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Prova IDECAN - 2015 - CRN - 8ª Região (PR) - Assistente Administrativo Júnior


ID
4891045
Banca
IDECAN
Órgão
CRN - 8ª Região (PR)
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Você já rebateu um absurdo hoje?


Os tempos de crise são um terreno fértil para os discursos de ódio e apelos autoritários.

Confrontá‐los no dia a dia é uma forma de evitar que se tornem, um dia, projetos reais.


    Tenho a péssima mania de responder absurdos com silêncio. Quanto maior o absurdo, menor a vontade de falar. Percebi a gravidade dessa relação porque tenho andado muito quieto ultimamente. A vida em rede me acostumou mal: habituado a conversar com quem já tem uma predisposição em ouvir, aprendi a despejar na internet, não sem certa arrogância, tudo o que tinha vontade de dizer e não disse quando o taxista falou que a cidade só teria jeito quando pegassem o bairro pobre, jogassem gasolina e botassem fogo. Ou quando a socialite levantou a taça de espumante e, com um olho na piscina e outro na bolsa Louis Vuitton, se disse assustada com a calamidade em que vivemos no Brasil.

    Tudo começou, acho, na adolescência, quando a vizinha gente‐boa levou uma tarde a me desejar boa sorte na minha viagem a São Paulo, onde dali em diante eu passaria a morar e estudar. Atenciosamente, ela me deu um roteiro de passeios, dicas, culturas e cuidados na metrópole. Ao fim da conversa, soltou um “só tome cuidado porque é uma cidade infestada por imigrantes, e eles estão acabando com tudo”. Ainda hoje me questiono por que não a rebati, ali, na lata. Foi porque só tinha 19 anos? Por não querer ser indelicado? Para não azedar a boa vizinhança? Mas de que vale ter vizinhos assim, que só te respeitam porque te veem como um igual?

    Na conversa, ela me pedia para reparar como os imigrantes de vários sotaques se espalhavam em nossa cidade do interior trazendo sujeira e insegurança. “Em São Paulo é ainda pior”, reforçava. Lembrei que, naquela época, uma série de assaltos a repúblicas estudantis das redondezas era noticiada pelos jornais locais. Pouco depois, a quadrilha foi identificada, e qual não foi o choque quando descobrimos que um vizinho nosso, branco e de classe média, estava envolvido. Na mesma época, acordamos certa manhã de sonos intranquilos com a Polícia Federal à porta do prédio. Os agentes estavam em busca de um morador, querido por todos, que integrava um suposto esquema ilegal de fabricação e comércio de couro. A realidade desmentia a tese daquela senhora que se gabava de ter livros por todo canto de casa, embora não tivesse olhos para entender o mundo para além da própria janela. “A insegurança é sempre o outro”, concluía comigo mesmo, sem jamais dizer nada.

    À medida que me adaptava à vida em São Paulo, e aos círculos menos inóspitos da vida universitária, me acostumei a falar em guetos. Neles, enquanto tentávamos entender a lógica da discriminação em um país ainda marcadamente desigual, dividíamos nossas angústias como numa roda de reabilitados. Falávamos da tia racista que achava um absurdo o namoro do artista mulato com a atriz branca. “Preconceito contra eles mesmos”, repetia a parente, para a concordância bovina de todos à mesa.

    A sequência era conhecida. “Bons eram os tempos dos militares; tomávamos cascudos, mas andávamos na linha”. “O Brasil é um país de belezas naturais e um povo criado na malandragem.” “Político é tudo igual.” “Virou gay porque faltou chinelada.” “Virou lésbica porque não encontrou o cara certo.” “Ninguém mandou usar saia.” E etc, etc. Nos círculos sociais, lidamos o tempo todo com autodidatas especializados em política e sociedade.

    Toda vez que essas conversas reaparecem, é como se eu tivesse a chance de rebater aquela vizinha, já sem as amarras da imaturidade. Dias atrás ela reapareceu em uma conversa num Café decorado e com ar‐condicionado. Vestia terno e tinha certeza que o calor tropical inibia a vocação do brasileiro ao trabalho. Exatamente à sua frente, separado apenas por um vidro blindado, um pedreiro se derretia para erguer um muro de tijolo sob o sol a pino. Pensei em apresentar um para o outro, mas, como sempre, calei.

     “Deixem falar. São só ignorantes”, dizem os amigos, enquanto guardam os cartuchos para os grandes debates com professores, autoridades públicas, grandes corporações etc.

    A verdade é que nessas manifestações gratuitas de ingenuidade/ignorância não está o exercício saudável do debate. Está a fórmula autoritária de falar e ser ouvido e, se rebatido, correr para a linha segura do tatame com uma velha muleta: “É só a minha opinião, você precisa respeitar”. Confundimos, então, silêncio com respeito, e determinamos arbitrariamente quem merece e quem não merece ser contrariado. Aquela lição canhestra herdada da ditadura, a de que política não se discute, ainda faz estragos: dizer o que se pensa se transformou em uma espécie de pregação a convertidos. Por aqui, debate, conflito e contraponto não sensibilizam consensos, mas melindres. Por isso, e para evitá‐los, calamos.

    Tempos atrás, quando todos pareciam satisfeitos em seus quadrados, essas pontas de fagulha pareciam inofensivas. Agora os tempos mudaram. Em parte devido à conjuntura mundial, em parte devido a apostas equivocadas dos governos locais, em parte devido à insensibilidade para perceber que os modelos se esgotaram, o cobertor se encurtou, as saídas se estreitaram, a crise se avizinhou, o pirão acabou e a primeira reação nesses guetos é garantir primeiro a sua farinha.

(Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/voce‐ja‐rebateu‐um‐absurdo‐hoje‐3639.html Acesso em: 09.03.2015. Adaptado.)

O texto defende a tese de que é necessário rebater, no dia a dia, os absurdos ditos por alguns grupos sociais porque seu autor

Alternativas
Comentários
  • "Os tempos de crise são um terreno fértil para os discursos de ódio e apelos autoritários. Confrontá‐los no dia a dia é uma forma de evitar que se tornem, um dia, projetos reais."

    Gab.: D.

  • GABARITO - D

    O autor defende isto na seguinte passagem:

    Os tempos de crise são um terreno fértil para os discursos de ódio e apelos autoritários.

    Confrontá‐los no dia a dia é uma forma de evitar que se tornem, um dia, projetos reais.

    Bons estudos!

  • GAB D

    No inicio do texto o autor deixa bem claro >

    Os tempos de crise são um terreno fértil para os discursos de ódio e apelos autoritários.

    Confrontá‐los no dia a dia é uma forma de evitar que se tornem, um dia, projetos reais.

  • GAB D

    No inicio do texto o autor deixa bem claro >

    Os tempos de crise são um terreno fértil para os discursos de ódio e apelos autoritários.

    Confrontá‐los no dia a dia é uma forma de evitar que se tornem, um dia, projetos reais.

  • O autor justamente defende a tese de que devemos confrontar discursos de ódio e apelos autoritários, com o intuito de não se estabelecer esses tipos de atitudes como sendo algo normal.

  • Projeto PC CE
  • Até que enfim consegui resolver alguma questão de Português dessa banca maldita

  • ao encontro= em concordância

    de encontro= discordância

  • Selo FGV de "qualidade".


ID
4891048
Banca
IDECAN
Órgão
CRN - 8ª Região (PR)
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Você já rebateu um absurdo hoje?


Os tempos de crise são um terreno fértil para os discursos de ódio e apelos autoritários.

Confrontá‐los no dia a dia é uma forma de evitar que se tornem, um dia, projetos reais.


    Tenho a péssima mania de responder absurdos com silêncio. Quanto maior o absurdo, menor a vontade de falar. Percebi a gravidade dessa relação porque tenho andado muito quieto ultimamente. A vida em rede me acostumou mal: habituado a conversar com quem já tem uma predisposição em ouvir, aprendi a despejar na internet, não sem certa arrogância, tudo o que tinha vontade de dizer e não disse quando o taxista falou que a cidade só teria jeito quando pegassem o bairro pobre, jogassem gasolina e botassem fogo. Ou quando a socialite levantou a taça de espumante e, com um olho na piscina e outro na bolsa Louis Vuitton, se disse assustada com a calamidade em que vivemos no Brasil.

    Tudo começou, acho, na adolescência, quando a vizinha gente‐boa levou uma tarde a me desejar boa sorte na minha viagem a São Paulo, onde dali em diante eu passaria a morar e estudar. Atenciosamente, ela me deu um roteiro de passeios, dicas, culturas e cuidados na metrópole. Ao fim da conversa, soltou um “só tome cuidado porque é uma cidade infestada por imigrantes, e eles estão acabando com tudo”. Ainda hoje me questiono por que não a rebati, ali, na lata. Foi porque só tinha 19 anos? Por não querer ser indelicado? Para não azedar a boa vizinhança? Mas de que vale ter vizinhos assim, que só te respeitam porque te veem como um igual?

    Na conversa, ela me pedia para reparar como os imigrantes de vários sotaques se espalhavam em nossa cidade do interior trazendo sujeira e insegurança. “Em São Paulo é ainda pior”, reforçava. Lembrei que, naquela época, uma série de assaltos a repúblicas estudantis das redondezas era noticiada pelos jornais locais. Pouco depois, a quadrilha foi identificada, e qual não foi o choque quando descobrimos que um vizinho nosso, branco e de classe média, estava envolvido. Na mesma época, acordamos certa manhã de sonos intranquilos com a Polícia Federal à porta do prédio. Os agentes estavam em busca de um morador, querido por todos, que integrava um suposto esquema ilegal de fabricação e comércio de couro. A realidade desmentia a tese daquela senhora que se gabava de ter livros por todo canto de casa, embora não tivesse olhos para entender o mundo para além da própria janela. “A insegurança é sempre o outro”, concluía comigo mesmo, sem jamais dizer nada.

    À medida que me adaptava à vida em São Paulo, e aos círculos menos inóspitos da vida universitária, me acostumei a falar em guetos. Neles, enquanto tentávamos entender a lógica da discriminação em um país ainda marcadamente desigual, dividíamos nossas angústias como numa roda de reabilitados. Falávamos da tia racista que achava um absurdo o namoro do artista mulato com a atriz branca. “Preconceito contra eles mesmos”, repetia a parente, para a concordância bovina de todos à mesa.

    A sequência era conhecida. “Bons eram os tempos dos militares; tomávamos cascudos, mas andávamos na linha”. “O Brasil é um país de belezas naturais e um povo criado na malandragem.” “Político é tudo igual.” “Virou gay porque faltou chinelada.” “Virou lésbica porque não encontrou o cara certo.” “Ninguém mandou usar saia.” E etc, etc. Nos círculos sociais, lidamos o tempo todo com autodidatas especializados em política e sociedade.

    Toda vez que essas conversas reaparecem, é como se eu tivesse a chance de rebater aquela vizinha, já sem as amarras da imaturidade. Dias atrás ela reapareceu em uma conversa num Café decorado e com ar‐condicionado. Vestia terno e tinha certeza que o calor tropical inibia a vocação do brasileiro ao trabalho. Exatamente à sua frente, separado apenas por um vidro blindado, um pedreiro se derretia para erguer um muro de tijolo sob o sol a pino. Pensei em apresentar um para o outro, mas, como sempre, calei.

     “Deixem falar. São só ignorantes”, dizem os amigos, enquanto guardam os cartuchos para os grandes debates com professores, autoridades públicas, grandes corporações etc.

    A verdade é que nessas manifestações gratuitas de ingenuidade/ignorância não está o exercício saudável do debate. Está a fórmula autoritária de falar e ser ouvido e, se rebatido, correr para a linha segura do tatame com uma velha muleta: “É só a minha opinião, você precisa respeitar”. Confundimos, então, silêncio com respeito, e determinamos arbitrariamente quem merece e quem não merece ser contrariado. Aquela lição canhestra herdada da ditadura, a de que política não se discute, ainda faz estragos: dizer o que se pensa se transformou em uma espécie de pregação a convertidos. Por aqui, debate, conflito e contraponto não sensibilizam consensos, mas melindres. Por isso, e para evitá‐los, calamos.

    Tempos atrás, quando todos pareciam satisfeitos em seus quadrados, essas pontas de fagulha pareciam inofensivas. Agora os tempos mudaram. Em parte devido à conjuntura mundial, em parte devido a apostas equivocadas dos governos locais, em parte devido à insensibilidade para perceber que os modelos se esgotaram, o cobertor se encurtou, as saídas se estreitaram, a crise se avizinhou, o pirão acabou e a primeira reação nesses guetos é garantir primeiro a sua farinha.

(Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/voce‐ja‐rebateu‐um‐absurdo‐hoje‐3639.html Acesso em: 09.03.2015. Adaptado.)

Qual das passagens a seguir contraria a seguinte afirmativa expressa pela vizinha, em uma conversa com o autor do texto: “... só tome cuidado porque é uma cidade infestada por imigrantes, e eles estão acabando com tudo” (2º§)?

Alternativas
Comentários
  • GAB. (D)

  • cuidado com essa banca!! infelizmente será a provável banca para o concurso da PMCE!!! bancar marcada pela falta de coerência entre o enunciado e os itens. cuidado, muito cuidado!

  • GABARITO - D

    Ele quer saber qual passagem das assertivas contraria esta: " “... só tome cuidado porque é uma cidade infestada por imigrantes, e eles estão acabando com tudo” (2º§)?"

    Fica mais tranquilo se vc retornar ao parágrafo:

    Na visão daquela senhora a insegurança era sempre o outro. O próprio texto diz isso:

     Lembrei que, naquela época, uma série de assaltos a repúblicas estudantis das redondezas era noticiada pelos jornais locais. Pouco depois, a quadrilha foi identificada, e qual não foi o choque quando descobrimos que um vizinho nosso, branco e de classe média, estava envolvido. Na mesma época, acordamos certa manhã de sonos intranquilos com a Polícia Federal à porta do prédio. Os agentes estavam em busca de um morador, querido por todos, que integrava um suposto esquema ilegal de fabricação e comércio de couro. A realidade desmentia a tese daquela senhora que se gabava de ter livros por todo canto de casa, embora não tivesse olhos para entender o mundo para além da própria janela. “A insegurança é sempre o outro”, concluía comigo mesmo, sem jamais dizer nada.

  • GAB D

    Basicamente a vizinha tinha seus preconceitos ao afirmar .

     só tome cuidado porque é uma cidade infestada por imigrantes, e eles estão acabando com tudo

    Porém nessa passagem do texto ele prova o contrário da fala da vizinha >

    Lembrei que, naquela época, uma série de assaltos a repúblicas estudantis das redondezas era noticiada pelos jornais locais. Pouco depois, a quadrilha foi identificada, e qual não foi o choque quando descobrimos que um vizinho nosso, branco e de classe média, estava envolvido. (3º§)

  • A questão pede o contrário da afirmativa da da Vizinha.

    No texto fica claro que a Vizinha tinha boa condição de vida, sendo assim esperava que os de classe baixa é que estavam desordenando as coisas.

    Porém, percebemos que a letra D, expõem que a classe média é que fazia besteira, ou seja, a resposta da questão.

  • Lembrei que, naquela época, uma série de assaltos a repúblicas estudantis das redondezas era noticiada pelos jornais locais. Pouco depois, a quadrilha foi identificada, e qual não foi o choque quando descobrimos que um vizinho nosso, branco e de classe média, estava envolvido[...] A realidade desmentia a tese daquela senhora que se gabava de ter livros por todo canto de casa, embora não tivesse olhos para entender o mundo para além da própria janela. “A insegurança é sempre o outro”

  • Meu Deus, as questões dessa banca são enormes. A prova da PC CE vai ser um verdadeiro teste de resistência.


ID
4891051
Banca
IDECAN
Órgão
CRN - 8ª Região (PR)
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Você já rebateu um absurdo hoje?


Os tempos de crise são um terreno fértil para os discursos de ódio e apelos autoritários.

Confrontá‐los no dia a dia é uma forma de evitar que se tornem, um dia, projetos reais.


    Tenho a péssima mania de responder absurdos com silêncio. Quanto maior o absurdo, menor a vontade de falar. Percebi a gravidade dessa relação porque tenho andado muito quieto ultimamente. A vida em rede me acostumou mal: habituado a conversar com quem já tem uma predisposição em ouvir, aprendi a despejar na internet, não sem certa arrogância, tudo o que tinha vontade de dizer e não disse quando o taxista falou que a cidade só teria jeito quando pegassem o bairro pobre, jogassem gasolina e botassem fogo. Ou quando a socialite levantou a taça de espumante e, com um olho na piscina e outro na bolsa Louis Vuitton, se disse assustada com a calamidade em que vivemos no Brasil.

    Tudo começou, acho, na adolescência, quando a vizinha gente‐boa levou uma tarde a me desejar boa sorte na minha viagem a São Paulo, onde dali em diante eu passaria a morar e estudar. Atenciosamente, ela me deu um roteiro de passeios, dicas, culturas e cuidados na metrópole. Ao fim da conversa, soltou um “só tome cuidado porque é uma cidade infestada por imigrantes, e eles estão acabando com tudo”. Ainda hoje me questiono por que não a rebati, ali, na lata. Foi porque só tinha 19 anos? Por não querer ser indelicado? Para não azedar a boa vizinhança? Mas de que vale ter vizinhos assim, que só te respeitam porque te veem como um igual?

    Na conversa, ela me pedia para reparar como os imigrantes de vários sotaques se espalhavam em nossa cidade do interior trazendo sujeira e insegurança. “Em São Paulo é ainda pior”, reforçava. Lembrei que, naquela época, uma série de assaltos a repúblicas estudantis das redondezas era noticiada pelos jornais locais. Pouco depois, a quadrilha foi identificada, e qual não foi o choque quando descobrimos que um vizinho nosso, branco e de classe média, estava envolvido. Na mesma época, acordamos certa manhã de sonos intranquilos com a Polícia Federal à porta do prédio. Os agentes estavam em busca de um morador, querido por todos, que integrava um suposto esquema ilegal de fabricação e comércio de couro. A realidade desmentia a tese daquela senhora que se gabava de ter livros por todo canto de casa, embora não tivesse olhos para entender o mundo para além da própria janela. “A insegurança é sempre o outro”, concluía comigo mesmo, sem jamais dizer nada.

    À medida que me adaptava à vida em São Paulo, e aos círculos menos inóspitos da vida universitária, me acostumei a falar em guetos. Neles, enquanto tentávamos entender a lógica da discriminação em um país ainda marcadamente desigual, dividíamos nossas angústias como numa roda de reabilitados. Falávamos da tia racista que achava um absurdo o namoro do artista mulato com a atriz branca. “Preconceito contra eles mesmos”, repetia a parente, para a concordância bovina de todos à mesa.

    A sequência era conhecida. “Bons eram os tempos dos militares; tomávamos cascudos, mas andávamos na linha”. “O Brasil é um país de belezas naturais e um povo criado na malandragem.” “Político é tudo igual.” “Virou gay porque faltou chinelada.” “Virou lésbica porque não encontrou o cara certo.” “Ninguém mandou usar saia.” E etc, etc. Nos círculos sociais, lidamos o tempo todo com autodidatas especializados em política e sociedade.

    Toda vez que essas conversas reaparecem, é como se eu tivesse a chance de rebater aquela vizinha, já sem as amarras da imaturidade. Dias atrás ela reapareceu em uma conversa num Café decorado e com ar‐condicionado. Vestia terno e tinha certeza que o calor tropical inibia a vocação do brasileiro ao trabalho. Exatamente à sua frente, separado apenas por um vidro blindado, um pedreiro se derretia para erguer um muro de tijolo sob o sol a pino. Pensei em apresentar um para o outro, mas, como sempre, calei.

     “Deixem falar. São só ignorantes”, dizem os amigos, enquanto guardam os cartuchos para os grandes debates com professores, autoridades públicas, grandes corporações etc.

    A verdade é que nessas manifestações gratuitas de ingenuidade/ignorância não está o exercício saudável do debate. Está a fórmula autoritária de falar e ser ouvido e, se rebatido, correr para a linha segura do tatame com uma velha muleta: “É só a minha opinião, você precisa respeitar”. Confundimos, então, silêncio com respeito, e determinamos arbitrariamente quem merece e quem não merece ser contrariado. Aquela lição canhestra herdada da ditadura, a de que política não se discute, ainda faz estragos: dizer o que se pensa se transformou em uma espécie de pregação a convertidos. Por aqui, debate, conflito e contraponto não sensibilizam consensos, mas melindres. Por isso, e para evitá‐los, calamos.

    Tempos atrás, quando todos pareciam satisfeitos em seus quadrados, essas pontas de fagulha pareciam inofensivas. Agora os tempos mudaram. Em parte devido à conjuntura mundial, em parte devido a apostas equivocadas dos governos locais, em parte devido à insensibilidade para perceber que os modelos se esgotaram, o cobertor se encurtou, as saídas se estreitaram, a crise se avizinhou, o pirão acabou e a primeira reação nesses guetos é garantir primeiro a sua farinha.

(Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/voce‐ja‐rebateu‐um‐absurdo‐hoje‐3639.html Acesso em: 09.03.2015. Adaptado.)

Analise as seguintes passagens do texto e as afirmações para cada uma delas.


I. “A verdade é que nessas manifestações gratuitas de ingenuidade/ignorância não está o exercício saudável do debate. Está a fórmula autoritária de falar e ser ouvido e, se rebatido, correr para a linha segura do tatame com uma velha muleta: ‘É só a minha opinião, você precisa respeitar’. Confundimos, então, silêncio com respeito, e determinamos arbitrariamente quem merece e quem não merece ser contrariado.” (8º§) – O fragmento é predominantemente argumentativo, uma vez que o autor apresenta argumentos para defender seu ponto de vista.

II. “Atenciosamente, ela me deu um roteiro de passeios, dicas culturas e cuidados na metrópole. Ao fim da conversa, soltou um ‘só tome cuidado porque é uma cidade infestada por imigrantes, e eles estão acabando com tudo’. Ainda hoje me questiono por que não a rebati, ali, na lata.” (2º§) – Há marcas de oralidade, características da linguagem formal.

III. “Tenho a péssima mania de responder absurdos com silêncio. Quanto maior o absurdo, menor a vontade de falar. Percebi a gravidade dessa relação porque tenho andado muito quieto ultimamente.” (1º§) – Presença de impessoalidade, já que o autor analisa e julga seu próprio comportamento.

IV. “Foi porque só tinha 19 anos? Por não querer ser indelicado? Para não azedar a boa vizinhança? Mas de que vale ter vizinhos assim, que só te respeitam porque te veem como um igual?” (2º§) – Sequência de perguntas retóricas a fim de se promover no leitor uma reflexão de ordem introspectiva.


Estão corretas as análises presentes apenas nos fragmentos

Alternativas
Comentários
  • I. correta

    II. errada

    "...ali, na lata" não é linguagem formal

    III. errada

    o autor está falando dele mesmo, isso não é impessoal.

    IV. correta

    Gab C

  • GABARITO C

    I. O fragmento é predominantemente argumentativo, uma vez que o autor apresenta argumentos para defender seu ponto de vista. CERTO.

    II.  Presença de impessoalidade, já que o autor analisa e julga seu próprio comportamento. ERRADO

    II. Há marcas de oralidade, características da linguagem formal. ( oralidade geralmente marcada pela linguagem coloquial, informal ) ERRADO

    IV. Sequência de perguntas retóricas a fim de se promover no leitor uma reflexão de ordem retrospectiva. CERTO

  • Vi pelos dados estatísticos que muita gente marou a alternativa l l l como certa.

    Se eu tenho uma autocritica, autorreflexão, autoconhecimento isso é meu, certo ? Portanto se trata de algo totalmente pessoal e não impessoal como afirma tal alternativa

    GAB;C

  • Um detalhe sobre o item II.

    A oralidade é característica da linguagem informal .

    Quando falamos com os amigos ou familiares utilizamos a linguagem informal, constituída por marcas da oralidade, seja abreviações, erros de concordância, gírias, expressão menos prestigiadas, prosódias.

    ex: " Na lata".

    Bons estudos!


ID
4891054
Banca
IDECAN
Órgão
CRN - 8ª Região (PR)
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Você já rebateu um absurdo hoje?


Os tempos de crise são um terreno fértil para os discursos de ódio e apelos autoritários.

Confrontá‐los no dia a dia é uma forma de evitar que se tornem, um dia, projetos reais.


    Tenho a péssima mania de responder absurdos com silêncio. Quanto maior o absurdo, menor a vontade de falar. Percebi a gravidade dessa relação porque tenho andado muito quieto ultimamente. A vida em rede me acostumou mal: habituado a conversar com quem já tem uma predisposição em ouvir, aprendi a despejar na internet, não sem certa arrogância, tudo o que tinha vontade de dizer e não disse quando o taxista falou que a cidade só teria jeito quando pegassem o bairro pobre, jogassem gasolina e botassem fogo. Ou quando a socialite levantou a taça de espumante e, com um olho na piscina e outro na bolsa Louis Vuitton, se disse assustada com a calamidade em que vivemos no Brasil.

    Tudo começou, acho, na adolescência, quando a vizinha gente‐boa levou uma tarde a me desejar boa sorte na minha viagem a São Paulo, onde dali em diante eu passaria a morar e estudar. Atenciosamente, ela me deu um roteiro de passeios, dicas, culturas e cuidados na metrópole. Ao fim da conversa, soltou um “só tome cuidado porque é uma cidade infestada por imigrantes, e eles estão acabando com tudo”. Ainda hoje me questiono por que não a rebati, ali, na lata. Foi porque só tinha 19 anos? Por não querer ser indelicado? Para não azedar a boa vizinhança? Mas de que vale ter vizinhos assim, que só te respeitam porque te veem como um igual?

    Na conversa, ela me pedia para reparar como os imigrantes de vários sotaques se espalhavam em nossa cidade do interior trazendo sujeira e insegurança. “Em São Paulo é ainda pior”, reforçava. Lembrei que, naquela época, uma série de assaltos a repúblicas estudantis das redondezas era noticiada pelos jornais locais. Pouco depois, a quadrilha foi identificada, e qual não foi o choque quando descobrimos que um vizinho nosso, branco e de classe média, estava envolvido. Na mesma época, acordamos certa manhã de sonos intranquilos com a Polícia Federal à porta do prédio. Os agentes estavam em busca de um morador, querido por todos, que integrava um suposto esquema ilegal de fabricação e comércio de couro. A realidade desmentia a tese daquela senhora que se gabava de ter livros por todo canto de casa, embora não tivesse olhos para entender o mundo para além da própria janela. “A insegurança é sempre o outro”, concluía comigo mesmo, sem jamais dizer nada.

    À medida que me adaptava à vida em São Paulo, e aos círculos menos inóspitos da vida universitária, me acostumei a falar em guetos. Neles, enquanto tentávamos entender a lógica da discriminação em um país ainda marcadamente desigual, dividíamos nossas angústias como numa roda de reabilitados. Falávamos da tia racista que achava um absurdo o namoro do artista mulato com a atriz branca. “Preconceito contra eles mesmos”, repetia a parente, para a concordância bovina de todos à mesa.

    A sequência era conhecida. “Bons eram os tempos dos militares; tomávamos cascudos, mas andávamos na linha”. “O Brasil é um país de belezas naturais e um povo criado na malandragem.” “Político é tudo igual.” “Virou gay porque faltou chinelada.” “Virou lésbica porque não encontrou o cara certo.” “Ninguém mandou usar saia.” E etc, etc. Nos círculos sociais, lidamos o tempo todo com autodidatas especializados em política e sociedade.

    Toda vez que essas conversas reaparecem, é como se eu tivesse a chance de rebater aquela vizinha, já sem as amarras da imaturidade. Dias atrás ela reapareceu em uma conversa num Café decorado e com ar‐condicionado. Vestia terno e tinha certeza que o calor tropical inibia a vocação do brasileiro ao trabalho. Exatamente à sua frente, separado apenas por um vidro blindado, um pedreiro se derretia para erguer um muro de tijolo sob o sol a pino. Pensei em apresentar um para o outro, mas, como sempre, calei.

     “Deixem falar. São só ignorantes”, dizem os amigos, enquanto guardam os cartuchos para os grandes debates com professores, autoridades públicas, grandes corporações etc.

    A verdade é que nessas manifestações gratuitas de ingenuidade/ignorância não está o exercício saudável do debate. Está a fórmula autoritária de falar e ser ouvido e, se rebatido, correr para a linha segura do tatame com uma velha muleta: “É só a minha opinião, você precisa respeitar”. Confundimos, então, silêncio com respeito, e determinamos arbitrariamente quem merece e quem não merece ser contrariado. Aquela lição canhestra herdada da ditadura, a de que política não se discute, ainda faz estragos: dizer o que se pensa se transformou em uma espécie de pregação a convertidos. Por aqui, debate, conflito e contraponto não sensibilizam consensos, mas melindres. Por isso, e para evitá‐los, calamos.

    Tempos atrás, quando todos pareciam satisfeitos em seus quadrados, essas pontas de fagulha pareciam inofensivas. Agora os tempos mudaram. Em parte devido à conjuntura mundial, em parte devido a apostas equivocadas dos governos locais, em parte devido à insensibilidade para perceber que os modelos se esgotaram, o cobertor se encurtou, as saídas se estreitaram, a crise se avizinhou, o pirão acabou e a primeira reação nesses guetos é garantir primeiro a sua farinha.

(Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/voce‐ja‐rebateu‐um‐absurdo‐hoje‐3639.html Acesso em: 09.03.2015. Adaptado.)

Das alternativas a seguir, assinale a que apresenta a INCORRETA indicação do significado do prefixo destacado nos parênteses.

Alternativas
Comentários
  • dis = separar
  • Letra D) pessoal tmj Deus abençoe !!!!!

  • Feliz em ter acertado esta questão.

  • gabarito letra D

    Dis- Também pode ser de origem latina, e então tem igualmente o sentido de separação, afastamento e ainda direcção para diversas partes. (gabarito)

    etimologia da palavra ➡ Aparece no latim como discriminatio, que equivale a separação (em latim separatio) ou distinção (em latim distinctio), por sua vez o verbo discriminar é observado no latim discriminare, marcando desde a desconstrução os fortes componentes dis- e crimin- associado a crime, fazendo referencia a qualquer ação em que há separação de alguns elementos em relação a outros.

    Dis-, com origens gregas, indica dois e dificuldade; no sentido de dois tem a forma afim di-.

    bons estudos

  • GABARITO: D

    Prefixo DIS pode ter significado diverso do acordo com a origem: latim e grego.

    Do Grego pode significar: "separação (GABARITO DA QUESTÃO); negação, oposição; intensidade; ordem, arranjo; defeito, dificuldade; falta; dois".

    Ex: dissidência; difícil, discordar; dissimular; distribuir; dislexia, disenteria; dissimetria; dispermo.

  • Acrescentando:

    Discriminar - distinguir”, “discernir

    Descriminar - “absolver de um crime”, “inocenta".

  • I= Negação

    Irracional, ilegal.

  • Projeto PC CE
  • A questão quer saber qual assertiva faz uma explicação incorreta dos prefixos em destaque. Vejamos:

    Prefixo é uma pequena estrutura que se junta a uma palavra dando-lhe outro sentido, essa junção irá ocorrer sempre anteriormente à palavra. Dito isso, iremos à análise. Analisemos:

    a) Correta.

    Desmentia⇾ o prefixo destacado atribui valor de algo em contrariedade. A palavra primitiva que é "mentir" significa não falar a verdade, por outro lado, desmentir significa o ato de desfazer ou por em contradição uma mentira.

    b) Correta.

    Preconceito⇾ o prefixo em destaque atribui valor de algo feito fora de tempo, isto é, antecipadamente. A palavra conceito significa ter noção de algo, por outro lado, preconceito significa ter noção antecipadamente de algo.

    c) Correta.

    IIegal⇾ o prefixo em destaque atribui sentido de negação a uma palavra. A palavra legal significa algo dentro da legalidade, por outro lado, ilegal é algo que não está na legalidade.

    d) Incorreta.

    Discriminação⇾ o prefixo em destaque atribui valor diverso. A palavra criminação significa o ato de acusar, por outro lado, a palavra discriminação significa o ato de fazer juízos de valores de determinada pessoa sem conhecê-la. Entretanto, não há valor de dificuldade.

    Gabarito do monitor: D

  • kkkk não prestei atenção que banca queria a INCORRETA

  • Errei por não prestar atenção. A questão queria a errada kkkkkkk


ID
4891057
Banca
IDECAN
Órgão
CRN - 8ª Região (PR)
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Você já rebateu um absurdo hoje?


Os tempos de crise são um terreno fértil para os discursos de ódio e apelos autoritários.

Confrontá‐los no dia a dia é uma forma de evitar que se tornem, um dia, projetos reais.


    Tenho a péssima mania de responder absurdos com silêncio. Quanto maior o absurdo, menor a vontade de falar. Percebi a gravidade dessa relação porque tenho andado muito quieto ultimamente. A vida em rede me acostumou mal: habituado a conversar com quem já tem uma predisposição em ouvir, aprendi a despejar na internet, não sem certa arrogância, tudo o que tinha vontade de dizer e não disse quando o taxista falou que a cidade só teria jeito quando pegassem o bairro pobre, jogassem gasolina e botassem fogo. Ou quando a socialite levantou a taça de espumante e, com um olho na piscina e outro na bolsa Louis Vuitton, se disse assustada com a calamidade em que vivemos no Brasil.

    Tudo começou, acho, na adolescência, quando a vizinha gente‐boa levou uma tarde a me desejar boa sorte na minha viagem a São Paulo, onde dali em diante eu passaria a morar e estudar. Atenciosamente, ela me deu um roteiro de passeios, dicas, culturas e cuidados na metrópole. Ao fim da conversa, soltou um “só tome cuidado porque é uma cidade infestada por imigrantes, e eles estão acabando com tudo”. Ainda hoje me questiono por que não a rebati, ali, na lata. Foi porque só tinha 19 anos? Por não querer ser indelicado? Para não azedar a boa vizinhança? Mas de que vale ter vizinhos assim, que só te respeitam porque te veem como um igual?

    Na conversa, ela me pedia para reparar como os imigrantes de vários sotaques se espalhavam em nossa cidade do interior trazendo sujeira e insegurança. “Em São Paulo é ainda pior”, reforçava. Lembrei que, naquela época, uma série de assaltos a repúblicas estudantis das redondezas era noticiada pelos jornais locais. Pouco depois, a quadrilha foi identificada, e qual não foi o choque quando descobrimos que um vizinho nosso, branco e de classe média, estava envolvido. Na mesma época, acordamos certa manhã de sonos intranquilos com a Polícia Federal à porta do prédio. Os agentes estavam em busca de um morador, querido por todos, que integrava um suposto esquema ilegal de fabricação e comércio de couro. A realidade desmentia a tese daquela senhora que se gabava de ter livros por todo canto de casa, embora não tivesse olhos para entender o mundo para além da própria janela. “A insegurança é sempre o outro”, concluía comigo mesmo, sem jamais dizer nada.

    À medida que me adaptava à vida em São Paulo, e aos círculos menos inóspitos da vida universitária, me acostumei a falar em guetos. Neles, enquanto tentávamos entender a lógica da discriminação em um país ainda marcadamente desigual, dividíamos nossas angústias como numa roda de reabilitados. Falávamos da tia racista que achava um absurdo o namoro do artista mulato com a atriz branca. “Preconceito contra eles mesmos”, repetia a parente, para a concordância bovina de todos à mesa.

    A sequência era conhecida. “Bons eram os tempos dos militares; tomávamos cascudos, mas andávamos na linha”. “O Brasil é um país de belezas naturais e um povo criado na malandragem.” “Político é tudo igual.” “Virou gay porque faltou chinelada.” “Virou lésbica porque não encontrou o cara certo.” “Ninguém mandou usar saia.” E etc, etc. Nos círculos sociais, lidamos o tempo todo com autodidatas especializados em política e sociedade.

    Toda vez que essas conversas reaparecem, é como se eu tivesse a chance de rebater aquela vizinha, já sem as amarras da imaturidade. Dias atrás ela reapareceu em uma conversa num Café decorado e com ar‐condicionado. Vestia terno e tinha certeza que o calor tropical inibia a vocação do brasileiro ao trabalho. Exatamente à sua frente, separado apenas por um vidro blindado, um pedreiro se derretia para erguer um muro de tijolo sob o sol a pino. Pensei em apresentar um para o outro, mas, como sempre, calei.

     “Deixem falar. São só ignorantes”, dizem os amigos, enquanto guardam os cartuchos para os grandes debates com professores, autoridades públicas, grandes corporações etc.

    A verdade é que nessas manifestações gratuitas de ingenuidade/ignorância não está o exercício saudável do debate. Está a fórmula autoritária de falar e ser ouvido e, se rebatido, correr para a linha segura do tatame com uma velha muleta: “É só a minha opinião, você precisa respeitar”. Confundimos, então, silêncio com respeito, e determinamos arbitrariamente quem merece e quem não merece ser contrariado. Aquela lição canhestra herdada da ditadura, a de que política não se discute, ainda faz estragos: dizer o que se pensa se transformou em uma espécie de pregação a convertidos. Por aqui, debate, conflito e contraponto não sensibilizam consensos, mas melindres. Por isso, e para evitá‐los, calamos.

    Tempos atrás, quando todos pareciam satisfeitos em seus quadrados, essas pontas de fagulha pareciam inofensivas. Agora os tempos mudaram. Em parte devido à conjuntura mundial, em parte devido a apostas equivocadas dos governos locais, em parte devido à insensibilidade para perceber que os modelos se esgotaram, o cobertor se encurtou, as saídas se estreitaram, a crise se avizinhou, o pirão acabou e a primeira reação nesses guetos é garantir primeiro a sua farinha.

(Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/voce‐ja‐rebateu‐um‐absurdo‐hoje‐3639.html Acesso em: 09.03.2015. Adaptado.)

Da passagem “Tenho a péssima mania de responder absurdos com silêncio. Quanto maior o absurdo, menor a vontade de falar. Percebi a gravidade dessa relação porque tenho andado muito quieto ultimamente.” (1º§), é possível inferir que o autor

Alternativas
Comentários
  • “Tenho a péssima mania de responder absurdos com silêncio´´

    Logo, se o autor tem andado quieto se infere que ele tem ouvido muita asneira (impropérios) ultimamente

  • GAB. (A)

  • GAB A

    tem ouvido muitos impropérios nos últimos tempos.

    impropérios : Ação repreensível, ato infame ou repreensão ofensiva.

  • " porque tenho andado muito quieto ultimamente.”

    A- tem ouvido muitos impropérios nos últimos tempos.

    IMPROPÉRIOS : Ação repreensível, repreensão ofensiva.

    " NUNCA DESISTA DOS SEUS SONHOS."

  • levei pro pessoal kkkk respondi c

  • Jesus sabe de todas as coisas. Ele sabe o momento certo de lhe da o que o seu coração deseja.


ID
4891060
Banca
IDECAN
Órgão
CRN - 8ª Região (PR)
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Você já rebateu um absurdo hoje?


Os tempos de crise são um terreno fértil para os discursos de ódio e apelos autoritários.

Confrontá‐los no dia a dia é uma forma de evitar que se tornem, um dia, projetos reais.


    Tenho a péssima mania de responder absurdos com silêncio. Quanto maior o absurdo, menor a vontade de falar. Percebi a gravidade dessa relação porque tenho andado muito quieto ultimamente. A vida em rede me acostumou mal: habituado a conversar com quem já tem uma predisposição em ouvir, aprendi a despejar na internet, não sem certa arrogância, tudo o que tinha vontade de dizer e não disse quando o taxista falou que a cidade só teria jeito quando pegassem o bairro pobre, jogassem gasolina e botassem fogo. Ou quando a socialite levantou a taça de espumante e, com um olho na piscina e outro na bolsa Louis Vuitton, se disse assustada com a calamidade em que vivemos no Brasil.

    Tudo começou, acho, na adolescência, quando a vizinha gente‐boa levou uma tarde a me desejar boa sorte na minha viagem a São Paulo, onde dali em diante eu passaria a morar e estudar. Atenciosamente, ela me deu um roteiro de passeios, dicas, culturas e cuidados na metrópole. Ao fim da conversa, soltou um “só tome cuidado porque é uma cidade infestada por imigrantes, e eles estão acabando com tudo”. Ainda hoje me questiono por que não a rebati, ali, na lata. Foi porque só tinha 19 anos? Por não querer ser indelicado? Para não azedar a boa vizinhança? Mas de que vale ter vizinhos assim, que só te respeitam porque te veem como um igual?

    Na conversa, ela me pedia para reparar como os imigrantes de vários sotaques se espalhavam em nossa cidade do interior trazendo sujeira e insegurança. “Em São Paulo é ainda pior”, reforçava. Lembrei que, naquela época, uma série de assaltos a repúblicas estudantis das redondezas era noticiada pelos jornais locais. Pouco depois, a quadrilha foi identificada, e qual não foi o choque quando descobrimos que um vizinho nosso, branco e de classe média, estava envolvido. Na mesma época, acordamos certa manhã de sonos intranquilos com a Polícia Federal à porta do prédio. Os agentes estavam em busca de um morador, querido por todos, que integrava um suposto esquema ilegal de fabricação e comércio de couro. A realidade desmentia a tese daquela senhora que se gabava de ter livros por todo canto de casa, embora não tivesse olhos para entender o mundo para além da própria janela. “A insegurança é sempre o outro”, concluía comigo mesmo, sem jamais dizer nada.

    À medida que me adaptava à vida em São Paulo, e aos círculos menos inóspitos da vida universitária, me acostumei a falar em guetos. Neles, enquanto tentávamos entender a lógica da discriminação em um país ainda marcadamente desigual, dividíamos nossas angústias como numa roda de reabilitados. Falávamos da tia racista que achava um absurdo o namoro do artista mulato com a atriz branca. “Preconceito contra eles mesmos”, repetia a parente, para a concordância bovina de todos à mesa.

    A sequência era conhecida. “Bons eram os tempos dos militares; tomávamos cascudos, mas andávamos na linha”. “O Brasil é um país de belezas naturais e um povo criado na malandragem.” “Político é tudo igual.” “Virou gay porque faltou chinelada.” “Virou lésbica porque não encontrou o cara certo.” “Ninguém mandou usar saia.” E etc, etc. Nos círculos sociais, lidamos o tempo todo com autodidatas especializados em política e sociedade.

    Toda vez que essas conversas reaparecem, é como se eu tivesse a chance de rebater aquela vizinha, já sem as amarras da imaturidade. Dias atrás ela reapareceu em uma conversa num Café decorado e com ar‐condicionado. Vestia terno e tinha certeza que o calor tropical inibia a vocação do brasileiro ao trabalho. Exatamente à sua frente, separado apenas por um vidro blindado, um pedreiro se derretia para erguer um muro de tijolo sob o sol a pino. Pensei em apresentar um para o outro, mas, como sempre, calei.

     “Deixem falar. São só ignorantes”, dizem os amigos, enquanto guardam os cartuchos para os grandes debates com professores, autoridades públicas, grandes corporações etc.

    A verdade é que nessas manifestações gratuitas de ingenuidade/ignorância não está o exercício saudável do debate. Está a fórmula autoritária de falar e ser ouvido e, se rebatido, correr para a linha segura do tatame com uma velha muleta: “É só a minha opinião, você precisa respeitar”. Confundimos, então, silêncio com respeito, e determinamos arbitrariamente quem merece e quem não merece ser contrariado. Aquela lição canhestra herdada da ditadura, a de que política não se discute, ainda faz estragos: dizer o que se pensa se transformou em uma espécie de pregação a convertidos. Por aqui, debate, conflito e contraponto não sensibilizam consensos, mas melindres. Por isso, e para evitá‐los, calamos.

    Tempos atrás, quando todos pareciam satisfeitos em seus quadrados, essas pontas de fagulha pareciam inofensivas. Agora os tempos mudaram. Em parte devido à conjuntura mundial, em parte devido a apostas equivocadas dos governos locais, em parte devido à insensibilidade para perceber que os modelos se esgotaram, o cobertor se encurtou, as saídas se estreitaram, a crise se avizinhou, o pirão acabou e a primeira reação nesses guetos é garantir primeiro a sua farinha.

(Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/voce‐ja‐rebateu‐um‐absurdo‐hoje‐3639.html Acesso em: 09.03.2015. Adaptado.)

A ironia é um recurso discursivo que consiste em dizer o contrário do que se pensa. Baseado nessa afirmativa, assinale a alternativa que revela um comentário irônico por parte do autor do texto.

Alternativas
Comentários
  • Gab: A

    “Nos círculos sociais, lidamos o tempo todo com autodidatas especializados em política e sociedade.

    >> Pelo contexto é possível perceber que o autor está sendo irônico ao atribuir uma capacidade de autoinstrução a indivíduos que na verdade só estão reproduzindo sensos comuns que perpetuam ideias equivocadas e preconceituosas, mas com um ar de sabedoria.

  • GABARITO - A

    A ironia (ou antífrase) é uma figura de linguagem utilizada para dizer-se algo por meio de expressões que remetem propositalmente ao oposto do que se quis dizer.

    lidamos o tempo todo com autodidatas especializados em política e sociedade.

    ______________________________

    Vale dizer que a ironia , na maioria dos casos, vem assinalada com aspas:

    Usamos aspas Para realçar uma palavra ou expressão imprópria; às vezes com objetivo irônico ou malicioso.

    – Veja como ele é “educado”: cuspiu no chão!

    – Se ela fosse “minha”.

    Bons estudos!

  • Ironia

    É sugerir, pela entoação e contexto, o contrário do que palavras ou frases expressam, geralmente apresentando intenção sarcástica. A ironia deve ser muito bem construída para que cumpra a sua finalidade; mal construída, pode passar uma ideia exatamente oposta à desejada pelo emissor

    • Como você foi bem na prova! Não tirou nem a nota mínima
    • Parece um anjinho aquele menino, briga com todos que estão por perto.
    • O governador foi sutil como um elefante.
  • PM-CE 2021 !!


ID
4891063
Banca
IDECAN
Órgão
CRN - 8ª Região (PR)
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Você já rebateu um absurdo hoje?


Os tempos de crise são um terreno fértil para os discursos de ódio e apelos autoritários.

Confrontá‐los no dia a dia é uma forma de evitar que se tornem, um dia, projetos reais.


    Tenho a péssima mania de responder absurdos com silêncio. Quanto maior o absurdo, menor a vontade de falar. Percebi a gravidade dessa relação porque tenho andado muito quieto ultimamente. A vida em rede me acostumou mal: habituado a conversar com quem já tem uma predisposição em ouvir, aprendi a despejar na internet, não sem certa arrogância, tudo o que tinha vontade de dizer e não disse quando o taxista falou que a cidade só teria jeito quando pegassem o bairro pobre, jogassem gasolina e botassem fogo. Ou quando a socialite levantou a taça de espumante e, com um olho na piscina e outro na bolsa Louis Vuitton, se disse assustada com a calamidade em que vivemos no Brasil.

    Tudo começou, acho, na adolescência, quando a vizinha gente‐boa levou uma tarde a me desejar boa sorte na minha viagem a São Paulo, onde dali em diante eu passaria a morar e estudar. Atenciosamente, ela me deu um roteiro de passeios, dicas, culturas e cuidados na metrópole. Ao fim da conversa, soltou um “só tome cuidado porque é uma cidade infestada por imigrantes, e eles estão acabando com tudo”. Ainda hoje me questiono por que não a rebati, ali, na lata. Foi porque só tinha 19 anos? Por não querer ser indelicado? Para não azedar a boa vizinhança? Mas de que vale ter vizinhos assim, que só te respeitam porque te veem como um igual?

    Na conversa, ela me pedia para reparar como os imigrantes de vários sotaques se espalhavam em nossa cidade do interior trazendo sujeira e insegurança. “Em São Paulo é ainda pior”, reforçava. Lembrei que, naquela época, uma série de assaltos a repúblicas estudantis das redondezas era noticiada pelos jornais locais. Pouco depois, a quadrilha foi identificada, e qual não foi o choque quando descobrimos que um vizinho nosso, branco e de classe média, estava envolvido. Na mesma época, acordamos certa manhã de sonos intranquilos com a Polícia Federal à porta do prédio. Os agentes estavam em busca de um morador, querido por todos, que integrava um suposto esquema ilegal de fabricação e comércio de couro. A realidade desmentia a tese daquela senhora que se gabava de ter livros por todo canto de casa, embora não tivesse olhos para entender o mundo para além da própria janela. “A insegurança é sempre o outro”, concluía comigo mesmo, sem jamais dizer nada.

    À medida que me adaptava à vida em São Paulo, e aos círculos menos inóspitos da vida universitária, me acostumei a falar em guetos. Neles, enquanto tentávamos entender a lógica da discriminação em um país ainda marcadamente desigual, dividíamos nossas angústias como numa roda de reabilitados. Falávamos da tia racista que achava um absurdo o namoro do artista mulato com a atriz branca. “Preconceito contra eles mesmos”, repetia a parente, para a concordância bovina de todos à mesa.

    A sequência era conhecida. “Bons eram os tempos dos militares; tomávamos cascudos, mas andávamos na linha”. “O Brasil é um país de belezas naturais e um povo criado na malandragem.” “Político é tudo igual.” “Virou gay porque faltou chinelada.” “Virou lésbica porque não encontrou o cara certo.” “Ninguém mandou usar saia.” E etc, etc. Nos círculos sociais, lidamos o tempo todo com autodidatas especializados em política e sociedade.

    Toda vez que essas conversas reaparecem, é como se eu tivesse a chance de rebater aquela vizinha, já sem as amarras da imaturidade. Dias atrás ela reapareceu em uma conversa num Café decorado e com ar‐condicionado. Vestia terno e tinha certeza que o calor tropical inibia a vocação do brasileiro ao trabalho. Exatamente à sua frente, separado apenas por um vidro blindado, um pedreiro se derretia para erguer um muro de tijolo sob o sol a pino. Pensei em apresentar um para o outro, mas, como sempre, calei.

     “Deixem falar. São só ignorantes”, dizem os amigos, enquanto guardam os cartuchos para os grandes debates com professores, autoridades públicas, grandes corporações etc.

    A verdade é que nessas manifestações gratuitas de ingenuidade/ignorância não está o exercício saudável do debate. Está a fórmula autoritária de falar e ser ouvido e, se rebatido, correr para a linha segura do tatame com uma velha muleta: “É só a minha opinião, você precisa respeitar”. Confundimos, então, silêncio com respeito, e determinamos arbitrariamente quem merece e quem não merece ser contrariado. Aquela lição canhestra herdada da ditadura, a de que política não se discute, ainda faz estragos: dizer o que se pensa se transformou em uma espécie de pregação a convertidos. Por aqui, debate, conflito e contraponto não sensibilizam consensos, mas melindres. Por isso, e para evitá‐los, calamos.

    Tempos atrás, quando todos pareciam satisfeitos em seus quadrados, essas pontas de fagulha pareciam inofensivas. Agora os tempos mudaram. Em parte devido à conjuntura mundial, em parte devido a apostas equivocadas dos governos locais, em parte devido à insensibilidade para perceber que os modelos se esgotaram, o cobertor se encurtou, as saídas se estreitaram, a crise se avizinhou, o pirão acabou e a primeira reação nesses guetos é garantir primeiro a sua farinha.

(Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/voce‐ja‐rebateu‐um‐absurdo‐hoje‐3639.html Acesso em: 09.03.2015. Adaptado.)

Assinale a alternativa em que o termo destacado NÃO foi utilizado com um sentido diferente do usual, ou seja, foi utilizado com o sentido comum do dicionário.

Alternativas
Comentários
  • GAB C

    “Foi porque só tinha 19 anos? Por não querer ser indelicado? Para não azedar a boa vizinhança?” (2º§) Uso conotativo

    “... enquanto guardam os cartuchos para os grandes debates com professores, autoridades públicas, grandes corporações etc.” (7º§) Uso conotativo

    “Vestia terno e tinha certeza que o calor tropical inibia a vocação do brasileiro ao trabalho.” (6º§) Uso denotativo

    “Os tempos de crise são um terreno fértil para os discursos de ódio e apelos autoritários.” (subtítulo do texto) Uso conotativo

    A grande "pegadinha" da questão é no seu enunciado, que induz o concurseiro ao erro , ja que ela pede "NÃO foi utilizado com um sentido diferente do usual" como o "NÃO" está em maiusculo , faz com que procuremos o uso conotativo, quando na verdade a questao quer o uso denotativo

  • DENOTATIVO ---- DICIONÁRIO

  • Denotação: 

    Uma palavra é usada no sentido denotativo quando apresenta seu significado original independentemente do contexto em que aparece.

     Conotação: 

    Uma palavra é usada no sentido conotativo quando apresenta diferentes significados, sujeitos a diferentes interpretações, dependendo do contexto em que esteja inserida, referindo-se a sentidos, associações e ideias que vão além do sentido original da palavra, ampliando sua significação mediante a circunstância em que a mesma é utilizada, assumindo um sentido figurado e simbólico.

    * Dica: Procure associar Denotação com Dicionário: trata-se de definição literal, quando o termo é utilizado com o sentido que consta no dicionário.

  • Denotativo >>>> sentido do Dicionário

    Conotativo >>>> ''Conto de fadas'', sentido figurado

    Gab letra C

  • DENOTATIVO = D de Deus -> Só Verdades

    CONOTATIVO = C de Capeta -> Só mentiras

  • A banca se enrola toda pra dizer sentido 'literal' da palavra.

  • Projeto PC CE
  • A questão é sobre e quer que marquemos a alternativa em que o termo destacado NÃO foi utilizado com um sentido diferente do usual, ou seja, foi utilizado com o sentido comum do dicionário. Vejamos: 

     .

    Linguagem figurada ou conotação: sentido simbólico das palavras, não literal.

    Linguagem literal ou denotação: sentido literal, básico, usual, real.

    Denotativa = De verdade

    Conotativa = Conto de fadas

     .

    A) “Foi porque só tinha 19 anos? Por não querer ser indelicado? Para não azedar a boa vizinhança?” (2º§)

    Errado. Aqui a palavra "azedar" está sendo usada no sentido figurado, conotativo. "Azedar" significa "tornar azedo; acidificar; estragar", mas aqui está sendo usada no sentido de "contrariar, aborrecer, irritar".

     .

    B) “... enquanto guardam os cartuchos para os grandes debates com professores, autoridades públicas, grandes corporações etc.” (7º§)

    Errado. Aqui a palavra "cartuchos" está sendo usada no sentido figurado, conotativo. Um dos significados de "cartucho" é "recipiente descartável que contém tinta de impressora", mas aqui está sendo usada no sentido de "ideias".

     .

    C) “Vestia terno e tinha certeza que o calor tropical inibia a vocação do brasileiro ao trabalho.” (6º§)

    Certo. Aqui a palavra "vocação" está sendo usada no sentido literal, denotativo. "Vocação" aqui está no sentido de "chamado".

     .

    D) “Os tempos de crise são um terreno fértil para os discursos de ódio e apelos autoritários.” (subtítulo do texto)

    Errado. Aqui a palavra "terreno fértil" está sendo usada no sentido figurado, conotativo. "Terreno fértil" significa "terreno fecundo, produtivo", mas aqui está sendo usado no sentido de "propícios".

     .

    Gabarito: Letra C

  • Apenas tem que saber a diferença entre denotação e conotação.


ID
4891066
Banca
IDECAN
Órgão
CRN - 8ª Região (PR)
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Você já rebateu um absurdo hoje?


Os tempos de crise são um terreno fértil para os discursos de ódio e apelos autoritários.

Confrontá‐los no dia a dia é uma forma de evitar que se tornem, um dia, projetos reais.


    Tenho a péssima mania de responder absurdos com silêncio. Quanto maior o absurdo, menor a vontade de falar. Percebi a gravidade dessa relação porque tenho andado muito quieto ultimamente. A vida em rede me acostumou mal: habituado a conversar com quem já tem uma predisposição em ouvir, aprendi a despejar na internet, não sem certa arrogância, tudo o que tinha vontade de dizer e não disse quando o taxista falou que a cidade só teria jeito quando pegassem o bairro pobre, jogassem gasolina e botassem fogo. Ou quando a socialite levantou a taça de espumante e, com um olho na piscina e outro na bolsa Louis Vuitton, se disse assustada com a calamidade em que vivemos no Brasil.

    Tudo começou, acho, na adolescência, quando a vizinha gente‐boa levou uma tarde a me desejar boa sorte na minha viagem a São Paulo, onde dali em diante eu passaria a morar e estudar. Atenciosamente, ela me deu um roteiro de passeios, dicas, culturas e cuidados na metrópole. Ao fim da conversa, soltou um “só tome cuidado porque é uma cidade infestada por imigrantes, e eles estão acabando com tudo”. Ainda hoje me questiono por que não a rebati, ali, na lata. Foi porque só tinha 19 anos? Por não querer ser indelicado? Para não azedar a boa vizinhança? Mas de que vale ter vizinhos assim, que só te respeitam porque te veem como um igual?

    Na conversa, ela me pedia para reparar como os imigrantes de vários sotaques se espalhavam em nossa cidade do interior trazendo sujeira e insegurança. “Em São Paulo é ainda pior”, reforçava. Lembrei que, naquela época, uma série de assaltos a repúblicas estudantis das redondezas era noticiada pelos jornais locais. Pouco depois, a quadrilha foi identificada, e qual não foi o choque quando descobrimos que um vizinho nosso, branco e de classe média, estava envolvido. Na mesma época, acordamos certa manhã de sonos intranquilos com a Polícia Federal à porta do prédio. Os agentes estavam em busca de um morador, querido por todos, que integrava um suposto esquema ilegal de fabricação e comércio de couro. A realidade desmentia a tese daquela senhora que se gabava de ter livros por todo canto de casa, embora não tivesse olhos para entender o mundo para além da própria janela. “A insegurança é sempre o outro”, concluía comigo mesmo, sem jamais dizer nada.

    À medida que me adaptava à vida em São Paulo, e aos círculos menos inóspitos da vida universitária, me acostumei a falar em guetos. Neles, enquanto tentávamos entender a lógica da discriminação em um país ainda marcadamente desigual, dividíamos nossas angústias como numa roda de reabilitados. Falávamos da tia racista que achava um absurdo o namoro do artista mulato com a atriz branca. “Preconceito contra eles mesmos”, repetia a parente, para a concordância bovina de todos à mesa.

    A sequência era conhecida. “Bons eram os tempos dos militares; tomávamos cascudos, mas andávamos na linha”. “O Brasil é um país de belezas naturais e um povo criado na malandragem.” “Político é tudo igual.” “Virou gay porque faltou chinelada.” “Virou lésbica porque não encontrou o cara certo.” “Ninguém mandou usar saia.” E etc, etc. Nos círculos sociais, lidamos o tempo todo com autodidatas especializados em política e sociedade.

    Toda vez que essas conversas reaparecem, é como se eu tivesse a chance de rebater aquela vizinha, já sem as amarras da imaturidade. Dias atrás ela reapareceu em uma conversa num Café decorado e com ar‐condicionado. Vestia terno e tinha certeza que o calor tropical inibia a vocação do brasileiro ao trabalho. Exatamente à sua frente, separado apenas por um vidro blindado, um pedreiro se derretia para erguer um muro de tijolo sob o sol a pino. Pensei em apresentar um para o outro, mas, como sempre, calei.

     “Deixem falar. São só ignorantes”, dizem os amigos, enquanto guardam os cartuchos para os grandes debates com professores, autoridades públicas, grandes corporações etc.

    A verdade é que nessas manifestações gratuitas de ingenuidade/ignorância não está o exercício saudável do debate. Está a fórmula autoritária de falar e ser ouvido e, se rebatido, correr para a linha segura do tatame com uma velha muleta: “É só a minha opinião, você precisa respeitar”. Confundimos, então, silêncio com respeito, e determinamos arbitrariamente quem merece e quem não merece ser contrariado. Aquela lição canhestra herdada da ditadura, a de que política não se discute, ainda faz estragos: dizer o que se pensa se transformou em uma espécie de pregação a convertidos. Por aqui, debate, conflito e contraponto não sensibilizam consensos, mas melindres. Por isso, e para evitá‐los, calamos.

    Tempos atrás, quando todos pareciam satisfeitos em seus quadrados, essas pontas de fagulha pareciam inofensivas. Agora os tempos mudaram. Em parte devido à conjuntura mundial, em parte devido a apostas equivocadas dos governos locais, em parte devido à insensibilidade para perceber que os modelos se esgotaram, o cobertor se encurtou, as saídas se estreitaram, a crise se avizinhou, o pirão acabou e a primeira reação nesses guetos é garantir primeiro a sua farinha.

(Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/voce‐ja‐rebateu‐um‐absurdo‐hoje‐3639.html Acesso em: 09.03.2015. Adaptado.)

Releia os excertos a seguir:


I. “À medida que me adaptava à vida em São Paulo, e aos círculos menos inóspitos da vida universitária,...” (4º§)

II. “Por aqui, debate, conflito e contraponto não sensibilizam consensos, mas melindres.” (8º§)

III. “Aquela lição canhestra herdada da ditadura, a de que política não se discute, ainda faz estragos...” (8º§)


Os termos destacados significam, no contexto, respectivamente,

Alternativas
Comentários
  • Gab: D

    > Inóspito: rude; áspero; hostil;

    > Melindre: suscetibilidade; disposição para se ofender;

    > Canhestro: falta de habilidade, destreza; diz-se da pessoa inabilidosa.

  • GABARITO - D

    I. “À medida que me adaptava à vida em São Paulo, e aos círculos menos inóspitos da vida universitária,...” (4º§)

    Característica de local em que não há condições de habitabilidade ou onde não se consegue viver: terreno inóspito, clima inóspito.

    _____________________________________________

    II. “Por aqui, debate, conflito e contraponto não sensibilizam consensos, mas melindres.” (8º§)

    Tendência da pessoa que se magoa com facilidade, especialmente por coisas sem muita importância; suscetibilidade.

    ______________________________________________

    III. “Aquela lição canhestra herdada da ditadura, a de que política não se discute, ainda faz estragos...” (8º§)

    acanhada, desajeitada, desengonçada.

    ____________________________________________________

  • Inóspitorude; áspero; hostil;

    Melindre: suscetibilidade; disposição para se ofender;

    Canhestro: falta de habilidade, destreza

  • Meu irmão, eu não tinha base de nenhuma das palavras nem pra poder tentar relacionar as outras.

  • Lembrei de Melindroso(a): Pessoa que se ofende fácil e disposição para se ofender...

  • Inóspito 

    1. - Adjetivo - Característica de local em que não há condições de habitabilidade ou onde não se consegue viver: terreno inóspito, clima inóspito.
    2. - Característica de povo que não exerce a hospitalidade: povo inóspito.
    3. - Lugar em que os estrangeiros são mal acolhidos: terra inóspita.

    • Melindre 

    1. - Substantivo masculino - Delicadeza na maneira de tratar alguém.
    2. - Tendência da pessoa que se magoa com facilidade, especialmente por coisas sem muita importância; suscetibilidade.
    3. - Sentimento de constrangimento ou de vergonha; pudor, recato, escrúpulo.
    4. - [Botânica] Planta da família das asparagáceas, do gênero Asparagus, cultivada pelas raízes com propriedades terapêuticas; aspargo.
    5. - [Culinária] Tipo de bolo de mel.

    Canhestro

    1. - Adjetivo - [Popular] Feito às canhas.
    2. - Desajeitado.
    3. - [Figurado] Acanhado.
  • Dica rápida pra quem busca carreiras policiais e quer rapidez e qualidade nos estudos:

    1. Mapas Mentais: https://bityli.com/4LNiV
    2. LEI SECA para carreiras policiais: https://bityli.com/QNWkx
    3. Questões do QC

    Seja constante essa é a única formula do sucesso.

  • Projeto PC CE
  • A questão é sobre sinônimos e quer que identifiquemos os sinônimos dos termos destacados abaixo. Vejamos: 

     .

    A) adequados – elogios – legítima.

    Errado.

    Adequado: que está bem adaptado a algo; ajustado.

    Elogio: parecer favorável que se dá em favor de alguém; louvor.

    Legítimo: fundado no direito ou na razão. Que tem força de lei. Válido perante a lei.

     .

    B) produtivos – julgamentos – abrupta.

    Errado.

    Produtivo: relativo a produção. Que produz; frutífero, producente. De grande fertilidade; fecundo.

    Julgamento: ato ou efeito de julgar. Modo de pensar, de ver; conceito, juízo, opinião.

    Abrupto: Que apresenta grande inclinação; abruptado, íngreme.

     .

    C) interessantes – despautérios – eficaz.

    Errado.

    Interessante: que interessa; que atrai a atenção ou a curiosidade. Que se revela útil ou proveitoso.

    Despautério: opinião absurda; contrassenso, desconchavo, despropósito, disparate.

    Eficaz: que tem eficácia; que produz o efeito desejado; efetivo, eficiente, operativo. Que é capaz de persuadir; convincente, incontestável, persuasivo.

     .

    D) hostis – ressentimentos – equivocada.

    Certo. Inóspito: que não serve para ser habitado, que não acolhe ou protege; áspero, difícil, rude. Melindre: sentimento de recato, pudor e escrúpulo. Facilidade para se sentir ofendido; estado e disposição para se ressentir por pouco; desgosto, suscetibilidade. Canhestr o: desajeitado, desastrado.

    Hostil: que denota agressividade. Que não é favorável. Que demonstra má vontade.

    Ressentimento: ato ou efeito de ressentir(-se). Rancor seguido do desejo de vingança. Lembrança dolorosa de palavra ou ato ofensivo.

    Equivocado: que se equivocou, que tomou uma coisa por outra; enganado, errado.

     .

    Referência: MICHAELIS. Michaelis Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, versão online, acessado em 2 de julho de 2021.

     .

    Gabarito: Letra D

  • acertei só por causa da "EQUIVOCADA"!!! kkkk

  • bom se eu conseguisse uma eu acertava as outras kkkk acertei a questão

  • Agora tem que decorar o dicionário.

  • Acertei essa graças ao André Marinho kkkkk

  • Acertei só por causa da Biologia...rsss. Ambiente hostil (primórdios do planeta Terra)

  • O bem sempre vence, banca do capeta. Gab = D


ID
4891069
Banca
IDECAN
Órgão
CRN - 8ª Região (PR)
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Você já rebateu um absurdo hoje?


Os tempos de crise são um terreno fértil para os discursos de ódio e apelos autoritários.

Confrontá‐los no dia a dia é uma forma de evitar que se tornem, um dia, projetos reais.


    Tenho a péssima mania de responder absurdos com silêncio. Quanto maior o absurdo, menor a vontade de falar. Percebi a gravidade dessa relação porque tenho andado muito quieto ultimamente. A vida em rede me acostumou mal: habituado a conversar com quem já tem uma predisposição em ouvir, aprendi a despejar na internet, não sem certa arrogância, tudo o que tinha vontade de dizer e não disse quando o taxista falou que a cidade só teria jeito quando pegassem o bairro pobre, jogassem gasolina e botassem fogo. Ou quando a socialite levantou a taça de espumante e, com um olho na piscina e outro na bolsa Louis Vuitton, se disse assustada com a calamidade em que vivemos no Brasil.

    Tudo começou, acho, na adolescência, quando a vizinha gente‐boa levou uma tarde a me desejar boa sorte na minha viagem a São Paulo, onde dali em diante eu passaria a morar e estudar. Atenciosamente, ela me deu um roteiro de passeios, dicas, culturas e cuidados na metrópole. Ao fim da conversa, soltou um “só tome cuidado porque é uma cidade infestada por imigrantes, e eles estão acabando com tudo”. Ainda hoje me questiono por que não a rebati, ali, na lata. Foi porque só tinha 19 anos? Por não querer ser indelicado? Para não azedar a boa vizinhança? Mas de que vale ter vizinhos assim, que só te respeitam porque te veem como um igual?

    Na conversa, ela me pedia para reparar como os imigrantes de vários sotaques se espalhavam em nossa cidade do interior trazendo sujeira e insegurança. “Em São Paulo é ainda pior”, reforçava. Lembrei que, naquela época, uma série de assaltos a repúblicas estudantis das redondezas era noticiada pelos jornais locais. Pouco depois, a quadrilha foi identificada, e qual não foi o choque quando descobrimos que um vizinho nosso, branco e de classe média, estava envolvido. Na mesma época, acordamos certa manhã de sonos intranquilos com a Polícia Federal à porta do prédio. Os agentes estavam em busca de um morador, querido por todos, que integrava um suposto esquema ilegal de fabricação e comércio de couro. A realidade desmentia a tese daquela senhora que se gabava de ter livros por todo canto de casa, embora não tivesse olhos para entender o mundo para além da própria janela. “A insegurança é sempre o outro”, concluía comigo mesmo, sem jamais dizer nada.

    À medida que me adaptava à vida em São Paulo, e aos círculos menos inóspitos da vida universitária, me acostumei a falar em guetos. Neles, enquanto tentávamos entender a lógica da discriminação em um país ainda marcadamente desigual, dividíamos nossas angústias como numa roda de reabilitados. Falávamos da tia racista que achava um absurdo o namoro do artista mulato com a atriz branca. “Preconceito contra eles mesmos”, repetia a parente, para a concordância bovina de todos à mesa.

    A sequência era conhecida. “Bons eram os tempos dos militares; tomávamos cascudos, mas andávamos na linha”. “O Brasil é um país de belezas naturais e um povo criado na malandragem.” “Político é tudo igual.” “Virou gay porque faltou chinelada.” “Virou lésbica porque não encontrou o cara certo.” “Ninguém mandou usar saia.” E etc, etc. Nos círculos sociais, lidamos o tempo todo com autodidatas especializados em política e sociedade.

    Toda vez que essas conversas reaparecem, é como se eu tivesse a chance de rebater aquela vizinha, já sem as amarras da imaturidade. Dias atrás ela reapareceu em uma conversa num Café decorado e com ar‐condicionado. Vestia terno e tinha certeza que o calor tropical inibia a vocação do brasileiro ao trabalho. Exatamente à sua frente, separado apenas por um vidro blindado, um pedreiro se derretia para erguer um muro de tijolo sob o sol a pino. Pensei em apresentar um para o outro, mas, como sempre, calei.

     “Deixem falar. São só ignorantes”, dizem os amigos, enquanto guardam os cartuchos para os grandes debates com professores, autoridades públicas, grandes corporações etc.

    A verdade é que nessas manifestações gratuitas de ingenuidade/ignorância não está o exercício saudável do debate. Está a fórmula autoritária de falar e ser ouvido e, se rebatido, correr para a linha segura do tatame com uma velha muleta: “É só a minha opinião, você precisa respeitar”. Confundimos, então, silêncio com respeito, e determinamos arbitrariamente quem merece e quem não merece ser contrariado. Aquela lição canhestra herdada da ditadura, a de que política não se discute, ainda faz estragos: dizer o que se pensa se transformou em uma espécie de pregação a convertidos. Por aqui, debate, conflito e contraponto não sensibilizam consensos, mas melindres. Por isso, e para evitá‐los, calamos.

    Tempos atrás, quando todos pareciam satisfeitos em seus quadrados, essas pontas de fagulha pareciam inofensivas. Agora os tempos mudaram. Em parte devido à conjuntura mundial, em parte devido a apostas equivocadas dos governos locais, em parte devido à insensibilidade para perceber que os modelos se esgotaram, o cobertor se encurtou, as saídas se estreitaram, a crise se avizinhou, o pirão acabou e a primeira reação nesses guetos é garantir primeiro a sua farinha.

(Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/voce‐ja‐rebateu‐um‐absurdo‐hoje‐3639.html Acesso em: 09.03.2015. Adaptado.)

Assinale a alternativa em que o referente do pronome destacado nos trechos a seguir foi corretamente indicado entre parênteses.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO D

    A)

    Tudo começou, acho, na adolescência, quando a vizinha gente‐boa levou uma tarde a me desejar boa sorte na minha viagem a São Paulo (....)

    Não rebati a vizinha ...

    -------------------------------------------------------

    B) Guetos

    À medida que me adaptava à vida em São Paulo, e aos círculos menos inóspitos da vida universitária, me acostumei a falar em guetos. Neles, enquanto tentávamos entender a lógica da discriminação em um país ainda marcadamente desigual, dividíamos nossas angústias como numa roda de reabilitados.

    ---------------------------------------------------------

    C) Quanto maior o absurdo, menor a vontade de falar. Percebi a gravidade dessa relação...

    --------------------------------------------------------

    D) Os tempos de crise são um terreno fértil para os discursos de ódio e apelos autoritários. Confrontá‐los no dia a dia é uma forma de evitar que se tornem, um dia, projetos reais.

    Confrontar os discursos de ódio e apelos autoritários.

  • GABARITO: D

    SE PRECISO FOR, LEIA NOVAMENTE ESTE MEUS COMENTÁRIO PARA QUE VOCÊ CONSIGA VISUALIZAR OS TERMOS QUE OS REFERENCIADOS SE REFEREM.

    .

    A) §2°:  Tudo começou, acho, na adolescência, quando A VIZINHA GENTE-BOA levou uma tarde a me desejar boa sorte na minha viagem a São Paulo, onde dali em diante eu passaria a morar e estudar. Atenciosamente, ela me deu um roteiro de passeios, dicas, culturas e cuidados na metrópole. Ao fim da conversa, soltou um “só tome cuidado porque é uma cidade infestada por imigrantes, e eles estão acabando com tudo”. Ainda hoje me questiono por que não A rebati, ali, na lata. Foi porque só tinha 19 anos? Por não querer ser indelicado? Para não azedar a boa vizinhança? Mas de que vale ter vizinhos assim, que só te respeitam porque te veem como um igual?

    B) §4°:  À medida que me adaptava à vida em São Paulo, e aos círculos menos inóspitos da vida universitária, me acostumei a falar em GUETOS. NELES, enquanto tentávamos entender a lógica da discriminação em um país ainda marcadamente desigual, dividíamos nossas angústias como numa roda de reabilitados. Falávamos da tia racista que achava um absurdo o namoro do artista mulato com a atriz branca. “Preconceito contra eles mesmos”, repetia a parente, para a concordância bovina de todos à mesa.

    C) §1°:  Tenho a péssima mania de responder absurdos com silêncio. QUANTO MAIOR O ABSURDO, NENOR A VONTADE DE FALAR. Percebi a gravidade DESSA relação porque tenho andado muito quieto ultimamente. A vida em rede me acostumou mal: habituado a conversar com quem já tem uma predisposição em ouvir, aprendi a despejar na internet, não sem certa arrogância, tudo o que tinha vontade de dizer e não disse quando o taxista falou que a cidade só teria jeito quando pegassem o bairro pobre, jogassem gasolina e botassem fogo. Ou quando a socialite levantou a taça de espumante e, com um olho na piscina e outro na bolsa Louis Vuitton, se disse assustada com a calamidade em que vivemos no Brasil.

    D) SUBTÍTULO DO TEXTO: Os tempos de crise são um terreno fértil para OS DISCURSOS DE ÓDIO E APELOS AUTORITÁRIOS.

    Confrontá‐LOS no dia a dia é uma forma de evitar que se tornem, um dia, projetos reais.

  • Pronomes oblíquos átonos:

    São os chamados átonos os pronomes oblíquos que não são precedidos de preposição possui acentuação tônica fraca.

    • 1° me, nos 
    • 2° te, vos 
    • 3° se, o, a, lhe, se, os, as, lhes

    Eles podem exercer diversas funções sintáticas nas orações. São elas:

    • - O "lhe" é sempre objeto indireto 

    • - O "se" "me", "nos", "te", "vos" podem ser objeto direto e indireto. 

    • - O "o", "a", "os", "as" são sempre objeto direito.

    • - O me, te, lhe, nos, vos, lhes, podem ser adjunto adnominal ou complemento nominal

    * Atenção: Os pronomes o, os, a, as assumem formas especiais depois de certas terminações verbais.

    - Quando o verbo termina em "z", "s" ou "r", o pronome assume a forma lo, los la ou las, ao mesmo tempo que a terminação verbal é suprimida. Por exemplo: 

    • fiz + o = fi-lo

    • fazeis + o = fazei-lo 

    • dizer + a = dizê-la

    • Ainda hoje me questiono por que não a rebati, ali, na lata.” (A vizinha)

    • “Neles, enquanto tentávamos entender a lógica da discriminação...” (Guetos)

    • Percebi a gravidade dessa relação porque tenho andado muito quieto ultimamente.” (Quanto maior o absurdo, menor a vontade de falar)

    • “Confrontá‐los no dia a dia é uma forma de evitar que se tornem, um dia, projetos reais” (discursos de ódio e apelos autoritários)

    A pressa é inimiga da aprovação

  • Acrescentando:

    Substituem Objetos diretos :

    Lo (S) , La (S) - Verbos terminados em R, S, Z

    No (S) , Na (S) - Verbos terminados em som Nasal

    O (s) , A (s)

    Substituem Objetos indiretos:

    Lhe (S)

    -------------------------------------------------

    Bons estudos!

  • A questão é de morfologia e quer que marquemos a alternativa em que o referente do pronome destacado nos trechos a seguir foi corretamente indicado entre parênteses. Vejamos: 

     .

    A) “Ainda hoje me questiono por que não a rebati, ali, na lata.” (2º§) (a = conversa)

    Errado. "A" refere-se à "vizinha" ("me questiono por que não rebati a vizinha").

    Texto: "Tudo começou, acho, na adolescência, quando a vizinha gente‐boa levou uma tarde a me desejar boa sorte na minha viagem a São Paulo, onde dali em diante eu passaria a morar e estudar. Atenciosamente, ela me deu um roteiro de passeios, dicas, culturas e cuidados na metrópole. Ao fim da conversa, soltou um “só tome cuidado porque é uma cidade infestada por imigrantes, e eles estão acabando com tudo”. Ainda hoje me questiono por que não a rebati, ali, na lata."

     .

    B) Neles, enquanto tentávamos entender a lógica da discriminação...” (4º§) (neles = círculos menos inóspitos da vida universitária)

    Errado. "Neles" refere-se aos "guetos".

    Texto: "À medida que me adaptava à vida em São Paulo, e aos círculos menos inóspitos da vida universitária, me acostumei a falar em guetos. Neles, enquanto tentávamos entender a lógica da discriminação em um país ainda marcadamente desigual, dividíamos nossas angústias como numa roda de reabilitados."

     .

    C) “Percebi a gravidade dessa relação porque tenho andado muito quieto ultimamente.” (1º§) (dessa = responder absurdos com silêncio)

    Errado. "Dessa" refere-se à relação "quanto maior o absurdo, menor a vontade de falar".

    Texto: "Tenho a péssima mania de responder absurdos com silêncio. Quanto maior o absurdo, menor a vontade de falar. Percebi a gravidade dessa relação porque tenho andado muito quieto ultimamente".

     .

    D) “Confrontá‐los no dia a dia é uma forma de evitar que se tornem, um dia, projetos reais” (subtítulo do texto) (los = discursos de ódio e apelos autoritários)

    Certo. "Los" é um objeto direto e refere-se aos "discursos de ódio e apelos autoritários". (Confrontar o quê? R.: "os discursos de ódio e apelos autoritários").

    Texto: "Os tempos de crise são um terreno fértil para os discursos de ódio e apelos autoritários. Confrontá‐los no dia a dia é uma forma de evitar que se tornem, um dia, projetos reais.

     .

    Gabarito: Letra D 

  • a) Ainda hoje me questiono por que não a rebati, ali, na lata.” (2º§) (a = conversa)

    a vizinha

    b) “Neles, enquanto tentávamos entender a lógica da discriminação...” (4º§) (neles = círculos menos inóspitos da vida universitária)

    guetos

    c) “Percebi a gravidade dessa relação porque tenho andado muito quieto ultimamente.” (1º§) (dessa = responder absurdos com silêncio)

    Quanto maior o absurdo, menor a vontade de falar.

    d) “Confrontá‐los no dia a dia é uma forma de evitar que se tornem, um dia, projetos reais” (subtítulo do texto) (los = discursos de ódio e apelos autoritários)

    Correto.

    Os tempos de crise são um terreno fértil para os discursos de ódio e apelos autoritários.

     Confrontá‐los no dia a dia é uma forma de evitar que se tornem, um dia, projetos reais.

    Ou

    Confrontar os discursos de ódio e apelos autoritários no dia a dia é uma forma de evitar que se tornem, um dia, projetos reais.


ID
4891072
Banca
IDECAN
Órgão
CRN - 8ª Região (PR)
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Você já rebateu um absurdo hoje?


Os tempos de crise são um terreno fértil para os discursos de ódio e apelos autoritários.

Confrontá‐los no dia a dia é uma forma de evitar que se tornem, um dia, projetos reais.


    Tenho a péssima mania de responder absurdos com silêncio. Quanto maior o absurdo, menor a vontade de falar. Percebi a gravidade dessa relação porque tenho andado muito quieto ultimamente. A vida em rede me acostumou mal: habituado a conversar com quem já tem uma predisposição em ouvir, aprendi a despejar na internet, não sem certa arrogância, tudo o que tinha vontade de dizer e não disse quando o taxista falou que a cidade só teria jeito quando pegassem o bairro pobre, jogassem gasolina e botassem fogo. Ou quando a socialite levantou a taça de espumante e, com um olho na piscina e outro na bolsa Louis Vuitton, se disse assustada com a calamidade em que vivemos no Brasil.

    Tudo começou, acho, na adolescência, quando a vizinha gente‐boa levou uma tarde a me desejar boa sorte na minha viagem a São Paulo, onde dali em diante eu passaria a morar e estudar. Atenciosamente, ela me deu um roteiro de passeios, dicas, culturas e cuidados na metrópole. Ao fim da conversa, soltou um “só tome cuidado porque é uma cidade infestada por imigrantes, e eles estão acabando com tudo”. Ainda hoje me questiono por que não a rebati, ali, na lata. Foi porque só tinha 19 anos? Por não querer ser indelicado? Para não azedar a boa vizinhança? Mas de que vale ter vizinhos assim, que só te respeitam porque te veem como um igual?

    Na conversa, ela me pedia para reparar como os imigrantes de vários sotaques se espalhavam em nossa cidade do interior trazendo sujeira e insegurança. “Em São Paulo é ainda pior”, reforçava. Lembrei que, naquela época, uma série de assaltos a repúblicas estudantis das redondezas era noticiada pelos jornais locais. Pouco depois, a quadrilha foi identificada, e qual não foi o choque quando descobrimos que um vizinho nosso, branco e de classe média, estava envolvido. Na mesma época, acordamos certa manhã de sonos intranquilos com a Polícia Federal à porta do prédio. Os agentes estavam em busca de um morador, querido por todos, que integrava um suposto esquema ilegal de fabricação e comércio de couro. A realidade desmentia a tese daquela senhora que se gabava de ter livros por todo canto de casa, embora não tivesse olhos para entender o mundo para além da própria janela. “A insegurança é sempre o outro”, concluía comigo mesmo, sem jamais dizer nada.

    À medida que me adaptava à vida em São Paulo, e aos círculos menos inóspitos da vida universitária, me acostumei a falar em guetos. Neles, enquanto tentávamos entender a lógica da discriminação em um país ainda marcadamente desigual, dividíamos nossas angústias como numa roda de reabilitados. Falávamos da tia racista que achava um absurdo o namoro do artista mulato com a atriz branca. “Preconceito contra eles mesmos”, repetia a parente, para a concordância bovina de todos à mesa.

    A sequência era conhecida. “Bons eram os tempos dos militares; tomávamos cascudos, mas andávamos na linha”. “O Brasil é um país de belezas naturais e um povo criado na malandragem.” “Político é tudo igual.” “Virou gay porque faltou chinelada.” “Virou lésbica porque não encontrou o cara certo.” “Ninguém mandou usar saia.” E etc, etc. Nos círculos sociais, lidamos o tempo todo com autodidatas especializados em política e sociedade.

    Toda vez que essas conversas reaparecem, é como se eu tivesse a chance de rebater aquela vizinha, já sem as amarras da imaturidade. Dias atrás ela reapareceu em uma conversa num Café decorado e com ar‐condicionado. Vestia terno e tinha certeza que o calor tropical inibia a vocação do brasileiro ao trabalho. Exatamente à sua frente, separado apenas por um vidro blindado, um pedreiro se derretia para erguer um muro de tijolo sob o sol a pino. Pensei em apresentar um para o outro, mas, como sempre, calei.

     “Deixem falar. São só ignorantes”, dizem os amigos, enquanto guardam os cartuchos para os grandes debates com professores, autoridades públicas, grandes corporações etc.

    A verdade é que nessas manifestações gratuitas de ingenuidade/ignorância não está o exercício saudável do debate. Está a fórmula autoritária de falar e ser ouvido e, se rebatido, correr para a linha segura do tatame com uma velha muleta: “É só a minha opinião, você precisa respeitar”. Confundimos, então, silêncio com respeito, e determinamos arbitrariamente quem merece e quem não merece ser contrariado. Aquela lição canhestra herdada da ditadura, a de que política não se discute, ainda faz estragos: dizer o que se pensa se transformou em uma espécie de pregação a convertidos. Por aqui, debate, conflito e contraponto não sensibilizam consensos, mas melindres. Por isso, e para evitá‐los, calamos.

    Tempos atrás, quando todos pareciam satisfeitos em seus quadrados, essas pontas de fagulha pareciam inofensivas. Agora os tempos mudaram. Em parte devido à conjuntura mundial, em parte devido a apostas equivocadas dos governos locais, em parte devido à insensibilidade para perceber que os modelos se esgotaram, o cobertor se encurtou, as saídas se estreitaram, a crise se avizinhou, o pirão acabou e a primeira reação nesses guetos é garantir primeiro a sua farinha.

(Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/voce‐ja‐rebateu‐um‐absurdo‐hoje‐3639.html Acesso em: 09.03.2015. Adaptado.)

Analise o fragmento destacado a seguir:


A verdade é que nessas manifestações gratuitas de ingenuidade/ignorância não está o exercício saudável do debate. Está a fórmula autoritária de falar e ser ouvido e, se rebatido, correr para a linha segura do tatame com uma velha muleta...” (8º§).


Só NÃO une os períodos anteriores, de forma coerente e coesa, o conectivo

Alternativas
Comentários
  • Portanto, visto que é uma conjunção com valor de conclusão e os demais possuem valor de oposição/adversidade.

    GABARITO. C

  • Se for pela lógica todos são conjunções adversativas, apenas a letra C é conclusiva.

    Gab.: C.

  • Alguém poderia explicar melhor? já que não tem comentário de professor

  • gab c

    Período é encontrado contando frases que terminam com ponto final.

    A = A verdade é que nessas manifestações gratuitas de ingenuidade/ignorância não está o exercício saudável do debate. todavia Está a fórmula autoritária de falar e ser ouvido e, se rebatido, correr para a linha segura do tatame com uma velha muleta...

    B = A verdade é que nessas manifestações gratuitas de ingenuidade/ignorância não está o exercício saudável do debate. contudo Está a fórmula autoritária de falar e ser ouvido e, se rebatido, correr para a linha segura do tatame com uma velha muleta...

    C = A verdade é que nessas manifestações gratuitas de ingenuidade/ignorância não está o exercício saudável do debate. portanto Está a fórmula autoritária de falar e ser ouvido e, se rebatido, correr para a linha segura do tatame com uma velha muleta... (portanto é uma conjunção conclusiva e os períodos dão ideias de oposição)

    D = A verdade é que nessas manifestações gratuitas de ingenuidade/ignorância não está o exercício saudável do debate. entretanto Está a fórmula autoritária de falar e ser ouvido e, se rebatido, correr para a linha segura do tatame com uma velha muleta...

    conjunções adversativas = mas, porém, no entanto, entretanto, contudo, todavia

    DEUS é justo e poderoso. amém!

  • Que brisa as questões dessa banca '-'

  • Se as questões de interpretação de texto dessa banca são assim, fico imaginando como vai ser a discurssiva.

  • Todavia, contudo, entretanto são conjunções adversativas, portanto é conclusiva, já que ele pede a única diferente a resposta é portanto.

  • entendi foi nada

  • não entendi muito bem a questão, porém... que texto!

  • ´Portanto´

    gab: C

    • Nessa questão utilizei o macete do TOME NO COPO, bizu para as conjunções adversativas

    TOdavia

    Mas

    Entretanto

    NO entanto

    COntudo

    POrém

  • Se souber as conjunções matou a questão :)

  • Trata-se de uma ORAÇÃO COORDENADA SINDÉTICA.

    Onde é necessário o conhecimento das conjunções.

    contudo, entretanto e todavia = ADVERSATIVAS

    porquanto = CONCLUSIVA.

    Portanto letra B.

  • Marquei a letra que não era conjunção adversativa

  • A questão quer saber qual conectivo não poderia unir os períodos em exposição. Vejamos:

     Devemos saber, primeiramente, que os períodos destacados estão sendo separados pelo sinal de pontuação como de costume. Sabendo disso, podemos seguir com a ideia de que as alternativas A, B e D apresentam conjunções de adversidade (todavia, contudo, entretanto) e, somente, a C apresenta uma diferente das demais, assim só podendo ser o nosso gabarito. Iremos fazer as substituições em cada assertiva.

    "A verdade é que nessas manifestações gratuitas de ingenuidade/ignorância não está o exercício saudável do debate. Está a fórmula autoritária de falar e ser ouvido e, se rebatido, correr para a linha segura do tatame com uma velha muleta...”

     a) Correta.

    "A verdade é que nessas manifestações gratuitas de ingenuidade/ignorância não está o exercício saudável do debate, todavia está a fórmula autoritária de falar e ser ouvido e, se rebatido, correr para a linha segura do tatame com uma velha muleta...”.

    b) Correta.

    ."A verdade é que nessas manifestações gratuitas de ingenuidade/ignorância não está o exercício saudável do debate, contudo está a fórmula autoritária de falar e ser ouvido e, se rebatido, correr para a linha segura do tatame com uma velha muleta...”.

    c) Incorreta.

    "A verdade é que nessas manifestações gratuitas de ingenuidade/ignorância não está o exercício saudável do debate, portanto, está a fórmula autoritária de falar e ser ouvido e, se rebatido, correr para a linha segura do tatame com uma velha muleta...”. Forçamos a barra aqui, mas não fica legal, porque o segundo período apresenta uma ideia de oposição à anterior. O primeiro período fala mal da manifestação e o segunda cita que essa é a maneira que o indivíduo tem de se expressar e ser ouvido, mesmo sendo ruim. A conjunção "portanto" é de conclusão e não de oposição, adversidade e contraste.

    d) Correta.

    "A verdade é que nessas manifestações gratuitas de ingenuidade/ignorância não está o exercício saudável do debate, entretanto está a fórmula autoritária de falar e ser ouvido e, se rebatido, correr para a linha segura do tatame com uma velha muleta...”.

    Gabarito do monitor: C

  • FALANDO DE MANEIRA OBJETIVA, O CANDIDATO TEM QUE SABER O EMPREGO DAS CONJUNÇÕES. NO CASO EM TELA, A ÚNICA CONJUNÇÃO DIFERENTE É "POR TANTO", SENDO UMA CONJUNÇÃO CONLUSIVA. AS OUTRAS, TODAS SÃO CONJUNÇÕES ADVERSATIVAS: MAS, PORÉM, CONTUDO, TODAVIA NO ENTANTO, ENTRETANTO....

  • orações coordenadas Adversativas: ligam duas orações ou palavras, expressando ideia de contraste ou compensação. São elas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante.

    Tentei chegar mais cedo, porém não consegui.

     Não obstante diante de subjuntivo é concessivo 

    Não obstante diante de presente é adversativo

  •  Aditivas: ligam orações ou palavras, expressando ideia de acrescentamento ou adição. São elas: e, nem (= e não), não só... mas também, não só... como também, bem como, não só... mas ainda. Por exemplo:

    A sua pesquisa é clara e objetiva.

    Ela não só dirigiu a pesquisa como também escreveu o relatório.

    Adversativasligam duas orações ou palavras, expressando ideia de contraste ou compensação. São elas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante. Por exemplo:

    Tentei chegar mais cedo, porém não consegui.

    Alternativas: ligam orações ou palavras, expressando ideia de alternância ou escolha, indicando fatos que se realizam separadamente. São elas: ou, ou... ou, ora... ora, já... já, quer... quer, seja... seja, talvez... talvez. Por exemplo:

    Ou escolho agora, ou fico sem presente de aniversário.

    Conclusivas: ligam a oração anterior a uma oração que expressa ideia de conclusão ou consequência. São elas: logo, pois (depois do verbo), portanto, por conseguinte, por isso, assim. Por exemplo:

    Marta estava bem preparada para o teste, portanto não ficou nervosa.

    Explicativas: ligam a oração anterior a uma oração que a explica, que justifica a ideia nela contida. São elas: que, porque, pois (antes do verbo), porquanto. Por exemplo:

    Não demore, que o filme já vai começar.

  • Eu sempre lembro do Seu Girafales falando mas, porém, contudo, todavia , entretanto hahahaha

  • Por ELIMINAÇÃO:

    Conjunções Adversativas:

    • TODAVIA, NO ENTANTO, ENTRETANTO, CONTUDO, MAS, PORÉM

    Portanto é conjunção conclusiva. Neste caso, a única "diferente". Marquei usando a lógica da exclusão.

  • Todas são conjunções adversativas, salvo Portanto que é conclusiva.

  • Porque essa banca gosta de fazer questões mirabolantes?


ID
4891087
Banca
IDECAN
Órgão
CRN - 8ª Região (PR)
Ano
2015
Provas
Disciplina
Noções de Informática
Assuntos

“Um usuário necessita preparar uma apresentação de slides na ferramenta Microsoft Office PowerPoint 2007 (configuração padrão) para utilizar em um trabalho de graduação. Um amigo o orientou a deixar os seus slides no modo de anotações para que seja possível editar as anotações do orador da forma que ficarão quando forem impressas.” Para realizar este procedimento, o usuário deve selecionar o modo anotações no grupo:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO - C

    Usar o Modo de Exibição do Apresentador é uma ótima maneira de exibir sua apresentação com as anotações do orador em um computador (seu laptop, por exemplo) enquanto o público assiste apenas aos slides na tela (como sendo projetado em uma tela maior).

    Versões atuais: Apresentação de Slides > Monitores > Modo de exibição do apresentador

    https://support.microsoft.com/pt-br/office/iniciar-a-apresenta%C3%A7%C3%A3o-e-ver-suas-anota%C3%A7%C3%B5es-no-modo-de-exibi%C3%A7%C3%A3o-do-apresentador-4de90e28-487e-435c-9401-eb49a3801257

  • SLIDE MESTRE---> Guia EXIBIR---> Grupo MODOS DE EXIBIÇÃO MESTRE

    Slide Mestre: a alteração realizada neste slide principal, por padrão será realizada nos demais slides da apresentação.

    Folheto Mestre: altera o padrão para impressão dos slides

    Anotações mestras: será feita uma anotação que será repetida em todos os slides

  • formas de Exibição no PP:

    "MESTRE, É NORMAL CLASSIFICAR ANOTAÇÕES NO MODO LEITURA?"

    MODO NORMAL

    MODO CLASSIFICAÇÃO DE SLIDES

    ANOTAÇÕES

    EXIBIÇÃO DE LEITURA

    SLIDE MESTRE

    ANOTAÇÕES MESTRE

    FOLHETO MESTRE

  • Bizu:

    '' O mestre é Exibido. ''

    Slide mestre fica na guia EXIBIR.

  • Exibir > modos de exibição de apresentação > anotações 

    Modo de anotações. Veja como sua apresentação ficará quando impressa com as anotações. Cada página conterá um slide e as anotações do orador, que você pode editar neste modo de exibição.


ID
4891093
Banca
IDECAN
Órgão
CRN - 8ª Região (PR)
Ano
2015
Provas
Disciplina
Noções de Informática
Assuntos

No Sistema Operacional Microsoft Windows 7 (configuração padrão), a ferramenta Windows Explorer é utilizada para procurar, visualizar e gerenciar documentos. São elementos básicos existentes nesta ferramenta, EXCETO:

Alternativas
Comentários
  • gabarito letra A

    ➡ São comumente chamados de Gadgets dispositivos eletrônicos portáteis como smartphones, smartwatches, e-readers, vídeo games, etc. ... Dessa forma, Gadgets não possuem uma forma única e padronizada, eles podem ser muitas coisas diferentes e com funcionalidades diferentes.

    sobre a letra B: O atalho Ctrl + E continua funcionando para definir o foco; ao usá-lo, aparece a lista suspensa com seu histórico de buscas

     

    bons estudos 

  • Lembrando que a própria Microsoft descontinuou os Gadgets.

    Segundo ela: Não há mais gadgets disponíveis em nosso site porque a plataforma da Barra Lateral do Windows no Windows 7 apresenta vulnerabilidades sérias. A Microsoft retirou o recurso nas versões mais recentes do Windows. Os gadgets podem ser violados para danificar seu computador, acessar seus arquivos, mostrar conteúdo inadequado ou mudar de comportamento a qualquer momento. Um criminoso pode até mesmo usar um gadget para assumir total controle de seu computador. Se você estiver preocupado com a segurança dos gadgets que você baixou, saiba mais sobre os gadgets e as etapas a serem seguidas para proteger seu computador.

    Microsoft

  • Os Gadgets oferecem informações rápidas e acesso fácil às ferramentas que são utilizadas com frequência

    GAB----- A - Gadgets que em português significa o aparelho

  • A Microsoft descontinuou os Gadgets ☹


ID
4891102
Banca
IDECAN
Órgão
CRN - 8ª Região (PR)
Ano
2015
Provas
Disciplina
Noções de Informática
Assuntos

Sobre o Sistema Operacional Microsoft Windows 7 (configuração padrão), analise as afirmativas a seguir.


I.   É considerado um sistema operacional monotarefa, pois permite trabalhar com diversos programas simultaneamente.

II.  A lixeira é uma pasta que armazena temporariamente os arquivos excluídos que podem ser restaurados enquanto nesta pasta estiverem.

III.  Bloco de notas, Word Pad, Paint e Firefox são considerados acessórios que são instalados por padrão no processo de instalação do sistema operacional.


Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s)

Alternativas
Comentários
  • gabarito letra B

     

    I.   É considerado um sistema operacional monotarefa, pois permite trabalhar com diversos programas simultaneamente. ➡ errado. definição de multitarefas.

    II.  A lixeira é uma pasta que armazena temporariamente os arquivos excluídos que podem ser restaurados enquanto nesta pasta estiverem. ➡ certo.

    III.  Bloco de notas, Word Pad, Paint e Firefox são considerados acessórios que são instalados por padrão no processo de instalação do sistema operacional. ➡ errado: 

    É importante saber diferenciar o que vem instalado no computador daquilo que não vem instalado. Vale ressaltar que, apesar de o computador conter com uma pasta chamada Acessórios, nem sempre todos os programas acessórios do computador estarão contidas nesta pasta. Confira:
    Lixeira do computador;
    Windows Movie Maker;
    Windows Media Player;
    Windows Explorer;
    Outlook Express;
    Internet Explorer;
    Jogos (como Pinball e Campo Minado);
    Windows Update;
    Bloco de Notas (Notepad);
    WordPad;
    Paint;
    Calculadora;
    Ferramenta de captura;
    Vale ressaltar que alguns desses programas já não estão mais acessíveis em versões mais recentes do Windows.

     

    bons estudos 

  • I. É considerado um sistema operacional monotarefa, pois permite trabalhar com diversos programas simultaneamente.

    Resposta correta: Multitarefa. MULTI = Do latim multu, "vários".

    Multitarefa: Pode executar vários programas simultaneamente.

    Benefício: OTIMIZA o tempo na CPU ✔️

    III. Bloco de notas, Word Pad, Paint e Firefox são considerados acessórios que são instalados por padrão no processo de instalação do sistema operacional.

    Resposta correta: Vai precisar instalar o Firefox.

    Acessório: Programa direto;

    Vem junto com o SO ✔️

    .

    .

    ▲▲▲OBS: São vários acessórios (O colega já citou no comentário, não vou ser

    redundante)mas tome cuidado com:

    1) Painel de controle (Sim, fica "dentro" de acessório) Mas ele é completamente diferente de acessório. É apenas para configurar

    2) Windows Explorer

  • Complemento>

    Sistema operacional multiusuário permite que diversos usuários utilizem simultaneamente(ao mesmo tempo) 

    Multitarefa um único usuário" consegue por exemplo ao mesmo tempo ouvir uma música, fazer um download e escrever um email no navegador.

    Multiplataforma > Isso quer dizer que você pode instalar um sistema operacional multiplataforma em um computador Desktop, Notebook, Ultrabook, Netbook, Celular, Tablets, entre outros.

    Multiprocessado > possui suporte a computadores com mais de um processador(físico). Veja bem, não estou falando de processadores com 2, 4, 8 núcleos ou mais.

    Estou falando de processadores físicos na placa mãe. Como exemplo cito o sistema operacional Windows XP que não reconheceria placas com 2 ou mais processadores. 

    Fonte: Professor Thiago Cury.

  • Esse "temporariamente" no item II não está errado??

  • l - o sistema operacional é MULTITAREFA

    lll - o Firefox não é padrão, e sim o microsoft edge

  • A lixeira não é considerada pasta, é?

  • não sabia que era temporariamente

  • A lixeira é considerada um local, não uma pasta ! de resto, está correto !
  • O temporariamente não está errado. A lixeira tem um limite de espaço, conforme vai enchendo vai liberando e apagando definitivamente.


ID
4891105
Banca
IDECAN
Órgão
CRN - 8ª Região (PR)
Ano
2015
Provas
Disciplina
História
Assuntos

O trecho a seguir contextualiza o tema tratado na questão. Leia‐o atentamente.


“O dia 15 de março é considerado por cientistas políticos e por boa parte da população brasileira como um marco na história do Brasil. Para o cientista político e professor da PUC de Minas Gerais, Malco Braga Camargo, é fundamental comemorar a data de hoje até para que as pessoas fiquem alertas para evitar um retrocesso. Malco entende que a transição feita na época foi a possível. ‘Acho que foi a possível naquele contexto. Mais importante do que comemorar os fatos da transição é lembrar os tempos sombrios (da ditadura para que eles não se repitam, principalmente quando vivemos uma crise como a de hoje).’ Para o cientista político Murílo Aragão, a entrega do poder dos militares para os civis há 30 anos deveria ser mais lembrada e divulgada pela importância dessa transição. ‘É muito importante, porque são 30 anos de redemocratização. Tivemos muitos avanços, mas ainda falta avançar em muitos pontos. Estamos longe do ideal. Precisamos avançar na legislação partidária e eleitoral’, afirma Aragão.”

(Disponível em: http://www.jb.com.br/pais/noticias/2015/03/15/ha‐30‐anos‐poder‐voltava‐aos‐civis‐no‐brasil/.)

Para muitos historiadores e analistas políticos o dia 15 de março de 1985 simboliza o restabelecimento da democracia no Brasil, já que neste dia

Alternativas

ID
4891108
Banca
IDECAN
Órgão
CRN - 8ª Região (PR)
Ano
2015
Provas
Disciplina
Conhecimentos Gerais
Assuntos

O trecho a seguir contextualiza o tema tratado na questão. Leia‐o atentamente.


“O dia 15 de março é considerado por cientistas políticos e por boa parte da população brasileira como um marco na história do Brasil. Para o cientista político e professor da PUC de Minas Gerais, Malco Braga Camargo, é fundamental comemorar a data de hoje até para que as pessoas fiquem alertas para evitar um retrocesso. Malco entende que a transição feita na época foi a possível. ‘Acho que foi a possível naquele contexto. Mais importante do que comemorar os fatos da transição é lembrar os tempos sombrios (da ditadura para que eles não se repitam, principalmente quando vivemos uma crise como a de hoje).’ Para o cientista político Murílo Aragão, a entrega do poder dos militares para os civis há 30 anos deveria ser mais lembrada e divulgada pela importância dessa transição. ‘É muito importante, porque são 30 anos de redemocratização. Tivemos muitos avanços, mas ainda falta avançar em muitos pontos. Estamos longe do ideal. Precisamos avançar na legislação partidária e eleitoral’, afirma Aragão.”

(Disponível em: http://www.jb.com.br/pais/noticias/2015/03/15/ha‐30‐anos‐poder‐voltava‐aos‐civis‐no‐brasil/.)

Foram presidentes brasileiros eleitos por votação popular para este cargo especificamente após o período de ditadura militar, EXCETO:

Alternativas

ID
4891111
Banca
IDECAN
Órgão
CRN - 8ª Região (PR)
Ano
2015
Provas
Disciplina
História
Assuntos

O trecho a seguir contextualiza o tema tratado na questão. Leia‐o atentamente.


“O dia 15 de março é considerado por cientistas políticos e por boa parte da população brasileira como um marco na história do Brasil. Para o cientista político e professor da PUC de Minas Gerais, Malco Braga Camargo, é fundamental comemorar a data de hoje até para que as pessoas fiquem alertas para evitar um retrocesso. Malco entende que a transição feita na época foi a possível. ‘Acho que foi a possível naquele contexto. Mais importante do que comemorar os fatos da transição é lembrar os tempos sombrios (da ditadura para que eles não se repitam, principalmente quando vivemos uma crise como a de hoje).’ Para o cientista político Murílo Aragão, a entrega do poder dos militares para os civis há 30 anos deveria ser mais lembrada e divulgada pela importância dessa transição. ‘É muito importante, porque são 30 anos de redemocratização. Tivemos muitos avanços, mas ainda falta avançar em muitos pontos. Estamos longe do ideal. Precisamos avançar na legislação partidária e eleitoral’, afirma Aragão.”

(Disponível em: http://www.jb.com.br/pais/noticias/2015/03/15/ha‐30‐anos‐poder‐voltava‐aos‐civis‐no‐brasil/.)

Sobre os fatos marcantes que ficarão registrados nos 30 primeiros anos de redemocratização do Brasil, analise.


I. Por meio do Partido Trabalhista (PT), o país teve o primeiro presidente da República oriundo da classe operária e a primeira mulher a assumir a principal cadeira do executivo brasileiro.

II. Eleito o primeiro presidente civil do Brasil, após o regime ditatorial, Tancredo Neves, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), faleceu pouco mais de um mês após tomar posse da presidência da República.

III. Enquanto Fernando Collor de Mello entra para a história como o primeiro presidente a sofrer um Impeachment no Brasil, Fernando Henrique Cardoso implanta em seu governo o Plano Real e põe fim à inflação altíssima que o país vivia na década de 1990.


Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s)

Alternativas
Comentários
  • Questão anulada por ausência de resposta correta.

    Os itens I e II estão corretos, mas o III está errado pois não foi no governo FHC que foi implantado o Plano Real.


ID
4891114
Banca
IDECAN
Órgão
CRN - 8ª Região (PR)
Ano
2015
Provas
Disciplina
Atualidades
Assuntos

“Em questão de meses, a ex‐república soviética _____________, no leste europeu, teve um presidente destituído, perdeu a região da Crimeia para ____________, viu surgir movimentos separatistas no leste e mergulhou na pior crise de sua história, tornando‐se destacável nos noticiários internacionais e conquistando o apoio dos Estados Unidos e demais potencias da Europa Ocidental.” Assinale a alternativa que completa correta e sequencialmente a afirmativa anterior.

Alternativas

ID
4891117
Banca
IDECAN
Órgão
CRN - 8ª Região (PR)
Ano
2015
Provas
Disciplina
Conhecimentos Gerais
Assuntos

Uma campanha vem sendo desenvolvida por todo o país com a reivindicação de que se altere a idade mínima para a maioridade penal que hoje no Brasil é de:

Alternativas

ID
4891120
Banca
IDECAN
Órgão
CRN - 8ª Região (PR)
Ano
2015
Provas
Disciplina
Noções de Informática
Assuntos

Em um computador de uma determinada empresa de venda de seguros, são armazenados diversos contratos de clientes. Utilizando a ferramenta Microsoft Office Word 2007 (configuração padrão), o procedimento para abrir estes documentos para edição é

Alternativas
Comentários
  • Botão office > Novo, Abrir, Salvar, Salvar como...

  • GABARITO A

    clicar no botão Office> Abrir.

    Na versão 2007 era o " botão office "

    o botão “Arquivo”, era das versões anteriores à versão 2007 . Ex: 2003

    retornou na tona na versão 2010.

  • BOTÃO OFFICE=GUIA ARQUIVO

  • No word 2010 da pra fazer utilizando o atalho CTRL + A


ID
4891126
Banca
IDECAN
Órgão
CRN - 8ª Região (PR)
Ano
2015
Provas
Disciplina
Noções de Informática
Assuntos

Sobre a ferramenta Microsoft Office Word 2007 (configuração padrão), analise as afirmativas a seguir.


I. O recurso de adicionar gráfico pode ser acessado na guia Ferramentas, no grupo Estilo.

II. O recurso de adicionar tabela pode ser acessado na guia Inserir, no grupo Tabelas.

III. Se no grupo Intervalo de Páginas da caixa de diálogo Imprimir, for digitado o comando 2;5 serão impressas as páginas de número 2 e 5.


Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s)

Alternativas
Comentários
  • GABARITO D

    I. O recurso de adicionar gráfico pode ser acessado na guia Ferramentas, no grupo Estilo. ( Errado )

    Inserir -----------------------Gráfico.

    ---------------------------------------------------------------------

    II. O recurso de adicionar tabela pode ser acessado na guia Inserir, no grupo Tabelas. ( Correto )

    Inserir ----------------------------Tabelas

    -----------------------------------------------------------------------

    III. Se no grupo Intervalo de Páginas da caixa de diálogo Imprimir, for digitado o comando 2;5 serão impressas as páginas de número 2 e 5.

    "; " = e

    " - " = até

    Bons estudos!

  • Assertiva D

    II. O recurso de adicionar tabela pode ser acessado na guia Inserir, no grupo Tabelas.

    III. Se no grupo Intervalo de Páginas da caixa de diálogo Imprimir, for digitado o comando 2;5 serão impressas as páginas de número 2 e 5.

  • "; " = e

    " - " = até

  • Para decorar o significado do (;) basta puxar um "perninha" para o lado direito. Assim você terá o "e".

  • Você pode criar um gráfico no Word. Se você tiver muitos dados para o gráfico, crie o gráfico no Excele, em seguida, copie do Excel para outro programa do Office. Essa também é a melhor maneira quando os dados mudam regularmente e você deseja que o seu gráfico sempre reflita os números mais recentes. Nesse caso, ao copiar o gráfico, mantenha-o vinculado ao arquivo do Excel original.

    Para criar um gráfico simples do zero no Word, clique em Inserir > Gráfico e escolha o gráfico desejado.

    "; " = e

    " - " = até

  • GAB: D

    INSERIR GRAFICO É NO MENU INSERIR, EM SEGUIDA, CLICA EM GRAFICO.


ID
4891135
Banca
IDECAN
Órgão
CRN - 8ª Região (PR)
Ano
2015
Provas
Disciplina
Segurança e Saúde no Trabalho
Assuntos

Segundo a NR5, “a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA – tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador”. Sobre as atribuições da CIPA, analise.


I. Identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver.

II. Elaborar plano de trabalho que possibilite a avaliação de desempenho dos trabalhadores em seu local de trabalho.

III. Participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho.


Estão corretas as afirmativas

Alternativas
Comentários
  • A questão quer saber quais itens estão corretos em relação às atribuições da CIPA, em conformidade com a Norma Regulamentadora nº 5.

    5.16 "A CIPA terá por atribuição:

    a) identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver;

    b) elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas de segurança e saúde no trabalho;

    c) participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho;

    d) realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho visando a identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores;

    e) realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas;

    f) divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho;

    g) participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo empregador, para avaliar os impactos de alterações no ambiente e processo de trabalho relacionados à segurança e saúde dos trabalhadores;

    h) requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de máquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos trabalhadores;

    i) colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de outros programas relacionados à segurança e saúde no trabalho;

    j) divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem como cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e saúde no trabalho;

    l) participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador da análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução dos problemas identificados;

    m) requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que tenham interferido na segurança e saúde dos trabalhadores;

    n) requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas;

    o) promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho - SIPAT;

    p) participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de Prevenção da AIDS".

    Analisando os itens:

    I. CERTO. A assertiva está conforme a atribuição indicada na NR5 (5.16, a).

    Identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver.

    II. ERRADO. O objetivo é promover à ação preventiva e não à avaliação de desempenho dos trabalhadores em seu local de trabalho.

    III. CERTO. A assertiva está conforme a atribuição indicada na NR5 (5.16, l).

    Apenas os itens I e III estão corretos.

    GABARITO: LETRA C

  • GABARITO LETRA C

    I E III

    II- ERRADA pois a CIPA não tá nem ai pra desemprenho e sim segurança.


ID
4891138
Banca
IDECAN
Órgão
CRN - 8ª Região (PR)
Ano
2015
Provas
Disciplina
Direito Administrativo
Assuntos

A Lei nº 8.666/1993, regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública, ela fundamenta a possibilidade de dispensa de licitação. Um dos casos em que é dispensada a licitação é quando

Alternativas
Comentários
  • GAB: B

    > A banca errou na nomenclatura utilizada - O correto é DISPENSÁVEL.

    8.666

    Art. 24.  É dispensável a licitação:

    V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas;

    > A banca poderia usar os termos dispensa de licitação ou licitação dispensável, uma vez que:

    Dispensa de licitação > Gênero --- engloba licitação dispensada e licitação dispensável.

    Licitação dispensável > Espécie --- hipóteses previstas no art. 24 da lei 8.666. São hipóteses taxativas (todas as possibilidades estão previstas na lei.)

    Licitação dispensada > Espécie --- hipóteses previstas no art. 17 da lei 8.666. São hipóteses taxativas.

  • olha a categoria dessa banca kkkkkkk não sabe nem diferenciar dispensada de dispensável

  • Cabe salientar que não basta a licitação ser deserta, é preciso que a repetição da licitação implique em prejuízo à adm. pública para ser DISPENSÁVEL, não dispensada.

  • A questão exige o conhecimento da licitação, especialmente no que tange à dispensa. A licitação é o procedimento prévio de seleção por meio do qual a Administração escolhe a melhor proposta para a celebração de um contrato, levando em consideração os critérios previamente estabelecidos, de forma isonômica e aberta ao público.

    Apesar de a regra ser o procedimento licitatório, a lei nº 8.666/93 prevê alguns casos em que haverá a contratação direta, ou seja, exceções legais ao dever constitucional de licitar.

    É importante ressaltar que a dispensa de licitação se divide em:

    Licitação dispensada: são hipóteses relacionadas à alienação de bens da Administração Pública.

    Licitação dispensável: são hipóteses taxativas em que o legislador dispensa o procedimento licitatório. Pode ser em razão de pequeno valor, de situações excepcionais, em razão do objeto ou da pessoa.

    Dessa forma, nota-se que a banca se equivocou ao pedir uma licitação “dispensada”, quando, em verdade, queria uma hipótese de licitação “dispensável”. Mas, ignorando a incorreção, temos que a única alternativa que traz uma hipótese de licitação dispensável é a letra B: não tiver interessados pelo objeto da licitação. Veja:

    Art. 24, V, lei nº 8.666/93: é dispensável a licitação: quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas.

    GABARITO: B

  • Tô começando a estudar agora e já percebi o erro dessa banca, a licitação é dispensável e não dispensada .

  • Lei 14.133/21

    Gabarito B

    Art. 75. É DISPENSÁVEL a licitação:

    III - para contratação que mantenha todas as condições definidas em edital de licitação realizada há menos de 1 (um) ano, quando se verificar que naquela licitação:

    a) não surgiram licitantes INTERESSADOS ou não foram apresentadas PROPOSTAS válidas;

  • Licitação dispensada: são hipóteses relacionadas à alienação de bens da Administração Pública.

    Licitação dispensável: são hipóteses taxativas em que o legislador dispensa o procedimento licitatório. Pode ser em razão de pequeno valor, de situações excepcionais, em razão do objeto ou da pessoa.

  • Licitação deserta

  • Essa questão está errada. Por eliminação, você mata as alternativas A, C e D. Mas a B também não poderia ser, pois a questão pede a modalidade DISPENSADA. Na B, a licitação é DISPENSÁVEL.

    Art. 24 inc. V da lei da beestaa 8.666.

    Essa questão deveria ser anulada.

  • GABARITO: LETRA B

    • Art. 24.  É dispensável a licitação:
    • V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas;

ID
4891141
Banca
IDECAN
Órgão
CRN - 8ª Região (PR)
Ano
2015
Provas
Disciplina
Direito Administrativo
Assuntos

Segundo a lei de licitações, nenhuma compra será feita sem a adequada caracterização de seu objeto e indicação dos recursos orçamentários para seu pagamento, sob pena de nulidade do ato e responsabilidade de quem lhe tiver dado causa. As compras, sempre que possível, deverão

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA B

    Seção V
    Das Compras

    Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão:            

    I - atender ao princípio da padronização, que imponha compatibilidade de especificações técnicas e de desempenho, observadas, quando for o caso, as condições de manutenção, assistência técnica e garantia oferecidas;

    II - ser processadas através de sistema de registro de preços;

    III - submeter-se às condições de aquisição e pagamento semelhantes às do setor privado;

    IV - ser subdivididas em tantas parcelas quantas necessárias para aproveitar as peculiaridades do mercado, visando economicidade;

    V - balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos órgãos e entidades da Administração Pública.

    FONTE: LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993.

  • GABARITO: LETRA B

    Das Compras

    Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão:      

    III - submeter-se às condições de aquisição e pagamento semelhantes às do setor privado;

    FONTE: LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993.

  • GAB: B

    Segundo a 8.666

    Art. 6  Para os fins desta Lei, considera-se:

    III - Compra - toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só vez ou parceladamente;

    V - Obras, serviços e compras de grande vulto - aquelas cujo valor estimado seja superior a 25 (vinte e cinco) vezes o limite estabelecido na alínea "c" do inciso I do art. 23 desta Lei;

    25 x 3.300 = 82.500. >>> O valor da Concorrência previsto na alínea c do inciso I do art. 23 está de acordo com a atualização feita pelo decreto 9.412.

    Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a adequada caracterização de seu objeto e indicação dos recursos orçamentários para seu pagamento, sob pena de nulidade do ato e responsabilidade de quem lhe tiver dado causa.

    Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão:

    I - atender ao princípio da padronização, que imponha compatibilidade de especificações técnicas e de desempenho, observadas, quando for o caso, as condições de manutenção, assistência técnica e garantia oferecidas;

    II - ser processadas através de sistema de registro de preços;

    III - submeter-se às condições de aquisição e pagamento semelhantes às do setor privado;

    IV - ser subdivididas em tantas parcelas quantas necessárias para aproveitar as peculiaridades do mercado, visando economicidade;

    V - balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos órgãos e entidades da Administração Pública.

    § 7 Nas compras deverão ser observadas, ainda:

    I - a especificação completa do bem a ser adquirido sem indicação de marca;

    II - a definição das unidades e das quantidades a serem adquiridas em função do consumo e utilização prováveis, cuja estimativa será obtida, sempre que possível, mediante adequadas técnicas quantitativas de estimação;

    III - as condições de guarda e armazenamento que não permitam a deterioração do material.

  • A questão exige o conhecimento da licitação, que é o procedimento prévio de seleção por meio do qual a Administração escolhe a melhor proposta para a celebração de um contrato, levando em consideração os critérios previamente estabelecidos, de forma isonômica e aberta ao público.

    Vamos às alternativas:

    ALTERNATIVA A: INCORRETA. As compras deverão, sim, ser divididas em parcelas.

    Art. 15, IV, lei nº 8.666/93: as compras, sempre que possível, deverão: ser subdivididas em tantas parcelas quantas necessárias para aproveitar as peculiaridades do mercado, visando economicidade.

    ALTERNATIVA B: CORRETA. Art. 15, III, lei nº 8.666/93: as compras, sempre que possível, deverão: submeter-se às condições de aquisição e pagamento semelhantes às do setor privado.

    ALTERNATIVA C: INCORRETA. Sempre que possível as compras devem se submeter às condições de aquisição e pagamento semelhantes às do setor privado, e não do mercado mundial.

    Art. 15, III, lei nº 8.666/93: as compras, sempre que possível, deverão: submeter-se às condições de aquisição e pagamento semelhantes às do setor privado.

    ALTERNATIVA D: INCORRETA. O parcelamento se dará em “tantas parcelas quantas necessárias”, e não em número máximo de parcelas oferecidas pelo vendedor.

    Art. 15, IV, lei nº 8.666/93: as compras, sempre que possível, deverão: ser subdivididas em tantas parcelas quantas necessárias para aproveitar as peculiaridades do mercado, visando economicidade.

    GABARITO: B

  • Lei 14.133/21

    Gabarito B

    Art. 40. O PLANEJAMENTO de compras deverá considerar a EXPECTATIVA de consumo anual e observar o seguinte:

    I - condições de AQUISIÇÃO e PAGAMENTO semelhantes às do setor privado;

  • GABARITO: LETRA B

    Seção V

    Das Compras

    Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão:       

    III - submeter-se às condições de aquisição e pagamento semelhantes às do setor privado;

    FONTE: LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993.


ID
4891144
Banca
IDECAN
Órgão
CRN - 8ª Região (PR)
Ano
2015
Provas
Disciplina
Direito Financeiro
Assuntos

A Lei das licitações esclarece que: “o controle das despesas decorrentes dos contratos e demais instrumentos regidos por esta Lei será feito pelo Tribunal de Contas competente, na forma da legislação pertinente.”

(Art. 113 da Lei nº 8.666/1993.)


Os responsáveis pela demonstração da legalidade e regularidade da despesa e execução trata‐se de

Alternativas
Comentários
  • Gab. D

    À luz da Lei 8.666/93, temos o seguinte:

    Art. 113.  O controle das despesas decorrentes dos contratos e demais instrumentos regidos por esta Lei será feito pelo Tribunal de Contas competente, na forma da legislação pertinente, ficando os órgãos interessados da Administração responsáveis pela demonstração da legalidade e regularidade da despesa e execução, nos termos da Constituição e sem prejuízo do sistema de controle interno nela previsto.


ID
4891147
Banca
IDECAN
Órgão
CRN - 8ª Região (PR)
Ano
2015
Provas
Disciplina
Direito Administrativo
Assuntos

Segundo a Lei Federal nº 10.520/2002, acrescenta‐se uma modalidade de licitação, para aquisição de bens e serviços comuns, além da concorrência, tomada de preços, convite, concurso e leilão. Esta modalidade de licitação instituída é chamada

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA  A

    Art. 1º  Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na modalidade de PREGÃO, que será regida por esta Lei.

    Parágrafo único.  Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado.

    FONTE: LEI N° 10.520, DE 17 DE JULHO DE 2002.

  • Comprão kkkkk

  • GABARITO: LETRA A

    Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na modalidade de pregão, que será regida por esta Lei.

    Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado.

    FONTE: LEI N 10.520, DE 17 DE JULHO DE 2002.

  • COMPRÃO KKKKKKKKKKK

  • KAKAKAKA

  • A questão exige do candidato o conhecimento da Lei 10520/02 – Lei do Pregão, que traz uma modalidade de licitação diversa daquelas previstas na Lei 8666/93 – Lei de Licitações.

    Trata-se do pregão: modalidade de licitação voltada para a aquisição de bens e serviços comuns, do tipo menor preço, qualquer que seja o valor estimado, sendo a disputa através de lances sucessivos, em sessão pública, presencial ou eletrônico (art. 1º, da Lei 10520/02).

    Logo, a única alternativa que traz uma modalidade de licitação é a Letra A. As demais trazem termos aleatórios (sequer são modalidades de licitação).

    Quando falamos de modalidades de licitação, devemos ter em mente:

    Lei de Licitações: concorrência (art. 22, §1º), tomada de preços (art. 22, §2º), convite (art. 22, §3º), concurso (art. 22, §4º), leilão (art. 22, §5º). Ainda, além do pregão, temos a modalidade “consulta” (art. 55, da Lei 9472/97) e o procedimento especial “Regime Diferenciado de Contratação” (RDC), da Lei 12462/11 (considerado uma modalidade de licitação por parte da doutrina), todas com suas particularidades.

    Gabarito: Letra A.

  • COMPRÃO

  • Nesta questão espera-se que o aluno assinale a alternativa CORRETA. Vejamos:

    Art. 1º, Lei 10.520/02. Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na modalidade de pregão, que será regida por esta Lei.

    Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado.

    Art. 22, Lei 8.666/93. São modalidades de licitação:

    I – concorrência – (Art. 22, §1º, Lei 8.666/1993 – Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.);

    II – tomada de preços – (Art. 22, § 2º, Lei 8.666/93 – Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação. Dica: Tomada de preços - Terceiro dia.);

    III – convite – (Art. 22, §3º, Lei 8.666/93 – Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas.);

    IV – concurso – (Art. 22, §4º, Lei 8.666/93 Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 dias.);

    V – leilão – (Art. 22, § 5º, Lei 8.666/93 Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. Somente poderá ser utilizado quando a Administração almejar alienar bens, devendo-se, obrigatoriamente, nessa modalidade, usar o tipo maior lance para a seleção da proposta mais vantajosa).

    Assim:

    A. CERTO. Pregão.

    B. ERRADO. Comprão.

    C. ERRADO. Coleta de preços.

    D. ERRADO. Pesquisa de preços.

    GABARITO: ALTERNATIVA A.

  • Lembrando que de acordo com a nova lei de licitações 14.133/2021 a modalidade pregão já está incluída na própria LEI, não se fala nessa LEI fora a parte.

  • CERTEZA QUE É COMPRÃO KKK

  • Gabarito A

    ( 5 )Modalidades de licitação na Lei 8.666/93

    Concorrência

    tomada de preços

    convite

    leilão

    concurso

    Lei 10.520/2002- PREGÃO

    Obs : Pregão no tipo MENOR PREÇO !

  • Art. 1°Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na modalidade de pregão, que será regida por esta Lei. 

    Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado.

  • O que essa banca "pega leve" nos direitos, ele desce a mão em português.

  • Saudades dessas questões da banca. Atualmente a mais fácil só acerta quem tem doutorado, 5 anos de experiência e 3 anos de concurseiro...

  • GABARITO: LETRA A

    Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na modalidade de pregão, que será regida por esta Lei.

    Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado.

    FONTE: LEI N 10.520, DE 17 DE JULHO DE 2002.

    obs: a lei do pregão morreu


ID
4891150
Banca
IDECAN
Órgão
CRN - 8ª Região (PR)
Ano
2015
Provas
Disciplina
Direito Financeiro
Assuntos

“A lei orçamentária deverá conter apenas matéria orçamentária ou financeira. Ou seja, dela deve ser excluído qualquer dispositivo estranha à estimativa de receita e à fixação de despesa.” A citação anterior refere‐se ao princípio orçamentário da

Alternativas
Comentários
  • Trata-se do princípio da exclusividade.

    Conforme Nascimento (2013, p. 192), o Princípio Orçamentário da Exclusividade determina que a LOA conterá somente matéria relativa ao Direito Financeiro, ou seja, à previsão de receita e à fixação de despesa conforme expresso na CF/1988: “Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: [...] § 8º, A Lei Orçamentária Anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.”

    Portanto, o gabarito realmente é a alternativa "E".

    Nascimento, Sávio. Lei de responsabilidade fiscal na prática dos concursos: questões CESP, ESAF, FCC e FGV. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

  • PRINCÍPIO DA EXCLUSIVIDADE 

     

     O objetivo do legislador foi o de afastar a possibilidade de as leis orçamentárias conterem previsões absolutamente estranhas ao direito financeiro (caudas orçamentárias), a lei orçamentária deve conter matéria exclusivamente orçamentárias (previsão de receita e autorizações de despesas).

     

    CF, art. 165, § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho (contrabando legislativo) à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. 

    FONTE: RICARDO ALEXANDRE

  • GABARITO: LETRA D

    exclusividade:

    • CF, art. 165, § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho (contrabando legislativo) à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. 

ID
4891153
Banca
IDECAN
Órgão
CRN - 8ª Região (PR)
Ano
2015
Provas
Disciplina
Direito Financeiro
Assuntos

“Os princípios orçamentários são premissas a serem observadas na concepção da proposta orçamentária.” Das alternativas a seguir, assinale a que NÃO apresenta apenas princípios orçamentários.

Alternativas
Comentários
  • Observando atentamente as alternativas propostas, verificamos que a única alternativa em que ao menos um dos itens não é um princípio orçamentário, é a alternativa "C", que contém a "abstração".

    Ademais, tenho visto que, atualmente, as bancas estão cobrando muito quais são os princípios clássicos e quais são os princípios modernos, em matéria orçamentária.

    Neste compasso, eles estão divididos da seguinte forma:

    PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS CLÁSSICOS

    Princípio da anualidade/ Princípio da clareza/ Princípio do equilíbrio/ Princípio da exclusividade/ Princípio da legalidade/ Princípio da não-afetação (não-vinculação) das receitas/ Princípio da publicidade/ Princípio da unidade orçamentária/ Princípio da uniformidade/ Princípio da universalidade e Princípio do orçamento bruto.

    PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS MODERNOS

    Princípio da Simplificação/ Princípio da Descentralização/ Princípio da Responsabilização.

    Enap.


ID
4891156
Banca
IDECAN
Órgão
CRN - 8ª Região (PR)
Ano
2015
Provas
Disciplina
Direito Financeiro
Assuntos

“O empenho representa o primeiro estágio da despesa orçamentária. É registrado no momento da contratação do serviço, aquisição do material ou bem, obra e amortização da dívida. Segundo o Art. 58 da Lei nº 4.320/1964, empenho é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição. Consiste na reserva de dotação orçamentária para um fim específico.”


De acordo com o exposto, são classificações do empenho:

Alternativas
Comentários
  • Gab. C

    Na dicção de Valdecir Pascoal (2015, p.84), o empenho pode ser de três tipos:

    Ordinário: o empenho ordinário é aquele utilizado para despesas normais que não apresentam nenhuma característica especial. A quase totalidade dos gastos é processada através desse tipo de empenho. São despesas de valores definidos, que devem ser pagos numa única prestação.

    Estimativa: é utilizado quando não se pode determinar com exatidão o montante da despesa, como, por exemplo, conta de água, de luz e de telefone, alguns adiantamentos a servidores etc.

    Global: é utilizado para casos de despesas contratuais e outras sujeitas a parcelamento. Nesse caso, deve ser emitido o empenho global, deduzindo-se os valores correspondentes nas respectivas quotas mensais trimestrais, semestrais etc.

    Pascoal, Valdecir Fernandes. Direito financeiro e controle externo. Rio de Janeiro: Florense; São Paulo: MÉTODO, 2015.

  • AMPLIANDO O CONHECIMENTO: Quais são os efeitos do empenho?

    A definição legal de empenho é (art. 58, Lei 4.320/64):

     O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição.

    A nota de empenho apenas confirma a garantia de pagamento:

    A) não cria obrigação para a administração pública,

    B) não produz efeitos patrimoniais,

    C) produz, tão somente, efeitos financeiros.

    Nesse sentido, o empenho é apenas uma reserva no orçamento do órgão de uma despesa a ser realizada. Partindo da ideia de que não é um pagamento, não gera efeitos patrimoniais.

    O despacho de pagamento (art. 64, 4320/64) é a efetivação do pagamento que o empenho já anunciava. Assim, o despacho de pagamento gera efeito patrimonial, não o empenho em si.

    Os efeitos financeiros refletem a organização das contas públicas, relacionados à previsão e planejamento. A nota de empenho, indubitavelmente, possui efeitos financeiros.

    Quanto aos efeitos patrimoniais; consistem na efetivação, ou seja, o que de fato, entra e sai dos cofres públicos, e esse efeito a nota de empenho, por si só, não tem.

    CLASSIFICAÇÃO DO EMPENHO

    a) Empenho ordinário → para as despesas de valor fixo e previamente determinado, cujo pagamento deva ocorrer de uma só vez.

    b) Empenho por estimativa → para as despesas cujo montante não se pode determinar previamente. Ex.: serviços de água e energia.

    O empenho por estimativa só pode ser realizado quando não puder ser determinado o montante.

    Lei 4.20 de 1964: Art. 60. É vedada a realização de despesa sem prévio empenho.

    § 1º Em casos especiais previstos na legislação específica será dispensada a emissão da nota de empenho.

    § 2º Será feito por estimativa o empenho da despesa cujo montante não se possa determinar.

    § 3º É permitido o empenho global de despesas contratuais e outras, sujeitas a parcelamento.

    c) Empenho global → para as despesas contratuais ou outras de valor determinado, sujeitas a parcelamento, como, por exemplo, compromissos decorrentes de aluguéis.


ID
4891159
Banca
IDECAN
Órgão
CRN - 8ª Região (PR)
Ano
2015
Provas
Disciplina
Nutrição
Assuntos

A Resolução do CRN nº 466/2010 que dispõe sobre a inscrição de nutricionistas nos Conselhos Regionais de Nutricionistas versa que a habilitação para o exercício da profissão de nutricionista dar‐se‐á a partir da inscrição do interessado no CRN da região onde deva ocorrer o exercício da profissão. Se um nutricionista exerce sua profissão em área de jurisdição diferente daquela em que está inscrito, e as cidades não sejam limítrofes entre as regiões, ele deverá:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito B.

    Art. 10. O profissional inscrito no CRN de determinada Região e que pretenda exercer atividades na jurisdição de outro CRN, por prazo superior a 90 (noventa) dias consecutivos, ou intercalados no mesmo ano civil, ficará obrigado a requerer sua inscrição secundária.


ID
4891162
Banca
IDECAN
Órgão
CRN - 8ª Região (PR)
Ano
2015
Provas
Disciplina
Nutrição
Assuntos

A Resolução do CRN nº 466/2010 que dispõe sobre a inscrição de nutricionistas nos Conselhos Regionais de Nutricionistas diz que a inscrição do nutricionista será cancelada, entre outros motivos por:


I. Encerramento definitivo das atividades profissionais, mediante declaração que o confirme em requerimento próprio.

II. Aplicação de pena, por estar o profissional inadimplente por mais de um ano.

III. Falecimento, tão qual o CRN tome conhecimento.


Estão corretas as afirmativas

Alternativas
Comentários
  • Resolução do CRN nº 466/2010

    Art. 22. A inscrição será cancelada por:

    I - vencimento do prazo de validade da inscrição provisória ou secundária;

    II - encerramento definitivo das atividades profissionais, mediante declaração que o confirme em requerimento próprio.

    III - aplicação de pena de cancelamento em decorrência de infração disciplinar, após o trânsito em julgado da decisão;

    IV - decisão judicial transitada em julgado ou de que caiba execução imediata;

    V - falecimento, tão logo o CRN tome conhecimento.

    § 1º O cancelamento da inscrição obriga o profissional a restituir ao CRN a carteira de identidade profissional mesmo sendo essa de ofício.

    § 2º O ato de cancelamento (art. 20) será juntado ao prontuário do profissional.

    § 3º Nos casos em que o cancelamento decorra de fraude será retida a Carteira de Identidade Profissional definitiva ou provisória, necessária à investigação criminal.

    § 4º O cancelamento da inscrição será feito independentemente da quitação de débitos do profissional perante o CRN, os quais serão cobrados administrativa ou judicialmente.