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Prova VUNESP - 2021 - EsFCEx - Magistério em Português


ID
5455699
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Mesa farta


    A alimentação, além de necessidade biológica, é um complexo sistema simbólico de significados sociais. Em “A Divina Comédia”, Dante* definiu a fome como o pior desastre. Ele sabia do que falava, pois viu a Europa ser varrida pela Peste Negra no século 14. O desespero levava pessoas a comer de tudo, muitas morrendo com a boca cheia de capim. Outro crucial evento histórico, a Revolução Francesa, teria sido detonado pela falta de comida.

    Nos séculos 16 e 17, os livros trazem justificativas médicas para o consumo de certos alimentos. É o caso das frutas. Antes servidas como “entradas” para acalmar o estômago, quando misturadas ao açúcar passam a sobremesas. É o momento em que o açúcar, anteriormente consumido como remédio, invade a Europa por força das exportações portuguesas. De especiaria, ele passa a aditivo de três bebidas que vão estourar na Europa: o chocolate, o café e o chá.

    O café, por exemplo, era recomendado pelo médico de dom João V, rei de Portugal, por sua capacidade de “confortar a memória e alegrar o ânimo”. Os cafés se multiplicaram e se tornaram lugares onde se bebia numa verdadeira liturgia: em silêncio, entre pessoas cultas, jogando damas ou cartas.

    A Europa dos séculos 16 ao 19 consumiu café, chá e chocolate acompanhados de bolos e outros doces, o que impulsionou o consumo de açúcar. Nascia, assim, a noção de gosto na culinária. Um saber sobre a cozinha se formalizava e livros especializados batiam os 300 mil exemplares.

    O comer tornou-se menos encher o estômago e mais escolher segundo o gosto. Certos alimentos passaram de um nível a outro: a batata, primeiramente servida aos porcos, depois de alimentar massas de camponeses, ganhou status de alimento fino, graças às receitas do chef francês Parmentier.

    Antigamente, o comer acontecia em momentos regrados e reunia pessoas em torno da mesa, com grande carga simbólica. Hoje, comemos abundante e individualmente. Nessa dinâmica, o lugar da televisão (ou celular) exerce fundamental importância. Em muitas casas e restaurantes, as pessoas comem na frente da TV, ou seja, ingerindo comida sem investimento simbólico, sem prazer de estar junto na descoberta da refeição.

    Em todas as esferas da vida, encontramos metáforas alimentares: em relação ao sexo, falamos na doçura do amor, em lua de mel e, em relação aos textos e aos livros, dizemos que podem ser saboreados, digeridos. Vale lembrar que saber e sabor são palavras derivadas do mesmo radical: sapere, ter gosto.

(Mary Del Priore. Aventuras na História. Julho de 2014. Adaptado)


* Dante Alighieri, escritor italiano.

O texto “Mesa farta” é do tipo

Alternativas
Comentários
  • Gab B

  • texto expositivo é aquele que tem o objetivo de apresentar um assunto ou acrescentar informações sobre determinado tema. Sua estrutura baseia-se na composição ou decomposição de um assunto, utilizando, para isso, explicações e dados de outras áreas, a fim de funcionar como um texto informativo. É importante, ainda, que o texto expositivo apresente dados verídicos e comprováveis.

    GABARITO: B


ID
5455702
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Mesa farta


    A alimentação, além de necessidade biológica, é um complexo sistema simbólico de significados sociais. Em “A Divina Comédia”, Dante* definiu a fome como o pior desastre. Ele sabia do que falava, pois viu a Europa ser varrida pela Peste Negra no século 14. O desespero levava pessoas a comer de tudo, muitas morrendo com a boca cheia de capim. Outro crucial evento histórico, a Revolução Francesa, teria sido detonado pela falta de comida.

    Nos séculos 16 e 17, os livros trazem justificativas médicas para o consumo de certos alimentos. É o caso das frutas. Antes servidas como “entradas” para acalmar o estômago, quando misturadas ao açúcar passam a sobremesas. É o momento em que o açúcar, anteriormente consumido como remédio, invade a Europa por força das exportações portuguesas. De especiaria, ele passa a aditivo de três bebidas que vão estourar na Europa: o chocolate, o café e o chá.

    O café, por exemplo, era recomendado pelo médico de dom João V, rei de Portugal, por sua capacidade de “confortar a memória e alegrar o ânimo”. Os cafés se multiplicaram e se tornaram lugares onde se bebia numa verdadeira liturgia: em silêncio, entre pessoas cultas, jogando damas ou cartas.

    A Europa dos séculos 16 ao 19 consumiu café, chá e chocolate acompanhados de bolos e outros doces, o que impulsionou o consumo de açúcar. Nascia, assim, a noção de gosto na culinária. Um saber sobre a cozinha se formalizava e livros especializados batiam os 300 mil exemplares.

    O comer tornou-se menos encher o estômago e mais escolher segundo o gosto. Certos alimentos passaram de um nível a outro: a batata, primeiramente servida aos porcos, depois de alimentar massas de camponeses, ganhou status de alimento fino, graças às receitas do chef francês Parmentier.

    Antigamente, o comer acontecia em momentos regrados e reunia pessoas em torno da mesa, com grande carga simbólica. Hoje, comemos abundante e individualmente. Nessa dinâmica, o lugar da televisão (ou celular) exerce fundamental importância. Em muitas casas e restaurantes, as pessoas comem na frente da TV, ou seja, ingerindo comida sem investimento simbólico, sem prazer de estar junto na descoberta da refeição.

    Em todas as esferas da vida, encontramos metáforas alimentares: em relação ao sexo, falamos na doçura do amor, em lua de mel e, em relação aos textos e aos livros, dizemos que podem ser saboreados, digeridos. Vale lembrar que saber e sabor são palavras derivadas do mesmo radical: sapere, ter gosto.

(Mary Del Priore. Aventuras na História. Julho de 2014. Adaptado)


* Dante Alighieri, escritor italiano.

De acordo com o conteúdo do texto, é correto afirmar que

Alternativas
Comentários

ID
5455705
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Mesa farta


    A alimentação, além de necessidade biológica, é um complexo sistema simbólico de significados sociais. Em “A Divina Comédia”, Dante* definiu a fome como o pior desastre. Ele sabia do que falava, pois viu a Europa ser varrida pela Peste Negra no século 14. O desespero levava pessoas a comer de tudo, muitas morrendo com a boca cheia de capim. Outro crucial evento histórico, a Revolução Francesa, teria sido detonado pela falta de comida.

    Nos séculos 16 e 17, os livros trazem justificativas médicas para o consumo de certos alimentos. É o caso das frutas. Antes servidas como “entradas” para acalmar o estômago, quando misturadas ao açúcar passam a sobremesas. É o momento em que o açúcar, anteriormente consumido como remédio, invade a Europa por força das exportações portuguesas. De especiaria, ele passa a aditivo de três bebidas que vão estourar na Europa: o chocolate, o café e o chá.

    O café, por exemplo, era recomendado pelo médico de dom João V, rei de Portugal, por sua capacidade de “confortar a memória e alegrar o ânimo”. Os cafés se multiplicaram e se tornaram lugares onde se bebia numa verdadeira liturgia: em silêncio, entre pessoas cultas, jogando damas ou cartas.

    A Europa dos séculos 16 ao 19 consumiu café, chá e chocolate acompanhados de bolos e outros doces, o que impulsionou o consumo de açúcar. Nascia, assim, a noção de gosto na culinária. Um saber sobre a cozinha se formalizava e livros especializados batiam os 300 mil exemplares.

    O comer tornou-se menos encher o estômago e mais escolher segundo o gosto. Certos alimentos passaram de um nível a outro: a batata, primeiramente servida aos porcos, depois de alimentar massas de camponeses, ganhou status de alimento fino, graças às receitas do chef francês Parmentier.

    Antigamente, o comer acontecia em momentos regrados e reunia pessoas em torno da mesa, com grande carga simbólica. Hoje, comemos abundante e individualmente. Nessa dinâmica, o lugar da televisão (ou celular) exerce fundamental importância. Em muitas casas e restaurantes, as pessoas comem na frente da TV, ou seja, ingerindo comida sem investimento simbólico, sem prazer de estar junto na descoberta da refeição.

    Em todas as esferas da vida, encontramos metáforas alimentares: em relação ao sexo, falamos na doçura do amor, em lua de mel e, em relação aos textos e aos livros, dizemos que podem ser saboreados, digeridos. Vale lembrar que saber e sabor são palavras derivadas do mesmo radical: sapere, ter gosto.

(Mary Del Priore. Aventuras na História. Julho de 2014. Adaptado)


* Dante Alighieri, escritor italiano.

As expressões destacadas contribuem, respectivamente, para dar intensidade às ideias e para estabelecer relação de causa na alternativa:

Alternativas
Comentários

ID
5455708
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Mesa farta


    A alimentação, além de necessidade biológica, é um complexo sistema simbólico de significados sociais. Em “A Divina Comédia”, Dante* definiu a fome como o pior desastre. Ele sabia do que falava, pois viu a Europa ser varrida pela Peste Negra no século 14. O desespero levava pessoas a comer de tudo, muitas morrendo com a boca cheia de capim. Outro crucial evento histórico, a Revolução Francesa, teria sido detonado pela falta de comida.

    Nos séculos 16 e 17, os livros trazem justificativas médicas para o consumo de certos alimentos. É o caso das frutas. Antes servidas como “entradas” para acalmar o estômago, quando misturadas ao açúcar passam a sobremesas. É o momento em que o açúcar, anteriormente consumido como remédio, invade a Europa por força das exportações portuguesas. De especiaria, ele passa a aditivo de três bebidas que vão estourar na Europa: o chocolate, o café e o chá.

    O café, por exemplo, era recomendado pelo médico de dom João V, rei de Portugal, por sua capacidade de “confortar a memória e alegrar o ânimo”. Os cafés se multiplicaram e se tornaram lugares onde se bebia numa verdadeira liturgia: em silêncio, entre pessoas cultas, jogando damas ou cartas.

    A Europa dos séculos 16 ao 19 consumiu café, chá e chocolate acompanhados de bolos e outros doces, o que impulsionou o consumo de açúcar. Nascia, assim, a noção de gosto na culinária. Um saber sobre a cozinha se formalizava e livros especializados batiam os 300 mil exemplares.

    O comer tornou-se menos encher o estômago e mais escolher segundo o gosto. Certos alimentos passaram de um nível a outro: a batata, primeiramente servida aos porcos, depois de alimentar massas de camponeses, ganhou status de alimento fino, graças às receitas do chef francês Parmentier.

    Antigamente, o comer acontecia em momentos regrados e reunia pessoas em torno da mesa, com grande carga simbólica. Hoje, comemos abundante e individualmente. Nessa dinâmica, o lugar da televisão (ou celular) exerce fundamental importância. Em muitas casas e restaurantes, as pessoas comem na frente da TV, ou seja, ingerindo comida sem investimento simbólico, sem prazer de estar junto na descoberta da refeição.

    Em todas as esferas da vida, encontramos metáforas alimentares: em relação ao sexo, falamos na doçura do amor, em lua de mel e, em relação aos textos e aos livros, dizemos que podem ser saboreados, digeridos. Vale lembrar que saber e sabor são palavras derivadas do mesmo radical: sapere, ter gosto.

(Mary Del Priore. Aventuras na História. Julho de 2014. Adaptado)


* Dante Alighieri, escritor italiano.

Assinale a alternativa em que o trecho reescrito mantém o sentido original do texto.

Alternativas
Comentários

ID
5455711
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Mesa farta


    A alimentação, além de necessidade biológica, é um complexo sistema simbólico de significados sociais. Em “A Divina Comédia”, Dante* definiu a fome como o pior desastre. Ele sabia do que falava, pois viu a Europa ser varrida pela Peste Negra no século 14. O desespero levava pessoas a comer de tudo, muitas morrendo com a boca cheia de capim. Outro crucial evento histórico, a Revolução Francesa, teria sido detonado pela falta de comida.

    Nos séculos 16 e 17, os livros trazem justificativas médicas para o consumo de certos alimentos. É o caso das frutas. Antes servidas como “entradas” para acalmar o estômago, quando misturadas ao açúcar passam a sobremesas. É o momento em que o açúcar, anteriormente consumido como remédio, invade a Europa por força das exportações portuguesas. De especiaria, ele passa a aditivo de três bebidas que vão estourar na Europa: o chocolate, o café e o chá.

    O café, por exemplo, era recomendado pelo médico de dom João V, rei de Portugal, por sua capacidade de “confortar a memória e alegrar o ânimo”. Os cafés se multiplicaram e se tornaram lugares onde se bebia numa verdadeira liturgia: em silêncio, entre pessoas cultas, jogando damas ou cartas.

    A Europa dos séculos 16 ao 19 consumiu café, chá e chocolate acompanhados de bolos e outros doces, o que impulsionou o consumo de açúcar. Nascia, assim, a noção de gosto na culinária. Um saber sobre a cozinha se formalizava e livros especializados batiam os 300 mil exemplares.

    O comer tornou-se menos encher o estômago e mais escolher segundo o gosto. Certos alimentos passaram de um nível a outro: a batata, primeiramente servida aos porcos, depois de alimentar massas de camponeses, ganhou status de alimento fino, graças às receitas do chef francês Parmentier.

    Antigamente, o comer acontecia em momentos regrados e reunia pessoas em torno da mesa, com grande carga simbólica. Hoje, comemos abundante e individualmente. Nessa dinâmica, o lugar da televisão (ou celular) exerce fundamental importância. Em muitas casas e restaurantes, as pessoas comem na frente da TV, ou seja, ingerindo comida sem investimento simbólico, sem prazer de estar junto na descoberta da refeição.

    Em todas as esferas da vida, encontramos metáforas alimentares: em relação ao sexo, falamos na doçura do amor, em lua de mel e, em relação aos textos e aos livros, dizemos que podem ser saboreados, digeridos. Vale lembrar que saber e sabor são palavras derivadas do mesmo radical: sapere, ter gosto.

(Mary Del Priore. Aventuras na História. Julho de 2014. Adaptado)


* Dante Alighieri, escritor italiano.

A respeito do terceiro parágrafo, é correto concluir que as aspas e os dois-pontos, respectivamente,

Alternativas
Comentários
  • A questão requer conhecimento acerca do emprego dos sinais de pontuação.

    Alternativa (A) incorreta - Não se trata de uma propaganda; não há ironia na observação da autora.

    Alternativa (B) incorreta - Apesar de ser uma observação do médico de dom João V, o trecho entre aspas não tem relação com estudos de medicina; retificação significa correção, o trecho após os dois-pontos não indica retificação do que fora dito antes.

    Alternativa (C) incorreta - Não se trata de um trecho incontestável sobre os efeitos do café, trata-se de uma constatação de um médico; não introduz uma suposição porque não se trata de uma alegação falsa tida como verdadeira.

    Alternativa (D) correta - destaca a afirmação que o médico de dom João V fez ao observar os efeitos do café, como essa afirmação é de outrem, o trecho deve vir entre aspas; descreve o modo como se bebia o café - em silêncio -, e os tipos das pessoas: cultas.

    Alternativa (E) incorreta - Não é uma descoberta, mas uma observação do médico de dom João V; não há oposição em relação ao que fora dito antes.

    Gabarito da professora: Letra D.

  • A questão requer conhecimento acerca do emprego dos sinais de pontuação.

    Alternativa (A) incorreta - Não se trata de uma propaganda; não há ironia na observação da autora.

    Alternativa (B) incorreta - Apesar de ser uma observação do médico de dom João V, o trecho entre aspas não tem relação com estudos de medicina; retificação significa correção, o trecho após os dois-pontos não indica retificação do que fora dito antes.

    Alternativa (C) incorreta - Não se trata de um trecho incontestável sobre os efeitos do café, trata-se de uma constatação de um médico; não introduz uma suposição porque não se trata de uma alegação falsa tida como verdadeira.

    Alternativa (D) correta - destaca a afirmação que o médico de dom João V fez ao observar os efeitos do café, como essa afirmação é de outrem, o trecho deve vir entre aspas; descreve o modo como se bebia o café - em silêncio -, e os tipos das pessoas: cultas.

    Alternativa (E) incorreta - Não é uma descoberta, mas uma observação do médico de dom João V; não há oposição em relação ao que fora dito antes.


ID
5455714
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Mesa farta


    A alimentação, além de necessidade biológica, é um complexo sistema simbólico de significados sociais. Em “A Divina Comédia”, Dante* definiu a fome como o pior desastre. Ele sabia do que falava, pois viu a Europa ser varrida pela Peste Negra no século 14. O desespero levava pessoas a comer de tudo, muitas morrendo com a boca cheia de capim. Outro crucial evento histórico, a Revolução Francesa, teria sido detonado pela falta de comida.

    Nos séculos 16 e 17, os livros trazem justificativas médicas para o consumo de certos alimentos. É o caso das frutas. Antes servidas como “entradas” para acalmar o estômago, quando misturadas ao açúcar passam a sobremesas. É o momento em que o açúcar, anteriormente consumido como remédio, invade a Europa por força das exportações portuguesas. De especiaria, ele passa a aditivo de três bebidas que vão estourar na Europa: o chocolate, o café e o chá.

    O café, por exemplo, era recomendado pelo médico de dom João V, rei de Portugal, por sua capacidade de “confortar a memória e alegrar o ânimo”. Os cafés se multiplicaram e se tornaram lugares onde se bebia numa verdadeira liturgia: em silêncio, entre pessoas cultas, jogando damas ou cartas.

    A Europa dos séculos 16 ao 19 consumiu café, chá e chocolate acompanhados de bolos e outros doces, o que impulsionou o consumo de açúcar. Nascia, assim, a noção de gosto na culinária. Um saber sobre a cozinha se formalizava e livros especializados batiam os 300 mil exemplares.

    O comer tornou-se menos encher o estômago e mais escolher segundo o gosto. Certos alimentos passaram de um nível a outro: a batata, primeiramente servida aos porcos, depois de alimentar massas de camponeses, ganhou status de alimento fino, graças às receitas do chef francês Parmentier.

    Antigamente, o comer acontecia em momentos regrados e reunia pessoas em torno da mesa, com grande carga simbólica. Hoje, comemos abundante e individualmente. Nessa dinâmica, o lugar da televisão (ou celular) exerce fundamental importância. Em muitas casas e restaurantes, as pessoas comem na frente da TV, ou seja, ingerindo comida sem investimento simbólico, sem prazer de estar junto na descoberta da refeição.

    Em todas as esferas da vida, encontramos metáforas alimentares: em relação ao sexo, falamos na doçura do amor, em lua de mel e, em relação aos textos e aos livros, dizemos que podem ser saboreados, digeridos. Vale lembrar que saber e sabor são palavras derivadas do mesmo radical: sapere, ter gosto.

(Mary Del Priore. Aventuras na História. Julho de 2014. Adaptado)


* Dante Alighieri, escritor italiano.

Os trechos “muitas morrendo com a boca cheia de capim” (1º parágrafo) e “o que impulsionou o consumo de açúcar” (4º parágrafo) podem ser substituídos, respectivamente e sem alteração de sentido, por:

Alternativas
Comentários
  • De sorte que= de maneira que


ID
5455717
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Mesa farta


    A alimentação, além de necessidade biológica, é um complexo sistema simbólico de significados sociais. Em “A Divina Comédia”, Dante* definiu a fome como o pior desastre. Ele sabia do que falava, pois viu a Europa ser varrida pela Peste Negra no século 14. O desespero levava pessoas a comer de tudo, muitas morrendo com a boca cheia de capim. Outro crucial evento histórico, a Revolução Francesa, teria sido detonado pela falta de comida.

    Nos séculos 16 e 17, os livros trazem justificativas médicas para o consumo de certos alimentos. É o caso das frutas. Antes servidas como “entradas” para acalmar o estômago, quando misturadas ao açúcar passam a sobremesas. É o momento em que o açúcar, anteriormente consumido como remédio, invade a Europa por força das exportações portuguesas. De especiaria, ele passa a aditivo de três bebidas que vão estourar na Europa: o chocolate, o café e o chá.

    O café, por exemplo, era recomendado pelo médico de dom João V, rei de Portugal, por sua capacidade de “confortar a memória e alegrar o ânimo”. Os cafés se multiplicaram e se tornaram lugares onde se bebia numa verdadeira liturgia: em silêncio, entre pessoas cultas, jogando damas ou cartas.

    A Europa dos séculos 16 ao 19 consumiu café, chá e chocolate acompanhados de bolos e outros doces, o que impulsionou o consumo de açúcar. Nascia, assim, a noção de gosto na culinária. Um saber sobre a cozinha se formalizava e livros especializados batiam os 300 mil exemplares.

    O comer tornou-se menos encher o estômago e mais escolher segundo o gosto. Certos alimentos passaram de um nível a outro: a batata, primeiramente servida aos porcos, depois de alimentar massas de camponeses, ganhou status de alimento fino, graças às receitas do chef francês Parmentier.

    Antigamente, o comer acontecia em momentos regrados e reunia pessoas em torno da mesa, com grande carga simbólica. Hoje, comemos abundante e individualmente. Nessa dinâmica, o lugar da televisão (ou celular) exerce fundamental importância. Em muitas casas e restaurantes, as pessoas comem na frente da TV, ou seja, ingerindo comida sem investimento simbólico, sem prazer de estar junto na descoberta da refeição.

    Em todas as esferas da vida, encontramos metáforas alimentares: em relação ao sexo, falamos na doçura do amor, em lua de mel e, em relação aos textos e aos livros, dizemos que podem ser saboreados, digeridos. Vale lembrar que saber e sabor são palavras derivadas do mesmo radical: sapere, ter gosto.

(Mary Del Priore. Aventuras na História. Julho de 2014. Adaptado)


* Dante Alighieri, escritor italiano.

Considere o texto.


    Café, chocolate e chá tornaram-se bebidas muito apreciadas quando _______o açúcar. Já as frutas, alguns estudiosos _________ , até então, apenas um remédio; porém, associadas ao açúcar, passaram a saborosas sobremesas.


De acordo com a colocação dos pronomes e com o emprego do sinal indicativo de crase determinados pela norma-padrão, as lacunas desse texto devem ser preenchidas, respectivamente, por:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito letra B.

    Não há crase diante de PRONOMES. Logo, eliminamos A, C e D.

    Colocação pronominal: depois de ADO/IDO nada é metido! Eliminamos a E.

    **Quando há um verbos terminados em M, ÃO, ÕE ---> colocação em -no, -na, -nos, -nas.

    abraço, bons estudos

  • Quinta vez que vejo essa questão na lista de crase, Qconcursos tem milhões de questões e a metade é repetida

  • Regra geral: a crase não ocorrerá quando o termo anterior não exigir preposição, também não vai haver crase quando, mesmo ocorrendo a exigência de preposição o termo posterior não admitir artigo.

    Regra especial: antes de pronome pessoal (reto ou oblíquo);

    Ex.: A criança obedeceu a ela. => A criança obedeceu a ele.


ID
5455723
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Adotou-se a convenção de dividir o movimento em fases distintas, abrangendo o “bandeirismo defensivo”, o apresamento, o movimento colonizador, as atividades mercenárias e a busca de metais e pedras preciosas. Contudo, apesar dos pretextos e resultados variados que marcaram a trajetória das expedições, a penetração dos sertões sempre girou em torno do mesmo motivo básico.

(John M. Monteiro, Negros da terra: índios e bandeirantes nas origens de São Paulo)


Para Monteiro, esse “motivo básico” das expedições dos bandeirantes foi

Alternativas
Comentários
  • A apresentação do livro NEGROS DA TERRA de John Manuel Monteiro, de onde foi retirado o trecho colocado na questão diz :
    “Colocando no centro do palco as populações indígenas e o contato diferenciado que mantinham com colonos e jesuítas, o historiador John Monteiro reinterpreta criticamente a formação da sociedade paulista entre os séculos XVI e XVIII.Com uma economia voltada prioritariamente para a arregimentação de mão-de-obra nativa e oscilando entre a abundância e a escassez de índios - os "negros da terra" -, os paulistas tiveram constantemente de redimensionar as suas atividades".


    Nesta apresentação é respondida, em certa medida, o que é entendido pelo autor como “motivo básico" para as expedições bandeirantes saídas a partir de São Paulo em direção ao interior do território.

    A bibliografia para o estudo do tema deve ser aquela que apresenta uma análise menos tradicional do tema Entradas e bandeira o Brasil Colonial que mostre seu papel na obtenção de mão de obra nativa para escravização nas regiões coloniais mais pobres , nas quais não havia condições de compra de africanos – sempre caros - para o trabalho escravo. Valem os manuais de História do Brasil como o História Concisa do Brasil, de Bóris Fausto. Entre as opções apresentadas uma indica este “motivo básico".

    A) CORRETA- Um dos objetivos mais importantes das bandeiras era o apresamento de nativos para o trabalho escravo em São Paulo e nas cercanias. 

    B) INCORRETA- A ampliação da ocupação do território colonial foi um dos efeitos do movimento bandeirante e não seu objetivo primordial. 

    C) INCORRETA- As Entradas até poderiam dificultar a formação de núcleos coloniais hispânicos, mas o conceito de “potentados" não se aplica, no que refere à sua construção tampouco à sua destruição. 

    D) INCORRETA- Não havia acordos entre Bandeirantes e religiosos. Muito pelo contrário. A ação dos religiosos protegia os nativos do apresamento e escravização por bandeirantes 

    E) INCORRETA- A área de concentração das entradas e bandeiras era o centro sul e não o norte que foi desbravado, acima de tudo, pelas reduções construídas por ordens religiosas. 

    Gabarito do Professor: Letra A.

ID
5455726
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Bem nas primeiras linhas da sua História geral das guerras angolas. (1681), Cadornega, o pai da historiografia angolista, menciona o “resgate de peças que servem de utilidade ao comércio, e com estes resgates se evitam não haver tantos açougues de carne humana, e instruídos na Fé de Nosso Senhor Jesus Cristo indo batizados e catequizados se embarcam para as partes do Brasil ou para outras que têm uso católico”.

(Luiz Felipe de Alencastro, O trato dos viventes:

formação do Brasil no Atlântico Sul. Texto adaptado)


Na sua manifestação, Cadornega parece

Alternativas
Comentários
  • Antonio de Oliveira de Cardonega era um militar e historiador português. Fixou residência em Luanda, onde faleceu em 1690. É o autor dos três volumes da Historia Geral das Guerras Angolanas. Os principais assuntos deste livro são as campanhas militares em Angola à época mas, também estão presentes os testemunhos de missionários católicos e da própria rainha Jinga. 

    O texto oferecido como suporte da questão demonstra a visão do militar português perante os negros africanos. Segundo ele, o objetivo é que eles sejam uteis e catequizados para servir em algum lugar católico. A historiografia europeia do século XVII e XVIII destacam os africanos como canibais de hábitos selvagens e tiranos cruéis. Esta figura criada dos negros africanos justificava a catequização para extinção de comportamentos tidos como "ruins", além de atribuir a culpa da escravidão aos chefes africanos. 

    A questão demanda, mais do que tudo, interpretação de texto. Pode ser considerada mais adequada à seleção de professores de História do que de Inglês. Não exige, porém, conhecimentos mais específicos da História de Angola. São suficientes conhecimentos sobre o escravismo entre os séculos XV e XIX, que trouxe milhares de africanos para o trabalho escravo no continente americano. 

    A) INCORRETA – Esta afirmativa está incorreta pois as pessoas eram capturadas em emboscadas ou eram prisioneiras de guerra. Depois disso poderiam ser comercializadas por seus senhores. Ou seja, o tráfico negreiro era uma iniciativa que ia ao encontro dos interesses das lideranças africanas. No entanto, é inegável a participação de comerciantes africanos na venda de africanos para escravização 

    B) INCORRETA – Esta afirmativa está incorreta pois os negros africanos que seriam escravizados não eram convencidos a ir trabalhar na América e sim forçados. 

    C) CORRETA – Esta justificativa está correta pois “salvar os povos africanos da antropofagia e das guerras entre tribos" foi o discurso utilizado pelos portugueses para corroborar o tráfico negreiro para a América. Lembrando que o trabalho como sacrifício também faz parte das boas obras que geram a salvação, segundo a fé católica.

    D) INCORRETA – Esta afirmativa está incorreta pois o Estado português estava associado à Igreja pelo sistema de regalismo. A expansão da fé cristã, a expansão territorial e o desenvolvimento caminhavam na mesma direção. Por vezes um justificava a existência do outro. 

    E) INCORRETA – Esta afirmativa está incorreta pois as práticas católicas da época corroboravam o uso das práticas escravistas. O discurso da Igreja Católica caminhava ao lado do discurso do Estado, na medida em que existia o sistema de regalismo no Estado Português.

    Gabarito do Professor: Letra C.

ID
5455729
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
História
Assuntos

As constantes reclamações, não só aquelas publicadas em periódicos da Corte, mas também as diversas cartas e petições enviadas para a Secretaria de Polícia da Província, informavam que os habitantes destes mocambos praticavam frequentes roubos na região, principalmente pirateando barcos, carregados de produtos, que navegavam os rios. Segundo as denúncias, os quilombolas usavam canoas – que mantinham escondidas nos manguezais dos inúmeros riachos afluentes do Iguaçu e Sarapuí — em seus assaltos e, “para evitarem os insultos dos salteadores – [quilombolas], alguns mestres daquelas lanchas têm pactuado com eles, pagando-lhes tributo de carne, farinha, etc.”. As dificuldades alegadas pelas autoridades para destruir os mocambos eram, entre outras, sua localização em regiões pantanosas de difícil acesso e a “conivência” com os quilombolas de comerciantes, taberneiros, cativos das plantações vizinhas, escravos remadores e lavradores.


(Flávio dos Santos Gomes, Quilombos do Rio de Janeiro no século XIX.

In: Flávio dos Santos Gomes e João José Reis (orgs.),

Liberdade por um fio: história dos quilombos no Brasil)


A partir do excerto, é correto afirmar que, em geral, as comunidades de escravos fugidos 

Alternativas
Comentários
  • A questão demanda, mais do que tudo, interpretação de texto. E, pode ser considerada mais adequada à seleção de professores de História do que de Inglês. Negros africanos foram trazidos compulsoriamente para serem escravizados na América Portuguesa.

    Entretanto, não havia uma relação passiva entre escravizados e seus senhores. As maneiras de resistir ao processo de escravização foram variadas, desde as pacíficas como o banzo e não engravidar até as mais violentas como a morte de senhores e capitães do mato, assim como as fugas. Os escravizados fugiam individual ou coletivamente. Agrupavam-se em quilombos ou mocambos. A palavra quilombo significava povoação. Já a palavra mocambo significava esconderijo. Nas documentações historiográficas, ambos os nomes eram utilizados para determinar um agrupamento de negros fugitivos, que se organizavam de acordo com suas lembranças de comunidades africanas 

    O quilombo também era um espaço político conectado com a sociedade colonial. A sua manutenção dependia da rede de informações, relações comerciais e política que os quilombolas mantinham. A sua alimentação básica era garantida pela agricultura de subsistência, o plantio de milho, mandioca, feijão, batata doce. As criações de galinhas e gado eram fruto das relações comerciais estabelecidas em cada região, com brancos e mulatos livres. Havia os negros que saqueavam para manter os proventos. Havia os que negociavam os saques, os que permaneciam nas fazendas para ajudar na rede de informações.

    A diversidade das relações para a manutenção do quilombo era muito ampla, mas não podemos esquecer que cada quilombo possuía as suas peculiaridades regionais e as individualidades da sua própria população. 

    A) INCORRETA- Esta afirmativa está incorreta pois verificou-se nos quilombos plantações para  produção de alimentos, não havendo registro de plantação de algodão  para comércio . Os quilombolas resistiam contra o sistema escravocrata que os tratava como mercadorias e os exploravam como mão de obra cerceando a sua liberdade e autonomia. 

    B) CORRETA – Esta afirmativa está correta pois os quilombos eram localizados em sua maioria nas áreas periféricas urbanas e rurais. O contato com as áreas centrais era um fator vital para a sobrevivência dos indivíduos e do quilombo como um todo. A manutenção do quilombo dependia não só das suas atividades internas, mas também das relações sociais e comerciais com os atores sociais e políticos da periferia das áreas centrais. 

    C) INCORRETA- Esta afirmativa está incorreta porque os pequenos proprietários rurais também podiam se beneficiar de mão de obra negra escravizada. O poder aquisitivo dos pequenos proprietários de terra era menor, sendo assim as fugas dos escravos também poderiam prejudicar os seus ganhos. 

    D) INCORRETA – Esta afirmativa está incorreta pois a sobrevivência e a preservação da autonomia do quilombo dependia diretamente das relações comerciais e políticas com as áreas centrais. Os quilombolas praticavam uma agricultura de subsistência de alimentos como milho, mandioca, batata doce, feijão e fumo. Já as criações de animais eram fruto das trocas comerciais que faziam com as áreas ao redor do quilombo. 

    E) INCORRETA – Esta afirmativa está incorreta pois as atividades e as funções dentro do quilombo eram divididas entre os seus integrantes. A organização política do quilombo estabelecia uma liderança ,de caráter político,militar e organizacional 

    Gabarito do Professor: Letra B.

ID
5455732
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Nas eleições para a regência única, realizadas em abril de 1835, o Padre Feijó derrotou seu principal competidor, Holanda Cavalcanti, proprietário rural de Pernambuco. O corpo eleitoral era extremamente reduzido, somando cerca de 6 mil eleitores. Feijó recebeu 2.826 votos, e Cavalcanti, 2.251. Pouco mais de dois anos depois, em setembro de 1837, Feijó renunciou. Ele sofrera pressões do Congresso, sendo acusado de não empregar suficiente energia na repressão aos farrapos, entre cujos chefes estava um de seus primos. Nas eleições que se seguiram, triunfou Pedro Araújo Lima, futuro Marquês de Olinda, antigo presidente da Câmara e senhor de engenho em Pernambuco.

A vitória de Araújo Lima simbolizou o início do “regresso”.

(Boris Fausto, História do Brasil)


O “regresso” representava uma corrente política

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: LETRA E.

    Pessoal, a palavra "regresso" nesse contexto já pode nos dar a ideia de que voltaria a ser conservador, voltaria a ter ideias antigas.

    Nesse contexto estamos falando do período regencial, em que Dom Pedro I já estava no trono e já ocorrera o golpe da maioridade. Essa corrente política que a assertiva nos diz é justamente ter como objetivo a centralização política e reforço da autoridade.


ID
5455735
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Em 1983, lideranças políticas buscaram a aprovação de uma emenda constitucional que reestabelecesse o voto popular nas eleições para a presidência da República. A emenda estava formalizada no Congresso Nacional desde março daquele ano. Foi iniciativa de um deputado quase desconhecido – Dante de Oliveira, do PMDB de Mato Grosso. Tinha quinze linhas e alta probabilidade de ser arquivada, mas foi pinçada pela Executiva Nacional do PMDB. A Emenda Dante de Oliveira, como ficou conhecida, levou à formação de uma frente suprapartidária.

(Lilia Moritz Schwartz e Heloísa Murgel Starling, Brasil:

uma biografia. Texto adaptado)


Em abril de 1984, a Emenda Dante de Oliveira foi

Alternativas
Comentários
  • A Proposta de Emenda à Constituição nº 5, de 1983, também chamada de Emenda Constitucional Dante de Oliveira, faz parte de uma série de movimentos em prol do retorno da democracia no Brasil através de eleições diretas para Presidente da República. Dante de Oliveira foi um engenheiro civil que ingressou na carreira política como deputado estadual nas eleições de 1978 pelo MDB.

    Em 1982, no contexto do retorno ao pluripartidarismo, tornou-se deputado federal filiado ao PMDB, mandato no qual apresentou a emenda que se tornou sua marca na História do Brasil. Até então era um deputado sem grande expressão na Câmara dos Deputados. Embora já houvesse um movimento de intelectuais e organizações da sociedade civil em demanda pela redemocratização mas foi a Emenda Dante de Oliveira que teve enorme repercussão e levou ao movimento conhecido como Diretas-Já, com enorme participação popular em todo o país. 

    Este período histórico é apresentado e analisado em livros de História do Brasil Republicano e específicos acerca do Regime Militar. Vale destacar on História Concisa do Brasil , de Bóris Fausto e o trabalho de Lilia Moritz Schwarcz E Heloísa Sterling, de onde foi retiardo o trecho apresentado na questão. Uma das alternativas mostra o que aconteceu com a Emenda em 1983 

    A) INCORRETA- A emenda não foi aprovada e só houve eleições diretas após o fim do regime militar com a eleição - ainda que indireta – de um civil para a presidência da república. 

    B) INCORRETA- Em uma sessão cercada de tensão, com as galerias da Câmara cheias e acompanhada por milhões de brasileiros, por apenas 22 votos, os deputados rejeitaram a Proposta de Emenda à Constituição que previa a realização de eleições diretas no Brasil para presidente da República. Nenhuma outra emenda foi proposta. 

    C) INCORRETA-A Emenda Dante de Oliveira foi rejeitada e não houve proposta de mudança política no momento da votação . 

    D) CORRETA- A emenda Dante de Oliveira, que propunha eleições diretas para presidência, foi rejeitada. Por esta razão foi criada uma frente ampla de oposição para a proposição do nome de um civil para as eleições indiretas 

    E) INCORRETA- Foram lançadas candidaturas civis para eleição indireta para a presidência na medida em que a emenda não foi aprovada. 

    Gabarito do Professor: Letra D.
  • Foi rejeita, abrindo caminho para as eleições de 85

ID
5455738
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

[…] a capacidade para importar não se recuperou nos anos trinta. Em 1937 ela ainda estava substancialmente abaixo do que havia sido em 1929. Em realidade, o quantum das importações daquele ano - bem superiores ao de qualquer outro ano do decênio – esteve 23 por cento abaixo do de 1929. A renda criada pelas exportações havia decrescido em termos reais. O quantum das exportações aumentara, mas, como o poder aquisitivo da unidade de exportação com respeito à unidade de importação se havia reduzido à metade, é evidente que a renda criada pelas exportações era muito inferior. O valor da produção agrícola a preços correntes havia subido de 7,5 para 7,8 bilhões de cruzeiros, não obstante a produção para exportação haver baixado de 5,5 para 4,5 bilhões. A participação das exportações como elemento formador da renda do agricultor havia decrescido, portanto, de 70 para 57 por cento.

(Celso Furtado, Formação econômica do Brasil)


A partir do contexto apresentado no excerto, é correto afirmar que o Brasil

Alternativas
Comentários
  • A economia nacional é tema clássico e recorrente em questões de prova. Deve ser estudada a partir de sua macroestrutura e principais indicadores como a renda dos habitantes, o índice de Produto Interno Bruto, inflação e taxa de juros entre outros, assim como é muito importante o acompanhamento cotidiano das principais notícias sobre o tema no noticiário. No texto associado temos alguns dos os efeitos da Crise de 29 sobre as exportações de café no Brasil e sobre estes efeitos buscamos a alternativa correta.


    A) O ano de 1930 marca uma virada decisiva no grupo político que passa a exercer o poder presidencial e este grupo não era formado majoritariamente por grandes exportadores de café o que levou ao desenvolvimento de outras políticas públicas para a economia.

    B) A redução do foco da economia em exportações de café se deu devido a grande mudança política causada pela chegada do grupo de Getúlio Vargas ao poder que defendia um projeto nacionalista, centralizador e industrializante para a economia brasileira. 

    C) A depressão nos EUA e Europa foram devastadoras para a economia de exportação de produtos agrícolas.

    D) Nos anos 40 os capitais norte-americanos estavam aplicados majoritariamente no esforço de guerra causado pela Segunda Grande Guerra naquele período.

    E) A indústria anterior a década de 30 era composta de unidades de substituição de importações com tecnologia e capital importados não sendo nem próximo ao que se considera como industrialização.


    GABARITO DO PROFESSOR: B

ID
5455744
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

Ao considerar a macrocompartimentação do relevo brasileiro, não se pode negligenciar sua natureza morfogenética. A compartimentação atual tem fortes ligações genéticas com o soerguimento da plataforma sul-americana e com processos erosivos muito marcantes nas bordas das bacias sedimentares em concomitância com o soerguimento da plataforma sul-americana.

(Jurandyr Luciano Sanches Ross.

Geografia do Brasil, 2001, p. 52. Adaptado)


O relevo brasileiro apresenta três tipos de unidades geomorfológicas, que refletem sua gênese, que são:

Alternativas
Comentários
  • planaltos, depressões e planícies.


ID
5455747
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

Observe os conceitos:


I. estabelece(m)-se sobre áreas urbanizadas, causando elevação de temperatura e desconforto térmico;

II. responsável(is) pelo agravamento da poluição atmosférica em virtude do papel de bloqueio que exerce(m);

III. leva(m) ao colapso a rede de escoamento, produzindo extravasamento e danos em áreas extensas.


(José Bueno Conti e Sueli Ângelo Furlan. Geoecologia: o clima, os solos e a biota.

IN: ROSS, J. L. S. Geografia do Brasil, 2001, p. 86-87. Adaptado)


Os conceitos apresentados nos itens I, II e III representam sequencialmente:

Alternativas
Comentários
  • O estudo do clima necessita da observação de amplos aspectos, notadamente os fatores climáticos, para que seja possível a compreensão dos processos que formam os diferentes tipos climáticos e produzir um entendimento mais adequado que a simples memorização de siglas e termos sem precisa conexão entre si.  Sobre os conceitos apresentados buscamos a alternativa correta sobre sua explicação na ordem em que aparecem.


    A) Ilhas de calor são de fato áreas mais quentes que seu entorno no entanto, nenhuma das definições citadas correspondem a definição de camada de ozônio que é uma concentração de um gás específico na atmosfera responsável pela redução da incidência de radiação solar sobre a superfície terrestre.  

    B) Corresponde a um tipo de radiação emitida pelo Sol que atinge a superfície do planeta durante o dia. Nenhuma das definições corresponde corretamente a este termo.

    C) Inversão térmica corresponde ao conceito II e portanto está fora da ordem correta. 

    D) Calmaria é a ocorrência de ausência de ventos. Não corresponde a nenhum dos conceitos apresentados.

    E) Áreas mais quentes que seu entorno, fenômeno climático de interação entre atmosfera e poluição do ar e transbordamento dos corpos hídricos urbanos que causam perdas e transtornos para os moradores de áreas atingidas. 




    GABARITO DO PROFESSOR: E

ID
5455759
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

Nos termos da Resolução CNE/CEB nº 4, de 13 de julho de 2010, que define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica, a institucionalização do regime de colaboração entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios é possibilitada

Alternativas

ID
5455762
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

Leia o excerto a seguir.


“Não adianta uma residência combater o mosquito da dengue se o vizinho não colabora. A poluição de um córrego vai afetar toda a população que vive rio abaixo.”

(DOWBOR, 2007, p. 79)


Assinale a alternativa que traz uma afirmação correta de acordo com a perspectiva do autor em relação à educação.

Alternativas

ID
5455765
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

No documento Conselho Escolar e a relação entre a escola e o desenvolvimento com igualdade social, menciona-se que ao subdesenvolvimento econômico na América Latina correspondeu um “subdesenvolvimento sócio-político”, gerando sociedades marcadas pelas desigualdades, nas quais cidadania quase sempre é sinônimo de poder econômico. De acordo com o texto, nessas sociedades – incluído o Brasil –, a educação escolar

Alternativas

ID
5455768
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

Nos termos do art. 206 da Constituição Federal, o ensino será ministrado, dentre outros, com base no princípio da liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o

Alternativas

ID
5455774
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

Com base no art. 16 do Estatuto da Criança e do Adolescente, assinale a alternativa que apresenta um aspecto compreendido no princípio do direito à liberdade.

Alternativas
Comentários
  • Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:

    I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais;

    II - opinião e expressão;

    III - crença e culto religioso;

    IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;

    V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;

    VI - participar da vida política, na forma da lei;

    VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.


ID
5455777
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

No texto A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar: a escola comum inclusiva, as autoras destacam que a elaboração do Projeto Político-Pedagógico (PPP) ganha força a partir da constatação de que a realidade escolar é dinâmica e depende de todos. Na perspectiva das autoras, as intenções da escola reunidas no PPP conferem-lhe o caráter

Alternativas

ID
5455780
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

De acordo com Ilma Veiga, o currículo refere-se

Alternativas

ID
5455783
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

Ao abordar o tema da avaliação, Jussara Hoffmann (s/d, p. 56) escreve:


“A avaliação, enquanto ____________, vai conceber o conhecimento como apropriação do saber pelo aluno e também pelo professor, como ação-reflexão-ação que se passa na sala de aula em direção a um saber aprimorado, enriquecido, carregado de significados, de compreensão. Dessa forma, a avaliação passa a exigir do professor uma relação epistemológica com o aluno – uma conexão entendida como reflexão aprofundada a respeito das formas como se dá a compreensão do educando sobre o objeto do conhecimento.”


Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna.

Alternativas

ID
5455786
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

Para José Manuel Moran, há três campos importantes de atividades virtuais:

Alternativas

ID
5455789
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Cidade sem rio


O Rio Amazonas é o maior do mundo,

mas o Rio do Tanque é o menor.     

(Desliza na fazenda de meu irmão.)

O Rio Doce banha terras amargas   

de maleita, ferro e melancolia.         

O Córrego da Penha, esse, coitado,

mal fazia um poço raso                    

onde a gente, fugindo, se banhava.             

Talvez porque me faltasse água corrente,

hoje a tenho represada nos olhos             

e neste vago verso fluvial.                         

(Carlos Drummond de Andrade, Viola de Bolso)

É correto afirmar que, no poema, o eu lírico resgata impressões sobre a realidade que conhece, expressando-a

Alternativas
Comentários

ID
5455792
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Cidade sem rio


O Rio Amazonas é o maior do mundo,

mas o Rio do Tanque é o menor.     

(Desliza na fazenda de meu irmão.)

O Rio Doce banha terras amargas   

de maleita, ferro e melancolia.         

O Córrego da Penha, esse, coitado,

mal fazia um poço raso                    

onde a gente, fugindo, se banhava.             

Talvez porque me faltasse água corrente,

hoje a tenho represada nos olhos             

e neste vago verso fluvial.                         

(Carlos Drummond de Andrade, Viola de Bolso)

Um recurso que se identifica na construção do poema é a

Alternativas
Comentários

ID
5455795
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Cidade sem rio


O Rio Amazonas é o maior do mundo,

mas o Rio do Tanque é o menor.     

(Desliza na fazenda de meu irmão.)

O Rio Doce banha terras amargas   

de maleita, ferro e melancolia.         

O Córrego da Penha, esse, coitado,

mal fazia um poço raso                    

onde a gente, fugindo, se banhava.             

Talvez porque me faltasse água corrente,

hoje a tenho represada nos olhos             

e neste vago verso fluvial.                         

(Carlos Drummond de Andrade, Viola de Bolso)

A alternativa em que a palavra “mal” está empregada com o sentido que tem na passagem – O Córrego da Penha, esse, coitado, / mal fazia um poço raso – é:

Alternativas
Comentários
  • É o único que não pode ser substituído pela palavra "Bem".

  • O Córrego da Penha, esse, coitado, / mal fazia um poço raso

    LOGO QUE FEZ UM POÇO RASO

    ASSIM QUE FEZ QUE UM POÇO RASO

    Mal nesse contexto = Conjunção Temporal

    Temporais = introduzem ideia relacionadas com a noção de tempo da ação com a qual se relaciona

    quando, enquanto, logo que, mal(= logo que), sempre que, assim que, desde que, antes que, depois que, até que, agora que, ao mesmo tempo que, toda vez que, desde, tão logo, mal.

    Quando chegamos em casa, encontramos tudo destruído pelos dogs

    A = Adverbio

    B = Adverbio

    D = Substantivo

    E = Substantivo

    GABARITO C


ID
5455798
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

    Por que apenas metade da população brasileira é leitora? Por que o percentual de leitores vai “despencando” a partir dos 11 anos de idade? De acordo com a 5ª edição da pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, realizada pelo Instituto Pró-Livro (IPL), Itaú Cultural e Ibope Inteligência, houve uma queda de 4,6 milhões de leitores no Brasil no período de 2015 a 2019. Será mesmo que as redes sociais, a falta de tempo e o não gostar são fatores principais para essa triste verdade?

    Acredito que o ensino da leitura, embora muito falado e muito estudado, não tem efetivamente avançado. A participação social efetiva das pessoas pressupõe o domínio e a compreensão da linguagem escrita. Sendo assim, se a escola é o espaço do educar, é de sua responsabilidade não apenas ensinar a ler, como mais precisamente, formar cidadãos leitores.

    Para ensinar a ler não basta ensinar a decodificar, é preciso ensinar a dialogar entre textos, contextos e autores. Não basta também, apenas a escolha dos bons textos literários, é preciso muito mais do que isso. De acordo com a pesquisa já citada, a grande problemática para o declínio leitor está na mediação da leitura.

    É preciso entender que o ato da leitura é espaço dialógico entre o mediador, o texto e o aluno, e é no momento da leitura que os encontros e os desencontros das posições frente ao lido acontecem. Porém, para que os encontros e desencontros aconteçam torna-se necessário um planejamento da mediação. Tornam-se necessárias horas de estudo do que será levado para a turma, do encantamento do mediador com o texto, da antecipação das possíveis dificuldades, do planejamento das “pontes” que serão construídas. Enfim, exige um trabalho árduo e contínuo. Exige um sujeito leitor.

    Não se faz mediação de leitura ou não se forma  cidadãos leitores com pessoas não leitoras. Aquele que faz mediação, aquele que forma leitores antes de tudo deve ser um sujeito leitor. Dificilmente alguém se torna um leitor de profundidade se não houver uma boa referência.

    Para aqueles que escolheram a formação de cidadãos (professores, no caso) é preciso abastecer-se. Precisamos ler, se não somos, necessitamos nos formar leitores. Aqueles que não escolheram o caminho da docência, experimentariam a leveza e o prazer que a leitura proporciona.

Assisti, dias atrás, a um programa para professores, nele o escritor Rafael Gallo dava uma dica para aqueles que ainda não eram leitores. Disse ele que era preciso ler muito, ler mais, ler de tudo; e se, ainda assim, não gostasse, continuasse à procura. Porque buscar é imperativo.

(Vanessa Marques de Almeida Passarim. Formação de leitores.

Diário da Região, 06.06.2021. Adaptado)

A estratégia empregada pela autora no primeiro parágrafo, fazendo referência a uma pesquisa de três instituições, tem o condão de

Alternativas
Comentários
  • LETRA D

    Cita dados com referência no primeiro parágrafo e expõe perguntas com números:

    ..........''De acordo com a 5ª edição da pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, realizada pelo Instituto Pró-Livro (IPL), Itaú Cultural e Ibope Inteligência, houve uma queda de 4,6 milhões de leitores no Brasil no período de 2015 a 2019'' ( dados estatísticos )

    Por que apenas metade da população brasileira é leitora? Por que o percentual de leitores vai “despencando” a partir dos 11 anos de idade?  ( perguntas quantitativas )


ID
5455801
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

    Por que apenas metade da população brasileira é leitora? Por que o percentual de leitores vai “despencando” a partir dos 11 anos de idade? De acordo com a 5ª edição da pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, realizada pelo Instituto Pró-Livro (IPL), Itaú Cultural e Ibope Inteligência, houve uma queda de 4,6 milhões de leitores no Brasil no período de 2015 a 2019. Será mesmo que as redes sociais, a falta de tempo e o não gostar são fatores principais para essa triste verdade?

    Acredito que o ensino da leitura, embora muito falado e muito estudado, não tem efetivamente avançado. A participação social efetiva das pessoas pressupõe o domínio e a compreensão da linguagem escrita. Sendo assim, se a escola é o espaço do educar, é de sua responsabilidade não apenas ensinar a ler, como mais precisamente, formar cidadãos leitores.

    Para ensinar a ler não basta ensinar a decodificar, é preciso ensinar a dialogar entre textos, contextos e autores. Não basta também, apenas a escolha dos bons textos literários, é preciso muito mais do que isso. De acordo com a pesquisa já citada, a grande problemática para o declínio leitor está na mediação da leitura.

    É preciso entender que o ato da leitura é espaço dialógico entre o mediador, o texto e o aluno, e é no momento da leitura que os encontros e os desencontros das posições frente ao lido acontecem. Porém, para que os encontros e desencontros aconteçam torna-se necessário um planejamento da mediação. Tornam-se necessárias horas de estudo do que será levado para a turma, do encantamento do mediador com o texto, da antecipação das possíveis dificuldades, do planejamento das “pontes” que serão construídas. Enfim, exige um trabalho árduo e contínuo. Exige um sujeito leitor.

    Não se faz mediação de leitura ou não se forma  cidadãos leitores com pessoas não leitoras. Aquele que faz mediação, aquele que forma leitores antes de tudo deve ser um sujeito leitor. Dificilmente alguém se torna um leitor de profundidade se não houver uma boa referência.

    Para aqueles que escolheram a formação de cidadãos (professores, no caso) é preciso abastecer-se. Precisamos ler, se não somos, necessitamos nos formar leitores. Aqueles que não escolheram o caminho da docência, experimentariam a leveza e o prazer que a leitura proporciona.

Assisti, dias atrás, a um programa para professores, nele o escritor Rafael Gallo dava uma dica para aqueles que ainda não eram leitores. Disse ele que era preciso ler muito, ler mais, ler de tudo; e se, ainda assim, não gostasse, continuasse à procura. Porque buscar é imperativo.

(Vanessa Marques de Almeida Passarim. Formação de leitores.

Diário da Região, 06.06.2021. Adaptado)

Tratando do agrupamento de gêneros textuais, Schneuwly et al. (Gêneros orais e escritos na escola), apresentam um quadro contendo os aspectos tipológicos. De acordo com esse quadro, o texto “Formação de leitores” caracteriza-se pela

Alternativas
Comentários

ID
5455804
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

    Por que apenas metade da população brasileira é leitora? Por que o percentual de leitores vai “despencando” a partir dos 11 anos de idade? De acordo com a 5ª edição da pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, realizada pelo Instituto Pró-Livro (IPL), Itaú Cultural e Ibope Inteligência, houve uma queda de 4,6 milhões de leitores no Brasil no período de 2015 a 2019. Será mesmo que as redes sociais, a falta de tempo e o não gostar são fatores principais para essa triste verdade?

    Acredito que o ensino da leitura, embora muito falado e muito estudado, não tem efetivamente avançado. A participação social efetiva das pessoas pressupõe o domínio e a compreensão da linguagem escrita. Sendo assim, se a escola é o espaço do educar, é de sua responsabilidade não apenas ensinar a ler, como mais precisamente, formar cidadãos leitores.

    Para ensinar a ler não basta ensinar a decodificar, é preciso ensinar a dialogar entre textos, contextos e autores. Não basta também, apenas a escolha dos bons textos literários, é preciso muito mais do que isso. De acordo com a pesquisa já citada, a grande problemática para o declínio leitor está na mediação da leitura.

    É preciso entender que o ato da leitura é espaço dialógico entre o mediador, o texto e o aluno, e é no momento da leitura que os encontros e os desencontros das posições frente ao lido acontecem. Porém, para que os encontros e desencontros aconteçam torna-se necessário um planejamento da mediação. Tornam-se necessárias horas de estudo do que será levado para a turma, do encantamento do mediador com o texto, da antecipação das possíveis dificuldades, do planejamento das “pontes” que serão construídas. Enfim, exige um trabalho árduo e contínuo. Exige um sujeito leitor.

    Não se faz mediação de leitura ou não se forma  cidadãos leitores com pessoas não leitoras. Aquele que faz mediação, aquele que forma leitores antes de tudo deve ser um sujeito leitor. Dificilmente alguém se torna um leitor de profundidade se não houver uma boa referência.

    Para aqueles que escolheram a formação de cidadãos (professores, no caso) é preciso abastecer-se. Precisamos ler, se não somos, necessitamos nos formar leitores. Aqueles que não escolheram o caminho da docência, experimentariam a leveza e o prazer que a leitura proporciona.

Assisti, dias atrás, a um programa para professores, nele o escritor Rafael Gallo dava uma dica para aqueles que ainda não eram leitores. Disse ele que era preciso ler muito, ler mais, ler de tudo; e se, ainda assim, não gostasse, continuasse à procura. Porque buscar é imperativo.

(Vanessa Marques de Almeida Passarim. Formação de leitores.

Diário da Região, 06.06.2021. Adaptado)

Observe os operadores argumentativos destacados nos contextos seguintes:


I. Acredito que o ensino da leitura, embora muito falado e muito estudado, não tem efetivamente avançado.

II. ... ler de tudo; e se, ainda assim, não gostasse, continuasse à procura.

III. ... é no momento da leitura que os encontros e os desencontros das posições frente ao lido acontecem. Porém, para que os encontros e desencontros aconteçam torna-se necessário um planejamento da mediação.


Segundo Ingedore Villaça Koch e Vanda Maria Elias (Ler e compreender – os sentidos do texto), esses operadores argumentativos são característicos da

Alternativas
Comentários

ID
5455807
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

    Por que apenas metade da população brasileira é leitora? Por que o percentual de leitores vai “despencando” a partir dos 11 anos de idade? De acordo com a 5ª edição da pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, realizada pelo Instituto Pró-Livro (IPL), Itaú Cultural e Ibope Inteligência, houve uma queda de 4,6 milhões de leitores no Brasil no período de 2015 a 2019. Será mesmo que as redes sociais, a falta de tempo e o não gostar são fatores principais para essa triste verdade?

    Acredito que o ensino da leitura, embora muito falado e muito estudado, não tem efetivamente avançado. A participação social efetiva das pessoas pressupõe o domínio e a compreensão da linguagem escrita. Sendo assim, se a escola é o espaço do educar, é de sua responsabilidade não apenas ensinar a ler, como mais precisamente, formar cidadãos leitores.

    Para ensinar a ler não basta ensinar a decodificar, é preciso ensinar a dialogar entre textos, contextos e autores. Não basta também, apenas a escolha dos bons textos literários, é preciso muito mais do que isso. De acordo com a pesquisa já citada, a grande problemática para o declínio leitor está na mediação da leitura.

    É preciso entender que o ato da leitura é espaço dialógico entre o mediador, o texto e o aluno, e é no momento da leitura que os encontros e os desencontros das posições frente ao lido acontecem. Porém, para que os encontros e desencontros aconteçam torna-se necessário um planejamento da mediação. Tornam-se necessárias horas de estudo do que será levado para a turma, do encantamento do mediador com o texto, da antecipação das possíveis dificuldades, do planejamento das “pontes” que serão construídas. Enfim, exige um trabalho árduo e contínuo. Exige um sujeito leitor.

    Não se faz mediação de leitura ou não se forma  cidadãos leitores com pessoas não leitoras. Aquele que faz mediação, aquele que forma leitores antes de tudo deve ser um sujeito leitor. Dificilmente alguém se torna um leitor de profundidade se não houver uma boa referência.

    Para aqueles que escolheram a formação de cidadãos (professores, no caso) é preciso abastecer-se. Precisamos ler, se não somos, necessitamos nos formar leitores. Aqueles que não escolheram o caminho da docência, experimentariam a leveza e o prazer que a leitura proporciona.

Assisti, dias atrás, a um programa para professores, nele o escritor Rafael Gallo dava uma dica para aqueles que ainda não eram leitores. Disse ele que era preciso ler muito, ler mais, ler de tudo; e se, ainda assim, não gostasse, continuasse à procura. Porque buscar é imperativo.

(Vanessa Marques de Almeida Passarim. Formação de leitores.

Diário da Região, 06.06.2021. Adaptado)

Para responder a esta questão, considere as expressões destacadas nas passagens inicial e final do texto e no trecho a seguir.


Sinceramente não se sabe por que tão poucos leem. E seria possível afirmar que o declínio do percentual de leitores ocorre porque as mídias visuais são mais atrativas? É difícil encontrar a razão por que apenas metade da população lê.


À vista das expressões do texto e do trecho, é correto afirmar, como regra abrangente para justificar as ocorrências:

Alternativas
Comentários
  • A questão requer conhecimento acerca das regras dos “porquês".

    Porque (junto e sem acento) - é conjunção coordenativa explicativa ou conjunção subordinativa adverbial causal. Usa-se sempre para dar uma resposta/justificativa de algo.


    Porquê (junto e com acento) - é substantivo, podendo ser substituído pelos substantivos “motivo", “causa" ou “razão". É sempre antecedido por um determinante.

    Por que (separado e sem acento) - usa-se em início de pergunta direta e no meio de uma pergunta indireta, podendo pôr a palavra “motivo" ou “razão" depois de “por que". Em frases declarativas, usa-se também quando o “que" puder ser substituído por “o qual" (e suas variantes). Nesse caso, o que é pronome relativo antecedido da preposição por.

    Por quê (separado e com acento) - usa-se em final de frase (interrogativa ou não) e sozinho. Por ter uma entonação mais forte, faz-se necessário o acento por ser uma monossílaba tônica terminada em “e", cumpre-se, aí, a regra de acentuação gráfica. 

    Alternativa (A) incorreta - “Porque" não equivale a “pelo(a) qual", equivale a qualquer conjunção explicativa ou causal, tais como: pois, porquanto, visto que, já que, uma vez que, dado que. 

    Alternativa (B) correta - “Porque" pode vir tanto em frases declarativas quanto interrogativas, desde que relacione orações com ideia de causa

    Alternativa (C) incorreta - “Por que" e “porque" não são equivalentes de sentido quando empregados em frases declarativas. Este se usa quando se quer justificar ou dar o motivo de algo; aquele, quando equivale a “pelo(a) qual" ou “por qual motivo". 

    Alternativa (D) incorreta - “Porque" não pode ser substituído pelo pronome relativo “pelo(a) qual". Vide explicação na alternativa (A). 

    Alternativa (E) incorreta - Em frases interrogativas (diretas ou indiretas) o emprego padrão é de “por que".
     

    Gabarito da professora: Letra B.

  • A questão requer conhecimento acerca das regras dos “porquês".

    Porque (junto e sem acento) - é conjunção coordenativa explicativa ou conjunção subordinativa adverbial causal. Usa-se sempre para dar uma resposta/justificativa de algo.

    Porquê (junto e com acento) - é substantivo, podendo ser substituído pelos substantivos “motivo", “causa" ou “razão". É sempre antecedido por um determinante.

    Por que (separado e sem acento) - usa-se em início de pergunta direta e no meio de uma pergunta indireta, podendo pôr a palavra “motivo" ou “razão" depois de “por que". Em frases declarativas, usa-se também quando o “que" puder ser substituído por “o qual" (e suas variantes). Nesse caso, o que é pronome relativo antecedido da preposição por.

    Por quê (separado e com acento) - usa-se em final de frase (interrogativa ou não) e sozinho. Por ter uma entonação mais forte, faz-se necessário o acento por ser uma monossílaba tônica terminada em “e", cumpre-se, aí, a regra de acentuação gráfica. 

    Alternativa (A) incorreta - “Porque" não equivale a “pelo(a) qual", equivale a qualquer conjunção explicativa ou causal, tais como: pois, porquanto, visto que, já que, uma vez que, dado que. 

    Alternativa (B) correta - “Porque" pode vir tanto em frases declarativas quanto interrogativas, desde que relacione orações com ideia de causa

    Alternativa (C) incorreta - “Por que" e “porque" não são equivalentes de sentido quando empregados em frases declarativas. Este se usa quando se quer justificar ou dar o motivo de algo; aquele, quando equivale a “pelo(a) qual" ou “por qual motivo". 

    Alternativa (D) incorreta - “Porque" não pode ser substituído pelo pronome relativo “pelo(a) qual". Vide explicação na alternativa (A). 

    Alternativa (E) incorreta - Em frases interrogativas (diretas ou indiretas) o emprego padrão é de “por que".

     

    Gabarito da professora: Letra B.


ID
5455810
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

    Por que apenas metade da população brasileira é leitora? Por que o percentual de leitores vai “despencando” a partir dos 11 anos de idade? De acordo com a 5ª edição da pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, realizada pelo Instituto Pró-Livro (IPL), Itaú Cultural e Ibope Inteligência, houve uma queda de 4,6 milhões de leitores no Brasil no período de 2015 a 2019. Será mesmo que as redes sociais, a falta de tempo e o não gostar são fatores principais para essa triste verdade?

    Acredito que o ensino da leitura, embora muito falado e muito estudado, não tem efetivamente avançado. A participação social efetiva das pessoas pressupõe o domínio e a compreensão da linguagem escrita. Sendo assim, se a escola é o espaço do educar, é de sua responsabilidade não apenas ensinar a ler, como mais precisamente, formar cidadãos leitores.

    Para ensinar a ler não basta ensinar a decodificar, é preciso ensinar a dialogar entre textos, contextos e autores. Não basta também, apenas a escolha dos bons textos literários, é preciso muito mais do que isso. De acordo com a pesquisa já citada, a grande problemática para o declínio leitor está na mediação da leitura.

    É preciso entender que o ato da leitura é espaço dialógico entre o mediador, o texto e o aluno, e é no momento da leitura que os encontros e os desencontros das posições frente ao lido acontecem. Porém, para que os encontros e desencontros aconteçam torna-se necessário um planejamento da mediação. Tornam-se necessárias horas de estudo do que será levado para a turma, do encantamento do mediador com o texto, da antecipação das possíveis dificuldades, do planejamento das “pontes” que serão construídas. Enfim, exige um trabalho árduo e contínuo. Exige um sujeito leitor.

    Não se faz mediação de leitura ou não se forma  cidadãos leitores com pessoas não leitoras. Aquele que faz mediação, aquele que forma leitores antes de tudo deve ser um sujeito leitor. Dificilmente alguém se torna um leitor de profundidade se não houver uma boa referência.

    Para aqueles que escolheram a formação de cidadãos (professores, no caso) é preciso abastecer-se. Precisamos ler, se não somos, necessitamos nos formar leitores. Aqueles que não escolheram o caminho da docência, experimentariam a leveza e o prazer que a leitura proporciona.

Assisti, dias atrás, a um programa para professores, nele o escritor Rafael Gallo dava uma dica para aqueles que ainda não eram leitores. Disse ele que era preciso ler muito, ler mais, ler de tudo; e se, ainda assim, não gostasse, continuasse à procura. Porque buscar é imperativo.

(Vanessa Marques de Almeida Passarim. Formação de leitores.

Diário da Região, 06.06.2021. Adaptado)

Tratando das expressões nominais referenciais, Ingedore Villaça Koch e Vanda Maria Elias (Ler e Escrever – estratégias de produção textual) afirmam que tais expressões desempenham funções cognitivo-discursivas de grande relevância na construção textual do sentido, podendo reativar informações para o leitor, bem como apresentar- -lhe uma nova informação.


A expressão do primeiro parágrafo do texto compatível com essa descrição é:

Alternativas
Comentários

ID
5455813
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

    Por que apenas metade da população brasileira é leitora? Por que o percentual de leitores vai “despencando” a partir dos 11 anos de idade? De acordo com a 5ª edição da pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, realizada pelo Instituto Pró-Livro (IPL), Itaú Cultural e Ibope Inteligência, houve uma queda de 4,6 milhões de leitores no Brasil no período de 2015 a 2019. Será mesmo que as redes sociais, a falta de tempo e o não gostar são fatores principais para essa triste verdade?

    Acredito que o ensino da leitura, embora muito falado e muito estudado, não tem efetivamente avançado. A participação social efetiva das pessoas pressupõe o domínio e a compreensão da linguagem escrita. Sendo assim, se a escola é o espaço do educar, é de sua responsabilidade não apenas ensinar a ler, como mais precisamente, formar cidadãos leitores.

    Para ensinar a ler não basta ensinar a decodificar, é preciso ensinar a dialogar entre textos, contextos e autores. Não basta também, apenas a escolha dos bons textos literários, é preciso muito mais do que isso. De acordo com a pesquisa já citada, a grande problemática para o declínio leitor está na mediação da leitura.

    É preciso entender que o ato da leitura é espaço dialógico entre o mediador, o texto e o aluno, e é no momento da leitura que os encontros e os desencontros das posições frente ao lido acontecem. Porém, para que os encontros e desencontros aconteçam torna-se necessário um planejamento da mediação. Tornam-se necessárias horas de estudo do que será levado para a turma, do encantamento do mediador com o texto, da antecipação das possíveis dificuldades, do planejamento das “pontes” que serão construídas. Enfim, exige um trabalho árduo e contínuo. Exige um sujeito leitor.

    Não se faz mediação de leitura ou não se forma  cidadãos leitores com pessoas não leitoras. Aquele que faz mediação, aquele que forma leitores antes de tudo deve ser um sujeito leitor. Dificilmente alguém se torna um leitor de profundidade se não houver uma boa referência.

    Para aqueles que escolheram a formação de cidadãos (professores, no caso) é preciso abastecer-se. Precisamos ler, se não somos, necessitamos nos formar leitores. Aqueles que não escolheram o caminho da docência, experimentariam a leveza e o prazer que a leitura proporciona.

Assisti, dias atrás, a um programa para professores, nele o escritor Rafael Gallo dava uma dica para aqueles que ainda não eram leitores. Disse ele que era preciso ler muito, ler mais, ler de tudo; e se, ainda assim, não gostasse, continuasse à procura. Porque buscar é imperativo.

(Vanessa Marques de Almeida Passarim. Formação de leitores.

Diário da Região, 06.06.2021. Adaptado)

Observando-se a concordância nas expressões destacadas na passagem – Não se faz mediação de leitura ou não se forma cidadãos leitores com pessoas não leitoras. –, deduz-se, corretamente, que

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: C

    Pessoal, vamos fazer primeiro em nossa cabeça para não cair em uma pegadinha:

    1- "Não se faz mediação de leitura" → Correto. O que não se faz? Mediação de leitura. Mediação não é feita. O sujeito (mediação) está no singular, por isso o verbo (não se faz) também ficará.

    Então a gente já sabe que, nesta alternativa, há um sujeito (mediação) e, por isso, o verbo ficou no singular.

    Próximo:

    .

    2- "não se forma cidadãos leitores com pessoas não leitoras." → Errado. O que não se forma? Cidadãos. Cidadãos não são formados. Aqui a concordância está errada, já que o sujeito (cidadãos) está no plural e, por isso, o verbo também precisaria ser flexionado. O correto é: "não se formam cidadãos leitores".

    .

    Olhe as alternativas:

    a) inexiste desvio da norma-padrão em ambas as expressões, ... → Errado. Há erro na segunda, como a gente constatou.

    b) inexiste desvio da norma-padrão em ambas as expressões, ... → Errado. Há erro na segunda, como a gente constatou.

    c) há desvio da norma-padrão apenas na segunda expressão, pois a construção de voz passiva sintética exige flexão do verbo em concordância com seu sujeito, no caso, no plural. → Correto.

    Ali na segunda expressão, temos a voz passiva sintética (não se forma). Quando a gente passou para a analítica (cidadãos não são formados), percebemos que o verbo ficou no plural e, por isso, constatamos o erro, lembra?

    .

    d) inexiste desvio da norma-padrão na primeira expressão, pois se trata de sujeito indeterminado; → Errado. Pessoal, não se trata de uma sujeito indeterminado. O sujeito está ali (mediação). O verbo ficou no singular para concordar com ele.

    → Um exemplo de sujeito indeterminado seria esta frase aqui: "trata-se de questões sérias". Aqui não conseguimos passar para a voz passiva analítica para verificar se há ou não sujeito (de questões são tratadas?), por isso o "se" exerce papel de índice de indeterminação de sujeito

    .

    e) há desvio da norma-padrão apenas na segunda expressão, pois o verbo é reflexivo, o que indica que o sujeito plural é o mesmo que pratica e recebe a ação verbal. → Errado. O verbo não é reflexivo, pessoal. A partícula se apenas será reflexiva quando você conseguir fazer a substituição por "a si mesmo/a ti mesmo etc.", assim:

    "ele se olhou no espelho e viu que estava magro" → "ele olhou a si mesmo no espelho e viu que estava magro".

    O "se" aqui é reflexivo, pois podemos realizar a substituição. No caso de nossa expressão, temos o "se" que indica voz passiva sintética. Ele é um pronome apassivador.

    .

    Espero ter ajudado.

    Bons estudos! :)


ID
5455816
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

    Por que apenas metade da população brasileira é leitora? Por que o percentual de leitores vai “despencando” a partir dos 11 anos de idade? De acordo com a 5ª edição da pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, realizada pelo Instituto Pró-Livro (IPL), Itaú Cultural e Ibope Inteligência, houve uma queda de 4,6 milhões de leitores no Brasil no período de 2015 a 2019. Será mesmo que as redes sociais, a falta de tempo e o não gostar são fatores principais para essa triste verdade?

    Acredito que o ensino da leitura, embora muito falado e muito estudado, não tem efetivamente avançado. A participação social efetiva das pessoas pressupõe o domínio e a compreensão da linguagem escrita. Sendo assim, se a escola é o espaço do educar, é de sua responsabilidade não apenas ensinar a ler, como mais precisamente, formar cidadãos leitores.

    Para ensinar a ler não basta ensinar a decodificar, é preciso ensinar a dialogar entre textos, contextos e autores. Não basta também, apenas a escolha dos bons textos literários, é preciso muito mais do que isso. De acordo com a pesquisa já citada, a grande problemática para o declínio leitor está na mediação da leitura.

    É preciso entender que o ato da leitura é espaço dialógico entre o mediador, o texto e o aluno, e é no momento da leitura que os encontros e os desencontros das posições frente ao lido acontecem. Porém, para que os encontros e desencontros aconteçam torna-se necessário um planejamento da mediação. Tornam-se necessárias horas de estudo do que será levado para a turma, do encantamento do mediador com o texto, da antecipação das possíveis dificuldades, do planejamento das “pontes” que serão construídas. Enfim, exige um trabalho árduo e contínuo. Exige um sujeito leitor.

    Não se faz mediação de leitura ou não se forma  cidadãos leitores com pessoas não leitoras. Aquele que faz mediação, aquele que forma leitores antes de tudo deve ser um sujeito leitor. Dificilmente alguém se torna um leitor de profundidade se não houver uma boa referência.

    Para aqueles que escolheram a formação de cidadãos (professores, no caso) é preciso abastecer-se. Precisamos ler, se não somos, necessitamos nos formar leitores. Aqueles que não escolheram o caminho da docência, experimentariam a leveza e o prazer que a leitura proporciona.

Assisti, dias atrás, a um programa para professores, nele o escritor Rafael Gallo dava uma dica para aqueles que ainda não eram leitores. Disse ele que era preciso ler muito, ler mais, ler de tudo; e se, ainda assim, não gostasse, continuasse à procura. Porque buscar é imperativo.

(Vanessa Marques de Almeida Passarim. Formação de leitores.

Diário da Região, 06.06.2021. Adaptado)

Observe o emprego das vírgulas nas seguintes passagens:


I. ... é de sua responsabilidade não apenas ensinar a ler, como mais precisamente, formar cidadãos leitores.

II. Não basta também, apenas a escolha dos bons textos literários...

III. Aqueles que não escolheram o caminho da docência, experimentariam a leveza e o prazer que a leitura proporciona.


Essas passagens expõem aspectos de pontuação que o professor pode discutir com os alunos, apontando o padrão normativo. Assim, será adequado afirmar que,

Alternativas
Comentários
  • A questão fala que "diversos escritórios estão localizados em vários bairros diferentes, em uma mesma cidade", ou seja, bairro é uma comunidade ou região dentro de uma cidade ou município, por isso a classificação MAN é o gabarito, já que ela abrange uma cidade/cidades próximas ou região metropolitana.

  • Letra E)

    Em (I) e (II), as expressões adverbiais “mais precisamente” e “também” deveriam ser precedidas e seguidas de vírgula; em (III), a vírgula é admissível pela extensão do enunciado com oração adjetiva restritiva.

  • E) Mais precisamente e também são expressões de natureza explicativa por isso devem ter vírgula antes e após.

    experimentariam a leveza e o prazer que a leitura proporciona aqueles que não escolheram o caminho da docência

    por ser restritiva não leva vírgula, mas como o trecho é muito comprido admite-se o uso


ID
5455819
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

    Por que apenas metade da população brasileira é leitora? Por que o percentual de leitores vai “despencando” a partir dos 11 anos de idade? De acordo com a 5ª edição da pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, realizada pelo Instituto Pró-Livro (IPL), Itaú Cultural e Ibope Inteligência, houve uma queda de 4,6 milhões de leitores no Brasil no período de 2015 a 2019. Será mesmo que as redes sociais, a falta de tempo e o não gostar são fatores principais para essa triste verdade?

    Acredito que o ensino da leitura, embora muito falado e muito estudado, não tem efetivamente avançado. A participação social efetiva das pessoas pressupõe o domínio e a compreensão da linguagem escrita. Sendo assim, se a escola é o espaço do educar, é de sua responsabilidade não apenas ensinar a ler, como mais precisamente, formar cidadãos leitores.

    Para ensinar a ler não basta ensinar a decodificar, é preciso ensinar a dialogar entre textos, contextos e autores. Não basta também, apenas a escolha dos bons textos literários, é preciso muito mais do que isso. De acordo com a pesquisa já citada, a grande problemática para o declínio leitor está na mediação da leitura.

    É preciso entender que o ato da leitura é espaço dialógico entre o mediador, o texto e o aluno, e é no momento da leitura que os encontros e os desencontros das posições frente ao lido acontecem. Porém, para que os encontros e desencontros aconteçam torna-se necessário um planejamento da mediação. Tornam-se necessárias horas de estudo do que será levado para a turma, do encantamento do mediador com o texto, da antecipação das possíveis dificuldades, do planejamento das “pontes” que serão construídas. Enfim, exige um trabalho árduo e contínuo. Exige um sujeito leitor.

    Não se faz mediação de leitura ou não se forma  cidadãos leitores com pessoas não leitoras. Aquele que faz mediação, aquele que forma leitores antes de tudo deve ser um sujeito leitor. Dificilmente alguém se torna um leitor de profundidade se não houver uma boa referência.

    Para aqueles que escolheram a formação de cidadãos (professores, no caso) é preciso abastecer-se. Precisamos ler, se não somos, necessitamos nos formar leitores. Aqueles que não escolheram o caminho da docência, experimentariam a leveza e o prazer que a leitura proporciona.

Assisti, dias atrás, a um programa para professores, nele o escritor Rafael Gallo dava uma dica para aqueles que ainda não eram leitores. Disse ele que era preciso ler muito, ler mais, ler de tudo; e se, ainda assim, não gostasse, continuasse à procura. Porque buscar é imperativo.

(Vanessa Marques de Almeida Passarim. Formação de leitores.

Diário da Região, 06.06.2021. Adaptado)

Tendo por referência as expressões do texto – Itaú ... dialógico ... possíveis ... atrás –, assinale a alternativa em que as palavras são acentuadas, respectivamente, segundo as mesmas regras dessas.

Alternativas
Comentários
  • Itaú - hiato, acentuam-se com acento agudo as vogais I,U tônicas isoladas ou seguidas de S.

    dialógico - proparoxítona acentuam-se todas.

    possíveis - paroxítona terminada em ditongo crescente.

    atrás - oxítona terminada em as.

  • I - ta- ú temos um hiato

    di-a-ló-gi-co - proparoxítona

    pos-sí-veis - paroxítona

    a-trás - oxítona

    reúna - hiato

    devêssemos ... proparoxítona

    mistério ... paroxítona

    comprá-la (desconsidere o - la) oxítona

  • Questão mal formulada.

    GAB A

  • Vogal - “a” será sempre uma vogal.

    Semivogal - “i” e “u” serão sempre semivogal.

    Bônus - “e” e “o” vai depender de com quem esteja acompanhado, na dúvida a letra de pronúncia mais forte será a vogal e a de pronúncia mais fraca será semivogal.


ID
5455822
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

    Por que apenas metade da população brasileira é leitora? Por que o percentual de leitores vai “despencando” a partir dos 11 anos de idade? De acordo com a 5ª edição da pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, realizada pelo Instituto Pró-Livro (IPL), Itaú Cultural e Ibope Inteligência, houve uma queda de 4,6 milhões de leitores no Brasil no período de 2015 a 2019. Será mesmo que as redes sociais, a falta de tempo e o não gostar são fatores principais para essa triste verdade?

    Acredito que o ensino da leitura, embora muito falado e muito estudado, não tem efetivamente avançado. A participação social efetiva das pessoas pressupõe o domínio e a compreensão da linguagem escrita. Sendo assim, se a escola é o espaço do educar, é de sua responsabilidade não apenas ensinar a ler, como mais precisamente, formar cidadãos leitores.

    Para ensinar a ler não basta ensinar a decodificar, é preciso ensinar a dialogar entre textos, contextos e autores. Não basta também, apenas a escolha dos bons textos literários, é preciso muito mais do que isso. De acordo com a pesquisa já citada, a grande problemática para o declínio leitor está na mediação da leitura.

    É preciso entender que o ato da leitura é espaço dialógico entre o mediador, o texto e o aluno, e é no momento da leitura que os encontros e os desencontros das posições frente ao lido acontecem. Porém, para que os encontros e desencontros aconteçam torna-se necessário um planejamento da mediação. Tornam-se necessárias horas de estudo do que será levado para a turma, do encantamento do mediador com o texto, da antecipação das possíveis dificuldades, do planejamento das “pontes” que serão construídas. Enfim, exige um trabalho árduo e contínuo. Exige um sujeito leitor.

    Não se faz mediação de leitura ou não se forma  cidadãos leitores com pessoas não leitoras. Aquele que faz mediação, aquele que forma leitores antes de tudo deve ser um sujeito leitor. Dificilmente alguém se torna um leitor de profundidade se não houver uma boa referência.

    Para aqueles que escolheram a formação de cidadãos (professores, no caso) é preciso abastecer-se. Precisamos ler, se não somos, necessitamos nos formar leitores. Aqueles que não escolheram o caminho da docência, experimentariam a leveza e o prazer que a leitura proporciona.

Assisti, dias atrás, a um programa para professores, nele o escritor Rafael Gallo dava uma dica para aqueles que ainda não eram leitores. Disse ele que era preciso ler muito, ler mais, ler de tudo; e se, ainda assim, não gostasse, continuasse à procura. Porque buscar é imperativo.

(Vanessa Marques de Almeida Passarim. Formação de leitores.

Diário da Região, 06.06.2021. Adaptado)

Na passagem – É preciso (I) entender (II) que o ato da leitura é espaço dialógico entre o mediador, o texto e o aluno ... – é correto afirmar acerca das orações (I) e (II):

Alternativas
Comentários
  • achei confusa, porém GAB A

  • É PRECISO ISSO = OSSS

    QUEM ENTENDE, ENTENDE ISSO = OSSOD

    B = Somente a II tem função de OD

    C = AMBAS SÃO SUBORDINADAS

    D = EXERCENDO FUNÇÃO DE SUJEITO e a SEGUNDA É SUBORDINADA

    E = AMBAS SÃO SUBORDINADAS

    GABARITO A

    1 - Oração Subordinada Substantiva Subjetiva

    oração exerce a função de sujeito

    na oração subordinada substantiva subjetiva, o objeto do verbo é o sujeito, e com ele o verbo deve manter concordância.

    Ex.: É certo que ela chega hoje. (= Isso é certo.)

    1.1 - Subjetiva x Objetiva Direta

    BIZU = Não se sabe que assunto estava no discurso

    Verbo saber nesse contexto é VTD logo seria uma oração Subordinada Objetiva direta, PORÉM, a partícula apassivadora SE ali transforma o OD em Sujeito então temos uma Subjetiva.

    1) Verbo de ligação + predicativo + QUE

    Ex. 1) É preciso que você estude muito. (= É preciso ISSO / ISSO é preciso)

    2) Verbo na voz passiva sintética ou analítica + QUE ou SE

    Ex. 2) Esperava-se que os jogadores ganhassem a competição. (= Esperava-se ISSO / ISSO era esperado)

    3) Verbos unipessoais + QUE

    Ex. 3) Convém que sejamos mais cautelosos. (= Convém ISSO)

     

    2 – Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta = verbo VTD ou VTDI

    • Quando uma oração exerce a função de objeto direto,

    • Ex.: Entendi que deveria ficar quieto. (= Entendi isso.)


ID
5455831
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

    Trágico vem do grego tragos, que quer dizer bode, um animal para o sacrifício. Trágico também remete ao panteão grego dos deuses e moiras, estas, as velhas quase cegas que tecem o tecido do destino dos mortais e dos deuses. De nós, mortais, esse destino diz que, ao final, pouco importam nossas virtudes ou vícios, pois seremos todos sacrificados: fracassaremos na vida porque morreremos, e o universo nos é indiferente. Somos o único animal que carrega o cadáver nas costas a vida inteira, isto é, que tem consciência da morte. Segundo o antropólogo Ernest Becker, em seu maravilhoso livro Negação da morte, tivemos que sobreviver à violência de dois meios ambientes: o externo, como todo animal, e o interno, nossa consciência prévia da inviabilidade da vida.

    Quando a filosofia abandona o universo religioso grego trágico (embora muitos filósofos nunca o façam plenamente), esse destino violento e cego assume a forma da crença num Acaso cego como fundo da realidade, ou seja, não há qualquer providência divina que faça, ao final, qualquer sentido. Vagamos por um mundo indiferente, combatendo um combate inglório, sem reconhecimento cósmico. No mundo contemporâneo, por exemplo, a teoria darwinista abraçará essa visão sombria do destino de tudo que respira sobre a Terra.

    Essa imagem de que tudo no fundo é acaso aparece, por exemplo, em autores como Maquiavel, em seu clássico O príncipe. Como todo autor de sua época, ele chama o Acaso cego de “Fortuna”. O outro conceito que ele trabalha é o de “Virtú” (tradução do termo grego “Aretê”, que significa virtude, força).

    Quais são as características de “um príncipe virtuoso”? Ele observa o comportamento das pessoas e percebe que a maioria sempre é previsível, medrosa, interesseira e volúvel. A marca da vida é a precariedade, e isso horroriza as almas fracas. O medo é frequente, e o amor, raro. A traição, uma banalidade; a fidelidade, um milagre. Ele sabe que deve amar sua esposa (ou marido, se for uma “princesa”), mas confiar apenas em seu cavalo. E que deve antes ser temido do que amado, porque o amor cobra constantes provas e tem vida curta, enquanto o medo pede pouco alimento e tem vida longa. Acima de tudo, o virtuoso é um solitário porque é obrigado a viver num mundo devastado por uma consciência mais radical e mais violenta do que os outros mortais. Nesse universo é que ele tomará suas decisões. Não pode sonhar com um mundo que não existe, nem contar com pessoas que vivem de ilusões.

    Ainda que vivamos em épocas dadas a papos furados como “humanismo em gestão empresarial”, é nesse mesmo universo que são tomadas as decisões de quem tem por destino ser responsável por muita gente e muitos lucros. Do “príncipe” atual, longamente exposto às fraquezas humanas, é exigida a dor da lucidez, do silêncio e da solidão. A crueldade do mundo é parte de seu café da manhã, e a efemeridade do sucesso é seu pesadelo cotidiano. 


(Luiz Felipe Pondé, O trágico cotidiano. Disponível em: https://rae.fgv.br/sites/rae.fgv.br. Acesso em 28.06.2021. Adaptado)

É correto afirmar que o texto

Alternativas

ID
5455834
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

    Trágico vem do grego tragos, que quer dizer bode, um animal para o sacrifício. Trágico também remete ao panteão grego dos deuses e moiras, estas, as velhas quase cegas que tecem o tecido do destino dos mortais e dos deuses. De nós, mortais, esse destino diz que, ao final, pouco importam nossas virtudes ou vícios, pois seremos todos sacrificados: fracassaremos na vida porque morreremos, e o universo nos é indiferente. Somos o único animal que carrega o cadáver nas costas a vida inteira, isto é, que tem consciência da morte. Segundo o antropólogo Ernest Becker, em seu maravilhoso livro Negação da morte, tivemos que sobreviver à violência de dois meios ambientes: o externo, como todo animal, e o interno, nossa consciência prévia da inviabilidade da vida.

    Quando a filosofia abandona o universo religioso grego trágico (embora muitos filósofos nunca o façam plenamente), esse destino violento e cego assume a forma da crença num Acaso cego como fundo da realidade, ou seja, não há qualquer providência divina que faça, ao final, qualquer sentido. Vagamos por um mundo indiferente, combatendo um combate inglório, sem reconhecimento cósmico. No mundo contemporâneo, por exemplo, a teoria darwinista abraçará essa visão sombria do destino de tudo que respira sobre a Terra.

    Essa imagem de que tudo no fundo é acaso aparece, por exemplo, em autores como Maquiavel, em seu clássico O príncipe. Como todo autor de sua época, ele chama o Acaso cego de “Fortuna”. O outro conceito que ele trabalha é o de “Virtú” (tradução do termo grego “Aretê”, que significa virtude, força).

    Quais são as características de “um príncipe virtuoso”? Ele observa o comportamento das pessoas e percebe que a maioria sempre é previsível, medrosa, interesseira e volúvel. A marca da vida é a precariedade, e isso horroriza as almas fracas. O medo é frequente, e o amor, raro. A traição, uma banalidade; a fidelidade, um milagre. Ele sabe que deve amar sua esposa (ou marido, se for uma “princesa”), mas confiar apenas em seu cavalo. E que deve antes ser temido do que amado, porque o amor cobra constantes provas e tem vida curta, enquanto o medo pede pouco alimento e tem vida longa. Acima de tudo, o virtuoso é um solitário porque é obrigado a viver num mundo devastado por uma consciência mais radical e mais violenta do que os outros mortais. Nesse universo é que ele tomará suas decisões. Não pode sonhar com um mundo que não existe, nem contar com pessoas que vivem de ilusões.

    Ainda que vivamos em épocas dadas a papos furados como “humanismo em gestão empresarial”, é nesse mesmo universo que são tomadas as decisões de quem tem por destino ser responsável por muita gente e muitos lucros. Do “príncipe” atual, longamente exposto às fraquezas humanas, é exigida a dor da lucidez, do silêncio e da solidão. A crueldade do mundo é parte de seu café da manhã, e a efemeridade do sucesso é seu pesadelo cotidiano. 


(Luiz Felipe Pondé, O trágico cotidiano. Disponível em: https://rae.fgv.br/sites/rae.fgv.br. Acesso em 28.06.2021. Adaptado)

Tendo em vista a abordagem do destino humano das perspectivas da tragédia e do acaso, é correto afirmar que o chamado “príncipe virtuoso” contemporâneo

Alternativas

ID
5455837
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

    Trágico vem do grego tragos, que quer dizer bode, um animal para o sacrifício. Trágico também remete ao panteão grego dos deuses e moiras, estas, as velhas quase cegas que tecem o tecido do destino dos mortais e dos deuses. De nós, mortais, esse destino diz que, ao final, pouco importam nossas virtudes ou vícios, pois seremos todos sacrificados: fracassaremos na vida porque morreremos, e o universo nos é indiferente. Somos o único animal que carrega o cadáver nas costas a vida inteira, isto é, que tem consciência da morte. Segundo o antropólogo Ernest Becker, em seu maravilhoso livro Negação da morte, tivemos que sobreviver à violência de dois meios ambientes: o externo, como todo animal, e o interno, nossa consciência prévia da inviabilidade da vida.

    Quando a filosofia abandona o universo religioso grego trágico (embora muitos filósofos nunca o façam plenamente), esse destino violento e cego assume a forma da crença num Acaso cego como fundo da realidade, ou seja, não há qualquer providência divina que faça, ao final, qualquer sentido. Vagamos por um mundo indiferente, combatendo um combate inglório, sem reconhecimento cósmico. No mundo contemporâneo, por exemplo, a teoria darwinista abraçará essa visão sombria do destino de tudo que respira sobre a Terra.

    Essa imagem de que tudo no fundo é acaso aparece, por exemplo, em autores como Maquiavel, em seu clássico O príncipe. Como todo autor de sua época, ele chama o Acaso cego de “Fortuna”. O outro conceito que ele trabalha é o de “Virtú” (tradução do termo grego “Aretê”, que significa virtude, força).

    Quais são as características de “um príncipe virtuoso”? Ele observa o comportamento das pessoas e percebe que a maioria sempre é previsível, medrosa, interesseira e volúvel. A marca da vida é a precariedade, e isso horroriza as almas fracas. O medo é frequente, e o amor, raro. A traição, uma banalidade; a fidelidade, um milagre. Ele sabe que deve amar sua esposa (ou marido, se for uma “princesa”), mas confiar apenas em seu cavalo. E que deve antes ser temido do que amado, porque o amor cobra constantes provas e tem vida curta, enquanto o medo pede pouco alimento e tem vida longa. Acima de tudo, o virtuoso é um solitário porque é obrigado a viver num mundo devastado por uma consciência mais radical e mais violenta do que os outros mortais. Nesse universo é que ele tomará suas decisões. Não pode sonhar com um mundo que não existe, nem contar com pessoas que vivem de ilusões.

    Ainda que vivamos em épocas dadas a papos furados como “humanismo em gestão empresarial”, é nesse mesmo universo que são tomadas as decisões de quem tem por destino ser responsável por muita gente e muitos lucros. Do “príncipe” atual, longamente exposto às fraquezas humanas, é exigida a dor da lucidez, do silêncio e da solidão. A crueldade do mundo é parte de seu café da manhã, e a efemeridade do sucesso é seu pesadelo cotidiano. 


(Luiz Felipe Pondé, O trágico cotidiano. Disponível em: https://rae.fgv.br/sites/rae.fgv.br. Acesso em 28.06.2021. Adaptado)

Assinale a alternativa que dá sequência ao trecho a seguir, preservando a correlação verbal e a lógica da sequência.


De nós, mortais, esse destino

Alternativas
Comentários
  • Gab: B

    Coerência textual

    De nós, mortais, esse destino diria que talvez pouco importassem nossas virtudes ou vícios, pois seríamos todos sacrificados: fracassaríamos na vida porque morreríamos, e o universo nos seria indiferente.


ID
5455840
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

    Trágico vem do grego tragos, que quer dizer bode, um animal para o sacrifício. Trágico também remete ao panteão grego dos deuses e moiras, estas, as velhas quase cegas que tecem o tecido do destino dos mortais e dos deuses. De nós, mortais, esse destino diz que, ao final, pouco importam nossas virtudes ou vícios, pois seremos todos sacrificados: fracassaremos na vida porque morreremos, e o universo nos é indiferente. Somos o único animal que carrega o cadáver nas costas a vida inteira, isto é, que tem consciência da morte. Segundo o antropólogo Ernest Becker, em seu maravilhoso livro Negação da morte, tivemos que sobreviver à violência de dois meios ambientes: o externo, como todo animal, e o interno, nossa consciência prévia da inviabilidade da vida.

    Quando a filosofia abandona o universo religioso grego trágico (embora muitos filósofos nunca o façam plenamente), esse destino violento e cego assume a forma da crença num Acaso cego como fundo da realidade, ou seja, não há qualquer providência divina que faça, ao final, qualquer sentido. Vagamos por um mundo indiferente, combatendo um combate inglório, sem reconhecimento cósmico. No mundo contemporâneo, por exemplo, a teoria darwinista abraçará essa visão sombria do destino de tudo que respira sobre a Terra.

    Essa imagem de que tudo no fundo é acaso aparece, por exemplo, em autores como Maquiavel, em seu clássico O príncipe. Como todo autor de sua época, ele chama o Acaso cego de “Fortuna”. O outro conceito que ele trabalha é o de “Virtú” (tradução do termo grego “Aretê”, que significa virtude, força).

    Quais são as características de “um príncipe virtuoso”? Ele observa o comportamento das pessoas e percebe que a maioria sempre é previsível, medrosa, interesseira e volúvel. A marca da vida é a precariedade, e isso horroriza as almas fracas. O medo é frequente, e o amor, raro. A traição, uma banalidade; a fidelidade, um milagre. Ele sabe que deve amar sua esposa (ou marido, se for uma “princesa”), mas confiar apenas em seu cavalo. E que deve antes ser temido do que amado, porque o amor cobra constantes provas e tem vida curta, enquanto o medo pede pouco alimento e tem vida longa. Acima de tudo, o virtuoso é um solitário porque é obrigado a viver num mundo devastado por uma consciência mais radical e mais violenta do que os outros mortais. Nesse universo é que ele tomará suas decisões. Não pode sonhar com um mundo que não existe, nem contar com pessoas que vivem de ilusões.

    Ainda que vivamos em épocas dadas a papos furados como “humanismo em gestão empresarial”, é nesse mesmo universo que são tomadas as decisões de quem tem por destino ser responsável por muita gente e muitos lucros. Do “príncipe” atual, longamente exposto às fraquezas humanas, é exigida a dor da lucidez, do silêncio e da solidão. A crueldade do mundo é parte de seu café da manhã, e a efemeridade do sucesso é seu pesadelo cotidiano. 


(Luiz Felipe Pondé, O trágico cotidiano. Disponível em: https://rae.fgv.br/sites/rae.fgv.br. Acesso em 28.06.2021. Adaptado)

Na passagem – O outro conceito que ele trabalha é o de “Virtú” (tradução do termo grego “Aretê”, que significa virtude, força). – o comentário entre parênteses constitui uma das formas de interação por meio da linguagem, que Ingedore Villaça Koch e Vanda Maria Elias (Ler e compreender – os sentidos do texto) caracterizam como conhecimento

Alternativas
Comentários
  • Metacomunicativo: Evitar perturbações previsíveis.

    Interpessoal: Definir uma relação no contexto.

    Ilocucional: Quando as intenções estão perceptíveis.


ID
5455843
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

    Trágico vem do grego tragos, que quer dizer bode, um animal para o sacrifício. Trágico também remete ao panteão grego dos deuses e moiras, estas, as velhas quase cegas que tecem o tecido do destino dos mortais e dos deuses. De nós, mortais, esse destino diz que, ao final, pouco importam nossas virtudes ou vícios, pois seremos todos sacrificados: fracassaremos na vida porque morreremos, e o universo nos é indiferente. Somos o único animal que carrega o cadáver nas costas a vida inteira, isto é, que tem consciência da morte. Segundo o antropólogo Ernest Becker, em seu maravilhoso livro Negação da morte, tivemos que sobreviver à violência de dois meios ambientes: o externo, como todo animal, e o interno, nossa consciência prévia da inviabilidade da vida.

    Quando a filosofia abandona o universo religioso grego trágico (embora muitos filósofos nunca o façam plenamente), esse destino violento e cego assume a forma da crença num Acaso cego como fundo da realidade, ou seja, não há qualquer providência divina que faça, ao final, qualquer sentido. Vagamos por um mundo indiferente, combatendo um combate inglório, sem reconhecimento cósmico. No mundo contemporâneo, por exemplo, a teoria darwinista abraçará essa visão sombria do destino de tudo que respira sobre a Terra.

    Essa imagem de que tudo no fundo é acaso aparece, por exemplo, em autores como Maquiavel, em seu clássico O príncipe. Como todo autor de sua época, ele chama o Acaso cego de “Fortuna”. O outro conceito que ele trabalha é o de “Virtú” (tradução do termo grego “Aretê”, que significa virtude, força).

    Quais são as características de “um príncipe virtuoso”? Ele observa o comportamento das pessoas e percebe que a maioria sempre é previsível, medrosa, interesseira e volúvel. A marca da vida é a precariedade, e isso horroriza as almas fracas. O medo é frequente, e o amor, raro. A traição, uma banalidade; a fidelidade, um milagre. Ele sabe que deve amar sua esposa (ou marido, se for uma “princesa”), mas confiar apenas em seu cavalo. E que deve antes ser temido do que amado, porque o amor cobra constantes provas e tem vida curta, enquanto o medo pede pouco alimento e tem vida longa. Acima de tudo, o virtuoso é um solitário porque é obrigado a viver num mundo devastado por uma consciência mais radical e mais violenta do que os outros mortais. Nesse universo é que ele tomará suas decisões. Não pode sonhar com um mundo que não existe, nem contar com pessoas que vivem de ilusões.

    Ainda que vivamos em épocas dadas a papos furados como “humanismo em gestão empresarial”, é nesse mesmo universo que são tomadas as decisões de quem tem por destino ser responsável por muita gente e muitos lucros. Do “príncipe” atual, longamente exposto às fraquezas humanas, é exigida a dor da lucidez, do silêncio e da solidão. A crueldade do mundo é parte de seu café da manhã, e a efemeridade do sucesso é seu pesadelo cotidiano. 


(Luiz Felipe Pondé, O trágico cotidiano. Disponível em: https://rae.fgv.br/sites/rae.fgv.br. Acesso em 28.06.2021. Adaptado)

De acordo com Ingedore Villaça Koch e Vanda Maria Elias (Ler e escrever- estratégias de produção textual), as expressões “isto é” e “ou seja” (1º e 2º parágrafos) são elementos de progressão

Alternativas
Comentários
  • "Isto" é um elemento catafórico, logo, sequencial. Parafrasear é explicar ou expor algum detalhe, o que está explicitamente no texto. Letra "A".

  • Uma paráfrase é uma nova afirmação do sentido de um texto ou passagem usando outras palavras.


ID
5455846
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

    Trágico vem do grego tragos, que quer dizer bode, um animal para o sacrifício. Trágico também remete ao panteão grego dos deuses e moiras, estas, as velhas quase cegas que tecem o tecido do destino dos mortais e dos deuses. De nós, mortais, esse destino diz que, ao final, pouco importam nossas virtudes ou vícios, pois seremos todos sacrificados: fracassaremos na vida porque morreremos, e o universo nos é indiferente. Somos o único animal que carrega o cadáver nas costas a vida inteira, isto é, que tem consciência da morte. Segundo o antropólogo Ernest Becker, em seu maravilhoso livro Negação da morte, tivemos que sobreviver à violência de dois meios ambientes: o externo, como todo animal, e o interno, nossa consciência prévia da inviabilidade da vida.

    Quando a filosofia abandona o universo religioso grego trágico (embora muitos filósofos nunca o façam plenamente), esse destino violento e cego assume a forma da crença num Acaso cego como fundo da realidade, ou seja, não há qualquer providência divina que faça, ao final, qualquer sentido. Vagamos por um mundo indiferente, combatendo um combate inglório, sem reconhecimento cósmico. No mundo contemporâneo, por exemplo, a teoria darwinista abraçará essa visão sombria do destino de tudo que respira sobre a Terra.

    Essa imagem de que tudo no fundo é acaso aparece, por exemplo, em autores como Maquiavel, em seu clássico O príncipe. Como todo autor de sua época, ele chama o Acaso cego de “Fortuna”. O outro conceito que ele trabalha é o de “Virtú” (tradução do termo grego “Aretê”, que significa virtude, força).

    Quais são as características de “um príncipe virtuoso”? Ele observa o comportamento das pessoas e percebe que a maioria sempre é previsível, medrosa, interesseira e volúvel. A marca da vida é a precariedade, e isso horroriza as almas fracas. O medo é frequente, e o amor, raro. A traição, uma banalidade; a fidelidade, um milagre. Ele sabe que deve amar sua esposa (ou marido, se for uma “princesa”), mas confiar apenas em seu cavalo. E que deve antes ser temido do que amado, porque o amor cobra constantes provas e tem vida curta, enquanto o medo pede pouco alimento e tem vida longa. Acima de tudo, o virtuoso é um solitário porque é obrigado a viver num mundo devastado por uma consciência mais radical e mais violenta do que os outros mortais. Nesse universo é que ele tomará suas decisões. Não pode sonhar com um mundo que não existe, nem contar com pessoas que vivem de ilusões.

    Ainda que vivamos em épocas dadas a papos furados como “humanismo em gestão empresarial”, é nesse mesmo universo que são tomadas as decisões de quem tem por destino ser responsável por muita gente e muitos lucros. Do “príncipe” atual, longamente exposto às fraquezas humanas, é exigida a dor da lucidez, do silêncio e da solidão. A crueldade do mundo é parte de seu café da manhã, e a efemeridade do sucesso é seu pesadelo cotidiano. 


(Luiz Felipe Pondé, O trágico cotidiano. Disponível em: https://rae.fgv.br/sites/rae.fgv.br. Acesso em 28.06.2021. Adaptado)

Assinale a alternativa em que o emprego da vírgula e do ponto e vírgula segue o mesmo princípio observado na passagem – O medo é frequente, e o amor, raro. A traição, uma banalidade; a fidelidade, um milagre.

Alternativas
Comentários
  • pegadinha, só seguir os mesmo padrões do enunciado.

  • Na frase do enunciado, percebemos a elipse do verbo.

    Então, é necessário encontrar, dentre as alternativas, aquela em que a vírgula desempenha o mesmo papel.

    Encontraremos a alternativa "C"

  • Comentário da Kimberly correto.


ID
5455849
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

    Trágico vem do grego tragos, que quer dizer bode, um animal para o sacrifício. Trágico também remete ao panteão grego dos deuses e moiras, estas, as velhas quase cegas que tecem o tecido do destino dos mortais e dos deuses. De nós, mortais, esse destino diz que, ao final, pouco importam nossas virtudes ou vícios, pois seremos todos sacrificados: fracassaremos na vida porque morreremos, e o universo nos é indiferente. Somos o único animal que carrega o cadáver nas costas a vida inteira, isto é, que tem consciência da morte. Segundo o antropólogo Ernest Becker, em seu maravilhoso livro Negação da morte, tivemos que sobreviver à violência de dois meios ambientes: o externo, como todo animal, e o interno, nossa consciência prévia da inviabilidade da vida.

    Quando a filosofia abandona o universo religioso grego trágico (embora muitos filósofos nunca o façam plenamente), esse destino violento e cego assume a forma da crença num Acaso cego como fundo da realidade, ou seja, não há qualquer providência divina que faça, ao final, qualquer sentido. Vagamos por um mundo indiferente, combatendo um combate inglório, sem reconhecimento cósmico. No mundo contemporâneo, por exemplo, a teoria darwinista abraçará essa visão sombria do destino de tudo que respira sobre a Terra.

    Essa imagem de que tudo no fundo é acaso aparece, por exemplo, em autores como Maquiavel, em seu clássico O príncipe. Como todo autor de sua época, ele chama o Acaso cego de “Fortuna”. O outro conceito que ele trabalha é o de “Virtú” (tradução do termo grego “Aretê”, que significa virtude, força).

    Quais são as características de “um príncipe virtuoso”? Ele observa o comportamento das pessoas e percebe que a maioria sempre é previsível, medrosa, interesseira e volúvel. A marca da vida é a precariedade, e isso horroriza as almas fracas. O medo é frequente, e o amor, raro. A traição, uma banalidade; a fidelidade, um milagre. Ele sabe que deve amar sua esposa (ou marido, se for uma “princesa”), mas confiar apenas em seu cavalo. E que deve antes ser temido do que amado, porque o amor cobra constantes provas e tem vida curta, enquanto o medo pede pouco alimento e tem vida longa. Acima de tudo, o virtuoso é um solitário porque é obrigado a viver num mundo devastado por uma consciência mais radical e mais violenta do que os outros mortais. Nesse universo é que ele tomará suas decisões. Não pode sonhar com um mundo que não existe, nem contar com pessoas que vivem de ilusões.

    Ainda que vivamos em épocas dadas a papos furados como “humanismo em gestão empresarial”, é nesse mesmo universo que são tomadas as decisões de quem tem por destino ser responsável por muita gente e muitos lucros. Do “príncipe” atual, longamente exposto às fraquezas humanas, é exigida a dor da lucidez, do silêncio e da solidão. A crueldade do mundo é parte de seu café da manhã, e a efemeridade do sucesso é seu pesadelo cotidiano. 


(Luiz Felipe Pondé, O trágico cotidiano. Disponível em: https://rae.fgv.br/sites/rae.fgv.br. Acesso em 28.06.2021. Adaptado)

Observando-se a estrutura morfossintática do período, a expressão destacada na passagem – Será mesmo que as redes sociais, a falta de tempo e o não gostar são fatores principais para essa triste verdade? – tem equivalente em:

Alternativas
Comentários
  • Esta é uma questão sobre as funções morfossintáticas da palavra mesmoNo enunciado, a palavra mesmo relaciona-se ao verbo e é empregada com sentido de realmente, de fato. Será realmente que as redes sociais, a falta de tempo e o não gostar são fatores principais para essa triste verdade?

    Por estar associada ao verbo, a palavra foi empregada como advérbio e exerce a função sintática de adjunto adverbial de afirmação.

    A) Então ele falou com você usando o mesmo tom de deboche usado comigo?
    Incorreto. Além de advérbio, a palavra mesmo também pode ser empregada como adjetivo quando for equivalente a exato, semelhante ou de igual valor. Nesse caso, vemos que a palavra é empregada modificando o substantivo tom. Então ele falou com você usando o exato tom de deboche usado comigo? Como ela não é empregada como advérbio, pode ser descartada.

    B) Seu sucesso vai mesmo assombrar a todos.
    Correto. Se substituirmos mesmo por realmente, vemos que o sentido da frase fica preservado, demonstrando dessa forma que se trata de um advérbio. Seu sucesso vai realmente assombrar a todos. O termo é empregado modificando o verbo assombrar.

    C) Ele vai ser generoso comigo como foi consigo mesmo?
    Incorreto. Aqui, o termo foi empregado como palavra denotativa, acrescentando sentido de inclusão. É sinônimo de até ou inclusive. Ele vai ser generoso comigo como foi consigo inclusive?

    D) Está sozinho; mesmo os que se diziam amigos se afastaram dele.
    Incorreto. Nessa alternativa, a palavra foi empregada também como palavra denotativa. O termo acrescenta apenas o sentido de inclusão, não está associado ao verbo e não possui função sintática. Se substituirmos por até ou inclusive, veremos que o seu sentido permanece inalterado: Está sozinho; inclusive / até os que se diziam amigos se afastaram dele. 

    E) Hoje mesmo teremos os resultados da auditoria.
    Incorreto. Novamente, o termo mesmo foi empregado como palavra denotativa de inclusão. Hoje inclusive teremos os resultados da auditoria. 

    Além de advérbio, adjetivo e palavra denotativa de inclusão, o termo mesmo também pode ser empregada como:
    - pronome demonstrativo: Equivalente a próprio. Acompanha o pronome reto ou um substantivo. É utilizado como reforço e exerce a função sintática de adjunto adnominal. Ela mesmo fez as considerações finais.

    - conjunção: São empregadas em orações subordinadas com sentido de concessão. É equivalente a embora. Mesmo saindo cedo, chegou tarde ao local de trabalho. 

    - substantivo: Equivalente a mesma coisa ou a mesma pessoa. Em geral, é precedido de artigo como os demais substantivos. Depois do acidente, ele nunca mais foi o mesmo.

    Gabarito da Professora: Letra B

ID
5455852
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

    Trágico vem do grego tragos, que quer dizer bode, um animal para o sacrifício. Trágico também remete ao panteão grego dos deuses e moiras, estas, as velhas quase cegas que tecem o tecido do destino dos mortais e dos deuses. De nós, mortais, esse destino diz que, ao final, pouco importam nossas virtudes ou vícios, pois seremos todos sacrificados: fracassaremos na vida porque morreremos, e o universo nos é indiferente. Somos o único animal que carrega o cadáver nas costas a vida inteira, isto é, que tem consciência da morte. Segundo o antropólogo Ernest Becker, em seu maravilhoso livro Negação da morte, tivemos que sobreviver à violência de dois meios ambientes: o externo, como todo animal, e o interno, nossa consciência prévia da inviabilidade da vida.

    Quando a filosofia abandona o universo religioso grego trágico (embora muitos filósofos nunca o façam plenamente), esse destino violento e cego assume a forma da crença num Acaso cego como fundo da realidade, ou seja, não há qualquer providência divina que faça, ao final, qualquer sentido. Vagamos por um mundo indiferente, combatendo um combate inglório, sem reconhecimento cósmico. No mundo contemporâneo, por exemplo, a teoria darwinista abraçará essa visão sombria do destino de tudo que respira sobre a Terra.

    Essa imagem de que tudo no fundo é acaso aparece, por exemplo, em autores como Maquiavel, em seu clássico O príncipe. Como todo autor de sua época, ele chama o Acaso cego de “Fortuna”. O outro conceito que ele trabalha é o de “Virtú” (tradução do termo grego “Aretê”, que significa virtude, força).

    Quais são as características de “um príncipe virtuoso”? Ele observa o comportamento das pessoas e percebe que a maioria sempre é previsível, medrosa, interesseira e volúvel. A marca da vida é a precariedade, e isso horroriza as almas fracas. O medo é frequente, e o amor, raro. A traição, uma banalidade; a fidelidade, um milagre. Ele sabe que deve amar sua esposa (ou marido, se for uma “princesa”), mas confiar apenas em seu cavalo. E que deve antes ser temido do que amado, porque o amor cobra constantes provas e tem vida curta, enquanto o medo pede pouco alimento e tem vida longa. Acima de tudo, o virtuoso é um solitário porque é obrigado a viver num mundo devastado por uma consciência mais radical e mais violenta do que os outros mortais. Nesse universo é que ele tomará suas decisões. Não pode sonhar com um mundo que não existe, nem contar com pessoas que vivem de ilusões.

    Ainda que vivamos em épocas dadas a papos furados como “humanismo em gestão empresarial”, é nesse mesmo universo que são tomadas as decisões de quem tem por destino ser responsável por muita gente e muitos lucros. Do “príncipe” atual, longamente exposto às fraquezas humanas, é exigida a dor da lucidez, do silêncio e da solidão. A crueldade do mundo é parte de seu café da manhã, e a efemeridade do sucesso é seu pesadelo cotidiano. 


(Luiz Felipe Pondé, O trágico cotidiano. Disponível em: https://rae.fgv.br/sites/rae.fgv.br. Acesso em 28.06.2021. Adaptado)

Assinale a alternativa em que a oração destacada tem com a precedente a mesma relação sintática de subordinação que tem a destacada na passagem – De nós, mortais, esse destino diz que, ao final, pouco importam nossas virtudes ou vícios.

Alternativas
Comentários
  • esse destino diz que, ao final, pouco importam nossas virtudes ou vícios. = OSSOD

    Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta = verbo VTD ou VTDI

    • Quando uma oração exerce a função de objeto direto,

    • Ex.: Entendi que deveria ficar quieto. (= Entendi isso.)

    A = Completiva Nominal

    B = ADJ Restritiva

    C = ADJ Explicativa

    E = ADJ Restritiva


ID
5455855
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

    Trágico vem do grego tragos, que quer dizer bode, um animal para o sacrifício. Trágico também remete ao panteão grego dos deuses e moiras, estas, as velhas quase cegas que tecem o tecido do destino dos mortais e dos deuses. De nós, mortais, esse destino diz que, ao final, pouco importam nossas virtudes ou vícios, pois seremos todos sacrificados: fracassaremos na vida porque morreremos, e o universo nos é indiferente. Somos o único animal que carrega o cadáver nas costas a vida inteira, isto é, que tem consciência da morte. Segundo o antropólogo Ernest Becker, em seu maravilhoso livro Negação da morte, tivemos que sobreviver à violência de dois meios ambientes: o externo, como todo animal, e o interno, nossa consciência prévia da inviabilidade da vida.

    Quando a filosofia abandona o universo religioso grego trágico (embora muitos filósofos nunca o façam plenamente), esse destino violento e cego assume a forma da crença num Acaso cego como fundo da realidade, ou seja, não há qualquer providência divina que faça, ao final, qualquer sentido. Vagamos por um mundo indiferente, combatendo um combate inglório, sem reconhecimento cósmico. No mundo contemporâneo, por exemplo, a teoria darwinista abraçará essa visão sombria do destino de tudo que respira sobre a Terra.

    Essa imagem de que tudo no fundo é acaso aparece, por exemplo, em autores como Maquiavel, em seu clássico O príncipe. Como todo autor de sua época, ele chama o Acaso cego de “Fortuna”. O outro conceito que ele trabalha é o de “Virtú” (tradução do termo grego “Aretê”, que significa virtude, força).

    Quais são as características de “um príncipe virtuoso”? Ele observa o comportamento das pessoas e percebe que a maioria sempre é previsível, medrosa, interesseira e volúvel. A marca da vida é a precariedade, e isso horroriza as almas fracas. O medo é frequente, e o amor, raro. A traição, uma banalidade; a fidelidade, um milagre. Ele sabe que deve amar sua esposa (ou marido, se for uma “princesa”), mas confiar apenas em seu cavalo. E que deve antes ser temido do que amado, porque o amor cobra constantes provas e tem vida curta, enquanto o medo pede pouco alimento e tem vida longa. Acima de tudo, o virtuoso é um solitário porque é obrigado a viver num mundo devastado por uma consciência mais radical e mais violenta do que os outros mortais. Nesse universo é que ele tomará suas decisões. Não pode sonhar com um mundo que não existe, nem contar com pessoas que vivem de ilusões.

    Ainda que vivamos em épocas dadas a papos furados como “humanismo em gestão empresarial”, é nesse mesmo universo que são tomadas as decisões de quem tem por destino ser responsável por muita gente e muitos lucros. Do “príncipe” atual, longamente exposto às fraquezas humanas, é exigida a dor da lucidez, do silêncio e da solidão. A crueldade do mundo é parte de seu café da manhã, e a efemeridade do sucesso é seu pesadelo cotidiano. 


(Luiz Felipe Pondé, O trágico cotidiano. Disponível em: https://rae.fgv.br/sites/rae.fgv.br. Acesso em 28.06.2021. Adaptado)

Assinale a alternativa que contém afirmação correta acerca da passagem – Quando a filosofia abandona o universo religioso grego trágico (embora muitos filósofos nunca o façam plenamente), esse destino violento e cego assume a forma da crença num Acaso cego como fundo da realidade.

Alternativas
Comentários
  • Termo anafórico

    Para entender ele precisa de um antecedente. Muito usado em poesias, para dar ênfase a uma ideia total ou parcial.

    Ex: Ana comprou um gato. O animal já conhece todos os cantos da casa.

  • anáfora = já foi falado no texto

    catáfora= será falado no texto.


ID
5455858
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

    Trágico vem do grego tragos, que quer dizer bode, um animal para o sacrifício. Trágico também remete ao panteão grego dos deuses e moiras, estas, as velhas quase cegas que tecem o tecido do destino dos mortais e dos deuses. De nós, mortais, esse destino diz que, ao final, pouco importam nossas virtudes ou vícios, pois seremos todos sacrificados: fracassaremos na vida porque morreremos, e o universo nos é indiferente. Somos o único animal que carrega o cadáver nas costas a vida inteira, isto é, que tem consciência da morte. Segundo o antropólogo Ernest Becker, em seu maravilhoso livro Negação da morte, tivemos que sobreviver à violência de dois meios ambientes: o externo, como todo animal, e o interno, nossa consciência prévia da inviabilidade da vida.

    Quando a filosofia abandona o universo religioso grego trágico (embora muitos filósofos nunca o façam plenamente), esse destino violento e cego assume a forma da crença num Acaso cego como fundo da realidade, ou seja, não há qualquer providência divina que faça, ao final, qualquer sentido. Vagamos por um mundo indiferente, combatendo um combate inglório, sem reconhecimento cósmico. No mundo contemporâneo, por exemplo, a teoria darwinista abraçará essa visão sombria do destino de tudo que respira sobre a Terra.

    Essa imagem de que tudo no fundo é acaso aparece, por exemplo, em autores como Maquiavel, em seu clássico O príncipe. Como todo autor de sua época, ele chama o Acaso cego de “Fortuna”. O outro conceito que ele trabalha é o de “Virtú” (tradução do termo grego “Aretê”, que significa virtude, força).

    Quais são as características de “um príncipe virtuoso”? Ele observa o comportamento das pessoas e percebe que a maioria sempre é previsível, medrosa, interesseira e volúvel. A marca da vida é a precariedade, e isso horroriza as almas fracas. O medo é frequente, e o amor, raro. A traição, uma banalidade; a fidelidade, um milagre. Ele sabe que deve amar sua esposa (ou marido, se for uma “princesa”), mas confiar apenas em seu cavalo. E que deve antes ser temido do que amado, porque o amor cobra constantes provas e tem vida curta, enquanto o medo pede pouco alimento e tem vida longa. Acima de tudo, o virtuoso é um solitário porque é obrigado a viver num mundo devastado por uma consciência mais radical e mais violenta do que os outros mortais. Nesse universo é que ele tomará suas decisões. Não pode sonhar com um mundo que não existe, nem contar com pessoas que vivem de ilusões.

    Ainda que vivamos em épocas dadas a papos furados como “humanismo em gestão empresarial”, é nesse mesmo universo que são tomadas as decisões de quem tem por destino ser responsável por muita gente e muitos lucros. Do “príncipe” atual, longamente exposto às fraquezas humanas, é exigida a dor da lucidez, do silêncio e da solidão. A crueldade do mundo é parte de seu café da manhã, e a efemeridade do sucesso é seu pesadelo cotidiano. 


(Luiz Felipe Pondé, O trágico cotidiano. Disponível em: https://rae.fgv.br/sites/rae.fgv.br. Acesso em 28.06.2021. Adaptado)

Tendo em vista os termos destacados nas passagens – (I) E que deve antes ser temido do que amado, porque o amor cobra constantes provas e tem vida curta, enquanto o medo pede pouco alimento e tem vida longa. (II) Não pode sonhar com um mundo que não existe, nem contar com pessoas que vivem de ilusões. – assinale a afirmação correta.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO LETRA B

    (I) E que deve antes ser temido do que amado, porque o amor cobra constantes provas e tem vida curta, enquanto o medo pede pouco alimento e tem vida longa.

    NOÇÃO DE CONTRASTE - enquanto - compara a proporção deste ( amado )com aquele( temido ).

     (II) Não pode sonhar com um mundo que não existe, nem contar com pessoas que vivem de ilusões.

    ADIÇÃO - nem - somando as duas orações separadas por vírgula.


ID
5455861
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

    Trágico vem do grego tragos, que quer dizer bode, um animal para o sacrifício. Trágico também remete ao panteão grego dos deuses e moiras, estas, as velhas quase cegas que tecem o tecido do destino dos mortais e dos deuses. De nós, mortais, esse destino diz que, ao final, pouco importam nossas virtudes ou vícios, pois seremos todos sacrificados: fracassaremos na vida porque morreremos, e o universo nos é indiferente. Somos o único animal que carrega o cadáver nas costas a vida inteira, isto é, que tem consciência da morte. Segundo o antropólogo Ernest Becker, em seu maravilhoso livro Negação da morte, tivemos que sobreviver à violência de dois meios ambientes: o externo, como todo animal, e o interno, nossa consciência prévia da inviabilidade da vida.

    Quando a filosofia abandona o universo religioso grego trágico (embora muitos filósofos nunca o façam plenamente), esse destino violento e cego assume a forma da crença num Acaso cego como fundo da realidade, ou seja, não há qualquer providência divina que faça, ao final, qualquer sentido. Vagamos por um mundo indiferente, combatendo um combate inglório, sem reconhecimento cósmico. No mundo contemporâneo, por exemplo, a teoria darwinista abraçará essa visão sombria do destino de tudo que respira sobre a Terra.

    Essa imagem de que tudo no fundo é acaso aparece, por exemplo, em autores como Maquiavel, em seu clássico O príncipe. Como todo autor de sua época, ele chama o Acaso cego de “Fortuna”. O outro conceito que ele trabalha é o de “Virtú” (tradução do termo grego “Aretê”, que significa virtude, força).

    Quais são as características de “um príncipe virtuoso”? Ele observa o comportamento das pessoas e percebe que a maioria sempre é previsível, medrosa, interesseira e volúvel. A marca da vida é a precariedade, e isso horroriza as almas fracas. O medo é frequente, e o amor, raro. A traição, uma banalidade; a fidelidade, um milagre. Ele sabe que deve amar sua esposa (ou marido, se for uma “princesa”), mas confiar apenas em seu cavalo. E que deve antes ser temido do que amado, porque o amor cobra constantes provas e tem vida curta, enquanto o medo pede pouco alimento e tem vida longa. Acima de tudo, o virtuoso é um solitário porque é obrigado a viver num mundo devastado por uma consciência mais radical e mais violenta do que os outros mortais. Nesse universo é que ele tomará suas decisões. Não pode sonhar com um mundo que não existe, nem contar com pessoas que vivem de ilusões.

    Ainda que vivamos em épocas dadas a papos furados como “humanismo em gestão empresarial”, é nesse mesmo universo que são tomadas as decisões de quem tem por destino ser responsável por muita gente e muitos lucros. Do “príncipe” atual, longamente exposto às fraquezas humanas, é exigida a dor da lucidez, do silêncio e da solidão. A crueldade do mundo é parte de seu café da manhã, e a efemeridade do sucesso é seu pesadelo cotidiano. 


(Luiz Felipe Pondé, O trágico cotidiano. Disponível em: https://rae.fgv.br/sites/rae.fgv.br. Acesso em 28.06.2021. Adaptado)

Assinale a alternativa redigida de acordo com a norma-padrão de concordância e de colocação de pronomes átonos.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito letra E.

    A questão pede a alternativa em plena conformidade de Concordância e Colocação Pronominal:

    a) Príncipes virtuosos dedicam-se a observar comportamentos da pessoa que os cercam, avaliando-lhes previsibilidade e interesse, vendo se comportam-se com medo.

    acredito que o erro está na regência do verbo avaliar, "lhes" é utilizado para objeto indireto, que não é o caso.. se alguém puder ajudar agradeço.

    b) Dado as circunstâncias em que vive, o virtuoso nunca permite-se sonhar com um mundo inexistente; a rigor, pessoas que se alimenta de ilusão não o ajuda em nada.

    erro na concordância, o dissílabo concorda com o substantivo em gênero e número, o certo seria "dadas as circunstâncias"

    erro na colocação pronominal, "nunca" é palavra atrativa, o certo seria "nunca se permite".

    c) É constatado, muito frequentemente, uma visão sombria acerca do destino das coisas todas, não excluindo-se a teoria darwinista que considera-as efêmeras e nos põem alertas.

    erro na colocação pronominal, "não é palavra atrativa, o certo seria "não se excluindo".

    d)Se obrigam os virtuosos a viver solitariamente, graças ao privilégio que tem de identificar um mundo devastado por uma consciência mais radical, a qual pressiona-o.

    erro na colocação pronominal, não se inicia frase com pronome oblíquo átono, o certo seria "obrigam-se os virtuosos".

    letra E em plena conformidade com a norma padrão.

    espero ter ajudado, qualquer erro me corrijam, sou uma mera estudante.

    abraço, bons estudos

  • acredito que o erro da alternativa A é o avalhiando-lhes, quando o correto seria avalhiando-os
  • O erro da letra A é: Avaliando-lhes, o "lhe" só se usa como objeto indireto, neste caso, quem avalia, avalia algo ou alguém, o correto seria avaliando-os, complemento direto.

  • Regras básicas mas sempre estão presentes

    Dado as circunstâncias em que vive, o virtuoso nunca permite-se sonhar com um mundo inexistente; a rigor, pessoas que se alimenta de ilusão não o ajuda em nada.

    Palavra negativa atrai próclise, ERRADA

    É constatado, muito frequentemente, uma visão sombria acerca do destino das coisas todas, não excluindo-se a teoria darwinista que considera-as efêmeras e nos põem alertas.

    Mesmo caso, ERRADA

    Se obrigam os virtuosos a viver solitariamente, graças ao privilégio que tem de identificar um mundo devastado por uma consciência mais radical, a qual pressiona-o.

    Caso interessante aqui, pronome relativo tem atração forte para a próclise, não é muito recorrente, mas sempre bom revisar, ERRADA

    Houve em todos os tempos pessoas que temeram o príncipe, consideraram-no temível em razão de suas virtudes, as quais se expressam também na solidão de que se vê cercado. CERTA

    Verbos terminados em M ou Nasais(õe,ãe) adiciona no, na

    Pronome relativo quais atrai próclise

    A primeira faço das falas da @Anna Katrina as minhas, não sei exatamente mas desconfio que seja na regência também

    GAB E

    APMBB

  • Acredito que o erro da alternativa A seja o SE em comportam-se com medo“, já que, antes do trecho referido, há uma outra ocorrência do vocábulo SE que se classifica como conjunção condicional. Sendo assim, por ser a conjunção um fator proclítico, o trecho deveria ser “vendo SE SE comportam com medo.

  • A = Avaliar nesse contexto é VTD, VENDO SE SE COMPORTAM.

    B = DADAS AS CIRCUNSTÂNCIAS, NUNCA SE PERMITE, PESSOAS QUE SE ALIMENTAM

    C = É CONSTATADA, NÃO SE EXCLUINDO, QUE AS CONSIDERA.

    D = OBRIGAM-SE, A QUAL O IMPRESSIONAM

    GABARITO E.


ID
5455864
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

    Trágico vem do grego tragos, que quer dizer bode, um animal para o sacrifício. Trágico também remete ao panteão grego dos deuses e moiras, estas, as velhas quase cegas que tecem o tecido do destino dos mortais e dos deuses. De nós, mortais, esse destino diz que, ao final, pouco importam nossas virtudes ou vícios, pois seremos todos sacrificados: fracassaremos na vida porque morreremos, e o universo nos é indiferente. Somos o único animal que carrega o cadáver nas costas a vida inteira, isto é, que tem consciência da morte. Segundo o antropólogo Ernest Becker, em seu maravilhoso livro Negação da morte, tivemos que sobreviver à violência de dois meios ambientes: o externo, como todo animal, e o interno, nossa consciência prévia da inviabilidade da vida.

    Quando a filosofia abandona o universo religioso grego trágico (embora muitos filósofos nunca o façam plenamente), esse destino violento e cego assume a forma da crença num Acaso cego como fundo da realidade, ou seja, não há qualquer providência divina que faça, ao final, qualquer sentido. Vagamos por um mundo indiferente, combatendo um combate inglório, sem reconhecimento cósmico. No mundo contemporâneo, por exemplo, a teoria darwinista abraçará essa visão sombria do destino de tudo que respira sobre a Terra.

    Essa imagem de que tudo no fundo é acaso aparece, por exemplo, em autores como Maquiavel, em seu clássico O príncipe. Como todo autor de sua época, ele chama o Acaso cego de “Fortuna”. O outro conceito que ele trabalha é o de “Virtú” (tradução do termo grego “Aretê”, que significa virtude, força).

    Quais são as características de “um príncipe virtuoso”? Ele observa o comportamento das pessoas e percebe que a maioria sempre é previsível, medrosa, interesseira e volúvel. A marca da vida é a precariedade, e isso horroriza as almas fracas. O medo é frequente, e o amor, raro. A traição, uma banalidade; a fidelidade, um milagre. Ele sabe que deve amar sua esposa (ou marido, se for uma “princesa”), mas confiar apenas em seu cavalo. E que deve antes ser temido do que amado, porque o amor cobra constantes provas e tem vida curta, enquanto o medo pede pouco alimento e tem vida longa. Acima de tudo, o virtuoso é um solitário porque é obrigado a viver num mundo devastado por uma consciência mais radical e mais violenta do que os outros mortais. Nesse universo é que ele tomará suas decisões. Não pode sonhar com um mundo que não existe, nem contar com pessoas que vivem de ilusões.

    Ainda que vivamos em épocas dadas a papos furados como “humanismo em gestão empresarial”, é nesse mesmo universo que são tomadas as decisões de quem tem por destino ser responsável por muita gente e muitos lucros. Do “príncipe” atual, longamente exposto às fraquezas humanas, é exigida a dor da lucidez, do silêncio e da solidão. A crueldade do mundo é parte de seu café da manhã, e a efemeridade do sucesso é seu pesadelo cotidiano. 


(Luiz Felipe Pondé, O trágico cotidiano. Disponível em: https://rae.fgv.br/sites/rae.fgv.br. Acesso em 28.06.2021. Adaptado)

A alternativa que reescreve a passagem – O outro conceito que ele trabalha é o de “Virtú” (tradução do termo grego “Aretê”, que significa virtude, força). – empregando corretamente os elementos de referenciação e sequenciação textual é:

Alternativas
Comentários
  • Quem trabalha, Trabalha com alguma coisa sempre olhe para o verbo depois do pronome relativo. = O outro conceito com o qual ele trabalha é o de “virtú”

    Sobre a B = Cujo significado é virtudo força = O pronome relativo “cujo” (e suas variações) tem valor de posse.

    GAB A.


ID
5455867
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Para responder à questão, leia a passagem seguinte.


    Desde que não concebamos os gêneros como modelos estanques, nem como estruturas rígidas, mas como formas culturais e cognitivas de ação social corporificadas de modo particular na linguagem, temos de ver os gêneros como entidades dinâmicas. Mas é claro que os gêneros têm uma identidade, e eles são entidades poderosas que, na produção textual, nos condicionam a escolhas que não podem ser totalmente livres nem aleatórias, seja sob o ponto de vista do léxico, grau de formalidade ou natureza dos temas [...].


(Marcuschi, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. Adaptado)


À vista das considerações do autor, assinale a alternativa que associa corretamente o fragmento ao gênero e suas características.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO D (OFÍCIO)


ID
5455873
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Assinale a alternativa redigida segundo a norma-padrão de ortografia, conjugação verbal e emprego do sinal indicativo de crase.

Alternativas
Comentários
  • Usamos a crase na indicação de horas, exceto se o artigo definido feminino (a/as) estiver precedido das preposições 'até', ' desde', 'após', 'entre' e 'para'.

    gab letra E

  • O erro da alternativa D também está na palavra "excessão". Eu marquei essa alternativa como correta, porque não tinha reparado no erro ortográfico da palavra e também achei que crase depois da preposição "até" fosse facultativa.

  • "TUDO POSSO NAQUELE QUE ME FORTALECE"

    #PMMG

    E

    causar

    NÃO HÁ CRASE antes de pronome de tratamento, EXCETO antes de SENHORA E SENHORITA, conforme Cegalla;

    NÃO HÁ CRASE antes de palavra masculina;

    Vierem ... Exceção

  • A = Crase colocada de forma errada. = a todos

    B = Crase colocada de forma errada. = a vossa senhoria

    C = Conjugação verbal errada e Crase colocada de forma errada = Possível que alguém saiba e Chegar ao diretor

    D = Conjugação verbal errada, exceção. = Que VIEREM. Sobre a letra D o até é facultativo a crase.

    E = Correta

    GAB E.

  • Usa-se acento grave nas indicações de horas, quando determinada:

    Ex.: Sairei às dez horas

    Chegarei à uma hora em ponto

    Cuidado quando haver estruturas paralelas envolvendo as expressões temporais

    Ex.: O evento será das dez às dezesseis horas

    Das: preposição + artigo

    a: preposição + artigo


ID
5455876
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Assinale a alternativa que dá sequência ao enunciado a seguir, conjugando os verbos de acordo com a norma-padrão.


O produto poderá ser utilizado...

Alternativas
Comentários
  • As expressões estão no modo subjuntivo.

    A - abstiver

    B - Gabarito

    C - convenha

    D - contiver

    E - vierem

  • Futuro do Presente do Indicativo + Futuro do Subjuntivo

    Amanha ele Poderá + Quando ele Intervier

  • está correto mesmo sendo a palavra utilizADO

    ADO, IDO não se admite a colocação do se, correto ?

  • Pronome oblíquo átono não inicia oração
  • Fiquei em dúvida entre A e B. E fui na B porque achei que a conjugação de abster estivesse estranha.


ID
5460997
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

Ao tratar da moralidade e da ética no bojo dos temas transversais do cotidiano escolar, Telma Vinha afirma que é muito comum uma visão reducionista da teoria de Piaget, quando as escolas acham que a criança pode escolher qual a sanção será dada a outra criança. À luz do pensamento de Piaget, assinale a alternativa correta.

Alternativas

ID
5461531
Banca
VUNESP
Órgão
EsFCEx
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Assinale a alternativa correta quanto à concordância verbal e nominal estabelecida pela norma-padrão da língua portuguesa.

Alternativas
Comentários
  • Misturado pelos indígenas a pimenta, milho e frutas, o chocolate era utilizado cotidianamente como alimento, medicamento e afrodisíaco.

  • Alguém poderia me dizer o erro da letra E ???

  • a) No México pré-hispânico, já se consumiam chocolate, e existiam cerimônias religiosas em que essa bebida exercia papel relevante.

    O correto é: já se consumia chocolate, temos um verbo transitivo direto + se, ou seja, uma particula apassivadora, onde o sujeito, inicialmente objeto direto, concorda com o verbo.

    b) Os grãos de cacau, que era tão valorizados, também serviam de moeda na hora da comercialização dos produtos.

    Os grãos ERAM valorizados.

    c) Misturado pelos indígenas a pimenta, milho e frutas, o chocolate era utilizado cotidianamente como alimento, medicamento e afrodisíaco.

    d) Essa bebida, cujo sabor oscilavam entre amargo e picante, virou moda entre os espanhóis conquistadores da América.

    O sabor oscilava.

    e) O prazer de consumir taças de chocolate, combinados a outros fatores, espalhou-se por grandes centros como Paris e Veneza.

    Taças são combinadas a outros fatores e não combinados.