A TV e a sua opinião 
Em 2011, 59,4 milhões de domicílios brasileiros tinham televisão, o que equivale a 96,6% do total.  De  longe, a televisão é o meio de comunicação mais difundido e utilizado.  
[...]
A televisão é o meio de comunicação pelo qual se informa o maior número de pessoas. E muitos só se  informam  pela  televisão.  Não  leem  jornais,  revistas.  Sua  opinião,  portanto,  é  formada  com  base  nessas  informações. Sempre por trás de uma mensagem há alguém que a envia, e devemos nos perguntar por que esse  alguém  nos  envia  essa  mensagem  e  por  que  neste  momento.  A  sincronia,  por  exemplo,  entre  a  ampla  divulgação do julgamento do mensalão com as últimas eleições é uma dessas questões. 
[...] 
 A televisão é o meio de comunicação pelo qual se informa o maior número de pessoas. E muitos só se  informam  pela  televisão.  Não  leem  jornais,  revistas.  Sua  opinião,  portanto,  é  formada  com  base  nessas  informações. Sempre por trás de uma mensagem há alguém que a envia, e devemos nos perguntar por que esse  alguém  nos  envia  essa  mensagem  e  por  que  neste  momento.  A  sincronia,  por  exemplo,  entre  a  ampla  divulgação do julgamento do mensalão com as últimas eleições é uma dessas questões.
[...]  
A televisão reduz os cidadãos à dimensão de meros consumidores. Não há análise de contexto, os fatos  não se inscrevem em lógicas mais amplas. Quando há programas de debates, estes são em altas horas, não são  para  as massas.  E mesmo  assim  os  debatedores,  em  sua  ampla maioria,  se  alinham  com  os  interesses  das  emissoras. Seus noticiários destacam o crime e a violência, disseminando o medo na população e fazendo que  esta  aceite  um mundo  de  arbitrariedades  no  qual,  por  exemplo,  a  polícia  executa  sumariamente  “suspeitos”,  consagrando  a  pena  de morte  na  prática,  sem  qualquer  julgamento,  o  que  identifica  o  Estado  não  só  como  cúmplice  dos  crimes,  quando  não  como  os  próprios  agentes    da  violação  de  direitos,  mas  também  como  legitimador desse discurso televisivo. Se esses comportamentos se apresentam como a única solução, se temos  visões parciais, distorcidas, dos fatos, provavelmente teremos opiniões equivocadas sobre eles. 
(Silvio Caccio Bava, Le Monde Diplomatique Brasil, março de 2013.)         
 
Nesse texto dissertativo argumentativo, o autor defende a tese de que