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Prova Aeronáutica - 2016 - CIAAR - Primeiro Tenente - Engenharia Mecânica


ID
1972063
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                   Contra a mera “tolerância” das diferenças 

      “É preciso tolerar a diversidade”. Sempre que me defronto com esse tipo de colocação, aparentemente progressista e bem intencionada, fico indignado. Não, não é preciso tolerar.  

      “Tolerar”, segundo qualquer dicionário, significa algo como “suportar com indulgência”, ou seja, deixar passar com resignação, ainda que sem consentir expressamente com aquela conduta.

      “Tolerar” o que é diferente consiste, antes de qualquer coisa, em atribuir a “quem tolera” um poder sobre “o que tolera”. Como se este dependesse do consentimento daquele para poder existir. “Quem tolera” acaba visto, ainda, como generoso e benevolente, por dar uma “permissão” como se fosse um favor ou um ato de bondade extrema.

      Esse tipo de discurso, no fundo, nega o direito à existência autônoma do que é diferente dos padrões construídos socialmente. Mais: funciona como um expediente do desejo de estigmatizar o diferente e manter este às margens da cultura hegêmonica, que traça a tênue linha divisória entre o normal e o anormal.

      Tolerar não deve ser celebrada e buscada nem como ideal político e tampouco como virtude individual. Ainda que o argumento liberal enxergue, na tolerância, uma manifestação legítima e até necessária da igualdade moral básica entre os indivíduos, não é esse o seu sentido recorrente nos discursos da política.

      Com efeito, ainda que a defesa liberal-igualitária da tolerância, diante de discussões controversas, postule que se trate de um respeito mútuo em um cenário de imparcialidade das instituições frente a concepções morais mais gerais, isso não pode funcionar em um mundo marcado por graves desigualdades estruturais.

(QUINALHA, Renan. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/2016/02/contra-a-mera-tolerancia-das-diferencas/. Acesso em: 30/03/2016. Trecho.)

Assinale a alternativa que apresenta um trecho do texto em que o sujeito recebe a ação do verbo.

Alternativas
Comentários
  • Alguém poderia me explicar essa resposta?

  • ''recebe açao do verbo'' - sujeito paciente, voz passiva.

       A- unica que tem verbo ser+participio

  •  

    Bora lá!!

    “[...] Tolerar não deve ser celebrada e buscada [...]” 

    Quem é o sujeito da frase? O verbo Tolerar.

    O sujeito está recebendo duas ações que é: de não ser celebrada e não ser buscada, ou seja, é voz passiva. O sujeito recebe a ação. 

    No entanto, se o sujeito estivesse praticando a ação seria voz ativa.

     

  • Gabriela OA, e so vc perguntar : quem não pode sofrer a ação de ser celebrada e buscada?? : = Tolerar.

    ..

    logo, e Sujeito Passivo, pois esta sofrendo a açao.

    ..

    GAB - A


ID
1972111
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa. Pasmo e desolo-me. O meu instinto de perfeição deveria inibir-me de acabar; deveria inibir-me até de dar começo. Mas distraio-me e faço. O que consigo é um produto, em mim, não de uma aplicação de vontade, mas de uma cedência dela. Começo porque não tenho força para pensar; acabo porque não tenho alma para suspender. Este livro é a minha cobardia.

      A razão por que tantas vezes interrompo um pensamento com um trecho de paisagem, que de algum modo se integra no esquema, real ou suposto, das minhas impressões, é que essa paisagem é uma porta por onde fujo ao conhecimento da minha impotência criadora. Tenho a necessidade, em meio das conversas comigo que formam as palavras deste livro, de falar de repente com outra pessoa, e dirijo-me à luz que paira, como agora, sobre os telhados das casas, que parecem molhados de tê-la de lado; ao agitar brando das árvores altas na encosta citadina, que parecem perto, numa possibilidade de desabamento mudo; aos cartazes sobrepostos das casas ingremadas, com janelas por letras onde o sol morto doira goma húmida.

      Por que escrevo, se não escrevo melhor? Mas que seria de mim se não escrevesse o que consigo escrever, por inferior a mim mesmo que nisso seja? Sou um plebeu da aspiração, porque tento realizar; não ouso o silêncio como quem receia um quarto escuro. Sou como os que prezam a medalha mais que o esforço, e gozam a glória na peliça [...].

      Escrever, sim, é perder-me, mas todos se perdem, porque tudo é perda. Porém eu perco-me sem alegria, não como o rio na foz para que nasceu incógnito, mas como o lago feito na praia pela maré alta, e cuja água sumida nunca mais regressa ao mar.

(PESSOA, Fernando. Livro do Desassossego: composto por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa. Org. Richard Zenith. 3ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.)

Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa. Pasmo e desolo-me. O meu instinto de perfeição deveria inibir-me de acabar.”

Como ficariam as palavras destacadas no trecho acima, mantendo a coerência estilística do autor e o mesmo tempo verbal, caso seu sujeito fosse a primeira pessoa do plural?

Alternativas

ID
1972444
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                             Contra a mera “tolerância” das diferenças

      “É preciso tolerar a diversidade”. Sempre que me defronto com esse tipo de colocação, aparentemente progressista e bem intencionada, fico indignado. Não, não é preciso tolerar.

      “Tolerar”, segundo qualquer dicionário, significa algo como “suportar com indulgência”, ou seja, deixar passar com resignação, ainda que sem consentir expressamente com aquela conduta.

      “Tolerar” o que é diferente consiste, antes de qualquer coisa, em atribuir a “quem tolera” um poder sobre “o que tolera”. Como se este dependesse do consentimento daquele para poder existir. “Quem tolera” acaba visto, ainda, como generoso e benevolente, por dar uma “permissão” como se fosse um favor ou um ato de bondade extrema.

      Esse tipo de discurso, no fundo, nega o direito à existência autônoma do que é diferente dos padrões construídos socialmente. Mais: funciona como um expediente do desejo de estigmatizar o diferente e manter este às margens da cultura hegêmonica, que traça a tênue linha divisória entre o normal e o anormal.

      Tolerar não deve ser celebrada e buscada nem como ideal político e tampouco como virtude individual. Ainda que o argumento liberal enxergue, na tolerância, uma manifestação legítima e até necessária da igualdade moral básica entre os indivíduos, não é esse o seu sentido recorrente nos discursos da política.

      Com efeito, ainda que a defesa liberal-igualitária da tolerância, diante de discussões controversas, postule que se trate de um respeito mútuo em um cenário de imparcialidade das instituições frente a concepções morais mais gerais, isso não pode funcionar em um mundo marcado por graves desigualdades estruturais.

(QUINALHA, Renan. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/2016/02/contra-a-mera-tolerancia-das-diferencas/. Acesso em: 30/03/2016. Trecho.)

Marque a alternativa que apresenta o mesmo valor semântico do contexto em que foi aplicada a expressão "Com efeito" (6º§).

Alternativas
Comentários
  • Alternativa: A

    “Com efeito” é uma locução adverbial de modo, que, do ponto de vista linguístico-textual e da coesão, funciona para
    retomar e confirmar as ideias lançadas anteriormente. Ele tem o mesmo sentido de “em verdade” (“de maneira
    verdadeira”), “para que não reste dúvidas” e “de fato” (“de modo factual”, que pode ser comprovado pelos fatos).
    Por sua vez, “às vezes” é uma locução adverbial de tempo, com sentido de “nem sempre”; “em síntese” é uma locução
    adverbial de modo, mas com sentido de “resumindo”; e “ao contrário” é uma locução adverbial de modo, mas com
    sentido de “contrariamente”, “em sentido contrário”.
    Fontes:
    MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008;
    BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa: atualizada pelo novo Acordo Ortográfico. 37. ed. Rio de Janeiro:
    Nova Fronteira, 2009;
    CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza A. Cochar. Gramática Reflexiva: texto, semântica e interação. Ensino
    Médio. Conforme nova ortografia. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2009;
    CIPRO NETO, Pasquale; INFANTE, Ulisses. Gramática da Língua Portuguesa. 3. ed. São Paulo: Scipione, 2010;
    CUNHA, Celso; CINTRA, Luís F. Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. 6. ed. Rio de Janeiro: Lexikon
    Editora Digital, 2013;
    GARCIA, Othon Moacyr. Comunicação em prosa moderna: Aprenda a escrever, aprendendo a pensar. 27. ed. Rio de
    Janeiro: FGV, 2010.

  • Significado de Com efeito. locução adverbial De maneira efetiva; na verdade, na realidade; de fato; efetivamente, verdadeiramente, realmente: a paz mundial é difícil, com efeito, mas é possível.

     

    Jean Vinicius, apesar de seu raciocínio ser viável, o autor preferiu utilizar um conectivo não com significação conclusiva, mas apenas um conectivo coesivo. Ele pode até ter apresentado idéias conclusivas e sintéticas do restante do texto, mas o conectivo utilizado tem sua significação própria.


ID
1972504
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa. Pasmo e desolo-me. O meu instinto de perfeição deveria inibir-me de acabar; deveria inibir-me até de dar começo. Mas distraio-me e faço. O que consigo é um produto, em mim, não de uma aplicação de vontade, mas de uma cedência dela. Começo porque não tenho força para pensar; acabo porque não tenho alma para suspender. Este livro é a minha cobardia.

      A razão por que tantas vezes interrompo um pensamento com um trecho de paisagem, que de algum modo se integra no esquema, real ou suposto, das minhas impressões, é que essa paisagem é uma porta por onde fujo ao conhecimento da minha impotência criadora. Tenho a necessidade, em meio das conversas comigo que formam as palavras deste livro, de falar de repente com outra pessoa, e dirijo-me à luz que paira, como agora, sobre os telhados das casas, que parecem molhados de tê-la de lado; ao agitar brando das árvores altas na encosta citadina, que parecem perto, numa possibilidade de desabamento mudo; aos cartazes sobrepostos das casas ingremadas, com janelas por letras onde o sol morto doira goma húmida.

      Por que escrevo, se não escrevo melhor? Mas que seria de mim se não escrevesse o que consigo escrever, por inferior a mim mesmo que nisso seja? Sou um plebeu da aspiração, porque tento realizar; não ouso o silêncio como quem receia um quarto escuro. Sou como os que prezam a medalha mais que o esforço, e gozam a glória na peliça [...].

      Escrever, sim, é perder-me, mas todos se perdem, porque tudo é perda. Porém eu perco-me sem alegria, não como o rio na foz para que nasceu incógnito, mas como o lago feito na praia pela maré alta, e cuja água sumida nunca mais regressa ao mar.

(PESSOA, Fernando. Livro do Desassossego: composto por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa. Org. Richard Zenith. 3ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.)

A razão por que tantas vezes interrompo um pensamento com um trecho de paisagem, que de algum modo se integra no esquema, real ou suposto, das minhas impressões...” (2º§) as vírgulas que separam “real ou suposto” encontram a mesma correspondência de utilização em:

Alternativas
Comentários
  • Alternativa: C

    O trecho “real ou imposto” amplia o esquema referido no texto, cumprindo papel sintático de aposto. Da mesma forma
    que em “Em minha cidade...”, onde “Florianópolis” aclara a cidade da qual se fala.
    Nas outras afirmativas ocorrem vocativos (termo sintático que serve para nomear um interlocutor ao qual se dirige a
    palavra): “Larissa, me procure...” e “Cuidado, Matheus, para...”; e oração subordinada (onde há presença de verbo:
    “César, antes de ir à...”.
    Fontes:
    BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa: atualizada pelo novo Acordo Ortográfico. 37. ed. Rio de Janeiro:
    Nova Fronteira, 2009;
    CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza A. Cochar. Gramática Reflexiva: texto, semântica e interação. Ensino
    Médio. Conforme nova ortografia. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2009;
    CIPRO NETO, Pasquale; INFANTE, Ulisses. Gramática da Língua Portuguesa. 3. ed. São Paulo: Scipione, 2010;
    CUNHA, Celso; CINTRA, Luís F. Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. 6. ed. Rio de Janeiro: Lexikon
    Editora Digital, 2013.


ID
1972519
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                         Contra a mera “tolerância” das diferenças

      “É preciso tolerar a diversidade”. Sempre que me defronto com esse tipo de colocação, aparentemente progressista e bem intencionada, fico indignado. Não, não é preciso tolerar.

      “Tolerar”, segundo qualquer dicionário, significa algo como “suportar com indulgência”, ou seja, deixar passar com resignação, ainda que sem consentir expressamente com aquela conduta.

      “Tolerar” o que é diferente consiste, antes de qualquer coisa, em atribuir a “quem tolera” um poder sobre “o que tolera”. Como se este dependesse do consentimento daquele para poder existir. “Quem tolera” acaba visto, ainda, como generoso e benevolente, por dar uma “permissão” como se fosse um favor ou um ato de bondade extrema.

      Esse tipo de discurso, no fundo, nega o direito à existência autônoma do que é diferente dos padrões construídos socialmente. Mais: funciona como um expediente do desejo de estigmatizar o diferente e manter este às margens da cultura hegêmonica, que traça a tênue linha divisória entre o normal e o anormal.

      Tolerar não deve ser celebrada e buscada nem como ideal político e tampouco como virtude individual. Ainda que o argumento liberal enxergue, na tolerância, uma manifestação legítima e até necessária da igualdade moral básica entre os indivíduos, não é esse o seu sentido recorrente nos discursos da política.

      Com efeito, ainda que a defesa liberal-igualitária da tolerância, diante de discussões controversas, postule que se trate de um respeito mútuo em um cenário de imparcialidade das instituições frente a concepções morais mais gerais, isso não pode funcionar em um mundo marcado por graves desigualdades estruturais.

(QUINALHA, Renan. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/2016/02/contra-a-mera-tolerancia-das-diferencas/. Acesso em: 30/03/2016. Trecho.)

No artigo de opinião, veiculado em revistas ou jornais, o conteúdo, geralmente, consta de acontecimentos de ordem política, econômica, social, histórica ou cultural, e raramente sobre acontecimentos ou vivências pessoais”.

(KOCH, Ingedore Vilaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2006).

Assinale a alternativa que apresenta o trecho contraditório ao exposto no postulado acima.

Alternativas
Comentários
  • Alguém pode Explicar o porque do gabarito ser a alternativa C?

  • O artigo de opinião dificilmente parte de uma experiência e/ou relato pessoal, esse é um atributo de gêneros como a

    “crônica”. No entanto, em “Sempre que me defronto com esse tipo de colocação, aparentemente progressista e bem-intencionada,

    fico indignado” (1º§), o autor parte de vivências para expor o seu ponto de vista acerca do assunto

    discutido no texto.

    Observe-se, nesse sentido, que as demais alternativas apontam para trechos que dialogam com a noção do gênero

    “artigo de opinião”, quer seja: citação de acontecimentos; argumentos para convencimento do interlocutor; e exposição

    de ponto de vista.


ID
1972522
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                         Contra a mera “tolerância” das diferenças

      “É preciso tolerar a diversidade”. Sempre que me defronto com esse tipo de colocação, aparentemente progressista e bem intencionada, fico indignado. Não, não é preciso tolerar.

      “Tolerar”, segundo qualquer dicionário, significa algo como “suportar com indulgência”, ou seja, deixar passar com resignação, ainda que sem consentir expressamente com aquela conduta.

      “Tolerar” o que é diferente consiste, antes de qualquer coisa, em atribuir a “quem tolera” um poder sobre “o que tolera”. Como se este dependesse do consentimento daquele para poder existir. “Quem tolera” acaba visto, ainda, como generoso e benevolente, por dar uma “permissão” como se fosse um favor ou um ato de bondade extrema.

      Esse tipo de discurso, no fundo, nega o direito à existência autônoma do que é diferente dos padrões construídos socialmente. Mais: funciona como um expediente do desejo de estigmatizar o diferente e manter este às margens da cultura hegêmonica, que traça a tênue linha divisória entre o normal e o anormal.

      Tolerar não deve ser celebrada e buscada nem como ideal político e tampouco como virtude individual. Ainda que o argumento liberal enxergue, na tolerância, uma manifestação legítima e até necessária da igualdade moral básica entre os indivíduos, não é esse o seu sentido recorrente nos discursos da política.

      Com efeito, ainda que a defesa liberal-igualitária da tolerância, diante de discussões controversas, postule que se trate de um respeito mútuo em um cenário de imparcialidade das instituições frente a concepções morais mais gerais, isso não pode funcionar em um mundo marcado por graves desigualdades estruturais.

(QUINALHA, Renan. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/2016/02/contra-a-mera-tolerancia-das-diferencas/. Acesso em: 30/03/2016. Trecho.)

Considerando apenas o título, pode se levantar a hipótese de que o texto

Alternativas
Comentários
  • Por que não poderia ser letra D?

    O foco principal do texto foi a discussão implícita na palavra "tolerar", assim, o autor fez sua definição, apresentou argumentos reais de como isso é tratado politicamente pelas pessoas que se dizem "tolerantes" e, concluiu com sua opinião sobre o ato de "tolerar".

  • Considerando apenas o título. Por essa razão não pode ser "D".


ID
1972525
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                         Contra a mera “tolerância” das diferenças

      “É preciso tolerar a diversidade”. Sempre que me defronto com esse tipo de colocação, aparentemente progressista e bem intencionada, fico indignado. Não, não é preciso tolerar.

      “Tolerar”, segundo qualquer dicionário, significa algo como “suportar com indulgência”, ou seja, deixar passar com resignação, ainda que sem consentir expressamente com aquela conduta.

      “Tolerar” o que é diferente consiste, antes de qualquer coisa, em atribuir a “quem tolera” um poder sobre “o que tolera”. Como se este dependesse do consentimento daquele para poder existir. “Quem tolera” acaba visto, ainda, como generoso e benevolente, por dar uma “permissão” como se fosse um favor ou um ato de bondade extrema.

      Esse tipo de discurso, no fundo, nega o direito à existência autônoma do que é diferente dos padrões construídos socialmente. Mais: funciona como um expediente do desejo de estigmatizar o diferente e manter este às margens da cultura hegêmonica, que traça a tênue linha divisória entre o normal e o anormal.

      Tolerar não deve ser celebrada e buscada nem como ideal político e tampouco como virtude individual. Ainda que o argumento liberal enxergue, na tolerância, uma manifestação legítima e até necessária da igualdade moral básica entre os indivíduos, não é esse o seu sentido recorrente nos discursos da política.

      Com efeito, ainda que a defesa liberal-igualitária da tolerância, diante de discussões controversas, postule que se trate de um respeito mútuo em um cenário de imparcialidade das instituições frente a concepções morais mais gerais, isso não pode funcionar em um mundo marcado por graves desigualdades estruturais.

(QUINALHA, Renan. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/2016/02/contra-a-mera-tolerancia-das-diferencas/. Acesso em: 30/03/2016. Trecho.)

Esse tipo de discurso (   ), no fundo, nega o direito à existência autônoma do que é diferente (   ) dos padrões construídos socialmente (   )”.

A partir do ponto de vista da referenciação e do progresso referencial, classifique os referentes do trecho acima e, em seguida, marque a opção correta. (Alguns números podem ser utilizados mais de uma vez ou não serem utilizados). 

(1) Introdução

(2) Retomada

(3) Desfocalização 

Alternativas
Comentários
  • a) introdução (construção): acontece quando um objeto até então não mencionado é introduzido no texto, de modo que a expressão linguística que o representa é posta em foco, ficando esse objeto saliente no modelo textual;

    b) retomada (manutenção): realiza-se quando um objeto já presente no texto é reativado por meio de uma forma referencial, de modo que o objeto de discurso permaneça em foco; e

    c) desfocalização: concretiza-se quando um novo objeto de discurso é introduzido, passando a ocupar a posição focal. O objeto retirado de foco, contudo, permanece em estado de ativação parcial, ou seja, ele continua disponível para utilização imediata sempre que necessário.


ID
1972528
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                         Contra a mera “tolerância” das diferenças

      “É preciso tolerar a diversidade”. Sempre que me defronto com esse tipo de colocação, aparentemente progressista e bem intencionada, fico indignado. Não, não é preciso tolerar.

      “Tolerar”, segundo qualquer dicionário, significa algo como “suportar com indulgência”, ou seja, deixar passar com resignação, ainda que sem consentir expressamente com aquela conduta.

      “Tolerar” o que é diferente consiste, antes de qualquer coisa, em atribuir a “quem tolera” um poder sobre “o que tolera”. Como se este dependesse do consentimento daquele para poder existir. “Quem tolera” acaba visto, ainda, como generoso e benevolente, por dar uma “permissão” como se fosse um favor ou um ato de bondade extrema.

      Esse tipo de discurso, no fundo, nega o direito à existência autônoma do que é diferente dos padrões construídos socialmente. Mais: funciona como um expediente do desejo de estigmatizar o diferente e manter este às margens da cultura hegêmonica, que traça a tênue linha divisória entre o normal e o anormal.

      Tolerar não deve ser celebrada e buscada nem como ideal político e tampouco como virtude individual. Ainda que o argumento liberal enxergue, na tolerância, uma manifestação legítima e até necessária da igualdade moral básica entre os indivíduos, não é esse o seu sentido recorrente nos discursos da política.

      Com efeito, ainda que a defesa liberal-igualitária da tolerância, diante de discussões controversas, postule que se trate de um respeito mútuo em um cenário de imparcialidade das instituições frente a concepções morais mais gerais, isso não pode funcionar em um mundo marcado por graves desigualdades estruturais.

(QUINALHA, Renan. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/2016/02/contra-a-mera-tolerancia-das-diferencas/. Acesso em: 30/03/2016. Trecho.)

Seria possível articular o segundo parágrafo ao terceiro, considerando possíveis adaptações sintáticas, mas mantendo-se o valor semântico da articulação, com o operador organizacional

Alternativas
Comentários
  • Veja que os dois parágrafos buscam definir o que é "tolerar", mas de forma diferente, ou seja, o autor tenta explicar a mesma coisa com diferentes embasamentos.

    Por exemplo: Estudar. Segundo dicionário estudar é adquirir habilidade e/ou conhecimento. Em outras palavras, é uma atividade na qual o ser busca adicionar ao seu intelecto novos modos de executar atividades e novas definições... (sei que foi um exemplo bem "paia", mas foi o q consegui na hora).

    A primeira forma é utilizando o dicionário. Já a segunda, acredito eu, através de opinião própria


ID
1972531
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                         Contra a mera “tolerância” das diferenças

      “É preciso tolerar a diversidade”. Sempre que me defronto com esse tipo de colocação, aparentemente progressista e bem intencionada, fico indignado. Não, não é preciso tolerar.

      “Tolerar”, segundo qualquer dicionário, significa algo como “suportar com indulgência”, ou seja, deixar passar com resignação, ainda que sem consentir expressamente com aquela conduta.

      “Tolerar” o que é diferente consiste, antes de qualquer coisa, em atribuir a “quem tolera” um poder sobre “o que tolera”. Como se este dependesse do consentimento daquele para poder existir. “Quem tolera” acaba visto, ainda, como generoso e benevolente, por dar uma “permissão” como se fosse um favor ou um ato de bondade extrema.

      Esse tipo de discurso, no fundo, nega o direito à existência autônoma do que é diferente dos padrões construídos socialmente. Mais: funciona como um expediente do desejo de estigmatizar o diferente e manter este às margens da cultura hegêmonica, que traça a tênue linha divisória entre o normal e o anormal.

      Tolerar não deve ser celebrada e buscada nem como ideal político e tampouco como virtude individual. Ainda que o argumento liberal enxergue, na tolerância, uma manifestação legítima e até necessária da igualdade moral básica entre os indivíduos, não é esse o seu sentido recorrente nos discursos da política.

      Com efeito, ainda que a defesa liberal-igualitária da tolerância, diante de discussões controversas, postule que se trate de um respeito mútuo em um cenário de imparcialidade das instituições frente a concepções morais mais gerais, isso não pode funcionar em um mundo marcado por graves desigualdades estruturais.

(QUINALHA, Renan. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/2016/02/contra-a-mera-tolerancia-das-diferencas/. Acesso em: 30/03/2016. Trecho.)

Julgue as assertivas abaixo, a partir das ideias apresentadas pelo texto.

I. No terceiro parágrafo, o autor faz a defesa de que haja a hierarquização entre os que “toleram” em detrimento dos que são “tolerados”.

II. Nos dois últimos parágrafos, há a explicação, onde é elucidada a relação entre o fato e a ideia defendidas pelo autor do texto.

III. A última oração do texto é melhor compreendida quando o leitor assume uma atitude responsiva ativa diante dela.

Estão corretas as afirmativas

Alternativas

ID
1972537
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                         Contra a mera “tolerância” das diferenças

      “É preciso tolerar a diversidade”. Sempre que me defronto com esse tipo de colocação, aparentemente progressista e bem intencionada, fico indignado. Não, não é preciso tolerar.

      “Tolerar”, segundo qualquer dicionário, significa algo como “suportar com indulgência”, ou seja, deixar passar com resignação, ainda que sem consentir expressamente com aquela conduta.

      “Tolerar” o que é diferente consiste, antes de qualquer coisa, em atribuir a “quem tolera” um poder sobre “o que tolera”. Como se este dependesse do consentimento daquele para poder existir. “Quem tolera” acaba visto, ainda, como generoso e benevolente, por dar uma “permissão” como se fosse um favor ou um ato de bondade extrema.

      Esse tipo de discurso, no fundo, nega o direito à existência autônoma do que é diferente dos padrões construídos socialmente. Mais: funciona como um expediente do desejo de estigmatizar o diferente e manter este às margens da cultura hegêmonica, que traça a tênue linha divisória entre o normal e o anormal.

      Tolerar não deve ser celebrada e buscada nem como ideal político e tampouco como virtude individual. Ainda que o argumento liberal enxergue, na tolerância, uma manifestação legítima e até necessária da igualdade moral básica entre os indivíduos, não é esse o seu sentido recorrente nos discursos da política.

      Com efeito, ainda que a defesa liberal-igualitária da tolerância, diante de discussões controversas, postule que se trate de um respeito mútuo em um cenário de imparcialidade das instituições frente a concepções morais mais gerais, isso não pode funcionar em um mundo marcado por graves desigualdades estruturais.

(QUINALHA, Renan. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/2016/02/contra-a-mera-tolerancia-das-diferencas/. Acesso em: 30/03/2016. Trecho.)

Classifique as ideias do texto expostas abaixo com os pressupostos de interpretação a seguir. A seguir, assinale a alternativa que apresenta a classificação correta. (Alguns números podem ser utilizados mais de uma vez ou não serem utilizados).

(1) Fato

(2) Inferência do autor

(3) Opinião do autor


( ) “Tolerar‟ o que é diferente consiste, antes de qualquer coisa, em atribuir a “quem tolera” um poder sobre “o que tolera”. Como se este dependesse do consentimento daquele para poder existir”.

( ) “Tolerar‟, segundo qualquer dicionário, significa algo como “suportar com indulgência”, ou seja, deixar passar com resignação, ainda que sem consentir expressamente com aquela conduta”.

( ) “Mais: funciona como um expediente do desejo de estigmatizar o diferente e manter este às margens da cultura”.

( ) “Tolerar não deve ser celebrada e buscada nem como ideal político e tampouco como virtude individual”.

Alternativas
Comentários
  • Algo cuja verdade pode ser atestada, comprovada: as melhorias na educação nunca serão fatos? ... Etimologia (origem da palavra fatos). Plural de fato, do latim factum, de facere, "fazer"

    Significa interpretar os elementos que estão explícitos e implícitos no texto, analisando em conjunto tudo que foi escrito e compreendendo a ideia central do texto. A inferência textual pode requerer algum conhecimento prévio sobre o tema da leitura.

    O artigo de opinião é um texto onde o autor expõe seu posicionamento sobre um determinado tema de interesse público. É um texto dissertativo que traz argumentos sobre o assunto abordado. O escritor, além de mostrar o seu ponto de vista, deve sustentá-lo com argumentos coerentes.


ID
1972540
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                         Contra a mera “tolerância” das diferenças

      “É preciso tolerar a diversidade”. Sempre que me defronto com esse tipo de colocação, aparentemente progressista e bem intencionada, fico indignado. Não, não é preciso tolerar.

      “Tolerar”, segundo qualquer dicionário, significa algo como “suportar com indulgência”, ou seja, deixar passar com resignação, ainda que sem consentir expressamente com aquela conduta.

      “Tolerar” o que é diferente consiste, antes de qualquer coisa, em atribuir a “quem tolera” um poder sobre “o que tolera”. Como se este dependesse do consentimento daquele para poder existir. “Quem tolera” acaba visto, ainda, como generoso e benevolente, por dar uma “permissão” como se fosse um favor ou um ato de bondade extrema.

      Esse tipo de discurso, no fundo, nega o direito à existência autônoma do que é diferente dos padrões construídos socialmente. Mais: funciona como um expediente do desejo de estigmatizar o diferente e manter este às margens da cultura hegêmonica, que traça a tênue linha divisória entre o normal e o anormal.

      Tolerar não deve ser celebrada e buscada nem como ideal político e tampouco como virtude individual. Ainda que o argumento liberal enxergue, na tolerância, uma manifestação legítima e até necessária da igualdade moral básica entre os indivíduos, não é esse o seu sentido recorrente nos discursos da política.

      Com efeito, ainda que a defesa liberal-igualitária da tolerância, diante de discussões controversas, postule que se trate de um respeito mútuo em um cenário de imparcialidade das instituições frente a concepções morais mais gerais, isso não pode funcionar em um mundo marcado por graves desigualdades estruturais.

(QUINALHA, Renan. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/2016/02/contra-a-mera-tolerancia-das-diferencas/. Acesso em: 30/03/2016. Trecho.)

Por certo, esse texto utiliza, como é comum, palavras e expressões que se modificam e têm seus sentidos mais aclarados conforme o contexto. Não foi aplicado com sentido conotativo, o verbete

Alternativas

ID
1972546
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                         Contra a mera “tolerância” das diferenças

      “É preciso tolerar a diversidade”. Sempre que me defronto com esse tipo de colocação, aparentemente progressista e bem intencionada, fico indignado. Não, não é preciso tolerar.

      “Tolerar”, segundo qualquer dicionário, significa algo como “suportar com indulgência”, ou seja, deixar passar com resignação, ainda que sem consentir expressamente com aquela conduta.

      “Tolerar” o que é diferente consiste, antes de qualquer coisa, em atribuir a “quem tolera” um poder sobre “o que tolera”. Como se este dependesse do consentimento daquele para poder existir. “Quem tolera” acaba visto, ainda, como generoso e benevolente, por dar uma “permissão” como se fosse um favor ou um ato de bondade extrema.

      Esse tipo de discurso, no fundo, nega o direito à existência autônoma do que é diferente dos padrões construídos socialmente. Mais: funciona como um expediente do desejo de estigmatizar o diferente e manter este às margens da cultura hegêmonica, que traça a tênue linha divisória entre o normal e o anormal.

      Tolerar não deve ser celebrada e buscada nem como ideal político e tampouco como virtude individual. Ainda que o argumento liberal enxergue, na tolerância, uma manifestação legítima e até necessária da igualdade moral básica entre os indivíduos, não é esse o seu sentido recorrente nos discursos da política.

      Com efeito, ainda que a defesa liberal-igualitária da tolerância, diante de discussões controversas, postule que se trate de um respeito mútuo em um cenário de imparcialidade das instituições frente a concepções morais mais gerais, isso não pode funcionar em um mundo marcado por graves desigualdades estruturais.

(QUINALHA, Renan. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/2016/02/contra-a-mera-tolerancia-das-diferencas/. Acesso em: 30/03/2016. Trecho.)

Segue o mesmo padrão de regência de “...o direito à existência” o exposto em

Alternativas
Comentários
  • A- nocivo a pessoas cardíacas.

  • Errei.. pois pensei q tinha q ter o artigo A em plural AS.

    Mas a questão apenas pede o padrão.

  •  “...o direito à existência” - concordância nominal.

    "nocivo a pessoas cardíacas." - concordância nominal.

    Gabarito: A

    Os demais são casos de concordância verbal.

  • não entendi essa

  • Mas a questão não pede o padrão de regência, porque analisar a concordância?

  • Confesso tambem que marquei a LETRA A, devido a regencia nominal + preposição exigida conforme o enunciado. Porem segundo o gabarito oficial:

    JUSTIFICATIVA DA ALTERNATIVA CORRETA: (

    LETRA D)

    O caso exposto apresenta um exemplo de regência nominal, isto é: “relação existente entre um nome e os termos regidos por ele, intermediada por preposição”, onde o termo regido leva artigo junto à preposição (a+a). Nesse sentido, “estava ansioso para o concerto” segue a mesma regra: “ansioso” (nome/adj.) + “para” (prep.) + “o” (artigo). Já em No caso de “nocivo a pessoas cardíacas”, apesar de ser uma regência nominal, a preposição utilizada não vem acompanhada de artigo; por fim, os outros dois casos são de regência verbal.


ID
1972549
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                         Contra a mera “tolerância” das diferenças

      “É preciso tolerar a diversidade”. Sempre que me defronto com esse tipo de colocação, aparentemente progressista e bem intencionada, fico indignado. Não, não é preciso tolerar.

      “Tolerar”, segundo qualquer dicionário, significa algo como “suportar com indulgência”, ou seja, deixar passar com resignação, ainda que sem consentir expressamente com aquela conduta.

      “Tolerar” o que é diferente consiste, antes de qualquer coisa, em atribuir a “quem tolera” um poder sobre “o que tolera”. Como se este dependesse do consentimento daquele para poder existir. “Quem tolera” acaba visto, ainda, como generoso e benevolente, por dar uma “permissão” como se fosse um favor ou um ato de bondade extrema.

      Esse tipo de discurso, no fundo, nega o direito à existência autônoma do que é diferente dos padrões construídos socialmente. Mais: funciona como um expediente do desejo de estigmatizar o diferente e manter este às margens da cultura hegêmonica, que traça a tênue linha divisória entre o normal e o anormal.

      Tolerar não deve ser celebrada e buscada nem como ideal político e tampouco como virtude individual. Ainda que o argumento liberal enxergue, na tolerância, uma manifestação legítima e até necessária da igualdade moral básica entre os indivíduos, não é esse o seu sentido recorrente nos discursos da política.

      Com efeito, ainda que a defesa liberal-igualitária da tolerância, diante de discussões controversas, postule que se trate de um respeito mútuo em um cenário de imparcialidade das instituições frente a concepções morais mais gerais, isso não pode funcionar em um mundo marcado por graves desigualdades estruturais.

(QUINALHA, Renan. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/2016/02/contra-a-mera-tolerancia-das-diferencas/. Acesso em: 30/03/2016. Trecho.)

Preencha as lacunas abaixo e, em seguida, assinale a alternativa correta.

A palavra _______________ segue a mesma regra ortográfica de “estigmatizar” (4º§), pois possui um sufixo formador de _______________.

Alternativas
Comentários
  • Humanizar / verbo :v

  • O léxico “estigmatizar” é uma palavra que sofreu processo de verbalização a partir do substantivo “estigma”; da mesma forma que “humanizar”, que deriva de “humano”. Isto é: nos dois casos houve acréscimo do sufixo –izar para que se tornassem verbos. Por outro lado, em “problematização”, houve uma sufixação para substantivar a palavra; em “animalizar”, houve um sufixo formador de verbo e não de adjetivo; e “exalar” já é, etimologicamente, um verbo; de todo modo, não há nele um processo de formação de substantivo abstrato


ID
1972552
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                         Contra a mera “tolerância” das diferenças

      “É preciso tolerar a diversidade”. Sempre que me defronto com esse tipo de colocação, aparentemente progressista e bem intencionada, fico indignado. Não, não é preciso tolerar.

      “Tolerar”, segundo qualquer dicionário, significa algo como “suportar com indulgência”, ou seja, deixar passar com resignação, ainda que sem consentir expressamente com aquela conduta.

      “Tolerar” o que é diferente consiste, antes de qualquer coisa, em atribuir a “quem tolera” um poder sobre “o que tolera”. Como se este dependesse do consentimento daquele para poder existir. “Quem tolera” acaba visto, ainda, como generoso e benevolente, por dar uma “permissão” como se fosse um favor ou um ato de bondade extrema.

      Esse tipo de discurso, no fundo, nega o direito à existência autônoma do que é diferente dos padrões construídos socialmente. Mais: funciona como um expediente do desejo de estigmatizar o diferente e manter este às margens da cultura hegêmonica, que traça a tênue linha divisória entre o normal e o anormal.

      Tolerar não deve ser celebrada e buscada nem como ideal político e tampouco como virtude individual. Ainda que o argumento liberal enxergue, na tolerância, uma manifestação legítima e até necessária da igualdade moral básica entre os indivíduos, não é esse o seu sentido recorrente nos discursos da política.

      Com efeito, ainda que a defesa liberal-igualitária da tolerância, diante de discussões controversas, postule que se trate de um respeito mútuo em um cenário de imparcialidade das instituições frente a concepções morais mais gerais, isso não pode funcionar em um mundo marcado por graves desigualdades estruturais.

(QUINALHA, Renan. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/2016/02/contra-a-mera-tolerancia-das-diferencas/. Acesso em: 30/03/2016. Trecho.)

Em “hegêmonica” (4º§) há um erro de acentuação. Considerando o necessário para que haja nela correção gramatical, aponte a alternativa que apresenta outro léxico com a mesma regra de acentuação, mas que esteja acentuado de maneira correta dentro de seu contexto discursivo.

Alternativas
Comentários
  • Verbete é um texto escrito, de caráter informativo, destinado a explicar um conceito segundo padrões descritivos sistemáticos, determinados pela obra de referência, mas comumente, um dicionário ou uma enciclopédia.

  • É muito importante compreender o enunciado em provas de português.

     

    Em “hegêmonica” (4º§) há um erro de acentuação. - Correto! O certo seria "hegemônica" (proparoxítona).

     

    (...) aponte a alternativa que apresenta outro léxico com a mesma regra de acentuação (proparoxítona), mas que esteja acentuado de maneira correta dentro de seu contexto discursivo. 

     

    LETRA B - ( lâmpada )

     

    Todas as proparoxítonas são acentuadas!

    Todas as proparoxítonas são acentuadas!

    Todas as proparoxítonas são acentuadas!

    Todas as proparoxítonas são acentuadas!

    Todas as proparoxítonas são acentuadas!

     

    Espero ter te ajudado.

  • A dificuldade é enteder o enuciado.

    Alternativa correta é B


ID
1972558
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                         Contra a mera “tolerância” das diferenças

      “É preciso tolerar a diversidade”. Sempre que me defronto com esse tipo de colocação, aparentemente progressista e bem intencionada, fico indignado. Não, não é preciso tolerar.

      “Tolerar”, segundo qualquer dicionário, significa algo como “suportar com indulgência”, ou seja, deixar passar com resignação, ainda que sem consentir expressamente com aquela conduta.

      “Tolerar” o que é diferente consiste, antes de qualquer coisa, em atribuir a “quem tolera” um poder sobre “o que tolera”. Como se este dependesse do consentimento daquele para poder existir. “Quem tolera” acaba visto, ainda, como generoso e benevolente, por dar uma “permissão” como se fosse um favor ou um ato de bondade extrema.

      Esse tipo de discurso, no fundo, nega o direito à existência autônoma do que é diferente dos padrões construídos socialmente. Mais: funciona como um expediente do desejo de estigmatizar o diferente e manter este às margens da cultura hegêmonica, que traça a tênue linha divisória entre o normal e o anormal.

      Tolerar não deve ser celebrada e buscada nem como ideal político e tampouco como virtude individual. Ainda que o argumento liberal enxergue, na tolerância, uma manifestação legítima e até necessária da igualdade moral básica entre os indivíduos, não é esse o seu sentido recorrente nos discursos da política.

      Com efeito, ainda que a defesa liberal-igualitária da tolerância, diante de discussões controversas, postule que se trate de um respeito mútuo em um cenário de imparcialidade das instituições frente a concepções morais mais gerais, isso não pode funcionar em um mundo marcado por graves desigualdades estruturais.

(QUINALHA, Renan. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/2016/02/contra-a-mera-tolerancia-das-diferencas/. Acesso em: 30/03/2016. Trecho.)

Assinale a alternativa que apresenta todas as separações silábicas corretas.

Alternativas
Comentários
  • * Diversidade: di-ver-si-da-de/Atribuir: a-tri-bu-ir/Significa: sig-ni-fi-ca;

    * Defronto: de-fron-to/Aparentemente: a-pa-ren-te-men-te/Construídos: con-stru-í-dos;

    Desigualdades: de-si-gual-da-des/Benevolente: be-ne-vo-len-te/Consiste: con-sis-te; 

    Progressista: pro-gres-sis-ta/Consentimento: con-sen-ti-men-to/Discursos: dis-cur-sos. (é a letra correta)


ID
1972561
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                         Contra a mera “tolerância” das diferenças

      “É preciso tolerar a diversidade”. Sempre que me defronto com esse tipo de colocação, aparentemente progressista e bem intencionada, fico indignado. Não, não é preciso tolerar.

      “Tolerar”, segundo qualquer dicionário, significa algo como “suportar com indulgência”, ou seja, deixar passar com resignação, ainda que sem consentir expressamente com aquela conduta.

      “Tolerar” o que é diferente consiste, antes de qualquer coisa, em atribuir a “quem tolera” um poder sobre “o que tolera”. Como se este dependesse do consentimento daquele para poder existir. “Quem tolera” acaba visto, ainda, como generoso e benevolente, por dar uma “permissão” como se fosse um favor ou um ato de bondade extrema.

      Esse tipo de discurso, no fundo, nega o direito à existência autônoma do que é diferente dos padrões construídos socialmente. Mais: funciona como um expediente do desejo de estigmatizar o diferente e manter este às margens da cultura hegêmonica, que traça a tênue linha divisória entre o normal e o anormal.

      Tolerar não deve ser celebrada e buscada nem como ideal político e tampouco como virtude individual. Ainda que o argumento liberal enxergue, na tolerância, uma manifestação legítima e até necessária da igualdade moral básica entre os indivíduos, não é esse o seu sentido recorrente nos discursos da política.

      Com efeito, ainda que a defesa liberal-igualitária da tolerância, diante de discussões controversas, postule que se trate de um respeito mútuo em um cenário de imparcialidade das instituições frente a concepções morais mais gerais, isso não pode funcionar em um mundo marcado por graves desigualdades estruturais.

(QUINALHA, Renan. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/2016/02/contra-a-mera-tolerancia-das-diferencas/. Acesso em: 30/03/2016. Trecho.)

Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma abaixo sobre as classes de palavras no contexto do texto. A seguir, marque a opção com a sequência correta.

( ) A palavra “este”, utilizada nos 3º e 4º parágrafos, cumpre, nos dois casos, o mesmo papel de pronome demonstrativo.

( ) “Favor” e “bondade”, que ocorrem no 3º parágrafo, são igualmente substantivos. O primeiro masculino e o segundo feminino.

( ) O termo “o”, em suas duas ocorrências, assim como “uma”, ambos no 5º parágrafo, são artigo indefinido e definido, respectivamente.

( ) “Ainda”, nas duas locuções do 5º e do 6º parágrafo, assume o papel de advérbio de tempo.

Alternativas
Comentários
  • Ainda que = embora = mesmo que = apesar de ---> conjunções subordinativas concessivas: Indicam uma concessão, admitem uma contradição, um fato inesperado.


ID
1972564
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa. Pasmo e desolo-me. O meu instinto de perfeição deveria inibir-me de acabar; deveria inibir-me até de dar começo. Mas distraio-me e faço. O que consigo é um produto, em mim, não de uma aplicação de vontade, mas de uma cedência dela. Começo porque não tenho força para pensar; acabo porque não tenho alma para suspender. Este livro é a minha cobardia.

      A razão por que tantas vezes interrompo um pensamento com um trecho de paisagem, que de algum modo se integra no esquema, real ou suposto, das minhas impressões, é que essa paisagem é uma porta por onde fujo ao conhecimento da minha impotência criadora. Tenho a necessidade, em meio das conversas comigo que formam as palavras deste livro, de falar de repente com outra pessoa, e dirijo-me à luz que paira, como agora, sobre os telhados das casas, que parecem molhados de tê-la de lado; ao agitar brando das árvores altas na encosta citadina, que parecem perto, numa possibilidade de desabamento mudo; aos cartazes sobrepostos das casas ingremadas, com janelas por letras onde o sol morto doira goma húmida.

      Por que escrevo, se não escrevo melhor? Mas que seria de mim se não escrevesse o que consigo escrever, por inferior a mim mesmo que nisso seja? Sou um plebeu da aspiração, porque tento realizar; não ouso o silêncio como quem receia um quarto escuro. Sou como os que prezam a medalha mais que o esforço, e gozam a glória na peliça [...].

      Escrever, sim, é perder-me, mas todos se perdem, porque tudo é perda. Porém eu perco-me sem alegria, não como o rio na foz para que nasceu incógnito, mas como o lago feito na praia pela maré alta, e cuja água sumida nunca mais regressa ao mar.

(PESSOA, Fernando. Livro do Desassossego: composto por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa. Org. Richard Zenith. 3ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.)

A partir da leitura do texto, julgue os itens abaixo.

I. O sujeito que se apresenta pelo texto afirma que, em virtude de seu espírito de perfeição, ele jamais inicia ou termina alguma coisa.

II. Durante o ato de escrita, o sujeito tem a necessidade de falar com outra pessoa que não consigo mesmo.

III. O ato de escrita, para esse sujeito, é um processo penoso e triste, onde ele se perde e se sente isolado do mundo.

Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s)

Alternativas

ID
1972567
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa. Pasmo e desolo-me. O meu instinto de perfeição deveria inibir-me de acabar; deveria inibir-me até de dar começo. Mas distraio-me e faço. O que consigo é um produto, em mim, não de uma aplicação de vontade, mas de uma cedência dela. Começo porque não tenho força para pensar; acabo porque não tenho alma para suspender. Este livro é a minha cobardia.

      A razão por que tantas vezes interrompo um pensamento com um trecho de paisagem, que de algum modo se integra no esquema, real ou suposto, das minhas impressões, é que essa paisagem é uma porta por onde fujo ao conhecimento da minha impotência criadora. Tenho a necessidade, em meio das conversas comigo que formam as palavras deste livro, de falar de repente com outra pessoa, e dirijo-me à luz que paira, como agora, sobre os telhados das casas, que parecem molhados de tê-la de lado; ao agitar brando das árvores altas na encosta citadina, que parecem perto, numa possibilidade de desabamento mudo; aos cartazes sobrepostos das casas ingremadas, com janelas por letras onde o sol morto doira goma húmida.

      Por que escrevo, se não escrevo melhor? Mas que seria de mim se não escrevesse o que consigo escrever, por inferior a mim mesmo que nisso seja? Sou um plebeu da aspiração, porque tento realizar; não ouso o silêncio como quem receia um quarto escuro. Sou como os que prezam a medalha mais que o esforço, e gozam a glória na peliça [...].

      Escrever, sim, é perder-me, mas todos se perdem, porque tudo é perda. Porém eu perco-me sem alegria, não como o rio na foz para que nasceu incógnito, mas como o lago feito na praia pela maré alta, e cuja água sumida nunca mais regressa ao mar.

(PESSOA, Fernando. Livro do Desassossego: composto por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa. Org. Richard Zenith. 3ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.)

Considerando o contexto em que foi aplicada, a palavra “cedência” (1º§) tem o sentido de

Alternativas
Comentários
  • Letra B

    Essa questão deu um nó na cabeça.

  • Cessão: ato ou efeito de ceder; transferência de posse ou direito.

    Sessão: espaço de tempo em que se realiza algo.

    Seção: setor, repartição; subdivisão de um todo.


ID
1972570
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa. Pasmo e desolo-me. O meu instinto de perfeição deveria inibir-me de acabar; deveria inibir-me até de dar começo. Mas distraio-me e faço. O que consigo é um produto, em mim, não de uma aplicação de vontade, mas de uma cedência dela. Começo porque não tenho força para pensar; acabo porque não tenho alma para suspender. Este livro é a minha cobardia.

      A razão por que tantas vezes interrompo um pensamento com um trecho de paisagem, que de algum modo se integra no esquema, real ou suposto, das minhas impressões, é que essa paisagem é uma porta por onde fujo ao conhecimento da minha impotência criadora. Tenho a necessidade, em meio das conversas comigo que formam as palavras deste livro, de falar de repente com outra pessoa, e dirijo-me à luz que paira, como agora, sobre os telhados das casas, que parecem molhados de tê-la de lado; ao agitar brando das árvores altas na encosta citadina, que parecem perto, numa possibilidade de desabamento mudo; aos cartazes sobrepostos das casas ingremadas, com janelas por letras onde o sol morto doira goma húmida.

      Por que escrevo, se não escrevo melhor? Mas que seria de mim se não escrevesse o que consigo escrever, por inferior a mim mesmo que nisso seja? Sou um plebeu da aspiração, porque tento realizar; não ouso o silêncio como quem receia um quarto escuro. Sou como os que prezam a medalha mais que o esforço, e gozam a glória na peliça [...].

      Escrever, sim, é perder-me, mas todos se perdem, porque tudo é perda. Porém eu perco-me sem alegria, não como o rio na foz para que nasceu incógnito, mas como o lago feito na praia pela maré alta, e cuja água sumida nunca mais regressa ao mar.

(PESSOA, Fernando. Livro do Desassossego: composto por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa. Org. Richard Zenith. 3ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.)

Preencha as lacunas abaixo e, em seguida, assinale a alternativa correta.

No trecho “... aos cartazes sobrepostos das casas ingremadas, com janelas por letras onde o sol morto doira goma húmida” (2º§), as palavras sublinhadas podem ser entendidas por suas estruturas e contexto em que se inserem, significando, respectivamente _______________ e _______________.

Alternativas

ID
1972573
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa. Pasmo e desolo-me. O meu instinto de perfeição deveria inibir-me de acabar; deveria inibir-me até de dar começo. Mas distraio-me e faço. O que consigo é um produto, em mim, não de uma aplicação de vontade, mas de uma cedência dela. Começo porque não tenho força para pensar; acabo porque não tenho alma para suspender. Este livro é a minha cobardia.

      A razão por que tantas vezes interrompo um pensamento com um trecho de paisagem, que de algum modo se integra no esquema, real ou suposto, das minhas impressões, é que essa paisagem é uma porta por onde fujo ao conhecimento da minha impotência criadora. Tenho a necessidade, em meio das conversas comigo que formam as palavras deste livro, de falar de repente com outra pessoa, e dirijo-me à luz que paira, como agora, sobre os telhados das casas, que parecem molhados de tê-la de lado; ao agitar brando das árvores altas na encosta citadina, que parecem perto, numa possibilidade de desabamento mudo; aos cartazes sobrepostos das casas ingremadas, com janelas por letras onde o sol morto doira goma húmida.

      Por que escrevo, se não escrevo melhor? Mas que seria de mim se não escrevesse o que consigo escrever, por inferior a mim mesmo que nisso seja? Sou um plebeu da aspiração, porque tento realizar; não ouso o silêncio como quem receia um quarto escuro. Sou como os que prezam a medalha mais que o esforço, e gozam a glória na peliça [...].

      Escrever, sim, é perder-me, mas todos se perdem, porque tudo é perda. Porém eu perco-me sem alegria, não como o rio na foz para que nasceu incógnito, mas como o lago feito na praia pela maré alta, e cuja água sumida nunca mais regressa ao mar.

(PESSOA, Fernando. Livro do Desassossego: composto por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa. Org. Richard Zenith. 3ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.)

Avalie as afirmativas abaixo acerca de itens coesivos presentes no texto.


I. Em “Este livro...” (1º§) o termo em destaque se refere ao próprio livro em que o texto foi colocado, uma vez que ele está “próximo”.

II. No trecho “A razão por que tantas...” (2º§) a parte destacada, em verdade, cumpre o sentido da conjunção “porque”.

III. Em “Porém eu perco-me...” e “mas como...” (4º§) os termos em destaque poderiam ser permutados sem ocasionar perda de sentido para o texto.


Estão corretas as afirmativas

Alternativas

ID
1972576
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa. Pasmo e desolo-me. O meu instinto de perfeição deveria inibir-me de acabar; deveria inibir-me até de dar começo. Mas distraio-me e faço. O que consigo é um produto, em mim, não de uma aplicação de vontade, mas de uma cedência dela. Começo porque não tenho força para pensar; acabo porque não tenho alma para suspender. Este livro é a minha cobardia.

      A razão por que tantas vezes interrompo um pensamento com um trecho de paisagem, que de algum modo se integra no esquema, real ou suposto, das minhas impressões, é que essa paisagem é uma porta por onde fujo ao conhecimento da minha impotência criadora. Tenho a necessidade, em meio das conversas comigo que formam as palavras deste livro, de falar de repente com outra pessoa, e dirijo-me à luz que paira, como agora, sobre os telhados das casas, que parecem molhados de tê-la de lado; ao agitar brando das árvores altas na encosta citadina, que parecem perto, numa possibilidade de desabamento mudo; aos cartazes sobrepostos das casas ingremadas, com janelas por letras onde o sol morto doira goma húmida.

      Por que escrevo, se não escrevo melhor? Mas que seria de mim se não escrevesse o que consigo escrever, por inferior a mim mesmo que nisso seja? Sou um plebeu da aspiração, porque tento realizar; não ouso o silêncio como quem receia um quarto escuro. Sou como os que prezam a medalha mais que o esforço, e gozam a glória na peliça [...].

      Escrever, sim, é perder-me, mas todos se perdem, porque tudo é perda. Porém eu perco-me sem alegria, não como o rio na foz para que nasceu incógnito, mas como o lago feito na praia pela maré alta, e cuja água sumida nunca mais regressa ao mar.

(PESSOA, Fernando. Livro do Desassossego: composto por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa. Org. Richard Zenith. 3ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.)

No processamento desse texto, deve-se recorrer, para compreender os meios coesivos utilizados, ao sistema de conhecimento

Alternativas
Comentários
  • Conhecimento enciclopédico ou conhecimento de mundo : conhecimentos alusivos a vicências pessoais e eventos espácio-temporalmente situados, prermitindo a produção de sentidos. ( informações passadas,tudo que é dito sem a própria experiência ,toda a nossa experiência de vida.)

    Conhecimento Linguistico: conhecimento gramátical e lexical.baseados nesse tipo de conhecimento podemos compreender:a organização do material linguístico na superficie textual.

    Conhecimento interacional: formas de interação  por meio da linguagem e engloba os conhecimentos : ilocucional,comunicacional,metacomunicativo,superestrutural.

    Ilocucional:Permite-nos reconhecer os objetivos ou propósitos pretendidos pelo produtor do texto, em uma dada situação interacional. 

    Comucacional: Diz respeito á: Quantidade de informação necessária, numa situação comunicativa concreta,para que o parceiro seja capaz de reconstruir  o objetivo da produção do texto,seleção de variante linguistica adequada a cada situação de interação,adequadação  do gênero textual á situação comunicativa.

    Metacomunicativo:É aquele que permite ao locutor assegurar a compreensão do texto  e conseguir a aceitação pelo parceiro dos objetivos com que é produzido.

    Superestrutural:Permite a identificação de textos como exemplares adequados aos diversos eventos da vida social(identificação do gênero ).

  • “Processamento textual” são as estratégias para compreensão do texto. Diante de um texto, o leitor realiza passos interpretativos com uma finalidade específica. Dessa forma, o “conhecimento linguístico” abrange o conhecimento gramatical e lexical (como os conectivos/meios coesivos); “Conhecimento enciclopédico” se liga aos conhecimentos gerais sobre o mundo; “Conhecimento interacional” é a forma de interação com a linguagem colocada; e “conhecimento ilocucional” está contido em “conhecimento interacional” e diz respeito ao reconhecimento aos objetivos do autor do texto.
     

    Fonte:
    KOCH, Ingedore Vilaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2006.

     

    Resumo:

     

    - Conhecimento linguístico;

    - Conhecimento enciclopédico;

    - Conhecimento interacional.

     

    O interacional é dividido em 4:

     

    - Conhecimento ilocucional;

    - Conhecimento comunicacional;

    - Conhecimento metacomunicativo;

    - Conhecimento superestrutural.

     

    Mnemônico: LEI ICMS


ID
1972582
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa. Pasmo e desolo-me. O meu instinto de perfeição deveria inibir-me de acabar; deveria inibir-me até de dar começo. Mas distraio-me e faço. O que consigo é um produto, em mim, não de uma aplicação de vontade, mas de uma cedência dela. Começo porque não tenho força para pensar; acabo porque não tenho alma para suspender. Este livro é a minha cobardia.

      A razão por que tantas vezes interrompo um pensamento com um trecho de paisagem, que de algum modo se integra no esquema, real ou suposto, das minhas impressões, é que essa paisagem é uma porta por onde fujo ao conhecimento da minha impotência criadora. Tenho a necessidade, em meio das conversas comigo que formam as palavras deste livro, de falar de repente com outra pessoa, e dirijo-me à luz que paira, como agora, sobre os telhados das casas, que parecem molhados de tê-la de lado; ao agitar brando das árvores altas na encosta citadina, que parecem perto, numa possibilidade de desabamento mudo; aos cartazes sobrepostos das casas ingremadas, com janelas por letras onde o sol morto doira goma húmida.

      Por que escrevo, se não escrevo melhor? Mas que seria de mim se não escrevesse o que consigo escrever, por inferior a mim mesmo que nisso seja? Sou um plebeu da aspiração, porque tento realizar; não ouso o silêncio como quem receia um quarto escuro. Sou como os que prezam a medalha mais que o esforço, e gozam a glória na peliça [...].

      Escrever, sim, é perder-me, mas todos se perdem, porque tudo é perda. Porém eu perco-me sem alegria, não como o rio na foz para que nasceu incógnito, mas como o lago feito na praia pela maré alta, e cuja água sumida nunca mais regressa ao mar.

(PESSOA, Fernando. Livro do Desassossego: composto por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa. Org. Richard Zenith. 3ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.)

Em “...é que essa paisagem é uma porta por onde fujo ao conhecimento da minha impotência criadora”, a palavra destacada tem como sinônimo:

Alternativas

ID
1972585
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa. Pasmo e desolo-me. O meu instinto de perfeição deveria inibir-me de acabar; deveria inibir-me até de dar começo. Mas distraio-me e faço. O que consigo é um produto, em mim, não de uma aplicação de vontade, mas de uma cedência dela. Começo porque não tenho força para pensar; acabo porque não tenho alma para suspender. Este livro é a minha cobardia.

      A razão por que tantas vezes interrompo um pensamento com um trecho de paisagem, que de algum modo se integra no esquema, real ou suposto, das minhas impressões, é que essa paisagem é uma porta por onde fujo ao conhecimento da minha impotência criadora. Tenho a necessidade, em meio das conversas comigo que formam as palavras deste livro, de falar de repente com outra pessoa, e dirijo-me à luz que paira, como agora, sobre os telhados das casas, que parecem molhados de tê-la de lado; ao agitar brando das árvores altas na encosta citadina, que parecem perto, numa possibilidade de desabamento mudo; aos cartazes sobrepostos das casas ingremadas, com janelas por letras onde o sol morto doira goma húmida.

      Por que escrevo, se não escrevo melhor? Mas que seria de mim se não escrevesse o que consigo escrever, por inferior a mim mesmo que nisso seja? Sou um plebeu da aspiração, porque tento realizar; não ouso o silêncio como quem receia um quarto escuro. Sou como os que prezam a medalha mais que o esforço, e gozam a glória na peliça [...].

      Escrever, sim, é perder-me, mas todos se perdem, porque tudo é perda. Porém eu perco-me sem alegria, não como o rio na foz para que nasceu incógnito, mas como o lago feito na praia pela maré alta, e cuja água sumida nunca mais regressa ao mar.

(PESSOA, Fernando. Livro do Desassossego: composto por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa. Org. Richard Zenith. 3ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.)

Assinale a alternativa onde o verbo não segue a mesma regra de regência dos demais, considerando seus contextos

Alternativas
Comentários
  • A

    falar (2º§).

  • Letra A.

    O verbo "falar" é VTI. Os demais são VTD.


ID
1972588
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa. Pasmo e desolo-me. O meu instinto de perfeição deveria inibir-me de acabar; deveria inibir-me até de dar começo. Mas distraio-me e faço. O que consigo é um produto, em mim, não de uma aplicação de vontade, mas de uma cedência dela. Começo porque não tenho força para pensar; acabo porque não tenho alma para suspender. Este livro é a minha cobardia.

      A razão por que tantas vezes interrompo um pensamento com um trecho de paisagem, que de algum modo se integra no esquema, real ou suposto, das minhas impressões, é que essa paisagem é uma porta por onde fujo ao conhecimento da minha impotência criadora. Tenho a necessidade, em meio das conversas comigo que formam as palavras deste livro, de falar de repente com outra pessoa, e dirijo-me à luz que paira, como agora, sobre os telhados das casas, que parecem molhados de tê-la de lado; ao agitar brando das árvores altas na encosta citadina, que parecem perto, numa possibilidade de desabamento mudo; aos cartazes sobrepostos das casas ingremadas, com janelas por letras onde o sol morto doira goma húmida.

      Por que escrevo, se não escrevo melhor? Mas que seria de mim se não escrevesse o que consigo escrever, por inferior a mim mesmo que nisso seja? Sou um plebeu da aspiração, porque tento realizar; não ouso o silêncio como quem receia um quarto escuro. Sou como os que prezam a medalha mais que o esforço, e gozam a glória na peliça [...].

      Escrever, sim, é perder-me, mas todos se perdem, porque tudo é perda. Porém eu perco-me sem alegria, não como o rio na foz para que nasceu incógnito, mas como o lago feito na praia pela maré alta, e cuja água sumida nunca mais regressa ao mar.

(PESSOA, Fernando. Livro do Desassossego: composto por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa. Org. Richard Zenith. 3ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.)

O pronome “-la”, em “tê-la” (2º§), se refere a

Alternativas
Comentários
  • tê-la --- refere-se em ter a luz batendo no telhado.

  • tê-la --- refere-se em ter a luz batendo no telhado.


ID
1972600
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa. Pasmo e desolo-me. O meu instinto de perfeição deveria inibir-me de acabar; deveria inibir-me até de dar começo. Mas distraio-me e faço. O que consigo é um produto, em mim, não de uma aplicação de vontade, mas de uma cedência dela. Começo porque não tenho força para pensar; acabo porque não tenho alma para suspender. Este livro é a minha cobardia.

      A razão por que tantas vezes interrompo um pensamento com um trecho de paisagem, que de algum modo se integra no esquema, real ou suposto, das minhas impressões, é que essa paisagem é uma porta por onde fujo ao conhecimento da minha impotência criadora. Tenho a necessidade, em meio das conversas comigo que formam as palavras deste livro, de falar de repente com outra pessoa, e dirijo-me à luz que paira, como agora, sobre os telhados das casas, que parecem molhados de tê-la de lado; ao agitar brando das árvores altas na encosta citadina, que parecem perto, numa possibilidade de desabamento mudo; aos cartazes sobrepostos das casas ingremadas, com janelas por letras onde o sol morto doira goma húmida.

      Por que escrevo, se não escrevo melhor? Mas que seria de mim se não escrevesse o que consigo escrever, por inferior a mim mesmo que nisso seja? Sou um plebeu da aspiração, porque tento realizar; não ouso o silêncio como quem receia um quarto escuro. Sou como os que prezam a medalha mais que o esforço, e gozam a glória na peliça [...].

      Escrever, sim, é perder-me, mas todos se perdem, porque tudo é perda. Porém eu perco-me sem alegria, não como o rio na foz para que nasceu incógnito, mas como o lago feito na praia pela maré alta, e cuja água sumida nunca mais regressa ao mar.

(PESSOA, Fernando. Livro do Desassossego: composto por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa. Org. Richard Zenith. 3ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.)

Com relação ao uso da crase em “dirijo-me à luz” (2º§), assinale a alternativa correta.

Alternativas
Comentários
  • O verbo dirigir (no sentido de aproximar-se) é regido por preposição.

  • O verbo dirigir (no sentido de aproximar-se) é regido por preposição.


ID
1972603
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa. Pasmo e desolo-me. O meu instinto de perfeição deveria inibir-me de acabar; deveria inibir-me até de dar começo. Mas distraio-me e faço. O que consigo é um produto, em mim, não de uma aplicação de vontade, mas de uma cedência dela. Começo porque não tenho força para pensar; acabo porque não tenho alma para suspender. Este livro é a minha cobardia.

      A razão por que tantas vezes interrompo um pensamento com um trecho de paisagem, que de algum modo se integra no esquema, real ou suposto, das minhas impressões, é que essa paisagem é uma porta por onde fujo ao conhecimento da minha impotência criadora. Tenho a necessidade, em meio das conversas comigo que formam as palavras deste livro, de falar de repente com outra pessoa, e dirijo-me à luz que paira, como agora, sobre os telhados das casas, que parecem molhados de tê-la de lado; ao agitar brando das árvores altas na encosta citadina, que parecem perto, numa possibilidade de desabamento mudo; aos cartazes sobrepostos das casas ingremadas, com janelas por letras onde o sol morto doira goma húmida.

      Por que escrevo, se não escrevo melhor? Mas que seria de mim se não escrevesse o que consigo escrever, por inferior a mim mesmo que nisso seja? Sou um plebeu da aspiração, porque tento realizar; não ouso o silêncio como quem receia um quarto escuro. Sou como os que prezam a medalha mais que o esforço, e gozam a glória na peliça [...].

      Escrever, sim, é perder-me, mas todos se perdem, porque tudo é perda. Porém eu perco-me sem alegria, não como o rio na foz para que nasceu incógnito, mas como o lago feito na praia pela maré alta, e cuja água sumida nunca mais regressa ao mar.

(PESSOA, Fernando. Livro do Desassossego: composto por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa. Org. Richard Zenith. 3ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.)

Considere alguns usos da partícula “que”, na coluna da direita, e os classifique morfologicamente conforme a coluna da esquerda. A seguir, marque a alternativa que apresenta a classificação correta.

(1) Pronome

(2) Conjunção


( ) “O que consigo” (1º§).

( ) “comigo que formam” (2º§).

( ) “Mas que seria” (3º§).

( ) “mais que o esforço” (3º§).

Alternativas

ID
1972606
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa. Pasmo e desolo-me. O meu instinto de perfeição deveria inibir-me de acabar; deveria inibir-me até de dar começo. Mas distraio-me e faço. O que consigo é um produto, em mim, não de uma aplicação de vontade, mas de uma cedência dela. Começo porque não tenho força para pensar; acabo porque não tenho alma para suspender. Este livro é a minha cobardia.

      A razão por que tantas vezes interrompo um pensamento com um trecho de paisagem, que de algum modo se integra no esquema, real ou suposto, das minhas impressões, é que essa paisagem é uma porta por onde fujo ao conhecimento da minha impotência criadora. Tenho a necessidade, em meio das conversas comigo que formam as palavras deste livro, de falar de repente com outra pessoa, e dirijo-me à luz que paira, como agora, sobre os telhados das casas, que parecem molhados de tê-la de lado; ao agitar brando das árvores altas na encosta citadina, que parecem perto, numa possibilidade de desabamento mudo; aos cartazes sobrepostos das casas ingremadas, com janelas por letras onde o sol morto doira goma húmida.

      Por que escrevo, se não escrevo melhor? Mas que seria de mim se não escrevesse o que consigo escrever, por inferior a mim mesmo que nisso seja? Sou um plebeu da aspiração, porque tento realizar; não ouso o silêncio como quem receia um quarto escuro. Sou como os que prezam a medalha mais que o esforço, e gozam a glória na peliça [...].

      Escrever, sim, é perder-me, mas todos se perdem, porque tudo é perda. Porém eu perco-me sem alegria, não como o rio na foz para que nasceu incógnito, mas como o lago feito na praia pela maré alta, e cuja água sumida nunca mais regressa ao mar.

(PESSOA, Fernando. Livro do Desassossego: composto por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa. Org. Richard Zenith. 3ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.)

Tenho a necessidade, em meio das conversas comigo que formam as palavras deste livro, de falar de repente com outra pessoa, e dirijo-me...” (2º§).

Os sujeitos de “formam” e “dirijo”, no trecho acima, são, respectivamente:

Alternativas
Comentários
  • B- conversas e eu.


ID
2065708
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto II

      Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa. Pasmo e desolo-me. O meu instinto de perfeição deveria inibir-me de acabar; deveria inibir-me até de dar começo. Mas distraio-me e faço. O que consigo é um produto, em mim, não de uma aplicação de vontade, mas de uma cedência dela. Começo porque não tenho força para pensar; acabo porque não tenho alma para suspender. Este livro é a minha cobardia.

      A razão por que tantas vezes interrompo um pensamento com um trecho de paisagem, que de algum modo se integra no esquema, real ou suposto, das minhas impressões, é que essa paisagem é uma porta por onde fujo ao conhecimento da minha impotência criadora. Tenho a necessidade, em meio das conversas comigo que formam as palavras deste livro, de falar de repente com outra pessoa, e dirijo-me à luz que paira, como agora, sobre os telhados das casas, que parecem molhados de tê-la de lado; ao agitar brando das árvores altas na encosta citadina, que parecem perto, numa possibilidade de desabamento mudo; aos cartazes sobrepostos das casas ingremadas, com janelas por letras onde o sol morto doira goma húmida.

      Por que escrevo, se não escrevo melhor? Mas que seria de mim se não escrevesse o que consigo escrever, por inferior a mim mesmo que nisso seja? Sou um plebeu da aspiração, porque tento realizar; não ouso o silêncio como quem receia um quarto escuro. Sou como os que prezam a medalha mais que o esforço, e gozam a glória na peliça [...].

      Escrever, sim, é perder-me, mas todos se perdem, porque tudo é perda. Porém eu perco-me sem alegria, não como o rio na foz para que nasceu incógnito, mas como o lago feito na praia pela maré alta, e cuja água sumida nunca mais regressa ao mar.

(PESSOA, Fernando. Livro do Desassossego: composto por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa. Org. Richard Zenith. 3ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.)

No último parágrafo do texto, o autor afirma que escrever é perder-se e, depois, apresenta uma

Alternativas
Comentários
  • A “comparação” é o ato de examinar dois ou mais dados para lhes determinar semelhança, diferença ou relação. Nesse 
    sentido, ela serve para aclarar melhor ideias postuladas pelo autor do texto, através do cotejo com uma ideia mais 
    próxima de seu leitor. É o que ocorre no seguimento textual em análise, onde o autor coloca que ele se perde, mas não 
    como  (unidade lexical denotadora de comparação) “o rio na foz...”, mas sim  como  “o lago feito...”, isto é, duas 
    hiponímias de “água”. 
    Por sua vez, a “hipótese” é o ato preliminar e não final no texto, isto é, uma ideia a ser ainda explanada e não concluída 
    e a “inferência” está ligada ao “deduzir”, por meio de evidências, o que não se aplica já que o autor expõe um ponto de 
    vista. 
    Por fim a “conclusão” caracteriza-se por chegar um ponto através do raciocínio ou de um conjunto de elementos 
    concretos e/ou abstratos. Sob determinada ótica, poderia se considerar que o autor, além da comparação, realiza uma 
    conclusão, mesmo em virtude de ser o parágrafo final. No entanto, a alternativa afirma que ele conclui que da água do 
    rio não há regresso, quando em verdade, o que o texto coloca é que a água formadora do “lago feito na praia” jamais 
    “regressa ao mar”. 

    Fonte: Banca CIAAR.


ID
2065726
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto II

      Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa. Pasmo e desolo-me. O meu instinto de perfeição deveria inibir-me de acabar; deveria inibir-me até de dar começo. Mas distraio-me e faço. O que consigo é um produto, em mim, não de uma aplicação de vontade, mas de uma cedência dela. Começo porque não tenho força para pensar; acabo porque não tenho alma para suspender. Este livro é a minha cobardia.

      A razão por que tantas vezes interrompo um pensamento com um trecho de paisagem, que de algum modo se integra no esquema, real ou suposto, das minhas impressões, é que essa paisagem é uma porta por onde fujo ao conhecimento da minha impotência criadora. Tenho a necessidade, em meio das conversas comigo que formam as palavras deste livro, de falar de repente com outra pessoa, e dirijo-me à luz que paira, como agora, sobre os telhados das casas, que parecem molhados de tê-la de lado; ao agitar brando das árvores altas na encosta citadina, que parecem perto, numa possibilidade de desabamento mudo; aos cartazes sobrepostos das casas ingremadas, com janelas por letras onde o sol morto doira goma húmida.

      Por que escrevo, se não escrevo melhor? Mas que seria de mim se não escrevesse o que consigo escrever, por inferior a mim mesmo que nisso seja? Sou um plebeu da aspiração, porque tento realizar; não ouso o silêncio como quem receia um quarto escuro. Sou como os que prezam a medalha mais que o esforço, e gozam a glória na peliça [...].

      Escrever, sim, é perder-me, mas todos se perdem, porque tudo é perda. Porém eu perco-me sem alegria, não como o rio na foz para que nasceu incógnito, mas como o lago feito na praia pela maré alta, e cuja água sumida nunca mais regressa ao mar.

(PESSOA, Fernando. Livro do Desassossego: composto por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa. Org. Richard Zenith. 3ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.)

Preencha as lacunas abaixo e, em seguida, assinale a alternativa correta.

O aspecto tipológico ao qual está filiado esse texto é o ______________. Assim, através do _______________, ele representa, pelo discurso, experiências vividas.

Alternativas
Comentários
  • Através da competência metagenérica é possível perceber que o texto em anál ise pertence a tipologia do relatar, dentre 
    outros, por documentar e memorizar ações humanas. E, continente a essa tipologia, se enquadra no gênero ensaio pela 
    composição aparentemente despretensiosa, mas que concatena uma exposição lógica, com rigor textual e filosófico. 

    Fonte: Banca CIAAR.


ID
2072377
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Engenharia Mecânica
Assuntos

A Primeira Lei da Termodinâmica é chamada de lei da conservação de energia e retrata o balanço energético entre as energias internas inicial e final do sistema, sendo aplicada em processos nos quais a energia interna de um sistema é trocada com o meio externo nas formas de calor e trabalho. Sobre essa lei, é correto afirmar que, durante qualquer ciclo percorrido por um sistema, a integral cíclica do(a)

Alternativas
Comentários
  • A Primeira Lei da Termodinâmica, denominada de princípio de conservação de energia, oferece uma base sólida para o estudo das relações entre as diversas formas de energia e interação de energia. Ela enuncia que energia não pode ser criada nem destruída durante um processo, a energia pode apenas mudar de forma, cada forma de energia deve ser contabilizada durante um processo.

    O princípio da conservação da energia pode ser descrito da seguinte forma: a variação líquida (aumento ou diminuição) da energia total do sistema durante um processo é igual à diferença entre a energia total que entra e a energia total que sai do sistema durante esse processo. Dessa forma, temos: 

    A energia é uma propriedade, o valor de uma propriedade não varia, a menos que o estado do sistema mude. Dessa maneira, a variação da energia de um sistema é zero se o estado do sistema não mudar durante o processo. A energia pode existir em inúmeras formas como: interna; cinética, potencial, elétrica e magnética. A soma dessas formas de energia constitui a energia total de um sistema. De modo geral, a variação da energia total de um sistema durante um processo é a soma das variações das energias interna, cinética e potencial desse sistema. Logo: 

    A energia pode ser transferida para ou de um sistema de três formas: calor, trabalho ou fluxo de massa. Logo, a energia total de um sistema só varia se houver fluxo de massa pelo sistema, realização de trabalho sobre ou pelo sistema e transferência de calor do ou para o sistema. Na questão em voga, são enunciados processos em que a transferência de energia interna se dá somente por meio de calor ou realização de trabalho, não há menção a outras formas de energia a exemplo a cinética e potencial. Dessa forma, temos que o sistema em questão varia a energia interna somente pela transferência de calor ou realização de trabalho, assim: 

    - W + Q = ∆U

    Onde

    W = trabalho;

    Q = calor;

    U = variação da energia interna. 

    Vale ressaltar que os sinais de W e Q podem ser positivos, indicando que o calor está sendo fornecido ao sistema e que trabalho está sendo realizado sobre o sistema, ou negativos, indicando que calor está sendo fornecido pelo sistema e que o sistema realiza trabalho.

    Observe que, em se tratando de uma integral cíclica, os estados inicial e final são idênticos, portanto, a diferença entre a energia interna no estado final para o estado inicial é nula. A equação se reduz a:

    - W + Q = 0

    Concluímos, com isso, que o Trabalho será proporcional ao Calor. O que faz muito sentido, visto que, de acordo com a Primeira Lei da Termodinâmica, energia não pode ser destruída, assim, se calor é fornecido a um sistema, em um ciclo completo, a energia interna sai de um valor e retorna para este mesmo valor, sua variação é zero, logo esse calor fornecido deve ser proporcional ao trabalho realizado.

    A alternativa (A) é, portanto, a correta.

    As alternativas (B), (C) e (D) estão incorretas porque em um ciclo completo os estados inicial e final são exatamente os mesmos, ou seja, não há variação de energia interna nem de energia cinética. Pode-se citar, ainda, que a questão cita no enunciado sistemas nos quais a energia interna é trocada com o meio externo na forma de trabalho e calor, ela não cita a forma de energia cinética. Outro ponto a ser frisado é que, durante um ciclo completo, a energia interna pode sim sofrer modificação, no entanto, quando retorna ao ponto inicial seu valor se iguala ao valor de início, sendo essa variação total igual a zero.

    Somente pra exemplificar a teoria exposta na resolução dessa questão, colocamos a figura a seguir, em que é possível notar que considerando um ciclo com variação total de energia nula, o Calor líquido é igual ao trabalho líquido realizado. 

    Resposta: A


ID
2072380
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Engenharia Mecânica
Assuntos

Se um ciclo térmico satisfaz a Primeira Lei da Termodinâmica, não está assegurado que ele realmente possa ocorrer. Assim, um ciclo término só ocorrerá se tanto a primeira quanto a segunda Lei da Termodinâmica forem satisfeitas. Sobre a Segunda Lei da Termodinâmica, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma abaixo. A seguir, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

( ) Expansões não resistidas dos gases são processos irreversíveis.

( ) O atrito é um fator que não influencia a reversibilidade de um sistema.

( ) Dado um sistema isolado termodinamicamente, a entropia do sistema tende a diminuir até atingir um valor máximo.

( ) Um processo de transferência de calor é reversível quando o calor é transferido através de um diferencial infinitesimal de temperatura.

( ) Um processo reversível é definido como aquele que, tendo ocorrido, pode ser invertido e após realizada essa inversão, não se notarão vestígios no sistema e no meio.

Alternativas
Comentários
  • Fatores que tornam o processo irreversível:

    * Fricção

    * expansão não resistida de um gás ou líquido para pressão menor

    * Transf. de calor através de uma dif. de temperatura infinita;

    * mistura espontânea de subst. de diferentes estados

    * reação quimica espontânea 

    * fluxo de corrente elétrica através de uma resistência

    * ...

  • Uma dica nesse tipo de questão é ir resolvendo os itens e já conferindo e eliminado as alternativas que não estão de acordo com a resposta. Por exemplo, vamos supor que você tenha certeza que o primeiro item seja FALSO, assim, as alternativas (B) e (C) já estariam descartadas. Com isso, a quantidade de itens a ser analisado durante a prova seria menor, caso alguns itens das alternativas (A) e (D) fossem iguais. Vamos a resolução da questão, item por item:

    (V) Expansões não resistidas dos gases são processos irreversíveis.

    VERDADEIRO. Se a expansão não pode ser resistida, ou contida, o processo não pode ser reversível. Assim, após um gás, separado de uma região com vácuo por uma membrana, expandir para essa região, a única forma de restaurá-lo ao estado original seria comprimi-lo até o volume inicial e, ao mesmo tempo, transferir calor até atingir a temperatura inicial. A quantidade de calor que foi transferida do gás corresponde à quantidade de trabalho realizado sobre o gás pela vizinhança. Para restaurar a vizinhança ao estado original, seria necessário converter todo esse calor em trabalho, o que violaria a 2ª Lei da Termodinâmica, com isso, a expansão não resistida de um gás é um processo irreversível.

    (F) O atrito é um fator que não influencia a reversibilidade de um sistema.

    FALSO. O atrito é comum em corpos em movimentos. Quando há movimento relativo entre dois corpos (pistão e cilindro contendo gás em expansão), desenvolve-se na interface entre esses corpos uma força de atrito na direção contrária ao movimento, sendo necessário parte do trabalho para superá-la. Esse trabalho é convertido em calor durante o processo, que é transferido para os dois corpos. Quando a direção do movimento é invertida, os corpos voltam à posição original, mas a interface mão resfria e o calor não é convertido em trabalho. Pelo contrário, é necessário que mais trabalho seja usado para superar as forças que, novamente, se opõem ao movimento, gerando mais calor. Assim, qualquer processo que envolva atrito é irreversível. Quanto maiores as forças de atrito, mais irreversível será o processo.

    (F) Dado um sistema isolado termodinamicamente, a entropia do sistema tende a diminuir até atingir um valor máximo.

    FALSO. O princípio do aumento de entropia nos diz que, num sistema isolado termodinamicamente, na ausência de transferência de entropia, a variação de entropia é igual à geração de entropia. Ou seja, a entropia de um sistema isolado sempre aumenta ou, no caso limite de um processo reversível, ela permanece constante. Portanto, a entropia nunca diminui.

    (V) Um processo de transferência de calor é reversível quando o calor é transferido através de um diferencial infinitesimal de temperatura.

    VERDADEIRO. A transferência de calor somente pode ocorrer quando houver uma diferença de temperatura entre um sistema e sua vizinhança. É fisicamente impossível existir um processo irreversível de transferência de calor, visto que para retornar o sistema e sua vizinhança calor ao estado inicial seria necessário aquecer um e resfriar o outro, havendo necessidade de realização de trabalho, esse trabalho deveria ser obtido do calor que foi recebido por aquele (sistema ou vizinhança) que se aqueceu, e, pela 2ª Lei da Termodinâmica, é inconcebível transformar todo calor em trabalho. Entretanto, um processo de transferência de calor torna-se menos irreversível à medida que a diferença de temperatura entre os dois corpos se aproxima de zero. Neste ponto, a transferência de calor com uma diferença de temperatura infinitesimal  pode ser considerada reversível. Quando  se aproxima de zero, o processo pode ter a direção invertida (pelo menos teoricamente) sem a necessidade de nenhum fornecimento de trabalho (refrigeração). Observe que a transferência de calor reversível é um processo conceitual e não pode ser produzido no mundo real.

    (V) Um processo reversível é definido como aquele que, tendo ocorrido, pode ser invertido e após realizada essa inversão, não se notarão vestígios no sistema e no meio.

    VERDADEIRO. Os processos reversíveis são aqueles que, após terem ocorrido, podem retornar ao estado inicial sem deixar qualquer vestígio no sistema ou ambiente. São processos idealizados que são impossíveis de serem colocados em prática na vida real. Os fatores que levam um processo a ser irreversível são as denominadas irreversibilidades. São eles: atrito; expansão não resistida; mistura de dois fluidos; transferência de calor com uma diferença finita de temperatura; resistência elétrica; deformação inelástica de sólidos; e reações químicas.

    Com isso, a sequência de respostas fica: V – F – F – V – V, como monstra a alternativa (C).

    Resposta: C


ID
2072386
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Engenharia Mecânica
Assuntos

É importante entender os mecanismos físicos presentes nos diferentes modos da transferência de calor para utilizar as equações das taxas de transferência de calor, de forma a quantificar a energia sendo transferida por unidade de tempo. Associe as duas colunas relacionando os temas com seus respectivos conceitos.

TEMAS

(1) Condução

(2) Convecção

(3) Radiação


CONCEITOS

( ) representa a transferência de energia devido ao movimento molecular aleatório (difusão), ou a transferência de energia através do movimento global (macroscópico) do fluido.

( ) é vista como a transferência de energia de partículas mais energéticas para partículas de menor energia em um meio, devido às interações entre elas.

( ) é a energia emitida por toda a matéria que se encontra a uma temperatura não nula.

A sequência correta dessa classificação é

Alternativas
Comentários
  • Questão teórica dos conceitos dos diferentes tipos de transferência de calor e simples de ser resolvida.

    ·        Condução: a condução de calor é a transferência de energia térmica das partículas com mais energia para as partículas adjacentes com menos energia em um meio, podendo ocorrer em sólidos, líquidos e gases, desde que não haja movimento da massa.

    ·        Convecção: é a transferência de energia entre uma superfície sólida e um fluido adjacente que se encontra em movimento, esse movimento pode ser um movimento molecular aleatório (difusão) ou um movimento global do fluido.

    ·        Radiação: é a energia emitida pela matéria sob forma de ondas eletromagnéticas em consequência das mudanças de configurações eletrônicas de átomos ou moléculas e que apresente uma temperatura não nula.

    Portanto a resposta correta é a alternativa (C).

    Resposta: C


ID
2072389
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Engenharia Mecânica
Assuntos

No estudo do escoamento dos fluidos, o entendimento sobre a camada limite é fundamental. Considerando um escoamento laminar de um fluido sobre uma placa plana, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma abaixo e depois assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

( ) A velocidade do fluido em contato com a superfície é sempre nulo.

( ) O retardamento da velocidade do fluido causado pela placa plana ocorre devido à tensão de cisalhamento entre o fluido e a placa.

( ) A camada limite térmica e a camada limite fluidodinâmica sempre possuem o mesmo perfil, diferenciando-se apenas por suas grandezas.

( ) A camada limite de concentração é determinada pela manifestação da transferência de calor entre a placa e o fluido.

( ) Pode-se afirmar que, se um ponto não sofre influência pela tensão de cisalhamento da placa, este está situado fora da camada limite fluidodinâmica.

Alternativas
Comentários
  • V - Pelo princípio do não-deslizamento a proposição está verdadeira. Não há movimento relativo do fluído em relação à superfície de contato (observe que se a placa estiver em movimento o fluido também estará);

    V - A tensão de cisalhamento é o esforço que ocorre devido à viscosidade de um fluido. Quando partículas de fluido entram em contato com a superfície, elas passam a ter velocidade zero (condição de não deslizamento); Essas partículas retardar o movimento das partículas da camada de fluido adjacente, que retardam o movimento da próxima camada e assim sucessivamente até que essa interferência diminui até zero (região fora da camada limite)

    F - As camada limite fluido dinâmica não tem o mesmo perfil da camada limite termodinâmica. Enquanto na primeira a velocidade aumenta a medida que se afasta da superfície de contato, na segunda, a temperatura diminui com o afastamento (no caso de uma superfície mais quente que o fluido);

    F - Da mesma forma que as camadas limite térmica e fluidodinâmica determinam o atrito e a transferência de calor por convecção em uma parede, a camada limite de concentração determina a transferência de massa por convecção. 

    V - Fora da camada limite o gradiente de velocidade é zero, ou seja, a interferência da placa no escoamento já não se faz presente.

     

  • Essa questão aborda conceitos tanto de transferência de calor como de mecânica dos fluidos. Portanto, ela estará presente tanto nesta aula como na de mecânica dos fluidos para que você revise seu conteúdo. Assim, vamos analisar item por item e abordar os conceitos teóricos exigidos.

    (V) A velocidade do fluido em contato com a superfície é sempre nula.

    VERDADEIRO. É importante compreender como o fluido escoa em superfície sólidas, nesses casos existe a condição de não deslizamento a qual esclarece que um fluido em contato com direto com um sólido “cola” à superfície devido aos efeitos viscosos e não há escorregamento. Portanto essa condição é responsável pelo perfil de velocidade visto na figura a seguir.

    (V) O retardamento da velocidade do fluido causado pela placa plana ocorre devido à tensão de cisalhamento entre o fluido e a placa.

    VERDADEIRO. O retardamento da velocidade do fluido está relacionado com as tensões cisalhantes que atuam em planos paralelos à velocidade do fluido. A camada de fluido em contato com a placa adere a superfície (condição de não deslizamento) e atrasa a camada adjacente e esta atrasa a camada seguinte, e assim sucessivamente. A partir de uma certa distância esse efeito se torna desprezível e o fluido tem a velocidade de corrente livre. A região do escoamento onde os efeitos viscosos são significativos é chamada de camada limite.

    (F) A camada limite térmica e a camada limite fluidodinâmica sempre possuem o mesmo perfil, diferenciando-se apenas por suas grandezas.

    FALSO. A camada limite fluidodinâmica se forma quando existe um escoamento sobre uma superfície logo é caracterizada por gradientes de velocidade e tensões cisalhantes, já a camada limite térmica se desenvolve quando tem uma diferença de temperatura entre um fluido escoando e a superfície, é caracterizada por gradientes de temperatura e transferência de calor. O erro na questão é na afirmação de que elas SEMPRE possuem o mesmo perfil, geralmente possuem, mas não sempre.

    (F) A camada limite de concentração é determinada pela manifestação da transferência de calor entre a placa e o fluido.

    FALSO. Vimos na afirmação anterior que a camada limite térmica é caracterizada pela transferência de calor, a camada limite de concentração é caracterizada pela transferência de massa por convecção.

    (V) Pode-se afirmar que, se um ponto não sofre influência pela tensão de cisalhamento da placa, este está situado fora da camada limite fluidodinâmica.

    VERDADEIRO. A camada limite é caracterizada por gradientes de velocidades devido as tensões cisalhantes, se o ponto não sofre influência da tensão cisalhante ele não está na camada limite.

     

    Resposta: B


ID
2072392
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Engenharia Mecânica
Assuntos

Uma primeira etapa, essencial no tratamento de qualquer problema de convecção, consiste em determinar se a camada limite fluidodinâmica é laminar ou turbulenta. Sobre esse assunto, marque a alternativa incorreta.

Alternativas
Comentários
  • O movimento do fluido ao longo da camada limite turbulenta é altamente regular. IRREGULAR!

  • Questão de mecânica dos fluídos que exige o conhecimento sobre camada limite fluidodinâmica. O escoamento da camada limite pode ser laminar ou turbulento. Entre os fatores que afetam a transição de camada limite estão o gradiente de pressão, a rugosidade superficial, a transferência de calor, as forças de campo e as perturbações da corrente livre. Na camada limite, tanto as forças viscosas quanto as forças de inércia são importantes.

    Vamos analisar item por item.

    (A) CORRETO. Na camada limite laminar, o movimento do fluido é altamente ordenado, sendo possível identificar linhas de corrente ao longo das quais as partículas se movem. A principal informação é sobre o fluido ser altamente ordenado no caso de escoamentos laminares.

    (B) CORRETO. O atrito superficial e as taxas de transferência por convecção dependem fortemente das condições na camada limite. Certo, pois, quanto maior a velocidade do fluido, quanto maior sua turbulência, maior será o atrito superficial, bem como sua taxa de transferência de calor por convecção.

    (C) CORRETO. É possível observar escoamentos com regiões laminares e turbulentas, contendo uma região de transição entre elas. Certo, pois na região de transição, os escoamentos laminares e turbulentos coexistem.

    (D) ERRADO. O movimento do fluido ao longo da camada limite turbulenta é altamente regular. A assertiva está errada, pois na verdade, o escoamento turbulento é altamente IRREGULAR e o escoamento laminar, é regular.

              O movimento do fluído na camada limite turbulenta é altamente IRREGULAR. O gráfico apresentado mostra nitidamente que a curva de velocidade não segue uma regularidade como acontece na curva do escoamento laminar. Portanto, a alternativa (D) traz a resposta correta.

    Resposta: D


ID
2072398
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Engenharia Mecânica
Assuntos

As bombas são máquinas geratrizes cuja finalidade é realizar o deslocamento de um líquido. Elas transformam o trabalho mecânico que recebem para seu funcionamento em energia, que é comunicada ao líquido sob as formas de energia de pressão e cinética. A forma como essa transformação é feita permite classificar as bombas. Sobre as classificações e princípios de funcionamento das bombas, associe as duas colunas relacionando os temas com seus respectivos conceitos.

CLASSIFICAÇÕES

(1) Bombas de deslocamento positivo ou volumógeas

(2) Turbobombas ou hidrodinâmicas

(3) Bombas especiais


PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO

( ) as bombas dessa classe possuem um órgão rotatório dotado de pás, chamado de rotor, que exerce sobre o líquido forças que resultam da aceleração que lhe imprime. Essa aceleração não possui a mesma direção e o mesmo sentido do movimento do líquido em contato com as pás.

( ) são aparelhos hidráulicos que modificam o estado da energia que o fluido possui, a exemplo dos ejetores e carneiros hidráulicos.

( ) a característica principal desta classe de bombas é que a partícula líquida em contato com o órgão que comunica a energia tem aproximadamente a mesma trajetória que o ponto do órgão com o qual está em contato.

Assinale a sequência correta dessa classificação.

Alternativas
Comentários
  • RESOLUÇÃO:

    Antes de resolvermos essa questão, vamos a uma revisão teórica quanta à classificação das bombas hidráulicas:

    ·        Bombas de deslocamento positivo: As bombas de deslocamento positivo liberam um determinado volume de fluido de acordo com a velocidade do sistema, após uma rotação de seu eixo ela desloca um volume fixo de fluido, independentemente das condições de pressão na saída, ou seja, o fluxo não é praticamente afetado pelo diferencial de pressão, ele é continuo e sem pulsações, além dessa característica as bombas de deslocamento positivo têm folgas internas bastante apertadas, o que minimiza a quantidade de liquido que circula dentro da bomba, por isso são bastante eficientes e podem ser ligadas com a presença de ar no seu interior. São bombas que trabalham com baixas vazões e altas pressões e podem ser utilizadas com fluidos mais viscosos e podem ser divididas conforme imagem a seguir.

    Vale ressaltar que nessa classe de bomba, a partícula em contato com a superfície que transfere a energia tem aproximadamente a mesma trajetória que a do ponto da superfície com a qual está em contato.

    A figura a seguir mostra os exemplos de bombas de deslocamento positivo do tipo ROTATIVAS.

    A figura a seguir mostra os exemplos de bombas de deslocamento positivo do tipo ALTERNATIVAS.

    ·        Turbobombas ou hidrodinâmicas: As turbobombas, também chamadas bombas hidrodinâmicas são caracterizadas por possuírem um elemento rotatório dotado de pás, chamado rotor, que exerce sobre o líquido forças que resultam da aceleração que lhe imprime. Essa aceleração, ao contrário do que se verifica nas bombas de deslocamento positivo, não possui a mesma direção e o mesmo sentido do movimento do líquido em contato com as pás. Esse tipo de bomba depende da energia cinética para movimentar o líquido ao contrário da bomba de deslocamento positivo que necessita de meios mecânicos, não pode ser ligada com a presença de ar na bomba ou na tubulação de sucção. O líquido entra na bomba pelo centro de um impelidor e ganha energia na medida em que se move para diâmetro externo do impelidor. As turbobombas podem transferir grandes volumes de liquido, mas a eficiência e o fluxo caem rapidamente na medida em que a pressão e a viscosidade aumentam. As bombas hidrodinâmicas

    ·        Bombas especiais: São aparelhos hidráulicos que modificam o estado da energia que o fluido possui, alguns exemplos são:

    o  Ejetores;

    o  Carneiros hidráulicos;

    o  Bombas Regenerativas;

    o  Bombas para Indústrias Químicas e de Processamento.

    Com isso, após essa breve revisão, vamos ao que a questão pede. Assinale a sequência correta dessa classificação:

    CLASSIFICAÇÕES

    (1)     Bombas de deslocamento positivo ou volumógeas

    (2)     Turbobombas ou hidrodinâmicas

    (3) Bombas especiais

    PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO

    (2) as bombas dessa classe possuem um órgão rotatório dotado de pás, chamado de rotor, que exerce sobre o líquido forças que resultam da aceleração que lhe imprime. Essa aceleração não possui a mesma direção e o mesmo sentido do movimento do líquido em contato com as pás.

    (3) são aparelhos hidráulicos que modificam o estado da energia que o fluido possui, a exemplo dos ejetores e carneiros hidráulicos.

    (1) a característica principal desta classe de bombas é que a partícula líquida em contato com o órgão que comunica a energia tem aproximadamente a mesma trajetória que o ponto do órgão com o qual está em contato.

    Portanto, a alternativa (B) traz a resposta correta.

    Resposta: B


ID
2072401
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Engenharia Mecânica
Assuntos

A operação normal de bombeamento consiste em fornecer energia ao líquido para que ele execute o trabalho representado pelo deslocamento de seu peso entre duas posições, vencendo resistências em seu percurso. Para desenvolver projetos de instalações de bombeamento, o engenheiro precisa conhecer grandezas que são consideradas nesse tipo de dimensionamento. Sobre este assunto, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma abaixo. A seguir, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

( ) A altura estática de aspiração é a diferença de cotas entre o nível de centro da bomba e o da superfície livre do reservatório de captação.

( ) A altura total de aspiração ou altura manométrica de aspiração é a diferença entre as alturas representativas de pressão atmosférica local e da pressão reinante na entrada da bomba.

( ) A altura total de recalque é a diferença entre as alturas representativas de pressão na saída da bomba e a atmosférica.

( ) A altura manométrica de elevação ou altura manométrica é a diferença entre as alturas representativas das pressões na saída e entrada da bomba.

Alternativas
Comentários
  • Questão de mecânica dos fluidos que exige o conhecimento sobre sistemas fluidomecânicos. Por isso, vamos fazer uma breve revisão sobre alguns conceitos e fórmulas utilizadas, para então, analisarmos item por item. Observe a seguinte figura:

    Temos que a altura estática de aspiração “h é a diferença de altura entre o nível médio da bomba e o nível da superfície livre do reservatório de onde o fluido é aspirado. Observe que, quando se diz altura estática, não são levadas em conta as perdas devido ao atrito com a tubulação e nos acessórios presentes na aspiração. É somente a diferença, em unidade de comprimento, dos mencionados níveis.

    Ainda com relação à ilustração, temos que a altura estática de recalque “h” é a diferença de cotas entre os níveis onde o fluido é abandonado ao sair pela tubulação de recalque no meio ambiente e o nível do centro da bomba. Assim como citado na definição de altura estática de aspiração, aqui também consideramos altura estática. Dessa forma, as perdas devido ao atrito na tubulação de recalque e nos acessórios no ramo de recalque não são contabilizadas.

    Já para se ter uma melhor noção da definição de altura manométrica ou altura total de aspiração, pode-se aplicar a equação do balanço de energia (Equação de Bernoulli) entre a superfície livre do reservatório e a entrada da bomba, considerando que a superfície livre do reservatório está exposta à pressão atmosférica (conforme a figura).

    O termo entre chaves representa a pressão Relativa na entrada da bomba em relação à pressão existente na superfície livre do reservatório de aspiração, expresso em metros de coluna de fluido, é denominado Altura Total de Aspiração ou Altura Manométrica de Aspiração.

    A altura total de recalque ou altura manométrica de recalque pode ser avaliada ao aplicarmos o balanço de energia entre a saída da bomba e a descarga da tubulação de recalque para o reservatório superior que, no caso da figura, está à pressão ambiente.

    O termo entre chaves representa a pressão relativa na saída da bomba em relação à pressão na descarga da tubulação de recalque. Se a tubulação de recalque descarrega para a superfície livre de um reservatório aberto à atmosfera como no caso da figura, essa pressão é igual à pressão atmosférica (P_atm). Tal termo é expresso em metros de coluna de fluido e é denominado Altura Manométrica de Recalque ou Altura Total de Recalque.

    Por sua vez, a altura de elevação ou altura manométrica representa a quantidade de energia específica (energia útil por unidade de peso do fluido em escoamento, em unidade de comprimento [m]) que a bomba transfere ao fluido. Para avaliá-la, deve-se aplicar o balanço de energia entre a saída e a entrada da bomba. 

    Realizando os cancelamentos possíveis, temos que:

    Como era de se esperar, a Altura Manométrica é a quantidade de energia por unidade de peso do fluido que a bomba transfere ao fluido a fim de que ele vença as alturas estáticas de aspiração, as perdas na aspiração, a altura estática de recalque, as perdas no recalque e, ainda, a variação de energia cinética.

    Portanto, após essa breve revisão, vamos analisar item por item:

    (V) A altura estática de aspiração é a diferença de cotas entre o nível de centro da bomba e o da superfície livre do reservatório de captação. CORRETO.

    De fato, o item trouxe a definição pura da altura estática de aspiração. Se olharmos para a figura no início da resolução desta questão, a altura estática de aspiração é representada por  Lembrando que quando se diz altura estática de aspiração, não são levadas em conta as perdas devido ao atrito com a tubulação e com os acessórios presentes na aspiração. É somente a diferença, em unidade de comprimento, dos mencionados níveis.

    (V) A altura total de aspiração ou altura manométrica de aspiração é a diferença entre as alturas representativas de pressão atmosférica local e da pressão reinante na entrada da bomba. CORRETO.

    Lembramos que, ao aplicarmos a equação de BERNOULLI entre a entrada da bomba e a superfície livre do reservatório de aspiração, obtivemos:

    Equação na qual o termo entre chaves é denominado de Altura Manométrica de Aspiração, e é exatamente a diferença entre as alturas representativas da pressão atmosférica local e da pressão na entrada da bomba.

    (V) A altura total de recalque é a diferença entre as alturas representativas de pressão na saída da bomba e a atmosférica. CORRETO.

    Quando foi aplicada a equação do balanço de energia entre a descarga da tubulação de recalque e a saída da bomba, obtivemos:

    Equação na qual o termo entre chaves é denominado de Altura Manométrica de Recalque, e é exatamente a diferença entre as alturas representativas da pressão na saída da bomba e da atmosférica local. Aqui vale uma ressalva, só é a diferença entre a pressão na saída da bomba e a pressão atmosférica porque estamos falando de uma tubulação de descarga do recalque que joga o fluido para um reservatório aberto para a atmosfera. Como a questão não trouxe informação alguma que poderíamos considerar um reservatório de recalque a uma pressão diferente, a questão está correta. Mas o certo mesmo seria falar que é a diferença entre as alturas representativas de pressão na saída da bomba e de pressão na descarga do recalque.

    (V) A altura manométrica de elevação ou altura manométrica é a diferença entre as alturas representativas das pressões na saída e entrada da bomba. CORRETO.

    A altura manométrica de elevação representa a quantidade de energia específica (energia útil por unidade de peso do fluido em escoamento, em unidade de comprimento [m]) que a bomba transfere ao fluido.

    O item é considerado como correto, de fato é se for desconsiderada a variação da energia cinética do fluido entre a saída e a entrada da bomba, ou seja, o fluido entra no corpo da bomba e sai com a mesma velocidade, e é o que deve ocorrer se a tubulação de entrada tiver o mesmo diâmetro da tubulação de saída.

    Portanto, a alternativa (C) traz a resposta correta.

    Resposta: C


ID
2072404
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Engenharia Mecânica
Assuntos

Para o desenvolvimento de projetos, o conhecimento dos conceitos de resistência dos materiais e a capacidade dos materiais de resistir a esforços aplicados a eles é fundamental. Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma abaixo sobre resistência de materiais e, a seguir, assinale a alternativa correta.

( ) O limite de escoamento é o limite máximo de tensão que o material suporta deformação plástica, ou seja, é o limite de tensão que o material consegue retornar às dimensões iniciais caso a carga seja retirada.

( ) Torque é o momento que tende a torcer o membro em torno de seu eixo longitudinal.

( ) A flambagem é a deflexão sofrida pelas colunas ao serem expostas a forças axiais de compressão.

Alternativas
Comentários
  • Limite de escoamento: é a tensão máxima que o material suporta ainda no regime elástico de deformação

  • Vamos analisar item por item.

    (F) O limite de escoamento é o limite máximo de tensão que o material suporta deformação , ou seja, é o limite de tensão que o material consegue retornar às dimensões iniciais caso a carga seja retirada.

    ERRADA. A deformação é elástica e não plástica.

    (V) Torque é o momento que tende a torcer o membro em torno de seu eixo longitudinal.

    CORRETO. O torque é calculado pela seguinte equação T = F.d, em que “F” é a força aplicada e “d” é a distância da aplicação da força ao eixo de rotação.

    (V) A flambagem é a deflexão sofrida pelas colunas ao serem expostas a forças axiais de compressão.

    CORRETO. Veja o exemplo a seguir:

    Resposta: B

  • Philipe , eu não concordo, de acordo com as definições encontradas no livro de Hibeller, o limite de escoamento ocorre acima do limite de elasticidade ,porém já em uma região plástica, quando ocorre o escoamento , o corpo não consegue retornar ao estado original


ID
2072407
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Engenharia Mecânica

Sobre as reações Fa e Fb nos apoios a e b respectivamente, na viga carregada estaticamente mostrada na figura acima, marque a alternativa correta.

Alternativas
Comentários
  • O correto seria Fb=9Fa, o que se pode ver, não há item para esse gabarito


ID
2072410
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Engenharia Mecânica

Qual das alternativas representa o diagrama de esforços cortantes?

Alternativas

ID
2072416
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Engenharia Mecânica
Assuntos

A soldagem é um processo de união de materiais, em especial, de metais, muito utilizados em fabricações industriais. Sobre os tipos de processos de soldagem, associe as duas colunas relacionando os temas com seus respectivos conceitos.

TEMAS

(1) Eletrodo Revestido

(2) MIG

(3) TIG


CONCEITOS

( ) utiliza eletrodos de tungstênio em atmosfera de gás inerte e pode ser empregado com ou sem adição de material ao metal base. A solda possui grande regularidade e alta produtividade e é indicada para ambientes limpos.

( ) utiliza atmosfera de gás inerte e eletrodo consumível continuamente renovado. O eletrodo é constituído de arame fino, bobinado em carretéis e conduzido até o arco por meio de dispositivo elétrico composto de pequenos rolos.

( ) é um processo versátil e muito utilizado. Consiste na abertura e manutenção de arco elétrico entre o eletrodo e a peça a ser soldada, fundindo simultaneamente o eletrodo e a peça. O metal fundido do eletrodo é transferido para a peça, formando uma poça. A escória líquida flutua em direção à superfície da poça, protegendo o metal de solda da atmosfera durante a solidificação.

A sequência correta dessa classificação é

Alternativas
Comentários
  • Façamos uma breve revisão dos processos de soldagem citados:

    ·        Eletrodo Revestido: a soldagem a arco com eletrodo revestido é um processo que produz a união entre metais pelo aquecimento destes com um arco elétrico estabelecido entre um eletrodo metálico revestido e a peça que está sendo soldada. O eletrodo é uma vareta metálica (alma), trefilada ou fundida, que conduz a corrente elétrica e fornece metal de adição para enchimento da junta. A alma é recoberta por uma mistura de diferentes materiais, numa camada que forma o revestimento do eletrodo. As funções do revestimento são:

    o  Estabilizar o arco elétrico;

    o  Ajustar a composição química do cordão pela adição de elementos de liga e eliminação de impurezas;

    o  Proteger a poça de fusão e o metal de solda contra contaminação pela atmosfera, através da geração de gases e de uma camada de escória;

    o  Conferir características operacionais, mecânica e metalúrgicas ao eletrodo e à solda.

    A grande versatilidade em termos de ligas soldáveis, principal característica desse processo, é explicada pela possibilidade de inúmeras formulações para o revestimento (possibilidade de variáveis características mecânicas e metalúrgicas do metal depositado). Outras características importantes são o custo relativamente baixo, a simplicidade do equipamento necessário, quando comparado a outros processos, e a possibilidade de uso em locais de difícil acesso ou aberto, sujeito à ação de ventos.

    Por outro lado, as desvantagens desse processo são que esse tipo de solda apresenta baixa produtividade, tanto em termos de deposição como em termos do fator de ocupação do soldador, principalmente quando comparado com os processos de soldagem com eletrodo consumível e proteção gasosa e com soldagem a arco submerso. Outras limitações são: necessidade de um treinamento específico do soldador (demorado e oneroso); necessidade de cuidados especiais com os eletrodos; grande volume de gases e fumos gerados no processo, prejudiciais à saúde.

    Vale ressaltar que metais de baixo ponto de fusão como o chumbo, estanho e zinco, em geral, não são soldáveis a arco e metais refratários ou muitos reativos (titânio, zircônio, molibdênio e nióbio) não são soldáveis com eletrodo revestido.

    ·        MIG/MAG: a soldagem a arco com proteção gasosa é um processo em que a união das peças metálicas é produzida pelo aquecimento destas com um arco elétrico estabelecido entre um eletrodo metálico nu, consumível, e a peça de trabalho. A proteção do arco e da região da solda contra contaminação pela atmosfera é feita por um gás ou mistura de gases que podem ser inertes (MIG) ou gás ou misturas de gases ativos (MAG).

    É um processo normalmente semiautomático, no qual a alimentação do arame de eletrodo é feita mecanicamente por um alimentador motorizado, e o operador é responsável pela iniciação e interrupção da soldagem, além de mover a tocha ao longo da junta. A manutenção do arco é garantida pela alimentação contínua do arame eletrodo, e o comprimento do arco é mantido aproximadamente constante pelo próprio sistema, independentemente dos movimentos do soldador, dentro de certos limites, nos sistemas mais usuais.

    O calor gerado pelo arco é usado para fundir as peças a serem unidas e o arame eletrodo se constitui em metal de adição.

    Esse processo de soldagem pode ser usado em materiais em uma ampla faixa de espessura, tanto em metais ferrosos como não ferrosos. Detalhe é que o processo MAG é utilizado somente com metais ferrosos, sendo o  o principal gás ou mistura de gases ricas neste gás.

    As principais vantagens desse processo são: alta taxa de deposição e alto fator de ocupação do soldador; grande versatilidade quanto ao tipo de material e espessuras aplicáveis; não existência de fluxos de soldagem; ausência de operações de remoção de escória e limpeza; e exigência de menor habilidade do soldador.

    A principal limitação do processo é a sua maior sensibilidade à variação dos parâmetros elétricos de operação do arco de soldagem, que influenciam diretamente na qualidade do cordão de solda depositado, além da necessidade de um ajuste rigoroso de parâmetros para se obter um determinado conjunto de características para o cordão de solda. Outras desvantagens são: maior custo do equipamento; maior necessidade de manutenção; e menor variedade de consumíveis.

    ·        TIG: a soldagem a arco com eletrodo de tungstênio e proteção gasosa é um processo no qual a união de peças metálicas é produzida pelo aquecimento e fusão destes através de um arco elétrico estabelecido entre um eletrodo de tungstênio, não consumível, e as peças a serem unidas. A proteção da poça de fusão e do arco contra a contaminação pela atmosfera é feita por uma nuvem de gás inerte ou mistura de gases inertes. A soldagem pode ou não ser feita com adição de metal de adição e, quando usada, é feita diretamente na poça de fusão.

    Uma característica importante desse processo é o excelente controle de energia transferida para a peça, devido ao controle independente da fonte de calor e da adição de metal de enchimento. Isso torne o processo bastante adequado para a soldagem de peças de pequena espessura e, aliado à eficiente proteção contra a contaminação, permite a soldagem de materiais de difícil soldabilidade, com ótimos resultados. Além do que, o fato de o eletrodo ser não consumível possibilita a soldagem sem a adição de metal de enchimento, isso pode ser interessante na soldagem de chapas finas, e, como não existem reações metal-gás e metal-escória, não há grande geração de fumos e vapores, permitindo ótima visibilidade ao operador.

    Outras vantagens são: o arco na soldagem TIG é bastante estável, suave e produz, em geral, soldas com boa aparência e acabamento, que exigem pouca ou nenhuma limpeza após operação; a operação é normalmente manual e pode ser feita em qualquer posição, embora a mecanização do processo seja também comum e fácil de ser implementada; o processo é aplicável à maioria dos metais e suas ligas, numa ampla faixa de espessuras; possibilidade de se usar o próprio metal de base como metal de adição quando este não estiver disponível comercialmente, bastando para isso cortar pedaços do metal de base com uma forma apropriada, particularmente para a soldagem manual.

    Por outro lado, os empecilhos são: alto custo dos equipamentos necessários e dos consumíveis usados; produtividade ou rendimento baixos, limitando sua aplicação a situações em que a qualidade de solda produzida seja mais importante que a produtividade ou custo de operação.  

    Após a revisão teoria, vamos às alternativas:

    (3) TIG Utiliza eletrodos de tungstênio em atmosfera de gás inerte e pode ser empregado com ou sem adição de material ao metal base. A solda possui grande regularidade e alta produtividade e é indicada para ambientes limpos. O item traz as características da soldagem TIG. Ou seja, utiliza eletrodo de tungstênio em atmosfera de gás inerte e pode ser empregada com ou sem material de adição ao metal base. E, de fato, possui grande regularidade, todavia, a característica sobre alta produtividade não é relevante sobre todos os processos de soldagem. Por fim, é indicada para ambientes limpos e as soldas exigem pouca ou nenhuma limpeza.

    (2) MIG. Utiliza atmosfera de gás inerte e eletrodo consumível continuamente renovado. O eletrodo é constituído de arame fino, bobinado em carretéis e conduzido até o arco por meio de dispositivo elétrico composto de pequenos rolos. Trata-se das características do processo de soldagem MIG. Conforme mencionado, a alimentação do arame de eletrodo é feita mecanicamente por um alimentador motorizado

    (1) ELETRODO REVESTIDO. É um processo versátil e muito utilizado. Consiste na abertura e manutenção de arco elétrico entre o eletrodo e a peça a ser soldada, fundindo simultaneamente o eletrodo e a peça. O metal fundido do eletrodo é transferido para a peça, formando uma poça. A escória líquida flutua em direção à superfície da poça, protegendo o metal de solda da atmosfera durante a solidificação. O item trouxe as características do processo de soldagem por eletrodo revestido. Processo muito utilizado devido ao baixo custo e facilidade. O metal do eletrodo é transportado e fundido junto às peças a serem unidas. O revestimento do eletrodo, através de uma camada de escória, protege a poça de fusão e o metal de solda contra contaminação pela atmosfera.

    Assim, a sequência das respostas é (3), (2), (1). Com isso, a alternativa (B) traz a resposta correta.

    Resposta: B


ID
2072419
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Engenharia Mecânica
Assuntos

A usinagem é um processo de fabricação que confere formato à peça beneficiada, além de dimensão e acabamento de sua superfície, removendo-se o material excedente, denominado sobremetal ou cavaco. Nesse processo, a peça gira ao redor do eixo principal de rotação da máquina operatriz. Desse modo, qual é o processo que é feito através do movimento sincronizado da peça e da ferramenta de corte obtendo-se superfícies planas, cônicas ou cilíndricas, com diâmetros sucessivamente menores?

Alternativas
Comentários
  • Essa questão envolve o conhecimento dos processos de fabricação por usinagem. Vamos analisar as assertivas e verificar qual se encaixa no processo descrito.

    ·        Mandrilamento: Processo mecânico de usinagem de superfícies de revolução, com o auxílio de uma ou mais ferramentas de corte. Para tanto, a ferramenta gira e a peça ou a ferramenta se deslocam simultaneamente segundo uma trajetória determinada.

    ·        Aplainamento: Processo mecânico de usinagem destinado a obtenção de superfícies regradas, gerada por um movimento retilíneo alternativo da peça ou da ferramenta. Pode ser horizontal ou vertical. Quanto a finalidade pode ser de desbaste ou de acabamento.

    ·        Brochamento: Processo mecânico de usinagem destinado a obtenção de superfícies quaisquer com o auxílio de ferramentas multicortantes. A ferramenta ou a peça se deslocam segundo uma trajetória retilínea, coincidente ou paralela ao eixo da ferramenta.

    ·        Torneamento: Processo mecânico de usinagem destinado a obtenção de superfícies de revolução com o auxilio de uma ou mais ferramentas monocortantes. A peça gira em torno do eixo principal de rotação da máquina e a ferramenta se desloca simultaneamente segundo uma trajetória coplanar com o referido eixo.

    Após essa pequena revisão sobre os principais processos de fabricação por usinagem, vamos verificar o que foi pedido: qual é o processo que é feito através do movimento sincronizado da peça e da ferramenta de corte obtendo-se superfícies planas, cônicas ou cilíndricas, com diâmetros sucessivamente menores? é o processo de TORNEAMENTO. Portanto, a alternativa (D) traz a resposta correta.

    Resposta: D


ID
2072422
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Engenharia Mecânica
Assuntos

Sabe-se que um escoamento incompressível é descrito por u = Ax2 + 3 e v = Bxy - 1 , onde A = 2 m-1s-1. Sendo as coordenadas em metros, o valor de B é

Alternativas
Comentários
  • Equação da continuidade em RP

    du/dx+dv/dy=0

    derivando: 2Ax+Bx=0

    substituindo o valor de A= 2m^-1s^-1

    2(2m^-1s^-1)x+Bx=0

    B= -4m^-1s^-1

  • Este tipo de questão não é tão comum em concursos públicos de Engenharia Mecânica. Contudo, costuma ser cobrada nas provas da FAB. Por isso, vamos estudar a equação da continuidade em sua forma diferencial, que pode ser escrita como se segue:

    Quando o escoamento é incompressível as variações da densidade no movimento de uma partícula de fluido são desprezíveis. Assim, a equação da continuidade na sua forma diferencial se reduz a:

    Após essa breve revisão, vamos resolver a questão. Para isso, vamos substituir as equações de “u” e “v” fornecidas no enunciado e resolver a equação diferencial:

    Agora, como foi dado o valor de “A”, vamos encontrar o valor da coordenada “B”.

    Portanto, a resposta correta é a alternativa (A).

     

    Resposta: A


ID
2072425
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Engenharia Mecânica
Assuntos

Em relação às recomendações ao modo de cotar um desenho técnico mecânico, analise as afirmativas abaixo.

I. As linhas de centro podem ser utilizadas como linha de cota.

II. As dimensões das cotas não devem ser colocadas entre os limites da linha de cotas se este espaço for pequeno.

III. As cotas de um desenho devem indicar a unidade de medida, apresentada em milímetros, quando essas dimensões estiverem no sistema métrico.

IV. Deve ser evitada a repetição de cotas em outras vistas, se uma vista já conter a cota em questão.

Estão corretas apenas as afirmativas

Alternativas
Comentários
  • I. As linhas de centro NÃO podem ser utilizadas como linha de cota.

    II. As dimensões das cotas não devem ser colocadas entre os limites da linha de cotas se este espaço for pequeno. (CERTA)

    III. As cotas de um desenho NÃO devem indicar a unidade de medida, apresentada em milímetros, quando essas dimensões estiverem no sistema métrico.

    IV. Deve ser evitada a repetição de cotas em outras vistas, se uma vista já conter a cota em questão. (CERTA)

  • As linhas de centro podem ser usadas com linhas auxiliares

  • I. As linhas de centro podem ser utilizadas como linha de cota. ERRADO.

    Eixos, linhas de centro, arestas e contornos de objetos não devem ser usados como linha de cota (exceção aos desenhos esquemáticos).

    II. As dimensões das cotas não devem ser colocadas entre os limites da linha de cotas se este espaço for pequeno. CORRETO.

    As medidas são escritas acima das linhas de cota, quando estão horizontais ou inclinadas, e à esquerda, quando são verticais, com a base dos algarismos junto às linhas de cota. Exemplos:

    Quando o espaço a cotar for pequeno de tal modo que não permita desenhar setas e algarismos, as setas podem ser invertidas e colocadas exteriores à medida, na direção da linha de cota. Os algarismos podem ser deslocados para junto da seta direita externa ou para mais distante, desde que ligados ao espaço medido por uma pequena seta referencial. Exemplos:

    III. As cotas de um desenho devem indicar a unidade de medida, apresentada em milímetros, quando essas dimensões estiverem no sistema métrico. ERRADO.

    A notação da unidade métrica decimal –mm, m, etc. – normalmente não acompanha o número que expressa a medida, no desenho. Informações sobre escala ou unidade são dadas à parte, na legenda. Toda folha de desenho deve possuir no canto inferior direito um quadro destinado à legenda. Este quadro deve conter o título do projeto/desenho, nome da empresa, escalas, unidades em que são expressas as informações, número da folha (caso o projeto tenha mais de uma folha), e outras informações necessárias para sua interpretação.

     

    IV. Deve ser evitada a repetição de cotas em outras vistas, se uma vista já conter a cota em questão. CORRETO.

    A boa cotagem não traz cotas em excesso. Cota-se uma única vez se as cotas forem as mesmas; evita-se repetição de cotas em caso de simetria.

    As cotas devem ser distribuídas pelas vistas todas as dimensões necessárias para de forma a indicar viabilizar a construção do objeto desenhado, porém, não pode haver cotas repetidas ou desnecessárias.

    Uma região do objeto deve ser cotada apenas uma vez em uma das vistas, naquela que representar de forma mais clara a geometria do objeto, (ver figuras abaixo).

    Resposta: C

  • A linha de centro, eixos, arestas e contornos de objetos NÃO DEVEM ser usadas como linha de cota ( exceção aos desenhos esquemáticos).

  • I. atentar nas nomenclaturas, linha de cota e linha auxiliares são coisas diferentes


ID
2072428
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Química
Assuntos

Associe as duas colunas relacionando as grandezas com as respectivas unidades de medidas em termos das unidades de base.

(1) Pressão

(2) Energia

(3) Velocidade Angular

(4) Massa Específica

(5) Temperatura


( ) m. kg . s-2

( ) kg . m-3

( ) K

( ) m-1 . kg . s-2

( ) s-1

A sequência correta dessa classificação é 

Alternativas
Comentários
  • Questão simples de análise dimensional, poderia resolver facilmente sabendo dois dos cinco itens apresentados. Por exemplo, sabendo que a unidade de medida de temperatura é Kelvin (K) e a unidade de medida da velocidade angular é 1/s já mataria a questão.

    Vamos analisar todas as grandezas com mais detalhes:

    Pressão: É a relação entre uma determinada força e sua área de distribuição.

    Energia: Existem várias formas de energia, mas elas têm que chegar a mesma unidade básica.

    Velocidade Angular: A velocidade angular é a relação entre a variação de espaço angular em determinado tempo.

    Obs.: O radiano é a razão entre o comprimento de um arco e o seu raio e por isso é adimensional.

    Massa Especifica: é a razão entre a massa e o volume da substância.

    Temperatura: O kelvin (K) é o nome da unidade base do Sistema Internacional de Unidades (SI) para a grandeza temperatura.

    Portando a alternativa certa é a letra B.

    Resposta: B


ID
2072431
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Engenharia Mecânica
Assuntos

A complexidade das equações que governam o movimento de um fluido limita as soluções pelo método analítico, de tal forma que o entendimento do comportamento de um fluido em movimento depende demasiadamente dos resultados que se obtém em testes experimentais. Assim sendo, o agrupamento das variáveis de interesse em números adimensionais constitui numa forma de economizar o tempo e a quantidade de experimentos realizados. Com base nessas informações, analise as afirmativas em relação aos números adimensionais abaixo.

I. O número de Reynolds é uma razão entre as forças de inércia e as forças viscosas.

II. O número de Euler é uma razão entre as forças de inércia e as forças de gravidade.

III. O número de Froude é uma razão entre as forças de inércia e as forças de tensão superficial.

IV. O número de Mach é uma razão entre as forças de inércia e as forças de compressibilidade.

Estão corretas apenas as afirmativas

Alternativas
Comentários
  • O número de Euler é uma razão entre as forças de pressão e as de inércia.

  • I. O número de Reynolds é uma razão entre as forças de inércia e as forças viscosas.

    II. O número de Euler é uma razão entre as forças de pressão as forças de inércia.

    III. O número de Froude é uma razão entre as forças de inércia e as forças de gravidade.

    IV. O número de Mach é uma razão entre as forças de inércia e as forças de compressibilidade.

  • Para responder à questão vamos analisar cada item separadamente.

    I. O número de Reynolds é uma razão entre as forças de inércia e as forças viscosas. CORRETA.

    O número de Reynolds é uma relação entre forças de inércia e forças viscosas, com ele podemos estimar se as forças viscosas será ou não desprezível em comparação com a forças de pressão, O número de Reynolds é adimensional e se for grande os efeitos viscosos podem ser desprezíveis na maior parte do escoamento e se o número for pequeno os efeitos viscosos serão dominantes no escoamento. Por fim, o número de Reynolds pode ser expresso por:

    II. O número de Euler é uma razão entre as forças de inércia e as forças de gravidade. ERRADA.

    É uma medida da razão entre as forças de pressão e forças de inércia. Utilizado em problemas onde a pressão, ou diferença de pressão, são importantes.

    III. O número de Froude é uma razão entre as forças de inércia e as forças de tensão superficial. ERRADA.

    O número de Froude é normalmente utilizado em fluxos de superfície livre. Pode ser considerado como a razão da força inercial e força gravitacional.

    IV. O número de Mach é uma razão entre as forças de inércia e as forças de compressibilidade. CORRETA.

    É a relação entre forças de inércia e forças de compressibilidade e é utilizado em problemas que a compressibilidade do fluido é importante.

    Esse grupo adimensional indica se o escoamento se processa a velocidades tão elevadas que os efeitos da compressibilidade do fluido devem ser levados em conta. É um parâmetro muito importante quando as velocidades são próximas ou superiores à do som;

    O número Mach também pode ser expresso como sendo a razão da velocidade real do fluido (ou de um objeto que se move no fluido em repouso) entre a velocidade do som (c) no mesmo fluido, no mesmo estado:

  • Número de Froude é a razão entre as forças de inércia e as forças gravitacionais.

  • O número de Euler caracteriza a relação entre as forças inerciais e as forças de pressão atuantes no escoamento.


ID
2072434
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Engenharia Mecânica
Assuntos

Assinale a alternativa correta em relação às engrenagens cilíndricas de dentes retos.

Alternativas
Comentários
  • a) CORRETO

    b) A interferência ocorre quando acontece o contato na região não-evolvente dos dentes, quando o topo do dente da engrenagem movida entra em contato com a FLANCO da engrenagem motora entre a circunferência primitiva e a circunferência de folga, tendendo a “cavar” a face do perfil não-evolvente. 

     c) O perfil evolvente gerado a partir do círculo primitivo nos dentes da engrenagem cilíndrica de dentes retos permite a ação conjugada das engrenagens, porém um efeito indesejável que ocorre NESSES perfis é a possibilidade de interferência. O perfil envolvente é gerado de forma que haverá apenas rolagem entre os elementos envolvidos e não haverá deslocamento relativo, portanto, não haverá interferência no mesmo.

     d) O módulo de uma engrenagem é a razão entre o diâmetro primitivo e o número de dentes, em MILÍMETRO, sendo este o índice de tamanho de dente no SI

     

     

    Por favor, corrijam-me se eu estiver errado. Obrigado!

  • (A)            O adelgaçamento consiste na retirada de material dos dentes das engrenagens entre o círculo de base e o dedendo, com o objetivo de evitar a interferência no engrenamento. Em contrapartida, também diminui a potência que pode ser transmitida de forma segura.

    CORRETO. Exatamente isso. Quando dentes de engrenagens são produzidos mediante um processo de geração, a interferência é automaticamente eliminada, pois a ferramenta de corte remove a porção interferente do flanco. Tal efeito é denominado adelgaçamento. A consequência adversa disso consiste no enfraquecimento de forma considerável do dente, diminuindo, portanto, a potência que as engrenagens são capazes de transmitir.

    (B)             A interferência ocorre quando acontece o contato na região não-evolvente dos dentes, quando o topo do dente da engrenagem movida entra em contato com a face da engrenagem motora dentro do círculo de base, tendendo a “cavar” a face do perfil não-evolvente.

    ERRADO. O erro da alternativa está na parte em que diz que o topo do dente da engrenagem movida entra em contato com a face da engrenagem motora dentro do círculo de base. Na verdade, o contato do topo do dente da engrenagem movida com a face da engrenagem motora ocorre ABAIXO do círculo da base (veja a figura da alternativa anterior).

    (C)             O perfil evolvente gerado a partir do círculo primitivo nos dentes da engrenagem cilíndrica de dentes retos permite a ação conjugada das engrenagens, porém um efeito indesejável que ocorre nesses perfis é a possibilidade de interferência.

    ERRADO. Como a transmissão é feita pelo contato entre os dentes, é necessário definir um perfil para os dentes que permita que a relação entre as velocidades angulares seja constante durante o funcionamento. Essa relação é o inverso da relação entre os diâmetros, ou seja, a coroa sempre trabalha com menor rotação.

    Diversos perfis atendem a restrição de que a relação entre as velocidades angulares seja constante. No entanto, apenas um deles tem aplicação universal e é relevante para estudo nesta disciplina, o chamado perfil evolvental. Esse perfil é caracterizado pela curva evolvente que pode ser obtida pelo desenrolar de um fio em torno de um cilindro, como em um carretel. Um ponto qualquer do fio tem a propriedade de estar sempre no tangente a um mesmo círculo, não importa quanto do fio tenha sido desenrolado. Esse círculo é chamado de CÍRCULO BASE, porque define a circunferência ao longo da qual o fio é desenrolado. A curva descrita pelo ponto escolhido é chamada de evolvente. Como o ponto está sempre ao longo da tangente ao círculo e descreve uma curva, a normal à curva está sempre na direção da tangente instantânea. Se o dente for construído com o formato da curva, a normal ao dente estará sempre na direção da tangente à circunferência de base.

    Assim, constata-se que o erro da alternativa está em dizer que o perfil evolvente é gerado a partir do círculo primitivo. Ele é, na verdade, gerado a partir do círculo base.

     

    (D)            O módulo de uma engrenagem é a razão entre o diâmetro primitivo e o número de dentes, em polegadas, sendo este o índice de tamanho de dente em unidades inglesas.

    ERRADO. O módulo de uma engrenagem é a razão entre o diâmetro primitivo e o número de dentes, em MILÍMETROS, sendo este o índice de tamanho de dente em unidades no Sistema Internacional.

     

    Resposta: A


ID
2072440
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Engenharia Mecânica
Assuntos

Em diversas aplicações na engenharia, frequentemente são necessárias ligas metálicas com uma alta resistência e que apresentem alguma ductilidade e tenacidade, o que representa um desafio para os engenheiros metalúrgicos e de materiais. Por exemplo, nas aplicações estruturais, é necessário que as ligas apresentem uma alta resistência para sustentar cargas diversas e que a ductilidade e tenacidade do material sejam adequadas para evitar uma ruptura abrupta, o que confere confiabilidade e segurança ao projeto. Em relação aos mecanismos de aumento de resistência, pode-se afirmar que

Alternativas
Comentários
  • Grão adjacentes geralmente possuem diferentes orientações cristalográficas e um contorno de grão em comum e, durante a deformação plástica, o escorregamento ou o deslocamento de discordânicas devem ocorrer neste contorno, de um grão A para outro B. O contorno de grão funciona como uma barreira a estes deslocamentos, por duas razões:

    Como os dois grãos possuem diferentes orientações cristalográficas, a discordância, ao passar do grão A para o B, precisa alterar sua direção de deslocamento, o que se torna mais difícil a medida que as desorientações aumentam

    A disordem atômica nos contornos de grão resultam na discontinuidade dos planos de escorregamento entre um grão e outro

    Assim, um material com grãos mais finos possui maior dureza e resistência mecânica do que um material com grãos grosseiros, pois os primeiros possuem maior número de contornos de grão.

  • a) CORRETO  

     b) o aumento da resistência por solução sólida confere uma maior resistência aos materiais pela diminuição do tamanho de grãos na rede atômica, dificultando o movimento das discordâncias. NÃO É ESSE O MECANISMO DE AUMENTO DE RESISTÊNCIA POR SOLUÇÃO SÓLIDA.

     c) o encruamento confere uma multiplicação e formação de novas discordâncias no material, DIFICULTANDO o movimento das mesmas pelo o aumento de densidade de discordâncias na rede atômica.

     d) a introdução de impurezas substitucionais ou intersticiais no material introduzem uma deformação na rede atômica, que é responsável pelo aumento de RESISTÊNCIA MECÂNICA

  • (A)            Os contornos de grão são responsáveis por restringir a movimentação das discordâncias, pois um dos fatores que restringem esse movimento são as orientações diferentes entre os grãos que faz com que esse movimento tenha que mudar de direção. CORRETO

    O tamanho dos grãos, ou o diâmetro médio do grão, em um metal policristalino influencia suas propriedades mecânicas. Os grãos adjacentes possuem, normalmente, orientações cristalográficas diferentes e, obviamente, um contorno de grãos comum, conforme indicado na figura:

    Figura: detalhe do plano de escorregamento em grãos adjacentes

    Durante a deformação plástica, o escorregamento ou movimento das discordâncias deve ocorrer através desse contorno comum (observe: do grão A para o grão B). O contorno do grão atua como uma barreira ao movimento das discordâncias por duas razões: 1) como os dois grãos possuem orientações diferentes, uma discordâncias que passe para do grão A para o grão B terá que mudar a direção do seu movimento, isso se torna mais difícil conforme aumenta a diferença na orientação cristalográfica; 2) a falta de ordem atômica na região do contorno de grão resultará em uma descontinuidade dos planos de escorregamento de um grão para o outro.

    Ressalta-se que um material com granulação mais fina tem dureza maior e é mais resistente que um material com granulação grosseira, uma vez que o de granulação fina possui maior área total de contornos de grãos para impedir o movimento das discordâncias.

    Com essas constatações, notamos que a alternativa (A) da questão está correta.

     

    (B)             O aumento da resistência por solução sólida confere uma maior resistência aos materiais pela diminuição do tamanho de grãos na rede atômica, dificultando o movimento das discordâncias. ERRADO

    Uma técnica conhecida para aumentar a resistência e endurecer metais consiste na formação de ligas com átomos de impurezas que formam uma solução sólida substitucional ou intersticial (aumento da resistência por solução sólida). Os metais com alta pureza têm quase sempre menor dureza e menor resistência que as ligas compostas pelo mesmo metal base.

    As ligas são mais resistentes que os metais puros porque os átomos de impurezas que estão participando na solução sólida normalmente impõem deformações de rede sobre os átomos hospedeiros vizinhos. Assim, geram interações do campo de deformação da rede entre as discordâncias e esses átomos de impurezas e, como consequências, o movimento das discordâncias fica restrito.

    A resistência ao escorregamento é maior quando os átomos de impurezas estão presentes, pois a deformação global da rede deve aumentar se uma discordância for separada desses átomos estranhos. De forma adicional, as mesmas interações das deformações de rede existirão entre os átomos de impureza e as discordâncias que estão em movimento durante a deformação plástica. Dessa maneira, é necessárias a aplicação de uma tensão maior para primeiro iniciar e então dar continuidade à deformação plástica em ligas com solução sólida, de maneira oposta que que ocorre nos metais puros, isso é evidenciado pelo aumento da resistência e da dureza.

    Assim, percebe-se que o aumento da resistência por solução sólida confere, de fato, uma maior resistência aos materiais, mas não pela diminuição do tamanho de grãos na rede atômica, mas sim pela interação dos átomos de impurezas substitucionais ou intersticiais com seus vizinhos e, adicionalmente, deles com as discordâncias, dificultando o escorregamento destas.

     

    (C)             O encruamento confere uma multiplicação e formação de novas discordâncias no material, facilitando o movimento das mesmas pelo o aumento de densidade de discordâncias na rede atômica. ERRADO

    O encruamento é o fenômeno pelo qual um metal dúctil se torna mais duro e mais resistente à medida que é deformado plasticamente. A maioria dos metais encrua à temperatura ambiente. O fenômeno do encruamento é explicado com base nas interações entre as discordâncias e os campos de deformação das discordâncias. A densidade de discordância em um metal aumenta com a deformação ou trabalho a frio, devido à multiplicação das discordâncias ou à formação de novas discordâncias. Como consequência, a distância média de separação entre as discordâncias diminui. Como, na média, as interações discordâncias-deformações devidas às discordâncias são repulsivas, o resultado global é tal que o movimento de uma discordância é dificultado pela presença das outras. Dessa forma, conforme a densidade das discordâncias aumenta, a resistência ao movimento das discordâncias causada pelas demais se torna mais eminente. Portanto, a tensão imposta necessária para deformar um metal aumenta com o aumento do trabalho a frio.

    Vale mencionar que o encruamento é, muitas vezes, utilizado comercialmente para melhorar as propriedades mecânicas dos metais durante um procedimento de fabricação. Os efeitos do encruamento são possíveis de serem removidos por um tratamento térmico de recozimento.

    Conclui-se, assim, que a alternativa é errada. Visto que o encruamento, realmente, confere uma multiplicação e formação de novas discordâncias no material, aumentando a densidade de discordâncias na rede atômica. Todavia, isso faz com que o movimento dessas discordâncias seja dificultado, incrementando a dureza e a resistência do material.

     

    (D)             A introdução de impurezas substitucionais ou intersticiais no material introduzem uma deformação na rede atômica, que é responsável pelo aumento de ductilidade e tenacidade. ERRADO

    Conforme detalhado na solução da alternativa B), o aumento da resistência por solução sólida confere uma maior resistência aos materiais devida à interação dos átomos de impurezas substitucionais ou intersticiais com seus vizinhos e, adicionalmente, deles com as discordâncias. Ou seja, as ligas são mais resistentes que os metais puros porque os átomos de impurezas que estão participando na solução sólida normalmente impõem deformações de rede sobre os átomos hospedeiros vizinhos dificultando o escorregamento das discordâncias.

    Assim, a alternativa é errada porque o que melhora, ao serem introduzidas impurezas substitucionais ou intersticiais, não é a ductibilidade e a tenacidade, mas sim a dureza e a resistência do material.

    Resposta: A

  • Acho que a técnica descrita na alternativa B é o endurecimento por refino de grão.

    O endurecimento por solução sólida seria uma técnica utilizada para aumentar a resistência de materiais por meio da inserção de elementos químicos diferentes daqueles que compõem a matriz do material que se deseja “endurecer”. Em metais, esse processo consiste na formação de ligas com átomos de impurezas que entram em solução sólida substitucional ou intersticial. Em vidros, esse processo consiste na difusão de elementos diferentes daqueles da matriz a partir da superfície do material ( processo também chamado de “têmpera química” ).

    https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4348266/mod_resource/content/4/PMT3100_2017-Un10-PropsMecsII-v10.0-Sem_b.pdf


ID
2072443
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Engenharia Mecânica
Assuntos

Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma abaixo sobre as propriedades mecânicas e o comportamento dos materiais. A seguir, marque a opção com a sequência correta.

( ) Alguns aços apresentam regiões bem definidas da transição entre as deformações elásticas e plásticas. Esse comportamento é denominado de fenômeno do limite de escoamento.

( ) Um material que apresenta deformação plástica muito pequena ou nenhuma até a fratura é denominado de frágil.

( ) A resiliência é a capacidade que um material manifesta de absorver energia e se deformar até a iminente ruptura do material.

( ) Em um ensaio de tração para a maioria dos metais, após o limite de resistência a área da seção transversal diminui na região onde ocorre a deformação, porém o material se torna mais resistente.

Alternativas
Comentários
  • Tenacidade

    É a capacidade que um material tem em absorver energia ate a sua ruptura. Também pode ser definida como a energia mecânica necessária para levar um material a ruptura.

    Resiliência

    É a capacidade que o material tem em absorver energia no regime elástico (quando é deformado elasticamente).

  • ( ) Alguns aços apresentam regiões bem definidas da transição entre as deformações elásticas e plásticas. Esse comportamento é denominado de fenômeno do limite de escoamento. CONFERE

    ( ) Um material que apresenta deformação plástica muito pequena ou nenhuma até a fratura é denominado de frágil. CONFERE

    ( ) A resiliência é a capacidade que um material manifesta de absorver energia e se deformar até a iminente ruptura do material.

    É a capacidade do material absorver energia no regime elástico.

    ( ) Em um ensaio de tração para a maioria dos metais, após o limite de resistência a área da seção transversal diminui na região onde ocorre a deformação, porém o material se torna mais resistente. CONFERE - encruamento.

  •       Para responder à questão vamos analisar o gráfico tensão x deformação de um ensaio de tração de um material dúctil e de um material frágil.

    Dúctil

    Frágil:

          A partir da análise dos gráficos vamos analisar item por item:

              ( V ) Alguns aços apresentam regiões bem definidas da transição entre as deformações elásticas e plásticas. Esse comportamento é denominado de fenômeno do limite de escoamento. VERDADEIRO.A partir da análise do primeiro gráfico (material dúctil) percebemos as regiões bem definidas que ocorrem entre o escoamento, região elástica e região plástica.

              ( V ) Um material que apresenta deformação plástica muito pequena ou nenhuma até a fratura é denominado de frágil. VERDADEIRO. O segundo gráfico mostra que o material frágil praticamente não apresenta fase plástica. O material se rompe antes de se deformar plasticamente.

              ( F ) A resiliência é a capacidade que um material manifesta de absorver energia e se deformar até a iminente ruptura do material. FALSO . A resiliência é capacidade de um material absorver energia mecânica em regime elástico (ou resistir à energia mecânica absorvida) por unidade de volume e readquirir a forma original quando retirada a carga que provocou a deformação. Representado pela região elástica do primeiro gráfico. O Conceito apresentado na assertiva é o de TENACIDADE.

              ( V ) Em um ensaio de tração para a maioria dos metais, após o limite de resistência a área da seção transversal diminui na região onde ocorre a deformação, porém o material se torna mais resistente. VERDADEIRO. Inicialmente, quanto mais o metal é deformado mais ele se torna resistente. Isso ocorre por causa do fenômeno conhecido como encruamento. O metal resiste cada vez mais à tração externa, e em seguida ocorre a estricção reduzindo a área da seção transversal, até a sua completa ruptura.

    Resposta: A


ID
2072446
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Engenharia Mecânica
Assuntos

A têmpera é um tratamento térmico de extrema importância para aços, principalmente quando se deseja utilizar em aplicações estruturais. Esse tipo de tratamento consiste em um resfriamento muito rápido, geralmente utilizando meios líquidos, onde as peças são submergidas após o aquecimento em um forno. Posteriormente à realização da têmpera, é comumente feito um revenimento, através do aquecimento de um aço até uma temperatura definida durante um período de tempo específico. Sobre esses tratamentos térmicos, é correto afirmar que

Alternativas
Comentários
  • "De um modo geral, os fatores que afetam a temperabilidade, são os mesmos que influem sobre a posição das curvas nos diagramas isotérmicos ou de transformação contínua, isto é, tamanho de grão austenítico, homogeneidade da austenita e composição química. [...] A influência considerada mais importante é a dos elementos de liga dissolvidos na austenita [...]." - Chiaverini

  • *De acordo com CALLISTER, o fenômeno de fragilização ocorre para temperatura na faixa de seguido por um resfriamento lento até a temperatura ambiente. Foi determinado que aços que são suscetíveis à fragilização por revenido contêm concentrações significativos dos elementos de liga manganês, níquel ou cromo com concentrações de impurezas antimônio, fósforo, arsênio e estanho relativamente baixas.

    *A temperabilidade é definida como a profundidade de endurecimento. A temperabilidade em um aço depende em maior intensidade do tamanho de grão austenítico e da presença de elementos de liga do que do teor de carbono do aço.

    *A martensita é uma fase fora de equilíbrio, não sendo possível identificar tal estrutura no diagrama de fase do aço.

    *A têmpera eleva a resistência à tração, a dureza e a resistência ao desgaste ao mesmo tempo em que diminui consideravelmente as propriedades relacionadas com a ductilidade de tal forma que o material apresenta praticamente uma total ausência de ductilidade.

  • Letra D está errada pois o métodod e grossman nãod epende exclusivamento do teor de carbono, mas também do diâmetro da barra a ser temperada. O diâmetro é um fator muito importante.

    Neste método, barras cilíndricas de aço, de diâmetros crescentes são austenitizadas e resfriadas rapidamente, em condições controladas para transformação da austenita em martensita

    • Secções transversais das barras são a seguir submetidas à determinação de dureza do centro à superfície

    • Traça-se um gráfico em que as abcissas são as distâncias dos centros e as ordenadas os valores de dureza (HRC)

  • Vamos analisar item por item. Novamente, mais uma questão sobre tratamentos térmicos.

    (A)                    Devido ao rápido resfriamento do material na têmpera, a difusão do carbono é impedida de ocorrer, formando uma microestrutura monofásica em equilíbrio denominada martensita. ERRADO

    A martensita é extremamente dura e necessária em muitos empregos dos aços em construção mecânica, para formá-la exige-se um resfriamento muito rápido (velocidade crítica de resfriamento). O carbono que se dissolve no ferro gama (austenita) é praticamente insolúvel no ferro alfa (ferrita). No resfriamento rápido, típico da têmpera para obtenção da martensita, não se evita a transformação alotrópica gama a alfa, mas não há tempo necessário para que o carbono se separe totalmente. Contudo, os espaços do reticulado cúbico de corpo centrado (CCC) do ferro alfa não são suficientes para acomodar o carbono, de modo que este fica aí retido, formando o que se poderia chamar de uma solução sólida supersaturada de carbono no ferro alfa.

    Veja que a martensita é uma solução sólida supersaturada. Dessa forma, o item está errado porque não há que se falar em microestrutura monofásica. Para complementar, admite-se que a martensita apresenta uma estrutura tetragonal compacta, resultante de um movimento de átomos em planos específicos da austenita. Tal estrutura, além de estar supersaturada de carbono, pode apresentar partículas de carbonetos grandemente dispersas e caracteriza-se por estar em estado de elevadas tensões.

     

    (B)                    A têmpera é um tratamento térmico que eleva consideravelmente a resistência à tração, a dureza e a resistência ao desgaste, mantendo uma ductilidade adequada apesar de originar tensões internas em grande intensidade no material. ERRADO

    De fato, a têmpera é um tratamento térmico que objetiva a formação da martensita, que é uma estrutura que possui elevada resistência à tração, altas dureza e resistência ao desgaste. Todavia, ela possui baixa ductibilidade. Não há que se falar em ductibilidade adequada. A baixa ductibilidade explica-se pelo fato de a martensita ser extremamente dura, além de estar em um estado de tensões alto e reticulado distorcido. Esses inconvenientes são corrigidos com um tratamento térmico subsequente à têmpera denominado revenido.

     

    (C)                     O revenido de alguns aços pode acarretar em uma fragilização, que reduz a tenacidade do aço. Essa fragilização pode ocorrer quando os aços contêm concentrações apreciáveis dos elementos de liga manganês, níquel ou cromo, além de conter impurezas. CORRETO

    A velocidade do resfriamento no revenimento é um fator que afeta as propriedades mecânicas dos aços temperados. Apesar de a resistência mecânica não ser afetada, a tenacidade pode diminuir se o aço for resfriado lentamente através da faixa de temperatura entre 375 ºC e 575 ºC. Particularmente em aços contendo elementos de liga formadores de carbonetos (Ti, Cr, Mo, W, Ni). A ductilidade (alongamento e estricção) também pode sofrer redução. Esse fenômeno é denominado de fragilização pelo revenimento ou fragilidade pelo revenido.

    O evento da fragilidade pelo revenido também é creditado à precipitação de compostos contendo impurezas como P, Sb, As, Sn em conjunto com Mn e Cr. Obviamente, quanto menor a concentração dessas impurezas menores serão os efeitos negativos sobre a tenacidade.

    Vale ressaltar que aços submetidos à fragilização pelo revenido podem ter sua tenacidade restaurada pelo aquecimento até aproximadamente 600 ºC, manutenção por alguns minutos e resfriamento rápido.

    Com o exposto acima, temos que a alternativa (C) está correta.

     

    (D)            A temperabilidade é uma medida de profundidade de endurecimento do material, que é uma função quase que exclusivamente do seu teor de carbono. Um dos métodos de medir a temperabilidade de um aço é o “método de Grossmann”, que consiste na obtenção de um perfil de dureza após o resfriamento sob condições controladas. ERRADO

    A temperabilidade ou endurecibilidade é realmente uma medida da profundidade de endurecimento do material. Todavia, ela não se confunde com a máxima dureza que o material pode chegar, essa máxima dureza é função quase que exclusivamente do teor de carbono do material. Por sua vez, a temperabilidade depende mais dos elementos de liga contidos no material.

    Como visto na questão 8, o método de Grossmann consiste na obtenção de um perfil de dureza sobre formas de resfriamento não controladas, mas levando em conta a severidade do meio de resfriamento. Assim, por esses motivos o item é errado.

    Resposta: C

  • A) devido ao rápido resfriamento do material na têmpera, a difusão do carbono é impedida de ocorrer, formando uma microestrutura monofásica em equilíbrio (FORA DE EQUILÍBRIO) denominada martensita.

    B) a têmpera é um tratamento térmico que eleva consideravelmente a resistência à tração, a dureza e a resistência ao desgaste, mantendo uma ductilidade adequada apesar de originar tensões internas em grande intensidade no material.NÃO MANTÉM DUCTILIDADE ADEQUADA, TANTO É QUE É NECESSÁRIO FAZER O TRATAMENTO DE REVENIMENTO POSTERIORMENTE.

    C) o revenido de alguns aços pode acarretar em uma fragilização, que reduz a tenacidade do aço. Essa fragilização pode ocorrer quando os aços contêm concentrações apreciáveis dos elementos de liga manganês, níquel ou cromo, além de conter impurezas. FRAGILIDADE AO REVENIDO

    D) A temperabilidade é uma medida de profundidade de endurecimento do material, que é uma função quase que exclusivamente do seu teor de carbono (ERRADO, A DUREZA QUE É FUNÇÃO QUASE QUE EXCLUSIVAMENTE DO TEOR DE CARBONO). Um dos métodos de medir a temperabilidade de um aço é o “método de Grossmann”, que consiste na obtenção de um perfil de dureza após o resfriamento sob condições controladas.


ID
2072449
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Engenharia Mecânica
Assuntos

É de extrema relevância o estudo da corrosão, devido às diversas perdas econômicas causadas nas mais variadas atividades, como nas indústrias química, petrolíferas, na construção civil, entre outras. A corrosão pode ocorrer de diversas maneiras, e a identificação da forma como ocorre pode ser vital para se formular um plano de proteção contra a corrosão. Um método utilizado para proteção é a utilização de ligas inoxidáveis. Porém, a presença do íon negativo cloro pode romper localmente a camada passiva protetora que se forma na liga e iniciar um processo de corrosão localizada, formando-se pequenos orifícios que podem ser de difícil identificação. Essa forma de corrosão é chamada de corrosão

Alternativas
Comentários
  • Pelo nome dos tipos de corrosão abordados nas alternativas, se tem uma ideia da resposta da questão, pois conforme será visto a seguir, o nome já diz como é a forma que essa corrosão se manifesta.

    CORROSÃO POR PITE: Essa provavelmente é a forma mais destrutiva de corrosão, pois é muito difícil identifica-la. Ocorre em pontos ou pequenas áreas localizadas na superfície metálica produzindo pites, que são cavidades que apresentam o fundo em forma angulosa e profundidade geralmente maior do que o seu diâmetro.

    O crescimento do pite é quase sempre no sentido da gravidade, motivo pelo qual as superfícies horizontais são as mais atacadas e tem alta velocidade de propagação

    Geralmente são provocadas por ânions de cloreto, hipoclorito e brometo. Os cloretos especialmente são os responsáveis pela maior parte dos casos de corrosão por pites, tendo uma especial facilidade para quebrar a película passiva e iniciar um processo de corrosão.

    UNIFORME: Forma de corrosão eletroquímica que processa em toda a extensão da superfície metálica uniformemente que está exposta ao meio corrosivo, ocorrendo perda uniforme de espessura. A corrosão uniforme é uma das mais fáceis de controlar, de ver, de proteger e também é a mais comum.

    SOB FADIGA: ocorre devido a aplicação de tensão cíclica em presença de um meio corrosivo. É um fenômeno que ocorre quando os materiais metálicos são desgastados ao longo do tempo devido a uma série de experiências que submetem esses metais à carregamentos repetitivos e ao estresse exposto a um ambiente corrosivo.

    FADIGA: processo que causa falha prematura ou dano permanente a um componente sujeito a carregamento repetitivos (cíclicos).

    INTERGRANULAR: Este tipo de corrosão localiza-se entre os grãos da rede cristalina do material metálico, pois sob certas condições os contornos se tornam muito reativos. Por exemplo, pode ocorrer por causa da variação da concentração dos elementos de liga nessa região. Nesse tipo de corrosão o material perde suas propriedades mecânicas e pode fraturar quando submetido a esforços mecânicos menores que o esperado.

    Portanto, a resposta correta é a alternativa (A) – corrosão por pite, uma vez que a questão solicitou: qual a forma de corrosão em que ocorre um processo de corrosão localizada, formando-se pequenos orifícios que podem ser de difícil identificação?

    Resposta: A

  • Puntiforme ou Pite: a corrosão se processa em pequenas áreas localizadas na superfície metálica, produzindo cavidades que apresentam o fundo em forma angulosa e profundidade geralmente maior que seu diâmetro.

  • corrosão uniforme - É o tipo mais generalizado de corrosão. É devido ao ataque químico ou eletroquímico da superfície do metal, cobrindo uma vasta área .

    corrosão pite, puntiforme ou localizada - Consiste na formação de pequenos orifícios na superficie do metal, dificeis de detectar não só por causa de sua dimensões como também frequentemente ficam mascarados por produtos de corrosão. Esse tipo de corrosão é devido á ação de íons negativos de cloros que existem em soluções aquosas.

    corrosão por fadiga, sob tensão - Ocorre quando há intenrações de tensões estáticas e corrosão, levando uma fratura intergranular ( fratura frágil), ou seja, acompanhando os contornos de grãos e á fratura transgranular, interior do grãos.

    corrosão intergranular - Esse tipo de corrosão aparece mais frequentemente em aços inoxidáveis austeníticos, onde ocorre empobrecimento de um elemento de liga de aço - Cromo mais especificamente nos contornos de grãos. Esse aços são do ponto de vista de resistência a corrosão. Contudo, quando são aquecidos numa faixa de temperaturas entre 510º e 790º, eles tornam-se suscetíveis a esse tipo de ataque.


ID
2072452
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Engenharia Mecânica
Assuntos

A proteção catódica é um método utilizado para evitar a corrosão de instalações na indústria. Esse tipo de proteção vem sendo aplicado em diversos tipos de construções, como oleodutos, gasodutos, plataformas de petróleo, entre outros. Embora a proteção catódica possa ser realizada eficientemente em superfícies desprovidas de proteção por revestimento, muitos casos combinam-se os dois tipos de proteção, proporcionando dessa forma o potencial de assegurar a integridade de estruturas metálicas em meio corrosivo por um período de tempo considerável. Com relação a esses tipos de proteção, assinale a alternativa correta.

Alternativas
Comentários
  • (A)            O processo de cromatização é um método em que se obtém um revestimento protetor, que pode ser produzido em soluções contendo cromatos ou ácido crômico. Esse procedimento pode ser feito sobre o metal, não sendo recomendada a utilização deste sobre uma camada de óxidos. Dessa forma, deve ser realizada uma limpeza prévia da superfície para a aplicação da cromatização.

    ERRADO. A alternativa erra ao dizer que não é recomendado o procedimento de cromatização sobre camada de óxidos. Conforme, a cromatização é um processo em que o revestimento obtido é produzido em soluções contendo cromatos ou ácido crômico. Entretanto, o revestimento pode ser feito sobre o metal ou sobre camada de óxidos ou de fosfatos. No primeiro caso, o objetivo é aumentar a resistência à corrosão como no aço galvanizado, para evitar a corrosão ou oxidação branca ou melhorar a aderência de tintas sobre materiais metálicos, como alumínio e magnésio ou suas ligas. Já no segundo caso, é utilizado como vedante de poros suplementando a proteção dada pelas camadas de óxido ou fosfatos obtidos respectivamente por anodização ou fosfatização.

    (B)             A eficiência dos revestimentos depende da retirada de impurezas de uma superfície metálica. Uma maneira de realizar a limpeza correta da superfície é através de uma ação mecânica, como a utilização de lixas mecânicas, que são eficientes em desempenhar a limpeza de superfícies com carepa de laminação intacta e praticamente sem corrosão.

    ERRADO. As normas SIS 05 5900 e ISSO 8501 estabelecem quatro graus de enferrujamento a que uma chapa laminada a quente pode chegar por exposição ao ambiente, de acordo com a degradação da carepa de laminação:

    ·  Grau A: superfície de aço com carepa de laminação intacta e praticamente sem corrosão;

    ·  Grau B: superfície de aço com princípio de corrosão, onde a carepa de laminação começa a desagregar;

    ·  Grau C: superfície de aço onde a carepa de laminação foi eliminada pela corrosão ou que possa ser removida por meio de raspagem, podendo apresentar formação leve de alvéolos;

    ·  Grau D: superfície de aço onde a carepa de laminação foi eliminada pela corrosão com formação de severa corrosão alveolar.  

     

    Nos serviços de manutenção de pintura industrial, a preparação de superfícies metálicas por meio de ferramentas mecânicas e/ou manuais é indicada para os casos onde não é possível a utilização do jateamento abrasivo, como, por exemplo, devido à proximidade de motores, painéis elétricos e outros equipamentos que possam ser prejudicados pelo pó abrasivo ou até mesmo pela deposição deste durante a operação de limpeza.

     

    São exemplos de ferramentas manuais mais utilizadas: lixas, escovas de aço, raspadeiras e martelos de impacto. Já exemplos de ferramentas mecânicas são: pistolas de agulha, escovas de aço e lixadeiras rotativas.

     

    Os padrões de limpeza de superfícies de aço, estabelecidos pelas normas SIS 055900-1967 e ISSO 8501, são o St 2 e o St3, os quais correspondem, respectivamente, aos padrões SP-2 e SP-3 da norma SSPC.

     

    ·  Graus St 2 – superfície de aço tratada com ferramentas manuais ou mecânicas com remoção de carepa de laminação solta, ferrugem e tinta existente soltas e outros contaminantes estranhos. A superfície deve ser limpa com aspirador, ar comprimido seco e limpo ou escova de pelo. Esta limpeza não se aplica a grau de intemperismo A;

    ·  Grau St 3 – superfície de aço tratada com ferramentas manuais ou mecânicas de maneira mais minuciosa e vigorosa que no grau St 2, devendo, após o tratamento, apresentar brilho metálicos característico. Esta limpeza não se aplica a grau de intemperismo A.

     

    Destaca-se que a limpeza por meio de ferramentas mecânicas e/ou manuais não remove completamente os produtos de corrosão da superfície. Veja a figura abaixo:

    Figura: representação do aspecto do aço, antes a após a preparação da superfície por meio de ferramentas mecânicas.

    Como pode ser observado, o método de preparação de superfícies metálicas por meio de ferramentas mecânicas e/ou manuais não se aplica a superfícies de aço com grau A de oxidação, quais sejam, superfícies com carepa de laminação intacta.

     

    (C)             O processo de proteção catódica por corrente impressa é um método que emprega uma corrente elétrica a partir de uma fonte eletromotriz, de tal forma que a estrutura apresente um comportamento catódico. Uma das desvantagens desse método é a impossibilidade de aplicar em eletrólitos de baixa resistividade elétrica.

    ERRADO. No processo de proteção catódica por corrente impressa o fluxo de corrente fornecido origina-se da força eletromotriz de uma fonte geradora de corrente elétrica contínua, sendo largamente utilizados retificadores que, alimentados com corrente alternada, fornecem a corrente elétrica contínua necessária à proteção da estrutura metálica.

    Para a dispersão dessa corrente elétrica no eletrólito são utilizados anodos especiais, inertes, com características e aplicações que dependem do eletrólito onde são utilizados.

     

    O erro da alternativa consiste em dizer que a desvantagem do método é a impossibilidade de aplicar em eletrólitos de baixa resistividade elétrica.

     

    A grande vantagem do método por corrente impressa consiste no fato de a fonte geradora (retificador de corrente) poder ter a potência e a tensão de saída de que se necessite, em função da resistividade elétrica do eletrólito. Assim, esse método se aplica à proteção de estruturas em contato com eletrólitos de baixa (3.000 a 10.000 ), média (10.000 a 50.000 ), alta (50.000 a 100.000 ) e altíssima (acima de 100.000 ) resistividade elétrica.

    (D)            É recomendável utilizar um anodo de magnésio quando se trata de proteção catódica de sacrifício aplicada aos trocadores de calor, pois o zinco, usualmente anódico em relação ao ferro, pode sofrer uma inversão de polaridade e se tornar catódico em contato com água em altas temperaturas.

    CORRETO. A utilização dos anodos é função das características da estrutura a proteger e do tipo de eletrólito em contato com o material metálico. A tabela abaixo apresenta aplicações típicas dos anodos galvânicos:

    Para trocadores de calor ou sistemas que operam com água aquecida, de fato, é recomendável o uso de anodos de magnésio devido ao fato de que o zinco, embora normalmente anódico em relação ao ferro, pode sofrer inversão de polaridade e tornar-se, então catódico em relação ao ferro, o que ocasionará corrosão do ferro.

    Dessa maneira, a alternativa (D) é a opção correta.

    Resposta: D

  • A) O processo de cromatização é um método em que se obtém um revestimento protetor, que pode ser produzido em soluções contendo cromatos ou ácido crômico. Esse procedimento pode ser feito sobre o metal, sobre uma camada de óxidos ou de fosfatos.

    B) A eficiência dos revestimentos depende da retirada de impurezas de uma superfície metálica. Uma maneira de realizar a limpeza correta da superfície é através de uma ação mecânica, como a utilização de lixas mecânicas, que são eficientes em desempenhar a limpeza de superfícies, MAS, mesmo assim, não se consegue efetuar limpeza em superfícies com grau de enferrujamento A - com carepa de laminação intacta e praticamente sem corrosão.

    C) O processo de proteção catódica por corrente impressa é um método que emprega uma corrente elétrica a partir de uma fonte eletromotriz, de tal forma que a estrutura apresente um comportamento catódico. Uma das vantagens desse método é a possibilidade de aplicar em eletrólitos de baixa , média, alta e altíssima resistividade elétrica.

    D) É recomendável utilizar um anodo de magnésio quando se trata de proteção catódica de sacrifício aplicada aos trocadores de calor, pois o zinco, usualmente anódico em relação ao ferro, pode sofrer uma inversão de polaridade e se tornar catódico em contato com água em altas temperaturas. Resposta.


ID
2072455
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Engenharia Mecânica
Assuntos

Quando se trata de processos que necessitam de arrefecimento, os trocadores de calor são utilizados com frequência na engenharia. Um exemplo são os sistemas de refrigeração, no qual os trocadores de calor são utilizados para o resfriamento do fluido refrigerante, além de serem utilizados para a refrigeração do ar ambiente, deixando o recinto a uma temperatura baixa. Com relação aos trocadores de calor, é correto afirmar que

Alternativas
Comentários
  • O que há de errado na letra B?

  • a)O trocador de calor contracorrente necessita de menos área para transferir um calor determinado, dado que as temperaturas de entrada e de saída são as mesmas

    b) A máxima transferência de calor ocorre quando o fluido frio é aquecido até a temperatura de entrada do fluido quente

    c) O aumento de resistência térmica se dá pela baixa condutividade térmica que apresentam essas incrustações.

    d)Esse tipo de geometria é utilizado para intensificar a advecção da transferência de calor, tornando a convecção mais acentuada.

     

  • Letra B fala que  o fluido frio é aquecido até Temperatura de saída do fluido quente. Ao invés de temperatura de saída era pra está temperatura de entrada do fluido quente.

  • A questão aborda o tema TROCADORES DE CALOR, estes são dispositivos que facilitam a troca de calor entre fluidos que se encontram em diferentes temperaturas, evitando a mistura de um com o outro. São utilizados em uma ampla gama de aplicações, desde sistemas de aquecimento e ar condicionado domésticos a processos químicos e produção de potência em grandes usinas. Eles diferem de câmaras de mistura visto que não permitem a mistura dos dois fluidos envolvidos.

    A transferência de calor em um trocador de calor geralmente envolve convecção em cada fluido e condução através da parede que separa os dois fluidos. A taxa de transferência de calor entre dois fluidos em um local de trocador de calor depende da magnitude da diferença de temperatura no local, que varia ao longo do trocador de calor.

    Entre os diversos tipos de trocador de calor (casco e tubo, placa e quadro, regenerativos estáticos e dinâmicos) há os de tubo duplos. Estes podem ser de escoamento paralelo ou escoamento contracorrente.

    (B)             a efetividade de um trocador de calor é a razão entre a transferência de calor real e a máxima transferência de calor possível que ocorre no processo de transferência de calor. A transferência de calor máxima que pode ocorrer no trocador de calor se dá quando o fluido frio é aquecido até a temperatura de saída do fluido quente.

    ERRADO. Pois,    a efetividade de um trocador de calor é sim a razão entre a transferência de calor real e a máxima transferência de calor possível que ocorre no processo de transferência de calor. Todavia, a transferência de calor máxima que pode ocorrer no trocador de calor se dá quando o fluido frio é aquecido até a temperatura de ENTRADA do fluido quente. Lembre-se que isso é uma idealização, porque, para não contradizer a 2ª Lei da Termodinâmica, é impossível que o fluido frio atinja a mesma temperatura que o fluido quente entra no trocador de calor, deve haver sempre uma diferença de temperatura para que ocorra a transferência de calor.

    (C)             deve ser realizada a limpeza periódica nas superfícies dos trocadores de calor para retirar as impurezas que incrustam nas paredes. Essas incrustações são responsáveis por aumentar a resistência à transferência de calor por causar, principalmente, distúrbios no escoamento, diminuindo, dessa forma, o coeficiente convectivo associado ao escoamento.

    ERRADO. Pois, deve sim ser realizada a limpeza periódica nas superfícies dos trocadores de calor para retirar as impurezas que incrustam nas paredes. Realmente, essas incrustações são responsáveis por aumentar a resistência à transferência de calor, entretanto, o que elas ocasionam, principalmente, é o aumento da resistência de condução da parede que separa os dois fluidos. A rede de resistência térmica associada ao processo de transferência de calor em um trocador de calor envolve duas resistências de convecção, as quais podem ser modificadas por distúrbio no escoamento, e uma resistência de condução, que pode ser influenciada pelas incrustações, diminuindo, dessa forma, o coeficiente global de transferência de calor e não o convectivo associado ao escoamento.

    (D)            quando se utiliza serpentinas helicoidais como trocadores de calor, a transferência de calor intensifica devido à indução de um escoamento secundário causada por forças centrífugas no fluido, tornando o coeficiente convectivo maior nesse tipo de aplicação.

    CERTO. Pois, as serpentinas fazem com que haja intensificação da transferência de calor devido à indução de um escoamento secundário causada por forças centrífugas no fluido, ou seja, um escoamento turbulento. A intensa mistura do fluido nesse tipo de escoamento, como resultado das rápidas flutuações do fluido, aumenta a transferência de calor, aumentando a taxa de transferência de calor por convecção, ou seja, incrementando o coeficiente convectivo.  Os escoamentos turbulentos são caracterizados por flutuações caóticas e rápidas nas regiões de remoinhos do fluido ao longo do escoamento, chamadas turbilhões. Esses turbilhões transportam massa e energia para outras regiões muito mais rapidamente do que a difusão molecular, aumentando muito a transferência de calor.

    Nossa resposta é, portanto, a alternativa (D).

    Resposta: D

  • nunca vi o que se afirma na letra D em nenhuma referência bibliográfica, questão no mínimo estranha...


ID
2072461
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Engenharia Mecânica
Assuntos

Um fluido com viscosidade cinemática igual a 0,01m2/s escoa em uma tubulação com diâmetro igual a 0,2m. Sabe-se que o escoamento tem uma vazão de 0,5m3/s e está completamente desenvolvido. Após o fluido escoar por um comprimento de 80m , a perda de carga em m é, aproximadamente,

Alternativas
Comentários
  • PERDA = F*(V^2/2)*L/D 

    AVALIAÇÃO DE F:  f = 64/Re

     

  • ΔP = f * L/D * V²/2*g 

    f = 64/ Re 

    Re = V*D/ v 

    V = Q/A 

    V = (0,5 m³/s) / ( 3,14 * 0,1 ² m) 

    V = (0,5 m³/s ) / ( 0,0314 m²) 

    V = ( 15,92 m/s) 

    Re = (15,92 m/s * 0,2 m )/ 0,01 m²/s 

    Re = 318,4

    f = 64/ 318,4 

    f = 0,20 

    ΔP = f * L/D * V²/2*g 

    ΔP = 0,20 * 80m/0,2m * (15,92 m/s²) / 2 * 9,8 m/s² 

    ΔP = 0,20 * 400 * 253,45 m²/s² / 19,6 m/s² 

    ΔP = 0,20 * 400 * 12,93 m 

    ΔP = 1.034,4 m 

    ΔP =~1.034 m 

  • Para resolver essa questão, devemos nos lembrar antes de tudo, a diferença entre um escoamento LAMINAR (a estrutura do escoamento é caracterizada pelo suave movimento do fluido em lâminas ou camadas) e um TURBULENTO (caracteriza-se pelo escoamento tridimensional das partículas fluidas cujos movimentos caóticos superpõem-se ao movimento médio) em dutos ou tubulações.

    Esses regimes de escoamento são definidos pelo número de Reynolds, dado pela seguinte equação:

    Em que V é a velocidade média do escoamento; ρ é a densidade do fluido; D é o diâmetro do tubo; e μ é a viscosidade dinâmica do fluido. Vale lembrar que o número de Reynolds é um parâmetro adimensional.

    Como já foi visto na questão 9, escoamentos com número de Reynolds igual ou inferior a 2300 são classificados como laminares, já os escoamentos com número de Reynolds acima de 2400 são tidos como turbulentos. Entre 2300 e 2400 temos a região de transição.

    Observe que na questão não foram informadas a densidade e a viscosidade dinâmica, todavia foi fornecida a viscosidade cinemática (ν) do fluido. Esta se relaciona com a viscosidade dinâmica e densidade da seguinte maneira:

    Logo, a expressão para o número de Reynolds pode ser descrita também desta forma:

    De maneira geral, as perdas de cargas contínuas em uma tubulação, dadas em unidade de comprimento, podem ser calculadas pela seguinte expressão:

    Onde f é o fator de atrito, e g é a aceleração. Para escoamentos laminares, f é dado por:

    Já para escoamentos turbulentos, não é possível calcular  analiticamente, como consequência, também não é possível estimar as perdas analiticamente. É necessário que se recorra a dados experimentais, para isso, utiliza-se o DIAGRAMA DE MOODY (é necessário que sejam conhecidos, além do diâmetro, do comprimento, da velocidade média do escoamento, da densidade e da viscosidade, a altura da rugosidade do tubo). A figura a seguir representa um exemplo do diagrama de Moody.

    Lembrando que a vazão (Q) é relacionada com a área da seção transversal do tubo (A) e com a velocidade média do escoamento na forma:

    Podemos então, calcular o número de Reynolds com os dados fornecidos na questão:

    Assim, podemos concluir que o escoamento é classificado como laminar por ser menor que 2300.

    Em seguida vamos calcular as perdas contínuas de forma analítica. Com certeza, era o que se esperava mesmo, visto que na questão não foram fornecidos dados adicionais que seriam imprescindíveis para o cálculo das perdas caso o escoamento fosse tido como turbulento.

    Logo, a perda de carga é tida como:

    O gabarito é, portanto, a alternativa (A). Note que a resposta ficou 0,4 % acima do gabarito, é comum isso acontecer nas provas da Aeronáutica, principalmente quando eles não sugerem um valor de aceleração da gravidade e nem um valor para π. Nesta questão não gerou grandes transtornos, visto que os valores das outras alternativas estão bem discrepantes.

    Resposta: A

  • dP = f.(L/D).(V**2/2g)

    f = 64/Re => f = 64/(V.D/v) => f = 64v/V.D

    dP = 32.v.L.V/(g.D**2)

    Velocidade:

    Q = A.V => V = 15,92 m/s

    Cálculo da Perda de carga:

    dP = 1034 m

  • dP = f.(L/D).(V**2/2g)

    f = 64/Re => f = 64/(V.D/v) => f = 64v/V.D

    dP = 32.v.L.V/(g.D**2)

    Velocidade:

    Q = A.V => V = 15,92 m/s

    Cálculo da Perda de carga:

    dP = 1034 m


ID
2072464
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Engenharia Mecânica
Assuntos

Ventos de 90kmh incidem sobre uma placa de sinalização de trânsito em uma rodovia interestadual. Para evitar um possível problema com a sinalização devido à ação do vento, deseja-se saber a força exercida por esse escoamento. Sabe-se que a placa pode ser considerada um disco de 30cm de diâmetro e o coeficiente de arrasto para essa placa é aproximadamente 1,2 . Considerando que a massa específica do ar na altitude da rodovia interestadual é 1,1kgm3 , a força que o vento exerce sobre a placa é

Alternativas
Comentários
  • Força de arrasto = Fd

    Coeficiente de arrasto =Cd

    V= velocidade

    A = área total da superficie em contato com fluido 

    rô = massa específica 

    Fd = 1/2 * Cd* rô* A* V^2

  • A questão aborda o assunto sobre arrasto. Sempre que existir movimento relativo entre um corpo sólido e o fluido em que está imerso, o corpo sólido sofrerá a ação de força devida à ação do fluido.

    Para que a força de arrasto sobre um corpo seja calculada, é preciso que o coeficiente de arrasto (C_D) seja conhecido. Tal coeficiente é determinado experimentalmente e foi fornecido no enunciado da questão.

    A força de arrasto (F_D) é a componente da força que atua em um corpo paralelamente à direção do movimento, e é dada por:

    Onde: ρ é a densidade do fluido no qual o corpo está imerso; A é a área da seção do corpo imerso no fluido; e V é a velocidade do escoamento do fluido.

  • Força de arrasto = Fd

    Coeficiente de arrasto = Cd = 1,2

    V= velocidade = 90 km/h / 3,6 = 25 m/s

    A = área total da superfície em contato com fluido 

    rô = massa específica 

    Fd = 1/2 * Cd* rô* A* V^2

    Calculo da área,

    A = (pi * d²)/4

    A = (3,14 * 0,3²)/4

    A = (3,14 * 0,09)/4

    A = 0,2826/4 = 0,07 m²

    Fd = 1/2 * 1,2 * 1,1 * 0,07 * 25²

    Fd = 1/2 * 1,2 * 1,1 * 0,07 * 625

    Fd = 28,875 N

    Letra C