-
A mão-de-obra escrava indígena foi muito utilizada na segunda metade do século XVII, principalmente no Maranhão. Os índios foram usados em pequenas lavouras e também na exploração das "drogas do sertão". A falta e o alto custo dos escravos africanos fizeram com que os colonos optassem pelos índios. O uso dos nativos como escravos teve forte oposição dos jesuítas, que entraram em conflito com os colonos da região. Foi somente em 1682, com a criação da Companhia Geral de Comércio do Estado do Maranhão, que a mão-de-obra indígena começou a deixar de ser usada, sendo substituída pelos escravos africanos.
O comércio de escravos indígenas
Houve até um mercado de negócios com escravos indígenas. Comerciantes organizavam expedições de captura indígena para lucrar com a venda destes escravos aos senhores de engenho.
Outra forma de obtenção de escravos indígenas
Era muito comum a guerra entre tribos indígenas. Os portugueses aproveitaram esta rivalidade, faziam alianças com determinadas tribos e, em troca de apoio militar, recebiam índios adversários capturados como recompensa.
Principais problemas e dificuldades da escravidão indígena no Brasil
Desde o início a escravidão indígena não deu certo pelos seguintes motivos:
- Os índios não aguentava o trabalho forçado e intenso nos engenhos;
- Muitos indígenas resistiam ao trabalho forçado, não trabalhando (mesmo recebendo punições físicas) ou tentando a todo custo fugir para a mata;
- Havia forte oposição ao trabalho escravo indígena por parte dos jesuítas portugueses que vieram para o Brasil catequizarem os indígenas no período colonial;
- Com o aumento do lucrativo tráfico de escravos africanos, a própria coroa portuguesa começou a se opor à escravização indígena no final do século XVI;
- Muitos indígenas morreriam de doenças trazidas pelos colonos portugueses como, por exemplo, sarampo, varíola e gripe.
Diminuição e fim da escravidão indígena
A partir do final do século XVI houve uma forte redução da escravidão indígena. Isso ocorreu, principalmente, em função das dificuldades apontadas acima e também do aumento da escravidão negra africana. Esta segunda era bem mais lucrativa aos comerciantes e também a cora portuguesa. Não houve também, como ocorre com a indígena, uma forte oposição dos jesuítas ao trabalho escravo africano no Brasil.
Oficialmente, a escravidão indígena só foi proibida em 1757 através de um decreto do Marques de Pombal.
-
c
-
Gabarito D (a meu ver deveria ser a E)
Afirmativa I – O colonizador tomou diversas medidas para tentar impedir o morticínio e a escravização dos indígenas e, de acordo com Boris Fausto, a partir de 1750 incentivou a importação de africanos. Ainda de acordo com o historiador, em 1758, a Coroa determinou a libertação definitiva dos indígenas. (Boris Fausto. História do Brasil.).
Afirmativa II – Essa afirmativa explora a relação que o colonizador estabeleceu com os povos indígenas inicialmente instalados na região litorânea do Brasil. Essa relação baseou-se no escambo e no fornecimento de provisões, o que trazia aos nativos algum tipo de favorecimento no contato com o europeu. A partir do momento em que o escambo se mostrou um modo pouco eficiente para atender às necessidades básicas dos europeus, estes procuraram reformular a base da economia colonial através da apropriação direta da mão-de-obra indígena, sobretudo na forma de escravidão . E, nessa nova relação, acabou por estimular as guerras intertribais que favoreceram a interiorização das buscas e as decorrentes reações à presença do colonizador.
Afirmativa III – De acordo com Boris Fausto, “(...) uma das medidas mais controvertidas da administração pombalina foi a expulsão dos jesuítas de Portugal e de seus domínios (...). Essa medida pode ser compreendida no quadro dos objetivos de centralizar a administração portuguesa e impedir áreas de atuação autônoma por ordens religiosas cujos fins eram diversos dos da coroa . (Boris Fausto. História do Brasil.). Os conflitos entre colonos e religiosos marcaram a relação entre esses dois grupos e serviram como agente deflagrador de rebeliões nos 250 anos em que a Ordem de Loyola atuou no Brasil, principalmente após a promulgação do breve do Papa Urbano VIII, Com missum Nobis, de 22 de abril de 1639, sobre a “Liberdade dos índios da América”, que ameaçava de excomunhão todo aquele que tivesse um índio como cativo. As principais zonas de conflito correspondem hoje em dia aos estados do Maranhão, Rio de Janeiro e São Paulo. (Joely A. Ungaretti Pinheiro. Conflitos entre Jesuítas e Colonos na América Portuguesa – 1640 a 1700. Tese de Doutoramento. UNICAMP, 2007).
-
Letra E fácil. Ninguem recorreu?
-
I. Entre os fatores limitadores da escravidão indígena, não está presente qualquer posição da Coroa Portuguesa. ( FALSO )
Quando a Coroa publicou a primeira lei em que se proibia a escravização dos índios (1570), só os aimorés foram excluídos da proibição.
II. Os índios que de fato reagiram à escravidão foram aqueles que habitavam as regiões mais distanciadas do litoral.
( CORRETO )
III. Um dos fatores que desencadearam a expulsão dos jesuítas da América Portuguesa no século XVIII foi a sua resistência ao uso da mão-de-obra indígena pelos colonos. ( CORRETO )
GABARITO: LETRA E, SEGUNDO GABARITO OFICIAL ESFCEX 2013
-
Eu pedi para revisarem eles deixaram o gabarito na letra e, mas voltaram com o gabarito na letra c. Sinceramente não entendi nada porque o gab. oficial da esfcex não é a letra e?
-
A opção II é complicada. No contexto geral, os índios sempre lutaram de alguma forma contra a ocupação/escravização por parte dos portugueses; na medida que foram perdendo espaço migravam para o interior. Por isso não podemos afirmar que os índios que ocuparam o litoral eram passivos.
-
A alternativa II dá a ideia que os índios do litoral não reagiram de maneira efetiva à escravidão.
Ao pensar no imenso litoral que o Brasil possui, é só refletir no seguinte questionamento para chegarmos à resposta da assertiva: "Diante da quantidade de tribos que havia no litoral, será possível que de fato elas não reagiram à escravidão?"
Com esse questionamento é difícil tornar a assertiva II correta, pois ela foi muito abragente ao considerar que os índios do litoral eram pacíficos.
-
I - A primeira lei contra escravização dos Índios foi criada em 1570, por exemplo, só permitindo escravizar índios arredios e avessos à catequese (Guerra Justa);
II - Os Aimorés (não foram contemplados pela lei citada acima), também chamados de Botocudos, que habitavam do Espírito Santo ao sul da Bahia (áreas litorâneas, certo?), eram arredios e agressivos ao extremo, por exemplo;
III - Certo.
-
Embora não concorde que os índios que de fato reagiram à escravidão foram aqueles que apenas habitavam as regiões mais distanciadas do litoral, o livro de Boris Fausto, História do Brasil, diz na página 40-41: " Uma forma excepcional de resistência dos índios constituiu no isolamento, alcançado através de contínuos deslocamentos para regiões cada vez mais pobres. Em limites muito estreitos, esses recursos permitiu a preservação de uma herança biológica, social e cultural."
-
Discordo dessa assertiva III.
O Marquês de Pombal proibiu a escravização do indígena brasileiro e também expulsou os jesuítas.
Como a expulsão dos jesuítas pode ter sido motivada pela resistência destes à exploração escravagista da mão de obra indígena?
Contraditório demais.
-
Letra C
I. Entre os fatores limitadores da escravidão indígena, não está presente qualquer posição da Coroa Portuguesa.
I. Afirmação falsa, visto que a Coroa Portuguesa representou um dos entraves à livre utilização dos indígenas como mão de obra escrava, e exemplo disso é a decretação do Diretório dos Índios no ano de 1757.
II. Os índios que de fato reagiram à escravidão foram aqueles que habitavam as regiões mais distanciadas do litoral.
II. Afirmação falsa, uma vez que os índios escravizados nunca aceitaram a sua condição de escravo, independente da região que habitavam. Tanto os nativos do sertão quanto os do litoral ofereceram grande dificuldade aos portugueses e esse foi um dos fatores que levaram à mudança da mão de obra na colônia.
III. Um dos fatores que desencadearam a expulsão dos jesuítas da América Portuguesa no século XVIII foi a sua resistência ao uso da mão-de-obra indígena pelos colonos.
III. Afirmação verdadeira, pois além da insatisfação com a grande concentração de poderes nas mãos dos jesuítas, outro fator que desencadeou a sua expulsão da América Portuguesa foi a resistência ao uso da mão de obra indígena pelos colonos.
Fonte: Curso Cidade.
-
II está errada. Uma das provas disso é a Confederação dos Tamoios (1554-67), que foi um foco de resistência no litoral.