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Prova VUNESP - 2018 - UNESP - Vestibular - Segundo Semestre


ID
2680822
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o conto “A moça rica”, de Rubem Braga (1913-1990), para responder à questão.


      A madrugada era escura nas moitas de mangue, e eu avançava no batelão1 velho; remava cansado, com um resto de sono. De longe veio um rincho2 de cavalo; depois, numa choça de pescador, junto do morro, tremulou a luz de uma lamparina.

      Aquele rincho de cavalo me fez lembrar a moça que eu encontrara galopando na praia. Ela era corada, forte. Viera do Rio, sabíamos que era muito rica, filha de um irmão de um homem de nossa terra. A princípio a olhei com espanto, quase desgosto: ela usava calças compridas, fazia caçadas, dava tiros, saía de barco com os pescadores. Mas na segunda noite, quando nos juntamos todos na casa de Joaquim Pescador, ela cantou; tinha bebido cachaça, como todos nós, e cantou primeiro uma coisa em inglês, depois o Luar do sertão e uma canção antiga que dizia assim: “Esse alguém que logo encanta deve ser alguma santa”. Era uma canção triste.

      Cantando, ela parou de me assustar; cantando, ela deixou que eu a adorasse com essa adoração súbita, mas tímida, esse fervor confuso da adolescência – adoração sem esperança, ela devia ter dois anos mais do que eu. E amaria o rapaz de suéter e sapato de basquete, que costuma ir ao Rio, ou (murmurava-se) o homem casado, que já tinha ido até à Europa e tinha um automóvel e uma coleção de espingardas magníficas. Não a mim, com minha pobre flaubert 3 , não a mim, de calça e camisa, descalço, não a mim, que não sabia lidar nem com um motor de popa, apenas tocar um batelão com meu remo.

      Duas semanas depois que ela chegou é que a encontrei na praia solitária; eu vinha a pé, ela veio galopando a cavalo; vi-a de longe, meu coração bateu adivinhando quem poderia estar galopando sozinha a cavalo, ao longo da praia, na manhã fria. Pensei que ela fosse passar me dando apenas um adeus, esse “bom-dia” que no interior a gente dá a quem encontra; mas parou, o animal resfolegando e ela respirando forte, com os seios agitados dentro da blusa fina, branca. São as duas imagens que se gravaram na minha memória, desse encontro: a pele escura e suada do cavalo e a seda branca da blusa; aquela dupla respiração animal no ar fino da manhã.

      E saltou, me chamando pelo nome, conversou comigo. Séria, como se eu fosse um rapaz mais velho do que ela, um homem como os de sua roda, com calças de “palm-beach”, relógio de pulso. Perguntou coisas sobre peixes; fiquei com vergonha de não saber quase nada, não sabia os nomes dos peixes que ela dizia, deviam ser peixes de outros lugares mais importantes, com certeza mais bonitos. Perguntou se a gente comia aqueles cocos dos coqueirinhos junto da praia – e falou de minha irmã, que conhecera, quis saber se era verdade que eu nadara desde a ponta do Boi até perto da lagoa.

      De repente me fulminou: “Por que você não gosta de mim? Você me trata sempre de um modo esquisito...” Respondi, estúpido, com a voz rouca: “Eu não”.

      Ela então riu, disse que eu confessara que não gostava mesmo dela, e eu disse: “Não é isso.” Montou o cavalo, perguntou se eu não queria ir na garupa. Inventei que precisava passar na casa dos Lisboa. Não insistiu, me deu um adeus muito alegre; no dia seguinte foi-se embora.

      Agora eu estava ali remando no batelão, para ir no Severone apanhar uns camarões vivos para isca; e o relincho distante de um cavalo me fez lembrar a moça bonita e rica. Eu disse comigo – rema, bobalhão! – e fui remando com força, sem ligar para os respingos de água fria, cada vez com mais força, como se isto adiantasse alguma coisa.

                                                                 (Os melhores contos, 1997.)


1 batelão: embarcação movida a remo.

2 rincho: relincho.

3 flaubert: um tipo de espingarda.

O espanto inicial demonstrado pelo narrador em relação à moça deve-se ao fato de ela

Alternativas
Comentários
  •  

    Gab A

     

    " A princípio a olhei com espanto, quase desgosto: ela usava calças compridas, fazia caçadas, dava tiros, saía de barco com os pescadores."


ID
2680825
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o conto “A moça rica”, de Rubem Braga (1913-1990), para responder à questão.


      A madrugada era escura nas moitas de mangue, e eu avançava no batelão1 velho; remava cansado, com um resto de sono. De longe veio um rincho2 de cavalo; depois, numa choça de pescador, junto do morro, tremulou a luz de uma lamparina.

      Aquele rincho de cavalo me fez lembrar a moça que eu encontrara galopando na praia. Ela era corada, forte. Viera do Rio, sabíamos que era muito rica, filha de um irmão de um homem de nossa terra. A princípio a olhei com espanto, quase desgosto: ela usava calças compridas, fazia caçadas, dava tiros, saía de barco com os pescadores. Mas na segunda noite, quando nos juntamos todos na casa de Joaquim Pescador, ela cantou; tinha bebido cachaça, como todos nós, e cantou primeiro uma coisa em inglês, depois o Luar do sertão e uma canção antiga que dizia assim: “Esse alguém que logo encanta deve ser alguma santa”. Era uma canção triste.

      Cantando, ela parou de me assustar; cantando, ela deixou que eu a adorasse com essa adoração súbita, mas tímida, esse fervor confuso da adolescência – adoração sem esperança, ela devia ter dois anos mais do que eu. E amaria o rapaz de suéter e sapato de basquete, que costuma ir ao Rio, ou (murmurava-se) o homem casado, que já tinha ido até à Europa e tinha um automóvel e uma coleção de espingardas magníficas. Não a mim, com minha pobre flaubert 3 , não a mim, de calça e camisa, descalço, não a mim, que não sabia lidar nem com um motor de popa, apenas tocar um batelão com meu remo.

      Duas semanas depois que ela chegou é que a encontrei na praia solitária; eu vinha a pé, ela veio galopando a cavalo; vi-a de longe, meu coração bateu adivinhando quem poderia estar galopando sozinha a cavalo, ao longo da praia, na manhã fria. Pensei que ela fosse passar me dando apenas um adeus, esse “bom-dia” que no interior a gente dá a quem encontra; mas parou, o animal resfolegando e ela respirando forte, com os seios agitados dentro da blusa fina, branca. São as duas imagens que se gravaram na minha memória, desse encontro: a pele escura e suada do cavalo e a seda branca da blusa; aquela dupla respiração animal no ar fino da manhã.

      E saltou, me chamando pelo nome, conversou comigo. Séria, como se eu fosse um rapaz mais velho do que ela, um homem como os de sua roda, com calças de “palm-beach”, relógio de pulso. Perguntou coisas sobre peixes; fiquei com vergonha de não saber quase nada, não sabia os nomes dos peixes que ela dizia, deviam ser peixes de outros lugares mais importantes, com certeza mais bonitos. Perguntou se a gente comia aqueles cocos dos coqueirinhos junto da praia – e falou de minha irmã, que conhecera, quis saber se era verdade que eu nadara desde a ponta do Boi até perto da lagoa.

      De repente me fulminou: “Por que você não gosta de mim? Você me trata sempre de um modo esquisito...” Respondi, estúpido, com a voz rouca: “Eu não”.

      Ela então riu, disse que eu confessara que não gostava mesmo dela, e eu disse: “Não é isso.” Montou o cavalo, perguntou se eu não queria ir na garupa. Inventei que precisava passar na casa dos Lisboa. Não insistiu, me deu um adeus muito alegre; no dia seguinte foi-se embora.

      Agora eu estava ali remando no batelão, para ir no Severone apanhar uns camarões vivos para isca; e o relincho distante de um cavalo me fez lembrar a moça bonita e rica. Eu disse comigo – rema, bobalhão! – e fui remando com força, sem ligar para os respingos de água fria, cada vez com mais força, como se isto adiantasse alguma coisa.

                                                                 (Os melhores contos, 1997.)


1 batelão: embarcação movida a remo.

2 rincho: relincho.

3 flaubert: um tipo de espingarda.

A fala “rema, bobalhão!” (último parágrafo) sugere, por parte do narrador,

Alternativas
Comentários
  • arrependimento por que ele deveria ter aceitado ir na garupa do cavalo com a moça??

  • O monólogo do narrador personagem é uma crítica a

    si mesmo por não ter conseguido travar um diálogo

    inteligente com a moça rica e independente.


ID
2680828
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o conto “A moça rica”, de Rubem Braga (1913-1990), para responder à questão.


      A madrugada era escura nas moitas de mangue, e eu avançava no batelão1 velho; remava cansado, com um resto de sono. De longe veio um rincho2 de cavalo; depois, numa choça de pescador, junto do morro, tremulou a luz de uma lamparina.

      Aquele rincho de cavalo me fez lembrar a moça que eu encontrara galopando na praia. Ela era corada, forte. Viera do Rio, sabíamos que era muito rica, filha de um irmão de um homem de nossa terra. A princípio a olhei com espanto, quase desgosto: ela usava calças compridas, fazia caçadas, dava tiros, saía de barco com os pescadores. Mas na segunda noite, quando nos juntamos todos na casa de Joaquim Pescador, ela cantou; tinha bebido cachaça, como todos nós, e cantou primeiro uma coisa em inglês, depois o Luar do sertão e uma canção antiga que dizia assim: “Esse alguém que logo encanta deve ser alguma santa”. Era uma canção triste.

      Cantando, ela parou de me assustar; cantando, ela deixou que eu a adorasse com essa adoração súbita, mas tímida, esse fervor confuso da adolescência – adoração sem esperança, ela devia ter dois anos mais do que eu. E amaria o rapaz de suéter e sapato de basquete, que costuma ir ao Rio, ou (murmurava-se) o homem casado, que já tinha ido até à Europa e tinha um automóvel e uma coleção de espingardas magníficas. Não a mim, com minha pobre flaubert 3 , não a mim, de calça e camisa, descalço, não a mim, que não sabia lidar nem com um motor de popa, apenas tocar um batelão com meu remo.

      Duas semanas depois que ela chegou é que a encontrei na praia solitária; eu vinha a pé, ela veio galopando a cavalo; vi-a de longe, meu coração bateu adivinhando quem poderia estar galopando sozinha a cavalo, ao longo da praia, na manhã fria. Pensei que ela fosse passar me dando apenas um adeus, esse “bom-dia” que no interior a gente dá a quem encontra; mas parou, o animal resfolegando e ela respirando forte, com os seios agitados dentro da blusa fina, branca. São as duas imagens que se gravaram na minha memória, desse encontro: a pele escura e suada do cavalo e a seda branca da blusa; aquela dupla respiração animal no ar fino da manhã.

      E saltou, me chamando pelo nome, conversou comigo. Séria, como se eu fosse um rapaz mais velho do que ela, um homem como os de sua roda, com calças de “palm-beach”, relógio de pulso. Perguntou coisas sobre peixes; fiquei com vergonha de não saber quase nada, não sabia os nomes dos peixes que ela dizia, deviam ser peixes de outros lugares mais importantes, com certeza mais bonitos. Perguntou se a gente comia aqueles cocos dos coqueirinhos junto da praia – e falou de minha irmã, que conhecera, quis saber se era verdade que eu nadara desde a ponta do Boi até perto da lagoa.

      De repente me fulminou: “Por que você não gosta de mim? Você me trata sempre de um modo esquisito...” Respondi, estúpido, com a voz rouca: “Eu não”.

      Ela então riu, disse que eu confessara que não gostava mesmo dela, e eu disse: “Não é isso.” Montou o cavalo, perguntou se eu não queria ir na garupa. Inventei que precisava passar na casa dos Lisboa. Não insistiu, me deu um adeus muito alegre; no dia seguinte foi-se embora.

      Agora eu estava ali remando no batelão, para ir no Severone apanhar uns camarões vivos para isca; e o relincho distante de um cavalo me fez lembrar a moça bonita e rica. Eu disse comigo – rema, bobalhão! – e fui remando com força, sem ligar para os respingos de água fria, cada vez com mais força, como se isto adiantasse alguma coisa.

                                                                 (Os melhores contos, 1997.)


1 batelão: embarcação movida a remo.

2 rincho: relincho.

3 flaubert: um tipo de espingarda.

O pleonasmo (do grego pleonasmós, que quer dizer abundância, excesso, amplificação) é uma repetição de unidades linguísticas idênticas do ponto de vista semântico, o que implica que a repetição é tautológica (redundante). No entanto, ela é uma extensão do enunciado com vistas a intensificar o sentido.

(José Luiz Fiorin. Figuras de retórica, 2014. Adaptado.)


Verifica-se a ocorrência de pleonasmo em:

Alternativas
Comentários
  • C

    "adorasse" e "adoração"


ID
2680831
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o conto “A moça rica”, de Rubem Braga (1913-1990), para responder à questão.


      A madrugada era escura nas moitas de mangue, e eu avançava no batelão1 velho; remava cansado, com um resto de sono. De longe veio um rincho2 de cavalo; depois, numa choça de pescador, junto do morro, tremulou a luz de uma lamparina.

      Aquele rincho de cavalo me fez lembrar a moça que eu encontrara galopando na praia. Ela era corada, forte. Viera do Rio, sabíamos que era muito rica, filha de um irmão de um homem de nossa terra. A princípio a olhei com espanto, quase desgosto: ela usava calças compridas, fazia caçadas, dava tiros, saía de barco com os pescadores. Mas na segunda noite, quando nos juntamos todos na casa de Joaquim Pescador, ela cantou; tinha bebido cachaça, como todos nós, e cantou primeiro uma coisa em inglês, depois o Luar do sertão e uma canção antiga que dizia assim: “Esse alguém que logo encanta deve ser alguma santa”. Era uma canção triste.

      Cantando, ela parou de me assustar; cantando, ela deixou que eu a adorasse com essa adoração súbita, mas tímida, esse fervor confuso da adolescência – adoração sem esperança, ela devia ter dois anos mais do que eu. E amaria o rapaz de suéter e sapato de basquete, que costuma ir ao Rio, ou (murmurava-se) o homem casado, que já tinha ido até à Europa e tinha um automóvel e uma coleção de espingardas magníficas. Não a mim, com minha pobre flaubert 3 , não a mim, de calça e camisa, descalço, não a mim, que não sabia lidar nem com um motor de popa, apenas tocar um batelão com meu remo.

      Duas semanas depois que ela chegou é que a encontrei na praia solitária; eu vinha a pé, ela veio galopando a cavalo; vi-a de longe, meu coração bateu adivinhando quem poderia estar galopando sozinha a cavalo, ao longo da praia, na manhã fria. Pensei que ela fosse passar me dando apenas um adeus, esse “bom-dia” que no interior a gente dá a quem encontra; mas parou, o animal resfolegando e ela respirando forte, com os seios agitados dentro da blusa fina, branca. São as duas imagens que se gravaram na minha memória, desse encontro: a pele escura e suada do cavalo e a seda branca da blusa; aquela dupla respiração animal no ar fino da manhã.

      E saltou, me chamando pelo nome, conversou comigo. Séria, como se eu fosse um rapaz mais velho do que ela, um homem como os de sua roda, com calças de “palm-beach”, relógio de pulso. Perguntou coisas sobre peixes; fiquei com vergonha de não saber quase nada, não sabia os nomes dos peixes que ela dizia, deviam ser peixes de outros lugares mais importantes, com certeza mais bonitos. Perguntou se a gente comia aqueles cocos dos coqueirinhos junto da praia – e falou de minha irmã, que conhecera, quis saber se era verdade que eu nadara desde a ponta do Boi até perto da lagoa.

      De repente me fulminou: “Por que você não gosta de mim? Você me trata sempre de um modo esquisito...” Respondi, estúpido, com a voz rouca: “Eu não”.

      Ela então riu, disse que eu confessara que não gostava mesmo dela, e eu disse: “Não é isso.” Montou o cavalo, perguntou se eu não queria ir na garupa. Inventei que precisava passar na casa dos Lisboa. Não insistiu, me deu um adeus muito alegre; no dia seguinte foi-se embora.

      Agora eu estava ali remando no batelão, para ir no Severone apanhar uns camarões vivos para isca; e o relincho distante de um cavalo me fez lembrar a moça bonita e rica. Eu disse comigo – rema, bobalhão! – e fui remando com força, sem ligar para os respingos de água fria, cada vez com mais força, como se isto adiantasse alguma coisa.

                                                                 (Os melhores contos, 1997.)


1 batelão: embarcação movida a remo.

2 rincho: relincho.

3 flaubert: um tipo de espingarda.

Ao se converter o trecho “Ela então riu, disse que eu confessara que não gostava mesmo dela” (7° parágrafo) para o discurso direto, o verbo “confessara” assume a forma:

Alternativas
Comentários
  • Discurso direto - É aquele em que o narrador reproduz as palavras de outra pessoa ou personagem, separando-as das suas, utilizando para isso dois pontos, aspas ou travessão de diálogo, marcas que ajudam a identificar quem está falando.

    Discurso indireto - O narrador diz, ele próprio, o que a outra pessoa ou personagem disse.

  • A forma verbal “confessara”, no pretérito mais-queperfeito do modo indicativo, está em discurso indireto. Transpondo-o para discurso direto, tem-se: “você confessou (pretérito perfeito) que não gosta mesmo de mim”. Resposta: B

    Créditos: Objetivo


ID
2680834
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o conto “A moça rica”, de Rubem Braga (1913-1990), para responder à questão.


      A madrugada era escura nas moitas de mangue, e eu avançava no batelão1 velho; remava cansado, com um resto de sono. De longe veio um rincho2 de cavalo; depois, numa choça de pescador, junto do morro, tremulou a luz de uma lamparina.

      Aquele rincho de cavalo me fez lembrar a moça que eu encontrara galopando na praia. Ela era corada, forte. Viera do Rio, sabíamos que era muito rica, filha de um irmão de um homem de nossa terra. A princípio a olhei com espanto, quase desgosto: ela usava calças compridas, fazia caçadas, dava tiros, saía de barco com os pescadores. Mas na segunda noite, quando nos juntamos todos na casa de Joaquim Pescador, ela cantou; tinha bebido cachaça, como todos nós, e cantou primeiro uma coisa em inglês, depois o Luar do sertão e uma canção antiga que dizia assim: “Esse alguém que logo encanta deve ser alguma santa”. Era uma canção triste.

      Cantando, ela parou de me assustar; cantando, ela deixou que eu a adorasse com essa adoração súbita, mas tímida, esse fervor confuso da adolescência – adoração sem esperança, ela devia ter dois anos mais do que eu. E amaria o rapaz de suéter e sapato de basquete, que costuma ir ao Rio, ou (murmurava-se) o homem casado, que já tinha ido até à Europa e tinha um automóvel e uma coleção de espingardas magníficas. Não a mim, com minha pobre flaubert 3 , não a mim, de calça e camisa, descalço, não a mim, que não sabia lidar nem com um motor de popa, apenas tocar um batelão com meu remo.

      Duas semanas depois que ela chegou é que a encontrei na praia solitária; eu vinha a pé, ela veio galopando a cavalo; vi-a de longe, meu coração bateu adivinhando quem poderia estar galopando sozinha a cavalo, ao longo da praia, na manhã fria. Pensei que ela fosse passar me dando apenas um adeus, esse “bom-dia” que no interior a gente dá a quem encontra; mas parou, o animal resfolegando e ela respirando forte, com os seios agitados dentro da blusa fina, branca. São as duas imagens que se gravaram na minha memória, desse encontro: a pele escura e suada do cavalo e a seda branca da blusa; aquela dupla respiração animal no ar fino da manhã.

      E saltou, me chamando pelo nome, conversou comigo. Séria, como se eu fosse um rapaz mais velho do que ela, um homem como os de sua roda, com calças de “palm-beach”, relógio de pulso. Perguntou coisas sobre peixes; fiquei com vergonha de não saber quase nada, não sabia os nomes dos peixes que ela dizia, deviam ser peixes de outros lugares mais importantes, com certeza mais bonitos. Perguntou se a gente comia aqueles cocos dos coqueirinhos junto da praia – e falou de minha irmã, que conhecera, quis saber se era verdade que eu nadara desde a ponta do Boi até perto da lagoa.

      De repente me fulminou: “Por que você não gosta de mim? Você me trata sempre de um modo esquisito...” Respondi, estúpido, com a voz rouca: “Eu não”.

      Ela então riu, disse que eu confessara que não gostava mesmo dela, e eu disse: “Não é isso.” Montou o cavalo, perguntou se eu não queria ir na garupa. Inventei que precisava passar na casa dos Lisboa. Não insistiu, me deu um adeus muito alegre; no dia seguinte foi-se embora.

      Agora eu estava ali remando no batelão, para ir no Severone apanhar uns camarões vivos para isca; e o relincho distante de um cavalo me fez lembrar a moça bonita e rica. Eu disse comigo – rema, bobalhão! – e fui remando com força, sem ligar para os respingos de água fria, cada vez com mais força, como se isto adiantasse alguma coisa.

                                                                 (Os melhores contos, 1997.)


1 batelão: embarcação movida a remo.

2 rincho: relincho.

3 flaubert: um tipo de espingarda.

"Duas semanas depois que ela chegou é que a encontrei na praia solitária; eu viajava a pé, ela veio galopando a cavalo” (4° parágrafo)


Os termos sublinhados constituem, respectivamente,

Alternativas
Comentários
  • Em “a encontrei”, o termo “a” funciona morfologicamente como pronome oblíquo, uma vez que retoma o pronome reto “ela” da oração anterior. Em “a pé” e “a cavalo”, o termo “a” funciona como preposição, já que faz parte de expressões adverbiais. Resposta: D

    Créditos: Objetivo

  • Gramática. Os pronomes pessoais oblíquos são aqueles que se referem às pessoas do discurso tendo função de complemento (e não de sujeito) na oração. Quando as pessoas do discurso (1ª, 2ª ou 3ª pessoa do singular ou do plural) são o sujeito da oração, trata-se do pronome pessoal reto (eu, tu, ele, nós, vós, eles).

    Preposição é uma classe de palavras invariável que liga dois elementos da oração, subordinando o segundo ao primeiro, ou seja, o regente e o regido.


ID
2680837
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o soneto “Nasce o Sol, e não dura mais que um dia”, do poeta Gregório de Matos (1636-1696), para responder à questão.


Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,

Depois da Luz se segue a noite escura,

Em tristes sombras morre a formosura,

Em contínuas tristezas a alegria.


Porém, se acaba o Sol, por que nascia?

Se é tão formosa a Luz, por que não dura?

Como a beleza assim se transfigura?

Como o gosto da pena assim se fia?


Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza,

Na formosura não se dê constância,

E na alegria sinta-se tristeza.


Começa o mundo enfim pela ignorância,

E tem qualquer dos bens por natureza

A firmeza somente na inconstância.

                                                                   (Poemas escolhidos, 2010.)

O soneto de Gregório de Matos aproxima-se tematicamente da citação:

Alternativas
Comentários
  • O soneto de Gregório de Matos Guerra tem como tema a inconstância como regra geral na natureza e na condição humana. Esse mesmo conceito aparece em “nada é duradouro como a mudança”. Resposta: A

    Comentário do Objetivo


ID
2680840
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o soneto “Nasce o Sol, e não dura mais que um dia”, do poeta Gregório de Matos (1636-1696), para responder à questão.


Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,

Depois da Luz se segue a noite escura,

Em tristes sombras morre a formosura,

Em contínuas tristezas a alegria.


Porém, se acaba o Sol, por que nascia?

Se é tão formosa a Luz, por que não dura?

Como a beleza assim se transfigura?

Como o gosto da pena assim se fia?


Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza,

Na formosura não se dê constância,

E na alegria sinta-se tristeza.


Começa o mundo enfim pela ignorância,

E tem qualquer dos bens por natureza

A firmeza somente na inconstância.

                                                                   (Poemas escolhidos, 2010.)

A exemplo do verso “A firmeza somente na inconstância.” (4ª estrofe), verifica-se a quebra da lógica em:

Alternativas
Comentários
  • E

    É um paradoxo!

    Comentário do Objetivo:

    A quebra da lógica aparece também em “E na alegria sinta-se tristeza”. Nota-se nessas duas frases a equivalência de ideias opostas, isto é, o paradoxo, figura de pensamento recorrente na escola barroca, onde se insere a poética de Gregório de Matos Guerra.


ID
2680843
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o soneto “Nasce o Sol, e não dura mais que um dia”, do poeta Gregório de Matos (1636-1696), para responder à questão.


Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,

Depois da Luz se segue a noite escura,

Em tristes sombras morre a formosura,

Em contínuas tristezas a alegria.


Porém, se acaba o Sol, por que nascia?

Se é tão formosa a Luz, por que não dura?

Como a beleza assim se transfigura?

Como o gosto da pena assim se fia?


Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza,

Na formosura não se dê constância,

E na alegria sinta-se tristeza.


Começa o mundo enfim pela ignorância,

E tem qualquer dos bens por natureza

A firmeza somente na inconstância.

                                                                   (Poemas escolhidos, 2010.)

A figura de linguagem mais recorrente nesse soneto é

Alternativas
Comentários
  • Antítese é a figura de linguagem que  consiste na exposição de ideias opostas. 

     

     

     

  • Antítese: contraposição de ideias.

  • GABARITO - E

    É claro no poema que o autor utiliza muitos palavras e expressões que carregam sentidos contrários, o que é definido por "antítese".

    CAVEIRA!

  • Antítese! Podemos ver, mais explicitamente, no verso: "A firmeza somente na inconstância."


ID
2680846
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o soneto “Nasce o Sol, e não dura mais que um dia”, do poeta Gregório de Matos (1636-1696), para responder à questão.


Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,

Depois da Luz se segue a noite escura,

Em tristes sombras morre a formosura,

Em contínuas tristezas a alegria.


Porém, se acaba o Sol, por que nascia?

Se é tão formosa a Luz, por que não dura?

Como a beleza assim se transfigura?

Como o gosto da pena assim se fia?


Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza,

Na formosura não se dê constância,

E na alegria sinta-se tristeza.


Começa o mundo enfim pela ignorância,

E tem qualquer dos bens por natureza

A firmeza somente na inconstância.

                                                                   (Poemas escolhidos, 2010.)

Em “Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,” (1ª estrofe), a conjunção aditiva “e” assume valor

Alternativas
Comentários
  • A Conjunção "e" pode apresentar-se com sentido adversativo:

    Exemplos:
    —Sofrem duras privações e [= mas] não se queixam. 
    — "Quis dizer mais alguma coisa e não pôde."

     

    Fonte: https://www.mundovestibular.com.br/articles/1138/1/CONJUNCAO/Paacutegina1.html

  • GABARITO: LETRA D

    “Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,” 

    ===> conjunção coordenativa adversativa, podendo ser substituída por: PORÉM, MAS, NÃO OBSTANTE, ENTRETANTO, NO ENTANTO...

    ===> Observa-se a valor de ideias contrárias: o sol nasce, porém não dura mais que um dia.

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!!

  • Além da conjunção "e" ter valor aditivo, está tbm pode, conforme o contexto, apresentar valor adversativo.

  • Não é explicativo porque ele não explica a primeira oração, ele se contrapõe a ela, podendo ser substituido por ''mas'' e não por ''porque''


ID
2680849
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o soneto “Nasce o Sol, e não dura mais que um dia”, do poeta Gregório de Matos (1636-1696), para responder à questão.


Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,

Depois da Luz se segue a noite escura,

Em tristes sombras morre a formosura,

Em contínuas tristezas a alegria.


Porém, se acaba o Sol, por que nascia?

Se é tão formosa a Luz, por que não dura?

Como a beleza assim se transfigura?

Como o gosto da pena assim se fia?


Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza,

Na formosura não se dê constância,

E na alegria sinta-se tristeza.


Começa o mundo enfim pela ignorância,

E tem qualquer dos bens por natureza

A firmeza somente na inconstância.

                                                                   (Poemas escolhidos, 2010.)

O verso está reescrito em ordem direta, sem alteração do seu sentido original, em:

Alternativas
Comentários
  • B

    Para colocar-se uma oração em ordem direta, é necessário manter-se a seguinte sequência de termos da oração: sujeito, verbo, complementos verbais e adjuntos adverbiais, como ocorre na alternativa apontada, em que o verbo morrer é antecedido de sujeito (“A formosura”) e seguida de adjunto adverbial (“em tristes sombras”).

    Créditos: Objetivo


ID
2680852
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o soneto “Nasce o Sol, e não dura mais que um dia”, do poeta Gregório de Matos (1636-1696), para responder à questão.


Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,

Depois da Luz se segue a noite escura,

Em tristes sombras morre a formosura,

Em contínuas tristezas a alegria.


Porém, se acaba o Sol, por que nascia?

Se é tão formosa a Luz, por que não dura?

Como a beleza assim se transfigura?

Como o gosto da pena assim se fia?


Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza,

Na formosura não se dê constância,

E na alegria sinta-se tristeza.


Começa o mundo enfim pela ignorância,

E tem qualquer dos bens por natureza

A firmeza somente na inconstância.

                                                                   (Poemas escolhidos, 2010.)

Verifica-se a ocorrência de um termo subentendido, mas citado no verso anterior, em:

Alternativas
Comentários
  • O SOL NASCE NOVAMENTE, DEPOIS DE CONTINUAS TRISTEZAS E ALEGRIA

  • pensei que pudesse ser a letra a

  • Em tristes sombras morre a formosura,

    Em contínuas tristezas a alegria.

    aaaa fulano morreu!!! (está subentendido)morreu , mais do que???

    sombras morre do que??

    de tristeza e alegria

    -----> Realmente Os poemas do Gregórios são difíceis de se entender!! ;)


ID
2680855
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Esse autor introduziu no romance brasileiro o índio e os seus acessórios, aproveitando-o ou em plena selvageria ou em comércio com o branco. Como o quer representar no seu ambiente exato, ou que lhe parece exato, é levado a fazer também, se não antes de mais ninguém, com talento que lhe assegura a primazia, o romance da natureza brasileira.

(José Veríssimo. História da literatura brasileira, 1969. Adaptado.)


Tal comentário refere-se a

Alternativas
Comentários
  • José Martiniano de Alencar foi um escritor e político brasileiro. É notável como escritor por ter sido o fundador do romance de temática nacional, e por ser o patrono da cadeira fundada por Machado de Assis na Academia Brasileira de Letras. 

    criou Guarani , Iracema


ID
2680858
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o trecho do livro Em casa, de Bill Bryson, para responder à questão.


      Quase nada, no século XVII, escapava à astúcia dos que adulteravam alimentos. O açúcar e outros ingredientes caros muitas vezes eram aumentados com gesso, areia e poeira. A manteiga tinha o volume aumentado com sebo e banha. Quem tomasse chá, segundo autoridades da época, poderia ingerir, sem querer, uma série de coisas, desde serragem até esterco de carneiro pulverizado. Um carregamento inspecionado, relata Judith Flanders, demonstrou conter apenas a metade de chá; o resto era composto de areia e sujeira. Acrescentava-se ácido sulfúrico ao vinagre para dar mais acidez; giz ao leite; terebintina1 ao gim. O arsenito de cobre era usado para tornar os vegetais mais verdes, ou para fazer a geleia brilhar. O cromato de chumbo dava um brilho dourado aos pães e também à mostarda. O acetato de chumbo era adicionado às bebidas como adoçante, e o chumbo avermelhado deixava o queijo Gloucester, se não mais seguro para comer, mais belo para olhar.

      Não havia praticamente nenhum gênero que não pudesse ser melhorado ou tornado mais econômico para o varejista por meio de um pouquinho de manipulação e engodo. Até as cerejas, como relata Tobias Smollett, ganhavam novo brilho depois de roladas, delicadamente, na boca do vendedor antes de serem colocadas em exposição. Quantas damas inocentes, perguntava ele, tinham saboreado um prato de deliciosas cerejas que haviam sido “umedecidas e roladas entre os maxilares imundos e, talvez, ulcerados de um mascate de Saint Giles”?

      O pão era particularmente atingido. Em seu romance de 1771, The expedition of Humphry Clinker, Smollett definiu o pão de Londres como um composto tóxico de “giz, alume2 e cinzas de ossos, insípido ao paladar e destrutivo para a constituição”; mas acusações assim já eram comuns na época. A primeira acusação formal já encontrada sobre a adulteração generalizada do pão está em um livro chamado Poison detected: or frightful truths, escrito anonimamente em 1757, que revelou segundo “uma autoridade altamente confiável” que “sacos de ossos velhos são usados por alguns padeiros, não infrequentemente”, e que “os ossuários dos mortos são revolvidos para adicionar imundícies ao alimento dos vivos”.

                                                                    (Em casa, 2011. Adaptado.)


1 terebintina: resina extraída de uma planta e usada na fabricação de vernizes, diluição de tintas etc.

2 alume: designação dos sulfatos duplos de alumínio e metais alcalinos, com propriedades adstringentes, usado na fabricação de corantes, papel, porcelana, na purificação de água, na clarificação de açúcar etc.

Em “Não havia praticamente nenhum gênero que não pudesse ser melhorado ou tornado mais econômico para o varejista por meio de um pouquinho de manipulação e engodo” (2° parágrafo), o termo sublinhado está empregado em sentido similar ao do termo sublinhado em:

Alternativas
Comentários
  • Sinônimos de adulteração para 2 sentidos da palavra adulteração: 1 contrafação. 2 abastardamento, contrafacção, deturpação, falsificação, alteração.


ID
2680861
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o trecho do livro Em casa, de Bill Bryson, para responder à questão.


      Quase nada, no século XVII, escapava à astúcia dos que adulteravam alimentos. O açúcar e outros ingredientes caros muitas vezes eram aumentados com gesso, areia e poeira. A manteiga tinha o volume aumentado com sebo e banha. Quem tomasse chá, segundo autoridades da época, poderia ingerir, sem querer, uma série de coisas, desde serragem até esterco de carneiro pulverizado. Um carregamento inspecionado, relata Judith Flanders, demonstrou conter apenas a metade de chá; o resto era composto de areia e sujeira. Acrescentava-se ácido sulfúrico ao vinagre para dar mais acidez; giz ao leite; terebintina1 ao gim. O arsenito de cobre era usado para tornar os vegetais mais verdes, ou para fazer a geleia brilhar. O cromato de chumbo dava um brilho dourado aos pães e também à mostarda. O acetato de chumbo era adicionado às bebidas como adoçante, e o chumbo avermelhado deixava o queijo Gloucester, se não mais seguro para comer, mais belo para olhar.

      Não havia praticamente nenhum gênero que não pudesse ser melhorado ou tornado mais econômico para o varejista por meio de um pouquinho de manipulação e engodo. Até as cerejas, como relata Tobias Smollett, ganhavam novo brilho depois de roladas, delicadamente, na boca do vendedor antes de serem colocadas em exposição. Quantas damas inocentes, perguntava ele, tinham saboreado um prato de deliciosas cerejas que haviam sido “umedecidas e roladas entre os maxilares imundos e, talvez, ulcerados de um mascate de Saint Giles”?

      O pão era particularmente atingido. Em seu romance de 1771, The expedition of Humphry Clinker, Smollett definiu o pão de Londres como um composto tóxico de “giz, alume2 e cinzas de ossos, insípido ao paladar e destrutivo para a constituição”; mas acusações assim já eram comuns na época. A primeira acusação formal já encontrada sobre a adulteração generalizada do pão está em um livro chamado Poison detected: or frightful truths, escrito anonimamente em 1757, que revelou segundo “uma autoridade altamente confiável” que “sacos de ossos velhos são usados por alguns padeiros, não infrequentemente”, e que “os ossuários dos mortos são revolvidos para adicionar imundícies ao alimento dos vivos”.

                                                                    (Em casa, 2011. Adaptado.)


1 terebintina: resina extraída de uma planta e usada na fabricação de vernizes, diluição de tintas etc.

2 alume: designação dos sulfatos duplos de alumínio e metais alcalinos, com propriedades adstringentes, usado na fabricação de corantes, papel, porcelana, na purificação de água, na clarificação de açúcar etc.

“O acetato de chumbo era adicionado às bebidas como adoçante” (1°parágrafo)


Preservando-se a correção gramatical e o seu sentido original, essa oração pode ser reescrita na forma:

Alternativas
Comentários
  • O que era adicionado às bebidas? O acetato de chumbo! Logo, ficamos entre A e B. No entanto, a frase relata algo que aconteceu no passado, portanto, ficamos com a letra "A"


ID
2680864
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o trecho do livro Em casa, de Bill Bryson, para responder à questão.


      Quase nada, no século XVII, escapava à astúcia dos que adulteravam alimentos. O açúcar e outros ingredientes caros muitas vezes eram aumentados com gesso, areia e poeira. A manteiga tinha o volume aumentado com sebo e banha. Quem tomasse chá, segundo autoridades da época, poderia ingerir, sem querer, uma série de coisas, desde serragem até esterco de carneiro pulverizado. Um carregamento inspecionado, relata Judith Flanders, demonstrou conter apenas a metade de chá; o resto era composto de areia e sujeira. Acrescentava-se ácido sulfúrico ao vinagre para dar mais acidez; giz ao leite; terebintina1 ao gim. O arsenito de cobre era usado para tornar os vegetais mais verdes, ou para fazer a geleia brilhar. O cromato de chumbo dava um brilho dourado aos pães e também à mostarda. O acetato de chumbo era adicionado às bebidas como adoçante, e o chumbo avermelhado deixava o queijo Gloucester, se não mais seguro para comer, mais belo para olhar.

      Não havia praticamente nenhum gênero que não pudesse ser melhorado ou tornado mais econômico para o varejista por meio de um pouquinho de manipulação e engodo. Até as cerejas, como relata Tobias Smollett, ganhavam novo brilho depois de roladas, delicadamente, na boca do vendedor antes de serem colocadas em exposição. Quantas damas inocentes, perguntava ele, tinham saboreado um prato de deliciosas cerejas que haviam sido “umedecidas e roladas entre os maxilares imundos e, talvez, ulcerados de um mascate de Saint Giles”?

      O pão era particularmente atingido. Em seu romance de 1771, The expedition of Humphry Clinker, Smollett definiu o pão de Londres como um composto tóxico de “giz, alume2 e cinzas de ossos, insípido ao paladar e destrutivo para a constituição”; mas acusações assim já eram comuns na época. A primeira acusação formal já encontrada sobre a adulteração generalizada do pão está em um livro chamado Poison detected: or frightful truths, escrito anonimamente em 1757, que revelou segundo “uma autoridade altamente confiável” que “sacos de ossos velhos são usados por alguns padeiros, não infrequentemente”, e que “os ossuários dos mortos são revolvidos para adicionar imundícies ao alimento dos vivos”.

                                                                    (Em casa, 2011. Adaptado.)


1 terebintina: resina extraída de uma planta e usada na fabricação de vernizes, diluição de tintas etc.

2 alume: designação dos sulfatos duplos de alumínio e metais alcalinos, com propriedades adstringentes, usado na fabricação de corantes, papel, porcelana, na purificação de água, na clarificação de açúcar etc.

Em “Quase nada, no século XVII, escapava à astúcia dos que adulteravam alimentos” (1° parágrafo), o termo sublinhado é um verbo

Alternativas
Comentários
  • Quem escapa, escapa de algo ou de algum lugar. Essa é a explicação da preposição "a" que faz a crase com o artigo "a". 

  • Verbos transitivos indiretos são verbos que necessitam de um objeto indireto para completar o seu sentido, permanecendo com sentido incompleto sem esse complemento. Um verbo transitivo indireto necessita obrigatoriamente de uma preposição para estabelecer regência verbal com o objeto indireto.

    a) Transitivo Direto: é quando o complemento vem ligado ao verbo diretamente, sem preposição obrigatória. ... b) Transitivo Indireto: é quando o complemento vem ligado ao verbo indiretamente, com preposição obrigatória.

    Significado de Indireto

    adjetivo Que não é direto; que não conduz diretamente ao alvo; tortuoso: itinerário indireto. Que não usa de franqueza: crítica indireta. Que se faz por intermédio de outrem: pedido indireto.

    O que é um verbo transitivo direto exemplos?

    Verbo transitivo direto (VTD) é aquele cujo complemento, ou seja, o seu objeto, não exige preposição. Exemplos: 1. O povo ama o prefeito.


ID
2680867
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o trecho do livro Em casa, de Bill Bryson, para responder à questão.


      Quase nada, no século XVII, escapava à astúcia dos que adulteravam alimentos. O açúcar e outros ingredientes caros muitas vezes eram aumentados com gesso, areia e poeira. A manteiga tinha o volume aumentado com sebo e banha. Quem tomasse chá, segundo autoridades da época, poderia ingerir, sem querer, uma série de coisas, desde serragem até esterco de carneiro pulverizado. Um carregamento inspecionado, relata Judith Flanders, demonstrou conter apenas a metade de chá; o resto era composto de areia e sujeira. Acrescentava-se ácido sulfúrico ao vinagre para dar mais acidez; giz ao leite; terebintina1 ao gim. O arsenito de cobre era usado para tornar os vegetais mais verdes, ou para fazer a geleia brilhar. O cromato de chumbo dava um brilho dourado aos pães e também à mostarda. O acetato de chumbo era adicionado às bebidas como adoçante, e o chumbo avermelhado deixava o queijo Gloucester, se não mais seguro para comer, mais belo para olhar.

      Não havia praticamente nenhum gênero que não pudesse ser melhorado ou tornado mais econômico para o varejista por meio de um pouquinho de manipulação e engodo. Até as cerejas, como relata Tobias Smollett, ganhavam novo brilho depois de roladas, delicadamente, na boca do vendedor antes de serem colocadas em exposição. Quantas damas inocentes, perguntava ele, tinham saboreado um prato de deliciosas cerejas que haviam sido “umedecidas e roladas entre os maxilares imundos e, talvez, ulcerados de um mascate de Saint Giles”?

      O pão era particularmente atingido. Em seu romance de 1771, The expedition of Humphry Clinker, Smollett definiu o pão de Londres como um composto tóxico de “giz, alume2 e cinzas de ossos, insípido ao paladar e destrutivo para a constituição”; mas acusações assim já eram comuns na época. A primeira acusação formal já encontrada sobre a adulteração generalizada do pão está em um livro chamado Poison detected: or frightful truths, escrito anonimamente em 1757, que revelou segundo “uma autoridade altamente confiável” que “sacos de ossos velhos são usados por alguns padeiros, não infrequentemente”, e que “os ossuários dos mortos são revolvidos para adicionar imundícies ao alimento dos vivos”.

                                                                    (Em casa, 2011. Adaptado.)


1 terebintina: resina extraída de uma planta e usada na fabricação de vernizes, diluição de tintas etc.

2 alume: designação dos sulfatos duplos de alumínio e metais alcalinos, com propriedades adstringentes, usado na fabricação de corantes, papel, porcelana, na purificação de água, na clarificação de açúcar etc.

É invariável quanto a gênero e a número o termo sublinhado em:

Alternativas
Comentários
  • gab D) ALTAMENTE é um advérbio. Advérbio é uma palavra invariável que modifica o sentido do verbo, do adjetivo e do próprio advérbio.

  • O termo “altamente” é invariável quanto a gênero e a número, pois funciona morfologicamente como advérbio. Em a, “composto” é adjetivo; em b, “era” é verbo; em c, “açúcar” é substantivo; em e, “engodo”

    Alternativa D

    Créditos: Objetivo


ID
2680870
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Literatura
Assuntos

Esse movimento descobriu algo que ainda não havia sido conhecido ou enfatizado antes: a “poesia pura”, a poesia que surge do espírito irracional, não conceitual da linguagem, oposto a toda interpretação lógica. Assim, a poesia nada mais é do que a expressão daquelas relações e correspondências, que a linguagem, abandonada a si mesma, cria entre o concreto e o abstrato, o material e o ideal, e entre as diferentes esferas dos sentidos.

Sendo a vida misteriosa e inexplicável, como pensavam os adeptos desse movimento, era natural que fosse representada de maneira imprecisa, vaga, nebulosa, ilógica e ininteligível.

(Afrânio Coutinho. Introdução à literatura no Brasil, 1976. Adaptado.)


O comentário do crítico Afrânio Coutinho refere-se ao movimento literário denominado

Alternativas
Comentários
  • Principais características do Simbolismo

    · Retorno à segunda fase romântica que ficou conhecida como mal do século. No entanto, o Simbolismo foi mais profundo no universo metafísico do que a geração marcada por Álvares de Azevedo.

    · Apesar da métrica definida, o Simbolismo desrespeitava a gramática com o intuito de não limitar o artista.

    · Atenção exclusiva ao “eu”, explorando-o através de uma linguagem pessimista e musical, de modo que a carga emotiva das palavras é ressaltada. A poesia é aproximada da música pelo uso de aliterações.

  • COMPLEMENTANDO...

    Simbolismo pregava também:

    Misticismo

    O não racional ( o não saber das coisas) deixando vago e subjetiva a visão do mundo

    Contrapunha ao Realismo

    Letra D

    APMBB


ID
2680873
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Literatura
Assuntos

Ricardo Reis é, assim, o heterônimo clássico, ou melhor, neoclássico: sua visão da realidade deriva da Antiguidade greco-latina. Seus modelos de vida e de poesia, buscou-os na Grécia e em Roma.

(Massaud Moisés. “Introdução”. In: Fernando Pessoa. O guardador de rebanhos e outros poemas, 1997.)


Levando-se em consideração esse comentário, pertencem a Ricardo Reis, heterônimo de Fernando Pessoa (1888-1935), os versos:

Alternativas
Comentários
  • Os neoclássicos são os árcades(aqueles que cultuam a natureza, temas pastoris e etc)

    Alternativa C


ID
2680876
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Expressionismo: Termo aplicado pela crítica e pela história da arte a toda arte em que as ideias tradicionais de naturalismo são abandonadas em favor de distorções ou exageros de forma e cor que expressam, de modo premente, a emoção do artista. Neste sentido mais geral, o termo pode ser aplicado à arte de qualquer período ou lugar que conceda às reações subjetivas um lugar de maior importância que à observação do mundo exterior.

(Ian Chilvers (org.). Dicionário Oxford de arte, 2007.)


De acordo com essa definição, pode ser considerada expressionista a obra:

Alternativas
Comentários
  • Expressionismo é o nome de uma vanguarda artística europeia do início do século XX. Esse movimento artístico está entre os primeiros representantes das vanguardas históricas e talvez, o primeiro a focar em aspectos subjetivos, valorizando a expressão emocional do ser humano.


ID
2680909
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Filosofia
Assuntos

O aparecimento da filosofia na Grécia não foi um fato isolado. Estava ligado ao nascimento da pólis.

(Marcelo Rede. A Grécia Antiga, 2012.)


A relação entre os surgimentos da filosofia e da pólis na Grécia Antiga é explicada, entre outros fatores,

Alternativas
Comentários
  •      Na alternativa (d )  seria mais apropriado  trocar  o termo " Cidade "   por  "Pólis "  pois   assim que eram chamadas.  


ID
2680912
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
História
Assuntos

A era feudal tinha legado às sociedades que a seguiram a cavalaria, cristalizada em nobreza. [...] Até nas nossas sociedades, em que morrer pela sua terra deixou de ser monopólio de uma classe ou profissão, o sentimento persistente de uma espécie de supremacia moral ligada à função do guerreiro profissional — atitude tão estranha a outras civilizações, tal como a chinesa — permanece uma lembrança da divisão operada, no começo dos tempos feudais, entre o camponês e o cavaleiro.

(Marc Bloch. A sociedade feudal, 1987. Adaptado.)


Segundo o texto, a valorização da ação militar

Alternativas
Comentários
  • Letra C.. que em outras palavras trata-se da relação de suserania e vassalagem.

  • Letra C é a correta, pois, de acordo com o texto, a valorização da ação militar na nossa sociedade atual se dá por conta deu uma ligação da nossa sociedade com o periodo medieval onde o cavaleiro é nobre e respeitado e o servo desvalorizado e abusado pelos seus senhores.

    Essa questão pode ser respondida com a interpretação do texto e com o entendimento de que na era medieval o cavaleiro era nobre e o camponês era servo. O texto diz que na nossa atual sociedade nós valorizamos moralmente aqueles que vão à luta  (guerreiros):

    "nas nossas sociedades, o sentimento persistente de uma espécie de supremacia moral ligada à função do guerreiro profissional"

    E que essa valorização militar tem uma ligação/ associação com o periodo medieval, onde o cavaleiro era nobre e respeitado e o camponês era servo:

    "permanece uma lembrança da divisão operada, no começo dos tempos feudais, entre o camponês e o cavaleiro."

  • Resolução ():

    Alternativa mal formulada, pois menciona a associação entre “nobres” e “cavaleiros”, como se fossem pessoas ou indivíduos distintos que se unissem. Seria preferível mencionar a associação entre duas instituições, quais sejam, a “nobreza” (estamento aristocrático formado pelos senhores feudais) e “cavalaria” (formação militar montada que, com o passar do tempo, evoluiu para um código de conduta a ser seguido pelos nobres).

    Resposta:

    (C) deriva da associação, surgida na Idade Média, entre nobres e cavaleiros.

    Fonte: https://www.indagacao.com.br/2018/05/unesp-20182-1-fase-a-era-feudal-tinha-legado-as-sociedades-que-a-seguiram-a-cavalaria.html?m=1


ID
2680915
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
História
Assuntos

      As primeiras expedições na costa africana a partir da ocupação de Ceuta em 1415, ainda na terra de povos berberes, foram registrando a geografia, as condições de navegação e de ancoragem. Nas paradas, os portugueses negociavam com as populações locais e sequestravam pessoas que chegavam às praias, levando-as para os navios para serem vendidas como escravas. Tal ato era justificado pelo fato de esses povos serem infiéis, seguidores das leis de Maomé, considerados inimigos, e portanto podiam ser escravizados, pois acreditavam ser justo guerrear com eles. Mais ao sul, além do rio Senegal, os povos encontrados não eram islamizados, portanto não eram inimigos, mas eram pagãos, ignorantes das leis de Deus, e no entender dos portugueses da época também podiam ser escravizados, pois ao se converterem ao cristianismo teriam uma chance de salvar suas almas na vida além desta.

                        (Marina de Mello e Souza. África e Brasil africano, 2007.)

O texto caracteriza

Alternativas
Comentários
  • B. o avanço gradual da presença europeia na África e a conformação de um modelo de exploração da natureza e do trabalho.


  • Não houve concentração da atividade exploradora portuguesa na África

     

  • a Letra A é uma casca de banana,perceberam q o texto retrata o início
  • (B) o avanço gradual da presença europeia na África e a conformação de um modelo de exploração da natureza e do trabalho. Conformação por parte de quem???


ID
2680918
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
História
Assuntos

      As primeiras expedições na costa africana a partir da ocupação de Ceuta em 1415, ainda na terra de povos berberes, foram registrando a geografia, as condições de navegação e de ancoragem. Nas paradas, os portugueses negociavam com as populações locais e sequestravam pessoas que chegavam às praias, levando-as para os navios para serem vendidas como escravas. Tal ato era justificado pelo fato de esses povos serem infiéis, seguidores das leis de Maomé, considerados inimigos, e portanto podiam ser escravizados, pois acreditavam ser justo guerrear com eles. Mais ao sul, além do rio Senegal, os povos encontrados não eram islamizados, portanto não eram inimigos, mas eram pagãos, ignorantes das leis de Deus, e no entender dos portugueses da época também podiam ser escravizados, pois ao se converterem ao cristianismo teriam uma chance de salvar suas almas na vida além desta.

                        (Marina de Mello e Souza. África e Brasil africano, 2007.)

De acordo com o texto,

Alternativas
Comentários
  • Gabarito aos não assinantes: E

  • As pessoas se tornavam escravizadas na África principalmente por guerras. Outra forma de escravidão presente na África foi a escravidão por dívida: o indivíduo endividado passava a ser escravo do credor da dívida.

    Sabemos que a escravidão já existia na África antes da chegada dos europeus no continente, mas a escravidão se tornou um negócio lucrativo tanto para os africanos que escravizavam, quanto para os europeus que traficavam escravos. A acentuação da escravidão na África aconteceu porque as vendas de escravos para a América se tornou uma lucrativa atividade.

    [1]SOUZA, Marina de Melo e. África e Brasil africano. In: CAMARGO, Rosiane de; MOCELLIN, Renato. História em debate. Volume 2. Ensino Médio. São Paulo: Editora do Brasil, 2010, p. 174.


ID
2680921
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Na colônia, a justiça era exercida por toda uma gama de funcionários a serviço do rei. A violência, a coerção e a arbitrariedade foram suas principais características. [...]

Nas regiões em que a presença da Coroa era mais distante, os grandes proprietários de terras exerciam considerável autoridade administrativa e judicial. No sertão, os potentados impunham seus interesses à população livre.

(Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota. História do Brasil: uma interpretação, 2008.)


Ao analisar o aparato judiciário no Brasil Colonial, o texto

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: D

     

  • Gabarito: D

     

    Comentário: 

     a) identifica a isonomia e a impessoalidade na administração da justiça e seu embasamento no direito romano

    Correção: A violência, a coerção e a arbitrariedade foram suas principais características. Só para lembrete: Nessa época, como o texto afirma, a administração da justiça não era isonômica (IGUAL PARA TODOS) tão pouco IMPESSOAL (ERA SIM ARBITRÁRIA)

     

     

    b) explicita a burocratização do sistema jurídico nacional e reconhece sua eficácia no controle interno.

    Correção: Em locais mais distantes, o poder era exercido por quem podia mais (GRANDES PROPRIETÁRIOS DE TERRA etc)

     

    c) indica o descompasso entre as determinações da Coroa portuguesa e os interesses pessoais dos governadores-gerais.

    Correção: Não pode se afirmar isso apenas com as afirmações apresentadas no texto. E além disso: a justiça era exercida por toda uma gama de funcionários a serviço do rei (como afirma o fragmento --> "TODO MUNDO FAZIA O QUE REI DIZIA")

     

     

    d) distingue o sistema oficial da dinâmica local e atesta o prevalecimento de ações autoritárias em ambas.

     

    e) diferencia as funções do Poder Judiciário e do Poder Executivo e caracteriza a ação autônoma e independente de ambos.

    Correção: Totalmente fora de contexto. Nessa época ainda não existia essa harmonia e coexistência bem definida entre Poderes Judiciários e Executivo. Como a questão afirma: o poder era algo totalmete violento, coercivo e arbritário.


ID
2680924
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Ainda hoje a palavra Renascimento evoca a ideia de uma época dourada e de homens libertos dos constrangimentos sociais, religiosos e políticos do período precedente. Nessa “época dourada”, o individualismo, o paganismo e os valores da Antiguidade Clássica seriam cultuados, dando margem ao florescimento das artes e à instalação do homem como centro do universo.

(Tereza Aline Pereira de Queiroz. O Renascimento, 1995. Adaptado.)


O texto refere-se a uma concepção acerca do Renascimento cultural dos séculos XV e XVI que

Alternativas
Comentários
  • Só uma observação... O Renascimento, em si, não foi especificamente a origem de valores presentes nos dias atuais. A origem foi na Antiguidade! O Renascimento, como o próprio nome já diz, foi um "resgate" dos valores e dos costumes greco-romanos!

  • GAB A

    O Renascimento e a Antiguidade clássica andam lado a lado, pra mim a certa seria a E.


ID
2680930
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
História
Assuntos

A primeira Constituição brasileira, de 1824, foi

Alternativas
Comentários
  • A nossa primeira constituição foi outorgada por D. Pedro I e nela havia previsão de quatro poderes: Executivo, Legislativo, Judiciário e Moderador.

    O poder moderador era exercido pelo próprio imperador.

  • Complemento...

    O Poder Moderador se caracterizou pela centralização e se sobrepôs aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Cabia a ele a nomeação de Senadores e Ministros de Estado; suspender Magistrados; direito de aprovar e vetar as decisões da Câmera e do Senado; amenizar ou perdoar condenações; criar um Conselho de Estado, etc. Ou seja, mandava na p#@r$ toda e na prática anulava os demais poderes.

    Bons estudos!

  • GABARITO LETRA C

    -CF de 1824/1889: 

    • Foi outorgada. 
    • Poder Monárquico, hereditário, constitucional e representativo. 
    • 4 poderes: Moderador, Legislativo (senado vitalício- 800 mil reis- e câmara temporário- 400 mil reis), Executivo e Judiciário. 
    • Voto censitário: renda (valor da produção de mandioca 150 alqueires: 200 mil reis). 
    • Estado unitário dividido em províncias. 
    • Religião oficial: católica 

  • A primeira constituição brasileira foi OUTORGADA, isso significa que foi imposta sem participação popular. Essa foi feita aos moldes de Benjamin Constant com seu ''poder neutro'', afastado da politica, este poder traria a justa medida entre os outros 3 poderes.

    LETRA C

    APMBB


ID
2680933
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
História
Assuntos

O Rio de Janeiro dos primeiros anos da República era a maior cidade do país, com mais de 500 mil habitantes. Capital política e administrativa, estava em condições de ser também, pelo menos em tese, o melhor terreno para o desenvolvimento da cidadania. Desde a independência e, particularmente, desde o início do Segundo Reinado, quando se deu a consolidação do governo central e da economia cafeeira na província adjacente, a cidade passou a ser o centro da vida política nacional. O comportamento político de sua população tinha reflexos imediatos no resto do país. A Proclamação da República é a melhor demonstração dessa afirmação.

                                    (José Murilo de Carvalho. Os bestializados, 1987.)

O texto afirma que a consolidação do Rio de Janeiro como “o centro da vida política nacional” ocorreu com

Alternativas
Comentários
  • Questão dada, pois a resposta tá no texto: "quando se deu a consolidação do governo central e da economia cafeeira na província adjacente, a cidade passou a ser o centro da vida política nacional." 

  • Resolução : Superada a difícil conjuntura do Período Regencial, a consolidação do Império Brasileiro, ocorrida na primeira década do Segundo Reinado, fez do Rio de Janeiro a capital efetiva do Império, graças sobretudo ao caráter centralizador da estrutura do Estado. A essa preeminência política, deve-se acrescentar a prosperidade econômica da vizinha (e não propriamente “adjacente”) província de São Paulo, em função do boom da cafeicultura


ID
2680936
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
História
Assuntos

O Rio de Janeiro dos primeiros anos da República era a maior cidade do país, com mais de 500 mil habitantes. Capital política e administrativa, estava em condições de ser também, pelo menos em tese, o melhor terreno para o desenvolvimento da cidadania. Desde a independência e, particularmente, desde o início do Segundo Reinado, quando se deu a consolidação do governo central e da economia cafeeira na província adjacente, a cidade passou a ser o centro da vida política nacional. O comportamento político de sua população tinha reflexos imediatos no resto do país. A Proclamação da República é a melhor demonstração dessa afirmação.

                                    (José Murilo de Carvalho. Os bestializados, 1987.)

A Proclamação da República, em 1889,

Alternativas
Comentários
  • resultou da ação de um setor das forças armadas e contou com o apoio de grupos políticos da capital.

  • ele perdeu o apoio dos 3 pilares básicos : exército, latifundiários e igreja
  • A partir daí foi só ladeira a baixo!


ID
2680939
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Conhecimentos Gerais
Assuntos

Analise o trecho da letra do samba “Brasil pandeiro”, de Assis Valente, composto em 1940.


Chegou a hora dessa

gente bronzeada

mostrar seu valor!

[...]

eu quero ver

O Tio Sam tocar pandeiro

Para o mundo sambar

O Tio Sam está querendo

conhecer a nossa batucada

anda dizendo

que o molho da baiana

melhorou seu prato

Vai entrar no cuscuz

acarajé e abará

Na Casa Branca

já dançou a batucada

[...]

(Assis Valente. “Brasil Pandeiro”, 1940. Apud Antonio Pedro Tota. O imperialismo sedutor, 2000.)


Esse samba pode ser considerado um exemplo

Alternativas
Comentários
  • Só acrescentando ao seu raciocínio:

    ASSISTÊNCIA = paroxítona terminada em ditongo "crescente".

  • Gabriel Salles, não importa

  • não importa para essa questão, mas pode importar para outras. pois as paroxítonas terminadas em ditongo crescente também são consideradas proparoxítonas eventuais, e esse dado já foi cobrado em diversas outras questões

  • O Tio Sam está querendo

    conhecer a nossa batucada

    “Brasil Pandeiro”, 1940

    pelo período e contexto

    item B


ID
2680945
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

Entesouramento e personagens como o Capitão Kidd, um corsário escocês a serviço do Reino Unido (que existiu de fato e viveu no século XVII), são de outros tempos. Mas parece ser de outro tempo também, ou se tornado distante, a ideia de que o movimento do capital busca, acima de tudo, se valorizar por meio do trabalho, no processo de produção. Se não é mais cabível o entesouramento nos moldes dos piratas, tampouco é aceitável acreditar que o capital busque ainda, fundamental e prioritariamente, sua reprodução por meio do trabalho industrial no processo de produção fabril.

(Sandra Lencioni. Metrópole, metropolização e regionalização, 2017. Adaptado.)


A forma contemporânea de reprodução do capital sugerida no excerto corresponde à lógica do chamado capitalismo

Alternativas
Comentários
  • letra (B)

    O capitalismo financeiro é um sistema econômico, subtipo do capitalismo, que surgiu no começo do século XX e apresenta como característica principal a subordinação dos meios de produção para a acumulação de dinheiro e obtenção de lucros através do mercado financeiro (ações, produtos financeiros, títulos, derivativos e mercado de câmbio). O capitalismo financeiro está presente na economia mundial até os dias de hoje.

  • entesouramento = acúmulo de dinheiro. 

    no caso do texto, eles acumulam através da exploração do trabalho

     

  • A atual fase do desenvolvimento capitalista é a FINANCEIRA ou MONOPOLISTA, caracterizada pela acumulação flexível do capital, pela separação entre a gerência e a produção, no setor industrial e pela pretensa livre circulação de fluxos de capitais e tecnologia. Nesta faze as fronteiras dos Estados são permeabilizadas a favor do capital que vê-se desimpedido de buscar vantagens para a sua reprodução em diferentes porções do planeta.

    Fonte: https://www.indagacao.com.br/2018/05/unesp-2018-2-1-fase-entesouramento-e-personagens-com-o-capitao-kidd.html

  • Gostaria de saber porque letra A está incorreta.

    o trecho a seguir, na minha interpretação, faz alusão direta ao capitalismo concorrencial- industrial, em um momento em que os piratas foram surpreendidos pela alteração do sistema mercantil ligados muito ao metalismo para o sistema industrial, questionando a sua eficácia.

    Se não é mais cabível o entesouramento nos moldes dos piratas, tampouco é aceitável acreditar que o capital busque ainda, fundamental e prioritariamente, sua reprodução por meio do trabalho industrial no processo de produção fabril.


ID
2680948
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

A imigração de muçulmanos para diferentes países do mundo tem gerado um fenômeno conhecido por islamofobia, ou seja, sentimento de aversão aos fiéis ao islamismo. Esse sentimento de aversão é legitimado

Alternativas
Comentários
  • A islamofobia é uma forma de segregação de determinado grupo social – os muçulmanos. Esse tratamento excludente deve-se a propagação de estereótipos propagados pelos meios de comunicação em desfavor dos muçulmanos. A despeito de existirem inúmeros grupos terroristas com ligação com o islamismo, isso não significa que os seguidores desta religião pratiquem ou aprovem ações terroristas. É necessário esclarecer que NÃO HOUVE LEGITIMAÇÃO AO SENTIMENTO DE AVERSÃO AO ISLAMISMO. Esta condução não é legítima – como sugere o enunciado da questão. Houve sim – a intensificação do preconceito contra os muçulmanos com a propagada “guerra contra o terror” levada a cabo pela administração Bush após os atentados de 11 de setembro de 2001

    Fonte: http://simulado-x.blogspot.com/2018/06/unesp-questao_31.html


ID
2680951
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

O cooperativismo de consumo não está morto, mas perdeu a batalha contra o grande capital comercial, que é atacadista e varejista ao mesmo tempo. Em termos de preços e qualidade, o grande capital é imbatível. Só que é impessoal, burocrático, não permite atentar para necessidades particulares. Suas vantagens se dirigem a um público cujas preferências são pautadas pela publicidade nos meios de comunicação.

(Paul Singer. Introdução à economia solidária, 2013. Adaptado.)


Um pressuposto das relações contemporâneas de consumo, coerente com a lógica do modo de produção capitalista, é

Alternativas
Comentários
  • A massificação da sociedade ou mais propriamente do comportamento da grande massa – interessa ao capital, por exemplo, num processo de disseminação de um comportamento que pode levar a um aumento no consumo ou na postura das pessoas a favor de determinada ideia.

    Fonte:https://www.indagacao.com.br/2018/05/unesp-2018-2-1-fase-o-cooperativismo-de-consumo-nao-esta-morto-mas-perdeu-a-batalha.html

  • Todos tem que agir e pensar igual para, como consequência, comprar o mesmo produto e trazer lucro ao fabricante.

    GAB: D


ID
2680954
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

Na década de 1960, Pedro Pinchas Geiger elaborou uma nova regionalização do espaço brasileiro, estabelecendo três grandes regiões – Centro-Sul, Nordeste e Amazônia – segundo critérios relacionados

Alternativas
Comentários
  • Em 1967, o geógrafo brasileiro Pedro Pinchas Geiger propôs uma divisão regional do país, em três Regiões Geoeconômicas ou Complexos Regionais.

    Esta proposta se baseia no processo histórico de formação do território brasileiro, levando em conta, especialmente, os efeitos da industrialização. Dessa forma, ela busca refletir a realidade do país e compreender seus mais profundos contrastes. De acordo com Geiger, são três as regiões geoeconômicas: Amazônia, Centro-Sul e Nordeste.

    Essa organização regional favorece a compreensão das relações sociais e políticas do país, pois associa os espaços de acordo com suas semelhanças econômicas, históricas e culturais.

    Diferentemente da divisão proposta pelo IBGE, os complexos regionais não se limitam apenas às fronteiras entre os Estados. Nessa regionalização, o norte de Minas Gerais, por exemplo, encontra-se no Nordeste, enquanto o restante do território mineiro está localizado no Centro-Sul.

    Essa organização regional é muito útil para a geografia, pois oferece uma nova maneira de entender a história da produção do espaço nacional.

     

    http://www.geografia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=1553&evento=5

  • Apenas complementando o comentário da colega Tatá ;

    A divisão regional oficial do Brasil é aquela estabelecida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sendo composta por cinco complexos regionais: Centro-Oeste, Nordeste, Norte, Sudeste e Sul.

    O fundamento atual da divisão regional do IBGE é o conceito de macrorregião definidos segundo uma combinação de características econômicas demográficas e naturais.

     

     O geógrafo brasileiro Pedro Pinchas Geiger propôs uma divisão regional do país, em três Regiões Geoeconômicas ou Complexos Regionais, a Amazônia, o Nordeste e o Centro-Sul. Os critérios adotados para a delimitação dessas três regiões foram os aspectos naturais e, principalmente, as características socioeconômicas.

    Os limites entre essas regiões não obedecem aos limites políticos-administrativos dos Estados.

     

    Já o autor MIlton Santos reconhece a existência de quatro Brasis; uma região concentrada, formada pelo Sudeste e pelo Sul, o Brasil do Nordeste, o Centro-Oeste e a Amazônia.

    Divisão marcadas pela difusão diferencional do meio técnico- científico-informacional e nas heranças do passado.

     

  • Comentário perfeito, Rafael! 

  • Qual o erro da alternativa C?

  • Qual o erro da alternativa C?

  • Ressaltando os erros das alternativas para os colegas entenderem melhor.

    Obs.: Não deixem de ler os ótimos comentários dos colegas Rafael e Tathyanne.

    A) aos limites estaduais e às características morfoclimáticas.

    Incorreta, Geiger não considerada as fronteiras dos estados, nem os tipos morfoclimáticos;

    B) à formação socioespacial e aos limites estaduais.

    Incorreta, novamente, Geiger não considerada as fronteiras;

    C) às características morfoclimáticas e aos aspectos socioeconômicos.

    Incorreta, Geiger não consideradas os regimes morfoclimáticos; por sua vez, os aspectos socioeconômicos são considerados;

    D)aos aspectos socioeconômicos e às heranças do passado.

    Incorreta, quem considerada as heranças do passado é o autor Milton Santos, juntamente com Maria Silveira;

    E) às características naturais e à formação socioespacial.

    CORRETA, GABARITO DA QUESTÃO


ID
2680960
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

Qual é a dinâmica pela qual evolui a rede de rios? O sistema evolui espontaneamente para o estado mais conveniente, de energia mínima, impulsionado por fluxos de água e energia vindos de tempestades, avalanches e transporte de sedimentos. Trata-se de um processo de auto-organização da paisagem.

(Nelson B. Peixoto. “O rio, a inundação e a cidade”. In: Revista Estudos Avançados, n° 91, setembro/dezembro de 2017.)


Um exemplo de auto-organização da paisagem natural relacionada aos rios é

Alternativas
Comentários
  • Em função da ação da força da gravidade, a água, ao longo de seu percurso, busca sempre o ponto de menor altitude, o que, numa região de baixa declividade, faz com que o rio descreva inúmeras curvas, os chamados meandros.

    Fonte:https://www.indagacao.com.br/2018/05/unesp-2018-2-1-fase-qual-e-a-diferenca-pela-qual-evolui-a-rede-de-rios.html

  • Só termologias para ferrar o estudante!
  • esses termos... Parece o enem com aquela questão de ''alivio de tensão geológica''

  • Resolução (Objetivo):

    Em função da ação da força da gravidade, a água, ao longo de seu percurso, busca sempre o ponto de menor altitude, o que, numa região de baixa declividade, faz com que o rio descreva inúmeras curvas, os chamados meandros.

    Resposta:

    (E) a formação de padrões meândricos.

    Fonte: https://www.indagacao.com.br/2018/05/unesp-2018-2-1-fase-qual-e-a-diferenca-pela-qual-evolui-a-rede-de-rios.html

  • A questão acima pede para o candidato assinalar a alternativa correta que descreve um processo de auto-organização da paisagem natural dos rios.
    Para responder a questão corretamente, é importante que o candidato entenda de hidrologia e de todos processos antrópicos e naturais que alteram a dinâmica fluvial de um rio. Mas é importante saber, principalmente, qual é o processo natural citada nas alternativas que interferem na paisagem natural relacionada aos rios.
    Feito isso, vamos a análise das alternativas:

    Letra A - Incorreta, pois o processo de retificação de rios consiste na canalização dos cursos de água no objetivo de mudar a direção do corpo hídrico, a partir da implantação de uma superfície dura ou impermeável, feita geralmente de concreto, para modelar a direção do rio desejada. Esse processo, na maioria das vezes, é feito para a implantação de avenidas, marginais e vias de trânsito rápido em cidades próximas a cursos d'água. Como o processo é antrópico, a Letra A não se constitui como gabarito da questão.
    Letra B - Incorreta, pois o processo de epirogênese é um processo que ocorre quando as movimentações das placas tectônicas ocorrem na posição vertical, o que impede a ocorrência de falhas geológicas. Quando o deslocamento vertical ocorre pra cima, o processo é chamado de soerguimento, quando é pra baixo, é chamado de subsidência. Como a epirogênese é um processo que não refere-se aos rios, a Letra B não se constitui como gabarito da questão.
    Letra C - Incorreta, pois a lixiviação ocorre quando há o arraste do solo a partir da força da água, fazendo com que a camada superficial perca nutrientes pelo fluxo hídrico. Esse processo ocorre quando o solo fica exposto a partir da remoção da vegetação promovida pelo desmatamento, pelas queimadas ou pelo excessivo pisoteio do gado. Ficando exposto, o solo fica frágil e susceptível à ação das chuvas. Como esse processo tem causa antrópica, a Letra C não se constitui como gabarito da questão.
    Letra D - Incorreta, pois o escoamento laminar ocorre quando a água das chuvas passa pelo solo retirando sua cobertura superficial gerando seu desgaste. Esse desgaste ocorre, quando o solo está desprotegido por conta da remoção da vegetação. Como é um processo que tem causa antrópica, e que não tem relação com rios, a Letra D não se constitui como gabarito da questão.
    Letra E - Correta, pois os meandros formados ocorrem em função da força da gravidade, uma vez que o curso de água, ao longo de sua extensão, busca sempre os lugares de menores altitudes. Essa busca, faz com que o rio tenha inúmeras curvas, chamados de meandros, que ocorrem a partir de um processo NATURAL. Portanto, a Letra E é o gabarito da questão.
    Gabarito do Professor: Letra E.
  • Meandro consiste em uma série de curvas, geralmente em formato de um S, no decorrer de trajetória do rio. Essas curvas ocasionam uma oscilação de energia proveniente da força das águas, fazendo com que a água, durante seu percurso, seja literalmente "freada". É só você imaginar um toboágua: um com curvas e outro sem curva. Em qual desses a água escoa com maior rapidez e força? O rio segue esse mesmo mecanismo.

    ALTERNATIVA (E).

    FONTE: Ewerton (ESTUDA.COM)

    "Se não fosse difícil, qualquer um faria. A dificuldade é o que torna tudo tão incrível".

     (TOM HANKS)  

    É PROIBIDO DESISTIR! 


ID
2680963
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

A distribuição da radiação solar pela superfície terrestre é o principal desencadeador de fenômenos atmosféricos. Nas regiões de maior latitude, a incidência de raios solares é

Alternativas
Comentários
  • A

     

  •    Quanto mais próximo da linha do equador, menor a latitude, consequentemente, mais quente será a região. Análogo a isso, nas regiões de maior latitude, a temperatura será menor e, consequentemente, a incidência dos raios solares será difusa.

    Avante, guerreiros!

  • Entendo que raios difusos são feixes de raios não paralelos, isto é, de diferentes direções. Normalmente são aqueles refletidos por superfícies rugosas.

    Os raios solares quando atingem a superfície terreste são paralelos, independentemente da latitude. Portanto não são difusos.

    Nas altitudes mais altas os raios solares tem incidência inclinada o que acarreta menor quantidade de incídência por área.

    Porém, está correto que os raios inclinados promovem baixas temperaturas médias.

  • Apesar que o gabarito é letra A, a afirmação está mal formulada..

    O termo difuso da enteder que os raios solares se "espalham".. "incidência difusa"? Ficou estranho..

  • Pensem no Polo Norte
  • mais perto do equador = perpendicular a incidência de raios solares e maiores temperaturas médias

    item A

  • Nas regiões de maior latitude, a exemplo da Zonas Glaciais entre 66° e 90° de latitude, a incidência de radiação solar é bastante difusa, é oblíqua, ou seja, inclinada em relação à superfície esférica do planeta. Assim, a radiação atravessa uma porção maior de atmosfera e o clima varia entre subpolar e polar, com baixas temperaturas, alta amplitude térmica anual, menor pluviosidade e elevada precipitação nival


ID
2680969
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

Com a dependência crescente por bens de consumo e o aumento da pressão sobre os recursos naturais, a relação crescimento econômico e desenvolvimento com sustentabilidade é praticamente impossível no sistema capitalista, no qual estamos inseridos. Assim, destaca-se na atualidade a importância assumida pelo parâmetro da sustentabilidade como condição para a permanência e a duração de determinada sociedade.

(Tereza C. Aguiar. Planejamento ambiental, 2016.)


A sustentabilidade, no sentido exposto pelo excerto, propõe

Alternativas
Comentários
  • E. a utilização responsável dos recursos naturais.

  • "O conceito de desenvolvimento sustentável; passou a ser entendido como o desenvolvimento a longo prazo, de maneira que não sejam exauridos os recursos naturais utilizados pela humanidade."


ID
2680978
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

1. É o valor angular do arco de meridiano compreendido entre o equador e o paralelo do lugar de referência. Será sempre norte ou sul.

2. É o valor angular, junto ao eixo da Terra, do plano formado pelo prolongamento das extremidades do arco compreendido entre o meridiano de Greenwich e o arco do lugar de referência, considerando-se este plano sempre paralelo ao plano do equador. Será sempre leste ou oeste.

(Paulo A. Duarte. Fundamentos de cartografia, 2008. Adaptado.)


No excerto, 1 e 2 correspondem, respectivamente, a

Alternativas
Comentários
  • Latitude e Longitude.

  • Essa questão quando fala de valor angular buga mt a mente. Pense no que é dito na última frase da 1 e 2.

  • GABARITO: B

  • Resolução (Objetivo):

    O primeiro excerto refere-se à latitude, que utiliza o Equador e os paralelos, sendo de 0° a 90° N ou 0° a 90° S. O segundo excerto refere-se à longitude, que utiliza o Meridiano de Greenwich, como sendo o ponto de 0° de longitude; a partir dele, temos de 0° a 180° oeste e 0° a 180° leste.

    Resposta:

    (B) latitude e longitude.

    Fonte: https://www.indagacao.com.br/2018/05/unesp-2018-2-1-fase-e-o-valor-angular-do-arco-de-meridiano-compreendido-entre-o-equador.html

  • plano paralelo ao plano do equador é a latitude.....nao é?


ID
2680981
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Sociologia
Assuntos

A obsessão do Estado por controlar todos os comportamentos dos cidadãos tem como resultado um enfraquecimento da responsabilidade moral e cívica dos mesmos. A lei deveria ser o último recurso, depois da educação, da ética, da negociação e do compromisso entre os indivíduos. É agora o primeiro recurso. Imagino potenciais crimes que os filhos dos nossos filhos terão receio de cometer:


Crime de imposição de gênero: os pais deverão abster-se de identificar o gênero dos filhos tomando como referência o sexo biológico dos mesmos.

Crime de apropriação cultural: serão severamente punidos os cidadãos que, alegando interesse cultural ou razões artísticas, se apropriem de práticas e temáticas de um grupo étnico a que não pertencem.

Crime de envelhecimento público: com os avanços da medicina, será intolerável que um cidadão recuse tratamentos/cirurgias para ocultar/reverter o seu processo de envelhecimento, exibindo em público as marcas da decadência física ou neurológica.

Crime de interesse sentimental não solicitado: será punido qualquer adulto que manifeste interesse sentimental não solicitado por outro adulto — através de sorriso, elogio, convite para jantar etc. O interesse sentimental de um adulto por outro será mediado por um advogado que apresentará ao advogado da parte desejada as intenções do seu cliente.

(João Pereira Coutinho. “Cinco potenciais crimes que gerações futuras terão receio de cometer”. www1.folha.com.br, 21.11.2017. Adaptado.)


O perfil antiutópico sugerido pelo autor para o mundo futuro reúne tendências de

Alternativas
Comentários
  • A. Correta.

    B. A alternativa expressa sentido oposto ao defendido pelo texto que é a perda da espontaneidade humana devido a transformação de algumas atitudes em crime.

    C. Não se trata de valorização ou desvalorização do chamado politicamente correto. Cuidado este é um termo de senso-comum que não é mencionado no texto. Cuidado com interpretação comuns e pejorativas.

    D. Ao contrário do que propõe essa alternativa, o texto diz que a lei vem em primeiro lugar, antes da ética, educação, negociação e compromisso. 

    E. Novamente, a alternativa apresenta característica oposta à trazida pelo texto, pois não fala em autonomia individual, mas na perda dela.


ID
2680984
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Sociologia
Assuntos

No Brasil, para uma população 54% negra (incluídos os pardos), apenas 14% dos juízes e 2% dos procuradores e promotores públicos são negros. Juízes devem ser imparciais em relação a cor, credo, gênero, e os mais sensíveis desenvolvem empatia que lhes permite colocar-se no lugar dos mais desfavorecidos socialmente. Nos Estados Unidos, várias ONGs dedicam-se a defender réus já condenados. Como resultado do trabalho de apenas uma delas, 353 presos foram inocentados em novos julgamentos desde 1989. Desses, 219 eram negros. No Brasil, é uma incógnita o avanço social que seria obtido por uma justiça cega à cor.

(Mylene Pereira Ramos. “A justiça tem cor?”. Veja, 24.01.2018. Adaptado.)


Sobre o funcionamento da justiça, pode-se afirmar que

Alternativas

ID
2680987
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Sociologia
Assuntos

“O homem que agride mulher é aquele que levanta todo dia e sai para trabalhar. Frequenta grupos sociais corriqueiros, como reuniões de pais em escolas. Ele se veste e age de forma socialmente aceita. Só que, ao chegar em casa, comporta-se de forma violenta para manter a qualquer custo o posto de autoridade máxima”, declara a magistrada Teresa Cristina dos Santos. A juíza afirma que a violência contra a mulher é a única forma democrática de violência. Vítimas e agressores são encontrados em todos os segmentos da sociedade. Segundo pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina, a despeito de a maioria ter entre 25 e 30 anos e baixa escolaridade, há agressores de todas as idades, condição financeira, nível de instrução e situação profissional. De acordo com a juíza Teresa Cristina, o enfrentamento da violência contra a mulher passa justamente por essa desmistificação de quem é o agressor. “Ao contrário dos crimes comuns, a violência contra a mulher é uma questão cultural”.

(Adriana Nogueira. “Violência contra a mulher vem do homem comum e pode atingir qualquer uma”. www.uol.com.br, 26.09.2017. Adaptado.)


A partir do texto, a violência contra a mulher na sociedade brasileira

Alternativas

ID
2680990
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Sociologia
Assuntos

                                                   Texto 1

      O fato de a exposição Queermuseu ter sofrido uma série de retaliações de setores fascistas e reacionários do Brasil, conhecidos por suas posições homofóbicas, racistas e classistas, faz com que seja importante trazer outras camadas para esse debate. Os ataques à mostra se deram não somente na internet, mas também na própria exposição – onde o público visitante era constrangido com a presença de manifestantes a favor do fechamento da exposição.

(Tiago Sant’Ana. “‘Queermuseu’: a apropriação que acabou em censura”. Le Monde Diplomatique, 18.09.2017. Adaptado.)


                                             Texto 2

      A diretora Daniela Thomas apresentou seu filme, Vazante, que fala sobre escravidão, no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Ela foi duramente questionada no debate a partir de questões que não falam de aspectos estéticos propriamente, mas sobre procedimentos escolhidos para fazer a obra: “você não incluiu pessoas negras na produção, você não teve consultoria de negros para o roteiro”. Chegou-se a sugerir que Daniela não exibisse o filme comercialmente, que ele não fosse colocado nas salas de cinema. A censura está muito presente e ela não é só uma vontade ou um movimento que parte do ponto de vista da direita, mas também da esquerda.

(Rodrigo Cássio. “Conversa entre professores: a censura não tem lado”. www.adufg.org.br, 09.11.2017. Adaptado.)


A partir da análise dos textos 1 e 2, depreende-se que ambos os acontecimentos

Alternativas

ID
2680993
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Filosofia
Assuntos

Nada acusa mais uma extrema fraqueza de espírito do que não conhecer qual é a infelicidade de um homem sem Deus; nada marca mais uma má disposição do coração do que não desejar a verdade das promessas eternas; nada é mais covarde do que fazer-se de bravo contra Deus. Deixem então essas impiedades para aqueles que são bastante mal nascidos para ser verdadeiramente capazes disso. Reconheçam enfim que não há senão duas espécies de pessoas a quem se possam chamar razoáveis: ou os que servem a Deus de todo o coração porque o conhecem ou os que o buscam de todo o coração porque não o conhecem.

(Blaise Pascal. Pensamentos, 2015. Adaptado.)


O pensamento desse filósofo é nitidamente influenciado por uma ótica

Alternativas
Comentários
  • Nada acusa mais uma extrema fraqueza de espírito do que não conhecer qual é a infelicidade de um homem sem Deus

    Analisando somente esse trecho, ja da para matar a questão. GAB E

  • O pensamento desse filósofo defende,veementemente, Deus, criando separação dos indivíduos ''razoáveis e não razoáveis'' , esses não creem em Deus ; aqueles, sim.

    LETRA E

    APMBB


ID
2680996
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Filosofia
Assuntos

Convicção é a crença de estar na posse da verdade absoluta. Essa crença pressupõe que há verdades absolutas, que foram encontrados métodos perfeitos para chegar a elas e que todo aquele que tem convicções se serve desses métodos perfeitos. Esses três pressupostos demonstram que o homem das convicções está na idade da inocência, e é uma criança, por adulto que seja quanto ao mais. Mas milênios viveram nesses pressupostos infantis, e deles jorraram as mais poderosas fontes de força da humanidade. Se, entretanto, todos aqueles que faziam uma ideia tão alta de sua convicção houvessem dedicado apenas metade de sua força para investigar por que caminho haviam chegado a ela: que aspecto pacífico teria a história da humanidade!

(Nietzsche. Obras incompletas, 1991. Adaptado.)


Nesse excerto, Nietzsche

Alternativas
Comentários
  • "Se, entretanto, todos aqueles que faziam uma ideia tão alta de sua convicção houvessem dedicado apenas metade de sua força para investigar por que caminho haviam chegado a ela: que aspecto pacífico teria a história da humanidade!"

    gabarito: letra E

  • Alternativa a, falsa. O texto não faz referência ao inatismo.

    Alternativa b, falsa. O texto critica a posse da verdade absoluta como traço de infantilidade.

    Alternativa c, falsa. O filósofo não se refere textualmente à religião; e ao mencionar crença, ele a critica.

    Alternativa d, falsa. A vontade de abarcar a verdade absoluta é característica infantil, segundo o autor; esse desejo não identifica “maturidade intelectual”.

    Alternativa e, verdadeira. Dogmatismo é a crença na verdade absoluta, algo que o autor critica, obviamente valorizando uma postura de autorreflexão.

    Gabarito: E 


ID
2681005
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Biologia
Assuntos

A amônia (NH3 ) é obtida industrialmente pelo processo Haber-Bosch, que consiste na reação química entre o gás nitrogênio proveniente do ar e o gás hidrogênio. O processo ocorre em temperaturas superiores a 500 ºC e pressões maiores que 200 atm e pode ser representado pela equação química:


                            N2 (g) + H2 (g) → 2NH3 (g)


A amônia produzida por esse processo tem como uma de suas aplicações a fabricação de fertilizantes para o aumento da produção agrícola. Na natureza, a amônia também é produzida tendo o ar como fonte de gás nitrogênio, que é assimilado

Alternativas
Comentários
  • Micorrizas - C
  • A questão traz a informação da amônia (NH3) obtida industrialmente a partir do N2 (g) + H2 (g) que pode ser utilizada na fabricação de fertilizantes para a produção agrícola. A amônia também é produzida na natureza, e pede-se como o gás nitrogênio é assimilado/absorvido. Os ciclos biogeoquímicos são processos constantes de retirada e devolução de elementos químicos para a natureza e o ciclo do nitrogênio é um deles. A maioria dos seres vivos não consegue utilizar o gás nitrogênio nessa forma. Os vegetais usam na forma de amônia ou nitrato, e os animais usam na forma de aminoácidos. O ciclo do nitrogênio ocorre através das seguintes etapas: 
    • fixação do nitrogênio: bactérias que fazem associação com raízes de leguminosas (Rhizobium) reagem com hidrogênio e formam amônia, e os decompositores de proteínas, ácidos nucleicos e resíduos nitrogenados também formam amônia. 
    • nitrificação: transformação da amônia em nitrato através de bactérias nitrosas (amônia em nitrito) e de  bactérias nítricas (nitrito em nitrato). 
    • desnitrificação: bactérias que usam o nitrato para oxidar compostos orgânicos e produzir energia, transformando uma parte dos nitratos em gás nitrogênio de volta para a atmosfera. (Linhares, S. & Gewandsznajder, F. Biologia. São Paulo: Ática, 2011)


    Podemos afirmar, então, que o gás nitrogênio é assimilado ou absorvido:
    a) pelo micélio dos fungos filamentosos. O gás nitrogênio é absorvido pelas bactérias que se associam com raízes de leguminosas, e não pelo micélio (ramificações de hifas) de fungos. Incorreta.
    b) pela respiração dos animais invertebrados que vivem no solo. Os animais invertebrados não realizam assimilação do gás nitrogênio, apenas ingerem nitrogênio em outra forma (nitrato) na alimentação. Incorreta.
    c) por bactérias no solo e nas raízes de leguminosas. As bactérias que mais realizam a assimilação do gás e fixam no solo são as do gênero Rhizobium, e elas se associam a raízes de leguminosas. CORRETA.
    d) pelo processo de fotossíntese realizado por plantas e algas. A fotossíntese não capta o gás nitrogênio para transformá-lo em outras formas, ela capta gás carbônico e água para transformar em açúcares e oxigênio. Incorreta.
    e) pela decomposição dos tecidos dos seres vivos. A decomposição dos tecidos não forma amônia, apenas dos resíduos nitrogenados presentes em cadáveres e excretas. Incorreta.

    Gabarito do professor: Letra C.
  • Resolução (Objetivo):

    As bactérias do gênero Rhizobium associam-se com raízes de plantas leguminosas e reduzem o N2 da atmosfera até amônia (NH3) ou íon amônio (NH4⁺).

    Esse fenômeno também ocorre em bactérias que vivem livres no solo.

    Resposta:

    (C) por bactérias no solo e nas raízes de leguminosas.

    Fonte: https://www.indagacao.com.br/2018/05/unesp-2018-2-1-fase-amonia-nh3-e-obtida-industrialmente-pelo-processo-haber-bosch.html?m=1


ID
2681008
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Biologia
Assuntos

Uma pesquisa realizada com a participação de um “robô cientista” de inteligência artificial descobriu que o triclosan, um ingrediente comum nas pastas de dente, pode ser desenvolvido para combater cepas da malária resistentes a medicamentos. O triclosan indicou ter potencial para interromper infecções da malária em dois estágios críticos, no fígado e no sangue, pela inibição da enzima do parasita chamada DHFR, envolvida na síntese dos ácidos nucleicos (DNA e RNA).

                                                          (https://oglobo.globo.com. Adaptado.)


Como medicamento, o triclosan teria o potencial de interromper 

Alternativas
Comentários
  • No homem ele apenas faz rep assexuada, por isso é o hosp intermediário. 

  • B. a reprodução assexuada do parasita no interior das hemácias.



  • Parei de entender no "ingrediente comum nas pastas de dente"

  • a) rompimento das células do fígado, que libera toxinas e causa febre. Incorreta. Perceba que a questão afirma que há inibição da enzima do parasita chamada DHFR, envolvida na síntese dos ácidos nucleicos (DNA e RNA). Síntese de DNA/ RNA é processo reprodutivo. O rompimento da célula do fígado ocorre depois da reprodução do esporozoíto e transformação para merozoíto, portanto não houve inibição de síntese e a questão só poderia esta errada.

    b) a reprodução assexuada do parasita no interior das hemácias. Correta

    c) a invasão das células do fígado por esporos do parasita. Incorreta. A sequência é invasão dos hepatócitos, reprodução dos esporozoítos transformando em merozoítos e explosão dos hepatócitos e saída para o sangue. Se o fármaco inibe síntese, isto seria depois da invasão, então só poderia estar incorreta.

    d) a produção de gametas do parasita, por mitose, no interior das hemácias. Incorreta. De fato ocorre a reprodução de alguns gametócitos no interior das hemácias que retornam ao mosquito para continuar o ciclo, mas tal reprodução e por meiose.

    e) a reprodução sexuada do parasita no interior dos leucócitos. Incorreta. Não existe nenhuma fase que contemple a reprodução no interior dos leucócitos.

  • A questão traz uma pesquisa que mostrou uma descoberta sobre o triclosan encontrado em pastas de dente: pode combater cepas, que são alterações morfológicas do parasita inicial, interrompendo infecções (fígado e sangue) e inibindo a enzima do parasita que realiza a produção (síntese) de DNA e RNA. Importante destacar no texto que o triclosan inibe a ação da enzima DHFR e interrompe as infecções no fígado e sangue. Para resolver a questão, analisaremos o ciclo de transmissão e a infecção da malária no organismo humano. A malária é uma protozoose, doença causada por protozoários do gênero Plasmodium, transmitidos pela fêmea de mosquitos do gênero Anopheles. Esse protozoário ataca as células do fígado na forma de esporozoíto e se reproduz assexuadamente, por esquizogonia, produzindo formas de merozoítas. Essas invadem o sangue e voltam a se reproduzir por esquizogonia, destruindo as hemácias. Após um tempo, aparecem os gametócitos nas hemácias, que ingerida pelo mosquito, origina gametas em seu tubo digestório e são capazes de infectar um pernilongo na picada da pessoa hospedeira. A enzima inibida pelo triclosan é a que realiza a produção de ácidos nucleicos, o DNA e RNA, e como a inibição dela interrompe a infecção do fígado e do sangue, impedindo a reprodução do parasita (merozoítas) dentro das hemácias. (Linhares, S. & Gewandsznajder, F. Biologia. São Paulo: Ática, 2011)


    O triclosan, então, teria potencial de interromper:
    a) o rompimento das células do fígado, que libera toxinas e causa febre. A enzima atua na síntese dos ácidos nucleicos, e não no rompimento das células do fígado, então, apenas a reprodução é interrompida. Incorreta.
    b) a reprodução assexuada do parasita no interior das hemácias. Essa enzima interrompe a infecção e a produção de ácidos nucleicos, interrompendo a reprodução do parasita nas hemácias. CORRETA.
    c) a invasão das células do fígado por esporos do parasita. A interrupção ocorre na síntese de ácidos nucleicos, que impede a reprodução do parasita, e não a invasão das células pelos esporozoítos. Incorreta.
    d) a produção de gametas do parasita, por mitose, no interior das hemácias. Essa enzima interrompe a produção de merozoítas no interior das hemácias, mas não por mitose, pois a produção de gametas é realizada de forma sexuada. Incorreta.
    e) a reprodução sexuada do parasita no interior dos leucócitos. A reprodução ocorre dentro das hemácias (glóbulos vermelhos) e não nos leucócitos (glóbulos brancos). Incorreta.

    Gabarito do professor: Letra B.
  • Resolução (Objetivo):

    O triclosan interfere na síntese dos ácidos nucleicos (DNA e RNA) e teria o potencial de interromper a reprodução assexuada do parasita, por esquizogonia, no interior das hemácias.

    Resposta:

    (B) a reprodução assexuada do parasita no interior das hemácias.

    Fonte: https://www.indagacao.com.br/2018/05/unesp-2018-2-1-fase-uma-pesquisa-realizada-com-a-participacao-de-um-robo-cientista.html?m=1


ID
2681026
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Química
Assuntos

Dos extensos efeitos nocivos que a radiação ionizante provoca na matéria viva, afigura-se a geração de radicais livres, que são espécies químicas eletricamente neutras que apresentam um ou mais elétrons desemparelhados na camada de valência. O íon cloreto, por exemplo, que, quantitativamente, constitui o principal ânion do plasma, transforma-se no radical livre Cℓ, com 7 elétrons na camada de valência, podendo, assim, reagir facilmente com as biomoléculas, alterando o comportamento bioquímico de muitas proteínas solúveis do meio sanguíneo e também os constituintes membranários de células: hemácias, leucócitos, plaquetas.

(José Luiz Signorini e Sérgio Luís Signorini. Atividade física e radicais livres, 1993. Adaptado.)


Ao transformar-se em radical livre, o ânion cloreto

Alternativas
Comentários
  • Os radicais livres são definidos como qualquer molécula capaz de permanecer com um ou mais elétrons desemparelhados dentro de sua última camada eletrônica, sendo assim altamente instáveis e reativos.


ID
2681032
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Química
Assuntos

A concentração de cloreto de sódio no soro fisiológico é 0,15 mol/L. Esse soro apresenta a mesma pressão osmótica que uma solução aquosa 0,15 mol/L de

Alternativas
Comentários

ID
2681038
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Química
Assuntos

No que diz respeito aos ciclos de combustíveis nucleares empregados nos reatores, a expressão “fértil” refere-se ao material que produz um nuclídeo físsil após captura de nêutron, sendo que a expressão “físsil” refere-se ao material cuja captura de nêutron é seguida de fissão nuclear.

(José Ribeiro da Costa. Curso de introdução ao estudo dos ciclos de combustível, 1972. Adaptado.)


Assim, o nuclídeo Th-232 é considerado fértil, pois produz nuclídeo físsil, pela sequência de reações nucleares:


232Th + 1n → 233Th → 233Pa + β

233Pa → nuclídeo físsil + β


O nuclídeo físsil formado nessa sequência de reações é o

Alternativas
Comentários
  • Alternativa D

     

    O Tório (Th) decaiu para Protactínio (Pa), o Protactínio (Pa) decai para Urânio (U)

    Só observar a ordem na tabela periódica para verificar essa sequencia.

    Quando o Th decaiu para Pa, não houve perda de massa, de Pa para U tbm não houve, então a resposta é Urânio 233


ID
2681044
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Física
Assuntos

Um foguete lançador de satélites, partindo do repouso, atinge a velocidade de 5400 km/h após 50 segundos. Supondo que esse foguete se desloque em trajetória retilínea, sua aceleração escalar média é de

Alternativas
Comentários
  • Como a velocidade está em km/h e a questão deu as alternativas em m/s², então primeiramente converti a velocidade de km/h para m/s

     

    Lembrando que:

    km/h para m/s => divide por 3,6

    m/s para km/h => multiplica por 3,6

     

    5.400/3,6 = 1500m/s

     

    Agora basta usar a fórmula para encontrar a aceleração média:

    am = Δv/Δt

    am = 1500/50

    am = 30m/s²

     

    Gabarito: A

  • V = V0 + a.t

    1500 m/s = 0 + a. 50 s

    a = 1500 m/s / 50 s

    a = 30 m/s²

  • 54000/3,6 = 1500m/s² = velocidade

    em 50s = tempo

    Aceleração Escalar média= velocidade/tempo

    Vm= 1500/50

    Vm= 30m/s².

    LETRA A

    APMBB


ID
2681050
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Física
Assuntos

No processo de respiração, o ar flui para dentro e para fora dos pulmões devido às diferenças de pressão, de modo que, quando não há fluxo de ar, a pressão no interior dos alvéolos é igual à pressão atmosférica. Na inspiração, o volume da cavidade torácica aumenta, reduzindo a pressão alveolar de um valor próximo ao de uma coluna de 2,0 cm de H2O (água). Considerando a aceleração gravitacional igual a 10 m/s2 e a massa específica da água igual a 1,0 × 103 kg/m3 , a variação da pressão hidrostática correspondente a uma coluna de 2,0 cm de H2O é

Alternativas
Comentários
  • Alternativa D

     

    Hidrostática - pressão - lei de Stevin

    P = d.h.g

    P = pressão

    d = densidade do liquído

    h = altura do líquido no recipiente

    g = aceleração da gravidade

     

    d = 1 x 10³

    h = 0,02 m (2 cm)

    g = 10

     

    todos os dados nas mesma unidades, só aplicar a fórmula

    P = 1 x 10³ x 0,02 x 10

    P = 2,0 x 10²


ID
2681059
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Física
Assuntos

Suponha uma pequeníssima esfera contendo 12 nêutrons, 11 prótons e 10 elétrons, ao redor da qual gira um elétron a 1,6 × 10–10 m de seu centro, no vácuo.


Considerando a carga elementar e = 1,6 × 10–19 C e a constante eletrostática do vácuo k0 = 9 × 109 N · m2 / C2 , a intensidade da força elétrica entre a esfera e o elétron é

Alternativas
Comentários
  • Q=ne
    F=k.q.q/d²

    q é dado em módulo e sabendo que a esfera tem uma carga +1 e o eletron -1
    teremos:

    F=k.(n.e)(n.e)/d²
    F=9.10^9.(1.1,6.10^-19)²/(1,6.10^-10)²
    F=9.10^-9


ID
2681074
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Sendo x um número real maior que 2/3 , a área de um retângulo é dada pelo polinômio 3x2 + 19x –14. Se a base desse retângulo é dada pelo polinômio x + 7, o quadrado da diagonal do retângulo é expresso pelo polinômio

Alternativas
Comentários
  • Fatorando o polinômio 3x² + 19x – 14, que representa a área do retângulo, temos: 

    3x² + 19x – 14 = 3x2 + 21x – 2x – 14 = 

    = 3x(x + 7) – 2(x + 7) = (x + 7)(3x – 2)

    Sendo d a diagonal do retângulo, temos: 

    d² = (3x – 2)² + (x + 7)² = = 9x² – 12x + 4 + x² + 14x + 49 ⇔  d² = 10x² + 2x + 53 

    Letra E

  • A=b.h (Área = Base . Altura)

    3x^2+19x-14 = x+7 . h

    h = 3x^2+19x-14 / x+7

    Realizando a divisão de polinômios

    h = 3x-2

    Diagonal

    d^2 = b^2 + h^2

    d^2 = (x+7)^2 + (3x-2)^2

    d^2 = 10x^2 + 2x + 53

    Alternativa E

  • Divisão de Polinômios .

    3x²+19x-14/x+7, essa divisão chegará no quociente = 3x-2

    Diagonal do retângulo.

    D² = Base²+Altura ²

    Sendo

    Base = (x+7)

    Altura = (3x-2)

    D²= (x+7)²+(3x-2)² » produtos notáveis.

    D²= x²+14x+49+9x²-12x+4

    D²= 10x²+2x+53

    LETRA E


ID
2681077
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Dois dados convencionais e honestos foram lançados ao acaso. Sabendo-se que saiu o número 6 em pelo menos um deles, a probabilidade de que tenha saído o número 1 no outro é igual a

Alternativas
Comentários
  • Resultados possíveis: (1,6) , (2,6) (3,6), (4,6), (5,6) , (6,1) , (6,2), (6,3) , (6,4) , (6,5) , (6,6) = 11

    Número de casos favoráveis: (1,6) e (6,1) = 2

     

    Probabilidade=Número de casos favoráveis/Resultados possíveis

    Probabilidade=2/11

  • Chances: (1,6) e (6,1) = 2

    S = { (1,6) , (2,6) (3,6), (4,6), (5,6) , (6,1) , (6,2), (6,3) , (6,4) , (6,5) , (6,6) } = 11 (não seria doze, pois um resultado já está definido)

    Probabilidade=2/11

  • pq nao conta 6,6?

  • o 6,6 conta apenas uma vez, Dollynho