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Prova FCC - 2016 - SEDU-ES - Professor - Artes


ID
1907803
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                           Medo da eternidade

        Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade.

      Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas.

      Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou:

      − Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se acaba. Dura a vida inteira.

      − Como não acaba? – Parei um instante na rua, perplexa.

      − Não acaba nunca, e pronto.

      Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para chupar depois, só para fazê-la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do qual eu já começara a me dar conta. 

      Com delicadeza, terminei afinal pondo o chicle na boca.

      − E agora que é que eu faço? − perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver.

      − Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários.

      Perder a eternidade? Nunca.

      O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a escola.

      − Acabou-se o docinho. E agora?

      − Agora mastigue para sempre.

      Assustei-me, não saberia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna me enchia de uma espécie de medo, como se tem diante da ideia de eternidade ou de infinito.

      Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava era aflição. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar.

      Até que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia.

      − Olha só o que me aconteceu! – disse eu em fingidos espanto e tristeza. Agora não posso mastigar mais! A bala acabou!

      − Já lhe disse, repetiu minha irmã, que ela não acaba nunca. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a gente prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá.

      Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, envergonhada da mentira que pregara dizendo que o chicle caíra da boca por acaso.

      Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim.

                                           06 de junho de 1970

(LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo – crônicas. Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p.289-91)

As expressões reino de histórias de príncipes e fadas, elixir do longo prazer e milagre (7°parágrafo) são mobilizadas pela autora para

Alternativas
Comentários
  • Gabarito letra A

    A resposta pode ser encontrada no seguinte trecho: "Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre".

    Bons estudos!

  • A irmã tinha dito a ela:  "− Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se acaba. Dura a vida inteira."

    Assim... ela imaginou a situação como um mundo maravilhoso e de fantasias.

     

    a) deixar entrever como a criança, a partir da descrição do chiclete pela irmã com palavras que sugerem a sua imperecibilidade (nunca acaba / dura a vida inteira), acabou por associá-lo ao mundo do maravilhoso e da fantasia. 


ID
1907809
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                           Medo da eternidade

        Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade.

      Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas.

      Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou:

      − Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se acaba. Dura a vida inteira.

      − Como não acaba? – Parei um instante na rua, perplexa.

      − Não acaba nunca, e pronto.

      Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para chupar depois, só para fazê-la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do qual eu já começara a me dar conta. 

      Com delicadeza, terminei afinal pondo o chicle na boca.

      − E agora que é que eu faço? − perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver.

      − Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários.

      Perder a eternidade? Nunca.

      O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a escola.

      − Acabou-se o docinho. E agora?

      − Agora mastigue para sempre.

      Assustei-me, não saberia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna me enchia de uma espécie de medo, como se tem diante da ideia de eternidade ou de infinito.

      Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava era aflição. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar.

      Até que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia.

      − Olha só o que me aconteceu! – disse eu em fingidos espanto e tristeza. Agora não posso mastigar mais! A bala acabou!

      − Já lhe disse, repetiu minha irmã, que ela não acaba nunca. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a gente prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá.

      Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, envergonhada da mentira que pregara dizendo que o chicle caíra da boca por acaso.

      Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim.

                                           06 de junho de 1970

(LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo – crônicas. Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p.289-91)

Parei um instante na rua, perplexa. (5° parágrafo)

Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer. (7°parágrafo)

E agora que é que eu faço? – perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver. (9° parágrafo)

As palavras grifadas nessas frases assumem no texto, respectivamente, o sentido de:

Alternativas
Comentários
  • Ritual - é uma cerimônia.

    Já vi questões de outras bancas desse tipo e ainda com as mesmas palavras.

  • Perplexa - Indeciso, hesitante; espantado, atônito.

    Representar - Retratar, significar, patentear, ser o procurador, figurar.

    Ritual - Pertencente ou relativo aos ritos. Que contém os ritos. Livro que contém os ritos, ou a forma das cerimônias de uma religião. Cerimonial. Conjunto das regras a observar; etiqueta, praxe, protocolo.

    (Dicionário Online e Michaelis)

     

    Alternativa A

  • Périplo:

    1. Viagem de .circum-navegação; viagem à volta de um continente, de uma região, de um país.

    2. Relação ou relato dessa viagem.


    "périplo", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/p%C3%A9riplo [consultado em 31-05-2016].

  • Quem lá vai saber o que é périplo? É uma palavra inespressada.

  • nem precisava saber o que 'périplo' significa pra acertar a questão. A palavra 'cerimônia' já deu a resposta de cara.

  • Complementando...

     

    inerme = indefesa.

     

    périplo = trajeto, viagem.

     

    imolação = sacrifício.

     

    liturgia = rito do culto religioso.

     

    GAB: A

  • Letra A.

    Para resolver essa questão, procure substituir cada uma das palavras apresentadas pelas alternativas. Você perceberá que ao menos uma das palavras apresentadas nas opções “b”, “c”, “d” e “e” não é sinônimo de perplexa, representar e ritual.

    Para ajudar, vou indicar o significado de palavras menos comuns:

    • inerme = carente de energia física ou moral; abatido, apático, prostrado;

    • périplo = viagem de circum-navegação em torno de um país, de um continente;

    • imolação = morte em sacrifício a uma divindade.

    Questão comentada pelo Prof. Bruno Pilastre


ID
1907812
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                           Medo da eternidade

        Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade.

      Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas.

      Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou:

      − Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se acaba. Dura a vida inteira.

      − Como não acaba? – Parei um instante na rua, perplexa.

      − Não acaba nunca, e pronto.

      Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para chupar depois, só para fazê-la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do qual eu já começara a me dar conta. 

      Com delicadeza, terminei afinal pondo o chicle na boca.

      − E agora que é que eu faço? − perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver.

      − Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários.

      Perder a eternidade? Nunca.

      O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a escola.

      − Acabou-se o docinho. E agora?

      − Agora mastigue para sempre.

      Assustei-me, não saberia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna me enchia de uma espécie de medo, como se tem diante da ideia de eternidade ou de infinito.

      Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava era aflição. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar.

      Até que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia.

      − Olha só o que me aconteceu! – disse eu em fingidos espanto e tristeza. Agora não posso mastigar mais! A bala acabou!

      − Já lhe disse, repetiu minha irmã, que ela não acaba nunca. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a gente prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá.

      Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, envergonhada da mentira que pregara dizendo que o chicle caíra da boca por acaso.

      Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim.

                                           06 de junho de 1970

(LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo – crônicas. Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p.289-91)

E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários. (10° parágrafo)

No trecho acima, retirado de uma das falas da irmã da autora, o segmento grifado poderia ser substituído corretamente por:

Alternativas
Comentários
  • Conjunções subordinativas concessivas - embora, muito embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, bem que, se bem que, apesar de que, nem que, a não ser que.

     

    Alternativa C

  • A menos que é uma conjunção subordinada condicional. Portanto, a única alternativa que introduz uma substituição é a letra C, que também é conjunção subordinada condicional. 

    Conjunções subordinadas condicionais - se, caso, a não ser que, exceto se, a menos que, contanto que. 

  • CUIDADO: ESTÁ ERRADO O COMENTÁRIO MAIS CURTIDO....O CERTO É DO NOSLEAN !!!

  •  Estar errado mesmo o Comentário mais curtido.

     

    E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários.   OBS. Traz uma ideia de interromper o sentido da primeira, caso aconteça a segunda, ou seja, Condicional.

    E aí mastiga a vida inteira. Salvo se você perder, eu já perdi vários.    É uma Conjução subordinada Condicional.

     

    Gabarito: C

     

  • Condicionais: introduzem uma oração que indica a hipótese ou a condição para ocorrência da principal.

     

    São elas: se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde que, a menos que, sem que, etc.

  • A MENOS QUE  = CONDICIONAL

    MESMO QUE  = CONCESSIVA

     

  • Condicionais:introduzem uma oração que indica hipótese ou a condição para a ocorrência da principal.São elas:se,caso,contanto que,salvo se,a não ser que,desde que,a menos que,sem que.

  • GABARITO C

     

    CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS

     

    Condicionais: se, salvo se, caso, sem que, a menos que, contanto que, exceto se, a não ser que, com tal que.

     


ID
1907818
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                           Medo da eternidade

        Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade.

      Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas.

      Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou:

      − Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se acaba. Dura a vida inteira.

      − Como não acaba? – Parei um instante na rua, perplexa.

      − Não acaba nunca, e pronto.

      Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para chupar depois, só para fazê-la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do qual eu já começara a me dar conta. 

      Com delicadeza, terminei afinal pondo o chicle na boca.

      − E agora que é que eu faço? − perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver.

      − Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários.

      Perder a eternidade? Nunca.

      O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a escola.

      − Acabou-se o docinho. E agora?

      − Agora mastigue para sempre.

      Assustei-me, não saberia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna me enchia de uma espécie de medo, como se tem diante da ideia de eternidade ou de infinito.

      Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava era aflição. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar.

      Até que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia.

      − Olha só o que me aconteceu! – disse eu em fingidos espanto e tristeza. Agora não posso mastigar mais! A bala acabou!

      − Já lhe disse, repetiu minha irmã, que ela não acaba nunca. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a gente prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá.

      Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, envergonhada da mentira que pregara dizendo que o chicle caíra da boca por acaso.

      Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim.

                                           06 de junho de 1970

(LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo – crônicas. Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p.289-91)

Identifica-se relação de causa e consequência entre estes dois segmentos do texto:

Alternativas
Comentários
  • Qual o sentido da letra "A"?

  • o fato do adocicado chiclete ser bonzinho fez com que eu não pudesse dizer que ele era ótimo.

    pra mim isso faz muito mais sentido de causa e consequência....

     

  • "Nunca tinha comprado chiclete porque nunca tinha dinheiro".  Essa é a ideia.O fato de nunca ter dinheiro para comprar , consequentimente nunca tinha provado o chiclete.

  •  

    "Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles / Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar (2° parágrafo)"

    Nessa alternativa não obedece a sequência primeiro a CAUSA e segundo CONSEQUENCIA, está em ordem invertida, por isso a questão tornou -se confusa.

  • Questão estranha. Pra mim não é causa/consequência, é mera EXPLICAÇÃO!

  • Questão bem estranha mesmo!

    Percebi Consequência e Causa na letra B, não Causa e Consequência como pede a questão, daí não marquei!

    Fui, por eliminação bem complicada, pegando a menos confusa, de D.

    :(

  • Gabarito: B

     

    a questão não pede respectivamente 

    tem que dançar a música da banca

  • A) Ainda não havia experimentado chiclete porque não tinha dinheiro para comprar. A causa de não ter dinheiro causou a consequência de nunca tê-lo experimentado.

  • Fiquei com dúvida, achei que fosse a letra d.

  • A) enumeração do que envergonhara a autora. 

    B) consequência/causa - ex: "não havia provado, pois em Recife se falava pouco deles e não tinha dinheiro." Gabarito

    C) instrução da irmã de como mascar o chicle. 

    D) enumeração de ações e estados do eu-lírico em sequência cronológica.

    E)contrariedade/oposição leve - ex: "o adocicado era bonzinho, embora não fosse ótimo."   

     

  • CAUSA--> CONSEQUÊNCIA

    O FATO DE--> FEZ COM QUE

     

    DICA DE UM COLEGA DO QC

  • a) Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã  / envergonhada da mentira que pregara dizendo que o chicle caíra da boca por acaso (20° parágrafo)  Ela compara a maldade de mentir com a bondade da verdade. Comparativa.

    b) Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles / Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar (2° parágrafo) Sem dinheiro, sem chicle. Com dinheiro com chicle. Causa necéssária para se ter chicle é ter dinheiro, então ter chicle é consequência.

    c) Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele / E aí mastiga a vida inteira (10°  parágrafo)  (Veja que as duas acções podem ocorrer ao mesmo tempo, cocomitantes)

    d) Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer / quase não podia acreditar no milagre (7° parágrafo)  (idem o anterior + frase passa a ideia superlativa do chicle com supervalorização do chicle)

    e) O adocicado do chicle era bonzinho / não podia dizer que era ótimo (12° parágrafo) (maneira de falar modesta, portanto, comparação superlativa, há valorização do chicle)

  • Usando o mesmo raciocinio para a letra "A" eu cai na armadilha. Pensei: sem mentira, sem vergonha.

  • Eu bem achei que a mentira que causou a vergonha (consequência) ... Masssss 

  • GABARITO ERRADO, letra A é a resposta. Estar envergonhada diante da bondade da irmã é a CONSEQUÊNCIA de lhe ter pregado uma mentira dizendo que o chicle caíra da boca por acaso (causa).

  • Pra mim era a E kkkkkkkkkkkkk... não me admira ser surpreendido nesse tipo de questão kkk

    O FATO DE+ FAZ COM QUE mostra perfeitamente que essa B não tem nada a ver!


ID
1907821
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                           Medo da eternidade

        Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade.

      Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas.

      Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou:

      − Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se acaba. Dura a vida inteira.

      − Como não acaba? – Parei um instante na rua, perplexa.

      − Não acaba nunca, e pronto.

      Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para chupar depois, só para fazê-la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do qual eu já começara a me dar conta. 

      Com delicadeza, terminei afinal pondo o chicle na boca.

      − E agora que é que eu faço? − perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver.

      − Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários.

      Perder a eternidade? Nunca.

      O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a escola.

      − Acabou-se o docinho. E agora?

      − Agora mastigue para sempre.

      Assustei-me, não saberia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna me enchia de uma espécie de medo, como se tem diante da ideia de eternidade ou de infinito.

      Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava era aflição. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar.

      Até que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia.

      − Olha só o que me aconteceu! – disse eu em fingidos espanto e tristeza. Agora não posso mastigar mais! A bala acabou!

      − Já lhe disse, repetiu minha irmã, que ela não acaba nunca. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a gente prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá.

      Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, envergonhada da mentira que pregara dizendo que o chicle caíra da boca por acaso.

      Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim.

                                           06 de junho de 1970

(LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo – crônicas. Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p.289-91)

Um dos elementos mais importantes na organização do texto de Clarice Lispector é o advérbio de tempo, como o que se encontra grifado em:

I. Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade. (1°parágrafo)

II. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do qual eu já começara a me dar conta. (7° parágrafo)

III. – E agora que é que eu faço? – perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver. (9° parágrafo)

IV. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar. (16° parágrafo)

Atende ao enunciado APENAS o que consta de

Alternativas
Comentários
  • I Jamais

    III - agora

     

    Alternativa D

  • Em relação ao sentido entendido, qual a diferença entre os advérbios das alternativas: I).  e  IV).

  • São advérbios de tempo as palavras:

    hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora, amanhã, cedo, antes, depois, ainda, antigamente, doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, afinal, amiúde, breve, constantemente, enfim, entrementes (enquanto isso), hoje, imediatamente, primeiramente, tarde, provisoriamente, sucessivamente, 

    Locuções Adverbiais de Tempo

    às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em quando, de quando em quando, a qualquer momento, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia. 

    Gabarito: ( D )

    Obs: Quando meus comentários estiverem desatualizados ou errados, mandem-me msgns no privado, por favor, porque irei corrigi-los.

  • Mario, na alternativa IV, trata-se de uma preposição antecedendo um verbo no infinitivo.

  • Colegas, advérbio não teria que estar colado num verbo, num advérbio ou num adjetivo?

    então a frase III " E agora que é....",

    como se explica? alguem poderia me dizer, ou ele mesmo solto seria um advérbio? não importando em que lugar da frase estivesse.

  • O adverbio nao é um termo principal em uma oracao e indica circunstancia, logo voce pode retira-lo.. essa dica ajuda a resolver a questao.

  • IV - "sem parar" é adjunto adverbial de modo.

    IV. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar.

    É o modo como ele mastigava

  • J CARVALHO, o termo "agora" está modificando o verbo "fazer"

    III. – E agora que é que eu faço? 

    O que ele faz agora?

  • consegui fazer o item sabendo com certeza os itens II e III.

  • I. Jamais( indica tempo)esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade. (1°parágrafo)

    II. E eis-me(indica designação )com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do qual eu já começara a me dar conta. (7° parágrafo)

    III. – E agora (indica tempo)que é que eu faço? – perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver. (9° parágrafo)

    IV. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem (não é adverbio é preposição)parar. (16° parágrafo)

  • PALAVRA DENOTATIVA =    EIS  QUE  = AQUI ESTÁ

     

    Ex. Eis o verdadeiro culpado de tudo.

     

     

    De acordo com a circunstância que exprime, o advérbio pode ser de:

     

    Q820259 Q535418

    LUGAR: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, , abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, afora, alhures, embaixo, externamente, a distância, à distância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda, ao lado, em volta.

     

     

    TEMPO: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora, amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes, doravante, NUNCA, então, ora, JAMAIS, agora, sempre, já, enfim, afinal, amiúde, breve, constantemente, entrementes, imediatamente, primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em quando, de quando em quando, a qualquer momento, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia.

     

    ***         Jamais -   NUNCA = EM TEMPO ALGUM

     

     

    MODO: bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depressa, acinte, debalde, devagar, às pressas, às claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão e a maior parte dos que terminam em "-mente": calmamente, tristemente, propositadamente, pacientemente, amorosamente, docemente, escandalosamente, bondosamente, generosamente.

     

     

     

     

     

    AFIRMAÇÃO: sim, certamente, realmente, decerto, efetivamente, certo, decididamente, deveras, indubitavelmente.

     

    NEGAÇÃO: não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum.

    Q822878 CUDIADO PARA NÃO CONFUNDIR COM PRONOME INDEFINIDO:  NENHUM

     

     

     

    DÚVIDA: acaso, porventura, possivelmente, provavelmente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe.

     

     

    Q803300

    INTENSIDADE: muito, demais, pouco, tão, em excesso, bastante, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto, assaz, que (equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo, de muito, por completo, extremamente, intensamente, grandemente, BEM rápido (quando aplicado a propriedades graduáveis).

     

     

    EXCLUSÃO: apenas, exclusivamente, salvo, senão, somente, simplesmente, só, unicamente.
    Por exemplo: Brando, o vento apenas move a copa das árvores.

     

    Q596878

    INCLUSÃO: ainda, ATÉ =  INCLUSIVE, mesmo, inclusivamente, também.
     

    Por exemplo: O indivíduo também amadurece durante a adolescência.

     

     

     

     

    ORDEM: depois, primeiramente, ultimamente.
    Por exemplo: Primeiramente, eu gostaria de agradecer aos meus amigos por comparecerem à festa.

     

    Q643168

     

    No contexto da FRASE:   "Jamais" não é considerado um advérbio de negação e sim advérbio de TEMPO, pode ser substituído por "Em tempo algum".

     

    MUITO = UM POUCO/BASTANTE/MEIO  : ADVÉRBIO (INVARIÁVEL)

     

     

    MUITOS, MUITAS  = BASTANTES:  ADJETIVO (VARIÁVEL)

     

    ..........

     

    - aí: advérbio de lugar;


    - ai: interjeição de dor. 

     

    SÓ =  SOMENTE (ADVÉRBIO)

     

    SÓ  =  SOZINHO (ADJETIVO)

     

  • Alternativa D

    sem não é advérbio é preposição.

  • Advérbios de afirmação: sim, perfeitamente, pois sim, positivamente, efetivamente, certamente.

     

    Advérbios de negação: não, nunca, nada, jamais.

     

    Advérbios de modo: bem, mal, melhor, pior, certo, também, depressa, devagar e, em geral, os adjetivos femininos acrescidos do sufixo -mente.

     

    Advérbios de lugar: aqui, ali, lá, além, perto, longe, fora, dentro, onde, acima, adiante.

     

    Advérbios de dúvida: talvez, porventura, provavelmente.

     

    Advérbios de intensidade: muito, pouco, bastante, menos, mais, tão, tanto, todo, completamente, excessivamente.

     

    Advérbios de tempo: agora, já, logo, cedo, tarde, antes, depois, sempre, nunca, jamais, hoje, ontem, amanhã.

     

    Advérbios interrogativos: onde (lugar), quando (tempo), como (modo), por que (causa)

     

    Advérbios de inclusão: até, também.

     

    Advérbios de exclusão: exclusivamente, somente.

     

  • Gabarito letra D.

    No contexto, são advérbios de tempo apenas “jamais” e “agora”.

    A palavra “eis” é denotativa de designação. A palavra “sem” é preposição.

  • Nunca e Jamais são advérbios de tempo.


ID
1907824
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                                             Medo da eternidade

     Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade.

   Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas.

    Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou:

   − Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se acaba. Dura a vida inteira.

   − Como não acaba? – Parei um instante na rua, perplexa.

   − Não acaba nunca, e pronto.

   Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para chupar depois, só para fazê-la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do qual eu já começara a me dar conta.

   Com delicadeza, terminei afinal pondo o chicle na boca.

   − E agora que é que eu faço? − perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver.

   − Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários.

   Perder a eternidade? Nunca.

  O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a escola.

  − Acabou-se o docinho. E agora?

  − Agora mastigue para sempre.

  Assustei-me, não saberia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna me enchia de uma espécie de medo, como se tem diante da ideia de eternidade ou de infinito.

  Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava era aflição. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar.

  Até que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia.

 − Olha só o que me aconteceu! – disse eu em fingidos espanto e tristeza. Agora não posso mastigar mais! A bala acabou!

 − Já lhe disse, repetiu minha irmã, que ela não acaba nunca. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a gente prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá.

 Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, envergonhada da mentira que pregara dizendo que o chicle caíra da boca por acaso.

 Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim.

06 de junho de 1970 (LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo – crônicas. Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p.289-91)

     

   Platão argumenta que o tempo (chrónos) “é a imagem móvel da eternidade (aión) movida segundo o número” (Timeu, 37d). Partindo do dualismo entre mundo inteligível e mundo sensível, Platão concebe o tempo como uma aparência mutável e perecível de uma essência imutável e imperecível – eternidade. Enquanto que o tempo (chrónos) é a esfera tangível móbil, a eternidade (aión) é a esfera intangível imóbil. Sendo uma ordem mensurável em movimento, o tempo está em permanente alteridade. O seu domínio é caracterizado pelo devir contínuo dos fenômenos em ininterrupta mudança.

      Posto que o tempo (chrónos) é uma imagem, ele não passa de uma imitação (mímesis) da eternidade (aión). Ou seja, o tempo é uma cópia imperfeita de um modelo perfeito – eternidade. Isso significa que o tempo é uma mera sombra da eternidade. Considerando que somente a região imaterial das formas puras existe em si e por si, podemos dizer que o tempo platônico é uma ilusãoEle é real apenas na medida em que participa do ser da eternidade.


(DIVINO, Rafael. Sobre O tempo em Platão e Aristóteles, de R. Brague. Disponível em: https://serurbano.wordpress.com/ 2010/02/26/ tempo-em-platao/. Acessado em: 28.12.2015)

Para responder a esta questão, considere também o texto anterior, Medo da eternidade.

O confronto entre os dois textos permite concluir corretamente:

Alternativas
Comentários
  • Se o tema da eternidade é tratado no primeiro texto a partir da rememoração de um episódio da infância, em que se pôde experimentar o medo da ideia de eternidade, esse mesmo tema é abordado no segundo texto do ponto de vista do pensamento de um filósofo antigo, para quem o tempo é apenas uma imagem imperfeita da eternidade

     

    Alternativa E

  • Show de questão, acertei.

    GAB E


ID
1907827
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                                             Medo da eternidade

     Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade.

   Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas.

    Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou:

   − Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se acaba. Dura a vida inteira.

   − Como não acaba? – Parei um instante na rua, perplexa.

   − Não acaba nunca, e pronto.

   Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para chupar depois, só para fazê-la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do qual eu já começara a me dar conta.

   Com delicadeza, terminei afinal pondo o chicle na boca.

   − E agora que é que eu faço? − perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver.

   − Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários.

   Perder a eternidade? Nunca.

  O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a escola.

  − Acabou-se o docinho. E agora?

  − Agora mastigue para sempre.

  Assustei-me, não saberia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna me enchia de uma espécie de medo, como se tem diante da ideia de eternidade ou de infinito.

  Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava era aflição. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar.

  Até que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia.

 − Olha só o que me aconteceu! – disse eu em fingidos espanto e tristeza. Agora não posso mastigar mais! A bala acabou!

 − Já lhe disse, repetiu minha irmã, que ela não acaba nunca. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a gente prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá.

 Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, envergonhada da mentira que pregara dizendo que o chicle caíra da boca por acaso.

 Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim.

06 de junho de 1970 (LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo – crônicas. Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p.289-91)

     

   Platão argumenta que o tempo (chrónos) “é a imagem móvel da eternidade (aión) movida segundo o número” (Timeu, 37d). Partindo do dualismo entre mundo inteligível e mundo sensível, Platão concebe o tempo como uma aparência mutável e perecível de uma essência imutável e imperecível – eternidade. Enquanto que o tempo (chrónos) é a esfera tangível móbil, a eternidade (aión) é a esfera intangível imóbil. Sendo uma ordem mensurável em movimento, o tempo está em permanente alteridade. O seu domínio é caracterizado pelo devir contínuo dos fenômenos em ininterrupta mudança.

      Posto que o tempo (chrónos) é uma imagem, ele não passa de uma imitação (mímesis) da eternidade (aión). Ou seja, o tempo é uma cópia imperfeita de um modelo perfeito – eternidade. Isso significa que o tempo é uma mera sombra da eternidade. Considerando que somente a região imaterial das formas puras existe em si e por si, podemos dizer que o tempo platônico é uma ilusãoEle é real apenas na medida em que participa do ser da eternidade.


(DIVINO, Rafael. Sobre O tempo em Platão e Aristóteles, de R. Brague. Disponível em: https://serurbano.wordpress.com/ 2010/02/26/ tempo-em-platao/. Acessado em: 28.12.2015)

De acordo com o texto,

Alternativas
Comentários
  • "Partindo do dualismo entre mundo inteligível (1) e mundo sensível (2), Platão concebe o tempo (2) como uma aparência mutável e perecível (2) de uma essência imutável e imperecível (1) – eternidade. (1)"

    Mundo sensível: mundo dos sentidos humanos; mutável, perecível

    Mundo inteligível: mundo das ideias; imutável, imperecível.

     

    c) as transformações vistas por nós ao longo do tempo, de acordo com Platão, participam do mundo sensível e, desse modo, são apenas reflexo da eternidade que caracteriza o mundo inteligível

  • É o item menos errado, já que o tempo não é o reflexo da eternidade, mas uma cópia imperfeita dele.

    Os erros seguem assim:

    a. "... realidade é na verdade marcada pela ausência de mudanças..."; não há nada disso no texto.

    b. "...tempo e eternidade, segundo Platão, são ambos ilusórios..."; só o tempo é ilusório.

    d. "...e o devir, que só é alcançado pelas ideias."; o devir (processo de mudança) é alcançado com o passar do tempo, que pertence ao mundo tangível.

    e. "...os fenômenos do mundo sensível e os modelos do mundo inteligível, segundo Platão, sofrem a ação do tempo..."; somente os fenômenos do mundo sensível, já que o mundo inteligível é imutável.

  • Tem que ser ninja pra responder essa questão.
  • A questão é: "De acordo com o texto". Isso significa que a resposta está no texto e por isso não precisamos tentar interpretar

    O que o texto diz (palavras-chave em B e U):

    Tempo pertence ao mundo sensível.

    Eternidade pertence ao mundo inteligível.

  • Para acertar esta questão você tem que estar em conexão com Deus!!!

  • Uma bosta essa questão!

     

     

     

  • C

    as transformações vistas por nós ao longo do tempo, de acordo com Platão, participam do mundo sensível e, desse modo, são apenas reflexo da eternidade que caracteriza o mundo inteligível.


ID
1907830
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                                             Medo da eternidade

     Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade.

   Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas.

    Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou:

   − Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se acaba. Dura a vida inteira.

   − Como não acaba? – Parei um instante na rua, perplexa.

   − Não acaba nunca, e pronto.

   Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para chupar depois, só para fazê-la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do qual eu já começara a me dar conta.

   Com delicadeza, terminei afinal pondo o chicle na boca.

   − E agora que é que eu faço? − perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver.

   − Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários.

   Perder a eternidade? Nunca.

  O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a escola.

  − Acabou-se o docinho. E agora?

  − Agora mastigue para sempre.

  Assustei-me, não saberia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna me enchia de uma espécie de medo, como se tem diante da ideia de eternidade ou de infinito.

  Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava era aflição. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar.

  Até que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia.

 − Olha só o que me aconteceu! – disse eu em fingidos espanto e tristeza. Agora não posso mastigar mais! A bala acabou!

 − Já lhe disse, repetiu minha irmã, que ela não acaba nunca. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a gente prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá.

 Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, envergonhada da mentira que pregara dizendo que o chicle caíra da boca por acaso.

 Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim.

06 de junho de 1970 (LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo – crônicas. Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p.289-91)

     

   Platão argumenta que o tempo (chrónos) “é a imagem móvel da eternidade (aión) movida segundo o número” (Timeu, 37d). Partindo do dualismo entre mundo inteligível e mundo sensível, Platão concebe o tempo como uma aparência mutável e perecível de uma essência imutável e imperecível – eternidade. Enquanto que o tempo (chrónos) é a esfera tangível móbil, a eternidade (aión) é a esfera intangível imóbil. Sendo uma ordem mensurável em movimento, o tempo está em permanente alteridade. O seu domínio é caracterizado pelo devir contínuo dos fenômenos em ininterrupta mudança.

      Posto que o tempo (chrónos) é uma imagem, ele não passa de uma imitação (mímesis) da eternidade (aión). Ou seja, o tempo é uma cópia imperfeita de um modelo perfeito – eternidade. Isso significa que o tempo é uma mera sombra da eternidade. Considerando que somente a região imaterial das formas puras existe em si e por si, podemos dizer que o tempo platônico é uma ilusãoEle é real apenas na medida em que participa do ser da eternidade.


(DIVINO, Rafael. Sobre O tempo em Platão e Aristóteles, de R. Brague. Disponível em: https://serurbano.wordpress.com/ 2010/02/26/ tempo-em-platao/. Acessado em: 28.12.2015)

Considerado o contexto, o segmento adequadamente expresso em outras palavras está em:

Alternativas
Comentários
  • - uma ordem mensurável (1° parágrafo) = uma estrutura passível de ser medida 

    Mensurar - Determinar a medida de; medir: (Michaelis).

     

    Alternativa D

  • ALTERIDADE: do que é diferente; distinto

    EFÊMERO: passageiro; temporário

    ETÉREAS: elevadas, delicadas

    TANGÍVEL: consegue tocar

    MÓBIL: móvel; movente

     

    (a fcc gosta demais desse tipo de questão; para responder deve verificar palavra por palavra; se tiver dúvida,entre uma e outra, vai pro contexto)

  • Eu pediria recurso, o tempo é listado como ordem, justamente por ser imaterial, coloca-lo como "sinônimo" de estrutura é um erro.


ID
1907833
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

Todos têm o direito de aprender. Por isso, sua proposta consiste fundamentalmente no planejamento racional da atividade pedagógica, com operacionalização dos objetivos, privilegiando as funções de planejar, organizar, dirigir e controlar. O plano pedagógico deve se submeter ao administrativo.

As características apresentadas estão relacionadas à tendência da educação

Alternativas
Comentários
  • Letra A- Educação Tecnicista.

  • TENDÊNCIAS DA EDUCAÇÃO:

    LIBERAIS: TRADICIONAL, RENOVADA, RENOVADA NÃO DIRETIVA E TECNICISTA.

    PROGRESSISTAS: LIBERTADORA, LIBERTARIA E CRÍTICO SOCIAL DOS CONTEÚDOS.

    RESPOSTA: LETRA A.

  • GABARITO: A

  • produtividade/eficiência/operacionalização=tecnicismo

    #Partiuposse!

  • palavra-chave: operacionalização = Tecnicista


ID
1907836
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

Para os liberais, a função social da escola é prover o ensino de qualidade para todos os estudantes independentemente do nível socioeconômico.

Para os socialistas, a escola também deve ensinar com qualidade todos os alunos, no entanto para se atingir este objetivo

Alternativas
Comentários
  • Nõe entendir a resposta dessa questão.

    Liberais: "ensino de qualidade para todos os estudantes independentemente do nível socioeconômico".

    Socialista: "ensinar com qualidade todos os alunos"

    para se atingir este objetivo

    é necessária a eliminação dos desníveis socioeconômicos e a distribuição do capital cultural e social. 

    QUAL É A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA MESMO, SE ELA SÓ É EFETIVADA QUANDO TODOS FORMOS  RICOS, DOUTORES, EDUCADOS.

  • Para FCC o socialismo é utópico.  

  • Questão  confusa!

  • Na verade o que banca quis falar nesta questão sobre o ponto de vista socialista sobre a educação.

  • Acho que o gabarito tá errado, não tem como ser a letra E.

  • Fcc, sendo Fcc..

    É só resolver questões dessa banca que meu raciocínio dá um nó.

  • É necessária a eliminação dos desníveis socioeconômico e a distribuição do capital cultural e social.

  • E

    é necessária a eliminação dos desníveis socioeconômicos e a distribuição do capital cultural e social.

    Para os socialistas, para que a educação se efetive de maneira integral, é necessário RECONHECER as lacunas entre as classes sociais e agir de modo a ELIMINAR os desníveis socioeconomicos (através de políticas públicas de afirmação) e distribuir o capital cultural (democratizando o acesso a cultura, por isso é importante ocupar espaços como teatros, cinemas e etc)

  • Se o socialismo se contrapõe ao socialismo,logo,o capitalismo será comabatido.Resposta letra E.


ID
1907839
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

A narração, de que o educador é o sujeito, conduz os educandos à memorização mecânica do conteúdo narrado (...) Em lugar de comunicar-se, o educador faz “comunicados e depósitos, que os educandos recebem pacientemente, memorizam e repetem. Eis aí a concepção “bancária” de educação...

Para Paulo Freire, a concepção problematizadora da educação, ao contrário desta visão, considera que

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: D

  • GABARITO:D

    d) ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si mediatizados pelo mundo. 


ID
1907842
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

É frequente ouvirmos depoimentos de professoras ou membros da equipe escolar acerca de que as famílias são "desestruturadas", desinteressadas, carentes e, muitas vezes, de comunidades de baixa renda, violentas (...)

Segundo teorias críticas da educação, este raciocínio

I. constitui, na maioria das vezes, uma "explicação" fácil para o insucesso escolar de algumas crianças.

II. serve para atribuição de culpa a uma situação externa à escola e para um consequente afastamento do problema.

III. confirma a incapacidade intelectual de algumas famílias no acompanhamento de seus filhos nas tarefas escolares.

IV. utiliza a denominação "família desestruturada" para se referir a uma estrutura diferente do modelo de família nuclear tradicional.

V. justifica o simples fato de a família se organizar como responsável pelo comportamento acadêmico de suas crianças.

Está correto o que se afirma APENAS em

Alternativas
Comentários
  • é a letra B?

     

  • GABARITO: LETRA C

  • Comportamento acadêmico da criança.....


  • " famílias são "desestruturadas", desinteressadas, carentes e, muitas vezes, de comunidades de baixa renda, violentas (...) "

    Segundo teorias críticas da educação, este raciocínio

    I. constitui, na maioria das vezes, uma "explicação" fácil para o insucesso escolar de algumas crianças.

    II. serve para atribuição de culpa a uma situação externa à escola e para um consequente afastamento do problema.

    III. confirma a incapacidade intelectual de algumas famílias no acompanhamento de seus filhos nas tarefas escolares.

    → "desinteressadas e carentes"

    IV. utiliza a denominação "família desestruturada" para se referir a uma estrutura diferente do modelo de família nuclear tradicional.

    V. justifica o simples fato de a família se organizar como responsável pelo comportamento acadêmico de suas crianças.


ID
1907845
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

No muro de uma escola que dava para a rua, havia um pedaço que estava com marcas de terra. Ao indagarmos sobre o porquê daquilo, os alunos informaram de que aquele era o lugar por onde eles pulavam, nos finais de semana, para jogar futebol na quadra. Este era um fato conhecido por todos, mas a proibição de entrar na escola era mantida e sistematicamente transgredida (...) era proibido, mas nada acontecia se houvesse transgressão. Isso significava que os alunos, ao pularem o muro, poderiam correr um remoto risco de punição, caso se fizesse valer a proibição, ou nada aconteceria pela vigência da política de fechar os olhos.

Diante disso, é correto afirmar que o que se aprende na escola

Alternativas
Comentários
  • A letra b e a letra e estão certas. Mas a letra e está mais completa que a b. 

     

  • Gabarito: B

     

    A diferença entre a alternativa B e a E é que a primeira reflete uma informação do próprio texto, segundo o seu contexto - um fato. A ultima é apenas uma conclusão, uma informação abstrata - uma opnião - segundo o contexto.

  • Então deveria caber recurso. Só acho.

  • O ensino não se resume a regras/disciplina... logo a letra  E está completa tanto em sentido amplo, quanto em relação ao contexto da questão...

  • Concordo com Silvana Puridade. Apesar da E está correta ela não se relaciona com o contexto da questão. A resposta mais aproximada seria a B.

  • GABARITO: LETRA E

  • Diante disso, é correto afirmar que o que se aprende na escola B) não foram suficientes para corrigir as práticas indisciplinares dos alunos transgressores.

    É sério mesmo????

    Apesar de ter a ver com a "historinha", NÃO tem NADA a ver com o comando da questão. Eu fiquei mesmo entre D e E; mas achei D muito genérica.

    Gabarito E)


ID
1907854
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

Para os teóricos sociointeracionistas, a interação social fornece a matéria-prima para o desenvolvimento psicológico do indivíduo.

Dessa maneira,

Alternativas
Comentários
  • b)

    é através da relação interpessoal concreta com os outros homens que o indivíduo vai chegar a interiorizar as formas culturalmente estabelecidas de funcionamento psicológico. 

  • O QUE TEM DE ERRADO NA LETRA E?

  • Acredito que o erro da letra E =  Não ocorre aprendizado na adapção 

  • A letra e) está errada, pois os conceitos nela apresentados são ligados à teoria Piagetiana, não ao sociointeracionismo (Vigotsky)

  • Já estou concordando com o "Michael" pois depois de duas graduações, errei esta questão por falta de atenção.

  • GABARITO: LETRA B

  • A LETRA E FALA DA TEORIA DE PIAGET.

  • Letra E se refere ao ponto de vista piagetiano: o processo de reconhecimento se dá na forma de ADAPTAÇÃO, que se dá por meio de dois processos complementares: assimilação (tomada de sentido) e acomodação (transformação do organismo). Fonte:Apostila GranCursos.


ID
1907857
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

Muitos educadores, reconhecendo que a velocidade de aprendizado pode variar de criança para criança, isolam os “aprendizes lentos” de seus professores e companheiros através do uso de instrução programada e muitas vezes mecanizadas.

Vygotsky, valendo-se do conceito da zona de desenvolvimento proximal, vê o aprendizado como

Alternativas
Comentários
  • B- Vygstsky é humanista e comportamentalista e a aprendizagem se dá através do empirismo, ou seja, dá experiência interacionista com o meio social

  • najla carneiro, Vygotsky é construtivista. 

    interacionista a forma dele pensar sobre educação.

    o empirismo só considera o fator exogeno, para Vygotsky tanto o fator endogeno quanto exogeno trabalha juntos.

     

  • Um processo profundamente social, enfatizando o diálogo e as diversas funções da linguagem na instrução e no desenvolvimento cognitivo mediado. 

    Zona  de desenvolvimento próximal no a qual a criança recebe  mediação   de um adulto, do professor ou de outras crianças mais experientes.

     

     

  • GABARITO: B

  • Vygotsky vê o aprendizado como um processo profundamente social, enfatizando o diálogo e as diversas funções da linguagem na instrução e no desenvolvimento cognitivo mediado.


ID
1907860
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

Enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando: − Não é ninguém, é o padeiro! Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? "Então você não é ninguém?" Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: "não é ninguém, não senhora, é o padeiro". Assim ficara sabendo que não era ninguém...

As ideias contidas no conto de Rubem Braga nos alerta, numa concepção crítica de educação, que

Alternativas
Comentários
  • A--a discriminação social muitas vezes atinge a identidade do ser humano a ponto deste sentir que não é alguém capaz de ter direitos e objetivos

  • Gabarito: A

  • A FCC faz umas questões muito inteligentes.

  • No fragmento "não é ninguém, não senhora, é o padeiro" fica evidente a problemática da Identidade e Diferença. O padeiro é tratado como uma pessoa sem importância, alguém de fora do convívio daquela residência; enquanto a possível dona desta é chamada pelo pronome de tratamento senhora, demarcando a distinção social entre os dois. Assim, também a escola pode acabar discriminando os indivíduos e impedindo aos menos favorecidos, os ninguéns, o acesso à educação.


ID
1907863
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

Quem não se lembra dos “questionários”, muitos usados no ensino de história e geografia, enfatizando a memorização repetitiva e automática? Professores conclamavam os alunos: “Não deixem de estudar o questionário que passei”. E quando o professor não se adiantava em passar o questionário, os alunos o solicitavam, pois consideravam como uma espécie de garantia de sucesso.

Este processo de memorização

Alternativas
Comentários
  • D-esse processo de memorização é típico da escola bancária, na qual o aluno apenas decora o conhecimento pronto sem questioná-lo ou acrescentá-lo

  • Ou seja, desconsidera que o espaço escolar é um espaço de construção, e não apenas de mera repetição ou reprodução.

  • Gabarito D

    O processo de memorização repetitiva e automática não incentiva o discente a produzir conhecimento crítico. O docente estimula o aluno, através da memorização repetitiva, a somente reter conteúdo recebido de forma passiva. Decorar é uma capacidade inata até à espécies de animais irracionais. O Homem deve ir além e incentivar o outro ao mesmo.


ID
1907866
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

Segundo o documento Currículo Básico da Rede Estadual do Espírito Santo, colocar em prática o currículo na escola significa

Alternativas
Comentários
  • Capítulo 2 do CURRÍCULO BÁSICO DAS ESCOLAS ESTADUAIS do Espírito Santo.

    Conceitundo Currículo "Colocar em prática o currículo na escola significa discutir a formação humana por meio do trabalho pedagógico; e, sobretudo, evidenciar a qualidade dessa ação"

  • GABARITO: LETRA A

  • Em geral, teoria de currículo vai entrar em termos gerais como por exemplo "formação humana".

    Nota que de B)-D) está falando de "grade curricular, conteúdo e metodologia" (termos mais ligado à PPP)


ID
1907869
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

Numa visão linear do processo pedagógico, o planejamento didático é uma sucessão de etapas que começa com a definição dos objetivos do ensino, passa pela definição dos conteúdos e dos métodos, pela execução do planejado e finalmente pela avaliação do estudante.

Em forma alternativa de ver o processo pedagógico em sala de aula,

I. a avaliação não figura ao final, mas está justaposta aos próprios objetivos.

II. é preciso que a avaliação classifique os estudantes de acordo com os níveis de aproveitamento previamente estabelecidos.

III. são os objetivos que dão base para a construção da avaliação.

IV. os conteúdos e o nível de domínio destes, projetados pelos objetivos, permitem extrair as situações que possibilitarão ao aluno demonstrar seu desenvolvimento em uma situação de avaliação.

V. os objetivos e a avaliação orientam todo o processo de aprendizagem.

Está correto o que se afirma APENAS em 

Alternativas
Comentários
  • E- a avaliação está atrelada aos objetivos, não para classificar o aluno de forma quantitativa, mas como norte para chegar ao proposto

  • GABARITO: LETRA E

  • visão linear do processo pedagógico:

    1º- definição dos objetivos do ensino

    2- definição dos conteúdos e dos métodos

    3- execução do planejado

    4- finalmente a avaliação do estudante [só no fim]

    _________forma alternativa_________________

    I. a avaliação não figura ao final, mas está justaposta aos próprios objetivos.

    II. é preciso que a avaliação classifique os estudantes de acordo com os níveis de aproveitamento previamente estabelecidos.

    → Isso evoca que a forma de avaliação foi previamente estabelecida para assim, no fim, classificar os estudantes.

    III. são os objetivos que dão base para a construção da avaliação. [não ficou claro pra mim o momento da avaliação — caberia a gente inferir que é uma forma alternativa]

    IV. os conteúdos e o nível de domínio destes, projetados pelos objetivos, permitem extrair as situações que possibilitarão ao aluno demonstrar seu desenvolvimento em uma situação de avaliação. [avaliação no meio do processo]

    V. os objetivos e a avaliação orientam todo o processo de aprendizagem. [avaliação durante o processo]


ID
1907872
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

A ampliação dos níveis de avaliação para além da sala de aula e da aprendizagem dos estudantes, em especial a avaliação institucional, trouxe novas possibilidades ao desenvolvimento de escolas reflexivas.

Estas ideias apontam para a avaliação institucional da escola como um processo que

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: B

  • Acho que a questão dá margem para outras interpretaões, vejo incluseve a alternativa C como uma possível resposta. A ampliação dos níveis de avaliação para além da sala de aula pode sim resultar em um melhor desempenho do educando tendo em vista que o conhecimento cientifico está relacionado a sua realidade. 

  • Não entendi por q a letra C  esta errada .....pois fala de autonomia.... E é justamente isso q a escola busca.... 

  • Precisamos nos atentar ao enunciado das questões:

    A ampliação dos níveis de avaliação para além da sala de aula e da aprendizagem dos estudantes, em especial a avaliação institucional, trouxe novas possibilidades ao desenvolvimento de escolas reflexivas. Estas ideias apontam para a avaliação institucional da escola como um processo que: 

      b) envolve todos os sujeitos, com vistas a negociar patamares adequados de aprimoramento a partir dos problemas concretos da escola

  • GABARITO: B

  • Vejo que o erro da C está no final: "Conduz o ensino para uma aprendizagem voltada à autonomia intelectual dos educandos com melhor desempenho escolar." A escola não pode estar compromissada com a autonomia intelectual apenas dos educandos com maior desempenho. A alternativa B inclui, enquanto a C é excludente.

  • Gabarito B O enunciado faz referência à avaliação institucional.

    Avaliação: também amplia o seu nível de abrangência para além daquilo que acontece no âmbito da aprendizagem. Existem níveis, dimensões da avaliação. Três deles:

    1. Avaliação da aprendizagem: relação professor/aluno, universo da sala de aula.
    2. Avaliação institucional: avalia a instituição de ensino, em especial os seus sujeitos da comunidade escolar e o projeto político pedagógico. Onde todos os sujeitos daquela comunidade avaliam e são avaliados.
    3. Avaliação de larga escala: avaliação externa, de grande abrangência, avalia a eficácia, eficiência das políticas públicas, para verificar a qualidade da educação que está sendo ofertada.

    Analisando as alternativas:

    A

    resgata o papel central das provas nacionais no desenvolvimento de uma educação crítica e de qualidade. – provas de caráter nacional: larga escala, avaliações externas

    B

    envolve todos os sujeitos, com vistas a negociar patamares adequados de aprimoramento a partir dos problemas concretos da escola. – Bingo! Todos os sujeitos, melhorar patamares para aprimorar a instituição a partir da realidade concreta, realizada pelos sujeitos envolvidos no processo.

    C

    conduz o ensino para uma aprendizagem voltada à autonomia intelectual dos educandos com melhor desempenho escolar. - a alternativa é excludente e devemos buscar a inclusão de todos, não apenas dos melhores.

    D

    impulsiona os pais a serem comprometidos com a aprendizagem de seus filhos, na medida em que a avaliação fornece dados de seu ensino. – de aprendizagem, abrangentes: avaliação de larga escala, relação dados de seu ensino: avaliação da aprendizagem

    E

    propicia a mudança da cultura de um ensino mecânico e transmissor de conhecimento para uma prática educativa construtivista. – avaliação de aprendizagem

            Estude com dedicação e nada no mundo poderá afastar você dos seus sonhos! ♥☺☻

  • C-errada

    Apesar da Avaliação Institucional impulsionar uma educação progressista, ocasionando em uma autonomia do aluno, ESSE NÃO É O SEU FOCO, e sim realizar mudanças a nível macro, na instituição de ensino, e a partir dessa mudança poderá ocorrer uma modificação dentro da sala de aula e na maneira dos alunos serem avaliados. Objetivo da Avaliação Institucional é avaliar a INSTITUIÇÃO.


ID
1907878
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

A Educação Especial, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n°9.394/1996),

Alternativas
Comentários
  • Art. 58.  Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.

  • Letra D

    Complementando:

    Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de:

    III- atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, preferencialmente na rede regular de ensino;

  • Correta

     

    Letra C

  • Complementando...

    A letra A está errada porque não tem limite mínimo de idade para atender os educandos com deficiência.

  • Art. 58.  Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.

  • Gab: C

    De nada!

  • GABARITO: LETRA C

     

    Art. 58.  Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.

  •  

    Art. 58.  Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.

     

    Complementando:

    Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de:

    III- atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, preferencialmente na rede regular de ensino;

  • C

    é definida como modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.

  • C

    é definida como modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.


ID
1907881
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

Ainda hoje podemos constatar a existência da ideia de que o trabalho precoce é a melhor, e talvez a única alternativa à marginalidade, para as crianças pobres. A ideia do trabalho como um instrumento disciplinador da criança pobre defende a tese de que o trabalho é a forma capaz de afastar a criança e o adolescente do caminho do crime.

Tais ideias contrariam o Estatuto da Criança de do Adolescente (Lei n°8.069/1990) que

I. estabelece aos menores de dezoito anos formação profissional voltada ao mercado de trabalho.

II. garante à criança e ao adolescente a oportunidade de trabalho como forma preventiva a atos infracionais.

III. determina a proibição de qualquer trabalho a todas as crianças e aos adolescentes menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos de idade.

Está correto o que se afirma em

Alternativas
Comentários
  • GABARITO APRESENTADO – LETRA E

     

    A QUESTÃO PEDE AS IDEIAS QUE CONTRARIAM O ECA: “Tais ideias contrariam o Estatuto da Criança de do Adolescente (Lei n°8.069/1990) que”:

    III. determina a proibição de qualquer trabalho a todas as crianças e aos adolescentes MENORES DE DEZESSEIS ANOS, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos de idade.

    Ocorre, porém, que o ITEM (III) apresentado está em conformidade com a CF/88, porém, o texto do ECA (literal) não está atualizado, pois ainda consta a idade de 14 ANOS:

    Art. 60. É proibido qualquer trabalho a MENORES DE QUATORZE anos de idade, salvo na condição de aprendiz.

    QUESTÃO PASSÍVEL DE ANULAÇÃO.

    JUSTIFICATIVA:

    Capítulo V - ECA

    Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho

            Art. 60. É proibido qualquer trabalho a MENORES DE QUATORZE anos de idade, salvo na condição de aprendiz.

    Este dispositivo contraria a CF/88, pois aí está: Que é proibido qualquer trabalho a MENORES DE 14 ANOS, enquanto que na CF/88 diz:

    ART. 7º - CF/88

    XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a MENORES DE DEZESSEIS ANOS, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;

    O ECA data de: LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990.

    Porém, tal dispositivo foi alterado em data posterior, conforme consta abaixo:

    “Conforme Emenda Constitucional nº 20/1998 (publ. DOU de 16/12/1998), que alterou art. 7º, inciso XXXIII, da CF, é proibido qualquer trabalho a menores de 16 (dezesseis) anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 14 (quatorze) anos.”

    “Assim sendo, a idade mínima para o trabalho regular, constante do presente dispositivo, foi alterada de 14 (quatorze) para 16 (dezesseis) anos.”

    Fonte: Estatuto da Criança e do Adolescente Anotado e Interpretado - Murillo José Digiácomo e Ildeara de Amorim Digiácomo.

     

     

  • QUESTÃO DESATUALIZADA, ALTERAÇÃO NA LEI...

    Capítulo V

    Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho

    Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos (14) de idade, salvo na condição de aprendiz.          (Vide Constituição Federal)


ID
1907884
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

Em relação ao Ensino Médio, a LDB (Lei n° 9.394/1996) determina que

Alternativas
Comentários
  • LDB. Art. 36. O currículo do ensino médio observará o disposto na Seção I deste Capítulo e as seguintes diretrizes:
    I - destacará a educação tecnológica básica, a compreensão do significado da ciência, das letras e das artes; o processo histórico de transformação da sociedade e da cultura; a língua portuguesa como instrumento de comunicação, acesso ao conhecimento e exercício da cidadania;
    II - adotará metodologias de ensino e de avaliação que estimulem a iniciativa dos estudantes;
    III - será incluída uma língua estrangeira moderna, como disciplina obrigatória, escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda, em caráter optativo, dentro das disponibilidades da instituição.
    IV – serão incluídas a Filosofia e a Sociologia como disciplinas obrigatórias em todas as séries do ensino médio.           (Incluído pela Lei nº 11.684, de 2008)
     

  • Questão desatualizada!! 

  • Questão desatualizada diante das mudanças  feitas na LDB no que se refere ao ensino médio.

  • Questao desatualizada

  • Considerações para auxiliar os estudos (questão desatualizada)

     

    A alternativa D foi considerada correta à epoca porém o texto foi substituído por:

     

    Art. 36, inc. IV - ciências humanas e sociais aplicadas; (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017)

     

    Há outro trecho da LDB que também auxilia a compreensão do tema:

     

    Art. 35-A, § 2º A Base Nacional Comum Curricular referente ao ensino médio incluirá obrigatoriamente estudos e práticas de educação física, arte, sociologia e filosofia. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)

  • Questão desatualizada

    Na LDB atualizada 2017 apresenta no artigo 35 A 

    § 2o A Base Nacional Comum Curricular referente ao ensino médio incluirá obrigatoriamente estudos e práticas de educação física, arte, sociologia e filosofia. 

  • Entendo que, embora não seja o exato (fiel) trecho atual da LDB (Art. 35-A, §2°), a letra D permanece correta, tendo em vista de que está contida no citado dispositivo normativo, mesmo que ela não cite as demais disciplinas. O Art. 35-A, §2º, está mais completo, mas não há contradição com a alternativa D.

  • Já era isso aí. Falar em estudos e práticas é inclusive admitir que tais disciplinas podem ser tratadas como temas transversais e não como "disciplinas obrigatórias".

  • https://www.gazetadopovo.com.br/educacao/reforma-do-ensino-medio-sociologia-e-filosofia-voltam-ao-curriculo-dmwhg8p526tgygwk683h0dk9z/

    estar certa leiam esse trecho do jornal.

  • Art. 35-A [...]

    § 2º A Base Nacional Comum Curricular referente ao ensino médio incluirá obrigatoriamente estudos e práticas de educação física, arte, sociologia e filosofia.     \\ ok, mas não fala "em todos os anos".

    § 3º O ensino da língua portuguesa e da matemática será obrigatório nos três anos do ensino médio, assegurada às comunidades indígenas, também, a utilização das respectivas línguas maternas.

    § 4º Os currículos do ensino médio incluirão, obrigatoriamente, o estudo da língua inglesa e poderão ofertar outras línguas estrangeiras, em caráter optativo, preferencialmente o espanhol, de acordo com a disponibilidade de oferta, locais e horários definidos pelos sistemas de ensino.  


ID
1907887
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

O aluno do ensino noturno, por estar de alguma forma inserido no mundo do trabalho, ter seu tempo quase todo dedicado à luta pela sobrevivência, por ser responsável por si e, muitas vezes, por uma família, traz para a sala de aula uma concepção de vida, valores incorporados e necessidades concretas ligadas ao seu cotidiano e às suas expectativas de vida (...). Ao chegar, à noite, à escola se defronta, muitas vezes, com uma rotina que não valoriza, e, portanto, não aproveita os elementos que aprendem no decorrer do seu cotidiano de trabalho.

Considerando este contexto, constata-se a

Alternativas
Comentários
  • B--o EJA tem um público diferenciado por isso, deveria ter metas e objetivos igualmente diferenciados

  • GABARITO: B

  • B

    distância entre a perspectiva e a necessidade de estudo para o aluno do ensino noturno e o ensino que a escola proporciona.

    É necessário que o ensino noturno adapte o processo de ensino e aprendizagem levando em consideração o aluno trabalhador, importante que esse processo seja significativo, ou seja, conecte-se com o mundo do trabalho. A Constituição garante a oferta do ensino noturno regular adequada às condições do educando.


ID
2181721
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Artes Plásticas
Assuntos

O texto abaixo refere-se ao Ofício das Paneleiras na localidade de Goiabeiras, bairro de Vitória, Capital do Estado do Espírito Santo.

“É o saber que envolve a prática artesanal de fabricação de panelas de barro, atividade econômica culturalmente enraizada na localidade de Goiabeiras, bairro de Vitória, Capital do Estado do Espírito Santo. Produto da cerâmica de origem indígena, o processo de produção das panelas de Goiabeiras conserva todas as características essenciais que a identificam com a prática dos grupos nativos das Américas, antes da chegada de europeus e africanos.

A técnica cerâmica utilizada é reconhecida como legado cultural Tupi-Guarani e Una, com maior número de elementos identificados com os da tradição Una.

A atividade, eminentemente feminina, é tradicionalmente repassada pelas artesãs paneleiras, às suas filhas, netas, sobrinhas e vizinhas, no convívio doméstico e comunitário. Apesar das transformações urbanas ocorridas ao longo do tempo, a localidade de Goiabeiras, conhecida como Goiabeiras Velha, permanece como um reduto de ocupação antiga, os quintais repartidos com as famílias de filhos e netos, onde saber fazer estas panelas de barro é o principal elemento formador da identidade cultural daquele grupo social.”

(http://portal.iphan.gov.br/)

A inclusão das paneleiras como Patrimônio Cultural Brasileiro se tornou possível por intermédio do Decreto Federal 3.551/2000, que instituiu o registro de bens culturais de natureza imaterial. A justificativa do registro das Paneleiras de Goiabeiras como bem cultural de natureza imaterial é:

Alternativas

ID
2181724
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Artes Plásticas
Assuntos

O Instituto Inhotim situado na cidade de Brumadinho MG recebe milhares de pessoas de diversas faixas etárias, das mais diferentes formações acadêmicas e de todas as partes do mundo. Um dos principais objetivos do Instituto é a criação de um estreito diálogo entre dois acervos de grande importância. São eles, respectivamente:

Alternativas

ID
2181727
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Artes Plásticas
Assuntos

“Estes materiais da memória podem apresentar-se sob duas formas principais: os monumentos, herança do passado, e os documentos, escolha do historiador. [...]
O monumento tem como características o ligar-se ao poder de perpetuação, voluntária ou involuntária, das sociedades históricas (é um legado à memória coletiva) e o reenviar a testemunhos que só numa parcela mínima são testemunhos escritos. [...]
O documento que, para a escola histórica positivista do fim do século XIX e do início do século XX, será o fundamento do fato histórico, ainda que resulte da escolha, de uma decisão do historiador, parece apresentar-se por si mesmo como prova histórica. A sua objetividade parece opor-se à intencionalidade do monumento. Além do mais, afirma-se essencialmente como um testemunho escrito.”
O historiador Jaques Le Goff propõe uma diferenciação fundamental entre dois conceitos: monumento e documento. É correto afirmar que

Alternativas

ID
2181730
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Artes Plásticas
Assuntos

Rudof Laban, dançarino e téorico, desenvolveu um amplo estudo sobre os elementos que constituem o movimento e a sua utilização. Laban acreditava que o movimento humano é sempre constituído dos mesmos elementos, seja na arte, no trabalho, na vida cotidiana. Sobre a Análise Laban de Movimento, é correto afirmar:

Alternativas

ID
2181733
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Artes Plásticas
Assuntos

“Não existe silêncio. O que eles pensaram ser silêncio, por não saberem ouvir, estava repleto de sons aleatórios.”

Esta fala, feita pelo compositor experimental John Cage, a propósito da primeira execução, em 1952, de sua composição chamada 4’ 33”, refere-se

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ID
2181736
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Artes Plásticas
Assuntos

Em obra de Édouard Manet, “Retrato de Emile Zola”, realizado em 1868, vê-se no plano de fundo três figuras:
I. Uma gravura de origem japonesa, representativa de uma produção que passa a ser influência para os impressionistas.
II. Uma gravura que reproduz um quadro de um pintor espanhol no qual camponeses tomam vinho com uma divindade mitológica.
III. Uma reprodução de um quadro do próprio Manet, cuja composição faz referência a uma obra renascentista, e na qual uma figura feminina encara de frente seu observador.
A correta correspondência de I, II e III é, respectivamente:

Alternativas

ID
2181739
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Artes Plásticas
Assuntos

“Sabe-se pelos jornais que os negros Krou denominam a cauda da vaca santa: Dada. O cubo é a mãe em certa região da Itália: Dada. Um cavalo de madeira, a ama-de-leite, dupla afirmação em russo e em romeno: Dada.”
Tristan Tzara[4]
O texto acima refere-se a um dos mais importantes movimentos de vanguarda do século XX, para o qual é escolhido um nome que

Alternativas

ID
2181742
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Artes Plásticas
Assuntos

Na década de 70 despontaram grandes nomes da música brasileira como, Chico Buarque, Caetano Veloso, Paulinho da Viola entre outros. Os festivais de música tiveram grande importância neste período, bem como a intensa participação dos públicos. No Festival Internacional da Canção realizado em 1968, a música interpretada pelo cantor e compositor Geraldo Vandré ficou em segundo lugar perdendo para Sabiá, de Tom Jobim e Chico Buarque. O resultado decepcionou a plateia que, sob intensas vaias protestou exigindo vitória para a música de Vandré, que se tornaria uma das mais representativas de resistência ao período político vigente. O nome da música de Geraldo Vandré e o período histórico tratado são, respectivamente,

Alternativas

ID
2181748
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Artes Plásticas
Assuntos

Segundo o historiador e crítico de Arte Giulio Carlo Argan, um preconceito grave que impede uma boa análise da obra de arte é julgar que a obra é uma representação de algo e que bastaria comparar a obra com este algo para se saber se a representação é bem sucedida.
A partir desta colocação, o que mais se distancia deste preconceito é:

Alternativas

ID
2181751
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Artes Plásticas
Assuntos

A parede imaginária que separa o palco da plateia em uma apresentação teatral é chamada de

Alternativas
Comentários
  • A “quarta parede” é uma divisória imaginária situada na frente do palco que separa os atores da platéia, que observa tudo o que está acontecendo em cena de forma passiva. GABARITO: LETRA D.


ID
2181754
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Artes Plásticas
Assuntos

São conceitos de Técnica e Estética:

Alternativas

ID
2181757
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Artes Plásticas
Assuntos

William Shakespeare (1564-1616) é considerado atualmente o mais influente dramaturgo do mundo. Considere o fragmento abaixo.

“Ser ou não ser, eis a questão: será mais nobre

Em nosso espírito sofrer pedras e flechas

Com que a Fortuna, enfurecida, nos alveja,

Ou insurgir-nos contra um mar de provocações

E em luta pôr-lhes fim?” 

Ato III, Cena I

A frase “ser ou não ser, eis a questão” (no original em inglês: To be or not to be, that is the question) comumente utilizada como reflexão existencial profunda vem da fala de um famoso personagem de uma de suas peças teatrais. O nome do personagem e a peça teatral a que ele pertence são:

Alternativas

ID
2181760
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Artes Plásticas
Assuntos

Sobre o termo Gótico, NÃO é correto afirmar que

Alternativas
Comentários
  • pergunta bosta

     


ID
2181763
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Artes Plásticas
Assuntos

O Historiador da Arte Arnold Hauser escreve, em seu livro “História Social da Arte e da Literatura”, sobre a renascença:
“[...] o fato verdadeiramente notável a respeito da Renascença não era o artista ter se tornado um observador da natureza, mas o de ter-se a obra de arte convertido num “estudo da natureza”.
No sentido do texto, a obra de arte da Renascença, dentre as citadas abaixo, é exemplo pertinente de “estudo da natureza”:

Alternativas

ID
2181766
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Artes Plásticas
Assuntos

O estilo Barroco chega ao Brasil pelas mãos dos colonizadores, sobretudo portugueses. Seu desenvolvimento pleno se dá no século XVIII, 100 anos após o surgimento do Barroco na Europa.
Pode-se considerar que a temática predominante do Barroco brasileiro e a alcunha de seu escultor mais famoso são, respectivamente:

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Comentários
  • RESOLUÇÃO: O escultor mais famoso no Barroco foi, sem dúvidas, o Aleijadinho. Tal artista ficou famoso por esculpir a arte sacra, ou seja, toda sua produção artística foi destinada ao culto sagrado.

    Resposta: A

  • O escultor mais famoso no Barroco foi, sem dúvidas, o Aleijadinho. Tal artista ficou famoso por esculpir a arte sacra, ou seja, toda sua produção artística foi destinada ao culto sagrado.

    Resposta: A

  • A arte sacra representa uma forma de manifestação artística que está intimamente relacionada com a religiosidade e o sagrado, sendo a manifestação mais famosa do Barroco no Brasil. E Aleijadinho foi um escultor, entalhador, carpinteiro e arquiteto do Brasil colonial, considerado o maior representante do barroco, sendo conhecido por suas esculturas em pedra-sabão, entalhes em madeira, altares e igrejas. GABARITO: LETRA A.


ID
2181769
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Artes Plásticas
Assuntos

A produção artística designada genericamente de Barroco está historicamente associada à Contrarreforma, um movimento de iniciativa da Igreja Católica em reação à Reforma Protestante. Considerando a imagem um elemento estratégico neste contexto, é correto dizer que a Contrarreforma

Alternativas

ID
2181772
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Artes Plásticas
Assuntos

A obra, de autoria de um artista Neoclássico, que retrata um personagem da Revolução Francesa como mártir é

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Comentários
  • Marat assassinado” ou  “A morte de Marat” é uma tela de Jacques-Louis David pintada em 1793. A pintura mostra Jean-Paul Marat, revolucionário francês, assassinado em casa em 13 de julho por Charlotte Corday. GABARITO: LETRA C.


ID
2181775
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Artes Plásticas
Assuntos

Em ensaio intitulado “Debret, o neoclassicismo e a escravidão”, (1996), o crítico de arte Rodrigo Naves aponta a influência do ideário neoclássico no período de formação da obra de Debret.
Quando o artista chega ao Brasil, contudo, se vê em uma situação política muito diversa da que viveu na França, a começar por uma diferença fundamental, assim descrita por Naves: “decididamente, a existência da escravidão impedia de vez qualquer tentativa de transpor com verdade a forma neoclássica para o Brasil”.
A partir desta impossibilidade, a escolha de Debret quanto à forma e às dinâmicas sociais do Brasil da época foi

Alternativas

ID
2181784
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Artes Plásticas
Assuntos

“A verossimilhança já não tem nenhuma importância [...]. O assunto já não conta, ou conta muito pouco. A arte moderna repele, de modo geral, a maioria das técnicas de agradar utilizadas pelos grandes artistas do passado.”
O crítico e poeta Guillaume Apollinaire escreve um livro em 1913, do qual se extrai o trecho acima, sobre a pintura de um então novo movimento artístico.
O titulo deste livro, é:

Alternativas

ID
2181787
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Artes Plásticas
Assuntos

A viagem feita pelos Modernistas Mario de Andrade, Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral, entre outros, a Minas Gerais em 1924 foi sugestivamente intitulada “Viagem de descoberta do Brasil”. Um dos principais objetivos da viagem foi

Alternativas

ID
2181790
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Artes Plásticas
Assuntos

Sobre “Tropicália”, é correto afirmar:

Alternativas
Comentários
  • O termo Tropicália nasce como nome da obra de  exposta na mostra Nova Objetividade Brasileira, realizada no , em abril de 1967. A obra pode ser descrita como um ambiente labiríntico composto de dois Penetráveis, PN2 (1966) - Pureza É um Mito, e PN3 (1966-1967) - Imagético, associados a plantas, areia, araras, poemas-objetos, capas de Parangolé e um aparelho de televisão. Como descreve o artista: "o ambiente criado era obviamente tropical, como num fundo de chácara e, o mais importante, havia a sensação de que se estaria de novo pisando na terra. Esta sensação sentira eu anteriormente ao caminhar pelos morros, pela favela, e mesmo o percurso de entrar, sair, dobrar pelas 'quebradas' de tropicália, lembra muito as caminhadas pelo morro". As imagens tropicais - donde o título - são evidentes: areia, araras, plantas.


ID
2181793
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Artes Plásticas
Assuntos

Em 1931, Flávio de Carvalho realiza sua Experiência nº 2, que consistiu em andar em sentido contrário a uma procissão de Corpus Christi pelas ruas de São Paulo, com um boné de veludo verde na cabeça. Posteriormente, publica livro de igual título, narrando sua experiência. Sobre esta performance, é correto afirmar que o ato

Alternativas

ID
2181796
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Artes Plásticas
Assuntos

Em 1967, Augusto Boal encena Arena Conta Tiradentes, montagem teatral importante para a História do Teatro Brasileiro, em que utiliza o sistema coringa de atuação. Sobre este espetáculo, é correto afirmar:

Alternativas

ID
2181799
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Artes Plásticas
Assuntos

“Inserções em circuitos ideológicos” é o nome de um trabalho de Cildo Meireles, realizado em 1975, no qual cédulas de um Cruzeiro (moeda vigente na época) eram suporte para uma ação do artista. É correto afirmar que as cédulas

Alternativas

ID
2181802
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

No contexto pedagógico, os termos informação e conhecimento correspondem, respectivamente:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: E


ID
2181805
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Artes Plásticas
Assuntos

Mas a verdadeira vítima da fotografia não foi a pintura de paisagem, e sim o retrato em miniatura. A evolução foi tão rápida que por volta de 1840 a maioria dos pintores de miniaturas se transformaram em fotógrafos […].”
Neste trecho do texto “Pequena História da Fotografia”, Walter Benjamin se refere à substituição da pintura pela fotografia em uma de suas funções. Infere-se do texto que a

Alternativas
Comentários
  • Q500814 Essa eu já tinha feito e acertado! Ela é muito fácil, cê vai ver!!! Tem que saber sim! Seguinte: a EC 45/04 estabeleceu que os TRTS DEVERIAM instalar a justiça itinerante e que PODERIAM funcionar descentralizadamente. A criação de câmaras regionais é faculdade do TRT, motivo pelo qual não existe direito líquido e certo nesse caso. Isso faz parte daquela matéria inicial de processo do trabalho, aquela chatinha de ter que decorar mil coisas. Vou olhar a outra agora!
  • A outra eu ainda não tinha feito! Eu não estudei essa matéria ainda, mas pra mim foi novidade esse trem da ação popular, eu só lembrava da ACP ser sempre na primeira instância! Eu acho que a gente tem que saber sim! Geralmente, o que a gente não precisa saber são umas doutrinas que caem em prova de magistratura, nas questões de direitos individuais tinham umas da magistratura que eu passava reto, pq eu nunca tinha ouvido falar no assunto!
  • Q500814 -> Mew, isso do TRT eu sei!!! Mas a questão não tá falando de TRF??? não entendi seu comentário...

ID
2181808
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Artes Plásticas
Assuntos

Sobre o Impressionismo, é correto afirmar que

Alternativas

ID
2181814
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Artes Plásticas
Assuntos

A Constituição Federal de 1988, nos artigos 215 e 216, estabeleceu que o patrimônio cultural brasileiro é composto de bens de natureza material e imaterial, incluídos os modos de criar, fazer e viver dos grupos formadores da sociedade brasileira. Os bens culturais de natureza imaterial dizem respeito àquelas práticas e domínios da vida social que se manifestam em saberes, ofícios e modos de fazer; celebrações; formas de expressão cênicas, plásticas, musicais ou lúdicas e nos lugares, tais como mercados, feiras e santuários que abrigam práticas culturais coletivas. São três exemplos da Cultura Imaterial Brasileira:

Alternativas
Comentários
  • Respondido por eliminação daquilo que é concreto.


ID
2181817
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

O art. 26-A da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte redação: LEI nº 11.645, DE 10 MARÇO DE 2008.

Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”

“Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena.

§ 1º O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil.

§ 2º Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e história brasileiras.”


A inserção da obrigatoriedade do ensino da História e Cultura Afro-brasileira e indígena no currículo oficial da rede de ensino vem somar-se a temática da Pluralidade Cultural inserida nos temas transversais do PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais) no que diz respeito à

Alternativas
Comentários
  • e)

    valorização de características étnicas e culturais dos diferentes grupos sociais que convivem no território nacional, e às desigualdades socioeconômicas e à crítica às relações sociais discriminatórias e excludentes que permeiam a sociedade brasileira.

  • ATÉ QUEM NÃO TENHA LIDO A LEI QUE FALA SOBRE obrigatoriedade do ensino da História e Cultura Afro-brasileira e indígena no currículo oficial da rede de ensino, TERIA ACERTADO AO LER AS ALTERNATIVAS CABULOSAS SUGERIDAS PELA FCC.

    GABARITO:E

  • Valorização das desigualdades socioeconômicas???

  • Em resposta a: "Valorização das desigualdades socioeconômicas???"

     

     

    A questão "diz": no que diz respeito à

    A alternativa E responde: 

    no que diz respeito a valorização de características étnicas e culturais dos diferentes grupos sociais que convivem no território nacional, e  no que diz respeito às desigualdades socioeconômicas e à crítica às relações sociais discriminatórias e excludentes que permeiam a sociedade brasileira.

     

  • eles poderiam marcar com ponto e vírgula a enumeração.

  • A questão está mal formulada, acertei pela exclusão da menos incorreta, achando assim a letra "E" a alternativa com menor índice de erro.

  • QUESTÃO MAL FORMULADA...MSM!!!!

  •  Apesar dos erros, a menos cabulosa é a letra E. Sendo o gabarito da questão. Se não ler a resposta juntamente com o enunciado a questão fica incoerente mesmo. Que coisa, não? 

  • valorização "às desigualdades socioeconômicas"?? Dá não. 

  • a) obrigar por lei o ensino em tempo didático proporcional, das culturas indígena, Afro-descendente e Europeia, visando, desta maneira, uma educação igualitária socialmente, oferecendo ao aluno a possibilidade de conhecer o Brasil como um país igualitário e cordial.

     

    b) valorização de características sócio-culturais dos diferentes grupos sociais que convivem no território nacional, oferecendo ao aluno a possibilidade de conhecer o Brasil como um país que valoriza a exploração da mão de obra afro-brasileira.

     

    c) valorização de características étnicas e culturais de diferentes, incentivando a celebração das minorias raciais em datas e festejos populares como forma de comemorar o convívio existente entre indígenas, Afro-descendentes e migrantes Europeus em um país harmonioso e sem conflitos.

     

    d) valorizar o protagonismo étnico e cultural de diferentes povos e etnias na sala de aula evitando dar voz ao histórico opressor de descendência Europeia, oferecendo ao aluno a escolha entre ter professores indígenas ou afro-descendentes.

     

    e) valorização de características étnicas e culturais dos diferentes grupos sociais que convivem no território nacional, e às desigualdades socioeconômicas e à crítica às relações sociais discriminatórias e excludentes que permeiam a sociedade brasileira. CORRETA

  • estar muito errado a letra E gente ,verbo em elipse inicio da questão diz: valorização ,valorizar ,segue o enunciado e a desigualdades econômicas e as criticas pode uma coisa dessas estra certa?

  • Também me assustei com a aparente falta de paralelismo da alternativa E. Mas a verdade é que ela completa adequadamente o enunciado, vejam:

    A inserção da obrigatoriedade do ensino da História e Cultura Afro-brasileira e indígena no currículo oficial da rede de ensino vem somar-se a temática da Pluralidade Cultural inserida nos temas transversais do PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais) no que diz respeito à valorização de características étnicas e culturais dos diferentes grupos sociais que convivem no território nacional, e às desigualdades socioeconômicas e à crítica às relações sociais discriminatórias e excludentes que permeiam a sociedade brasileira.

  • Nossa, tem algumas alternativas extremamente racistas e ainda tem gente que chuta nelas!!!! é pra ficar de cabelo em pé!


ID
2181820
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

A partir da leitura do artigo 3º do Plano Estadual de Educação em Direitos Humanos do Estado do Espirito Santo a alternativa que fundamenta três de seus princípios é:

Alternativas
Comentários
  • Art. 3º A Educação em Direitos Humanos, com a finalidade de promover a educação para a mudança e a transformação social, fundamenta-se nos seguintes princípios: I - dignidade humana; II - igualdade de direitos; III - reconhecimento e valorização das diferenças e das diversidades; IV - laicidade do Estado; V - democracia na educação; VI - transversalidade, vivência e globalidade; e VII - sustentabilidade socioambiental.


ID
2181823
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

Conforme escrito no objetivo 3.1.6 − Acesso a educação de qualidade e garantia de permanência na escola − p. 37/38 do Programa Estadual de Direitos Humanos do Espirito Santo, entre as ações programáticas consta:

“3.16.07 Garantir nos projetos politico pedagógicos das escolas a presença das temáticas da igualdade social da equidade de gênero e do respeito as diferentes orientações sexuais e identidades de gênero integrando as temáticas em todas as reuniões de planejamento interdisciplinar, nas reuniões com pais/mães ou responsáveis e nas reuniões do conselho escolar”

De acordo com o educador Rafael Yus “a característica mais singular dos temas transversais é sua posição na estrutura do currículo, que os legisladores trataram de definir como impregnação” 

(Temas Transversais − em busca de uma nova escola. Editora Art.Med., p. 23) 

Dentro do contexto pedagógico do documento acima citado, a definição que se aplica ao termo impregnação é:

Alternativas
Comentários
  • letra B- Temas diluidos no conjunto do currículo disciplinar.

    'integrando as temáticas em todas as reuniões de planejamento interdisciplinar, nas reuniões com pais/mães ou responsáveis e nas reuniões do conselho escolar”


ID
2181826
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

Na introdução dos Parâmetros Curriculares Nacionais − PCN de artes para o 3º e 4º ciclo do Ensino fundamental consta:
“Na caracterização da área, considerou-se a arte em suas dimensões de criação, apreciação, comunicação, constituindo-se em um espaço de reflexão e diálogo, e possibilitando aos alunos entender e posicionar-se diante dos conteúdos artísticos, estéticos e culturais incluindo as questões sociais presentes nos temas transversais.”
As dimensões acima citadas possuem como uma de suas principais referências a

Alternativas
Comentários
  • Resposta: d) Proposta triangular de Ana Mae Barbosa.


ID
2181829
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Artes Plásticas
Assuntos

A letra da musica Chá de Panela é uma composição de Guinga em homenagem ao compositor, arranjador e multi-instrumentista Hermeto Pascoal.

“Hermeto foi na cozinha pra buscar o instrumental

Do facão à colherinha tudo é coisa musical

Trouxe concha e escumadeira, ralador, colher de pau

Barril, terrina e peneira, tudo é coisa musical  


Nesse chá de panela é que eu senti a vocação

De que música é tudo que avoa e rasga o chão

Foi Hermeto Paschoal que, magistral,

me deu o dom

de entender que do lixo ao avião

em tudo há tom

e que até penico dá bom som

Se a criação é mais, se o músico for bom

e que até penico dá bom som”

Considerando a letra da música, o conceito de metodologia de ensino musical é

Alternativas

ID
2181832
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

Considere a seguinte situação: em uma roda de conversa com os alunos o professor apresenta uma reprodução da obra Noite estrelada, 1889, de Vincent Van Gogh. Ao observar a imagem o aluno A afirma não gostar da pintura, pois não lhe agrada noites frias. O aluno B por sua vez, declara que gosta da pintura, pois nela fica evidente a pincelada expressionista.
A partir dos cinco níveis de desenvolvimento estéticos propostos por Abigail Housem, os alunos A e B se enquadram, respectivamente, em

Alternativas

ID
2181835
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

Considere a situação abaixo.
Um grupo de alunos em deslocamento para uma visita a um museu aborda o professor durante o percurso fazendo perguntas e comentando sobre o percurso em que transitam.
Partindo dos conceitos de Fernando Hernández, tal postura deve ser estimulada por

Alternativas
Comentários
  • buscar exemplos na cultura que nos cerca tem a função de aprender a interpretá-los a partir de diferentes pontos de vista e favorecer a tomada de consciência dos aluno sobre si mesmos e sobre o mundo de que fazem parte.

  • B é a correta pois gera a independência

  • C

    buscar exemplos na cultura que nos cerca tem a função de aprender a interpretá-los a partir de diferentes pontos de vista e favorecer a tomada de consciência dos aluno sobre si mesmos e sobre o mundo de que fazem parte.


ID
2243473
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Medo da eternidade

    Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade. 
    Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas. 
    Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou: 
    − Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se acaba. Dura a vida inteira. 
    − Como não acaba? – Parei um instante na rua, perplexa. 
    − Não acaba nunca, e pronto. 
    Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para chupar depois, só para fazê-la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do qual eu já começara a me dar conta. 
    Com delicadeza, terminei afinal pondo o chicle na boca. 
    − E agora que é que eu faço? − perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver. 
    − Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários. 
    Perder a eternidade? Nunca. 
    O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a escola. 
    − Acabou-se o docinho. E agora? 
    − Agora mastigue para sempre. 
    Assustei-me, não saberia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna me enchia de uma espécie de medo, como se tem diante da ideia de eternidade ou de infinito. 
    Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava era aflição. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar. 
    Até que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia. 
    − Olha só o que me aconteceu! – disse eu em fingidos espanto e tristeza. Agora não posso mastigar mais! A bala acabou! 
    − Já lhe disse, repetiu minha irmã, que ela não acaba nunca. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a gente prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá. 
    Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, envergonhada da mentira que pregara dizendo que o chicle caíra da boca por acaso. Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim.

06 de junho de 1970

(LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo – crônicas. Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p.289-91)

Ainda que se saiba da liberdade com que Clarice Lispector lidava com esse gênero, pode-se assegurar que Medo da eternidade é uma crônica na medida em que se trata

Alternativas
Comentários
  • Alternativa B

     

    ...de uma visão subjetiva, pessoal, de um acontecimento do cotidiano imediato, muito embora vivenciado na infância, que acaba dando margem à reflexão sobre uma questão capaz de interessar a todos. 

  • A crônica é uma forma textual no estilo de narração que tem por base fatos que acontecem em nosso cotidiano. 

     Principais características da crônica:

    • Narração curta;
    • Descreve fatos da vida cotidiana;
    • Pode ter caráter humorístico, crítico, satírico e/ou irônico;
    • Possui personagens comuns;
    • Segue um tempo cronológico determinado;
    • Uso da oralidade na escrita e do coloquialismo na fala das personagens;
    • Linguagem simples.

     

    Fonte http://brasilescola.uol.com.br/redacao/cronica.htm

  • Clarice eterna ,um prazer questão como essa.

  • LÍNGUA PORTUGUESA

    Tipos de Gêneros Textuais

    Gêneros textuais são estruturas textuais peculiares que surgem dos tipos de textos:

    narrativo,

    descritivo,

    dissertativo-argumentativo,

    expositivo

    e injuntivo.

     

    Texto Narrativo

    Os textos narrativos apresentam ações de personagens no tempo e no espaço. A estrutura da narração é dividida em: apresentação, desenvolvimento, clímax e desfecho.

     

    Alguns exemplos de gêneros textuais narrativos:

     

    - Romance

     

    - Novela

     

    - Crônica

     

    Principais Caraterísticas:

    Narrativa curta

    Linguagem simples e coloquial

    Poucos personagens, se houver

    Espaço reduzido

    Acontecimentos cotidianos

     

    - Contos de Fada

     

    - Fábula

     

    - Lendas

  • Letra B.

    b) Correto. Acerta em cheio a definição de crônica, detalhando o texto específico (que versa sobre uma memória).

    Vamos aos erros das demais alternativas:

    a) Errado. A crônica não se assemelha a uma dissertação filosófica.

    c) Errado. Há, sim, traços de lirismo, mas não chega a ser uma propriedade predominante no texto.

    d) Errado. Deixa-se, sim, transparecer as crenças e convicções do narrador (o adulto).

    e) Errado. As características apresentadas não se assemelham às características da crônica.

    Questão comentada pelo Prof. Bruno Pilastre

  • "Cotidiano" é a palavra chave para identificar uma crônica.

    O texto é maravilhoso.


ID
2243482
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Medo da eternidade

    Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade. 
    Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas. 
    Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou: 
    − Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se acaba. Dura a vida inteira. 
    − Como não acaba? – Parei um instante na rua, perplexa. 
    − Não acaba nunca, e pronto. 
    Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para chupar depois, só para fazê-la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do qual eu já começara a me dar conta. 
    Com delicadeza, terminei afinal pondo o chicle na boca. 
    − E agora que é que eu faço? − perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver. 
    − Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários. 
    Perder a eternidade? Nunca. 
    O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a escola. 
    − Acabou-se o docinho. E agora? 
    − Agora mastigue para sempre. 
    Assustei-me, não saberia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna me enchia de uma espécie de medo, como se tem diante da ideia de eternidade ou de infinito. 
    Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava era aflição. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar. 
    Até que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia. 
    − Olha só o que me aconteceu! – disse eu em fingidos espanto e tristeza. Agora não posso mastigar mais! A bala acabou! 
    − Já lhe disse, repetiu minha irmã, que ela não acaba nunca. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a gente prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá. 
    Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, envergonhada da mentira que pregara dizendo que o chicle caíra da boca por acaso. Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim.

06 de junho de 1970

(LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo – crônicas. Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p.289-91)

Atente para as afirmações abaixo.

I. Em Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade (1º parágrafo), os adjetivos empregados para qualificar esse contato visam estabelecer um contraste com os acontecimentos que serão efetivamente narrados, deixando entrever a sugestão da autora de que esses fatos, aparentemente importantes, seriam na verdade banais e corriqueiros.
II. Em Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita (15º parágrafo), a repetição do verbo “mastigar”, cujo início ecoa ainda na conjunção Mas que inicia a frase seguinte, busca sugerir no campo da própria expressão o que havia de repetitivo nessa atividade e o aborrecimento que já advinha do mascar da goma insossa.
III. Em – Olha só o que me aconteceu! – disse eu em fingidos espanto e tristeza. Agora não posso mastigar mais! A bala acabou! (18º parágrafo), o reiterado emprego do sinal de exclamação sugere o exagero próprio do fingimento.

Está correto o que se afirma APENAS em

Alternativas
Comentários
  • I. Em Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade (1°parágrafo), os adjetivos empregados para qualificar esse contatovisam estabelecer um contraste com os acontecimentos que serão efetivamente narrados, deixando entrever a sugestão da autora de que esses fatos, aparentemente importantes, seriam na verdade banais e corriqueiros. Errado

    II. Em Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita (15° parágrafo), a repetição do verbo “mastigar”, cujo início ecoa ainda na conjunção Masque inicia a frase seguinte, busca sugerir no campo da própria expressão o que havia de repetitivo nessa atividade e o aborrecimento que já advinha do mascar da goma insossa. Correto

    III. Em – Olha só o que me aconteceu! – disse eu em fingidos espanto e tristeza. Agora não posso mastigar mais! A bala acabou! (18° parágrafo), o reiterado emprego do sinal de exclamação sugere o exagero próprio do fingimento. Correto

     

    Alternativa E

  • Alguém poderia explicar por quê a assertiva I está errada ?

  • Katia,

    A assertiva I diz que os adjetivos "aflitivo e dramático" representam contraste com o que será narrado. Na verdade não representam contraste, mas sim, exatamente o ocorrido. Isso você nota no seguinte trecho:

    Assustei-me, não saberia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna me enchia de uma espécie de medo, como se tem diante da ideia de eternidade ou de infinito. Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava era aflição. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar.

    Os trechos que destaquei comprovam que realmente o que está sendo narrado é a aflição e dramaticidade do contato da garota com a "eternidade".

  •  A assertiva I está errada porque diz que os adjeitvos da frase ( aflitivo e dramático) estabelecem um CONTRASTE com o que será a seguir narrado. Tal afirmativa está errada, pois ela (a personagem) narra exatamente o que viveu a seguir. 

     

    gab. E

  • Os textos da Clarice são tão bons. Parece mágica. Uma coisa sutil, ela compara aos grandes mistérios da humanidade.

  • O texto é muito bom :D

  • GABARITO.E.

  • Texto legal!! ia ler só o 1o paragrafo e não consegui parar :)

    Curiosamente o a história me remeteu a casamento, o chiclete...é tipo o casamento rss

  • Que texto maravilhoso!!! Amoooooo Lispector!


ID
2243515
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

A democratização, no âmbito da escola, não será alcançada sem que cada escola organize o seu próprio projeto educativo (...) nada impede que cada escola se organize em termos do modo como compreende a tarefa educativa em face das dificuldades específicas que enfrenta...

Nessa compreensão,

Alternativas
Comentários
  • LETRA A

     

  • o acesso e a qualidade da educação resultam da participação e da possibilidade de democracia nos mecanismos de gestão educacional.

  • todos devem participar da elaboração do PPP

    #PartiuPosse!

  • Não necessariamente, a letra B restringe a PRÁTICA SOCIAL de modo que foca apenas (no enunciado) no aspecto produtivo (MUNDO DO TRABALHO) Ver. Art.1º , Paragrafo 2º da LDB.


ID
2243518
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

Frequentemente, as discussões sobre o fracasso escolar referem-se ao erro do aprendiz, às suas causas e à sua natureza. Inverter a perspectiva, e pensar no erro como sinônimo de inadequação da instituição escolar é também uma necessidade, é talvez a questão crucial.

Diante disso, é possível supor que a escola erre de três maneiras diferentes por:

I. desconhecimento das características as várias fases do desenvolvimento humano.
II. adotar as diretrizes curriculares que constam do projeto pedagógico da escola.
III. considerar ideias do segmento cultural que contextua os aprendizes concretos.
IV. levar em conta as histórias de vida próprias de cada um.
V. exigências de conteúdo das provas nacionais aplicadas em larga escala.

Está correto o que se afirma APENAS em

Alternativas
Comentários
  • Esta questão nao foi anulada!!!!!SERA QUE ESTÁ CORRETA...POIS ACHEI O TRECHO NA INTERNET E NAO EH O QUE ESTA NA QUESTAO.

  • È...estranho a opção que a definiram como correta. 

  • QUESTAO ANULADA PELA BANCA. AS OPÇÕES CERTAS SERIAM A I E A V. DE AOCRDO COM O COMANDO DA QUESTÃO.

    https://www.tecconcursos.com.br/conteudo/questoes/360635

     

  • obrigada

  • Nesse formato que está aí, não tem sentido. Realmente tinha que ser anulada! Talvez a da internet já esteja atualizada, pra uma outra prova...

  • Questão sem resposta possível.

    As únicas corretas, a meu ver, seriam I e V.


ID
2243542
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

Um plano de aula deve prever necessariamente

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA D

  • Continuidade das experiências de aprendizagem 

  • D

    continuidade das experiências de aprendizagem.


ID
2243557
Banca
FCC
Órgão
SEDU-ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Pedagogia
Assuntos

O currículo do Ensino Médio deve, dentre outros aspectos, organizar os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação de tal forma que ao final do Ensino Médio o estudante demonstre:

I. domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção moderna.
II. conhecimento das formas contemporâneas de linguagem.
III. apreço pela atividades integradoras artístico-culturais, vinculadas ao meio ambiente e à prática social.
IV. valorização da leitura e da produção escrita em todos os campos do saber.

Está correto o que se afirma APENAS em

Alternativas
Comentários
  • Art. 36, § 1º. “Os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação serão organizados de tal forma que ao final do ensino médio o educando demonstre: 18 I - domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção moderna; II - conhecimento das formas contemporâneas de linguagem; III - domínio dos conhecimentos de Filosofia e de Sociologia necessários ao exercício da cidadania.”

  • Atuazizado LDB, 2017. Apenas I e II

    Art. 35-A, 

    § 8o Os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação processual e formativa serão organizados nas redes de ensino por meio de atividades teóricas e práticas, provas orais e escritas, seminários, projetos e atividades on-line, de tal forma que ao final do ensino médio o educando demonstre:

    I – domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção moderna;

    II – conhecimento das formas contemporâneas de linguagem