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Prova IDECAN - 2016 - Prefeitura de Damianópolis - GO - Auxiliar Administrativo


ID
3340846
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Damianópolis - GO
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                    Sou todo ouvidos


      Passear com um cachorro todas as manhãs pode render ao seu dono preciosas incursões nos mistérios da alma humana. (Ficou bonita esta frase! Parece abertura de TCC. Vou usá-la outra vez). Estabeleci com o Bruno – o vira-lata mais cordial da Serra – algumas rotinas e trajetos com variáveis em função do meu humor matinal e, principalmente, do humor dele. A verdade é que não passeamos com os cães; eles é que nos levam pra rua, puxando-nos por onde bem desejam. No meu caso, construí com o Bruno uma convivência amigável. Ou quase: às vezes discutimos sobre atravessar a rua em determinado ponto; fazer xixi nesta ou naquela árvore ou dar mais uma volta no gramado. Nem sempre venço e geralmente desisto, deixando-o rebocar-me à revelia.

      O melhor das manhãs é que vou colhendo pequenos fragmentos, cenas inteiras ou reprises do que escuto na rua. Numa das rotas passo bem cedo por um apartamento térreo onde já estão todos acordados. A dez metros da janela, instalada logo acima do passeio, ouve-se a discussão habitual. Curioso: os moradores daquela unidade habitacional de classe média discutem todas as manhãs. Bruno ergue as orelhas e eu faço o mesmo, bisbilhotando a vida alheia que salta pra rua, em alto e bom som, exibindo-se sem pudores. Aperto o passo, mas é inevitável captar impropérios e troca de acusações. São sempre vozes masculinas. A mais eloquente é a de um homem mais velho. E as outras vozes, deduzo, são de rapazes. Um sermão matinal familiar? O pai de dois boêmios, plantado a madrugada inteira no sofá, fumando e vendo TV, à espera dos dois folgados que sempre chegam bêbados? Ou uma quadrilha de assaltantes batendo boca em torno da divisão de lucros, após uma noite de crimes? A paz não reina naquele apartamento. Um dia ainda estico o pescoço, boto o nariz na janela e decifro este caso que tanto me intriga.

      No quarteirão seguinte encontro o Profeta Simpatia. Batizei-o em segredo porque o cara nasceu pra isso. Noto que ele está a caminho do trabalho; tem o modelo de burocrata inofensivo com um terno surrado e uma pasta velha. Entretanto, está realmente em missão divina: salvar as almas incautas que cruzam seu trajeto de manhã – queiram elas ou não, o que complica um pouco, convenhamos. Dirige seu apostolado a gente simples: lavadores de carros, babás com bebês, domésticas voltando da padaria, pedreiros na entrada da obra. Sempre me cumprimenta, fazendo uma pausa nos horrores do inferno e na salvação do rebanho. Reduz o volume de sua voz grave e sorri, voltando às exortações logo que me afasto. Ele sabe que sou um pecador sem cura, jamais desperdiçaria tempo comigo.

      Na subida da avenida, quase à mesma hora, cruzo com a Dama do Celular. Lá vem ela muito bem vestida, perfumada, cheia de colares e usando sapatos de salto que ressoam apressados no cimento – toc, toc, toc! Fala altíssimo ao telefone e gesticula, inflamada. Imaginei duas opções: ou é uma executiva atarefadíssima a caminho do escritório, açoitando à distância um exército de empregados incompetentes; ou uma rica provedora do lar dando ordens à babá, chofer, seguranças, jardineiro e talvez até ao marido, aquele inútil que ainda dorme. Mais de uma vez escutei-a repetindo a frase ameaçadora: “Mas tem de ser pra hoje, tá ouvindo, fulano?”

      Nem sempre – e por isso felizmente – costumo deparar-me com o Casal Assustado das Oito. Avistam-me e afastam-se imediatamente para o meio da rua, de olho no Bruno, como se eu levasse pela coleira não um animal boa praça, mas um Dragão-de-komodo assassino. Deles escuto pouco. Resmungam qualquer censura, fazem cara feia e depois retornam à calçada. Não sei se o que os amedronta é mesmo o meu cachorro ou se já fomos protagonistas de algum sério entrevero numa encarnação passada.

      Passear com um cachorro pode render ao seu dono preciosas incursões nos mistérios da alma humana. (Gostei da frase. Não disse que iria repeti-la?) No meio de barulhos matinais, há silêncios nos olhares perdidos voltados para os ipês da avenida. Ou no breve intervalo entre o sinal abrir e o motorista de trás meter a mão na buzina, violentando a calma da manhã. São silhuetas disfarçadas por vidros escuros. Caras preocupadas, inquietas, mãos a tamborilar nos volantes. Dormiram com seus problemas, tomaram café em companhia deles e seguem juntos para seus destinos. Preocupações corriqueiras: as contas do mês, o resultado daquele exame. A nota baixa do filho, a vida difícil. O amor que se foi ou o que ainda pode vir a ser. As encruzilhadas; as escolhas penosas, o dilema do faço-ou-não-faço. O silêncio é muito mais fácil de se ouvir.

(FABRINI, Fernando. Disponível em: http://www.otempo.com.br/opini%C3%A3o/fernando-fabbrini/sou-todo-ouvidos-1.1384729.)

Sobre o texto “Sou todo ouvidos”, é correto afirmar que

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA C

    ? baseia-se em fatos comuns do cotidiano, porém vistos de outro ângulo.

    ? O autor relata fatos cotidianos e explana sobre alumas observações realizadas, há marcas subjetivas e inclusive há a opinião do autor.

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 


ID
3340849
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Damianópolis - GO
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                    Sou todo ouvidos


      Passear com um cachorro todas as manhãs pode render ao seu dono preciosas incursões nos mistérios da alma humana. (Ficou bonita esta frase! Parece abertura de TCC. Vou usá-la outra vez). Estabeleci com o Bruno – o vira-lata mais cordial da Serra – algumas rotinas e trajetos com variáveis em função do meu humor matinal e, principalmente, do humor dele. A verdade é que não passeamos com os cães; eles é que nos levam pra rua, puxando-nos por onde bem desejam. No meu caso, construí com o Bruno uma convivência amigável. Ou quase: às vezes discutimos sobre atravessar a rua em determinado ponto; fazer xixi nesta ou naquela árvore ou dar mais uma volta no gramado. Nem sempre venço e geralmente desisto, deixando-o rebocar-me à revelia.

      O melhor das manhãs é que vou colhendo pequenos fragmentos, cenas inteiras ou reprises do que escuto na rua. Numa das rotas passo bem cedo por um apartamento térreo onde já estão todos acordados. A dez metros da janela, instalada logo acima do passeio, ouve-se a discussão habitual. Curioso: os moradores daquela unidade habitacional de classe média discutem todas as manhãs. Bruno ergue as orelhas e eu faço o mesmo, bisbilhotando a vida alheia que salta pra rua, em alto e bom som, exibindo-se sem pudores. Aperto o passo, mas é inevitável captar impropérios e troca de acusações. São sempre vozes masculinas. A mais eloquente é a de um homem mais velho. E as outras vozes, deduzo, são de rapazes. Um sermão matinal familiar? O pai de dois boêmios, plantado a madrugada inteira no sofá, fumando e vendo TV, à espera dos dois folgados que sempre chegam bêbados? Ou uma quadrilha de assaltantes batendo boca em torno da divisão de lucros, após uma noite de crimes? A paz não reina naquele apartamento. Um dia ainda estico o pescoço, boto o nariz na janela e decifro este caso que tanto me intriga.

      No quarteirão seguinte encontro o Profeta Simpatia. Batizei-o em segredo porque o cara nasceu pra isso. Noto que ele está a caminho do trabalho; tem o modelo de burocrata inofensivo com um terno surrado e uma pasta velha. Entretanto, está realmente em missão divina: salvar as almas incautas que cruzam seu trajeto de manhã – queiram elas ou não, o que complica um pouco, convenhamos. Dirige seu apostolado a gente simples: lavadores de carros, babás com bebês, domésticas voltando da padaria, pedreiros na entrada da obra. Sempre me cumprimenta, fazendo uma pausa nos horrores do inferno e na salvação do rebanho. Reduz o volume de sua voz grave e sorri, voltando às exortações logo que me afasto. Ele sabe que sou um pecador sem cura, jamais desperdiçaria tempo comigo.

      Na subida da avenida, quase à mesma hora, cruzo com a Dama do Celular. Lá vem ela muito bem vestida, perfumada, cheia de colares e usando sapatos de salto que ressoam apressados no cimento – toc, toc, toc! Fala altíssimo ao telefone e gesticula, inflamada. Imaginei duas opções: ou é uma executiva atarefadíssima a caminho do escritório, açoitando à distância um exército de empregados incompetentes; ou uma rica provedora do lar dando ordens à babá, chofer, seguranças, jardineiro e talvez até ao marido, aquele inútil que ainda dorme. Mais de uma vez escutei-a repetindo a frase ameaçadora: “Mas tem de ser pra hoje, tá ouvindo, fulano?”

      Nem sempre – e por isso felizmente – costumo deparar-me com o Casal Assustado das Oito. Avistam-me e afastam-se imediatamente para o meio da rua, de olho no Bruno, como se eu levasse pela coleira não um animal boa praça, mas um Dragão-de-komodo assassino. Deles escuto pouco. Resmungam qualquer censura, fazem cara feia e depois retornam à calçada. Não sei se o que os amedronta é mesmo o meu cachorro ou se já fomos protagonistas de algum sério entrevero numa encarnação passada.

      Passear com um cachorro pode render ao seu dono preciosas incursões nos mistérios da alma humana. (Gostei da frase. Não disse que iria repeti-la?) No meio de barulhos matinais, há silêncios nos olhares perdidos voltados para os ipês da avenida. Ou no breve intervalo entre o sinal abrir e o motorista de trás meter a mão na buzina, violentando a calma da manhã. São silhuetas disfarçadas por vidros escuros. Caras preocupadas, inquietas, mãos a tamborilar nos volantes. Dormiram com seus problemas, tomaram café em companhia deles e seguem juntos para seus destinos. Preocupações corriqueiras: as contas do mês, o resultado daquele exame. A nota baixa do filho, a vida difícil. O amor que se foi ou o que ainda pode vir a ser. As encruzilhadas; as escolhas penosas, o dilema do faço-ou-não-faço. O silêncio é muito mais fácil de se ouvir.

(FABRINI, Fernando. Disponível em: http://www.otempo.com.br/opini%C3%A3o/fernando-fabbrini/sou-todo-ouvidos-1.1384729.)

Estabeleci com o Bruno – o vira-lata mais cordial da Serra – algumas rotinas e trajetos com variáveis em função do meu humor matinal e, principalmente, do humor dele.” (1º§). O trecho sublinhado trata-se de uma

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA B

    ? ?Estabeleci com o Bruno ? o vira-lata mais cordial da Serra ? algumas rotinas e trajetos com variáveis em função do meu humor matinal e, principalmente, do humor dele.? (1º§).

    ? Temos um aposto explicativo, ele traz uma informação explicativa acerca de um termo mencionado anteriormente, no caso, acerca de "Bruno".

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • Bruno: O vira-latas mais cordial da serra.

  • Aposto explicativo!


ID
3340852
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Damianópolis - GO
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                    Sou todo ouvidos


      Passear com um cachorro todas as manhãs pode render ao seu dono preciosas incursões nos mistérios da alma humana. (Ficou bonita esta frase! Parece abertura de TCC. Vou usá-la outra vez). Estabeleci com o Bruno – o vira-lata mais cordial da Serra – algumas rotinas e trajetos com variáveis em função do meu humor matinal e, principalmente, do humor dele. A verdade é que não passeamos com os cães; eles é que nos levam pra rua, puxando-nos por onde bem desejam. No meu caso, construí com o Bruno uma convivência amigável. Ou quase: às vezes discutimos sobre atravessar a rua em determinado ponto; fazer xixi nesta ou naquela árvore ou dar mais uma volta no gramado. Nem sempre venço e geralmente desisto, deixando-o rebocar-me à revelia.

      O melhor das manhãs é que vou colhendo pequenos fragmentos, cenas inteiras ou reprises do que escuto na rua. Numa das rotas passo bem cedo por um apartamento térreo onde já estão todos acordados. A dez metros da janela, instalada logo acima do passeio, ouve-se a discussão habitual. Curioso: os moradores daquela unidade habitacional de classe média discutem todas as manhãs. Bruno ergue as orelhas e eu faço o mesmo, bisbilhotando a vida alheia que salta pra rua, em alto e bom som, exibindo-se sem pudores. Aperto o passo, mas é inevitável captar impropérios e troca de acusações. São sempre vozes masculinas. A mais eloquente é a de um homem mais velho. E as outras vozes, deduzo, são de rapazes. Um sermão matinal familiar? O pai de dois boêmios, plantado a madrugada inteira no sofá, fumando e vendo TV, à espera dos dois folgados que sempre chegam bêbados? Ou uma quadrilha de assaltantes batendo boca em torno da divisão de lucros, após uma noite de crimes? A paz não reina naquele apartamento. Um dia ainda estico o pescoço, boto o nariz na janela e decifro este caso que tanto me intriga.

      No quarteirão seguinte encontro o Profeta Simpatia. Batizei-o em segredo porque o cara nasceu pra isso. Noto que ele está a caminho do trabalho; tem o modelo de burocrata inofensivo com um terno surrado e uma pasta velha. Entretanto, está realmente em missão divina: salvar as almas incautas que cruzam seu trajeto de manhã – queiram elas ou não, o que complica um pouco, convenhamos. Dirige seu apostolado a gente simples: lavadores de carros, babás com bebês, domésticas voltando da padaria, pedreiros na entrada da obra. Sempre me cumprimenta, fazendo uma pausa nos horrores do inferno e na salvação do rebanho. Reduz o volume de sua voz grave e sorri, voltando às exortações logo que me afasto. Ele sabe que sou um pecador sem cura, jamais desperdiçaria tempo comigo.

      Na subida da avenida, quase à mesma hora, cruzo com a Dama do Celular. Lá vem ela muito bem vestida, perfumada, cheia de colares e usando sapatos de salto que ressoam apressados no cimento – toc, toc, toc! Fala altíssimo ao telefone e gesticula, inflamada. Imaginei duas opções: ou é uma executiva atarefadíssima a caminho do escritório, açoitando à distância um exército de empregados incompetentes; ou uma rica provedora do lar dando ordens à babá, chofer, seguranças, jardineiro e talvez até ao marido, aquele inútil que ainda dorme. Mais de uma vez escutei-a repetindo a frase ameaçadora: “Mas tem de ser pra hoje, tá ouvindo, fulano?”

      Nem sempre – e por isso felizmente – costumo deparar-me com o Casal Assustado das Oito. Avistam-me e afastam-se imediatamente para o meio da rua, de olho no Bruno, como se eu levasse pela coleira não um animal boa praça, mas um Dragão-de-komodo assassino. Deles escuto pouco. Resmungam qualquer censura, fazem cara feia e depois retornam à calçada. Não sei se o que os amedronta é mesmo o meu cachorro ou se já fomos protagonistas de algum sério entrevero numa encarnação passada.

      Passear com um cachorro pode render ao seu dono preciosas incursões nos mistérios da alma humana. (Gostei da frase. Não disse que iria repeti-la?) No meio de barulhos matinais, há silêncios nos olhares perdidos voltados para os ipês da avenida. Ou no breve intervalo entre o sinal abrir e o motorista de trás meter a mão na buzina, violentando a calma da manhã. São silhuetas disfarçadas por vidros escuros. Caras preocupadas, inquietas, mãos a tamborilar nos volantes. Dormiram com seus problemas, tomaram café em companhia deles e seguem juntos para seus destinos. Preocupações corriqueiras: as contas do mês, o resultado daquele exame. A nota baixa do filho, a vida difícil. O amor que se foi ou o que ainda pode vir a ser. As encruzilhadas; as escolhas penosas, o dilema do faço-ou-não-faço. O silêncio é muito mais fácil de se ouvir.

(FABRINI, Fernando. Disponível em: http://www.otempo.com.br/opini%C3%A3o/fernando-fabbrini/sou-todo-ouvidos-1.1384729.)

Quanto ao significado das palavras destacadas, assinale a alternativa que, de acordo com o contexto, está INCORRETA.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA B

    ? Queremos uma alternativa que tenha marcado um par de palavras que não possua o mesmo significado:

    ?... salvar as almas incautas que cruzam seu trajeto de manhã...? (3º§) / cautelosas.

    ? Incorreto, o adjetivo em destaque significa o contrário de "cautelosas", significa algo ou alguém que é descuidado, sem cautela.

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 


ID
3340855
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Damianópolis - GO
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                    Sou todo ouvidos


      Passear com um cachorro todas as manhãs pode render ao seu dono preciosas incursões nos mistérios da alma humana. (Ficou bonita esta frase! Parece abertura de TCC. Vou usá-la outra vez). Estabeleci com o Bruno – o vira-lata mais cordial da Serra – algumas rotinas e trajetos com variáveis em função do meu humor matinal e, principalmente, do humor dele. A verdade é que não passeamos com os cães; eles é que nos levam pra rua, puxando-nos por onde bem desejam. No meu caso, construí com o Bruno uma convivência amigável. Ou quase: às vezes discutimos sobre atravessar a rua em determinado ponto; fazer xixi nesta ou naquela árvore ou dar mais uma volta no gramado. Nem sempre venço e geralmente desisto, deixando-o rebocar-me à revelia.

      O melhor das manhãs é que vou colhendo pequenos fragmentos, cenas inteiras ou reprises do que escuto na rua. Numa das rotas passo bem cedo por um apartamento térreo onde já estão todos acordados. A dez metros da janela, instalada logo acima do passeio, ouve-se a discussão habitual. Curioso: os moradores daquela unidade habitacional de classe média discutem todas as manhãs. Bruno ergue as orelhas e eu faço o mesmo, bisbilhotando a vida alheia que salta pra rua, em alto e bom som, exibindo-se sem pudores. Aperto o passo, mas é inevitável captar impropérios e troca de acusações. São sempre vozes masculinas. A mais eloquente é a de um homem mais velho. E as outras vozes, deduzo, são de rapazes. Um sermão matinal familiar? O pai de dois boêmios, plantado a madrugada inteira no sofá, fumando e vendo TV, à espera dos dois folgados que sempre chegam bêbados? Ou uma quadrilha de assaltantes batendo boca em torno da divisão de lucros, após uma noite de crimes? A paz não reina naquele apartamento. Um dia ainda estico o pescoço, boto o nariz na janela e decifro este caso que tanto me intriga.

      No quarteirão seguinte encontro o Profeta Simpatia. Batizei-o em segredo porque o cara nasceu pra isso. Noto que ele está a caminho do trabalho; tem o modelo de burocrata inofensivo com um terno surrado e uma pasta velha. Entretanto, está realmente em missão divina: salvar as almas incautas que cruzam seu trajeto de manhã – queiram elas ou não, o que complica um pouco, convenhamos. Dirige seu apostolado a gente simples: lavadores de carros, babás com bebês, domésticas voltando da padaria, pedreiros na entrada da obra. Sempre me cumprimenta, fazendo uma pausa nos horrores do inferno e na salvação do rebanho. Reduz o volume de sua voz grave e sorri, voltando às exortações logo que me afasto. Ele sabe que sou um pecador sem cura, jamais desperdiçaria tempo comigo.

      Na subida da avenida, quase à mesma hora, cruzo com a Dama do Celular. Lá vem ela muito bem vestida, perfumada, cheia de colares e usando sapatos de salto que ressoam apressados no cimento – toc, toc, toc! Fala altíssimo ao telefone e gesticula, inflamada. Imaginei duas opções: ou é uma executiva atarefadíssima a caminho do escritório, açoitando à distância um exército de empregados incompetentes; ou uma rica provedora do lar dando ordens à babá, chofer, seguranças, jardineiro e talvez até ao marido, aquele inútil que ainda dorme. Mais de uma vez escutei-a repetindo a frase ameaçadora: “Mas tem de ser pra hoje, tá ouvindo, fulano?”

      Nem sempre – e por isso felizmente – costumo deparar-me com o Casal Assustado das Oito. Avistam-me e afastam-se imediatamente para o meio da rua, de olho no Bruno, como se eu levasse pela coleira não um animal boa praça, mas um Dragão-de-komodo assassino. Deles escuto pouco. Resmungam qualquer censura, fazem cara feia e depois retornam à calçada. Não sei se o que os amedronta é mesmo o meu cachorro ou se já fomos protagonistas de algum sério entrevero numa encarnação passada.

      Passear com um cachorro pode render ao seu dono preciosas incursões nos mistérios da alma humana. (Gostei da frase. Não disse que iria repeti-la?) No meio de barulhos matinais, há silêncios nos olhares perdidos voltados para os ipês da avenida. Ou no breve intervalo entre o sinal abrir e o motorista de trás meter a mão na buzina, violentando a calma da manhã. São silhuetas disfarçadas por vidros escuros. Caras preocupadas, inquietas, mãos a tamborilar nos volantes. Dormiram com seus problemas, tomaram café em companhia deles e seguem juntos para seus destinos. Preocupações corriqueiras: as contas do mês, o resultado daquele exame. A nota baixa do filho, a vida difícil. O amor que se foi ou o que ainda pode vir a ser. As encruzilhadas; as escolhas penosas, o dilema do faço-ou-não-faço. O silêncio é muito mais fácil de se ouvir.

(FABRINI, Fernando. Disponível em: http://www.otempo.com.br/opini%C3%A3o/fernando-fabbrini/sou-todo-ouvidos-1.1384729.)

De acordo com o contexto empregado, assinale a alternativa cujo termo sublinhado retoma o referente corretamente indicado.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA C

    ? Na subida da avenida, quase à mesma hora, cruzo com a Dama do Celular. Lá vem ela muito bem vestida, perfumada, cheia de colares e usando sapatos de salto que ressoam apressados no cimento ? toc, toc, toc! Fala altíssimo ao telefone e gesticula, inflamada. Imaginei duas opções: ou é uma executiva atarefadíssima a caminho do escritório, açoitando à distância um exército de empregados incompetentes; ou uma rica provedora do lar dando ordens à babá, chofer, seguranças, jardineiro e talvez até ao marido, aquele inútil que ainda dorme. Mais de uma vez escutei-a repetindo a frase ameaçadora: ?Mas tem de ser pra hoje, tá ouvindo, fulano??

    ? Pronome oblíquo átono "a" referindo-se ao termo "Dama do Celular"; escutei alguém, quem? A Dama do celular.

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 


ID
3340858
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Damianópolis - GO
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                    Sou todo ouvidos


      Passear com um cachorro todas as manhãs pode render ao seu dono preciosas incursões nos mistérios da alma humana. (Ficou bonita esta frase! Parece abertura de TCC. Vou usá-la outra vez). Estabeleci com o Bruno – o vira-lata mais cordial da Serra – algumas rotinas e trajetos com variáveis em função do meu humor matinal e, principalmente, do humor dele. A verdade é que não passeamos com os cães; eles é que nos levam pra rua, puxando-nos por onde bem desejam. No meu caso, construí com o Bruno uma convivência amigável. Ou quase: às vezes discutimos sobre atravessar a rua em determinado ponto; fazer xixi nesta ou naquela árvore ou dar mais uma volta no gramado. Nem sempre venço e geralmente desisto, deixando-o rebocar-me à revelia.

      O melhor das manhãs é que vou colhendo pequenos fragmentos, cenas inteiras ou reprises do que escuto na rua. Numa das rotas passo bem cedo por um apartamento térreo onde já estão todos acordados. A dez metros da janela, instalada logo acima do passeio, ouve-se a discussão habitual. Curioso: os moradores daquela unidade habitacional de classe média discutem todas as manhãs. Bruno ergue as orelhas e eu faço o mesmo, bisbilhotando a vida alheia que salta pra rua, em alto e bom som, exibindo-se sem pudores. Aperto o passo, mas é inevitável captar impropérios e troca de acusações. São sempre vozes masculinas. A mais eloquente é a de um homem mais velho. E as outras vozes, deduzo, são de rapazes. Um sermão matinal familiar? O pai de dois boêmios, plantado a madrugada inteira no sofá, fumando e vendo TV, à espera dos dois folgados que sempre chegam bêbados? Ou uma quadrilha de assaltantes batendo boca em torno da divisão de lucros, após uma noite de crimes? A paz não reina naquele apartamento. Um dia ainda estico o pescoço, boto o nariz na janela e decifro este caso que tanto me intriga.

      No quarteirão seguinte encontro o Profeta Simpatia. Batizei-o em segredo porque o cara nasceu pra isso. Noto que ele está a caminho do trabalho; tem o modelo de burocrata inofensivo com um terno surrado e uma pasta velha. Entretanto, está realmente em missão divina: salvar as almas incautas que cruzam seu trajeto de manhã – queiram elas ou não, o que complica um pouco, convenhamos. Dirige seu apostolado a gente simples: lavadores de carros, babás com bebês, domésticas voltando da padaria, pedreiros na entrada da obra. Sempre me cumprimenta, fazendo uma pausa nos horrores do inferno e na salvação do rebanho. Reduz o volume de sua voz grave e sorri, voltando às exortações logo que me afasto. Ele sabe que sou um pecador sem cura, jamais desperdiçaria tempo comigo.

      Na subida da avenida, quase à mesma hora, cruzo com a Dama do Celular. Lá vem ela muito bem vestida, perfumada, cheia de colares e usando sapatos de salto que ressoam apressados no cimento – toc, toc, toc! Fala altíssimo ao telefone e gesticula, inflamada. Imaginei duas opções: ou é uma executiva atarefadíssima a caminho do escritório, açoitando à distância um exército de empregados incompetentes; ou uma rica provedora do lar dando ordens à babá, chofer, seguranças, jardineiro e talvez até ao marido, aquele inútil que ainda dorme. Mais de uma vez escutei-a repetindo a frase ameaçadora: “Mas tem de ser pra hoje, tá ouvindo, fulano?”

      Nem sempre – e por isso felizmente – costumo deparar-me com o Casal Assustado das Oito. Avistam-me e afastam-se imediatamente para o meio da rua, de olho no Bruno, como se eu levasse pela coleira não um animal boa praça, mas um Dragão-de-komodo assassino. Deles escuto pouco. Resmungam qualquer censura, fazem cara feia e depois retornam à calçada. Não sei se o que os amedronta é mesmo o meu cachorro ou se já fomos protagonistas de algum sério entrevero numa encarnação passada.

      Passear com um cachorro pode render ao seu dono preciosas incursões nos mistérios da alma humana. (Gostei da frase. Não disse que iria repeti-la?) No meio de barulhos matinais, há silêncios nos olhares perdidos voltados para os ipês da avenida. Ou no breve intervalo entre o sinal abrir e o motorista de trás meter a mão na buzina, violentando a calma da manhã. São silhuetas disfarçadas por vidros escuros. Caras preocupadas, inquietas, mãos a tamborilar nos volantes. Dormiram com seus problemas, tomaram café em companhia deles e seguem juntos para seus destinos. Preocupações corriqueiras: as contas do mês, o resultado daquele exame. A nota baixa do filho, a vida difícil. O amor que se foi ou o que ainda pode vir a ser. As encruzilhadas; as escolhas penosas, o dilema do faço-ou-não-faço. O silêncio é muito mais fácil de se ouvir.

(FABRINI, Fernando. Disponível em: http://www.otempo.com.br/opini%C3%A3o/fernando-fabbrini/sou-todo-ouvidos-1.1384729.)

“A dez metros da janela, instalada logo acima do passeio, ouve-se a discussão habitual.” (2º§) Quanto ao sujeito do verbo ouvir, é correto afirmar que

Alternativas
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  • GABARITO: LETRA C

    ? ?A dez metros da janela, instalada logo acima do passeio, ouve-se a discussão habitual.? (2º§) 

    ? Quem ouve? Não se sabe; sujeito indeterminado (=terceira pessoa do singular + índice de indeterminação do sujeito "se").

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • posso estar engando mas o verbo é Transitivo Direto: quem OUVE ouve algo ou alguma coisa.

    VTD+SE= Partícula apassivadora, em todo caso o sujeito seria paciente.

    Alguém me esclareça.

  • Cuidado!

    Não podemos tratar os tópicos da língua portuguesa como regras absolutas.

    Dentro de análise sintática o primeiro termo a ser identificado é o sujeito e logo após os complementos..

    quem ouve, ouve algo...

    o algo a ser ouvido = a discussão habitual

    Quem esta ouvindo ?

    Não tenho como determinar..

    O verbo também pode aparecer com verbos na 3ª pessoa do singular mais o pronome ‘se’.

    São exemplos: Trabalhase de dia, descansase à noite.”

    Vive-se bem aqui

    Não temos como determinar quem trabalha ou descasa.

    Não concordo com o Gabarito!

  • AFFFFFFFFFFFFFFFFF.. Temos mesmo que adivinhar !!

    "Aluga-se casa" - Esse é um exemplo comum quando ensinam sobre partícula apassivadora. Nele não dá pra determinar quem aluga e mesmo assim "casa" é o sujeito da oração. Porque nessa questão é diferente?????

    Então não faria sentindo existir o "se" como índice de indeterminação do sujeito o.O

  • V.I + se ---- indice de indeterminação do Sujeito

  • Na frase: "Os moradores daquela unidade habitacional de classe média discutem todas as manhãs" que se encontra logo após a frase não estaria identificado o sujeito da frase não?

    Porque quando a afirmativa C) afirmou "pelo contexto" e retornei ao texto para analisar.

  • Amigos, esta questão está redondamente enganada, não desvalorizem seus estudos, não se distorçam pra justificar algo que não existe!

    Ouve-se(VTD + PA) a discussão habitual (sujeito paciente).

    Transpondo-se para a voz passiva analítica teremos: A discussão habitual é ouvida a dez metros da janela...

  • questão com duplo sentido, VERBO OUVE IGUAL A OUVIR, VERBO HOUVE IGUAL EXITIR, o verbo OUVE-SE, com o sentido de ouvir, mais a particula apassivadora SE seria um verbo transitivo direto e o objeto direto da oração se tranformaria, nesse caso, sujeito simples da oração

    OUVE-SE A DISCUÇÃO HABITUAL

    A DISCUÇÃO HABITUAL OUVE (escuta)

    portanto para mim a alternativa correta seria a A apresenta apenas um núcleo ligado ao verbo.

  • Pelo que eu estudei, para que se tenha índice de indeterminação do sujeito quando aplicada a partícula SE, será necessário que o verbo, conjugado em terceira pessoa do singular, seja VTI, VI ou VL. Pesquisei e confirmei que o verbo “ouvir”, no sentido empregado em questão, tem a função sintática de VTD. Mas, se analisarmos, o “ouve-se” e o próprio contexto nos dão uma indeterminação quanto ao sujeito, realmente. A lição que fica é: Português, quanto mais estudamos, menos entendemos.
  • Questão redondamente enganada!

  • Erradíssima!!!

    Gabarito letra A

    O SE e partícula apassivadora, logo "discussão habitual" é o sujeito. como possui apenas um núcleo, gabarito letra A de Aluno(a) dedicado(a), sua hora está chegando!

  • Verbo Ouvir transitivo direto não há como ser ser indeterminado no sentido empregado no texto mas a banca Idecan dita suas próprias regras.

  • Discordo do gabarito, questão de fácil modificação do gabarito, alternativa correta seria a A, essas bancas ficam querendo inventar moda, VTD+ SE(PA)= A SUJEITO PACIENTE.
  • Cuidado, pessoal!!!

    A dez metros da janela, instalada logo acima do passeio, ouve-se a discussão habitual

    Aqui, temos duas orações. Contudo, a questão pede a transitividade do verbo ouvir. Temos um verbo na terceira pessoa do singular. Ouvir é VTD é seu complemento é "a discussão habitual" Quem ouve? não consigo determinar, logo temos um sujeito indeterminado.

  • CUIDADO!

    Alguns colegas estão apenas justificando o gabarito erroneamente.

    1º) O verbo ouvir é VTD e portanto não cabe Índice de Indeterminação do Sujeito aqui.

    2º) Passando o trecho para a voz passiva analítica, tem-se o seguinte:

    (a) discussão habitual é ouvida.

    Nessa análise temos: "discussão habitual" como sujeito paciente e o verbo "ser" + particípio.

    3º) O que faz o gabarito ser a alternativa C é que a IDECAN considera o sujeito como sendo o Agente da Passiva (que é quem pratica a ação).

    -

    O gabarito deveria ser a alternativa A visto que o termo "discussão" é o único núcleo ligado ao verbo enquanto "habitual" é apenas um adjetivo.

    Obs.: o fato de a frase não possuir agente da passiva não faz com que ela deixe de ter sujeito. Ele está lá, a banca apenas não considera assim.

  • O sujeito aqui é paciente ...

ID
3340861
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Damianópolis - GO
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                    Sou todo ouvidos


      Passear com um cachorro todas as manhãs pode render ao seu dono preciosas incursões nos mistérios da alma humana. (Ficou bonita esta frase! Parece abertura de TCC. Vou usá-la outra vez). Estabeleci com o Bruno – o vira-lata mais cordial da Serra – algumas rotinas e trajetos com variáveis em função do meu humor matinal e, principalmente, do humor dele. A verdade é que não passeamos com os cães; eles é que nos levam pra rua, puxando-nos por onde bem desejam. No meu caso, construí com o Bruno uma convivência amigável. Ou quase: às vezes discutimos sobre atravessar a rua em determinado ponto; fazer xixi nesta ou naquela árvore ou dar mais uma volta no gramado. Nem sempre venço e geralmente desisto, deixando-o rebocar-me à revelia.

      O melhor das manhãs é que vou colhendo pequenos fragmentos, cenas inteiras ou reprises do que escuto na rua. Numa das rotas passo bem cedo por um apartamento térreo onde já estão todos acordados. A dez metros da janela, instalada logo acima do passeio, ouve-se a discussão habitual. Curioso: os moradores daquela unidade habitacional de classe média discutem todas as manhãs. Bruno ergue as orelhas e eu faço o mesmo, bisbilhotando a vida alheia que salta pra rua, em alto e bom som, exibindo-se sem pudores. Aperto o passo, mas é inevitável captar impropérios e troca de acusações. São sempre vozes masculinas. A mais eloquente é a de um homem mais velho. E as outras vozes, deduzo, são de rapazes. Um sermão matinal familiar? O pai de dois boêmios, plantado a madrugada inteira no sofá, fumando e vendo TV, à espera dos dois folgados que sempre chegam bêbados? Ou uma quadrilha de assaltantes batendo boca em torno da divisão de lucros, após uma noite de crimes? A paz não reina naquele apartamento. Um dia ainda estico o pescoço, boto o nariz na janela e decifro este caso que tanto me intriga.

      No quarteirão seguinte encontro o Profeta Simpatia. Batizei-o em segredo porque o cara nasceu pra isso. Noto que ele está a caminho do trabalho; tem o modelo de burocrata inofensivo com um terno surrado e uma pasta velha. Entretanto, está realmente em missão divina: salvar as almas incautas que cruzam seu trajeto de manhã – queiram elas ou não, o que complica um pouco, convenhamos. Dirige seu apostolado a gente simples: lavadores de carros, babás com bebês, domésticas voltando da padaria, pedreiros na entrada da obra. Sempre me cumprimenta, fazendo uma pausa nos horrores do inferno e na salvação do rebanho. Reduz o volume de sua voz grave e sorri, voltando às exortações logo que me afasto. Ele sabe que sou um pecador sem cura, jamais desperdiçaria tempo comigo.

      Na subida da avenida, quase à mesma hora, cruzo com a Dama do Celular. Lá vem ela muito bem vestida, perfumada, cheia de colares e usando sapatos de salto que ressoam apressados no cimento – toc, toc, toc! Fala altíssimo ao telefone e gesticula, inflamada. Imaginei duas opções: ou é uma executiva atarefadíssima a caminho do escritório, açoitando à distância um exército de empregados incompetentes; ou uma rica provedora do lar dando ordens à babá, chofer, seguranças, jardineiro e talvez até ao marido, aquele inútil que ainda dorme. Mais de uma vez escutei-a repetindo a frase ameaçadora: “Mas tem de ser pra hoje, tá ouvindo, fulano?”

      Nem sempre – e por isso felizmente – costumo deparar-me com o Casal Assustado das Oito. Avistam-me e afastam-se imediatamente para o meio da rua, de olho no Bruno, como se eu levasse pela coleira não um animal boa praça, mas um Dragão-de-komodo assassino. Deles escuto pouco. Resmungam qualquer censura, fazem cara feia e depois retornam à calçada. Não sei se o que os amedronta é mesmo o meu cachorro ou se já fomos protagonistas de algum sério entrevero numa encarnação passada.

      Passear com um cachorro pode render ao seu dono preciosas incursões nos mistérios da alma humana. (Gostei da frase. Não disse que iria repeti-la?) No meio de barulhos matinais, há silêncios nos olhares perdidos voltados para os ipês da avenida. Ou no breve intervalo entre o sinal abrir e o motorista de trás meter a mão na buzina, violentando a calma da manhã. São silhuetas disfarçadas por vidros escuros. Caras preocupadas, inquietas, mãos a tamborilar nos volantes. Dormiram com seus problemas, tomaram café em companhia deles e seguem juntos para seus destinos. Preocupações corriqueiras: as contas do mês, o resultado daquele exame. A nota baixa do filho, a vida difícil. O amor que se foi ou o que ainda pode vir a ser. As encruzilhadas; as escolhas penosas, o dilema do faço-ou-não-faço. O silêncio é muito mais fácil de se ouvir.

(FABRINI, Fernando. Disponível em: http://www.otempo.com.br/opini%C3%A3o/fernando-fabbrini/sou-todo-ouvidos-1.1384729.)

Entretanto, está realmente em missão divina: salvar as almas incautas que cruzam seu trajeto de manhã...” (3º§). O termo sublinhado expressa a ideia de

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA A

    ? ?Entretanto, está realmente em missão divina: salvar as almas incautas que cruzam seu trajeto de manhã...? (3º§)

    ? Temos uma conjunção coordenativa adversativa, o termo que poderá substituir é essencial para que acertemos a questão:

    A) compensação e pode ser substituído por ?todavia? ? correto, a conjunção "todavia" possui a mesma classificação de "entretanto".

    B) explicação, dessa forma pode ser substituído por ?assim? ? incorreto, não temos valor de explicação e sim de adversidade.

    C) contraste, tanto que pode ser substituído por ?portanto? ? incorreto, a conjunção coordenativa "portanto" é conclusiva e altera o sentido da frase original.

    D) acréscimo, por isso pode ser substituído por ?mas também? ? incorreto, não temos valor de acréscimo de ideias e sim de adversidade.

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • Não há nada sublinhado.


ID
3340864
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Damianópolis - GO
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                    Sou todo ouvidos


      Passear com um cachorro todas as manhãs pode render ao seu dono preciosas incursões nos mistérios da alma humana. (Ficou bonita esta frase! Parece abertura de TCC. Vou usá-la outra vez). Estabeleci com o Bruno – o vira-lata mais cordial da Serra – algumas rotinas e trajetos com variáveis em função do meu humor matinal e, principalmente, do humor dele. A verdade é que não passeamos com os cães; eles é que nos levam pra rua, puxando-nos por onde bem desejam. No meu caso, construí com o Bruno uma convivência amigável. Ou quase: às vezes discutimos sobre atravessar a rua em determinado ponto; fazer xixi nesta ou naquela árvore ou dar mais uma volta no gramado. Nem sempre venço e geralmente desisto, deixando-o rebocar-me à revelia.

      O melhor das manhãs é que vou colhendo pequenos fragmentos, cenas inteiras ou reprises do que escuto na rua. Numa das rotas passo bem cedo por um apartamento térreo onde já estão todos acordados. A dez metros da janela, instalada logo acima do passeio, ouve-se a discussão habitual. Curioso: os moradores daquela unidade habitacional de classe média discutem todas as manhãs. Bruno ergue as orelhas e eu faço o mesmo, bisbilhotando a vida alheia que salta pra rua, em alto e bom som, exibindo-se sem pudores. Aperto o passo, mas é inevitável captar impropérios e troca de acusações. São sempre vozes masculinas. A mais eloquente é a de um homem mais velho. E as outras vozes, deduzo, são de rapazes. Um sermão matinal familiar? O pai de dois boêmios, plantado a madrugada inteira no sofá, fumando e vendo TV, à espera dos dois folgados que sempre chegam bêbados? Ou uma quadrilha de assaltantes batendo boca em torno da divisão de lucros, após uma noite de crimes? A paz não reina naquele apartamento. Um dia ainda estico o pescoço, boto o nariz na janela e decifro este caso que tanto me intriga.

      No quarteirão seguinte encontro o Profeta Simpatia. Batizei-o em segredo porque o cara nasceu pra isso. Noto que ele está a caminho do trabalho; tem o modelo de burocrata inofensivo com um terno surrado e uma pasta velha. Entretanto, está realmente em missão divina: salvar as almas incautas que cruzam seu trajeto de manhã – queiram elas ou não, o que complica um pouco, convenhamos. Dirige seu apostolado a gente simples: lavadores de carros, babás com bebês, domésticas voltando da padaria, pedreiros na entrada da obra. Sempre me cumprimenta, fazendo uma pausa nos horrores do inferno e na salvação do rebanho. Reduz o volume de sua voz grave e sorri, voltando às exortações logo que me afasto. Ele sabe que sou um pecador sem cura, jamais desperdiçaria tempo comigo.

      Na subida da avenida, quase à mesma hora, cruzo com a Dama do Celular. Lá vem ela muito bem vestida, perfumada, cheia de colares e usando sapatos de salto que ressoam apressados no cimento – toc, toc, toc! Fala altíssimo ao telefone e gesticula, inflamada. Imaginei duas opções: ou é uma executiva atarefadíssima a caminho do escritório, açoitando à distância um exército de empregados incompetentes; ou uma rica provedora do lar dando ordens à babá, chofer, seguranças, jardineiro e talvez até ao marido, aquele inútil que ainda dorme. Mais de uma vez escutei-a repetindo a frase ameaçadora: “Mas tem de ser pra hoje, tá ouvindo, fulano?”

      Nem sempre – e por isso felizmente – costumo deparar-me com o Casal Assustado das Oito. Avistam-me e afastam-se imediatamente para o meio da rua, de olho no Bruno, como se eu levasse pela coleira não um animal boa praça, mas um Dragão-de-komodo assassino. Deles escuto pouco. Resmungam qualquer censura, fazem cara feia e depois retornam à calçada. Não sei se o que os amedronta é mesmo o meu cachorro ou se já fomos protagonistas de algum sério entrevero numa encarnação passada.

      Passear com um cachorro pode render ao seu dono preciosas incursões nos mistérios da alma humana. (Gostei da frase. Não disse que iria repeti-la?) No meio de barulhos matinais, há silêncios nos olhares perdidos voltados para os ipês da avenida. Ou no breve intervalo entre o sinal abrir e o motorista de trás meter a mão na buzina, violentando a calma da manhã. São silhuetas disfarçadas por vidros escuros. Caras preocupadas, inquietas, mãos a tamborilar nos volantes. Dormiram com seus problemas, tomaram café em companhia deles e seguem juntos para seus destinos. Preocupações corriqueiras: as contas do mês, o resultado daquele exame. A nota baixa do filho, a vida difícil. O amor que se foi ou o que ainda pode vir a ser. As encruzilhadas; as escolhas penosas, o dilema do faço-ou-não-faço. O silêncio é muito mais fácil de se ouvir.

(FABRINI, Fernando. Disponível em: http://www.otempo.com.br/opini%C3%A3o/fernando-fabbrini/sou-todo-ouvidos-1.1384729.)

Nem sempre – e por isso felizmente – costumo deparar-me com o Casal Assustado das Oito.” (5º§) No trecho em evidência, o uso do duplo travessão se justifica por:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA B

    ? ?Nem sempre ? e por isso felizmente ? costumo deparar-me com o Casal Assustado das Oito.? (5º§) 

    ? Os travessões estão isolando um elemento informativo de caráter subjetivo, ele expressa uma opinião do autor, um comentário adicional.

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • GABARITO - B

    Também pode ser utilizado para separar expressões ou frases intercaladas

    Os travessões também são utilizados substituindo as vírgulas para intercalar trechos em que se pretende dar ênfase.

    Os Estados Unidos e a China – os maiores poluidores do planeta – não são signatários dos principais tratados .

    Os Estados Unidos e a China , os maiores poluidores do planeta ,  não são signatários dos principais tratados .

    Bons estudos!


ID
3340867
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Damianópolis - GO
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                    Sou todo ouvidos


      Passear com um cachorro todas as manhãs pode render ao seu dono preciosas incursões nos mistérios da alma humana. (Ficou bonita esta frase! Parece abertura de TCC. Vou usá-la outra vez). Estabeleci com o Bruno – o vira-lata mais cordial da Serra – algumas rotinas e trajetos com variáveis em função do meu humor matinal e, principalmente, do humor dele. A verdade é que não passeamos com os cães; eles é que nos levam pra rua, puxando-nos por onde bem desejam. No meu caso, construí com o Bruno uma convivência amigável. Ou quase: às vezes discutimos sobre atravessar a rua em determinado ponto; fazer xixi nesta ou naquela árvore ou dar mais uma volta no gramado. Nem sempre venço e geralmente desisto, deixando-o rebocar-me à revelia.

      O melhor das manhãs é que vou colhendo pequenos fragmentos, cenas inteiras ou reprises do que escuto na rua. Numa das rotas passo bem cedo por um apartamento térreo onde já estão todos acordados. A dez metros da janela, instalada logo acima do passeio, ouve-se a discussão habitual. Curioso: os moradores daquela unidade habitacional de classe média discutem todas as manhãs. Bruno ergue as orelhas e eu faço o mesmo, bisbilhotando a vida alheia que salta pra rua, em alto e bom som, exibindo-se sem pudores. Aperto o passo, mas é inevitável captar impropérios e troca de acusações. São sempre vozes masculinas. A mais eloquente é a de um homem mais velho. E as outras vozes, deduzo, são de rapazes. Um sermão matinal familiar? O pai de dois boêmios, plantado a madrugada inteira no sofá, fumando e vendo TV, à espera dos dois folgados que sempre chegam bêbados? Ou uma quadrilha de assaltantes batendo boca em torno da divisão de lucros, após uma noite de crimes? A paz não reina naquele apartamento. Um dia ainda estico o pescoço, boto o nariz na janela e decifro este caso que tanto me intriga.

      No quarteirão seguinte encontro o Profeta Simpatia. Batizei-o em segredo porque o cara nasceu pra isso. Noto que ele está a caminho do trabalho; tem o modelo de burocrata inofensivo com um terno surrado e uma pasta velha. Entretanto, está realmente em missão divina: salvar as almas incautas que cruzam seu trajeto de manhã – queiram elas ou não, o que complica um pouco, convenhamos. Dirige seu apostolado a gente simples: lavadores de carros, babás com bebês, domésticas voltando da padaria, pedreiros na entrada da obra. Sempre me cumprimenta, fazendo uma pausa nos horrores do inferno e na salvação do rebanho. Reduz o volume de sua voz grave e sorri, voltando às exortações logo que me afasto. Ele sabe que sou um pecador sem cura, jamais desperdiçaria tempo comigo.

      Na subida da avenida, quase à mesma hora, cruzo com a Dama do Celular. Lá vem ela muito bem vestida, perfumada, cheia de colares e usando sapatos de salto que ressoam apressados no cimento – toc, toc, toc! Fala altíssimo ao telefone e gesticula, inflamada. Imaginei duas opções: ou é uma executiva atarefadíssima a caminho do escritório, açoitando à distância um exército de empregados incompetentes; ou uma rica provedora do lar dando ordens à babá, chofer, seguranças, jardineiro e talvez até ao marido, aquele inútil que ainda dorme. Mais de uma vez escutei-a repetindo a frase ameaçadora: “Mas tem de ser pra hoje, tá ouvindo, fulano?”

      Nem sempre – e por isso felizmente – costumo deparar-me com o Casal Assustado das Oito. Avistam-me e afastam-se imediatamente para o meio da rua, de olho no Bruno, como se eu levasse pela coleira não um animal boa praça, mas um Dragão-de-komodo assassino. Deles escuto pouco. Resmungam qualquer censura, fazem cara feia e depois retornam à calçada. Não sei se o que os amedronta é mesmo o meu cachorro ou se já fomos protagonistas de algum sério entrevero numa encarnação passada.

      Passear com um cachorro pode render ao seu dono preciosas incursões nos mistérios da alma humana. (Gostei da frase. Não disse que iria repeti-la?) No meio de barulhos matinais, há silêncios nos olhares perdidos voltados para os ipês da avenida. Ou no breve intervalo entre o sinal abrir e o motorista de trás meter a mão na buzina, violentando a calma da manhã. São silhuetas disfarçadas por vidros escuros. Caras preocupadas, inquietas, mãos a tamborilar nos volantes. Dormiram com seus problemas, tomaram café em companhia deles e seguem juntos para seus destinos. Preocupações corriqueiras: as contas do mês, o resultado daquele exame. A nota baixa do filho, a vida difícil. O amor que se foi ou o que ainda pode vir a ser. As encruzilhadas; as escolhas penosas, o dilema do faço-ou-não-faço. O silêncio é muito mais fácil de se ouvir.

(FABRINI, Fernando. Disponível em: http://www.otempo.com.br/opini%C3%A3o/fernando-fabbrini/sou-todo-ouvidos-1.1384729.)

Em “Dirige seu apostolado a gente simples: lavadores de carros, babás com bebês, domésticas voltando da padaria, pedreiros na entrada da obra.” (3º§), os dois-pontos foram utilizados para anunciar:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA A

    ? ?Dirige seu apostolado a gente simples: lavadores de carros, babás com bebês, domésticas voltando da padaria, pedreiros na entrada da obra.? (3º§)

    ? Os dois-pontos dão início a um aposto explicativo, ele tem a função de explicar quem é essa "gente simples".

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • Gente, eu acho que esta questão podia ser anulada. A letra C também não seria uma resposta certa? Alguém poderia me explicar.

  • Gab A.

    Um aposto que não deixa de ser uma enumeração.

  • O oposto e um termo acessório que permite ampliar, explicar desenvolver ou resumir a ideia contida em um termo que exerça qualquer função sintática:

     Ontem, segunda feira, passei o dia mal-humorado.

    "Segunda-feira" é aposto do adjunto adverbial de tempo "ontem", O aposto e sintaticamente equivalente ao termo que se relaciona porque poderia substituí-lo: 

     Segunda-feira passei o dia mal-humorado.

    O aposto pode ser classificado, de acordo com seu valor na oração, em:

    a) explicativo: A linguística, ciência das línguas humanas, permite-nos interpretar melhor nossa relação com o mundo.

    b) enumerativo: A vida humana compõe-se de muitas coisas: amor, arte, ação. ✔

    c) resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e sonho, tudo forma o carnaval.

    d) comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fixaram-se por muito tempo na baía anoitecida.

    ✨ Geralmente, a pausa entre um termo e outro vem separado dos demais termos da oração por vírgula, dois pontos, parênteses ou travessão.

  • PUUTZ!

  • pois taiiiiiii

  • misericoooordiaaa

  • Pagar inscrição para fazer uma prova dessa banca é jogar dinheiro fora kkkk

  • De fato é um aposto, porém enumerativo. Ela poderia dar A ou D de Gabarito que estaria correto

  • QC português é uma disciplina básica, e a IDECAN não é qualquer banca, vcs deveriam SIM ter professores respondendo essas questões. Infelizmente vcs não tem essa consideração,


ID
3340870
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Damianópolis - GO
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                    Sou todo ouvidos


      Passear com um cachorro todas as manhãs pode render ao seu dono preciosas incursões nos mistérios da alma humana. (Ficou bonita esta frase! Parece abertura de TCC. Vou usá-la outra vez). Estabeleci com o Bruno – o vira-lata mais cordial da Serra – algumas rotinas e trajetos com variáveis em função do meu humor matinal e, principalmente, do humor dele. A verdade é que não passeamos com os cães; eles é que nos levam pra rua, puxando-nos por onde bem desejam. No meu caso, construí com o Bruno uma convivência amigável. Ou quase: às vezes discutimos sobre atravessar a rua em determinado ponto; fazer xixi nesta ou naquela árvore ou dar mais uma volta no gramado. Nem sempre venço e geralmente desisto, deixando-o rebocar-me à revelia.

      O melhor das manhãs é que vou colhendo pequenos fragmentos, cenas inteiras ou reprises do que escuto na rua. Numa das rotas passo bem cedo por um apartamento térreo onde já estão todos acordados. A dez metros da janela, instalada logo acima do passeio, ouve-se a discussão habitual. Curioso: os moradores daquela unidade habitacional de classe média discutem todas as manhãs. Bruno ergue as orelhas e eu faço o mesmo, bisbilhotando a vida alheia que salta pra rua, em alto e bom som, exibindo-se sem pudores. Aperto o passo, mas é inevitável captar impropérios e troca de acusações. São sempre vozes masculinas. A mais eloquente é a de um homem mais velho. E as outras vozes, deduzo, são de rapazes. Um sermão matinal familiar? O pai de dois boêmios, plantado a madrugada inteira no sofá, fumando e vendo TV, à espera dos dois folgados que sempre chegam bêbados? Ou uma quadrilha de assaltantes batendo boca em torno da divisão de lucros, após uma noite de crimes? A paz não reina naquele apartamento. Um dia ainda estico o pescoço, boto o nariz na janela e decifro este caso que tanto me intriga.

      No quarteirão seguinte encontro o Profeta Simpatia. Batizei-o em segredo porque o cara nasceu pra isso. Noto que ele está a caminho do trabalho; tem o modelo de burocrata inofensivo com um terno surrado e uma pasta velha. Entretanto, está realmente em missão divina: salvar as almas incautas que cruzam seu trajeto de manhã – queiram elas ou não, o que complica um pouco, convenhamos. Dirige seu apostolado a gente simples: lavadores de carros, babás com bebês, domésticas voltando da padaria, pedreiros na entrada da obra. Sempre me cumprimenta, fazendo uma pausa nos horrores do inferno e na salvação do rebanho. Reduz o volume de sua voz grave e sorri, voltando às exortações logo que me afasto. Ele sabe que sou um pecador sem cura, jamais desperdiçaria tempo comigo.

      Na subida da avenida, quase à mesma hora, cruzo com a Dama do Celular. Lá vem ela muito bem vestida, perfumada, cheia de colares e usando sapatos de salto que ressoam apressados no cimento – toc, toc, toc! Fala altíssimo ao telefone e gesticula, inflamada. Imaginei duas opções: ou é uma executiva atarefadíssima a caminho do escritório, açoitando à distância um exército de empregados incompetentes; ou uma rica provedora do lar dando ordens à babá, chofer, seguranças, jardineiro e talvez até ao marido, aquele inútil que ainda dorme. Mais de uma vez escutei-a repetindo a frase ameaçadora: “Mas tem de ser pra hoje, tá ouvindo, fulano?”

      Nem sempre – e por isso felizmente – costumo deparar-me com o Casal Assustado das Oito. Avistam-me e afastam-se imediatamente para o meio da rua, de olho no Bruno, como se eu levasse pela coleira não um animal boa praça, mas um Dragão-de-komodo assassino. Deles escuto pouco. Resmungam qualquer censura, fazem cara feia e depois retornam à calçada. Não sei se o que os amedronta é mesmo o meu cachorro ou se já fomos protagonistas de algum sério entrevero numa encarnação passada.

      Passear com um cachorro pode render ao seu dono preciosas incursões nos mistérios da alma humana. (Gostei da frase. Não disse que iria repeti-la?) No meio de barulhos matinais, há silêncios nos olhares perdidos voltados para os ipês da avenida. Ou no breve intervalo entre o sinal abrir e o motorista de trás meter a mão na buzina, violentando a calma da manhã. São silhuetas disfarçadas por vidros escuros. Caras preocupadas, inquietas, mãos a tamborilar nos volantes. Dormiram com seus problemas, tomaram café em companhia deles e seguem juntos para seus destinos. Preocupações corriqueiras: as contas do mês, o resultado daquele exame. A nota baixa do filho, a vida difícil. O amor que se foi ou o que ainda pode vir a ser. As encruzilhadas; as escolhas penosas, o dilema do faço-ou-não-faço. O silêncio é muito mais fácil de se ouvir.

(FABRINI, Fernando. Disponível em: http://www.otempo.com.br/opini%C3%A3o/fernando-fabbrini/sou-todo-ouvidos-1.1384729.)

Assinale a alternativa cuja função sintática do trecho sublinhado se DIFERENCIA das demais.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA B

    A) ?A paz não reina naquele apartamento.? (2º§) ? temos um adjunto adverbial de lugar.

    B) ?Resmungam qualquer censura, fazem cara fei/a e depois retornam à calçada.? (5º§) ? temos um objeto direto, quem faz, faz alguma coisa (=cara fei/a).

    C) ?Avistam-me e afastam-se imediatamente para o meio da rua, de olho no Bruno,...? (5º§) ? temos um adjunto adverbial de lugar.

    D) ?Curioso: os moradores daquela unidade habitacional de classe média discutem todas as manhãs.? (2º§) ? temos um adjunto adverbial de tempo.

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 


ID
3340873
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Damianópolis - GO
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                    Sou todo ouvidos


      Passear com um cachorro todas as manhãs pode render ao seu dono preciosas incursões nos mistérios da alma humana. (Ficou bonita esta frase! Parece abertura de TCC. Vou usá-la outra vez). Estabeleci com o Bruno – o vira-lata mais cordial da Serra – algumas rotinas e trajetos com variáveis em função do meu humor matinal e, principalmente, do humor dele. A verdade é que não passeamos com os cães; eles é que nos levam pra rua, puxando-nos por onde bem desejam. No meu caso, construí com o Bruno uma convivência amigável. Ou quase: às vezes discutimos sobre atravessar a rua em determinado ponto; fazer xixi nesta ou naquela árvore ou dar mais uma volta no gramado. Nem sempre venço e geralmente desisto, deixando-o rebocar-me à revelia.

      O melhor das manhãs é que vou colhendo pequenos fragmentos, cenas inteiras ou reprises do que escuto na rua. Numa das rotas passo bem cedo por um apartamento térreo onde já estão todos acordados. A dez metros da janela, instalada logo acima do passeio, ouve-se a discussão habitual. Curioso: os moradores daquela unidade habitacional de classe média discutem todas as manhãs. Bruno ergue as orelhas e eu faço o mesmo, bisbilhotando a vida alheia que salta pra rua, em alto e bom som, exibindo-se sem pudores. Aperto o passo, mas é inevitável captar impropérios e troca de acusações. São sempre vozes masculinas. A mais eloquente é a de um homem mais velho. E as outras vozes, deduzo, são de rapazes. Um sermão matinal familiar? O pai de dois boêmios, plantado a madrugada inteira no sofá, fumando e vendo TV, à espera dos dois folgados que sempre chegam bêbados? Ou uma quadrilha de assaltantes batendo boca em torno da divisão de lucros, após uma noite de crimes? A paz não reina naquele apartamento. Um dia ainda estico o pescoço, boto o nariz na janela e decifro este caso que tanto me intriga.

      No quarteirão seguinte encontro o Profeta Simpatia. Batizei-o em segredo porque o cara nasceu pra isso. Noto que ele está a caminho do trabalho; tem o modelo de burocrata inofensivo com um terno surrado e uma pasta velha. Entretanto, está realmente em missão divina: salvar as almas incautas que cruzam seu trajeto de manhã – queiram elas ou não, o que complica um pouco, convenhamos. Dirige seu apostolado a gente simples: lavadores de carros, babás com bebês, domésticas voltando da padaria, pedreiros na entrada da obra. Sempre me cumprimenta, fazendo uma pausa nos horrores do inferno e na salvação do rebanho. Reduz o volume de sua voz grave e sorri, voltando às exortações logo que me afasto. Ele sabe que sou um pecador sem cura, jamais desperdiçaria tempo comigo.

      Na subida da avenida, quase à mesma hora, cruzo com a Dama do Celular. Lá vem ela muito bem vestida, perfumada, cheia de colares e usando sapatos de salto que ressoam apressados no cimento – toc, toc, toc! Fala altíssimo ao telefone e gesticula, inflamada. Imaginei duas opções: ou é uma executiva atarefadíssima a caminho do escritório, açoitando à distância um exército de empregados incompetentes; ou uma rica provedora do lar dando ordens à babá, chofer, seguranças, jardineiro e talvez até ao marido, aquele inútil que ainda dorme. Mais de uma vez escutei-a repetindo a frase ameaçadora: “Mas tem de ser pra hoje, tá ouvindo, fulano?”

      Nem sempre – e por isso felizmente – costumo deparar-me com o Casal Assustado das Oito. Avistam-me e afastam-se imediatamente para o meio da rua, de olho no Bruno, como se eu levasse pela coleira não um animal boa praça, mas um Dragão-de-komodo assassino. Deles escuto pouco. Resmungam qualquer censura, fazem cara feia e depois retornam à calçada. Não sei se o que os amedronta é mesmo o meu cachorro ou se já fomos protagonistas de algum sério entrevero numa encarnação passada.

      Passear com um cachorro pode render ao seu dono preciosas incursões nos mistérios da alma humana. (Gostei da frase. Não disse que iria repeti-la?) No meio de barulhos matinais, há silêncios nos olhares perdidos voltados para os ipês da avenida. Ou no breve intervalo entre o sinal abrir e o motorista de trás meter a mão na buzina, violentando a calma da manhã. São silhuetas disfarçadas por vidros escuros. Caras preocupadas, inquietas, mãos a tamborilar nos volantes. Dormiram com seus problemas, tomaram café em companhia deles e seguem juntos para seus destinos. Preocupações corriqueiras: as contas do mês, o resultado daquele exame. A nota baixa do filho, a vida difícil. O amor que se foi ou o que ainda pode vir a ser. As encruzilhadas; as escolhas penosas, o dilema do faço-ou-não-faço. O silêncio é muito mais fácil de se ouvir.

(FABRINI, Fernando. Disponível em: http://www.otempo.com.br/opini%C3%A3o/fernando-fabbrini/sou-todo-ouvidos-1.1384729.)

Os seguintes nomes “Profeta Simpatia”, “Dama do Celular” e “Casal Assustado das Oito” demonstram que o autor

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA C

    ? Observa-se que em ambos casos usados pelo autor demonstram atitudes particulares, atitudes constatadas através de uma observação bastante objetiva feita pelo autor.

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 


ID
3340876
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Damianópolis - GO
Ano
2016
Provas
Disciplina
Raciocínio Lógico
Assuntos

“Na entrada de uma festa, três convidados posicionaram-se em fila para informar qual o tipo preferido de bebida, dentre refrigerante, suco ou cerveja. Sabe-se que o que bebe suco sempre diz a verdade; o que bebe refrigerante às vezes diz a verdade; e, o que bebe cerveja, sempre mente. O convidado que está à frente na fila diz: ‘o convidado que bebe suco está no meio’. O que está no meio diz: ‘eu bebo refrigerante’. O que está atrás diz: ‘o convidado imediatamente à minha frente bebe cerveja’. Logo, o convidado que está à frente bebe ___________; o que está no meio bebe ___________; e o que está atrás bebe ___________.” Assinale a alternativa que completa correta e sequencialmente a afirmativa anterior.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito C

    Suco = V

    Refrigerante = V/F

    Cerveja = F

    Coloque o que cada um falou, montando na ordem:

    1º O convidado que está à frente na fila diz: ‘o convidado que bebe suco está no meio’.

    2º O que está no meio diz: ‘eu bebo refrigerante’.

    3º O que está atrás diz: ‘o convidado imediatamente à minha frente bebe cerveja’

    Faça também uma espécie de seta apontando para cima. A ponta da seta simboliza quem está mais à frente:

    ^

    .. R

    ..

    ..

    .. C

    ..

    ..

    .. S

    Meu resultado final ficou assim:

    1º O convidado que está à frente na fila diz: ‘o convidado que bebe suco está no meio’. = R

    2º O que está no meio diz: ‘eu bebo refrigerante’. = C

    3º O que está atrás diz: ‘o convidado imediatamente à minha frente bebe cerveja’ = S

  • Gabarito C.

    Em questão de verdades e mentiras, primeiro devemos achar a contradição.

    Dados da questão:

    Suco = sempre diz a verdade

    Refrigerante = às vezes diz a verdade

    Cerveja = sempre mente

    O convidado que está à frente na fila diz: ‘o convidado que bebe suco está no meio’.

    O que está no meio diz: ‘eu bebo refrigerante’.

    O que está atrás diz: ‘o convidado imediatamente à minha frente bebe cerveja’.

    A contradição está nas duas proposições grifadas, pois se o que está na frente diz que quem está no meio bebe suco e o que está no meio diz que bebe refrigerante, quem diz somente a verdade não pode ser nenhum dos dois. Então esses dois só podem beber cerveja ou refrigerante. Então já sabemos que quem está por último na fila bebe suco(eliminamos A e B). Sabendo que o último diz sempre a verdade, então quando ele diz que quem está em sua frente bebe cerveja, ele diz a verdade, sobrando o refrigerante para o primeiro da fila.

    Então:

    1º da fila = bebe refrigerante.

    do meio = bebe cerveja.

    fim da fila = bebe suco.

  • Procurar a resposta pelas alternativas.

    Afirmar que o 1º bebe suco produz contradição, pois seria verdade que o 2º também bebe suco.

    Afirmar que o 2º bebe suco produz contradição, pois seria verdade que o 2º bebe refrigerante.

    Afirmar que o 3º bebe suco e 1º bebe cerveja produz contradição, pois seria mentira a afirmação do 3º "o convidado imediatamente à minha frente bebe cerveja".

  • os comentários se alongam muito pra dizer o óbvio, não precisa disso tudo pra acertar a questão:

    o primeiro da fila se refere ao que bebe suco, portanto NÃO pode ser o verdadeiro, pois, se o fosse, ele diria simplesmente que É ELE QUEM TOMA SUCO, portanto o verdadeiro é o do meio ou o último; o do meio, por sua vez, diz que toma refri, conclui-se com isso que ele não pode ser o verdadeiro, pois se o fosse, ele diria que toma suco, portanto o verdadeiro é o último da fila. Assim sendo, é verdade que o mentiroso é o do meio, pois o verdadeiro diz que o do meio toma cerveja, assim só sobra o primeiro lugar da fila para o oscilante. Pronto, resolvida a questão.

    ______________

    Vão por mim, se o objetivo é resolver um problema desse em tempo de prova, vcs não vão querer pegar o caminho mais longo como nos comentários dos colegas. O Kelvin Santana tá querendo que vc responda até pelas alternativas, PUTZ GRILA!! kkkkkkkkkkkkk véi, pra que isso.


ID
3340879
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Damianópolis - GO
Ano
2016
Provas
Disciplina
Raciocínio Lógico
Assuntos

Uma comissão de torcedores deve ser formada por dois torcedores de cada um dos times A, B e C, totalizando seis membros, e candidataram-se de cada time, respectivamente, cinco, quatro e seis torcedores. Dessa forma, o número de maneiras distintas para a formação dessa comissão é:

Alternativas
Comentários
  • Para começar o raciocínio, é necessário primeiramente descobrir o total de combinações possíveis de torcedores dos respectivos times que podem fazer parte da comissão. Sendo assim:

    Time A

    Total de torcedores: 5

    C (5,2) = 5x4/2x1 => C= 10

    Total de combinações possíveis: 10

    Time B

    Total de torcedores: 4

    C(4,2) = 4x3/2x1 => C = 6

    Total de combinações possíveis: 6

    Time C

    Total de torcedores: 6

    C(6,2)= 6x5/2x1 => 15

    Total de combinações possíveis: 15

    Feitos os devidos cálculos, resta agora multiplicar as combinações achadas em cada um dos times.

    A X B X C = 10 X 6 X 15 = 900.

    GABARITO LETRA B

  • Ordem importa? Não!!! Então, combinação.

    Nessa questão entra aquele conceito de multiplicação de combinações, logo:

    Time A: 5 pessoas

    Time B: 4 pessoas

    Time C: 6 pessoas

    Cada uma formada por 2 pessoas de cada time:

    C(5,2) x C(4,2) x C(6,2) = ?

    10 x 6 x 15 = 900


ID
3340885
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Damianópolis - GO
Ano
2016
Provas
Disciplina
Raciocínio Lógico
Assuntos

Um órgão público organizou um treinamento para seus servidores, oportunidade na qual realizou duas pesquisas: a primeira, acerca de suas percepções sobre qualidade de vida no trabalho; a segunda, acerca de suas intenções de prosseguimento nos estudos em níveis de pós-graduação lato ou stricto sensu. Sabe-se que 46 servidores responderam à pesquisa acerca de suas percepções sobre qualidade de vida no trabalho e 37 responderam às duas pesquisas. Assim, considerando que estiveram presentes no treinamento 58 servidores e que apenas 5 não responderam a qualquer das pesquisas, então o número de servidores que respondeu à pesquisa sobre suas intenções de prosseguimento nos estudos é:

Alternativas
Comentários
  • Gab B

    Total de participantes= 58

    Pesquisa 1 (46) total

    Pesquisa 2 ( ?) total

    ambas pesquisas (37)

    Não responderam nenhuma pesquisa= 5

    para resolver descontamos da pesquisa 1 a intersecção de ambas (46-37=9) ou seja, 9 responderam apenas à pesquisa 1

    Agora já temos

    Pesquisa 1 somente=9

    pesquisa 2 somente= x

    ambas pesquisas= 37

    não responderam= 5

    total=58

    9+ x + 37+5=58

    51 + x = 58

    x= 58-51

    x=7

    Portanto somente na pesquisa 2 temos 7, e se somarmos 7 + 37 de ambas pesquisas, teremos o total da pesquisa 2, que é 44, Gab B

  • 46 + x -37 +5 = 58

    x = 44

  • parem de usar x, ele só me confunde, tem outro jeito sem usar x?

  • Gente eu fiz assim:

    Total 58

    PQVT: 46

    INTERCECCAO:37

    NENHUM:5

    46-37= 9

    Somei 9 com o 5 que era o nenhum : ficou 14 daí subtrai 58-14= 44.

  • total 58-5=53

    46-37=9

    53-9=44

    alternativa b-44

  • Quase que eu não consigo achar a resposta, a banca foi bem mala nesta questão. kskk


ID
3340888
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Damianópolis - GO
Ano
2016
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Um estagiário, desenvolvendo suas atividades durante cinco dias por semana e seis horas por dia, completa certa tarefa em oito semanas. Entretanto, se desenvolvesse suas atividades com eficiência 20% maior, em igual número de dias por semana, porém, durante apenas quatro horas por dia, o número de semanas que gastaria para completar essa mesma tarefa seria:

Alternativas
Comentários
  • não consegui resolver

  • Em 8 semanas ele executa 100% do trabalho, se ele aumentar em 20% a eficiência com que trabalha, de 100 vai para 120%.

    Regra de 3 inversamente proporcional, pois quanto mais horas, menos semanas, quanto maior a eficiência, menos semanas também.

    Dias ------ Eficiência em %--------Horas-------- Semanas

    5 --------------------100 ----------------------- 6 --------------------8

    5 --------------------120 ------------------------ 4 ------------------- X

    8x = 4/6 * 120/100 * 5/5

    8x = 2400/3000

    2400x = 24000

    x = 10

    GAB C

  • Chatinha a questão, mas tem que ser criativo. Fiz por meio de regra 3 composta.

    1 Estagiário, 5 dias por semana, 6 horas por dia, 8 semanas = CT ( conclui "Certa Tarefa")

    Observe que a questão diz que há um aumento de eficiência por parte do estagiário. Porcentualmente falando, 1 é = 100%, como temos 1 estagiário, logo temos 100% de eficiência do estagiário. Se há um aumento de eficiência no trabalho desenvolvido por este, então podemos colocar que há, agora, 1,2 (ou, 120%) de trabalho eficiente desenvolvido pelo estagiário. Logo:

    1,2 Estagiário, 5 dias por semana, 6 horas por dia, 8 semanas = CT (conclui "Certa Tarefa")

    Agora, basta calcularmos:

    1.5.6.8.CT(corta) = 1,2.5.6.8.CT(corta)

    O resultado dará 10 após o calculo.

  • O resultado de alguém deu 6,4?

  • Dias ------ Eficiência em %--------Horas-------- Semanas

    5 --------------------100 ----------------------- 6 --------------------|8|

    5 --------------------120 ----------------------- 4 --------------------|X|

    (CORTA OS 5)--(I)-------------------------(D)

    X = 8 * 6 * 100 (SIMPLIFICA )

    _______________________

    ......4 * 6 * 20 (FATORA OS 12O QUE DÁ 6*20)

    X= 2\1 * 1\1 * 5\1 = 10


ID
3340891
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Damianópolis - GO
Ano
2016
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

A soma dos dez primeiros termos de uma progressão aritmética é 90. Sabendo-se que o 15º termo é 28 e que a soma de todos os seus termos é 306, então o número de termos dessa progressão é:

Alternativas
Comentários
  • Por gentileza se alguém souber a resolução e puder compartilhar. Obg! :D

  • Gab. A

    O segredo é reduzir o número de incógnitas para ser possível resolver por sistemas:

    1° Eq:

    Sn= [(a1 + an) *n] /2

    90 = [(a1 + a10) *10] /2

    2° Eq:

    306 = [(a1 + an) *n] /2

    3° Eq:

    an = a1 + (n-1)*r

    28 = a1+ 14*r

    a1 = 28-14*r

    Voltando a 1°:

    90 = [(a1 + a10) *10] /2

    a10= a1 + (10-1)*r

    a10 = a1 + 9r

    90= [(a1 + a1 + 9r)*10]/2

    2a1 = 18 - 9*r

    substituindo 3 em 1:

    2 (28- 14r) = 18 - 9*r

    r= 2

    substituindo em 3:

    a1 = 28-14*r

    a1= 0

    Voltando a 2°:

    306 = [(a1 + an) *n] /2

    306= 0+ n*an/2

    an= a1 + (n-1)*r

    an= (n-1) *2 = 2n - 2

    306= [n * (2n - 2)] /2

    2n^2 -2n - 612= 0

    n1= -17

    n2= 18

    Portanto, o numero total de termos só pode ser positivo.

    Letra A = 18.

  • Vai pela resposta que se resolve mais rápido.

    a1+a2+a3+a4......a10 = 90

    fórmuala

    Sn=(a1+an)*n/2

    resolvendo de a1 ate a10, temos que a1+a10=18

    a10 = a1+9r, logo

    a1+9r + a1 = 18

    2a1+9r=18

    ai temos no enunciado que a15=28, e

    a1+14r = 28 pra resolver utilizei um recurso pra achar um 2a1 que é multiplicar por 2

    2a1+28r=56

    2a1 + 9r + 19r = 56 ---> temos que 2a1+9r = 18 então substituimos

    18+19r=56 chegamos a r=2

    a1=0 ai vamos testando 15 termos = deu 210, logo era mais pra cima, fiz com 18 termos e achei a resposta 306

    acho mais pratico que ficar fazendo um monte de equação , já que na hora da prova não temos muito tempo.


ID
3340894
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Damianópolis - GO
Ano
2016
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

A área de um triângulo ABC cujos vértices representam os pontos A(k, 4), B(k, 1) e C(1, k) em um plano cartesiano, sem unidade de medida especificada, é 3. Dessa forma, o valor de k, tal que k ∈ ℝ, é:

Alternativas

ID
3340897
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Damianópolis - GO
Ano
2016
Provas
Disciplina
Raciocínio Lógico
Assuntos

A negação da proposição composta “Patrícia gosta de comida italiana e seu prato predileto é lasanha” é:

Alternativas
Comentários
  • Negação do ''E'', nega as duas e troca pelo ''OU''

  • Gente do céu, não se nega uma proposição usando o mesmo conectivo, se liga! Sabendo disso já dá pra eliminar metade das alternativas.

  • Nega tudo e troca o conectivo ''e'' pelo ''ou''

  • Patrícia NÃO gosta de comida italiana OU seu prato predileto NÃO é lasanha

    • 1º Troca o "e" pelo "ou" ;
    • 2º Coloca o "não" na frente do verbo.
  • Nega DUAS VEZES e troca E pelo OU

  • GABARITO LETRA C

  • nega nega nega

    ex: p ^ q = ~p v ~q

    obs: ou é equivalente ao e, ou seja, nega nega nega tbm.

    ex.: p v q = ~p ^ ~q


ID
3340900
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Damianópolis - GO
Ano
2016
Provas
Disciplina
Raciocínio Lógico
Assuntos

Considere verdadeiras as proposições que formam o seguinte argumento:


p1: Bruno joga basquete se e somente se não trabalhar aos finais de semana;

p2: Paulo joga futsal se Bruno também jogar;

p3: Ou Paulo joga futsal ou Bruno não joga basquete; e,

p4: Bruno trabalha aos finais de semana.


Logo, pode-se concluir que:

Alternativas
Comentários
  • Considerando P4 como Verdadeira e considerando as demais como verdade:

    P1: F<-->F = V

    P2: F<--->F=V

    P3 :F ou... ou V= V

    Resposta: LETRA C( PAULO E BRUNO N JOGAM FUTSAL)

  • Galera, p quem está começando, desconsidere o comentário desse cara, tal de Guilherme, logo abaixo de mim, ele não sabe. Ele indicou a 2ª proposição como sendo uma bicondicional, na verdade é uma condicional invertida

  • GABARITO: C

    ( F ) BRUNO JOGA BASQUETE NÃO TRABALHAR AOS FINAIS DE SEMANA ( F )

    ( F ) BRUNO JOGA FUTSAL  → PAULO JOGA FUTSAL ( F ) ( A ORDEM FOI ALTERADA )

    ( F ) PAULO JOGA FUTSAL VV BRUNO NÃO JOGA BASQUETE ( V )

    BRUNO TRABALHA AOS FINAIS DE SEMANA ( V )

    C) Nem Paulo, nem Bruno jogam futsal.

    ( F ) BRUNO JOGA FUTSAL  → PAULO JOGA FUTSAL ( F )

  • boa questão. foi complexa.

  • começamos pelo final levando em contas que todas devem ter valor verdadeiro de acordo com seu conectivo

    p4 bruno trabalha no final de semana - LEVANDO EM CONTA QUE É VERDADE, VOLTAMOS PARA O INICIO

    e e somente para ser verdadeiro SE FOR OS DOIS F,F OU V,V

    • p1: Bruno joga basquete F se e somente se não trabalhar F ( ELE TRABALHA) aos finais de semana;

    • p2: Paulo joga F futsal se Bruno F ( ele n jogou) também jogar;

    SE ENTÃO PARA SER VERDADEIRO NÃO PODE SER V-F

    • p3: Ou Paulo joga futsal F ou Bruno não joga basquete v; e,

    ou,ou para ser verdadeiro somente um dois tem que ser verdade

    • p4: Bruno trabalha aos finais de semana. V

    sabemos que bruno trabalha no final de semana, não joga basquete

    nem bruno nem paulo joga futsal


ID
3340903
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Damianópolis - GO
Ano
2016
Provas
Disciplina
Raciocínio Lógico
Assuntos

Em uma urna existem 40 bolas numeradas de 1 a 40. Retirando-se aleatoriamente uma bola, a probabilidade de que contenha um número ímpar ou múltiplo de 5 é:

Alternativas
Comentários
  • Questão simples:

    ímpares de 1 a 40: 1,3,5,7,9,11,13,15,17,19,21,23,25,27,29,31,33,35,37,39 (total de 20 números)

    Múltiplos de 5 (de 1 a 40): 5,10,15,20,25,30,35,40 (total de 8 números)

    logo a probabilidade é soma ("conectivo ou") 20/40 + 8/40 = 28/40

    Porém precisamos excluir os eventos repetidos, onde o número é ímpar e múltiplo de 5 ao mesmo tempo: 5,15,25,35 = 4/40

    Logo a probabilidade vai ser: 20/40 + 8/40 - 4/40 = 24/40 = 3/5

    Gabarito letra A!

  • Meu rabiscado

    http://sketchtoy.com/69126458


ID
3340906
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Damianópolis - GO
Ano
2016
Provas
Disciplina
Conhecimentos Gerais
Assuntos

“Além de votar diretamente em um candidato a deputado ou vereador, o eleitor tem a opção de votar no partido de sua preferência sem indicar um candidato específico, basta apenas digitar os dois primeiros números do partido e confirmar.” Esse tipo de voto é denominado:

Alternativas

ID
3340909
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Damianópolis - GO
Ano
2016
Provas
Disciplina
Atualidades
Assuntos

Um tema envolvendo a educação brasileira está sendo amplamente discutido nas redes sociais e nos meios de comunicação de massa nos últimos meses. Fundamentado no Projeto de Lei nº 6.840/2013, o assunto em debate é:

Alternativas

ID
3340912
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Damianópolis - GO
Ano
2016
Provas
Disciplina
História e Geografia de Estados e Municípios
Assuntos

Na atual dinâmica econômica e ambiental da região Centro-Oeste, é INCORRETO afirmar que:

Alternativas
Comentários
  • O Estado de Goiás possui uma economia onde destacamos a forte presença da agropecuária que contribui com 10,4% no  (PIB) do Estado Goiano (IMB/SEGPLAN, 2017). A participação do Estado de Goiás no PIB nacional é de 2,9%, de acordo com dados de 2014 do , ficando atrás de Estados como o , São Paulo e . Entretanto, dentro da , o Estado de Goiás é a segunda maior economia, ficando atrás do  que detém 36,4% de participação no PIB da região enquanto o Estado de Goiás detém 30,4% da participação.

    O Estado de Goiás é um dos maiores produtores de  e soja do Brasil. Outros cultivos importantes são: algodão, , café,  e alho.

    O ERRO DA QUESTÃO esta em dizer que a AGROPECUÁRIA é um setor SECUNDÁRIO, sendo que, é um setor PRIMÁRIO.

    Denomina-se como Setor Primário os segmentos da economia que produzem matérias primas, como a agricultura, a pecuária, a pesca e o extrativismo mineral.

    Setor Secundário inclui os setores da economia que transformam produtos, como indústrias e construção. Este setor geralmente pega os produtos provindos do  e os transformam, ao ponto de servirem para serem usados para outros negócios, exportados ou para serem consumidos por consumidores domésticos. 

    O Setor Terciário envolve as provisões de serviços tanto para outros negócios como para consumidores finais.

  • O maior rebanho bovino é no Mato Grosso.

  • erro na alternativa "A"

    e na alternativa "d"

    sendo a questão de 2016, 

    a partir de 2018 o maior produtor de gado no Brasil e no Mato grosso com cerca de 30 milhões de cabeça, seguido por Goiás e Mato grosso do sul

  • a) ITEM INCORRETO, sendo o gabarito da questão. A agropecuária está vinculada ao setor primário – e não aos setores secundário (indústrias) e terciário (serviços).

    b) ITEM CORRETO.

    c) ITEM CORRETO.

    d) ITEM CORRETO, mas à época da questão, em 2016. Atualmente, o item estaria errado, tendo em vista que a partir de 2018 o Mato Grosso se tornou o maior produtor nacional de gado bovino. Em 2020, o rebanho bovino nacional cresceu 1,5%, chegando a 218,2 milhões de cabeças, maior efetivo desde 2016. O Centro-Oeste respondeu por 34,6% do total (75,4 milhões). A maior alta foi na região Norte: 5,5%, ou mais 2,7 milhões de cabeças, somando 52,4 milhões. Mato Grosso segue líder, com 32,7 milhões de cabeças e alta de 2,3% ante 2019. Entre os municípios, São Félix do Xingú (PA), manteve a liderança com 2,4 milhões de cabeças e alta de 5,4%, no ano.

     Gabarito: A

  • Mato Grosso continuou com o maior rebanho de bovinos no Brasil, com 32,7 milhões de cabeças e alta de 2,3% ante 2019. Já Goiás teve alta de 3,5% e fechou o ano de 2020 com 23,6 milhões de cabeças de gado. Em terceiro lugar aparece o Pará, com 22,3 milhões de cabeças, crescimento de 6,3%.29 de set. de 2021

  • Setor Primário os segmentos da economia que produzem matérias primas, como a agricultura, a pecuária, a pesca e o extrativismo mineral.

    Setor Secundário inclui os setores da economia que transformam produtos, como indústrias e construção. Este setor geralmente pega os produtos provindos do  e os transformam, ao ponto de servirem para serem usados para outros negócios, exportados ou para serem consumidos por consumidores domésticos. 

    Setor Terciário envolve as provisões de serviços tanto para outros negócios como para consumidores finais.


ID
3340915
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Damianópolis - GO
Ano
2016
Provas
Disciplina
Atualidades
Assuntos

Segundo dados do censo de 2010 houve um significativo aumento da população que se autodeclara indígena no país. Isso pode ser resultado de vários fatores, EXCETO:

Alternativas

ID
3340918
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Damianópolis - GO
Ano
2016
Provas
Disciplina
História
Assuntos

“Noventa milhões em ação,

Pra frente Brasil,

Do meu coração...”


O trecho da música mencionado anteriormente tomou conta das rádios, da televisão e das ruas do país quando:

Alternativas
Comentários
  • Que palhaçada essa questão.

  • Não extraiu conhecimento algum. Deveriam se envergonhar de uma questão desse nível!

  • Fui pela lógica de que o brasileiro só se manifestava com força pelo futebol, política nunca.

  • Pessoal, naquela época da Ditadura Militar, não seria possível que 90 milhões de pessoas fossem às ruas em protesto, como foi citado nas outras alternativas. Além do mais, não poderia se passar em rádio ou televisão, devido a censura. No governo de Médici, ele instalou o UFANISMO, que era um tipo de sentimento de patriotismo acima de tudo. Ou seja, por mais que as pessoas estivessem passando fome e que a crise econômica estivesse acontecendo, foi instruído ao povo o patriotismo, acima dos problemas sociais. Por tal motivo, nota-se a doutrinação de músicas em rádios, programas de TV e etc, torcendo pela vitória do Brasil.


ID
3340921
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Damianópolis - GO
Ano
2016
Provas
Disciplina
História e Geografia de Estados e Municípios
Assuntos

Ao longo da história até os dias atuais, muitas cidades se especializaram em determinadas funções, dando-lhes características particulares, enquanto outras são multifuncionais. A respeito da cidade de Trindade (GO), que tem seu nome reconhecido em todo o país, é correto afirmar que possui finalidade:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito letra A)

    Trindade é um dos municípios goianos mais conhecidos em razão do turismo, principalmente por causa da tradição religiosa da , peregrinação em torno da figura do , iniciada popularmente desde a segunda metade do século XIX. A importância cultural e histórica da devoção, impulsionada pelo medalhão que torna ícone a coroação da  pela  é consolidada, através da história da cidade, pela construção da , erguida em estilo , e do . A religiosidade popular, próxima de um modelo colonial, passou por um processo lento de , mas mantém o conservadorismo da romaria, sobretudo durante a . O evento, de frequência anual, se estende por dez dias e finaliza-se no primeiro domingo do mês de julho e é considerada a maior festividade religiosa do  e a segunda maior do país. Na edição de 2019, a romaria contou com a participação de aproximadamente 3,2 milhões de pessoas.

  • Gabarito: Letra A.

    Trindade é considerada a capital religiosa do Estado de Goiás.

    É tradição dizer que o município de Trindade – Goiás nasceu a partir do encontro entre a fé e a devoção. Característica muito particular do município, a crença no Divino Pai Eterno fez com que se estruturasse na região o que se conhece hoje como a Capital da Fé dos goianos. 

    Trindade fazia parte do Distrito de Santa Cruz, criado em 1776. O território abrangia o Sul de Goiás. 

    Em 1810, o alferes Joaquim Gomes da Silva instalou a sede de sua fazenda naquele distrito, onde surgiu o povoado de Campininha das Flores. Acredita-se que por volta de 1830 o casal mineiro de agricultores Constantino Xavier e Ana Rosa tenham se mudado para uma região próxima onde existia um córrego de água salobra e barro escuro em suas margens. Foi no Córrego do Barro Preto, cerca de dez anos depois, que toda história de fé se iniciou. Como conta a tradição, os agricultores encontraram um medalhão com a imagem da Santíssima Trindade coroando a Virgem Maria. A partir daí, famílias de amigos e vizinhos começaram a se reunir para rezar o terço em louvor ao Divino Pai Eterno. 

    Constantino e Ana Rosa perceberam que aquele medalhão não era propriedade deles, era uma graça do Pai Eterno e deveria ser partilhada com todos. Foi assim que por volta de 1848, eles decidiram construir uma pequena capela, coberta de folhas de buriti, para que o público tivesse acesso permanente à relíquia. Era crescente o número de pessoas que vinham de todas as partes, pedindo e agradecendo as graças que o Divino Pai Eterno concedia.

    Fonte: Prefeitura de Trindade (História).

  • ------------- GABARITO (A) -----------

    ((((((((((TRINDADE GO )))))))))))

    A cidade surgiu da devoção ao Pai Eterno. Tudo começou quando o casal de agricultores Constantino e Ana Rosa encontrou o Medalhão de barro com a Imagem da Santíssima Trindade coroando a Virgem Maria. Bento Fleury, historiador, contou que a partir deste encontro, o casal passou a fazer oração e a agregar pessoas. ?Vizinhos, conhecidos, compadres, cidades próximas foram chegando e a romaria foi crescendo como uma mancha de óleo?.

    Com o passar dos anos, a cidade foi crescendo e se desenvolvendo. ?Trindade passou a ter uma vida cultural, com biblioteca, a primeira luz elétrica, a primeira bicicleta, toda a formação de um núcleo de cidade. Em 1910, a cidade passou a ser distrito de Campinas e em 16 de julho de 1920, ela foi emancipada. O primeiro prefeito foi o coronel Anacleto Gonçalves de Almeida, que era uma das lideranças principais de toda essa região. Trindade cresceu e não perdeu a sua característica original, mesmo estando geograficamente agregada à Goiânia, construiu uma vida própria por conta da Romaria?, ressaltou o historiador.

  • A cidade de Trindade é onde está localizado o famoso Santuário de Goiás, dedicado à Santíssima Trindade.

    Os romeiros iam visitar o Divino Pai Eterno na festa, mas não voltavam sem pedir também a bênção do Padre Pelágio. Por causa do seu prestígio na região, o Padre Pelágio contribuiu para a consolidação da Romaria de Trindade como a principal festa católica de Goiás.

    Resposta: A


ID
3340924
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Damianópolis - GO
Ano
2016
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

“Fenômeno luminoso promovido pela entrada de partículas sólidas vindas do espaço na atmosfera da Terra. Popularmente, são conhecidas como estrelas cadentes.” Esse fenômeno luminoso é provocado por:

Alternativas
Comentários
  • D) é o gabaritonelson

    As chamadas estrelas cadentes são, na verdade, meteoros, isto é, corpos celestes que entram na atmosfera terrestre e incendeiam-se por causa do atrito com o ar.

    fonte

    site brasil escola

  • METEORO DA PAIXÃO!! KK


ID
3340927
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Damianópolis - GO
Ano
2016
Provas
Disciplina
Conhecimentos Gerais
Assuntos

Relacione adequadamente o tipo de gás de efeito estufa às suas respectivas características.


1. Dióxido de carbono (CO²).

2. Hidrofluorcarboneto (HFC).

3. Metano (CH4).


( ) Gás sintético, formado por átomos de hidrogênio, flúor e carbono.

( ) Gás gerado por atividades como a pecuária, o cultivo de arroz inundado, a queima de combustíveis fósseis e de biomassa, insumos agrícolas e matéria orgânica em decomposição.

( ) É um gás proveniente da queima de combustíveis fósseis, matéria orgânica e desflorestamento.


A sequência está correta em

Alternativas

ID
3340933
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Damianópolis - GO
Ano
2016
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

Nas últimas décadas do século XX, estudos realizados por meteorologistas e climatologistas de todo o mundo detectaram um significativo aumento da temperatura média global, em torno de 0,6°C, na superfície dos continentes e dos oceanos. Esse aquecimento global pode causar sérias alterações nos climas do planeta. Sobre essas alterações nos climas, analise as afirmativas a seguir.


I. Diminuiu a quantidade de dias quentes, bem como a frequência das ondas de calor.

II. Diminuiu a diferença entre as temperaturas diurnas e noturnas.

III. Recuaram os glaciares polares e a neve que cobre as montanhas.

IV. A temperatura média global na superfície dos continentes e dos oceanos aumentou e esse aumento foi maior nos continentes do que nos oceanos.


De acordo com o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), são alterações verdadeiras recorrentes nos climas do planeta as afirmativas

Alternativas
Comentários
  • Sabendo-se que a opção I está errada, fica fácil matar a questão.

    #PMPR_Londrina

  • A opção I está incorreta , a temperatura aumenta e não diminui!

  • O QUE É AQUECIMENTO GLOBAL? aumento da temperatura média dos oceanos e da camada de ar próxima à superfície da Terra decorrente da ação humana

    COMO É CAUSADO? pelo aumento da concentração de 

    GAB. D

  • III. Recuaram os glaciares polares e a neve que cobre as montanhas.

    Alguém poderia explicar esse termo recuar?

  • Tararau , o recuo dos glaciares e da neve nas montanhas é a mesma coisa que a redução dos ''gelos'' por conta do aumento da temperatura no mundo. Tamo junto !

  • Item I – AUMENTOU a quantidade de dias quentes, bem como a frequência das ondas de calor. ITEM INCORRETO.

    Item II – ITEM CORRETO.

    Item III – ITEM CORRETO.

    Item IV – ITEM CORRETO.

    Resposta: D

  • Recuar : diminuir

  • Não entendi pq a (l) está errada

ID
3340936
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Damianópolis - GO
Ano
2016
Provas
Disciplina
Redação Oficial
Assuntos

“É a opinião escrita ou verbal, dada por alguém acerca de determinado assunto. Indica e fundamenta solução para o assunto tratado. Seu principal objetivo é o esclarecimento de dúvidas. Em sentido amplo, é a análise de um caso; em sentido restrito, é a opinião jurídica de um magistrado ou tribunal consultor.”

(Medeiros, 2001.)


O enunciado anterior trata-se de:

Alternativas
Comentários
  • (C)


    Tal conceito consiste-se no PARECER

  • Alternativa C.

    C) PARECER

    O Parecer é um ato enunciativo-esclarecedor com caráter meramente opinativo e que, geralmente, é parte integrante de um processo para o qual aponta solução favorável ou não.

  • GABARITO: LETRA C

    COMPLEMENTANDO:

    PARECER:

    Manifestação de órgãos especializados sobre assuntos submetidos à sua consideração; indica a solução, ou razões e fundamentos necessários à decisão a ser tomada pela autoridade competente. Pode ser enunciativo, opinativo ou normativo. Em se tratando de parecer emitido por colegiado, este somente surtirá efeitos se aprovado pelo plenário, caso em que deve ser explicitado no documento.

    Suas partes componentes são:

    1. Título (a palavra PARECER), seguido de numeração e sigla do órgão em letras maiúsculas.

    2. Número do processo, seguido de numeração e sigla do órgão em letras maiúsculas.

    3. Ementa da matéria do Parecer, em letras maiúsculas e à direita da página.

    4. Texto paragrafado, analisando a matéria em questão e formulando o Parecer.

    5. Data, por extenso.

    6. Assinatura, nome e cargo da autoridade ou chefia que emite o Parecer.

    FONTE: APOSTILA DE REDAÇÃO OFICIAL


ID
3340939
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Damianópolis - GO
Ano
2016
Provas
Disciplina
Redação Oficial
Assuntos

Na redação de atos normativos, qual é a forma correta de escrever por extenso a data de 01/12/2016?

Alternativas
Comentários
  • Local e data do documento

    a)composição: local e data do documento;

    b)informação de local: nome da cidade onde foi expedido o documento, seguido de vírgula.

    Não se deve utilizar a sigla da unidade da federação depois do nome da cidade;

    c)dia do mês: em numeração ordinal se for o primeiro dia do mês e em numeração cardinal para os demais dias do mês. Não se deve utilizar zero à esquerda do número que indica o dia do mês;

    d)nome do mês: deve ser escrito com inicial minúscula;

    e)pontuação: coloca-se ponto-final depois da data; e

    f) alinhamento: o texto da data deve ser alinhado à margem direita da página.

    Ex: Brasília, de fevereiro de 2018.

    Brasília, 2 de fevereiro de 2018.

  • Primeiro dia do mês: ordinal.

    Restantes dos dias: cardinal.

    Não se usa zero a esquerda do número de identificação do dia.

    Gabarito B)

    #vousernomeado


ID
3340942
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Damianópolis - GO
Ano
2016
Provas
Disciplina
Noções de Informática
Assuntos

“No Excel 2003, há um pequeno quadradinho que aparece no canto inferior da célula que contém o cursor (seleção). O objetivo deste quadradinho é oferecer ao usuário um mecanismo que facilita o preenchimento da tabela. Para fazer o preenchimento automático, basta posicionar a seleção em uma célula que contém um valor, um texto ou uma expressão matemática, clicar nesta ferramenta e arrastar.” Como se chama esta ferramenta do Excel 2003?

Alternativas
Comentários
  • Assertiva D

    Alça de preenchimento.

  • GAB- D

    Inclusive uma ferramenta SUPER ÚTIL rs

  • GABARITO -D

    No Excel - Ao arrastar a alça de preenchimento = copia

    No Calc - Ao arrastar a alça de preenchimento = Segue sequência

  • Dica de CHUTE . FUNCIONA PRA QUEM Têm um média de Acerto Acima 70%.

    Confiram nesse e em outros Gabaritos da IDECAN.

    Na Prova de Português de 10 Questões teremos 2 A ,2B , 2C , 2D , 2E .

    Assim Também acontece com outras matérias que têm uma média de 10 ou 20 questões, por exemplo, LEGISLAÇÃO entre outras .  

    Outra Dica . Não seja um café com leite nos concursos e estude redação. 10% dos aprovados na prova objetiva REPROVARAM na redação no último concurso da PF.

    Por isso, deixo aqui minha indicação do Projeto Desesperados, ele mudou meu jogo. O curso é completo com temas, esqueleto, redações prontas, resumos em áudio, entre outras vantagens

    https://go.hotmart.com/S54949702E

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    Assim Também acontece com outras matérias que têm uma média de 10 ou 20 questões, por exemplo, LEGISLAÇÃO entre outras .  

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ID
3340945
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Damianópolis - GO
Ano
2016
Provas
Disciplina
Comunicação Social
Assuntos

Como é chamada a publicação (boletins, jornais e revistas) destinada ao público interno de uma organização que, se bem explorada pela área de comunicação, pode se tornar um canal de extrema importância na construção e melhoria dos relacionamentos interpessoais dentro do ambiente corporativo, bem como uma importante ferramenta de endomarketing?

Alternativas

ID
3340951
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Damianópolis - GO
Ano
2016
Provas
Disciplina
Administração Geral
Assuntos

“A liderança constitui um dos temas administrativos mais pesquisados e estudados nos últimos cinquenta anos. Para melhor explicar a influência do superior sobre os subordinados ou grupos de subordinados, surgiram várias teorias sobre liderança. Essas teorias acompanharam mais ou menos o desenvolvimento da teoria das organizações e influenciaram sensivelmente a teoria administrativa. Segundo Chiavenato (Administração de Empresas, 1994, p. 529), as teorias sobre liderança podem ser classificadas em três grandes grupos.” Esses três grandes grupos são, EXCETO:

Alternativas
Comentários
  • C

    Teorias de relacionamentos e estratégias.

  • Na verdade são 4:

    Teoria sobre liderança: estilos de liderança

    Teoria dos traços: Personalidade

    Teoria Comportamental: Comportamento do Líder

    Teoria Contingencial: Depende da situação.

  • Letra C

    Errei por falta de atenção no anunciado Exceto

    Teoria dos traços ( personalidade)

    Teoria Comportamental (estilos de liderança)

    Teoria Continências ( situacionais)

  • Gabarito: C

    Teoria dos traços - Foco nas características da personalidade do líder.

    Teorias comportamentais - Foco nos estilos de liderança diante dos seguidores.

    Teorias contingenciais  - Foco na adequação do comportamento do líder às diferentes características situacionais .


ID
3340954
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Damianópolis - GO
Ano
2016
Provas
Disciplina
Segurança e Saúde no Trabalho
Assuntos

Na maior parte das ocupações, os nossos olhos são responsáveis pela percepção dos principais estímulos necessários à adequada execução das tarefas sob encargo dos trabalhadores. Para tanto, são continuamente submetidos ou expostos a condições de trabalho que, direta ou indiretamente, podem resultar em consequências indesejadas sobre estes, desde a fadiga visual até mesmo lesões em diversas intensidades quanto aos seus efeitos sobre o sistema ocular (funções ou estruturas). Alguns tipos de atividades, tais como aquelas relacionadas ao uso de terminais de vídeo, impõem um amplo conjunto de exigências visuais aos trabalhadores. A “síndrome da visão do usuário de computador”, por exemplo, atinge a grande maioria dos usuários de computadores que fazem uso deste equipamento por períodos prolongados ou continuados e que não tomam determinados cuidados relacionados à visão. Para fazer frente a estes problemas típicos do sistema ocular, alguns cuidados se fazem necessário, EXCETO:

Alternativas

ID
3340960
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Damianópolis - GO
Ano
2016
Provas
Disciplina
Direito Empresarial (Comercial)
Assuntos

“Natureza jurídica criada por lei em julho de 2010 e que pode ser constituída desde o dia 9 de janeiro de 2012. Ela possibilita a solução de problemas como a situação de responsabilidade ilimitada do empresário individual e a formação de sociedades limitadas com a participação de sócios, tais como filho, mulher ou marido, ou terceiros com um percentual mínimo, somente para atender o requisito de se ter um segundo sócio. Deve ter um titular, pessoa física maior de 18 anos (ou menor antecipado), brasileiro ou estrangeiro, e capital mínimo de 100 vezes o maior salário-mínimo do País – totalmente integralizado. A administração deve ser exercida por uma ou mais pessoas podendo o administrador ser o próprio titular ou não. Seu registro é efetuado pelas Juntas Comerciais, órgãos executores do Registro Público de Empresas Mercantis, mediante arquivamento de ato constitutivo que observará, no que couber, as regras da sociedade limitada.”

(Portal Brasil, 2014.)


De que tipo de empresa o trecho anterior se refere ?

Alternativas
Comentários
  • Resposta correta letra D.

    Código Civil

    Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)

    § 1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão "EIRELI" após a firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)

    § 2º A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)

    § 3º A empresa individual de responsabilidade limitada também poderá resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio, independentemente das razões que motivaram tal concentração. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)

    § 4º ( VETADO) . (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)

    § 5º Poderá ser atribuída à empresa individual de responsabilidade limitada constituída para a prestação de serviços de qualquer natureza a remuneração decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor ou de imagem, nome, marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoa jurídica, vinculados à atividade profissional. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)

    § 6º Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber, as regras previstas para as sociedades limitadas. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)

    § 7º  Somente o patrimônio social da empresa responderá pelas dívidas da empresa individual de responsabilidade limitada, hipótese em que não se confundirá, em qualquer situação, com o patrimônio do titular que a constitui, ressalvados os casos de fraude. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)

  • . O legislador inovou na redação do §5º do art. 980-A, CC ao permitir ser atribuída à EIRELI constituída para a prestação de serviço de qualquer natureza a remuneração decorrente da cessão de direitos patrimoniais do autor ou de imagem, nome, marca ou voz de que seja o detentor o titular da pessoa jurídica, vinculados à atividade profissional .

    A EIRELI poderá ser instituída originalmente ou resultar da concentração das cotas de outra modalidade societária num único sócio, independente das razões que motivarem tal concentração. Ou seja, permite que as sociedades que perderam a pluralidade de sócios possam requerer no órgão competente a sua transformação em EIRELI (art. 1.033, § único, CC).  Ou, ainda, poderá resultar da transformação do empresário individual em EIRELI, desde que cumpridos todos os requisitos da lei.

    Aplicam-se à EIRELI, naquilo em que forem compatíveis, as disposições relativas às sociedades limitadas (art. 1.058 a 1.087, CC). 

    Letra A) Alternativa Incorreta. O Empresário individual é pessoa física que exerce profissionalmente a atividade. A responsabilidade do empresário individual será ilimitada. Ou seja, ele responderá perante os seus credores com todo o seu patrimônio pessoal.


    Letra B) Alternativa Incorreta. Na sociedade anônima o capital social da companhia é divido em ações, diferente das sociedades contratuais em que o capital social é divido em cotas. Para constituição é necessário no mínimo 2 (duas) pessoas.

    A responsabilidade dos acionistas é limitada ao preço de emissão de suas ações subscritas ou adquiridas. Não existe na sociedade anônima solidariedade pela integralização do capital social, como ocorre nas sociedades limitadas. Sendo assim, uma vez realizado o pagamento das ações subscritas ou adquiridas, os acionistas não têm responsabilidades pelas dívidas, e sim a sociedade, que responderá sempre perante os credores com todo o seu patrimônio.


    Letra C) Alternativa Incorreta. A sociedade limitada encontra-se regulada no Código Civil art. 1.052 ao 1.087.

    A responsabilidade dos sócios não pode ser confundida com a responsabilidade da sociedade. Toda sociedade responde perante os seus credores de forma ilimitada, ou seja, com todo o seu patrimônio independentemente do tipo societário. Já os sócios, podem responder de forma limitada, ilimitada ou mista.   

    É um dos tipos societários mais utilizados no nosso ordenamento. Pode ser de natureza simples (por exemplo, formada por profissionais intelectuais) ou de natureza empresária.   Em razão da alteração legislativa da Lei 3.874/2019, que acrescentou o § 1º e 2º no art. 1.052, CC possibilitando a constituição de sociedade unipessoal limitada (formada por apenas um único sócio – que pode ser pessoa física ou jurídica.            

    Letra D) Alternativa Correta. A EIRELI é uma nova modalidade de pessoa jurídica, inserida no rol do art. 44, CC, que dispõe que “são pessoas jurídicas de direito privado (...) VI – As Empresas Individuais de Responsabilidade Limitada”.

    O legislador inovou (ainda que de forma tardia) quanto à criação da EIRELI, trazendo a possibilidade de uma única pessoa titular da totalidade do capital social constituir uma empresa, limitando a sua responsabilidade sem a necessidade de pluralidade de sócios, como ocorria nas sociedades Limitada (antes da alteração da Lei 13.874/2019 – atualmente é possível nesse tipo societário a unipessoalidade), sociedade em nome coletivo, dentre outros, por exemplo. A limitação da responsabilidade e a ausência de pluralidade de pessoas, sem dúvidas, é um estímulo para sua instituição.


    Gabarito do Professor: D


    Dica: Na EIRELI O legislador impôs dois pressupostos para instituição da EIRELI, quais sejam: a) capital social  não inferior a 100 vezes o salário mínimo vigente, e; b) integralização do capital social à vista. Uma vez que o capital esteja subscrito e efetivamente integralizado, não sofrerá nenhuma influência decorrente de ulteriores alterações do salário mínimo.

    O capital poderá ser representado em uma só cota ou fracionado, desde que seja uma única pessoa, titular da totalidade do capital. A cota poderá ser cedida ou penhorada em razão de dívidas do instituidor. Na hipótese da cessão de cotas, somente poderá ocorrer se for realizada de forma integral (o valor de todo o capital social).


ID
3340963
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Damianópolis - GO
Ano
2016
Provas
Disciplina
Arquivologia
Assuntos

“Na maior parte dos organismos acumuladores/produtores de arquivos, é pouco frequente que a organização dos documentos esteja a cargo de um profissional que conheça e aplique ao seu trabalho os princípios técnicos arquivísticos. Assim, é muito raro encontrar, nestes organismos, documentos classificados de acordo com a estrutura ou com as funções que os geraram. Mais comumente, a organização dos documentos de arquivo costuma ser resumida à sua ordenação – após serem separados por tipo ou espécie, são ordenados cronologicamente, alfabeticamente ou numericamente. No entanto, tal organização não é suficiente para informar sobre os vínculos da documentação com o seu organismo produtor.”

(Gonçalves, 1998.)


Através de qual ferramenta a natureza desses vínculos fica verdadeiramente clara?

Alternativas
Comentários
  • O Plano de Classificação (juntamente com a ), é uma ferramenta essencial para a gestão Documental, visto que por meio de visitas técnicas do Arquivo e das necessidades administrativas setoriais, são atribuídos códigos que serão utilizados na Tabela de Temporalidade.

    https://www.estadovirtual.com.br/o-que-e-plano-de-classificacao

  • O Plano de classificação é um instrumento técnico auxiliar da gestão documental utilizado para a organização de documentos por meio de critérios da própria instituição, deixando clara a relação entre eles. O conhecimento e a utilização de conceitos como: classificação, ordenação, arquivamento, codificação e instrumento de classificação, são indispensáveis à elaboração do plano de classificação.

    O Plano de classificação tem a função de guiar a produção documental da instituição/organização, dando visibilidade às funções e atividades do organismo produtor do arquivo, além de agilizar a recuperação do documento e facilitar as tarefas de arquivo, tais como: a seleção, a avaliação, a transferência, o recolhimento, o descarte/ eliminação e o acesso a documentos. Ele fornece ainda elementos para sua organização física, podendo ser elaborado a partir dos estudos dos processos e do fluxo de informação, tarefas da atividade de gestão da informação.

    Gabarito: C

  • LETRA C

    PLANO DE CLASSIFICAÇÃO: A CLASSIFICAÇÃO É FEITA DE ACORDO COM AS FUNÇÕES E NÃO TEMAS/ASSUNTOS.

    PLANO DE CLASSIFICAÇÃO = CÓDIGO DE CLASSIFICAÇÃO.

  • GABARITO: LETRA C

    Plano de classificação: Instrumento de gestão documental utilizado para classificar os documentos de arquivo, agrupando-os de acordo com a competência do órgão produtor, identificando o grupo, a função e a atividade responsável pela produção ou acumulação. 

    FONTE: QC