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Prova UFRJ - 2021 - UFRJ - Técnico em Laboratório - Patologia Clínica


ID
5640319
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

FUGA

        Mal colocou o papel na máquina, o menino começou a empurrar uma cadeira pela sala, fazendo um barulho infernal.

        — Para com esse barulho, meu filho — falou, sem se voltar.

       Com três anos, já sabia reagir como homem ao impacto das grandes injustiças paternas: não estava fazendo barulho, estava só empurrando uma cadeira.

        — Pois então para de empurrar a cadeira.

        — Eu vou embora — foi a resposta.

        Distraído, o pai não reparou que ele juntava ação às palavras, no ato de juntar do chão suas coisinhas, enrolando-as num pedaço de pano. Era a sua bagagem: um caminhão de plástico com apenas três rodas, um resto de biscoito, uma chave (onde diabo meteram a chave da despensa? a mãe mais tarde irá dizer), metade de uma tesourinha enferrujada, sua única arma para a grande aventura, um botão amarrado num barbante.

        A calma que baixou então na sala era vagamente inquietante. De repente o pai olhou ao redor e não viu o menino. Deu com a porta da rua aberta, correu até o portão:

       — Viu um menino saindo desta casa? — gritou para o operário que descansava diante da obra, do outro lado da rua, sentado no meio-fio.

       — Saiu agora mesmo com uma trouxinha — informou ele.

      Correu até a esquina e teve tempo de vê-lo ao longe, caminhando cabisbaixo ao longo do muro. A trouxa, arrastada no chão, ia deixando pelo caminho alguns de seus pertences: o botão, o pedaço de biscoito e — saíra de casa prevenido — uma moeda de um cruzeiro. Chamou-o, mas ele apertou o passinho e abriu a correr em direção à avenida, como disposto a atirar-se diante do ônibus que surgia à distância.

         — Meu filho, cuidado!

      O ônibus deu uma freada brusca, uma guinada para a esquerda, os pneus cantaram no asfalto. O menino, assustado, arrepiou carreira. O pai precipitou-se e o arrebanhou com o braço como um animalzinho:

          — Que susto você me passou, meu filho — e apertava-o contra o peito comovido.

         — Deixa eu descer, papai. Você está me machucando.

         Irresoluto, o pai pensava agora se não seria o caso de lhe dar umas palmadas:

          — Machucando, é? Fazer uma coisa dessas com seu pai.

        — Me larga. Eu quero ir embora. Trouxe-o para casa e o largou novamente na sala — tendo antes o cuidado de fechar a porta da rua e retirar a chave, como ele fizera com a da despensa.

          — Fique aí quietinho, está ouvindo? Papai está trabalhando.

          — Fico, mas vou empurrar esta cadeira.

           E o barulho recomeçou.

Fonte: SABINO, Fernando. Fuga. In: Os melhores contos. Rio de Janeiro: Record, 1986. p.122-123. 

Levando-se em consideração apenas o primeiro parágrafo do texto 1, assinale a afirmativa correta.

Alternativas

ID
5640322
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

FUGA

        Mal colocou o papel na máquina, o menino começou a empurrar uma cadeira pela sala, fazendo um barulho infernal.

        — Para com esse barulho, meu filho — falou, sem se voltar.

       Com três anos, já sabia reagir como homem ao impacto das grandes injustiças paternas: não estava fazendo barulho, estava só empurrando uma cadeira.

        — Pois então para de empurrar a cadeira.

        — Eu vou embora — foi a resposta.

        Distraído, o pai não reparou que ele juntava ação às palavras, no ato de juntar do chão suas coisinhas, enrolando-as num pedaço de pano. Era a sua bagagem: um caminhão de plástico com apenas três rodas, um resto de biscoito, uma chave (onde diabo meteram a chave da despensa? a mãe mais tarde irá dizer), metade de uma tesourinha enferrujada, sua única arma para a grande aventura, um botão amarrado num barbante.

        A calma que baixou então na sala era vagamente inquietante. De repente o pai olhou ao redor e não viu o menino. Deu com a porta da rua aberta, correu até o portão:

       — Viu um menino saindo desta casa? — gritou para o operário que descansava diante da obra, do outro lado da rua, sentado no meio-fio.

       — Saiu agora mesmo com uma trouxinha — informou ele.

      Correu até a esquina e teve tempo de vê-lo ao longe, caminhando cabisbaixo ao longo do muro. A trouxa, arrastada no chão, ia deixando pelo caminho alguns de seus pertences: o botão, o pedaço de biscoito e — saíra de casa prevenido — uma moeda de um cruzeiro. Chamou-o, mas ele apertou o passinho e abriu a correr em direção à avenida, como disposto a atirar-se diante do ônibus que surgia à distância.

         — Meu filho, cuidado!

      O ônibus deu uma freada brusca, uma guinada para a esquerda, os pneus cantaram no asfalto. O menino, assustado, arrepiou carreira. O pai precipitou-se e o arrebanhou com o braço como um animalzinho:

          — Que susto você me passou, meu filho — e apertava-o contra o peito comovido.

         — Deixa eu descer, papai. Você está me machucando.

         Irresoluto, o pai pensava agora se não seria o caso de lhe dar umas palmadas:

          — Machucando, é? Fazer uma coisa dessas com seu pai.

        — Me larga. Eu quero ir embora. Trouxe-o para casa e o largou novamente na sala — tendo antes o cuidado de fechar a porta da rua e retirar a chave, como ele fizera com a da despensa.

          — Fique aí quietinho, está ouvindo? Papai está trabalhando.

          — Fico, mas vou empurrar esta cadeira.

           E o barulho recomeçou.

Fonte: SABINO, Fernando. Fuga. In: Os melhores contos. Rio de Janeiro: Record, 1986. p.122-123. 

A respeito do trecho “Com três anos já sabia reagir como homem ao impacto das grandes injustiças paternas (...)”, assinale a afirmativa INCORRETA.

Alternativas
Comentários
  • Parecer da Banca Examinadora:

    O que se afirma na opção (A) corresponde a uma extrapolação de análise a partir do que se veicula no texto, pois o autor não oferece elementos textuais para que o leitor garanta a tipificação da ação da criança como vingança. Pelos sentidos veiculados no texto, nota-se que a fuga da criança tem como causa uma simples reação contra a atitude do pai. Portanto, mantém-se o gabarito.


ID
5640325
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

FUGA

        Mal colocou o papel na máquina, o menino começou a empurrar uma cadeira pela sala, fazendo um barulho infernal.

        — Para com esse barulho, meu filho — falou, sem se voltar.

       Com três anos, já sabia reagir como homem ao impacto das grandes injustiças paternas: não estava fazendo barulho, estava só empurrando uma cadeira.

        — Pois então para de empurrar a cadeira.

        — Eu vou embora — foi a resposta.

        Distraído, o pai não reparou que ele juntava ação às palavras, no ato de juntar do chão suas coisinhas, enrolando-as num pedaço de pano. Era a sua bagagem: um caminhão de plástico com apenas três rodas, um resto de biscoito, uma chave (onde diabo meteram a chave da despensa? a mãe mais tarde irá dizer), metade de uma tesourinha enferrujada, sua única arma para a grande aventura, um botão amarrado num barbante.

        A calma que baixou então na sala era vagamente inquietante. De repente o pai olhou ao redor e não viu o menino. Deu com a porta da rua aberta, correu até o portão:

       — Viu um menino saindo desta casa? — gritou para o operário que descansava diante da obra, do outro lado da rua, sentado no meio-fio.

       — Saiu agora mesmo com uma trouxinha — informou ele.

      Correu até a esquina e teve tempo de vê-lo ao longe, caminhando cabisbaixo ao longo do muro. A trouxa, arrastada no chão, ia deixando pelo caminho alguns de seus pertences: o botão, o pedaço de biscoito e — saíra de casa prevenido — uma moeda de um cruzeiro. Chamou-o, mas ele apertou o passinho e abriu a correr em direção à avenida, como disposto a atirar-se diante do ônibus que surgia à distância.

         — Meu filho, cuidado!

      O ônibus deu uma freada brusca, uma guinada para a esquerda, os pneus cantaram no asfalto. O menino, assustado, arrepiou carreira. O pai precipitou-se e o arrebanhou com o braço como um animalzinho:

          — Que susto você me passou, meu filho — e apertava-o contra o peito comovido.

         — Deixa eu descer, papai. Você está me machucando.

         Irresoluto, o pai pensava agora se não seria o caso de lhe dar umas palmadas:

          — Machucando, é? Fazer uma coisa dessas com seu pai.

        — Me larga. Eu quero ir embora. Trouxe-o para casa e o largou novamente na sala — tendo antes o cuidado de fechar a porta da rua e retirar a chave, como ele fizera com a da despensa.

          — Fique aí quietinho, está ouvindo? Papai está trabalhando.

          — Fico, mas vou empurrar esta cadeira.

           E o barulho recomeçou.

Fonte: SABINO, Fernando. Fuga. In: Os melhores contos. Rio de Janeiro: Record, 1986. p.122-123. 

No cotidiano, o diminutivo pode ser usado para expressar tamanho pequeno, tom pejorativo ou mesmo afetivo. Assinale a alternativa em que o diminutivo utilizado no texto 1 expressa tom pejorativo.

Alternativas
Comentários
  • A) “(...) no ato de juntar do chão suas coisinhas (...)”. Porque eram poucas e singelas.

    B) “Saiu agora mesmo com uma trouxinha.” Mais ou menos o mesmo de A.

    C) “(...) metade de uma tesourinha enferrujada (...)”. Não sei o porquê deste ser o gabarito oficial.

    D) “Chamou-o, mas ele apertou o passinho.” Porque era uma criança.

    E) “(...) e o arrebanhou com o braço como a um animalzinho.” Ser comparado a um animal é um termo pejorativo. Devia ser o gabarito.

    Avisem-me qualquer erro.

    Não desista, este é o seu calvário! "Se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-Me." São Lucas IX

  • Parecer da Banca Examinadora:

    Na opção (C), ao utilizar o diminutivo em “tesourinha”, o autor mostra a insignificância do objeto, o que denota um tom pejorativo ou depreciativo. Convém frisar que, na opção (E), a palavra diminutiva “animalzinho” é utilizada em tom afetivo, dado o tratamento carinhoso manifestado pelo pai na sequência textual. Portanto, mantém-se o gabarito.


ID
5640328
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

FUGA

        Mal colocou o papel na máquina, o menino começou a empurrar uma cadeira pela sala, fazendo um barulho infernal.

        — Para com esse barulho, meu filho — falou, sem se voltar.

       Com três anos, já sabia reagir como homem ao impacto das grandes injustiças paternas: não estava fazendo barulho, estava só empurrando uma cadeira.

        — Pois então para de empurrar a cadeira.

        — Eu vou embora — foi a resposta.

        Distraído, o pai não reparou que ele juntava ação às palavras, no ato de juntar do chão suas coisinhas, enrolando-as num pedaço de pano. Era a sua bagagem: um caminhão de plástico com apenas três rodas, um resto de biscoito, uma chave (onde diabo meteram a chave da despensa? a mãe mais tarde irá dizer), metade de uma tesourinha enferrujada, sua única arma para a grande aventura, um botão amarrado num barbante.

        A calma que baixou então na sala era vagamente inquietante. De repente o pai olhou ao redor e não viu o menino. Deu com a porta da rua aberta, correu até o portão:

       — Viu um menino saindo desta casa? — gritou para o operário que descansava diante da obra, do outro lado da rua, sentado no meio-fio.

       — Saiu agora mesmo com uma trouxinha — informou ele.

      Correu até a esquina e teve tempo de vê-lo ao longe, caminhando cabisbaixo ao longo do muro. A trouxa, arrastada no chão, ia deixando pelo caminho alguns de seus pertences: o botão, o pedaço de biscoito e — saíra de casa prevenido — uma moeda de um cruzeiro. Chamou-o, mas ele apertou o passinho e abriu a correr em direção à avenida, como disposto a atirar-se diante do ônibus que surgia à distância.

         — Meu filho, cuidado!

      O ônibus deu uma freada brusca, uma guinada para a esquerda, os pneus cantaram no asfalto. O menino, assustado, arrepiou carreira. O pai precipitou-se e o arrebanhou com o braço como um animalzinho:

          — Que susto você me passou, meu filho — e apertava-o contra o peito comovido.

         — Deixa eu descer, papai. Você está me machucando.

         Irresoluto, o pai pensava agora se não seria o caso de lhe dar umas palmadas:

          — Machucando, é? Fazer uma coisa dessas com seu pai.

        — Me larga. Eu quero ir embora. Trouxe-o para casa e o largou novamente na sala — tendo antes o cuidado de fechar a porta da rua e retirar a chave, como ele fizera com a da despensa.

          — Fique aí quietinho, está ouvindo? Papai está trabalhando.

          — Fico, mas vou empurrar esta cadeira.

           E o barulho recomeçou.

Fonte: SABINO, Fernando. Fuga. In: Os melhores contos. Rio de Janeiro: Record, 1986. p.122-123. 

Assinale a alternativa em que a reescrita do trecho “Mal colocou o papel na máquina (...)” altera o sentido original veiculado no texto 1.

Alternativas
Comentários
  • Mal colocou ....(pret.perf do ind - ação terminada/concluída).

    Todas as alternativas apresentam conjunções temporais, mas a única que não dá ideia de passado terminado/concluído é a alternativa "A" (Enquanto colocava = estava colocando = ação NÃO terminada/ NÃO concluída).

    **Obs: Enquanto = ideia de presente; colocava/ estava = pret.imper. do ind = ação NÃO terminada/ NÃO concluída).

  • Vitória, precisa ler o enunciado!


ID
5640331
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

FUGA

        Mal colocou o papel na máquina, o menino começou a empurrar uma cadeira pela sala, fazendo um barulho infernal.

        — Para com esse barulho, meu filho — falou, sem se voltar.

       Com três anos, já sabia reagir como homem ao impacto das grandes injustiças paternas: não estava fazendo barulho, estava só empurrando uma cadeira.

        — Pois então para de empurrar a cadeira.

        — Eu vou embora — foi a resposta.

        Distraído, o pai não reparou que ele juntava ação às palavras, no ato de juntar do chão suas coisinhas, enrolando-as num pedaço de pano. Era a sua bagagem: um caminhão de plástico com apenas três rodas, um resto de biscoito, uma chave (onde diabo meteram a chave da despensa? a mãe mais tarde irá dizer), metade de uma tesourinha enferrujada, sua única arma para a grande aventura, um botão amarrado num barbante.

        A calma que baixou então na sala era vagamente inquietante. De repente o pai olhou ao redor e não viu o menino. Deu com a porta da rua aberta, correu até o portão:

       — Viu um menino saindo desta casa? — gritou para o operário que descansava diante da obra, do outro lado da rua, sentado no meio-fio.

       — Saiu agora mesmo com uma trouxinha — informou ele.

      Correu até a esquina e teve tempo de vê-lo ao longe, caminhando cabisbaixo ao longo do muro. A trouxa, arrastada no chão, ia deixando pelo caminho alguns de seus pertences: o botão, o pedaço de biscoito e — saíra de casa prevenido — uma moeda de um cruzeiro. Chamou-o, mas ele apertou o passinho e abriu a correr em direção à avenida, como disposto a atirar-se diante do ônibus que surgia à distância.

         — Meu filho, cuidado!

      O ônibus deu uma freada brusca, uma guinada para a esquerda, os pneus cantaram no asfalto. O menino, assustado, arrepiou carreira. O pai precipitou-se e o arrebanhou com o braço como um animalzinho:

          — Que susto você me passou, meu filho — e apertava-o contra o peito comovido.

         — Deixa eu descer, papai. Você está me machucando.

         Irresoluto, o pai pensava agora se não seria o caso de lhe dar umas palmadas:

          — Machucando, é? Fazer uma coisa dessas com seu pai.

        — Me larga. Eu quero ir embora. Trouxe-o para casa e o largou novamente na sala — tendo antes o cuidado de fechar a porta da rua e retirar a chave, como ele fizera com a da despensa.

          — Fique aí quietinho, está ouvindo? Papai está trabalhando.

          — Fico, mas vou empurrar esta cadeira.

           E o barulho recomeçou.

Fonte: SABINO, Fernando. Fuga. In: Os melhores contos. Rio de Janeiro: Record, 1986. p.122-123. 

Assinale a alternativa em que o termo destacado apresenta relação de complementação distinta dos demais.

Alternativas
Comentários
  • Pelo que entendi, apenas a alternativa D estabelece uma relação de complementação/subordinação a verbo (no caso acima, ao verbo "reagir"). Os demais termos estão subordinados a nome.

  • Em palavras simplórias, deve o aluno saber distinguir dois termos que sempre aparecem preposicionados: o objeto indireto e o complemento nominal. Lembre-se disto: o objeto indireto está invariavelmente atrelado a verbos, ao passo que o complemento nominal, a adjetivos, substantivos abstratos e advérbios.

    a) As coisinhas eram úteis ao menino.

    Incorreto. "Úteis" é adjetivo, logo "ao menino" classifica-se em complemento nominal;

    b) O pai teve o cuidado de defender o menino.

    Incorreto. "Cuidado" é substantivo abstrato, logo "de defender" classifica-se em complemento nominal;

    c) O menino parecia disposto a fugir.

    Incorreto. "Disposto" é adjetivo, logo "a fugir" classifica-se em complemento nominal;

    d) O menino já sabia reagir ao impacto da injustiça paterna.

    Correto. "Reagir" é verbo e "ao impacto" o seu objeto indireto. A classificação distingue-se das demais presentes nessa questão. Eis a resposta;

    e) O pai estava certo de que o filho estava presente na sala.

    Incorreto. "Certo" é adjetivo, logo "de que o filho estava presente" classifica-se em oração subordinada substantiva completiva nominal, ou seja, exerce função de complemento nominal oracional.

    Letra D

  • preposição não cai do céu ou vem do verbo ou do nome.

    Regida pelo verbo ------> obj. Indireto.

    Regida pelo nome -----> C. nominal.


ID
5640334
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

FUGA

        Mal colocou o papel na máquina, o menino começou a empurrar uma cadeira pela sala, fazendo um barulho infernal.

        — Para com esse barulho, meu filho — falou, sem se voltar.

       Com três anos, já sabia reagir como homem ao impacto das grandes injustiças paternas: não estava fazendo barulho, estava só empurrando uma cadeira.

        — Pois então para de empurrar a cadeira.

        — Eu vou embora — foi a resposta.

        Distraído, o pai não reparou que ele juntava ação às palavras, no ato de juntar do chão suas coisinhas, enrolando-as num pedaço de pano. Era a sua bagagem: um caminhão de plástico com apenas três rodas, um resto de biscoito, uma chave (onde diabo meteram a chave da despensa? a mãe mais tarde irá dizer), metade de uma tesourinha enferrujada, sua única arma para a grande aventura, um botão amarrado num barbante.

        A calma que baixou então na sala era vagamente inquietante. De repente o pai olhou ao redor e não viu o menino. Deu com a porta da rua aberta, correu até o portão:

       — Viu um menino saindo desta casa? — gritou para o operário que descansava diante da obra, do outro lado da rua, sentado no meio-fio.

       — Saiu agora mesmo com uma trouxinha — informou ele.

      Correu até a esquina e teve tempo de vê-lo ao longe, caminhando cabisbaixo ao longo do muro. A trouxa, arrastada no chão, ia deixando pelo caminho alguns de seus pertences: o botão, o pedaço de biscoito e — saíra de casa prevenido — uma moeda de um cruzeiro. Chamou-o, mas ele apertou o passinho e abriu a correr em direção à avenida, como disposto a atirar-se diante do ônibus que surgia à distância.

         — Meu filho, cuidado!

      O ônibus deu uma freada brusca, uma guinada para a esquerda, os pneus cantaram no asfalto. O menino, assustado, arrepiou carreira. O pai precipitou-se e o arrebanhou com o braço como um animalzinho:

          — Que susto você me passou, meu filho — e apertava-o contra o peito comovido.

         — Deixa eu descer, papai. Você está me machucando.

         Irresoluto, o pai pensava agora se não seria o caso de lhe dar umas palmadas:

          — Machucando, é? Fazer uma coisa dessas com seu pai.

        — Me larga. Eu quero ir embora. Trouxe-o para casa e o largou novamente na sala — tendo antes o cuidado de fechar a porta da rua e retirar a chave, como ele fizera com a da despensa.

          — Fique aí quietinho, está ouvindo? Papai está trabalhando.

          — Fico, mas vou empurrar esta cadeira.

           E o barulho recomeçou.

Fonte: SABINO, Fernando. Fuga. In: Os melhores contos. Rio de Janeiro: Record, 1986. p.122-123. 

Em “A calma que então baixou na sala era vagamente inquietante”, há uma figura de linguagem chamada: 

Alternativas
Comentários
  • "A calma que então baixou na sala era vagamente inquietante

    Antítese = termos opostos.

  • Gab : D

    . Antítese é uma figura de pensamento que acontece por meio da aproximação de palavras com sentidos opostos, por exemplo: "o ódio e o amor andam de mãos dadas."

    “A calma que então baixou na sala era vagamente inquietante

    ***Atenção***

    A maioria das bancas gostam de confundir o candidato com Antitese e Paradorxo

    O paradoxo ou oxímoro, é uma figura de linguagem, mais precisamente uma figura de pensamento, baseada na contradição.Muitas vezes, o paradoxo pode apresentar uma expressão absurda e aparentemente sem nexo, entretanto, ele expõe uma ideia coerente e fundamentada na verdade.

    Ex: Se você quiser me prender, vai ter que saber me soltar. (Caetano Veloso)

    ***Galera, criei um Instagram para nós compartilharmos experiências e conhecimento sobre o mundo dos concursos. Segue lá!!!***

    https://www.instagram.com/maxtribunais/

  • “A calma que então baixou na sala era vagamente inquietante”...

    -------------------------------

    a) Anáfora: Repetição de uma ou mais palavras no início de várias frases.

    Exemplo:

    Quando tudo era ausência, esperei

    Quando tive frio, tremi

    Quando tive coragem, liguei.

    b) Zeugma: O termo subtendido pode ser resgatado do texto.

    Exemplo: Uns foram ao teatro; outros (foram) ao cinema.

    c) Eufemismo: Busca suavizar uma expressão através do uso de termos mais agradáveis.

    Exemplo: Ele passou desta para a melhor. (ele morreu.)

    d) Antítese: Consiste na aproximação de palavras ou expressões de sentido oposto.

    Exemplo: Faça sol ou faça chuva, estarei trabalhando

    e) Pleonasmo: Repetição de um termo na mesma função sintática;

    Finalidade: realçar a ideia ou torná-la mais expressiva.

    Exemplo: O problema da violência, é necessário resolvê-lo logo.

    GABARITO: D

  • ETIM lat. inquiētans,antis, part.pres. de inquietāre 'perturbar, agitar, inquietar'


ID
5640337
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

FUGA

        Mal colocou o papel na máquina, o menino começou a empurrar uma cadeira pela sala, fazendo um barulho infernal.

        — Para com esse barulho, meu filho — falou, sem se voltar.

       Com três anos, já sabia reagir como homem ao impacto das grandes injustiças paternas: não estava fazendo barulho, estava só empurrando uma cadeira.

        — Pois então para de empurrar a cadeira.

        — Eu vou embora — foi a resposta.

        Distraído, o pai não reparou que ele juntava ação às palavras, no ato de juntar do chão suas coisinhas, enrolando-as num pedaço de pano. Era a sua bagagem: um caminhão de plástico com apenas três rodas, um resto de biscoito, uma chave (onde diabo meteram a chave da despensa? a mãe mais tarde irá dizer), metade de uma tesourinha enferrujada, sua única arma para a grande aventura, um botão amarrado num barbante.

        A calma que baixou então na sala era vagamente inquietante. De repente o pai olhou ao redor e não viu o menino. Deu com a porta da rua aberta, correu até o portão:

       — Viu um menino saindo desta casa? — gritou para o operário que descansava diante da obra, do outro lado da rua, sentado no meio-fio.

       — Saiu agora mesmo com uma trouxinha — informou ele.

      Correu até a esquina e teve tempo de vê-lo ao longe, caminhando cabisbaixo ao longo do muro. A trouxa, arrastada no chão, ia deixando pelo caminho alguns de seus pertences: o botão, o pedaço de biscoito e — saíra de casa prevenido — uma moeda de um cruzeiro. Chamou-o, mas ele apertou o passinho e abriu a correr em direção à avenida, como disposto a atirar-se diante do ônibus que surgia à distância.

         — Meu filho, cuidado!

      O ônibus deu uma freada brusca, uma guinada para a esquerda, os pneus cantaram no asfalto. O menino, assustado, arrepiou carreira. O pai precipitou-se e o arrebanhou com o braço como um animalzinho:

          — Que susto você me passou, meu filho — e apertava-o contra o peito comovido.

         — Deixa eu descer, papai. Você está me machucando.

         Irresoluto, o pai pensava agora se não seria o caso de lhe dar umas palmadas:

          — Machucando, é? Fazer uma coisa dessas com seu pai.

        — Me larga. Eu quero ir embora. Trouxe-o para casa e o largou novamente na sala — tendo antes o cuidado de fechar a porta da rua e retirar a chave, como ele fizera com a da despensa.

          — Fique aí quietinho, está ouvindo? Papai está trabalhando.

          — Fico, mas vou empurrar esta cadeira.

           E o barulho recomeçou.

Fonte: SABINO, Fernando. Fuga. In: Os melhores contos. Rio de Janeiro: Record, 1986. p.122-123. 

Em “(...) saíra de casa prevenido (...)”, a forma verbal sublinhada poderia ser substituída por: 

Alternativas
Comentários
  • Termos compostos :

    Verbo no pretérito mais - que - prefeito = ter / haver no pretérito imperfeito + particípio.

    Ex : acabara = tinha / havia acabado.

  • Alternativa "c".

  • PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO DO INDICATIVO

    É semanticamente equivalente a:

    Tinha/Havia + Particípio

    Ex: Ela acabara de chegar quando eu a liguei.

    Ela havia chegado quando eu a liguei.


ID
5640340
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

FUGA

        Mal colocou o papel na máquina, o menino começou a empurrar uma cadeira pela sala, fazendo um barulho infernal.

        — Para com esse barulho, meu filho — falou, sem se voltar.

       Com três anos, já sabia reagir como homem ao impacto das grandes injustiças paternas: não estava fazendo barulho, estava só empurrando uma cadeira.

        — Pois então para de empurrar a cadeira.

        — Eu vou embora — foi a resposta.

        Distraído, o pai não reparou que ele juntava ação às palavras, no ato de juntar do chão suas coisinhas, enrolando-as num pedaço de pano. Era a sua bagagem: um caminhão de plástico com apenas três rodas, um resto de biscoito, uma chave (onde diabo meteram a chave da despensa? a mãe mais tarde irá dizer), metade de uma tesourinha enferrujada, sua única arma para a grande aventura, um botão amarrado num barbante.

        A calma que baixou então na sala era vagamente inquietante. De repente o pai olhou ao redor e não viu o menino. Deu com a porta da rua aberta, correu até o portão:

       — Viu um menino saindo desta casa? — gritou para o operário que descansava diante da obra, do outro lado da rua, sentado no meio-fio.

       — Saiu agora mesmo com uma trouxinha — informou ele.

      Correu até a esquina e teve tempo de vê-lo ao longe, caminhando cabisbaixo ao longo do muro. A trouxa, arrastada no chão, ia deixando pelo caminho alguns de seus pertences: o botão, o pedaço de biscoito e — saíra de casa prevenido — uma moeda de um cruzeiro. Chamou-o, mas ele apertou o passinho e abriu a correr em direção à avenida, como disposto a atirar-se diante do ônibus que surgia à distância.

         — Meu filho, cuidado!

      O ônibus deu uma freada brusca, uma guinada para a esquerda, os pneus cantaram no asfalto. O menino, assustado, arrepiou carreira. O pai precipitou-se e o arrebanhou com o braço como um animalzinho:

          — Que susto você me passou, meu filho — e apertava-o contra o peito comovido.

         — Deixa eu descer, papai. Você está me machucando.

         Irresoluto, o pai pensava agora se não seria o caso de lhe dar umas palmadas:

          — Machucando, é? Fazer uma coisa dessas com seu pai.

        — Me larga. Eu quero ir embora. Trouxe-o para casa e o largou novamente na sala — tendo antes o cuidado de fechar a porta da rua e retirar a chave, como ele fizera com a da despensa.

          — Fique aí quietinho, está ouvindo? Papai está trabalhando.

          — Fico, mas vou empurrar esta cadeira.

           E o barulho recomeçou.

Fonte: SABINO, Fernando. Fuga. In: Os melhores contos. Rio de Janeiro: Record, 1986. p.122-123. 

Em “Saiu agora mesmo com uma trouxinha (...)”, a palavra destacada apresenta valor adverbial, o que NÃO ocorre em:

Alternativas
Comentários
  • A alternativa C é a única em que mesmo está colada ao núcleo do sujeito .

  • Gabarito na alternativa C

    Solicita-se indicação da passagem na qual o termo "mesmo" não possua valor adverbial:

    O termo "mesmo", dentre as diversas classes morfológicas que poderá assumir (notadamente substantivo, adjetivo, pronome ou advérbio) servirá de advérbio quando, junto ou semanticamente atrelado a verbo, modifica-lhe o sentido, servindo como adjunto adverbial que exprimirá ideia de confirmação, afirmação, equivalente a "realmente".

    A) O filho deu mesmo um susto em seu pai.

    Incorreta. O termo, ligado ao verbo "dar", modifica o sentido deste e enseja-lhe sentido de afirmativo (deu realmente um susto). É função adverbial do termo;

    B) Onde está mesmo a chave da despensa?

    Incorreta. O termo, ligado ao verbo "estar", modifica o sentido deste e enseja-lhe sentido de afirmativo dentro do contexto interrogativo(onde está realmente a chave...). É função adverbial do termo;

    C) O filho mesmo decidiu fugir de casa.

    Incorreta. Quando inserto após substantivo, servindo de reforço e sendo variável em gênero e número, o termo "mesmo" cumpre função pronominal demonstrativa.

    Temos então passagem na qual o termo não possui qualquer valor adverbial.

    D) O menino reagiu mesmo como um adulto.

    Incorreta. O termo, ligado ao verbo "reagir", modifica o sentido deste e enseja-lhe sentido de afirmativo (reagiu realmente/ de fato). É função adverbial do termo;

    E) O barulho continuou mesmo, acredita? 

    Incorreta. O termo, ligado ao verbo "continuar", modifica o sentido deste e enseja-lhe sentido de afirmativo (continuou realmente). É função adverbial do termo;

  • 1º - advérbio é invariável;

    2º - sempre relacionado a verbo, a adjetivo ou a outro advérbio.

  • A filha mesma decidiu fugir de casa.

    só substituir, se variar não é advérbio


ID
5640343
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

FUGA

        Mal colocou o papel na máquina, o menino começou a empurrar uma cadeira pela sala, fazendo um barulho infernal.

        — Para com esse barulho, meu filho — falou, sem se voltar.

       Com três anos, já sabia reagir como homem ao impacto das grandes injustiças paternas: não estava fazendo barulho, estava só empurrando uma cadeira.

        — Pois então para de empurrar a cadeira.

        — Eu vou embora — foi a resposta.

        Distraído, o pai não reparou que ele juntava ação às palavras, no ato de juntar do chão suas coisinhas, enrolando-as num pedaço de pano. Era a sua bagagem: um caminhão de plástico com apenas três rodas, um resto de biscoito, uma chave (onde diabo meteram a chave da despensa? a mãe mais tarde irá dizer), metade de uma tesourinha enferrujada, sua única arma para a grande aventura, um botão amarrado num barbante.

        A calma que baixou então na sala era vagamente inquietante. De repente o pai olhou ao redor e não viu o menino. Deu com a porta da rua aberta, correu até o portão:

       — Viu um menino saindo desta casa? — gritou para o operário que descansava diante da obra, do outro lado da rua, sentado no meio-fio.

       — Saiu agora mesmo com uma trouxinha — informou ele.

      Correu até a esquina e teve tempo de vê-lo ao longe, caminhando cabisbaixo ao longo do muro. A trouxa, arrastada no chão, ia deixando pelo caminho alguns de seus pertences: o botão, o pedaço de biscoito e — saíra de casa prevenido — uma moeda de um cruzeiro. Chamou-o, mas ele apertou o passinho e abriu a correr em direção à avenida, como disposto a atirar-se diante do ônibus que surgia à distância.

         — Meu filho, cuidado!

      O ônibus deu uma freada brusca, uma guinada para a esquerda, os pneus cantaram no asfalto. O menino, assustado, arrepiou carreira. O pai precipitou-se e o arrebanhou com o braço como um animalzinho:

          — Que susto você me passou, meu filho — e apertava-o contra o peito comovido.

         — Deixa eu descer, papai. Você está me machucando.

         Irresoluto, o pai pensava agora se não seria o caso de lhe dar umas palmadas:

          — Machucando, é? Fazer uma coisa dessas com seu pai.

        — Me larga. Eu quero ir embora. Trouxe-o para casa e o largou novamente na sala — tendo antes o cuidado de fechar a porta da rua e retirar a chave, como ele fizera com a da despensa.

          — Fique aí quietinho, está ouvindo? Papai está trabalhando.

          — Fico, mas vou empurrar esta cadeira.

           E o barulho recomeçou.

Fonte: SABINO, Fernando. Fuga. In: Os melhores contos. Rio de Janeiro: Record, 1986. p.122-123. 

Assinale a alternativa em que o uso do acento indicativo de crase seja facultativo.

Alternativas
Comentários
  • CASOS FACULTATIVOS:

    1) Antes de nome próprio feminino:

    entreguei à/a Paula

    2) depois da preposição até:

    fui até à/a praia

    3) antes de pronome possessivo feminino:

    todos assistiram à/a sua aula

  • Complementando ao comentário do Hugo..

    Em relação ao Pronome Possessivo, pra ser FACULTATIVO ele deve ser pronome possessivo ADJETIVO feminino e singular

    Ex) Todos assistiram à/a sua aula, mas ninguém assistiu à minha

    No 1º caso, sua está ligado ao substantivo aula, logo SUA é pronome possessivo ADJETIVO feminino singular - crase facultativa

    Já no 2º caso, minha não está ligado a nenhum substantivo, logo MINHA é pronome possessivo SUBSTANTIVO feminino singular - crase obrigatória


ID
5640346
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

FUGA

        Mal colocou o papel na máquina, o menino começou a empurrar uma cadeira pela sala, fazendo um barulho infernal.

        — Para com esse barulho, meu filho — falou, sem se voltar.

       Com três anos, já sabia reagir como homem ao impacto das grandes injustiças paternas: não estava fazendo barulho, estava só empurrando uma cadeira.

        — Pois então para de empurrar a cadeira.

        — Eu vou embora — foi a resposta.

        Distraído, o pai não reparou que ele juntava ação às palavras, no ato de juntar do chão suas coisinhas, enrolando-as num pedaço de pano. Era a sua bagagem: um caminhão de plástico com apenas três rodas, um resto de biscoito, uma chave (onde diabo meteram a chave da despensa? a mãe mais tarde irá dizer), metade de uma tesourinha enferrujada, sua única arma para a grande aventura, um botão amarrado num barbante.

        A calma que baixou então na sala era vagamente inquietante. De repente o pai olhou ao redor e não viu o menino. Deu com a porta da rua aberta, correu até o portão:

       — Viu um menino saindo desta casa? — gritou para o operário que descansava diante da obra, do outro lado da rua, sentado no meio-fio.

       — Saiu agora mesmo com uma trouxinha — informou ele.

      Correu até a esquina e teve tempo de vê-lo ao longe, caminhando cabisbaixo ao longo do muro. A trouxa, arrastada no chão, ia deixando pelo caminho alguns de seus pertences: o botão, o pedaço de biscoito e — saíra de casa prevenido — uma moeda de um cruzeiro. Chamou-o, mas ele apertou o passinho e abriu a correr em direção à avenida, como disposto a atirar-se diante do ônibus que surgia à distância.

         — Meu filho, cuidado!

      O ônibus deu uma freada brusca, uma guinada para a esquerda, os pneus cantaram no asfalto. O menino, assustado, arrepiou carreira. O pai precipitou-se e o arrebanhou com o braço como um animalzinho:

          — Que susto você me passou, meu filho — e apertava-o contra o peito comovido.

         — Deixa eu descer, papai. Você está me machucando.

         Irresoluto, o pai pensava agora se não seria o caso de lhe dar umas palmadas:

          — Machucando, é? Fazer uma coisa dessas com seu pai.

        — Me larga. Eu quero ir embora. Trouxe-o para casa e o largou novamente na sala — tendo antes o cuidado de fechar a porta da rua e retirar a chave, como ele fizera com a da despensa.

          — Fique aí quietinho, está ouvindo? Papai está trabalhando.

          — Fico, mas vou empurrar esta cadeira.

           E o barulho recomeçou.

Fonte: SABINO, Fernando. Fuga. In: Os melhores contos. Rio de Janeiro: Record, 1986. p.122-123. 

“Distraído, o pai não reparou que ele juntava ação às palavras, no ato de juntar do chão suas coisinhas, enrolando-as num pedaço de pano.”. Assinale a afirmativa INCORRETA em relação a esse trecho do sexto parágrafo.

Alternativas
Comentários
  • predicativo do sujeito deslocado
  • CUIDADO!

    "DO CHÃO" é adjunto não objeto indireto!

  • CUIDADO

    A questão apresenta gabarito incorreto;

    Solicita-se indicação da assertiva incorreta acerca da passagem:

    “Distraído, o pai não reparou que ele juntava ação às palavras, no ato de juntar do chão suas coisinhas, enrolando-as num pedaço de pano.”

    A) A primeira vírgula é utilizada para marcar deslocamento de adjunto. 

    Correta. O termo "distraído", devidamente virgulado ao início da passagem, é forma adjetiva que cumpre função imprópria de adjunto adverbial causal.

    Não representa, por certo, valor predicativo, bastando para tal conclusão observar sua relação com a construção: o termo indica circunstância, podendo ser substituído por oração de valor adverbial causal, até mesmo demovida de sua posição original (Por estar distraído, o pai não... / O pai, por estar distraído, não... / O pai não reparou, por estar distraído,...).

    Se predicativo fosse, o termo não revelaria circunstância verbal, vez que sua relação estabelecer-se-ia de forma mais particular com o sujeito, e não com a ação.

    Sendo estrutura que revela circunstância da ação verbal (notadamente sua causa), é certo que o termo possui natureza de adjunto adverbial;

    B) O fato de o pai estar distraído, concentrado em seu trabalho, já havia sido apontado em momento anterior do texto.

    Correta. O fato pode ser observado em "...falou, sem se voltar";

    C) O segmento “ele juntava ação às palavras” mostra que o menino começava a agir conforme o que havia dito no texto.

    Correta. A expressão "juntar ação as palavras" indica que o sujeito realiza as ações que prometeu fazer;

    D) O gerúndio “enrolando-as” pode ser substituído pela estrutura “de modo a enrolá-las” sem que haja alteração nos sentidos do texto. 

    Correta. A passagem reduzida indica a finalidade da ação anterior, o motivo pelo qual a criança juntava suas coisas (para enrola-las em um pedaço de pano). A substituição pela estrutura indicada, igualmente indicativa de finalidade, é correta;

    E) A forma verbal “juntar” apresenta somente um complemento: “suas coisinhas”.

    Incorreta. Há dupla ocorrência da forma verbal "juntar" na passagem, não indicando a banca se a análise deve recair apenas sobre a primeira ou alcançar também a segunda. Na ausência de indicação, deve-se considerar também a segunda ocorrência, na qual temos presente transitividade direta e indireta (juntar algo a algo) havendo por certo mais de um complemento.

    Na ausência de outra opção incorreta, é opção óbvia de gabarito.

    Gabarito da banca na alternativa A

    Gabarito correto na alternativa E

  • Distraído é adjetivo.

    So pode ser: Adjunto adnominal ou Predicativo do sujeito.

    Adjunto normalmente é característica própria da pessoa, Predicativo característica temporária.

    Além disso, Adjunto deve estar junto ao nome, nao pode estar separado por vírgula,

  • Gabarito oficial da banca: Letra A.


ID
5640349
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

FUGA


De repente você resolve: fugir.

Não sabe para onde nem como

nem por quê (no fundo você sabe

a razão de fugir; nasce com a gente).

É preciso FUGIR.

Sem dinheiro sem roupa sem destino.

Esta noite mesmo. Quando os outros

estiverem dormindo.

Ir a pé, de pés nus.

Calçar botina era acordar os gritos

que dormem na textura do soalho.


Levar pão e rosca; para o dia.

Comida sobra em árvores

infinitas, do outro lado do projeto:

um verdor eterno,

frutescente (deve ser).

Tem à beira da estrada, numa venda.

O dono viu passar muitos meninos

que tinham necessidade de fugir

e compreende.

Toda estrada, uma venda

para a fuga.


Fugir rumo da fuga

que não se sabe onde acaba

mas começa em você, ponta dos dedos.

Cabe pouco em duas algibeiras

e você não tem mais do que duas.

Canivete, lenço, figurinhas

de que não vai se separar

(custou tanto a juntar).

As mãos devem ser livres

para pessoas, trabalhos, onças

que virão.


Fugir agora ou nunca. Vão chorar,

vão esquecer você? ou vão lembrar-se?

(lembrar é que é preciso,

compensa toda fuga.)

Ou vão amaldiçoá-lo, pais da Bíblia?

Você não vai saber. Você não volta nunca.

(Essa palavra nunca, deliciosa.)

Se irão sofrer, tanto melhor.

Você não volta nunca nunca nunca.

E será esta noite, meia-noite

Em ponto.


Você dormindo à meia-noite.

Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Fuga. In: Menino antigo.

Rio de Janeiro: José Olympio, 1973. p. 155-156.

Em “(...) no fundo você sabe a razão de fugir (...)” (versos 3 e 4), a expressão destacada significa:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO D

    “(...) no fundo você sabe a razão de fugir (...)” | Reescrevendo: No seu interior você sabe...

    A) aparentemente. Aparentemente: observado externamente

    B) exteriormente. Exteriormente: que está por fora ou do lado de fora.

    C) claramente. Claramente: advérbio de modo claro; sem que haja dúvida, a frase não demonstra clareza porque cada pessoa possui seus motivos e seriam motivos íntimos.

    D) intimamente Perfeito!

    E) ilusoriamente. ilusoriamente: ilusão. Não é isso o que a frase demonstra, pois os motivos apesar de íntimos são reais para cada pessoa.


ID
5640352
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

FUGA


De repente você resolve: fugir.

Não sabe para onde nem como

nem por quê (no fundo você sabe

a razão de fugir; nasce com a gente).

É preciso FUGIR.

Sem dinheiro sem roupa sem destino.

Esta noite mesmo. Quando os outros

estiverem dormindo.

Ir a pé, de pés nus.

Calçar botina era acordar os gritos

que dormem na textura do soalho.


Levar pão e rosca; para o dia.

Comida sobra em árvores

infinitas, do outro lado do projeto:

um verdor eterno,

frutescente (deve ser).

Tem à beira da estrada, numa venda.

O dono viu passar muitos meninos

que tinham necessidade de fugir

e compreende.

Toda estrada, uma venda

para a fuga.


Fugir rumo da fuga

que não se sabe onde acaba

mas começa em você, ponta dos dedos.

Cabe pouco em duas algibeiras

e você não tem mais do que duas.

Canivete, lenço, figurinhas

de que não vai se separar

(custou tanto a juntar).

As mãos devem ser livres

para pessoas, trabalhos, onças

que virão.


Fugir agora ou nunca. Vão chorar,

vão esquecer você? ou vão lembrar-se?

(lembrar é que é preciso,

compensa toda fuga.)

Ou vão amaldiçoá-lo, pais da Bíblia?

Você não vai saber. Você não volta nunca.

(Essa palavra nunca, deliciosa.)

Se irão sofrer, tanto melhor.

Você não volta nunca nunca nunca.

E será esta noite, meia-noite

Em ponto.


Você dormindo à meia-noite.

Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Fuga. In: Menino antigo.

Rio de Janeiro: José Olympio, 1973. p. 155-156.

A partir dos versos “De repente você resolve: fugir.” (verso 1) e “É preciso FUGIR.” (verso 5), assinale a alternativa que apresenta a causa para a decisão e a necessidade de fugir.

Alternativas
Comentários
  • no fundo você sabe a razão de fugir; nasce com a gente

  • GABARITO A

    A) Todo ser humano possui um desejo interior de fugir. Dá a entender que sim! "(no fundo você sabe a razão de fugir; nasce com a gente)."

    B) Todo menino tende a uma aventura de fuga. O texto não fala de menino ou menina e nem que essa tal fuga seria uma aventura.

    C) O eu-lírico desejava fazer as pessoas sofrerem por sua ausência. O texto nem dá a entender isso e sim uma incerteza da reação das pessoas ao dizer:

    "Vão chorar,

    vão esquecer você? ou vão lembrar-se?

    (lembrar é que é preciso,

    compensa toda fuga.)

    Ou vão amaldiçoá-lo, pais da Bíblia?

    Você não vai saber. Você não volta nunca."

    D) Fugir é uma forma de fazer-se lembrado por outras pessoas. O texto não aborda que o objetivo da fuga é ser lembrado

    E) A fuga é a única forma de se libertar das perturbações alheias. O texto não fala de perturbações alheias e sim de uma generalização, pois cada pessoa teria seus próprios motivos para fugir: "(no fundo você sabe a razão de fugir; nasce com a gente)."


ID
5640355
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

FUGA


De repente você resolve: fugir.

Não sabe para onde nem como

nem por quê (no fundo você sabe

a razão de fugir; nasce com a gente).

É preciso FUGIR.

Sem dinheiro sem roupa sem destino.

Esta noite mesmo. Quando os outros

estiverem dormindo.

Ir a pé, de pés nus.

Calçar botina era acordar os gritos

que dormem na textura do soalho.


Levar pão e rosca; para o dia.

Comida sobra em árvores

infinitas, do outro lado do projeto:

um verdor eterno,

frutescente (deve ser).

Tem à beira da estrada, numa venda.

O dono viu passar muitos meninos

que tinham necessidade de fugir

e compreende.

Toda estrada, uma venda

para a fuga.


Fugir rumo da fuga

que não se sabe onde acaba

mas começa em você, ponta dos dedos.

Cabe pouco em duas algibeiras

e você não tem mais do que duas.

Canivete, lenço, figurinhas

de que não vai se separar

(custou tanto a juntar).

As mãos devem ser livres

para pessoas, trabalhos, onças

que virão.


Fugir agora ou nunca. Vão chorar,

vão esquecer você? ou vão lembrar-se?

(lembrar é que é preciso,

compensa toda fuga.)

Ou vão amaldiçoá-lo, pais da Bíblia?

Você não vai saber. Você não volta nunca.

(Essa palavra nunca, deliciosa.)

Se irão sofrer, tanto melhor.

Você não volta nunca nunca nunca.

E será esta noite, meia-noite

Em ponto.


Você dormindo à meia-noite.

Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Fuga. In: Menino antigo.

Rio de Janeiro: José Olympio, 1973. p. 155-156.

Entre a decisão “E será esta noite, meia-noite. / Em ponto.” (versos 43 e 44) e a ação “Você dormindo à meia-noite” (verso 45), existe uma incoerência, a qual nos indica que:

Alternativas
Comentários
  • Só acertei pq sou eu na vida kkkkkkkkk

  • GABARITO B

    A) o eu-lírico não fugiu porque dormiu à meia-noite. O texto não especifica de quem se trata e nem da ação do eu-lírico.

    B) o projeto de fugir é apenas uma fantasia. Correto! Pode-se considerar que sim.

    C) o eu-lírico sonhava com a fuga durante o sono da meia-noite. Não foi um sonho, pois o texto possui palavras que não demonstram de fato um sonho, por exemplo: "(no fundo você sabe a razão de fugir; nasce com a gente)". "É preciso FUGIR."

    D) o eu-lírico não teve coragem de fugir à meia-noite. Não se trata especificamente do eu-lírico e o texto não mostra se alguém teve ou não coragem.

    E) o projeto de fugir é uma loucura. Pensei em marcar esta alternativa, mas o texto quase que te induz a fugir e não aborda isso como uma loucura.

    Enfim, acho que é isso...

  • Não marquei "c" porque ao afirmar "o eu-lírico sonhava com a fuga durante o sono da meia-noite.", entendi que o verbo sonhar tem sentido de hábito, ou seja, algo reiterado no presente/passado. Como o texto aponta para algo no futuro (ato de fugir), descartei essa opção.

    Será que procede?


ID
5640358
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

FUGA


De repente você resolve: fugir.

Não sabe para onde nem como

nem por quê (no fundo você sabe

a razão de fugir; nasce com a gente).

É preciso FUGIR.

Sem dinheiro sem roupa sem destino.

Esta noite mesmo. Quando os outros

estiverem dormindo.

Ir a pé, de pés nus.

Calçar botina era acordar os gritos

que dormem na textura do soalho.


Levar pão e rosca; para o dia.

Comida sobra em árvores

infinitas, do outro lado do projeto:

um verdor eterno,

frutescente (deve ser).

Tem à beira da estrada, numa venda.

O dono viu passar muitos meninos

que tinham necessidade de fugir

e compreende.

Toda estrada, uma venda

para a fuga.


Fugir rumo da fuga

que não se sabe onde acaba

mas começa em você, ponta dos dedos.

Cabe pouco em duas algibeiras

e você não tem mais do que duas.

Canivete, lenço, figurinhas

de que não vai se separar

(custou tanto a juntar).

As mãos devem ser livres

para pessoas, trabalhos, onças

que virão.


Fugir agora ou nunca. Vão chorar,

vão esquecer você? ou vão lembrar-se?

(lembrar é que é preciso,

compensa toda fuga.)

Ou vão amaldiçoá-lo, pais da Bíblia?

Você não vai saber. Você não volta nunca.

(Essa palavra nunca, deliciosa.)

Se irão sofrer, tanto melhor.

Você não volta nunca nunca nunca.

E será esta noite, meia-noite

Em ponto.


Você dormindo à meia-noite.

Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Fuga. In: Menino antigo.

Rio de Janeiro: José Olympio, 1973. p. 155-156.

O autor do texto 2 propõe-se a:

Alternativas
Comentários
  • "no fundo você sabe

    a razão de fugir; nasce com a gente"

    Esse trecho direciona para a resposta


ID
5640361
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

FUGA


De repente você resolve: fugir.

Não sabe para onde nem como

nem por quê (no fundo você sabe

a razão de fugir; nasce com a gente).

É preciso FUGIR.

Sem dinheiro sem roupa sem destino.

Esta noite mesmo. Quando os outros

estiverem dormindo.

Ir a pé, de pés nus.

Calçar botina era acordar os gritos

que dormem na textura do soalho.


Levar pão e rosca; para o dia.

Comida sobra em árvores

infinitas, do outro lado do projeto:

um verdor eterno,

frutescente (deve ser).

Tem à beira da estrada, numa venda.

O dono viu passar muitos meninos

que tinham necessidade de fugir

e compreende.

Toda estrada, uma venda

para a fuga.


Fugir rumo da fuga

que não se sabe onde acaba

mas começa em você, ponta dos dedos.

Cabe pouco em duas algibeiras

e você não tem mais do que duas.

Canivete, lenço, figurinhas

de que não vai se separar

(custou tanto a juntar).

As mãos devem ser livres

para pessoas, trabalhos, onças

que virão.


Fugir agora ou nunca. Vão chorar,

vão esquecer você? ou vão lembrar-se?

(lembrar é que é preciso,

compensa toda fuga.)

Ou vão amaldiçoá-lo, pais da Bíblia?

Você não vai saber. Você não volta nunca.

(Essa palavra nunca, deliciosa.)

Se irão sofrer, tanto melhor.

Você não volta nunca nunca nunca.

E será esta noite, meia-noite

Em ponto.


Você dormindo à meia-noite.

Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Fuga. In: Menino antigo.

Rio de Janeiro: José Olympio, 1973. p. 155-156.

Observe as regências dos verbos destacados e a colocação do pronome oblíquo átono em “vão esquecer você? ou vão lembrar-se?” (verso 35). Assinale a alternativa em que há um desvio formal de regência verbal e/ou de colocação do pronome oblíquo átono.

Alternativas
Comentários
  • Toda vez que tiver a preposição (no caso DE) deve vir o pronome (no caso SE).

    E - Será que vão SE esquecer de você ou vão se lembrar de você?

  • questão linda! questão formosa! questão bem feita!

    gab. E de echo

  • Com dois pontos se resolve a questão:

    1) Os verbos "lembrar-se" e "esquecer-se", quando pronominais, via de regra devem reger a preposição "de": esquecer-se de algo, lembrar-se de algo; por seu turno, se não forem pronominais, dispensarão a preposição: esquecer algo, lembrar algo e não esquecer de algo, lembrar de algo;

    2) Na questão em análise, há duas locuções verbais: "vão lembrar-se" e "vão esquecer-se". Há uma partícula "que", termo atrativo, na primeira locução, de modo que se disponibilizam as seguintes colocações pronominais:

    I - Próclise aos verbos auxiliares: "Será que se vão esquecer de você ou se vão lembrar de você?"

    II - Ênclise ao verbo auxiliar (apenas no segundo caso): "(....) ou vão-se lembrar de você?"

    III - Ênclise aos verbos principais: "Será que vão esquecer-se de você ou vão lembrar-se de você?"

    Com isso, chegamos à única alternativa que desrespeita a regência verbal. Veja:

    "Será que vão esquecer de você ou vão se lembrar de você?"

    Consoante exposto acima, os verbos "lembrar-se" e "esquecer-se", quando pronominais, a rigor regerão a preposição "de". Na primeira parte (será que vão esquecer de você) o verbo "esquecer", não pronominal, deve repelir a presença da preposição "de". Aí está a expressa recomendação da norma culta.

    Letra E

  • CUIDADO

    A questão possui múltiplos gabaritos

    Solicita-se observar a regência verbal e a colocação pronominal, assinalando a alternativa em que exista "desvio formal de regência verbal e/ou de colocação do pronome oblíquo átono":

    Percebam que a banca utiliza-se de conjunção aditiva e alternativa, de sorte que, havendo apenas um dos erros mencionados, está satisfeita a condição do enunciado:

    A) Será que vão esquecer-se de você ou vão lembrar-se de você?

    Correta. Os verbos "lembrar" e "esquecer", quando pronominais, são também transitivos indiretos, de modo que pronome e preposição coexistem na aplicação verbal.

    A colocação pronominal, nos dois casos, estando diante de locução verbal infinitiva, ocorre de diferentes formas:

    A primeira locução, havendo conjunção subordinativa integrante que atua como termo atrativo, comporta o pronome proclítico ao auxiliar (se vão esquecer) ou enclítico ao principal (vão lembrar-se). A colocação enclítica ao auxiliar (vão-se lembrar) não se faz possível devido à presença de termo atrativo, bem como a colocação proclítica ao principal é vedada frente à norma culta;

    A segunda locução, ausente termo atrativo, comporta qualquer possibilidade de colocação, incluída a ênclise ao verbo auxiliar (vão-se lembrar);

    B) Será que vão esquecer você ou vão lembrar-se de você?

    Correta. Consoante exposto acima, desconsiderados preceitos de paralelismo que não são questionados, há correta aplicação das formas verbais e das formas clíticas, com destaque para o verbo "esquecer", aplicado como forma transitiva direta e não pronominal;

    C) Será que vão se esquecer de você ou vão se lembrar de você?

    Incorreta. Ainda que sigamos parte dos gramáticos que considera a vedação à próclise ao verbo principal em locuções verbais um preciosismo em desuso, havendo termo atrativo antes da locução, vedada está qualquer colocação que localize o pronome em meio à locução. Nestes casos, de locução precedida de termo atrativo, o pronome apenas poderá ocupar as extremidades da perífrase verbal.

    Temos aqui erro de colocação pronominal;

    D) Será que vão se esquecer de você ou vão lembrar-se de você?

    Incorreta. Consoante apontado na assertiva anterior, havendo termo atrativo, a forma pronominal apenas poderá anexar-se aos extremos da locução verbal, nunca em posição central. Há erro de colocação pronominal;

    E) Será que vão esquecer de você ou vão se lembrar de você?

    Incorreta. Presente assertiva traz erro de regência verbal, consoante já explicitado acima.

    As formas "lembrar" e "esquecer" são pronominais e transitivas indiretas ou apenas transitivas diretas, não se podendo utilizar do verbo acompanhado de complemento preposicionado mas não pronominal.

    Gabarito da banca na alternativa E

    Gabaritos corretos nas alternativas C, D e E

  • Complemento !

    Esquecer e lembrar ( VTD )

    Esquecer e lembrar + pronome ( necessitam da preposição " De " )

  • Regra do tudo ou nada!


ID
5640364
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

FUGA


De repente você resolve: fugir.

Não sabe para onde nem como

nem por quê (no fundo você sabe

a razão de fugir; nasce com a gente).

É preciso FUGIR.

Sem dinheiro sem roupa sem destino.

Esta noite mesmo. Quando os outros

estiverem dormindo.

Ir a pé, de pés nus.

Calçar botina era acordar os gritos

que dormem na textura do soalho.


Levar pão e rosca; para o dia.

Comida sobra em árvores

infinitas, do outro lado do projeto:

um verdor eterno,

frutescente (deve ser).

Tem à beira da estrada, numa venda.

O dono viu passar muitos meninos

que tinham necessidade de fugir

e compreende.

Toda estrada, uma venda

para a fuga.


Fugir rumo da fuga

que não se sabe onde acaba

mas começa em você, ponta dos dedos.

Cabe pouco em duas algibeiras

e você não tem mais do que duas.

Canivete, lenço, figurinhas

de que não vai se separar

(custou tanto a juntar).

As mãos devem ser livres

para pessoas, trabalhos, onças

que virão.


Fugir agora ou nunca. Vão chorar,

vão esquecer você? ou vão lembrar-se?

(lembrar é que é preciso,

compensa toda fuga.)

Ou vão amaldiçoá-lo, pais da Bíblia?

Você não vai saber. Você não volta nunca.

(Essa palavra nunca, deliciosa.)

Se irão sofrer, tanto melhor.

Você não volta nunca nunca nunca.

E será esta noite, meia-noite

Em ponto.


Você dormindo à meia-noite.

Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Fuga. In: Menino antigo.

Rio de Janeiro: José Olympio, 1973. p. 155-156.

Assinale a alternativa em que a segunda oração NÃO veicula ideia de causa em relação ao fato expresso na primeira oração.

Alternativas
Comentários
  • (causa) Às vezes, sentimo-nos desesperados. Pensamos na fuga como saída.

    letra A

  • substitua o ponto(.) por 'pois' a única que não encaixa é a letra (A)

  • A alternativa A é a única em que a segunda oração não apresenta ideia de causa em relação a primeira, e sim de consequência

  • Uma dica bem interessante, caso haja dúvida quanto a causa e consequência é só colocar na frase o seguinte:

    O FATO DE ( CAUSA)----> FEZ COM QUE( CONSEQUÊNCIA).

    Ex1: Às vezes, sentimo-nos desesperados. Pensamos na fuga como saída.

    O FATO DE se sentir desesperado FEZ COM QUE se pensasse na fuga...

    ( CAUSA) ----------------------------------------------> ( CONSEQUÊNCIA)

    Ex2: Fugimos para longe. Sofríamos muito na fazenda.

    O FATO DE sofrer na fazenda FEZ COM QUE se pensasse em fugir...

    ( CAUSA) ----------------------------------------- >(CONSEQUÊNCIA)

    Observe que no exemplo 2, a causa da frase encontra-se na segunda oração e a consequência na primeira.

    Espero ter ajudado!


ID
5640367
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

FUGA


De repente você resolve: fugir.

Não sabe para onde nem como

nem por quê (no fundo você sabe

a razão de fugir; nasce com a gente).

É preciso FUGIR.

Sem dinheiro sem roupa sem destino.

Esta noite mesmo. Quando os outros

estiverem dormindo.

Ir a pé, de pés nus.

Calçar botina era acordar os gritos

que dormem na textura do soalho.


Levar pão e rosca; para o dia.

Comida sobra em árvores

infinitas, do outro lado do projeto:

um verdor eterno,

frutescente (deve ser).

Tem à beira da estrada, numa venda.

O dono viu passar muitos meninos

que tinham necessidade de fugir

e compreende.

Toda estrada, uma venda

para a fuga.


Fugir rumo da fuga

que não se sabe onde acaba

mas começa em você, ponta dos dedos.

Cabe pouco em duas algibeiras

e você não tem mais do que duas.

Canivete, lenço, figurinhas

de que não vai se separar

(custou tanto a juntar).

As mãos devem ser livres

para pessoas, trabalhos, onças

que virão.


Fugir agora ou nunca. Vão chorar,

vão esquecer você? ou vão lembrar-se?

(lembrar é que é preciso,

compensa toda fuga.)

Ou vão amaldiçoá-lo, pais da Bíblia?

Você não vai saber. Você não volta nunca.

(Essa palavra nunca, deliciosa.)

Se irão sofrer, tanto melhor.

Você não volta nunca nunca nunca.

E será esta noite, meia-noite

Em ponto.


Você dormindo à meia-noite.

Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Fuga. In: Menino antigo.

Rio de Janeiro: José Olympio, 1973. p. 155-156.

Em “(...) figurinhas / de que não vai se separar” (versos 28 e 29), o termo sublinhado foi estruturado a partir de uma motivação sintática. Assinale a alternativa que apresenta uma estrutura sintática INADEQUADA.

Alternativas
Comentários
  • SENTIR FALTA...

    Quem sente falta, sente falta DE algo/alguém/alguma coisa.

    certo:

    Aquela era a felicidade DE que sentíamos falta

  • Pra mim todas estão erradas hueheueh sintaxe é o capeta pra mim

  • Não entendi a letra A. AquelE era a despensa?? não seria aquelA?

  • Pra mim: A,B e C estão sintaticamente inadequadas.

    (Vou até comentar aqui, pra quando alguém conseguir a resposta na íntegra, eu entender.)


ID
5640370
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

FUGA


De repente você resolve: fugir.

Não sabe para onde nem como

nem por quê (no fundo você sabe

a razão de fugir; nasce com a gente).

É preciso FUGIR.

Sem dinheiro sem roupa sem destino.

Esta noite mesmo. Quando os outros

estiverem dormindo.

Ir a pé, de pés nus.

Calçar botina era acordar os gritos

que dormem na textura do soalho.


Levar pão e rosca; para o dia.

Comida sobra em árvores

infinitas, do outro lado do projeto:

um verdor eterno,

frutescente (deve ser).

Tem à beira da estrada, numa venda.

O dono viu passar muitos meninos

que tinham necessidade de fugir

e compreende.

Toda estrada, uma venda

para a fuga.


Fugir rumo da fuga

que não se sabe onde acaba

mas começa em você, ponta dos dedos.

Cabe pouco em duas algibeiras

e você não tem mais do que duas.

Canivete, lenço, figurinhas

de que não vai se separar

(custou tanto a juntar).

As mãos devem ser livres

para pessoas, trabalhos, onças

que virão.


Fugir agora ou nunca. Vão chorar,

vão esquecer você? ou vão lembrar-se?

(lembrar é que é preciso,

compensa toda fuga.)

Ou vão amaldiçoá-lo, pais da Bíblia?

Você não vai saber. Você não volta nunca.

(Essa palavra nunca, deliciosa.)

Se irão sofrer, tanto melhor.

Você não volta nunca nunca nunca.

E será esta noite, meia-noite

Em ponto.


Você dormindo à meia-noite.

Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Fuga. In: Menino antigo.

Rio de Janeiro: José Olympio, 1973. p. 155-156.

A respeito dos pronomes destacados em “Para com esse barulho” (texto 1) e “Esta noite mesmo” (texto 2), assinale a afirmativa correta. 

Alternativas
Comentários
  • Em miúdos;

    Gabarito "E" para os não assinantes.

    ESTE = Perto de quem fala.

    ESSE = Perto de quem ouve.

    AQUELE = Longe de quem fala e ouve.

    Fonte; Flauzino, Flau...ai frauuuu... rsrsrsr. meu amor!!!

  • Gabarito na alternativa E

    Solicita-se indicação da assertiva correta:

    A) O demonstrativo “Esta” é utilizado em relação a um referente temporal presente.

    Incorreta. O demonstrativo "esta", é elemento de referência dêitica, referência externa aferível apenas pelo contexto de produção ou leitura da passagem ("esta noite" é a noite em que a passagem foi escrita/ ou a noite em que a obra é lida).

    Como forma de conhecimento externo, não é utilizada em relação a um referente, mas na condição de próprio referente;

    B) Tanto “esse” quanto “Esta” poderiam ser substituídos por “este” e “Essa”, respectivamente.

    Incorreta. Há no uso das formas "esse' e "esta" valoração temporal e espacial: o primeiro indica algo distante do enunciador, o segundo um marco temporal presente.

    A alteração proposta não seria possível sem prejuízos as respectivas passagens;

    C) O demonstrativo “esse” poderia ser substituído por “este” caso a forma imperativa “Para” fosse substituída por “Pare”.

    Incorreta. Não há relação entre o uso do verbo imperativo e a forma pronominal;

    D) O demonstrativo “Esta” poderia ser substituído por “Aquela” devido ao fato de a fuga não ter sido possível.

    Incorreta. Consoante já exposto, a forma pronominal carrega valoração temporal, independente de sua ocorrência. O fato de ter ou não ocorrido não influi no uso do pronome;

    E) O demonstrativo “esse” é usado para sinalizar que o barulho está longe de quem pronuncia a frase. 

    Correta. Consoante já exposto, a forma pronominal "esse" indica fato ou coisa que ocorre em tempo passado ou fisicamente distante do enunciador. No caso em tela indica que o barulho está distante de quem fala, mas próximo de quem recebe a ordem.

  • o primeiro texto não apareceu para mim, estranho...

  • Alguém sabe explicar por que a letra A está errada?


ID
5640373
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

FUGA


De repente você resolve: fugir.

Não sabe para onde nem como

nem por quê (no fundo você sabe

a razão de fugir; nasce com a gente).

É preciso FUGIR.

Sem dinheiro sem roupa sem destino.

Esta noite mesmo. Quando os outros

estiverem dormindo.

Ir a pé, de pés nus.

Calçar botina era acordar os gritos

que dormem na textura do soalho.


Levar pão e rosca; para o dia.

Comida sobra em árvores

infinitas, do outro lado do projeto:

um verdor eterno,

frutescente (deve ser).

Tem à beira da estrada, numa venda.

O dono viu passar muitos meninos

que tinham necessidade de fugir

e compreende.

Toda estrada, uma venda

para a fuga.


Fugir rumo da fuga

que não se sabe onde acaba

mas começa em você, ponta dos dedos.

Cabe pouco em duas algibeiras

e você não tem mais do que duas.

Canivete, lenço, figurinhas

de que não vai se separar

(custou tanto a juntar).

As mãos devem ser livres

para pessoas, trabalhos, onças

que virão.


Fugir agora ou nunca. Vão chorar,

vão esquecer você? ou vão lembrar-se?

(lembrar é que é preciso,

compensa toda fuga.)

Ou vão amaldiçoá-lo, pais da Bíblia?

Você não vai saber. Você não volta nunca.

(Essa palavra nunca, deliciosa.)

Se irão sofrer, tanto melhor.

Você não volta nunca nunca nunca.

E será esta noite, meia-noite

Em ponto.


Você dormindo à meia-noite.

Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Fuga. In: Menino antigo.

Rio de Janeiro: José Olympio, 1973. p. 155-156.

Assinale a alternativa em que a palavra seja obrigatoriamente acentuada.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: Letra D

    Está= verbo / Esta = pronome

    ******************************

    Aí = advérbio de lugar / Ai = interjeição que exprime dor ou alegria.

    *******************************

    Irá = verbo / Ira = substantivo

    ********************************

    Distraído = substantivo / Distraido = não existe

    **********************************

    Máquina = substantivo / Maquina = verbo

  • Exceto Distraído, todas as outras palavras existem sem acento.

    Gabarito D

  • recurso isso sim
  • Ótimo questão ! Errei, mas aprendi.


ID
5640376
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Literatura
Assuntos

FUGA


De repente você resolve: fugir.

Não sabe para onde nem como

nem por quê (no fundo você sabe

a razão de fugir; nasce com a gente).

É preciso FUGIR.

Sem dinheiro sem roupa sem destino.

Esta noite mesmo. Quando os outros

estiverem dormindo.

Ir a pé, de pés nus.

Calçar botina era acordar os gritos

que dormem na textura do soalho.


Levar pão e rosca; para o dia.

Comida sobra em árvores

infinitas, do outro lado do projeto:

um verdor eterno,

frutescente (deve ser).

Tem à beira da estrada, numa venda.

O dono viu passar muitos meninos

que tinham necessidade de fugir

e compreende.

Toda estrada, uma venda

para a fuga.


Fugir rumo da fuga

que não se sabe onde acaba

mas começa em você, ponta dos dedos.

Cabe pouco em duas algibeiras

e você não tem mais do que duas.

Canivete, lenço, figurinhas

de que não vai se separar

(custou tanto a juntar).

As mãos devem ser livres

para pessoas, trabalhos, onças

que virão.


Fugir agora ou nunca. Vão chorar,

vão esquecer você? ou vão lembrar-se?

(lembrar é que é preciso,

compensa toda fuga.)

Ou vão amaldiçoá-lo, pais da Bíblia?

Você não vai saber. Você não volta nunca.

(Essa palavra nunca, deliciosa.)

Se irão sofrer, tanto melhor.

Você não volta nunca nunca nunca.

E será esta noite, meia-noite

Em ponto.


Você dormindo à meia-noite.

Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Fuga. In: Menino antigo.

Rio de Janeiro: José Olympio, 1973. p. 155-156.

Assinale o fragmento do texto 2 que NÃO apresenta qualquer recurso expressivo empregado pelo autor.

Alternativas
Comentários
  • Recursos expressivos ajudam a enriquecer o texto que você elabora. Através de figuras de linguagem, como ironia, antítese, elipse, eufemismo e hipérbole, a escrita se torna mais expressiva e criativa.

    http://educacao.globo.com/portugues/assunto/recursos-expressivos.html


ID
5640379
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Direito Administrativo
Assuntos

Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo. De acordo com a Lei nº 8.112/1990, pode-se afirmar que o servidor não aprovado em estágio probatório será:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA C

    Art. 20. § 2   O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupado, observado o disposto no parágrafo único do art. 29.

    FONTE: LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990

  • Nesta questão espera-se que o aluno assinale a alternativa CORRETA. Para resolvê-la, exige-se do candidato conhecimento acerca do conteúdo da Lei 8.112/90. Vejamos:

    “Art. 20, § 2º, Lei 8.112/90. O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupado, observado o disposto no parágrafo único do art. 29.”

    Assim:

    A. ERRADO. Reconduzido a outro cargo, ainda que não seja estável.

    Somente será reconduzido ao cargo anterior, se estável.

    B. ERRADO. Posto em disponibilidade até que seja feita nova avaliação.

    “Art. 41, §3º, CF. Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.”

    C. CERTO. Exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupado, observado o disposto na lei.

    Conforme art. 20, §2º, Lei 8.112/90.

    D. ERRADO. Exonerado, ainda que seja estável.

    Se estável, será reconduzido ao cargo anterior.

    E. ERRADO. Aproveitado em outro cargo e terá início um novo estágio probatório.

    “Art. 41, §2º, CF. Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.”

    GABARITO: ALTERNATIVA C.


ID
5640382
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Direito Administrativo
Assuntos

De acordo com José dos Santos Carvalho Filho, “a estabilidade é a garantia constitucional do servidor público estatutário de permanecer no serviço público, após três anos de efetivo exercício”.CARVALHO FILHO, 2019, p. 729.

Considerando o que dispõe a Constituição da República Federativa do Brasil (1988) sobre o Instituto da Estabilidade, é correto afirmar que:

Alternativas
Comentários
  • Gab. C (no próprio enunciado deram a resposta).

    Comentando a erradas:

    Letra B - Lei 8.112 -  Art. 22.  O servidor estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa.

    Letra D - Lei 8.112 -  Art. 22.  O servidor estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa.

    Letra E - Lei 8.112 - Art. 28.  A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.

  • Nesta questão espera-se que o aluno assinale a alternativa CORRETA. Para resolvê-la, exige-se do candidato conhecimento acerca da Administração Pública. Vejamos:

    “Art. 41, CF. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.”

    Portanto, a estabilidade do servidor público é conquistada através de:

    - Aprovação em concurso público;

    - Nomeação para cargo de provimento efetivo;

    - Execução das funções pelo prazo de três anos, e

    - Acompanhamento de avaliação de desemprenho.

    Assim:

    A. ERRADO.

    “Art. 41, CF. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.”

    B. ERRADO.

    “Art. 41, CF. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.        

    § 1º O servidor público estável só perderá o cargo:      

    I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;      

    II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;     

    III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.

    C. CERTO.

    “Art. 41, CF. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.”

    D. ERRADO.

    “Art. 41, CF. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.        

    § 1º O servidor público estável só perderá o cargo:      

    I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;      

    II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;     

    III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.

    E. ERRADO.

    “Art. 41, §2º, CF. Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.”

    GABARITO: ALTERNATIVA C.

  • Eu acertei a questão, porem vi que a B, C e D estão corretas. Alguém me explica porque elas a B e D são consideradas incorretas?


ID
5640385
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Direito Administrativo
Assuntos

Carla Beatriz, servidora pública federal, investida, há dois anos, no cargo efetivo de Assistente em Administração da UFRJ, solicita licença para capacitação, nos termos da Lei nº 8.112/1990. A referida licença, ainda que interessante para a Administração, não foi aprovada, considerando que a servidora não havia completado o tempo necessário de efetivo exercício exigido por lei. Sobre essa decisão administrativa, pode-se afirmar que:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA A

    Da Licença para Capacitação

    Art. 87.  Após cada quinquênio de efetivo exercício, o servidor poderá, no interesse da Administração, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três meses, para participar de curso de capacitação profissional.

    Parágrafo único.  Os períodos de licença de que trata o caput não são acumuláveis. 

    FONTE: LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990

    Lembrado que o servidor em estágio probatório NÃO pode abrir a MATRACA!

    Licenças que NÃO poderão ser concedidas ao servidor em estágio probatório.

    MA - Mandato classista;

    TRA - Tratar de assunto particular; e

    CA – Capacitação.

  • Nesta questão espera-se que o aluno assinale a alternativa CORRETA. Para resolvê-la, exige-se do candidato conhecimento acerca do conteúdo da Lei 8.112/90. Vejamos:

    “Art. 87, Lei 8.112/90. Após cada quinquênio de efetivo exercício, o servidor poderá, no interesse da Administração, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três meses, para participar de curso de capacitação profissional.”

    “Art. 20, § 4º, Lei 8.112/90. Ao servidor em estágio probatório somente poderão ser concedidas as licenças e os afastamentos previstos nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afastamento para participar de curso de formação decorrente de aprovação em concurso para outro cargo na Administração Pública Federal.”

    “Art. 81, Lei 8.112/90. Conceder-se-á ao servidor licença:

    I - por motivo de doença em pessoa da família;

    II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;

    III - para o serviço militar;

    IV - para atividade política;

    V - para capacitação;                   

    VI - para tratar de interesses particulares;

    VII - para desempenho de mandato classista.”

    Servidor em Estágio Probatório não pode abrir a MA-TRA-CA.

    MA = MAndato Classista

    TRA = TRAtamento para assuntos particulares

    CA = CApacitação

    Assim:

    A. CERTO. Está correta, pois a legislação determina que, após cada quinquênio de efetivo exercício, o servidor poderá, no interesse da Administração, afastar-se do exercício do cargo efetivo com a respectiva remuneração, por até três meses, para participar de curso de capacitação profissional.

    B. ERRADO. Está correta, pois a legislação determina que, após cada quinquênio de efetivo exercício, o servidor poderá afastar-se do exercício do cargo efetivo, por até um ano, sem a respectiva remuneração, para participar de curso de capacitação profissional.

    Erros em negrito.

    C. ERRADO. Não está correta, pois a legislação determina que, após dois anos de efetivo exercício, o servidor poderá, ainda que não seja interesse da Administração, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, para participar de curso de capacitação profissional. 

    Erros em negrito.

    D. ERRADO. Não está correta, pois a legislação não determina tempo de efetivo exercício para o servidor se afastar do cargo, por até três meses e sem remuneração, para participar de curso de capacitação profissional.

    Erros em negrito.

    E. ERRADO. Está correta, pois a legislação determina que, após seis anos de efetivo exercício, o servidor poderá, ainda que não seja interesse da Administração, afastar-se do exercício do cargo efetivo, sem a respectiva remuneração, por até seis meses.

    Erros em negrito.

    GABARITO: ALTERNATIVA A.


ID
5640388
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Legislação Federal
Assuntos

Charles Maia, estudante de Direito, solicitou à UFRJ informações sobre valores contratuais da reforma do Palácio Universitário, no Campus da Praia Vermelha. Ao receber o pedido de acesso à informação, a Administração exigiu do interessado os motivos determinantes da solicitação, sob pena de não atender à demanda de imediato. Nos termos da Lei nº 12.527/2011, que regula o acesso a informações, a respectiva exigência:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: D

    "... a Administração exigiu do interessado os motivos determinantes da solicitação, sob pena de não atender à demanda de imediato".

    Este é o ponto que mais cai desta lei:

    Art. 10, § 3º São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos determinantes da solicitação de informações de interese público.

    → Como cai:

    • (ESAF/2012) Qualquer interessado poderá apresentar pedido de acesso às informações aos órgãos ou entidades públicas, por escrito, devendo o pedido conter a identidade do requerente e a especificação da informação pública requerida, e apresentar os motivos determinantes da solicitação. → Errado.
    • (VUNESP/2014) É correto afirmar que os órgãos e entidades do poder público devem observar as exigências necessárias relativas aos motivos determinantes da solicitação de informações de interesse público. → Errado.
    • (FCC/2017) O requerimento de acesso a informações deve ser apresentado pelo interessado ao órgão ou pessoa jurídica detentora daquelas, sendo que deve especificar as informações pretendidas, prescindindo de (=não sendo necessário) exposição das razões do pedido, pois o indeferimento depende de configuração das hipóteses previstas em lei, como, por exemplo, de informação pessoal. → Correto.
    • (QUADRIX/2019) O órgão ou a entidade pública deverá autorizar ou conceder o acesso imediato à informação disponível, sendo vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos determinantes da solicitação de informações de interesse público. → Correto.

    Bons estudos! :)

  • Gabarito correto letra D.

    Artigo 10, Paragráfo 3º

    São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos determinantes da solicitação de informações de interesse PÚBLICO.

  • MOTIVO? NESSE CASO, POR QUE SIM! É A RESPOSTA.

    Art. 10, § 3º São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos determinantes da solicitação de informações de interese público.

    Bons Estudos!


ID
5640391
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Não definido

Sobre o Código de Ética do Servidor Público do Poder Executivo Federal, é INCORRETO afirmar que:

Alternativas

ID
5640394
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Direito Administrativo
Assuntos

Para José dos Santos Carvalho Filho, “podemos conceituar a licitação como o procedimento administrativo vinculado por meio do qual os entes da Administração Pública e aqueles por ela controlados selecionam a melhor proposta entre as oferecidas pelos vários interessados, com dois objetivos: a celebração de contratos, ou a obtenção do melhor trabalho técnico, artístico ou científico”. CARVALHO FILHO, 2019, p. 246.

A licitação é norteada por alguns princípios, os quais definem os lineamentos em que se deve situar o procedimento licitatório. De acordo com a Lei nº 8.666/1993, assinale a alternativa que NÃO apresenta um princípio fundamental da licitação.

Alternativas
Comentários
  • Art. 3o  A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos
  • GAB D

    Art. 3º  A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. 

    FONTE: MEUS RESUMOS + LEI 8666/93

    OBS: VENDO MEUS RESUMOS (Whatsapp: 87996271319)

  • Nesta questão espera-se que o aluno assinale a alternativa INCORRETA. Para resolvê-la, exige-se do candidato conhecimento acerca do conteúdo da Lei 8.666/1993. Vejamos:

    Inicialmente importante fazermos menção a nova lei de licitações – Lei 14.133/2021, sancionada em 01/04/2021. Apesar desta sanção, a Lei nº 8.666/93 ainda terá aplicação por mais dois anos.

    Desta forma, nos primeiros 2 anos teremos a aplicação da lei nº 8.666/93, bem como da lei nº 14.133/21. Os órgãos terão a possibilidade de optar em utilizar a lei nº 8.666/93 ou a lei nº 14.133/21, devendo ser justificada a escolha, sendo vedada a combinação das duas leis.

    Como esta presente questão é anterior à nova lei, a lei que a fundamenta ainda é a Lei 8.666/93. Desta forma:

    “Art. 3º, Lei 8.666/93. A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.”

    Desta forma:

    D. ERRADO. Julgamento subjetivo – o correto seria julgamento objetivo.

    GABARITO: ALTERNATIVA D.

  • Meio óbvio.


ID
5640397
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Não definido

Luiz Alfredo, servidor público federal, investido no cargo de administrador na UFRJ e localizado no Setor de Licitações e Contratos, foi nomeado para compor Comissão de Processo Administrativo Disciplinar com vistas a apurar possível fraude em procedimento licitatório, realizado por ele e por sua equipe de trabalho. Diante desta nomeação, cabe ao servidor:

Alternativas

ID
5640400
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Direito Administrativo
Assuntos

“A expressão administração pública admite mais de um sentido. No sentido objetivo, exprime a ideia de atividade, tarefa, ação, enfim a própria função administrativa, constituindo-se como o alvo que o governo quer alcançar. No sentido subjetivo, ao contrário, a expressão indica o universo de órgãos e pessoas que desempenham a mesma função.” CARVALHO FILHO, 2019, p. 483.

Sobre a Administração Pública, de acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil (1988), assinale a alternativa correta.

Alternativas
Comentários
  • adm.Direta( desconcentração)

    • divisão interna de competências
    • cria órgãos(subordinação)
    • não tem personalidade jurídica.
    • são meros centros de competências.

    adm.Indireta( descentralização)

    • divisão externa de competências.
    • distribuição para outras pessoas jurídicas da adm, particulares ou entes políticos.
    • Não há hierarquia o que existe é fiscalização.
  • Nesta questão espera-se que o aluno assinale a alternativa CORRETA. Para resolvê-la, exige-se do candidato conhecimento acerca da Administração Pública. Vejamos:

    Conforme expresso na Constituição Federal Brasileira de 1988:

    Art. 37, CF. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:         

    Trata-se do famoso LIMPE.

    Legalidade

    O Administrador não pode agir, nem deixar de agir, senão de acordo com a lei, na forma determinada.

    Impessoalidade

    A Administração deve atuar de forma a servir a todos, independente de preferências ou aversões partidárias ou pessoais. Encontra-se diretamente relacionado ao princípio da impessoalidade a ideia de igualdade/isonomia. Assim, por exemplo, os concursos públicos representam uma forma de que todos tenham a mesma possibilidade (igualdade formal) de conquistar um cargo público, independentemente de favoritismos e/ou nepotismo. No entanto, o princípio da impessoalidade também se encontra diretamente ligado à ideia de finalidade das ações organizacionais, ou seja, as ações da Administração Pública devem atingir o seu fim legal, a coletividade, não sendo utilizada como forma de beneficiar determinados indivíduos ou grupos apenas.

    Moralidade

    Trata-se aqui não da moral comum, e sim da moral administrativa ou ética profissional, consistindo no conjunto de princípios morais que devem ser observados no exercício de uma profissão.

    Publicidade

    Segundo o princípio da publicidade, os atos públicos devem, como requisito de sua eficácia, ter divulgação oficial, com as exceções previstas em lei (segurança nacional, certas investigações policiais, processos cíveis em segredo de justiça etc.). Quando os atos e contratos tornam-se públicos, há uma maior facilidade de controle pelos interessados e pelo povo de uma maneira geral, e este controle faz referência tanto aos aspectos de legalidade quanto de moralidade.

    Eficiência

    O princípio da eficiência foi introduzido expressamente pela Emenda Constitucional 19 de 4/06/1998, que afirma que não basta a instalação do serviço público. Além disso, o serviço deve ser prestado de forma eficaz e atender plenamente à necessidade para a qual foi criado, através da otimização dos meios para atingir o fim público colimado.

    Apenas a fim de complementação:

    Decreto Lei 200/1967. Art. 4° A Administração Federal compreende:

    I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios.

    II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria:

    a) Autarquias;

    São pessoas jurídicas de Direito Público interno, criadas por lei específica (Art. 37, XIX, CF), às quais é atribuída, para seu melhor funcionamento, autonomia administrativa, econômica e financeira para o exercício de algum serviço público típico do Estado. E: INSS, IBAMA, INCRA, FUNAI etc.

    b) Empresas Públicas;

    São pessoas jurídicas de Direito Privado, constituída com capital exclusivamente público, cuja criação é autorizada por lei, sob qualquer forma jurídica admitida que objetivam a prestação de serviços públicos ou a exploração de atividade econômica (art. 3º, Lei 13.303/16). Ex: Infraero.

    c) Sociedades de Economia Mista.

    Trata-se de uma empresa de capital público e privado, com direção estatal e personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei. Reveste-se da forma de sociedade anônima, com a maioria de ações votantes nas mãos do poder público. (Art. 4º, Lei 13.303/2016). Exemplos: Banco do Brasil e Petrobras.

    d) fundações públicas.

    São entidades dotadas de personalidade jurídica de Direito Privado, sem fins lucrativos, criadas em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de Direito Público, com autonomia administrativa, patrimônio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e outras fontes. Este é o conceito encontrado no Decreto-lei nº 200/1967. Ex: Fundação Padre Anchieta.

    No entanto, importante salientar que há divergência doutrinária acerca da natureza jurídica destas entidades, se de direito público ou privado.

    Assim:

    A. ERRADO.

    A Administração Pública compreende a Administração Indireta (descentralizada) e a Administração Direta (centralizada).

    B. ERRADO.

    A Administração Pública compreende a Administração Indireta (descentralizada) e a Administração Direta (centralizada).

    C. ERRADO.

    Tais entidades representam a Administração Indireta.

    D. ERRADO.

    Refere-se à Administração Direta.

    E. CERTO.

    Conforme explicação supra.

    GABARITO: ALTERNATIVA E.

  • GABARITO - E

    A) É composta pela Administração direta e Indireta.

    _________________________________________________________

    B) Administração direta e Indireta.

    ____________________________

    C) INDIRETA = F.A.S.E

    Fundações

    Autarquias

    Sociedades de Economia mista

    Empresas Públicas

    __________________________________

    D) Característica da Administração direta !

    ______________________________________

    Bons Estudos!!!


ID
5640403
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Direito Administrativo
Assuntos

Sobre os direitos e vantagens do servidor público federal, amparados pela Lei nº 8.112/1990, assinale a alternativa INCORRETA.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA C

    LETRA A - Art. 41.  Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei.

    LETRA B - Art. 44. Parágrafo único.  As faltas justificadas decorrentes de caso fortuito ou de força maior poderão ser compensadas a critério da chefia imediata, sendo assim consideradas como efetivo exercício.   

    LETRA C - Art. 41. § 3   O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens de caráter permanente, é irredutível.

    LETRA D - Art. 48.  O vencimento, a remuneração e o provento não serão objeto de arresto, seqüestro ou penhora, exceto nos casos de prestação de alimentos resultante de decisão judicial.

    LETRA E - Art. 44.  O servidor perderá: I - a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem motivo justificado;

    FONTE: LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990

  • A) Art. 41.  Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei. CORRETA (REMUNERAÇÃO= Vencimento Base + Vantagens Pecuniárias PERMANENTES)

    B) Se é justificado, não há o que temer. Compensa as horas de faltas e fica tudo certo.

    C) Letra da lei, sendo IRREDUTÍVEL. O Vencimento Base + as Vantagens de caráter PERMANENTE não podem ser menores que 1 (um) salário mínimo.

    Poderá o Vencimento Base ser menor que um salário, mas nunca, quando acrescidos de vantagens permanentes (Formando a REMUNERAÇÃO), ser menor.

    Embasamento: Art. 7°, inciso IV; Art. 61, § 1º, inciso II, alínea A. CF88

    D) Art. 48, letra da lei 8.112/90.

    E) Letra da lei. (8.112/90)

    Art. 44.  O servidor perderá:

    I - a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem motivo justificado;

  • Nesta questão espera-se que o aluno assinale a alternativa INCORRETA. Para resolvê-la, exige-se do candidato conhecimento acerca do conteúdo da Lei 8.112/90. Vejamos:

    A. CERTO.

    “Art. 41, Lei 8.112/90. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei.”

    B. CERTO.

    “Art. 44, parágrafo único, Lei 8.112/90. As faltas justificadas decorrentes de caso fortuito ou de força maior poderão ser compensadas a critério da chefia imediata, sendo assim consideradas como efetivo exercício.”

    C. ERRADO.

    “Art. 41, § 3º, Lei 8.112/90. O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens de caráter permanente, é irredutível.”

    D. CERTO.

    “Art. 48, Lei 8.112/90. O vencimento, a remuneração e o provento não serão objeto de arresto, sequestro ou penhora, exceto nos casos de prestação de alimentos resultante de decisão judicial.”

    E. CERTO.

    “Art. 44, Lei 8.112/90. O servidor perderá:

    I - a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem motivo justificado.”

    GABARITO: ALTERNATIVA C.


ID
5640406
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Não definido

De acordo com a Lei nº 13.460/2017, que dispõe sobre participação, proteção e defesa dos direitos do usuário dos serviços públicos da administração pública, o usuário de serviço público tem direito à adequada prestação dos serviços, devendo os agentes públicos e prestadores de serviços públicos observar as seguintes diretrizes, EXCETO:

Alternativas

ID
5640409
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Não definido

Um hospital de um município, localizado a 85 km do Rio de Janeiro e a cerca de 1500 metros de altitude, solicita ao laboratório a realização de uma contagem de células no LÍQUOR (Líquido Céfalo Raquidiano-LCR); uma cultura; GRAM no LCR e um hemograma de um paciente que lá deu entrada com suspeita de meningite. Indique a orientação mais adequada em relação ao transporte da amostra para a realização da contagem de leucócitos e hemácias; cultura; Gram do LCR e a realização do hemograma.

Alternativas

ID
5640412
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Não definido

Foi solicitada a coleta de uma gasometria venosa. Respeitando as recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) para coleta de sangue venoso (2010), é correto afirmar que:

Alternativas

ID
5640415
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Não definido

Segundo o Manual Técnico para o Diagnóstico da Infecção pelo HIV em Adultos e Crianças de 2018:

Alternativas

ID
5640418
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Não definido

Em um EAS, pesquisa de Elementos Anormais e Sedimentoscopia, a utilização de um refratômetro visa a determinar:

Alternativas

ID
5640421
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Não definido

Em um clearance de creatinina, haverá a dosagem da creatinina na urina de 24 horas e no soro. A amostra de sangue deve ser colhida:

Alternativas

ID
5640424
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Não definido

Os contadores automáticos de células realizam o hemograma completo, a contagem de plaquetas e de reticulócitos em cerca de um minuto. Contudo, o contador automático do laboratório parou de funcionar. Necessitando realizar uma contagem de reticulócitos com urgência, o corante a ser utilizado para coloração é:

Alternativas

ID
5640427
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Não definido

A um paciente pediátrico com febre de origem desconhecida, com suspeita de sepse, foram solicitados os exames de hemocultura, hemograma, tempo de tromboplastina parcial ativada e tempo de protrombina. Segundo as recomendações da CSLI H3-A6 e da SBPC/ML para coleta de sangue venoso (2010), assinale a ordem correta dos tubos a serem utilizados para a realização desses exames, sabendo-se que todos os tubos são plásticos e que a coleta será a vácuo, por meio de escalpe 23G de segurança.

Alternativas

ID
5640430
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Não definido

Para medir controle da velocidade da centrífuga, usa-se:

Alternativas

ID
5640433
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Não definido

Segundo as diretrizes da SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes) e da ADA (Associação Americana de Diabetes) de 2019, é válida a interpretação de uma glicemia de jejum se:

Alternativas

ID
5640436
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Não definido

Ao realizar a centrifugação de vários tubos, alguns de volumes diferentes, deve-se:

Alternativas

ID
5640439
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Não definido

Para realizar a limpeza de um equipamento, o manual indica utilizar 100 ml de hipoclorito de sódio a 2%, embora no laboratório só esteja disponível o hipoclorito de sódio a 10%. Dentre as diluições com água destilada a seguir, assinale a que atenderá ao requerido no manual.

Alternativas

ID
5640442
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Não definido

Após utilizar algumas pipetas sorológicas de precisão, elas foram submetidas à lavagem com degermantes, detergentes e água destilada e, posteriormente, deverão:

Alternativas

ID
5640445
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Não definido

Os frascos com conservante para coleta de urina para cultura e/ou EAS utilizam ácido bórico, o que dispensa a refrigeração e garante a amostra de urina por até:

Alternativas

ID
5640448
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Não definido

O sangue colhido para os exames de Tempo de Protrombina, Tempo de Tromboplastina Parcial ativado e Fibrinogênio é colocado no tubo de tampa azul, que deverá ser centrifugado:

Alternativas

ID
5640451
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Não definido

Ao receber amostras para dosagem de ferro e ferritina, e após a centrifugação, observa-se intensa hemólise no soro para as duas dosagens. Assinale a opção tecnicamente correta.

Alternativas

ID
5640454
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Não definido

Segundo o Manual de Recomendações Para o Controle da Tuberculose no Brasil, na edição de 2011, reeditada em 2019, em uma prova tuberculínica (PPD), após a aplicação do PPD, a leitura deve ser realizada de:

Alternativas

ID
5640457
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Não definido

Um paciente com solicitação do exame de sangue oculto nas fezes aguarda orientação para coleta da amostra. Sabendo que o laboratório utiliza o teste imunocromatográfico rápido, para detecção qualitativa de hemoglobina humana, o paciente deve receber orientação de que:

Alternativas

ID
5640460
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Não definido

Um resultado de exame parasitológico de fezes negativo significa que:

Alternativas

ID
5640463
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Não definido

Para realização de uma dosagem de hemoglobina glicosilada:

Alternativas

ID
5640466
Banca
UFRJ
Órgão
UFRJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Não definido

Segundo a RDC nº 302/2005, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a responsabilidade técnica pelos testes remotos de glicemia, realizados na emergência de um hospital, é do(a):

Alternativas