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Prova FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - Prefeitura de São João del Rei - MG - Professor de Educação Básica - Língua Portuguesa


ID
3308551
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Sobre a banalização do próprio corpo

Recentemente, num café da manhã entre confrades, ao sugerir – destaco “sugerir” – a uma amiga atriz que fechasse um dos botões de sua camisa, pois um de seus seios poderia ficar exposto ao movimentar-se, obtenho a resposta: “Mas é só um peito como todos os outros. Como aquele das mães que amamentam. É só mais um peito”.

Um pouco confuso com a reação, me calo e reflito… “É só mais um peito”? Mal da Filosofia: faço da afirmação um problema, uma questão.

A pergunta me remói por dias, até que assisto ao espetáculo Ziggy, homenagem prestada a David Bowie pela Cisne Negro Cia. de Dança, de Hulda Bittencourt. Ao mergulhar minha visão – e meu ser, portanto – nos corpos em gesto dos bailarinos e nas suas extensões, isto é, o belo e inspirado figurino de Fabio Namatame, uma pletora de pensamentos me invade, dentre eles, e sobretudo, a reflexão do filósofo francês Maurice Merleau-Ponty.

Merleau-Ponty teve um papel importantíssimo ao recuperar a importância da percepção para a Filosofia. Suas teses de doutorado – a complementar, A estrutura do comportamento, e a principal, Fenomenologia da percepção – são consagradas a permutar, no modo como concebemos a consciência, o ego cogito (“eu penso”), tal como o compreendemos até então, pelo ego percipio (“eu percebo”). Numa direção diversa daquela de Descartes, Merleau-Ponty não funda o modo de ser singular do homem em sua capacidade de pensar, mas em sua percepção.

A partir das reflexões de Edmund Husserl, MerleauPonty alerta que não há uma consciência pura, tal como o defendia Descartes, isto é, o homem não pode ser simplesmente uma “coisa pensante” (res cogitans). Ele é necessariamente uma consciência aberta para o mundo. Sua consciência é sempre consciência de alguma coisa. E aquilo que possibilita a ele estar no mundo em consciência é seu corpo. E aqui temos uma marca importantíssima.

Em diálogo com Husserl e com toda uma série de pensadores franceses – dentre eles Malecranche, Maine de Biran e Bergson –, Merleau-Ponty evoca a noção de corpo-próprio. Podemos compreendê-la melhor por meio de uma distinção que faz a língua alemã. Dentre as palavras usadas para se referir a “corpo”, destacam-se duas: Körper e Leib. Körper designa qualquer corpo posto no espaço. Leib designa um corpo animado, um corpo vivo, o corpo próprio a um dado sujeito ou, se se preferir, a uma dada subjetividade.

Mas por que desta distinção? Responder a esta pergunta nos auxilia a responder à questão que nos colocamos de início. Nosso próprio corpo, ou, se se preferir, nosso corpo-próprio – como se traduz usualmente em português a palavra Leib – não é como qualquer outro corpo posto no espaço. Ele é dotado de vida: vida única, singular e que nos constitui. Sem ele, não estaríamos presentes no mundo, não o perceberíamos e não faríamos a sua experiência (a do corpo e a do mundo).

Nosso corpo não se desloca no espaço, ele realiza gestos. Uma cadeira não realiza gestos, um automóvel ou uma máquina tampouco. Minha mão, seus olhos, os braços de um dançarino, o corpo de um ator se movimentam no espaço de uma maneira totalmente diversa daquela de qualquer outro corpo. O corpo próprio percebe tudo aquilo que o envolve no ato em que se move, percebendo a si próprio. Mais que isso, na e pela percepção ele cria, inventa e transforma o espaço que se abre para acolher seu gesto.

Como diria Merleau-Ponty em sua tese principal, “O corpo-próprio está no mundo como o coração no organismo: ele mantém continuamente com vida o espetáculo visível, ele o anima e o nutre interiormente, forma com ele um sistema”.

Regressemos ao espetáculo Ziggy. Nele, o figurino expunha partes dos corpos dos bailarinos sem qualquer excesso, sem qualquer possibilidade de banalização. Lá havia seios à mostra: em alguns casos um; noutros, eram vistos parcialmente. Mas tudo sem excesso. O figurino valorizava os movimentos de cada um dos corpos que se ofereciam ao espaço, que eram por ele acolhidos e que, simultaneamente, o faziam se abrir a seus gestos. Na dança, por exemplo, é possível captar esta bela dimensão em que se percebe a criação como o encontro entre o movimento e o espaço, e não somente como fruto do movimento de um sujeito num espaço inerte. Não é possível um sem o outro.

Fechando o círculo constituído por esta reflexão, retomo, então, a questão: “É só mais um peito”? Não se tratava, ali, de “só um peito”, mas de um seio único que não é simplesmente algo à parte, um conjunto de pontos localizáveis no espaço que o constituem como um corpo isolado. Ele é necessariamente parte de um corpo inteiro que, por sua vez, põe a pessoa em contato com o mundo e a faz, por esta situação, transformar o próprio mundo por seus gestos. Como o seio da dançarina, aquele dito “só mais um peito” se movimenta com o corpo todo. Dizia Merleau-Ponty que as partes do corpo “se reportam umas às outras de uma maneira original: não estão dispersas umas ao lado das outras, mas envolvidas umas nas outras”.

Ao tomar o seio, por exemplo, como “só mais um peito”, é desprezado o corpo inteiro da bailarina que se expressa no movimento, compondo um gesto singular que cria a cena, que abre um horizonte de percepção. Ao banalizar o corpo-próprio, seu gesto – a dança, o atuar, o canto, por exemplo – perde sentido. Os seios nus das combatentes do “Femens” deixariam de ter o mesmo impacto e de, em sua densidade, constituir ato político. E assim será se banalizarmos qualquer parte de nosso corpo ou mesmo quaisquer de seus gestos: punhos erguidos, palmas, vaias, o beijo.

Não se trata, aqui, de debater a ocasião em que a frase sugerida para discussão – “Mas é só um peito […]” – fora enunciada. Tampouco de renegar as lutas políticas pelas quais passamos nas últimas décadas, de que somos devedores, que possibilitaram liberações em dimensões diversas de nossa vida em sociedade, e de nos recolhermos na redoma conservadora que, nos anos recentes, se ergue em torno de nós e nos sufoca tal qual clausura. É preciso defender o espaço

Trata-se apenas de um convite a pôr em questão a frase proferida, de modo a manter-nos despertos e atentos a cada gesto realizado, não para perscrutar a própria consciência ou mesmo o inconsciente, como se ambos escondessem alguma verdade à espera da decifração, mas para, por meio desta atenção sobre nós mesmos, vivermos intensamente cada gesto realizado pelo próprio corpo, pelo corpo inteiro – pelo corpo-próprio –, em sua singular complexidade.conquistado.


Francisco Alessandro. Revista cult. Disponível em:

<https://bit.ly/2LHLa1P>. Acesso em: 6 ago. 2018 (Adaptação).

De acordo com o texto, o autor

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA D

    ? De acordo com o texto: Leib designa um corpo animado, um corpo vivo, o corpo próprio a um dado sujeito ou, se se preferir, a uma dada subjetividade. Mas por que desta distinção? Responder a esta pergunta nos auxilia a responder à questão que nos colocamos de início. Nosso próprio corpo, ou, se se preferir, nosso corpo-próprio ? como se traduz usualmente em português a palavra Leib ? não é como qualquer outro corpo posto no espaço. Ele é dotado de vida: vida única, singular e que nos constitui. Sem ele, não estaríamos presentes no mundo, não o perceberíamos e não faríamos a sua experiência (a do corpo e a do mundo). Nosso corpo não se desloca no espaço, ele realiza gestos. Uma cadeira não realiza gestos, um automóvel ou uma máquina tampouco. Minha mão, seus olhos, os braços de um dançarino, o corpo de um ator se movimentam no espaço de uma maneira totalmente diversa daquela de qualquer outro corpo. O corpo próprio percebe tudo aquilo que o envolve no ato em que se move, percebendo a si próprio. Mais que isso, na e pela percepção ele cria, inventa e transforma o espaço que se abre para acolher seu gesto.

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 


ID
3308554
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Sobre a banalização do próprio corpo

Recentemente, num café da manhã entre confrades, ao sugerir – destaco “sugerir” – a uma amiga atriz que fechasse um dos botões de sua camisa, pois um de seus seios poderia ficar exposto ao movimentar-se, obtenho a resposta: “Mas é só um peito como todos os outros. Como aquele das mães que amamentam. É só mais um peito”.

Um pouco confuso com a reação, me calo e reflito… “É só mais um peito”? Mal da Filosofia: faço da afirmação um problema, uma questão.

A pergunta me remói por dias, até que assisto ao espetáculo Ziggy, homenagem prestada a David Bowie pela Cisne Negro Cia. de Dança, de Hulda Bittencourt. Ao mergulhar minha visão – e meu ser, portanto – nos corpos em gesto dos bailarinos e nas suas extensões, isto é, o belo e inspirado figurino de Fabio Namatame, uma pletora de pensamentos me invade, dentre eles, e sobretudo, a reflexão do filósofo francês Maurice Merleau-Ponty.

Merleau-Ponty teve um papel importantíssimo ao recuperar a importância da percepção para a Filosofia. Suas teses de doutorado – a complementar, A estrutura do comportamento, e a principal, Fenomenologia da percepção – são consagradas a permutar, no modo como concebemos a consciência, o ego cogito (“eu penso”), tal como o compreendemos até então, pelo ego percipio (“eu percebo”). Numa direção diversa daquela de Descartes, Merleau-Ponty não funda o modo de ser singular do homem em sua capacidade de pensar, mas em sua percepção.

A partir das reflexões de Edmund Husserl, MerleauPonty alerta que não há uma consciência pura, tal como o defendia Descartes, isto é, o homem não pode ser simplesmente uma “coisa pensante” (res cogitans). Ele é necessariamente uma consciência aberta para o mundo. Sua consciência é sempre consciência de alguma coisa. E aquilo que possibilita a ele estar no mundo em consciência é seu corpo. E aqui temos uma marca importantíssima.

Em diálogo com Husserl e com toda uma série de pensadores franceses – dentre eles Malecranche, Maine de Biran e Bergson –, Merleau-Ponty evoca a noção de corpo-próprio. Podemos compreendê-la melhor por meio de uma distinção que faz a língua alemã. Dentre as palavras usadas para se referir a “corpo”, destacam-se duas: Körper e Leib. Körper designa qualquer corpo posto no espaço. Leib designa um corpo animado, um corpo vivo, o corpo próprio a um dado sujeito ou, se se preferir, a uma dada subjetividade.

Mas por que desta distinção? Responder a esta pergunta nos auxilia a responder à questão que nos colocamos de início. Nosso próprio corpo, ou, se se preferir, nosso corpo-próprio – como se traduz usualmente em português a palavra Leib – não é como qualquer outro corpo posto no espaço. Ele é dotado de vida: vida única, singular e que nos constitui. Sem ele, não estaríamos presentes no mundo, não o perceberíamos e não faríamos a sua experiência (a do corpo e a do mundo).

Nosso corpo não se desloca no espaço, ele realiza gestos. Uma cadeira não realiza gestos, um automóvel ou uma máquina tampouco. Minha mão, seus olhos, os braços de um dançarino, o corpo de um ator se movimentam no espaço de uma maneira totalmente diversa daquela de qualquer outro corpo. O corpo próprio percebe tudo aquilo que o envolve no ato em que se move, percebendo a si próprio. Mais que isso, na e pela percepção ele cria, inventa e transforma o espaço que se abre para acolher seu gesto.

Como diria Merleau-Ponty em sua tese principal, “O corpo-próprio está no mundo como o coração no organismo: ele mantém continuamente com vida o espetáculo visível, ele o anima e o nutre interiormente, forma com ele um sistema”.

Regressemos ao espetáculo Ziggy. Nele, o figurino expunha partes dos corpos dos bailarinos sem qualquer excesso, sem qualquer possibilidade de banalização. Lá havia seios à mostra: em alguns casos um; noutros, eram vistos parcialmente. Mas tudo sem excesso. O figurino valorizava os movimentos de cada um dos corpos que se ofereciam ao espaço, que eram por ele acolhidos e que, simultaneamente, o faziam se abrir a seus gestos. Na dança, por exemplo, é possível captar esta bela dimensão em que se percebe a criação como o encontro entre o movimento e o espaço, e não somente como fruto do movimento de um sujeito num espaço inerte. Não é possível um sem o outro.

Fechando o círculo constituído por esta reflexão, retomo, então, a questão: “É só mais um peito”? Não se tratava, ali, de “só um peito”, mas de um seio único que não é simplesmente algo à parte, um conjunto de pontos localizáveis no espaço que o constituem como um corpo isolado. Ele é necessariamente parte de um corpo inteiro que, por sua vez, põe a pessoa em contato com o mundo e a faz, por esta situação, transformar o próprio mundo por seus gestos. Como o seio da dançarina, aquele dito “só mais um peito” se movimenta com o corpo todo. Dizia Merleau-Ponty que as partes do corpo “se reportam umas às outras de uma maneira original: não estão dispersas umas ao lado das outras, mas envolvidas umas nas outras”.

Ao tomar o seio, por exemplo, como “só mais um peito”, é desprezado o corpo inteiro da bailarina que se expressa no movimento, compondo um gesto singular que cria a cena, que abre um horizonte de percepção. Ao banalizar o corpo-próprio, seu gesto – a dança, o atuar, o canto, por exemplo – perde sentido. Os seios nus das combatentes do “Femens” deixariam de ter o mesmo impacto e de, em sua densidade, constituir ato político. E assim será se banalizarmos qualquer parte de nosso corpo ou mesmo quaisquer de seus gestos: punhos erguidos, palmas, vaias, o beijo.

Não se trata, aqui, de debater a ocasião em que a frase sugerida para discussão – “Mas é só um peito […]” – fora enunciada. Tampouco de renegar as lutas políticas pelas quais passamos nas últimas décadas, de que somos devedores, que possibilitaram liberações em dimensões diversas de nossa vida em sociedade, e de nos recolhermos na redoma conservadora que, nos anos recentes, se ergue em torno de nós e nos sufoca tal qual clausura. É preciso defender o espaço

Trata-se apenas de um convite a pôr em questão a frase proferida, de modo a manter-nos despertos e atentos a cada gesto realizado, não para perscrutar a própria consciência ou mesmo o inconsciente, como se ambos escondessem alguma verdade à espera da decifração, mas para, por meio desta atenção sobre nós mesmos, vivermos intensamente cada gesto realizado pelo próprio corpo, pelo corpo inteiro – pelo corpo-próprio –, em sua singular complexidade.conquistado.


Francisco Alessandro. Revista cult. Disponível em:

<https://bit.ly/2LHLa1P>. Acesso em: 6 ago. 2018 (Adaptação).

Segundo o texto, a tradução de Leib é corpo-próprio porque indica

Alternativas
Comentários
  • LETRA C- o corpo que possui como característica a autopercepção.

    De acordo com o texto: O corpo próprio percebe tudo aquilo que o envolve no ato em que se move, percebendo a si próprio. Mais que isso, na e pela percepção ele cria, inventa e transforma o espaço que se abre para acolher seu gesto.

    Bons estudos!

  • A julgar pelo comando da questão, refere-se à compreensão textual, ou seja, o entendimento das informações presentes no texto.

    Estes são os dois parágrafos que discorrem sobre o conceito de Leib. Leiamos:

    "Em diálogo com Husserl e com toda uma série de pensadores franceses – dentre eles Malecranche, Maine de Biran e Bergson –, Merleau-Ponty evoca a noção de corpo-próprio. Podemos compreendê-la melhor por meio de uma distinção que faz a língua alemã. Dentre as palavras usadas para se referir a “corpo”, destacam-se duas: Körper e Leib. Körper designa qualquer corpo posto no espaço. Leib designa um corpo animado, um corpo vivo, o corpo próprio a um dado sujeito ou, se se preferir, a uma dada subjetividade.

    Mas por que desta distinção? Responder a esta pergunta nos auxilia a responder à questão que nos colocamos de início. Nosso próprio corpo, ou, se se preferir, nosso corpo-próprio – como se traduz usualmente em português a palavra Leib – não é como qualquer outro corpo posto no espaço. Ele é dotado de vida: vida única, singular e que nos constitui. Sem ele, não estaríamos presentes no mundo, não o perceberíamos e não faríamos a sua experiência (a do corpo e a do mundo)."

    a) todo objeto material que ocupa lugar no espaço.

    Incorreto. Leia o trecho: "Nosso próprio corpo, ou, se se preferir, nosso corpo-próprio – como se traduz usualmente em português a palavra Leib – não é como qualquer outro corpo posto no espaço";

    b) cada elemento tangível que se desloca no espaço.

    Incorreto. Não se trata de cada elemento que se desloca, mas sim de um corpo. Leia o trecho: "Leib designa um corpo animado, um corpo vivo, o corpo próprio a um dado sujeito ou, se se preferir, a uma dada subjetividade";

    c) o corpo que possui como característica a autopercepção.

    Correto. Leia o trecho: "Sem ele, não estaríamos presentes no mundo, não o perceberíamos e não faríamos a sua experiência (a do corpo e a do mundo)";

    d) o ser humano que, ao realizar movimentos, realiza gestos.

    Incorreto. Leia o trecho: "Leib designa um corpo animado, um corpo vivo, o corpo próprio a um dado sujeito ou, se se preferir, a uma dada subjetividade".

    Letra C


ID
3308557
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Sobre a banalização do próprio corpo

Recentemente, num café da manhã entre confrades, ao sugerir – destaco “sugerir” – a uma amiga atriz que fechasse um dos botões de sua camisa, pois um de seus seios poderia ficar exposto ao movimentar-se, obtenho a resposta: “Mas é só um peito como todos os outros. Como aquele das mães que amamentam. É só mais um peito”.

Um pouco confuso com a reação, me calo e reflito… “É só mais um peito”? Mal da Filosofia: faço da afirmação um problema, uma questão.

A pergunta me remói por dias, até que assisto ao espetáculo Ziggy, homenagem prestada a David Bowie pela Cisne Negro Cia. de Dança, de Hulda Bittencourt. Ao mergulhar minha visão – e meu ser, portanto – nos corpos em gesto dos bailarinos e nas suas extensões, isto é, o belo e inspirado figurino de Fabio Namatame, uma pletora de pensamentos me invade, dentre eles, e sobretudo, a reflexão do filósofo francês Maurice Merleau-Ponty.

Merleau-Ponty teve um papel importantíssimo ao recuperar a importância da percepção para a Filosofia. Suas teses de doutorado – a complementar, A estrutura do comportamento, e a principal, Fenomenologia da percepção – são consagradas a permutar, no modo como concebemos a consciência, o ego cogito (“eu penso”), tal como o compreendemos até então, pelo ego percipio (“eu percebo”). Numa direção diversa daquela de Descartes, Merleau-Ponty não funda o modo de ser singular do homem em sua capacidade de pensar, mas em sua percepção.

A partir das reflexões de Edmund Husserl, MerleauPonty alerta que não há uma consciência pura, tal como o defendia Descartes, isto é, o homem não pode ser simplesmente uma “coisa pensante” (res cogitans). Ele é necessariamente uma consciência aberta para o mundo. Sua consciência é sempre consciência de alguma coisa. E aquilo que possibilita a ele estar no mundo em consciência é seu corpo. E aqui temos uma marca importantíssima.

Em diálogo com Husserl e com toda uma série de pensadores franceses – dentre eles Malecranche, Maine de Biran e Bergson –, Merleau-Ponty evoca a noção de corpo-próprio. Podemos compreendê-la melhor por meio de uma distinção que faz a língua alemã. Dentre as palavras usadas para se referir a “corpo”, destacam-se duas: Körper e Leib. Körper designa qualquer corpo posto no espaço. Leib designa um corpo animado, um corpo vivo, o corpo próprio a um dado sujeito ou, se se preferir, a uma dada subjetividade.

Mas por que desta distinção? Responder a esta pergunta nos auxilia a responder à questão que nos colocamos de início. Nosso próprio corpo, ou, se se preferir, nosso corpo-próprio – como se traduz usualmente em português a palavra Leib – não é como qualquer outro corpo posto no espaço. Ele é dotado de vida: vida única, singular e que nos constitui. Sem ele, não estaríamos presentes no mundo, não o perceberíamos e não faríamos a sua experiência (a do corpo e a do mundo).

Nosso corpo não se desloca no espaço, ele realiza gestos. Uma cadeira não realiza gestos, um automóvel ou uma máquina tampouco. Minha mão, seus olhos, os braços de um dançarino, o corpo de um ator se movimentam no espaço de uma maneira totalmente diversa daquela de qualquer outro corpo. O corpo próprio percebe tudo aquilo que o envolve no ato em que se move, percebendo a si próprio. Mais que isso, na e pela percepção ele cria, inventa e transforma o espaço que se abre para acolher seu gesto.

Como diria Merleau-Ponty em sua tese principal, “O corpo-próprio está no mundo como o coração no organismo: ele mantém continuamente com vida o espetáculo visível, ele o anima e o nutre interiormente, forma com ele um sistema”.

Regressemos ao espetáculo Ziggy. Nele, o figurino expunha partes dos corpos dos bailarinos sem qualquer excesso, sem qualquer possibilidade de banalização. Lá havia seios à mostra: em alguns casos um; noutros, eram vistos parcialmente. Mas tudo sem excesso. O figurino valorizava os movimentos de cada um dos corpos que se ofereciam ao espaço, que eram por ele acolhidos e que, simultaneamente, o faziam se abrir a seus gestos. Na dança, por exemplo, é possível captar esta bela dimensão em que se percebe a criação como o encontro entre o movimento e o espaço, e não somente como fruto do movimento de um sujeito num espaço inerte. Não é possível um sem o outro.

Fechando o círculo constituído por esta reflexão, retomo, então, a questão: “É só mais um peito”? Não se tratava, ali, de “só um peito”, mas de um seio único que não é simplesmente algo à parte, um conjunto de pontos localizáveis no espaço que o constituem como um corpo isolado. Ele é necessariamente parte de um corpo inteiro que, por sua vez, põe a pessoa em contato com o mundo e a faz, por esta situação, transformar o próprio mundo por seus gestos. Como o seio da dançarina, aquele dito “só mais um peito” se movimenta com o corpo todo. Dizia Merleau-Ponty que as partes do corpo “se reportam umas às outras de uma maneira original: não estão dispersas umas ao lado das outras, mas envolvidas umas nas outras”.

Ao tomar o seio, por exemplo, como “só mais um peito”, é desprezado o corpo inteiro da bailarina que se expressa no movimento, compondo um gesto singular que cria a cena, que abre um horizonte de percepção. Ao banalizar o corpo-próprio, seu gesto – a dança, o atuar, o canto, por exemplo – perde sentido. Os seios nus das combatentes do “Femens” deixariam de ter o mesmo impacto e de, em sua densidade, constituir ato político. E assim será se banalizarmos qualquer parte de nosso corpo ou mesmo quaisquer de seus gestos: punhos erguidos, palmas, vaias, o beijo.

Não se trata, aqui, de debater a ocasião em que a frase sugerida para discussão – “Mas é só um peito […]” – fora enunciada. Tampouco de renegar as lutas políticas pelas quais passamos nas últimas décadas, de que somos devedores, que possibilitaram liberações em dimensões diversas de nossa vida em sociedade, e de nos recolhermos na redoma conservadora que, nos anos recentes, se ergue em torno de nós e nos sufoca tal qual clausura. É preciso defender o espaço

Trata-se apenas de um convite a pôr em questão a frase proferida, de modo a manter-nos despertos e atentos a cada gesto realizado, não para perscrutar a própria consciência ou mesmo o inconsciente, como se ambos escondessem alguma verdade à espera da decifração, mas para, por meio desta atenção sobre nós mesmos, vivermos intensamente cada gesto realizado pelo próprio corpo, pelo corpo inteiro – pelo corpo-próprio –, em sua singular complexidade.conquistado.


Francisco Alessandro. Revista cult. Disponível em:

<https://bit.ly/2LHLa1P>. Acesso em: 6 ago. 2018 (Adaptação).

Releia o trecho a seguir.

“[...] uma pletora de pensamentos me invade, dentre eles, e sobretudo, a reflexão do filósofo francês [...]” Em relação à palavra destacada, considere as afirmativas a seguir.

I. Sempre deve vir isolada por vírgulas, como no caso desse trecho.

II. Pode ser substituída por “especialmente”.

III. Trata-se de um advérbio.

Estão corretas as afirmativas

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA C

    I. Sempre deve vir isolada por vírgulas, como no caso desse trecho ? incorreto, é um advérbio de curta extensão, o uso das vírgulas para isolar o termo é facultativo.

    II. Pode ser substituída por ?especialmente? ? correto, possuem o mesmo significado.

    III. Trata-se de um advérbio ? correto, conforme o exposto anteriormente, é um advérbio e equivale a "especialmente".

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • De modo geral, trata cada item de um aspecto relativo ao vocábulo "sobretudo", respectivamente: pontuação, sinonímia e morfologia (classe gramatical). Analisando um a um:

    I. Sempre deve vir isolada por vírgulas, como no caso desse trecho.

    Incorreto. O erro do item se aloja na generalização. Nem sempre o termo será virgulado, tendo em vista que advérbios, ao gosto do escritor, pode ou não ser cerceado por vírgulas;

    II. Pode ser substituída por “especialmente”.

    Correto. É um de seus sinônimos. Eis outros: principalmente, mormente, etc.;

    III. Trata-se de um advérbio.

    Correto. É oportuno mencionar que, por ser advérbio, não varia em número e gênero.

    Letra C

  • Sobretudo Sinônimos: especialmente, principalmente.


ID
3308560
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Sobre a banalização do próprio corpo

Recentemente, num café da manhã entre confrades, ao sugerir – destaco “sugerir” – a uma amiga atriz que fechasse um dos botões de sua camisa, pois um de seus seios poderia ficar exposto ao movimentar-se, obtenho a resposta: “Mas é só um peito como todos os outros. Como aquele das mães que amamentam. É só mais um peito”.

Um pouco confuso com a reação, me calo e reflito… “É só mais um peito”? Mal da Filosofia: faço da afirmação um problema, uma questão.

A pergunta me remói por dias, até que assisto ao espetáculo Ziggy, homenagem prestada a David Bowie pela Cisne Negro Cia. de Dança, de Hulda Bittencourt. Ao mergulhar minha visão – e meu ser, portanto – nos corpos em gesto dos bailarinos e nas suas extensões, isto é, o belo e inspirado figurino de Fabio Namatame, uma pletora de pensamentos me invade, dentre eles, e sobretudo, a reflexão do filósofo francês Maurice Merleau-Ponty.

Merleau-Ponty teve um papel importantíssimo ao recuperar a importância da percepção para a Filosofia. Suas teses de doutorado – a complementar, A estrutura do comportamento, e a principal, Fenomenologia da percepção – são consagradas a permutar, no modo como concebemos a consciência, o ego cogito (“eu penso”), tal como o compreendemos até então, pelo ego percipio (“eu percebo”). Numa direção diversa daquela de Descartes, Merleau-Ponty não funda o modo de ser singular do homem em sua capacidade de pensar, mas em sua percepção.

A partir das reflexões de Edmund Husserl, MerleauPonty alerta que não há uma consciência pura, tal como o defendia Descartes, isto é, o homem não pode ser simplesmente uma “coisa pensante” (res cogitans). Ele é necessariamente uma consciência aberta para o mundo. Sua consciência é sempre consciência de alguma coisa. E aquilo que possibilita a ele estar no mundo em consciência é seu corpo. E aqui temos uma marca importantíssima.

Em diálogo com Husserl e com toda uma série de pensadores franceses – dentre eles Malecranche, Maine de Biran e Bergson –, Merleau-Ponty evoca a noção de corpo-próprio. Podemos compreendê-la melhor por meio de uma distinção que faz a língua alemã. Dentre as palavras usadas para se referir a “corpo”, destacam-se duas: Körper e Leib. Körper designa qualquer corpo posto no espaço. Leib designa um corpo animado, um corpo vivo, o corpo próprio a um dado sujeito ou, se se preferir, a uma dada subjetividade.

Mas por que desta distinção? Responder a esta pergunta nos auxilia a responder à questão que nos colocamos de início. Nosso próprio corpo, ou, se se preferir, nosso corpo-próprio – como se traduz usualmente em português a palavra Leib – não é como qualquer outro corpo posto no espaço. Ele é dotado de vida: vida única, singular e que nos constitui. Sem ele, não estaríamos presentes no mundo, não o perceberíamos e não faríamos a sua experiência (a do corpo e a do mundo).

Nosso corpo não se desloca no espaço, ele realiza gestos. Uma cadeira não realiza gestos, um automóvel ou uma máquina tampouco. Minha mão, seus olhos, os braços de um dançarino, o corpo de um ator se movimentam no espaço de uma maneira totalmente diversa daquela de qualquer outro corpo. O corpo próprio percebe tudo aquilo que o envolve no ato em que se move, percebendo a si próprio. Mais que isso, na e pela percepção ele cria, inventa e transforma o espaço que se abre para acolher seu gesto.

Como diria Merleau-Ponty em sua tese principal, “O corpo-próprio está no mundo como o coração no organismo: ele mantém continuamente com vida o espetáculo visível, ele o anima e o nutre interiormente, forma com ele um sistema”.

Regressemos ao espetáculo Ziggy. Nele, o figurino expunha partes dos corpos dos bailarinos sem qualquer excesso, sem qualquer possibilidade de banalização. Lá havia seios à mostra: em alguns casos um; noutros, eram vistos parcialmente. Mas tudo sem excesso. O figurino valorizava os movimentos de cada um dos corpos que se ofereciam ao espaço, que eram por ele acolhidos e que, simultaneamente, o faziam se abrir a seus gestos. Na dança, por exemplo, é possível captar esta bela dimensão em que se percebe a criação como o encontro entre o movimento e o espaço, e não somente como fruto do movimento de um sujeito num espaço inerte. Não é possível um sem o outro.

Fechando o círculo constituído por esta reflexão, retomo, então, a questão: “É só mais um peito”? Não se tratava, ali, de “só um peito”, mas de um seio único que não é simplesmente algo à parte, um conjunto de pontos localizáveis no espaço que o constituem como um corpo isolado. Ele é necessariamente parte de um corpo inteiro que, por sua vez, põe a pessoa em contato com o mundo e a faz, por esta situação, transformar o próprio mundo por seus gestos. Como o seio da dançarina, aquele dito “só mais um peito” se movimenta com o corpo todo. Dizia Merleau-Ponty que as partes do corpo “se reportam umas às outras de uma maneira original: não estão dispersas umas ao lado das outras, mas envolvidas umas nas outras”.

Ao tomar o seio, por exemplo, como “só mais um peito”, é desprezado o corpo inteiro da bailarina que se expressa no movimento, compondo um gesto singular que cria a cena, que abre um horizonte de percepção. Ao banalizar o corpo-próprio, seu gesto – a dança, o atuar, o canto, por exemplo – perde sentido. Os seios nus das combatentes do “Femens” deixariam de ter o mesmo impacto e de, em sua densidade, constituir ato político. E assim será se banalizarmos qualquer parte de nosso corpo ou mesmo quaisquer de seus gestos: punhos erguidos, palmas, vaias, o beijo.

Não se trata, aqui, de debater a ocasião em que a frase sugerida para discussão – “Mas é só um peito […]” – fora enunciada. Tampouco de renegar as lutas políticas pelas quais passamos nas últimas décadas, de que somos devedores, que possibilitaram liberações em dimensões diversas de nossa vida em sociedade, e de nos recolhermos na redoma conservadora que, nos anos recentes, se ergue em torno de nós e nos sufoca tal qual clausura. É preciso defender o espaço

Trata-se apenas de um convite a pôr em questão a frase proferida, de modo a manter-nos despertos e atentos a cada gesto realizado, não para perscrutar a própria consciência ou mesmo o inconsciente, como se ambos escondessem alguma verdade à espera da decifração, mas para, por meio desta atenção sobre nós mesmos, vivermos intensamente cada gesto realizado pelo próprio corpo, pelo corpo inteiro – pelo corpo-próprio –, em sua singular complexidade.conquistado.


Francisco Alessandro. Revista cult. Disponível em:

<https://bit.ly/2LHLa1P>. Acesso em: 6 ago. 2018 (Adaptação).

As palavras entre colchetes, a seguir, podem ser utilizadas como sinônimos das palavras em negrito nos respectivos contextos em que aparecem, exceto em:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA B

    ? Queremos o significado explanado de forma incorreta:

    ? ?[...] fruto do movimento de um sujeito num espaço inerte.? [NEGLIGENTE] ? o adjetivo em destaque marca a ausência de movimento, algo sem atividade; o adjetivo "negligente" significa algo descuidado, desleixado.

    Baixe a Planilha de Gestão Completa nos Estudos Grátis: http://3f1c129.contato.site/plangestaoestudost3

    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 


ID
3308563
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Sobre a banalização do próprio corpo

Recentemente, num café da manhã entre confrades, ao sugerir – destaco “sugerir” – a uma amiga atriz que fechasse um dos botões de sua camisa, pois um de seus seios poderia ficar exposto ao movimentar-se, obtenho a resposta: “Mas é só um peito como todos os outros. Como aquele das mães que amamentam. É só mais um peito”.

Um pouco confuso com a reação, me calo e reflito… “É só mais um peito”? Mal da Filosofia: faço da afirmação um problema, uma questão.

A pergunta me remói por dias, até que assisto ao espetáculo Ziggy, homenagem prestada a David Bowie pela Cisne Negro Cia. de Dança, de Hulda Bittencourt. Ao mergulhar minha visão – e meu ser, portanto – nos corpos em gesto dos bailarinos e nas suas extensões, isto é, o belo e inspirado figurino de Fabio Namatame, uma pletora de pensamentos me invade, dentre eles, e sobretudo, a reflexão do filósofo francês Maurice Merleau-Ponty.

Merleau-Ponty teve um papel importantíssimo ao recuperar a importância da percepção para a Filosofia. Suas teses de doutorado – a complementar, A estrutura do comportamento, e a principal, Fenomenologia da percepção – são consagradas a permutar, no modo como concebemos a consciência, o ego cogito (“eu penso”), tal como o compreendemos até então, pelo ego percipio (“eu percebo”). Numa direção diversa daquela de Descartes, Merleau-Ponty não funda o modo de ser singular do homem em sua capacidade de pensar, mas em sua percepção.

A partir das reflexões de Edmund Husserl, MerleauPonty alerta que não há uma consciência pura, tal como o defendia Descartes, isto é, o homem não pode ser simplesmente uma “coisa pensante” (res cogitans). Ele é necessariamente uma consciência aberta para o mundo. Sua consciência é sempre consciência de alguma coisa. E aquilo que possibilita a ele estar no mundo em consciência é seu corpo. E aqui temos uma marca importantíssima.

Em diálogo com Husserl e com toda uma série de pensadores franceses – dentre eles Malecranche, Maine de Biran e Bergson –, Merleau-Ponty evoca a noção de corpo-próprio. Podemos compreendê-la melhor por meio de uma distinção que faz a língua alemã. Dentre as palavras usadas para se referir a “corpo”, destacam-se duas: Körper e Leib. Körper designa qualquer corpo posto no espaço. Leib designa um corpo animado, um corpo vivo, o corpo próprio a um dado sujeito ou, se se preferir, a uma dada subjetividade.

Mas por que desta distinção? Responder a esta pergunta nos auxilia a responder à questão que nos colocamos de início. Nosso próprio corpo, ou, se se preferir, nosso corpo-próprio – como se traduz usualmente em português a palavra Leib – não é como qualquer outro corpo posto no espaço. Ele é dotado de vida: vida única, singular e que nos constitui. Sem ele, não estaríamos presentes no mundo, não o perceberíamos e não faríamos a sua experiência (a do corpo e a do mundo).

Nosso corpo não se desloca no espaço, ele realiza gestos. Uma cadeira não realiza gestos, um automóvel ou uma máquina tampouco. Minha mão, seus olhos, os braços de um dançarino, o corpo de um ator se movimentam no espaço de uma maneira totalmente diversa daquela de qualquer outro corpo. O corpo próprio percebe tudo aquilo que o envolve no ato em que se move, percebendo a si próprio. Mais que isso, na e pela percepção ele cria, inventa e transforma o espaço que se abre para acolher seu gesto.

Como diria Merleau-Ponty em sua tese principal, “O corpo-próprio está no mundo como o coração no organismo: ele mantém continuamente com vida o espetáculo visível, ele o anima e o nutre interiormente, forma com ele um sistema”.

Regressemos ao espetáculo Ziggy. Nele, o figurino expunha partes dos corpos dos bailarinos sem qualquer excesso, sem qualquer possibilidade de banalização. Lá havia seios à mostra: em alguns casos um; noutros, eram vistos parcialmente. Mas tudo sem excesso. O figurino valorizava os movimentos de cada um dos corpos que se ofereciam ao espaço, que eram por ele acolhidos e que, simultaneamente, o faziam se abrir a seus gestos. Na dança, por exemplo, é possível captar esta bela dimensão em que se percebe a criação como o encontro entre o movimento e o espaço, e não somente como fruto do movimento de um sujeito num espaço inerte. Não é possível um sem o outro.

Fechando o círculo constituído por esta reflexão, retomo, então, a questão: “É só mais um peito”? Não se tratava, ali, de “só um peito”, mas de um seio único que não é simplesmente algo à parte, um conjunto de pontos localizáveis no espaço que o constituem como um corpo isolado. Ele é necessariamente parte de um corpo inteiro que, por sua vez, põe a pessoa em contato com o mundo e a faz, por esta situação, transformar o próprio mundo por seus gestos. Como o seio da dançarina, aquele dito “só mais um peito” se movimenta com o corpo todo. Dizia Merleau-Ponty que as partes do corpo “se reportam umas às outras de uma maneira original: não estão dispersas umas ao lado das outras, mas envolvidas umas nas outras”.

Ao tomar o seio, por exemplo, como “só mais um peito”, é desprezado o corpo inteiro da bailarina que se expressa no movimento, compondo um gesto singular que cria a cena, que abre um horizonte de percepção. Ao banalizar o corpo-próprio, seu gesto – a dança, o atuar, o canto, por exemplo – perde sentido. Os seios nus das combatentes do “Femens” deixariam de ter o mesmo impacto e de, em sua densidade, constituir ato político. E assim será se banalizarmos qualquer parte de nosso corpo ou mesmo quaisquer de seus gestos: punhos erguidos, palmas, vaias, o beijo.

Não se trata, aqui, de debater a ocasião em que a frase sugerida para discussão – “Mas é só um peito […]” – fora enunciada. Tampouco de renegar as lutas políticas pelas quais passamos nas últimas décadas, de que somos devedores, que possibilitaram liberações em dimensões diversas de nossa vida em sociedade, e de nos recolhermos na redoma conservadora que, nos anos recentes, se ergue em torno de nós e nos sufoca tal qual clausura. É preciso defender o espaço

Trata-se apenas de um convite a pôr em questão a frase proferida, de modo a manter-nos despertos e atentos a cada gesto realizado, não para perscrutar a própria consciência ou mesmo o inconsciente, como se ambos escondessem alguma verdade à espera da decifração, mas para, por meio desta atenção sobre nós mesmos, vivermos intensamente cada gesto realizado pelo próprio corpo, pelo corpo inteiro – pelo corpo-próprio –, em sua singular complexidade.conquistado.


Francisco Alessandro. Revista cult. Disponível em:

<https://bit.ly/2LHLa1P>. Acesso em: 6 ago. 2018 (Adaptação).

As palavras destacadas nos trechos a seguir estão qualificando outras no mesmo trecho, exceto em:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA A

    ? ?Minha mão, seus olhos, os braços de um dançarino, o corpo de um ator se movimentam no espaço [...]?

    ? O termo em destaque é um pronome possessivo adjetivo, ele acompanha um substantivo, mas não o qualifica (=isso é função de um adjetivo).

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • Dica:

    ☛Jogue um "tão" antes do termo e faça o gol!

    B) um seio (TÃO)  único 

    C) manter-nos (TÃO)  despertos

    D) um papel importantíssimo  OU (tão) Importante ...

    Sucesso, Bons estudos, Nãodesista!

  • Mas esse MINHA não seria um pronome adjetivo???

  • A resposta para a questão encontra-se já no enunciado: quer-se um termo que não caracterize outros, ou seja, em palavras distintas, deve-se marcar a alternativa em que o termo destacado não seja adjetivo, responsável por conferir característica, qualidade a outros vocábulos. Leiamos:

    a) “Minha mão, seus olhos, os braços de um dançarino, o corpo de um ator se movimentam no espaço [...]”

    Correto. O termo em destaque é pronome possessivo e não confere característica alguma ao substantivo, alterando-o. Corresponde ao que foi pedido no enunciado;

    b) “[...] mas de um seio único que não é simplesmente algo à parte [...]”

    Incorreto. Trata-se de adjetivo e caracteriza o termo ao qual se refere;

    c) “[...] de modo a manter-nos despertos e atentos a cada gesto realizado [...]”

    Incorreto. Trata-se de adjetivo e caracteriza o termo ao qual se refere;

    d) “Merleau-Ponty teve um papel importantíssimo ao recuperar a importância da percepção para a Filosofia.”

    Incorreto. Trata-se de adjetivo e caracteriza o termo ao qual se refere.

    Letra A


ID
3308566
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Sobre a banalização do próprio corpo

Recentemente, num café da manhã entre confrades, ao sugerir – destaco “sugerir” – a uma amiga atriz que fechasse um dos botões de sua camisa, pois um de seus seios poderia ficar exposto ao movimentar-se, obtenho a resposta: “Mas é só um peito como todos os outros. Como aquele das mães que amamentam. É só mais um peito”.

Um pouco confuso com a reação, me calo e reflito… “É só mais um peito”? Mal da Filosofia: faço da afirmação um problema, uma questão.

A pergunta me remói por dias, até que assisto ao espetáculo Ziggy, homenagem prestada a David Bowie pela Cisne Negro Cia. de Dança, de Hulda Bittencourt. Ao mergulhar minha visão – e meu ser, portanto – nos corpos em gesto dos bailarinos e nas suas extensões, isto é, o belo e inspirado figurino de Fabio Namatame, uma pletora de pensamentos me invade, dentre eles, e sobretudo, a reflexão do filósofo francês Maurice Merleau-Ponty.

Merleau-Ponty teve um papel importantíssimo ao recuperar a importância da percepção para a Filosofia. Suas teses de doutorado – a complementar, A estrutura do comportamento, e a principal, Fenomenologia da percepção – são consagradas a permutar, no modo como concebemos a consciência, o ego cogito (“eu penso”), tal como o compreendemos até então, pelo ego percipio (“eu percebo”). Numa direção diversa daquela de Descartes, Merleau-Ponty não funda o modo de ser singular do homem em sua capacidade de pensar, mas em sua percepção.

A partir das reflexões de Edmund Husserl, MerleauPonty alerta que não há uma consciência pura, tal como o defendia Descartes, isto é, o homem não pode ser simplesmente uma “coisa pensante” (res cogitans). Ele é necessariamente uma consciência aberta para o mundo. Sua consciência é sempre consciência de alguma coisa. E aquilo que possibilita a ele estar no mundo em consciência é seu corpo. E aqui temos uma marca importantíssima.

Em diálogo com Husserl e com toda uma série de pensadores franceses – dentre eles Malecranche, Maine de Biran e Bergson –, Merleau-Ponty evoca a noção de corpo-próprio. Podemos compreendê-la melhor por meio de uma distinção que faz a língua alemã. Dentre as palavras usadas para se referir a “corpo”, destacam-se duas: Körper e Leib. Körper designa qualquer corpo posto no espaço. Leib designa um corpo animado, um corpo vivo, o corpo próprio a um dado sujeito ou, se se preferir, a uma dada subjetividade.

Mas por que desta distinção? Responder a esta pergunta nos auxilia a responder à questão que nos colocamos de início. Nosso próprio corpo, ou, se se preferir, nosso corpo-próprio – como se traduz usualmente em português a palavra Leib – não é como qualquer outro corpo posto no espaço. Ele é dotado de vida: vida única, singular e que nos constitui. Sem ele, não estaríamos presentes no mundo, não o perceberíamos e não faríamos a sua experiência (a do corpo e a do mundo).

Nosso corpo não se desloca no espaço, ele realiza gestos. Uma cadeira não realiza gestos, um automóvel ou uma máquina tampouco. Minha mão, seus olhos, os braços de um dançarino, o corpo de um ator se movimentam no espaço de uma maneira totalmente diversa daquela de qualquer outro corpo. O corpo próprio percebe tudo aquilo que o envolve no ato em que se move, percebendo a si próprio. Mais que isso, na e pela percepção ele cria, inventa e transforma o espaço que se abre para acolher seu gesto.

Como diria Merleau-Ponty em sua tese principal, “O corpo-próprio está no mundo como o coração no organismo: ele mantém continuamente com vida o espetáculo visível, ele o anima e o nutre interiormente, forma com ele um sistema”.

Regressemos ao espetáculo Ziggy. Nele, o figurino expunha partes dos corpos dos bailarinos sem qualquer excesso, sem qualquer possibilidade de banalização. Lá havia seios à mostra: em alguns casos um; noutros, eram vistos parcialmente. Mas tudo sem excesso. O figurino valorizava os movimentos de cada um dos corpos que se ofereciam ao espaço, que eram por ele acolhidos e que, simultaneamente, o faziam se abrir a seus gestos. Na dança, por exemplo, é possível captar esta bela dimensão em que se percebe a criação como o encontro entre o movimento e o espaço, e não somente como fruto do movimento de um sujeito num espaço inerte. Não é possível um sem o outro.

Fechando o círculo constituído por esta reflexão, retomo, então, a questão: “É só mais um peito”? Não se tratava, ali, de “só um peito”, mas de um seio único que não é simplesmente algo à parte, um conjunto de pontos localizáveis no espaço que o constituem como um corpo isolado. Ele é necessariamente parte de um corpo inteiro que, por sua vez, põe a pessoa em contato com o mundo e a faz, por esta situação, transformar o próprio mundo por seus gestos. Como o seio da dançarina, aquele dito “só mais um peito” se movimenta com o corpo todo. Dizia Merleau-Ponty que as partes do corpo “se reportam umas às outras de uma maneira original: não estão dispersas umas ao lado das outras, mas envolvidas umas nas outras”.

Ao tomar o seio, por exemplo, como “só mais um peito”, é desprezado o corpo inteiro da bailarina que se expressa no movimento, compondo um gesto singular que cria a cena, que abre um horizonte de percepção. Ao banalizar o corpo-próprio, seu gesto – a dança, o atuar, o canto, por exemplo – perde sentido. Os seios nus das combatentes do “Femens” deixariam de ter o mesmo impacto e de, em sua densidade, constituir ato político. E assim será se banalizarmos qualquer parte de nosso corpo ou mesmo quaisquer de seus gestos: punhos erguidos, palmas, vaias, o beijo.

Não se trata, aqui, de debater a ocasião em que a frase sugerida para discussão – “Mas é só um peito […]” – fora enunciada. Tampouco de renegar as lutas políticas pelas quais passamos nas últimas décadas, de que somos devedores, que possibilitaram liberações em dimensões diversas de nossa vida em sociedade, e de nos recolhermos na redoma conservadora que, nos anos recentes, se ergue em torno de nós e nos sufoca tal qual clausura. É preciso defender o espaço

Trata-se apenas de um convite a pôr em questão a frase proferida, de modo a manter-nos despertos e atentos a cada gesto realizado, não para perscrutar a própria consciência ou mesmo o inconsciente, como se ambos escondessem alguma verdade à espera da decifração, mas para, por meio desta atenção sobre nós mesmos, vivermos intensamente cada gesto realizado pelo próprio corpo, pelo corpo inteiro – pelo corpo-próprio –, em sua singular complexidade.conquistado.


Francisco Alessandro. Revista cult. Disponível em:

<https://bit.ly/2LHLa1P>. Acesso em: 6 ago. 2018 (Adaptação).

Releia o trecho a seguir.

“Uma cadeira não realiza gestos, um automóvel ou uma máquina tampouco.” Segundo o Dicionário Aurélio (versão eletrônica 7.0), “tampouco”

é formada pela junção das palavras “tão” e “pouco”.

“Tampouco”, no contexto apresentado, é classificada morfologicamente como sendo um

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA D

    ? ?Uma cadeira não realiza gestos, um automóvel ou uma máquina tampouco.?

    ? O termo em destaque é um advérbio e equivale a "também não".

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • não entendi essa questão...
  • Gabarito D

    não entendi essa questão...

    Essa questão é para fazer analise sintática

    adverbio: modifica verbo, adjetivo, adverbio

  • Atentem para o enunciado, concernente à classe gramatical (morfologia). Dispensa-se a função exercida pelo termo dentro da estrutura, ou seja, a análise sintática. Deve-se apenas reconhecer em que classe gramatical o termo em negrito está arrolado. Ele integra apenas uma: a de advérbio. Seu valor adverbial é reconhecido e testificado se substituído por uma locução adverbial. Veja:

    “Uma cadeira não realiza gestos, um automóvel ou uma máquina tampouco.” → trecho original

    “Uma cadeira não realiza gestos, um automóvel ou uma máquina menos ainda.” → trecho com substituição

    Letra D


ID
3308569
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Sobre a banalização do próprio corpo

Recentemente, num café da manhã entre confrades, ao sugerir – destaco “sugerir” – a uma amiga atriz que fechasse um dos botões de sua camisa, pois um de seus seios poderia ficar exposto ao movimentar-se, obtenho a resposta: “Mas é só um peito como todos os outros. Como aquele das mães que amamentam. É só mais um peito”.

Um pouco confuso com a reação, me calo e reflito… “É só mais um peito”? Mal da Filosofia: faço da afirmação um problema, uma questão.

A pergunta me remói por dias, até que assisto ao espetáculo Ziggy, homenagem prestada a David Bowie pela Cisne Negro Cia. de Dança, de Hulda Bittencourt. Ao mergulhar minha visão – e meu ser, portanto – nos corpos em gesto dos bailarinos e nas suas extensões, isto é, o belo e inspirado figurino de Fabio Namatame, uma pletora de pensamentos me invade, dentre eles, e sobretudo, a reflexão do filósofo francês Maurice Merleau-Ponty.

Merleau-Ponty teve um papel importantíssimo ao recuperar a importância da percepção para a Filosofia. Suas teses de doutorado – a complementar, A estrutura do comportamento, e a principal, Fenomenologia da percepção – são consagradas a permutar, no modo como concebemos a consciência, o ego cogito (“eu penso”), tal como o compreendemos até então, pelo ego percipio (“eu percebo”). Numa direção diversa daquela de Descartes, Merleau-Ponty não funda o modo de ser singular do homem em sua capacidade de pensar, mas em sua percepção.

A partir das reflexões de Edmund Husserl, MerleauPonty alerta que não há uma consciência pura, tal como o defendia Descartes, isto é, o homem não pode ser simplesmente uma “coisa pensante” (res cogitans). Ele é necessariamente uma consciência aberta para o mundo. Sua consciência é sempre consciência de alguma coisa. E aquilo que possibilita a ele estar no mundo em consciência é seu corpo. E aqui temos uma marca importantíssima.

Em diálogo com Husserl e com toda uma série de pensadores franceses – dentre eles Malecranche, Maine de Biran e Bergson –, Merleau-Ponty evoca a noção de corpo-próprio. Podemos compreendê-la melhor por meio de uma distinção que faz a língua alemã. Dentre as palavras usadas para se referir a “corpo”, destacam-se duas: Körper e Leib. Körper designa qualquer corpo posto no espaço. Leib designa um corpo animado, um corpo vivo, o corpo próprio a um dado sujeito ou, se se preferir, a uma dada subjetividade.

Mas por que desta distinção? Responder a esta pergunta nos auxilia a responder à questão que nos colocamos de início. Nosso próprio corpo, ou, se se preferir, nosso corpo-próprio – como se traduz usualmente em português a palavra Leib – não é como qualquer outro corpo posto no espaço. Ele é dotado de vida: vida única, singular e que nos constitui. Sem ele, não estaríamos presentes no mundo, não o perceberíamos e não faríamos a sua experiência (a do corpo e a do mundo).

Nosso corpo não se desloca no espaço, ele realiza gestos. Uma cadeira não realiza gestos, um automóvel ou uma máquina tampouco. Minha mão, seus olhos, os braços de um dançarino, o corpo de um ator se movimentam no espaço de uma maneira totalmente diversa daquela de qualquer outro corpo. O corpo próprio percebe tudo aquilo que o envolve no ato em que se move, percebendo a si próprio. Mais que isso, na e pela percepção ele cria, inventa e transforma o espaço que se abre para acolher seu gesto.

Como diria Merleau-Ponty em sua tese principal, “O corpo-próprio está no mundo como o coração no organismo: ele mantém continuamente com vida o espetáculo visível, ele o anima e o nutre interiormente, forma com ele um sistema”.

Regressemos ao espetáculo Ziggy. Nele, o figurino expunha partes dos corpos dos bailarinos sem qualquer excesso, sem qualquer possibilidade de banalização. Lá havia seios à mostra: em alguns casos um; noutros, eram vistos parcialmente. Mas tudo sem excesso. O figurino valorizava os movimentos de cada um dos corpos que se ofereciam ao espaço, que eram por ele acolhidos e que, simultaneamente, o faziam se abrir a seus gestos. Na dança, por exemplo, é possível captar esta bela dimensão em que se percebe a criação como o encontro entre o movimento e o espaço, e não somente como fruto do movimento de um sujeito num espaço inerte. Não é possível um sem o outro.

Fechando o círculo constituído por esta reflexão, retomo, então, a questão: “É só mais um peito”? Não se tratava, ali, de “só um peito”, mas de um seio único que não é simplesmente algo à parte, um conjunto de pontos localizáveis no espaço que o constituem como um corpo isolado. Ele é necessariamente parte de um corpo inteiro que, por sua vez, põe a pessoa em contato com o mundo e a faz, por esta situação, transformar o próprio mundo por seus gestos. Como o seio da dançarina, aquele dito “só mais um peito” se movimenta com o corpo todo. Dizia Merleau-Ponty que as partes do corpo “se reportam umas às outras de uma maneira original: não estão dispersas umas ao lado das outras, mas envolvidas umas nas outras”.

Ao tomar o seio, por exemplo, como “só mais um peito”, é desprezado o corpo inteiro da bailarina que se expressa no movimento, compondo um gesto singular que cria a cena, que abre um horizonte de percepção. Ao banalizar o corpo-próprio, seu gesto – a dança, o atuar, o canto, por exemplo – perde sentido. Os seios nus das combatentes do “Femens” deixariam de ter o mesmo impacto e de, em sua densidade, constituir ato político. E assim será se banalizarmos qualquer parte de nosso corpo ou mesmo quaisquer de seus gestos: punhos erguidos, palmas, vaias, o beijo.

Não se trata, aqui, de debater a ocasião em que a frase sugerida para discussão – “Mas é só um peito […]” – fora enunciada. Tampouco de renegar as lutas políticas pelas quais passamos nas últimas décadas, de que somos devedores, que possibilitaram liberações em dimensões diversas de nossa vida em sociedade, e de nos recolhermos na redoma conservadora que, nos anos recentes, se ergue em torno de nós e nos sufoca tal qual clausura. É preciso defender o espaço

Trata-se apenas de um convite a pôr em questão a frase proferida, de modo a manter-nos despertos e atentos a cada gesto realizado, não para perscrutar a própria consciência ou mesmo o inconsciente, como se ambos escondessem alguma verdade à espera da decifração, mas para, por meio desta atenção sobre nós mesmos, vivermos intensamente cada gesto realizado pelo próprio corpo, pelo corpo inteiro – pelo corpo-próprio –, em sua singular complexidade.conquistado.


Francisco Alessandro. Revista cult. Disponível em:

<https://bit.ly/2LHLa1P>. Acesso em: 6 ago. 2018 (Adaptação).

Releia o trecho a seguir.

“[...] que fechasse um dos botões de sua camisa, pois um de seus seios poderia ficar exposto [...]”

A palavra destacada pode, de acordo com a norma-padrão, ser substituída por

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA B

    ? ?[...] que fechasse um dos botões de sua camisa, pois um de seus seios poderia ficar exposto [...]?

    ? Temos uma conjunção coordenativa explicativa, ela vem antes do verbo e equivale a "porque".

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • Dica>

    CONCLUSIVO: 'Pois, quando conjunção conclusiva, vem sempre posposto a um termo da oração a que pertence: 

     Para ali estavam, pois, horas sem conto, esperando, inutilmente, ludibriarem-se a si próprios

    EXPLICATIVO: Em 70% dos casos vem antes do verbo

    'Sucesso, Bons estudos, Nãodesista!

  • A questão é sobre o uso dos porquês e quer saber qual a substituição correta para "pois" em "[...] que fechasse um dos botões de sua camisa, pois um de seus seios poderia ficar exposto [...]". Vejamos:

     .

    A) porquê.

    Porquê: substantivo com significado de “motivo”, “razão”. Vem acompanhado de determinante: artigo, pronome, adjetivo ou numeral. Ex.: Gostaria de saber o porquê dessa resposta.

     .

    B) porque.

    Porque: conjunção com valor de “pois”, “uma vez que”... É utilizado em respostas. Ex.: Não fiz a prova porque não me senti preparada.

     .

    C) por quê.

    Por quê: vem antes de um ponto (final, interrogativo, exclamação) e continua com o significado de “por qual motivo”, “por qual razão”. É utilizado em perguntas no fim das frases Ex.: Vocês não se inscreveram por quê?

     .

    D) por que.

    Por que: equivale a “por qual razão/motivo” ou “pelo qual” (e variações). Ex.: Por que você não resolve mais questões? / A rua por que passamos estava cheia de buracos.

     .

    Gabarito: Letra B


ID
3308572
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Sobre a banalização do próprio corpo

Recentemente, num café da manhã entre confrades, ao sugerir – destaco “sugerir” – a uma amiga atriz que fechasse um dos botões de sua camisa, pois um de seus seios poderia ficar exposto ao movimentar-se, obtenho a resposta: “Mas é só um peito como todos os outros. Como aquele das mães que amamentam. É só mais um peito”.

Um pouco confuso com a reação, me calo e reflito… “É só mais um peito”? Mal da Filosofia: faço da afirmação um problema, uma questão.

A pergunta me remói por dias, até que assisto ao espetáculo Ziggy, homenagem prestada a David Bowie pela Cisne Negro Cia. de Dança, de Hulda Bittencourt. Ao mergulhar minha visão – e meu ser, portanto – nos corpos em gesto dos bailarinos e nas suas extensões, isto é, o belo e inspirado figurino de Fabio Namatame, uma pletora de pensamentos me invade, dentre eles, e sobretudo, a reflexão do filósofo francês Maurice Merleau-Ponty.

Merleau-Ponty teve um papel importantíssimo ao recuperar a importância da percepção para a Filosofia. Suas teses de doutorado – a complementar, A estrutura do comportamento, e a principal, Fenomenologia da percepção – são consagradas a permutar, no modo como concebemos a consciência, o ego cogito (“eu penso”), tal como o compreendemos até então, pelo ego percipio (“eu percebo”). Numa direção diversa daquela de Descartes, Merleau-Ponty não funda o modo de ser singular do homem em sua capacidade de pensar, mas em sua percepção.

A partir das reflexões de Edmund Husserl, MerleauPonty alerta que não há uma consciência pura, tal como o defendia Descartes, isto é, o homem não pode ser simplesmente uma “coisa pensante” (res cogitans). Ele é necessariamente uma consciência aberta para o mundo. Sua consciência é sempre consciência de alguma coisa. E aquilo que possibilita a ele estar no mundo em consciência é seu corpo. E aqui temos uma marca importantíssima.

Em diálogo com Husserl e com toda uma série de pensadores franceses – dentre eles Malecranche, Maine de Biran e Bergson –, Merleau-Ponty evoca a noção de corpo-próprio. Podemos compreendê-la melhor por meio de uma distinção que faz a língua alemã. Dentre as palavras usadas para se referir a “corpo”, destacam-se duas: Körper e Leib. Körper designa qualquer corpo posto no espaço. Leib designa um corpo animado, um corpo vivo, o corpo próprio a um dado sujeito ou, se se preferir, a uma dada subjetividade.

Mas por que desta distinção? Responder a esta pergunta nos auxilia a responder à questão que nos colocamos de início. Nosso próprio corpo, ou, se se preferir, nosso corpo-próprio – como se traduz usualmente em português a palavra Leib – não é como qualquer outro corpo posto no espaço. Ele é dotado de vida: vida única, singular e que nos constitui. Sem ele, não estaríamos presentes no mundo, não o perceberíamos e não faríamos a sua experiência (a do corpo e a do mundo).

Nosso corpo não se desloca no espaço, ele realiza gestos. Uma cadeira não realiza gestos, um automóvel ou uma máquina tampouco. Minha mão, seus olhos, os braços de um dançarino, o corpo de um ator se movimentam no espaço de uma maneira totalmente diversa daquela de qualquer outro corpo. O corpo próprio percebe tudo aquilo que o envolve no ato em que se move, percebendo a si próprio. Mais que isso, na e pela percepção ele cria, inventa e transforma o espaço que se abre para acolher seu gesto.

Como diria Merleau-Ponty em sua tese principal, “O corpo-próprio está no mundo como o coração no organismo: ele mantém continuamente com vida o espetáculo visível, ele o anima e o nutre interiormente, forma com ele um sistema”.

Regressemos ao espetáculo Ziggy. Nele, o figurino expunha partes dos corpos dos bailarinos sem qualquer excesso, sem qualquer possibilidade de banalização. Lá havia seios à mostra: em alguns casos um; noutros, eram vistos parcialmente. Mas tudo sem excesso. O figurino valorizava os movimentos de cada um dos corpos que se ofereciam ao espaço, que eram por ele acolhidos e que, simultaneamente, o faziam se abrir a seus gestos. Na dança, por exemplo, é possível captar esta bela dimensão em que se percebe a criação como o encontro entre o movimento e o espaço, e não somente como fruto do movimento de um sujeito num espaço inerte. Não é possível um sem o outro.

Fechando o círculo constituído por esta reflexão, retomo, então, a questão: “É só mais um peito”? Não se tratava, ali, de “só um peito”, mas de um seio único que não é simplesmente algo à parte, um conjunto de pontos localizáveis no espaço que o constituem como um corpo isolado. Ele é necessariamente parte de um corpo inteiro que, por sua vez, põe a pessoa em contato com o mundo e a faz, por esta situação, transformar o próprio mundo por seus gestos. Como o seio da dançarina, aquele dito “só mais um peito” se movimenta com o corpo todo. Dizia Merleau-Ponty que as partes do corpo “se reportam umas às outras de uma maneira original: não estão dispersas umas ao lado das outras, mas envolvidas umas nas outras”.

Ao tomar o seio, por exemplo, como “só mais um peito”, é desprezado o corpo inteiro da bailarina que se expressa no movimento, compondo um gesto singular que cria a cena, que abre um horizonte de percepção. Ao banalizar o corpo-próprio, seu gesto – a dança, o atuar, o canto, por exemplo – perde sentido. Os seios nus das combatentes do “Femens” deixariam de ter o mesmo impacto e de, em sua densidade, constituir ato político. E assim será se banalizarmos qualquer parte de nosso corpo ou mesmo quaisquer de seus gestos: punhos erguidos, palmas, vaias, o beijo.

Não se trata, aqui, de debater a ocasião em que a frase sugerida para discussão – “Mas é só um peito […]” – fora enunciada. Tampouco de renegar as lutas políticas pelas quais passamos nas últimas décadas, de que somos devedores, que possibilitaram liberações em dimensões diversas de nossa vida em sociedade, e de nos recolhermos na redoma conservadora que, nos anos recentes, se ergue em torno de nós e nos sufoca tal qual clausura. É preciso defender o espaço

Trata-se apenas de um convite a pôr em questão a frase proferida, de modo a manter-nos despertos e atentos a cada gesto realizado, não para perscrutar a própria consciência ou mesmo o inconsciente, como se ambos escondessem alguma verdade à espera da decifração, mas para, por meio desta atenção sobre nós mesmos, vivermos intensamente cada gesto realizado pelo próprio corpo, pelo corpo inteiro – pelo corpo-próprio –, em sua singular complexidade.conquistado.


Francisco Alessandro. Revista cult. Disponível em:

<https://bit.ly/2LHLa1P>. Acesso em: 6 ago. 2018 (Adaptação).

A ideia exposta entre colchetes está presente no respectivo trecho, exceto em:

Alternativas
Comentários
  • Um beligerante é um indivíduo, grupo, país ou outra entidade que age de maneira hostil, como no combate. Beligerante vem do latim, significando literalmente "aquele que faz guerra"


ID
3308575
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Sobre a banalização do próprio corpo

Recentemente, num café da manhã entre confrades, ao sugerir – destaco “sugerir” – a uma amiga atriz que fechasse um dos botões de sua camisa, pois um de seus seios poderia ficar exposto ao movimentar-se, obtenho a resposta: “Mas é só um peito como todos os outros. Como aquele das mães que amamentam. É só mais um peito”.

Um pouco confuso com a reação, me calo e reflito… “É só mais um peito”? Mal da Filosofia: faço da afirmação um problema, uma questão.

A pergunta me remói por dias, até que assisto ao espetáculo Ziggy, homenagem prestada a David Bowie pela Cisne Negro Cia. de Dança, de Hulda Bittencourt. Ao mergulhar minha visão – e meu ser, portanto – nos corpos em gesto dos bailarinos e nas suas extensões, isto é, o belo e inspirado figurino de Fabio Namatame, uma pletora de pensamentos me invade, dentre eles, e sobretudo, a reflexão do filósofo francês Maurice Merleau-Ponty.

Merleau-Ponty teve um papel importantíssimo ao recuperar a importância da percepção para a Filosofia. Suas teses de doutorado – a complementar, A estrutura do comportamento, e a principal, Fenomenologia da percepção – são consagradas a permutar, no modo como concebemos a consciência, o ego cogito (“eu penso”), tal como o compreendemos até então, pelo ego percipio (“eu percebo”). Numa direção diversa daquela de Descartes, Merleau-Ponty não funda o modo de ser singular do homem em sua capacidade de pensar, mas em sua percepção.

A partir das reflexões de Edmund Husserl, MerleauPonty alerta que não há uma consciência pura, tal como o defendia Descartes, isto é, o homem não pode ser simplesmente uma “coisa pensante” (res cogitans). Ele é necessariamente uma consciência aberta para o mundo. Sua consciência é sempre consciência de alguma coisa. E aquilo que possibilita a ele estar no mundo em consciência é seu corpo. E aqui temos uma marca importantíssima.

Em diálogo com Husserl e com toda uma série de pensadores franceses – dentre eles Malecranche, Maine de Biran e Bergson –, Merleau-Ponty evoca a noção de corpo-próprio. Podemos compreendê-la melhor por meio de uma distinção que faz a língua alemã. Dentre as palavras usadas para se referir a “corpo”, destacam-se duas: Körper e Leib. Körper designa qualquer corpo posto no espaço. Leib designa um corpo animado, um corpo vivo, o corpo próprio a um dado sujeito ou, se se preferir, a uma dada subjetividade.

Mas por que desta distinção? Responder a esta pergunta nos auxilia a responder à questão que nos colocamos de início. Nosso próprio corpo, ou, se se preferir, nosso corpo-próprio – como se traduz usualmente em português a palavra Leib – não é como qualquer outro corpo posto no espaço. Ele é dotado de vida: vida única, singular e que nos constitui. Sem ele, não estaríamos presentes no mundo, não o perceberíamos e não faríamos a sua experiência (a do corpo e a do mundo).

Nosso corpo não se desloca no espaço, ele realiza gestos. Uma cadeira não realiza gestos, um automóvel ou uma máquina tampouco. Minha mão, seus olhos, os braços de um dançarino, o corpo de um ator se movimentam no espaço de uma maneira totalmente diversa daquela de qualquer outro corpo. O corpo próprio percebe tudo aquilo que o envolve no ato em que se move, percebendo a si próprio. Mais que isso, na e pela percepção ele cria, inventa e transforma o espaço que se abre para acolher seu gesto.

Como diria Merleau-Ponty em sua tese principal, “O corpo-próprio está no mundo como o coração no organismo: ele mantém continuamente com vida o espetáculo visível, ele o anima e o nutre interiormente, forma com ele um sistema”.

Regressemos ao espetáculo Ziggy. Nele, o figurino expunha partes dos corpos dos bailarinos sem qualquer excesso, sem qualquer possibilidade de banalização. Lá havia seios à mostra: em alguns casos um; noutros, eram vistos parcialmente. Mas tudo sem excesso. O figurino valorizava os movimentos de cada um dos corpos que se ofereciam ao espaço, que eram por ele acolhidos e que, simultaneamente, o faziam se abrir a seus gestos. Na dança, por exemplo, é possível captar esta bela dimensão em que se percebe a criação como o encontro entre o movimento e o espaço, e não somente como fruto do movimento de um sujeito num espaço inerte. Não é possível um sem o outro.

Fechando o círculo constituído por esta reflexão, retomo, então, a questão: “É só mais um peito”? Não se tratava, ali, de “só um peito”, mas de um seio único que não é simplesmente algo à parte, um conjunto de pontos localizáveis no espaço que o constituem como um corpo isolado. Ele é necessariamente parte de um corpo inteiro que, por sua vez, põe a pessoa em contato com o mundo e a faz, por esta situação, transformar o próprio mundo por seus gestos. Como o seio da dançarina, aquele dito “só mais um peito” se movimenta com o corpo todo. Dizia Merleau-Ponty que as partes do corpo “se reportam umas às outras de uma maneira original: não estão dispersas umas ao lado das outras, mas envolvidas umas nas outras”.

Ao tomar o seio, por exemplo, como “só mais um peito”, é desprezado o corpo inteiro da bailarina que se expressa no movimento, compondo um gesto singular que cria a cena, que abre um horizonte de percepção. Ao banalizar o corpo-próprio, seu gesto – a dança, o atuar, o canto, por exemplo – perde sentido. Os seios nus das combatentes do “Femens” deixariam de ter o mesmo impacto e de, em sua densidade, constituir ato político. E assim será se banalizarmos qualquer parte de nosso corpo ou mesmo quaisquer de seus gestos: punhos erguidos, palmas, vaias, o beijo.

Não se trata, aqui, de debater a ocasião em que a frase sugerida para discussão – “Mas é só um peito […]” – fora enunciada. Tampouco de renegar as lutas políticas pelas quais passamos nas últimas décadas, de que somos devedores, que possibilitaram liberações em dimensões diversas de nossa vida em sociedade, e de nos recolhermos na redoma conservadora que, nos anos recentes, se ergue em torno de nós e nos sufoca tal qual clausura. É preciso defender o espaço

Trata-se apenas de um convite a pôr em questão a frase proferida, de modo a manter-nos despertos e atentos a cada gesto realizado, não para perscrutar a própria consciência ou mesmo o inconsciente, como se ambos escondessem alguma verdade à espera da decifração, mas para, por meio desta atenção sobre nós mesmos, vivermos intensamente cada gesto realizado pelo próprio corpo, pelo corpo inteiro – pelo corpo-próprio –, em sua singular complexidade.conquistado.


Francisco Alessandro. Revista cult. Disponível em:

<https://bit.ly/2LHLa1P>. Acesso em: 6 ago. 2018 (Adaptação).

Releia o trecho a seguir.

“[...] mas de um seio único que não é simplesmente algo à parte [...]”

As palavras destacadas a seguir são acentuadas pela mesma regra de acentuação da palavra destacada nesse trecho, exceto:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA C

    ? ?[...] mas de um seio único que não é simplesmente algo à parte [...]? ? temos uma proparoxítona (antepenúltima sílaba tônica);

    ? ?O corpo-próprio está no mundo como o coração no organismo [...]? ? aqui temos uma paroxítona terminada em ditongo, logo, é a nossa resposta.

    Baixe a Planilha de Gestão Completa nos Estudos Grátis: http://3f1c129.contato.site/plangestaoestudost3

    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • GABARITO: LETRA C

    COMPLEMENTANDO:

    Regra de Acentuação para Monossílabas Tônicas:

    Acentuam-se as terminadas em -a(s), -e(s), -o(s).

    Ex.: má(s), trás, pé(s), mês, só(s), pôs…

    Regra de Acentuação para Oxítonas:

    Acentuam-se as terminadas em -a(s), -e(s), -o(s), -em(-ens).

    Ex.: sofá(s), axé(s), bongô(s), vintém(éns)...

    Regra de Acentuação para Paroxítonas:

    Acentuam-se as terminadas em ditongo crescente ou decrescente (seguido ou não de s), -ão(s) e -ã(s), tritongo e qualquer outra terminação (l, n, um, r, ns, x, i, is, us, ps), exceto as terminadas em -a(s), -e(s), -o(s), -em(-ens).

    Ex.: história, cáries, jóquei(s); órgão(s), órfã, ímãs; águam; fácil, glúten, fórum, caráter, prótons, tórax, júri, lápis, vírus, fórceps.

    Regra de Acentuação para Proparoxítonas:

    Todas são acentuadas .Ex.: álcool, réquiem, máscara, zênite, álibi, plêiade, náufrago, duúnviro, seriíssimo...

    FONTE: A GRAMÁTICA PARA CONCURSOS PÚBLICOS 3ª EDIÇÃO FERNANDO PESTANA.

  • Foco fiel


ID
3308578
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Sobre a banalização do próprio corpo

Recentemente, num café da manhã entre confrades, ao sugerir – destaco “sugerir” – a uma amiga atriz que fechasse um dos botões de sua camisa, pois um de seus seios poderia ficar exposto ao movimentar-se, obtenho a resposta: “Mas é só um peito como todos os outros. Como aquele das mães que amamentam. É só mais um peito”.

Um pouco confuso com a reação, me calo e reflito… “É só mais um peito”? Mal da Filosofia: faço da afirmação um problema, uma questão.

A pergunta me remói por dias, até que assisto ao espetáculo Ziggy, homenagem prestada a David Bowie pela Cisne Negro Cia. de Dança, de Hulda Bittencourt. Ao mergulhar minha visão – e meu ser, portanto – nos corpos em gesto dos bailarinos e nas suas extensões, isto é, o belo e inspirado figurino de Fabio Namatame, uma pletora de pensamentos me invade, dentre eles, e sobretudo, a reflexão do filósofo francês Maurice Merleau-Ponty.

Merleau-Ponty teve um papel importantíssimo ao recuperar a importância da percepção para a Filosofia. Suas teses de doutorado – a complementar, A estrutura do comportamento, e a principal, Fenomenologia da percepção – são consagradas a permutar, no modo como concebemos a consciência, o ego cogito (“eu penso”), tal como o compreendemos até então, pelo ego percipio (“eu percebo”). Numa direção diversa daquela de Descartes, Merleau-Ponty não funda o modo de ser singular do homem em sua capacidade de pensar, mas em sua percepção.

A partir das reflexões de Edmund Husserl, MerleauPonty alerta que não há uma consciência pura, tal como o defendia Descartes, isto é, o homem não pode ser simplesmente uma “coisa pensante” (res cogitans). Ele é necessariamente uma consciência aberta para o mundo. Sua consciência é sempre consciência de alguma coisa. E aquilo que possibilita a ele estar no mundo em consciência é seu corpo. E aqui temos uma marca importantíssima.

Em diálogo com Husserl e com toda uma série de pensadores franceses – dentre eles Malecranche, Maine de Biran e Bergson –, Merleau-Ponty evoca a noção de corpo-próprio. Podemos compreendê-la melhor por meio de uma distinção que faz a língua alemã. Dentre as palavras usadas para se referir a “corpo”, destacam-se duas: Körper e Leib. Körper designa qualquer corpo posto no espaço. Leib designa um corpo animado, um corpo vivo, o corpo próprio a um dado sujeito ou, se se preferir, a uma dada subjetividade.

Mas por que desta distinção? Responder a esta pergunta nos auxilia a responder à questão que nos colocamos de início. Nosso próprio corpo, ou, se se preferir, nosso corpo-próprio – como se traduz usualmente em português a palavra Leib – não é como qualquer outro corpo posto no espaço. Ele é dotado de vida: vida única, singular e que nos constitui. Sem ele, não estaríamos presentes no mundo, não o perceberíamos e não faríamos a sua experiência (a do corpo e a do mundo).

Nosso corpo não se desloca no espaço, ele realiza gestos. Uma cadeira não realiza gestos, um automóvel ou uma máquina tampouco. Minha mão, seus olhos, os braços de um dançarino, o corpo de um ator se movimentam no espaço de uma maneira totalmente diversa daquela de qualquer outro corpo. O corpo próprio percebe tudo aquilo que o envolve no ato em que se move, percebendo a si próprio. Mais que isso, na e pela percepção ele cria, inventa e transforma o espaço que se abre para acolher seu gesto.

Como diria Merleau-Ponty em sua tese principal, “O corpo-próprio está no mundo como o coração no organismo: ele mantém continuamente com vida o espetáculo visível, ele o anima e o nutre interiormente, forma com ele um sistema”.

Regressemos ao espetáculo Ziggy. Nele, o figurino expunha partes dos corpos dos bailarinos sem qualquer excesso, sem qualquer possibilidade de banalização. Lá havia seios à mostra: em alguns casos um; noutros, eram vistos parcialmente. Mas tudo sem excesso. O figurino valorizava os movimentos de cada um dos corpos que se ofereciam ao espaço, que eram por ele acolhidos e que, simultaneamente, o faziam se abrir a seus gestos. Na dança, por exemplo, é possível captar esta bela dimensão em que se percebe a criação como o encontro entre o movimento e o espaço, e não somente como fruto do movimento de um sujeito num espaço inerte. Não é possível um sem o outro.

Fechando o círculo constituído por esta reflexão, retomo, então, a questão: “É só mais um peito”? Não se tratava, ali, de “só um peito”, mas de um seio único que não é simplesmente algo à parte, um conjunto de pontos localizáveis no espaço que o constituem como um corpo isolado. Ele é necessariamente parte de um corpo inteiro que, por sua vez, põe a pessoa em contato com o mundo e a faz, por esta situação, transformar o próprio mundo por seus gestos. Como o seio da dançarina, aquele dito “só mais um peito” se movimenta com o corpo todo. Dizia Merleau-Ponty que as partes do corpo “se reportam umas às outras de uma maneira original: não estão dispersas umas ao lado das outras, mas envolvidas umas nas outras”.

Ao tomar o seio, por exemplo, como “só mais um peito”, é desprezado o corpo inteiro da bailarina que se expressa no movimento, compondo um gesto singular que cria a cena, que abre um horizonte de percepção. Ao banalizar o corpo-próprio, seu gesto – a dança, o atuar, o canto, por exemplo – perde sentido. Os seios nus das combatentes do “Femens” deixariam de ter o mesmo impacto e de, em sua densidade, constituir ato político. E assim será se banalizarmos qualquer parte de nosso corpo ou mesmo quaisquer de seus gestos: punhos erguidos, palmas, vaias, o beijo.

Não se trata, aqui, de debater a ocasião em que a frase sugerida para discussão – “Mas é só um peito […]” – fora enunciada. Tampouco de renegar as lutas políticas pelas quais passamos nas últimas décadas, de que somos devedores, que possibilitaram liberações em dimensões diversas de nossa vida em sociedade, e de nos recolhermos na redoma conservadora que, nos anos recentes, se ergue em torno de nós e nos sufoca tal qual clausura. É preciso defender o espaço

Trata-se apenas de um convite a pôr em questão a frase proferida, de modo a manter-nos despertos e atentos a cada gesto realizado, não para perscrutar a própria consciência ou mesmo o inconsciente, como se ambos escondessem alguma verdade à espera da decifração, mas para, por meio desta atenção sobre nós mesmos, vivermos intensamente cada gesto realizado pelo próprio corpo, pelo corpo inteiro – pelo corpo-próprio –, em sua singular complexidade.conquistado.


Francisco Alessandro. Revista cult. Disponível em:

<https://bit.ly/2LHLa1P>. Acesso em: 6 ago. 2018 (Adaptação).

Analise as afirmativas a seguir.

I. Em “Ao banalizar o corpo-próprio, seu gesto – a dança, o atuar, o canto, por exemplo – perde sentido.”, os travessões podem ser substituídos por parênteses.

II. Em “Mal da Filosofia: faço da afirmação um problema, uma questão.”, os dois-pontos foram utilizados para anunciar uma oração apositiva.

III. Em “Dentre as palavras usadas para se referir a “corpo”, destacam-se duas: Körper e Leib.”, as aspas da palavra “corpo” indicam uma citação direta.

Estão corretas as afirmativas

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA A

    I. Em ?Ao banalizar o corpo-próprio, seu gesto ? a dança, o atuar, o canto, por exemplo ? perde sentido.?, os travessões podem ser substituídos por parênteses ? correto, os travessões são perfeitamente cambiáveis com os parênteses.

    II. Em ?Mal da Filosofia: faço da afirmação um problema, uma questão.?, os dois-pontos foram utilizados para anunciar uma oração apositiva ? correto, os dois-pontos dão início a um aposto oracional, tem um valor explicativo, é uma oração apositiva.

    III. Em ?Dentre as palavras usadas para se referir a ?corpo?, destacam-se duas: Körper e Leib.?, as aspas da palavra ?corpo? indicam uma citação direta ? incorreto, as aspas estão sendo usadas para dar destacar ao substantivo "corpo".

    Baixe a Planilha de Gestão Completa nos Estudos Grátis: http://3f1c129.contato.site/plangestaoestudost3

    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 


ID
3308581
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Sobre a banalização do próprio corpo

Recentemente, num café da manhã entre confrades, ao sugerir – destaco “sugerir” – a uma amiga atriz que fechasse um dos botões de sua camisa, pois um de seus seios poderia ficar exposto ao movimentar-se, obtenho a resposta: “Mas é só um peito como todos os outros. Como aquele das mães que amamentam. É só mais um peito”.

Um pouco confuso com a reação, me calo e reflito… “É só mais um peito”? Mal da Filosofia: faço da afirmação um problema, uma questão.

A pergunta me remói por dias, até que assisto ao espetáculo Ziggy, homenagem prestada a David Bowie pela Cisne Negro Cia. de Dança, de Hulda Bittencourt. Ao mergulhar minha visão – e meu ser, portanto – nos corpos em gesto dos bailarinos e nas suas extensões, isto é, o belo e inspirado figurino de Fabio Namatame, uma pletora de pensamentos me invade, dentre eles, e sobretudo, a reflexão do filósofo francês Maurice Merleau-Ponty.

Merleau-Ponty teve um papel importantíssimo ao recuperar a importância da percepção para a Filosofia. Suas teses de doutorado – a complementar, A estrutura do comportamento, e a principal, Fenomenologia da percepção – são consagradas a permutar, no modo como concebemos a consciência, o ego cogito (“eu penso”), tal como o compreendemos até então, pelo ego percipio (“eu percebo”). Numa direção diversa daquela de Descartes, Merleau-Ponty não funda o modo de ser singular do homem em sua capacidade de pensar, mas em sua percepção.

A partir das reflexões de Edmund Husserl, MerleauPonty alerta que não há uma consciência pura, tal como o defendia Descartes, isto é, o homem não pode ser simplesmente uma “coisa pensante” (res cogitans). Ele é necessariamente uma consciência aberta para o mundo. Sua consciência é sempre consciência de alguma coisa. E aquilo que possibilita a ele estar no mundo em consciência é seu corpo. E aqui temos uma marca importantíssima.

Em diálogo com Husserl e com toda uma série de pensadores franceses – dentre eles Malecranche, Maine de Biran e Bergson –, Merleau-Ponty evoca a noção de corpo-próprio. Podemos compreendê-la melhor por meio de uma distinção que faz a língua alemã. Dentre as palavras usadas para se referir a “corpo”, destacam-se duas: Körper e Leib. Körper designa qualquer corpo posto no espaço. Leib designa um corpo animado, um corpo vivo, o corpo próprio a um dado sujeito ou, se se preferir, a uma dada subjetividade.

Mas por que desta distinção? Responder a esta pergunta nos auxilia a responder à questão que nos colocamos de início. Nosso próprio corpo, ou, se se preferir, nosso corpo-próprio – como se traduz usualmente em português a palavra Leib – não é como qualquer outro corpo posto no espaço. Ele é dotado de vida: vida única, singular e que nos constitui. Sem ele, não estaríamos presentes no mundo, não o perceberíamos e não faríamos a sua experiência (a do corpo e a do mundo).

Nosso corpo não se desloca no espaço, ele realiza gestos. Uma cadeira não realiza gestos, um automóvel ou uma máquina tampouco. Minha mão, seus olhos, os braços de um dançarino, o corpo de um ator se movimentam no espaço de uma maneira totalmente diversa daquela de qualquer outro corpo. O corpo próprio percebe tudo aquilo que o envolve no ato em que se move, percebendo a si próprio. Mais que isso, na e pela percepção ele cria, inventa e transforma o espaço que se abre para acolher seu gesto.

Como diria Merleau-Ponty em sua tese principal, “O corpo-próprio está no mundo como o coração no organismo: ele mantém continuamente com vida o espetáculo visível, ele o anima e o nutre interiormente, forma com ele um sistema”.

Regressemos ao espetáculo Ziggy. Nele, o figurino expunha partes dos corpos dos bailarinos sem qualquer excesso, sem qualquer possibilidade de banalização. Lá havia seios à mostra: em alguns casos um; noutros, eram vistos parcialmente. Mas tudo sem excesso. O figurino valorizava os movimentos de cada um dos corpos que se ofereciam ao espaço, que eram por ele acolhidos e que, simultaneamente, o faziam se abrir a seus gestos. Na dança, por exemplo, é possível captar esta bela dimensão em que se percebe a criação como o encontro entre o movimento e o espaço, e não somente como fruto do movimento de um sujeito num espaço inerte. Não é possível um sem o outro.

Fechando o círculo constituído por esta reflexão, retomo, então, a questão: “É só mais um peito”? Não se tratava, ali, de “só um peito”, mas de um seio único que não é simplesmente algo à parte, um conjunto de pontos localizáveis no espaço que o constituem como um corpo isolado. Ele é necessariamente parte de um corpo inteiro que, por sua vez, põe a pessoa em contato com o mundo e a faz, por esta situação, transformar o próprio mundo por seus gestos. Como o seio da dançarina, aquele dito “só mais um peito” se movimenta com o corpo todo. Dizia Merleau-Ponty que as partes do corpo “se reportam umas às outras de uma maneira original: não estão dispersas umas ao lado das outras, mas envolvidas umas nas outras”.

Ao tomar o seio, por exemplo, como “só mais um peito”, é desprezado o corpo inteiro da bailarina que se expressa no movimento, compondo um gesto singular que cria a cena, que abre um horizonte de percepção. Ao banalizar o corpo-próprio, seu gesto – a dança, o atuar, o canto, por exemplo – perde sentido. Os seios nus das combatentes do “Femens” deixariam de ter o mesmo impacto e de, em sua densidade, constituir ato político. E assim será se banalizarmos qualquer parte de nosso corpo ou mesmo quaisquer de seus gestos: punhos erguidos, palmas, vaias, o beijo.

Não se trata, aqui, de debater a ocasião em que a frase sugerida para discussão – “Mas é só um peito […]” – fora enunciada. Tampouco de renegar as lutas políticas pelas quais passamos nas últimas décadas, de que somos devedores, que possibilitaram liberações em dimensões diversas de nossa vida em sociedade, e de nos recolhermos na redoma conservadora que, nos anos recentes, se ergue em torno de nós e nos sufoca tal qual clausura. É preciso defender o espaço

Trata-se apenas de um convite a pôr em questão a frase proferida, de modo a manter-nos despertos e atentos a cada gesto realizado, não para perscrutar a própria consciência ou mesmo o inconsciente, como se ambos escondessem alguma verdade à espera da decifração, mas para, por meio desta atenção sobre nós mesmos, vivermos intensamente cada gesto realizado pelo próprio corpo, pelo corpo inteiro – pelo corpo-próprio –, em sua singular complexidade.conquistado.


Francisco Alessandro. Revista cult. Disponível em:

<https://bit.ly/2LHLa1P>. Acesso em: 6 ago. 2018 (Adaptação).

Releia o trecho a seguir.

“Regressemos ao espetáculo Ziggy.”

O verbo desse trecho está conjugado na primeira pessoa do plural no

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA A

    ? ?Regressemos ao espetáculo Ziggy.?

    ? O verbo está conjugado na 1ª pessoa do plural do presente do subjuntivo (=que nós regressemos).

    Baixe a Planilha de Gestão Completa nos Estudos Grátis: http://3f1c129.contato.site/plangestaoestudost3

    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • REGRESSE

  • para saber o subjuntivo sempre troco pela palavra "talvez",caso faça sentido é subjuntivo

  • vi SSE fui direto no PRETÉRITO IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO


ID
3308584
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Sobre a banalização do próprio corpo

Recentemente, num café da manhã entre confrades, ao sugerir – destaco “sugerir” – a uma amiga atriz que fechasse um dos botões de sua camisa, pois um de seus seios poderia ficar exposto ao movimentar-se, obtenho a resposta: “Mas é só um peito como todos os outros. Como aquele das mães que amamentam. É só mais um peito”.

Um pouco confuso com a reação, me calo e reflito… “É só mais um peito”? Mal da Filosofia: faço da afirmação um problema, uma questão.

A pergunta me remói por dias, até que assisto ao espetáculo Ziggy, homenagem prestada a David Bowie pela Cisne Negro Cia. de Dança, de Hulda Bittencourt. Ao mergulhar minha visão – e meu ser, portanto – nos corpos em gesto dos bailarinos e nas suas extensões, isto é, o belo e inspirado figurino de Fabio Namatame, uma pletora de pensamentos me invade, dentre eles, e sobretudo, a reflexão do filósofo francês Maurice Merleau-Ponty.

Merleau-Ponty teve um papel importantíssimo ao recuperar a importância da percepção para a Filosofia. Suas teses de doutorado – a complementar, A estrutura do comportamento, e a principal, Fenomenologia da percepção – são consagradas a permutar, no modo como concebemos a consciência, o ego cogito (“eu penso”), tal como o compreendemos até então, pelo ego percipio (“eu percebo”). Numa direção diversa daquela de Descartes, Merleau-Ponty não funda o modo de ser singular do homem em sua capacidade de pensar, mas em sua percepção.

A partir das reflexões de Edmund Husserl, MerleauPonty alerta que não há uma consciência pura, tal como o defendia Descartes, isto é, o homem não pode ser simplesmente uma “coisa pensante” (res cogitans). Ele é necessariamente uma consciência aberta para o mundo. Sua consciência é sempre consciência de alguma coisa. E aquilo que possibilita a ele estar no mundo em consciência é seu corpo. E aqui temos uma marca importantíssima.

Em diálogo com Husserl e com toda uma série de pensadores franceses – dentre eles Malecranche, Maine de Biran e Bergson –, Merleau-Ponty evoca a noção de corpo-próprio. Podemos compreendê-la melhor por meio de uma distinção que faz a língua alemã. Dentre as palavras usadas para se referir a “corpo”, destacam-se duas: Körper e Leib. Körper designa qualquer corpo posto no espaço. Leib designa um corpo animado, um corpo vivo, o corpo próprio a um dado sujeito ou, se se preferir, a uma dada subjetividade.

Mas por que desta distinção? Responder a esta pergunta nos auxilia a responder à questão que nos colocamos de início. Nosso próprio corpo, ou, se se preferir, nosso corpo-próprio – como se traduz usualmente em português a palavra Leib – não é como qualquer outro corpo posto no espaço. Ele é dotado de vida: vida única, singular e que nos constitui. Sem ele, não estaríamos presentes no mundo, não o perceberíamos e não faríamos a sua experiência (a do corpo e a do mundo).

Nosso corpo não se desloca no espaço, ele realiza gestos. Uma cadeira não realiza gestos, um automóvel ou uma máquina tampouco. Minha mão, seus olhos, os braços de um dançarino, o corpo de um ator se movimentam no espaço de uma maneira totalmente diversa daquela de qualquer outro corpo. O corpo próprio percebe tudo aquilo que o envolve no ato em que se move, percebendo a si próprio. Mais que isso, na e pela percepção ele cria, inventa e transforma o espaço que se abre para acolher seu gesto.

Como diria Merleau-Ponty em sua tese principal, “O corpo-próprio está no mundo como o coração no organismo: ele mantém continuamente com vida o espetáculo visível, ele o anima e o nutre interiormente, forma com ele um sistema”.

Regressemos ao espetáculo Ziggy. Nele, o figurino expunha partes dos corpos dos bailarinos sem qualquer excesso, sem qualquer possibilidade de banalização. Lá havia seios à mostra: em alguns casos um; noutros, eram vistos parcialmente. Mas tudo sem excesso. O figurino valorizava os movimentos de cada um dos corpos que se ofereciam ao espaço, que eram por ele acolhidos e que, simultaneamente, o faziam se abrir a seus gestos. Na dança, por exemplo, é possível captar esta bela dimensão em que se percebe a criação como o encontro entre o movimento e o espaço, e não somente como fruto do movimento de um sujeito num espaço inerte. Não é possível um sem o outro.

Fechando o círculo constituído por esta reflexão, retomo, então, a questão: “É só mais um peito”? Não se tratava, ali, de “só um peito”, mas de um seio único que não é simplesmente algo à parte, um conjunto de pontos localizáveis no espaço que o constituem como um corpo isolado. Ele é necessariamente parte de um corpo inteiro que, por sua vez, põe a pessoa em contato com o mundo e a faz, por esta situação, transformar o próprio mundo por seus gestos. Como o seio da dançarina, aquele dito “só mais um peito” se movimenta com o corpo todo. Dizia Merleau-Ponty que as partes do corpo “se reportam umas às outras de uma maneira original: não estão dispersas umas ao lado das outras, mas envolvidas umas nas outras”.

Ao tomar o seio, por exemplo, como “só mais um peito”, é desprezado o corpo inteiro da bailarina que se expressa no movimento, compondo um gesto singular que cria a cena, que abre um horizonte de percepção. Ao banalizar o corpo-próprio, seu gesto – a dança, o atuar, o canto, por exemplo – perde sentido. Os seios nus das combatentes do “Femens” deixariam de ter o mesmo impacto e de, em sua densidade, constituir ato político. E assim será se banalizarmos qualquer parte de nosso corpo ou mesmo quaisquer de seus gestos: punhos erguidos, palmas, vaias, o beijo.

Não se trata, aqui, de debater a ocasião em que a frase sugerida para discussão – “Mas é só um peito […]” – fora enunciada. Tampouco de renegar as lutas políticas pelas quais passamos nas últimas décadas, de que somos devedores, que possibilitaram liberações em dimensões diversas de nossa vida em sociedade, e de nos recolhermos na redoma conservadora que, nos anos recentes, se ergue em torno de nós e nos sufoca tal qual clausura. É preciso defender o espaço

Trata-se apenas de um convite a pôr em questão a frase proferida, de modo a manter-nos despertos e atentos a cada gesto realizado, não para perscrutar a própria consciência ou mesmo o inconsciente, como se ambos escondessem alguma verdade à espera da decifração, mas para, por meio desta atenção sobre nós mesmos, vivermos intensamente cada gesto realizado pelo próprio corpo, pelo corpo inteiro – pelo corpo-próprio –, em sua singular complexidade.conquistado.


Francisco Alessandro. Revista cult. Disponível em:

<https://bit.ly/2LHLa1P>. Acesso em: 6 ago. 2018 (Adaptação).

Analise as afirmativas a seguir.

I. Em “Ao tomar o seio, por exemplo, como “só mais um peito”, é desprezado o corpo inteiro da bailarina [...]”, as vírgulas que isolam a locução destacada podem ser suprimidas.

I. Em “A partir das reflexões de Edmund Husserl, Merleau-Ponty alerta que não há uma consciência pura [...]”, a vírgula que isola a locução destacada pode ser suprimida.

III. “Nele, o figurino expunha partes dos corpos dos bailarinos sem qualquer excesso [...]”, a vírgula que isola a palavra destacada pode ser suprimida.

De acordo com a norma-padrão, estão corretas as afirmativas

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA B

    ? I. Em ?A partir das reflexões de Edmund Husserl, Merleau-Ponty alerta que não há uma consciência pura [...]?, a vírgula que isola a locução destacada pode ser suprimida.

    ? Temos uma locução adverbial deslocada está deslocada da oração principal, é uma expressão de longa extensão, uso de vírgula é obrigatório.

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • Questão com o número das alternativas trocado; QC ridículo, pqp!


ID
3308587
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Sobre a banalização do próprio corpo

Recentemente, num café da manhã entre confrades, ao sugerir – destaco “sugerir” – a uma amiga atriz que fechasse um dos botões de sua camisa, pois um de seus seios poderia ficar exposto ao movimentar-se, obtenho a resposta: “Mas é só um peito como todos os outros. Como aquele das mães que amamentam. É só mais um peito”.

Um pouco confuso com a reação, me calo e reflito… “É só mais um peito”? Mal da Filosofia: faço da afirmação um problema, uma questão.

A pergunta me remói por dias, até que assisto ao espetáculo Ziggy, homenagem prestada a David Bowie pela Cisne Negro Cia. de Dança, de Hulda Bittencourt. Ao mergulhar minha visão – e meu ser, portanto – nos corpos em gesto dos bailarinos e nas suas extensões, isto é, o belo e inspirado figurino de Fabio Namatame, uma pletora de pensamentos me invade, dentre eles, e sobretudo, a reflexão do filósofo francês Maurice Merleau-Ponty.

Merleau-Ponty teve um papel importantíssimo ao recuperar a importância da percepção para a Filosofia. Suas teses de doutorado – a complementar, A estrutura do comportamento, e a principal, Fenomenologia da percepção – são consagradas a permutar, no modo como concebemos a consciência, o ego cogito (“eu penso”), tal como o compreendemos até então, pelo ego percipio (“eu percebo”). Numa direção diversa daquela de Descartes, Merleau-Ponty não funda o modo de ser singular do homem em sua capacidade de pensar, mas em sua percepção.

A partir das reflexões de Edmund Husserl, MerleauPonty alerta que não há uma consciência pura, tal como o defendia Descartes, isto é, o homem não pode ser simplesmente uma “coisa pensante” (res cogitans). Ele é necessariamente uma consciência aberta para o mundo. Sua consciência é sempre consciência de alguma coisa. E aquilo que possibilita a ele estar no mundo em consciência é seu corpo. E aqui temos uma marca importantíssima.

Em diálogo com Husserl e com toda uma série de pensadores franceses – dentre eles Malecranche, Maine de Biran e Bergson –, Merleau-Ponty evoca a noção de corpo-próprio. Podemos compreendê-la melhor por meio de uma distinção que faz a língua alemã. Dentre as palavras usadas para se referir a “corpo”, destacam-se duas: Körper e Leib. Körper designa qualquer corpo posto no espaço. Leib designa um corpo animado, um corpo vivo, o corpo próprio a um dado sujeito ou, se se preferir, a uma dada subjetividade.

Mas por que desta distinção? Responder a esta pergunta nos auxilia a responder à questão que nos colocamos de início. Nosso próprio corpo, ou, se se preferir, nosso corpo-próprio – como se traduz usualmente em português a palavra Leib – não é como qualquer outro corpo posto no espaço. Ele é dotado de vida: vida única, singular e que nos constitui. Sem ele, não estaríamos presentes no mundo, não o perceberíamos e não faríamos a sua experiência (a do corpo e a do mundo).

Nosso corpo não se desloca no espaço, ele realiza gestos. Uma cadeira não realiza gestos, um automóvel ou uma máquina tampouco. Minha mão, seus olhos, os braços de um dançarino, o corpo de um ator se movimentam no espaço de uma maneira totalmente diversa daquela de qualquer outro corpo. O corpo próprio percebe tudo aquilo que o envolve no ato em que se move, percebendo a si próprio. Mais que isso, na e pela percepção ele cria, inventa e transforma o espaço que se abre para acolher seu gesto.

Como diria Merleau-Ponty em sua tese principal, “O corpo-próprio está no mundo como o coração no organismo: ele mantém continuamente com vida o espetáculo visível, ele o anima e o nutre interiormente, forma com ele um sistema”.

Regressemos ao espetáculo Ziggy. Nele, o figurino expunha partes dos corpos dos bailarinos sem qualquer excesso, sem qualquer possibilidade de banalização. Lá havia seios à mostra: em alguns casos um; noutros, eram vistos parcialmente. Mas tudo sem excesso. O figurino valorizava os movimentos de cada um dos corpos que se ofereciam ao espaço, que eram por ele acolhidos e que, simultaneamente, o faziam se abrir a seus gestos. Na dança, por exemplo, é possível captar esta bela dimensão em que se percebe a criação como o encontro entre o movimento e o espaço, e não somente como fruto do movimento de um sujeito num espaço inerte. Não é possível um sem o outro.

Fechando o círculo constituído por esta reflexão, retomo, então, a questão: “É só mais um peito”? Não se tratava, ali, de “só um peito”, mas de um seio único que não é simplesmente algo à parte, um conjunto de pontos localizáveis no espaço que o constituem como um corpo isolado. Ele é necessariamente parte de um corpo inteiro que, por sua vez, põe a pessoa em contato com o mundo e a faz, por esta situação, transformar o próprio mundo por seus gestos. Como o seio da dançarina, aquele dito “só mais um peito” se movimenta com o corpo todo. Dizia Merleau-Ponty que as partes do corpo “se reportam umas às outras de uma maneira original: não estão dispersas umas ao lado das outras, mas envolvidas umas nas outras”.

Ao tomar o seio, por exemplo, como “só mais um peito”, é desprezado o corpo inteiro da bailarina que se expressa no movimento, compondo um gesto singular que cria a cena, que abre um horizonte de percepção. Ao banalizar o corpo-próprio, seu gesto – a dança, o atuar, o canto, por exemplo – perde sentido. Os seios nus das combatentes do “Femens” deixariam de ter o mesmo impacto e de, em sua densidade, constituir ato político. E assim será se banalizarmos qualquer parte de nosso corpo ou mesmo quaisquer de seus gestos: punhos erguidos, palmas, vaias, o beijo.

Não se trata, aqui, de debater a ocasião em que a frase sugerida para discussão – “Mas é só um peito […]” – fora enunciada. Tampouco de renegar as lutas políticas pelas quais passamos nas últimas décadas, de que somos devedores, que possibilitaram liberações em dimensões diversas de nossa vida em sociedade, e de nos recolhermos na redoma conservadora que, nos anos recentes, se ergue em torno de nós e nos sufoca tal qual clausura. É preciso defender o espaço

Trata-se apenas de um convite a pôr em questão a frase proferida, de modo a manter-nos despertos e atentos a cada gesto realizado, não para perscrutar a própria consciência ou mesmo o inconsciente, como se ambos escondessem alguma verdade à espera da decifração, mas para, por meio desta atenção sobre nós mesmos, vivermos intensamente cada gesto realizado pelo próprio corpo, pelo corpo inteiro – pelo corpo-próprio –, em sua singular complexidade.conquistado.


Francisco Alessandro. Revista cult. Disponível em:

<https://bit.ly/2LHLa1P>. Acesso em: 6 ago. 2018 (Adaptação).

Releia o trecho a seguir.

[...] o corpo próprio a um dado sujeito ou, se se preferir, a uma dada subjetividade. [...]”

A primeira palavra “se” desse trecho pode ser classificada como

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA C

    ? [...] o corpo próprio a um dado sujeito ou, se se preferir, a uma dada subjetividade. [...]?

    ? Temos uma conjunção subordinativa condicional, ela equivale a "caso" (=caso se preferir).

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  • GAB:C

    Conjunção Subordinada Condicional (poderia ser substituída por "caso")

  • Boa noite, Como o Prof Fernando pestana faz um adendo na Gramatica dele " Se caso" é construção equivocada: " Se caso eles vierem, não os atenda.". O adequado é: " Se (ou Caso) eles vierem, não os atenda..."

  • se se preferir= caso se preferir= caso seja preferido


ID
3308590
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Sobre a banalização do próprio corpo

Recentemente, num café da manhã entre confrades, ao sugerir – destaco “sugerir” – a uma amiga atriz que fechasse um dos botões de sua camisa, pois um de seus seios poderia ficar exposto ao movimentar-se, obtenho a resposta: “Mas é só um peito como todos os outros. Como aquele das mães que amamentam. É só mais um peito”.

Um pouco confuso com a reação, me calo e reflito… “É só mais um peito”? Mal da Filosofia: faço da afirmação um problema, uma questão.

A pergunta me remói por dias, até que assisto ao espetáculo Ziggy, homenagem prestada a David Bowie pela Cisne Negro Cia. de Dança, de Hulda Bittencourt. Ao mergulhar minha visão – e meu ser, portanto – nos corpos em gesto dos bailarinos e nas suas extensões, isto é, o belo e inspirado figurino de Fabio Namatame, uma pletora de pensamentos me invade, dentre eles, e sobretudo, a reflexão do filósofo francês Maurice Merleau-Ponty.

Merleau-Ponty teve um papel importantíssimo ao recuperar a importância da percepção para a Filosofia. Suas teses de doutorado – a complementar, A estrutura do comportamento, e a principal, Fenomenologia da percepção – são consagradas a permutar, no modo como concebemos a consciência, o ego cogito (“eu penso”), tal como o compreendemos até então, pelo ego percipio (“eu percebo”). Numa direção diversa daquela de Descartes, Merleau-Ponty não funda o modo de ser singular do homem em sua capacidade de pensar, mas em sua percepção.

A partir das reflexões de Edmund Husserl, MerleauPonty alerta que não há uma consciência pura, tal como o defendia Descartes, isto é, o homem não pode ser simplesmente uma “coisa pensante” (res cogitans). Ele é necessariamente uma consciência aberta para o mundo. Sua consciência é sempre consciência de alguma coisa. E aquilo que possibilita a ele estar no mundo em consciência é seu corpo. E aqui temos uma marca importantíssima.

Em diálogo com Husserl e com toda uma série de pensadores franceses – dentre eles Malecranche, Maine de Biran e Bergson –, Merleau-Ponty evoca a noção de corpo-próprio. Podemos compreendê-la melhor por meio de uma distinção que faz a língua alemã. Dentre as palavras usadas para se referir a “corpo”, destacam-se duas: Körper e Leib. Körper designa qualquer corpo posto no espaço. Leib designa um corpo animado, um corpo vivo, o corpo próprio a um dado sujeito ou, se se preferir, a uma dada subjetividade.

Mas por que desta distinção? Responder a esta pergunta nos auxilia a responder à questão que nos colocamos de início. Nosso próprio corpo, ou, se se preferir, nosso corpo-próprio – como se traduz usualmente em português a palavra Leib – não é como qualquer outro corpo posto no espaço. Ele é dotado de vida: vida única, singular e que nos constitui. Sem ele, não estaríamos presentes no mundo, não o perceberíamos e não faríamos a sua experiência (a do corpo e a do mundo).

Nosso corpo não se desloca no espaço, ele realiza gestos. Uma cadeira não realiza gestos, um automóvel ou uma máquina tampouco. Minha mão, seus olhos, os braços de um dançarino, o corpo de um ator se movimentam no espaço de uma maneira totalmente diversa daquela de qualquer outro corpo. O corpo próprio percebe tudo aquilo que o envolve no ato em que se move, percebendo a si próprio. Mais que isso, na e pela percepção ele cria, inventa e transforma o espaço que se abre para acolher seu gesto.

Como diria Merleau-Ponty em sua tese principal, “O corpo-próprio está no mundo como o coração no organismo: ele mantém continuamente com vida o espetáculo visível, ele o anima e o nutre interiormente, forma com ele um sistema”.

Regressemos ao espetáculo Ziggy. Nele, o figurino expunha partes dos corpos dos bailarinos sem qualquer excesso, sem qualquer possibilidade de banalização. Lá havia seios à mostra: em alguns casos um; noutros, eram vistos parcialmente. Mas tudo sem excesso. O figurino valorizava os movimentos de cada um dos corpos que se ofereciam ao espaço, que eram por ele acolhidos e que, simultaneamente, o faziam se abrir a seus gestos. Na dança, por exemplo, é possível captar esta bela dimensão em que se percebe a criação como o encontro entre o movimento e o espaço, e não somente como fruto do movimento de um sujeito num espaço inerte. Não é possível um sem o outro.

Fechando o círculo constituído por esta reflexão, retomo, então, a questão: “É só mais um peito”? Não se tratava, ali, de “só um peito”, mas de um seio único que não é simplesmente algo à parte, um conjunto de pontos localizáveis no espaço que o constituem como um corpo isolado. Ele é necessariamente parte de um corpo inteiro que, por sua vez, põe a pessoa em contato com o mundo e a faz, por esta situação, transformar o próprio mundo por seus gestos. Como o seio da dançarina, aquele dito “só mais um peito” se movimenta com o corpo todo. Dizia Merleau-Ponty que as partes do corpo “se reportam umas às outras de uma maneira original: não estão dispersas umas ao lado das outras, mas envolvidas umas nas outras”.

Ao tomar o seio, por exemplo, como “só mais um peito”, é desprezado o corpo inteiro da bailarina que se expressa no movimento, compondo um gesto singular que cria a cena, que abre um horizonte de percepção. Ao banalizar o corpo-próprio, seu gesto – a dança, o atuar, o canto, por exemplo – perde sentido. Os seios nus das combatentes do “Femens” deixariam de ter o mesmo impacto e de, em sua densidade, constituir ato político. E assim será se banalizarmos qualquer parte de nosso corpo ou mesmo quaisquer de seus gestos: punhos erguidos, palmas, vaias, o beijo.

Não se trata, aqui, de debater a ocasião em que a frase sugerida para discussão – “Mas é só um peito […]” – fora enunciada. Tampouco de renegar as lutas políticas pelas quais passamos nas últimas décadas, de que somos devedores, que possibilitaram liberações em dimensões diversas de nossa vida em sociedade, e de nos recolhermos na redoma conservadora que, nos anos recentes, se ergue em torno de nós e nos sufoca tal qual clausura. É preciso defender o espaço

Trata-se apenas de um convite a pôr em questão a frase proferida, de modo a manter-nos despertos e atentos a cada gesto realizado, não para perscrutar a própria consciência ou mesmo o inconsciente, como se ambos escondessem alguma verdade à espera da decifração, mas para, por meio desta atenção sobre nós mesmos, vivermos intensamente cada gesto realizado pelo próprio corpo, pelo corpo inteiro – pelo corpo-próprio –, em sua singular complexidade.conquistado.


Francisco Alessandro. Revista cult. Disponível em:

<https://bit.ly/2LHLa1P>. Acesso em: 6 ago. 2018 (Adaptação).

Releia o trecho a seguir.

“[...] retomo, então, a questão [...]”

A palavra destacada é

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA B

    ? Fechando o círculo constituído por esta reflexão, retomo, então, a questão: ?É só mais um peito??

    ? O termo "então" é usado como um advérbio e modifica o verbo "retomo" (=equivale a retomar prontamente, rapidamente).

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ID
3308593
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Sobre a banalização do próprio corpo

Recentemente, num café da manhã entre confrades, ao sugerir – destaco “sugerir” – a uma amiga atriz que fechasse um dos botões de sua camisa, pois um de seus seios poderia ficar exposto ao movimentar-se, obtenho a resposta: “Mas é só um peito como todos os outros. Como aquele das mães que amamentam. É só mais um peito”.

Um pouco confuso com a reação, me calo e reflito… “É só mais um peito”? Mal da Filosofia: faço da afirmação um problema, uma questão.

A pergunta me remói por dias, até que assisto ao espetáculo Ziggy, homenagem prestada a David Bowie pela Cisne Negro Cia. de Dança, de Hulda Bittencourt. Ao mergulhar minha visão – e meu ser, portanto – nos corpos em gesto dos bailarinos e nas suas extensões, isto é, o belo e inspirado figurino de Fabio Namatame, uma pletora de pensamentos me invade, dentre eles, e sobretudo, a reflexão do filósofo francês Maurice Merleau-Ponty.

Merleau-Ponty teve um papel importantíssimo ao recuperar a importância da percepção para a Filosofia. Suas teses de doutorado – a complementar, A estrutura do comportamento, e a principal, Fenomenologia da percepção – são consagradas a permutar, no modo como concebemos a consciência, o ego cogito (“eu penso”), tal como o compreendemos até então, pelo ego percipio (“eu percebo”). Numa direção diversa daquela de Descartes, Merleau-Ponty não funda o modo de ser singular do homem em sua capacidade de pensar, mas em sua percepção.

A partir das reflexões de Edmund Husserl, MerleauPonty alerta que não há uma consciência pura, tal como o defendia Descartes, isto é, o homem não pode ser simplesmente uma “coisa pensante” (res cogitans). Ele é necessariamente uma consciência aberta para o mundo. Sua consciência é sempre consciência de alguma coisa. E aquilo que possibilita a ele estar no mundo em consciência é seu corpo. E aqui temos uma marca importantíssima.

Em diálogo com Husserl e com toda uma série de pensadores franceses – dentre eles Malecranche, Maine de Biran e Bergson –, Merleau-Ponty evoca a noção de corpo-próprio. Podemos compreendê-la melhor por meio de uma distinção que faz a língua alemã. Dentre as palavras usadas para se referir a “corpo”, destacam-se duas: Körper e Leib. Körper designa qualquer corpo posto no espaço. Leib designa um corpo animado, um corpo vivo, o corpo próprio a um dado sujeito ou, se se preferir, a uma dada subjetividade.

Mas por que desta distinção? Responder a esta pergunta nos auxilia a responder à questão que nos colocamos de início. Nosso próprio corpo, ou, se se preferir, nosso corpo-próprio – como se traduz usualmente em português a palavra Leib – não é como qualquer outro corpo posto no espaço. Ele é dotado de vida: vida única, singular e que nos constitui. Sem ele, não estaríamos presentes no mundo, não o perceberíamos e não faríamos a sua experiência (a do corpo e a do mundo).

Nosso corpo não se desloca no espaço, ele realiza gestos. Uma cadeira não realiza gestos, um automóvel ou uma máquina tampouco. Minha mão, seus olhos, os braços de um dançarino, o corpo de um ator se movimentam no espaço de uma maneira totalmente diversa daquela de qualquer outro corpo. O corpo próprio percebe tudo aquilo que o envolve no ato em que se move, percebendo a si próprio. Mais que isso, na e pela percepção ele cria, inventa e transforma o espaço que se abre para acolher seu gesto.

Como diria Merleau-Ponty em sua tese principal, “O corpo-próprio está no mundo como o coração no organismo: ele mantém continuamente com vida o espetáculo visível, ele o anima e o nutre interiormente, forma com ele um sistema”.

Regressemos ao espetáculo Ziggy. Nele, o figurino expunha partes dos corpos dos bailarinos sem qualquer excesso, sem qualquer possibilidade de banalização. Lá havia seios à mostra: em alguns casos um; noutros, eram vistos parcialmente. Mas tudo sem excesso. O figurino valorizava os movimentos de cada um dos corpos que se ofereciam ao espaço, que eram por ele acolhidos e que, simultaneamente, o faziam se abrir a seus gestos. Na dança, por exemplo, é possível captar esta bela dimensão em que se percebe a criação como o encontro entre o movimento e o espaço, e não somente como fruto do movimento de um sujeito num espaço inerte. Não é possível um sem o outro.

Fechando o círculo constituído por esta reflexão, retomo, então, a questão: “É só mais um peito”? Não se tratava, ali, de “só um peito”, mas de um seio único que não é simplesmente algo à parte, um conjunto de pontos localizáveis no espaço que o constituem como um corpo isolado. Ele é necessariamente parte de um corpo inteiro que, por sua vez, põe a pessoa em contato com o mundo e a faz, por esta situação, transformar o próprio mundo por seus gestos. Como o seio da dançarina, aquele dito “só mais um peito” se movimenta com o corpo todo. Dizia Merleau-Ponty que as partes do corpo “se reportam umas às outras de uma maneira original: não estão dispersas umas ao lado das outras, mas envolvidas umas nas outras”.

Ao tomar o seio, por exemplo, como “só mais um peito”, é desprezado o corpo inteiro da bailarina que se expressa no movimento, compondo um gesto singular que cria a cena, que abre um horizonte de percepção. Ao banalizar o corpo-próprio, seu gesto – a dança, o atuar, o canto, por exemplo – perde sentido. Os seios nus das combatentes do “Femens” deixariam de ter o mesmo impacto e de, em sua densidade, constituir ato político. E assim será se banalizarmos qualquer parte de nosso corpo ou mesmo quaisquer de seus gestos: punhos erguidos, palmas, vaias, o beijo.

Não se trata, aqui, de debater a ocasião em que a frase sugerida para discussão – “Mas é só um peito […]” – fora enunciada. Tampouco de renegar as lutas políticas pelas quais passamos nas últimas décadas, de que somos devedores, que possibilitaram liberações em dimensões diversas de nossa vida em sociedade, e de nos recolhermos na redoma conservadora que, nos anos recentes, se ergue em torno de nós e nos sufoca tal qual clausura. É preciso defender o espaço

Trata-se apenas de um convite a pôr em questão a frase proferida, de modo a manter-nos despertos e atentos a cada gesto realizado, não para perscrutar a própria consciência ou mesmo o inconsciente, como se ambos escondessem alguma verdade à espera da decifração, mas para, por meio desta atenção sobre nós mesmos, vivermos intensamente cada gesto realizado pelo próprio corpo, pelo corpo inteiro – pelo corpo-próprio –, em sua singular complexidade.conquistado.


Francisco Alessandro. Revista cult. Disponível em:

<https://bit.ly/2LHLa1P>. Acesso em: 6 ago. 2018 (Adaptação).

Esse texto é, predominantemente, um(a)

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA C

    ? Temos um texto dissertativo-argumentativo e é classificado como uma artigo de opinião, o artigo de opinião é um gênero textual pertencente ao tipo argumentativo e tem como intencionalidade apresentar o ponto de vista do(a) articulista ? locutor(a) do texto ? acerca de algum assunto relevante socialmente.

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 


ID
3308596
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Legislação Municipal
Assuntos

Conforme a Lei nº 5.037/2014, são requisitos obrigatórios e cumulativos que devem ser preenchidos pelo servidor para concessão da progressão horizontal, exceto:

Alternativas
Comentários
  • Vírus é um tipo de malware, não são sinônimos.

    Malware é um termo usado de forma geral para descrever qualquer tipo de software ou aplicativo malicioso, independentemente da ação que executa, enquanto vírus é um tipo de malware com características particulares que o diferenciam de outros softwares maliciosos.

  • Malware é qualquer tipo de ameaça que viole a política de segurança da informação.

    O comentário do Rodrigo não está equivocado. Vírus são comumente chamados de malware, nao necessariamente sendo um sinônimo como abordado.

  • PRF leo primeiro que aqui não é questão de português segundo que o comentário do nosso amigo rodrigo esta correto.


ID
3308599
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

Tendo como referência o Decreto nº 7.611/2011, que dispõe sobre a educação especial e o atendimento educacional especializado (AEE), assinale a alternativa incorreta.

Alternativas
Comentários
  • Art. 6o O Ministério da Educação disciplinará os requisitos, as condições de participação e os procedimentos para apresentação de demandas para apoio técnico e financeiro direcionado ao atendimento educacional especializado.


ID
3308602
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Direito da Criança e do Adolescente - Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) - Lei nº 8.069 de 1990
Assuntos

Com base na Lei nº 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), analise as afirmativas a seguir.

I. Maus-tratos envolvendo alunos, reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares, e elevados níveis de repetência são casos que cabem aos dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicar ao Conselho Tutelar.

II. É da competência do poder público recensear os educandos no Ensino Fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à escola.

III. Cabe aos pais ou responsáveis a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino.

Estão corretas as afirmativas

Alternativas
Comentários
  • (D)

    Com base na Lei nº 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente) todas as assertivas encontram-se corretas.

  • Art. 54, 3 , 55 e 56 ECA

  • Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:

    § 3º Compete ao poder público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsável, pela freqüência à escola.

    Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino.

    Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de:

    I - maus-tratos envolvendo seus alunos;

    II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares;

    III - elevados níveis de repetência.

  • Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:

    I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria;

    II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;

    III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino

    IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos de idade

    V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um;

    VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adolescente trabalhador;

    VII - atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.

  • Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino.

  • § 3º Compete ao poder público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsável, pela freqüência à escola.

  • I. Maus-tratos envolvendo alunos, reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares, e elevados níveis de repetência são casos que cabem aos dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicar ao Conselho Tutelar.

    Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de:

    I - maus-tratos envolvendo seus alunos;

    II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares;

    III - elevados níveis de repetência.

  • A questão exige o conhecimento de diversos dispositivos previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente, e pede que o candidato assinale os itens corretos.

    Item I: correto. Art. 56 ECA: os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de:

    I - maus-tratos envolvendo seus alunos;

    II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares;

    III - elevados níveis de repetência.

    Item II: correto. Art. 54, §3º, ECA: compete ao poder público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsável, pela frequência à escola.

    Item III: correto. Art. 55 ECA: os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino.

    Gabarito: D


ID
3308605
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

Conforme a Lei nº 9.394/1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, são incumbências dos estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, exceto:

Alternativas
Comentários
  • Questão duvidosa. Passível de anulação

    Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de:

    VI - assumir o transporte escolar dos alunos da rede municipal.                

  • Não é duvidosa não, a pergunta fala dos estabelecimentos de ensino, não os municípios.

    Gab: C


ID
3308608
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

Sobre a Educação Básica, de acordo com a Lei nº 9.394/1996, assinale a alternativa incorreta.

Alternativas
Comentários
  • Resposta B

    Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada de acordo com as seguintes regras comuns:

    V - a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios: a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais;

  • Resposta B

    Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada de acordo com as seguintes regras comuns:

    V - a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios: a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais;


ID
3308611
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

Em relação ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – Fundeb, regulamentado pela Lei nº 11.49/2007, assinale a alternativa incorreta.

Alternativas
Comentários
  • Incorreta: GAB: A:

    Art. 22. Pelo menos 60% (sessenta por cento) dos recursos anuais totais dos Fundos serão destinados ao pagamento da remuneração dos profissionais do magistério da educação básica em efetivo exercício na rede pública

  • Gabarito: A

    Só lembrando que, no novo FUNDEB, esse percentual passou a ser 70%. Em relação à contribuição da União, que era de 10%, passou a ser de 23%, a ser concluído até 2026 paulatinamente.

  • A) Incorreta

    Correção: Lei 14.113/20 Art. 26. Excluídos os recursos de que trata o inciso III do  caput  do art. 5º desta Lei, proporção não inferior a 70% (setenta por cento) dos recursos anuais totais dos Fundos referidos no art. 1º desta Lei será destinada ao pagamento, em cada rede de ensino, da remuneração dos profissionais da educação básica em efetivo exercício.

    B) Art. 30. A fiscalização e o controle referentes ao cumprimento do disposto no e do disposto nesta Lei, especialmente em relação à aplicação da totalidade dos recursos dos Fundos, serão exercidos:

    I - pelo órgão de controle interno no âmbito da União e pelos órgãos de controle interno no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

    II - pelos Tribunais de Contas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, perante os respectivos entes governamentais sob suas jurisdições;

    III - pelo Tribunal de Contas da União, no que tange às atribuições a cargo dos órgãos federais, especialmente em relação à complementação da União;

    IV - pelos respectivos conselhos de acompanhamento e controle social dos Fundos, referidos nos arts. 33 e 34 desta Lei.

    C) Art. 25. Os recursos dos Fundos, inclusive aqueles oriundos de complementação da União, serão utilizados pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, no exercício financeiro em que lhes forem creditados, em ações consideradas de manutenção e de desenvolvimento do ensino para a educação básica pública, conforme disposto no 

    D) Art. 1º Fica instituído, no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, um Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), de natureza contábil, nos termos do 


ID
3308614
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Legislação Municipal
Assuntos

Segundo a Lei nº 5.037/2014, que dispõe sobre o Estatuto e Plano de Cargos, Carreira e Remuneração do Magistério do Município de São João del-Rei, sobre o regime de trabalho, assinale a alternativa incorreta.

Alternativas

ID
3308617
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

Com base na Lei nº 9.394/1996, analise as afirmativas a seguir referentes aos profissionais da educação e assinale com V as verdadeiras e com F as falsas.

( ) A formação inicial, a continuada e a capacitação dos profissionais de magistério deverão ser promovidas pela União, pelo Distrito Federal, pelos estados e pelos municípios, em regime de colaboração.

( ) A formação docente, para a Educação Básica e Superior, incluirá prática de ensino de, no mínimo, 300 horas.

( ) Os currículos dos cursos de formação de docentes terão por referência a Base Nacional Comum Curricular.

( ) A formação inicial de profissionais de magistério se dará, de modo exclusivo, no ensino presencial.

Assinale a sequência correta.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: D

    V F V F

  • A formação docente, EXCETO para Educação Superior, incluirá prática de ensino de, no mínimo, 300 horas. A formação inicial de profissionais de magistério dará PREFERÊNCIA ao ensino presencial, SUBSIDIARIAMENTE recursos tecnologias / EaD.

ID
3308620
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Direito Constitucional
Assuntos

Considere os seguintes preceitos sobre a organização dos municípios.

I. O total da despesa com a remuneração dos vereadores não poderá ultrapassar o montante de 5% da receita do município.

II. É garantida a inviolabilidade dos vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do estado em que se situa o município.

III. Eleição do prefeito e do vice-prefeito e dos vereadores, para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo país.

Segundo o que prevê a Constituição da República, está(ão) correto(s) o(s) item(ns):

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: C

    I - CERTO: Art. 29. VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o montante de cinco por cento da receita do Município; 

    II - ERRADO: Art. 29. VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município;   

    III - CERTO: Art. 29. I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o País;

  • II - "DO ESTADO EM QUE SE SITUA O MUNICÍPIO" FOI SACANAGEM!

  • Sabendo q a II estava errada já daria pra matar a questão.

  • Gabarito: C

    VII – o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o montante de cinco por cento da receita do Município;

    VIII – inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município;

  • A questão exige conhecimento sobre organização do Município e pede ao candidato que julgue os itens abaixo.Vejamos:

    I. O total da despesa com a remuneração dos vereadores não poderá ultrapassar o montante de 5% da receita do município.

    Correto. Aplicação do art. 29, VII, CF: VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o montante de cinco por cento da receita do Município;

    II. É garantida a inviolabilidade dos vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do estado em que se situa o município.

    Errado. A imunidade é na circunscrição do Município e não do Estado. Aplicação do art. 29, VIII, CF: Art. 29. VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município;  

    III. Eleição do prefeito e do vice-prefeito e dos vereadores, para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo país.

    Correto. Aplicação do art. 29, I, CF: I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o País;

    Portanto, apenas itens I e III corretos.

    Gabarito: C


ID
3308623
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Direito Constitucional
Assuntos

Entre as garantias constitucionais, inclui-se aquela que visa a assegurar o conhecimento de informações reativas à pessoa do impetrante constantes de registro ou banco de entidades governamentais ou de caráter público e, também, a retificação de dados quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.

A garantia expressa é

Alternativas
Comentários
  • Conceder-se-á "habeas-data

    a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público.

    b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.

    GABARITO. C

  • GABARITO: C

    Mandado de segurança: conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por  habeas corpus  ou  habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;

    Mandado de injunção: conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;

    Ação popular: qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.

    Não pare até que tenha terminado aquilo que começou. - Baltasar Gracián.

    -Tu não pode desistir.

  • Letra C

    CF/88, Art. 5º LXXII – conceder-se-á habeas data:

    a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;

    b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;

  • Assertiva C

    o habeas data.

    O instituto do  habeas data foi consagrado na Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º, inciso LXXII, que garantiu ao cidadão acesso a informações de caráter pessoal registradas em órgãos do Estado, facultando ao interessado retificar tais informações.

  • Legitimidade para a impetração de habeas data:

    É garantido a todo cidadão brasileiro o direito a requerer habeas data. A ação é gratuita, não são cobradas custas judiciais. Mas o cidadão precisa acionar um advogado. É importante perceber também que o impetrante pode apenas pedir acesso a seus próprios dados, e não de terceiros. Uma exceção a essa regra ocorre no caso de um cônjuge pedir a liberação de dados do parceiro falecido.

  • Gabarito: C

    Habeas data: assegurar o conhecimento de informações.

  • Habeas data (do latim: "que tenhas teu os dados").

  • a) ERRADO. O mandado de segurança se trata de um tipo de ação judicial utilizada para defender o direito líquido e certo de pessoas físicas ou jurídicas quando estes são violados (ou há tentativa de violá-los) por uma autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público, nos casos em que não caibam habeas corpus ou habeas data. Vejamos o art. 5º, LXIX, da Constituição Federal:

    [...] LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.[...]

    b) ERRADO. O mandado de injunção é o instituto constitucional utilizado para defesa de direitos/ liberdades constitucionais/ prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania quando não existir uma norma que torne esse direitos/liberdades/prerrogativas viáveis. Vejamos o art. 5º, LXXI da Constituição Federal:

    [...] LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.

    c) CORRETO. .O habeas data tem como objetivo garantir ao impetrante (=autor) o conhecimento e/ou retificação de informações pessoais que estejam em registros ou dados de entes do Governo ou que tenham caráter público. Vejamos o art. 5º, LXXII, da CF:

    [...] LXXII - conceder-se-á habeas data: [...]

    a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;

    b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.

    d) ERRADO. A ação popular tem como objetivo a defesa de direitos difusos (patrimônio público histórico e cultural, o meio ambiente e a moralidade administrativa). Vejamos o art. 5º, LXXIII, Constituição Federal:

    [...] LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;

    GABARITO: LETRA “C”


ID
3308626
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Direito Administrativo
Assuntos

Considere as seguintes afirmativas sobre o sistema remuneratório do servidor público:

I.Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo.

II. A remuneração em regime de subsídio é obrigatória, entre outros, para os membros de qualquer dos Poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.

III. A remuneração dos servidores públicos e o subsídio somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica.

Segundo o que prevê a Constituição da República, está(ão) correta(s) a(s) afirmativas

Alternativas
Comentários
  • Gabarito (D)

    Justificativas:

    I) CF, Art 37, XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo;

    II) CF, Art. 37, § 4º. O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.  

    III) CF, Art. 37, X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices; 

    =-=-=-=

    ʕ•́ᴥ•̀ʔっ INSS 2020/21.

    Tenho grupo composto por estudantes focados no INSS, interessado? Mande-me mensagem.

  • A II está errada porque não limitou para detentores de mandato eletivo. A resposta deveria ser a C.

  • Questão trata do sistema remuneratório do servidor público, no contexto da Constituição Federal de 1988 e elenca três itens para que seja feito o exame de sua veracidade (Correto/Incorreto). Examinemos item por item:

    I. “Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo”. Correta. Literalidade do inciso XII do art. 37 da CF/88. Dica: as bancas adoram fazer inversões e colocam “superiores aos pagos pelo Poder Legislativo”.

    II. “A remuneração em regime de subsídio é obrigatória, entre outros, para os membros de qualquer dos Poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios”. Correta. Como se vê do teor do art. 39, §4º, da CF/88, que ora reproduzo: “§4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI”. 

    III. “A remuneração dos servidores públicos e o subsídio somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica”. Correta. O art. 37, X, da CF/88, estabelece que a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o §4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices. No ponto, o Mestre José dos Santos Carvalho Filho (2015, p. 777), leciona que “Na Administração Federal, o diploma que regulamenta o art. 37, X, da CF, é a Lei nº 10.331, de 18.12.2001. Nela foi previsto o mês de janeiro para a revisão, estendida também a proventos e pensões”.

    GABARITO: D.

    Referência: CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 28 ed. São Paulo: Atlas, 2015, p. 777.  

  • Eis os comentários sobre cada assertiva:

    I- Certo:

    Cuida-se de proposição afinada com o teor do art. 37, XII, da CRFB:

    "Art. 37 (...)
    XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo;"

    Assim sendo, sem equívocos a serem apontados.

    II- Certo:

    A presente afirmativa encontra apoio expresso na norma do art. 39, §4º, da CRFB, que assim preconiza:

    "Art. 39 (...)
    § 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI."

    III- Certo:

    Trata-se de assertiva respaldada na norma do art. 37, X, da CRFB, in verbis:

    "Art. 37 (...)
    X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices;"  

    Desta forma, as três afirmativas estão corretas.


    Gabarito do professor: D


ID
3308629
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Direito Urbanístico
Assuntos

Considere o caso hipotético a seguir.

Um vereador do município de São João del-Rei apresenta projeto de lei autorizando a alienação de um determinado bem público do município. O projeto é rejeitado.

Na hipótese apresentada, é correto afirmar que

Alternativas

ID
3308632
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Legislação Municipal
Assuntos

Leia o texto a seguir quanto à aprovação de candidatos em estágio probatório.

No município de São João del-Rei, a aprovação do servidor em estágio probatório tem como requisito a obtenção de pontuação média de _____ do total dos pontos das avaliações de desempenho ou a pontuação mínima de _____ em cada uma delas.

Segundo o que prevê o Estatuto dos Servidores Públicos do referido município, a sequência que preenche correta e respectivamente as lacunas desse texto é

Alternativas
Comentários
  • art 19 da lei 5.040 que dispõe sobre o plano de cargos, carreiras, vencimentos geral dos servidores públicos municipais:

     §2° Será exonerado o servidor que não atingir durante o estágio probatório pontuação média de 60% do total dos pontos das avaliações de desempenho realizadas no período ou pontuação mínima de 50% em uma d


ID
3308635
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Legislação Municipal
Assuntos

Considere o caso hipotético a seguir.

O prefeito de São João del-Rei adota as seguintes medidas: (1) declaração de utilidade pública de determinado imóvel de propriedade privada para fins de desapropriação e, (2) exoneração de servidor ocupante de cargo de confiança.

Segundo o que prevê, a Lei Orgânica do Município de São João del-Rei, os referidos atos deverão ser expedidos por

Alternativas
Comentários
  • Art. 67- Compete ao Prefeito, entre outras atribuições:

    (  )

    V- decretar, nos termos da lei, a desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social;

    Art. 102- Os atos administrativos de competência do Prefeito deverão ser expedidos com observância das seguintes normas:

    I-decreto numerado em ordem cronológica, nos seguintes casos:

    (  )

    d) declaração de utilidade e necessidade pública, ou de interesse social, para efeito de desapropriação ou servidão administrativa;

    II- portaria nos seguintes casos:

    (  )

    c) autorização para contrato e dispensa de servidores sob o regime de legislação trabalhista;

  • Para a (2), usa-se a portaria, que geralmente é de caráter interno. Sobram a D e B.

    Decretos são mais usados em atos visando o ambiente menos abstrato e mais concreto, como o detalhamento da lei. Letra D

    Avisem-me qualquer erro.

    "Se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-Me." São Lucas IX

  • Decreto serve para regulamentar uma lei (caso de decreto regulamentar do art 84, IV da CF) é privativo do chefe do poder executivo (Presidente da República, Governador e Prefeito). Já a a Portarias são atos administrativos, geralmente internos, expedidos pelos chefes de órgãos.


ID
3308638
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Legislação Municipal
Assuntos

Considere que um servidor exerce função gratificada no âmbito da administração pública do Poder Executivo do município de São João del-Rei.

Na hipótese e tendo em vista o que prevê o Estatuto do Servidor Público do referido município, é incorreto afirmar que

Alternativas
Comentários
  • Do Vencimento e da Remuneração

         § 5 Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao salário mínimo.     

  • letra C

    O servidor ele irá receber pelo vencimento de seu serviço como da gratificação exercida pelo que faz além da sua função.

    a questão não diz se é empregado público ou servidor público. Então pode se deduzir que seja servidor público.Não tenho a certeza nesse ponto.

  • CARGO DE CONFIANÇA: EFETIVO OU NÃO, POR NOMEAÇÃO.

    FUNÇÃO DE CONFIANÇA: SERVIDOR EFETIVO, POR DESIGNAÇÃO.


ID
3329911
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Entre os estudos sobre língua falada e língua escrita, destaca-se a obra de Marcuschi (2010), Da fala para a escrita, em que o autor sistematiza as relações entre essas duas modalidades da língua.

De acordo os fundamentos dos estudos de Marcuschi, comparando-se fala e escrita, é correto afirmar que

Alternativas
Comentários
  • Considerando as relações entre fala e escrita e os achados mais notáveis a esse respeito, Marcuschi afirma que "as semelhanças são maiores do que as diferenças tanto nos aspectos estritamente linguísticos quanto nos aspectos sociocomunicativos".

    Gabarito B

    MARCUSCHI, Luiz Antonio. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. 8. ed. São Paulo: Cortez, 2007, p. 45.


ID
3329914
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Ao desenvolver o ensino da Língua Portuguesa e trabalhar especificamente com o ensino de gramática, é conveniente ter em mente que existem vários tipos de gramática e que o trabalho com cada um desses tipos pode resultar em atividades distintas em sala de aula.

A esse respeito, numere a coluna II de acordo com a coluna I, fazendo relação entre o tipo de gramática com seu conceito, conforme descrito por Luiz Carlos Travaglia em seu livro Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática.

COLUNA I

1. Gramática descritiva

2. Gramática reflexiva

3. Gramática geral

COLUNA II

( ) Compara o maior número possível de línguas, com o fim de reconhecer todos os fatos linguísticos realizáveis e as condições em que se realizarão. Preocupa-se com as possibilidades que estão por trás do fato realizado.

( ) Registra para uma determinada variedade da língua, em uma abordagem sincrônica, as unidades e categorias linguísticas existentes, os tipos de construção possíveis e a função, o modo e as condições de uso desses elementos.

( ) Representa atividades de observação sobre a língua que buscam detectar, levantar suas unidades, regras e princípios, ou seja, a constituição e o funcionamento da língua, partindo de evidências linguísticas; é a gramática em explicitação.

Assinale a sequência correta.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA C

    (3) Compara o maior número possível de línguas, com o fim de reconhecer todos os fatos linguísticos realizáveis e as condições em que se realizarão. Preocupa-se com as possibilidades que estão por trás do fato realizado Na palavras de Borba (1971, p.81 apud TRAVAGLIA, 2009, p.35) a gramática geral é (...) a que compara o maior número possível de línguas, com o fim de reconhecer todos os fatos linguísticos realizáveis e as condições em que se realizarão. Não se preocupa com o realizado, mas com as possibilidades que estão por trás dele ? é uma gramática de previsão de possibilidades gerais. 

    (1) Registra para uma determinada variedade da língua, em uma abordagem sincrônica, as unidades e categorias linguísticas existentes, os tipos de construção possíveis e a função, o modo e as condições de uso desses elementos ? Nesse ponto, cumpre ressaltar que a gramática descritiva faz a descrição e o registro de uma determinada variedade da língua em um dado momento de sua existência, suas unidades e categorias linguísticas, os tipos de construção possíveis e a função desses elementos, seus modos e condições de uso; ela corresponde a um conjunto de regras baseado no uso da língua. Além disso, na gramática descritiva, o ?erro? é tido como apenas formas ou estruturas que fogem ao funcionamento das diversas variedades de uma língua. (TRAVAGLIA, 2003; MADEIRA, 2005)

    (2) Representa atividades de observação sobre a língua que buscam detectar, levantar suas unidades, regras e princípios, ou seja, a constituição e o funcionamento da língua, partindo de evidências linguísticas; é a gramática em explicitação ?  a gramática reflexiva, é a gramática em explicitação, conceito este que se refere mais ao processo do que aos resultados. Representa as atividades de observação e reflexão sobre a língua que buscam detectar, levantar suas unidades, regras e princípios, ou seja, a constituição e funcionamento da língua. Parte, pois, das evidências lingüísticas para tentar dizer como é a gramática implícita do falante, isto é, a gramática da língua. 

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ID
3329917
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos


Em relação à variação dialetal, analise as seguintes afirmativas e assinale com V as verdadeiras e com F as falsas.

( ) Os dialetos na dimensão territorial representam uma variação que normalmente acontece porque os falantes de uma dada região constituem uma comunidade linguística geograficamente limitada em função de estarem polarizados em termos políticos e / ou econômicos e / ou culturais, e desenvolverem um comportamento linguístico comum que os identifica e os distingue.

( ) Os dialetos na dimensão social representam variações decorrentes da diferença no modo de usar a língua de pessoas de faixas etárias diversas; algumas dessas diferenças suscitam reações pelo fato de alguns grupos considerarem deturpações, degradação, degeneração, as alterações – introduzidas no uso da língua – que são determinadas pelas novas gerações.

( ) Os dialetos na dimensão histórica são mais percebidos na língua escrita, uma vez que esse é o registro que as faz permanecer no tempo; com as novas tecnologias será possível, no futuro, observar e analisar as diferenças históricas na modalidade oral da língua; o que é certo é que os dialetos nessa dimensão representam estágios no desenvolvimento da língua e dificilmente coexistem.

( ) Os dialetos na dimensão da função representam as variações que ocorrem de acordo com a classe social a que pertencem os usuários da língua porque há uma tendência para maior semelhança entre os atos verbais dos membros de um mesmo setor sociocultural da comunidade, geralmente com relações bastante estreitas e interesses comuns; neles há inúmeras superposições e matizes.

Assinale a sequência correta.

Alternativas
Comentários
  • (V) Os dialetos na dimensão territorial representam uma variação que normalmente acontece porque os falantes de uma dada região constituem uma comunidade linguística geograficamente limitada em função de estarem polarizados em termos políticos e / ou econômicos e / ou culturais, e desenvolverem um comportamento linguístico comum que os identifica e os distingue. Correto. Os dialetos variam conforme a geografia e, em sua maioria, ocorrem porque existem diversas comunidades linguísticas espalhadas pelo país. A fala dessas comunidades geralmente reflete sua cultura, seus costumes.

    (F) Os dialetos na dimensão social representam variações decorrentes da diferença no modo de usar a língua de pessoas de faixas etárias diversas; algumas dessas diferenças suscitam reações pelo fato de alguns grupos considerarem deturpações, degradação, degeneração, as alterações – introduzidas no uso da língua – que são determinadas pelas novas gerações. Falso. A definição de dialetos na dimensão social está expressa na última afirmativa.

    (V) Os dialetos na dimensão histórica são mais percebidos na língua escrita, uma vez que esse é o registro que as faz permanecer no tempo; com as novas tecnologias será possível, no futuro, observar e analisar as diferenças históricas na modalidade oral da língua; o que é certo é que os dialetos nessa dimensão representam estágios no desenvolvimento da língua e dificilmente coexistem. Correto. O modo como se falava o português, por exemplo, no século XIX é diferente do do século XXI, o que é evidenciado na língua escrita, principalmente nos livros literários dos séculos passados. A tecnologia, no entanto, pode possibilitar a recriação da fala antiga.

    (F) Os dialetos na dimensão da função representam as variações que ocorrem de acordo com a classe social a que pertencem os usuários da língua porque há uma tendência para maior semelhança entre os atos verbais dos membros de um mesmo setor sociocultural da comunidade, geralmente com relações bastante estreitas e interesses comuns; neles há inúmeras superposições e matizes.

    Assinale a sequência correta. Falso. A definição de dialetos na dimensão da função está expressa na segunda afirmativa.

    GABARITO: A)


ID
3329920
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A intertextualidade constitui um tema cujo estudo, na perspectiva da Linguística Textual, incorpora o postulado dialógico de Bakhtin de que um texto não existe nem pode ser avaliado e / ou compreendido isoladamente por estar em diálogo com outros textos.

De acordo com Koch, Bentes e Cavalcante (2007), caracteriza-se como

Alternativas

ID
3329926
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

Em sua prática pedagógica, o professor de Língua Portuguesa deve conduzir os alunos a perceberem a relação de causa e consequência que pode ser estabelecida de diversas maneiras.

Nas alternativas a seguir, foram analisados pares de frases em termos de uso e de relação estabelecida entre suas orações.

Assinale a alternativa em que a análise feita está incorreta.

Alternativas

ID
3329929
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Observe os enunciados a seguir, divulgados em uma matéria jornalística, e assinale a alternativa em que, do ponto de vista da norma-padrão, há erro no emprego do termo destacado.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA C

    ? ?O jogador estava ao par da notícia sensacionalista.?

    ? O correto é "a par" (=significa estar ciente ou informado).

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ID
3329932
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A gramática normativa aborda fatos da língua padrão, da norma culta que se tornou oficial, conforme aponta Travaglia (2003) em seu livro Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática.

Considerando a modalidade escrita da Língua Portuguesa, são prescrições da gramática normativa, exceto:

Alternativas
Comentários
  • Os pronomes oblíquos átonos não podem iniciar frase.

    GABARITO.D

  • GABARITO: LETRA D

    A) A palavra rubrica não é acentuada porque é paroxítona terminada em -a ? correto, a sílaba tônica é "bri", paroxítona terminada em -a.

    B) Os verbos devem concordar em número e pessoa com seus sujeitos ? correto, exemplo: Os homens vão à caça hoje; o homem vai à caça hoje.

    C) Os dígrafos -rr e -ss devem ser separados na divisão silábica ? correto, assado (=as-sa-do); arrumado (=ar-ru-ma-do).

    D) Os pronomes oblíquos átonos podem dar início a frases ? correto, não se pode começar frase com pronome oblíquo átono, o correto é a ênclise.

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  • Início de frase nunca podemos ter a próclise (colocação de pronome oblíquo anterior ao verbo).

    GABARITO LETRA D!!!!!!!!

  • Não se fala "rúbrica" com o grave em "ru" mas sim "rubrica" sem acento agudo


ID
3329935
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Um professor, ao corrigir redações, encontrou erros de separação silábica e / ou na grafia de um conjunto de palavras nos textos de seus alunos.

Considerando os conjuntos de palavras a seguir, presentes nessas redações, assinale a alternativa em que a divisão silábica e / ou a grafia das palavras está registrada indevidamente do ponto de vista da norma-padrão da língua escrita.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA D

    ? he-ro-i-co; pe-neu; en-xa-gu-ei; pa-pé-is.

    ? Correção: he-roi-co; pneu; en-xa-guei e pa-péis.

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  • GABARITO LETRA D:

    Mas o que não entendi foi a letra B:

    a-pto; dig-no; rit-mo; ap-to; di-gno; ri-tmo.

  • GABARITO LETRA D:

    Mas o que não entendi foi a letra B:

    a-pto; dig-no; rit-mo; ap-to; di-gno; ri-tmo.

  • A letra B está correta também? existe 2 formas de separar as palavras? Alguém saberia dizer?

  • confesso que não entendi essa letra B.
  • Gabarito com duas respostas.

  • alguém saberia explicar sobre a letra B?

  • gabarito - Letra D)

    PENEU? não rs.... é PNEU

    abraços

  • Referente a letra B

    "Os encontros GN ,PS,PT e TM quando internos podem ser pronunciados juntos na mesma sílaba:

    ri-tmo

    di-gno

    Obedecendo-se ao principio da silabação:

    dig-no

    rit-mo "

  • Não marquei a B pois nesta alternativa temos palavras corretas e incorretas:

    a-pto; dig-no; rit-mo; ap-to; di-gno; ri-tmo.

    Na letra D, todas estão incorretas.

  • E quando eu vejos umas questões dessas que me dá vontade de parar de estudar e vender minha arte na praia.

  • Dica: Não existe sílaba sem vogal e nunca há mais do que uma vogal em cada sílaba.

    Partindo dessa informação a alternativa “D” encontrasse equivocadamente errada, visto que a palavra monossilábica "PNEU" está escrita de forma errada.

    A alternativa correta seria a letra “C”, pois a mesma possui vogais em todas as suas sílabas e estão separadas corretamente (a banca utilizou palavras pouco utilizadas no cotidiano), possivelmente o examinador esqueceu sua proposta inicial rsrsrs... 

  • POR GENTILEZA, SOLICITEM COMENTÁRIO DO PROFESSOR!


ID
3329941
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Um aluno do 9º ano escreveu o seguinte texto, ao final de sua prova:

Não consegui escrever mais por que o tempo da prova acabou. Gostaria de tirar a nota máxima (esse é um sonho por que sempre lutei). Embora seja evidente o porque desse meu desejo, porque será que nunca consigo alcançá-lo?

Leia estes apontamentos feitos a respeito da produção escrita desse aluno.

I. No trecho “por que o tempo da prova acabou”, a grafia deve ser porque, uma vez que se trata de uma conjunção causal equivalente a pois, tendo em vista que.

II. No trecho “esse é um sonho por que sempre lutei”, deve ser mantida a grafia do termo por que (pronome relativo) que, nesse contexto, significa pelos quais.

III. Em “Embora seja evidente o porque”, o termo porque é substantivo e significa motivo, por isso, deve ser grafado com acento tônico na última sílaba.

IV. Em “porque será que nunca consigo alcançá-lo”, a grafia porque deve ser mantida, uma vez que se trata de um pronome interrogativo.

Estão corretos os apontamentos

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA A

    I. No trecho ?por que o tempo da prova acabou?, a grafia deve ser porque, uma vez que se trata de uma conjunção causal equivalente a pois, tendo em vista que ? correto, temos uma conjunção subordinativa causal, o correto é "porque" (=pois, visto que, já que).

    II. No trecho ?esse é um sonho por que sempre lutei?, deve ser mantida a grafia do termo por que (pronome relativo) que, nesse contexto, significa pelos quais ? eu iria como incorreta, mas não chegaríamos a uma resposta correta, na minha opinião, o correto seria "pelo qual".

    III. Em ?Embora seja evidente o porque?, o termo porque é substantivo e significa motivo, por isso, deve ser grafado com acento tônico na última sílaba ? correto, temos o "porque" substantivado (=porquê ? motivo).

    IV. Em ?porque será que nunca consigo alcançá-lo?, a grafia porque deve ser mantida, uma vez que se trata de um pronome interrogativo ? incorreto, o correto deve ser "por que" (=por qual motivo).

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  • Pontos importantes para ajudar na resolução:

    POR QUE - grafa-se separadamente e sem acento:

    a) Orações interrogativas diretas (equivale a por que motivo): Por que ele saiu?

    b) Orações interrogativas indiretas (equivale a por que motivo): Não sei por que ele saiu. 

    c) Pronome relativo (equivale a pelo(a) qual): O caminho por que (pelo qual) passei era difícil.

    POR QUÊ - grafa-se separadamente e com acento, quando ocorrer no fim de frases interrogativas (equivale a por que motivo): Ele saiu cedo, por quê? Você não aceitou minha sugestão. Por quê?

    PORQUE - grafa-se numa única palavra quando for empregado como conjunção, geralmente causal ou explicativa. Neste caso pode ser substituído pela conjunção pois. É a resposta da pergunta.

    PORQUÊ - grafa-se numa única palavra e acentuado quando for substantivo. Não sei o porquê de sua revolta. Nesse caso, pode ser reconhecido: a) pela anteposição do artigo; b) substituindo-o pelas palavras “motivo”, “causa”.

    Indo nas assertivas:

    I. No trecho “por que o tempo da prova acabou”, a grafia deve ser porque, uma vez que se trata de uma conjunção causal equivalente a pois, tendo em vista que.

    Uma dica que vi com o professor: " será Explicativo se antes dele há uma ordem imperativa" ex:

    Estude porque são poucas vagas!

    Veja: Estude! Logo = Porque explicativo.. No nosso caso: Causal! = Porque

    II. No trecho “esse é um sonho por que sempre lutei”, deve ser mantida a grafia do termo por que (pronome relativo) que, nesse contexto, significa pelos quais.

    Quando troco por pelo qual (ais ) = Por que.

    III. Em “Embora seja evidente o porque”, o termo porque é substantivo e significa motivo, por isso, deve ser grafado com acento tônico na última sílaba.

    O porquê sempre aparece ao lado de numerais, artigos..

    IV. Em “porque será que nunca consigo alcançá-lo”, a grafia porque deve ser mantida, uma vez que se trata de um pronome interrogativo.

    Usamos o "por que" quando trocamos por por qual motivo.

    Sucesso, Bons estudos, Nãodesista!

  • Questão passível de anulação, porque a afirmação da letra A o termo "pelos quais" deveria ser no singular.

  • A questão é sobre o uso dos porquês e quer que analisemos os apontamentos abaixo. Vejamos:

     

    I. No trecho “por que o tempo da prova acabou”, a grafia deve ser porque, uma vez que se trata de uma conjunção causal equivalente a pois, tendo em vista que.

    Certo. A grafia correta é PORQUE, conjunção causal equivalente a "uma vez que, já que, visto que, tendo em vista que..."

    Por que: equivale a “por qual razão/motivo” ou “pelo qual” (e variações). Ex.: Por que você não resolve mais questões? / A rua por que passamos estava cheia de buracos.

    Porque: conjunção com valor de “pois”, “uma vez que”... É utilizado em respostas. Ex.: Não fiz a prova porque não me senti preparada. 

     .

    II. No trecho “esse é um sonho por que sempre lutei”, deve ser mantida a grafia do termo por que (pronome relativo) que, nesse contexto, significa pelos quais.

    Errado. Nesse caso "por que" retoma "um sonho", por isso deveria ser substituído por "PELO QUAL".

     .

    III. Em “Embora seja evidente o porque”, o termo porque é substantivo e significa motivo, por isso, deve ser grafado com acento tônico na última sílaba.

    Certo. Devemos usar nesse caso "PORQUÊ", substantivo com significado de “motivo”, “razão”.

    Porquê: substantivo com significado de “motivo”, “razão”. Vem acompanhado de determinante: artigo, pronome, adjetivo ou numeral. Ex.: Gostaria de saber o porquê dessa resposta.

     .

    IV. Em “porque será que nunca consigo alcançá-lo”, a grafia porque deve ser mantida, uma vez que se trata de um pronome interrogativo.

    Errado. O certo deveria ser "POR QUE" = por qual razão / motivo.

     .

    Gabarito: A resposta dada pela banca examinadora foi a letra A, porém, pelo fato de o item II estar errado, a questão deveria ter sido anulada.


ID
3329944
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

No processo de retextualização, são operações textuais discursivas da passagem do texto oral para o escrito, exceto:

Alternativas
Comentários
  • O GABA D


ID
3329947
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

INSTRUÇÃO: Leia o texto I a seguir para responder à questão. 


TEXTO I

Páris, filho do rei deTroia,raptou Helena, mulher de um rei grego. Isso provocou um sangrento conflito de dez anos, entre os séculos XIII e XII a. C. Foi o primeiro choque entre o ocidente e o oriente. Mas os gregos conseguiram enganar os troianos. Deixaram à porta de seus muros fortificados um imenso cavalo de madeira. Os troianos, felizes com o presente, puseram-no para dentro. À noite, os soldados gregos, que estavam escondidos no cavalo, saíram e abriram as portas da fortaleza para a invasão. Daí surgiu a expressão “presente de grego”.

DUARTE, Marcelo. O guia dos curiosos. São Paulo:

Companhia das Letras, 1995.

Nas alternativas a seguir, o termo destacado classifica-se sintaticamente como sujeito da oração, exceto em:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA C

    A) Páris, filho do rei de Troia, raptou Helena, mulher de um rei grego ? quem raptou Helena? Páris (=sujeito simples).

    B) Isso provocou um sangrento conflito de dez anos, entre os séculos XIII e XII a. C ? o quê provocou um sangrento conflito? ISSO (=sujeito simples).

    C) Deixaram à porta de seus muros fortificados um imenso cavalo de madeira ? quem deixa, deixa alguma coisa? O termo em negrito é um objeto direto; o sujeito do verbo é indeterminado (=terceira pessoa do plural).

    D) Daí surgiu a expressão ?presente de grego? ? o quê surgiu? A expressão ?presente de grego? (=sujeito simples).

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  • Pontos importantes:

    C) Deixaram à porta de seus muros fortificados um imenso cavalo de madeira.

    Quem deixou ?

    -Não consigo determinar .

    Verbo na 3ª pessoa e que não pode ser determinado pelo contexto = Sujeito indeterminado!

    Deixaram algo= Um cavalo de madeira (OD)

    EM algum lugar= ADJ. Lugar!

    D)

    o primeiro termo que identificamos em análise sintática é o sujeito..

    O que surgiu?

    -a expressão “presente de grego”.

    Sucesso, Bons estudos, Nãodesista!

  • Putz, achei que Páris fosse vocativo... :(

  • kkkkk, Pra acerta essa, tinha que assistir ao filme.

  • só lembrar que verbo concorda com o sujeito


ID
3329950
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

INSTRUÇÃO: Leia o texto I a seguir para responder à questão. 


TEXTO I

Páris, filho do rei deTroia,raptou Helena, mulher de um rei grego. Isso provocou um sangrento conflito de dez anos, entre os séculos XIII e XII a. C. Foi o primeiro choque entre o ocidente e o oriente. Mas os gregos conseguiram enganar os troianos. Deixaram à porta de seus muros fortificados um imenso cavalo de madeira. Os troianos, felizes com o presente, puseram-no para dentro. À noite, os soldados gregos, que estavam escondidos no cavalo, saíram e abriram as portas da fortaleza para a invasão. Daí surgiu a expressão “presente de grego”.

DUARTE, Marcelo. O guia dos curiosos. São Paulo:

Companhia das Letras, 1995.

Empregou-se a vírgula para separar um aposto em:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA A

    ? Páris, filho do rei de Troia, raptou Helena, mulher de um rei grego ? temos um aposto explicativo entre vírgulas, ele é responsável por trazer uma característica adicional acerca de "Páris".

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  • A letra A tem 2 apostos e não apenas um como pede a questão.

  • Gab: A

    A) CORRETA: Páris, filho do rei de Troia, raptou Helena, mulher de um rei grego. >> Temos dois apostos explicativos, notadamente entre pontuações, explicando um termo anterior;

    B) ERRADA: Isso provocou um sangrento conflito de dez anos, entre os séculos XIII e XII a.C. >> A virgula está separando um adjunto adverbial de tempo;

    C) ERRADA: Os troianos, felizes com o presente, puseram-no para dentro. >> Adjunto adverbial de modo;

    D) ERRADA: À noite, os soldados gregos, que estavam escondidos no cavalo, saíram. >> A primeira vírgula separa um adjunto adverbial; a segunda e terceira separam uma oração subordinada adjetiva explicativa.

  • páris, filho do rei troia, raptou helena,mulher de um rei grego.

    apostos que explicam termos anteriores.

  • A colega abaixo disse que na letra C "felizes com o presente" é adjunto adverbial de modo.

    Na minha visão é predicativo do sujeito.

    De qualquer forma gabarito é letra A! temos um aposto explicativo que retorna "Páris.


ID
3329953
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO II

O vício em smartphones

O problema de olhar de modo recorrente nossos aparelhos eletrônicos tem um lado fisiológico e um lado social. A cabeça humana média pesa entre 4,5 e 5,5 quilos, e quando curvamos nossos pescoços para escrever uma mensagem de texto ou olhar o Facebook, a atração gravitacional sobre a cabeça e a tensão no pescoço crescem até o equivalente a 27 quilos de pressão. Essa postura comum [...] resulta em perda gradual da curva espinhal.

O “pescoço de SMS” está se tornando um problema médico que aflige inúmeras pessoas, e a maneira pela qual mantemos nossas cabeças voltadas para baixo também acarreta outros riscos de saúde.

Há provas de que a postura afeta o humor, o comportamento e a memória, e ficar encurvado também pode causar depressão, de acordo com o Centro Nacional de Informações sobre Biotecnologia Norte-Americano. A maneira pela qual ficamos em pé afeta tudo, da quantidade de energia de que dispomos ao desenvolvimento dos ossos e músculos, e até mesmo a quantidade de oxigênio que nossos pulmões são capazes de absorver. [...]

O comportamento “sempre conectado” para o qual os smartphones contribuem nos leva a nos afastar de nossa realidade. E quando ficamos de cabeça baixa nossas capacidades de comunicação e nossos bons modos também encolhem. [...]


POPESCU, Adam. New York Times. Trad. Paulo

Migliacci. Disponível em: <http://m.folha.uol.com.

br/equilibrioesaude/2018/01/1954141-como-o-vicio

em-smartphones-tem-acabado-com-os-bons-modos.

shtml?mobile>. Acesso em: 17 jul. 2018 [Fragmento].


Considere que o texto II foi selecionado para uma prova de Língua Portuguesa do 8º ano do Ensino Fundamental.

Entre as perguntas de compreensão de leitura elaboradas sobre esse texto, a pergunta de natureza inferencial é:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA B

    ? Por que há a relação entre o comportamento ?sempre conectado? e o pescoço de SMS?

    ? Para responder a questão temos que fazer uma dedução, uma inferência. Há relação devido ao fato de eles estarem interligados, o fato de ficar teclando o tempo todo está ligado à conexão constante com o meio tecnológico.

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 


ID
3329956
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO II

O vício em smartphones

O problema de olhar de modo recorrente nossos aparelhos eletrônicos tem um lado fisiológico e um lado social. A cabeça humana média pesa entre 4,5 e 5,5 quilos, e quando curvamos nossos pescoços para escrever uma mensagem de texto ou olhar o Facebook, a atração gravitacional sobre a cabeça e a tensão no pescoço crescem até o equivalente a 27 quilos de pressão. Essa postura comum [...] resulta em perda gradual da curva espinhal.

O “pescoço de SMS” está se tornando um problema médico que aflige inúmeras pessoas, e a maneira pela qual mantemos nossas cabeças voltadas para baixo também acarreta outros riscos de saúde.

Há provas de que a postura afeta o humor, o comportamento e a memória, e ficar encurvado também pode causar depressão, de acordo com o Centro Nacional de Informações sobre Biotecnologia Norte-Americano. A maneira pela qual ficamos em pé afeta tudo, da quantidade de energia de que dispomos ao desenvolvimento dos ossos e músculos, e até mesmo a quantidade de oxigênio que nossos pulmões são capazes de absorver. [...]

O comportamento “sempre conectado” para o qual os smartphones contribuem nos leva a nos afastar de nossa realidade. E quando ficamos de cabeça baixa nossas capacidades de comunicação e nossos bons modos também encolhem. [...]


POPESCU, Adam. New York Times. Trad. Paulo

Migliacci. Disponível em: <http://m.folha.uol.com.

br/equilibrioesaude/2018/01/1954141-como-o-vicio

em-smartphones-tem-acabado-com-os-bons-modos.

shtml?mobile>. Acesso em: 17 jul. 2018 [Fragmento].


Para ilustrar o alerta acerca do uso recorrente de smartphones tratado no último parágrafo do texto II, o melhor texto é:

Alternativas
Comentários
  • . E quando ficamos de cabeça baixa nossas capacidades de comunicação e nossos bons modos também encolhem.

    Os bons modos e a capacidade de comunicação é perdida na figura da letra C que demonstra uma família jantando na mesa sem afeto familiar, em decorrência do uso do celular.


ID
3329959
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO II

O vício em smartphones

O problema de olhar de modo recorrente nossos aparelhos eletrônicos tem um lado fisiológico e um lado social. A cabeça humana média pesa entre 4,5 e 5,5 quilos, e quando curvamos nossos pescoços para escrever uma mensagem de texto ou olhar o Facebook, a atração gravitacional sobre a cabeça e a tensão no pescoço crescem até o equivalente a 27 quilos de pressão. Essa postura comum [...] resulta em perda gradual da curva espinhal.

O “pescoço de SMS” está se tornando um problema médico que aflige inúmeras pessoas, e a maneira pela qual mantemos nossas cabeças voltadas para baixo também acarreta outros riscos de saúde.

Há provas de que a postura afeta o humor, o comportamento e a memória, e ficar encurvado também pode causar depressão, de acordo com o Centro Nacional de Informações sobre Biotecnologia Norte-Americano. A maneira pela qual ficamos em pé afeta tudo, da quantidade de energia de que dispomos ao desenvolvimento dos ossos e músculos, e até mesmo a quantidade de oxigênio que nossos pulmões são capazes de absorver. [...]

O comportamento “sempre conectado” para o qual os smartphones contribuem nos leva a nos afastar de nossa realidade. E quando ficamos de cabeça baixa nossas capacidades de comunicação e nossos bons modos também encolhem. [...]


POPESCU, Adam. New York Times. Trad. Paulo

Migliacci. Disponível em: <http://m.folha.uol.com.

br/equilibrioesaude/2018/01/1954141-como-o-vicio

em-smartphones-tem-acabado-com-os-bons-modos.

shtml?mobile>. Acesso em: 17 jul. 2018 [Fragmento].


Do ponto de vista de sua tipologia, o texto II é predominantemente

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA B

    ? Nós temos um texto dissertativo-expositivo, tem como objetivo informar e esclarecer o leitor através da exposição de um determinado assunto ou tema.

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • PREDOMINANTEMENTE EXPOSITIVO, IDEIA DE INFORMAR O LEITOR ACERCA DE ALGO SEM TECER OPINIÕES PESSOAIS...


ID
3329962
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Em relação à finalidade e à natureza da literatura e da obra literária, assinale a alternativa incorreta.

Alternativas

ID
3329965
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O princípio da textualização envolve um conjunto de elementos do saber linguístico e discursivo necessários na interação.

A esse respeito, assinale a alternativa em que a relação entre o elemento de textualização e sua característica definidora está incorreta.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA C

    ? Intencionalidade: fator que diz respeito ao inter-relacionamento entre os elementos linguísticos do texto.

    ? Essa definição é de "coesão" e não "intencionalidade".

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 


ID
3329968
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de São João del Rei - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (2017), ao componente Língua Portuguesa cabe “proporcionar aos estudantes experiências que contribuam para a ampliação dos letramentos, de forma a possibilitar a participação significativa e crítica nas diversas práticas sociais permeadas / constituídas pela oralidade, pela escrita e por outras linguagens”.

Nesse documento,

I. registra-se que as práticas de linguagem contemporâneas não só envolvem novos gêneros e textos cada vez mais multissemióticos e multimidiáticos, como também novas formas de produzir, de configurar, de disponibilizar, de replicar e de interagir.

II. determina-se que não se deve deixar de privilegiar o escrito / impresso nem de deixar de considerar gêneros e práticas consagrados pela escola, próprios do letramento da letra e do impresso, mas deve-se contemplar também os novos letramentos, essencialmente digitais.

III. prevê-se que as habilidades não sejam desenvolvidas de forma genérica e descontextualizada, mas por meio da leitura de textos pertencentes a gêneros que circulam nos diversos campos de atividade humana e por meio da produção de textos que compreende as práticas de linguagem relacionadas à interação e à autoria do texto escrito, oral e multissemiótico, com diferentes finalidades e projetos enunciativos.

IV. propõe-se que os objetos de conhecimento e as habilidades estejam organizados a partir das práticas de linguagem e distribuídos pelos nove anos do Ensino Fundamental, dadas as especificidades de cada segmento, sendo as habilidades apresentadas segundo a necessária continuidade das aprendizagens ao longo dos anos, crescendo progressivamente em complexidade.

Estão corretas as afirmativas

Alternativas