Leia o texto a seguir, para responder a questão que a ele se refere:
De todos os conceitos fundamentais na ciência da
vida, a evolução é o mais importante e também o mais
mal compreendido. Primeiramente, a evolução, assim
como qualquer área da ciência, não é capaz de sondar a
questão das origens fundamentais ou significados éticos.
A ciência, como um empreendimento, busca explicar
fenômenos e regularidades do universo empírico, sob o
pressuposto de que leis naturais são uniformes no
espaço e no tempo. Assim, a evolução não é o estudo da
origem primordial da vida no universo ou do significado
intrínseco da vida entre os objetos da natureza; essas
questões são filosóficas (ou teológicas) e não fazem parte do domínio da ciência. Esse aspecto é relevante, pois
fundamentalistas fervorosos, disfarçados de “criacionistas
científicos”, afirmam que a criação deve ser equiparada à
evolução e receber tempo proporcional nas escolas, uma
vez que ambas são igualmente “religiosas”, ao lidar com
mistérios primordiais.
Em segundo lugar, a evolução foi acrescentado um
conjunto de conceitos e significados que representam
muito mais antigos preconceitos sociais e crenças
psicológicas da cultura ocidental do que uma descrição
da realidade natural. Tal “bagagem” pode ser inevitável
em qualquer campo que se relacione de modo tão íntimo
com preocupações humanas profundas, mas esse forte
viés social impediu-nos de levar a termo a revolução de
Darwin. O mais pernicioso e limitante desses
preconceitos é a ideia de progresso, a noção de que a
evolução possui uma motivação ou manifesta uma
poderosa tendência de caminhar em direção à maior
complexidade, ao projeto biomecânico mais eficiente, a
cérebros maiores ou alguma outra definição paroquial de
progresso. Esse preconceito baseia-se num antigo desejo
que os seres humanos têm de se colocar no ápice do
mundo natural – e, dessa forma, afirmar um direito natural
de dominar e explorar nosso planeta. Evolução, na
formulação de Darwin, é adaptação a ambientes que
mudam, não “progresso” universal. (BROCKMAN, J. &
MATSON, K. As coisas são assim, p. 95-96. Adaptado.)
Coloque V para verdadeiro e F para falso nas
afirmativas a seguir, feitas a propósito de aspectos
diversos do texto:
( ) A palavra “empírico”, na oração “busca explicar
fenômenos e regularidades do universo empírico”
(primeiro parágrafo), tem o significado de algo
que se baseia principalmente em hipóteses.
( ) No início do segundo parágrafo, em “a evolução
foi acrescentado um conjunto de conceitos e
significados”, o “a” deveria ter recebido o acento
indicativo de crase.
( ) Em “mas esse forte viés social impediu-nos de
levar a termo a revolução de Darwin” (no
segundo parágrafo), o termo “mas”, por dar ideia
de oposição, deveria ter sido escrito assim:
“mais”.
( ) Palavras e termos do texto, como “bagagem”,
“progresso” e “criacionistas científicos”,
funcionam como ironias, motivo pelo qual foram
colocadas entre aspas.
( ) Uma das ideias transmitidas pelo texto é a de que
a religião pode se equiparar à ciência, de vez que
ambas especulam sobre assuntos fundamentais
da vida.
Assinale a alternativa que relaciona a sequência
CORRETA de V e F de cima para baixo: