Estudo de Caso
A paciente E.S tem 22 anos, trabalha como
auxiliar administrativa e faz curso superior, mora
com os pais e namora há oito meses e passa a
maior parte do tempo na casa do namorado.
Procura se distanciar do contato dos pais dela,
pois não têm uma boa relação entre si, pois seu
pai sempre esteve ausente em sua vida e,
segundo ela, nunca lhe deu nenhum presente.
Dentro do âmbito familiar, afirma que nunca
recebeu orientação sexual, pois o pouco que
soube foi na rua, e com pessoas inexperientes e
que ficava incentivando-a para que perdesse a
virgindade.
A paciente procurou o atendimento na clínicaescola relatando que sempre quando vai sair de
casa tem de conferir todas as tomadas, janelas,
portas e registro do gás, mesmo sabendo que
está tudo organizado, pois tem o pensamento de
que, se não conferir as coisas, a casa vai pegar
fogo, apesar de não ter vivenciado algo dessa
natureza. Outra queixa relatada na primeira
sessão foi o fato de não ter tido nenhum tipo de
carinho do pai, pois ele não apresentava ter afeto
a ela, mas apenas para seus irmãos, momento
em que chora e diz ter nascido de uma gravidez
indesejada, pois sua mãe tomou medicamento
para abortá-la. As únicas lembranças que tem do
pai no período da infância são dele batendo na
mãe, e com medo de apanhar corria para se
esconder. A paciente relatou que esses
pensamentos e comportamentos de verificação
ocorrem desde os 10 anos de idade, sendo que
esse pensamento gera ansiedade e, como forma
de aliviá-la, verifica os objetos. Na maioria das
vezes, quando vai para o trabalho, volta para
casa para conferir as tomadas, portas e registro
do gás, pois tem o pensamento de “se eu não
voltar para olhar, a casa vai pegar fogo”.
E.S relatou ainda que, quando tinha 10 anos, seu
irmão foi cozinhar ovos, esqueceu o fogo ligado e isso quase resultou em incendiar a casa, sua
mãe brigou muito com ele e disse para todos os
filhos prestarem mais atenção. A partir desse
evento, E.S relata ter começado a conferir as
coisas, com medo de acontecer algo de errado, e
ser a principal culpada. A cada atendimento, a
paciente E.S trazia elementos para que
pudéssemos organizá-los e trabalhar com mais
precisão. Questionada se procurou ajuda de um
médico psiquiatra, foge do assunto. Na segunda
sessão, a paciente trouxe novamente elemento
significante, o qual já havia verbalizado na
entrevista inicial, relacionada ao comportamento
de verificação, pois quando surgia o pensamento
relacionado às tomadas, janelas e registro do
gás, por mais que soubesse que estava tudo
organizado, não conseguia controlar esse
pensamento e isso desencadeava grande
ansiedade, e como suporte para aliviar essa
ansiedade, verificava todas as tomadas, janelas e
registro do gás. Retoma-se a necessidade de
ajuda de um psiquiatra, mas percebe que E.S não
está sendo receptiva a ideia.
O terapeuta verificou que as obsessões vinham
como ideias, imagens, pensamentos que
invadem a consciência de forma repetitiva, já o
comportamento de verificação surge de forma
compulsiva como mecanismo para aliviar uma
ansiedade, o que fornece um caráter
egodistônico a esses tipos de sintoma. Essas
obsessões estão associadas a pensamentos do
tipo: “a tomada do ferro está ligada”, e a partir
desse pensamento o indivíduo cria várias outras
ideias: “se eu não verificar, a casa vai pegar fogo
e eu serei a culpada”, o que cria mais ansiedade,
como forma para alívio dessa ansiedade, sempre
quando se tem o pensamento obsessivo, surge o
comportamento compulsivo de verificar (Bezerra
& Assis, 2017).
Diante do Estudo de Caso responda a questão.
O Problema de E.S foi acompanhado por um
psicoterapeuta, numa Clínica-Escola. Considerando
o estudo de caso pode-se verificar que a paciente: