Segundo Heloisa Luck:
• A realidade, isto é, o campo e horizonte determinado de vida, é construída mediante uma teia de eventos e fatores que ocasionam conseqüências encadeadas e recíprocas.
• A realidade desse universo é dinâmica, estando em contínuo movimento, sendo construída socialmente. • A verdade é relativa, pois o que se conhece depende diretamente da ótica do sujeito cognoscente. (...) a realidade não tem significado próprio, sendo este a ela atribuído pelo homem.
Quanto ao método, a interdisciplinaridade é construída mediante:
• O estudo das forças interativas que interligam as várias dimensões que caracterizam um fenômeno. (...) a interdisciplinaridade não é obtida procurando estabelecer relações entre conhecimentos considerados desvinculados da realidade.
• A construção do conhecimento interdisciplinar se processa por estágios ou etapas de maturação de consciência. Em vista disso, o esforço de construção do conhecimento interdisciplinar constitui um trabalho de construção da consciência pessoal globalizadora, capaz de compreender complexidades cada vez mais amplas.
• Embora complexa, a realidade é una, uma vez que todos os seus aspectos são interdependentes, não tem significado próprio e sim no contexto de que fazem parte. Conseqüentemente, o conhecimento é unitário e as diversas ciências se prendem umas às outras por vínculos de profunda afinidade. O que é importante conhecer sobre a realidade são suas características unificadoras.
• O conhecimento produzido em qualquer área, por mais amplo que seja, representa, apenas de modo parcial e limitado, a realidade. A consciência da parcialidade de nosso conhecimento sobre a realidade supõe a necessidade de ir além dos limites postos pela visão disciplinar, rompendo fronteiras.
• ‘Tudo está relacionado com tudo mais: causas, problemas e soluções estão totalmente interligados em um grande continuum’ (Peccel e Ikeda, 1984:14).
• ‘Tudo é Duplo, contudo tem pólos; tudo tem o seu oposto: igual e desigual são a mesma coisa; os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes em grau; os extremos se tocam; todas as verdades são meias-verdades; todos os paradoxos podem ser reconciliados.’ (Hermes, segundo Schuré, 1986: 72).
• ‘O conhecimento é, como a riqueza, destinado ao Uso. A posse do conhecimento sem ser acompanhada de uma manifestação ou expressão em Ação é como um amontoado de metais preciosos, uma coisa vã e tola’ (Hermes, segundo Schuré, 1986: 83).