Leia o trecho abaixo retirado do artigo Mentira, por que nunca contamos tanta, publicado na Revista Super Interessante, na edição de agosto de 2015, para responder a questão.
A mentira nasceu junto com a sociedade. O ser humano começou a mentir assim que se juntou em grupos, e nunca mais parou. Uma experiência da Universidade de Massachusetts mostrou que, quando duas pessoas se conhecem, cada uma conta em média três mentiras – nos primeiros dez minutos de conversa. E pessoas que compartilham a vida toda (cônjuges, parentes, amigos) também mentem entre si, às vezes de forma terrível. Todo mundo mente. Tem gente que mente para levar vantagem, conseguir o que quer. Alguns mentem para não contrariar ou magoar outras pessoas. Tem quem minta para parecer mais legal e ser aceito socialmente. Existem infinitas maneiras de mentir, e elas nos acompanham o tempo todo.
(...) A mentira nunca foi tão corriqueira e tolerada, e por isso ganhou um poder avassalador –
hoje tem papel determinante na economia, na política, na imprensa, na medicina, na propaganda, no
consumo, nas relações humanas. Se você acha que o mundo está mentindo para você, está certo. O
que você nem imagina é quanto.
Leia o trecho abaixo retirado do artigo Mentira, por que nunca contamos tanta, publicado na Revista Super Interessante, na edição de agosto de 2015, para responder a questão.
A mentira nasceu junto com a sociedade. O ser humano começou a mentir assim que se juntou em grupos, e nunca mais parou. Uma experiência da Universidade de Massachusetts mostrou que, quando duas pessoas se conhecem, cada uma conta em média três mentiras – nos primeiros dez minutos de conversa. E pessoas que compartilham a vida toda (cônjuges, parentes, amigos) também mentem entre si, às vezes de forma terrível. Todo mundo mente. Tem gente que mente para levar vantagem, conseguir o que quer. Alguns mentem para não contrariar ou magoar outras pessoas. Tem quem minta para parecer mais legal e ser aceito socialmente. Existem infinitas maneiras de mentir, e elas nos acompanham o tempo todo.
(...) A mentira nunca foi tão corriqueira e tolerada, e por isso ganhou um poder avassalador –
hoje tem papel determinante na economia, na política, na imprensa, na medicina, na propaganda, no
consumo, nas relações humanas. Se você acha que o mundo está mentindo para você, está certo. O
que você nem imagina é quanto.
Leia o texto seguinte para responder a questão.
O Cantor Na Biblioteca
Bob Dylan, que surpresa, é o Prêmio Nobel de Literatura de 2016. Esse inédito reconhecimento literário a um dos maiores criadores do rock levanta a dúvida: o que Dylan faz, afinal, é poesia?
“Bob Dylan realmente merece um Prêmio Nobel? E por quê? ” A pergunta foi feita a Sara Danius, secretária da Academia Sueca, instituição responsável pelo Prêmio Nobel de Literatura, depois do anúncio, na quinta-feira 13, de que o vencedor deste ano não era um poeta, romancista ou dramaturgo, mas um cantor, uma estrela do rock. Na sua formulação seca e direta, o questionamento quase soa agressivo. Onde já se viu duvidar dos méritos do premiado? No entanto, trata-se de uma entrevista oficial, divulgada no próprio site do Nobel. Está claro que os acadêmicos suecos não só tinham plena consciência de que a premiação de um mestre do cancioneiro popular poderia incitar crítica e oposição: eles desejam instigar essas reações. A conversa segue com os elogios convencionais próprios da ocasião – Dylan, segundo Sara Danius, “corporifica a tradição” e sempre “reinventou a si mesmo” - , até o momento em que o entrevistador pede à secretária que indique obras do compositor americano. Sara sugere que “se ouça ou leia” Blonde on Blonde, disco de 1966. Leitura? De um disco? O verbo “ler” apareceu estranhamente deslocado em uma conversa sobre o Nobel de Literatura. A vetusta Academia Sueca, talvez na ânsia de rejuvenescer (embora Dylan tenha 75 anos), abriu-se para o gênero por excelência da inconstância juvenil: a canção pop.
Em anacronismo arriscado, Sara Darius comparou Dylan a Homero e Safo, autores gregos que também teriam criado versos para ser cantados. A Ilíada e a Odisseia, poemas épicos que a tradição atribui ao lendário Homero, datam do século IX ou VIII a. C., e é mais ou menos consensual entre especialistas que foram criação não de um só bardo, mas de uma coletividade de rapsodos. Safo, cuja obra ainda sobrevivente é pequena e fragmentária, nasceu provavelmente em 630 a.C., na Ilha de Lesbos, e morreu em data desconhecida. As criações desses poetas da Antiguidade estavam associadas a algum tipo de melodia – que se perdeu no tempo -, mas isso não os aproxima da moderna produção musical. Dylan, sobretudo antes de eletrificar sua música com Like a Roling Stone, bebeu das raízes populares do folk. Mas nunca foi, como os aedos que aparecem cantando feitos heroicos na Odisseia, um artesão: ele é um profissional da indústria fonográfica, um artista da era em que os discos de vinil no formato LP tornaram-se obras autorais. No outro lado – o lado propriamente literário do balcão -, a música silenciou. Por convenção, ainda se diz que a polonesa Wislawa Szymborska (1923 -2012), Nobel de 1996, fazia “poesia lírica”. Mas ela dispensava lira (ou guitarra) para escrever.
Nada disso invalida o prêmio. Mas a escolha de Dylan (que até o fechamento desta edição ainda não se manifestara sobre o Nobel) naturalmente levanta reações puristas. Para muitos, é como se a Academia Sueca permitisse que as sandálias empoeiradas de vulgaridade de um menestrel pop sujem o chão imaculado de alta cultura. Essa posição pernóstica é difícil de sustentar quando se considera o dinamismo que sempre pautou as trocas culturais. Shakespeare e Cervantes, para citar os dois gigantes cujos 400 anos de morte foram lembrados neste ano, transitaram com plena liberdade entre o alto e o baixo, o popular e o erudito.
Não há razão para se considerar que um compositor de rock como Dylan seja menos “elevado” do que um poeta livresco como o irlandês Seamus Heaney (1939 – 2013), outro Nobel. No entanto, ainda subsiste uma restrição insistente à escolha dos suecos: se o prêmio é para realizações em literatura, cabe considerar letras de música? Dylan, é verdade, também publicou livros (Crônicas Volume 1, de memórias, e Tarantula, coletânea de poemas), mas seus grandes feitos são musicais. Em On Poetry (Sobre a Poesia), de 2012, o poeta inglês Glyn Maxuel argumenta, sem esnobismo, mas também sem concessões, que poema é uma coisa, letra de música é outra. E usa como exemplo uma composição do próprio Dylan, Not Dark Yet, de 1997. Trata-se, diz Maxwell, de uma canção memorável, mas sua letra “encolhe” quando colocada contra o branco da página. Mesmo as criações dos melhores letristas – Cole Porter, Leonard Cohen, Patti Smith – só sobreviveriam na moldura sonora para a qual foram criadas: no silêncio representado pelo branco da página, morrem. Maxwell conclui descartando a costumeira aproximação que se faz entre Dylan e o poeta inglês John Keats (1795 – 1821): os dois não devem ser comparados, pois praticam ofícios diferentes.
Mesmo que se aceite integralmente esse argumento, ainda há um caminho para justificar o Nobel do autor da popularíssima Blowin’in the Wind (e da menos lembrada mas superior Idiot Wind): uma letra de música, ainda que não seja propriamente poesia ou literatura, pode ter certas qualidades literárias. Nas metáforas, alegorias e alusões bíblicas que Dylan mobiliza em All Along the Watchpower (popularizada por Jimi Hendrix) ou na destreza narrativa com que conta a história do lutador de boxe negro falsamente acusado de assassinato em Hurricane, vemos um artista com um domínio de recursos que poucos escritores alcançam. O problema é que também se podem identificar atributos que se diriam “literários” em filmes e séries de TV. E então volta à cena aquela turma alarmista que denuncia a decadência da arte e da cultura contemporâneas: o que virá a seguir – Nobel para a reconstituição de cenários históricos do videogame Assassin’s Creed? Em universidades pelo mundo, aliás, os “estudos culturais” já transformaram essas ligeirezas da cultura de massa em objeto de análise.
O Nobel conta ainda com um prestígio único entre os prêmios literários. É porque o prêmio carrega essa pesada importância simbólica que sempre nos lembramos de suas falhas e omissões. Maior inovador do romance no século XX, o irlandês James Joyce (1882-1941) não foi escolhido, embora amplamente aclamado (e eventualmente censurado e atacado) por Ulisses, de 1922. Sabe-se que o argentino Jorge Luis Borges (1899 – 1986), gênio polivalente da poesia, do conto e do ensaio, foi desprezado pela academia, sobretudo por uma infame razão política: aceitou uma comenda do ditador chileno Augusto Pinochet. O curioso é que ninguém julgaria ser uma injustiça insanável se Bob Dylan jamais ganhasse o Nobel: trata-se, afinal, de um músico amplamente reconhecido e celebrado em seu campo. E que se torna agora o único homem da história a ter acumulado o Oscar, o Grammy, o Pulitzer e o Nobel.
A academia sueca reconhece, com Dylan, as forças culturais (ou contraculturais) que se gestaram na agitação febril da década de 60. Sempre preterido, o americano Philip Roth, 83 anos, também marcou a turbulência daqueles anos com seu escandaloso Complexo de Portnoy (1969). Um tanto mais jovem – 67 anos – e também sempre cogitado para o prêmio, o japonês Haruky Muramaky apresenta, em sua ficção, um vigoroso diálogo com a cultura pop (um de seus romances de maior sucesso, de 1987, traz o título de uma canção dos Beatles: Norwegian Wood). O Nobel para Dylan deu uma revigorante sacudida no prêmio, e a rica discografia do compositor americano merece mesmo toda e qualquer celebração. Mas sempre haverá grandes livros para ser igualmente celebrados.
Fonte: TEIXEIRA, Jerônimo.
O Cantor na Biblioteca. In: Veja, São Paulo, Abril: 2016
Segundo o texto O cantor na Biblioteca, é correto afirmar:
Leia o texto seguinte para responder a questão.
O Cantor Na Biblioteca
Bob Dylan, que surpresa, é o Prêmio Nobel de Literatura de 2016. Esse inédito reconhecimento literário a um dos maiores criadores do rock levanta a dúvida: o que Dylan faz, afinal, é poesia?
“Bob Dylan realmente merece um Prêmio Nobel? E por quê? ” A pergunta foi feita a Sara Danius, secretária da Academia Sueca, instituição responsável pelo Prêmio Nobel de Literatura, depois do anúncio, na quinta-feira 13, de que o vencedor deste ano não era um poeta, romancista ou dramaturgo, mas um cantor, uma estrela do rock. Na sua formulação seca e direta, o questionamento quase soa agressivo. Onde já se viu duvidar dos méritos do premiado? No entanto, trata-se de uma entrevista oficial, divulgada no próprio site do Nobel. Está claro que os acadêmicos suecos não só tinham plena consciência de que a premiação de um mestre do cancioneiro popular poderia incitar crítica e oposição: eles desejam instigar essas reações. A conversa segue com os elogios convencionais próprios da ocasião – Dylan, segundo Sara Danius, “corporifica a tradição” e sempre “reinventou a si mesmo” - , até o momento em que o entrevistador pede à secretária que indique obras do compositor americano. Sara sugere que “se ouça ou leia” Blonde on Blonde, disco de 1966. Leitura? De um disco? O verbo “ler” apareceu estranhamente deslocado em uma conversa sobre o Nobel de Literatura. A vetusta Academia Sueca, talvez na ânsia de rejuvenescer (embora Dylan tenha 75 anos), abriu-se para o gênero por excelência da inconstância juvenil: a canção pop.
Em anacronismo arriscado, Sara Darius comparou Dylan a Homero e Safo, autores gregos que também teriam criado versos para ser cantados. A Ilíada e a Odisseia, poemas épicos que a tradição atribui ao lendário Homero, datam do século IX ou VIII a. C., e é mais ou menos consensual entre especialistas que foram criação não de um só bardo, mas de uma coletividade de rapsodos. Safo, cuja obra ainda sobrevivente é pequena e fragmentária, nasceu provavelmente em 630 a.C., na Ilha de Lesbos, e morreu em data desconhecida. As criações desses poetas da Antiguidade estavam associadas a algum tipo de melodia – que se perdeu no tempo -, mas isso não os aproxima da moderna produção musical. Dylan, sobretudo antes de eletrificar sua música com Like a Roling Stone, bebeu das raízes populares do folk. Mas nunca foi, como os aedos que aparecem cantando feitos heroicos na Odisseia, um artesão: ele é um profissional da indústria fonográfica, um artista da era em que os discos de vinil no formato LP tornaram-se obras autorais. No outro lado – o lado propriamente literário do balcão -, a música silenciou. Por convenção, ainda se diz que a polonesa Wislawa Szymborska (1923 -2012), Nobel de 1996, fazia “poesia lírica”. Mas ela dispensava lira (ou guitarra) para escrever.
Nada disso invalida o prêmio. Mas a escolha de Dylan (que até o fechamento desta edição ainda não se manifestara sobre o Nobel) naturalmente levanta reações puristas. Para muitos, é como se a Academia Sueca permitisse que as sandálias empoeiradas de vulgaridade de um menestrel pop sujem o chão imaculado de alta cultura. Essa posição pernóstica é difícil de sustentar quando se considera o dinamismo que sempre pautou as trocas culturais. Shakespeare e Cervantes, para citar os dois gigantes cujos 400 anos de morte foram lembrados neste ano, transitaram com plena liberdade entre o alto e o baixo, o popular e o erudito.
Não há razão para se considerar que um compositor de rock como Dylan seja menos “elevado” do que um poeta livresco como o irlandês Seamus Heaney (1939 – 2013), outro Nobel. No entanto, ainda subsiste uma restrição insistente à escolha dos suecos: se o prêmio é para realizações em literatura, cabe considerar letras de música? Dylan, é verdade, também publicou livros (Crônicas Volume 1, de memórias, e Tarantula, coletânea de poemas), mas seus grandes feitos são musicais. Em On Poetry (Sobre a Poesia), de 2012, o poeta inglês Glyn Maxuel argumenta, sem esnobismo, mas também sem concessões, que poema é uma coisa, letra de música é outra. E usa como exemplo uma composição do próprio Dylan, Not Dark Yet, de 1997. Trata-se, diz Maxwell, de uma canção memorável, mas sua letra “encolhe” quando colocada contra o branco da página. Mesmo as criações dos melhores letristas – Cole Porter, Leonard Cohen, Patti Smith – só sobreviveriam na moldura sonora para a qual foram criadas: no silêncio representado pelo branco da página, morrem. Maxwell conclui descartando a costumeira aproximação que se faz entre Dylan e o poeta inglês John Keats (1795 – 1821): os dois não devem ser comparados, pois praticam ofícios diferentes.
Mesmo que se aceite integralmente esse argumento, ainda há um caminho para justificar o Nobel do autor da popularíssima Blowin’in the Wind (e da menos lembrada mas superior Idiot Wind): uma letra de música, ainda que não seja propriamente poesia ou literatura, pode ter certas qualidades literárias. Nas metáforas, alegorias e alusões bíblicas que Dylan mobiliza em All Along the Watchpower (popularizada por Jimi Hendrix) ou na destreza narrativa com que conta a história do lutador de boxe negro falsamente acusado de assassinato em Hurricane, vemos um artista com um domínio de recursos que poucos escritores alcançam. O problema é que também se podem identificar atributos que se diriam “literários” em filmes e séries de TV. E então volta à cena aquela turma alarmista que denuncia a decadência da arte e da cultura contemporâneas: o que virá a seguir – Nobel para a reconstituição de cenários históricos do videogame Assassin’s Creed? Em universidades pelo mundo, aliás, os “estudos culturais” já transformaram essas ligeirezas da cultura de massa em objeto de análise.
O Nobel conta ainda com um prestígio único entre os prêmios literários. É porque o prêmio carrega essa pesada importância simbólica que sempre nos lembramos de suas falhas e omissões. Maior inovador do romance no século XX, o irlandês James Joyce (1882-1941) não foi escolhido, embora amplamente aclamado (e eventualmente censurado e atacado) por Ulisses, de 1922. Sabe-se que o argentino Jorge Luis Borges (1899 – 1986), gênio polivalente da poesia, do conto e do ensaio, foi desprezado pela academia, sobretudo por uma infame razão política: aceitou uma comenda do ditador chileno Augusto Pinochet. O curioso é que ninguém julgaria ser uma injustiça insanável se Bob Dylan jamais ganhasse o Nobel: trata-se, afinal, de um músico amplamente reconhecido e celebrado em seu campo. E que se torna agora o único homem da história a ter acumulado o Oscar, o Grammy, o Pulitzer e o Nobel.
A academia sueca reconhece, com Dylan, as forças culturais (ou contraculturais) que se gestaram na agitação febril da década de 60. Sempre preterido, o americano Philip Roth, 83 anos, também marcou a turbulência daqueles anos com seu escandaloso Complexo de Portnoy (1969). Um tanto mais jovem – 67 anos – e também sempre cogitado para o prêmio, o japonês Haruky Muramaky apresenta, em sua ficção, um vigoroso diálogo com a cultura pop (um de seus romances de maior sucesso, de 1987, traz o título de uma canção dos Beatles: Norwegian Wood). O Nobel para Dylan deu uma revigorante sacudida no prêmio, e a rica discografia do compositor americano merece mesmo toda e qualquer celebração. Mas sempre haverá grandes livros para ser igualmente celebrados.
Fonte: TEIXEIRA, Jerônimo.
O Cantor na Biblioteca. In: Veja, São Paulo, Abril: 2016
Leia o texto seguinte para responder a questão.
O Cantor Na Biblioteca
Bob Dylan, que surpresa, é o Prêmio Nobel de Literatura de 2016. Esse inédito reconhecimento literário a um dos maiores criadores do rock levanta a dúvida: o que Dylan faz, afinal, é poesia?
“Bob Dylan realmente merece um Prêmio Nobel? E por quê? ” A pergunta foi feita a Sara Danius, secretária da Academia Sueca, instituição responsável pelo Prêmio Nobel de Literatura, depois do anúncio, na quinta-feira 13, de que o vencedor deste ano não era um poeta, romancista ou dramaturgo, mas um cantor, uma estrela do rock. Na sua formulação seca e direta, o questionamento quase soa agressivo. Onde já se viu duvidar dos méritos do premiado? No entanto, trata-se de uma entrevista oficial, divulgada no próprio site do Nobel. Está claro que os acadêmicos suecos não só tinham plena consciência de que a premiação de um mestre do cancioneiro popular poderia incitar crítica e oposição: eles desejam instigar essas reações. A conversa segue com os elogios convencionais próprios da ocasião – Dylan, segundo Sara Danius, “corporifica a tradição” e sempre “reinventou a si mesmo” - , até o momento em que o entrevistador pede à secretária que indique obras do compositor americano. Sara sugere que “se ouça ou leia” Blonde on Blonde, disco de 1966. Leitura? De um disco? O verbo “ler” apareceu estranhamente deslocado em uma conversa sobre o Nobel de Literatura. A vetusta Academia Sueca, talvez na ânsia de rejuvenescer (embora Dylan tenha 75 anos), abriu-se para o gênero por excelência da inconstância juvenil: a canção pop.
Em anacronismo arriscado, Sara Darius comparou Dylan a Homero e Safo, autores gregos que também teriam criado versos para ser cantados. A Ilíada e a Odisseia, poemas épicos que a tradição atribui ao lendário Homero, datam do século IX ou VIII a. C., e é mais ou menos consensual entre especialistas que foram criação não de um só bardo, mas de uma coletividade de rapsodos. Safo, cuja obra ainda sobrevivente é pequena e fragmentária, nasceu provavelmente em 630 a.C., na Ilha de Lesbos, e morreu em data desconhecida. As criações desses poetas da Antiguidade estavam associadas a algum tipo de melodia – que se perdeu no tempo -, mas isso não os aproxima da moderna produção musical. Dylan, sobretudo antes de eletrificar sua música com Like a Roling Stone, bebeu das raízes populares do folk. Mas nunca foi, como os aedos que aparecem cantando feitos heroicos na Odisseia, um artesão: ele é um profissional da indústria fonográfica, um artista da era em que os discos de vinil no formato LP tornaram-se obras autorais. No outro lado – o lado propriamente literário do balcão -, a música silenciou. Por convenção, ainda se diz que a polonesa Wislawa Szymborska (1923 -2012), Nobel de 1996, fazia “poesia lírica”. Mas ela dispensava lira (ou guitarra) para escrever.
Nada disso invalida o prêmio. Mas a escolha de Dylan (que até o fechamento desta edição ainda não se manifestara sobre o Nobel) naturalmente levanta reações puristas. Para muitos, é como se a Academia Sueca permitisse que as sandálias empoeiradas de vulgaridade de um menestrel pop sujem o chão imaculado de alta cultura. Essa posição pernóstica é difícil de sustentar quando se considera o dinamismo que sempre pautou as trocas culturais. Shakespeare e Cervantes, para citar os dois gigantes cujos 400 anos de morte foram lembrados neste ano, transitaram com plena liberdade entre o alto e o baixo, o popular e o erudito.
Não há razão para se considerar que um compositor de rock como Dylan seja menos “elevado” do que um poeta livresco como o irlandês Seamus Heaney (1939 – 2013), outro Nobel. No entanto, ainda subsiste uma restrição insistente à escolha dos suecos: se o prêmio é para realizações em literatura, cabe considerar letras de música? Dylan, é verdade, também publicou livros (Crônicas Volume 1, de memórias, e Tarantula, coletânea de poemas), mas seus grandes feitos são musicais. Em On Poetry (Sobre a Poesia), de 2012, o poeta inglês Glyn Maxuel argumenta, sem esnobismo, mas também sem concessões, que poema é uma coisa, letra de música é outra. E usa como exemplo uma composição do próprio Dylan, Not Dark Yet, de 1997. Trata-se, diz Maxwell, de uma canção memorável, mas sua letra “encolhe” quando colocada contra o branco da página. Mesmo as criações dos melhores letristas – Cole Porter, Leonard Cohen, Patti Smith – só sobreviveriam na moldura sonora para a qual foram criadas: no silêncio representado pelo branco da página, morrem. Maxwell conclui descartando a costumeira aproximação que se faz entre Dylan e o poeta inglês John Keats (1795 – 1821): os dois não devem ser comparados, pois praticam ofícios diferentes.
Mesmo que se aceite integralmente esse argumento, ainda há um caminho para justificar o Nobel do autor da popularíssima Blowin’in the Wind (e da menos lembrada mas superior Idiot Wind): uma letra de música, ainda que não seja propriamente poesia ou literatura, pode ter certas qualidades literárias. Nas metáforas, alegorias e alusões bíblicas que Dylan mobiliza em All Along the Watchpower (popularizada por Jimi Hendrix) ou na destreza narrativa com que conta a história do lutador de boxe negro falsamente acusado de assassinato em Hurricane, vemos um artista com um domínio de recursos que poucos escritores alcançam. O problema é que também se podem identificar atributos que se diriam “literários” em filmes e séries de TV. E então volta à cena aquela turma alarmista que denuncia a decadência da arte e da cultura contemporâneas: o que virá a seguir – Nobel para a reconstituição de cenários históricos do videogame Assassin’s Creed? Em universidades pelo mundo, aliás, os “estudos culturais” já transformaram essas ligeirezas da cultura de massa em objeto de análise.
O Nobel conta ainda com um prestígio único entre os prêmios literários. É porque o prêmio carrega essa pesada importância simbólica que sempre nos lembramos de suas falhas e omissões. Maior inovador do romance no século XX, o irlandês James Joyce (1882-1941) não foi escolhido, embora amplamente aclamado (e eventualmente censurado e atacado) por Ulisses, de 1922. Sabe-se que o argentino Jorge Luis Borges (1899 – 1986), gênio polivalente da poesia, do conto e do ensaio, foi desprezado pela academia, sobretudo por uma infame razão política: aceitou uma comenda do ditador chileno Augusto Pinochet. O curioso é que ninguém julgaria ser uma injustiça insanável se Bob Dylan jamais ganhasse o Nobel: trata-se, afinal, de um músico amplamente reconhecido e celebrado em seu campo. E que se torna agora o único homem da história a ter acumulado o Oscar, o Grammy, o Pulitzer e o Nobel.
A academia sueca reconhece, com Dylan, as forças culturais (ou contraculturais) que se gestaram na agitação febril da década de 60. Sempre preterido, o americano Philip Roth, 83 anos, também marcou a turbulência daqueles anos com seu escandaloso Complexo de Portnoy (1969). Um tanto mais jovem – 67 anos – e também sempre cogitado para o prêmio, o japonês Haruky Muramaky apresenta, em sua ficção, um vigoroso diálogo com a cultura pop (um de seus romances de maior sucesso, de 1987, traz o título de uma canção dos Beatles: Norwegian Wood). O Nobel para Dylan deu uma revigorante sacudida no prêmio, e a rica discografia do compositor americano merece mesmo toda e qualquer celebração. Mas sempre haverá grandes livros para ser igualmente celebrados.
Fonte: TEIXEIRA, Jerônimo.
O Cantor na Biblioteca. In: Veja, São Paulo, Abril: 2016
Leia o texto seguinte para responder a questão.
O Cantor Na Biblioteca
Bob Dylan, que surpresa, é o Prêmio Nobel de Literatura de 2016. Esse inédito reconhecimento literário a um dos maiores criadores do rock levanta a dúvida: o que Dylan faz, afinal, é poesia?
“Bob Dylan realmente merece um Prêmio Nobel? E por quê? ” A pergunta foi feita a Sara Danius, secretária da Academia Sueca, instituição responsável pelo Prêmio Nobel de Literatura, depois do anúncio, na quinta-feira 13, de que o vencedor deste ano não era um poeta, romancista ou dramaturgo, mas um cantor, uma estrela do rock. Na sua formulação seca e direta, o questionamento quase soa agressivo. Onde já se viu duvidar dos méritos do premiado? No entanto, trata-se de uma entrevista oficial, divulgada no próprio site do Nobel. Está claro que os acadêmicos suecos não só tinham plena consciência de que a premiação de um mestre do cancioneiro popular poderia incitar crítica e oposição: eles desejam instigar essas reações. A conversa segue com os elogios convencionais próprios da ocasião – Dylan, segundo Sara Danius, “corporifica a tradição” e sempre “reinventou a si mesmo” - , até o momento em que o entrevistador pede à secretária que indique obras do compositor americano. Sara sugere que “se ouça ou leia” Blonde on Blonde, disco de 1966. Leitura? De um disco? O verbo “ler” apareceu estranhamente deslocado em uma conversa sobre o Nobel de Literatura. A vetusta Academia Sueca, talvez na ânsia de rejuvenescer (embora Dylan tenha 75 anos), abriu-se para o gênero por excelência da inconstância juvenil: a canção pop.
Em anacronismo arriscado, Sara Darius comparou Dylan a Homero e Safo, autores gregos que também teriam criado versos para ser cantados. A Ilíada e a Odisseia, poemas épicos que a tradição atribui ao lendário Homero, datam do século IX ou VIII a. C., e é mais ou menos consensual entre especialistas que foram criação não de um só bardo, mas de uma coletividade de rapsodos. Safo, cuja obra ainda sobrevivente é pequena e fragmentária, nasceu provavelmente em 630 a.C., na Ilha de Lesbos, e morreu em data desconhecida. As criações desses poetas da Antiguidade estavam associadas a algum tipo de melodia – que se perdeu no tempo -, mas isso não os aproxima da moderna produção musical. Dylan, sobretudo antes de eletrificar sua música com Like a Roling Stone, bebeu das raízes populares do folk. Mas nunca foi, como os aedos que aparecem cantando feitos heroicos na Odisseia, um artesão: ele é um profissional da indústria fonográfica, um artista da era em que os discos de vinil no formato LP tornaram-se obras autorais. No outro lado – o lado propriamente literário do balcão -, a música silenciou. Por convenção, ainda se diz que a polonesa Wislawa Szymborska (1923 -2012), Nobel de 1996, fazia “poesia lírica”. Mas ela dispensava lira (ou guitarra) para escrever.
Nada disso invalida o prêmio. Mas a escolha de Dylan (que até o fechamento desta edição ainda não se manifestara sobre o Nobel) naturalmente levanta reações puristas. Para muitos, é como se a Academia Sueca permitisse que as sandálias empoeiradas de vulgaridade de um menestrel pop sujem o chão imaculado de alta cultura. Essa posição pernóstica é difícil de sustentar quando se considera o dinamismo que sempre pautou as trocas culturais. Shakespeare e Cervantes, para citar os dois gigantes cujos 400 anos de morte foram lembrados neste ano, transitaram com plena liberdade entre o alto e o baixo, o popular e o erudito.
Não há razão para se considerar que um compositor de rock como Dylan seja menos “elevado” do que um poeta livresco como o irlandês Seamus Heaney (1939 – 2013), outro Nobel. No entanto, ainda subsiste uma restrição insistente à escolha dos suecos: se o prêmio é para realizações em literatura, cabe considerar letras de música? Dylan, é verdade, também publicou livros (Crônicas Volume 1, de memórias, e Tarantula, coletânea de poemas), mas seus grandes feitos são musicais. Em On Poetry (Sobre a Poesia), de 2012, o poeta inglês Glyn Maxuel argumenta, sem esnobismo, mas também sem concessões, que poema é uma coisa, letra de música é outra. E usa como exemplo uma composição do próprio Dylan, Not Dark Yet, de 1997. Trata-se, diz Maxwell, de uma canção memorável, mas sua letra “encolhe” quando colocada contra o branco da página. Mesmo as criações dos melhores letristas – Cole Porter, Leonard Cohen, Patti Smith – só sobreviveriam na moldura sonora para a qual foram criadas: no silêncio representado pelo branco da página, morrem. Maxwell conclui descartando a costumeira aproximação que se faz entre Dylan e o poeta inglês John Keats (1795 – 1821): os dois não devem ser comparados, pois praticam ofícios diferentes.
Mesmo que se aceite integralmente esse argumento, ainda há um caminho para justificar o Nobel do autor da popularíssima Blowin’in the Wind (e da menos lembrada mas superior Idiot Wind): uma letra de música, ainda que não seja propriamente poesia ou literatura, pode ter certas qualidades literárias. Nas metáforas, alegorias e alusões bíblicas que Dylan mobiliza em All Along the Watchpower (popularizada por Jimi Hendrix) ou na destreza narrativa com que conta a história do lutador de boxe negro falsamente acusado de assassinato em Hurricane, vemos um artista com um domínio de recursos que poucos escritores alcançam. O problema é que também se podem identificar atributos que se diriam “literários” em filmes e séries de TV. E então volta à cena aquela turma alarmista que denuncia a decadência da arte e da cultura contemporâneas: o que virá a seguir – Nobel para a reconstituição de cenários históricos do videogame Assassin’s Creed? Em universidades pelo mundo, aliás, os “estudos culturais” já transformaram essas ligeirezas da cultura de massa em objeto de análise.
O Nobel conta ainda com um prestígio único entre os prêmios literários. É porque o prêmio carrega essa pesada importância simbólica que sempre nos lembramos de suas falhas e omissões. Maior inovador do romance no século XX, o irlandês James Joyce (1882-1941) não foi escolhido, embora amplamente aclamado (e eventualmente censurado e atacado) por Ulisses, de 1922. Sabe-se que o argentino Jorge Luis Borges (1899 – 1986), gênio polivalente da poesia, do conto e do ensaio, foi desprezado pela academia, sobretudo por uma infame razão política: aceitou uma comenda do ditador chileno Augusto Pinochet. O curioso é que ninguém julgaria ser uma injustiça insanável se Bob Dylan jamais ganhasse o Nobel: trata-se, afinal, de um músico amplamente reconhecido e celebrado em seu campo. E que se torna agora o único homem da história a ter acumulado o Oscar, o Grammy, o Pulitzer e o Nobel.
A academia sueca reconhece, com Dylan, as forças culturais (ou contraculturais) que se gestaram na agitação febril da década de 60. Sempre preterido, o americano Philip Roth, 83 anos, também marcou a turbulência daqueles anos com seu escandaloso Complexo de Portnoy (1969). Um tanto mais jovem – 67 anos – e também sempre cogitado para o prêmio, o japonês Haruky Muramaky apresenta, em sua ficção, um vigoroso diálogo com a cultura pop (um de seus romances de maior sucesso, de 1987, traz o título de uma canção dos Beatles: Norwegian Wood). O Nobel para Dylan deu uma revigorante sacudida no prêmio, e a rica discografia do compositor americano merece mesmo toda e qualquer celebração. Mas sempre haverá grandes livros para ser igualmente celebrados.
Fonte: TEIXEIRA, Jerônimo.
O Cantor na Biblioteca. In: Veja, São Paulo, Abril: 2016
Considerando que o trecho a seguir seja o início de um memorando escrito para o Reitor de uma universidade pública, solicitado pelo Diretor de um campus da mesma instituição, identifique a alternativa que apresenta o(s) problema(s) na redação do documento.
Ao Senhor Reitor
(...)
Venho, por meio deste, solicitar vosso comparecimento à reunião-geral que ocorrerá no próximo dia 23 de setembro, às 14 horas, neste campus. Abordarei questões referentes ao processo 34/2016, sobre o qual eu já havia lhe informado. Ficarei imensamente honrado se puder contar com vossa presença. Seguem os pontos principais de discussão, que abordarei juntamente com a equipe desta reitoria:
(...)
Ao realizar uma reportagem que aborda a preocupação dos cidadãos em investir numa renda alternativa para complementar a aposentadoria, a jornalista de uma emissora de TV obteve, por meio de um órgão de estatística, os seguintes dados coletados em um grupo de 100 trabalhadores:
35 pessoas tem preferência em investir na caderneta de poupança;
42 preferem investir em imóveis;
26 preferem investir em um plano de previdência privada;
9 tem preferência pela caderneta de poupança e imóveis;
12 preferem o investimento em imóveis e previdência privada;
10 preferem a caderneta de poupança e a previdência privada;
4 preferem investir de três formas: caderneta de poupança, imóveis e previdência privada.
Com o intuito de realizar uma entrevista no estúdio
da emissora, a jornalista decide entrar em contato
e convidar, ao acaso, uma das pessoas do grupo
pesquisado. Qual a probabilidade da pessoa
escolhida não ter preferência por nenhuma das
três opções de investimento citadas?
Sobre um software denominado Spider, é CORRETO afirmar que:
Sobre transferência de arquivos pela internet é CORRETO afirmar que:
A Lei 8.112/1990 institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações públicas federais. Essa lei prescreve direitos, deveres e proibições, entre outras regras. Citam-se algumas das proibições previstas na referida norma:
III. cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado;
IV. coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou a partido político;
V. atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro;
VI. cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias;
VII. exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho.
Qual(is) dessas proibições é(são) passível(is) de suspensão, levando em conta que o servidor público não é
reincidente.
Com base na Lei nº 70.274, de 9 de março de 1972, julgue as alternativas abaixo:
I. Quando o Presidente da República se fizer representar em solenidades ou cerimônias, o lugar que compete a seu representante é à direita da autoridade que as presidir.
II. Nas cerimônias em que se tenha de executar Hino Nacional estrangeiro, este será executado após o Hino Nacional Brasileiro, quando a cerimônia ocorrer no Brasil.
III. A Bandeira Nacional ocupa posição central ou a mais próxima do centro, e à direita deste, quando com outras bandeiras, pavilhões ou estandartes, em linha de mastros, panóplias, escudos ou peças semelhantes;
IV. Quando várias bandeiras são hasteadas ou arriadas simultaneamente, a Bandeira Nacional é a primeira a atingir o tope e a última a dele descer.
Assinale a alternativa correta:
Dentre as diversas atividades da Gestão de Pessoas nas organizações, encontra-se a avaliação de desempenho, tanto dos colaboradores e gestores quanto dos setores. Sobre esta avaliação, analise as afirmações abaixo:
I. I. A avaliação de desempenho é uma apreciação sistemática do desempenho de cada pessoa, em função das atividades que ela desempenha, das metas e resultados a serem alcançados, das competências que ela oferece e do seu potencial de desenvolvimento.
II. II. A avaliação de desempenho não pode focar o cargo ocupado pela pessoa ou as competências que esta oferece à organização como contribuição ao sucesso organizacional;
III. III. A avaliação deve concentrar-se em uma análise subjetiva do desempenho e não em uma avaliação objetiva de hábitos pessoais;
IV. IV. É um ponto fraco da avaliação de desempenho a ênfase do processo repousar mais sobre o preenchimento de formulários do que sobre a avaliação crítica e objetiva do desempenho.
Assinale a alternativa com as afirmativas corretas sobre avaliação de desempenho:
A organização de arquivos é composta pelo desenvolvimento de etapas de trabalho, listadas na primeira coluna do quadro a seguir. Leia o quadro e, em seguida, assinale a alternativa que apresenta a correspondência correta entre as etapas e as descrições contidas na segunda coluna:
ETAPA
A) levantamento de dados
B) análise dos dados coletados
C) planejamento
D) implantação e acompanhamento
DESCRIÇÃO DA ETAPA
1) Nesta etapa, devem ser considerados os seguintes elementos: posição do arquivo na estrutura da instituição, centralização ou descentralização e coordenação dos serviços de arquivo, escolha de métodos de arquivamento adequados, estabelecimento de normas de funcionamento, recursos humanos, escolha das instalações e do equipamento, constituição de arquivos intermediário e permanente, recursos financeiros.
2) Ocorrência de campanhas de sensibilização, com palestras e reuniões, treinamento de pessoal, teste de procedimentos e elaboração de manual de arquivos.
3) Análise do gênero dos documentos; das espécies de documentos mais frequentes; dos modelos e formulários em uso pela instituição; do volume e estado de conservação do acervo; do arranjo e classificação dos documentos; existência de registros e protocolos; entre outros.
4)
Verificar se a estrutura, as atividades e a documentação de
uma instituição correspondem à sua realidade operacional,
constatando, assim, os pontos de atrito, de falhas ou lacunas
existentes no complexo administrativo, ou seja, das razões que
impedem o funcionamento eficiente do arquivo.
Arquivos intermediários são aqueles: