Cientistas descobrem proteína envolvida no diabetes tipo
2.
O diabetes tipo 2, que impede as células de absorver
glicose, tinha origem misteriosa até esta semana, quando
cientistas do Instituto de Pesquisa Biomédica Whitehead e da
Universidade Yale, nos EUA, divulgaram ter descoberto uma
proteína que tem relação com a doença.
Ao contrário do diabetes de tipo 1, adquirido na infância
e na qual o sistema imunológico da pessoa ataca as células que
produzem insulina, a tipo 2, se desenvolve na fase adulta e
impede que as células respondam à insulina.
Esse hormônio é secretado na corrente sanguínea pelo
pâncreas quando o organismo detecta excesso de glicose no
sangue, interagindo com “receptores” na superfície das células
e instruindo-as a absorver e armazenar o excesso de glicose.
Milhões de proteínas
O estudo, publicado na revista “Nature”, relata a
descoberta de uma proteína denominada TUG. Ela se mostrou
intimamente ligada a um receptor celular de glicose, o
GLUT4, único receptor da substância que fica no interior das
células (os restantes ficam em sua superfície).
Quando a insulina atua nos “receptores” da membrana
celular, o GLUT4 sobe e traz a glicose para o interior da
célula. Ele é, também, o único receptor que responde
exclusivamente à presença da insulina.
Em pessoas com diabete tipo 2, o GLUT4 não vai até a
membrana celular, impedindo a absorção da glicose. Os
cientistas Jonathan Bogan e Harvey Lodish, autores do estudo,
pesquisaram por cinco anos mais de 2,4 milhões de proteínas
para identificar qual delas atuaria na distribuição do GLUT4,
chegando à TUG.
Fonte: Folha Online. Acesso em 10/2003