NÃO EXISTE RELACIONAMENTO PERFEITO, EXISTE
RELACIONAMENTO POSSÍVEL!
Quando se fala em relacionamento a maior dificuldade
não é lidar com o outro. Nossa maior dificuldade é lidar com a
nossa mente, ou seja, com as expectativas e os sonhos que ela tem.
É por isso que o terapeuta e espiritualista Luiz Gasparetto diz que
não existe relacionamento ideal, existe relacionamento possível.
Temos uma ideia muito distorcida de uma relação perfeita, porque nosso conceito de perfeição é uma cópia do que vemos nos filmes e livros. A partir deles fazemos um script da relação, de como ela deve ser, como o parceiro deve nos tratar, que
falas ele deve dizer, quando deve dizer, como deve dizer. Fazemos
uma peça perfeita em nossa mente, uma história de vários atos,
com começo meio e fim, permeado de flores, promessas, presentes, casamento, casa, filhos e uma velhice tranquila ao lado do parceiro, com uma morte de preferência em conjunto e de mãos dadas. Fazemos todo um teatro com nossa imaginação e exigimos
isso do outro. Assumimos um papel na relação e deixamos de ser
naturais para nos tornarmos o personagem que aprendemos que
devemos ser dentro de um relacionamento. Mas, quando os improvisos da vida fazem algum dos dois sair do roteiro nós fechamos as cortinas. Esperneamos, gritamos, choramos, nos decepcionamos porque as coisas não foram como “imaginávamos” e o
espetáculo da relação acabou sem aplausos. Essa decepção tão
constante em nossas relações vem do choque entre o imaginado e
o verdadeiro.
E por que imaginamos tanto?
Porque temos um sério problema de não assumirmos nossas necessidades emocionais e acabamos as projetando nos outros.
Então não vemos a pessoa como ela é, a vemos como nós queríamos que ela fosse. O resultado disso é que queremos criar pessoas
artificiais, apagando a sua verdadeira personalidade, para ter alguém que na verdade não existe. Neste jogo o natural é sempre
mais forte e uma hora ou outra ele acaba aparecendo. E os problemas surgem pelo simples fato de que nenhuma pessoa real vai poder competir com o ideal de parceiro que você faz na cabeça. É
uma batalha perdida. Afinal, ninguém tem a capacidade para adivinhar o que o outro imagina, ou pra ser o que não é.
Quando compreendemos que todas as pessoas têm suas
limitações, que cada um tem uma personalidade própria e o direito
de se manifestar como é, abrimos nosso coração para a oportunidade de viver um amor verdadeiro. Neste ponto ficamos diante de
uma pessoa que realmente existe, e que na sua naturalidade, sem
estar coberta por um monte de exigências, pode nos surpreender
com seu jeito espontâneo de ser todos os dias. Talvez você nunca
venha a viver o que imaginou, mas viverá algo muito melhor, dentro da solidez que a realidade traz.
Viver um relacionamento real exige amadurecimento,
força interior, estabilidade emocional e acima de tudo amor. É a
ternura de olhar o outro como ele é, de amar quem está na sua
frente e não na sua cabeça, é a compaixão de aceitar suas limitações, porque temos limitações também, e é um ato de coragem, de
mesmo sabendo de seus pontos fracos e dos desafios de um relacionamento, aceitar dar as mãos e caminhar juntos nesta jornada
de aprendizagens.
Os relacionamentos existem pra isso. Para aprender. Não
aprender necessariamente a lidar com o outro, mas sim conosco.
Pois um relacionamento nos dá um espelho de nossas emoções íntimas. Aceitar se relacionar é aceitar se encarar: encarar nossos
sonhos, expectativas, nossa paciência, bondade, aceitação, compaixão, ternura, fé, confiança, e acima de tudo, nossa capacidade
de amar.
(https://osegredo.com.br/nao-existe-relacionamento-perfeito-existerelacionamento-possivel/ Adaptado. Acesso em 20/10/019)
No período: “Talvez você nunca venha a viver o que
imaginou, mas viverá algo muito melhor....”, a oração sublinhada
é encabeçada por um conectivo que estabelece uma relação
semântica de: