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Prova Aeronáutica - 2016 - CIAAR - Primeiro Tenente - Administração


ID
1972063
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                   Contra a mera “tolerância” das diferenças 

      “É preciso tolerar a diversidade”. Sempre que me defronto com esse tipo de colocação, aparentemente progressista e bem intencionada, fico indignado. Não, não é preciso tolerar.  

      “Tolerar”, segundo qualquer dicionário, significa algo como “suportar com indulgência”, ou seja, deixar passar com resignação, ainda que sem consentir expressamente com aquela conduta.

      “Tolerar” o que é diferente consiste, antes de qualquer coisa, em atribuir a “quem tolera” um poder sobre “o que tolera”. Como se este dependesse do consentimento daquele para poder existir. “Quem tolera” acaba visto, ainda, como generoso e benevolente, por dar uma “permissão” como se fosse um favor ou um ato de bondade extrema.

      Esse tipo de discurso, no fundo, nega o direito à existência autônoma do que é diferente dos padrões construídos socialmente. Mais: funciona como um expediente do desejo de estigmatizar o diferente e manter este às margens da cultura hegêmonica, que traça a tênue linha divisória entre o normal e o anormal.

      Tolerar não deve ser celebrada e buscada nem como ideal político e tampouco como virtude individual. Ainda que o argumento liberal enxergue, na tolerância, uma manifestação legítima e até necessária da igualdade moral básica entre os indivíduos, não é esse o seu sentido recorrente nos discursos da política.

      Com efeito, ainda que a defesa liberal-igualitária da tolerância, diante de discussões controversas, postule que se trate de um respeito mútuo em um cenário de imparcialidade das instituições frente a concepções morais mais gerais, isso não pode funcionar em um mundo marcado por graves desigualdades estruturais.

(QUINALHA, Renan. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/2016/02/contra-a-mera-tolerancia-das-diferencas/. Acesso em: 30/03/2016. Trecho.)

Assinale a alternativa que apresenta um trecho do texto em que o sujeito recebe a ação do verbo.

Alternativas
Comentários
  • Alguém poderia me explicar essa resposta?

  • ''recebe açao do verbo'' - sujeito paciente, voz passiva.

       A- unica que tem verbo ser+participio

  •  

    Bora lá!!

    “[...] Tolerar não deve ser celebrada e buscada [...]” 

    Quem é o sujeito da frase? O verbo Tolerar.

    O sujeito está recebendo duas ações que é: de não ser celebrada e não ser buscada, ou seja, é voz passiva. O sujeito recebe a ação. 

    No entanto, se o sujeito estivesse praticando a ação seria voz ativa.

     

  • Gabriela OA, e so vc perguntar : quem não pode sofrer a ação de ser celebrada e buscada?? : = Tolerar.

    ..

    logo, e Sujeito Passivo, pois esta sofrendo a açao.

    ..

    GAB - A


ID
1972108
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa. Pasmo e desolo-me. O meu instinto de perfeição deveria inibir-me de acabar; deveria inibir-me até de dar começo. Mas distraio-me e faço. O que consigo é um produto, em mim, não de uma aplicação de vontade, mas de uma cedência dela. Começo porque não tenho força para pensar; acabo porque não tenho alma para suspender. Este livro é a minha cobardia.

      A razão por que tantas vezes interrompo um pensamento com um trecho de paisagem, que de algum modo se integra no esquema, real ou suposto, das minhas impressões, é que essa paisagem é uma porta por onde fujo ao conhecimento da minha impotência criadora. Tenho a necessidade, em meio das conversas comigo que formam as palavras deste livro, de falar de repente com outra pessoa, e dirijo-me à luz que paira, como agora, sobre os telhados das casas, que parecem molhados de tê-la de lado; ao agitar brando das árvores altas na encosta citadina, que parecem perto, numa possibilidade de desabamento mudo; aos cartazes sobrepostos das casas ingremadas, com janelas por letras onde o sol morto doira goma húmida.

      Por que escrevo, se não escrevo melhor? Mas que seria de mim se não escrevesse o que consigo escrever, por inferior a mim mesmo que nisso seja? Sou um plebeu da aspiração, porque tento realizar; não ouso o silêncio como quem receia um quarto escuro. Sou como os que prezam a medalha mais que o esforço, e gozam a glória na peliça [...].

      Escrever, sim, é perder-me, mas todos se perdem, porque tudo é perda. Porém eu perco-me sem alegria, não como o rio na foz para que nasceu incógnito, mas como o lago feito na praia pela maré alta, e cuja água sumida nunca mais regressa ao mar.

(PESSOA, Fernando. Livro do Desassossego: composto por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa. Org. Richard Zenith. 3ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.)

O pronome “-la”, em “tê-la” (2º§), se refere a

Alternativas

ID
1972429
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                             Contra a mera “tolerância” das diferenças

      “É preciso tolerar a diversidade”. Sempre que me defronto com esse tipo de colocação, aparentemente progressista e bem intencionada, fico indignado. Não, não é preciso tolerar.

      “Tolerar”, segundo qualquer dicionário, significa algo como “suportar com indulgência”, ou seja, deixar passar com resignação, ainda que sem consentir expressamente com aquela conduta.

      “Tolerar” o que é diferente consiste, antes de qualquer coisa, em atribuir a “quem tolera” um poder sobre “o que tolera”. Como se este dependesse do consentimento daquele para poder existir. “Quem tolera” acaba visto, ainda, como generoso e benevolente, por dar uma “permissão” como se fosse um favor ou um ato de bondade extrema.

      Esse tipo de discurso, no fundo, nega o direito à existência autônoma do que é diferente dos padrões construídos socialmente. Mais: funciona como um expediente do desejo de estigmatizar o diferente e manter este às margens da cultura hegêmonica, que traça a tênue linha divisória entre o normal e o anormal.

      Tolerar não deve ser celebrada e buscada nem como ideal político e tampouco como virtude individual. Ainda que o argumento liberal enxergue, na tolerância, uma manifestação legítima e até necessária da igualdade moral básica entre os indivíduos, não é esse o seu sentido recorrente nos discursos da política.

      Com efeito, ainda que a defesa liberal-igualitária da tolerância, diante de discussões controversas, postule que se trate de um respeito mútuo em um cenário de imparcialidade das instituições frente a concepções morais mais gerais, isso não pode funcionar em um mundo marcado por graves desigualdades estruturais.

(QUINALHA, Renan. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/2016/02/contra-a-mera-tolerancia-das-diferencas/. Acesso em: 30/03/2016. Trecho.)

 “No artigo de opinião, veiculado em revistas ou jornais, o conteúdo, geralmente, consta de acontecimentos de ordem política, econômica, social, histórica ou cultural, e raramente sobre acontecimentos ou vivências pessoais”.

(KOCH, Ingedore Vilaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2006).

Assinale a alternativa que apresenta o trecho contraditório ao exposto no postulado acima. 

Alternativas
Comentários
  • Alternativa: C

    O artigo de opinião dificilmente parte de uma experiência e/ou relato pessoal, esse é um atributo de gêneros como a
    “crônica”. No entanto, em “Sempre que me defronto com esse tipo de colocação, aparentemente progressista e bem intencionada,
    fico indignado” (1º§), o autor parte de vivências para expor o seu ponto de vista acerca do assunto
    discutido no texto.
    Observe-se, nesse sentido, que as demais alternativas apontam para trechos que dialogam com a noção do gênero
    “artigo de opinião”, quer seja: citação de acontecimentos; argumentos para convencimento do interlocutor; e exposição
    de ponto de vista.

    Fontes:
    KOCH, Ingedore Vilaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2006;
    CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza A. Cochar; CILEY, Cleto. Interpretação de textos. Construindo
    competências e habilidades em leitura. 2. ed. São Paulo: Atual Editora, 2012.

  • - Obrgada


ID
1972435
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                             Contra a mera “tolerância” das diferenças

      “É preciso tolerar a diversidade”. Sempre que me defronto com esse tipo de colocação, aparentemente progressista e bem intencionada, fico indignado. Não, não é preciso tolerar.

      “Tolerar”, segundo qualquer dicionário, significa algo como “suportar com indulgência”, ou seja, deixar passar com resignação, ainda que sem consentir expressamente com aquela conduta.

      “Tolerar” o que é diferente consiste, antes de qualquer coisa, em atribuir a “quem tolera” um poder sobre “o que tolera”. Como se este dependesse do consentimento daquele para poder existir. “Quem tolera” acaba visto, ainda, como generoso e benevolente, por dar uma “permissão” como se fosse um favor ou um ato de bondade extrema.

      Esse tipo de discurso, no fundo, nega o direito à existência autônoma do que é diferente dos padrões construídos socialmente. Mais: funciona como um expediente do desejo de estigmatizar o diferente e manter este às margens da cultura hegêmonica, que traça a tênue linha divisória entre o normal e o anormal.

      Tolerar não deve ser celebrada e buscada nem como ideal político e tampouco como virtude individual. Ainda que o argumento liberal enxergue, na tolerância, uma manifestação legítima e até necessária da igualdade moral básica entre os indivíduos, não é esse o seu sentido recorrente nos discursos da política.

      Com efeito, ainda que a defesa liberal-igualitária da tolerância, diante de discussões controversas, postule que se trate de um respeito mútuo em um cenário de imparcialidade das instituições frente a concepções morais mais gerais, isso não pode funcionar em um mundo marcado por graves desigualdades estruturais.

(QUINALHA, Renan. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/2016/02/contra-a-mera-tolerancia-das-diferencas/. Acesso em: 30/03/2016. Trecho.)

Esse tipo de discurso (   ), no fundo, nega o direito à existência autônoma do que é diferente (   ) dos padrões construídos socialmente (   )”.

A partir do ponto de vista da referenciação e do progresso referencial, classifique os referentes do trecho acima e, em seguida, marque a opção correta. (Alguns números podem ser utilizados mais de uma vez ou não serem utilizados). 

(1) Introdução

(2) Retomada

(3) Desfocalização 

Alternativas
Comentários
  • Alternativa: C

    O trecho é iniciado com a retomada, de maneira pronominal, do referente principal (“construído” pelo/no) do texto, quer
    seja: “É preciso tolerar a diversidade” (retomado depois como “tolerar”). Após, há a desfocalização desse referente
    quando se coloca a existência de outro ser, representado pela forma “do que é” (isto é: “aquele que é”). E, por fim, se
    retoma o referente principal, a partir da ideia do “padrão” (ou seja: construídos socialmente por aquele que “tolera”) – é
    de se salientar que esta é uma retomada mais sofisticada, no sentido de uma “recuperação indireta”
    Fonte:
    KOCH, Ingedore Vilaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2006.

  • Esse tipo de questão me faz refletir se eu realmente estou estudando português ou apenas fingindo.

    Primeiramente, nunca havia estudadonada a respeito desta desfocalização.

    Como resolvi a questão? Associei a palavra referenciação ao pronome esse pois de faz referência, com isso percebi que a primeira frase inicia com o prenome demonstrativo ( esse) logo ele refere-se a algo que já foi dito. Eliminei a questão A e D, chutei a letra B porque nas outras três alternativas tainha O número 3.

    Acertei a questão. Mas vou ler sobre estes institutos. Abraços.

    @ vouser_oficial


ID
1972438
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                             Contra a mera “tolerância” das diferenças

      “É preciso tolerar a diversidade”. Sempre que me defronto com esse tipo de colocação, aparentemente progressista e bem intencionada, fico indignado. Não, não é preciso tolerar.

      “Tolerar”, segundo qualquer dicionário, significa algo como “suportar com indulgência”, ou seja, deixar passar com resignação, ainda que sem consentir expressamente com aquela conduta.

      “Tolerar” o que é diferente consiste, antes de qualquer coisa, em atribuir a “quem tolera” um poder sobre “o que tolera”. Como se este dependesse do consentimento daquele para poder existir. “Quem tolera” acaba visto, ainda, como generoso e benevolente, por dar uma “permissão” como se fosse um favor ou um ato de bondade extrema.

      Esse tipo de discurso, no fundo, nega o direito à existência autônoma do que é diferente dos padrões construídos socialmente. Mais: funciona como um expediente do desejo de estigmatizar o diferente e manter este às margens da cultura hegêmonica, que traça a tênue linha divisória entre o normal e o anormal.

      Tolerar não deve ser celebrada e buscada nem como ideal político e tampouco como virtude individual. Ainda que o argumento liberal enxergue, na tolerância, uma manifestação legítima e até necessária da igualdade moral básica entre os indivíduos, não é esse o seu sentido recorrente nos discursos da política.

      Com efeito, ainda que a defesa liberal-igualitária da tolerância, diante de discussões controversas, postule que se trate de um respeito mútuo em um cenário de imparcialidade das instituições frente a concepções morais mais gerais, isso não pode funcionar em um mundo marcado por graves desigualdades estruturais.

(QUINALHA, Renan. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/2016/02/contra-a-mera-tolerancia-das-diferencas/. Acesso em: 30/03/2016. Trecho.)

Seria possível articular o segundo parágrafo ao terceiro, considerando possíveis adaptações sintáticas, mas mantendo-se o valor semântico da articulação, com o operador organizacional

Alternativas
Comentários
  • Alternativa: C

    Os segundo e terceiro parágrafos iniciam-se com recorrência de termos, mas sem elementos coesivos explícitos que
    articulem um ao outro e os operadores organizacionais serviriam à articulação entre as partes do texto.
    Nesse sentido, “em outras palavras” orienta a leitura para que não haja quebra no conteúdo informado, sinalizando que
    o tópico ainda é o mesmo.
    “Em segundo lugar”, é um operador “de espaço e tempo textual”, que acrescenta uma informação ao tema geral, no
    entanto, no caso em discussão, tópico continua o mesmo, sendo explicado; já “Com o propósito de” é um operador
    argumentativo de “finalidade”, da mesma forma que “para”; e, por fim, “Mais do que” é um operador com sentido de
    “comparação”.
    Fontes:
    MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008;
    KOCH, Ingedore Vilaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2006.


ID
1972441
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                             Contra a mera “tolerância” das diferenças

      “É preciso tolerar a diversidade”. Sempre que me defronto com esse tipo de colocação, aparentemente progressista e bem intencionada, fico indignado. Não, não é preciso tolerar.

      “Tolerar”, segundo qualquer dicionário, significa algo como “suportar com indulgência”, ou seja, deixar passar com resignação, ainda que sem consentir expressamente com aquela conduta.

      “Tolerar” o que é diferente consiste, antes de qualquer coisa, em atribuir a “quem tolera” um poder sobre “o que tolera”. Como se este dependesse do consentimento daquele para poder existir. “Quem tolera” acaba visto, ainda, como generoso e benevolente, por dar uma “permissão” como se fosse um favor ou um ato de bondade extrema.

      Esse tipo de discurso, no fundo, nega o direito à existência autônoma do que é diferente dos padrões construídos socialmente. Mais: funciona como um expediente do desejo de estigmatizar o diferente e manter este às margens da cultura hegêmonica, que traça a tênue linha divisória entre o normal e o anormal.

      Tolerar não deve ser celebrada e buscada nem como ideal político e tampouco como virtude individual. Ainda que o argumento liberal enxergue, na tolerância, uma manifestação legítima e até necessária da igualdade moral básica entre os indivíduos, não é esse o seu sentido recorrente nos discursos da política.

      Com efeito, ainda que a defesa liberal-igualitária da tolerância, diante de discussões controversas, postule que se trate de um respeito mútuo em um cenário de imparcialidade das instituições frente a concepções morais mais gerais, isso não pode funcionar em um mundo marcado por graves desigualdades estruturais.

(QUINALHA, Renan. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/2016/02/contra-a-mera-tolerancia-das-diferencas/. Acesso em: 30/03/2016. Trecho.)

Julgue as assertivas abaixo, a partir das ideias apresentadas pelo texto.

I. No terceiro parágrafo, o autor faz a defesa de que haja a hierarquização entre os que “toleram” em detrimento dos que são “tolerados”.

II. Nos dois últimos parágrafos, há a explicação, onde é elucidada a relação entre o fato e a ideia defendidas pelo autor do texto.

III. A última oração do texto é melhor compreendida quando o leitor assume uma atitude responsiva ativa diante dela.

Estão corretas as afirmativas

Alternativas
Comentários
  • Alternativa: D

    (I) Errada: O autor faz a defesa contrária do postulado, por meio do recurso de refutação e da comparação. Em verdade, o que
    ele apresenta é o discurso hegemônico e, após, pontua a fragilidade dele com: “Como se este dependesse do
    consentimento daquele para poder existir”.
    (II) Correta: A utilização da “explicação” se baseia em elucidar a relação entre fatos e ideias ou fazer entender a veracidade (ou
    não de alguma ideia, teoria ou fato através de elementos ou argumentos. Considerando, em geral a relação de “causa”
    e “efeito”. Dessa forma, no texto, o autor explana os fundamentos contrários à ideia que defende e argumenta o porquê
    de eles não se sustentarem; ainda, nesse caso, não é possível afirmar que há uma “demonstração”, porque ocorre a
    argumentação (a demonstração ocorreu anteriormente ao penúltimo parágrafo).
    (III) Correta: Na última oração, “isso não pode funcionar em um mundo marcado por graves desigualdades estruturais”, o autor
    chama ao texto informações do universo extratextual (“mundo marcado por graves desigualdades”), sendo assim, o
    leitor ativo, sob a égide sociocognitva-interacional, deve assumir uma posição responsiva, no sentido de verificar,
    concordar ou não, com a ideia lançada, a partir de seus conhecimentos do mundo.
    Fontes:
    GARCIA, Othon Moacyr. Comunicação em prosa moderna: Aprenda a escrever, aprendendo a pensar. 27. ed. Rio de
    Janeiro: FGV, 2010 (p. 105; 385-6);
    CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza A. Cochar; CILEY, Cleto. Interpretação de textos. Construindo
    competências e habilidades em leitura. 2. ed. São Paulo: Atual Editora, 2012 (p. 115);
    KOCH, Ingedore Vilaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2006 (p.
    12).


ID
1972444
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                             Contra a mera “tolerância” das diferenças

      “É preciso tolerar a diversidade”. Sempre que me defronto com esse tipo de colocação, aparentemente progressista e bem intencionada, fico indignado. Não, não é preciso tolerar.

      “Tolerar”, segundo qualquer dicionário, significa algo como “suportar com indulgência”, ou seja, deixar passar com resignação, ainda que sem consentir expressamente com aquela conduta.

      “Tolerar” o que é diferente consiste, antes de qualquer coisa, em atribuir a “quem tolera” um poder sobre “o que tolera”. Como se este dependesse do consentimento daquele para poder existir. “Quem tolera” acaba visto, ainda, como generoso e benevolente, por dar uma “permissão” como se fosse um favor ou um ato de bondade extrema.

      Esse tipo de discurso, no fundo, nega o direito à existência autônoma do que é diferente dos padrões construídos socialmente. Mais: funciona como um expediente do desejo de estigmatizar o diferente e manter este às margens da cultura hegêmonica, que traça a tênue linha divisória entre o normal e o anormal.

      Tolerar não deve ser celebrada e buscada nem como ideal político e tampouco como virtude individual. Ainda que o argumento liberal enxergue, na tolerância, uma manifestação legítima e até necessária da igualdade moral básica entre os indivíduos, não é esse o seu sentido recorrente nos discursos da política.

      Com efeito, ainda que a defesa liberal-igualitária da tolerância, diante de discussões controversas, postule que se trate de um respeito mútuo em um cenário de imparcialidade das instituições frente a concepções morais mais gerais, isso não pode funcionar em um mundo marcado por graves desigualdades estruturais.

(QUINALHA, Renan. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/2016/02/contra-a-mera-tolerancia-das-diferencas/. Acesso em: 30/03/2016. Trecho.)

Marque a alternativa que apresenta o mesmo valor semântico do contexto em que foi aplicada a expressão "Com efeito" (6º§).

Alternativas
Comentários
  • Alternativa: A

    “Com efeito” é uma locução adverbial de modo, que, do ponto de vista linguístico-textual e da coesão, funciona para
    retomar e confirmar as ideias lançadas anteriormente. Ele tem o mesmo sentido de “em verdade” (“de maneira
    verdadeira”), “para que não reste dúvidas” e “de fato” (“de modo factual”, que pode ser comprovado pelos fatos).
    Por sua vez, “às vezes” é uma locução adverbial de tempo, com sentido de “nem sempre”; “em síntese” é uma locução
    adverbial de modo, mas com sentido de “resumindo”; e “ao contrário” é uma locução adverbial de modo, mas com
    sentido de “contrariamente”, “em sentido contrário”.
    Fontes:
    MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008;
    BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa: atualizada pelo novo Acordo Ortográfico. 37. ed. Rio de Janeiro:
    Nova Fronteira, 2009;
    CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza A. Cochar. Gramática Reflexiva: texto, semântica e interação. Ensino
    Médio. Conforme nova ortografia. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2009;
    CIPRO NETO, Pasquale; INFANTE, Ulisses. Gramática da Língua Portuguesa. 3. ed. São Paulo: Scipione, 2010;
    CUNHA, Celso; CINTRA, Luís F. Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. 6. ed. Rio de Janeiro: Lexikon
    Editora Digital, 2013;
    GARCIA, Othon Moacyr. Comunicação em prosa moderna: Aprenda a escrever, aprendendo a pensar. 27. ed. Rio de
    Janeiro: FGV, 2010.

  • Significado de Com efeito. locução adverbial De maneira efetiva; na verdade, na realidade; de fato; efetivamente, verdadeiramente, realmente: a paz mundial é difícil, com efeito, mas é possível.

     

    Jean Vinicius, apesar de seu raciocínio ser viável, o autor preferiu utilizar um conectivo não com significação conclusiva, mas apenas um conectivo coesivo. Ele pode até ter apresentado idéias conclusivas e sintéticas do restante do texto, mas o conectivo utilizado tem sua significação própria.


ID
1972447
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                             Contra a mera “tolerância” das diferenças

      “É preciso tolerar a diversidade”. Sempre que me defronto com esse tipo de colocação, aparentemente progressista e bem intencionada, fico indignado. Não, não é preciso tolerar.

      “Tolerar”, segundo qualquer dicionário, significa algo como “suportar com indulgência”, ou seja, deixar passar com resignação, ainda que sem consentir expressamente com aquela conduta.

      “Tolerar” o que é diferente consiste, antes de qualquer coisa, em atribuir a “quem tolera” um poder sobre “o que tolera”. Como se este dependesse do consentimento daquele para poder existir. “Quem tolera” acaba visto, ainda, como generoso e benevolente, por dar uma “permissão” como se fosse um favor ou um ato de bondade extrema.

      Esse tipo de discurso, no fundo, nega o direito à existência autônoma do que é diferente dos padrões construídos socialmente. Mais: funciona como um expediente do desejo de estigmatizar o diferente e manter este às margens da cultura hegêmonica, que traça a tênue linha divisória entre o normal e o anormal.

      Tolerar não deve ser celebrada e buscada nem como ideal político e tampouco como virtude individual. Ainda que o argumento liberal enxergue, na tolerância, uma manifestação legítima e até necessária da igualdade moral básica entre os indivíduos, não é esse o seu sentido recorrente nos discursos da política.

      Com efeito, ainda que a defesa liberal-igualitária da tolerância, diante de discussões controversas, postule que se trate de um respeito mútuo em um cenário de imparcialidade das instituições frente a concepções morais mais gerais, isso não pode funcionar em um mundo marcado por graves desigualdades estruturais.

(QUINALHA, Renan. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/2016/02/contra-a-mera-tolerancia-das-diferencas/. Acesso em: 30/03/2016. Trecho.)

Classifique as ideias do texto expostas abaixo com os pressupostos de interpretação a seguir. A seguir, assinale a alternativa que apresenta a classificação correta. (Alguns números podem ser utilizados mais de uma vez ou não serem utilizados).

(1) Fato

(2) Inferência do autor

(3) Opinião do autor


( ) “Tolerar‟ o que é diferente consiste, antes de qualquer coisa, em atribuir a “quem tolera” um poder sobre “o que tolera”. Como se este dependesse do consentimento daquele para poder existir”.

( ) “Tolerar‟, segundo qualquer dicionário, significa algo como “suportar com indulgência”, ou seja, deixar passar com resignação, ainda que sem consentir expressamente com aquela conduta”.

( ) “Mais: funciona como um expediente do desejo de estigmatizar o diferente e manter este às margens da cultura”.

( ) “Tolerar não deve ser celebrada e buscada nem como ideal político e tampouco como virtude individual”.

Alternativas
Comentários
  • Alternativa: C

    “Fato” é tudo aquilo que pode ser observado e verificado no mundo; “inferência” é concluir/deduzir a partir de um
    raciocínio baseado em dados explícitos e implícitos; já “opinião” é a expressão do ponto de vista de autor, condição sine
    qua non para o gênero no qual o texto foi escrito.
    Logo: o primeiro enunciado é uma inferência que o autor faz a partir de dados sobre o verbete “tolerar” constantes em
    dicionários; o segundo enunciado é um fato, uma vez que pode ser verificado em uma consulta ao dicionário; e o
    terceiro o quarto são opiniões do autor, expostas por argumentos com o intuito de convencer seus leitores acerca de
    seu ponto de vista.
    Fontes:
    GARCIA, Othon Moacyr. Comunicação em prosa moderna: Aprenda a escrever, aprendendo a pensar. 27. ed. Rio de
    Janeiro: FGV, 2010;
    CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza A. Cochar; CILEY, Cleto. Interpretação de textos. Construindo
    competências e habilidades em leitura. 2. ed. São Paulo: Atual Editora, 2012;
    KOCH, Ingedore Vilaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2006.

  • Triste.


ID
1972456
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                             Contra a mera “tolerância” das diferenças

      “É preciso tolerar a diversidade”. Sempre que me defronto com esse tipo de colocação, aparentemente progressista e bem intencionada, fico indignado. Não, não é preciso tolerar.

      “Tolerar”, segundo qualquer dicionário, significa algo como “suportar com indulgência”, ou seja, deixar passar com resignação, ainda que sem consentir expressamente com aquela conduta.

      “Tolerar” o que é diferente consiste, antes de qualquer coisa, em atribuir a “quem tolera” um poder sobre “o que tolera”. Como se este dependesse do consentimento daquele para poder existir. “Quem tolera” acaba visto, ainda, como generoso e benevolente, por dar uma “permissão” como se fosse um favor ou um ato de bondade extrema.

      Esse tipo de discurso, no fundo, nega o direito à existência autônoma do que é diferente dos padrões construídos socialmente. Mais: funciona como um expediente do desejo de estigmatizar o diferente e manter este às margens da cultura hegêmonica, que traça a tênue linha divisória entre o normal e o anormal.

      Tolerar não deve ser celebrada e buscada nem como ideal político e tampouco como virtude individual. Ainda que o argumento liberal enxergue, na tolerância, uma manifestação legítima e até necessária da igualdade moral básica entre os indivíduos, não é esse o seu sentido recorrente nos discursos da política.

      Com efeito, ainda que a defesa liberal-igualitária da tolerância, diante de discussões controversas, postule que se trate de um respeito mútuo em um cenário de imparcialidade das instituições frente a concepções morais mais gerais, isso não pode funcionar em um mundo marcado por graves desigualdades estruturais.

(QUINALHA, Renan. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/2016/02/contra-a-mera-tolerancia-das-diferencas/. Acesso em: 30/03/2016. Trecho.)

Segue o mesmo padrão de regência de “...o direito à existência” o exposto em

Alternativas
Comentários
  • Alternativa: A

    O caso exposto apresenta um exemplo de regência nominal, isto é: “relação existente entre um nome e os termos
    regidos por ele, intermediada por preposição”, onde o termo regido leva artigo junto à preposição (a+a). Nesse sentido,
    “estava ansioso para o concerto” segue a mesma regra: “ansioso” (nome/adj.) + “para” (prep.) + “o” (artigo).
    Já em no caso de “nocivo a pessoas cardíacas”, apesar de ser uma regência nominal, a preposição utilizada não vem
    acompanhada de artigo; por fim, os outros dois casos são de regência verbal.
    Fontes:
    BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa: atualizada pelo novo Acordo Ortográfico. 37. ed. Rio de Janeiro:
    Nova Fronteira, 2009;
    CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza A. Cochar. Gramática Reflexiva: texto, semântica e interação. Ensino
    Médio. Conforme nova ortografia. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2009;
    CIPRO NETO, Pasquale; INFANTE, Ulisses. Gramática da Língua Portuguesa. 3. ed. São Paulo: Scipione, 2010.

  • GABARITO CORRETO: LETRA D

     

  • A ou D estão corretas.

    Regência nominal nas duas.


ID
1972462
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                             Contra a mera “tolerância” das diferenças

      “É preciso tolerar a diversidade”. Sempre que me defronto com esse tipo de colocação, aparentemente progressista e bem intencionada, fico indignado. Não, não é preciso tolerar.

      “Tolerar”, segundo qualquer dicionário, significa algo como “suportar com indulgência”, ou seja, deixar passar com resignação, ainda que sem consentir expressamente com aquela conduta.

      “Tolerar” o que é diferente consiste, antes de qualquer coisa, em atribuir a “quem tolera” um poder sobre “o que tolera”. Como se este dependesse do consentimento daquele para poder existir. “Quem tolera” acaba visto, ainda, como generoso e benevolente, por dar uma “permissão” como se fosse um favor ou um ato de bondade extrema.

      Esse tipo de discurso, no fundo, nega o direito à existência autônoma do que é diferente dos padrões construídos socialmente. Mais: funciona como um expediente do desejo de estigmatizar o diferente e manter este às margens da cultura hegêmonica, que traça a tênue linha divisória entre o normal e o anormal.

      Tolerar não deve ser celebrada e buscada nem como ideal político e tampouco como virtude individual. Ainda que o argumento liberal enxergue, na tolerância, uma manifestação legítima e até necessária da igualdade moral básica entre os indivíduos, não é esse o seu sentido recorrente nos discursos da política.

      Com efeito, ainda que a defesa liberal-igualitária da tolerância, diante de discussões controversas, postule que se trate de um respeito mútuo em um cenário de imparcialidade das instituições frente a concepções morais mais gerais, isso não pode funcionar em um mundo marcado por graves desigualdades estruturais.

(QUINALHA, Renan. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/2016/02/contra-a-mera-tolerancia-das-diferencas/. Acesso em: 30/03/2016. Trecho.)

Em “hegêmonica” (4º§) há um erro de acentuação. Considerando o necessário para que haja nela correção gramatical, aponte a alternativa que apresenta outro léxico com a mesma regra de acentuação, mas que esteja acentuado de maneira correta dentro de seu contexto discursivo.

Alternativas
Comentários
  • hegêmonica (errado) --> hegemônica (certo) --> Proparoxítona (todas proparoxítonas são acentuadas)

    Lâmpada --> proparoxítona.

  • Só para uma observação, não é apenas ler a palavra e classificá-la. Fique atento a frase, a alternativa D coloca trânsito e quem passa só o olho batido pode acabar marcando errado, pois na frase a palavra certa seria transito.

  • @O Orfeu obrigada pela explicação, já estava achando que tinham 2 certas hehehehe

  • Alternativa: B

    “Hegemônica” é uma proparoxítona onde a tonicidade está em /mô/ e não em /ge/, como no texto. Do mesmo modo,
    “lâmpada” é uma proparoxítona acentuada.
    Igualmente, “trânsito” (substantivo) é acentuado. No entanto, no contexto discursivo em que se encontra na questão,
    cumpre papel de verbo (“transitar” no presente do indicativo), onde o correto seria “transito”. E, nos casos de “âmbar” e
    “têxtil”, as duas são paroxítonas.
    Fontes:
    BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa: atualizada pelo novo Acordo Ortográfico. 37. ed. Rio de Janeiro:
    Nova Fronteira, 2009;
    CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza A. Cochar. Gramática Reflexiva: texto, semântica e interação. Ensino
    Médio. Conforme nova ortografia. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2009;
    CIPRO NETO, Pasquale; INFANTE, Ulisses. Gramática da Língua Portuguesa. 3. ed. São Paulo: Scipione, 2010;
    CUNHA, Celso; CINTRA, Luís F. Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. 6. ed. Rio de Janeiro: Lexikon
    Editora Digital, 2013.

  • A palavra " Hegêmonica " está escrita de forma incorreta sua forma correta é " Hegenica ". Trata-se de uma palavra proparoxítona onde a sílaba tônica é a antepenúltima.

     

    A palavra das opções que se enquadra nessa mesma regra é a palavra " Lâmpada ", no qual a sílaba tônica é Lâm.

     

    GABARITO: LETRA (B)

    FONTE: http://www.silabas.net/index-pt.php?p=hegem%C3%B4nico

  • Gustavo, passei pela frase e nem li, li apenas a palavra. 

     

    VALEU GAROOTOOOOOOOO 

    BORA PRA CIMA DEELEESSSS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


ID
1972468
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                             Contra a mera “tolerância” das diferenças

      “É preciso tolerar a diversidade”. Sempre que me defronto com esse tipo de colocação, aparentemente progressista e bem intencionada, fico indignado. Não, não é preciso tolerar.

      “Tolerar”, segundo qualquer dicionário, significa algo como “suportar com indulgência”, ou seja, deixar passar com resignação, ainda que sem consentir expressamente com aquela conduta.

      “Tolerar” o que é diferente consiste, antes de qualquer coisa, em atribuir a “quem tolera” um poder sobre “o que tolera”. Como se este dependesse do consentimento daquele para poder existir. “Quem tolera” acaba visto, ainda, como generoso e benevolente, por dar uma “permissão” como se fosse um favor ou um ato de bondade extrema.

      Esse tipo de discurso, no fundo, nega o direito à existência autônoma do que é diferente dos padrões construídos socialmente. Mais: funciona como um expediente do desejo de estigmatizar o diferente e manter este às margens da cultura hegêmonica, que traça a tênue linha divisória entre o normal e o anormal.

      Tolerar não deve ser celebrada e buscada nem como ideal político e tampouco como virtude individual. Ainda que o argumento liberal enxergue, na tolerância, uma manifestação legítima e até necessária da igualdade moral básica entre os indivíduos, não é esse o seu sentido recorrente nos discursos da política.

      Com efeito, ainda que a defesa liberal-igualitária da tolerância, diante de discussões controversas, postule que se trate de um respeito mútuo em um cenário de imparcialidade das instituições frente a concepções morais mais gerais, isso não pode funcionar em um mundo marcado por graves desigualdades estruturais.

(QUINALHA, Renan. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/2016/02/contra-a-mera-tolerancia-das-diferencas/. Acesso em: 30/03/2016. Trecho.)

Assinale a alternativa que apresenta todas as separações silábicas corretas.

Alternativas
Comentários
  • Alternativa: D

    No caso de “atribuir”, o correto seria: “a-tri-bu-ir”; em “construídos: “cons-tru-í-dos”; e em “desigualdade”: “de-si-gual-dade”.
    Fontes:
    BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa: atualizada pelo novo Acordo Ortográfico. 37. ed. Rio de Janeiro:
    Nova Fronteira, 2009;
    CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza A. Cochar. Gramática Reflexiva: texto, semântica e interação. Ensino
    Médio. Conforme nova ortografia. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2009;
    CIPRO NETO, Pasquale; INFANTE, Ulisses. Gramática da Língua Portuguesa. 3. ed. São Paulo: Scipione, 2010;
    CUNHA, Celso; CINTRA, Luís F. Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. 6. ed. Rio de Janeiro: Lexikon
    Editora Digital, 2013.

  • * Diversidade: di-ver-si-da-de/Atribuir: a-tri-bu-ir/Significa: sig-ni-fi-ca;

    * Defronto: de-fron-to/Aparentemente: a-pa-ren-te-men-te/Construídos: con-stru-í-dos;

    Desigualdades: de-si-gual-da-des/Benevolente: be-ne-vo-len-te/Consiste: con-sis-te; 

    Progressista: pro-gres-sis-ta/Consentimento: con-sen-ti-men-to/Discursos: dis-cur-sos. (é a letra correta)


ID
1972471
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                             Contra a mera “tolerância” das diferenças

      “É preciso tolerar a diversidade”. Sempre que me defronto com esse tipo de colocação, aparentemente progressista e bem intencionada, fico indignado. Não, não é preciso tolerar.

      “Tolerar”, segundo qualquer dicionário, significa algo como “suportar com indulgência”, ou seja, deixar passar com resignação, ainda que sem consentir expressamente com aquela conduta.

      “Tolerar” o que é diferente consiste, antes de qualquer coisa, em atribuir a “quem tolera” um poder sobre “o que tolera”. Como se este dependesse do consentimento daquele para poder existir. “Quem tolera” acaba visto, ainda, como generoso e benevolente, por dar uma “permissão” como se fosse um favor ou um ato de bondade extrema.

      Esse tipo de discurso, no fundo, nega o direito à existência autônoma do que é diferente dos padrões construídos socialmente. Mais: funciona como um expediente do desejo de estigmatizar o diferente e manter este às margens da cultura hegêmonica, que traça a tênue linha divisória entre o normal e o anormal.

      Tolerar não deve ser celebrada e buscada nem como ideal político e tampouco como virtude individual. Ainda que o argumento liberal enxergue, na tolerância, uma manifestação legítima e até necessária da igualdade moral básica entre os indivíduos, não é esse o seu sentido recorrente nos discursos da política.

      Com efeito, ainda que a defesa liberal-igualitária da tolerância, diante de discussões controversas, postule que se trate de um respeito mútuo em um cenário de imparcialidade das instituições frente a concepções morais mais gerais, isso não pode funcionar em um mundo marcado por graves desigualdades estruturais.

(QUINALHA, Renan. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/2016/02/contra-a-mera-tolerancia-das-diferencas/. Acesso em: 30/03/2016. Trecho.)

Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma abaixo sobre as classes de palavras no contexto do texto. A seguir, marque a opção com a sequência correta.

( ) A palavra “este”, utilizada nos 3º e 4º parágrafos, cumpre, nos dois casos, o mesmo papel de pronome demonstrativo.

( ) “Favor” e “bondade”, que ocorrem no 3º parágrafo, são igualmente substantivos. O primeiro masculino e o segundo feminino.

( ) O termo “o”, em suas duas ocorrências, assim como “uma”, ambos no 5º parágrafo, são artigo indefinido e definido, respectivamente.

( ) “Ainda”, nas duas locuções do 5º e do 6º parágrafo, assume o papel de advérbio de tempo.

Alternativas
Comentários
  • Alternativa: A

    A primeira afirmativa é verdadeira: Os dois usos de “este” no texto lembram ao leitor do que já foi mencionado, em
    função anafórica.

    A segunda afirmativa é verdadeira: No que se refere à função das palavras, o substantivo serve de núcleo, dentre
    outros, do objeto direto e do indireto, como é o caso de “favor” e “bondade”.

    A terceira afirmativa é falsa: Pois o artigo “o” é definido e “uma” é indefinido, o contrário da afirmação.

    A quarta afirmativa é falsa: Em verdade, “ainda” procedida da partícula “que” forma uma locução conjuntiva, com
    sentido de “embora”.

    Fontes:
    BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa: atualizada pelo novo Acordo Ortográfico. 37. ed. Rio de Janeiro:
    Nova Fronteira, 2009;
    CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza A. Cochar. Gramática Reflexiva: texto, semântica e interação. Ensino
    Médio. Conforme nova ortografia. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2009;
    CIPRO NETO, Pasquale; INFANTE, Ulisses. Gramática da Língua Portuguesa. 3. ed. São Paulo: Scipione, 2010;
    CUNHA, Celso; CINTRA, Luís F. Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. 6. ed. Rio de Janeiro: Lexikon
    Editora Digital, 2013.

  • Não concordo que a primeira alternativa seja verdadeira, apesar de ter acertado a questão. A própria justificativa de gabarito apresentada pela banca examinadora e citada pelo colega Agon Smith aduz que o "este" exerce função anáfórica e, por tal razão, não seria considerado pronome demonstrativo mas sim pronome relativo no contexto apresentado.

    Os termos "este" não estão demonstrando nada em nenhum dos parágrafos citados, mas sim retomando termos anteriormente citados.

    Posso estar equivocada, mas é a opinião que tive.

    Qq coisa avisem inbox.

    Bons estudos a todos.

  • Não concordo! ESTE é catáforico, não anaforico como foi mencionado

  • OBS: "Este" sempre será um pronome demonstrativo.

    "ainda que" é uma locução conjuntiva concessiva.


ID
1972474
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa. Pasmo e desolo-me. O meu instinto de perfeição deveria inibir-me de acabar; deveria inibir-me até de dar começo. Mas distraio-me e faço. O que consigo é um produto, em mim, não de uma aplicação de vontade, mas de uma cedência dela. Começo porque não tenho força para pensar; acabo porque não tenho alma para suspender. Este livro é a minha cobardia.

      A razão por que tantas vezes interrompo um pensamento com um trecho de paisagem, que de algum modo se integra no esquema, real ou suposto, das minhas impressões, é que essa paisagem é uma porta por onde fujo ao conhecimento da minha impotência criadora. Tenho a necessidade, em meio das conversas comigo que formam as palavras deste livro, de falar de repente com outra pessoa, e dirijo-me à luz que paira, como agora, sobre os telhados das casas, que parecem molhados de tê-la de lado; ao agitar brando das árvores altas na encosta citadina, que parecem perto, numa possibilidade de desabamento mudo; aos cartazes sobrepostos das casas ingremadas, com janelas por letras onde o sol morto doira goma húmida.

      Por que escrevo, se não escrevo melhor? Mas que seria de mim se não escrevesse o que consigo escrever, por inferior a mim mesmo que nisso seja? Sou um plebeu da aspiração, porque tento realizar; não ouso o silêncio como quem receia um quarto escuro. Sou como os que prezam a medalha mais que o esforço, e gozam a glória na peliça [...].

      Escrever, sim, é perder-me, mas todos se perdem, porque tudo é perda. Porém eu perco-me sem alegria, não como o rio na foz para que nasceu incógnito, mas como o lago feito na praia pela maré alta, e cuja água sumida nunca mais regressa ao mar.

(PESSOA, Fernando. Livro do Desassossego: composto por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa. Org. Richard Zenith. 3ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.)

A partir da leitura do texto, julgue os itens abaixo.

I. O sujeito que se apresenta pelo texto afirma que, em virtude de seu espírito de perfeição, ele jamais inicia ou termina alguma coisa.

II. Durante o ato de escrita, o sujeito tem a necessidade de falar com outra pessoa que não consigo mesmo.

III. O ato de escrita, para esse sujeito, é um processo penoso e triste, onde ele se perde e se sente isolado do mundo.

Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s)

Alternativas
Comentários
  • Alternativa: D

    (I) ERRADA: A afirmação parte de “Pasmo e desolo-me. O meu instinto de perfeição deveria inibir-me de acabar; deveria inibir-me
    até de dar começo. Mas distraio-me e faço” (1º§). No entanto, o texto coloca o verbo no futuro do pretérito, isto é,
    “deveria inibir”, mas não inibiu, o que acarreta na prática da ação colocada, no caso: iniciar / finalizar algo.
    (II) CORRETA: É paráfrase do trecho: “Tenho a necessidade, em meio das conversas comigo que formam as palavras deste livro,
    de falar de repente com outra pessoa” (2º§).
    (III) CORRETA: Tem sua correspondência em: “Escrever, sim, é perder-me, mas todos se perdem, porque tudo é perda. Porém eu
    perco-me sem alegria, não como o rio na foz para que nasceu incógnito, mas como o lago feito na praia pela maré alta,
    e cuja água sumida nunca mais regressa ao mar” (4º§). Nesse sentido, assim como a água da maré alta se isola do mar
    formando um lago, o poeta também se isola do mundo quando escreve.
    Fonte:
    O próprio texto.

  • De qual trecho infere-se que o processo é penoso? Triste, sim, mas penoso, não. Errei, mas valeu a leitura. =P

  • Não entendi o penoso tb, aí errei


ID
1972477
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa. Pasmo e desolo-me. O meu instinto de perfeição deveria inibir-me de acabar; deveria inibir-me até de dar começo. Mas distraio-me e faço. O que consigo é um produto, em mim, não de uma aplicação de vontade, mas de uma cedência dela. Começo porque não tenho força para pensar; acabo porque não tenho alma para suspender. Este livro é a minha cobardia.

      A razão por que tantas vezes interrompo um pensamento com um trecho de paisagem, que de algum modo se integra no esquema, real ou suposto, das minhas impressões, é que essa paisagem é uma porta por onde fujo ao conhecimento da minha impotência criadora. Tenho a necessidade, em meio das conversas comigo que formam as palavras deste livro, de falar de repente com outra pessoa, e dirijo-me à luz que paira, como agora, sobre os telhados das casas, que parecem molhados de tê-la de lado; ao agitar brando das árvores altas na encosta citadina, que parecem perto, numa possibilidade de desabamento mudo; aos cartazes sobrepostos das casas ingremadas, com janelas por letras onde o sol morto doira goma húmida.

      Por que escrevo, se não escrevo melhor? Mas que seria de mim se não escrevesse o que consigo escrever, por inferior a mim mesmo que nisso seja? Sou um plebeu da aspiração, porque tento realizar; não ouso o silêncio como quem receia um quarto escuro. Sou como os que prezam a medalha mais que o esforço, e gozam a glória na peliça [...].

      Escrever, sim, é perder-me, mas todos se perdem, porque tudo é perda. Porém eu perco-me sem alegria, não como o rio na foz para que nasceu incógnito, mas como o lago feito na praia pela maré alta, e cuja água sumida nunca mais regressa ao mar.

(PESSOA, Fernando. Livro do Desassossego: composto por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa. Org. Richard Zenith. 3ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.)

Considerando o contexto em que foi aplicada, a palavra “cedência” (1º§) tem o sentido de

Alternativas
Comentários
  • Alternativa: B

    Considerando o contexto que justifica a utilização lexical, “cedência” é substantivo feminino (forma nominativa) do verbo
    “ceder”. Nesse sentido, dentro do contexto aplicado, o sujeito da enunciação afirma que cede (faz “cessão”) à sua
    vontade de produzir alguma coisa, que resulta em “um produto” dessa cessão.
    Sobre “cadência: o texto seque traz a noção de “ritmo descompassado”; “necessidade”: o texto não atrela a vontade do
    sujeito à sua perfeição, o que invalida a alternativa; além disso “necessidade” não pode ser tomada como sinônimo de
    “cedência” nesse contexto; “renúncia”: apesar de o termo em discussão na questão, em determinados contextos, ter
    sentido de “renunciar”, a continuação da alternativa coloca que o sujeito “escolhe suas obrigações”, o que não é
    postulado no texto.
    Fontes:
    O próprio texto.
    KOCH, Ingedore Vilaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2006;
    CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza A. Cochar; CILEY, Cleto. Interpretação de textos. Construindo
    competências e habilidades em leitura. 2. ed. São Paulo: Atual Editora, 2012.


ID
1972480
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa. Pasmo e desolo-me. O meu instinto de perfeição deveria inibir-me de acabar; deveria inibir-me até de dar começo. Mas distraio-me e faço. O que consigo é um produto, em mim, não de uma aplicação de vontade, mas de uma cedência dela. Começo porque não tenho força para pensar; acabo porque não tenho alma para suspender. Este livro é a minha cobardia.

      A razão por que tantas vezes interrompo um pensamento com um trecho de paisagem, que de algum modo se integra no esquema, real ou suposto, das minhas impressões, é que essa paisagem é uma porta por onde fujo ao conhecimento da minha impotência criadora. Tenho a necessidade, em meio das conversas comigo que formam as palavras deste livro, de falar de repente com outra pessoa, e dirijo-me à luz que paira, como agora, sobre os telhados das casas, que parecem molhados de tê-la de lado; ao agitar brando das árvores altas na encosta citadina, que parecem perto, numa possibilidade de desabamento mudo; aos cartazes sobrepostos das casas ingremadas, com janelas por letras onde o sol morto doira goma húmida.

      Por que escrevo, se não escrevo melhor? Mas que seria de mim se não escrevesse o que consigo escrever, por inferior a mim mesmo que nisso seja? Sou um plebeu da aspiração, porque tento realizar; não ouso o silêncio como quem receia um quarto escuro. Sou como os que prezam a medalha mais que o esforço, e gozam a glória na peliça [...].

      Escrever, sim, é perder-me, mas todos se perdem, porque tudo é perda. Porém eu perco-me sem alegria, não como o rio na foz para que nasceu incógnito, mas como o lago feito na praia pela maré alta, e cuja água sumida nunca mais regressa ao mar.

(PESSOA, Fernando. Livro do Desassossego: composto por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa. Org. Richard Zenith. 3ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.)

Preencha as lacunas abaixo e, em seguida, assinale a alternativa correta.

No trecho “... aos cartazes sobrepostos das casas ingremadas, com janelas por letras onde o sol morto doira goma húmida” (2º§), as palavras sublinhadas podem ser entendidas por suas estruturas e contexto em que se inserem, significando, respectivamente _______________ e _______________.

Alternativas
Comentários
  • Alternativa: D

    Considerando os morfemas das duas palavras, em sua relação com os sons que emitem, bem como com a situação
    contextual, há de se considerar, na primeira, o radical ingrem- e, na segunda, (h)úmid-, o que sinaliza para o sentido das
    palavras. Do mesmo modo, a situação de aplicação lexical sinaliza para a classe a que pertencem, uma vez que estão
    qualificando sujeitos.
    Nesse sentido, “ingremada” é uma construção morfológica proposta pelo autor do texto que significa “íngreme”, no
    sentido de “foram ingremadas”. E “húmida” é a forma aportuguesada de “úmida” (sonoramente idênticas), que significa
    “um pouco úmida/molhada.
    Fontes:
    CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza A. Cochar; CILEY, Cleto. Interpretação de textos. Construindo
    competências e habilidades em leitura. 2. ed. São Paulo: Atual Editora, 2012;
    KOCH, Ingedore Vilaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2006;
    BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa: atualizada pelo novo Acordo Ortográfico. 37. ed. Rio de Janeiro:
    Nova Fronteira, 2009;
    CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza A. Cochar. Gramática Reflexiva: texto, semântica e interação. Ensino
    Médio. Conforme nova ortografia. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2009;
    CIPRO NETO, Pasquale; INFANTE, Ulisses. Gramática da Língua Portuguesa. 3. ed. São Paulo: Scipione, 2010;
    CUNHA, Celso; CINTRA, Luís F. Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. 6. ed. Rio de Janeiro: Lexikon
    Editora Digital, 2013.

  • Por dedução, cartazes em casas ingremadas. Por intuição pra que colocar cartazes em casas sem gramados? Então pela lógica só pode ser íngremes.


ID
1972483
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa. Pasmo e desolo-me. O meu instinto de perfeição deveria inibir-me de acabar; deveria inibir-me até de dar começo. Mas distraio-me e faço. O que consigo é um produto, em mim, não de uma aplicação de vontade, mas de uma cedência dela. Começo porque não tenho força para pensar; acabo porque não tenho alma para suspender. Este livro é a minha cobardia.

      A razão por que tantas vezes interrompo um pensamento com um trecho de paisagem, que de algum modo se integra no esquema, real ou suposto, das minhas impressões, é que essa paisagem é uma porta por onde fujo ao conhecimento da minha impotência criadora. Tenho a necessidade, em meio das conversas comigo que formam as palavras deste livro, de falar de repente com outra pessoa, e dirijo-me à luz que paira, como agora, sobre os telhados das casas, que parecem molhados de tê-la de lado; ao agitar brando das árvores altas na encosta citadina, que parecem perto, numa possibilidade de desabamento mudo; aos cartazes sobrepostos das casas ingremadas, com janelas por letras onde o sol morto doira goma húmida.

      Por que escrevo, se não escrevo melhor? Mas que seria de mim se não escrevesse o que consigo escrever, por inferior a mim mesmo que nisso seja? Sou um plebeu da aspiração, porque tento realizar; não ouso o silêncio como quem receia um quarto escuro. Sou como os que prezam a medalha mais que o esforço, e gozam a glória na peliça [...].

      Escrever, sim, é perder-me, mas todos se perdem, porque tudo é perda. Porém eu perco-me sem alegria, não como o rio na foz para que nasceu incógnito, mas como o lago feito na praia pela maré alta, e cuja água sumida nunca mais regressa ao mar.

(PESSOA, Fernando. Livro do Desassossego: composto por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa. Org. Richard Zenith. 3ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.)

Avalie as afirmativas abaixo acerca de itens coesivos presentes no texto.


I. Em “Este livro...” (1º§) o termo em destaque se refere ao próprio livro em que o texto foi colocado, uma vez que ele está “próximo”.

II. No trecho “A razão por que tantas...” (2º§) a parte destacada, em verdade, cumpre o sentido da conjunção “porque”.

III. Em “Porém eu perco-me...” e “mas como...” (4º§) os termos em destaque poderiam ser permutados sem ocasionar perda de sentido para o texto.


Estão corretas as afirmativas

Alternativas
Comentários
  • Alternativa: B

    (I) O termo “este” é utilizado para fazer referência a objetos que estão próximos do sujeito em 1ª pessoa. O que ocorre
    no caso contextual em tela é justamente isso, em uma metalinguagem do próprio ato de escrita (tema do excerto).
    (II) A parte em destaque justifica o “porquê” de o autor interromper “um pensamento com um trecho de paisagem”: “é
    que essa paisagem é uma porta por onde fujo ao conhecimento da minha impotência criadora”, logo, tem papel de
    conjunção e não de preposição + pronome, como colocado no texto.
    (III) O “mas”, além de ser utilizado em paralelismo sintático (“não como” / “mas como”), neste caso cumpre papel de
    retificação, além da ideia básica de oposição (como é o caso de “porém”): o sujeito perde-se “sem alegria”, “não
    [simplesmente] como o rio na foz para que nasceu incógnito”, mas sim, de maneira retificativa, “como o lago feito na
    praia...”. Em virtude disso, a troca ocasionaria a quebra do paralelismo sintático e o fim da função retificativa.
    Fontes:
    CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza A. Cochar; CILEY, Cleto. Interpretação de textos. Construindo
    competências e habilidades em leitura. 2. ed. São Paulo: Atual Editora, 2012;
    GARCIA, Othon Moacyr. Comunicação em prosa moderna: Aprenda a escrever, aprendendo a pensar. 27. ed. Rio de
    Janeiro: FGV, 2010;
    BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa: atualizada pelo novo Acordo Ortográfico. 37. ed. Rio de Janeiro:
    Nova Fronteira, 2009;
    CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza A. Cochar. Gramática Reflexiva: texto, semântica e interação. Ensino
    Médio. Conforme nova ortografia. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2009;
    CIPRO NETO, Pasquale; INFANTE, Ulisses. Gramática da Língua Portuguesa. 3. ed. São Paulo: Scipione, 2010;
    CUNHA, Celso; CINTRA, Luís F. Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. 6. ed. Rio de Janeiro: Lexikon
    Editora Digital, 2013.


ID
1972486
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa. Pasmo e desolo-me. O meu instinto de perfeição deveria inibir-me de acabar; deveria inibir-me até de dar começo. Mas distraio-me e faço. O que consigo é um produto, em mim, não de uma aplicação de vontade, mas de uma cedência dela. Começo porque não tenho força para pensar; acabo porque não tenho alma para suspender. Este livro é a minha cobardia.

      A razão por que tantas vezes interrompo um pensamento com um trecho de paisagem, que de algum modo se integra no esquema, real ou suposto, das minhas impressões, é que essa paisagem é uma porta por onde fujo ao conhecimento da minha impotência criadora. Tenho a necessidade, em meio das conversas comigo que formam as palavras deste livro, de falar de repente com outra pessoa, e dirijo-me à luz que paira, como agora, sobre os telhados das casas, que parecem molhados de tê-la de lado; ao agitar brando das árvores altas na encosta citadina, que parecem perto, numa possibilidade de desabamento mudo; aos cartazes sobrepostos das casas ingremadas, com janelas por letras onde o sol morto doira goma húmida.

      Por que escrevo, se não escrevo melhor? Mas que seria de mim se não escrevesse o que consigo escrever, por inferior a mim mesmo que nisso seja? Sou um plebeu da aspiração, porque tento realizar; não ouso o silêncio como quem receia um quarto escuro. Sou como os que prezam a medalha mais que o esforço, e gozam a glória na peliça [...].

      Escrever, sim, é perder-me, mas todos se perdem, porque tudo é perda. Porém eu perco-me sem alegria, não como o rio na foz para que nasceu incógnito, mas como o lago feito na praia pela maré alta, e cuja água sumida nunca mais regressa ao mar.

(PESSOA, Fernando. Livro do Desassossego: composto por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa. Org. Richard Zenith. 3ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.)

No processamento desse texto, deve-se recorrer, para compreender os meios coesivos utilizados, ao sistema de conhecimento

Alternativas
Comentários
  • Alternativa: C

    “Processamento textual” são as estratégias para compreensão do texto. Diante de um texto, o leitor realiza passos
    interpretativos com uma finalidade específica. Dessa forma, o “conhecimento linguístico” abrange o conhecimento
    gramatical e lexical (como os conectivos/meios coesivos); “Conhecimento enciclopédico” se liga aos conhecimentos
    gerais sobre o mundo; “Conhecimento interacional” é a forma de interação com a linguagem colocada; e “conhecimento
    ilocucional” está contido em “conhecimento interacional” e diz respeito ao reconhecimento aos objetivos do autor do
    texto.
    Fonte:
    KOCH, Ingedore Vilaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2006.

  • Reconhecer os elementos coesivos de um texto exige o conhecimento LINGUÍSTICO.


ID
1972492
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa. Pasmo e desolo-me. O meu instinto de perfeição deveria inibir-me de acabar; deveria inibir-me até de dar começo. Mas distraio-me e faço. O que consigo é um produto, em mim, não de uma aplicação de vontade, mas de uma cedência dela. Começo porque não tenho força para pensar; acabo porque não tenho alma para suspender. Este livro é a minha cobardia.

      A razão por que tantas vezes interrompo um pensamento com um trecho de paisagem, que de algum modo se integra no esquema, real ou suposto, das minhas impressões, é que essa paisagem é uma porta por onde fujo ao conhecimento da minha impotência criadora. Tenho a necessidade, em meio das conversas comigo que formam as palavras deste livro, de falar de repente com outra pessoa, e dirijo-me à luz que paira, como agora, sobre os telhados das casas, que parecem molhados de tê-la de lado; ao agitar brando das árvores altas na encosta citadina, que parecem perto, numa possibilidade de desabamento mudo; aos cartazes sobrepostos das casas ingremadas, com janelas por letras onde o sol morto doira goma húmida.

      Por que escrevo, se não escrevo melhor? Mas que seria de mim se não escrevesse o que consigo escrever, por inferior a mim mesmo que nisso seja? Sou um plebeu da aspiração, porque tento realizar; não ouso o silêncio como quem receia um quarto escuro. Sou como os que prezam a medalha mais que o esforço, e gozam a glória na peliça [...].

      Escrever, sim, é perder-me, mas todos se perdem, porque tudo é perda. Porém eu perco-me sem alegria, não como o rio na foz para que nasceu incógnito, mas como o lago feito na praia pela maré alta, e cuja água sumida nunca mais regressa ao mar.

(PESSOA, Fernando. Livro do Desassossego: composto por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa. Org. Richard Zenith. 3ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.)

Em “...é que essa paisagem é uma porta por onde fujo ao conhecimento da minha impotência criadora”, a palavra destacada tem como sinônimo:

Alternativas
Comentários
  • Alternativa: B

    A “sinonímia” é o fato de haver mais de uma palavra com semelhante significação, podendo uma estar no lugar da outra
    em determinado contexto. Logo, há de se considerar sempre o contexto de aplicação do léxico.
    Assim sendo, “porta”, no texto em análise, apresenta sentido de “passagem”, pois é o “por onde” o sujeito passa para
    fugir. De outro modo, “esconderijo” e “morada”, no contexto, são “locais” onde se chegaria após a fuga e não o meio
    pelo qual se foge.
    Já “recurso” não se aplica, uma vez que é sinônimo de “porta” apenas quando esta tem sentido de “expediente” (um
    expediente para...). Em outros termos, no caso em análise, o léxico é uma metáfora de “por onde” e não “como” se
    transita (onde poderia se usar “recurso”, como expediente).
    Fontes:
    BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa: atualizada pelo novo Acordo Ortográfico. 37. ed. Rio de Janeiro:
    Nova Fronteira, 2009;
    CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza A. Cochar. Gramática Reflexiva: texto, semântica e interação. Ensino
    Médio. Conforme nova ortografia. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2009;


ID
1972495
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa. Pasmo e desolo-me. O meu instinto de perfeição deveria inibir-me de acabar; deveria inibir-me até de dar começo. Mas distraio-me e faço. O que consigo é um produto, em mim, não de uma aplicação de vontade, mas de uma cedência dela. Começo porque não tenho força para pensar; acabo porque não tenho alma para suspender. Este livro é a minha cobardia.

      A razão por que tantas vezes interrompo um pensamento com um trecho de paisagem, que de algum modo se integra no esquema, real ou suposto, das minhas impressões, é que essa paisagem é uma porta por onde fujo ao conhecimento da minha impotência criadora. Tenho a necessidade, em meio das conversas comigo que formam as palavras deste livro, de falar de repente com outra pessoa, e dirijo-me à luz que paira, como agora, sobre os telhados das casas, que parecem molhados de tê-la de lado; ao agitar brando das árvores altas na encosta citadina, que parecem perto, numa possibilidade de desabamento mudo; aos cartazes sobrepostos das casas ingremadas, com janelas por letras onde o sol morto doira goma húmida.

      Por que escrevo, se não escrevo melhor? Mas que seria de mim se não escrevesse o que consigo escrever, por inferior a mim mesmo que nisso seja? Sou um plebeu da aspiração, porque tento realizar; não ouso o silêncio como quem receia um quarto escuro. Sou como os que prezam a medalha mais que o esforço, e gozam a glória na peliça [...].

      Escrever, sim, é perder-me, mas todos se perdem, porque tudo é perda. Porém eu perco-me sem alegria, não como o rio na foz para que nasceu incógnito, mas como o lago feito na praia pela maré alta, e cuja água sumida nunca mais regressa ao mar.

(PESSOA, Fernando. Livro do Desassossego: composto por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa. Org. Richard Zenith. 3ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.)

Assinale a alternativa onde o verbo não segue a mesma regra de regência dos demais, considerando seus contextos

Alternativas
Comentários
  • Alternativa: A

    As palavras em uma oração são normalmente interdependentes, isto é, relacionam-se entre si. Quando uma serve de
    complemento a outra denomina-se “regência” e, no caso de a ligação ser entre um verbo com seu complemento, ocorre
    a “regência verbal”, sobretudo nos casos em que os verbos são transitivos.

    No caso da questão, “falar” tem transitividade indireta o que solicita uma preposição, no caso “com”, após a locução
    adverbial (“adjunto adverbial”, na esfera sintática).
    De outro modo, as demais alternativas trazem, todas, verbos com transitividade direta, sem a exigência de preposição.
    Assim, seus complementos são palavras de valor substantivo precedidas de seus respectivos artigos (“um” e “o”).
    Fontes:
    BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa: atualizada pelo novo Acordo Ortográfico. 37. ed. Rio de Janeiro:
    Nova Fronteira, 2009;
    CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza A. Cochar. Gramática Reflexiva: texto, semântica e interação. Ensino
    Médio. Conforme nova ortografia. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2009;
    CUNHA, Celso; CINTRA, Luís F. Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. 6. ed. Rio de Janeiro: Lexikon
    Editora Digital, 2013.

  • interromper está, nesse contexto, bitransitivo: "A razão por que tantas vezes interrompo um pensamento com um trecho de paisagem".

    logo, não tem resposta certa


ID
1972501
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa. Pasmo e desolo-me. O meu instinto de perfeição deveria inibir-me de acabar; deveria inibir-me até de dar começo. Mas distraio-me e faço. O que consigo é um produto, em mim, não de uma aplicação de vontade, mas de uma cedência dela. Começo porque não tenho força para pensar; acabo porque não tenho alma para suspender. Este livro é a minha cobardia.

      A razão por que tantas vezes interrompo um pensamento com um trecho de paisagem, que de algum modo se integra no esquema, real ou suposto, das minhas impressões, é que essa paisagem é uma porta por onde fujo ao conhecimento da minha impotência criadora. Tenho a necessidade, em meio das conversas comigo que formam as palavras deste livro, de falar de repente com outra pessoa, e dirijo-me à luz que paira, como agora, sobre os telhados das casas, que parecem molhados de tê-la de lado; ao agitar brando das árvores altas na encosta citadina, que parecem perto, numa possibilidade de desabamento mudo; aos cartazes sobrepostos das casas ingremadas, com janelas por letras onde o sol morto doira goma húmida.

      Por que escrevo, se não escrevo melhor? Mas que seria de mim se não escrevesse o que consigo escrever, por inferior a mim mesmo que nisso seja? Sou um plebeu da aspiração, porque tento realizar; não ouso o silêncio como quem receia um quarto escuro. Sou como os que prezam a medalha mais que o esforço, e gozam a glória na peliça [...].

      Escrever, sim, é perder-me, mas todos se perdem, porque tudo é perda. Porém eu perco-me sem alegria, não como o rio na foz para que nasceu incógnito, mas como o lago feito na praia pela maré alta, e cuja água sumida nunca mais regressa ao mar.

(PESSOA, Fernando. Livro do Desassossego: composto por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa. Org. Richard Zenith. 3ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.)

Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa. Pasmo e desolo-me. O meu instinto de perfeição deveria inibir-me de acabar.”

Como ficariam as palavras destacadas no trecho acima, mantendo a coerência estilística do autor e o mesmo tempo verbal, caso seu sujeito fosse a primeira pessoa do plural?

Alternativas
Comentários
  • Alternativa: A

    A primeira pessoa do plural é o “nós”. Nesse sentido, todos os verbos conjugados, bem como o pronome demonstrativo,
    deveriam, para atender ao solicitado pela questão, concordar nesta pessoa do indicativo (como no original), o que
    ocorre na alternativa correta. Repare-se, todavia, que “acabar” no trecho original não está conjugado, isto é, não está
    concordando em pessoa com o sujeito da/o oração/texto, uma vez que aparece em sua forma infinitiva-nominativa por
    ser objeto de “inibir”.
    Fontes:
    BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa: atualizada pelo novo Acordo Ortográfico. 37. ed. Rio de Janeiro:
    Nova Fronteira, 2009;
    CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza A. Cochar. Gramática Reflexiva: texto, semântica e interação. Ensino
    Médio. Conforme nova ortografia. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2009;
    CIPRO NETO, Pasquale; INFANTE, Ulisses. Gramática da Língua Portuguesa. 3. ed. São Paulo: Scipione, 2010.

  • Se viesse assim:

    A) Pasmamos / acabamos / desolamo-nos / nosso / inibirmo-nos / acabar.

    B) Pasmamos / acabamos / desolamo-nos / nosso / inibirmo-nos / acabARMOS

    Qual seria a correta?

  • Que associação é essa jovem Robson?

  • quero saber o por que "acabEMOS", estar errado? :/
  • também quero saber

  • Geralmente virá sem agente da passiva, mas não é regra. Fonte gramática Claiton Natal 3ª ed. pág. 336


ID
1972504
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa. Pasmo e desolo-me. O meu instinto de perfeição deveria inibir-me de acabar; deveria inibir-me até de dar começo. Mas distraio-me e faço. O que consigo é um produto, em mim, não de uma aplicação de vontade, mas de uma cedência dela. Começo porque não tenho força para pensar; acabo porque não tenho alma para suspender. Este livro é a minha cobardia.

      A razão por que tantas vezes interrompo um pensamento com um trecho de paisagem, que de algum modo se integra no esquema, real ou suposto, das minhas impressões, é que essa paisagem é uma porta por onde fujo ao conhecimento da minha impotência criadora. Tenho a necessidade, em meio das conversas comigo que formam as palavras deste livro, de falar de repente com outra pessoa, e dirijo-me à luz que paira, como agora, sobre os telhados das casas, que parecem molhados de tê-la de lado; ao agitar brando das árvores altas na encosta citadina, que parecem perto, numa possibilidade de desabamento mudo; aos cartazes sobrepostos das casas ingremadas, com janelas por letras onde o sol morto doira goma húmida.

      Por que escrevo, se não escrevo melhor? Mas que seria de mim se não escrevesse o que consigo escrever, por inferior a mim mesmo que nisso seja? Sou um plebeu da aspiração, porque tento realizar; não ouso o silêncio como quem receia um quarto escuro. Sou como os que prezam a medalha mais que o esforço, e gozam a glória na peliça [...].

      Escrever, sim, é perder-me, mas todos se perdem, porque tudo é perda. Porém eu perco-me sem alegria, não como o rio na foz para que nasceu incógnito, mas como o lago feito na praia pela maré alta, e cuja água sumida nunca mais regressa ao mar.

(PESSOA, Fernando. Livro do Desassossego: composto por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa. Org. Richard Zenith. 3ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.)

A razão por que tantas vezes interrompo um pensamento com um trecho de paisagem, que de algum modo se integra no esquema, real ou suposto, das minhas impressões...” (2º§) as vírgulas que separam “real ou suposto” encontram a mesma correspondência de utilização em:

Alternativas
Comentários
  • Alternativa: C

    O trecho “real ou imposto” amplia o esquema referido no texto, cumprindo papel sintático de aposto. Da mesma forma
    que em “Em minha cidade...”, onde “Florianópolis” aclara a cidade da qual se fala.
    Nas outras afirmativas ocorrem vocativos (termo sintático que serve para nomear um interlocutor ao qual se dirige a
    palavra): “Larissa, me procure...” e “Cuidado, Matheus, para...”; e oração subordinada (onde há presença de verbo:
    “César, antes de ir à...”.
    Fontes:
    BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa: atualizada pelo novo Acordo Ortográfico. 37. ed. Rio de Janeiro:
    Nova Fronteira, 2009;
    CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza A. Cochar. Gramática Reflexiva: texto, semântica e interação. Ensino
    Médio. Conforme nova ortografia. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2009;
    CIPRO NETO, Pasquale; INFANTE, Ulisses. Gramática da Língua Portuguesa. 3. ed. São Paulo: Scipione, 2010;
    CUNHA, Celso; CINTRA, Luís F. Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. 6. ed. Rio de Janeiro: Lexikon
    Editora Digital, 2013.


ID
1972513
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa. Pasmo e desolo-me. O meu instinto de perfeição deveria inibir-me de acabar; deveria inibir-me até de dar começo. Mas distraio-me e faço. O que consigo é um produto, em mim, não de uma aplicação de vontade, mas de uma cedência dela. Começo porque não tenho força para pensar; acabo porque não tenho alma para suspender. Este livro é a minha cobardia.

      A razão por que tantas vezes interrompo um pensamento com um trecho de paisagem, que de algum modo se integra no esquema, real ou suposto, das minhas impressões, é que essa paisagem é uma porta por onde fujo ao conhecimento da minha impotência criadora. Tenho a necessidade, em meio das conversas comigo que formam as palavras deste livro, de falar de repente com outra pessoa, e dirijo-me à luz que paira, como agora, sobre os telhados das casas, que parecem molhados de tê-la de lado; ao agitar brando das árvores altas na encosta citadina, que parecem perto, numa possibilidade de desabamento mudo; aos cartazes sobrepostos das casas ingremadas, com janelas por letras onde o sol morto doira goma húmida.

      Por que escrevo, se não escrevo melhor? Mas que seria de mim se não escrevesse o que consigo escrever, por inferior a mim mesmo que nisso seja? Sou um plebeu da aspiração, porque tento realizar; não ouso o silêncio como quem receia um quarto escuro. Sou como os que prezam a medalha mais que o esforço, e gozam a glória na peliça [...].

      Escrever, sim, é perder-me, mas todos se perdem, porque tudo é perda. Porém eu perco-me sem alegria, não como o rio na foz para que nasceu incógnito, mas como o lago feito na praia pela maré alta, e cuja água sumida nunca mais regressa ao mar.

(PESSOA, Fernando. Livro do Desassossego: composto por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa. Org. Richard Zenith. 3ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.)

Considere alguns usos da partícula “que”, na coluna da direita, e os classifique morfologicamente conforme a coluna da esquerda. A seguir, marque a alternativa que apresenta a classificação correta.

(1) Pronome

(2) Conjunção


( ) “O que consigo” (1º§).

( ) “comigo que formam” (2º§).

( ) “Mas que seria” (3º§).

( ) “mais que o esforço” (3º§).

Alternativas
Comentários
  • Alternativa: D

    A partícula “que” pode assumir forma de pronome (relativo, indefinido etc) e de conjunção. Quando pronome,
    geralmente, admite o artigo antes, como em “o que consigo” (aquilo que consigo...). Quando conjunção, liga dois termos
    da oração ou duas orações, como em “mais que o esforço”.
    Fontes:
    BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa: atualizada pelo novo Acordo Ortográfico. 37. ed. Rio de Janeiro:
    Nova Fronteira, 2009;
    CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza A. Cochar. Gramática Reflexiva: texto, semântica e interação. Ensino
    Médio. Conforme nova ortografia. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2009;
    CIPRO NETO, Pasquale; INFANTE, Ulisses. Gramática da Língua Portuguesa. 3. ed. São Paulo: Scipione, 2010;
    CUNHA, Celso; CINTRA, Luís F. Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. 6. ed. Rio de Janeiro: Lexikon
    Editora Digital, 2013.

  • Nao concordo com o gabarito, na frase "em meio das conversas comigo que formam as palavras deste livro", o termo "que" tem papel de pronome relativo já que retoma o termo conversas" que é sujeito da oração seguinte. Não concordo que esse elemento seja conjunção, afinal ele não liga duas orações e nem estabelece relação subordinativa entre elas.

    Acredito que o correto seria 1-1-1-2

    O que acham?


ID
1972516
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa. Pasmo e desolo-me. O meu instinto de perfeição deveria inibir-me de acabar; deveria inibir-me até de dar começo. Mas distraio-me e faço. O que consigo é um produto, em mim, não de uma aplicação de vontade, mas de uma cedência dela. Começo porque não tenho força para pensar; acabo porque não tenho alma para suspender. Este livro é a minha cobardia.

      A razão por que tantas vezes interrompo um pensamento com um trecho de paisagem, que de algum modo se integra no esquema, real ou suposto, das minhas impressões, é que essa paisagem é uma porta por onde fujo ao conhecimento da minha impotência criadora. Tenho a necessidade, em meio das conversas comigo que formam as palavras deste livro, de falar de repente com outra pessoa, e dirijo-me à luz que paira, como agora, sobre os telhados das casas, que parecem molhados de tê-la de lado; ao agitar brando das árvores altas na encosta citadina, que parecem perto, numa possibilidade de desabamento mudo; aos cartazes sobrepostos das casas ingremadas, com janelas por letras onde o sol morto doira goma húmida.

      Por que escrevo, se não escrevo melhor? Mas que seria de mim se não escrevesse o que consigo escrever, por inferior a mim mesmo que nisso seja? Sou um plebeu da aspiração, porque tento realizar; não ouso o silêncio como quem receia um quarto escuro. Sou como os que prezam a medalha mais que o esforço, e gozam a glória na peliça [...].

      Escrever, sim, é perder-me, mas todos se perdem, porque tudo é perda. Porém eu perco-me sem alegria, não como o rio na foz para que nasceu incógnito, mas como o lago feito na praia pela maré alta, e cuja água sumida nunca mais regressa ao mar.

(PESSOA, Fernando. Livro do Desassossego: composto por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa. Org. Richard Zenith. 3ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.)

Tenho a necessidade, em meio das conversas comigo que formam as palavras deste livro, de falar de repente com outra pessoa, e dirijo-me...” (2º§).

Os sujeitos de “formam” e “dirijo”, no trecho acima, são, respectivamente:

Alternativas
Comentários
  • Nunca vi sujeito preposicionado. Alguém explica isso?

  • Alternativa: B

    O verbo sempre concorda em número e pessoa com seu sujeito. Nesse sentido, “as conversas” (sujeito) é que “formam
    as palavras”, dentro da oração isolada. Já no caso de “dirijo”, que faz parte da oração principal, seu sujeito é o “eu”,
    marcado pela desinência de número e pessoa “-o” no verbo “ter” do início da oração.
    Fontes:
    BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa: atualizada pelo novo Acordo Ortográfico. 37. ed. Rio de Janeiro:
    Nova Fronteira, 2009;
    CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza A. Cochar. Gramática Reflexiva: texto, semântica e interação. Ensino
    Médio. Conforme nova ortografia. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2009;
    CIPRO NETO, Pasquale; INFANTE, Ulisses. Gramática da Língua Portuguesa. 3. ed. São Paulo: Scipione, 2010;
    CUNHA, Celso; CINTRA, Luís F. Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. 6. ed. Rio de Janeiro: Lexikon
    Editora Digital, 2013.


ID
1972522
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                         Contra a mera “tolerância” das diferenças

      “É preciso tolerar a diversidade”. Sempre que me defronto com esse tipo de colocação, aparentemente progressista e bem intencionada, fico indignado. Não, não é preciso tolerar.

      “Tolerar”, segundo qualquer dicionário, significa algo como “suportar com indulgência”, ou seja, deixar passar com resignação, ainda que sem consentir expressamente com aquela conduta.

      “Tolerar” o que é diferente consiste, antes de qualquer coisa, em atribuir a “quem tolera” um poder sobre “o que tolera”. Como se este dependesse do consentimento daquele para poder existir. “Quem tolera” acaba visto, ainda, como generoso e benevolente, por dar uma “permissão” como se fosse um favor ou um ato de bondade extrema.

      Esse tipo de discurso, no fundo, nega o direito à existência autônoma do que é diferente dos padrões construídos socialmente. Mais: funciona como um expediente do desejo de estigmatizar o diferente e manter este às margens da cultura hegêmonica, que traça a tênue linha divisória entre o normal e o anormal.

      Tolerar não deve ser celebrada e buscada nem como ideal político e tampouco como virtude individual. Ainda que o argumento liberal enxergue, na tolerância, uma manifestação legítima e até necessária da igualdade moral básica entre os indivíduos, não é esse o seu sentido recorrente nos discursos da política.

      Com efeito, ainda que a defesa liberal-igualitária da tolerância, diante de discussões controversas, postule que se trate de um respeito mútuo em um cenário de imparcialidade das instituições frente a concepções morais mais gerais, isso não pode funcionar em um mundo marcado por graves desigualdades estruturais.

(QUINALHA, Renan. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/2016/02/contra-a-mera-tolerancia-das-diferencas/. Acesso em: 30/03/2016. Trecho.)

Considerando apenas o título, pode se levantar a hipótese de que o texto

Alternativas
Comentários
  • Por que não poderia ser letra D?

    O foco principal do texto foi a discussão implícita na palavra "tolerar", assim, o autor fez sua definição, apresentou argumentos reais de como isso é tratado politicamente pelas pessoas que se dizem "tolerantes" e, concluiu com sua opinião sobre o ato de "tolerar".

  • Considerando apenas o título. Por essa razão não pode ser "D".


ID
1972540
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                         Contra a mera “tolerância” das diferenças

      “É preciso tolerar a diversidade”. Sempre que me defronto com esse tipo de colocação, aparentemente progressista e bem intencionada, fico indignado. Não, não é preciso tolerar.

      “Tolerar”, segundo qualquer dicionário, significa algo como “suportar com indulgência”, ou seja, deixar passar com resignação, ainda que sem consentir expressamente com aquela conduta.

      “Tolerar” o que é diferente consiste, antes de qualquer coisa, em atribuir a “quem tolera” um poder sobre “o que tolera”. Como se este dependesse do consentimento daquele para poder existir. “Quem tolera” acaba visto, ainda, como generoso e benevolente, por dar uma “permissão” como se fosse um favor ou um ato de bondade extrema.

      Esse tipo de discurso, no fundo, nega o direito à existência autônoma do que é diferente dos padrões construídos socialmente. Mais: funciona como um expediente do desejo de estigmatizar o diferente e manter este às margens da cultura hegêmonica, que traça a tênue linha divisória entre o normal e o anormal.

      Tolerar não deve ser celebrada e buscada nem como ideal político e tampouco como virtude individual. Ainda que o argumento liberal enxergue, na tolerância, uma manifestação legítima e até necessária da igualdade moral básica entre os indivíduos, não é esse o seu sentido recorrente nos discursos da política.

      Com efeito, ainda que a defesa liberal-igualitária da tolerância, diante de discussões controversas, postule que se trate de um respeito mútuo em um cenário de imparcialidade das instituições frente a concepções morais mais gerais, isso não pode funcionar em um mundo marcado por graves desigualdades estruturais.

(QUINALHA, Renan. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/2016/02/contra-a-mera-tolerancia-das-diferencas/. Acesso em: 30/03/2016. Trecho.)

Por certo, esse texto utiliza, como é comum, palavras e expressões que se modificam e têm seus sentidos mais aclarados conforme o contexto. Não foi aplicado com sentido conotativo, o verbete

Alternativas

ID
1972600
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa. Pasmo e desolo-me. O meu instinto de perfeição deveria inibir-me de acabar; deveria inibir-me até de dar começo. Mas distraio-me e faço. O que consigo é um produto, em mim, não de uma aplicação de vontade, mas de uma cedência dela. Começo porque não tenho força para pensar; acabo porque não tenho alma para suspender. Este livro é a minha cobardia.

      A razão por que tantas vezes interrompo um pensamento com um trecho de paisagem, que de algum modo se integra no esquema, real ou suposto, das minhas impressões, é que essa paisagem é uma porta por onde fujo ao conhecimento da minha impotência criadora. Tenho a necessidade, em meio das conversas comigo que formam as palavras deste livro, de falar de repente com outra pessoa, e dirijo-me à luz que paira, como agora, sobre os telhados das casas, que parecem molhados de tê-la de lado; ao agitar brando das árvores altas na encosta citadina, que parecem perto, numa possibilidade de desabamento mudo; aos cartazes sobrepostos das casas ingremadas, com janelas por letras onde o sol morto doira goma húmida.

      Por que escrevo, se não escrevo melhor? Mas que seria de mim se não escrevesse o que consigo escrever, por inferior a mim mesmo que nisso seja? Sou um plebeu da aspiração, porque tento realizar; não ouso o silêncio como quem receia um quarto escuro. Sou como os que prezam a medalha mais que o esforço, e gozam a glória na peliça [...].

      Escrever, sim, é perder-me, mas todos se perdem, porque tudo é perda. Porém eu perco-me sem alegria, não como o rio na foz para que nasceu incógnito, mas como o lago feito na praia pela maré alta, e cuja água sumida nunca mais regressa ao mar.

(PESSOA, Fernando. Livro do Desassossego: composto por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa. Org. Richard Zenith. 3ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.)

Com relação ao uso da crase em “dirijo-me à luz” (2º§), assinale a alternativa correta.

Alternativas
Comentários
  • O verbo dirigir (no sentido de aproximar-se) é regido por preposição.

  • O verbo dirigir (no sentido de aproximar-se) é regido por preposição.


ID
2065258
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Administração Financeira e Orçamentária
Assuntos

De acordo com a Lei n° 4.320/64, no que diz respeito às despesas, relacione a coluna da direita com a da esquerda e depois marque a sequência correta nas alternativas abaixo.

(1) Despesas de Custeio

(2) Transferências Correntes

(3) Investimentos

(4) Inversões Financeiras


( ) dotações destinadas à constituição ou aumento do capital de entidades ou empresas que visem a objetivos comerciais ou financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguros.

( ) dotações para despesas as quais não corresponda contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para contribuições e subvenções destinadas a atender à manifestação de outras entidades de direito público ou privado.

( ) dotações para manutenção de serviços anteriormente criados, inclusive as destinadas a atender a obras de conservação e adaptação de bens imóveis.

( ) dotações para o planejamento e a execução de obras, bem como para os programas especiais de trabalho, aquisição de instalações, equipamentos e material permanente e constituição ou aumento do capital de empresas que não sejam de caráter comercial ou financeiro.

A sequência correta dessa classificação é

Alternativas
Comentários
  • Inversões Financeiras - Despesas orçamentárias com a aquisição de imóveis ou bens de capital já em utilização; aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital; e com a constituição ou aumento do capital de empresas, além de outras despesas classificáveis neste grupo.

    Investimentos- Despess orçamentárias com softwarre e com o planejamento e a execução de obras, inclusive com a aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, e com a aquisição de instalações, equipamentos e material permanente.

  • Resposta: letra B

     

    § 1º Classificam-se como Despesas de Custeio as dotações para manutenção de serviços anteriormente criados, inclusive as destinadas a atender a obras de conservação e adaptação de bens imóveis.

     

    § 2º Classificam-se como Transferências Correntes as dotações para despesas as quais não corresponda contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para contribuições e subvenções destinadas a atender à manutenção de outras entidades de direito público ou privado.

     

    § 4º Classificam-se como investimentos as dotações para o planejamento e a execução de obras, inclusive as destinadas à aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, bem como para os programas especiais de trabalho, aquisição de instalações, equipamentos e material permanente e constituição ou aumento do capital de emprêsas que não sejam de caráter comercial ou financeiro.

     

    § 5º Classificam-se como Inversões Financeiras as dotações destinadas a:

    I - aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização;

    II - aquisição de títulos representativos do capital de emprêsas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital;

    III - constituição ou aumento do capital de entidades ou emprêsas que visem a objetivos comerciais ou financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguros.
     


ID
2065261
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Administração Geral
Assuntos

Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma abaixo sobre a corrente da Administração conhecida como Teoria Clássica. A seguir, marque a opção com a sequência correta.

( ) Predominava a atenção para a estrutura organizacional, para os elementos da Administração, os princípios gerais da Administração e a departamentalização.

( ) Prevalecia a preocupação básica de aumentar a eficácia da empresa por meio de técnicas específicas de produção.

( ) Enfatizava a estrutura gerencial, ou seja, a estrutura que encabeçava o funcionamento da organização.

( ) Preponderava a abordagem hierárquica (de cima para baixo), considerando o importante papel das instâncias detentoras do poder de decisão.

Alternativas
Comentários
  • Só fiquei em dúvida na última. Alguém pode me dizer por que ela está errada??

  •  Preponderava a abordagem hierárquica (de cima para baixo), considerando o importante papel das instâncias detentoras do poder de decisão. 

    Preponderava a abordagem hierárquica (de cima para baixo) Cadeia de comando ou escalar que aborda a linha de autoridade que vai do topo a base hierarquica. 

    considerando o importante papel das instâncias detentoras do poder de decisão. Na teoria clássica a estrutura organizacional é analisada de cima para baixo e do todo para partes. 

  • Sempre bom lembrar que a Teoria Classica também é chamada de Escola de Chefes, pelo mesmo motivo citado no comentario de Gabrielle.

  • A terceira e a quarta afirmativas são bastante questionáveis, visto que descrevem de maneira correta a Adm. Clássica, caberia recurso. 

  • "Enfatizava a estrutura gerencial, ou seja, a estrutura que encabeçava o funcionamento da organização." A estrutura da TC se dava através de funções (Técnicas, comerciais, financeiras, contábeis, de segurança e administrativas). Essa diferenciação de tarefas (heterogeneidade) retrata a divisão do trabalho, que é a base da organização.

    "Preponderava a abordagem hierárquica (de cima para baixo), considerando o importante papel das instâncias detentoras do poder de decisão." Na verdade era uma abordagem com foco na estrutura e funcionamento (abordagem anatômica e fisiológica). Embora a autoridade se concentrasse no topo (centralização), a TC possuía uma visão do todo para as partes, com proporcionalidade das funções. Não confundir com a hierarquia que é a linha de comunicação que vai do topo até a base (cadeia escalar).

  • Gostaria de solicitar que o Qconcursos atualizasse o banco de questões do concurso "Estágio de Adaptação de Oficiais de Apoio da Aeronáutica (EAOAP)", da Aeronáutica. A banca é CIAAR. As questões mais recentes são de 2013.

  • questão confundi bem a teoria classica com a cientifica, só ficar ligado nos detalhes de uma e outra.

  • ( ) Predominava a atenção para a estrutura organizacional, para os elementos da Administração, os princípios gerais da Administração e a departamentalização.

    ( ) Prevalecia a preocupação básica de aumentar a eficácia da empresa por meio de técnicas específicas de produção. --> aumentar a eficiência por meio da estrutura organizacional

    ( ) Enfatizava a estrutura gerencial, ou seja, a estrutura que encabeçava o funcionamento da organização.---> estrutura ADMINISTRATIVA.

    ( ) Preponderava a abordagem hierárquica (de cima para baixo), considerando o importante papel das instâncias detentoras do poder de decisão. ---> não sei informar exatamente o erro dessa alternativa.

  • o erro da 2ª lacuna foi trocar eficácia por eficiência ?

  • (V) Predominava a atenção para a estrutura organizacional, os elementos da administração, os princípios gerais da administração e a departamentalização. pág 52.

    (F) A preocupação básica era aumentar a eficiência da empresa por meio da forma e da disposição dos órgãos componentes da organização (departamentos) e de suas inter-relações estruturais. pág 52.

    A preocupação básica era aumentar a produtividade da empresa por meio do aumento de eficiência no nível operacional, isto é, no nível dos operários. pág 52.

    (F) Ênfase na anatomia (estrutura) e na fisiologia (funcionamento) da organização. pág 52.

    (F) A abordagem da Corrente Anatômica e Fisiologista é uma abordagem inversa à Administração Científica: de cima para baixo (da direção para a execução) e do todo (organização) para as suas partes componentes (departamentos). pág 52.

    CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração [livro eletrônico]. 9ª ed. São Paulo: Manole, 2014, pg 52.


ID
2065264
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Administração Geral
Assuntos

Considerando Martins & Campos (2011), quanto a uma das principais características de um empreendimento, analise as afirmativas abaixo.

I. A fim de viabilizar a organização, bem como a sua concretização, é necessário centralizar a execução de todos os trabalhos envolvidos.

II. O objetivo é a finalidade do empreendimento que, para ser alcançada exige que se saiba, a priori, o que será feito com todas as especificações definidas.

III. A centralização do planejamento e do controle é essencial, visto que a realização de um empreendimento envolve recursos das mais variadas naturezas e procedências.

IV. O empreendimento para se levar a bom termo deve dotar de uma organização adequada e pessoal devidamente habilitada.

Estão corretas apenas as afirmativas

Alternativas

ID
2065267
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Contabilidade de Custos
Assuntos

Considerando o exposto em Chiavenato (2014) a respeito da contabilidade de custos, faça uma relação preenchendo toda a coluna esquerda com os números da direita e depois marque a sequência correta nas alternativas abaixo. (Alguns números podem ser utilizados mais de uma vez ou não serem utilizados).

(1) Custo fixo

(2) Custo variável


( ) englobam custos de materiais diretos (materiais ou matérias-primas que são diretamente transformados em produto).

( ) estão diretamente relacionados ao volume de produção ou ao nível de atividade da organização.

( ) qualquer que seja a quantidade de produtos produzidos, tais custos permanecem inalterados.

Alternativas

ID
2065270
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Direito Administrativo
Assuntos

De acordo a com a Lei nº 8.112/90, que dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais, no que tange às responsabilidades do servidor público, analise as afirmativas abaixo.

I. O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas atribuições.

II. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.

III. O servidor poderá ser responsabilizado civil, penal ou administrativamente por dar ciência à autoridade superior no que tange à prática de crimes ou improbidade.

IV. A obrigação de reparar o dano, ocasionado pelo servidor público, estende-se aos sucessores e contra eles será executada, até o limite do valor da herança recebida.

Estão corretas apenas as afirmativas

Alternativas
Comentários
  • III) O servidor poderá ser responsabilizado civil, penal ou administrativamente por dar ciência à autoridade superior no que tange à prática de crimes ou improbidade. Errada , ninguém é responsabilizado por avisar a autoridade de algum crime que saiba,.

  • Trazendo os artigos da lei n° 8.112/90

    a) Art. 121.  O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas atribuições.

    b) Art. 122.  A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.

    c) Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, penal ou administrativamente por dar ciência à autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade competente para apuração de informação concernente à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou função pública. 

    d) Art. 122, § 3   A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será executada, até o limite do valor da herança recebida.

    Espero ter ajudado!!!


ID
2065273
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Matemática Financeira

Determinada pessoa fez um empréstimo de R$1.400,00 em um banco cuja taxa de juros mensais é de 6%. Após 2 meses, a pessoa foi à instituição financeira, amortizou R$600,00 da dívida e renegociou o restante do saldo em 4 parcelas mensais e iguais, de modo que a primeira seria no mês seguinte. Considerando FVFi,n = 1,1236 e FVPAi,n = 3,4650 e de acordo com os dados fornecidos, o valor de cada parcela renegociada será de

Alternativas
Comentários
  • Cálculo do empréstimo depois dos dois meses ( Valor futuro)

    VF = VP x (1 + i)^t Obs: Note que a questão já forneceu o FVF (fator de valor futuro) = 1,1236

    VF = 1.400 X 1,1236

    VF = 1.573,04

    Saldo devedor após a amortização

    1.573,04 - 600 = 973,04

    Cálculo para achar o valor igual das quatro parcelas

    Nesse caso, utiliza-se a fórmula do valor presente da anuidade:

    VPA = C x {1 - [1 / (1 + i)]^t} / i Obs: Note que a questão já forneceu o FVP (fator de valor presente) =3,465

    VPA = 973,04

    C = VALOR DE CADA PARCELA

    FVP = 3,465

    973,04 = C x 3,465

    C = 973,04 / 3,465

    C = 280, 92

    GAB. B


ID
2065276
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Administração Financeira e Orçamentária
Assuntos

Dentre os orçamentos abrangidos pela lei orçamentária anual, o fiscal e o de investimento, uma vez compatibilizados com o plano plurianual, devem ter entre suas funções a de

Alternativas
Comentários
  • Art. 165. CF/88:

     

    § 5º A lei orçamentária anual compreenderá:

    I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;

    II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;

    III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

     

    § 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional.

     


ID
2065279
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Direito Administrativo
Assuntos

Segundo Kohama (2014), despesas para aquisição de material, fornecimento e adjudicação de obras e serviços devem ser regulados em lei, respeitado o princípio da concorrência, de modo que sempre devem estar em conformidade com a legislação relativa às normas para licitações e contratos da Administração Pública. Nessa linha, nos termos do artigo 25 da Lei 8.666/93, para aquisição de materiais a licitação é

Alternativas
Comentários
  • LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993

    (...)

    Art. 25.  É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial:

     

    I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;

     

    II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;

     

    III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.

     

    Bons estudos!

  • A essa altura do campeonado essa questão besta cobrando o nº do artigo?

  • Eu nem tinha observado, aí fica difícil.


ID
2065282
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Administração Geral
Assuntos

Baseando-se em Chiavenato (2012), informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma abaixo, sobre a Escola de Administração Científica. A seguir, marque a opção com a sequência correta.

( ) Enfatizava a análise e a divisão do trabalho do operário, uma vez que as tarefas do cargo e o ocupante constituíam a unidade fundamental da organização.

( ) Sua preocupação básica era aumentar a produtividade da empresa por meio do aumento de eficiência no nível operacional, isto é, no nível dos operários.

( ) Caracterizava-se por realizar uma abordagem horizontal, a fim de analisar a organização empresarial como um todo.

( ) Atribuía ênfase à integração do operário ao mundo dos negócios, o que exigia a aplicação dos princípios gerais da Administração em bases tecnológicas.

Alternativas
Comentários
  • ( F) Caracterizava-se por realizar uma abordagem horizontal, a fim de analisar a organização empresarial como um todo. 
    Abordagem vertical: De baixo para cima, dos operários para os supervisores e dirigentes ou das partes ( operários e cargos) para o todo organizacional

    (F ) Atribuía ênfase à integração do operário ao mundo dos negócios, o que exigia a aplicação dos princípios gerais da Administração em bases tecnológicas. Para a Administração Científica,  a ênfase era nas tarefas e desta forma teriamos a eficiência no trabalho do operário. O operário era mão de obra. A Aplicação dos Princípios Gerais de Administração é da Teoria Clássica de Henri Fayol.

  • primeira alternativa um pouco forçada, uma vez que a divisão do trabalho foi proposta, mais evidentemente, por Fayol, pela sua divisão do trabalho na administração clássica.

  • A administração científica que começou a dividir o trabalho OPERÁRIO, para gerar a especialização. A clássica dividiu o trabalho como um todo.. staff, setores essenciais... contabilidade, comercial, financeiro.. etc


ID
2065285
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Administração Pública
Assuntos

Considerando o percurso histórico realizado por Chiavenato (2012), para descrever a passagem da Administração Pública burocrática à gerencial, assinale a alternativa correta sobre o prenúncio do modelo gerencial no Brasil.

Alternativas
Comentários
  • Por que não a D?

  • também coloquei a D gostaria que O Qco curso liberasse os professores para comentar as questões.


ID
2065288
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Administração Geral
Assuntos

Em linhas gerais, como esboçado em Chiavenato (2012), a passagem da administração pública patrimonialista para a administração pública burocrática, representa a passagem de um modelo de Estado

Alternativas
Comentários
  • Administração Pública burocrática, que surgiu basicamente com o advento do Estado Liberal, busca romper com o modelo anterior, patrimonialista, pois separa os interesses pessoais do detentor do poder e os instrumentos colocados à disposição do Poder Público para garantir a satisfação do interesse público. Tem como objetivo defender a sociedade contra o poder arbitrário do soberano.

     

    GABARITO: LETRA D

    FONTE: http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,os-modelos-de-administracao-publica-patrimonialista-burocratica-e-gerencial,43523.html


ID
2065291
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Direito Administrativo
Assuntos

Conforme previsto pela Lei nº 10.520/02, quanto à equipe de apoio designada para a fase preparatória do Pregão, pode-se afirmar que

Alternativas
Comentários
  • Resposta letra B

     

    IV - a autoridade competente designará, dentre os servidores do órgão ou entidade promotora da licitação, o pregoeiro e respectiva equipe de apoio, cuja atribuição inclui, dentre outras, o recebimento das propostas e lances, a análise de sua aceitabilidade e sua classificação, bem como a habilitação e a adjudicação do objeto do certame ao licitante vencedor.

  • A) Art. 3º, §1º A equipe de apoio deverá ser integrada em sua maioria por servidores ocupantes de cargo efetivo ou emprego da administração, preferencialmente pertencentes ao quadro permanente do órgão ou entidade promotora do evento.

    B) Art. 3º, IV - a autoridade competente designará, dentre os servidores do órgão ou entidade promotora da licitação, o pregoeiro e respectiva equipe de apoio, cuja atribuição inclui, dentre outras, o recebimento das propostas e lances, a análise de sua aceitabilidade e sua classificação, bem como a habilitação e a adjudicação do objeto do certame ao licitante vencedor.

    C) Art. 3º, IV - a autoridade competente designará, dentre os servidores do órgão ou entidade promotora da licitação, o pregoeiro e respectiva equipe de apoio, cuja atribuição inclui, dentre outras, o recebimento das propostas e lances, a análise de sua aceitabilidade e sua classificação, bem como a habilitação e a adjudicação do objeto do certame ao licitante vencedor.

    D) Art. 3º, §2º No âmbito do Ministério da Defesa, as funções de pregoeiro e de membro da equipe de apoio poderão ser desempenhadas por militares


ID
2065294
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Administração Financeira e Orçamentária
Assuntos

Baseando-se no previsto pela Lei nº 4.320/64, assinale a alternativa correta no que tange aos Fundos Especiais.

Alternativas
Comentários
  • Art. 71. Constitui fundo especial o produto de receitas especificadas que por lei se vinculam à realização de determinados objetivos ou serviços, facultada a adoção de normas peculiares de aplicação.

    Art. 72. A aplicação das receitas orçamentárias vinculadas a fundos especiais far-se-á através de dotação consignada na Lei de Orçamento ou em créditos adicionais.

    Art. 73. Salvo determinação em contrário da lei que o instituiu, o saldo positivo do fundo especial apurado em balanço será transferido para o exercício seguinte, a crédito do mesmo fundo.

    Art. 74. A lei que instituir fundo especial poderá determinar normas peculiares de contrôle, prestação e tomada de contas, sem de qualquer modo, elidir a competência específica do Tribunal de Contas ou órgão equivalente.

  •  Baseando-se no previsto pela Lei nº 4.320/64

     

    a) Constitui fundo especial o produto de receitas especificadas que por lei se vinculam à realização de determinados objetivos ou serviços, e que obedecem a normas específicas de aplicação. ERRADA (Art. 71. Constitui fundo especial o produto de receitas especificadas que por lei se vinculam à realização de determinados objetivos ou serviços, FACULTADA a adoção de normas peculiares de aplicação.)

     

     b) A lei que institui o fundo determina que o saldo positivo do fundo especial apurado em balanço não pode ser transferido para o exercício seguinte, a crédito do mesmo fundo.  ERRADA (Art. 74. A lei que instituir fundo especial PODERÁ DETERMINAR normas peculiares de controle, prestação e tomada de contas, sem de qualquer modo, elidir a competência específica do Tribunal de Contas ou órgão equivalente.)

     

     c) A aplicação das receitas orçamentárias vinculadas a fundos especiais deve ser realizada através de dotação consignada na Lei de Orçamento ou em créditos adicionais. CORRETA (Art. 72. A aplicação das receitas orçamentárias vinculadas a fundos especiais far-se-á através de dotação consignada na Lei de Orçamento ou em créditos adicionais.)

     

     d) A determinação das normas peculiares de controle, prestação e tomada de contas concernentes a fundo especial é de competência privativa do Tribunal de Contas. ERRADA ( Art. 74. A lei que instituir fundo especial PODERÁ DETERMINAR normas peculiares de controle, prestação e tomada de contas, SEM DE QUALQUER MODO, elidir a competência específica do Tribunal de Contas ou órgão equivalente.)

     


ID
2065297
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Administração Geral
Assuntos

Em se tratando de estrutura organizacional, um dos principais recursos empregados na gestão por processos de negócios, deve-se compreender uma organização que funciona através de

Alternativas

ID
2065300
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Administração Financeira e Orçamentária
Assuntos

Analise as afirmativas abaixo, sobre a informação gerencial denominada “modalidade de aplicação”.

I. Tem por finalidade indicar se os recursos são aplicados diretamente por órgãos ou entidades no âmbito da mesma esfera de Governo ou por outro ente da Federação e suas respectivas entidades.

II. Objetiva, precipuamente, possibilitar a eliminação da dupla contagem dos recursos transferidos ou descentralizados.

III. Considerando uma das especificações da modalidade, Transferências ao Exterior – 80, caracteriza-se pelas despesas realizadas mediante aplicação direta de créditos a órgãos e entidades governamentais pertencentes a outros países.

Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s)

Alternativas
Comentários
  • Transferências ao exterior: Despesas orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros à órgãos e entiddes governamentais pertencentes a outros países, a organismos internacionais e a fundos instituídos por diversos países, inclusive aqueles que tenham sede ou recebam os recursos no Brasil.

  • Resposta: Letra A

     

    III. Considerando uma das especificações da modalidade, Transferências ao Exterior – 80, caracteriza-se pelas despesas orçamentárias realizadas mediante aplicação direta de créditos  (mediante transferência de recursos financeiros) à órgãos e entidades governamentais pertencentes a outros países, inclusive aqueles que tenham sede ou recebam os recursos no Brasil.

     

  • Um dos componentes da classificação da despesa que indica como os recursos serão aplicados, podendo ser: I - mediante transferência financeira: a) a outras esferas de governo, seus órgãos, fundos ou entidades; b) a entidades privadas sem fins lucrativos e outras instituições; II - diretamente pela unidade detentora do crédito orçamentário, ou por outro órgão ou entidade no âmbito do mesmo nível de Governo. Nas leis orçamentárias a especificação da modalidade observa, no mínimo, o seguinte detalhamento: I - governo estadual – modalidade 30; II - administração municipal - 40; III - entidade privada sem fins lucrativos - 50; IV - consórcios públicos - 71; V - aplicação direta - 90; VI - aplicação direta decorrente de operação entre órgãos, fundos e entidades integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social - 91.

    https://www12.senado.leg.br/orcamento/glossario/modalidade-de-aplicacao


ID
2065303
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Administração Financeira e Orçamentária
Assuntos

Conforme observado em Giacomoni (2012), o Empenho, instrumento descrito na Lei nº 4320/64,

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: B

    O empenho é o primeiro estágio de um processo de pagamento da Administração Pública, pelo qual é feita a reserva de dotação orçamentária para um determinado fim, criando a obrigação de pagamento para o Estado. É uma garantia para o contratado de que existe recurso orçamentário (não financeiro) para liquidar aquela despesa.

    O art. 58 da Lei n° 4.320/1964, que trata do orçamento público, assim define o empenho:

    Art. 58. O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição.


ID
2065306
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Administração Geral
Assuntos

Baseando-se nos estilos de lideranças descritos em Chiavenato (2014), associe as duas colunas relacionando as lideranças com suas respectivas características. Um dos números será utilizado mais de uma vez.

(1) Liderança democrática

(2) Liderança autocrática

(3) Liderança liberal

( ) o líder determina qual a tarefa que cada um deverá executar e qual será seu companheiro de trabalho.

( ) o líder não faz nenhuma tentativa de avaliar ou regular o curso das coisas. Faz apenas comentários quando perguntado.

( ) as diretrizes são debatidas e decididas pelo grupo que é estimulado e assistido pelo líder.

( ) a participação do líder no debate é limitada, apresentando apenas alternativas ao grupo, esclarecendo que poderia fornecer informações desde que solicitadas.

A sequência correta dessa classificação é

Alternativas
Comentários
  • LÍDER AUTOCRÁTICO: É aquele que impõe aos seus subordinados a maneira de executar as tarefas e como executá-las. O dirigente com determinada característica passa a imagem de um indivíduo egocêntrico e que, acima de tudo, só pensa em suas decisões e jamais aceita as dos outros;

    LIDER DEMOCRÁTICO: É aquele que encoraja seus subordinados a tomarem suas próprias decisões. Esse tipo de líder é mais um observador do que um participante árduo das resoluções que seus liderados planejam para o bem comum da equipe e da organização;

    LÍDER LIBERAL: O profissional que se declara ser um chefe liberal exerce suas atividades de líder e deixa que seus subordinados “tomem de conta” das atividades principais e cruciais que lhe pertencem como foco principal de seu trabalho diário.

     

    FONTE: Trabalho de Conclusão de Curso de Ilanna Medeiros da Silva


ID
2065309
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Administração Geral
Assuntos

Chiavenato (2014), na linha de Ackoff, discorre sobre três tipos de planejamento, classificados segundo uma filosofia de ação. Sobre o planejamento adaptativo, pode-se afirmar que

Alternativas
Comentários
  • Planejamento conservador: é o planejamento voltado para a estabilidade e a manutenção da situação existente. As decisões são tomadas a fim de obter bons resultados, mas não necessariamente os melhores possíveis, pois dificilmente o planejamento procurará fazer mudanças radicais na organização. Sua ênfase é conservar as práticas atualmente vigentes. O planejamento conservador está mais preocupado em identificar e sanar deficiências e problemas internos do que em explorar oportunidades ambientais futuras. Sua base é predominantemente retrospectiva, no sentido de aproveitar a experiência passada e projetá-la para o futuro.

     

    Planejamento otimizante: é o planejamento voltado para a adaptabilidade e inovação dentro da organização. As decisões são tomadas a fim de se obter o melhor resultado possível para a organização, seja minimizando recursos para alcançar um determinado desempenho ou objetivo, seja maximizando o desempenho para melhor utilizar os recursos disponíveis. O planejamento otimizante geralmente está baseado em uma preocupação em melhorar as práticas atualmente vigentes na organização. Sua base é predominantemente incremental, no sentido de melhorar continuamente, tornando as operações melhores a cada dia que passa.

     

    Planejamento adaptativo: é o planejamento voltado para as contingências e o futuro da organização. As decisões são tomadas a fim de harmonizar os diferentes interesses envolvidos, elaborando uma composição capaz de levar a resultados para o desenvolvimento natural da empresa e ajustá-las às contingências que surjam no meio do caminho. O planejamento adaptativo procura reduzir o planejamento retrospectivo voltado para a eliminação das deficiências localizadas no passado da organização. Sua base é predominantemente aderente, no sentido de ajustar-se às demandas ambientais e preparar-se para as futuras contingências.

     

    Fonte: http://material-estacio.tripod.com/arquivos/planej_completo.pdf.

  • Letra A - Planejamento Otimizante - sua base é predominantemente incremental, no sentido de melhorar continuamente, tornando as operações melhores a cada dia que passa.

    Letra B - Planejamento Conservador - sua base é predominantemente retrospectiva, no sentido de aproveitar a experiência passada e projetá-la para o futuro.

    Letra C - Planejamento Otimizante - é o planejamento voltado para a adaptabilidade, flexibilidade e a inovação da organização.

    Letra D - Planejamento Adaptativo - é o planejamento voltado para as contingências e para o futuro da organização.

  • A questão cobrou conhecimento sobre as filosofias da ação do planejamento de Ackoff e pediu a alternativa correta em relação com tipo de planejamento adaptativo.

    De acordo com o autor, os tipos de planejamento são os seguintes:

    • CONSERVADOR: relaciona-se com a manutenção das condições existentes. Ele é voltado para a estabilidade. "sua base é predominantemente retrospectiva no sentido de aproveitar a experiência passada e projetá-la para o futuro." (Chiavenato, 2005); Visa identificar e sanar problemas. O planejamento conservador, também chamado de filosofia da satisfação ou defensiva possui ênfase na sobrevivência da organização. Visa manter o status quo. É de baixo custo de implementação e voltada para o curto prazo.
    • OTIMIZANTE: tem relação com a inovação e a adaptabilidade da organização. Visa incrementar as suas práticas e torná-las cada vez melhores. Visa minimizar recursos e maximizar resultados. Planejamento otimizante é a filosofia de Ackof é voltada para fazer "tão bem quanto possível, utilizando objetivos quantificáveis" (Moreira, 2020)
    • ADAPTATIVO: é o planejamento voltado para os ajustes relacionados às contingências que podem ocorrer no caminho da organização. Nela, a adaptação ou prospecção busca o equilibro da organização em resposta a uma mudança que ela tenha sofrido.

    A- INCORRETO. Refere-se ao tipo de planejamento otimizante.

    B- INCORRETO. Refere-se ao tipo de planejamento conservador.

    C- INCORRETO. Refere-se ao tipo de planejamento otimizante. Essa é uma pegadinha comum nas questões sobre esse tema.

    D- CORRETO. Refere-se ao tipo de planejamento adaptativo.

    Fontes:

    MOREIRA. E.A.L. Administração Geral e Pública para concursos. 4ª ed Juspodivm,2020.

    CHIAVENATO, I. Administração dos novos tempos. 2ª ed. Elsevier. 2005 (Pág. 194)

    GABARITO: LETRA D

  • Planejamento Adaptativo/Prospectivo/Ofensivo: É o planejamento voltado para as contingências e para o futuro da organização. As decisões são tomadas no sentido de compatibilizar os diferentes interesses envolvidos, elaborando uma composição capaz de levar a resultados para o desenvolvimento natural da empresa e ajustá-la às contingências que surgem no meio do caminho. O planejamento adaptativo procura reduzir o planejamento retrospectivo voltado para a eliminação das deficiências localizadas no passado da organização. Sua base é predominantemente aderente no sentido de ajustar-se às demandas ambientais e preparar-se para as futuras contingências.


ID
2065312
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Administração Geral
Assuntos

Indique a opção que completa corretamente as lacunas da assertiva a seguir.

Segundo Chiavenato (2014), o planejamento estratégico é um processo organizacional compreensivo de adaptação, que se constitui por meio da ______________, ______________ e ______________.

Alternativas
Comentários
  • O planejamento estratégico “é um processo organizacional compreensivo de adaptação por meio da aprovação, tomada de decisão e avaliação. Procura responder questões básicas, como” porque a organização existe, o que e como ela faz. O resultado é um plano que serve para guiar a ação organizacional por um prazo de 3 a 5 anos. O planejamento estratégico apresenta cinco características fundamentais

    (CHIAVENATO, 2014b, p. 199-200). 

  • Completando o da fabrícia leite...

    O planejamento estratégico apresenta 5 características fundamentais Matos(1999, p.30)

    1°- O planejamento estratégico está relacionado com a adaptação da organização a um ambiente mutável.

    Esta sujeita a um ambiente de incerteza a respeito dos eventos ambientais.

    Confronta-se com a incerteza de suas decisões tomadas por julgamento e não em dados concretos.

    Engaja uma orientação externa que focaliza as respostas corretas ou adequadas de forças e pressões que estão no lado de fora do ambiente da organização

    2°-O planejamento estratégico é orientado para o futuro.

    Como característica tem resposta de tempo como horizonte a longo prazo. Os problemas atuais não são esquecidos, durante o curso de planejamento eles são considerados, e dada uma função dos obstáculos e barreiras que eles possam vir a causar problemas ainda maiores e consequências futuras.

    3°-O planejamento estratégico é compreensivo.

    Ele abrange a organização como uma totalidade, abraçando todos seus recursos, no sentido de obter efeitos sinérgicos de todas as capacidades e futuras potencialidades da empresa.

    A resposta estratégica da organização envolve um comportamento compreensivo, sistêmico e global, a participação das pessoas é de suma importância nesse aspecto, pois os mesmo não devem ficar só no papel, apenas na teoria. Esse planejamento tem que ser acolhido por todos, por que quem realmente faz esse planejamento ser executado, quem faz ele realmente acontecer e dar certo são as pessoas.

    4°-O planejamento estratégico é um processo de construção de consenso.

    Graças à grande diversidade de interesses e necessidades dos parceiros, sócios e acionistas de uma organização, o planejamento deve oferecer um meio de atender a todos na direção futura que melhor se adapte para que a organização possa alcançar seus objetivos.

    Mas é claro, que pra que isso dê certo é necessário aceitação ampla e irrestrita das pessoas envolvidas, só com um acordo entre todos os envolvidos o planejamento estratégico pode ser realizado em todos os níveis da organização.

    5°-O planejamento estratégico é uma forma de aprendizagem organizacional.

    Está orientado para adaptação da organização ao contexto ambiental. Por causa do planejamento ele se torna uma tentativa constante de apreender e ajusta-se a um ambiente competitivo, complexo e suscetível a mudanças.


ID
2065315
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Administração Financeira e Orçamentária
Assuntos

De acordo com a Lei Complementar nº 101/00, que estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na Gestão Fiscal, quais são as consequências para o ente, quando vencido o prazo para retorno da dívida ao limite, enquanto perdurar o excesso?

Alternativas
Comentários
  • Questão trata do controle da despesa total com pessoal. De forma mais específica o Art. 23, §3°:

     § 3o Não alcançada a redução no prazo estabelecido, e enquanto perdurar o excesso, o ente não poderá:

            I - receber transferências voluntárias;

            II - obter garantia, direta ou indireta, de outro ente;

            III - contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária e as que visem à redução das despesas com pessoal. (exatamente o que consta na alternativa "B")


ID
2065318
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Direito Administrativo
Assuntos

De acordo com a Lei nº 10.520/02, consideram-se bens e serviços comuns

Alternativas
Comentários
  • Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na modalidade de pregão, que será regida por esta Lei.
    Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado.

    Bons estudos!


ID
2065321
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Administração Financeira e Orçamentária
Assuntos

As ações previstas pelo Plano Plurianual, instituídas por lei e em consonância com o disposto pela Constituição Federal (1988), devem se estabelecer de forma

Alternativas
Comentários
  • Segundo art. 165 CF:

    A lei que instituir o plano plurianual estabelecera, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada..

  • A - A passagem de um Plano Plurianual de um governo garante a continuidade administrativa...

    B - As ações não são independentes, pois os objetivos estão no nível do Governo Federal (durante quatro anos), e também no nível dos governos Estaduais e Municipais.

    C - Resposta conforme nossa colega, Fabrícia.

    D - As ações previstas não são centralizadas, pois o Plano Plurianual articula-se à Lei Orçamentária Anual e à Lei de Diretrizes Orçamentárias.


ID
2065324
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Administração Financeira e Orçamentária
Assuntos

O Anexo de Metas Fiscais, que constitui o projeto de lei de diretrizes orçamentárias, caracteriza-se pelo estabelecimento, dentre outros instrumentos, do demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de expansão de um determinado tipo de despesas, cujo conceito foi firmado pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

O enunciado acima faz referência às despesas

Alternativas
Comentários
  • Art. 4º A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2º do art. 165 da Constituição e:

    § 2º O Anexo conterá, ainda:

    V - demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado.

  • § 1 Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes.

    § 2 O Anexo conterá, ainda:

    I - avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior;

    II - demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálculo que justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos três exercícios anteriores, e evidenciando a consistência delas com as premissas e os objetivos da política econômica nacional;

    III - evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios, destacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos;

    IV - avaliação da situação financeira e atuarial:

    a) dos regimes geral de previdência social e próprio dos servidores públicos e do Fundo de Amparo ao Trabalhador;

    b) dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial;

    V - demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado.


ID
2065327
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Administração Financeira e Orçamentária
Assuntos

Segundo Kohama (2014), ao se incluir na lei de orçamento normas relativas a outros campos jurídicos e, portanto, estranhas à previsão da receita e da fixação da despesa, fere-se o princípio orçamentário da

Alternativas
Comentários
  • PRINCÍPIO DA EXCLUSIVIDADE: A lei orçamentária não conterá matéria estranha à previsão da receita e à fixação da despesa. Art. 22 da Lei Federal nº. 4.320. 


ID
2065330
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Administração Financeira e Orçamentária
Assuntos

A Receita Pública classifica-se em Receita Orçamentária e Receita Extra-orçamentária. Esta caracteriza-se como um tipo de receita que, embora não pertença ao poder público, é compreendida pela Lei de Orçamento a fim de se atender ao princípio da universalidade. Como exemplo desse tipo de receita, pode-se considerar os(as)

Alternativas
Comentários
  • O que difere a letra "D" das demais é que as operações de crédito são receitas de capital. As outras apresentam exemplos de receitas correntes.

    Contudo, as receitas de capital também são receitas orçamentárias.

    As operações de crédito que se enquadram no conceito de receita extraorçamentária são as ARO (operações de crédito por antecipação da receita).

    A meu ver a banca foi infeliz na definição.


ID
2065333
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Direito Administrativo
Assuntos

Segundo previsto pela Lei nº 10.520/02, faculta-se, nos termos de regulamentos próprios da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, a participação de bolsas de mercadorias no apoio técnico e operacional aos órgãos e entidades promotores da modalidade de pregão, utilizando-se de recursos de tecnologia da informação. Constituem tais bolsas de mercadoria, sociedades

Alternativas
Comentários
  •  

    resposta: Letra C

     

    § 1º  Poderá ser realizado o pregão por meio da utilização de recursos de tecnologia da informação, nos termos de regulamentação específica.

     

    § 2º  Será facultado, nos termos de regulamentos próprios da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, a participação de bolsas de mercadorias no apoio técnico e operacional aos órgãos e entidades promotores da modalidade de pregão, utilizando-se de recursos de tecnologia da informação.

     

    § 3º  As bolsas a que se referem o § 2o deverão estar organizadas sob a forma de sociedades civis sem fins lucrativos e com a participação plural de corretoras que operem sistemas eletrônicos unificados de pregões.


ID
2065336
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Direito Administrativo
Assuntos

De acordo com a Lei nº 8.112/90, o servidor habilitado adquire estabilidade no serviço público ao completar 3 (três) anos de efetivo exercício. Todavia, ele pode perder o cargo, o que pode se configurar como sentença judicial transitada em julgado ou como processo administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa. A que princípio da administração pública é possível associar essa flexibilização da estabilidade?

Alternativas
Comentários
  • Eficiência


    Tem a ver com o consumo adequado dos insumos utilizados em deteminado processo. Cumpre ressaltar que a introdução desse princípio no ordenamento jurídico corroborou para flexibilizar o instituto de estabilidade. Ou seja, a partir de sua introdução, é possível exonerar  o mau servidor em virtude do desempenho insuficiente, avaliada anualmente.

    (Chiavenato - Administração Geral e Pública)
     

  • Eficiência??

    A questão em nenhum momento abordou a terceira forma de perda de cargo, qual seja, "mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa", esta sim claramente vinculada ao princípio da eficiência.

    As hipóteses elencadas na questão podem ter X razões para acontecerem, mas não desempenho insatisfatório de servidor.

    A meu ver, o princípio que melhor se adequa às hipóteses mencionadas seria o da legalidade, uma vez que são hipóteses taxativamente previstas (CF art. 41, § 1º e Lei 8.112/1990 art. 22) para perda de cargo público por servidor estável. (me corrijam se eu estiver errado)

  • Questão bem ruim, contudo, no prazo de três anos o servidor em estágio probatório deve ser constantemente observado, avaliado, orientado pela chefia imediata, principalmente com relação aos aspectos de ASSIDUIDADE, CAPACIDADE DE INICIATIVA, DISCIPLINA, PRODUTIVIDADE, EFICIÊNCIA E RESPONSABILIDADE. Assim, caso não atinga os requisitos necessários, pode ser exonerado, ou seja, é uma flexibiliação da estabilidade.

    Única justificativa que consigo ver para o gabarito.


ID
2065339
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Direito Administrativo
Assuntos

De acordo com Martins & Campos (2011), esta prática se relaciona, geralmente, à necessidade de construção de uma nova fábrica, mudança das instalações fabris para outro endereço ou mesmo a abertura de novos escritórios em outra localidade. No âmbito das esferas governamentais, esta ação se manifesta com mais frequência, pois as obras de infraestrutura, normalmente a cargo dos órgãos públicos, estão frequentemente sendo adquiridas por meio de licitações públicas.

O texto acima faz referência à

Alternativas
Comentários
  • A demanda para bens patrimoniais decorre do planejamento a médio e longo prazo efetuado pelas empresas. Trata-se geralmente da construção de uma nova fábrica, a mudança das instalações fabris para outro endereço ou mesmo a abertura de novos escritórios em outra localidade.

    Nas esferas governamentais, a ocorrência é bem mais frequente, pois as obras de infraestrutura, normalmente a cargo dos órgãos públicos, estão frequentemente sendo adquiridas por meio de licitações públicas.

    Fonte:

    MARTINS, Petronio Garcia; Paulo Renato Campos. Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.


ID
2065342
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Administração Financeira e Orçamentária
Assuntos

De acordo com Giacomoni (2012), este mecanismo é utilizado para retificar o orçamento, durante a sua execução, a fim de atender a situações não previstas quando de sua elaboração.

O recurso mencionado no texto acima diz respeito à (ao)

Alternativas
Comentários
  • Resposta Letra D

     

    Os créditos adicionais são dispositivos previstos na lei para retificar orçamentos em decorrência de despesas não incluídas ou que não foram adequadamente estimadas.


ID
2065345
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Administração Pública
Assuntos

De acordo com Chiavenato (2012), qual dos princípios da administração pública pode ser considerado como característica da legitimidade?

Alternativas
Comentários
  • Princípio da Presunção da Legitimidade e Veracidade:

    Legitimidade - presunção da legalidade, pois a Administração é subordinada à lei. 

    Veracidade - certeza dos fatos.


  • A moralidade é percebida no comportamento do bom administrador. Diante de alternativas possíveis, escolhe aquela
    que resulta em maior ganho para a coletividade. É característica, portanto, dos atos praticados com legitimidade. Vale
    ressaltar que algumas obras, apesar de legais (com observação das regras de licitação, de direito financeiro), podem
    ser imorais, por não representarem o interesse público, por exemplo, a construção de um obelisco, de uma estátua ou
    de um monumento em um contexto em que a vontade popular aponta para outra direção.
    Fonte: CHIAVENATO, Idalberto. Administração geral e pública. 3. ed. Rio de Janeiro: Editora Manole, 2014
     

  • O gabarito correto da questão é a letra C.

  • O gabarito correto dessa questão é letra C.

    MORALIDADE - A MORALIDADE é percebida no comportamento do bom administrador. Diante de alternativas possíveis, escolhe aquela que resulta em maior ganho para a coletividade. É CARACTERÍSTICA, PORTANTO, DOS ATOS PRATICADOS COM LEGITIMIDADE.

    Fonte: CHIAVENATO, Idalberto. Administração geral e pública. 4. ed. Rio de Janeiro: Editora Manole, 2016

  • Qc, por favor, verifica o gabarito dessa questão Q688446. Obrigada.

  • Para Chiavenato, "A Moralidade é percebida no comportamento do bom administrador. Diante de alternativas possíveis, escolhe aquela que resultará em maior ganho para a coletividade. É característica, portanto, dos atos praticados com legitimidade".

    Dessa forma, a alternativa correta será a alternativa C.


    Fonte:

    CHIAVENATO, Idalberto. Administração geral e pública - 2ª ed. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.


    Gabarito do Professor: Letra C.

ID
2065678
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I

                       Contra a mera “tolerância” das diferenças

      “É preciso tolerar a diversidade”. Sempre que me defronto com esse tipo de colocação, aparentemente progressista e bem intencionada, fico indignado. Não, não é preciso tolerar.

      “Tolerar”, segundo qualquer dicionário, significa algo como “suportar com indulgência”, ou seja, deixar passar com resignação, ainda que sem consentir expressamente com aquela conduta.

      “Tolerar” o que é diferente consiste, antes de qualquer coisa, em atribuir a “quem tolera” um poder sobre “o que tolera”. Como se este dependesse do consentimento daquele para poder existir. “Quem tolera” acaba visto, ainda, como generoso e benevolente, por dar uma “permissão” como se fosse um favor ou um ato de bondade extrema.

      Esse tipo de discurso, no fundo, nega o direito à existência autônoma do que é diferente dos padrões construídos socialmente. Mais: funciona como um expediente do desejo de estigmatizar o diferente e manter este às margens da cultura hegêmonica, que traça a tênue linha divisória entre o normal e o anormal.

      Tolerar não deve ser celebrada e buscada nem como ideal político e tampouco como virtude individual. Ainda que o argumento liberal enxergue, na tolerância, uma manifestação legítima e até necessária da igualdade moral básica entre os indivíduos, não é esse o seu sentido recorrente nos discursos da política.

      Com efeito, ainda que a defesa liberal-igualitária da tolerância, diante de discussões controversas, postule que se trate de um respeito mútuo em um cenário de imparcialidade das instituições frente a concepções morais mais gerais, isso não pode funcionar em um mundo marcado por graves desigualdades estruturais.

(QUINALHA, Renan. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/2016/02/contra-a-mera-tolerancia-das-diferencas/. Acesso em: 30/03/2016. Trecho.)

Preencha as lacunas abaixo e, em seguida, assinale a alternativa correta.

A palavra _______________ segue a mesma regra ortográfica de “estigmatizar” (4º§), pois possui um sufixo formador de _______________.

Alternativas
Comentários
  • A

  • explicações??
  • A palavra estigamatizar vem de "estigma", logo passa pelo processo de derivação imprópia. Saiu de um subsatantivo pra um verbo.

    ESTIGMA => ESTIGMATIZAR , sufixo formador de verbo na primeira conjugação.

    O mesmo acontece na palavra humanizar.

    HUMANO => HUMANIZAR;


ID
2065708
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto II

      Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa. Pasmo e desolo-me. O meu instinto de perfeição deveria inibir-me de acabar; deveria inibir-me até de dar começo. Mas distraio-me e faço. O que consigo é um produto, em mim, não de uma aplicação de vontade, mas de uma cedência dela. Começo porque não tenho força para pensar; acabo porque não tenho alma para suspender. Este livro é a minha cobardia.

      A razão por que tantas vezes interrompo um pensamento com um trecho de paisagem, que de algum modo se integra no esquema, real ou suposto, das minhas impressões, é que essa paisagem é uma porta por onde fujo ao conhecimento da minha impotência criadora. Tenho a necessidade, em meio das conversas comigo que formam as palavras deste livro, de falar de repente com outra pessoa, e dirijo-me à luz que paira, como agora, sobre os telhados das casas, que parecem molhados de tê-la de lado; ao agitar brando das árvores altas na encosta citadina, que parecem perto, numa possibilidade de desabamento mudo; aos cartazes sobrepostos das casas ingremadas, com janelas por letras onde o sol morto doira goma húmida.

      Por que escrevo, se não escrevo melhor? Mas que seria de mim se não escrevesse o que consigo escrever, por inferior a mim mesmo que nisso seja? Sou um plebeu da aspiração, porque tento realizar; não ouso o silêncio como quem receia um quarto escuro. Sou como os que prezam a medalha mais que o esforço, e gozam a glória na peliça [...].

      Escrever, sim, é perder-me, mas todos se perdem, porque tudo é perda. Porém eu perco-me sem alegria, não como o rio na foz para que nasceu incógnito, mas como o lago feito na praia pela maré alta, e cuja água sumida nunca mais regressa ao mar.

(PESSOA, Fernando. Livro do Desassossego: composto por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa. Org. Richard Zenith. 3ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.)

No último parágrafo do texto, o autor afirma que escrever é perder-se e, depois, apresenta uma

Alternativas
Comentários
  • A “comparação” é o ato de examinar dois ou mais dados para lhes determinar semelhança, diferença ou relação. Nesse 
    sentido, ela serve para aclarar melhor ideias postuladas pelo autor do texto, através do cotejo com uma ideia mais 
    próxima de seu leitor. É o que ocorre no seguimento textual em análise, onde o autor coloca que ele se perde, mas não 
    como  (unidade lexical denotadora de comparação) “o rio na foz...”, mas sim  como  “o lago feito...”, isto é, duas 
    hiponímias de “água”. 
    Por sua vez, a “hipótese” é o ato preliminar e não final no texto, isto é, uma ideia a ser ainda explanada e não concluída 
    e a “inferência” está ligada ao “deduzir”, por meio de evidências, o que não se aplica já que o autor expõe um ponto de 
    vista. 
    Por fim a “conclusão” caracteriza-se por chegar um ponto através do raciocínio ou de um conjunto de elementos 
    concretos e/ou abstratos. Sob determinada ótica, poderia se considerar que o autor, além da comparação, realiza uma 
    conclusão, mesmo em virtude de ser o parágrafo final. No entanto, a alternativa afirma que ele conclui que da água do 
    rio não há regresso, quando em verdade, o que o texto coloca é que a água formadora do “lago feito na praia” jamais 
    “regressa ao mar”. 

    Fonte: Banca CIAAR.


ID
2065726
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto II

      Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa. Pasmo e desolo-me. O meu instinto de perfeição deveria inibir-me de acabar; deveria inibir-me até de dar começo. Mas distraio-me e faço. O que consigo é um produto, em mim, não de uma aplicação de vontade, mas de uma cedência dela. Começo porque não tenho força para pensar; acabo porque não tenho alma para suspender. Este livro é a minha cobardia.

      A razão por que tantas vezes interrompo um pensamento com um trecho de paisagem, que de algum modo se integra no esquema, real ou suposto, das minhas impressões, é que essa paisagem é uma porta por onde fujo ao conhecimento da minha impotência criadora. Tenho a necessidade, em meio das conversas comigo que formam as palavras deste livro, de falar de repente com outra pessoa, e dirijo-me à luz que paira, como agora, sobre os telhados das casas, que parecem molhados de tê-la de lado; ao agitar brando das árvores altas na encosta citadina, que parecem perto, numa possibilidade de desabamento mudo; aos cartazes sobrepostos das casas ingremadas, com janelas por letras onde o sol morto doira goma húmida.

      Por que escrevo, se não escrevo melhor? Mas que seria de mim se não escrevesse o que consigo escrever, por inferior a mim mesmo que nisso seja? Sou um plebeu da aspiração, porque tento realizar; não ouso o silêncio como quem receia um quarto escuro. Sou como os que prezam a medalha mais que o esforço, e gozam a glória na peliça [...].

      Escrever, sim, é perder-me, mas todos se perdem, porque tudo é perda. Porém eu perco-me sem alegria, não como o rio na foz para que nasceu incógnito, mas como o lago feito na praia pela maré alta, e cuja água sumida nunca mais regressa ao mar.

(PESSOA, Fernando. Livro do Desassossego: composto por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa. Org. Richard Zenith. 3ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.)

Preencha as lacunas abaixo e, em seguida, assinale a alternativa correta.

O aspecto tipológico ao qual está filiado esse texto é o ______________. Assim, através do _______________, ele representa, pelo discurso, experiências vividas.

Alternativas
Comentários
  • Através da competência metagenérica é possível perceber que o texto em anál ise pertence a tipologia do relatar, dentre 
    outros, por documentar e memorizar ações humanas. E, continente a essa tipologia, se enquadra no gênero ensaio pela 
    composição aparentemente despretensiosa, mas que concatena uma exposição lógica, com rigor textual e filosófico. 

    Fonte: Banca CIAAR.