Como combater fake news sem abrir espaço para a
censura?
Apesar de boatos não serem, de forma alguma, um
fenômeno recente, a dimensão de sua propagação
proporcionada pelas redes sociais, especialmente em
momentos críticos como [ ] vésperas de eleições,
é. O combate [ ] fake news entrou na agenda
política e midiática nacional, o que levou [ ] algumas possibilidades distintas de atuação.
Algumas pessoas tendem [ ] preferir soluções
institucionais, como a responsabilização dos produtores e a tipificação do crime pela legislação brasileira.
No entanto, essa via leva [ ] um outro questionamento ético: como garantir que [ ] pessoas nas
instituições responsáveis por punir a propagação de
fake news vão agir de forma isenta, sem incorrer em
perseguição política contra adversários?
Para Daniel Nascimento, ex-hacker e consultor de
Segurança Digital, a reação às notícias falsas deve
ser tão “espontânea” quanto a sua propagação. Ele
explica que a proliferação dos boatos é facilitada pelo
imediatismo que a internet proporciona. “A pessoa
só lê a manchete, três linhas, e já compartilha”, exemplifica. Por isso, ele trabalha no desenvolvimento de
uma ferramenta, a “fakenewsautentica”, que mostraria,
mediante o uso de um comando, a veracidade das
notícias recebidas pelo Whatsapp ou pelo Facebook
instantaneamente. Segundo ele, é possível usar os
“bots” que propagam notícias falsas para propagar os
desmentidos e as notícias bem apuradas, com base no
trabalho de jornalistas contratados para esse propósito.
Edgard Matsuki, jornalista responsável pelo site Boatos.
org, acredita no poder da conscientização. “Hoje,
grande parte das pessoas sabe operar quase que de
forma intuitiva um smartphone, mas infelizmente as
pessoas não são educadas para checar a informação
que chega via redes sociais. Nesse sentido, iniciativas
que visem aumentar o senso crítico das pessoas em
relação ao que circula na internet são importantes”.
O site Boatos.org apresenta dicas de checagem,
dentre as quais se destacam: 1) Quando se deparar
com um conteúdo, ler a notícia por completo e não
parar apenas no título ou nas primeiras frases. 2)
Perguntar-se sobre até que ponto a notícia escrita tem
chances de ser falsa. 3) Quando a fonte não está descrita no texto, ver se foi publicado em outras fontes
confiáveis. 4) Quando a notícia tem um caráter muito
alarmista, desconfiar. 5) Desconfiar também de um
pedido de compartilhamento. Essa é uma tática para
ajudar na sobrevivência do boato. Exemplo: conteúdos com a mensagem “compartilhe antes que apaguem essa informação”. 6) Verificar os erros de português, pois as notícias falsas não têm muito apreço pela
correção gramatical.
CALEGARI, L. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/brasil/como-combater-fake-news-sem-abrir-espaco-para-a-censura/>Acesso: 04/julho/2018. [Adaptado]
Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e
as falsas ( F ), considerando o texto.
( ) Quanto ao sinal indicativo de crase, a grafia
correta dos seis vocábulos, na sequência das
lacunas nos dois primeiros parágrafos, é: às •
às • a • a • a • as.
( ) Na primeira frase do texto, a forma verbal é
pode ser substituída por são, pois, nesse caso,
se trata de concordância verbal facultativa.
( ) Cada par de palavras segue a mesma regra de
acentuação gráfica: fenômeno/ético; vésperas/midiática; espontânea/sobrevivência.
( ) O sinal de dois-pontos usado no segundo
parágrafo introduz um esclarecimento de algo
mencionado anteriormente.
( ) A pergunta que encerra o segundo parágrafo
é respondida no terceiro parágrafo do texto.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta,
de cima para baixo.