sempre precisa ser político, desde que garanta um clima democrático e participativo em sua elaboração. ERRADA

    B. conhecimento da comunidade escolar é fundamental à medida que não se constrói um projeto que não seja contextualizado a partir da realidade em que se insere a escola. CERTA

    C. A responsabilidade da constituição do projeto pedagógico não é da direção da escola; ao contrário, na perspectiva da gestão democrática, é importante que os docentes assumam esta condução. ERRADA / a responsabilidade e do coletivo.

    D.A elaboração do projeto pedagógico da instituição deve propor as formas operacionais e ações a serem empregadas pelos docentes e discentes, cabendo ao setor administrativo sua operacionalização. ERRADA

  • Não entendi essa resposta. :(

  • Questão muito repetida.


ID
5437435
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Prefeitura de Colômbia - SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

A eleição da pesquisa como base da formação tem um substrato ideológico, ainda que implícito. Parte-se da constatação de que, nas condições de mudança contínua em que se encontra a instituição escolar, o professor deverá:
I. Analisar e interiorizar a situação de incerteza e complexidade que caracteriza sua profissão e deve renunciar a qualquer forma de dogmatismo e de síntese pré-fabricada.
II. Buscar ações formativas que permitam organizar-se com base no trabalho em grupo, centrar-se em um trabalho colaborativo para solução de situações problemáticas da classe ou da escola.
III. Fundamentar suas ações em procedimentos relativos a metodologias de participação, projetos, observação e diagnóstico dos processos, estratégias contextualizadas, comunicação, tomada de decisões, análise da interação humana etc.
Estão corretas as afirmativas

Alternativas
Comentários
  • I. Analisar e interiorizar a situação de incerteza e complexidade que caracteriza sua profissão e deve renunciar a qualquer forma de dogmatismo e de síntese pré-fabricada. 

    II. Buscar ações formativas que permitam organizar-se com base no trabalho em grupo, centrar-se em um trabalho colaborativo para solução de situações problemáticas da classe ou da escola. 

    III. Fundamentar suas ações em procedimentos relativos a metodologias de participação, projetos, observação e diagnóstico dos processos, estratégias contextualizadas, comunicação, tomada de decisões, análise da interação humana etc.

    RESPOSTA: A - I, II, III

  • Quem ESTUDA tem em suas mãos o poder de TRANSFORMAR não só a própria vida, como também das pessoas que lhe cercam.


ID
5437438
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Prefeitura de Colômbia - SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Legislação Municipal
Assuntos

De acordo com a Lei Orgânica do Município nº 01, de 5 de abril de 1990, ao município compete prover a tudo quanto diga respeito ao seu peculiar interesse e ao bem-estar de sua população, cabendo-lhe, privativamente, dentre outras, as seguintes atribuições:
I. Adquirir bens, inclusive mediante desapropriação.
II. Instituir e arrecadar tributos, bem como aplicar suas rendas.
III. Cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência.
IV. Planejar o uso e a ocupação do solo em seu território, especialmente em sua zona urbana.
V. Promover programas de construção de moradias e melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico.
Constituem atribuições privativas do município

Alternativas

ID
5437441
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Prefeitura de Colômbia - SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Direito Administrativo
Assuntos

Caio, Rodrigo e Larissa, servidores públicos e amigos de longa data, estão sendo acusados de cometer atos de improbidade administrativa. Caio negou publicidade a determinados atos oficiais. Rodrigo, para construir uma piscina em sua residência, pegou emprestado algumas máquinas e equipamentos de propriedade da entidade onde trabalha. Larissa doou a uma escola municipal alguns computadores do patrimônio da entidade à qual está vinculada, sem a observância das formalidades legais. Ante o exposto, assinale os atos praticados pelos amigos, de acordo com a Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992 (Lei de Improbidade Administrativa).

Alternativas
Comentários
  • Gabarito D.

    Negar publicidade é ato contra os princípios

  • Analisando a conduta de cada pessoa e comparando com o que diz a Lei 8429:

    Caio negou publicidade a determinados atos oficiais.

    Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:

    IV - negar publicidade aos atos oficiais;

    Rodrigo, para construir uma piscina em sua residência, pegou emprestado algumas máquinas e equipamentos de propriedade da entidade onde trabalha.

    Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente:

    IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades;

    Larissa doou a uma escola municipal alguns computadores do patrimônio da entidade à qual está vinculada, sem a observância das formalidades legais.

    Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:

    III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie;

    Gabarito: letra D.

  • Auferiu vantagem indevida = enriquecimento ilícito.

    Atenção aos verbos que remetem a cada tipo de ato, eles se repetem muito.

  • bom senso ajuda

  • A questão em tela versa sobre a disciplina de Direito Administrativo, a lei 8.429 de 1992 e as modalidades de improbidade administrativa previstas em tal lei.

    Dispõe o inciso IV, do artigo 9º, da citada lei, o seguinte:

    "Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente:

    (...)

    IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades;".

    Logo, Rodrigo praticou ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito.

    Dispõe o inciso III, do artigo 10, da citada lei, o seguinte:

    "Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:

    (...)

    III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie;".

    Logo, Larissa praticou ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário.

    Dispõe o inciso IV, do artigo 11, da citada lei, o seguinte:

    "Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:

    (...)

    IV - negar publicidade aos atos oficiais;".

    Logo, Caio praticou ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública.

    Analisando as alternativas

    À luz dos dispositivos elencados acima, pode-se afirmar que Caio praticou ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública, Rodrigo praticou ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito, e Larissa praticou ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário.

    Gabarito: letra "d".

  • O sucesso é a soma de pequenos esforços repetidos dia após dia.

  • GAB.: D

    BIZU

    Uma dica que me ajudou bastante foi decorar os verbos das ações que causam prejuízo ao erário, pois posteriormente é mais fácil identificar se é ato que causa enriquecimento ilícito ou que atente contra os princípios da administração pública.

    PREJUÍZO AO ERÁRIO

    (3C 2F DR.POLA):

    Conceder benefício – Celebrar – Concorrer;

    Frustrar licitação – Facilitar;

    Doar – Realizar atividade financeira;

    Permitir – Ordenar/permitir despesas – Liberar recursos – Agir negligentemente.

  • GABARITO: Letra (D).

    Caio – cometeu ato de improbidade que atenta contra os princípios da Administração Pública. Art. 11, IV, da Lei 8.429/1992: “Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente: (...) IV - negar publicidade aos atos oficiais”.

    Rodrigo – cometeu ato ímprobo que importa em enriquecimento ilícito. Art. 9º, IV, da Lei 8.429/1992: “Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente: (...) IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades”.

    Larissa – cometeu ato de improbidade que importa em prejuízo ao erário. Art. 10, III, da Lei 8.429/1992: “Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente: (...) III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie”.

  • Não confundir

    "permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza [...]"

    com

    "utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza [...]".

  • Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:

    I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;

    II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

    III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie;

    IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado;

    V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de mercado;

    VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea;

    VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

    VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente;               

    IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento;

    X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio público;

    XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular;

  • À luz da narrativa contida no enunciado da questão, cumpre identificar cada uma das espécies de atos de improbidade administrativa que teriam sido cometidos pelos hipotéticos servidores públicos. Vejamos:

    A conduta de Caio amolda-se ao disposto no art. 11, IV, da Lei 8.429/92:

    "Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:

    (...)

    IV - negar publicidade aos atos oficiais;"

    Logo, cuida-se de ato atentatório a princípios da administração pública.

    O comportamento de Rodrigo é mais grave, tipificado como ato gerador de enriquecimento ilícito, a teor do art. 9º, IV, do mesmo diploma legal:

    "Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente:

    (...)

    IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades;"

    Por fim, Larissa teria incidido em ato causador de lesão ao erário, na forma do art. 10, III, da Lei 8.429/92:

    "Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:

    (...)

    III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie;"

    Firmadas as premissas teóricas acima, e analisando as opções propostas, a única que corresponde, com exatidão, às mesmas conclusões anteriores vem a ser a letra D.


    Gabarito do professor: D

  • Gabarito: D

    Resumo para ajudar na distinção:

    Enriquecimento ilícito: Beneficiar agente

    Lesão erário: Beneficiar outrem

    Princípios: Não beneficiar PF/PJ

    Desistir não é uma opção.

  • GABARITO: Letra (D).

    Caio – cometeu ato de improbidade que atenta contra os princípios da Administração Pública. Art. 11, IV, da Lei 8.429/1992: “Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente: (...) IV - negar publicidade aos atos oficiais”.

    Rodrigo – cometeu ato ímprobo que importa em enriquecimento ilícito. Art. 9º, IV, da Lei 8.429/1992: “Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente: (...) IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades”.

    Larissa – cometeu ato de improbidade que importa em prejuízo ao erário. Art. 10, III, da Lei 8.429/1992: “Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente: (...) III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie”.

    À luz dos dispositivos elencados acima, pode-se afirmar que Caio praticou ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração públicaRodrigo praticou ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito, e Larissa praticou ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário.

    Auferiu vantagem indevida = enriquecimento ilícito.

    Enriquecimento ilícito: Beneficiar agente

    Lesão erário: Beneficiar outrem

    Princípios: Não beneficiar PF/PJ


ID
5437444
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Prefeitura de Colômbia - SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Legislação Municipal
Assuntos

Maria, professora, titular de emprego permanente, após cinco anos de efetivo exercício ininterrupto de suas funções, adquiriu, pela primeira vez, o direito à licença-prêmio. De acordo com a Lei nº 1.158, de 2 de julho de 2010, assinale a alternativa correta sobre a licença-prêmio.

Alternativas

ID
5437450
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Prefeitura de Colômbia - SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Direito Administrativo
Assuntos

Carine, servidora pública, facilitou a locação de um bem integrante do patrimônio da autarquia à qual é vinculada, por preço inferior ao de mercado. De acordo com a Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992 (Lei de Improbidade Administrativa), Carine, independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, poderá estar sujeita à seguinte cominação:

Alternativas
Comentários
  • Lei nº 8429/1992.

    Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:

    II - na hipótese do art. 10 (Dos atos de improbidade administrativa que causam prejuízo ao erário), ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos.

    Portanto, gabarito da questão é a letra C.

  • Facilitar... bla bla bla... Isso é prejuízo ao erário, logo, multa 2x

  • Sanções:

    Enriquecimento ilícito:

    • Perda da função pública
    • Suspenção dos direitos políticos: 8-10 anos
    • Indisponibilidade e perda dos bens acrescidos ilicitamente
    • Ressarcimento ao erário
    • Multa: Até 3x o que acrescentou ilicitamente.
    • Impossibilidade de contratar com o serviço público e receber benefícios fiscais: até 10 anos

    Dano ao erário.

    • Perda da função pública
    • Suspenção dos direitos políticos: 5-8 anos
    • Indisponibilidade e perda dos bens acrescidos ilicitamente
    • Ressarcimento ao erário
    • Multa: Até 2x o valor do dano
    • Impossibilidade de contratar com o serviço público e receber benefícios fiscais: até 5 anos

    Atentar contra princípios da administração pública

    • Perda da função pública
    • Suspenção dos direitos políticos: 3-5 anos
    • Ressarcimento ao erário
    • Multa: Até 100x a remuneração do servidor.
    • Impossibilidade de contratar com o serviço público e receber benefícios fiscais: até 3 anos

    Caso o agente público não seja remunerado e atente contra princípios da administração pública, a multa será de até 100x o salário mínimo.

    No caso em questão, trata-se de dano ao erário, conforme o texto da lei 8.428/92

    IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado; (prejuízo ao erário)

  • ENRIQUECIMENTO ILÍCITO: I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;

    LESÃO AO ERÁRIO: II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos;

    ATO QUE ATENTA CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADM: III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.

  • A questão em tela versa sobre a disciplina de Direito Administrativo e a lei 8.429 de 1992.

    Ressalta-se que a questão deseja que seja assinalada a alternativa em que se encontra expresso uma sanção a qual pode ser atribuída a quem comete um ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário.

    Dispõe o inciso IV, do artigo 10, da citada lei, o seguinte:

    "Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:

    (...)

    IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado;".

    Logo, Carine, servidora pública, por ter facilitado a locação de um bem integrante do patrimônio da autarquia à qual é vinculada, por preço inferior ao de mercado, cometeu um ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário.

    Nesse sentido, dispõe o inciso II, do artigo 12, da citada lei, o seguinte:

    "Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:

    (...)

    II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos;

    Por fim, cabe destacar que o artigo 10 citado acima trata dos atos de improbidade administrativa que causam prejuízo ao erário.

    Analisando as alternativas

    Tendo em vista o que foi explanado, percebe-se que a única alternativa na qual consta uma cominação a qual pode ser atribuída a quem pratica um ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário é a letra "c" (Pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano), nos termos do inciso II, do artigo 12, da lei 8.429 de 1992, elencado acima.

    Gabarito: letra "c".

  • GAB.: C

    BIZU

    Uma dica que me ajudou bastante foi decorar os verbos das ações que causam prejuízo ao erário, pois posteriormente é mais fácil identificar se é ato que causa enriquecimento ilícito ou que atente contra os princípios da administração pública.

    PREJUÍZO AO ERÁRIO

    (3C 2F DR.POLA):

    Conceder benefício – Celebrar – Concorrer;

    Frustrar licitação – Facilitar;

    Doar – Realizar atividade financeira;

    Permitir – Ordenar/permitir despesas – Liberar recursos – Agir negligentemente.

    OBS.: É a única modalidade que aceita a forma culposa.

    PUNIÇÕES

    Considere por ordem de gravidade, começando pelo menos grave ao mais grave.

    1- Ato que atente contra os princípios da administração pública;

    2- Ato que cause prejuízo ao erário;

    3- Ato que cause enriquecimento ilícito.

    MULTA

    1- Até 100 vezes a remuneração (não é o vencimento)

    2- Até 2 vezes o prejuízo;

    3- Até 3 vezes o enriquecimento.

    PROIBIÇÃO DE CONTRATAR COM A ADM. PÚBLICA

    1- 3 anos;

    2- 5 anos;

    3- 10 anos.

    SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS

    1- 3 a 5 anos;

    2- 5 a 8 anos;

    3- 8 a10 anos.

  • GABARITO: Letra (C).

    Carine cometeu ato de improbidade que importa em prejuízo à autarquia.

    Letra (A) - ERRADO – Os atos de improbidade que causam prejuízo ao erário são penalizados com a suspensão dos direitos políticos pelo prazo de 5 a 8 anos.

    Letra (B) - ERRADO – O ressarcimento do dano deve ser integral.

    Letra (C) - CERTO.

    Letra (D) - ERRADO – No caso de ato ímprobo que cause prejuízo ao erário haverá proibição de contratar com o Poder Público, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 5 anos.

  • pEjuizo ao Erario . FACILITAR CERDE SEM OBJETIVO DE LUCRO EM BENEFICIO DE TERCEIROS .

    EnriquEcimEnto ILICITO ATRAS DO CIFRÃO .BENEFICIO PROPRIO

  • De plano, cumpre ressalvar que a presente questão será comentada à luz das novas disposições trazidas pela Lei 14.230/2021, que imprimiu diversas alterações no texto da Lei 8.429/92.

    "Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário (...)

    IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado;"

    Assim sendo, aplicáveis seriam as sanções vazadas no art. 12, II, do mesmo diploma legal, in verbis:

    "Art. 12. Independentemente do ressarcimento integral do dano patrimonial, se efetivo, e das sanções penais comuns e de responsabilidade, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:  

    (...)

    II - na hipótese do art. 10 desta Lei, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até 12 (doze) anos, pagamento de multa civil equivalente ao valor do dano e proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 12 (doze) anos;" 

    Da leitura deste preceito legal, analisemos as opções:

    a) Errado:

    A sanção cabível não é de perda dos direitos políticos, mas sim de suspensão de tais direitos por até 12 anos.

    b) Errado:

    A teor do caput de tal dispositivo, o ressarcimento dos danos deve ser integral, e não até a terça parte, conforme foi sustentado pela Banca, equivocadamente.

    c) Errado:

    Este item correspondia à resposta da questão, porquanto era nesse sentido o teor do art. 12, II, da Lei 8.429/92.

    No entanto, a redação em vigor foi modificada, de modo que a multa civil, atualmente prevista, deve equivaler ao dano causado, não mais podendo ser fixada em montante correspondente ao dobro do dano, consoante encontrava-se estabelecido na norma anterior.

    d) Errado:

    A proibição de contratar com o Poder Público, na redação atual da norma, está cominada em até 12 anos, de modo que está errado aduzir, peremptoriamente, que deva ser fixada em 10 anos, tal como constou deste item da questão.

    Gabarito do professor: sem resposta

    Gabarito da Banca: C

    Autor: Rafael Pereira, Juiz Federal - TRF da 2ª Região


ID
5437453
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Prefeitura de Colômbia - SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Biologia
Assuntos

A célula animal é composta por membranas externa e interna que a divide em compartimentos, fornecendo meios diferentes que facilitam as funções metabólicas específicas. Além disso, apresenta três tipos principais de junções intercelulares. Sobre estas junções, analise as afirmativas a seguir.
I. Funciona como rebite unindo as células em camadas fortes.
II. Necessárias para a comunicação entre células em vários tipos de tecidos.
III. Estabelece uma barreira que previne a perda do líquido extracelular, através da camada de células epiteliais.
IV. Fornece canais citoplasmáticos de uma célula para outra célula adjacente.
V. As membranas plasmáticas das células vizinhas estão firmemente pressionadas umas contra as outras por proteínas específicas.
Quais alternativas se referem às junções comunicantes?

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: B

  • Junções intercelulares das células animais:

    Desmossomos: forma de disco e possuem a função de ancorar uma célula a outra. 

    Junções aderentes: semelhantes aos desmossomos, função de ancoragem.

    Junções comunicantes:  formas e tamanhos variados, é possível observar a presença de canais citoplasmáticos que vão de uma célula a outra. Nessas junções, percebe-se a presença de proteínas de membrana que envolvem um poro, garantindo, assim, a passagem de substâncias como íons, aminoácidos e açúcares, sem que essas substâncias passem pelo meio extracelular.


ID
5437459
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Prefeitura de Colômbia - SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Física
Assuntos

Se uma pessoa deixar uma chapa de ferro sobre fogo alto por cinco minutos e, logo após, borrifar água em cima da chapa, irá observar que as gotículas “pularão” e desaparecerão em contato com a superfície ultra-aquecida. Qual a mudança de estado físico foi observada por esta pessoa?

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: B

  • Ebulição é a transformação física endotérmica que ocorre quando uma substância passa do estado líquido para o estado gasoso. Exemplo: a fervura da água

    Calefação é a vaporização que ocorre quando um líquido entra em contato com uma superfície que se encontra a uma temperatura muito maior que a temperatura de ebulição do líquido. Exemplo: quando jogamos algumas gotas de água em uma chapa muito aquecida.

    Evaporação é um fenômeno no qual a substância no estado líquido ganham energia suficiente para passar ao estado gasoso. Exemplo: A roupa que seca no varal

    Sublimação é a mudança do estado sólido para o estado gasoso, sem passar pelo estado líquido. Exemplo Gelo seco.


ID
5437462
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Prefeitura de Colômbia - SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Química
Assuntos

Um ânion cloreto (Cl) tem 17 prótons e 18 nêutrons e um cátion sódio (Na+) tem 11 prótons e 12 nêutrons. Quantos elétrons terão o Cl e o Na+ , respectivamente?

Alternativas
Comentários
  • No estado fundamental o cloro possui 17 elétrons, semelhante à quantidade de prótons, como ele está na condição de anion, com a carga negativa, então ele recebe um elétron e passa a ter 18 elétrons. Já o sódio (Na) possui 11 elétrons, também semelhante a sua quantidade de prótons, como ele está na condição de  cátion sódio (Na) a carga positiva indica que ele perdeu um elétron, ficando então com 10 elétrons.

     

    Resposta: LETRA C – 18 E 10

  • Ânion - ganha elétron

    Cation - perde

  • Z: N° PROTÓNS

    Z = N° PROTÓNS = ELÉTRONS

    Cl-

    p = 17

    por ser ânio (carga -), ganhou um eletron

    p = 18

    Na+

    p = 11

    por ser cátion (carga +), perdeu um eletron

    p = 10


ID
5437465
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Prefeitura de Colômbia - SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Biologia
Assuntos

A espécie petauro do açúcar é um tipo marsupial australiano, superficialmente parecido com os esquilos voadores eutérios planadores que vivem nas florestas da América do Norte. Porém, o pentauro do açúcar apresenta outras características que o tornam um marsupial muito mais próximo de cangurus e demais marsupiais do que dos esquilos voadores e demais eutérios. A compreensão sobre a evolução pode explicar tais observações. Embora estas espécies tenham evoluído independentemente de ancestrais distintos, os dois mamíferos se adaptaram a ambientes similares de modo parecido. Trata-se de um exemplo de espécies que compartilham características por evolução:

Alternativas
Comentários
  • Ancestrais diferentes e mesmas pressões seletivas são exemplos de convergência e analigia

  • Homologia: mesma origem embriológica de estruturas de diferentes organismos, sendo que essas estruturas podem ter ou não a mesma função. As estruturas homólogas sugerem ancestralidade comum. Analogia: refere-se à semelhança morfológica entre estruturas, em função de adaptação à execução da mesma função.

  • Gabarito LETRA C

  • Homologia: mesma origem embriológica de estruturas de diferentes organismos, sendo que essas estruturas podem ter ou não a mesma função. As estruturas homólogas sugerem ancestralidade comum.

    Euthéria, metathéria e prothéria compartilham um ancestral comum?

    Subclasse Theria

    Infraclasse Marsupialia

    Infraclasse Placentalia

  • C


ID
5437468
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Prefeitura de Colômbia - SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Biologia
Assuntos

As vitaminas são moléculas orgânicas e necessárias na dieta em quantidades muito pequenas. Elas têm funções diversas e muito importantes para o organismo humano. Em relação à vitamina B12, conhecida também por Cobalamina, sua principal função no corpo humano é:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito C

    A Vitamina B12, também conhecida como Cobalamina, desempenha uma série de funções essenciais para o nosso organismo, sendo importante para, entre outras coisas, manter o metabolismo em funcionamento. Se trata de um nutriente que tem, entre suas funções, a produção de glóbulos vermelhos no sangue.

    • Vitamina B12 (cobalamina): está relacionada com a produção de eritrócitos, atua em células nervosas e equilíbrio hormonal. Sua ausência pode causar problemas neurológicos, anemia, perda de equilíbrio e dormências.

    A vitamina B12 possui ação sobre as células do sistema nervoso, da medula óssea e do trato gastrointestinal, exercendo importantes funções, como síntese de ácidos nucleicos (DNA e RNA, assim como o ácido fólico ou folato), formação de hemácias (essencial na eritropoiese) e manutenção do tecido nervoso. Esta vitamina participa também do metabolismo de carboidratos, gorduras e proteínas


ID
5437471
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Prefeitura de Colômbia - SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Biologia
Assuntos

Se perto de uma população original de flores silvestres existisse outra população formada, principalmente, por espécies com flores brancas (CwCw), e caso insetos carregando o pólen destas plantas voassem e polinizassem a população original, introduzindo o alelo Cw, ocorreria uma modificação das frequências alélicas da população original na próxima geração. Isso ocorre devido:

Alternativas
Comentários
  • Se ao estarem isoladas duas populações tendem a se diferenciar por deriva genética, o fluxo gênico cessa o isolamento e promove a homogeneização em uma única população.

    Alternativa D

  • Pool gênico é o conjunto de todos os alelos de uma determinada população ou espécie que num dado momento ocupa uma determinada área geográfica, em que seus indivíduos trocam livremente entre si os seus genes, e que formarão a base para o fundo genético da geração seguinte

  • A - A modificação das frequências alélicas a que se refere a questão independe da adaptabilidade das espécies, considerando que ambas coexistem no ambiente.

    B - A deriva gênica tende a aumentar as diferenças entre populações separadas (principalmente pequenas), ocorrendo por acaso constantes mutações, seleções, diferenciação e especiação. Pode acontecer quando o tamanho de uma população reduz-se drasticamente em uma geração (efeito gargalo) ou quando surge uma população nova a partir de poucos indivíduos fundadores (efeito fundador).

    C - As Flores brancas possivelmente são menos adaptadas e apresentam menos resistência ao ambiente, comparadas às flores silvestres (nascem espontaneamente e, portanto, são mais adaptadas).

    D - O fluxo gênico reduz diferenças genéticas entre populações, podendo combinar estas duas populações em uma só com um pool gênico comum (CORRETO). No fluxo gênico (migração) ocorre a migração de espécies ou de seus genes para outra população. Ou seja, o fluxo gênico entre diferentes populações faz com que se aumente a semelhança genética entre elas, diminuindo, assim, a chance do surgimento de uma nova espécie (especiação), sendo contrário ao que ocorre na deriva gênica.


ID
5437474
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Prefeitura de Colômbia - SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Biologia
Assuntos

O HCl e a pepsina são os dois componente do suco gástrico utilizados na digestão química. O ácido clorídrico (HCl) tem a função de romper a matriz extracelular que une as células na carne e no material vegetal, enquanto a pepsina rompe as ligações peptídicas, clivando as proteínas em polipeptídeos menores. As formas inativas destes dois componentes são produzidos por dois tipos de células presentes nas glândulas gástricas do estômago. Em relação a tais células, é correto afirmar que:

Alternativas
Comentários
  • As duas células em questão são as células principais (células pépticas ou zimogênicas), chamadas células-chefe no enunciado e as Células parietais (células oxínticas).

    As células principais secretam uma proenzima, o pepsinogênio, sendo rapidamente convertido em pepsina apos sua secreção no ambiente ácido do estômago.

    As células parietais quando estimuladas, suas estruturas tubulares se fundem com a membrana celular e forma um canalículo que aumenta a superfície celular. Elas secretam H+ e Cl-.

    O íon H+ origina-se da dissociação do H2CO3 (ácido carbônico) produzido pela ação da enzima anidrase carbônica, uma enzima abundante nas células parietais. Uma vez produzido, o H2CO3 se dissocia no citoplasma, formando H+ e HCO3

    – .

    A célula ativa também secreta KCl para o canalículo, que se dissocia em K+ e Cl–; e o K+ é trocado por H+ pela ação da bomba H+/K+ ATPase, enquanto o Cl– forma HCl. A existência de mitocôndrias abundantes nas células parietais indica que seus processos metabólicos, particularmente o bombeamento de H+/K+, consomem muita energia.

    (Fonte: Histologia, Junqueira e Carneiro, 12ª edição)

    --------------------------------------------------------------------------------------------

    A As células-chefe liberam pepsinogênio e íons de cloro no lume. (errado- são as céls. parietais)

    B As células parietais utilizam uma bomba de ATP para expelir íons hidrogênio no lume. (correta)

    C As células parietais liberam pepsina no lume em uma forma inativa denominada pepsinogênio. (errado- são as céls-chefe)

    D Íons cloro se difundem para o lume mediante canais específicos de membrana das células-chefe. (errado- são as céls parietais).

    Com isso, a Alternativa B contempla a informação correta sobre essas células.

  • Parietais ....acido....HCL

    Chefe....pepsinogenio


ID
5440123
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Prefeitura de Colômbia - SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O sentido maior
   Quando eu era jovem, um padre dava aulas sobre Tomás de Aquino (1225-1274), doutor da igreja e teólogo global. O tema eram as cinco provas da existência de Deus. Após a exposição, o jesuíta contou, como arremate de uma boa aula, um caso sobre o doutor angélico. Disse que, após o italiano ter escrito coisas profundas e enormes sobre a divindade, teve um êxtase místico e, segundo a narrativa, uma compreensão de Deus além da Razão, além da Escolástica, além de Aristóteles e de toda a gramática possível de um cérebro humano. Ao sair da “divina possessão”, ele emudeceu e resistiu a continuar escrevendo sua já famosa obra. Motivo? Para ele, após o contato com Deus na forma direta que os místicos vivem, o que ele escrevera sob o rigor acadêmico e com base erudita, parecia- -lhe superficial, fraco, pífio, irrelevante e tão distante do que experimentara que ficou abatido. Bem, antes de partir precocemente do mundo, Tomás terminou ditando comentários ao Cântico dos Cânticos, o poema amoroso salomônico que possui dezenas de interpretações. Curioso que a última obra do grande intelectual católico seja sobre o amor. 
   A história narrada traz uma questão que sempre me assombrou. Em todos os campos, inúmeras pessoas ao meu redor falam de uma densidade maior atrás do simples discurso ou do sentimento imediato. Sim, você pode ler os mais refinados teólogos, porém, sempre serão pálida sombra do objeto sagrado em si. O mesmo valeria para as emoções humanas como o amor. Romeu indica várias vezes a Julieta (e é correspondido) que as palavras são irrelevantes, que o que eles sentem está além da expressão delas. Já vi discursos semelhantes sobre arte e até sexo. Haveria uma densidade, uma complexidade, algo tão imenso que tudo o que eu possa expressar seria incompleto.
   Sempre desconfiei um pouco da afirmação sobre a densidade extraordinária que tornaria as coisas indizíveis. Por vezes acho que devo ter uma capacidade melhor de expressão ou uma capacidade menor de sentir. Um dos itens explica o fato de eu achar que as coisas são no limite do que consigo expressar e que não possuem uma película que esconde o “mais além” de uma metafísica absoluta.
   A leitura de boas obras sempre me pareceu muito prazerosa, muito, exatamente porque as ideias, a estética da escrita, o encadeamento de personagens ou de fatos e as soluções dos bons autores me seduzem. Uma taça boa de vinho ou uma noite amorosa são extraordinárias pelo que são em si, pelo prazer ali contido, pelas papilas gustativas agraciadas, pelos hormônios atiçados, pelos disparos de adrenalina e outras coisas. Não perco a consciência, não letivo, não transfiguro, não tenho êxtase: apenas gosto e sinto o motivo de eu gostar, alguns surpreendentes. Seria bom em descrever ou ruim em sentir de forma mais densa? Faltaria metafísica ou abundaria consciência? A descrição que alguns fazem de suas experiências sempre me pareceu fascinante e sedutora e profundamente distante do plano no qual eu sinto. Idiossincrasia? Couraça racional? Seria lucidez ou secura? Nunca saberei de fato, mas o vinho sempre pareceu bom, o texto fascinante, o sexo envolvente, o afeto belo, a boa música avassaladora e a paisagem produtora de paz interna. Já chorei de alegria diante de experiências lindas como um quadro que eu desejava conhecer ou quando desci ao Grand Canyon nos Estados Unidos. Eram lágrimas provocadas pela emoção de beleza, uma invasão positiva de muitos bons sentimentos que antigas expectativas estimularam. Era emoção, não transcendência que me derrubasse ao solo impactado pelo eterno. Vários filósofos chamaram isso de maravilhar-se, uma suspensão momentânea da racionalidade junto de incapacidade de narrar o experienciado. Mas, passado alguns instantes, recuperamos a lógica narrativa. Eu estava feliz porque era bom estar ali, porque eu desejara estar ali, porque eu me preparara para estar ali e porque, enfim estando, se fechava um ciclo de ansiedadedesejo-prazer produzindo o momento único e... lacrimoso. Foi muito bom, excelente até, todavia foi aquilo e eu posso descrever o início, o meio e o fim daquele instante. Por vezes lembro-me da experiência de um “banho xamânico” em Oaxaca, no México. A guia da experiência dizia que aspirássemos as plantas naquela sauna e que imaginássemos a luz lilás sobre nós. Aluno fiel, eu aspirava a planta acre que ela jogara às brasas e imaginava a luz lilás. Ao final de meia hora de exercício imaginativo, ela me perguntou o que eu tinha sentido e eu disse: “Um cheiro forte dessa planta”. Ela insistia: “E?”. “Só”, eu respondia à desolada senhora. Eu sentira o cheiro e imaginara a luz. Foi minha experiência xamânica. Na verdade, é minha experiência de vida. As coisas são no limite do que existem, sem energias ou algo muito mais denso escondido pelo véu do discurso. Onde alguns descrevem alguém de “energia pesada”, eu vejo um chato agressivo. Não há uma “aura”, apenas frases desagradáveis ou reclamações incessantes. Onde identificam “vampiros de energia” eu vejo alguém irritante. Seria a mesma coisa? Volto ao que eu sinto (sem fazer disso uma definição de valor universal): as coisas são no limite do que existem. Dou a elas sentido, simbolismo, signos aleatórios e que dependem da minha imaginação, sem “energia”. Essa é imensa solidão da consciência, ou, ao menos, da minha consciência. Uma boa semana para todos.
(KARNAL, Leandro. Sentido maior. O Estado de São Paulo, São Paulo,
19/01/2020. Caderno 2, p. C2.)

É correto afirmar que o título do texto:

Alternativas

ID
5440444
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Prefeitura de Colômbia - SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O sentido maior
   Quando eu era jovem, um padre dava aulas sobre Tomás de Aquino (1225-1274), doutor da igreja e teólogo global. O tema eram as cinco provas da existência de Deus. Após a exposição, o jesuíta contou, como arremate de uma boa aula, um caso sobre o doutor angélico. Disse que, após o italiano ter escrito coisas profundas e enormes sobre a divindade, teve um êxtase místico e, segundo a narrativa, uma compreensão de Deus além da Razão, além da Escolástica, além de Aristóteles e de toda a gramática possível de um cérebro humano. Ao sair da “divina possessão”, ele emudeceu e resistiu a continuar escrevendo sua já famosa obra. Motivo? Para ele, após o contato com Deus na forma direta que os místicos vivem, o que ele escrevera sob o rigor acadêmico e com base erudita, parecia- -lhe superficial, fraco, pífio, irrelevante e tão distante do que experimentara que ficou abatido. Bem, antes de partir precocemente do mundo, Tomás terminou ditando comentários ao Cântico dos Cânticos, o poema amoroso salomônico que possui dezenas de interpretações. Curioso que a última obra do grande intelectual católico seja sobre o amor.
   A história narrada traz uma questão que sempre me assombrou. Em todos os campos, inúmeras pessoas ao meu redor falam de uma densidade maior atrás do simples discurso ou do sentimento imediato. Sim, você pode ler os mais refinados teólogos, porém, sempre serão pálida sombra do objeto sagrado em si. O mesmo valeria para as emoções humanas como o amor. Romeu indica várias vezes a Julieta (e é correspondido) que as palavras são irrelevantes, que o que eles sentem está além da expressão delas. Já vi discursos semelhantes sobre arte e até sexo. Haveria uma densidade, uma complexidade, algo tão imenso que tudo o que eu possa expressar seria incompleto.
   Sempre desconfiei um pouco da afirmação sobre a densidade extraordinária que tornaria as coisas indizíveis. Por vezes acho que devo ter uma capacidade melhor de expressão ou uma capacidade menor de sentir. Um dos itens explica o fato de eu achar que as coisas são no limite do que consigo expressar e que não possuem uma película que esconde o “mais além” de uma metafísica absoluta.
   A leitura de boas obras sempre me pareceu muito prazerosa, muito, exatamente porque as ideias, a estética da escrita, o encadeamento de personagens ou de fatos e as soluções dos bons autores me seduzem. Uma taça boa de vinho ou uma noite amorosa são extraordinárias pelo que são em si, pelo prazer ali contido, pelas papilas gustativas agraciadas, pelos hormônios atiçados, pelos disparos de adrenalina e outras coisas. Não perco a consciência, não letivo, não transfiguro, não tenho êxtase: apenas gosto e sinto o motivo de eu gostar, alguns surpreendentes. Seria bom em descrever ou ruim em sentir de forma mais densa?  Faltaria metafísica ou abundaria consciência? A descrição que alguns fazem de suas experiências sempre me pareceu fascinante e sedutora e profundamente distante do plano no qual eu sinto. Idiossincrasia? Couraça racional? Seria lucidez ou secura? Nunca saberei de fato, mas o vinho sempre pareceu bom, o texto fascinante, o sexo envolvente, o afeto belo, a boa música avassaladora e a paisagem produtora de paz interna. Já chorei de alegria diante de experiências lindas como um quadro que eu desejava conhecer ou quando desci ao Grand Canyon nos Estados Unidos. Eram lágrimas provocadas pela emoção de beleza, uma invasão positiva de muitos bons sentimentos que antigas expectativas estimularam. Era emoção, não transcendência que me derrubasse ao solo impactado pelo eterno. Vários filósofos chamaram isso de maravilhar-se, uma suspensão momentânea da racionalidade junto de incapacidade de narrar o experienciado. Mas, passado alguns instantes, recuperamos a lógica narrativa. Eu estava feliz porque era bom estar ali, porque eu desejara estar ali, porque eu me preparara para estar ali e porque, enfim estando, se fechava um ciclo de ansiedade-desejo-prazer produzindo o momento único e... lacrimoso. Foi muito bom, excelente até, todavia foi aquilo e eu posso descrever o início, o meio e o fim daquele instante. Por vezes lembro-me da experiência de um “banho xamânico” em Oaxaca, no México. A guia da experiência dizia que aspirássemos as plantas naquela sauna e que imaginássemos a luz lilás sobre nós. Aluno fiel, eu aspirava a planta acre que ela jogara às brasas e imaginava a luz lilás. Ao final de meia hora de exercício imaginativo, ela me perguntou o que eu tinha sentido e eu disse: “Um cheiro forte dessa planta”. Ela insistia: “E?”. “Só”, eu respondia à desolada senhora. Eu sentira o cheiro e imaginara a luz. Foi minha experiência xamânica. Na verdade, é minha experiência de vida. As coisas são no limite do que existem, sem energias ou algo muito mais denso escondido pelo véu do discurso. Onde alguns descrevem alguém de “energia pesada”, eu vejo um chato agressivo. Não há uma “aura”, apenas frases desagradáveis ou reclamações incessantes. Onde identificam “vampiros de energia” eu vejo alguém irritante. Seria a mesma coisa? Volto ao que eu sinto (sem fazer disso uma definição de valor universal): as coisas são no limite do que existem. Dou a elas sentido, simbolismo, signos aleatórios e que dependem da minha imaginação, sem “energia”. Essa é imensa solidão da consciência, ou, ao menos, da minha consciência. Uma boa semana para todos.
(KARNAL, Leandro. Sentido maior. O Estado de São Paulo, São Paulo,
19/01/2020. Caderno 2, p. C2.)

No primeiro parágrafo, como estratégia de introdução, o autor:

Alternativas

ID
5440447
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Prefeitura de Colômbia - SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O sentido maior
   Quando eu era jovem, um padre dava aulas sobre Tomás de Aquino (1225-1274), doutor da igreja e teólogo global. O tema eram as cinco provas da existência de Deus. Após a exposição, o jesuíta contou, como arremate de uma boa aula, um caso sobre o doutor angélico. Disse que, após o italiano ter escrito coisas profundas e enormes sobre a divindade, teve um êxtase místico e, segundo a narrativa, uma compreensão de Deus além da Razão, além da Escolástica, além de Aristóteles e de toda a gramática possível de um cérebro humano. Ao sair da “divina possessão”, ele emudeceu e resistiu a continuar escrevendo sua já famosa obra. Motivo? Para ele, após o contato com Deus na forma direta que os místicos vivem, o que ele escrevera sob o rigor acadêmico e com base erudita, parecia- -lhe superficial, fraco, pífio, irrelevante e tão distante do que experimentara que ficou abatido. Bem, antes de partir precocemente do mundo, Tomás terminou ditando comentários ao Cântico dos Cânticos, o poema amoroso salomônico que possui dezenas de interpretações. Curioso que a última obra do grande intelectual católico seja sobre o amor.
   A história narrada traz uma questão que sempre me assombrou. Em todos os campos, inúmeras pessoas ao meu redor falam de uma densidade maior atrás do simples discurso ou do sentimento imediato. Sim, você pode ler os mais refinados teólogos, porém, sempre serão pálida sombra do objeto sagrado em si. O mesmo valeria para as emoções humanas como o amor. Romeu indica várias vezes a Julieta (e é correspondido) que as palavras são irrelevantes, que o que eles sentem está além da expressão delas. Já vi discursos semelhantes sobre arte e até sexo. Haveria uma densidade, uma complexidade, algo tão imenso que tudo o que eu possa expressar seria incompleto.
   Sempre desconfiei um pouco da afirmação sobre a densidade extraordinária que tornaria as coisas indizíveis. Por vezes acho que devo ter uma capacidade melhor de expressão ou uma capacidade menor de sentir. Um dos itens explica o fato de eu achar que as coisas são no limite do que consigo expressar e que não possuem uma película que esconde o “mais além” de uma metafísica absoluta.
   A leitura de boas obras sempre me pareceu muito prazerosa, muito, exatamente porque as ideias, a estética da escrita, o encadeamento de personagens ou de fatos e as soluções dos bons autores me seduzem. Uma taça boa de vinho ou uma noite amorosa são extraordinárias pelo que são em si, pelo prazer ali contido, pelas papilas gustativas agraciadas, pelos hormônios atiçados, pelos disparos de adrenalina e outras coisas. Não perco a consciência, não letivo, não transfiguro, não tenho êxtase: apenas gosto e sinto o motivo de eu gostar, alguns surpreendentes. Seria bom em descrever ou ruim em sentir de forma mais densa?  Faltaria metafísica ou abundaria consciência? A descrição que alguns fazem de suas experiências sempre me pareceu fascinante e sedutora e profundamente distante do plano no qual eu sinto. Idiossincrasia? Couraça racional? Seria lucidez ou secura? Nunca saberei de fato, mas o vinho sempre pareceu bom, o texto fascinante, o sexo envolvente, o afeto belo, a boa música avassaladora e a paisagem produtora de paz interna. Já chorei de alegria diante de experiências lindas como um quadro que eu desejava conhecer ou quando desci ao Grand Canyon nos Estados Unidos. Eram lágrimas provocadas pela emoção de beleza, uma invasão positiva de muitos bons sentimentos que antigas expectativas estimularam. Era emoção, não transcendência que me derrubasse ao solo impactado pelo eterno. Vários filósofos chamaram isso de maravilhar-se, uma suspensão momentânea da racionalidade junto de incapacidade de narrar o experienciado. Mas, passado alguns instantes, recuperamos a lógica narrativa. Eu estava feliz porque era bom estar ali, porque eu desejara estar ali, porque eu me preparara para estar ali e porque, enfim estando, se fechava um ciclo de ansiedade-desejo-prazer produzindo o momento único e... lacrimoso. Foi muito bom, excelente até, todavia foi aquilo e eu posso descrever o início, o meio e o fim daquele instante. Por vezes lembro-me da experiência de um “banho xamânico” em Oaxaca, no México. A guia da experiência dizia que aspirássemos as plantas naquela sauna e que imaginássemos a luz lilás sobre nós. Aluno fiel, eu aspirava a planta acre que ela jogara às brasas e imaginava a luz lilás. Ao final de meia hora de exercício imaginativo, ela me perguntou o que eu tinha sentido e eu disse: “Um cheiro forte dessa planta”. Ela insistia: “E?”. “Só”, eu respondia à desolada senhora. Eu sentira o cheiro e imaginara a luz. Foi minha experiência xamânica. Na verdade, é minha experiência de vida. As coisas são no limite do que existem, sem energias ou algo muito mais denso escondido pelo véu do discurso. Onde alguns descrevem alguém de “energia pesada”, eu vejo um chato agressivo. Não há uma “aura”, apenas frases desagradáveis ou reclamações incessantes. Onde identificam “vampiros de energia” eu vejo alguém irritante. Seria a mesma coisa? Volto ao que eu sinto (sem fazer disso uma definição de valor universal): as coisas são no limite do que existem. Dou a elas sentido, simbolismo, signos aleatórios e que dependem da minha imaginação, sem “energia”. Essa é imensa solidão da consciência, ou, ao menos, da minha consciência. Uma boa semana para todos.
(KARNAL, Leandro. Sentido maior. O Estado de São Paulo, São Paulo,
19/01/2020. Caderno 2, p. C2.)

A descrição é considerada por alguns teóricos da Língua Portuguesa como um tipo textual que serve para indicar as impressões e as características de um objeto, pessoa, animal, lugar, acontecimento. No texto em questão, o autor defende que a descrição verbal:

Alternativas

ID
5440498
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Prefeitura de Colômbia - SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

A educação não é um processo neutro, pois se acha comprometida com o espaço político e econômico, com uma ideologia que se impõe acima da vontade humana perfazendo todos os anseios da classe dominante. Neste contexto, a função social da escola é, EXCETO:

Alternativas

ID
5440507
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Prefeitura de Colômbia - SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

A década de 1960 será marcada pelas últimas experiências de renovação pedagógica, sob a égide da concepção humanista moderna, expressas nos ginásios vocacionais e em escolas experimentais. Em termos alternativos surge, nessa década, a concepção pedagógica:

Alternativas

ID
5440522
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Prefeitura de Colômbia - SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Legislação Municipal
Assuntos

Marcelo, servidor público de longa data do município do Colômbia/SP, perdeu o seu sobrinho em um trágico acidente de carro. De acordo com a Lei Municipal nº 639, de 3 de novembro de 1993, Marcelo terá direito a licença nojo?

Alternativas