Leia o texto de Eugênio Mussak para responder à questão.
Em tempos difíceis como o que estamos vivendo, uma
boa dose de otimismo pode nos ajudar a enfrentar as dificuldades do dia a dia. Os otimistas costumam ser mais positivos
mesmo diante das adversidades, e, com isso, têm mais chance não só de encontrar meios para sobreviver à crise como
de criar alternativas para sair dela.
Reconhecemos os otimistas de algumas maneiras. Uma
delas é pelo tempo verbal de seu discurso. Enquanto os pessimistas falam no pretérito, os otimistas preferem falar no futuro. Os pessimistas insistem em ponderar sobre como deveria
ter sido. Os otimistas ocupam-se em discorrer sobre como
poderá vir a ser.
Outra maneira de diferenciar um pessimista de um otimista é pelo uso do “mas”, palavrinha de três letras muito
usada quando dois pensamentos se complementam e parecem ser opostos. Cada vez que você diz “agora faz sol, mas
mais tarde vai chover”, ou “minha cabeça dói, mas já vai passar”, está usando uma conjunção, que tem a finalidade de
estabelecer ligações.
Voltando ao tema do otimismo e do pessimismo, sabemos que esses dois estados, que demonstram a visão que as
pessoas têm da situação em que se encontram, bem como
das perspectivas futuras, se refletem no uso dos recursos linguísticos. Ou melhor, na ordem em que se colocam os termos
da oração em torno deles. Explico. Uma coisa é dizer: “Eu sei
que está ruim, mas vai melhorar”. Outra é afirmar: “Eu sei que
vai melhorar, mas que está ruim, está”. As duas frases envolvem exatamente os mesmos elementos em sua construção,
a diferença entre elas está no foco.
Há “mas” para todos os gostos. Depende de nós usá-lo
para criar um bom ambiente ou para jogar um balde de água
fria no ânimo de qualquer um. Quando algo não está bem,
como o atual momento econômico, surgem dois pensamentos: o de que tudo vai piorar e o de que, daqui pra frente, só
é possível melhorar.
E, já que é assim, proponho o otimismo consciente.
Aquele que não nega a realidade, mas que acredita na solução, no recomeço, na recuperação, na melhoria, no crescimento. Nosso país está como está porque fizeram com ele o
que fizeram. Mas ele será o que será porque faremos o que
faremos. E, neste caso, como diz o ditado, “não tem ‘mas’
nem meio ‘mas’”. Só depende de nós.
(Eugênio Mussak. Entre o otimismo e o pessimismo. Disponível em:
http://vidasimples.uol.com.br/noticias/pensar/entre-o-otimismo-e-opessimismo.phtml#.Vp_EK5orKig, 16.11.2015. Adaptado)
Leia o texto de Eça de Queiroz para responder à questão.
O pessimismo é uma teoria bem consoladora para os que sofrem, porque desindividualiza o sofrimento, alarga-o até o tornar a lei própria da Vida; portanto lhe tira o carácter doloroso de uma injustiça especial, cometida contra o sofredor por um Destino inimigo e faccioso! Realmente o nosso mal sobretudo nos amarga quando contemplamos ou imaginamos o bem do nosso vizinho – porque nos sentimos escolhidos e destacados para a Infelicidade, podendo, como ele, ter nascido para a Fortuna. Quem se queixaria de ser coxo – se toda a humanidade coxeasse? E quais não seriam os urros, e a furiosa revolta do homem envolto na neve e friagem e borrasca de um Inverno especial, organizado nos céus para o envolver a ele unicamente – enquanto em redor toda a humanidade se movesse na benignidade de uma Primavera? (...) O Pessimismo é excelente para os Inertes, porque lhes atenua o desgracioso delito da Inércia.
(Eça de Queiroz. A Cidade e as Serras)
É correto afirmar que os textos de Eugênio Mussak e de
Eça de Queiroz