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Prova PUC-PR - 2012 - FEAES - PR - Psicólogo


ID
2496826
Banca
PUC-PR
Órgão
FEAES - PR
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                      O Legado da Doutora Zilda Arns

                                                                                                     Frei Betto

      Se milhares de jovens e adultos brasileiros e estrangeiros sobrevivem, hoje, às condições de extrema pobreza em que nasceram, devem isso em especial à doutora Zilda Arns. Conheci-a através de seu irmão, o cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, hoje arcebispo emérito de São Paulo. Trazia sempre nos lábios um sorriso tímido, a fala mansa, suave, e, apesar dos gestos contidos, manifestava profunda firmeza de caráter.

      Na virada das décadas 1970-1980, o Brasil se redemocratizava e a sociedade civil se reorganizava. Fundada em 1983, hoje a Pastoral da Criança atua em 20 países, principalmente junto a famílias de baixa renda, onde acompanha as gestantes, os partos, o desenvolvimento das crianças de zero a 6 anos de idade.

      Inspirada na metodologia de Paulo Freire – os pobres como sujeitos sociais e políticos de sua emancipação da pobreza – a Pastoral da Criança criou uma extensa rede de voluntários a partir da capacitação dos pais das crianças atendidas. O beneficiário de hoje é o agente multiplicador de amanhã, responsável por acompanhar de 10 a 15 famílias vizinhas prestes a ter bebê, orientando-as em ações básicas de saúde, vacinas, cuidados pré e pós-natais, nutrição, educação e cidadania.

      Em 2004, Zilda Arns criou a Pastoral da Pessoa Idosa, hoje integrada por milhares de homens e mulheres com mais de 60 anos de idade, rejuvenescidos por descobrirem que velhice não é doença, nem ociosa espera da morte.

      No Brasil, já foram atendidas pela Pastoral da Criança, em 27 anos de atuação, 1,6 milhão de crianças e 1,2 milhão de famílias pobres, em 4.063 municípios, graças à dedicação de 260 mil voluntários, dos quais 141 mil são líderes que vivem em comunidades pobres. Zilda Arns fez, sim, o milagre da multiplicação dos pães, ou seja, da vida. Aonde a Pastoral da Criança chega, no primeiro ano o índice de mortalidade infantil cai em torno de 20%.

      Estima-se que, no exterior, a Pastoral da Criança já salvou a vida de ao menos 200 mil bebês. Na América Latina ela se faz presente no Paraguai, Argentina, Honduras, México, Venezuela, Bolívia, Uruguai, Peru, Panamá, República Dominicana, Colômbia, Guatemala e também no Haiti, onde sua fundadora encontrou a morte – em plena trincheira de trabalho para salvar vidas – a 12 de janeiro último, em decorrência do terremoto que arruinou aquele país do Caribe. Na África, a Pastoral atua na Guiné-Bissau, Moçambique e Guiné; e na Ásia, nas Filipinas e Timor Leste.

      Trabalhei com Zilda Arns em 2003/2004, quando a Pastoral da Criança se fez parceira, de primeira hora, do Fome Zero. Ela tinha muito a nos ensinar. Crianças nascidas em situação de extrema pobreza são salvas da desnutrição e da diarreia graças a medidas simples, como a pesagem periódica de bebês, o soro caseiro e a farinha multimistura, preparada com sementes e “restos” de alimentos, como talos de verduras, cascas de frutas e ovos. O custo criança/mês é inferior a R$ 1,7.

      Graças à intensa mobilização suscitada pelo apelo de combate à desnutrição, o Fome Zero recebia inúmeras doações. Certo dia ligou um empresário de Birigui (SP), disposto a doar 100 mil pares de calçados para crianças. E, como tantos doadores, queria visibilizar o gesto em Brasília, em vez de destinar a doação diretamente aos municípios priorizados pelo programa. Logramos convencê-lo do contrário.

      Roberto Guimarães, que trabalhava com Oded Grajew e comigo no gabinete de Mobilização Social da Presidência da República, ficou encarregado de monitorar a operação. Qualificado em consultoria de processos, contatou os Correios, que se prontificaram a despachar os sapatos. Mas... a que endereços? Sugeri que recorresse à Pastoral da Criança. Duas semanas depois, ela nos enviou nome e sobrenome de 100 mil crianças, os respectivos endereços e – acreditem! – o número do pezinho de cada uma, especificando se era do sexo masculino ou feminino. Ficamos admirados frente à tamanha capilaridade e eficiência do movimento criado por Zilda Arns. Roberto Guimarães comentou que nem o acervo de presentes de Papai Noel era tão organizado...

      No lançamento do Fome Zero, em 2003, Zilda Arns discordou de se exigir, dos beneficiários, comprovantes de gastos em alimentos, de modo a garantir que o dinheiro não se destinasse a outras compras. Oded Grajew e eu a apoiamos, concordamos que apresentar comprovantes não era relevante, valia apenas como forma de se verificar resultados. Haveria que confiar na palavra dos beneficiários.

      Em março de 2004, o governo decidiu esvaziar o Fome Zero, que tinha caráter emancipatório, e introduzir o Bolsa Família, de caráter compensatório. Zilda Arns, preocupada, convocou-me a Curitiba, sede da Pastoral da Criança, para reunião com ela, José Tubino, da FAO, e dom Aloysio Penna, então arcebispo de Botucatu (SP), que representava a CNBB. Tratamos das mudanças na área social do governo, em especial da decisão de se acabar com os Comitês Gestores do Fome Zero, já implantados em cerca de 2 mil municípios, pelos quais a sociedade civil atuava junto à gestão pública. 

      Zilda Arns temia que o Bolsa Família priorizasse a mera transferência de renda, submetendo-se à orientação que propõe tratar a pobreza com políticas compensatórias, sem tocar nas estruturas que promovem e asseguram a desigualdade social. Acreditava que as políticas sociais do governo só teriam êxito consolidado ao combinarem políticas de transferência de renda e mudanças estruturantes, ações emergenciais e educativas, como qualificação profissional.

      Em artigo que divulgou por ocasião da II Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, em Olinda, a criadora da Pastoral da Criança alertou que a política social “não deve estar sujeita à política econômica. É hora de mudar esse paradigma. É a política econômica que deve estar sujeita ao combate à fome e à miséria.” E manifestou claramente a sua opinião: “Erradicar os Comitês Gestores seria um grave erro, por destruir uma capilaridade popular que fortalece o empoderamento da sociedade civil; (...) por reforçar o poder de prefeitos e vereadores, que nem sempre primam pela ética e lisura no trato com os recursos públicos. O governo não deve temer a parceria da sociedade civil, representada pelos Comitês Gestores.” 

      Seu apelo não teve eco. Os Comitês Gestores foram erradicados e, assim, a participação da sociedade civil nas políticas sociais do governo federal. Apesar de tudo, o ministro Patrus Ananias logrou aprimorar o Bolsa Família e o índice de redução da miséria absoluta no país, conforme dados recentes do Ipea. Falta encontrar a porta de saída aos beneficiários, de modo a produzirem a própria renda. 

      Zilda Arns nos deixa, de herança, o exemplo de que é possível mudar o perfil de uma nação com ações comunitárias, voluntárias, enfim, através da mobilização da sociedade civil. Não a mobilização que isenta o poder público de suas responsabilidades ou procura substituí-lo em suas obrigações. As instituições governamentais mantêm parcerias com a Pastoral da Criança e, esta, exige-lhes recursos, participa de comissões e eventos convocados pelo governo, critica-o quando necessário, sem se deixar instrumentalizar por interesses partidários e eleitorais.  

      “Estou convencida” – disse ao público que a escutava numa igreja de Porto Príncipe, pouco antes de falecer, sob os escombros de uma igreja no Haiti, em decorrência do terremoto – “de que a solução da maioria dos problemas sociais está relacionada com a redução urgente das desigualdades sociais, a eliminação da corrupção, a promoção da justiça social, o acesso à saúde e à educação de qualidade, ajuda mútua financeira e técnica entre as nações, para a preservação e restauração do meio ambiente.” E acrescentou: “Devemos nos esforçar para que nossos legisladores elaborem leis e os governos executem políticas públicas que incentivem a qualidade da educação integral das crianças e saúde, como prioridade absoluta”. 

      O mesmo ocorre em relação à iniciativa privada. A Pastoral não compactua com simulacros de responsabilidade social, que mais visam ao marketing do que à promoção humana, porém aceita parcerias se resguardados os princípios éticos e metodológicos que lhe definem o caráter. 

      Zilda Arns ensinou que, em se tratando de reduzir as causas da pobreza, deve ser a mais curta possível a distância entre intenção e ação. “A fome é ontem”, dizia Betinho, o sociólogo Herbert de Souza. E, na contramão daqueles que, cheios de bons propósitos, quase nada fazem por se enredarem no cipoal das fontes financiadoras, ela primeiro agia para, em seguida, buscar os recursos.

      Fez da Pastoral da Criança uma extensa e intensa rede de solidariedade. Acreditou na generosidade e na capacidade das famílias beneficiárias, transformou os pobres, de objetos da ação social, em sujeitos multiplicadores de pequenas e capilares iniciativas que produzem grandes e eficientes resultados. 

      Ela não repassava dinheiro às famílias atendidas, não fazia promessas, não pedia atestado de pertença religiosa ou preferência política. Seu objetivo era salvar vidas precocemente ameaçadas pela injustiça da desigualdade social que marca a nossa sociedade. Soube confiar no saber popular, na eficácia de recursos domésticos e das práticas tradicionais que dispensam compras em farmácias e supermercados. Infundiu nos beneficiários e agentes multiplicadores da Pastoral a convicção de que a emancipação da pobreza não reside apenas no poder de consumo, mas sobretudo no dever de solidariedade. 

      “Como os pássaros, que cuidam de seus filhos ao fazer um ninho no alto das árvores e nas montanhas, longe dos predadores, das ameaças e dos perigos, e mais perto de Deus, devemos cuidar de nossas crianças como um bem sagrado, promover o respeito a seus direitos e protegê-las”, declarou Zilda Arns ao encerrar a última palestra que proferiu, junto ao povo sofrido do Haiti.

      O Prêmio Nobel da Paz merecia esta mulher.  

Fonte: Sítio da Pastoral da Criançawww.pastoraldacriança.org.br (Texto adaptado)  

Com base na leitura do texto de Frei Betto, assinale a alternativa CORRETA:

Alternativas
Comentários
  • "Em artigo que divulgou por ocasião da II Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, em Olinda, a criadora da Pastoral da Criança alertou que a política social “não deve estar sujeita à política econômica."

    Gabarito: B

  • Só de ver o tamanho do texto desanima.


ID
2496829
Banca
PUC-PR
Órgão
FEAES - PR
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                      O Legado da Doutora Zilda Arns

                                                                                                     Frei Betto

      Se milhares de jovens e adultos brasileiros e estrangeiros sobrevivem, hoje, às condições de extrema pobreza em que nasceram, devem isso em especial à doutora Zilda Arns. Conheci-a através de seu irmão, o cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, hoje arcebispo emérito de São Paulo. Trazia sempre nos lábios um sorriso tímido, a fala mansa, suave, e, apesar dos gestos contidos, manifestava profunda firmeza de caráter.

      Na virada das décadas 1970-1980, o Brasil se redemocratizava e a sociedade civil se reorganizava. Fundada em 1983, hoje a Pastoral da Criança atua em 20 países, principalmente junto a famílias de baixa renda, onde acompanha as gestantes, os partos, o desenvolvimento das crianças de zero a 6 anos de idade.

      Inspirada na metodologia de Paulo Freire – os pobres como sujeitos sociais e políticos de sua emancipação da pobreza – a Pastoral da Criança criou uma extensa rede de voluntários a partir da capacitação dos pais das crianças atendidas. O beneficiário de hoje é o agente multiplicador de amanhã, responsável por acompanhar de 10 a 15 famílias vizinhas prestes a ter bebê, orientando-as em ações básicas de saúde, vacinas, cuidados pré e pós-natais, nutrição, educação e cidadania.

      Em 2004, Zilda Arns criou a Pastoral da Pessoa Idosa, hoje integrada por milhares de homens e mulheres com mais de 60 anos de idade, rejuvenescidos por descobrirem que velhice não é doença, nem ociosa espera da morte.

      No Brasil, já foram atendidas pela Pastoral da Criança, em 27 anos de atuação, 1,6 milhão de crianças e 1,2 milhão de famílias pobres, em 4.063 municípios, graças à dedicação de 260 mil voluntários, dos quais 141 mil são líderes que vivem em comunidades pobres. Zilda Arns fez, sim, o milagre da multiplicação dos pães, ou seja, da vida. Aonde a Pastoral da Criança chega, no primeiro ano o índice de mortalidade infantil cai em torno de 20%.

      Estima-se que, no exterior, a Pastoral da Criança já salvou a vida de ao menos 200 mil bebês. Na América Latina ela se faz presente no Paraguai, Argentina, Honduras, México, Venezuela, Bolívia, Uruguai, Peru, Panamá, República Dominicana, Colômbia, Guatemala e também no Haiti, onde sua fundadora encontrou a morte – em plena trincheira de trabalho para salvar vidas – a 12 de janeiro último, em decorrência do terremoto que arruinou aquele país do Caribe. Na África, a Pastoral atua na Guiné-Bissau, Moçambique e Guiné; e na Ásia, nas Filipinas e Timor Leste.

      Trabalhei com Zilda Arns em 2003/2004, quando a Pastoral da Criança se fez parceira, de primeira hora, do Fome Zero. Ela tinha muito a nos ensinar. Crianças nascidas em situação de extrema pobreza são salvas da desnutrição e da diarreia graças a medidas simples, como a pesagem periódica de bebês, o soro caseiro e a farinha multimistura, preparada com sementes e “restos” de alimentos, como talos de verduras, cascas de frutas e ovos. O custo criança/mês é inferior a R$ 1,7.

      Graças à intensa mobilização suscitada pelo apelo de combate à desnutrição, o Fome Zero recebia inúmeras doações. Certo dia ligou um empresário de Birigui (SP), disposto a doar 100 mil pares de calçados para crianças. E, como tantos doadores, queria visibilizar o gesto em Brasília, em vez de destinar a doação diretamente aos municípios priorizados pelo programa. Logramos convencê-lo do contrário.

      Roberto Guimarães, que trabalhava com Oded Grajew e comigo no gabinete de Mobilização Social da Presidência da República, ficou encarregado de monitorar a operação. Qualificado em consultoria de processos, contatou os Correios, que se prontificaram a despachar os sapatos. Mas... a que endereços? Sugeri que recorresse à Pastoral da Criança. Duas semanas depois, ela nos enviou nome e sobrenome de 100 mil crianças, os respectivos endereços e – acreditem! – o número do pezinho de cada uma, especificando se era do sexo masculino ou feminino. Ficamos admirados frente à tamanha capilaridade e eficiência do movimento criado por Zilda Arns. Roberto Guimarães comentou que nem o acervo de presentes de Papai Noel era tão organizado...

      No lançamento do Fome Zero, em 2003, Zilda Arns discordou de se exigir, dos beneficiários, comprovantes de gastos em alimentos, de modo a garantir que o dinheiro não se destinasse a outras compras. Oded Grajew e eu a apoiamos, concordamos que apresentar comprovantes não era relevante, valia apenas como forma de se verificar resultados. Haveria que confiar na palavra dos beneficiários.

      Em março de 2004, o governo decidiu esvaziar o Fome Zero, que tinha caráter emancipatório, e introduzir o Bolsa Família, de caráter compensatório. Zilda Arns, preocupada, convocou-me a Curitiba, sede da Pastoral da Criança, para reunião com ela, José Tubino, da FAO, e dom Aloysio Penna, então arcebispo de Botucatu (SP), que representava a CNBB. Tratamos das mudanças na área social do governo, em especial da decisão de se acabar com os Comitês Gestores do Fome Zero, já implantados em cerca de 2 mil municípios, pelos quais a sociedade civil atuava junto à gestão pública. 

      Zilda Arns temia que o Bolsa Família priorizasse a mera transferência de renda, submetendo-se à orientação que propõe tratar a pobreza com políticas compensatórias, sem tocar nas estruturas que promovem e asseguram a desigualdade social. Acreditava que as políticas sociais do governo só teriam êxito consolidado ao combinarem políticas de transferência de renda e mudanças estruturantes, ações emergenciais e educativas, como qualificação profissional.

      Em artigo que divulgou por ocasião da II Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, em Olinda, a criadora da Pastoral da Criança alertou que a política social “não deve estar sujeita à política econômica. É hora de mudar esse paradigma. É a política econômica que deve estar sujeita ao combate à fome e à miséria.” E manifestou claramente a sua opinião: “Erradicar os Comitês Gestores seria um grave erro, por destruir uma capilaridade popular que fortalece o empoderamento da sociedade civil; (...) por reforçar o poder de prefeitos e vereadores, que nem sempre primam pela ética e lisura no trato com os recursos públicos. O governo não deve temer a parceria da sociedade civil, representada pelos Comitês Gestores.” 

      Seu apelo não teve eco. Os Comitês Gestores foram erradicados e, assim, a participação da sociedade civil nas políticas sociais do governo federal. Apesar de tudo, o ministro Patrus Ananias logrou aprimorar o Bolsa Família e o índice de redução da miséria absoluta no país, conforme dados recentes do Ipea. Falta encontrar a porta de saída aos beneficiários, de modo a produzirem a própria renda. 

      Zilda Arns nos deixa, de herança, o exemplo de que é possível mudar o perfil de uma nação com ações comunitárias, voluntárias, enfim, através da mobilização da sociedade civil. Não a mobilização que isenta o poder público de suas responsabilidades ou procura substituí-lo em suas obrigações. As instituições governamentais mantêm parcerias com a Pastoral da Criança e, esta, exige-lhes recursos, participa de comissões e eventos convocados pelo governo, critica-o quando necessário, sem se deixar instrumentalizar por interesses partidários e eleitorais.  

      “Estou convencida” – disse ao público que a escutava numa igreja de Porto Príncipe, pouco antes de falecer, sob os escombros de uma igreja no Haiti, em decorrência do terremoto – “de que a solução da maioria dos problemas sociais está relacionada com a redução urgente das desigualdades sociais, a eliminação da corrupção, a promoção da justiça social, o acesso à saúde e à educação de qualidade, ajuda mútua financeira e técnica entre as nações, para a preservação e restauração do meio ambiente.” E acrescentou: “Devemos nos esforçar para que nossos legisladores elaborem leis e os governos executem políticas públicas que incentivem a qualidade da educação integral das crianças e saúde, como prioridade absoluta”. 

      O mesmo ocorre em relação à iniciativa privada. A Pastoral não compactua com simulacros de responsabilidade social, que mais visam ao marketing do que à promoção humana, porém aceita parcerias se resguardados os princípios éticos e metodológicos que lhe definem o caráter. 

      Zilda Arns ensinou que, em se tratando de reduzir as causas da pobreza, deve ser a mais curta possível a distância entre intenção e ação. “A fome é ontem”, dizia Betinho, o sociólogo Herbert de Souza. E, na contramão daqueles que, cheios de bons propósitos, quase nada fazem por se enredarem no cipoal das fontes financiadoras, ela primeiro agia para, em seguida, buscar os recursos.

      Fez da Pastoral da Criança uma extensa e intensa rede de solidariedade. Acreditou na generosidade e na capacidade das famílias beneficiárias, transformou os pobres, de objetos da ação social, em sujeitos multiplicadores de pequenas e capilares iniciativas que produzem grandes e eficientes resultados. 

      Ela não repassava dinheiro às famílias atendidas, não fazia promessas, não pedia atestado de pertença religiosa ou preferência política. Seu objetivo era salvar vidas precocemente ameaçadas pela injustiça da desigualdade social que marca a nossa sociedade. Soube confiar no saber popular, na eficácia de recursos domésticos e das práticas tradicionais que dispensam compras em farmácias e supermercados. Infundiu nos beneficiários e agentes multiplicadores da Pastoral a convicção de que a emancipação da pobreza não reside apenas no poder de consumo, mas sobretudo no dever de solidariedade. 

      “Como os pássaros, que cuidam de seus filhos ao fazer um ninho no alto das árvores e nas montanhas, longe dos predadores, das ameaças e dos perigos, e mais perto de Deus, devemos cuidar de nossas crianças como um bem sagrado, promover o respeito a seus direitos e protegê-las”, declarou Zilda Arns ao encerrar a última palestra que proferiu, junto ao povo sofrido do Haiti.

      O Prêmio Nobel da Paz merecia esta mulher.  

Fonte: Sítio da Pastoral da Criançawww.pastoraldacriança.org.br (Texto adaptado)  

A partir da leitura do texto de Frei Betto, assinale a alternativa INCORRETA:

Alternativas
Comentários
  • GAB C

     

    . Acreditava que as políticas sociais do governo só teriam êxito consolidado ao combinarem políticas de transferência de renda e mudanças estruturantes, ações emergenciais e educativas, como qualificação profissional.

    Zilda Arns ensinou que, em se tratando de reduzir as causas da pobreza, deve ser a mais curta possível a distância entre intenção e ação. 

     

    Coloca logo a Bíblia toda na prova para lermos, haha.. 


ID
2496832
Banca
PUC-PR
Órgão
FEAES - PR
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                      O Legado da Doutora Zilda Arns

                                                                                                     Frei Betto

      Se milhares de jovens e adultos brasileiros e estrangeiros sobrevivem, hoje, às condições de extrema pobreza em que nasceram, devem isso em especial à doutora Zilda Arns. Conheci-a através de seu irmão, o cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, hoje arcebispo emérito de São Paulo. Trazia sempre nos lábios um sorriso tímido, a fala mansa, suave, e, apesar dos gestos contidos, manifestava profunda firmeza de caráter.

      Na virada das décadas 1970-1980, o Brasil se redemocratizava e a sociedade civil se reorganizava. Fundada em 1983, hoje a Pastoral da Criança atua em 20 países, principalmente junto a famílias de baixa renda, onde acompanha as gestantes, os partos, o desenvolvimento das crianças de zero a 6 anos de idade.

      Inspirada na metodologia de Paulo Freire – os pobres como sujeitos sociais e políticos de sua emancipação da pobreza – a Pastoral da Criança criou uma extensa rede de voluntários a partir da capacitação dos pais das crianças atendidas. O beneficiário de hoje é o agente multiplicador de amanhã, responsável por acompanhar de 10 a 15 famílias vizinhas prestes a ter bebê, orientando-as em ações básicas de saúde, vacinas, cuidados pré e pós-natais, nutrição, educação e cidadania.

      Em 2004, Zilda Arns criou a Pastoral da Pessoa Idosa, hoje integrada por milhares de homens e mulheres com mais de 60 anos de idade, rejuvenescidos por descobrirem que velhice não é doença, nem ociosa espera da morte.

      No Brasil, já foram atendidas pela Pastoral da Criança, em 27 anos de atuação, 1,6 milhão de crianças e 1,2 milhão de famílias pobres, em 4.063 municípios, graças à dedicação de 260 mil voluntários, dos quais 141 mil são líderes que vivem em comunidades pobres. Zilda Arns fez, sim, o milagre da multiplicação dos pães, ou seja, da vida. Aonde a Pastoral da Criança chega, no primeiro ano o índice de mortalidade infantil cai em torno de 20%.

      Estima-se que, no exterior, a Pastoral da Criança já salvou a vida de ao menos 200 mil bebês. Na América Latina ela se faz presente no Paraguai, Argentina, Honduras, México, Venezuela, Bolívia, Uruguai, Peru, Panamá, República Dominicana, Colômbia, Guatemala e também no Haiti, onde sua fundadora encontrou a morte – em plena trincheira de trabalho para salvar vidas – a 12 de janeiro último, em decorrência do terremoto que arruinou aquele país do Caribe. Na África, a Pastoral atua na Guiné-Bissau, Moçambique e Guiné; e na Ásia, nas Filipinas e Timor Leste.

      Trabalhei com Zilda Arns em 2003/2004, quando a Pastoral da Criança se fez parceira, de primeira hora, do Fome Zero. Ela tinha muito a nos ensinar. Crianças nascidas em situação de extrema pobreza são salvas da desnutrição e da diarreia graças a medidas simples, como a pesagem periódica de bebês, o soro caseiro e a farinha multimistura, preparada com sementes e “restos” de alimentos, como talos de verduras, cascas de frutas e ovos. O custo criança/mês é inferior a R$ 1,7.

      Graças à intensa mobilização suscitada pelo apelo de combate à desnutrição, o Fome Zero recebia inúmeras doações. Certo dia ligou um empresário de Birigui (SP), disposto a doar 100 mil pares de calçados para crianças. E, como tantos doadores, queria visibilizar o gesto em Brasília, em vez de destinar a doação diretamente aos municípios priorizados pelo programa. Logramos convencê-lo do contrário.

      Roberto Guimarães, que trabalhava com Oded Grajew e comigo no gabinete de Mobilização Social da Presidência da República, ficou encarregado de monitorar a operação. Qualificado em consultoria de processos, contatou os Correios, que se prontificaram a despachar os sapatos. Mas... a que endereços? Sugeri que recorresse à Pastoral da Criança. Duas semanas depois, ela nos enviou nome e sobrenome de 100 mil crianças, os respectivos endereços e – acreditem! – o número do pezinho de cada uma, especificando se era do sexo masculino ou feminino. Ficamos admirados frente à tamanha capilaridade e eficiência do movimento criado por Zilda Arns. Roberto Guimarães comentou que nem o acervo de presentes de Papai Noel era tão organizado...

      No lançamento do Fome Zero, em 2003, Zilda Arns discordou de se exigir, dos beneficiários, comprovantes de gastos em alimentos, de modo a garantir que o dinheiro não se destinasse a outras compras. Oded Grajew e eu a apoiamos, concordamos que apresentar comprovantes não era relevante, valia apenas como forma de se verificar resultados. Haveria que confiar na palavra dos beneficiários.

      Em março de 2004, o governo decidiu esvaziar o Fome Zero, que tinha caráter emancipatório, e introduzir o Bolsa Família, de caráter compensatório. Zilda Arns, preocupada, convocou-me a Curitiba, sede da Pastoral da Criança, para reunião com ela, José Tubino, da FAO, e dom Aloysio Penna, então arcebispo de Botucatu (SP), que representava a CNBB. Tratamos das mudanças na área social do governo, em especial da decisão de se acabar com os Comitês Gestores do Fome Zero, já implantados em cerca de 2 mil municípios, pelos quais a sociedade civil atuava junto à gestão pública. 

      Zilda Arns temia que o Bolsa Família priorizasse a mera transferência de renda, submetendo-se à orientação que propõe tratar a pobreza com políticas compensatórias, sem tocar nas estruturas que promovem e asseguram a desigualdade social. Acreditava que as políticas sociais do governo só teriam êxito consolidado ao combinarem políticas de transferência de renda e mudanças estruturantes, ações emergenciais e educativas, como qualificação profissional.

      Em artigo que divulgou por ocasião da II Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, em Olinda, a criadora da Pastoral da Criança alertou que a política social “não deve estar sujeita à política econômica. É hora de mudar esse paradigma. É a política econômica que deve estar sujeita ao combate à fome e à miséria.” E manifestou claramente a sua opinião: “Erradicar os Comitês Gestores seria um grave erro, por destruir uma capilaridade popular que fortalece o empoderamento da sociedade civil; (...) por reforçar o poder de prefeitos e vereadores, que nem sempre primam pela ética e lisura no trato com os recursos públicos. O governo não deve temer a parceria da sociedade civil, representada pelos Comitês Gestores.” 

      Seu apelo não teve eco. Os Comitês Gestores foram erradicados e, assim, a participação da sociedade civil nas políticas sociais do governo federal. Apesar de tudo, o ministro Patrus Ananias logrou aprimorar o Bolsa Família e o índice de redução da miséria absoluta no país, conforme dados recentes do Ipea. Falta encontrar a porta de saída aos beneficiários, de modo a produzirem a própria renda. 

      Zilda Arns nos deixa, de herança, o exemplo de que é possível mudar o perfil de uma nação com ações comunitárias, voluntárias, enfim, através da mobilização da sociedade civil. Não a mobilização que isenta o poder público de suas responsabilidades ou procura substituí-lo em suas obrigações. As instituições governamentais mantêm parcerias com a Pastoral da Criança e, esta, exige-lhes recursos, participa de comissões e eventos convocados pelo governo, critica-o quando necessário, sem se deixar instrumentalizar por interesses partidários e eleitorais.  

      “Estou convencida” – disse ao público que a escutava numa igreja de Porto Príncipe, pouco antes de falecer, sob os escombros de uma igreja no Haiti, em decorrência do terremoto – “de que a solução da maioria dos problemas sociais está relacionada com a redução urgente das desigualdades sociais, a eliminação da corrupção, a promoção da justiça social, o acesso à saúde e à educação de qualidade, ajuda mútua financeira e técnica entre as nações, para a preservação e restauração do meio ambiente.” E acrescentou: “Devemos nos esforçar para que nossos legisladores elaborem leis e os governos executem políticas públicas que incentivem a qualidade da educação integral das crianças e saúde, como prioridade absoluta”. 

      O mesmo ocorre em relação à iniciativa privada. A Pastoral não compactua com simulacros de responsabilidade social, que mais visam ao marketing do que à promoção humana, porém aceita parcerias se resguardados os princípios éticos e metodológicos que lhe definem o caráter. 

      Zilda Arns ensinou que, em se tratando de reduzir as causas da pobreza, deve ser a mais curta possível a distância entre intenção e ação. “A fome é ontem”, dizia Betinho, o sociólogo Herbert de Souza. E, na contramão daqueles que, cheios de bons propósitos, quase nada fazem por se enredarem no cipoal das fontes financiadoras, ela primeiro agia para, em seguida, buscar os recursos.

      Fez da Pastoral da Criança uma extensa e intensa rede de solidariedade. Acreditou na generosidade e na capacidade das famílias beneficiárias, transformou os pobres, de objetos da ação social, em sujeitos multiplicadores de pequenas e capilares iniciativas que produzem grandes e eficientes resultados. 

      Ela não repassava dinheiro às famílias atendidas, não fazia promessas, não pedia atestado de pertença religiosa ou preferência política. Seu objetivo era salvar vidas precocemente ameaçadas pela injustiça da desigualdade social que marca a nossa sociedade. Soube confiar no saber popular, na eficácia de recursos domésticos e das práticas tradicionais que dispensam compras em farmácias e supermercados. Infundiu nos beneficiários e agentes multiplicadores da Pastoral a convicção de que a emancipação da pobreza não reside apenas no poder de consumo, mas sobretudo no dever de solidariedade. 

      “Como os pássaros, que cuidam de seus filhos ao fazer um ninho no alto das árvores e nas montanhas, longe dos predadores, das ameaças e dos perigos, e mais perto de Deus, devemos cuidar de nossas crianças como um bem sagrado, promover o respeito a seus direitos e protegê-las”, declarou Zilda Arns ao encerrar a última palestra que proferiu, junto ao povo sofrido do Haiti.

      O Prêmio Nobel da Paz merecia esta mulher.  

Fonte: Sítio da Pastoral da Criançawww.pastoraldacriança.org.br (Texto adaptado)  

Sobre os dados presentes no texto de Frei Betto, assinale a alternativa CORRETA:

Alternativas
Comentários
  • "No Brasil, já foram atendidas pela Pastoral da Criança, em 27 anos de atuação, 1,6 milhão de crianças e 1,2 milhão de famílias pobres, em 4.063 municípios, graças à dedicação de 260 mil voluntários, dos quais 141 mil são líderes que vivem em comunidades pobres."

    Gabarito: A

  • Texto pequeno! Já vi maiores, haha..


ID
2496835
Banca
PUC-PR
Órgão
FEAES - PR
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                      O Legado da Doutora Zilda Arns

                                                                                                     Frei Betto

      Se milhares de jovens e adultos brasileiros e estrangeiros sobrevivem, hoje, às condições de extrema pobreza em que nasceram, devem isso em especial à doutora Zilda Arns. Conheci-a através de seu irmão, o cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, hoje arcebispo emérito de São Paulo. Trazia sempre nos lábios um sorriso tímido, a fala mansa, suave, e, apesar dos gestos contidos, manifestava profunda firmeza de caráter.

      Na virada das décadas 1970-1980, o Brasil se redemocratizava e a sociedade civil se reorganizava. Fundada em 1983, hoje a Pastoral da Criança atua em 20 países, principalmente junto a famílias de baixa renda, onde acompanha as gestantes, os partos, o desenvolvimento das crianças de zero a 6 anos de idade.

      Inspirada na metodologia de Paulo Freire – os pobres como sujeitos sociais e políticos de sua emancipação da pobreza – a Pastoral da Criança criou uma extensa rede de voluntários a partir da capacitação dos pais das crianças atendidas. O beneficiário de hoje é o agente multiplicador de amanhã, responsável por acompanhar de 10 a 15 famílias vizinhas prestes a ter bebê, orientando-as em ações básicas de saúde, vacinas, cuidados pré e pós-natais, nutrição, educação e cidadania.

      Em 2004, Zilda Arns criou a Pastoral da Pessoa Idosa, hoje integrada por milhares de homens e mulheres com mais de 60 anos de idade, rejuvenescidos por descobrirem que velhice não é doença, nem ociosa espera da morte.

      No Brasil, já foram atendidas pela Pastoral da Criança, em 27 anos de atuação, 1,6 milhão de crianças e 1,2 milhão de famílias pobres, em 4.063 municípios, graças à dedicação de 260 mil voluntários, dos quais 141 mil são líderes que vivem em comunidades pobres. Zilda Arns fez, sim, o milagre da multiplicação dos pães, ou seja, da vida. Aonde a Pastoral da Criança chega, no primeiro ano o índice de mortalidade infantil cai em torno de 20%.

      Estima-se que, no exterior, a Pastoral da Criança já salvou a vida de ao menos 200 mil bebês. Na América Latina ela se faz presente no Paraguai, Argentina, Honduras, México, Venezuela, Bolívia, Uruguai, Peru, Panamá, República Dominicana, Colômbia, Guatemala e também no Haiti, onde sua fundadora encontrou a morte – em plena trincheira de trabalho para salvar vidas – a 12 de janeiro último, em decorrência do terremoto que arruinou aquele país do Caribe. Na África, a Pastoral atua na Guiné-Bissau, Moçambique e Guiné; e na Ásia, nas Filipinas e Timor Leste.

      Trabalhei com Zilda Arns em 2003/2004, quando a Pastoral da Criança se fez parceira, de primeira hora, do Fome Zero. Ela tinha muito a nos ensinar. Crianças nascidas em situação de extrema pobreza são salvas da desnutrição e da diarreia graças a medidas simples, como a pesagem periódica de bebês, o soro caseiro e a farinha multimistura, preparada com sementes e “restos” de alimentos, como talos de verduras, cascas de frutas e ovos. O custo criança/mês é inferior a R$ 1,7.

      Graças à intensa mobilização suscitada pelo apelo de combate à desnutrição, o Fome Zero recebia inúmeras doações. Certo dia ligou um empresário de Birigui (SP), disposto a doar 100 mil pares de calçados para crianças. E, como tantos doadores, queria visibilizar o gesto em Brasília, em vez de destinar a doação diretamente aos municípios priorizados pelo programa. Logramos convencê-lo do contrário.

      Roberto Guimarães, que trabalhava com Oded Grajew e comigo no gabinete de Mobilização Social da Presidência da República, ficou encarregado de monitorar a operação. Qualificado em consultoria de processos, contatou os Correios, que se prontificaram a despachar os sapatos. Mas... a que endereços? Sugeri que recorresse à Pastoral da Criança. Duas semanas depois, ela nos enviou nome e sobrenome de 100 mil crianças, os respectivos endereços e – acreditem! – o número do pezinho de cada uma, especificando se era do sexo masculino ou feminino. Ficamos admirados frente à tamanha capilaridade e eficiência do movimento criado por Zilda Arns. Roberto Guimarães comentou que nem o acervo de presentes de Papai Noel era tão organizado...

      No lançamento do Fome Zero, em 2003, Zilda Arns discordou de se exigir, dos beneficiários, comprovantes de gastos em alimentos, de modo a garantir que o dinheiro não se destinasse a outras compras. Oded Grajew e eu a apoiamos, concordamos que apresentar comprovantes não era relevante, valia apenas como forma de se verificar resultados. Haveria que confiar na palavra dos beneficiários.

      Em março de 2004, o governo decidiu esvaziar o Fome Zero, que tinha caráter emancipatório, e introduzir o Bolsa Família, de caráter compensatório. Zilda Arns, preocupada, convocou-me a Curitiba, sede da Pastoral da Criança, para reunião com ela, José Tubino, da FAO, e dom Aloysio Penna, então arcebispo de Botucatu (SP), que representava a CNBB. Tratamos das mudanças na área social do governo, em especial da decisão de se acabar com os Comitês Gestores do Fome Zero, já implantados em cerca de 2 mil municípios, pelos quais a sociedade civil atuava junto à gestão pública. 

      Zilda Arns temia que o Bolsa Família priorizasse a mera transferência de renda, submetendo-se à orientação que propõe tratar a pobreza com políticas compensatórias, sem tocar nas estruturas que promovem e asseguram a desigualdade social. Acreditava que as políticas sociais do governo só teriam êxito consolidado ao combinarem políticas de transferência de renda e mudanças estruturantes, ações emergenciais e educativas, como qualificação profissional.

      Em artigo que divulgou por ocasião da II Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, em Olinda, a criadora da Pastoral da Criança alertou que a política social “não deve estar sujeita à política econômica. É hora de mudar esse paradigma. É a política econômica que deve estar sujeita ao combate à fome e à miséria.” E manifestou claramente a sua opinião: “Erradicar os Comitês Gestores seria um grave erro, por destruir uma capilaridade popular que fortalece o empoderamento da sociedade civil; (...) por reforçar o poder de prefeitos e vereadores, que nem sempre primam pela ética e lisura no trato com os recursos públicos. O governo não deve temer a parceria da sociedade civil, representada pelos Comitês Gestores.” 

      Seu apelo não teve eco. Os Comitês Gestores foram erradicados e, assim, a participação da sociedade civil nas políticas sociais do governo federal. Apesar de tudo, o ministro Patrus Ananias logrou aprimorar o Bolsa Família e o índice de redução da miséria absoluta no país, conforme dados recentes do Ipea. Falta encontrar a porta de saída aos beneficiários, de modo a produzirem a própria renda. 

      Zilda Arns nos deixa, de herança, o exemplo de que é possível mudar o perfil de uma nação com ações comunitárias, voluntárias, enfim, através da mobilização da sociedade civil. Não a mobilização que isenta o poder público de suas responsabilidades ou procura substituí-lo em suas obrigações. As instituições governamentais mantêm parcerias com a Pastoral da Criança e, esta, exige-lhes recursos, participa de comissões e eventos convocados pelo governo, critica-o quando necessário, sem se deixar instrumentalizar por interesses partidários e eleitorais.  

      “Estou convencida” – disse ao público que a escutava numa igreja de Porto Príncipe, pouco antes de falecer, sob os escombros de uma igreja no Haiti, em decorrência do terremoto – “de que a solução da maioria dos problemas sociais está relacionada com a redução urgente das desigualdades sociais, a eliminação da corrupção, a promoção da justiça social, o acesso à saúde e à educação de qualidade, ajuda mútua financeira e técnica entre as nações, para a preservação e restauração do meio ambiente.” E acrescentou: “Devemos nos esforçar para que nossos legisladores elaborem leis e os governos executem políticas públicas que incentivem a qualidade da educação integral das crianças e saúde, como prioridade absoluta”. 

      O mesmo ocorre em relação à iniciativa privada. A Pastoral não compactua com simulacros de responsabilidade social, que mais visam ao marketing do que à promoção humana, porém aceita parcerias se resguardados os princípios éticos e metodológicos que lhe definem o caráter. 

      Zilda Arns ensinou que, em se tratando de reduzir as causas da pobreza, deve ser a mais curta possível a distância entre intenção e ação. “A fome é ontem”, dizia Betinho, o sociólogo Herbert de Souza. E, na contramão daqueles que, cheios de bons propósitos, quase nada fazem por se enredarem no cipoal das fontes financiadoras, ela primeiro agia para, em seguida, buscar os recursos.

      Fez da Pastoral da Criança uma extensa e intensa rede de solidariedade. Acreditou na generosidade e na capacidade das famílias beneficiárias, transformou os pobres, de objetos da ação social, em sujeitos multiplicadores de pequenas e capilares iniciativas que produzem grandes e eficientes resultados. 

      Ela não repassava dinheiro às famílias atendidas, não fazia promessas, não pedia atestado de pertença religiosa ou preferência política. Seu objetivo era salvar vidas precocemente ameaçadas pela injustiça da desigualdade social que marca a nossa sociedade. Soube confiar no saber popular, na eficácia de recursos domésticos e das práticas tradicionais que dispensam compras em farmácias e supermercados. Infundiu nos beneficiários e agentes multiplicadores da Pastoral a convicção de que a emancipação da pobreza não reside apenas no poder de consumo, mas sobretudo no dever de solidariedade. 

      “Como os pássaros, que cuidam de seus filhos ao fazer um ninho no alto das árvores e nas montanhas, longe dos predadores, das ameaças e dos perigos, e mais perto de Deus, devemos cuidar de nossas crianças como um bem sagrado, promover o respeito a seus direitos e protegê-las”, declarou Zilda Arns ao encerrar a última palestra que proferiu, junto ao povo sofrido do Haiti.

      O Prêmio Nobel da Paz merecia esta mulher.  

Fonte: Sítio da Pastoral da Criançawww.pastoraldacriança.org.br (Texto adaptado)  

Leia o seguinte trecho, destacado do texto de Frei Betto, e assinale a alternativa CORRETA:

Zilda Arns nos deixa, de herança, o exemplo de que é possível mudar o perfil de uma nação com ações comunitárias, voluntárias, enfim, através da mobilização da sociedade civil. Não a mobilização que isenta o poder público de suas responsabilidades ou procura substituí-lo em suas obrigações. As instituições governamentais mantêm parcerias com a Pastoral da Criança e, esta, exige-lhes recursos, participa de comissões e eventos convocados pelo governo, critica-o quando necessário, sem se deixar instrumentalizar por interesses partidários e eleitorais.

Alternativas
Comentários
  • Pronomes demonstrativos situam alguém ou alguma coisa no tempo, no espaço e no discurso, em relação às próprias pessoas do discurso: quem fala, com quem se fala, de quem se fala. Podem ser invariáveis ou variáveis em gênero (masculino e feminino) e número (plural e singular). Possuem ainda uma finalidade expressiva, reforçando algum termo anteriormente mencionado.

    Pronomes demonstrativos variáveis:
    1.ª pessoa: este, esta, estes, estas
    2.ª pessoa: esse, essa, esses, essas
    3.ª pessoa: aquele, aquela, aqueles, aquelas

    Pronomes demonstrativos invariáveis:
    1.ª pessoa: isto
    2.ª pessoa: isso
    3.ª pessoa: aquilo

     

    Gabarito: E

     

  • GABARITO: LETRA E

    FUNÇÃO REFENCIAL

    ESSE(S), ESSA(S), ISSO - ELEMENTO COESIVO REFERENCIAL ANAFÓRICO (ALGO JÁ DITO OU APRESENTADO)

    ESTE(S), ESTA(S), ISTO - ELEMENTO COESIVO REFERENCIAL CATAFÓRICO (CONSECUTIVO): ALGO QUE SERÁ DITO OU APRESENTADO.

    *PODE TAMBÉM RETOMAR UM TERMO OU IDEIA ANTECEDENTE (EVANILDO BECHARA E CELSO CUNHA).

    FONTE: A Gramática para Concursos - Fernando Pestana.

  • Qual o erro da alternativa A?


ID
2496838
Banca
PUC-PR
Órgão
FEAES - PR
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                      O Legado da Doutora Zilda Arns

                                                                                                     Frei Betto

      Se milhares de jovens e adultos brasileiros e estrangeiros sobrevivem, hoje, às condições de extrema pobreza em que nasceram, devem isso em especial à doutora Zilda Arns. Conheci-a através de seu irmão, o cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, hoje arcebispo emérito de São Paulo. Trazia sempre nos lábios um sorriso tímido, a fala mansa, suave, e, apesar dos gestos contidos, manifestava profunda firmeza de caráter.

      Na virada das décadas 1970-1980, o Brasil se redemocratizava e a sociedade civil se reorganizava. Fundada em 1983, hoje a Pastoral da Criança atua em 20 países, principalmente junto a famílias de baixa renda, onde acompanha as gestantes, os partos, o desenvolvimento das crianças de zero a 6 anos de idade.

      Inspirada na metodologia de Paulo Freire – os pobres como sujeitos sociais e políticos de sua emancipação da pobreza – a Pastoral da Criança criou uma extensa rede de voluntários a partir da capacitação dos pais das crianças atendidas. O beneficiário de hoje é o agente multiplicador de amanhã, responsável por acompanhar de 10 a 15 famílias vizinhas prestes a ter bebê, orientando-as em ações básicas de saúde, vacinas, cuidados pré e pós-natais, nutrição, educação e cidadania.

      Em 2004, Zilda Arns criou a Pastoral da Pessoa Idosa, hoje integrada por milhares de homens e mulheres com mais de 60 anos de idade, rejuvenescidos por descobrirem que velhice não é doença, nem ociosa espera da morte.

      No Brasil, já foram atendidas pela Pastoral da Criança, em 27 anos de atuação, 1,6 milhão de crianças e 1,2 milhão de famílias pobres, em 4.063 municípios, graças à dedicação de 260 mil voluntários, dos quais 141 mil são líderes que vivem em comunidades pobres. Zilda Arns fez, sim, o milagre da multiplicação dos pães, ou seja, da vida. Aonde a Pastoral da Criança chega, no primeiro ano o índice de mortalidade infantil cai em torno de 20%.

      Estima-se que, no exterior, a Pastoral da Criança já salvou a vida de ao menos 200 mil bebês. Na América Latina ela se faz presente no Paraguai, Argentina, Honduras, México, Venezuela, Bolívia, Uruguai, Peru, Panamá, República Dominicana, Colômbia, Guatemala e também no Haiti, onde sua fundadora encontrou a morte – em plena trincheira de trabalho para salvar vidas – a 12 de janeiro último, em decorrência do terremoto que arruinou aquele país do Caribe. Na África, a Pastoral atua na Guiné-Bissau, Moçambique e Guiné; e na Ásia, nas Filipinas e Timor Leste.

      Trabalhei com Zilda Arns em 2003/2004, quando a Pastoral da Criança se fez parceira, de primeira hora, do Fome Zero. Ela tinha muito a nos ensinar. Crianças nascidas em situação de extrema pobreza são salvas da desnutrição e da diarreia graças a medidas simples, como a pesagem periódica de bebês, o soro caseiro e a farinha multimistura, preparada com sementes e “restos” de alimentos, como talos de verduras, cascas de frutas e ovos. O custo criança/mês é inferior a R$ 1,7.

      Graças à intensa mobilização suscitada pelo apelo de combate à desnutrição, o Fome Zero recebia inúmeras doações. Certo dia ligou um empresário de Birigui (SP), disposto a doar 100 mil pares de calçados para crianças. E, como tantos doadores, queria visibilizar o gesto em Brasília, em vez de destinar a doação diretamente aos municípios priorizados pelo programa. Logramos convencê-lo do contrário.

      Roberto Guimarães, que trabalhava com Oded Grajew e comigo no gabinete de Mobilização Social da Presidência da República, ficou encarregado de monitorar a operação. Qualificado em consultoria de processos, contatou os Correios, que se prontificaram a despachar os sapatos. Mas... a que endereços? Sugeri que recorresse à Pastoral da Criança. Duas semanas depois, ela nos enviou nome e sobrenome de 100 mil crianças, os respectivos endereços e – acreditem! – o número do pezinho de cada uma, especificando se era do sexo masculino ou feminino. Ficamos admirados frente à tamanha capilaridade e eficiência do movimento criado por Zilda Arns. Roberto Guimarães comentou que nem o acervo de presentes de Papai Noel era tão organizado...

      No lançamento do Fome Zero, em 2003, Zilda Arns discordou de se exigir, dos beneficiários, comprovantes de gastos em alimentos, de modo a garantir que o dinheiro não se destinasse a outras compras. Oded Grajew e eu a apoiamos, concordamos que apresentar comprovantes não era relevante, valia apenas como forma de se verificar resultados. Haveria que confiar na palavra dos beneficiários.

      Em março de 2004, o governo decidiu esvaziar o Fome Zero, que tinha caráter emancipatório, e introduzir o Bolsa Família, de caráter compensatório. Zilda Arns, preocupada, convocou-me a Curitiba, sede da Pastoral da Criança, para reunião com ela, José Tubino, da FAO, e dom Aloysio Penna, então arcebispo de Botucatu (SP), que representava a CNBB. Tratamos das mudanças na área social do governo, em especial da decisão de se acabar com os Comitês Gestores do Fome Zero, já implantados em cerca de 2 mil municípios, pelos quais a sociedade civil atuava junto à gestão pública. 

      Zilda Arns temia que o Bolsa Família priorizasse a mera transferência de renda, submetendo-se à orientação que propõe tratar a pobreza com políticas compensatórias, sem tocar nas estruturas que promovem e asseguram a desigualdade social. Acreditava que as políticas sociais do governo só teriam êxito consolidado ao combinarem políticas de transferência de renda e mudanças estruturantes, ações emergenciais e educativas, como qualificação profissional.

      Em artigo que divulgou por ocasião da II Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, em Olinda, a criadora da Pastoral da Criança alertou que a política social “não deve estar sujeita à política econômica. É hora de mudar esse paradigma. É a política econômica que deve estar sujeita ao combate à fome e à miséria.” E manifestou claramente a sua opinião: “Erradicar os Comitês Gestores seria um grave erro, por destruir uma capilaridade popular que fortalece o empoderamento da sociedade civil; (...) por reforçar o poder de prefeitos e vereadores, que nem sempre primam pela ética e lisura no trato com os recursos públicos. O governo não deve temer a parceria da sociedade civil, representada pelos Comitês Gestores.” 

      Seu apelo não teve eco. Os Comitês Gestores foram erradicados e, assim, a participação da sociedade civil nas políticas sociais do governo federal. Apesar de tudo, o ministro Patrus Ananias logrou aprimorar o Bolsa Família e o índice de redução da miséria absoluta no país, conforme dados recentes do Ipea. Falta encontrar a porta de saída aos beneficiários, de modo a produzirem a própria renda. 

      Zilda Arns nos deixa, de herança, o exemplo de que é possível mudar o perfil de uma nação com ações comunitárias, voluntárias, enfim, através da mobilização da sociedade civil. Não a mobilização que isenta o poder público de suas responsabilidades ou procura substituí-lo em suas obrigações. As instituições governamentais mantêm parcerias com a Pastoral da Criança e, esta, exige-lhes recursos, participa de comissões e eventos convocados pelo governo, critica-o quando necessário, sem se deixar instrumentalizar por interesses partidários e eleitorais.  

      “Estou convencida” – disse ao público que a escutava numa igreja de Porto Príncipe, pouco antes de falecer, sob os escombros de uma igreja no Haiti, em decorrência do terremoto – “de que a solução da maioria dos problemas sociais está relacionada com a redução urgente das desigualdades sociais, a eliminação da corrupção, a promoção da justiça social, o acesso à saúde e à educação de qualidade, ajuda mútua financeira e técnica entre as nações, para a preservação e restauração do meio ambiente.” E acrescentou: “Devemos nos esforçar para que nossos legisladores elaborem leis e os governos executem políticas públicas que incentivem a qualidade da educação integral das crianças e saúde, como prioridade absoluta”. 

      O mesmo ocorre em relação à iniciativa privada. A Pastoral não compactua com simulacros de responsabilidade social, que mais visam ao marketing do que à promoção humana, porém aceita parcerias se resguardados os princípios éticos e metodológicos que lhe definem o caráter. 

      Zilda Arns ensinou que, em se tratando de reduzir as causas da pobreza, deve ser a mais curta possível a distância entre intenção e ação. “A fome é ontem”, dizia Betinho, o sociólogo Herbert de Souza. E, na contramão daqueles que, cheios de bons propósitos, quase nada fazem por se enredarem no cipoal das fontes financiadoras, ela primeiro agia para, em seguida, buscar os recursos.

      Fez da Pastoral da Criança uma extensa e intensa rede de solidariedade. Acreditou na generosidade e na capacidade das famílias beneficiárias, transformou os pobres, de objetos da ação social, em sujeitos multiplicadores de pequenas e capilares iniciativas que produzem grandes e eficientes resultados. 

      Ela não repassava dinheiro às famílias atendidas, não fazia promessas, não pedia atestado de pertença religiosa ou preferência política. Seu objetivo era salvar vidas precocemente ameaçadas pela injustiça da desigualdade social que marca a nossa sociedade. Soube confiar no saber popular, na eficácia de recursos domésticos e das práticas tradicionais que dispensam compras em farmácias e supermercados. Infundiu nos beneficiários e agentes multiplicadores da Pastoral a convicção de que a emancipação da pobreza não reside apenas no poder de consumo, mas sobretudo no dever de solidariedade. 

      “Como os pássaros, que cuidam de seus filhos ao fazer um ninho no alto das árvores e nas montanhas, longe dos predadores, das ameaças e dos perigos, e mais perto de Deus, devemos cuidar de nossas crianças como um bem sagrado, promover o respeito a seus direitos e protegê-las”, declarou Zilda Arns ao encerrar a última palestra que proferiu, junto ao povo sofrido do Haiti.

      O Prêmio Nobel da Paz merecia esta mulher.  

Fonte: Sítio da Pastoral da Criançawww.pastoraldacriança.org.br (Texto adaptado)  

Leia o seguinte trecho, destacado do texto de Frei Betto, e assinale a alternativa CORRETA:

Roberto Guimarães, que trabalhava com Oded Grajew e comigo no gabinete de Mobilização Social da Presidência da República, ficou encarregado de monitorar a operação. Qualificado em consultoria de processos, contatou os Correios, que se prontificaram a despachar os sapatos. Mas... a que endereços? Sugeri que recorresse à Pastoral da Criança. Duas semanas depois, ela nos enviou nome e sobrenome de 100 mil crianças, os respectivos endereços e – acreditem! – o número do pezinho de cada uma, especificando se era do sexo masculino ou feminino. Ficamos admirados frente à tamanha capilaridade e eficiência do movimento criado por Zilda Arns. Roberto Guimarães comentou que nem o acervo de presentes de Papai Noel era tão organizado...

Alternativas
Comentários
  • GAB E


ID
2496841
Banca
PUC-PR
Órgão
FEAES - PR
Ano
2012
Provas
Disciplina
Direito Sanitário
Assuntos

A Constituição Federal assinala, no Capítulo 2, dos Direitos Sociais, artigo 6, que a saúde é um direito. O conceito de saúde, de acordo com a Lei n. 8080, de 19 de setembro de 1990, é:

Alternativas
Comentários
  • Letra C

    Art. 2 : A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o estado promover as consições indispensáveis ao seu pleno exercício.

    Art 3 : ... tendo a saúde como fatores condicionantes e determinantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade física, o transposte o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais.

  • Questão desatualizada, pois em 2013 a Atividade física foi adicionada como fatores condicionantes e determinantes a saúde


ID
2496844
Banca
PUC-PR
Órgão
FEAES - PR
Ano
2012
Provas
Disciplina
Legislação Federal
Assuntos

A Política Nacional do Idoso, a fim de assegurar os direitos sociais do idoso, criando condições para promover sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade, deve:


I. Estimular a criação de incentivos e de alternativas de atendimento ao idoso, como centros de convivência, centros de cuidados diurnos, casas-lares, oficinas abrigadas de trabalho, atendimentos domiciliares e outros.

II. Desenvolver formas de cooperação entre as Secretarias de Saúde dos estados, do Distrito Federal e dos municípios e entre os centros de referência em geriatria e gerontologia para treinamento de equipes multiprofissionais.

III. Prestar serviços e desenvolver ações voltadas para o atendimento das necessidades básicas do idoso, mediante a participação das famílias, da sociedade e de entidades governamentais e não governamentais.

Está(ão) CORRETA(S):

Alternativas
Comentários
  •  Art 10. II. e) Desenvolver formas de cooperação entre as Secretarias de Saúde dos estados, do Distrito Federal e dos municípios e entre os centros de referência em geriatria e gerontologia para treinamento de equipes multiprofissionais.

    Na lei a equipe é interprofissional e não multiprofissional. 

  • OPÇÃO D-TODAS AS AFIRMATIVAS ESTÃO CORRETAS, COPIA LETRA DA LEI.

    DAS ÇÕES GOVERNAMENTAIS       
     Art. 10. Na implementação da política nacional do idoso, são competências dos órgãos e entidades públicos:

            I - na área de promoção e assistência social:

            a) prestar serviços e desenvolver ações voltadas para o atendimento das necessidades básicas do idoso, mediante a participação das famílias, da sociedade e de entidades governamentais e não-governamentais.

    b) estimular a criação de incentivos e de alternativas de atendimento ao idoso, como centros de convivência, centros de cuidados diurnos, casas-lares, oficinas abrigadas de trabalho, atendimentos domiciliares e outros;
    ...

            II - na área de saúde:
    e) desenvolver formas de cooperação entre as Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal, e dos Municípios e entre os Centros de Referência em Geriatria e Gerontologia para treinamento de equipes interprofissionais;

  • Tipo de questão para entrar com recursos.

    Item correto A.

    Na lei a equipe é interprofissional e não multiprofissional.

  •   e) desenvolver formas de cooperação entre as Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal, e dos Municípios e entre os Centros de Referência em Geriatria e Gerontologia para treinamento de equipes interprofissionais; (questão II errada)


ID
2496847
Banca
PUC-PR
Órgão
FEAES - PR
Ano
2012
Provas
Disciplina
Direito Sanitário
Assuntos

O Conselho de Saúde é um órgão colegiado, deliberativo e permanente do Sistema Único de Saúde, que atua na formulação e proposição de estratégias e no controle da execução das Políticas de Saúde, inclusive nos seus aspectos econômicos e financeiros. Sobre a criação e a organização dos Conselhos de Saúde, considere as afirmações a seguir:


I. A criação dos Conselhos de Saúde é estabelecida por lei municipal, estadual ou federal, com base na Lei n. 8.142/90.

II. O número de conselheiros será indicado pelos Plenários dos Conselhos de Saúde e das Conferências de Saúde, devendo ser definido em lei.

III. As vagas do Conselho de Saúde deverão ser distribuídas da seguinte forma: 50% de entidades de usuários; 25% de entidades dos trabalhadores de saúde; e 25% de representação de governo, de prestadores de serviços privados conveniados, ou sem fins lucrativos.


Está(ão) CORRETA(S):

Alternativas
Comentários
  • De onde a banca tirou isso?

  • gostaria de saber de onde saiu essa informação

  • A questão foi baseada na Resolução 453 de 2012

  • I - O número de conselheiros será definido pelos Conselhos de Saúde e constituído em lei.

    II - Mantendo o que propôs as Resoluções nos 33/92 e 333/03 do CNS e consoante com as Recomendações da 10a e 11a Conferências Nacionais de Saúde, as vagas deverão ser distribuídas da seguinte forma:

    a)50% de entidades e movimentos representativos de usuários;

    b)25% de entidades representativas dos trabalhadores da área de saúde;

    c)25% de representação de governo e prestadores de serviços privados conveniados, ou sem fins lucrativos.

    III - A participação de órgãos, entidades e movimentos sociais terá como critério a representatividade, a abrangência e a complementaridade do conjunto da sociedade, no âmbito de atuação do Conselho de Saúde. De acordo com as especificidades locais, aplicando o princípio da paridade, serão contempladas, dentre outras, as seguintes representações:



    http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2012/res0453_10_05_2012.html

  • Caberia recurso, pois na resolução 453/12 diz o seguinte:

    I - O número de conselheiros será definido pelos Conselhos de Saúde e constituído em lei.

    E não aponta nada sobre conferência no número de conselheiros ou o Qconcursos errou no sistema ou a banca errou.


ID
2496850
Banca
PUC-PR
Órgão
FEAES - PR
Ano
2012
Provas
Disciplina
Direito Sanitário
Assuntos

Em relação à Política Nacional de Atenção Básica aprovada pela Portaria n. 648/GM/2006, afirma-se:


I. A Saúde da Família como estratégia prioritária para sua organização de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde.

II. O Ministério da Saúde, em setembro de 2006, definiu a Agenda de Compromisso pela Saúde que agrega três eixos: (i) o Pacto em Defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), (ii) o Pacto em Defesa da Vida e (iii) o Pacto de Gestão.

III. Considera o sujeito em sua singularidade, complexidade, integralidade e inserção sociocultural e busca a promoção de sua saúde, a prevenção e tratamento de doenças, bem como a redução de danos ou de sofrimentos que possam comprometer suas possibilidades de viver de modo saudável.


Está(ão) CORRETA(S):

Alternativas
Comentários
  • Gabarito A

    Todas as assertivas


ID
2496853
Banca
PUC-PR
Órgão
FEAES - PR
Ano
2012
Provas
Disciplina
Direito Sanitário
Assuntos

As ações e serviços de saúde, implementadas pelos estados, municípios e Distrito Federal são financiados com recursos da União, próprios e de outras fontes suplementares de financiamento, todos devidamente contemplados no orçamento da Seguridade Social. Os recursos são repassados por alguns mecanismos entre os quais:


I. Transferências regulares e automáticas.

II. Remuneração por serviços produzidos.

III. Convênios.


Está(ão) CORRETA(S):

Alternativas
Comentários
  • Gab B - art 195 CF



ID
2496856
Banca
PUC-PR
Órgão
FEAES - PR
Ano
2012
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Em relação ao Código de Ética dos Psicólogos (2005), afirma-se:


I. O psicólogo deve atuar com responsabilidade social, analisando crítica e historicamente a realidade política, econômica, social e cultural.

II. O psicólogo deve responsabilizar-se somente por atividades para as quais esteja capacitado pessoal, teórica e tecnicamente.

III. É vedado ao psicólogo induzir qualquer pessoa ou organização a recorrer a seus serviços.

IV. É vedado ao psicólogo desviar para serviço particular ou de outra instituição visando benefício próprio, pessoas ou organizações atendidas por instituição com a qual mantenha qualquer tipo de vínculo profissional.

V. O psicólogo, no relacionamento com profissionais de outras áreas, compartilhará somente informações relevantes para qualificar os serviços prestados, resguardando o caráter confidencial das comunicações, garantindo responsabilidade de preservar sigilo por quem as receber.


Está(ão) CORRETA(S):

Alternativas
Comentários
  • a redação da assertiva V está deixando margem para dúvidas, pois, segundo o disposto no referido CEPP:

     

    Art. 6º – ...

    b) Compartilhará somente informações relevantes para qualificar o serviço prestado, resguardando o caráter confidencial das comunicações, assinalando a responsabilidade, de quem as receber, de preservar o sigilo;

     

    A assertiva traz "garantindo responsabilidade de preservar sigilo por quem as receber." Não tem como o psicólogo garantir, mas, assim como está no Código, assinalar a responsabilidade. Semanticamente são coisas distintas. Caberia recurso.


ID
2496859
Banca
PUC-PR
Órgão
FEAES - PR
Ano
2012
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Os princípios do Relatório Belmont são três: autonomia, beneficência e justiça. Sobre esses princípios, afirma-se:


I. Segundo o princípio da autonomia, o médico ou outro profissional da saúde deve respeitar a vontade, os valores morais, as crenças do paciente ou de seu representante. Os fundamentos filosóficos desse princípio são encontrados em autores como Locke, Kant e J. S. Mill.

II. Na bioética particularmente, o princípio da beneficência visa ao bem-estar e aos interesses do paciente por meio da ciência médica e de seus representantes e agentes.

III. O princípio da justiça exige equidade na distribuição de bens e benefícios na área de saúde, no exercício de todos os profissionais nela envolvidos.

IV. O princípio da autonomia prevê o respeito às pessoas tanto por suas escolhas, quanto por seus atos.


Está(ão) CORRETA(S):

Alternativas
Comentários
  • Relatório de Belmont foi promulgado em 1978, numa reação institucional aos escândalos causados pelos experimentos da medicina desde o início da 2ª. Guerra Mundial. Em particular, três casos foram de notável relevância para sua criação: 1) em 1963, no Hospital Israelita de doenças crônicas de Nova York, foram injetadas células cancerosas vivas em idosos doentes; 2) entre 1950 e 1970, no hospital estatal de Willowbrook (NY), injetaram hepatite viral em crianças retardadas mentais; 3) desde os anos 40, mas descoberto apenas em 1972, no caso de Tuskegee study no Estado de Alabama, foram deixados sem tratamento quatrocentos negros sifilíticos para pesquisar a história natural da doença.

     

    Pelos fatos acima descritos, o Governo e o Congresso norte-americano constituíram, em 1974, a National Comission for the Protection of Human Subjects of Biomedical and Behavioral Research. Foi estabelecido, como objetivo principal da Comissão, identificar os princípios éticos “básicos” que deveriam conduzir a experimentação em seres humanos, o que ficou conhecido como Belmont Report

     

    O Relatório de Belmont apresenta os princípios éticos, considerados básicos, que deveriam nortear a pesquisa biomédica com seres humanos: a) o princípio do respeito às pessoas; b) o princípio da beneficência; c) o princípio da justiça. 

     

    Segundo Leo Passini e Christian de Paul de Barchifontaine, o princípio do respeito ás pessoas ou autonomia, incorpora pelo menos duas convicções éticas: 1) as pessoas deveriam ser tratadas com autonomia; 2) as pessoas cuja autonomia está diminuída devem ser protegidas.[1] 

     

    O princípio da beneficiência, é entendido como atos de bondade e caridade que vão além da restrita obrigação. A beneficência é muito mais que um simples ato de bondade e caridade, pois ela deve estar ligada a um sentimento muito mais forte, sentimento este de não causar nenhum dano a outrem, ou sendo estes inevitáveis, que pelo menos sejam minimizados, buscando ainda o máximo de benefícios.

     

    O princípio da justiça por sua vez, está ligado ao fato da preponderação e equilíbrio dos benefícios e malefícios sobre cada indivíduo em suas diversas necessidades, tratando-se os iguais como iguais e os diferentes como diferentes, na proporção de suas desigualdades.

     

    FONTE: http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,relatorio-de-belmont-1978,42516.html

     

    Gabarito: A


ID
2496862
Banca
PUC-PR
Órgão
FEAES - PR
Ano
2012
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

A resolução n.196/96 sobre pesquisas envolvendo seres humanos incorpora os referenciais básicos da bioética: respeito à pessoa, beneficência e justiça, visando assegurar os direitos e deveres que dizem respeito à comunidade científica, aos sujeitos da pesquisa e ao Estado. Uma pesquisa com humanos somente poderá começar após o consentimento livre e esclarecido (TCLE) ser assinado pelo participante ou pelo seu responsável/representante legal. Em relação ao TCLE , afirma-se:


I. O TCLE deve ser elaborado em linguagem acessível e incluir a justificativa, os objetivos, os procedimentos, os riscos, os benefícios e a garantia de esclarecimento antes e durante o curso da pesquisa.

II. No TCLE deve constar a liberdade de o sujeito recusar sua participação ou retirar o seu consentimento, em qualquer fase da pesquisa, sem penalização alguma e sem prejuízo ao seu cuidado.

III. O TCLE deve dar garanta de sigilo que assegure a privacidade do sujeito quanto aos dados confidenciais envolvidos na pesquisa.

IV. O TCLE deve ser preparado em via única, que deverá ser entregue ao participante, e nela constar a assinatura do responsável pela pesquisa e o seu número de telefone.

V. O TCLE, parte do projeto de pesquisa deverá ser aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa.


Está(ão) CORRETA(S):

Alternativas
Comentários
  • Item IV errado pois tem que haver 2 vias do TCLE: 1 a ser entregue ao participante e outra para ficar com o pesquisador.

    Resposta correta: item B


ID
2496865
Banca
PUC-PR
Órgão
FEAES - PR
Ano
2012
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

No exercício da geriatria/gerontologia convive-se, às vezes, durante meses e anos, com pacientes sem perspectivas de cura, que necessitam de cuidados, apoio para contornar suas limitações e manter o mínimo de dignidade possível. Para promover o bem-estar e a qualidade de vida do paciente fora de possibilidades terapêuticas, a inglesa Cecily Saunders propôs uma filosofia de cuidados. Esses cuidados foram denominados:

Alternativas
Comentários
  • A Organização Mundial da Saúde, originalmente em 1990 e em revisão de 2002, definiu cuidados paliativos como cuidados ativos e totais aos pacientes quando a doença não responde às terapêuticas curativas, quando o controle da dor e dos sintomas psicológicos, sociais e espirituais é prioridade, e cujo objetivo é melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Trata-se de abordagem multidisciplinar que abrange cuidado ao paciente, à família e à comunidade.

    O conceito de cuidado paliativo teve origem no movimento hospice, organizado por Cicely Saunders e seus colegas, que difundiram pelo mundo uma filosofia sobre o cuidar com duas noções fundamentais: o controle efetivo da dor e de outros sintomas, e o cuidado com as dimensões psicológicas, sociais e espirituais de pacientes e suas famílias. Com esse movimento propaga-se o conceito de cuidar, e não só curar, e de manter-se centrado nas necessidades do paciente, até a sua finitude. Com isso, um novo saber foi criado: o dos cuidados paliativos.


ID
2496868
Banca
PUC-PR
Órgão
FEAES - PR
Ano
2012
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

O Comitê do American College of Phsysicians e da American Society of Internal Medicine identificou sete mitos, sobre o cuidado ao final de vida que podem prejudicá-lo. A seguir apresentam algumas ocorrências:


I. Manter ou retirar líquidos e nutrição artificiais dos pacientes terminalmente doentes ou permanentemente inconscientes é ilegal.

II. O pessoal de tratamento de risco deve ser consultado antes de ser concluído o tratamento.

III. Privar do tratamento de suporte de vida os pacientes que não têm capacidade para tomada de decisão requer evidências de que era o verdadeiro desejo do paciente.

IV. Se um médico prescrever ou administrar doses altas de medicação para aliviar a dor ou o desconforto de um doente terminal e isso resultar na morte do paciente, o médico responderá criminalmente.


De acordo com o Comitê, qual(is) constitui(em)-se mitos:

Alternativas
Comentários
  • Mitos:

    1) Deixar de administrar de tratamentos de suporte à vida para pacientes sem capacidade de tomar decisões exige evidências de que esse era o desejo do paciente

    2) Recusar ou suspender líquidos ou nutrição artificiais para pacientes com doença terminal ou permanentemente inconscientes é ilegal.

    3) A equipe de manejo de riscos deve ser consultada antes da suspensão de tratamentos de suporte à vida.

    4) As DAVs devem constar em formulários específicos, não são transferíveis entre os estados e governam todas as decisões de tratamento no futuro; DAVs orais não são exequíveis. 

    5) Se o médico prescreve altas doses de medicamentos para analgesia ou alívio do desconforto em um paciente terminal, o que resulta em morte, o médico será criminalmente processado. 

    6) Quando o sofrimento de um paciente com doença terminal está demasiado apesar do cuidado paliativo e o paciente solicita que se acelere a morte, não há opções legalmente permissíveis de aliviar o sofrimento. 

    7) As decisões de 97 da U.S. Supreme Court tornou ilegal o suicídio medicalmente assistido. 

     

    FONTE: Fundamentos de geriatria clínica - 3 edição 

     

    GABARITO: LETRA D


ID
2496871
Banca
PUC-PR
Órgão
FEAES - PR
Ano
2012
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Múltiplas estratégias de pesquisas são utilizadas na produção do conhecimento científico em Psicologia - pesquisas correlacionais, de laboratório, de campo, etc. Existem também pesquisas denominadas na comunidade científica de modelo experimentalmente valorizadas e de uso frequente. A parte básica do planejamento, segundo esse modelo, é decidir quais fatores o pesquisador manipulará diretamente e quais serão examinados para possíveis alterações


Como se denomina a variável, que é um comportamento mensurável mostrado pelo participante, segundo o modelo experimental?

Alternativas
Comentários
  • Numa experiência, as variáveis independentes são os fatores que o experimentador controla. A variável dependente é o resultado de interesse — o resultado que depende do instrumento de medida. As experiências são feitas para aprender como a variável independente influencia ou não influencia a variável dependente. Por exemplo, se está a fazer uma experiência para testar um novo medicamento para tratar a doença de Alzheimer, a variável independente pode ser se o paciente recebeu ou não o novo químico, e a variável dependente pode ser a performance dos participantes em testes de memória. Por outro lado, para estudar como a temperatura, volume, e pressão de um gás estão relacionados uns com os outros, você poderia construir uma experiência em que variava o volume enquanto mantinha a temperatura constante, e media como isto afetava a pressão do gás, e nesse caso a variável dependente seria a pressão do gás. A temperatura do gás é, neste caso, uma variável controlada

     

    Fonte: https://alemdasaulas.wordpress.com/tag/variavel-dependente/

  • "Olá meus colegas psicólogos. Não vou fazer nenhum comentário sobre a questão. Só vou pedir que cada um de vocês ao acabar de resolver as questões indiquem as questões referentes a psicologia pra comentário do professor. Assim quando o site receber inúmeras indicações para comentário se sentirá na obrigação de colocar professores para nos aulxiliarem facilitando nossos estudos. Vamos nos unir e continuar estudando, pois nossa aprovação estará cada vez mais perto. Agradeço e bons estudos a todos(as).

    Forte abraço!

    Jady Almeida"

  • Olá meus colegas psicólogos. Não vou fazer nenhum comentário sobre a questão. Só vou pedir que cada um de vocês ao acabar de resolver as questões indiquem as questões referentes a psicologia pra comentário do professor. Assim quando o site receber inúmeras indicações para comentário se sentirá na obrigação de colocar professores para nos aulxiliarem facilitando nossos estudos. Vamos nos unir e continuar estudando, pois nossa aprovação estará cada vez mais perto. Agradeço e bons estudos a todos(as).

    Forte abraço!

    Jady Almeida


ID
2496874
Banca
PUC-PR
Órgão
FEAES - PR
Ano
2012
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Podemos conceituar memória como sendo um processo pelo qual aquilo que é aprendido persiste ao longo do tempo, do mesmo modo que se caracteriza como um sistema ativo que recebe, armazena, organiza e recupera a informação. Em relação à memória, afirma-se:


I. Apresenta três sistemas distintos de armazenamento: memória sensorial, memória de curto prazo e de longo prazo.

II. Memória sensorial é subdividida em duas formas: icônica e ecoica.

III. A memória de curto prazo contém as informações nas quais estamos pensando ou das quais estamos plenamente conscientes.

IV. A memória de longo prazo pode permanecer por toda a nossa vida e nunca ficamos sem espaço para armazenar nova informação.

V. Parte do trabalho de organização e arquivamento da memória aparentemente ocorre durante o sono. Alguns estudos têm demonstrado que ocorre o aumento da MLP durante o sono.


Está(ão) CORRETA(S):

Alternativas
Comentários
  • Letra C. Todas as afirmativas.

  • E nunca ficamos sem espaço para armazenar nova informação?

    Alguém possui alguma referência que aponte a coerência disso?


ID
2496877
Banca
PUC-PR
Órgão
FEAES - PR
Ano
2012
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Ao analisarmos os processos de sensação e de percepção, afirma-se:

I. A sensação se refere às informações sensoriais que o cérebro recebe dos sentidos da visão, audição, paladar, olfato, toque, equilíbrio e dor. A percepção, que ocorre no cérebro, é o processo de organizar, interpretar e dar significado para essas informações a fim de compreender o que acontece ao redor.

II. As ilusões visuais ocorrem quando empregamos diversas pistas sensoriais para gerar experiências perceptivas que na verdade não existem. Podem ser ilusões físicas ou em alguns casos ilusões perceptivas, que ocorrem porque um estímulo contém pistas enganosas que levam a percepções imprecisas.

III. A constância perceptiva é a tendência que temos de perceber os objetos como inalteráveis diante de mudança do estímulo sensorial. Uma vez formada a percepção estável de um objeto, somos capazes de reconhecê-lo a partir de praticamente qualquer ângulo.

IV. A ilusão autocinética, percepção de movimento criada por um único objeto estacionário é um exemplo de movimento aparente, bem como o movimento estroboscópico que ocorre quando luzes acesas em sequência são vistas como se estivessem em movimento.

V. Nossa percepção é influenciada por nossa maneira individual de nos relacionarmos com o ambiente que nos cerca e por nossa cultura, valores, motivação, personalidade e estilo cognitivo.


Está(ão) CORRETA(S):

Alternativas
Comentários
  • Efeito autocinético é um fenômeno que ocorre quando o olho fixa uma luz estacionária e brilhante no escuro por um longo tempo. Após um período de tempo, a luz parece se mover, mas realmente não se move. Este longo tempo olhando faz com que os músculos dos olhos para tornem-se cansados, causando um leve movimento involuntário do globo ocular.

     

    Efeito estroboscópico

    O que é: Efeito que ocorre quando uma fonte de luz pulsante ilumina um objeto em movimento.

    Usos: medida de velocidade de rotação de objetos, efeitos decorativos, paralisação de imagens.

    Imagine um ambiente completamente escuro em que existe uma lâmpada comum que pisque numa determinada freqüência. Se você pedir para uma pessoa caminhar neste ambiente, você só vai conseguir vê-la nos breves instantes em que a lâmpada estiver acesa. Isso significa que você não vai ver a pessoa caminhando-a mas vai vê-la como se ela tivesse sido "fotografada" em locais que mudam sucessivamente à medida que ela se desloca no ambiente.

    http://psicoativo.com/2016/01/efeito-autocinetico.html

    http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/almanaque/1829-alm248.html


ID
2496880
Banca
PUC-PR
Órgão
FEAES - PR
Ano
2012
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

A emoção envolve mudanças na forma como pensamos e também como agimos. Para compreender esse complexo processo existem várias teorias. Como se denomina a teoria segundo a qual as emoções ocorrem a partir de nossas reações corporais?

Alternativas
Comentários
  • A teoria de James-Lange propõe que um indivíduo, após perceber um estímulo que, de alguma forma o afeta, sofre alterações fisiológicas perturbadoras, como palpitações, falta de ar, angústia, etc. E é precisamente o reconhecimento desses sintomas (pelo cérebro) que gera a emoção. Em outras palavras, as sensações físicas são a emoção.


ID
2496883
Banca
PUC-PR
Órgão
FEAES - PR
Ano
2012
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

A inteligência diz respeito a um conjunto de características cognitivas e habilidades que não podem ser diretamente observadas. Teorias sobre inteligência modificaram-se ao longo do tempo. e mesmo hoje variam grandemente. Três delas compõem as chamadas teorias contemporâneas, a saber:

Alternativas
Comentários
  • Teoria triárquica - Robert Sternberg. A inteligência compreende capacidades analíticas, criativas e práticas. No pensamento analítico, tentamos resolver problemas conhecidos, usando estratégias que manipulem os elementos de um problema ou as relações entre os elementos (p. ex., comparar, analisar); no pensamento criativo, tentamos resolver novos tipos de problemas que nos exijam ponderar o problema e seus elementos em uma nova maneira (p. ex., inventar, planejar); no pensamento prático, tentamos resolver problemas que apliquem o que sabemos aos contextos cotidianos (p. ex., aplicar, usar).

     

    Teoria das inteligências múltiplas - Gardner concluiu que o cérebro do homem possui oito tipos de inteligência. Porém, a maioria das pessoas possui uma ou duas inteligências desenvolvidas. As inteligências são: lógica; linguística; corporal; naturalista; intrapessoal; interpessoal; espacial; musical.

     

    Inteligência emocional - Goleman ensina que o controle das emoções é essencial para o desenvolvimento da inteligência de um indivíduo. Daniel Goleman define a Inteligência Emocional como a “capacidade de identificar os nossos próprios sentimentos e os dos outros, de nos motivarmos e de gerir bem as emoções dentro de nós e nos nossos relacionamentos.”.

     


ID
2496886
Banca
PUC-PR
Órgão
FEAES - PR
Ano
2012
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

De acordo com a teoria psicanalítica, mecanismos de defesa são empregados pelo ego para proteger a pessoa da ansiedade. No início da década de 1890, Freud formulou sua teoria do mecanismo de defesa, considerada por ele como a pedra angular ou princípio básico da psicanálise. Ainda hoje é considerado o mecanismo mais básico e consiste em excluir da consciência o que ela mesma não pode aceitar. Como se denomina esse mecanismo de defesa do ego?

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: "e" repressão.


ID
2496889
Banca
PUC-PR
Órgão
FEAES - PR
Ano
2012
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Psicodinâmica significa o estudo da energia psíquica e de sua transformação e manifestação no comportamento. As teorias psicodinâmicas da personalidade vêem o comportamento como o produto de forças psicológicas que interagem dentro do indivíduo, frequentemente fora de seu estado de consciência.


Qual dos autores abaixo é um dos representantes da teoria psicodinâmica?

Alternativas
Comentários
  • Conforme Hall, Lindzey e Campbell (2007), eles dividiram seu livro Teoria da Personalidade de acordo com as características de cada abordagem. A Karen Honey pertence ao grupo da Ênfase Psicodinâmica, a qual foi iniciada por Sigmund Freud com a Psicanálise Clássica.

    A Horney desenvolveu o conceito de "ansiedade básica", bem como contestou Freud e sua teoria psicanalítica, mesmo que ao final tenha conservado grande parte de seu bojo central. Ela afirmava que sua teoria era "complementar" à Psicanálise freudiana, mesmo com as críticas. A sua ênfase era social e não pulsional.

  • Rogers - Psicologia Humanista (abordagem centrada na pessoa)

    Fred Keller - Psicólogo experimental

    Albert Bandura - Behaviorista


ID
2496892
Banca
PUC-PR
Órgão
FEAES - PR
Ano
2012
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Um dos transtornos de ansiedade é caracterizado por episódios recorrentes de um medo ou pavor repentino, imprevisível e incontrolável, acompanhados por sentimentos de fracasso iminente, dor no peito, tontura ou desmaio, sudorese ou medo de perder o controle ou morrer. Como se classifica esse distúrbio?

Alternativas
Comentários
  • De acordo com o DSM-V:

     

    Transtorno de Pânico

    A. Ataques de pânico recorrentes e inesperados. Um ataque de pânico é um surto abrupto de medo intenso ou desconforto intenso que alcança um pico em minutos e durante o qual ocorrem quatro (ou mais) dos seguintes sintomas:

    1. Palpitações, coração acelerado, taquicardia.
    2. Sudorese.
    3. Tremores ou abalos.
    4. Sensações de falta de ar ou sufocamento.
    5. Sensações de asfixia.
    6. Dor ou desconforto torácico.
    7. Náusea ou desconforto abdominal.
    8. Sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio.
    9. Calafrios ou ondas de calor.
    10. Parestesias (anestesia ou sensações de formigamento).
    11. Desrealização (sensações de irrealidade) ou despersonalização (sensação de estar distanciado de si mesmo).
    12. Medo de perder o controle ou “enlouquecer”.
    13. Medo de morrer.

     

    GABARITO - SÍNDROME DO PÂNICO  (F41.0)

  • Como o comentário com os critérios diagnósticos já foi feito, vou trazer apenas um adendo, lembrando que "Síndrome do Pânico" e "Ataques de Pânico" são coisas diferentes.

    Gabarito: A


ID
2496895
Banca
PUC-PR
Órgão
FEAES - PR
Ano
2012
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

O distúrbio do humor mais comum é a depressão, um estado em que a pessoa se sente dominada pela tristeza. Em relação aos conceitos descritivos da depressão, afirma-se:


I. Alteração específica no humor: tristeza, solidão, apatia.

II. Autoconceito negativo associado à autorrecriminações e autoacusações.

III. Desejos regressivos e autopunitivos: desejos de fugir e esconder-se ou morrer.

IV. Alterações vegetativas: anorexia, insônia e perda da libido.

V. Alterações no nível de atividade: retardo psicomotor ou agitação.


Está(ão) CORRETA(S):

Alternativas
Comentários
  • Anorexia pode descrever a Depressão? Sei que ocorre a perda do apetite, mas nunca vi fonte que afirmasse a depressão causando anorexia...

  • Gabarito: Item B

  • Também não entendi anorexia como característica da depressão.

  • Anorexia não é o termo mais adequado, já que os critérios diagnósticos do DSM-V colocam que pode haver um aumento ou rebaixaemnto do apetite.

    Contudo, marquei letra B por acreditar que era mais condizente com o que a banca queria.

  • Questão estranha. Essa alternativa da anorexia não ocorre em todos os casos.


ID
2496898
Banca
PUC-PR
Órgão
FEAES - PR
Ano
2012
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Entre os eixos norteadores das terapias cognitivas, podem ser listados:


I. O ser humano é um sistema auto-organizado.

II. A construção da personalidade acontece até o fim da vida adulta.

III. A cognição pode ser acompanhada, investigada, avaliada e medida.

IV. Os esquemas cognitivos possuem permeabilidade, amplitude, flexibilidade e carga emocional.

V. O ser humano não é dissociado do seu contexto sócio-histórico.


Está(ão) CORRETA(S):’

Alternativas
Comentários
  • Item B) I, III, IV e V

  • A TCC aponta que o desenvolvimento é continuo, ou seja, não termina na fase adulta, mas perdura durante toda a existência da pessoa.


ID
2496901
Banca
PUC-PR
Órgão
FEAES - PR
Ano
2012
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

O termo liderança foi definido como a habilidade de inspirar confiança e apoio entre as pessoas de cuja competência e compromisso depende o desempenho de um grupo. Para se compreender liderança, poder e influência social é necessário conhecer os papéis dos membros desse grupo. Qual dos papéis abaixo é considerado não construtivo e que dificulta a tarefa do grupo?

Alternativas

ID
2496904
Banca
PUC-PR
Órgão
FEAES - PR
Ano
2012
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Não é possível conhecer o comportamento das pessoas sem um mínimo conhecimento do que o motiva. Uma das teorias mais divulgadas sobre esse assunto é a teoria dos dois fatores de Herzberg; segundo a qual, um grupo de fatores motivacionais é denominado de fatores higiênicos. Estes, quando são precários, provocam insatisfação e são chamados insatisfacientes.


Qual das alternativas abaixo indica um fator insatisfaciente?

Alternativas
Comentários
  • http://gestaoderecursoshumano.blogspot.com.br/2011/10/frederick-herzberg-frederick-herzberg.html

  • Gab: C

     

    Fatores Higiênicos - Salário, benefícios, tipo de supervisão

     

    Fatores Motivacionais - Reconhecimento, realização, desafios


ID
2496907
Banca
PUC-PR
Órgão
FEAES - PR
Ano
2012
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Katz e Kahn desenvolveram um modelo de organização amplo e complexo através da teoria dos sistemas. Segundo o modelo proposto a organização apresenta as seguintes características típicas de um sistema aberto.


Quais das alternativas abaixo indicam características típicas do sistema aberto?


I. Entropia negativa.

II. Informação como insumo.

III. Homeostase dinâmica.

IV. Equifinalidade.

V. Limites ou fronteiras.


Está(ão) CORRETA(S):

Alternativas
Comentários
  •  homeostase - auto-regulação para manter um estado estável; sendo obtida através de processos que relacionam e controlam a operação sistêmica pelo mecanismo da retroalimentação (desvios de algum padrão ou norma desencadeiam ações de correção);

     entropia/entropia negativa - sistemas fechados tenderiam ao desaparecimento pela entropia; sistemas abertos buscam a auto-sustentação, importando energia do ambiente para atingir condições de estabilidade;

     estrutura, função, diferenciação e integração - estando intrinsecamente inter-relacionados permitem a autosustentação;

     requisito da variedade - relacionada com a idéia de diferenciação e integração, afirma que os mecanismos regulatórios internos precisam ser tão diversificados quanto a diversidade do ambiente com o qual se relacionam;

     eqüifinalidade - em um sistema aberto podem existir muitos modos diferentes de chegar a um dado estado final, ou seja, a estrutura do sistema em um dado momento não é mais que um aspecto ou manifestação de um processo funcional mais complexo (ela não determina o processo);

     evolução do sistema - capacidade que depende da habilidade de mover-se para formas mais complexas de diferenciação e integração, e para maior variedade, facilitando a habilidade de lidar com desafios e oportunidades colocadas pelo ambiente (envolve processos cíclicos de variação, seleção e retenção de características selecionadas).


ID
2496910
Banca
PUC-PR
Órgão
FEAES - PR
Ano
2012
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

São três os tipos de recrutamento: interno, externo e misto. O recrutamento interno é o primeiro a ser levado em consideração, pois cria a possibilidade de ascensão profissional para um colaborador que já esteja inserido na organização.


Quais das assertivas a seguir indicam as vantagens do recrutamento interno?


I. Motivação dos colaboradores e valorização dos profissionais.

II. Estimulo do desenvolvimento dos demais profissionais.

III. O funcionário já é conhecido da organização e é mais fácil sua adaptação.

IV. O tempo de realização é bastante rápido e os custos quase inexistentes.

V. O enriquecimento da cultura organizacional, que altera o clima e cultura da empresa.


Está(ão) CORRETA(S):

Alternativas
Comentários
  • I. Motivação dos colaboradores e valorização dos profissionais. CERTA

    II. Estimulo do desenvolvimento dos demais profissionais. CERTA

    III. O funcionário já é conhecido da organização e é mais fácil sua adaptação. CERTA

    IV. O tempo de realização é bastante rápido e os custos quase inexistentes. CERTA

    V. O enriquecimento da cultura organizacional, que altera o clima e cultura da empresaERRADA 

     

     

     

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ID
2496913
Banca
PUC-PR
Órgão
FEAES - PR
Ano
2012
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

No processo de seleção de pessoal, alguns instrumentos podem ser utilizados: entrevistas, testes psicológicos, provas situacionais e dinâmicas de grupo. Em relação à entrevista assinale (V) para a afirmativa verdadeira e (F) para a falsa:


( ) Trata-se de uma técnica em que o investigador se apresenta frente ao investigado e lhe fórmula perguntas, com o objetivo de obtenção de dados que interessam à investigação.

( ) Para uma entrevista, não há a necessidade de que a pessoa saiba ler ou escrever, o que permite ao entrevistador esclarecer dúvidas quanto às respostas oferecidas pelo entrevistado.

( ) Para minimizar possíveis equívocos, é aconselhável que o entrevistador estruture suas entrevistas levando em consideração que, para determinados cargos, exigem-se estruturas específicas.

( ) As questões a serem elaboradas devem privilegiar a coleta de informações profissionais, exclusivamente profissionais. Deve-se evitar perguntas de curiosidade pessoal.

( ) Ao agendar a entrevista, deve-se avisar ao candidato a duração prevista desse processo. A consideração da situação em que se encontra o candidato é uma demonstração de respeito.


Assinale a alternativa que corresponde à sequência CORRETA:

Alternativas

ID
2496916
Banca
PUC-PR
Órgão
FEAES - PR
Ano
2012
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Provavelmente, o desenho de cargo seja tão antigo quanto o próprio trabalho humano. Entre os modelos teóricos, está o modelo contingencial, que considera as diferenças individuais das pessoas e as tarefas envolvidas. Ao se levar em conta certos fatores psicológicos, avalie as assertivas quanto ao que se poderia obter com o modelo contingencial:


I. Elevada motivação intrínseca ao trabalho.

II. Desempenho de alta qualidade no trabalho.

III. Elevada satisfação com o trabalho.

IV. Participação nas decisões.

V. Redução de faltas (absenteísmo) e dos desligamentos espontâneos (rotatividade).


Está(ão) CORRETA(S):

Alternativas
Comentários
  • Participação nas decisões é uma característica do Modelo Humanista (ou de Relações Humanas).


ID
2496919
Banca
PUC-PR
Órgão
FEAES - PR
Ano
2012
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

A análise de cargo, feita após a descrição, pretende estudar e determinar todos os requisitos qualificativos, as responsabilidades envolvidas e as condições exigidas pelo cargo para o desempenho adequado de quem o ocupa.

Em relação aos diferentes métodos de descrição e análise dos cargos, avalie as afirmativas a seguir:


I. A observação direta apresenta o custo elevado como uma desvantagem custo elevado, porque, para ser completa, requer tempo prolongado do analista de cargos.

II. Questionário é o método ideal para analisar cargos de alto nível, sem afetar o tempo e as atividades dos executivos.

III. O método da entrevista não tem contraindicação de modo que pode ser aplicado a qualquer tipo ou nível de cargo.

IV. A observação direta é o método ideal para cargos simples e repetitivos.

V. Questionário é o método de melhor qualidade e que proporciona maior rendimento na análise, pela reunião normalizada e racional dos dados.


Está(ão) CORRETA(S):

Alternativas

ID
2496922
Banca
PUC-PR
Órgão
FEAES - PR
Ano
2012
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

O levantamento de necessidades de treinamento é uma forma de diagnóstico. Avaliação de desempenho, observação, questionários, entrevistas, reuniões interdepartamentais, entrevistas de saída e análise de cargos podem ser fontes de informação para identificar as necessidades de treinamento.

Entre os indicadores a posteriori, estão os problemas de pessoal.

Quais das alternativas a seguir indicam problemas de pessoal que podem ser indicadores de necessidade de treinamento:


I. Faltas e substituições em demasia.

II. Baixa produtividade.

III. Relações deficientes entre o pessoal.

IV. Pouco ou nenhum interesse pelo trabalho.

V. Tendência a atribuir falhas aos outros.


Está(ão) CORRETA(S):  

Alternativas
Comentários
  •  

    http://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/K205310.pdf

  • Estranho.. treinamento está ligado ao desenvolvimento de competências nas atribuições do cargo atual, não à motivação. Não há como treinar motivação. Não concordo com o gabarito.

  • GABARITO: LETRA C

     

    Os indicadores de levantamento de necessidades de treinamento podendo se classificar em Indicadores a posteriori e a priori, segundo Bastos in Boog (1994), Chiavenato (1999) e Marra (2000).

    INDICADORES A POSTERIORI

    São problemas provocados por necessidades de treinamento ainda não atendidas “carências”, como:

    Problemas de produção: baixa qualidade de produção; baixa produtividade; comunicações defeituosas, avarias frequentes nos equipamentos, excesso de erros e desperdícios,elavado número de acidentes,pouca versatilidade do empregado, mau aproveitamento do espaço disponível,  etc.

    Problemas de pessoal: relações deficientes entre o pessoal; número excessivo de queixas; mau atendimento ao cliente; pouco ou nenhum interesse pelo trabalho; faltas e substituições em demasia; tendência a atribuir falhas aos outros; erro de execução de ordem, falta de cooperação, etc.

     

    INDICADORES A PRIORI 

    São eventos que, se acontecerem, provocarão futuras necessidades de treinamento, facilmente previstas: expansão da empresa e admissão de novos empregados, redução do número de empregados; mudança de métodos e processos de trabalho; subtituição pu movimentação de pesoal; absenteísmo, faltas, licenças e férias de pessoal; expansão de serviços, mudanças de trablho ou de produção, modernização de maquinário e equipamento e produção e comercialização de novos produtos e serviços.

     

  • Gabarito é letra C porque a baixa produtividade está relacionada a problemas de produção, não de pessoal.

  • Psi Concurseira... o treinamento está ligado ao desenvolvimento e modificação de atitudes tb, pois mudando atitudes inadequadas, trará mais motivação... e com a motivação e melhora dos relacionamentos interpessoais, mais capacidade os funcionários terão em aprender e executar as tarefas... muitas vezes essa falha está na comunicação entre a equipe ou os líderes com os liderados e isso precisa ser trabalhado e treinado, eu acho q seja isso, alguém me corrija se estiver errada!


ID
2496925
Banca
PUC-PR
Órgão
FEAES - PR
Ano
2012
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Centenas de estudos têm sido publicados sobre estresse no trabalho nas últimas décadas. Eles apontam que o estresse adquiriu proporções de epidemia, com consequências nefastas para o trabalhador e para o seu desempenho.

Constituem-se como principais fontes de estresses organizacionais:


I. Barulho, iluminação, temperatura, número de horas trabalhadas e novas tecnologias.

II. Papéis organizacionais que podem apresentar disfunções (ambiguidade, conflitos).

III. O desenvolvimento da carreira (promoções e reconhecimento de mérito).

IV. Fatores organizacionais como: clima organizacional, liderança e tomada de decisões.

V. A interação trabalho-família, acentuada pela diminuição progressiva da fronteira entre o trabalho e a família.


Está(ão) CORRETA(S):

Alternativas

ID
2496928
Banca
PUC-PR
Órgão
FEAES - PR
Ano
2012
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

A saúde, o bem-estar e o trabalho constituem fenômenos intimamente relacionados e despertam cada vez mais o interesse dos estudiosos de diferentes disciplinas. Há também crescente conscientização dos prejuízos que os problemas de saúde acarretam para as pessoas e para as organizações. Quando o profissional tem um nível crônico de estresse, apresenta propensão ao abandono ou falta de realização profissional, despersonalização e exaustão emocional, está-se diante de uma patologia laboral, reconhecida pelo decreto 3048/99, denominada de:

Alternativas
Comentários
  • Burnout é a conseqüência de uma tentativa de adaptação própria das pessoas que não dispõem de recursos para lidar com o estresse no trabalho. Essa falta de habilidade para enfrentar o estresse é determinada tanto por fatores pessoais como por variáveis relativas ao trabalho em si e à organização. Sua definição multidimensional inclui três componentes:

     

    exaustão emocional: caracterizada por um sentimento muito forte de tensão emocional que produz uma sensação de esgotamento, de falta de energia e de recursos emocionais próprios para lidar com as rotinas da prática profissional e representa a dimensão individual da síndrome;

     

    despersonalização: é o resultado do desenvolvimento de sentimentos e atitudes negativas, por vezes indiferentes e cínicas em torno daquelas pessoas que entram em contato direto com o profissional, que são sua demanda e objeto de trabalho. Num primeiro momento, é um fator de proteção, mas pode representar um risco de desumanização, constituindo a dimensão interpessoal de burnout; e

     

    redução da realização pessoal: caracteriza-se como uma tendência que afeta as habilidades interpessoais relacionadas com a prática profissional, o que influi diretamente na forma de atendimento e contato com as pessoas usuárias do trabalho, bem como com a organização.

     

    Trata-se, portanto, de uma síndrome na qual o trabalhador perde o sentido da sua relação com o trabalho, de forma que as coisas não lhe importam mais e qualquer esforço lhe parece inútil. Finalmente, a síndrome de burnout tem sido negativamente relacionada com saúde, performance e satisfação no trabalho, qualidade de vida e bem-estar psicológico.

     

    ------------------- 

    Gabarito: D


ID
2496931
Banca
PUC-PR
Órgão
FEAES - PR
Ano
2012
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Sendo a saúde um campo transdisciplinar, a maioria das ações é realizada em equipe ou grupo. Uma das atividades do psicólogo é participar do desenvolvimento de equipes no contexto hospitalar. Muitos teóricos estudaram o desenvolvimento dos grupos. Porém, tornou-se clássica a concepção de que todos os grupos apresentam três zonas de necessidades interpessoais: inclusão, controle e afeição. O autor dessa teoria é:

Alternativas
Comentários
  • A teoria de desenvolvimento do grupo de Shutz (1978) propôs que o desenvolvimento do grupo ocorre conforme os membros  se preocupam com três questões: inclusão, controle e afeição.

  • Gabarito: B


    Necessidades interpessoais: inclusão, controle e afeto.

    Todo ser humano precisa viver em sociedade e nos pequenos grupos dela, mas cada um tem suas próprias necessidades interpessoais. As quais só têm como satisfazê-las no convívio com outras pessoas.

    Segundo Schutz, apud Fritzen (1994), autor da teoria “necessidades interpessoais”, “os membros de um grupo só aceitam se integrar depois que certas necessidades fundamentais são satisfeitas pelo grupo”. E em suas pesquisas conseguiu identificar três necessidades interpessoais: a de inclusão, de controle e de afeto. Assim, ao entrar em um grupo todos buscamos estas três necessidades respectivamente.

    Inclusão: É nesta primeira fase que observamos se fomos e por quem fomos aceitos, se somos valorizados e se estamos totalmente integrados neste novo grupo. Assim concluímos se estamos no grupo certo ou não, procurando afinidades com outros membros, para dessa forma conquistarmos a confiança um do outro.

    Controle: Aqui buscamos saber e estabelecer quais são nossas responsabilidades no grupo, quem o lidera e por que, e, como podemos influenciar nas decisões gerais, afim de então constituir as estruturas, atividades, objetivos, crescimento e progressos do grupo.

    Afeto: Considerada fundamental por Schutz, esta necessidade consiste em definir quem gosta de nós, quem mais consideramos e como podemos expressar essa amizade. Queremos provas de nossa valorização e respeito aos olhos dos demais, por quem somos e não pelo que temos.

    Em sumo, a convivência consiste numa busca contínua de nos tornarmos melhores para conquistarmos nossos grupos com base no respeito e com os mesmos objetivos, partilhando experiências para futuros projetos em conjunto.

    Autora: Marta Caroline Lamin


    FONTE: http://relacoeshumanaseadm.blogspot.com/2014/06/necessidades-interpessoais-inclusao.html


ID
2496934
Banca
PUC-PR
Órgão
FEAES - PR
Ano
2012
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Um modelo de ciência comportamental aplicada, elaborado pelo psicólogo social Kurt Lewin, tem sido extremamente útil em programas de mudança planejada nas organizações. É uma abordagem e um processo de resolução de problemas, modelo teórico e conjunto de atividade, respectivamente. Compõe-se de quatro etapas: coleta de dados; diagnóstico; ação e avaliação. Como se denomina esse modelo de ciência comportamental?

Alternativas

ID
2496937
Banca
PUC-PR
Órgão
FEAES - PR
Ano
2012
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

O desenvolvimento interpessoal pode ser orientado para três níveis de consequências: o individual, o grupal e o organizacional.

Sobre esse assunto, assinale (V) para a afirmativa verdadeira e (F) para a falsa:


( ) Desenvolvimento gerencial é, acima de tudo, autodesenvolvimento. Isso significa que o gerente assume a responsabilidade pelo seu próprio desenvolvimento.

( ) A competência interpessoal é um objetivo final, a nível individual e instrumental, a nível grupal e organizacional.

( ) A liderança democrática participativa é logo apreendida intelectualmente, mas de aplicação difícil sem treinamento específico de desenvolvimento interpessoal.

( ) O grande desafio é não se precipitar quando muitos têm pressa, não desanimar quando muitos não acreditam e não parar de pensar e agir quando muitos se conformam e se tornam passivos.

( ) Um dos objetivos de desenvolvimento gerencial é desenvolver habilidades de percepção e diagnose de problemas, de comunicação efetiva e de liderança e participação em grupo.


Assinale a alternativa que corresponde à sequência CORRETA:

Alternativas
Comentários
  • http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-75901981000200002&script=sci_arttext&tlng=es

    Competência interpessoal no desenvolvimento de gerentes

    O desenvolvimento interpessoal pode ser orientado para três níveis de conseqüências: o individual, o grupal e o organizacional.

    A nível individual, o foco predominante é intrapessoal e interpessoal, na forma de díade. Trabalham-se as motivações, os objetivos pessoais, a problemática de inter-relação, de afetividade e intimidade. Procura-se obter autoconhecimento e conscientização, habilidades de percepção, diagnose e comunicação para expressão verbal e emocional, para dar e receber feedback. O indivíduo que se conhece e se aceita pode fazer opções mais realísticas de mudanças pessoais e preservar sua autenticidade.

    A nível grupal, o foco é interpessoal, intragrupal e grupal, examinando-se os eventos da díade, subgrupos e grupo total. Trabalham-se as motivações e objetivos comuns ao conjunto e a vários subconjuntos, bem como a problemática do poder, da autoridade, controle e influência social. Procura-se aperfeiçoar habilidades de comunicação efetiva, de dar e receber feedback, de diagnosticar e administrar conflitos, de liderança e participação em grupo. Se a competência interpessoal é alcançada nesse nível, os membros do grupo podem dispor-se a trabalhar em equipe de forma real, e não apenas no rótulo.

    A nível organizacional, o foco predominante é o sistema (a organização toda). Trabalham-se as motivações e objetivos individuais, grupais e organizacionais, e a problemática de diferenciação e integração de subsistemas. Procura-se ampliar e aperfeiçoar a capacidade de trabalho em equipe, de diagnóstico e administração de conflitos intergrupais, a competência interpessoal de comunicação, interdependência e integração. Nesse nível, o desenvolvimento interpessoal é orientado para a interdependência de subsistemas e trabalho em equipe e para o desempenho organizacional como um todo.

    Desenvolvimento interpessoal, portanto, não se esgota no plano individual de crescimento da pessoa que se relaciona com as demais pessoas de forma eficaz. A competência interpessoal é um processo de qualificação profissional primordial para funções de liderança e outras funções de predominância de intercâmbio social.


ID
2496940
Banca
PUC-PR
Órgão
FEAES - PR
Ano
2012
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

No novo RH as pessoas deixaram de ser vistas como recursos empresariais. Segundo Chiavenato (apud Campos 2011, pp.188-189), o RH tem que seguir um novo papel para que possa gerenciar as pessoas com sucesso. Constituem-se como papéis do RH?


I. Propor, definir e garantir um conjunto de normas e procedimentos alinhados com os princípios empresariais e de acordo com a Legislação Trabalhista.

II. Ver as pessoas e a organização como seres espirituais e ajudá-las a dar o próximo passo em seu processo de desenvolvimento.

III. Dignificar o trabalho e o ser humano.

IV. Ter no treinamento a principal ferramenta para retenção do capital humano e desenvolver novas competências para a atual era empresarial.

V. Administrar somente a área de recursos humanos, preocupar-se com a eficiência e a eficácia da empresa.


Está(ão) CORRETA(S):

Alternativas
Comentários
  • Seres espirituais?

    puxa vida...

  • Seres espirituais foi de lascar, hein...


ID
2496943
Banca
PUC-PR
Órgão
FEAES - PR
Ano
2012
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Mitos e crenças errôneos a respeito da aprendizagem na idade madura são veiculados livremente e aceitos sem exame crítico. Moscovici (2008, p. 58-59) propõe a prática da andragogia em oposição à perspectiva pedagógica no treinamento e desenvolvimento de adultos.

Em relação aos pressupostos da andragogia, afirma-se:


I. O autoconceito se apresenta com autodireção crescente.

II. A experiência é de pouco valor.

III. A perspectiva temporal é de aplicação imediata.

IV. A prontidão parte de tarefas de desenvolvimento de papéis sociais.

V. A orientação da aprendizagem é centrada na matéria.


Está(ão) CORRETA(S):

Alternativas
Comentários
  • Alternativa C.

    Conhecida desde a década de 1970, a Andragogia defende um ensino baseado na motivação e no autoconhecimento como combustível.

    Por se tratar de uma abordagem realizada em fase avançada da vida, já foi referida como “educação continuada” ou “aprendizagem ao longo da vida” por organizações como a UNESCO.

    Para a Andragogia, a experiência do aluno é fundamental para seu desenvolvimento, já que parte do princípio de trabalhar os conteúdos por meio de situações comuns do dia a dia.

    A intenção é proporcionar um aprendizado mais consciente e disseminado de maneira mais madura.

    E esse é um ponto-chave da metodologia, que busca compreender o adulto: trabalhar os conteúdos com maturidade.