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Questões de Foucault


ID
45280
Banca
FCC
Órgão
TJ-SE
Ano
2009
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Michel Foucault ensinou que não apenas se punem as agressões mas por meio delas as agressividades. Importa agora não apenas estabelecer que lei sanciona esta infração, mas verificar, também, até que ponto a vontade do réu determinou o crime. Assim, a medicina mental será chamada ao tribunal para decidir sobre a

Alternativas
Comentários
  • Vale a pena ler "Vigiar e Punir" de Foucault sobre o tema.
  • GABARITO LETRA E

    PARA OS QUE NÃO SÃO ASSINANTES


ID
100141
Banca
FCC
Órgão
DPE-SP
Ano
2010
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

A função biológica do comportamento de apego é proteger o ser humano, quando pequeno, dos diversos perigos que podem ameaçá-lo. Essa frase é de autoria de um(a) importante teórico(a) da psicologia:

Alternativas
Comentários
  • Bowlby foi quem desenvolveu a teoria do apego
  • Questão de nível fácil.

  • a) Elizabeth Bardinter ( é mais conhecida por seus tratados filosóficos sobre o feminismo e o papel das mulheres na sociedade) 

     

    b) Freud (neurologista criador da psicanálise)

     

    c) Michael Foulcault (Suas teorias abordam a relação entre poder e conhecimento e como eles são usados como uma forma de controle social por meio de instituições sociais) 

     

    d) John Bolwby (foi um psicólogo, psiquiatra e psicanalista britânico notável por seu interesse no desenvolvimento infantil e por seu trabalho pioneiro na teoria do apego)

     

    Complementando...

     

    J. Bowlby (1989) considerou o apego como mencanismo básico dos seres humanos. Ou seja, é um comportamento biologicamente

     

    programado, como o mecanismo de alimentação ou da sexualidade, e é considerado como um sistema de controle homeostático, que

     

    funciona dentro de um contexto de outros sistemas de controles comportamentais. De acordo com ele, o relacionamento da criança com os

     

    pais é instaurado por um conjunto de sinais inatos do bebê, que demandam proximidade. Com o passar do tempo um verdadeiro vínculo se

     

    desenvolve, garantido pelas capacidades cognitivas e emocionais da criança, assim como a consistência dos procedimentos de cuidado, pela

     

    sensibilidade e responsividade dos cuidadores. Por isso, um dos pressupostos básicos da TA é de que as primeiras relações de apego,

     

    estabelecidas na infância, afetam o estilo de apego do indivíduo ao longo de sua vida. Dessa forma, a função principal atribuída ao

     

    comportamento de apego é biológica e corresponde à necessidade de proteção e segurança.  

     

    http://www.redalyc.org/html/2290/229017444003/

    Fonte: Wikipédia

  • Teoria do apego - John Bolwby

    A função biológica do comportamento de apego é proteger o ser humano, quando pequeno, dos diversos perigos que podem ameaçá-lo.


ID
229252
Banca
FCC
Órgão
TJ-AP
Ano
2009
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

A sociedade disciplinar se sustenta num sistema de regras e sanções que é aplicado aos que desviam da norma. O hospital psiquiátrico e a prisão são partes de um mesmo modelo de sociedade que formam uma rede institucional que tem como função controlar o tempo e os corpos dos indivíduos. Pode-se atribuir esse entendimento a

Alternativas
Comentários
  • Foucault é amplamente conhecido pelas suas críticas às instituições sociais, especialmente à psiquiatria, à medicina, às prisões, e por suas ideias e da evolução da história da sexualidade, as suas teorias gerais relativas à energia e à complexa relação entre poder e conhecimento, bem como para estudar a expressão do discurso em relação à história do pensamento ocidental. Fonte: wikipedia
    Além desses temas, a obra de Foucault também aborda amplamente as relações de poder e as sociedades disciplinares.
  • Faz parte do conceito de INSTITUIÇÕES TOTAIS, de Foucalt. (vide também a obra: Manicômios, Prisões e Conventos, do autor).
  • Questão dada


ID
295051
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

“Desde a criação do hospital moderno (Foucault, 1977*) instalou-se a hegemonia médica e movimentos de resistência a esta hegemonia com a instalação de corporativismos vários. O hospital se organiza em serviços ou departamentos que preservam as identidades, aprisionam os profissionais em modelos e salas que acabam por serem verdadeiros mausoléus.”

SILVA, Claudia Osório da. Trabalho e subjetividade no hospital geral. Psicologia Ciência e Profissão, n. 18, v. 2, 1998, p. 29

*FOUCAULT, M. O nascimento da clínica Rio de Janeiro: Forense/Universitária.

De acordo com a perspectiva de Foucault, tal forma de organização

Alternativas
Comentários
  • Alternativa B é a correta. Acertei por chupe, por lembrar que Foucault faz relações dos "espaços ( arquitetura) "

  • Foucault foi um grande crítico das instituições e do poder que ela exerce sobre os corpos, num modelo mecanicista e extremamente "rígido". Vale a leitura de "A Verdade e as Formas Jurídicas", "História da Loucura" e o clássico "Vigiar e Punir"


ID
724303
Banca
FCC
Órgão
TRT - 6ª Região (PE)
Ano
2012
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Autor que se dedicou ao estudo da instituição prisional centrando suas análises não só nos aspectos históricos relativos à sua origem, mas também à sua função social:

Alternativas
Comentários
  • "Santo Agostinho" huahuahua

  • Correto mesmo e Michel Foucault, ele foi pro lado social.


ID
729220
Banca
FCC
Órgão
MPE-PE
Ano
2012
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Michel Foucault afirma que fazem parte da armadura institucional da detenção penal as técnicas

Alternativas
Comentários
  • O proposito das instituições (escolas, igrejas, prisoes, manicomios etc) é sequestrar os corpos e dociliza-los, quando nao se consegue é preciso corrigi-los. 

  • Gabarito: 

     e) corretivas

  • Michel Foucault afirma que fazem parte da armadura institucional da detenção penal as técnicas corretivas. Ademais, oportuno dizer que o propósito das instituições (escolas, igrejas, prisões, manicômios etc) é sequestrar os corpos e docilizá-los, quando não se consegue é preciso corrigi-los. 

     


     

  • "As técnicas corretivas imediatamente fazem parte da armadura institucional da detenção penal." (grifei) - Vigiar e punir - Michel Foucault, pág. 220, 40ª edição - Editora Vozes.


ID
732373
Banca
FCC
Órgão
TRF - 2ª REGIÃO
Ano
2012
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Em nossa sociedade ocidental, o discurso que rege o que se tem por verdadeiro, que define a rede de conhecimentos válidos (ou não válidos), é o científico. Nossa
“verdade” está centrada nele e nas instituições que o produzem. Instituições essas igualmente não isentas de interesses. São conhecimentos e verdades guiados em seu processo de produção por crenças, costumes e interesses. Usados permanentemente pela produção econômica e pelo poder político e difundidos pelas instâncias educativas e informativas da sociedade, de forma, até certa instância, controlada por grandes aparelhos políticos e econômicos, tais como: universidades, mídia, escrita, exército.

Para explicar o acima descrito, Foucault menciona, em sua obra, a existência de

Alternativas
Comentários
  • Jogos de verdade são o conjunto de regras de produção de verdade, o conjunto de procedimentos que conduzem a um determinado resultado, que pode ser considerado – em função de seus princípios e de suas regras de procedimento - como válido ou não. Quem fala a verdade são indivíduos livres, os quais entram em consenso e estão inseridos em uma determinada rede de práticas e de instituições coercitivas (Foucault, 1999). É também lugar de enfrentamento social e debate político, encarado sob a forma de “lutas ideológicas”, cada lado defendendo seu ponto de vista sem se interrogarem sobre como cada discurso, lado do debate, “constituiu historicamente como experiência - que permitem o homem pensar-se quando se identifica como louco, doente, desviado, trabalhador, como quem vive como quem fala, ou ainda como homem de desejo” (Revel, J, 2005)

    http://www.ufrgs.br/e-psico/subjetivacao/espaco/jogos-de-verdade.html
  • Questão que é respondida pelo próprio enunciado.


ID
740320
Banca
CEPERJ
Órgão
DEGASE
Ano
2012
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

A arte de punir, segundo Foucault, põe em funcionamento cinco operações bem distintas. No regime do poder disciplinar, a punição visa ao seguinte fator:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: Letra B

    Fundamento:

    A arte de punir, no regime do poder disciplinar, não visa nem a expiação, nem mesmo exatamente a repressão. Põem em funcionamento cinco operações bem distintas: relacionar os atos, os desempenhos, os comportamentos singulares a um conjunto, que é ao mesmo tempo campo de comparação, espaço de diferenciação e princípio de uma regra a seguir. Diferenciar os indivíduos em relação uns aos outros e em função dessa regra de conjunto que se deve fazer funcionar como base mínima, como média a respeitar ou como o ótimo de que se deve chegar perto. Medir em termos quantitativos e hierarquizar em termos de valor as capacidades, o nível, a "natureza" dos indivíduos. [22]

    Fonte: http://www.webartigos.com

    A arte de punir, segundo Foucault põe em funcionamento cinco operações:

    1) repressão;

    2) Normalização
    3) Engajamento;
    3) Coersão;
    4) Expiação;

    A normalização não é uma dessas operações apontadas por Foucault.

  • Fonseca diz que a sanção normalizadora

    Envolve a classificação e a qualificação de atos e comportamentos sutis, obriga à escolha entre valores, permitindo a diferenciação dos indivíduos e a mensuração de sua natureza e capacidade, põe em funcionamento um sistema de exercícios repetitivos de acordo com uma conformidade esperada e traça um limite entre os que estão de acordo com a normalidade que estabelece e os que não estão. [23]

    A sanção normalizadora busca homogeneizar os indivíduos, visto que o leva a comportamentos desviantes é a singularidade de cada um. Sua atuação permite enquadrar especificidades e diferenças no sistema operacional da disciplina, colocando todos no mesmo patamar, ou seja, normalizando. Ela permite utilizar todos os elementos conseguidos pela disciplina, não faz com que sejam iguais, mas que todos se pareçam em torno de um padrão de normalidade, preservando para todos os efeitos, a individualidade.

    Para que a sanção normalizadora tenha eficácia como instrumento da disciplina é imprescindível que ela tenha esta característica: normaliza ao mesmo tempo em que mantém a individualidade.



    Fonte: Idem
  • Coersão, CEPERJ?


ID
740323
Banca
CEPERJ
Órgão
DEGASE
Ano
2012
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Foucault, em “Vigiar e Punir”, faz uma reflexão importante sobre os mecanismos de disciplina. Considere os itens abaixo.

I- Foucault notou que o controle disciplinar não era exclusivo das prisões e, sim, permeava várias instituições, como as fábricas, exércitos, hospitais e escolas.

II- A disciplina não pode se identificar com uma instituição nem com um aparelho, mas com uma sociedade disciplinar.

III- É pela disciplina que as relações de poder se tornam mais facilmente observáveis, pois é por meio da disciplina que se estabelecem as relações.

IV- A prisão é o final previsível da passagem por instituições pela qual a sociedade acredita impedir a delinquência, como os abrigos e medidas socioeducativas.

A alternativa com a indicação correta dos itens que melhor representam o pensamento de Foucault é:

Alternativas
Comentários
  • Foucault, em "Vigiar e Punir", elenca estes fatores como responsáveis por fazerem a prisão ser uma "fábrica de delinquentes": 

    •Pelo tipo de vida dos detentos;

    •Por impor limitações violentas;

    •Pela corrupção, medo e incapacidade dos guardas;

    •Por impor um trabalho sem a finalidade de educar;

    •Pela solidariedade, hierarquização e cumplicidade dos delinquentes;

    •Intolerância da sociedade em relação aos ex-detentos;

    •Por fazer cair na miséria a família do preso.

     

    Logo, o quarto enunciado está errado.

  • Alguém explica?

  • Definitivamente o item III não pode estar correto, pois está completamente fora de contexto:

    "É pela disciplina que as relações de poder se tornam mais facilmente observáveis" Certamente a observação das disciplinas "facilita" observar as relações de poder, mas dentro da obra de Foucault não se resume a isso. O poder soberano (suplício por exemplo), assim como a Biopolítica, evidenciam essas relações de poder, porém em contextos diferentes. Dessa forma, esse primeiro enuncado não está de todo incorreto, mas incompleto.

    "pois é por meio da disciplina que se estabelecem as relações."

    Se o primeiro enunciado estava incompleto esse aqui está ainda mais. É por meio das disciplinas que se estabelecem as relações, que relações são essas? Todas? Apenas as relações de poder?

    Sem dúvidas as disciplinas/poder disciplinar não são suficientes para explicar todo tipo de relação humana. Da mesma forma, relações de poder, conforme comentei acima, também não se resume às disciplinas. Portanto, parece que a questão foi redigida por alguém que apenas leu Vigiar e Punir e não tomou conhecimento da Biopolítica e pensa que com o advento do poder disciplinar o poder soberano deixou de existir.

    No caso do Item II a interpretação é de que o poder disciplinar não se restringe à uma instituição. Por exemplo a prisão, a característica dela é a prática do aprisionamento, o disciplinamento dela é apenas uma das formas de operar essa instituição.

    De forma ampla, o poder disciplinar deve ser visto como um conjunto de práticas, estratégias e procedimentos que emergem no século XVII e se consolidam no XIX que podem ser aplicados de formas muito semelhantes em diferentes contextos, por isso não se identifca com instituições, mas com uma "Sociedade disciplinar" em que o regime de verdade hegemônico se define por esse conjunto de práticas, estratégias, procedimentos...

  • Caso reste alguma dúvida quanto ao Item IV, o argumento de Foucault em Vigiar e Punir é justamente de que não há nada de previsível quanto ao uso da prisão como meio de punir ou coibir crimes, até mesmo é possível questionar se de fato serve para esse fim.

    O argumento do livro trata de como uma prática antiga, mas pouco utilizada, o aprisionamento, passou a ser o meio hegemônico como forma de punição. Durante esse primeiro período de expansão das prisões não havia nada de "óbvio" quanto ao seu uso para esse fim. É somente com desenvolvimentos teóricos posteriores que um conjunto de discursos quanto à importância e eficácia das prisões emerge em concomitância com o que vai ser chamado de poder disciplinar.

    Portanto, a prisão não surge com o fim de punir ou ressocializar (Bastilha é um exemplo disso). Tampouco é um meio previsível para previnir a delinquência, meios mais severos quanto mais brandos poderiam ter sido adotados ao longo do século XIX, XX e XXI, no entanto foi o aprisionamento que prevaleceu.


ID
938074
Banca
FUNCAB
Órgão
PC-ES
Ano
2013
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

O Panóptico de Bentham, descrito minuciosamente por Foucault no livro “Vigiar e Punir”, é a figura arquitetural de princípio conhecido: na periferia uma construção em anel; no centro, uma torre; esta é vazada de largas janelas que se abrem sobre a face interna do anel; a construção periférica é dividida em celas, cada uma atravessando toda a espessura da construção e duas janelas, uma para o interior e outra para o exterior. Basta então colocar um vigia na torre central e em cada cela trancar um louco, um doente ou um condenado. Assim, a permanente visibilidade assegura o funcionamento automático do poder.Qual grupo de características melhor descreve os efeitos desse sistema?

Alternativas
Comentários
  • Jeremy Bentham, filósofo e jurista inglês,  em 1785 concebeu uma penitenciária ideal, denominada Pan-óptico, em que permite a um único vigilante observar todos os prisioneiros, sem que estes possam saber se estão ou não sendo observados. O medo e o receio de não saberem se estão a ser observados os levaria a adotar o comportamento desejado pelo vigilante. O sistema seria aplicável, segundo o autor, a prisões, escolas, hospitais ou fábricas, para tornar mais eficiente o controle daqueles estabelecimentos. Assim, aquele que estivesse sobre uma torre ou estrutura circular central, poderia observar todos os presos (ou os funcionários, pacientes, estudantes, etc), tendo-os sob seu controle.

    O filósofo Michel Foucault disseminou o conceito utilizando o termo "pan-óptico" em sua obra Vigiar e Punir, de 1975, para tratar da sociedade disciplinar. O Panóptico de Bentham permite em primeiro lugar evitar aquelas massas compactas, fervilhantes, pululantes, que eram encontradas nos locais de encarceramento. A multidão, massa compacta, local de múltiplas trocas, individualidades que se fundem é abolida em proveito de uma coleção de individualidades separadas. Do ponto de vista do guardião, é substituída por uma multiplicidade enumerável e controlável; do ponto de vista dos detentos, por uma solidão sequestrada e olhada. Cada um está bem trancado em sua cela de onde é visto de frente pelo vigia; mas os muros laterais impedem que entre em contato com seus companheiros. A disposição de seu quarto, em frente da torre central, lhe impõe uma visibilidade axial; mas as divisões do anel, essas celas bem separadas, implicam uma invisibilidade lateral. O que garante a ordem, pois se os detentos são condenados não há perigo de complô, de tentativa de evasão coletiva, projeto de novos crimes para o futuro, más influências recíprocas; se são doentes, não há perigo de contágio; loucos, não há risco de violências recíprocas; crianças, não há “cola", nem barulho, nem conversa, nem dissipação; se são operários, não há roubos, nem conluios, nada dessas distrações que atrasam o trabalho, tornam-no menos perfeito ou provocam acidentes.






    GABARITO: A

  • Porque a resposta não é a B segundo o comentário do próprio professor? Não entendi.
  • .

    Também não entendi! Acho que a resposta A não está alinhada ao comando da questão. Então quer dizer que "A impossibilidade de criação de novos projetos de crimes futuros entre os detentos e de más influências recíprocas" são efeitos desse sistema?

    Comando: Qual grupo de características melhor descreve os efeitos desse sistema?

    Resposta A: A impossibilidade de criação de novos projetos de crimes futuros entre os detentos e de más influências recíprocas.

    Se alguém puder ajudar....agradeço.


ID
1245949
Banca
FGV
Órgão
FUNARTE
Ano
2014
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Segundo Michel Foucault, a proteção e o evitamento da depredação das novas formas de acúmulo de riqueza na modernidade fizeram proliferar uma tecnologia de vigilância e controle, que se instalou no século XVIII e caracteriza nossa sociedade até os dias de hoje. Tal tecnologia corresponde:

Alternativas
Comentários
  • Ao estudar a "Sociedade Disciplinar", Foucault constata que a sua singularidade reside na existência do Desvio diante a Norma. E assim, para "normalizar" o sujeito moderno, foram desenvolvidos mecanismos e dispositivos de vigilância, capazes de interiorizar a culpa e causar no indivíduo remorsos pelos seus actos. Dentre os dispositivos de vigilância do início do século, podemos destacar o Panóptico, deJeremy Bentham, um mecanismo arquitectural, utilizado para o domínio da distribuição de corpos em diversificadas superfícies (prisões, manicómios, escolas, fábricas).O Panóptico era um edifício em forma de anel, no meio do qual havia um pátio com uma torre no centro. O anel dividia-se em pequenas celas que davam tanto para o interior quanto para o exterior. Em cada uma dessas pequenas celas, havia, segundo o objectivo da instituição, uma criança aprendendo a escrever, um operário a trabalhar, um prisioneiro a ser corrigido, um louco tentando corrigir a sua loucura, etc. Na torre havia um vigilante. 

    O panoptismo corresponde à observação total, é a tomada integral por parte do poder disciplinador da vida de um indivíduo. Ele é vigiado durante todo o tempo, sem que veja o seu observador, nem que saiba em que momento está a ser vigiado. Aí está a finalidade do Panóptico,

    ...induzir no detido um estado consciente e permanente de visibilidade que assegura o funcionamento autoritário do poder. Fazer com que a vigilância seja permanente nos seus efeitos ... que a perfeição do poder tenta tornar inútil a actualidade do seu exercício...

    Foucault,(1997),pag:166

    FONTE: http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/momentos/sociedade%20disciplinar/Panóptico.htm


ID
1245982
Banca
FGV
Órgão
FUNARTE
Ano
2014
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Michel Foucault, no conhecido livro Microfísica do Poder, analisa que o hospital e a medicina permaneceram independentes até meados do século XVIII. Segundo Foucault, com relação a essa situação, é correto afirmar que:

Alternativas
Comentários
  • gabarito: letra E


    Outro processo indispensável à higienização das cidades é a medicalização do hospital no século XVIII. Houve uma transformação dessa instituição, antes voltada à assistência aos pobres, para uma instituição voltada à cura. O ambiente hospitalar, que até então era um lugar para isolar a pobreza e para se morrer, torna-se uma máquina de cura, dentro da qual os procedimentos médicos se impõem. Essa transformação está inserida em uma política de saúde do século XVIII, que Foucault denominou nosopolítica, e que se refere a uma política social que tem a saúde como um ideal e uma responsabilidade de todos.

    A medicalização da família, e a infância como período privilegiado de intervenção médica, são características dessa nosopolítica, que transforma a família no “agente mais constante da medicalização”4 (p. 199), assumindo seu objetivo central, que é o dever de cada indivíduo com a sua saúde e, ao mesmo tempo, com a saúde geral da população. Não é sem motivo que as quatro estratégias do dispositivo da sexualidade giram em torno da família: a histericização dos corpos femininos; a pedagogização do sexo das crianças; a psiquiatrização do prazer perverso/adulto; e a socialização das condutas de procriação.

    fonte: http://www.scielo.br/pdf/icse/v22n66/1807-5762-icse-1807-576220170194.pdf


  • Nosopolítica: política social que tem a saúde como um ideal e uma responsabilidade de todos.


ID
1245985
Banca
FGV
Órgão
FUNARTE
Ano
2014
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Michel Foucault, no difundido livro Microfísica do Poder, analisa, entre outras questões, o surgimento da medicina social, refletindo sobre processos que ocorreram na Inglaterra do século XIX, e conclui que a medicina inglesa:

Alternativas
Comentários
  • III. A medicina da força de trabalho surge na Inglaterra, no momento de seu desenvolvimento industrial, fazendo aparecer uma classe pobre, plebéia e proletária que ainda não era considerada um elemento perigoso para a saúde da população, mas passaria a ser. O que fazia com que essa massa ainda não se tornasse um perigo seria a ordem quantitativa dessas pessoas que ainda não eram tão numerosos e o fato de serem úteis à vida urbana, servindo como uma parte instrumental da existência urbana. Foi já no segundo terço do século XIX, aconteceram razões que levaram a crer que o pobre seria um perigo, entre elas: 1. Por razão política, pois enquanto força a população pobre poderia ser capaz de se revoltar ou participar de revoltas; 2. No momento em que se constrói sistemas (postal e carregadores), dispensam, em parte, os serviços prestados pela população, produzindo uma série de revoltas; 3. O aparecimento da cólera de 1832 fez cristalizar uma série de medos políticos e sanitários sob a população proletária, fazendo crer no perigo em suas presenças na cidade, surgindo com isso a divisão do espaço urbano em bairros e habitações de ricos e pobres.


    em: http://entrenospelarede.blogspot.com/2007/08/o-nascimento-da-clnica-social.html


ID
1318294
Banca
FGV
Órgão
TJ-GO
Ano
2014
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Com o advento das sociedades disciplinares, a prisão desponta como sendo a punição por excelência. Contudo, o projeto da técnica corretiva que acompanhou a lógica da detenção punitiva é simultâneo à crítica da prisão e de seus métodos. Assim, segundo Foucault, a promessa de regenerar o apenado através do encarceramento corresponde a uma utopia fracassada, haja vista a prisão:

Alternativas
Comentários
    •  c) objetivar a delinquência e consolidá-la no fluxo das ilegalidades;


  • Tema MUITO frequente, se for fazer prova de FGV, saiba que cairá Foucault. Sobre tema "prisão / disciplina":

    Utopia fracassada = objetivar a delinquência e consolidá-la no fluxo das ilegalidades

  • Gab C

    objetivar a delinquência e consolidá-la no fluxo das ilegalidades;


ID
1318306
Banca
FGV
Órgão
TJ-GO
Ano
2014
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Michel Foucault identificou, pela análise genealógica, as práticas jurídicas como uma das mais importantes na emergência das formas modernas de subjetividade. Esse autor propõe o reconhecimento das identidades como:

Alternativas
Comentários
    •  b) produções históricas que se constituem pela imbricação e agenciamento de práticas múltiplas;

  • A construção da identidade é um fenômeno histórico e social em constante transformação, que ocorre a partir de práticas sociais específicas que medeiam a criação de discursos conforme cada um faz uso de instrumentos cognitivos, afetivos e lingüísticos, e cria motivos e vontades em um ativo processo para se referir a aspectos de um mundo partilhado intersubjetivamente

     

    -------------------

    Gabarito: B

  • Gab B

    produções históricas que se constituem pela imbricação e agenciamento de práticas múltiplas;


ID
1398136
Banca
FGV
Órgão
SUSAM
Ano
2014
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

O livro História da Loucura na Idade Clássica, de Michel Foucault, oferece uma importante contribuição para a questão da loucura.

A esse respeito, de acordo com Foucault, analise as afirmativas a seguir.

Alternativas
Comentários
  • Na segunda metade do século XV, com as guerras e as pestes assolando as cidades sem controle, o tema da morte reina e ninguém escapa. Entretanto, nos últimos anos do século, a loucura substitui a morte, e é esta ascensão que indicará que o mundo está mais próximo do que se pensa do seu desastre.

    Inúmeras imagens, telas, quadros, com faces enigmáticas de difíceis compreensões, surgem. A imagem dá margem a diferentes interpretações. Daí o fato de ela e a palavra expressarem diferentes significados. Essas imagens surgem através dos sonhos, e por isso exercem tanto fascínio através dos tempos. A loucura representada é vista como um saber obscuro, que esconde segredos e que por isso mesmo precisam ser desvendados.

    Do século XII ao XIV o grande mal foi a lepra, os leprosários ficaram lotados, depois que a lepra desaparece fica um vazio simbólico, e a loucura é que vai preencher esse vazio simbólico, passando a ser o grande medo, pois a loucura era algo fora do controle, não tinha tratamento nem cura e era imponderável, a loucura era excluída da sociedade. No século XVII aparece as doenças venéreas, mas estas eram tratáveis, a lepra era só física, mas as doenças venéreas e a loucura assumiram também o caráter moral. Só no século XIX é que o louco passa a ser objeto de pesquisa e entra em cena a psiquiatria, a psicologia e a psicanálise. 

    No século XV a loucura perdia seu caráter cósmico, divino, e passa a ser objeto de preocupação social, continuam as práticas de internamento e exclusão, todas as pessoas que estavam fora dos padrões de comportamento social eram consideradas loucas, a loucura não tinha ainda o estatuto de patologia, a loucura é tudo que não se encaixava nos padrões, tudo o que era indomável, não se sabia exatamente o que era a loucura, ela só passa a ter estatuto científico no século XIX. 

  • VISH TÁ TODO ERRADO ESSE TEXTO :(

  • D

    O internamento tem o mesmo sentido em toda a Europa do século XVII, se for considerado em suas origens

  • Gab D

    O internamento tem o mesmo sentido em toda a Europa do século XVII, se for considerado em suas origens.


ID
1403248
Banca
FGV
Órgão
TJ-BA
Ano
2015
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Em A Verdade e as Formas Jurídicas, Foucault afirma que a prisão se tornou a punição por excelência e a matriz da vigilância panóptica nas sociedades disciplinares. Com efeito, a punição moderna passou a ser calculada essencialmente a partir do indivíduo em relação:

Alternativas
Comentários
  • A noção de periculosidade significa que o indivíduo deve ser considerado pela sociedade ao nível de suas virtualidades e não ao nível de seus atos; não ao nível das infrações efetivas a uma lei efetiva, mas das virtualidades [potencialidade para realizar algo; qualidade não material] de comportamento que elas representam (Foucault, 1973 a: 99). 

  • Com efeito, a legislação penal, desde o início do Séc XIX e de forma cada vez mais rápida e acelerada durante todo o século, vai se desviar do que podemos chamar a utilidade social, ela não procurará mais visar ao que é socialmente útil mas procurará ajustar-se ao indivíduo.

    A justiça perde, no Séc XIX, seu caráter de punir passando a entrar nessa fase em que outras instituições irão analisar, de acordo com suas competências técnicas, o caráter do indivíduo. Todo essa rede de um poder que não é judiciário deve desempenhar uma das funções que a justiça se atribuiu neste momento: função não mais de punir as infrações dos indivíduos, mas de corrigir suas virtualidades, seria a chamada Ortopedia social.

    (A Verdade e as formas jurídicas, Foucault, Conferência V).

  • Gab B

    A noção de periculosidade significa que o indivíduo deve ser considerado pela sociedade ao nível de suas virtualidades e não ao nível de seus atos...(Foucault, 1973 a: 99). 


ID
1403266
Banca
FGV
Órgão
TJ-BA
Ano
2015
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

No livro “A Verdade e as Formas Jurídicas”, Foucault considera a formação da sociedade disciplinar e analisa as transformações na penalidade do século X X, que “passa a ser um controle, não tanto sobre se o que fizeram os indivíduos está em conformidade ou não com a lei, mas ao nível do que podem fazer, do que são capazes de fazer, do que estão sujeitos a fazer, do que estão na iminência de fazer.” ( FOUCAULT, M. A Verdade e as Formas Jurídicas. Rio de Janeiro: NAU, 2003)

Nos termos supramencionados, Foucault está se referindo à:

Alternativas
Comentários
  • periculosidade

  • A noção de periculosidade significa que o indivíduo deve ser considerado pela sociedade ao nível de suas virtualidades e não ao nível de seus atos; não ao nível das infrações efetivas a uma lei efetiva, mas das virtualidades [potencialidade para realizar algo; qualidade não material] de comportamento que elas representam (Foucault, 1973 a: 99).

  • Gab D

    noção de periculosidade significa que o indivíduo deve ser considerado pela sociedade ao nível de suas virtualidades e não ao nível de seus atos; 


ID
1405309
Banca
FUNCAB
Órgão
SEDS-TO
Ano
2014
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Segundo Foucault, a prisão é uma tecnologia de punição que foi elaborada na modernidade, quando os mecanismos de poder evoluíram das sociedades de soberania para as sociedades disciplinares. Sobre o poder disciplinar é correto afirmar que:

Alternativas
Comentários
  • Letra A.

    Foucault aborda que o poder é uma relação de força, possui aspecto produtivo.

    O poder disciplinar seria um método que permite o controle do corpo, impondo uma operação de docilidade-utilidade, fabricando o tipo de homem necessário ao funcionamento da sociedade capitalista industrial.


ID
1409098
Banca
FUNCAB
Órgão
SEDS-TO
Ano
2014
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Foucault destaca que a vigilância é a principal engrenagemdo poder disciplinar e contribui para:

Alternativas
Comentários
  • A vigilância, assim como as sanções normatizadoras, representa um recurso para o poder disciplinar, que é capaz de atuar em sua função de adestramento. Segundo Foucault (2004, p. 203):

    […] disciplina traz consigo uma maneira específica de punir, e que é apenas um modelo reduzido do tribunal. O que pertence à penalidade disciplinar é a inobservância, tudo o que está inadequado à regra, tudo o que se afasta dela, os desvios. É passível de pena o campo indefinido do não conforme: o soldado comete uma “falta” cada vez que não atinge o nível requerido; a “falta” do aluno é, assim como um delito menor, uma inaptidão a cumprir suas tarefas. O regulamento da infantaria prussiana impunha tratar com “todo o rigor possível” o soldado que não tivesse aprendido a manejar corretamente o fuzil.



    Fonte: http://criteriorevisao.com.br/vigilancia-e-poder-disciplinar/

  • RESPOSTA "D"

    Vejamos,

    O modelo panóptico de vigilância foi criado pelo filosofo inglês Jeremy Bentham, e este foi baseado num projeto arquitetônico de uma prisão, onde o autor levanta o conceito do panoptismo. O controle total de uma visão, através dessa “máquina” que se articula num espaço determinado, se pode ter um controle dos corpos, que submetidos à ações externas, poderiam ser domados, o que Bentham viu como excelente modelo para ser instituído em diversas instituições sociais. O modelo arquitetural do panóptico de Bentham se configura através da construção de uma torre central dentro de uma unidade prisional, onde por meio desta, seria possível observar todas as celas e todos os comportamentos dos detentos. Os três conceitos principais do Antigo Regime de punições à masmorra – Trancar, privar de luz e esconder – só se preservara a primeira, sendo que, o olhar de um vigia capta melhor na luz do que na escuridão. Para que o Panóptico funcione de maneira eficiente, é necessário o controle das ações do individuo, sendo este o principal princípio, também deve vigiar sem ser visto, a visão deve ser completa. Com o controle total da visão, pode-se adotar as medidas punitivas, ações de sujeição e de dominação no processo de Docilização dos corpos. Esse modelo é considerado por Bentham, um modelo leve, eficiente e de eficaz aplicação, o que era um contraponto aos velhos sistemas de dominação, onde se substituía a força pela disciplina, pode ser utilizado em diversos locais, como por exemplo em escolas, hospitais, instituições publicas, liceus, fábricas, quartéis...etc. A disciplina permite que, em primeiro lugar, que se mantenha a “ordem” e evitando a aglomeração, a conspiração, a sublevação, o perigo de contágios e de insubordinação. O modelo Panóptico é compacto, anula as multiplicidades e as individualidades, perfeito para a multidão, compactando as massas provocando um “efeito coletivo” de controle. A intenção é simples , que esse modelo se torne um dispositivo dentro da sociedade como forma de automatizar e “desinvidualizar” o poder das massas, induzindo um estado consciente e permanente de visibilidade, que assegura o funcionamento automático das relações de poder.

    https://www.passeidireto.com/arquivo/4030206/resumo---o-panoptismo

  • D) automatizar e desindividualizar o poder. (Gabarito)

    "É dócil um corpo que pode ser submetido, que pode ser utilizado, que pode ser transformado e aperfeiçoado" Foucalt, Vigiar e Punir.


ID
1502842
Banca
FGV
Órgão
DPE-MT
Ano
2015
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Segundo Foucault, a “humanidade” do criminoso começou a ser edificada entre os séculos XVIII-XIX como limite a ser respeitado na aplicação das punições, constituindo-se como fronteira a ser preservada em contraponto aos antigos excessos do soberano. A partir da humanidade como medida, as penas foram suavizadas. O surgimento da punição moderna passa a ser orientada por uma tecnologia que organiza a multiplicidade humana no tempo e no espaço, visando controlar os indivíduos em suas ações e aperfeiçoar ao máximo suas capacidades.

Tal tecnologia é designada por Foucault como

Alternativas
Comentários
  • Disciplina

  • A disciplina é a técnica de poder que fabrica os indivíduos ao utilizar como plataforma uma anatomia política do corpo. A distribuição e repartição superficial dos corpos em um espaço determinado os tornam úteis e dóceis; mas pela docilização e otimização dos corpos visa-se à constituição de um incorporal, de uma subjetividade docilizada.

  • Suplício significa grave punição corporal através de torturas.

  • Gab D

    A disciplina é a técnica de poder que fabrica os indivíduos ao utilizar como plataforma uma anatomia política do corpo. 


ID
1502848
Banca
FGV
Órgão
DPE-MT
Ano
2015
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

A tese defendida por Foucault, conhecida como História da Loucura na Idade Clássica, demonstrou como a loucura foi transformada numa experiência sem sujeito e sem verdade a partir da emergência histórica do cogito cartesiano e da construção dos hospitais gerais. Nesse campo de discussão, ele faz críticas à psicanálise, mas reconhece que Freud confere positividade ao discurso da loucura como sendo marcado pela produção de obra e de verdade.

A esse respeito, como Freud bem destacou sobre a psicose, o delírio é

Alternativas
Comentários
  • uma tentativa de cura.

  • resposta E

    "Um dos principais aspectos da teoria freudiana acerca do delírio reside no fato desta considerá-lo como uma tentativa de cura, uma reconstrução da relação do indivíduo com o mundo externo. No Rascunho H, onde trata da paranoia, Freud a respeito das concepções de delírio refere que para a psiquiatria, as ideias delirantes seriam distúrbios intelectuais, já em sua concepção, tratava-se de uma perturbação afetiva cuja força se deve a um conflito, a um processo psicológico. (FREUD, 1950[1892-1899], p.124) "

    em http://www.isepol.com/delirio.html

  • Pode-se dizer que o ponto de origem do sujeito é o trauma. Encontro faltoso com o Outro, encontro com a falta real do objeto. O trauma é um encontro com o Real na medida em que implica um inassimilável para o sujeito. Se na neurose é a fantasia que faz suplência a esse impossível, na psicose, é o delírio que tenta responder ao traumático inassimilável. No primeiro caso algo é simbolizado, compondo o aparelho psíquico, enquanto no segundo, o que se repete é a impossibilidade da assimilação de algo que diz respeito à ação do Outro sobre o corpo do sujeito. Daí advém a experiência de total exterioridade do delírio do sujeito psicótico.


  •  Freud desenvolve a idéia de que o delírio é uma tentativa de reconstrução após a catásfrofe, após o momento de eclosão da psicose propriamente dita. Faz, assim, uma importante distinção entre delírio e psicosedelírio não é, portanto, a psicose, mas uma tentativa de cura desta – tentativa de restabelecimento das relações libidinais com os objetos anteriormente abandonados. É também um modo de expressão do apego e afirmação da força das fontes de prazer primário.


  • Pode-se dizer que o ponto de origem do sujeito é o trauma. Encontro faltoso com o Outro, encontro com a falta real do objeto. O trauma é um encontro com o Real na medida em que implica um inassimilável para o sujeito. Se na neurose é a fantasia que faz suplência a esse impossível, na psicose, é o delírio que tenta responder ao traumático inassimilável. No primeiro caso algo é simbolizado, compondo o aparelho psíquico, enquanto no segundo, o que se repete é a impossibilidade da assimilação de algo que diz respeito à ação do Outro sobre o corpo do sujeito. Daí advém a experiência de total exterioridade do delírio do sujeito psicótico.

  • Gab E

    "Um dos principais aspectos da teoria freudiana acerca do delírio reside no fato desta considerá-lo como uma tentativa de cura, uma reconstrução da relação do indivíduo com o mundo externo.


ID
1652404
Banca
CRSP - PMRJ
Órgão
PM-RJ
Ano
2010
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Para Foucault, a arte de punir no regime do poder disciplinar visa à(ao):

Alternativas

ID
1652407
Banca
CRSP - PMRJ
Órgão
PM-RJ
Ano
2010
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Ao discutir as prisões, Foucault levanta algumas questões importantes.

Sobre esse tema, marque a assertiva INCORRETA.

Alternativas

ID
1652494
Banca
CRSP - PMRJ
Órgão
PM-RJ
Ano
2010
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

A expectativa social representativa de um padrão cultural dominante e expressa na lei penal é definida como norma penal. Cada época, diz Foucault em Vigiar e Punir, criou suas próprias leis penais, instituindo os mais variados processos punitivos.

Analise, de acordo com o mesmo autor, as afirmativas a seguir:

I. As prisões são o grande fracasso da justiça penal, pois não diminuem a taxa de criminalidade.

II. As prisões são extremamente eficazes para a redução da criminalidade, desde que construídas a partir do modelo do panóptico de Bentham.

III. As condições dadas aos detentos libertados condenam-nos à reincidência, pela impossibilidade de encontrar trabalho em função do estigma de delinquência.

Estão corretas as proposições:

Alternativas

ID
1652497
Banca
CRSP - PMRJ
Órgão
PM-RJ
Ano
2010
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

São questões levantadas por Michel Foucault em Vigiar e Punir:

I. O autor refere-se às prisões como instituições de sequestro, em razão de que a reclusão submetida não pretende propriamente "excluir" o indivíduo recluso, mas, sobretudo, "incluí-lo" num sistema normalizador.

II. De acordo com a genealogia foucaultiana, o poder não tem essência, porque é operatório. Não é atributo, mas relação de  forças que passam tanto pelos ditos dominados quanto pelos ditos dominadores.

III. Os mecanismos de vigilância, controle e correção sobre o indivíduo, que podem ser percebidos no interior da prisão, referem-se à atuação dos agentes penitenciários.
Quando o preso está submetido à observação, através de técnicas de exame psicológico, situa-se um saber clínico destituído de poder.

Está(ão) correta(s) APENAS a(s) proposição(ões):

Alternativas

ID
1652500
Banca
CRSP - PMRJ
Órgão
PM-RJ
Ano
2010
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Michel Foucault (1926-1984) foi admitido no Collège de France em 1970, sucedendo Jean Hyppolite na cátedra então recém-criada de História dos Sistemas de Pensamento. A principal atribuição de um professor desta instituição aberta de ensino é oferecer um curso anual, no qual exponha, semanalmente, o estágio atual de suas pesquisas. O livro Os Anormais consiste na transcrição das onze aulas do curso ministrado por Foucault, em 1975.

São temáticas abordadas nesta obra:

I. O exame psiquiátrico de imputabilidade penal é uma prática discursiva que se sobrepõe à medicina mental e ao direito penal, o qual compõe um discurso que, ao mesmo tempo, tem o poder de matar e o de produzir verdade. Desta forma, o exame psiquiátrico tem um triplo papel; ele replica tanto o delito prenunciado, na medida em que monta um quadro no qual são rememoradas uma miríade de características pessoais que não infringem lei alguma, mas que em seu conjunto acabam sendo indícios que permitem antever o delito, quanto o réu com o “delinquente”, na medida em que esse exame reconstitui todos os “antecedentes” do réu, ele tem por efeito fazer com que o suposto autor do crime se pareça com o seu crime, antes mesmo de tê-lo cometido.

II. A psiquiatria produz os seus efeitos de poder no interior das instituições psiquiátricas, pois se erige como ciência dos anormais, restando ao Direito a produção de efeitos de poder na sociedade como um todo.

III. O governo das populações, baseado em estratégias de “biopoder”, volta-se, majoritariamente, à tarefa de disciplinarização da sociedade.

Está(ão) correta(s) SOMENTE a(s) proposição(ões):

Alternativas

ID
1652503
Banca
CRSP - PMRJ
Órgão
PM-RJ
Ano
2010
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Foucault, em Os Anormais, coloca a questão da transformação da economia do poder de punição, no final do século XVIII, que deixa de se exercer como um rito (ritual do suplício) e passa a funcionar por meio dos mecanismos de vigilância e controle. Nesse ponto, a questão deixa de ser “qual é o crime?” e passa a ser “o que leva um indivíduo a ser criminoso?”. É a passagem do crime ao criminoso.

Desse modo:

I. O crime que era apenas uma violação das regras, passa a ter uma constituição, uma natureza, uma essência.

II. Emerge a psiquiatria como um saber que pretende colocar-se como protetor da socie-dade contra os anormais, na medida em que o judiciário, para julgar e penalizar, passa a demandar o conhecimento das causas que levaram o criminoso a cometer seu crime.

III. Ao deslocar a questão do crime para o criminoso, o delito passa a fazer parte dos processos penais com outras questões que não são o próprio delito, como modos de ser e existir.

Está(ão) correta(s) a(s) proposição(ões):

Alternativas

ID
1794115
Banca
Quadrix
Órgão
CFP
Ano
2012
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Na perspectiva dos estudos de Michel Foucault, analise as frases a seguir. 

I. A lógica discursiva que define a obsessão das sociedades contemporâneas pela juventude está ligada a uma concepção de sexualidade que faz referência à beleza e à atividade sexual.

II. Ainda hoje, em nossa sociedade, podemos observar a articulação da medicina, da demografia e da pedagogia na administração da conduta sexual da população.

III. A partir do século 18, os dispositivos de saber e poder deixam de incidir sobre o sexo da criança, permitindo a expressão livre de seus comportamentos.

IV. O dispositivo da "sexualidade" tem sua origem na separação do sexo do dispositivo da aliança que articulava as obrigações religiosas ou legais do casamento com a transmissão da propriedade e dos laços de sangue, constituindo o sistema social.

Pode-se afirmar que: 

Alternativas

ID
1814854
Banca
FGV
Órgão
DPE-RO
Ano
2015
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Em Vigiar e Punir (1975), Foucault aponta para os reais objetivos históricos que se realizaram a pretexto do fracasso do cárcere, cuja promessa de regeneração do apenado corresponde a uma utopia na qual a acentuação da criminalidade que a prisão deveria supostamente destruir é seguida invariavelmente por repetidas reformas do sistema carcerário. Seguindo esse raciocínio, o autor conclui que a prisão se destina a: 

Alternativas
Comentários
  • Deveríamos então supor que a prisão e de uma maneira geral, sem dúvida, os castigos, não se destinam a suprimir as infrações; mas antes a distingui-las, a distribuí-las, a utilizá-las; que visam, não tanto tornar dóceis os que estão prontos a transgredir as leis, mas que tendem a organizar a transgressão das leis numa tática geral das sujeições. A penalidade seria então uma maneira de gerir as ilegalidades, de riscar limites de tolerância, de dar terreno a alguns, de fazer pressão sobre outros, de excluir uma parte, de tornar útil outra, de neutralizar estes, de tirar proveito daqueles. Livro vigiar e punir (pgs 299 e 300)

  • Seria o meu sonho cair Foucault nas minhas provas?

  • Em 06/05/2018, às 19:26:05, você respondeu a opção D.Errada!

    Em 23/04/2018, às 11:40:41, você respondeu a opção D.

  • Em recortes de Foucault (1975):

    "O atestado de que a prisão fracassa em reduzir os crimes deve talvez ser substituído pela hipótese de que a prisão conseguiu muito bem produzir a delinquência, tipo especificado, forma política ou economicamente menos perigosa de ilegalidade; produzir os delinquentes, meio aparentemente marginalizado mas centralmente controlado; produzir o delinquente como sujeito patologizado. [...] Ora, esse processo de constituição da delinquência se une à operação política que dissocia as ilegalidade e delas isola a delinquência. A prisão é o elo desses dois mecanismos; permite-lhes reforçarem perpetuamente um ao outro, objetivar a delinquência por trás da infração, consolidar a delinquência no movimento das ilegalidades."

    Foucault, M. Vigiar e punir. Leya, 1975.

  • Questãozinha capiciosa!
    Muita gente pode ter sido induzida a marcar a alternativa "C" em razão do nome do livro.  Mas vejamos o que Foucault nos fala. Segundo ele, a prisão fracassa em reduzir os crimes, talvez por ter conseguido muito bem produzir a  delinquência, tipo especificado, forma política ou economicamente menos perigosa  — talvez até utilizável — de ilegalidade; produzir os delinquentes, meio  aparentemente marginalizados mas centralmente controlados; produzir o delinquente  como sujeito patologizado. O sucesso da prisão está nas lutas em torno da lei e das  ilegalidades, em especificar uma “delinquência". Esse processo de constituição da  delinquência-objeto se une à operação política que dissocia as ilegalidades e delas  isola a delinquência. A prisão é o elo desses dois mecanismos; permite-lhes se  reforçarem perpetuamente um ao outro, objetivar a delinquência por trás da infração, consolidar a delinquência no movimento das ilegalidades. O sucesso é tal que, depois de um século e meio de “fracasso", a prisão continua a existir, produzindo os  mesmos efeitos e que se têm os maiores escrúpulos em derrubá-la.
    FOUCAULT, M.  Vigiar e punir: nascimento da prisão; tradução de Raquel  Ramalhete. Petrópolis, Vozes, 1987.

    GABARITO: B
  • acontece! heheheheh

  • Gab B

    fabricar o delinquente e gerir as ilegalidades numa tática geral das sujeições;


ID
1814863
Banca
FGV
Órgão
DPE-RO
Ano
2015
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Em considerando que a Ordem Simbólica é usada como referência por psicanalistas e juristas para reprovar as diferentes alianças conjugais e familiares, incluída a homoparentalidade, à luz da genealogia de Foucault, o conceito de Édipo corresponderia a: 

Alternativas
Comentários
  • Desse modo, pode-se dizer, a partir de sobre o Édipo, que as relações de poder efetuam diferenciações nas individualidades, sujeitando-as sempre (...)

    (...) "É uma forma de poder que faz dos indivíduos sujeitos" Foucault , 1994, p 227

    Artigo: Édipo foucaultiano

  • De acordo com Nalli (2000), que se baseou na Segunda Conferência de A verdade  e as formas jurídicas - Sobre o Édipo -, pode-se observar alguns temas constantes na reflexão genealógica de Foucault do Édipo-Rei de Sófocles, tais  como: 

    1. O conceito de “discurso" concebido por Foucault nessa  conferência trouxe uma série de elementos da fase arqueológica, mas já se apresenta como uma concepção pragmática de discurso;
    2. essa concepção pragmática de “discurso" coincide com sua  concepção de poder, enquanto relações de força;
    3. essa concepção de “poder" é fundamental para explicar a  constituição e proliferação de discursos e, por conseguinte, de saber;
    4. o poder é elemento importante na constituição de discursos  verdadeiros;
    5. o poder produz e diferencia individualidades e sujeitos (sejam eles escravos ou senhor, ou governante);
    6. o poder político do governo e do estado podem e devem ser  compreendidos a partir das relações de poder que lhes antecedem  estruturalmente, e não que se irradiam a partir deles.

    NALLI, M. A. G. Édipo foucaultiano. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 12(2): 109-128, nov., 2000.
    GABARITO: A
  • Gab A

    uma matriz de produção de sujeitos numa sociedade de governo da vida humana; 


ID
2328721
Banca
FCC
Órgão
TRT - 5ª Região (BA)
Ano
2013
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

A abordagem do conhecimento-poder, baseada na obra de Michel Foucault,

Alternativas

ID
2328922
Banca
IFB
Órgão
IFB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Em A História da Sexualidade, Foucault (1985) discute a proliferação de discursos que, desde o século XVII e, de forma mais acentuada, a partir do século XIX, produziram estratégias de controle e de regulação sobre os corpos, que visavam não somente ao comportamento individual, “à virtude dos cidadãos”, mas às populações. Tais discussões fundamentam a hipótese de que o discurso sobre a sexualidade humana vai emergir e sustentar-se quando se põe a funcionar um certo regime de saber-poder. Considerando a referida obra, no que concerne à produção da sexualidade e às técnicas do poder que a acompanham, marque (V) para as afirmativas verdadeiras e (F) para as falsas e assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

( ) O ponto importante será saber sob que formas, através de que canais, fluindo através de que discursos o poder consegue chegar às mais tênues e mais individuais das condutas, de que maneira o poder penetra e controla o prazer cotidiano.

( ) No século XVIII o sexo se torna questão de “polícia”, ou seja, objeto de repressão e de contenção da desordem, para a eliminação dos desvios à normalidade. Foucault analisa os procedimentos de gestão dos quais o poder público utiliza-se para reprimir a sexualidade, o que foi justificado por discursos analíticos que tinham por alvo o julgamento das condutas individuais.

( ) Este projeto de uma “colocação do sexo em discurso” advém da pastoral cristã, numa tradição ascética e monástica, que incitava às práticas confessionais, as quais foram estendidas a todos a partir do século XVIII, Coloca-se como imperativo confessar os atos contrários à lei, para que fossem censuradas e interditadas todas as expressões relacionadas ao sexo, neutralizando-o, dessa forma.

( ) A técnica da confissão, apesar de ter permanecido restrita à espiritualidade cristã, foi associada a uma economia dos prazeres individuais, e utilizada por um “interesse público”, sendo reproduzida por mecanismos de poder para cujo funcionamento o discurso sobre o sexo passou a ser essencial.

( ) Uma das grandes novidades nas técnicas de poder, no século XVIII, foi o surgimento da “população”, como problema econômico e político. No cerne deste problema, está o sexo: é necessário analisar a taxa de natalidade, a idade do casamento, os nascimentos legítimos e ilegítimos, a precocidade e a frequência das relações sexuais, a maneira de torná-las fecundas ou estéreis. A conduta sexual da população é tomada, ao mesmo tempo, como objeto de análise e alvo de intervenção.

Alternativas
Comentários
  • Fiz esse concurso, infelizmente não consegui ir bem nas materias básicas, mas a minha nota de psicologia foi a quarta melhor nota.

     

    ( V) O ponto importante será saber sob que formas, através de que canais, fluindo através de que discursos o poder consegue chegar às mais tênues e mais individuais das condutas, de que maneira o poder penetra e controla o prazer cotidiano.

    (F ) No século XVIII o sexo se torna questão de “polícia”, ou seja, objeto de repressão e de contenção da desordem, para a eliminação dos desvios à normalidade. Foucault analisa os procedimentos de gestão dos quais o poder público utiliza-se para reprimir a sexualidade, o que foi justificado por discursos analíticos que tinham por alvo o julgamento das condutas individuais.

    (F ) Este projeto de uma “colocação do sexo em discurso” advém da pastoral cristã, numa tradição ascética e monástica, que incitava às práticas confessionais, as quais foram estendidas a todos a partir do século XVIII, Coloca-se como imperativo confessar os atos contrários à lei, para que fossem censuradas e interditadas todas as expressões relacionadas ao sexo, neutralizando-o, dessa forma.

    (F ) A técnica da confissão, apesar de ter permanecido restrita à espiritualidade cristã, foi associada a uma economia dos prazeres individuais, e utilizada por um “interesse público”, sendo reproduzida por mecanismos de poder para cujo funcionamento o discurso sobre o sexo passou a ser essencial.

    (V ) Uma das grandes novidades nas técnicas de poder, no século XVIII, foi o surgimento da “população”, como problema econômico e político. No cerne deste problema, está o sexo: é necessário analisar a taxa de natalidade, a idade do casamento, os nascimentos legítimos e ilegítimos, a precocidade e a frequência das relações sexuais, a maneira de torná-las fecundas ou estéreis. A conduta sexual da população é tomada, ao mesmo tempo, como objeto de análise e alvo de intervenção. 

     


ID
2328925
Banca
IFB
Órgão
IFB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Ao considerarmos a argumentação de Foucault (1985), a respeito dos discursos sobre a sexualidade nas sociedades modernas, analise as afirmativas abaixo, sobre a hipótese repressiva:

I) A repressão do sexo é uma evidência histórica, instaurada desde o século XVII, ocorrendo uma ruptura histórica, após a era vitoriana, pela análise crítica da repressão. Dessa forma, Foucault afirma ser necessário determinar se essas produções discursivas podem levar a formular a verdade do sexo ou, ao contrário, mentiras destinadas a ocultá-lo.

II) Para os estudos de Foucault, o essencial não é tanto saber o que dizer ao sexo, sim ou não, afirmar sua importância ou negar seus efeitos, mas levar em consideração o fato de se falar de sexo, quem fala, os lugares e os pontos de vista de que se fala, as instituições que incitam a fazê-lo.

III) Segundo Foucault, a interdição do sexo não é uma ilusão; a ilusão está em fazer dessa interdição o elemento fundamental e constituinte a respeito da história da sexualidade. Todos esses elementos negativos – proibições, recusas, censuras, negações – que a hipótese repressiva agrupa num grande mecanismo central destinado a dizer não, são peças que têm uma função local e tática, numa colocação discursiva, numa técnica de poder, que só alcança as condutas individuais, não influenciando a análise e regulação das populações.

IV) A polícia do sexo é uma expressão que Foucault utiliza ao analisar a necessidade de regular o sexo por meio de discursos úteis e públicos e pelo rigor de uma proibição. Que o Estado saiba o que se passa com o sexo dos cidadãos e o uso que dele fazem e, também, que cada um seja capaz de controlar sua prática, segundo mecanismos repressivos e de interdição.

V) Não se deve fazer divisão binária entre o que se diz e o que não se diz; é preciso tentar determinar as diferentes maneiras de não dizer, como são distribuídos os que podem e os que não podem falar, que tipo de discurso é autorizado ou que forma de discrição é exigida a uns e outros. Não existe um só, mas muitos silêncios e são parte integrante das estratégias que apoiam e atravessam os discursos, não constituem, portanto, o limite absoluto do discurso.

VI) Seria inexato dizer que a instituição pedagógica impôs um silêncio geral ao sexo das crianças e dos adolescentes, ela concentrou as formas do discurso neste tema, codificou os conteúdos e qualificou os locutores. Falar do sexo das crianças, fazer com que falem dele os educadores, os médicos, os administradores e os pais; encerrá-las numa teia de discurso que ora se dirigem a elas, ora falam delas – tudo isso permite vincular a intensificação dos poderes à multiplicação do discurso.

Estão CORRETAS:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA E

    I) A repressão do sexo é uma evidência histórica, instaurada desde o século XVII, ocorrendo uma ruptura histórica, após a era vitoriana, pela análise crítica da repressão. Dessa forma, Foucault afirma ser necessário determinar se essas produções discursivas podem levar a formular a verdade do sexo ou, ao contrário, mentiras destinadas a ocultá-lo.

    Primeira dúvida: a repressão do sexo seria, mesmo, uma evidência histórica? (...)  Daí, enfim, o fato de o ponto importante não ser determinar se essas produções discursivas e esses efeitos de poder levam a formular a verdade do sexo ou, ao contrário, mentiras destinadas a ocultá-lo, mas revelar a "vontade de saber" que lhe serve ao mesmo tempo de suporte e instrumento

    III) Segundo Foucault, a interdição do sexo não é uma ilusão; a ilusão está em fazer dessa interdição o elemento fundamental e constituinte a respeito da história da sexualidade. Todos esses elementos negativos – proibições, recusas, censuras, negações – que a hipótese repressiva agrupa num grande mecanismo central destinado a dizer não, são peças que têm uma função local e tática, numa colocação discursiva, numa técnica de poder, que só alcança as condutas individuais, não influenciando a análise e regulação das populações.

     Não digo que a interdição do sexo é uma ilusão; e sim que a ilusão está em fazer dessa interdição o elemento fundamental e constituinte a partir do qual se poderia escrever a história do que foi dito do sexo a partir da Idade Moderna. Todos esses elementos negativos — proibições, recusas, censuras, negações — que a hipótese repressiva agrupa num grande mecanismo central destinado a dizer não, sem dúvida, são somente peças que têm uma função local e tática numa colocação discursiva, numa técnica de poder, numa vontade de saber que estão longe de se reduzirem a isso.

    IV) A polícia do sexo é uma expressão que Foucault utiliza ao analisar a necessidade de regular o sexo por meio de discursos úteis e públicos e pelo rigor de uma proibição. Que o Estado saiba o que se passa com o sexo dos cidadãos e o uso que dele fazem e, também, que cada um seja capaz de controlar sua prática, segundo mecanismos repressivos e de interdição.

    Polícia do sexo: isto é, necessidade de regular o sexo por meio de discursos úteis e públicos e não pelo rigor de uma proibição.

    fonte: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2940534/mod_resource/content/1/Hist%C3%B3ria-da-Sexualidade-1-A-Vontade-de-Saber.pdf


ID
2328928
Banca
IFB
Órgão
IFB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Analisando a produção da sexualidade nas sociedades modernas, Foucault (1985) afirma que a sujeição dos corpos e o controle das populações são efeitos de técnicas diversas que se instauram como um “bio-poder”. A respeito do biopoder e do poder soberano, assinale a alternativa INCORRETA:

Alternativas
Comentários
  • Desse modo, embora a sexualidade seja dispositivo comum a essas técnicas de poder, distingue-se pelo controle dos corpos individuais nas disciplinas e pela administração dos fenômenos maciços da população, na biopolítica. errado

  • "Abre-se, assim, a era de um "trio-poder". As duas direções em que se desenvolve ainda aparecem nitidamente separadas, no século XVIII. Do lado da disciplina as instituições como o Exército ou a escola; as reflexões sobre a tática, a aprendizagem, a educação e sobre a ordem das sociedade; elas vão das análises propriamente militares do Marechal de Saxe aos sonhos políticos de Guibert ou de Servan. Do lado das regulações de população a demografia, a estimativa da relação entre recursos e habitantes, a tabulação das riquezas e de sua circulação, das vidas com sua duração provável:"

    "a grande tecnologia do poder no século XIX: o dispositivo de sexualidade será um deles, e dos mais importantes. Este bio-poder, sem a menor dúvida, foi elemento indispensável ao desenvolvimento do capitalismo, que só pôde ser garantido à custa da inserção controlada dos corpos no aparelho de produção e por meio de um ajustamento dos fenômenos de população aos processos econômicos."

    http://filoinfo.net/node/97


ID
2343607
Banca
FGV
Órgão
TJ-PI
Ano
2015
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

No Brasil, a proteção à criança e ao adolescente é garantida por lei, por meio do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Porém, nas instituições, a defesa de seus direitos costuma se apoiar em referenciais tradicionalmente criminalizadores da família. Quando a criança ou o adolescente não se encontra em condições tidas por especialistas como “normais”, o Estado reservalhes abrigos ou estabelecimentos de medida socioeducativa, procedimento visto como proteção, embora lhes seja imposto um modelo instituído de assistência. Em nome da proteção, encontramos, assim, uma racionalidade política que, segundo Foucault, ocorre às expensas do sistema jurídico da lei e que procura regular a vida humana, cujo foco é a população vista enquanto fonte de riqueza. Tal lógica é chamada por Foucault de:

Alternativas
Comentários
  • Biopolítica

  • Biopolítica: Práticas disciplinares que visam governar um conjunto de indivíduos.

  • Biopolítica é o termo utilizado por Foucault para designar a forma na qual o poder tende a se modificar no final do século XIX e início do século XX. As praticas disciplinares utilizadas antes visavam governar o indivíduo. A biopolítica tem como alvo o conjunto dos indivíduos, a população. A biopolítica é a prática de biopoderes locais. No biopoder, a população é tanto alvo como instrumento em uma relação de poder. A biopolítica contrasta como modelos tradicionais de poder baseados na ameaça de morte. Ela representa uma “grande medicina social” que se aplica a população a fim de controlar a vida: a vida faz parte do campo do poder;

     

    Biopoder é um termo criado originalmente pelo filósofo francês Michel Foucault para referir-se à prática dos Estados modernos e sua regulação do que a eles estão sujeitos por meio de uma "explosão de técnicas numerosas e diversas para obter a subjugação dos corpos e o controle de populações". Trata-se relações de poder que regulamentam e massificam os processos de vida, produzindo existências assujeitadas por normas disciplinares e práticas de regulação da vida. Em suma, o biopoder estaria operando hoje nas mesma lógica pela qual o poder disciplinar operou um dia.

     

    Fonte: http://www.ufrgs.br/e-psico/subjetivacao/espaco/biopolitica.html

     

    ------------------- 

    Gabarito: D

  • Em meus estudos tenho criado alguns "mapas".

    Então se falou em "pessoas como fonte de riqueza / regular a vida humana" = BIOPOLÍTICA

  • Gab D

    Biopolítica é a prática de biopoderes locais. No biopoder, a população é tanto alvo como instrumento em uma relação de poder.


ID
2463238
Banca
Quadrix
Órgão
CFP
Ano
2012
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

De acordo com Michel Foucault, "a prisão é um duplo erro econômico: diretamente pelo custo intrínseco de sua organização e indiretamente pelo custo da delinqüência que não se reprime". Em relação à obra Vigiar e Punir, de autoria desse pensador francês, assinale a alternativa que não está de acordo com as ideias descritas nessa obra.

Alternativas
Comentários
  • o CASTIGO ao corpo NÃO promove a HUMANIZAÇÃO!! O último parágrafo da letra A está invertido... a punição, o castigo, e o regime prisional aumentam os fatores de crueldade.

    Gabarito: A

  • O panoptismo, é uma estrutura organizacional de controle de ações em que o sujeito , sentindo-se vigiado, acaba por instituir a disciplina institucional. EXEMPLOS:Na sala de aula dentre tantos alunos,um se destaca pela sua "rebeldia"ou outro comportamento incomum para o ambiênte escolar.Ao ser observado pelo professor, ele acabará adguirindo o comportamento sugerido pelo educador e pelo ambiênte que o cerca.
  • Ótima questão para anotar os conceitos


ID
2463298
Banca
Quadrix
Órgão
CFP
Ano
2012
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Para Foucault (1984), a "prisão" como instituição se caracteriza, principalmente, por buscar de forma incessante o(a):

Alternativas
Comentários
  • Resposta: Letra C

  • Gab."C"

    Me ajudou a resolver a questão o fato de um de seus livros se chamar "Vigiar e Punir" que esta intimamente ligado as palavras controle e disciplina da letra "C"


ID
2472553
Banca
VUNESP
Órgão
TJ-SP
Ano
2017
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Ao abordar a relação entre ciências humanas e a instituição judiciária, Michel Foucault (2014) identifica, no saber psicológico,

Alternativas
Comentários
  •  b) uma disciplina que veicula o discurso da regra, da normalização.

  • Trata-se de uma das grandes críticas de Foucault à ciência psicológica. Segundo ele, a psicologia se coloca no lugar de disciplina de aplicação da norma e de instrumento auxiliar do poder, comprometida com a manutenção do status-quo. Como ciência, ou como conjunto de saberes e práticas sobre o sujeito, ela tem o poder socialmente reconhecido de enunciar a subjetividade, dizer quem são os indivíduos, quem somos nós; no entanto, ela sempre nos enuncia como sujeitos da norma, remetidos a ela, comparativamente a outros sujeitos como nós, marcando e nomeando os desvios em termos de médias, curvas, condutas adequadas ou não, sancionadas ou não, quando não, patologizadas. O que ganha visibilidade nesta crítica são suas práticas disciplinares e disciplinarizantes, suas ligações com o problema político da normalização (para além de qualquer laudo ou parecer “técnico”), e suas relações com os jogos dos dispositivos, para os quais oferece suporte de saber a práticas de separação, marcação, comparação, classificação e identificação dos indivíduos.

     

    Quem escolheu a busca não pode recusar a travessia - Guimarães Rosa

    ------------------- 

    Gabarito: B

  • Gab."B"

    Para resolver questões.. palavras ligadas a Foucalt: (como um de seus próprios livros já diz: Vigiar e Punir)

    B) uma disciplina que veicula o discurso da regra, da normalização.


ID
2538811
Banca
IBFC
Órgão
TJ-PE
Ano
2017
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Michel Foucault, psicólogo e filósofo francês, influenciou as reflexões contemporâneas sobre o sistema prisional. Para Foucault (2003): “Se o crime é um dano social, se o criminoso é o inimigo da sociedade, como a lei penal deve tratar esse criminoso ou deve reagir a esse crime? (...) A lei penal deve apenas permitir a reparação da perturbação causada à sociedade. A lei penal deve ser feita de tal maneira que o dano causado pelo indivíduo à sociedade seja apagado; se isso não for possível, é preciso que o dano não possa mais ser recomeçado pelo indivíduo em questão ou por outro.” (p.81-82).


Levando-se em consideração Foucault, assinale a alternativa INCORRETA:

Alternativas
Comentários
  • Alguém?

  • não entendi essa questão de forma alguma

     

     

  • A questão quer a alternativa incorreta. Nesse sentido, não é possível afirmar que o trabalho forçado é extremamente eficaz na função de reparar o dano causado pelo criminoso ou mesmo ter a função de ressocializar. Até porque não é possível fazer essa leitura a partir da obra de Foucault.

  • outra questão decoreba que pede pra retirar exatamente o trecho das palavras do livro. ou melhor, outra questao feita para cartas marcadas


ID
2540080
Banca
FGV
Órgão
MPE-BA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Laudos e pareceres psicol gicos são frequentemente demandados por operadores de direito na medida em que supostamente colocam em evidência o indivíduo sobre o qual incidirá a medida judicial. Nesse aspecto, a genealogia dos poderes de Foucault é esclarecedora por demonstrar que a justiça se aparelhou de peritos desde o advento da sociedade disciplinar e, com efeito, de uma lógica punitiva que é calculada de acordo com o infrator em sua virtualidade.

Para gerar a individualidade disciplinada, segundo o autor em Vigiar e Punir, a disciplina se serve dos seguintes instrumentos:

Alternativas
Comentários
  • https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=6&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwiE2q7c1JPYAhWHipAKHWkNDjYQFghBMAU&url=http%3A%2F%2Fresumodaobra.com%2Fmichel-foucault-vigiar-e-punir-disciplina-os-recursos-para-o-bom-adestramento%2F&usg=AOvVaw278j4D2Ut6ulMVaF5DD1lO 

  • GABARITO: B

     

    No Cap.II (OS RECURSOS PARA O BOM ADESTRAMENTO) da Terceira Parte (DISCIPLINA) da obra Vigiar e Punir, Foucault afirma o seguinte:

    "O sucesso do poder disciplinar se deve sem dúvida ao uso de instrumentos simples: o olhar hierárquico, a sanção normalizadora e sua combinação num procedimento que lhe é específico, o exame" (Foucalt, 1999)

  • Gabarito B

    Mesmo sem ter contato direto com a obra de Foucault, é possível chegar na alternativa correta por eliminação. Notem que o enunciado delimita a temática trabalhada, qual seja o trabalho dos peritos, as avaliações, o conhecimento técnico e seus efeitos determinantes na vida das pessoas.

    Vejamos.

    A) Errada. Confissão cristã não tem relação com o exposto no enunciado.

    B) Correta. Aqui temos a hierarquia do Estado e as normas definidas pelas avaliações, exames e determinações de quem possui poder de controle. Isso está relacionado ao enunciado.

    C) Errada. Repressão do sexo não está em evidência de acordo com o enunciado.

    D) Errada. Racionalização do tempo e luta de classes não têm relação com o enunciado.

    E) Errada. Pastoral cristã incoerente com o que está sendo pedido.

  • Gab B

    "O sucesso do poder disciplinar se deve sem dúvida ao uso de instrumentos simples: o olhar hierárquico, a sanção normalizadora e sua combinação num procedimento que lhe é específico, o exame


ID
2540161
Banca
FGV
Órgão
MPE-BA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Foucault se debruçou longamente na análise do saber-poder presente na prisão.


De acordo com as reflexões de Foucault, é correto afirmar que a prisão:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: 

    a) expressa o modelo institucional da sociedade de exame e, seu funcionamento, o da sociedade disciplinar;

    "TRATA-SE DE UMA FORMA DE PODER [O EXAME], DE UM TIPO DE SOCIEDADE QUE CLASSIFICO DE SOCIEDADE DISCIPLINAR POR OPOSIÇÃO ÀS SOCIEDADES PROPRIAMENTE PENAIS QUE CONHECIAMOS ANTERIORMENTE" (FOUCAULT, P. 86, AS VERDADES E AS FORMAS JURÍDICAS). PRATICA-SE EM PRISÕES, ASILOS, ESCOLAS, HOSPITAIS, SANATÓRIOS...

  • Gab A

    expressa o modelo institucional da sociedade de exame e, seu funcionamento, o da sociedade disciplinar;


ID
2724445
Banca
FGV
Órgão
DPE-RJ
Ano
2014
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

A noção de periculosidade, tal como pensada por Foucault, expressa

Alternativas
Comentários
  • Michel Foucault foi um filósofo, historiador das ideias, teórico social, filólogo, crítico literário e professor da cátedra História dos Sistemas do Pensamento, no célebre Collège de France, de 1970 até 1984 (ano da sua morte), que teorizou sobre a relação entre poder e conhecimento e como eles são usados como uma forma de controle social por meio de instituições sociais. Em seu livro “A verdade e as formas jurídicas", edição de 2003, ele nos afirma que a teoria da periculosidade tornou-se a grande noção de criminologia e da penalidade do final do século XIX, e sobrevive nos dias atuais sob novas roupagens e nuances, mas persistindo nos discursos para fazer com que o indivíduo passe a ser considerado pela sociedade ao nível de suas virtualidades e não de seus atos, não em termos de infrações concretas e sim das potencialidades comportamentais que elas representam.

    GABARITO: C


ID
2724463
Banca
FGV
Órgão
DPE-RJ
Ano
2014
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

No conhecido livro “Vigiar e Punir”, Foucault reflete sobre a técnica do exame, que consistiria em uma tecnologia

Alternativas
Comentários
  • Acertei por eliminação, sabendo que é uma tecnologia do PODER DISCIPLINAR e que a técnica do exame não pune e nem invisibiliza, logo, a resposta é a B

  • Em certo sentido, o poder de regulamentação obriga à homogeneidade; mas individualiza, permitindo medir os desvios, determinar os níveis, fixar as especialidades e tornar úteis as diferenças, ajustando-as umas às outras. Compreende-se que o poder da norma funcione facilmente dentro de um sistema de igualdade formal, pois dentro de uma homogeneidade que é a regra, ele introduz, como um imperativo útil e resultado de uma medida, toda a gradação das diferenças individuais” – Foucault, Vigiar e Punir

  • Michel Foucault foi um filósofo, historiador das ideias, teórico social, filólogo, crítico literário e professor da cátedra História dos Sistemas do Pensamento, no célebre Collège de France, de 1970 até 1984 (ano da sua morte), que teorizou sobre a relação entre poder e conhecimento e como eles são usados como uma forma de controle social por meio de instituições sociais. Em seu livro “Vigiar e Punir", edição de 1997, nos apresenta que o sucesso do poder disciplinar se deve sem dúvida ao uso de instrumentos simples de adestramento: o olhar hierárquico, a sanção normalizadora e sua combinação num procedimento que lhe é específico, o exame. O exame é um controle normalizante, uma vigilância que permite qualificar, classificar e punir; que estabelece sobre os indivíduos uma visibilidade através da qual eles são diferenciados e sancionados. É por isso que, em todos os dispositivos de disciplina, o exame é altamente ritualizado, reunindo-se nele a cerimônia do poder e a forma da experiência, a demonstração da força e o estabelecimento da verdade. Ele manifesta a sujeição dos que são percebidos como objetos e a objetivação dos que se sujeitam.

    GABARITO: B

  • Silveira (2002) afirma:

    "[...] Depois de discorrermos sobre a vigilância e a sanção normalizadora, passaremos a analisar o último dos instrumentos, que é apontado por Foucault como aquele que possibilita o sucesso da disciplina: o exame. O exame combina as técnicas da hierarquia que vigia e as sanções que normalizam, configurando-se como um controle normalizante, uma vigilância que permite qualificar, classificar e punir, estabelecendo sobre os indivíduos uma visibilidade por meio do qual eles são diferenciados entre os demais e sancionados de acordo, no mais das vezes, com seu aprendizado. [...] O exame, neste mecanismo, é a técnica e cerimônia que objetiva o poder disciplinar, já que possibilita a disciplina captar seus “alvos”. Ele faz a individualidade dos alvos das disciplinas entrar em um campo documentário, sendo que o seu resultado é um arquivo cheio de detalhes e minúcias constituído a partir das informações captadas ao longo dos dias daqueles que são alvos das disciplinas. [...] A partir daí, constitui-se uma série de códigos da individualidade disciplinar que permitem transcrever e individualizar os traços dos indivíduos e também descrever o padrão e a norma de como todos devem agir."

    Disponível para acesso na própria biblioteca digital da FGV:

    https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/handle/10438/2312

  • Gab B

    do poder disciplinar que visibiliza, individualiza e normaliza.


ID
2724493
Banca
FGV
Órgão
DPE-RJ
Ano
2014
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Sabemos desde Foucault que a psiquiatria se transformou, a partir da segunda metade do século XIX, numa peça estratégica do biopoder, ampliando o seu escopo de ação para a gestão da população e, assim, promovendo a higiene das raças e o controle das anomalias consideradas perigosas à ordem social. Para tanto, exigiu-se do saber psiquiátrico o privilégio de teorias baseadas

Alternativas
Comentários
  • O conceito de norma é central para compreender as estratégias biopolíticas, desenvolvidas no século XIX, dedicadas ao amplo mundo dos "anormais" ou "degenerados". A ideia de degeneração remete a um processo de degradação patológica do tipo normal e primitivo da humanidade que é transmitido hereditariamente, provocando uma afecção de ordem física, intelectual e moral (CARTRON, 2000; CHRISTIAN, 1892). Nas palavras de Morel, "a degeneração refere-se a todo e qualquer desvio doentio (patológico, diríamos hoje) e hereditário do tipo normal da humanidade" (MOREL, 1857, p. 15).

    (...)

    A partir da publicação do Tratado de Morel (1857), será configurado um novo modo de pensar as doenças mentais que inclui, junto com os delírios e as alucinações, um conjunto de comportamentos e de características físicas consideradas como desvio patológico da normalidade. É o início de uma nova representação das patologias que dará lugar a um conjunto de trabalhos e de estudos que se inscrevem dentro da chamada teoria da degeneração. Ian Hacking (2000) dirá que nesse momento surgirá um verdadeiro "programa de pesquisa" capaz de concentrar os esforços de médicos, higienistas, juristas e psiquiatras que compartilhavam uma mesma preocupação: a de definir a abrangência e os limites do conceito de degeneração. Foucault entende que: "a degeneração é a peça teórica maior que permite a medicalização do anormal. O degenerado é o anormal miticamente - ou, se vocês preferem, cientificamente - medicalizado" (FOUCAULT, 1999, p. 298).


    em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-73312009000200016

  • Michel Foucault em “O poder psiquiátrico", edição de 2006, fala de um diagnóstico absoluto da psiquiatria em oposição ao diagnóstico diferencial da medicina clínica, de um corpo ampliado como base para a constituição do saber-poder da psiquiatria com relação à loucura. A psiquiatria se transformou em uma estratégia biopolítica que percorre o espaço social, pois com uma variedade classificatória de doenças e anomalias permitiu a proliferação de um conjunto de doenças relacionadas a comportamentos e à instituição de uma medicina do não patológico. Essa psiquiatria moderna semeou-se no conceito de degeneração, instaurado a partir do século XIX, que defendia que a hereditariedade (herança mórbida) era o veículo de transmissão progressiva de toda forma de degeneração adquirida.


    GABARITO: E

  • Biopoder = Bipolítica + Anátomo-política (anatomo -> corpo, portanto indivíduo, portanto disciplina).

    Biopolítica se caracteriza por fenômenos populacionais, coletivos, estatísticos e no âmbito da prevenção.

    Poder Disciplinar se caracteriza individualização, por espaços restritos (hospital, escola...), pelo exame e pela normalização individual. Quanto a esta última característica, se busca corrigir desvios, ou seja, se estabelece o que é normal (saber fazer cálculos básicos até 10 anos, exemplo), se procede o exame, se a criança é bem sucedida tudo certo, se é mal sucedida se busca corrigir (leia-se normalizá-la, devolvê-la a norma) com mais aulas, por exemplo. Se não o for possível, no pensamento do século XIX, seria o caso de afastar do meio escolar normal, para não causar sofrimento a essa criança nem atrapalahar os demais (esse longo exemplo ajuda a compreender o biopoder que é pedido na questão).

    O que pede a questão tange ao Bipoder (disciplina + biopolítica), ou seja, não se está falando de um saber-poder puramente no âmbito individual. Mas sim de uma ampla tecnologia que atua, de fato, através dos indivíduos, mas busca o controle de variáveis em âmbito coletivo/populacional. O enunciado é mais explícito quando fala em "higiene das raças" e "controle de anomalias" "perigosas à ordem social". Ou seja, não está falando do nível individual e espaços específicos em que se situam os manicômios e o panoptismo das letras A e B.

    Esse biopoder trata-se da busca por uma população forte e saudável (uma raça forte/higidez da raça), como se faz isso? Através do controle populacional, mantendo-se um nível estatístico considerado normal de indivíduos não saudáveis, ou seja, o mínimo possível (perceba que a definição de normal aqui é diversa do poder disciplinar).

    Portanto, é o controle hereditário que se encaixa nesse contexto. Deve-se levar em conta que o que é mencionado na questão é uma abordagem ultrapassada que visava combater a "degeneração" da raça atribuindo a doenças como tuberculose, lepra e sífilis as causas dos males sociais por transmitirem hereditariamente desvios aos indivíduos, desvios tanto psíquicos como físicos. Esse pensamento da degenerescência é o que embasou as correntes eugenistas ao longo da primeira metade do século XX.

    Apenas para resumir, o biopoder admite a dimensão individual do poder disciplinar, mas ele (biopoder) se caracteriza pela junção deste com a biopolítica. A ausência do conjunto de tecnologias no âmbito populacional é insuficiente para falar em biopoder.

  • Gab E

    no conceito de degeneração, que atribui à transmissão hereditária a causalidade de desvios diversos.


ID
2724508
Banca
FGV
Órgão
DPE-RJ
Ano
2014
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Certas práticas jurídicas parecem perigosamente identificar o sujeito psicológico com o sujeito de direitos, reduzindo o primeiro ao segundo e transformando certas atividades que envolvem o psicólogo em meras sanções. Com a finalidade de refletir sobre essa questão, convém citar uma das formas com que Foucault pensava a relação entre direito e norma, a saber:

Alternativas
Comentários

  • "Enquanto nos cursos Foucault articula mais profundamente a relação existente entre o poder-saber e os dispositivos normativos, evidenciando o modo pelo qual os discursos científicos inflam os princípios valorativos da norma na modernidade, as conferências da PUC Rio e Vigiar e punir parecem se deter mais na questão do poder se manifestando em dispositivos de dominação locais, mesmo que não deixe de lado a questão da discursividade científica. Nessas obras, suas reflexões apontam para uma analítica dos mecanismos de normalização disciplinar, caracterizando os processos de formação do indivíduo moderno e a implicação dessas formas de assujeitamento nos próprios mecanismos disciplinares. Foucault expõe a “colonização” das regras do direito penal pelos mecanismos de disciplina."


    em: https://revistas.ufrj.br/index.php/Itaca/article/download/2439/2087

  • "No entanto, seguindo a afirmação de Boaventura de Souza Santos de que existe circulação de sentido e cumplicidade entre o poder jurídico e o normalizador, R. Fonseca (2004, p. 276) defende outra leitura da relação entre direito e norma em Foucault: a leitura da implicação, segundo a qual o direito e a norma podem atuar de forma conjunta, ter uma relação de reciprocidade, podendo o direito veicular o poder normalizador. Desta forma, haveria apenas diferença (e não incompatibilidade) entre norma e direito e, eventualmente, até implicação.

    Tal implicação, aliás, é apontada pelo próprio Foucault ao afirmar que o funcionamento global da “sociedade de normalização” pode ser explicado pelo exercício simultâneo do poder do direito e da norma, em que cada vez mais os discursos e os procedimentos normalizadores invadem e colonizam o direito (FOUCAULT, 2005, p. 46)."


    em: http://www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=e0854e3c03ec877b

  • Nas palavras do próprio autor:

    “Em suma, o que quis mostrar no decorrer destes últimos anos não foi de modo algum como, na frente avançada das ciências exatas, pouco a pouco, a área incerta, difícil, confusa da conduta humana foi anexada à ciência: não foi através de um progresso da racionalidade das ciências exatas que se foram constituindo aos poucos as ciências ornadas. Eu creio que o processo que tomou fundamentalmente possível o discurso das ciências humanas foi a justaposição, o enfrentamento de dois mecanismos e de dois tipos de discursos absolutamente heterogêneos: de um lado, a organização do direito em tomo da soberania, do outro, a mecânica das coerções exercidas pelas disciplinas. Que, atualmente, o  poder se exerça ao mesmo tempo através desse direito e dessas técnicas, que essas técnicas da disciplina, que esses discursos nascidos da disciplina invadam o direito, que os procedimentos da normalização colonizem cada vez mais os procedimentos da lei, e isso, acho eu, que pode explicar o funcionamento global daquilo que eu chamaria uma "sociedade de normalização".

    FOUCAULT, Michel. Em Defesa da Sociedade: Curso no Collège de France (1975-1976). São Paulo: Martins Fontes, 2005.




    GABARITO: A

  • Gab A

    há uma colonização recíproca entre as normas disciplinares e o direito, servindo este último como veículo para as primeiras.


ID
2744026
Banca
FGV
Órgão
MPE-AL
Ano
2018
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Nas conferências proferidas em A Verdade e as Formas Jurídicas, Foucault assinalava que o exame penal surgido no contexto político e histórico dos séculos XVII / XIX serviria de matriz para a formação das ciências humanas, entre as quais podemos incluir a Psicologia.


Por sua vez, a tragédia de Édipo Rei, escrita por Sófocles na Grécia Clássica, portanto, em uma época anterior, corresponde à forma jurídica baseada

Alternativas
Comentários
  • alguém poderia comentar essa questão?
  • Acredito que a noção de inquérito se dá à medida que temos um desfecho na história. Consideranso os fatos que levam o Rei Édipo a tomar conhecimento daquilo que está envolvidos na morte do próprio pai e na dimensão incestuosa do seu relacionamento com a sua mãe.
  • O filósofo francês Michel Foucault (2003) analisa a peça de Sófocles adotando como fio condutor as práticas jurídicas presentes na Grécia Antiga; para tal, ele circunscreve a interpretação baseado na sua concepção de saber e poder. O que Sófocles descreve é um modelo de prática jurídica que já fazia parte do contexto social grego, presente, por exemplo, na Ilíada, na disputa entre Menelau e Antíloco. Nesse julgamento, o primeiro acusa o segundo de trapacear em uma corrida de carruagens e convoca o outro a jurar diante de Zeus se logrou ou não, o que exige a confissão de Antíloco. Há, já nesse momento da história grega, uma estrutura investigatória que impõe a presença de testemunhas e provas. Um modelo jurídico que perdura até os dias atuais.



    Resposta: letra A

  • Gab A

    O que Sófocles descreve é um modelo de prática jurídica que já fazia parte do contexto social grego, presente, por exemplo, na Ilíada, na disputa entre Menelau e Antíloco.


ID
2744062
Banca
FGV
Órgão
MPE-AL
Ano
2018
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Segundo a genealogia do poder, as perícias psicológicas no campo do judiciário remetem ao surgimento das perícias psiquiátricas nos séculos XVIII/XIX. Estas foram estrategicamente importantes para a psiquiatria se transformar em gestora da ordem social.


Nesse mesmo contexto histórico, ganhou destaque a ideia de população enquanto problema e fonte de riqueza, cuja regulação passaria a ser buscada por práticas de governo.


Assinale a opção que indica como Foucault identificou essas práticas.

Alternativas
Comentários
  • Biopolítica é o termo utilizado por Foucault para designar a forma na qual o poder tende a se modificar no final do século XIX e início do século XX. As praticas disciplinares utilizadas antes visavam governar o indivíduo. A biopolítica tem como alvo o conjunto dos indivíduos, a população. A biopolítica é a prática de biopoderes locais. No biopoder, a população é tanto alvo como instrumento em uma relação de poder. A biopolítica contrasta como modelos tradicionais de poder baseados na ameaça de morte. Ela representa uma “grande medicina social” que se aplica a população a fim de controlar a vida: a vida faz parte do campo do poder;

    Biopoder é um termo criado originalmente pelo filósofo francês Michel Foucault para referir-se à prática dos Estados modernos e sua regulação do que a eles estão sujeitos por meio de uma "explosão de técnicas numerosas e diversas para obter a subjugação dos corpos e o controle de populações". Trata-se relações de poder que regulamentam e massificam os processos de vida, produzindo existências assujeitadas por normas disciplinares e práticas de regulação da vida. Em suma, o biopoder estaria operando hoje nas mesma lógica pela qual o poder disciplinar operou um dia.

    Fonte: http://www.ufrgs.br/e-psico/subjetivacao/espaco/biopolitica.html

    Gabarito: A


ID
2950897
Banca
FGV
Órgão
DPE-RJ
Ano
2019
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Nas famosas conferências proferidas por Michel Foucault no Brasil, A Verdade e as Formas Jurídicas, ele descreve o surgimento de instituições de “sequestro” (fábrica, escola, hospital, prisão) com finalidade de inclusão e normalização dos indivíduos.


Segundo Foucault, tais instituições possuem as seguintes características, EXCETO:

Alternativas
Comentários
  • B) CORRETA, controle sobre o tempo dos indivíduos: "Durante o século XIX, outras formas de controle passaram a vigorar, além da força de trabalho através de baixos salários frente à cargas horárias elevadas: o controle de como gastar o tempo livre e as economias do operário";

    C) CORRETA, gestão dos corpos para obtenção de força de trabalho: uma das funções mencionadas abaixo;

    D) CORRETA, polivalência dos poderes econômico, político e judiciário: uma das funções mencionadas abaixo;

    E) CORRETA, extração de saber sobre indivíduos submetidos à vigilância: uma das funções mencionadas abaixo;

    Foucault aborda três funções das instituições de sequestro:

    1) controle do tempo dos indivíduos

    2) O controle dos corpos;

    3) O tempo e a força dos trabalhadores são incorporados no sistema de produção por meio de um jogo de saber e poder: o poder que se exerce nessas instituições de controle é, além de econômico, também político, o micro poder exercido no interior de tais instituições é ainda um poder judiciário e por fim, é poder epistemológico, já que se extrai um saber dos indivíduos vigiados e se extrai um saber sobre estes seres humanos submetidos ao controle dos diferentes poderes mencionados.

  • Diferentemente das instituições do século XVIII que propunham um modelo de internamento como espécie de punição,  desordeiro, que não se enquadrava nas regras, que levava uma vida irregular, marginalizado pelo internamento, então, era uma resposta, uma espécie de punição, uma espécie de "reclusão de exclusão";  o panorama moderno é outro, pois a finalidade das novas instituições de reclusão tais  como a prisão, escola, fábrica, não é excluir os indivíduos, mas sim fixá-los. 
     A fábrica não exclui os indivíduos; liga-os a um aparelho de produção. A escola não   exclui os indivíduos; mesmo fechando-os; ela os fixa a um aparelho de transmissão do  saber. O hospital psiquiátrico não exclui os indivíduos; liga-os a um aparelho de  correção, a um aparelho de normalização dos indivíduos . O mesmo acontece com a   casa de correção ou com a prisão. Mesmo se os efeitos dessas instituições são a exclusão do indivíduo, elas têm como finalidade primeira fixar os indivíduos em um aparelho de normalização dos homens.  Assim diversa da reclusão do século XVIII a do século XIX será denominada por  Foucault de “sequestro" . A primeira tem como finalidade excluir o indivíduo da sociedade, já a segunda, tem como fim ligar o indivíduo a um aparelho normalizador, constituindo-se como uma inclusão por exclusão, ou vice-versa. Assim temos a oposição entre a reclusão e o sequestro, a reclusão do século XVIII tem por fim a exclusão do indivíduo tido  como marginal, já o sequestro do século XIX, tem como objetivo a sua inclusão e normalização.
    Foucault aborda, então, três funções das instituições de sequestro: 1) controle do tempo dos indivíduos - através do oferecimento do tempo dos indivíduos ao mercado e a sua compra por um salário; 2) o controle dos corpos através da valoração, do controle e da formação dos corpos dos indivíduos, aquele que deve ser formado, reformado, corrigido, o que vede adquirir aptidões, receber um certo número de qualidades, qualificar-se como um corpo capaz de trabalhar; 3) o tempo e a força dos trabalhadores são incorporados no sistema de produção por meio de um jogo de saber e pode, no qual o poder que se exerce nessas instituições de controle é, além de econômico, também político, o micro poder exercido no interior de tais instituições é ainda um poder judiciário e por fim, é poder epistemológico, já que se extrai um saber dos indivíduos vigiados e se extrai um saber sobre estes seres humanos submetidos ao controle dos diferentes poderes mencionados.

    GABARITO: A

  • Gab A

    repressão de acordo com os interesses da classe burguesa;


ID
2950936
Banca
FGV
Órgão
DPE-RJ
Ano
2019
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Segundo Michel Foucault, a prisão não objetiva apenas corrigir indivíduos, mas, principalmente, fabricar a delinquência, ou seja, forjar o “sujeito delinquente”.

Para Foucault, a prisão como aparato punitivo é um dos símbolos do poder:

Alternativas
Comentários
  • Sobre o poder disciplinar, em recortes do livro Vigiar e Punir, de Foucault:

    Walhausen, bem no início do século XVII, falava da “correta disciplina”, como uma arte do “bom adestramento”. O poder disciplinar é com efeito um poder que, em vez de se apropriar e de retirar, tem como função maior “adestrar”; ou sem dúvida adestrar para retirar e se apropriar ainda mais e melhor. Ele não amarra as forças para reduzi-las; procura ligá-las para multiplicá-las e utilizá-las num todo. Em vez de dobrar uniformemente e por massa tudo o que lhe está submetido, separa, analisa, diferencia, leva seus processos de decomposição até às singularidades necessárias e suficientes. “Adestra” as multidões confusas, móveis, inúteis de corpos e forças para uma multiplicidade de elementos individuais — pequenas células separadas, autonomias orgânicas, identidades e continuidades genéticas, segmentos combinatórios. [...] Em suma, a arte de punir, no regime do poder disciplinar, não visa nem a expiação, nem mesmo exatamente a repressão. Põe em funcionamento cinco operações bem distintas: relacionar os atos, os desempenhos, os comportamentos singulares a um conjunto, que é ao mesmo tempo campo de comparação, espaço de diferenciação e princípio de uma regra a seguir. [...] E para voltar ao problema dos castigos legais, a prisão com toda a tecnologia corretiva de que se acompanha deve ser recolocada aí: no ponto em que se faz a torsão do poder codificado de punir, em um poder disciplinar de vigiar. [...] Mas devemos não esquecer que a prisão, figura concentrada e austera de todas as disciplinas, não é um elemento endógeno no sistema penal definido entre os séculos XVIII e XIX. O tema de uma sociedade punitiva e de uma semiotécnica geral da punição que sustentou os códigos “ideológicos” — beccarianos ou benthamianos — não fazia apelo ao uso universal da prisão. Essa prisão vem de outro lugar — dos mecanismos próprios a um poder disciplinar."

  • De acordo com a teoria foucaultiana, podemos considerar a prisão  como a organização onde aparentemente se levou mais longe a tecnologia do poder disciplinar, através da organização do espaço, do controle do tempo, da vigilância e do exame contínuo. Todavia, o poder disciplinar pode sér encontrado em outras instituições, geralmente aquelas que se organizam em locais fechados e com estruturas burocráticas rígidas, como a fábrica, o manicômio, o convento e algumas escolas. Contudo, a não realização plena do poder disciplinar não indica sua ausência e nem mesmo sua pouca importância. O poder disciplinar é um aspecto essencial de qualquer organização formal no capitalismo burocrático.
    O poder disciplinar instaura um novo universo que deixa de lado o suplício, a desnutrição, o esquartejamento ou o dilaceramento em praça pública, práticas comuns nas velhas monarquias que assim vingavam as desobediências ao rei e à sua ordem política ou religiosa. O novo universo é o da vigilância, do controle sobre o corpo, que se vai difundindo paulatina mas firmemente dominando as instituições penais. Á prisão é fruto do novo universo, a região mais sombria do aparelho de justiça, o local onde o poder de punir, que não mais ousa exercer-se com o rosto descoberto, organiza silenciosamente um campo de objetividade em que o castigo poderá funcionar em plena luz como terapêutica e, a sentença se inscreve entre os discursos do saber.

    GABARITO: E
  • Oi, tudo bem?

    Gabarito: E

    Bons estudos!

    -O sucesso é a soma de pequenos esforços repetidos dia após dia.


ID
2950942
Banca
FGV
Órgão
DPE-RJ
Ano
2019
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Segundo Foucault, no final do século XVIII, a biopolítica surge como forma de racionalização dos problemas colocados para a prática governamental, pelos fenômenos próprios da população, como saúde, higiene, natalidade, longevidade e raça.

No contexto de exercício biopolítico, um importante instrumento de produção do “sujeito-criminoso” é:

Alternativas
Comentários
  • Um recorte:

    "Foucault (2002) afirma ainda que surgiu, a partir do final do século XVIII, o poder sobre a vida, o poder de ‘fazer viver e deixar morrer’. A biopolítica está voltada ao homem-espécie (e não ao homem-corpo), à massa global e busca atuar sobre fenômenos aleatórios, em série, que afetam os processos típicos de todo ser vivente: nascimento, morte, doença, entre outros. [...] Nesse contexto de exercício biopolítico um importante instrumento de produção de ‘sujeitos-criminoso’ chama-se racismo de Estado. Para Foucault (2002) até o surgimento dessa modalidade de poder a sociedade ainda não havia experimentado aquilo que denominou racismo de Estado, mecanismo por meio do qual é introduzida uma separação entre os grupos da população e que tem como grande propósito disseminar a idéia da existência de um perigo social interno que deve ser combatido para que assim a população viva cada vez mais forte e saudável. Em outras palavras pode-se definir o racismo de Estado a partir de suas duas funções: executar uma distinção entre a massa populacional, elegendo assim aqueles que ‘fará viver’ e os outros que ‘deixará morrer’; e propagar a idéia que é preciso ‘deixar morrer’ uma parte da população, a parte mais fraca, os anormais, os inferiores, para que a população – como um todo – viva cada vez mais forte e saudável. “A morte do outro não é simplesmente a minha vida, na medida em que seria minha segurança pessoal; a morte do outro, a morte da raça ruim, da raça inferior (ou do degenerado, ou do anormal), é o que vai deixar a vida em geral mais sadia; mais sadia e mais pura” (Foucault, 2002, p. 305). Assim, Foucault (2002) mostra o uso do racismo de Estado como uma arma biológica e não militar. Uma arma de ‘deixar morrer’ de formas diretas e indiretas: expondo à morte, multiplicando para alguns os riscos de morte, rejeitando, expulsando. Uma arma usada para acabar com os inimigos que não são necessariamente indivíduos, mas sim representantes de perigos à espécie como um todo."

    Barbosa, R. B.; Bicalho, P. P. G. (2013) ‘Sujeito-criminoso’: mecanismos de produção de subjetividade operantes em policiais e moradores de favelas do Rio de Janeiro, Brasil. Revista Latinoamericana de Psicología Social IMB, pp. 83-110.

    Foucault, M. (2002). Em defesa da sociedade. São Paulo: Martins Fontes.

  • A questão parece estar referenciada no artigo de Roberta Brasilino Barbosa intitulado "Sujeito-criminoso': mecanismos de produção de  subjetividade operantes em policiais e moradores de 
    favelas do Rio de Janeiro, Brasil", no qual a autora, partindo da observação de um tratamento social naturalizado no que  tange crime e criminoso, coloca em análise alguns  mecanismos por meio dos quais são fabricadas diferentes existências qualificadas como desviantes.
    Segundo ela, Foucault afirma ainda que, complementando e assim modificando os poderes de soberania e disciplina apresentados acima,  surgiu, a partir do final do século XVIII, o poder sobre a vida, o poder de 'fazer viver e deixar morrer'. A biopolítica está voltada ao  homem-espécie (e não ao homem-corpo), à massa global e busca atuar sobre fenômenos aleatórios, em série, que afetam os 
    processos típicos de todo ser vivente: nascimento, morte, doença, entre outros. Essa atuação acontece na forma de intervenções que  regulam a vida, a maneira como se vive, procurando controlar seus acidentes. E os mecanismos de regulação usados são  particularmente mais sutis e capilarizados. O controle passa a ser exercido sobre a população – “corpo múltiplo com inúmeras 
    cabeças" – e pela população, essa que é então tratada simultaneamente como uma questão científica,  biológica e política. É ainda importante destacar que a biopolítica ocupa-se da instalação de mecanismos reguladores que visam à  manutenção de um equilíbrio entre a massa global sobre a qual atua. E para que essa homeostase seja alcançada há intensa  preocupação com “a segurança do conjunto em relação aos perigos internos". Dessa forma é possível  afirmar que a racionalidade política na qual se baseia essa modalidade de poder tem no dispositivo de segurança um dos seus mais importantes pilares de sustentação. Afinal, um dos aspectos diferenciadores da biopolítica em relação aos poderes soberano e  disciplinar é a construção do desejo de ser governado que se pauta justamente na ideia (que também é uma fabricação) da  existência de perigos, riscos, contra os quais a população anseia por proteção. 
    Ainda de acordo com a autora, nesse contexto de exercício biopolítico um importante instrumento de produção de 'sujeito-criminoso' chama-se racismo de Estado.  Para Foucault até o surgimento dessa modalidade de poder a sociedade ainda não havia experimentado aquilo que  denominou racismo de Estado, mecanismo por meio do qual é introduzida uma separação entre os grupos da população e que tem  como grande propósito disseminar a ideia da existência de um perigo social interno que deve ser combatido para que assim a  população viva cada vez mais forte e saudável. Em outras palavras pode-se definir o racismo de Estado a partir de suas duas  funções: executar uma distinção entre a massa populacional, elegendo assim aqueles que 'fará viver' e os outros que 'deixará  morrer'; e propagar a ideia que é preciso 'deixar morrer' uma parte da população, a parte mais fraca, os anormais, os inferiores, para  que a população – como um todo – viva cada vez mais forte e saudável.

    O artigo pode ser acessado na íntegra em:
    https://www.academia.edu/36793234/_Sujeito-crimino...

    GABARITO: C

  • A biopolítica está caracterizada pela constante atuação do poder com a finalidade de “gerenciar a vida” biológica da população. Sua legitimidade está justificada à medida que esse poder seja capaz de proporcionar a proteção de sua população frente a “perigos biológicos” internos e externos a ela (FOUCAULT, 1976).

    ...

    O racismo é formado nesse âmbito (o racismo em sua forma moderna, estatal, biologizante): toda uma política da população, da família, do matrimônio, da educação, da hierarquização social e da propriedade, e uma longa série de intervenções permanentes ao nível do corpo, das condutas, da saúde e da vida cotidiana receberam então sua cor e sua justificação da preocupação mítica por proteger a pureza de sangue e de fazer triunfar a raça (FOUCAULT, 1976).

    ...

    ((( O racismo foi um mecanismo fundamental de poder para os Estados modernos. )))Seguindo o argumento de Foucault, a relação entre poder estatal e racismo passou a ser muito estreita na Modernidade. Na raça, o Estado encontra uma ferramenta poderosa para dinamizar e direcionar o exercício do poder. Sob este viés, o exercício do poder, tendo como alvo a purificação do corpo social, é uma característica marcante. “O racismo está ligado ao funcionamento de um Estado obrigado a se servir da raça, da eliminação das raças e da purificação da raça, para exercer seu poder soberano” (FOUCAULT, 1997).

    by: @Grancursosonline

  • É impossível falar de biopolítica e não falar de racismo.

    LETRA C


ID
2999080
Banca
FGV
Órgão
Prefeitura de Niterói - RJ
Ano
2018
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

No campo da assistência social, podemos nos deparar com o emprego de categorias rígidas de classificação de sujeitos tipificados como criminosos, drogados, vagabundos, etc.

Em face de tais classificações, cabe lançar mão do pensamento crítico de Foucault, segundo o qual a subjetividade:

Alternativas
Comentários
  • Foucault não é marxista, é teoria crítica!
  • Gab E)

    Para Foucault, a subjetividade é efeito de práticas de poder que se agenciam de forma periférica e capilar.

    O pensamento é subjetivo! Tem que haver um pensamento crítico sobre o assunto.

  • Gab E

    Para Foucault, a subjetividade é efeito de práticas de poder que se agenciam de forma periférica e capilar.


ID
3008362
Banca
FGV
Órgão
Prefeitura de Salvador - BA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Dulce é uma mulher negra, em torno de 45 anos de idade, mãe de João, um rapaz jovem que fora preso pelo roubo de um carro. Dona Dulce foi encaminhada para atendimento psicológico porque não conseguia livrar-se das memórias do que passara no período da prisão de seu filho. Os dias de visita na prisão eram de calvário: ficava horas no sol, na fila, e depois, na revista, tinha que desnudar as partes íntimas, agachar-se, ouvir comentários depreciativos das guardas, além de receber tratamento grosseiro.

É possível perceber que a revista vexatória a que são submetidos familiares de apenados tem como finalidade fazer com que os efeitos do encarceramento sejam sentidos não apenas sobre o prisioneiro, mas também sobre sua família.


Na perspectiva de Foucault, é correto afirmar que

Alternativas
Comentários
  • Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social:

    I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames;

    II - relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento, os problemas e as dificuldades enfrentadas pelo assistido;

    III - acompanhar o resultado das permissões de saídas e das saídas temporárias;

    IV - promover, no estabelecimento, pelos meios disponíveis, a recreação;

    V - promover a orientação do assistido, na fase final do cumprimento da pena, e do liberando, de modo a facilitar o seu retorno à liberdade;

    VI - providenciar a obtenção de documentos, dos benefícios da Previdência Social e do seguro por acidente no trabalho;

    VII - orientar e amparar, quando necessário, a família do preso, do internado e da vítima.

    Art 21°- A- O Censo penitenciário deverá apurar:

    I- O nível de escolaridade dos presos e das presas

    II- A existência de curso nos níveis fundamental e médio e o número de presos e presas atendidos. 

    III- A implementação de cursos profissionais em nível de iniciação ou aperfeiçoamento técnico e o número de presos e presas atendidos

    IV- A existência de bibliotecas e as condições de seu acervo

    V-Outros dados relevantes para o aprimoramento educacional de presos e presas.

  • Gab."E"

    Principais ideias de Foucault:

    A sociedade faz uso abusivo do poder através das instituições, escolas e prisões, por exemplo.

    A era moderna é definida através da disciplina, que nada mais é do que um meio de dominação que tem como objetivo domesticar o comportamento humano.

    Quanto à educação, Foucault chama a escola umas das “instituições de sequestro”. Segundo ele, a escola tira os alunos do seu meio para os enclausurar e, nessa clausura, domesticá-los da forma como a sociedade quer.

    Antes, a escola era um local de castigo. Com a era moderna, passa a ser um local de domesticação, modelo que também é seguido no sistema prisional.


ID
3008377
Banca
FGV
Órgão
Prefeitura de Salvador - BA
Ano
2019
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

A respeito das concepções de Foucault sobre as práticas de poder, analise as afirmativas a seguir.


I. A sociedade civil tornou-se alvo de intervenção governamental permanente, que tem como objetivo restringir as liberdades e massificar as individualidades.

II. O movimento de higienização da cidade, da população e dos corpos tem, como pretexto, a noção de defesa da sociedade.

III. O racismo biológico surgiu por meio de uma nova arte de governo que marcou a modernidade, distinta das práticas das sociedades tradicionais, que demonstravam sua força na exibição dos suplícios.


Está correto o que se afirma em

Alternativas
Comentários
  • resposta II e III corretas, a I o erro esta em restringir as liberdades.

  • gabarito: letra D

    erro da I

    A sociedade civil constitui-se como alvo de uma intervenção governamental permanente, não para restringir, no plano prático, as liberdades formalmente concedidas, mas para produzir, multiplicar e garantir essas liberdades de que o sistema liberal necessita, ou seja, para efetuar uma arte de governar.

    fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-71822015000200332


ID
3377755
Banca
Colégio Pedro II
Órgão
Colégio Pedro II
Ano
2019
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Foucault (1977) discorre sobre a instituição escolar, discutindo acerca da especificidade de um mecanismo que aparelha de forma ininterrupta a operação do ensino, exercendo um controle e uma vigilância que permite qualificar, classificar e punir. Tal mecanismo vale como cerimônia da objetificação dos indivíduos dessa instituição.

FOUCAULT, M. Vigiar e punir. Petrópolis: Vozes, 1977.


O mecanismo ao qual Foucault se refere é o(a)

Alternativas
Comentários
  • De acordo com Michel Foucault, em seu livro "Vigiar e punir: nascimento da prisão", edição de 1987, o exame combina as técnicas da hierarquia que vigia e as da sanção que  normaliza. É um controle normalizante, uma vigilância que permite classificar e punir. Estabelece sobre os indivíduos uma visibilidade através da qual eles são diferenciados e sancionados. É por isso que, em todos os dispositivos de  disciplina, o exame é altamente ritualizado. Nele vêm-se reunir a cerimônia do poder 
    e a forma da experiência, a demonstração da força e o estabelecimento da verdade.  No coração dos processos de disciplina, ele manifesta a sujeição dos que são  percebidos como objetos e a objetivação dos que se sujeitam. A superposição das  relações de poder e das de saber assume no exame todo o seu brilho visível. Mais  uma inovação da era clássica que os historiadores deixaram na sombra.

    GABARITO: A

ID
3665668
Banca
Quadrix
Órgão
CFP
Ano
2013
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Para Foucault:


I. o suplício como punição de crimes apenas migrou do corpo para a alma.

II. o sistema jurídico moderno “julga” também a alma do acusado e, nessa ação, muitas vezes o psicólogo é incluído.

III. quando o psicólogo ou outro profissional assume a incumbência de determinar se uma pessoa deve ou não receber os benefícios da Lei de Execuções Penais, este profissional está participando do sistema de punição.

Está correto o que se afirma em:

Alternativas
Comentários
  • QUE VIAGEM


ID
3898753
Banca
Quadrix
Órgão
CFP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

No que diz respeito à obra Vigiar e punir de Foucault (1993),  julgue os itens seguintes. 


I  O  prejuízo  que  um  crime  traz  ao  corpo  social  é  a  desordem que introduz nele: o escândalo que suscita;  o exemplo  que  dá;  a  incitação  a  recomeçar  se  não é  punido;  e  a  possibilidade  de  generalização  que  traz  consigo.  

II  Para  ser  útil,  o  castigo  deve  ter  como  objetivo  as  consequências  do  crime, entendidas  como a  série  de  desordens que este é capaz de abrir. 

III Deve‐se calcular uma pena em  função do crime, mas  não de sua possível repetição. É necessário visar não à  ofensa passada, mas à desordem futura. 


Assinale a alternativa correta. 

Alternativas

ID
3954568
Banca
SEAP
Órgão
TJ-MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

A crítica à hipótese de um sujeito universal, levada a cabo por Foucault e Lacan, denuncia qualquer pretensão de universalizarmos a ética, impondo-nos a necessidade de diferenciarmos dois conceitos que, classicamente, são tomados como sinônimos:

Alternativas

ID
5258125
Banca
APICE
Órgão
DPE-PB
Ano
2021
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

As contribuições teóricas sobre o poder são fundamentais para os estudos da mudança social e da participação política e, sobretudo, possibilitam uma postura crítica e reflexiva nos variados cenários de articulação das práticas profissionais. Michel Foucault foi um importante teórico que lançou luzes para uma teoria do poder. Leia as assertivas abaixo e assinale a alternativa incorreta sobre os aspectos que correspondem a teoria do poder em Foucault:

Alternativas

ID
5299321
Banca
CPCON
Órgão
Prefeitura de Areial - PB
Ano
2021
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

No século XVII, segundo M. Foucault (1972), ocorreu na Europa a chamada 'grande internação' com a construção de várias casas de internamento. É CORRETO afirmar que esses espaços se prestaram:

Alternativas
Comentários
  • A questão solicita conhecimentos a respeito da obra de Michel Foucault - A história da loucura.

    Nessa obra, Foucault relata a história proveniente da loucura que perpassou o ser social durante os diferentes séculos. Procurou evidenciar que a concepção de loucura não é questão de doença, mas uma questão histórica e social.  No séc XVII, na França, por exemplo, a loucura era vista como algo que devia estar marginalizado a sociedade. Nessa época, os mais pobres, incapazes de seu sustento, tinham a mesma concepção social de marginalização e  subordinação dos detentores de poder. O hospital Geral tinha como objetivo oferecer alojamento aos mais miseráveis da cidade, seja por vontade própria, seja por determinação de autoridade judiciária. Uma vez enclausuradas, essas pessoas perdiam sua autonomia, e as autoridades passavam a deter o poder de decidir, julgar e executar qualquer atividade relacionada a seus corpos.

    Nesse sentido, podemos perceber quais as finalidades desses espaços.

    1. ERRADO
    As casas tinham como objetivo a reclusão, mas não ofertavam tratamento e cura. O objetivo principal da instituição era retirar o sujeito do convívio da sociedade. Havia indistinção entre pobres, leprosos e pessoas “loucas".

    1. ERRADO
    A humanização estava bem distante de se constituir como objetivo das instituições. As pessoas perdiam sua autonomia, eram julgadas e condenadas sem direito a defesa, eram alienadas e banidas.

    1. ERRADO
    Essa alternativa poderia causar dúvidas quanto a alternativa correta. Porém, por mais que os sujeitos pudessem passar por diversos tipos de sofrimento, as casas em si não possuíam esse objetivo.  Acredito que as instituições deveriam conceber como um favor às pessoas que não tinham condições de executar atividade monetária. 

    1. ERRADO 
    Como vimos na alternativa B, o objetivo não era humanizar as pessoas, mas a reclusão originava a perda da sua humanidade e autonomia enquanto seres de direito

    1. CERTO
    Essa alternativa está mais condizente com os objetivos das casas. O acolhimento, referente a abrigar as pessoas pobres e incapazes de realizar trabalho para seu sustento. A correção, com objetivo de forçar o trabalho para purificação da alma e, assim, deter condições de sair da ociosidade. E, por fim, a reclusão, pois as pessoas que não trabalhavam, eram doentes e loucas não serviriam para conviver em sociedade, devendo manter-se enclausuradas.

    Gabarito da Professora: Letra E.


  • GAB: E

    NINGUÉM FALOU QUE SERIA FACIL, MAS EU DIGO QUE É POSSIVÉL !!!

  • A partir do século XVII, a loucura tornou-se objeto de exclusão, quando são criados grandes espaços de internamento denominados Hospitais Gerais. A Grande Internação, como denomina Foucault, é um espaço para reclusão de marginalizados, miseráveis, delinqüentes e loucos e é, ao mesmo tempo, um espaço de assistência pública, acolhimento, correção e reclusão (Foucault, 1978). 


ID
5336977
Banca
MS CONCURSOS
Órgão
Prefeitura de São Francisco do Guaporé - RO
Ano
2021
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

O termo “normal” ao tratar da evolução humana, não deve ser entendido como um julgamento de valor do que é melhor, ou pior, mas como um parâmetro científico para avaliar diversos caminhos, formas e expressões do desenvolvimento. A ideia de normalidade tem sido usada como instrumento de controle social, definindo a partir de determinadas camadas da sociedade os comportamentos, pensamentos e sentimentos “adequados” para a população, em geral. Assim, faz referência à ideia de enquadre e ajustamento.
Segundo qual teórico refere-se a esse pressuposto?

Alternativas

ID
5529652
Banca
FGV
Órgão
TJ-RO
Ano
2021
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

A judicialização da vida vem colocando em ação práticas cada vez mais segregativas. A sociedade civil e a população em geral tornam-se alvos permanentes de intervenção governamental com o objetivo de prolongar a duração da vida, de um lado, e de outro, multiplicar para alguns o risco de morte ou decretar a morte política. A questão central passa então a ser: como deixar morrer aquilo que não serve à vida?
Trata-se de uma gestão caracterizada por Michel Foucault como:

Alternativas
Comentários
  • Michel Foucault faz uma distinção entre BIOPOLÍTICA (regulamenteção da vida) e BIOPODER (impacto do poder político sobre a vida).

    Foucault = Biopoder

  • O biopoder congrega os dispositivos e tecnologias de poder utilizados para administrar/controlar as populações, por meio de técnicas, conhecimentos e instituições. Os biopoderes se ocupam da gestão da saúde, da higiene, da alimentação, da sexualidade, da natalidade e dos costumes, por exemplo.

    Resposta: E

  • A questão solicita conhecimentos sobre o Focault.

    Foucault trabalha com o conceito de biopoder, o qual “atua não em conformidade à lógica binária dos dominadores versus dominados. Não é da onisciência de um soberano-que-tudo-sabe que o poder emana ou conserva-se. Ele irradia-se de modo microfísico, sem possuir um centro permanente. As relações de força são móveis e suscetíveis de se modificarem, compõem arranjos transitórios dados a uma constante transfiguração."

    O poder exerce sobre a vida, de forma ambígua sobre a vida humana. Ao mesmo tempo que age de forma a melhoria contínua, multiplicação e incitação, o mesmo poder carrega consigo a neutralização de batalhas e os genocídios que a acompanham, equivalente a vida e morte. Conforme Furtado & Camila (2016):

    “... os confrontos travados ao longo dos dois últimos séculos testemunham a favor de crueldades sem precedentes. Massacres e extermínios são complementares a um poder que busca aperfeiçoar processos vitais. Se antes guerras eram iniciadas a fim de proteger o soberano, na era do biopoder a morte de uns assegura a existência de todos (Foucault, 1999)."

    Com relação aos demais itens:

    Necropolítica está relacionado ao conceito de biopoder, e pertence ao filósofo Achille Mbembe.

    Anomia é um conceito estabelecido por Émile Durkheim ne consiste em mostrar que algo na sociedade não funciona de forma harmônica

    Repressão está relacionada a oprimir algo a partir do controle pela força. 

    Soberania é o poder de um Estado-nação.

    Gabarito da professora: LETRA E.

    Fonte: Furtado, Rafael Nogueira & Camilo, Juliana Aparecida de Oliveira. (2016). O conceito de biopoder no pensamento de Foucault. Revista: Subjetividades (on-line)


  • A sociedade civil e a população em geral tornam-se alvos permanentes de intervenção governamental com o objetivo de prolongar a duração da vida, de um lado, e de outro, multiplicar para alguns o risco de morte ou decretar a morte política.

    Gab E

    biopoder

  • QUESTÃO: [...] A sociedade civil e a população em geral tornam-se alvos permanentes de intervenção governamental com o objetivo de prolongar a duração da vida*, de um lado, e de outro, multiplicar para alguns o risco de morte ou decretar a morte política [...]

    *Biopoder é uma forma de governar a vida, em vigor desde o século 17, que busca otimizar um estado de vida na população para criar corpos economicamente ativos.

    Fonte:

    FURTADO, Rafael Nogueira; CAMILO, Juliana Aparecida de Oliveira. O conceito de biopoder no pensamento de Michel Foucault. Rev. Subj., Fortaleza , v. 16, n. 3, p. 34-44, dez. 2016 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2359-07692016000300003&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 14 mar. 2022. http://dx.doi.org/10.5020/23590777.16.3.34-44.