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Prova COPESE - UFJF - 2017 - UFJF - Tradutor e Intérprete de Linguagem de Sinais


ID
2375719
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Ler devia ser proibido
(Guiomar de Gramont*)
A pensar a fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido. Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Don Quixote e Madame Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram, meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tornou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.
Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-lo com cabriolas da imaginação.
Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?
Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem necessariamente ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.
Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estrelas jamais percebidas.
É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.
Não, não deem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, podem levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, podem estimular uma curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.
Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos, em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verossimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade.
O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas leem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais, etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos incômodas. É esse o tapete mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do tempo. Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco. O que é mais subversivo do que a leitura? 
É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metrôs, ou no silêncio da alcova… Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um. Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos. Para obedecer, não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da submissão.
Para executar ordens, a palavra é inútil.
Além disso, a leitura promove a comunicação de dores, alegrias, tantos outros sentimentos. A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida.
Ler pode tornar o homem perigosamente humano.
Publicado originalmente em A formação do leitor: pontos de vista. Org. Juan Prado e Paulo Condini, Leia Brasil, 1999.
*Escritora e professora de Filosofia no Instituto de Filosofia e Artes da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto)  

Marque a alternativa CORRETA sobre o artigo de Guiomar de Gramont:

Alternativas
Comentários
  • Gab letra D. 

     

     

    Nem todo inteligente é sábio, no entanto, todo sábio é basicamente inteligente. 

  • Letra D.

    As outras alternativas são claramente erradas, bastou ler com atenção apenas uma vez o texto para perceber. Se toda questão de interpretação fosse assim seria fácil.


ID
2375725
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Ler devia ser proibido
(Guiomar de Gramont*)
A pensar a fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido. Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Don Quixote e Madame Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram, meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tornou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.
Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-lo com cabriolas da imaginação.
Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?
Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem necessariamente ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.
Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estrelas jamais percebidas.
É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.
Não, não deem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, podem levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, podem estimular uma curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.
Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos, em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verossimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade.
O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas leem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais, etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos incômodas. É esse o tapete mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do tempo. Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco. O que é mais subversivo do que a leitura? 
É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metrôs, ou no silêncio da alcova… Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um. Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos. Para obedecer, não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da submissão.
Para executar ordens, a palavra é inútil.
Além disso, a leitura promove a comunicação de dores, alegrias, tantos outros sentimentos. A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida.
Ler pode tornar o homem perigosamente humano.
Publicado originalmente em A formação do leitor: pontos de vista. Org. Juan Prado e Paulo Condini, Leia Brasil, 1999.
*Escritora e professora de Filosofia no Instituto de Filosofia e Artes da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto)  

Atente para as frases a seguir:
“Sem leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram.”
“Além disso, o livro estimula os sonhos, a imaginação, a fantasia.”
Os enunciados apresentam, respectivamente, os seguintes recursos estilísticos:

Alternativas
Comentários
  • A seguir as figuras de linguagem mais usadas:

    ·         METÁFORA: A metáfora consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão em lugar de outra, sem que haja uma relação real. Toda metáfora é uma espécie de comparação implícita, em que o elemento comparativo –como- não aparece.

    ·         COMPARAÇÃO: É a comparação entre dois elementos usando obrigatoriamente uma palavra comparativa (como).

    ·         METONÍMIA: Consiste em empregar um termo no lugar de outro, havendo entre ambos estreita afinidade ou relação de sentido. Exemplo: Sócrates bebeu a morte. (= Sócrates tomou veneno.)

    Obs. atualmente não se distingue a metonímia e a sinédoque.

    ·         CATACRESE: Trata-se de uma metáfora que, dado seu uso contínuo, cristalizou-se. A catacrese costuma ocorrer quando, por falta de um termo específico para designar um conceito, toma-se outro "emprestado". Assim, passamos a empregar algumas palavras fora de seu sentido original. Exemplos: pé da mesa; asa da xícara, maçã do rosto.

    ·         PERÍFRASE: Trata-se de uma expressão que designa um ser através de alguma de suas características ou atributos, ou de um fato que o celebrizou. Exemplos: cidade maravilhosa > Rio de Janeiro; rei do futebol > Pelé; rainha dos baixinhos > Xuxa.

    ·         SINESTESIA: Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido. Exemplo: você tem um olhar quente e azedo (visão + tato+ paladar).

    ·         ANTÍTESE: É uma figura de pensamento. Consiste na utilização de dois termos que contrastam entre si. Ocorre quando há uma aproximação de palavras ou expressões de sentidos opostos. O contraste que se estabelece serve, essencialmente, para dar uma ênfase aos conceitos envolvidos que não se conseguiria com a exposição isolada dos mesmos. Exemplo: nasce o sol, e não dura mais que um dia; depois da luz, se segue a noite escura...

    ·         PARADOXO: Também é uma figura de pensamento. Consiste numa proposição aparentemente absurda, que reúnem lado a lado ideias inconciliáveis. Exemplo: O amor é ferida que dói e não se sente.

    ·         EUFEMISMO: Consiste no emprego de uma palavra ou expressão que vise atenuar o tom desagradável ou agressivo de certas ideias. Exemplo: Depois de muito sofrimento, entregou a alma ao Senhor

  • "Morrer feliz" ironia;

    "O livro estimula (...)" é a leitura do livro, o conteudo dele... metonímia.

  • pq Morrer Feliz é uma ironia?

  • “Sem leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram.”

     

    Do meu ponto de vista, o título do texto já sugere que o conteúdo será irônico. O autor de ''Ler Devia Ser Proibido'' recorre ironicamente a uma argumentação a fim de persuadir o leitor a não ler, dando-lhe razões no decurso de alguns parágrafos para dispensar a leitura. Então, quando afirma ''ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o cercam'' está usando a ironia. Isso fica evidente se considerarmos o trecho seguinte: "Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-lo com cabriolas da imaginação."

     

     

    “Além disso, o livro estimula os sonhos, a imaginação, a fantasia.”

     

    Nesse excerto reconhecemos uma mentonímia, pois se trocou o conteúdo (palavras) pelo continente (livro). São as palavras, a partir da leitura, que ''estimula os sonhos, a imaginação, a fantasia."

     

    Gabarito B

  • Morrer feliz é uma ironia.

     

    O livro estimula os sonhos... relação de todo e parte. o que estimula sonhos é o conteúdo do livro. Metonímia


ID
2375731
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Ler devia ser proibido
(Guiomar de Gramont*)
A pensar a fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido. Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Don Quixote e Madame Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram, meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tornou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.
Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-lo com cabriolas da imaginação.
Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?
Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem necessariamente ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.
Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estrelas jamais percebidas.
É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.
Não, não deem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, podem levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, podem estimular uma curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.
Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos, em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verossimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade.
O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas leem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais, etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos incômodas. É esse o tapete mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do tempo. Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco. O que é mais subversivo do que a leitura? 
É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metrôs, ou no silêncio da alcova… Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um. Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos. Para obedecer, não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da submissão.
Para executar ordens, a palavra é inútil.
Além disso, a leitura promove a comunicação de dores, alegrias, tantos outros sentimentos. A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida.
Ler pode tornar o homem perigosamente humano.
Publicado originalmente em A formação do leitor: pontos de vista. Org. Juan Prado e Paulo Condini, Leia Brasil, 1999.
*Escritora e professora de Filosofia no Instituto de Filosofia e Artes da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto)  

Leia a sequência do artigo de opinião de Guiomar de Gramont:
“O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas leem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais, etc.”
Marque a alternativa CORRETA:

Alternativas
Comentários
  • “O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez (por exemplo) mais (complementar) as pessoas leem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais, etc.”

     

    LETRA C: A segunda frase tem um valor exemplificativo e complementar.  

  • Letra C.

    As frases se complementam quando é feita a exemplificação do porque o mundo vai por um bom caminho.


ID
2375737
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Ler devia ser proibido
(Guiomar de Gramont*)
A pensar a fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido. Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Don Quixote e Madame Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram, meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tornou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.
Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-lo com cabriolas da imaginação.
Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?
Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem necessariamente ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.
Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estrelas jamais percebidas.
É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.
Não, não deem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, podem levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, podem estimular uma curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.
Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos, em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verossimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade.
O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas leem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais, etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos incômodas. É esse o tapete mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do tempo. Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco. O que é mais subversivo do que a leitura? 
É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metrôs, ou no silêncio da alcova… Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um. Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos. Para obedecer, não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da submissão.
Para executar ordens, a palavra é inútil.
Além disso, a leitura promove a comunicação de dores, alegrias, tantos outros sentimentos. A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida.
Ler pode tornar o homem perigosamente humano.
Publicado originalmente em A formação do leitor: pontos de vista. Org. Juan Prado e Paulo Condini, Leia Brasil, 1999.
*Escritora e professora de Filosofia no Instituto de Filosofia e Artes da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto)  

Compare os dois períodos a seguir:

Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer.”

“Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam.”

Assinale a única afirmativa INCORRETA:


Alternativas
Comentários
  • Que comentário agregador.
  • Gabarito letra b.

     

     

    Na minha opinião  a oração sem ler tem valor de condição. Caso o homem não saiba ler jamais saberá a extensão do prazer (Se não ler).

  • Oracão Subordinada Adverbial:

    Consecutiva: exprime uma consequência, um efeito ou resultado daquilo que foi declarado na oração principal.

    Concessiva: idéia de contraste, de quebra de expectativa. Quando se faz uma concessão, não se faz oque é esperado, o que é normal. 

    Ex: Embora fizesse calor, levei agasalho.

  • Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer.”

    Posso reescrever mantendo o sentido: se o homem não soubesse ler, jamais saberia a extensão do prazer (relação de condição)

     

    Para ver que não tem valor de concessão (alternativa B, INCORRETA), basta reescrever usando uma conjunção concessiva:

    Embora não soubesse ler,  o homem jamais saberia a extensão do prazer - muda completamente o sentido!

     

    “Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam.” (relação de condição)

    A) expressam o mesmo sentido, mesmo valor semântico de CONDIÇÃO

    Gabarito: B) INCORRETA

  • A respeito da letra A.

    “Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam.

    “Seria impossível controlar e organizar a sociedade nessas condições.

    “Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer.”

    Nessa condição,  o homem jamais saberia a extensão do prazer.”

  • Nayara B.

    Na sua linha de raciocínio seria condição mesmo, não concessão, o item diz concessão, logo, está incorreto.

     


ID
2375743
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Ler devia ser proibido
(Guiomar de Gramont*)
A pensar a fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido. Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Don Quixote e Madame Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram, meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tornou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.
Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-lo com cabriolas da imaginação.
Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?
Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem necessariamente ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.
Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estrelas jamais percebidas.
É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.
Não, não deem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, podem levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, podem estimular uma curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.
Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos, em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verossimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade.
O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas leem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais, etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos incômodas. É esse o tapete mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do tempo. Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco. O que é mais subversivo do que a leitura? 
É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metrôs, ou no silêncio da alcova… Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um. Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos. Para obedecer, não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da submissão.
Para executar ordens, a palavra é inútil.
Além disso, a leitura promove a comunicação de dores, alegrias, tantos outros sentimentos. A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida.
Ler pode tornar o homem perigosamente humano.
Publicado originalmente em A formação do leitor: pontos de vista. Org. Juan Prado e Paulo Condini, Leia Brasil, 1999.
*Escritora e professora de Filosofia no Instituto de Filosofia e Artes da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto)  

– Leia com atenção a oração, atentando para a articulação entre os constituintes sintáticos:
“Não me deixam mentir os exemplos de Don Quixote e Madame Bovary.”
Esta oração atesta a importância da concordância entre verbo e sujeito para a produção de enunciados sintaticamente integrados, de acordo com a norma culta escrita.
Assinale a alternativa em que se descuidou dessa concordância:

Alternativas
Comentários
  • A narrativa .... faz.

    Não fazem...

  • GABARITO E

     

     a) Revogam-se todas as disposições em contrário.  ( As disposições são revogadas )  

     

     b) Seguem, em anexo, os procedimentos para a renovação das matrículas. ( Os procedimentos para a renovação das matrículas seguem em anexo )  

     

    osb.: segundo as regras de concordância, a expressão "em anexo" é invariável. Não confundir com o uso do adjetivo "anexo" que pode variar normalmente. E.: As duplicatas seguem anexas.

     

     c) Cumpram-se todas as exigências.  (Todas as exigências são cumpridas )

     

     d) Aos primeiros raios do sol, o instrutor dos mais novos já acordava todos os participantes da colônia de férias.

     

     e) A narrativa das histórias, algumas bem curtas, fazem com que você se envolva com o personagem. ( A narrativa faz )

     

    -----------------------------------------------------------------------------------------------------

     

    > No caso das alternativas "a" e "c", para ficar ainda mais claro, pode-se fazer a transformação da voz passiva sintética para analítica.

    > Nas demais, basta ter atenção com os termos que intercalam sujeito, verbo e complemento. Comumente, são utlizados adjuntos para causar distanciamento. 

     

    bons estudos!

  • Gabarito : E

  •  e)

    A narrativa das histórias, algumas bem curtas, FAZ com que você se envolva com o personagem. 

    As bancas adoram fazer isso: colocar um adjunto adverbial entre o sujeito e o verbo para você se perder e errar.

    LIGUEM-SE :)

  •  

    regra principal de concordância verbal: o verbo concorda com o núcleo do sujeito da oração, narrativa, que está no singular.

    A narrativa das histórias, algumas bem curtas, faz com que você se envolva com o personagem. 

  • No vídeo, a professora Isabel diz que não está correta a expressão "em anexo", mas uma das alternativas, considerada correta, a apresenta.

  • Não seria... ANEXOS..concordando com o OS PROCEDIMENTOS?

  • Sobre o "em anexo"

     

    Algumas gramáticas o abominam, outras não. Aqui a expressão é usada para indicar o modo como os procedimentos seguem  (locução adverbial de modo). Nesse caso ela é invariável, pois é formada de preposição + substantivo. Outro exemplo: Seguem, com certeza, os procedimentos.

     

    Seria diferente se a expressão figurasse como adjetivo, caso em que iria variar conforme o substantivo. Exemplo: Seguem anexos os arquivos. Segue anexo o arquivo.

     

    Aqui a expressão foi considerada ok, eu também estranhei, mas na dúvida devemos sempre procurar pela alternativa que esteja mais adequada ao que o enunciado pede. Via das dúvidas, nem arrisquemos usá-la nas provas de redação!

  • A questão pede Concordância Verbal. "Em anexo" é matéria de Concordância Nominal e está incorreto.

  • Em anexo = INVARIÀVEL 

  • e) A narrativa das histórias, algumas bem curtas, fazem com que você se envolva com o personagem. 

  • Vamos lá!!

     

     

    As alternativas A, B, C e D seguiram a regra geral, isto é, de que o verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa. Ex: Ocorreram manifestações ao longo do dia.

        Verbo             Sujeito

     

     

    Quanto à alternativa E, o gabarito, houve justamente um desrespeito ao núcleo do sujeito "narrativa", o que tornou o item errado.

     

     

    Abraço e bons estudos.

  •  a)Revogam-se todas as disposições em contrário.  CERTA - Sem preposição concorda com o suj

     b)Seguem, em anexo, os procedimentos para a renovação das matrículas. CERTA - "Em anexo" com preposição é INVARIÁVEL

     c)Cumpram-se todas as exigências.  CERTA - Sem preposição concorda com o suj.

     d)Aos primeiros raios do sol, o instrutor dos mais novos já acordava todos os participantes da colônia de férias. CERTA

     e)A narrativa das histórias, algumas bem curtas, fazem com que você se envolva com o personagem. ERRADA - Verbo FAZER invariável 

     

  • Verbo fazer invariável A história "faz" com que...
  •  a "narrativa" faz...singular (certo)

    a "narrativa" fazem...loucura (só no mundo dos aletrados que existe isso)

     

    faca na caveira!!!!

  • sujeito-verbo

     

    a) todas as disposições Revogam-se

    b) os procedimentos Seguem

    c) todas as exigências Cumpram-se

    d) o instrutor já acordava todos

    e) A narrativa das histórias faz

  • A narrativa das histórias, algumas bem curtas,FAZE com que você se envolva com o personagem. 


ID
2375749
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Ler devia ser proibido
(Guiomar de Gramont*)
A pensar a fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido. Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Don Quixote e Madame Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram, meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tornou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.
Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-lo com cabriolas da imaginação.
Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?
Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem necessariamente ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.
Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estrelas jamais percebidas.
É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.
Não, não deem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, podem levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, podem estimular uma curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.
Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos, em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verossimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade.
O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas leem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais, etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos incômodas. É esse o tapete mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do tempo. Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco. O que é mais subversivo do que a leitura? 
É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metrôs, ou no silêncio da alcova… Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um. Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos. Para obedecer, não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da submissão.
Para executar ordens, a palavra é inútil.
Além disso, a leitura promove a comunicação de dores, alegrias, tantos outros sentimentos. A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida.
Ler pode tornar o homem perigosamente humano.
Publicado originalmente em A formação do leitor: pontos de vista. Org. Juan Prado e Paulo Condini, Leia Brasil, 1999.
*Escritora e professora de Filosofia no Instituto de Filosofia e Artes da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto)  

Releia a primeira frase do artigo de opinião de Guiomar de Gramont:
“A pensar a fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido.”
Acerca da forma verbal destacada acima, a única afirmativa CORRETA é:

Alternativas
Comentários
  • A frase deveria ter usado o modo indcativo  no tempo presente. Eu digo

  • Que questão estranha...Qual seria o erro da C?Alguém pode comentar?

  • A) O futuro do préterito do indicativo, dependendo do contexto, dentre outros sentidos, fornece-nos uma idéia de possibilidade. Logo, afirmar que o verbo "diria" atenua, ou seja, minimiza a assertividade ( certeza, afirmação ) do enuciado é considerado CORRETO.

    B) O tempo verbal, na frase selecionada, exprime processo anterior a um momento passado. ERRADO. Pois, o tempo que indica um processo anterior ao passado é o Pretérito Mais que Perfeito.

    C) O tempo verbal escolhido exprime, na frase, um processo encerrado posteriormente a uma época passada. ERRADO. Pois, o enuciado refere-se ao Pretérito Perfeito ( "disse" cuja forma indica algo encerrado, que não segue no decorrer do tempo )

    D) O tempo verbal destacado é incluído tradicionalmente entre os tempos do modo subjuntivo. ERRADO. Pois, apesar do valor discursivo do Futuro do Préterito, trata-se do modo INDICATIVO.

    E) O tempo verbal de “diria” é o “pretérito-mais-que-perfeito”. ERRADO. Pois, o verbo "diria" está no FUTURO DO PRETÉRITO DO INDICATIVO.

  • Gabarito: A

  • TEMPOS DO INDICATIVO

     

     

    PRESENTE - Expressa um fato atual.

     

    PRETÉRITO IMPERFEITO - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual, mas que não foi completamente terminado.

     

    PRETÉRITO PERFEITO (SIMPLES) - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado.

     

    PRETÉRITO PERFEITO (COMPOSTO) - Expressa um fato que teve início no passado e que pode se prolongar até o momento atual.

     

    PRETÉRITO-MAIS-QUE-PERFEITO - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado.

     

    FUTURO DO PRESENTE (SIMPLES)  - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual.

     

    FUTURO DO PRESENTE (COMPOSTO) - Enuncia um fato que deve ocorrer posteriormente a um momento atual, mas já terminado antes de outro fato futuro.

     

    FUTURO DO PRETÉRITO (SIMPLES) - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado.

     

    FUTURO DO PRETÉRITO (COMPOSTO) - Enuncia um fato que poderia ter ocorrido posteriormente a um determinado fato passado.

     

  • No contexto, o autor usa "DIRIA" (futuro do pretérito) para atenuar a assertiva do enunciado.

    O verbo poderia estar corretamente no presente: "A pensar a fundo na questão, eu DIGO que ler devia ser proibido.”. Contudo, o texto seria menos polido.

    Conforme ensina Fernando Pestana em sua gramática: "O futuro do pretérito pode substituir o presente do indicativo, indicando polidez".

  • a-

    a pegadinha da questao é saber que atenuar significa "tornar mais fraco ou fragil". Uso do futuro do preterito indica algo que alguem gostaria que acontecesse, mas nao é possivel.

  • Letra a: correta. O futuro do pretérito pode ser usado para expressar polidez em pedidos e conselhos. Ou seja: ele tem um poder atenuante

    letra b: o tempo verbal que expressa tempo passado antes de outro tempo passado é o pretérito mais que perfeito do indicativo

    Letra c: errada

    letra d: trata-se do modo indicativo não do subjuntivo

    letra e: diria é futuro do pretérito


ID
2375755
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Ler devia ser proibido
(Guiomar de Gramont*)
A pensar a fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido. Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Don Quixote e Madame Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram, meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tornou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.
Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-lo com cabriolas da imaginação.
Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?
Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem necessariamente ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.
Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estrelas jamais percebidas.
É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.
Não, não deem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, podem levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, podem estimular uma curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.
Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos, em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verossimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade.
O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas leem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais, etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos incômodas. É esse o tapete mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do tempo. Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco. O que é mais subversivo do que a leitura? 
É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metrôs, ou no silêncio da alcova… Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um. Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos. Para obedecer, não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da submissão.
Para executar ordens, a palavra é inútil.
Além disso, a leitura promove a comunicação de dores, alegrias, tantos outros sentimentos. A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida.
Ler pode tornar o homem perigosamente humano.
Publicado originalmente em A formação do leitor: pontos de vista. Org. Juan Prado e Paulo Condini, Leia Brasil, 1999.
*Escritora e professora de Filosofia no Instituto de Filosofia e Artes da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto)  

Assinale a alternativa em que o termo destacado foi empregado em sentido conotativo:

Alternativas
Comentários
  • não estou conseguindo imaginar no sentido conotativo essa letra b. kkkkkkkk

  • Também não consegui Alisson Bento, fiquei curiosa.

    Alguém pode explicar?

  • Depois que errei, acho que consegui entender. Partindo do pressuposto que horizonte é, conf. dicionário, "linha circular em que a terra ou o mar parecem unir-se ao céu, e que limita o campo visual de uma pessoa.", o que se quer dizer é que há muito a se descobrir além das montanhas - outro termo conotativo, porque não necessariamente há montanhas na imaginação, mas aqui é visto como um limite. 

    Espero ter ajudado, mas, se errei, corrijam-me. :)

     

  • Bem, marquei a letra "C", pois:

    “Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização.”

    Na oração o termo destacado, ao meu ver, ter o sentido de ignorante.

  • Quando se diz que há outros horizontes além das montanhas, está se dizendo que existe mais "coisas" (terras, rios, montanhas, sei lá... qq tipo de paisagem) além das montanhas. O "horizonte" mesmo é a linha imaginária que separa a terra do céu quando se olha ao longe. Não sei se é possível dizer que existe outro.

    Agora... concordo que as outras são tb passíveis de serem consideradas em sentido conotativo. A letra A mesmo, reformar o mundo. Não é mundo que irá se reformar, é a civilização. Tb o autor não está dizendo que seus pés e mãos vão ser substituídos por patas, ele está se referindo a ser um animal (pelo menos foi o que entendi). Enfim... dá para arrumar justificativa para várias alternativas, sem dúvida.

  • O erro da letra "A" esta no grifo da palavra mundo e nao na palavra "reforma".

    Tendo em vista este raciocinio faz sentido o "horizonte", no que tange a ideia de existirem mais coisa, porem, no sentido Denotativo tambem vejo como certa.

  • Gabarito Letra B.

  • Ao segredo é ler o texto inteiro para entender a que  cada frase se refere. A frase Isolada pode ter sentido denotativo ou conotativo.

  • Onde que mundo não está em sentido conotativo?

  • ''Antes estivesse ainda a passear de quatro patas'' Nenhum humano nunca teve patas! Haviam ancestrais que caminhavam com os quatro membros no chão e isso evoluiu com o tempo, agora humano com pata nunca vi!! Questão extremamente mal formulada!

  • ''Antes estivesse ainda a passear de quatro patas'' Nenhum humano nunca teve patas! Haviam ancestrais que caminhavam com os quatro membros no chão e isso evoluiu com o tempo, agora humano com pata nunca vi!! Questão extremamente mal formulada!


ID
2375761
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Ler devia ser proibido
(Guiomar de Gramont*)
A pensar a fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido. Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Don Quixote e Madame Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram, meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tornou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.
Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-lo com cabriolas da imaginação.
Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?
Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem necessariamente ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.
Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estrelas jamais percebidas.
É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.
Não, não deem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, podem levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, podem estimular uma curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.
Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos, em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verossimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade.
O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas leem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais, etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos incômodas. É esse o tapete mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do tempo. Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco. O que é mais subversivo do que a leitura? 
É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metrôs, ou no silêncio da alcova… Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um. Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos. Para obedecer, não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da submissão.
Para executar ordens, a palavra é inútil.
Além disso, a leitura promove a comunicação de dores, alegrias, tantos outros sentimentos. A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida.
Ler pode tornar o homem perigosamente humano.
Publicado originalmente em A formação do leitor: pontos de vista. Org. Juan Prado e Paulo Condini, Leia Brasil, 1999.
*Escritora e professora de Filosofia no Instituto de Filosofia e Artes da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto)  

Releia o trecho:

“É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.”

A palavra “pendor” pode ser substituída no trecho acima, sem alteração do sentido, por todas as palavras abaixo, EXCETO:

Alternativas
Comentários
  • GAB:D
    Pendor, vem de pender....
    palavras com mesmo sentido no contexto: tendência, inclinação, propensão, queda, MAS não declive.
    Ex:
    Mentirosos pendem para o crime
    Mentirosos tem uma queda para o crime.
    Mentirosos tem uma tendência para o crime
    Mentirosos tem uma inclinação para o crime
    Mentirosos tem uma propensão para o crime



    MAS NUNCA
    Mentirosos tem um declive para o crime.

  • Resposta D.

    Todas as palavras são femininas e não concordam com desse. (  a Tendência / a Inclinação/ a Propensão / a Queda.  

    Apenas a alternativa D esta correta, desse declive. ( o declive ).

     

  • Sinônimos de Pendor

    Pendor é sinônimo de: aclive, declive, encosta, inclinação, ladeira, quebrada, rampa .
    Fonte: https://www.dicio.com.br/pendor/

    Marquei certo mas entendi nada, indiquem pra comentário!

     

  • As 1°s 3 opções sao sinonimos. Logo, se anulam. Queda tambem pode ser entendido como preferencia (ter uma queda por alguem). A unica opção que nao se relaciona com as demais é

    -d


ID
2375767
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Ler devia ser proibido
(Guiomar de Gramont*)
A pensar a fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido. Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Don Quixote e Madame Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram, meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tornou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.
Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-lo com cabriolas da imaginação.
Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?
Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem necessariamente ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.
Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estrelas jamais percebidas.
É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.
Não, não deem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, podem levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, podem estimular uma curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.
Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos, em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verossimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade.
O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas leem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais, etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos incômodas. É esse o tapete mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do tempo. Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco. O que é mais subversivo do que a leitura? 
É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metrôs, ou no silêncio da alcova… Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um. Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos. Para obedecer, não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da submissão.
Para executar ordens, a palavra é inútil.
Além disso, a leitura promove a comunicação de dores, alegrias, tantos outros sentimentos. A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida.
Ler pode tornar o homem perigosamente humano.
Publicado originalmente em A formação do leitor: pontos de vista. Org. Juan Prado e Paulo Condini, Leia Brasil, 1999.
*Escritora e professora de Filosofia no Instituto de Filosofia e Artes da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto)  

Releia o trecho:

“Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem.”

No trecho, o sinal de dois pontos pode ser substituído pela conjunção:

Alternativas
Comentários
  • Todavia e contudo  são conjunções adversativas.     Letras c e d - descartadas

    Portanto e  logo  são conjunções conclusivas.          Letras b e   e - descartadas

     

     

    Porque - Conjunção explicativa 

    Letra A

     

     

     

     

    Encontrei uma resolução parecida com essa .

     

    https://www.youtube.com/watch?v=iPJZLDtHSj0

  • Além desta caberia  as conjunções pois e porquanto.

  • ADITIVOS E, NEM (NEM... NEM), NÃO SÓ... MAS TAMBÉM, TAMPOUCO, TANTO... QUANTO.

    ADVERSATIVOS MAS, PORÉM, CONTUDO, TODAVIA, NO ENTANTO, ENTRETANTO, E

    ALTERNATIVOS OU, OU... OU, ORA... ORA, JÁ... JÁ, QUER... QUER, SEJA... SEJA

    CONCLUSIVOS LOGO, POIS (DESCOLADO, PORTANTO, POR CONSEGUINTE, ASSIM, ENTÃO, POR ISSO

    EXPLICATIVOS POIS, QUE, PORQUE, PORQUANTO

    CAUSAIS POIS, PORQUE, VISTO QUE, COMO, UMA VEZ QUE, NA MEDIDA EM QUE, PORQUANTO, HAJA VISTA QUE, JÁ QUE

    CONSECUTIVOS TÃO (TAMANHO, TANTO, TAL)... QUE, DE MODO QUE, DE MANEIRA QUE

    CONCESSIVOS EMBORA, CONQUANTO, NÃO OBSTANTE, AINDA QUE, MESMO QUE, SE BEM QUE, POSTO QUE, POR MAIS QUE, POR PIOR QUE, APESAR DE QUE, A DESPEITO DE, MALGRADO, EM QUE PESE

    COMPARATIVO COMO, MAIS... (DO) QUE, MENOS... (DO) QUE, TÃO... COMO, TANTO... QUANTO, TÃO... QUANTO, ASSIM COMO

    CONDICIONAIS SE, CASO, SEM QUE, SE NÃO, A NÃO SER QUE, EXCETO SE, A MENOS QUE, CONTANTO QUE, SALVO SE, DESDE QUE

    CONFORMATIVOS  CONFORME, CONSOANTE, COMO, SEGUNDO

    FINAIS PARA, PARA QUE, A FIM DE QUE, DE MODO QUE, DE FORMA QUE, DE SORTE QUE, PORQUE

    PROPORCIONAIS À PROPORÇÃO QUE, À MEDIDA QUE, QUANTO MAIS, AO PASSO QUE

    TEMPORAIS QUANDO, ENQUANTO, ASSIM QUE, LOGO QUE, DESDE QUE, ATÉ QUE, MAL, DEPOIS QUE, EIS QUE.

  • Gabarito A - porque

    Atenção ao uso dos dois pontos:

    - indicar citação alheia ou própria. Ex  "Ora, chegamos a perguntas que reputo importantes: Deve, realmente, ser posto de lado o conteúdo de uma obra literária?"

    - antes de uma enumeração. Ex "É assim Lenine: esquivo, irascível, exigente".

    - antes de uma explicação ou sequência. Ex "Seu Chico Brabo não sentia prazer em magoar fisicamente a criança: gostava de aperreá-la devagar, feri-la com palavras"

    - para indicar, no discurso direto, a fala dos personagens. Ex: Um operário pergunta a outro: ---- Quem é?

  • PORQUE = uma vez que. ( explicação)

  •  a) Porque.  / Explicativa

     b)Portanto. / Conclusiva

     c)Todavia.  / Adversativa

     d)Contudo.  / Adversativa

     e)Logo.  / Conclusiva

     

     

    Retenhamos firmes a confissão da nossa esperança; porque FIEL é o que prometeu. Hebreus 10:23

  • GABARITO A

     

    As conjunções coordenativas explicativas ligam duas orações em que a segunda oração expressa a explicação da ideia iniciada na primeira oração.

    As principais conjunções explicativas são porque, pois e que. Há, contudo, diversas outras conjunções explicativas.

     

    Lista de conjunções explicativas (e locuções conjuntivas):

    porque;

    pois (antes do verbo);

    porquanto;

    que;

    já que;

    visto que;

    dado que;

    uma vez que;

    isto é;

    ou seja;

    na verdade;

    a saber;

  • a-

    relação de causa e justificativa. O 2 pontos precede a passagem que preenche a lacuna semantica criada pela 1° proposição. Conjunção "porque" substitui 2 pontos porque responde a questao (tacita) da oração anterior

  • Explicativa : mostra uma explicação.

    Exemplos: porque, pois, visto que, tendo em vista, dado que, uma vez que, porquanto, como, que .

  • kkkk, esse texto é uma obra...vai para a coleção.


ID
2375773
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Ler devia ser proibido
(Guiomar de Gramont*)
A pensar a fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido. Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Don Quixote e Madame Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram, meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tornou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.
Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-lo com cabriolas da imaginação.
Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?
Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem necessariamente ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.
Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estrelas jamais percebidas.
É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.
Não, não deem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, podem levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, podem estimular uma curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.
Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos, em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verossimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade.
O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas leem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais, etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos incômodas. É esse o tapete mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do tempo. Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco. O que é mais subversivo do que a leitura? 
É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metrôs, ou no silêncio da alcova… Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um. Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos. Para obedecer, não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da submissão.
Para executar ordens, a palavra é inútil.
Além disso, a leitura promove a comunicação de dores, alegrias, tantos outros sentimentos. A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida.
Ler pode tornar o homem perigosamente humano.
Publicado originalmente em A formação do leitor: pontos de vista. Org. Juan Prado e Paulo Condini, Leia Brasil, 1999.
*Escritora e professora de Filosofia no Instituto de Filosofia e Artes da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto)  

Releia o trecho:

“O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram, meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante.”

O uso explicativo do termo “coitado” pode ser equiparado às expressões em destaque nas alternativas abaixo, EXCETO:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito letra C

     

    “O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras..."                           ---> Oração suburdinada adjetiva explicativa reduzida.

     

    O primeiro, que era um coitado, de tanto ler aventuras...        ---> Oração suburdinada adjetiva explicativa desenvolvida.

     

     

    A sacada é perceber que só a letra C não traz a oração entre vírgulas, sendo, neste caso, restritiva.

     

     

     

  • Gabarito: C

    Macetinho: com vírgula = com explicação.

  • c-

    As opções entre virgulas sao orações subordinadas adjetivas explicativas ou aposto. Em todo caso, têm a mesma função: explicar termo anterior. 'c' é a unica opção que nao segue esse raciocinio


ID
2375779
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Ler devia ser proibido
(Guiomar de Gramont*)
A pensar a fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido. Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Don Quixote e Madame Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram, meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tornou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.
Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-lo com cabriolas da imaginação.
Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?
Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem necessariamente ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.
Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estrelas jamais percebidas.
É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.
Não, não deem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, podem levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, podem estimular uma curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.
Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos, em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verossimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade.
O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas leem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais, etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos incômodas. É esse o tapete mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do tempo. Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco. O que é mais subversivo do que a leitura? 
É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metrôs, ou no silêncio da alcova… Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um. Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos. Para obedecer, não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da submissão.
Para executar ordens, a palavra é inútil.
Além disso, a leitura promove a comunicação de dores, alegrias, tantos outros sentimentos. A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida.
Ler pode tornar o homem perigosamente humano.
Publicado originalmente em A formação do leitor: pontos de vista. Org. Juan Prado e Paulo Condini, Leia Brasil, 1999.
*Escritora e professora de Filosofia no Instituto de Filosofia e Artes da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto)  

Releia o trecho:
“Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal.”
De acordo com a gramática normativa, o sujeito das orações destacadas pode ser classificado como:

Alternativas
Comentários
  • PRA MIM O GABARITO ESTÁ ERRADO. SERIA SUJEITO DETERMINADO, POIS TEM REFERENCIA NO CONTEXTO.

  • Concordo com o Rafa A. Eu marquei C pois enxerguei duas orações com o sujeito "nos" (ou seja: dois núcleos), que no caso são os livros... Mas não tenho certeza, posso estar errado.

  • Gabarito: letra E

     

    Detalhe para o enunciado da questão: "De acordo com a gramática normativa, o sujeito das orações destacadas pode ser classificado como:"

    É para "focar", apenas, na oração DESTACADA, ou seja, "Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal."

     

    O que sabemos sobre o sujeito OCULTO? Conteúdo transcrito abaixo:

     

    Implícito 
    Ocorre quando o sujeito não está explicitamente representado na oração, mas  pode ser identificado. 

     

    "Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal."

    Nessa oração, o sujeito é implícito e determinado, pois está indicado pelas desinências verbais -am (transportam) e -em (fazem).

     

    Observação: o sujeito implícito também é chamado de sujeito elíptico, subentendido ou desinencial. 
    Antigamente era denominado sujeito oculto. 

     

     

    Complementando:

     

    Obs.: quando o verbo está na 3ª pessoa do plural, fazendo referência a elementos explícitos em orações anteriores ou posteriores, o sujeito é determinado


    Por Exemplo: 


                     Felipe e Marcos foram à feira. Compraram muitas verduras. 
       Nesse caso, o sujeito de compraram é eles (Felipe e Marcos). Ocorre sujeito oculto

  • PELO QUE NOTEI, AINDA QUE HAJA REFERÊNCIA NO CONTEXTO , A ORAÇÃO EM DESTAQUE É DIVERSA DA PRINCIPA,NÃO CONTENDO, PORTANTO, O SUJEITO EXPRESSO.

  • No meu modo de analisar a questão, ficaria com a letra A (sujeito indeterminado), ou seja, verbo na terceira pessoal do plural. A análise está sendo feita na período destacado "Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal."

  • O sujeito é determinado, porém oculto/implícito/elíptico, pois são os livros que nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristais (o verbo "transportam" e a locução verbal "fazem enxergar" estão na 3ª pessoa do plural, fazendo referência ao elemento "os livros" explícito na oração anterior). "Os livros" é sujeito determinado simples, o fato de estar no plural não significa que tem dois núcleos. Além disso, o fato de haver mais de uma referência ao sujeito não o torna composto.

  • GABARITO: LETRA E

    "Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal.”

    Para começo de conversa nós temos que buscar os verbos. Sabendo o número de verbos(locução verbal equivale a um verbo apenas), saberemos o número de orações.

    Temos quantos verbos? 2! Transportaram e fazem enxergar(isso é uma locução verbal).
    Ou seja, temos quantas orações? DUAS!

    Se temos 2 orações, temos quantos sujeitos? DOIS!!
    Por que? Porque toda oração possui os termos essenciais SUJEITO E PREDICADO (só fiquem espertos que podemos ter orações sem sujeito/sujeito inexistente, mas isso é outro papo).Se temos 2 verbos, temos 2 orações e se temos 2 orações, temos 2 sujeitos!

    Por ora, vamos ficar nos 2 sujeitos em questão!

    O sujeito é sempre denotado pelo verbo e pode ser: DETERMINADO OU INDETERMINADO (ou inexistente, mas isso não importa agora)

    Determinado é o sujeito que você extrai da oração, perguntando ao verbo. Temos 3 tipos 
    - Simples: Possui apenas um núcleo
    - composto (mais de um núcleo)
    - oculto(não está expresso mas se deduz e vem na 1ª pessoa)
    *O que é núcleo? Núcleo é o substantivo ou palavra equivalente a ele(pode ser um numeral, pronome ou palavra substantivada, desde que eles façam as vezes de substantivo - Exemplo: Três é demais - "Três" é numeral mas nessa frase é substantivo e portanto, o sujeito da oração)

    Indeterminado é o sujeito que não está expresso na oração e nenhum termo fornece elemento para o seu reconhecimento.
    Temos 2 tipos:
    - Verbo na 3ª pessoa do plural sem qualquer referência: É como se fosse o sujeito oculto "Eles" (Ex:Roubaram o meu livro) Quem "roubaram"?.
    Se houver referência a coisa muda.
    Ex: Os assaltantes invadiram a minha casa e roubaram o meu livro(2 verbos = 2 orações = 2 sujeitos né? Sujeito do verbo invadiram = Os assaltantes. Núcleo = assaltantes que é substantivo. Ou seja, sujeito SIMPLES - Sujeito do verbo assaltaram(que está na 3ª pessoa) = OCULTO pois TEVE REFERÊNCIA ANTERIOR)

    - Verbo na 3ª pessoa do singular + SE (Esse SE é chamado ÍNDICE DE INDETERMINAÇÃO DO SUJEITO)
    Esses podem ser:
    1- Verbo Trans. Indireto + SE + Preposição (Ex: Confia-se em pessoas honestas) Quem "confia-se"?
    2 - Verbo Intransitivo + SE + geralmente ADVÉRBIO (Ex: Vive-se bem aqui) Quem "vive-se"?
    3 - Verbo de ligação + SE (Ex:Está-se feliz com o resultado). Quem "está-se"?

    Perceberam como não conseguimos determinar? Não se admite a voz passiva analítica

    Voltando a nossa frase:
    "Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal.”

    1ª Oração: Nos transportam a paraísos misteriosos - Quem foi transportado a paraísos misteriosos? NÓS! O sujeito está OCULTO. Admite voz passiva: Transportaram-nos.
    2ª Oração: Nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal - Quem enxerga? NÓS! Mesma coisa! Voz passiva: Unicórnios e palácios são enxergados POR NÓS! ou ENXERGAMO-NOS (E quem enxerga a eles? NÓS)

    Perceberam como há sujeito mas ele está OCULTO NA ORAÇÃO???



     

  • Vamos pedir comentário do professor. Esta questão está confusa, vários comentários divergentes.

  • A questão está correta ao apresentar como gabarito a alternativa ' E '. Porque se analisarmos bem será possível perceber que os verbos TRANSPORTAR e FAZER estão fazendo referência ao termo ' livros' que na verdade é o sujeito desses dois verbos, porém ele não aparece explícito, e sim de forma oculta.

    obs¹ Não existe sujeito expresso  

    obs² Toda vez que o que o verbo estiver fazendo referência a algum termos, mesmo que ele esteja conjugado na terceira pessoal do plural, ele não será indeterminado, mas sim terá o sujeito como oculto.

    Espero ter ajudado.

  • Bem simples, quando o verbo retorna uma expressão de uma oração anterior, dizemos que este sujeito é oculto, pois sabemos a que se refere, caso não tivesse referência, diríamos que é sujeito indeterminado

     

  • É oculto porque caberia um "eles" (os livros) na segunda frase. Não pode ser expresso porque daria a idéia de que o ponto final não serve para nada. O ponto final encerra o período, caso contrário teria sido escrito com vírgula ou seria inserido o "eles" ou repetido "os livros" para dar sentido de sujeito expresso.

  • “Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. [Os livros] Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal.”

  • [Os livros] . Nos trasportam .

  • NOS transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal.”

    Devido a presença do referido pronome (NOS ) anteposto ao verbo TRANSPORTAM,  este  perdeu todo o poder de indeterminação do sujeito. O pronome pessoal oblíquo átono teve influência considerável tranformando completamente a sitaxe do verbo.

    PORTUGUÊS É O BICHO.

    FÉ EM DEUS E FOCO NOS ESTUDOS GUERREIROS.

       

  • Incrível como há divergências sobre a aplicação do sujeito Oculto. Há quem diga que existe... outros dizem que não, mas vamos lá!

     

  • GABARITO: Letra E!!

    SUJEITO ELÍPTICO/DESINENCIAL/OCULTO: APESAR DE NÃO EXPRESO CONSEGUIMOS IDENTIFICAR.

    É USADO NA: 1° PESSOA VERBAL(EU, NÓS), 2° PESSOA VERBAL(TU, VÓS)  E NA 3° P.P.

     

    NÃO PODE SER INDETERMINADO, POIS SUJEITOS INDETERMINADOS  DEVEM ESTAR NA 3° P.P(SEM REFERENTE) OU 3° P.S+SE/I.I.S

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

  • Nao sei se ajuda, mas o Suejto OCULTO, DESINEnCIAL, ELIPTICO é também conhecido como SUBENTENDIDO, COntextual ( acho esses termos mais fáceis para compreensão)). O que ocorreu foi a elipse do Sujeito ''livros''. 

     ( OS livros) Nos transportam a paraísos misteriosos, etc;

     

     

  • Não concordo com esse gabarito, o contexto aponta o sujeito.

  • No segundo período, para o completo entendimento da mensagem, somos obrigados a perguntar "quem nos transportam a paraísos misteriosos?". Como temos que buscar a resposta em um outro período, tem-se que o Sujeito é Oculto, ou seja, sabemos dizer quem ele é, mas não é possível encontrá-lo no período em questão.

    Será oculto, também, se for possível identificá-lo pela desinência do verbo.

    Ex: Gostamos de ler livros policiais.

    Tudo na oração acima é predicado, e consegue-se determinar seu sujeito sem precisar de um período anterior para indicar o contexto, apenas pela desinência verbal.

    Espero ter ajudado!. :)

  • e-

    Sujeito oculto só depende da conjugação do verbo. A 3° pessoa do plural referencia "livros", agente topical da oração anterior

  • ELES DEU O VERBO NA TERCEIRA DO PLURAL .. TRANSPORTAM... MAS O SUJEITO VEIO EXPLÍCITO LÁ ATRAZ... OS LIVROS ENTAO SUJEITO OCULTO!Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. [Os livros] Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal.”


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ID
2375785
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Ler devia ser proibido
(Guiomar de Gramont*)
A pensar a fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido. Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Don Quixote e Madame Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram, meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tornou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.
Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-lo com cabriolas da imaginação.
Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?
Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem necessariamente ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.
Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estrelas jamais percebidas.
É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.
Não, não deem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, podem levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, podem estimular uma curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.
Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos, em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verossimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade.
O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas leem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais, etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos incômodas. É esse o tapete mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do tempo. Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco. O que é mais subversivo do que a leitura? 
É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metrôs, ou no silêncio da alcova… Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um. Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos. Para obedecer, não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da submissão.
Para executar ordens, a palavra é inútil.
Além disso, a leitura promove a comunicação de dores, alegrias, tantos outros sentimentos. A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida.
Ler pode tornar o homem perigosamente humano.
Publicado originalmente em A formação do leitor: pontos de vista. Org. Juan Prado e Paulo Condini, Leia Brasil, 1999.
*Escritora e professora de Filosofia no Instituto de Filosofia e Artes da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto)  

As palavras abaixo são acentuadas pela mesma regra de acentuação gráfica da palavra “unicórnios”, EXCETO:

Alternativas
Comentários
  • Unicórnios - paroxítona terminada em ditongo crescente e a palavra "Impossíveis" é paroxítona terminada em ditongo decrescente.

  • Excelente questão. Nos mínimos detalhes.

  • In-di-ví-duo (paroxítona)

    His-tó-ria (paroxítona)

    Im-po-sí-veis (paroxítona)

    Pa-lá-cio (paroxítona)

    Pró-prio (paroxítona)

  • In-di-ví-duo (paroxítona terminada em ditongo crescente) 

     

    His-tó-ria (paroxítona terminada em ditongo crescente)

     

    Im-pos-sí-veis (paroxítona terminada em ditongo decrescente) 

     

    Pa-lá-cio (paroxítona terminada em ditongo crescente)

     

    Pró-prio (paroxítona terminada em ditongo crescente)

  • Semivogais - i e u

    Ditongos crescentes >> SV + V

    Ditongos decrescentes >> V + SV

  • Semivogais - i e u

    Ditongos crescentes (tem duas letras antes e uma depois ) SV + V

    Ditongos decrescentes(tem uma letra antes e duas depois) V + SV

    Próprio ---- Ditongo crescente = SV + V

    falei ------- Ditongo decrescente = V + SV

    Um conhecimento só é válido quando compartilhado​.

  • ordem das vogais

    A (SEMPRE VOGAL)

    E

    O

    I/U (SERÁ VOGAL A QUE VIER PRIMEIRO)

    Ü (SEMPRE SEMIVOGAL)

  • Impossíveis é paroxítona terminada em ditongo decrescente, as demais, terminam em ditongos crescentes.

    Na dúvida:

    É crescente quando começa com vogal mais fraca e depois vogal mais forte. Decrescente é o contrário.

     

    #RumoAoTJMG

  • Dê ênfase na hora de falar a última silaba de cada palavra. Aí leia o comentário da  Isabelle :)

  • É possível também considerá-las proparoxítonas aparentes, o que ocorre somente nos casos onde existam ditongos crescentes.

    U-ni-cór-ni-os
    His-tó-ri-a
    Im-pos-sí-veis
    Pa-lá-ci-os
    Pró-pri-os

    http://www.infoescola.com/acordo-ortografico/base-xi-acentuacao-grafica-das-palavras-proparoxitonas/

  • gabarito "C"

    Unicórnio e impossiveis são paroxítonas.

    u.ni.cór.nios e im.pos.sí.veis. 

    Rumo à vitoria.

  • Andre Sales, sua justificativa para o gabarito está incorreta. 

    A justificativa correta é que unicórnios paroxítona terminada em ditingo crescente e que impossíveis é terminado em ditongo DESCRECENTE.

  • Os ditongos subdividem-se em:

    *Decrescentes(vogal+semivogal). Ex.: a-frou-xar, pa-trão.

    *Crescentes: (semivogal+vogal). Ex.: I-gua-çu, ci-ên-cia.

    Obs.: os ditongos crescentes, no final de palavras, podem também ser considerados hiatos(formando proparoxítonas), embora a classificação como ditongo seja mais recomendável. Compare essas duas possibilidades neste exemplo:

    história ; his--ria (ditongo/ paroxítona) ; his-tó-ri-a (hiato/ proparoxítona)

  • Unicórnios é acentuado por se tratar de uma paroxítona seguida de ditongo CRESCENTE 

    Já a palavra impossíveis é acentuada por se tratar de de uma paroxítna terminada em ditongo DECRESCENTE

  • QUESTÃO DE  NÍVEL PESADO:

    Unicórnios - paroxítona terminada em ditongo crescente 

    REGRA DIFERENTE

    Impossíveis - paroxítona terminada em ditongo decrescente.

  • Mesmo se vc ficar na duvida se unicornios é prop ou parox, voce consegue saber que é parox pelo simples motivo da maioria das opções serem parox, então obviamente unicornio seria parox

  • Questão phoda! 

    Todas paroxítonas terminada em ditongo crescente, ou proparoxítonas aparentes, exceto "Impossíveis". 

    Novo acordo para consulta: https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/508145/000997415.pdf?sequence=1

  • Um outro ponto de vista:

    In-di-ví-duo (paroxítona terminada em ditongo oral crescente)

    His-tó-ria (paroxítona terminada em ditongo oral crescente)

    Im-po-sí-veis (paroxítona terminada em "is")

    Pa-lá-cio (paroxítona terminada em ditongo oral crescente)

    Pró-prio (paroxítona terminada em ditongo oral crescente)


ID
2375791
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

As palavras abaixo são acentuadas pela mesma regra de acentuação gráfica da palavra “mágico”, EXCETO:

Alternativas
Comentários
  • Próprio é paroxítona terminada em ditongo crescente.  As demais são paraxítonas que seguem regras diferentes, quais seja paraxítonas terminadas em A ou O. 

  • GABARITO A

     

    "mágico" > Proparoxítona.

     

     a) Próprio. (Paroxítona terminada em ditongo crescente)

     b) Público. (Proparoxítona)

     c) Prático (Proparoxítona)

     d) Máquina. (Proparoxítona)

     e) Melódico. (Proparoxítona)

  • Semivogais - i e u

    Ditongos crescentes (tem duas letras antes e uma depois ) SV + V

    Ditongos decrescentes(tem uma letra antes e duas depoisV + SV

    Próprio ---- Ditongo crescente = SV + V

    falei ------- Ditongo decrescente = V + SV

    Um conhecimento só é válido quando compartilhado​.

  • A. Mágico é Proparoxítona e Próprio é Paroxítona terminada em ditongo crescente !

  • GABARITO: A

     

    Mágico é proparoxítona. Dentre as opções, apenas próprio não é.

     

    #RumoAoTJMG

  • Agora fiquei confusa, na questão Q791926 a palavra Próprio foi considerada proparoxítona, e agora está sendo considerada como paroxítona, alguém sabe explicar o motivo?

  • na questao anterior : Proprio é proparoxitona, e nessa não. confuso...

    Tambem procurei em outra fonte e é proparoxitona: Pro-pri-o.

    A regra é: toda palavra proparoxitona é acentuada. A questão está errada.

     

  • Pra mim pró-pio é paroxítona, pq quando a sílaba anterior é acentuada a semi-vogal atrai a vogal.

    Mas tem outra regra ai, que é chamada de proparoxítona aparente, parece mas não é..

    Alguns concursos cai outros não.. 

  • Laura você se refere a Q791928? se for desta que estas falando "própio" é paroxítona terminada em ditongo crescente

  • Paroxítona terminada em ditongo crescente

  • Paroxítona terminada em ditongo crescente.


ID
2375797
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia atentamente as frases abaixo:
I . Fiz um apelo à minha colega de trabalho.
II . Escrevi um longo e-mail à Lúcia.
III . Ler faz muito mal às pessoas.
IV . A leitura induz à loucura.
Tendo em vista as regras de uso do sinal indicativo de crase, marque a alternativa CORRETA:

Alternativas
Comentários
  • Resposta correta: letra D.

  • I . Fiz um apelo à minha colega de trabalho.

    (Crase facultativa diante de pronome possessivo feminino)

    II . Escrevi um longo e-mail à Lúcia.

    (Crase facultativa diante de nomes próprios femininos)

    III . Ler faz muito mal às pessoas.

    (O "as" que antecede um termo no plural sempre será craseado)

    IV . A leitura induz à loucura.

    (Crase obrigatória diante de palavras femininas)

     

    Alternativa E

    Corrijam-me se me equivoquei em alguma observação.

  • VIDE   Q202664

     

    GABARITO  E

     

     

    Ocorrência da crase é FACULTATIVA

     

    Existem APENAS TRÊS (3) CASOS:

     

    1 - Diante de nomes próprios femininos;

     

    2 - Diante de pronome possessivo feminino;  à NOSSA   à MINHA

     

    3 - Depois da preposição ATÉ.  (facultativo)

     

  • 1 Fiz um apelo a (prep.) + a (artigo) minha colega de trabalho. Porém, "minha colega" não exige artigo, pode-se dizer: Minha colega é bonita. Assim, crase facultativa.

    2 Escrevi um longo e-mail a (prep.) + a (artigo) Lucia. Mas "Lucia" tbm não exige artigo, pode-se dizer: Lucia é bonita. Assim, crase facultativa.

    3 Ler faz muito mal a (preposição) + as (artigo plural) pessoas. Como apareceu o "s" indicativo de plural de "as" significa que o artigo está lá, sendo assim, crase obrigatória.

    4 A leitura induz a (prep.) + a (artigo) loucura. A palavra "loucura" como substantivo, é necessário colocar o artigo A pois se não colocarmos, muda o sentido da frase: A loucura é algo estranho = nesse caso, é loucura é uma coisa estranha. Loucura é algo estranho = nesse caso, algo estranho que é uma loucura. Sendo assim, a frase A leitura induz à loucura é necessário por crase para manter o sentido de Loucura como um substantivo.

    (se escrevi alguma besteira, por favor, me corrijam). ;)

  • E. A crase será FACULTATIVA:

    1- Antes de pronomes possessivos femininos, no singular, que não subentedem palavras;

    2- Antes de nomes próprios femininos, sem especificador;

    3- Depois da preposição até.

  • como assim "nomes femininos próprios sem especificador"?

  • André Nascimento, antes de nomes próprios femininos a crase é facultativa. Mas quando temos nomes próprios adjetivados, ocorrerá OBRIGATORIAMENTE a crase.

     

    1) Refiro-me a Amélia - Correto (FACULTATIVO)

     

    2) Refiro-me à Amélia - Correto  (FACULTATIVO)

     

    3) Refiro-me à encantadora Amélia  (OBRIGATÓRIO)

  • Grato.

  • 3 REGRAS BÁSICAS DE CRASE:

    I) Trocar feminino por masculino

    II) Trocar o A por PARA ou PARA A - Se ficar apenas "para", NÃO USA CRASE. Se ficar "PARA A" ,usa crase;

    II)Substituir o IR por VOLTAR DA - "IREI A BAHIA" - Voltarei DA BAHIA.

     

    NUNCA OCORRE CRASE!!!

    1) Antes de verbos

    2)Antes de palaras maculinas. OBS. expressão "à moda de" (excessão). ex. Móveis À São luis. São luiz é masculino mas a expressão "Móveis à moda são luis" está embutida.

    3)Antes de pronomes no geral

     

    SEMPRE USO CRASE!!!

    1)Antes de horas- o show começa às 23h.

    2)Expressões adverbiais femininas - cheguei à tarde (tempo); comi à vontade (modo).

    (exceto em expressões sobre instrumentos ex. matou a facadas.)

     

    FACULTATIVA (OPCIONAL)- 

    I) Depois da expressão "ATÉ"- leve-o até a/à porta.

    II) Diante de nomes próprios femininos- refiro-me à/a Julia.

    III)Diante de pronome possessivo feminino 

  • Lembrando que só havera crase diante de hora,quando se tratar de hora exata.

  • e-

    é facultativo para as mulheres (antes de pronome possessivo feminino e antes de substantivo proprio feminino).

  • Não sei se posso colar link aqui, mas este vídeo esclarece o correto uso da crase, confiram lá!

    https://www.youtube.com/watch?v=R3QIPDyIFWI

  • I- FACULTATIVA - Antes de pronome possessivo feminino no singular - II -FACULTATIVA - Nome próprio feminino III - OBRIGATÓRIO (substantivo feminino feminino no plural)

  • a crase não é obrigatória antes de pronomes possessivos e nomes próprios . logo a alternativa correta é a letra E .

  • Sugestão de vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=R3QIPDyIFWI

  • I . Fiz um apelo à minha colega de trabalho. - Crase facultativa diante de pronomes possessivos femininos;

    II . Escrevi um longo e-mail à Lúcia. - Crase facultativa diante de nome próprio feminino;

    III . Ler faz muito mal às pessoas. - Crase obrigatória. - Troque a palavra feminina por uma masculina e se diante da palavra masculina ocorrer "ao" ou "aos" haverá crase. Se trocarmos pessoas por homens teremos a seguinte construção: "Ler faz muito mal aos homens" . Logo deve haver crase.

    IV . A leitura induz à loucura. Crase obrigatória também. Faça como no exemplo anterior. Substitua loucura por raciocínio, por exemplo. A estrutura ficará: "A leitura induz ao raciocínio". Logo deve haver crase.

  • Apenas uma observação quanto aos comentários dos colegas em relação ao item I:

    A crase é facultativa diante de pronomes possessivos adjetivos femininos, ou seja, os pronomes que estiverem acompanhando um substantivo.

  • e) O uso da crase é facultativo nas frases I e II.

     

     

     

    A crase é facultativa nos seguintes casos principais:

     

     

    a) antes de pronome possessivo com substantivo feminino claro:

     

    Exemplo: Dirigiu- se à (a) minha casa, e não à sua.

     

     

    b) antes de nome próprio feminino:


    Exemplo: As alusões eram feitas à (a) Ângela.

     

     

    c) antes da palavra casa quando acompanhada de expressão que denota o dono ou morador, ou qualquer qualificação:

     

    Exemplo: Irei à (a) casa de meus pais.

     

     

    FONTE: BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 37 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.

  • Letra E

  • A crase é facultativa: diante de nomes próprios femininos; depois da preposição até; diante de pronomes possessivos femininos no singular

    Para decorar os casos de crase facultativa:

    ATÉ SUA MARIA

    USO FACULTATIVO DE CRASE

    ·    Diante da preposição até.

    ·    Diante de nome próprio feminino.

    ·    Diante de pronome possessivo adjetivo feminino.

  • GABARITO: E

    Diante de nome próprio feminino e diante de pronome possessivo feminino com substantivo feminino expresso (minhas colegas...), a crase é facultativa.


ID
2375800
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Tendo em vista a ortografia oficial de Língua Portuguesa, assinale a alternativa em que o emprego do hífen está INCORRETO:

Alternativas
Comentários
  • a) Em porta-retratos, temos verbo + substantivo (porta, do verbo portar), o que justifica o emprego do hífen. O novo Acordo não modificou esta regra.

    b) Antes do Acordo, "microondas" escrevia-se sem hífen. Agora, escreve-se "micro-ondas". Diz a nova regra que assim é e será porque o prefixo "micro" termina com a vogal "o", a mesma vogal com que se inicia o segundo elemento dessa junção, "ondas".

    c) Conta-corrente - Com hífen, portanto. É assim que já se encontra registado em vários dicionários.

    d) A palavra “auto” ´é um prefixo, por se tratar de um prefixo terminado com VOGAL e a palavra “retrato” iniciar com “r', de acordo com a nova regra deve-se dobrar a letra “r” e não empregar o hífen, seguindo dessa forma a regra geral (letras iguais separa, letras diferentes junta-se).

    e) No geral, as locuções não possuem hífen, mas algumas exceções continuam por já estarem consagradas pelo uso: cor-de-rosa, arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé-de-meia, água-de-colônia, queima-roupa, deus-dará.

    Gabarito: D

  • AUTORRETRATO

  • gab D prefixo + palavra iniciada por R: duplica o R

    contrarrazão- autorretrato

  • VOGAL+R/S = DOBRA O "R" OU O "S". autoRRetrato 

  • RUMO AO TRT.

  • O emprego do Hífen representa uma das partes mais mal sistematizadas do acordo ortográfico; Precisa decorar, abaixo trascrevo um mapa mental com base no matrial do curso Estratégia Concursos. Professor: Felipe Luccas;

    MAPA MENTAL  

    NÃO USA HÍFEN

       1)  p/ unir Vogais Diferentes.................... agroindustrial, autoestrada, anteontem, extraoficial, videoaulas, coautor, infraestrutura

       2)  p/ unir consoantes Diferentes............. hipermercado, superbactéria, intermunicipal

       3)  p/ unir consoante com vogal.............. interescolar, supereconomico, interação

            a) se consoante for S / R duplica........ contrarregra, contrarrazões, contrassenso, ultrassom, antissocial, antirracismo, antirrugas

       4) após "quase"  e "não" ........................ não agressão, não bligerante, não fumante, não violência, quase delito, quase morte, etc

       5) entre palavras com elemento de ligação... mão de obra, café com leite, pé de moleque, cara de pau, camisa de força, cão de guarda

           a)  se NÃO há elemento de ligação haverá hífen. (vaga-lume, porta-malas, boa-fé, guarda-chuva, bate-boca, pega-pega, pingue-pongue)

           b) Exceções: Palavras com Elemento de ligação mas que tenha

                b1) sentido composto: pé-de-meia, gota-d´água, cor-de-rosa, água-de-colônia

                b2) nomes botânicos ou científicos: pimenta-do-reino, bico-de-papagaio, cravo-da-índia

      6) entre palavras repetidas...........................(dia a dia, corpo a corpo, face a face, porta em porta)

          a) Se não houver elemento de ligação,  háverá emprego do hífen......  corre-corre,  pega-pega, cri-cri

     .

    .

    .

    .

    EMPREGO DO HÍFEN

      1) Encadeamento, sentido particular,  não composto:......... Ponte Rio-Niterói,  Eixo Rio-São Paulo,  Percurso casa-trabalho...

      2) Após prefixos Recém, além, aquém, sem, pós, pre, ex, vice

      3) Prefixo antes de palavra com H.........

      4) Após prefixos Pro, Pre, Pos.............

      5) Sub /  Sob  +  R/B.......................... sub-região,  sub-raça, sub-reitor, sub-reptício

      6) Curcum / PAN + Vogal ..................  Pan-americano, Pan-europeu, circum-adjacente, curcum-navegação

      7)  Bem + Vogal / Consoante .............   bem-aventurado, bem-criado, bem-estar, bem-visto, bem-ditoso, bem-feito

          a) Exceto se palavra seguinte derivar de querer / fazer .......... bemquerer, bemfeito, bemquisto...

      8)  Mal + Vogal.................................  mal-educado, mal-humorado, mal-afortunado, mal-estar....

          a) Exceto se palavra seguinte derivar de querer / fazer .......... bemquerer, bemfeito, bemquisto...

          b) Se palavra seguinte iniciar com consoante........................ malnascido, malvisto, malfeito, valcriado, malditoso

     

    Esperto ter ajudado:  Gabarito LETRA D

  • Ainda me acostumando com a idéia de dobrar o r e o s... autorretrato, antirrugas, minissaia, biorritmo, contrarregra, ultrassom, microrregião e assim vai.

     

    Letra D.. é o gaba.

  • Márcio Advocacia

     

    Meu deus!!! Ajudou muito!!! Já salvei nas minhas anotações!!! Que Deus te dê em dobro! dshidsidhs

  • AUTORRETRATO.

  • d

    porta-retrato = justaposição, são duas palavras com sentido próprio se tomadas individualmente que qdo unidas formam uma outra palavra

    autorretrato = 'auto' é prefixo e não palavra com sentido se tomada sozinha sem o 'retrato' + terminado em vogal + iniciado com r ou s, por isso dobra 

  • Conta-corrente ou conta corrente ou contacorrente?????

    De acordo com Laércio Lutibergue, do blog Português na Rede: O hífen nesse caso é bobagem, porque não há a formação de substantivo composto. Trata-se apenas de um substantivo qualificado por um adjetivo, como ocorre em “conta bancária”, “conta especial”, “conta conjunta”, “conta gorda”

    Eu juntei pq de acordo com a regra Vogal + Consoante = junta a palavra..

    o que vcs acham?????

  • Amo português

  • Dois substantivos = HÍFEN haverá

    Vogais repetidas = HÍFEN SEPARARÁ

    Vogal  + Consoante  R ou S = NADA DE HÍFEN PRA ATRAPALHAR, E JUNTAS SE DUPLICARÁ

    Palavras com sentidos diferentes que se completam = OLHA A CRASE LÁ

     

  • Não sei se ajuda ou se confunde mais, mas a explicação que eu conheço para a separação em casos como "porta-retrato" e "conta-corrente" é porque o primeiro termo tem origem em um verbo.

  • AUTORRETRATO.

  • Há quem não compreenda por que “autorretrato” passa a ser escrito com “rr” e “porta-retrato” continua com hífen. Esse tipo de confusão se desfaz quando a pessoa olha o que deve ser olhado: o início da palavra.

    “Auto-” é um prefixo, “porta-” é uma forma do verbo “portar”. Os prefixos terminados em vogal unem-se, agora sem hífen, aos termos iniciados por “r” mediante a duplicação dessa consoante.

    A regra, porém, não se estende a substantivos compostos, que têm dois ou mais radicais. Assim, “porta-retrato” continua com hífen, como a maioria dos demais compostos iniciados por verbo (“porta-bandeira”, “abre-alas”, “lança-perfume”, “arranca-rabo”, “arrasta-pé” etc).

  • I - EMPREGO DO HÍFEN NAS PALAVRAS COMPOSTAS

    a) Nos compostos por justaposição, sem elemento de ligação, quando o primeiro termo está representado por forma substantiva, adjetiva, numeral ou verbal. Ex.: amor-perfeito / decreto-lei / boa-fé / azul-escuro / primeiro-ministro / guarda-noturno

    Aula da professora Isabel!

  • Regra da A) Verbo + Substantivo = Hífen. Lembre-se que não tem crase antes de verbo.

     

    Regra da B) Vogais Iguais = separa. O português não é viadinho!! Dois iguais se afastam, e dois diferentes se unem.

     

    Regra da C) Elementos que formam unidade semântica.

     

    Regra da D) Vogal + Rio grande do Sul = Sem hífen, e dobra o R ou o S.

     

    Regra E) Quando tem "de" no meio e afins não se usa hífen!

     

    Lembrar também que Sob ou Sobre + HBR = Hífen

  • AUTORRETRATO

  • GABARITO: LETRA D

  • Letra d.

    O correto é autorretrato.
     

     

    Questão comentada pelo Prof. Elias Santana 

  • AUTO, ANTI, ANTE, CONTRA, EXTRA, HIPO, INTRA, INFRA, NEO, PROTO, MONO, NANO, SUPRA, SOBRE, ULTRA:

    -vier seguido de 's' / 'r', fica junto e sem hífen. AUTORRETRATO

    -seguido de 'H' -> COM HIFEN

    -Seguido de vogal igual: com hífen. Anti-inflamatório

    -seguido de vogal diferente: juntos sem hífen. Autoescola

    -seguido de consoante diferente: sem hífen. Autoconhecimento

  • GAB D

    OS OPOSTOS SE ATRAEM

  • O não emprego do hífen em palavras compostas, quando o 1º elemento termina por vogal e o 2º elemento começa por "R" ou "S", é para evitar a mudança de som. Então, devemos duplicar essas consoantes.

    Ex: autorregulação (auto + regulação), antessala (ante + sala), contrassenha (contra + senha), aerossol (aero + sol)

  • Autorretrato.  

  • Vocábulos compostos, tendo prefixos terminados em vogal mais segundo elemento iniciado por "R" ou "S", elimina-se o hífen e dobra a consoante.


ID
2375809
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

As idades de três amigos, André, Bruno e Caio, somam 66 anos. Bruno nasceu 2 anos antes que Caio e, daqui a 6 anos, terá o dobro da idade que André tem hoje. Quantos anos tem Bruno?

Alternativas
Comentários
  • 1º Montar sistema de equações

    A+B+C= 66 (André, Bruno e Caio têm juntos 66 anos)

    B= 2+C (Bruno nasceu 2 anos antes de Caio, ou seja, Bruno é mais velho 2 anos)

    B+6= 2A (Daqui a 6 anos, Bruno terá o dobro da idade de André, hoje)

     

    2º Isolar varíaveis e fazer as substituições

    Isolamos o B na 3º equação: B+6= 2A    ------    B= 2A-6

    Igualamos a 2º equação (B= 2+C) com a 3º, já que os dois B estão isolados:  2+C= 2A- 6  ===  C= 2A- 8 

     

    3º Temos B e C, agora basta substituir na 1º equação

    A+B+C= 66 =====   A+ 2A-6+ 2A-8=66 ====  5A - 14=66 ====  5A= 66+14  ===5A=80   A= 16

     

    4º Temos A, agora basta substituir para acharmos o B

    B= 2A-6 ===  B= 2(16)- 6 ====  B= 26

    Bruno tem 26 anos

    Letra C

     

  •  

    Newton,a questão fala que o Bruno nasceu 2 anos antes que caio, ou seja, ele tem dois anos a mais.

    Se Bruno tem 26, Caio tem 24.

    Daqui 6anos Bruno terá 32, logo, o André tem 16.

  • acho mais fácil nesse tipo de questão ir testando as alternativas, 

     

  • a + b +c = 66

    b = c + 2

    a + c+2 + c = 66
    a + 2c = 64
    2c = 64 - a
    c = (64 - a)/2


    b + 6 = 2a
    b = 2a - 6


    64 - 2c + 2a - 6 + c = 66

    a + 2a - 6 + (64-a)/2 = 66

    3a + (64 - a)/2 = 72


    (5a + 64)/2 = 72

     

    a= 16

     

    16+c+2+c=66

    c+2+c=50

    c = 24

     

    40+b=66

    b=26


ID
2375812
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Uma confeiteira fará um grande bolo usando uma receita que recomenda o uso de 360 ml de leite para cada 240 g de farinha.
Se ela usar 1 kg de farinha, quanto de leite, em litros, deverá usar?

Alternativas
Comentários
  • Simples e fácil

    360 ml de leite

    240 g de farinha

    1kg de farinha = 1000 g de farinha

    Faz regra de 3

    360ml-------------------------240g

    x------------------------------1000g

    240x= 360000    x+ 360000/240    x= 1500ml

    1500 ml transforma em litros, dividindo por 1000=   1,5 litros

    Letra D

  • d-

    360ml___240g

    x______1000g

    360000 = 240x

    x= 36000/24 = 18000/12 = 1500


ID
2375815
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Um cinema fez uma pesquisa com 4 mil espectadores, sendo 55% do sexo feminino, sobre filmes estrangeiros dublados ou legendados. Entre as mulheres, 15% disseram preferir filmes dublados, 40% disseram não ter preferência e as demais afirmaram preferir filmes legendados.
Se o total de pessoas que respondeu que prefere filmes legendados foi 1350, qual porcentagem de homens ouvidos nessa pesquisa tem essa preferência?

Alternativas
Comentários
  • Total: 4000 pessoas

    M: 55%, ou seja, 2200 mulheres

    H: 45%, ou seja, 1800 homens

     

    15% das mulheres preferem filmes Dublados: 15% de 2200: 330

    40% sem preferencia: 40% de 2200: 880

    Restante: filmes legendados< ou seja, 330+880: 1210

    1210- 2200= 990 mulheres preferem legendado

     

    Se o total de pessoas, entre homens e mulheres, que preferem legendado é de 1350 e o de mulheres é de 990, basta dimunuir para saber o numero de homens apenas: 1350-990= 360 homens preferem legendado

    Porcentagem de homens: faz regra de 3

    Total de homens(100% de homens): 1800,/ preferem legendado: 360

    1800------------------100%

    360----------------------x       ====>     36000= 1800x =====> x= 36000/1800 ====> x= 20%

     

    20% de homens preferem legendado

    Letra B

  • Total: 4000 pessoas

    M: 55%, ou seja, 2200 mulheres

    H: 45%, ou seja, 1800 homens

     

    15% das mulheres preferem filmes Dublados: 15% de 2200: 330

    40% sem preferencia: 40% de 2200: 880

    Restante: filmes legendados< ou seja, 330+880: 1210

    1210- 2200= 990 mulheres preferem legendado

     

    Se o total de pessoas, entre homens e mulheres, que preferem legendado é de 1350 e o de mulheres é de 990, basta dimunuir para saber o numero de homens apenas: 1350-990= 360 homens preferem legendado

    Porcentagem de homens: faz regra de 3

    Total de homens(100% de homens): 1800,/ preferem legendado: 360

    1800------------------100%

    360----------------------x   ====>  36000= 1800x =====> x= 36000/1800 ====> x= 20%

     

    20% de homens preferem legendado

    Letra B


ID
2375818
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Matemática Financeira
Assuntos

Um capital foi aplicado a juros compostos por 2 meses e, ao final desse período, gerou um montante cujo valor foi 21% maior do que o capital que fora aplicado.
A taxa mensal de juros utilizada nessa aplicação foi igual a:

Alternativas
Comentários
  • atribuindo valoar de R$ 100

    c = 100

    m = 21% a mais que os 100 = 121 ( 1,21 x 100)

    n = 2 meses ( bimestre)

    i = % MES ???

     

    f = 1,21

    f = 1,21 - 1,00

    f = 0,21 ( x 100)

    f = 21% ao bimestre

     

    21% bim ..... JC .... mes   = 1,21 ^ 1/2

     

    raiz de 121 / raiz de 100 =

    11 / 10 = 1,1

    = 1,1 - 1,00

    = 0,1 (x100)

    = 10% mes

  • 10% = 0,10 = 1,10^2 = 1,21 - 1 21% de juros

    Dá pra fazer de cabeça.


ID
2375821
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Um marceneiro recebeu uma encomenda para confeccionar 1 000 blocos maciços de madeira, em forma de paralelepípedo reto, com as seguintes dimensões: 20 cm × 22 cm × 24 cm. Por desatenção, acabou construindo esses blocos com as dimensões: 22 cm × 24 cm × 26 cm.
Qual foi o volume de madeira, em metros cúbicos, que esse marceneiro acabou gastando a mais do que ele gastaria caso tivesse confeccionado os blocos nas dimensões encomendadas?

Alternativas
Comentários
  • 1º Descobrir volume dos dois blocos

    Bloco 1: 20x 22x24: 10560 x 1000 unidades: 10560000 cm3

    Bloco 2: 22x24x26: 13728x1000 unidades: 13728000 cm3

    2º Diferença entre as medidas dos blocos: 13728000-10560000: 3168000 cm3

    3º Transformar 3168000cm3 para m3-   Km3 Hm3 Dam3  m3  dm3 cm3 mm3  (duas casas e soma os expoentes 3=3=6)

    Assim, Volta 6 casas, ou seja, 3,168 m3

    Letra B

     

    Me corrijam, se eu estiver errada ou ter feito algo errado.


ID
2375824
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Raciocínio Lógico
Assuntos

Um biólogo cataloga folhas que coleta de árvores em pesquisas de campo usando um código formado por uma vogal seguida de 3 dígitos numéricos de 1 a 9. Ele já usou 1/3 dos códigos.
Quantas folhas ainda podem ser catalogadas até que os códigos sejam esgotados?

Alternativas
Comentários
  • O código é formado por 4 digitos, sendo 1 vogal e  3 numeros de 1 a 9. Assim temos 5 vogais e 9 numeros que podem ser utilizados.

    Como não há nenhuma regra ou exceção quanto à disposição desse código, fica assim: 

      v          n     n    n

    -------  ------- ------- -------

    5           9     9      9           5x9x9x9: 3645 possibilidades

     

    No entanto, já utilizou 1/3 das 3645 possibilidades, assim, temos 3645/3: 1215

    Agora, basta diminuir 3645-1215: 2430 possibilidades restantes

    Letra B

  • Questão de bastente atenção !!

    5v x 9 x 9 x 9= 3.645/3=1215

    3.645-1215=2.430

     

  • Em relação aos algarismos admite-se a repetição pois no comando a questão não trouxe nenhuma restrição quanto a sua disposição. 

     

    Ficando assim: 5 vogais [ A E I O U] multiplicado por 9x9x9= 729

    depois eu peguei 5 e multipliquei por 729 que resultou em 3645.  A questão disse também que um terço haviam sido usados. o que corresponde a 1215, pois 1/3 de 3645 é só multiplicar o de cima pelo valor total e depois dividir pelo divisor que nesse caso era 3. por fim é só pegar o 3645 e subtrair pelo 1215. Resultado 2430.

  • Vocês são gênio. na boa!


ID
2375830
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Antônio e mais cinco amigos decidirão por meio do lançamento de um dado quais serão os três membros desse grupo que farão a apresentação de um trabalho. Cada um foi associado a um dos números de 1 a 6. Lança-se o dado uma quantidade de vezes suficiente até que ocorram três números diferentes. As três pessoas associadas a esses três números serão as que apresentarão o trabalho pelo grupo.
A probabilidade de que Antônio esteja dentre as três pessoas que farão a apresentação do trabalho é:

Alternativas
Comentários
  • "Lança-se o dado uma quantidade de vezes suficiente até que ocorram três números diferentes."

    O número suficiente de vezes é 3.

     

    O total de combinações sem repetição fica,

    C(6,3) = 6! / [3!(6-3)!] = 5.4 = 20 -> Esse é meu espaço amostral, ou seja, o total de possibilidades.

     

    Para saber quantas vezes Antonio aparecerá,

    C(5,2) = 5! / [2!(5-2)!] = 5.2 = 10 -> Esse é o total que antonio aparece, vamos chamar de evento A.

     

    Logo,

    P(A) = 10/20 = 1/2

     

    Letra a

  • Não entendi, pq não 91/216?

  • Alguém poderia explicar melhor esta questão, por favor? Infelizmente não consegui entender pela fórmula apresentada pela colega @Isabela de almeida silva...

  • A quantidade de vezes que o dado precisa ser lançado serão 3, já que são 3 pessoas que farão o trabalho.

    Por mais que a questão fale em "Lança-se o dado uma quantidade de vezes suficiente até que ocorram três números diferentes.", o mínimo de vezes que isso pode ocorrer será 3 vezes.

    Considerando isso, fazemos uma C6,3 (Combinação de 6, tomados 3 a 3): isso significa que, de 6 possíveis valores que podem sair no dado, apenas 3 nos interessam. Lembrando que a ordem não importa e não admite-se repetição.

    C(6,3) = 6! / [3!(6-3)!] = 20 -> Esse será o espaço amostral, ou seja, o total de possibilidades. É o número de jeitos de se escolher um grupo de 3 pessoas (dentre 6) pra apresentar o trabalho.

    Para saber o número de possibilidades nas quais Antônio fará parte desse grupo, faremos o seguinte:

    Pegaremos o número de situações em que Antônio não está no grupo e diminuiremos do total. O resultado dessa conta será o número de possibilidades que Antônio estará entre os integrantes do grupo.

    Número de grupos que Antônio não faz parte: C(5,2) = 5! / [2!(5-2)!] = 5.2 = 10. Trata-se de uma combinação de 5 indivíduos (Antônio foi excluído), tomados 2 a 2 (pois o lugar de Antônio também foi retirado).

    Número de grupos que Antônio faz parte: Total - grupos que ele não faz parte. -> C(6,3) - C(5,2) = 10

    Ou seja, 10 grupos o Antônio está presente e nos outros 10 ele não estará presente.

    Finalizando, a probabilidade de Antônio estar entre as pessoas que apresentarão o trabalho é o número de grupos que ele se encontra dividido pelo total de possibilidades, ou seja -> 10/20

    Sendo o resultado 1/2, assim como na alternativa A

  • Probabilidade

    Numero de vezes lançadas até que ocorram três números diferentes/total de lados do dado: 3/6=1/2

  • A questão quer a possibilidade de o Antônio estar entre os escolhidos. A maneira mais fácil é calculando a possibilidade dele não estar entre os escolhidos:

    Primeira jogada: 5/6

    Segunda jogada: 4/5

    Terceira jogada: 3/3

    Multiplicando as frações: 60/120.

    Logo, se em metade das possibilidades o Antônio não será escolhido, na outra metade ele será: gabarito alternativa A


ID
2375833
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Direito Administrativo
Assuntos

Marque a alternativa INCORRETA.
De acordo com a Lei nº 8.112/90, ao entrar em exercício o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão objetos de avaliação para o desempenho do cargo, observados os seguintes fatores, EXCETO:

Alternativas
Comentários
  • Urbanidade nunca vi na lei 8112-90 .

     

     

         Art. 20.  Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período de 24 (vinte e quatro) meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo, observados os seguinte fatores: (Vide EMC nº 19)

            I - assiduidade;

            II - disciplina;

            III - capacidade de iniciativa;

            IV - produtividade;

            V- responsabilidade.

     

     

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8112cons.htm

  • Resposta correta: Letra D

    É só lembrar do A-CA-DI-PRO-RE

  • Acadiprore eu nunca vou lembrar. Mas "Dilma Roubou no PAC" nunca vou esquecer. Disciplina, Responsabilidade, Produtividade, Assiduidade e Capacidade de iniciativa.

  • Gabarito, D

     

    Assiduidade: Quem cupre seus compromissos não só com freqüência e regularidade, mas com zelo, comprometimento e dedicação.

  • Art. 20 L8112/90 - Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período de 24 meses, durante o qual sua aptidão e capacidade serão objetos de avaliação para o desempenho do cargo, observando os seguintes fatores:

    Emenda constitucional 19/1998 - Deve ser consiserado para estágio probatório o periodo de 36 meses (3anos).

     

    AS DICA PRO RES

    AS - Assiduidade

    DI - Disciplina

    CA - Capacidade de iniciativa

    PRO - Produtividade

    RES - Responsabilidade 

  • LETRA D INCORRETA 

    LEI 8.112

      Art. 20.  Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período de 24 (vinte e quatro) meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo, observados os seguinte fatores: 

            I - assiduidade;

            II - disciplina;

            III - capacidade de iniciativa;

            IV - produtividade;

            V- responsabilidade.

  • Dilma Roubou no PAC

  • LETRA D

     

    PADRI

     

    P - PRODUTIVIDADE

    A - ASSIDUIDADE

    D - DISCIPLINA

    R - RESPONSABILIDADE

    I - INICIATIVA

  • GABARITO:D

     

    LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990



    Art. 20.  Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período de 24 (vinte e quatro) meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo, observados os seguinte fatores: (vide EMC nº 19)

           
            I - assiduidade; [LETRA A]

     

            II - disciplina; [LETRA B]

     

            III - capacidade de iniciativa; [LETRA C]

     

            IV - produtividade;


            V- responsabilidade. [LETRA E]

     

  • Três anos passam RAPID: responsabliidade, assiduidade, produtividade, iniciativa, disciplina.

  •  

    DIsciplina

    Capacidade de Iniciativa

    Assiduidade

     

    PROdutividade

    RESponsabilidade 

     

    DICA PRO RES

     

  • Macete: PADRI, com "i".

    Produtividade

    Assiduidade

    Disciplina

    Responsabilidade

    Iniciativa

  • DI CA PA RE

    Disciplina

    Assiduidade

    Capacidade de Iniciativa

    Responsabilidade

  • Gab - D

    Art. 20.  Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período de 24 (vinte e quatro) meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo, observados os seguinte fatores:           

    I - assiduidade; II - disciplina; III - capacidade de iniciativa; IV - produtividade; V- responsabilidade.

    É o A CA DI PRO RÉ

  • GABARITO: LETRA D

    Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período de 36 (trinta e seis) meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo, observados os seguinte fatores:       

    I - assiduidade;

    II - disciplina;

    III - capacidade de iniciativa;

    IV - produtividade;

    V- responsabilidade

    FONTE: LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990

  • Nesta questão espera-se que o aluno assinale a alternativa CORRETA. Para resolvê-la, exige-se do candidato conhecimento acerca dos agentes públicos, em especial acerca da Lei 8.112/1990. Vejamos:

    Art. 20, Lei 8.112/90. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período de 24 (vinte e quatro) meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo, observados os seguinte fatores:           (Vide EMC nº 19)

    I - assiduidade;

    II - disciplina;

    III - capacidade de iniciativa;

    IV - produtividade;

    V- responsabilidade.

    Assim:

    A. ERRADO. Assiduidade.

    Conforme art. 20, I, Lei 8.112/90.

    B. ERRADO. Disciplina.

    Conforme art. 20, II, Lei 8.112/90.

    C. ERRADO. Capacidade de iniciativa.

    Conforme art. 20, III, Lei 8.112/90.

    D. CERTO. Urbanidade.

    Não há previsão legal.

    E. ERRADO. Responsabilidade.

    Conforme art. 20, V, Lei 8.112/90.

    GABARITO: ALTERNATIVA D.


ID
2375836
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Ética na Administração Pública
Assuntos

Marque a alternativa INCORRETA.
Corresponde às vedações ao servidor público, conforme as disposições do Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, EXCETO:

Alternativas
Comentários
  • XV - E vedado ao servidor público;

     

    a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem;

    b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam;

    c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética de sua profissão;

    d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material;

    e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento para atendimento do seu mister;

    f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente superiores ou inferiores;

    g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento da sua missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim;

    h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providências;

    i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em serviços públicos;

    j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular;

    l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio público;

    m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros;

    n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente;

    o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana;

    p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso.

  • GABARITO: LETRA E

    Das Vedações ao Servidor Público

    XV - E vedado ao servidor público;

    e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento para atendimento do seu mister;

    FONTE:  DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994.  


ID
2375839
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Direito Administrativo
Assuntos

Marque a alternativa INCORRETA:

Alternativas
Comentários
  • Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir.

  • b) Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua realização e a assinatura da autoridade responsável.  

    CERTO. Lei 9784/99, Art. 22, § 1o Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua realização e a assinatura da autoridade responsável.

     

    c) Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente será exigido quando houver dúvida de autenticidade.  

    CERTO. Lei 9784/99, Art. 22, § 2o Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente será exigido quando houver dúvida de autenticidade.

     

    d) A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo órgão administrativo.  

    CERTO. Lei 9784/99, Art. 22, § 3o A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo órgão administrativo.

     

    e) O processo deverá ter suas páginas numeradas sequencialmente e rubricadas. 

    CERTO. Lei 9784/99, Art. 22, § 4o O processo deverá ter suas páginas numeradas seqüencialmente e rubricadas.

  • Gabarito, A

     

    Pura literalidade da Lei 9784/99

     

    Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir.

  • Nos processos administrativos, a necessidade de obediência à forma é muito menos rigorosa do que nos processos judiciais.

    Por isso é que se diz que os processos administrativos são regidos pelo informalismo ou, segundo alguns autores, pelo formalismo moderado.

    O processo administrativo é formal, no sentido de que deve ser escrito, numerado e assinado, além de conter documentado tudo o que ocorre no seu desenvolvimento; por outro lado, é informal, no sentido de que não está sujeito a formas rígidas.

     

    Com efeito, o princípio do informalismo preceitua que, embora seja formal, o processo administrativo deve adotar formas simples, apenas suficientes para proporcionar segurança jurídica e garantir o direito de defesa quando necessário.

     

    O art. 22 da Lei 9.784/1999 consagra o informalismo do processo administrativo ao estabelecer: 

                  Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir.

     

    Gabarito A

  • O  Processo Administrativo possui vários princípios, entre eles:

    MOTIVAÇÃO, OFICIALIDADE, BOA-FÉ e INFORMALISMO.

     

    O informalismo é um princípio em favor do administrado pois a essência do princípio é:

    A fim de buscar o direito, o administrado não pode sofrer obste da ADM PUB através de formalidades. (Salvo situação legal descrita).

     

    Uma maneira de internalizar esse princípio muito cobrado em provas.

  • LETRA A INCORRETA 

    LEI 9.784 

    Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir.

  • Cara, eu quero morrer quando escolho a alternativa correta quando pedem a incorreta! kkkk

  • Macete para quando pedirem a Incorreta e eu marco a Correta -:)

     

    I ncorreta  = I errada e o resto certas

  • LEI 9784/99

     

    CAPÍTULO VIII
    DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSO

     

    Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir.

     

    GABARITO: LETRA A

  • Gustavo Mello Knoplock

    Série Provas & Concursos - Manual de Direito Administrativo

    10ª edição, 2016


    O autor aponta como um dos critérios do Processo Administrativo o INFORMALISMO:



    Não são exigidas, nos processos administrativos, como regra geral, formalidades especiais; o processo deve ser, tanto quanto possível, ágil e não burocrático. Uma das consequências desse princípio é a não necessidade de advogado para representar o interessado, que poderá optar entre atuar pessoalmente no processo ou eleger um representante. Aqui também se verifica a diferença em relação aos processos judiciais, em que a regra é a formalidade de seus atos, inclusive com a exigência de advogados.


    Neste sentido, dispõe o art. 22 da Lei nº 9.784 que “os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir”.

  • A) Princípio do informalismo ou formalismo moderado.

    Fonte: Labuta nossa de cada dia.

  • GABARITO: LETRA A

    DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSO

    Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir.

    FONTE:  LEI Nº 9.784, DE 29 DE JANEIRO DE 1999.  

  • O examinador solicitou a assertiva INCORRETA no que concerne à Lei do Processo Administrativo Federal (Lei 9.784/99):

    LETRA “A”: ERRADA. É A RESPOSTA. A regra é a ausência de forma dos atos administrativos: Art. 22 da lei 9.784/99. “Os atos do processo administrativo NÃO dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir.”

    Esquematizando:

    REGRA – Os atos processuais não tem forma (PRINCÍPIO DO INFORMALISMO ou do FORMALISMO MODERADO)

    EXCEÇÃO – Os atos processuais podem ter forma QUANDO A LEI EXPRESSAMENTE EXIGIR.

    LETRA “B”: CERTA. Literalidade do art. 22, § 1º da lei 9.784/99: “Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua realização e a assinatura da autoridade responsável.”

    LETRA “C”: CERTA. Conforme o art. 22, § 2º da lei 9.784/99, a regra é a desnecessidade de reconhecimento de firma: “Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente será exigido quando houver dúvida de autenticidade.”

    LETRA “D”: CERTA. Nos termos do art. 22, § 3º da lei 9.784/99: “A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo órgão administrativo.”

    LETRA “E”: CERTA. Literalidade do art. 22, § 4º da lei 9.784/99: “O processo deverá ter suas páginas numeradas seqüencialmente e rubricadas.

    GABARITO: LETRA “A”


ID
2375842
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Ética na Administração Pública
Assuntos

Marque a alternativa INCORRETA, segundo o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal:

Alternativas
Comentários
  • Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta e indireta implementarão, em sessenta dias, as providências necessárias à plena vigência do Código de Ética, inclusive mediante a Constituição da respectiva Comissão de Ética, integrada por três servidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou emprego permanente.

     

    XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos encarregados da execução do quadro de carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta ética, para o efeito de instruir e fundamentar promoções e para todos os demais procedimentos próprios da carreira do servidor público.

     

     

     

  • ALTERNATIVA "B"

     b)Cada Comissão de Ética, integrada por três servidores públicos e respectivos suplentes, poderá instaurar, de ofício, processo sobre ato, fato ou conduta que considerar passível de infringência a princípio ou norma ético-profissional, podendo ainda conhecer de consultas, denúncias ou representações formuladas contra o servidor público, a repartição ou o setor em que haja ocorrido a falta, cuja análise e deliberação forem recomendáveis para atender ou resguardar o exercício do cargo ou função pública, desde que formuladas por autoridade, servidor, jurisdicionados administrativos, qualquer cidadão que se identifique ou quaisquer entidades associativas regularmente constituídas. INCORRETO, O INCISO XVII FOI REVOGADO  (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)

  • XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder público, deverá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio público, competindo-lhe conhecer concretamente de imputação ou de procedimento susceptível de censura.

    XVII -- Cada Comissão de Ética, integrada por três servidores públicos e respectivos suplentes, poderá instaurar, de ofício, processo sobre ato, fato ou conduta que considerar passível de infringência a princípio ou norma ético-profissional, podendo ainda conhecer de consultas, denúncias ou representações formuladas contra o servidor público, a repartição ou o setor em que haja ocorrido a falta, cuja análise e deliberação forem recomendáveis para atender ou resguardar o exercício do cargo ou função pública, desde que formuladas por autoridade, servidor, jurisdicionados administrativos, qualquer cidadão que se identifique ou quaisquer entidades associativas regularmente constituídas. 


ID
2375845
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Direito Administrativo
Assuntos

Marque a alternativa INCORRETA com relação à estabilidade do servidor público, prevista constitucionalmente:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito letra d).

     

    CONSTITUIÇÃO FEDERAL

     

     

    a) Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. 

     

     

    b) Art. 41, § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.

     

     

    c) Art. 41, § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

     

     

    d) Art. 41, § 1º O servidor público estável só perderá o cargo: 

     

    I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

     

    II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;

     

    III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.

     

    * OU SEJA, O SERVIDOR PODERÁ PERDER CARGO POR OUTROS MOTIVOS, E NÃO APENAS EM VIRTUDE DE SENTENÇA JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO. LEMBRAR QUE O SERVIDOR PÚBLICO, TAMBÉM, PODERÁ VIR A PERDER O CARGO NOS TERMOS DO ARTIGO 169 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.

     

     

    e) Art. 41, § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço. 

     

     

     

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  • Gabarito, D

    Letra D: 
    O servidor público só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado.  INCORRETA, visto que temos outras hipóteses para a perda do cargo.

    Hipóteses previstas na Constituição Federal em que o servidor público podererá perder o cargo:


    CF - Art. 41 - § 1º O servidor público estável só perderá o cargo: 

    I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

    II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;

    III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.

    Vale salientar que, Além destas 3 hipóteses, existe uma outra, prevista no Artigo 169 da Constituição federal, vejamos:

    CF - Art.169 - § 4º Trata-se de hipótese de perda de cargo de forma não punitiva, prevista no art. 169 , § 4º , CF : quando a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, após adotarem as medidas de contenção de despesas com pessoal ativo e inativo como a redução de 20% das despesas com cargos em comissão e funções de confiança e exoneração dos não estáveis, essas não forem suficientes para adequar os gastos dentro dos limites estabelecidos na lei complementar nº. 101 /2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal).


    Desta forma, após a adoção das medidas acima dispostas, não havendo readequação dos gastos (não sendo suficientes), os servidores estáveis podem, sim, perder o cargo.

     

     

  • CF - Art. 41 - § 1º O servidor público estável só perderá o cargo: 

    I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

    II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;

    III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.

  • Vi em um comentário e me ajuda bastante:

    PESA (Servidor perderá o cargo nessas hipótes)

    PAD (PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR)

    E EXCESSO DE GASTOS

    S SENTENÇA JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO

    A AVALIAÇÃO PERIÓDICA DE DESEMPENHO

     

    Espero ter ajudado!

  • CF - Art. 41 - § 1º O servidor público estável só perderá o cargo: 

    I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

    II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;

    III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.

    #VemLogoPosse

  • CF - Art. 41 

    O Servidor Público estável por perder seu cargo mediante:

    1 - Sentença judicial transitada em julgado

    2 - Processo Administrativo em que seja garantida a ampla defesa

    3 - Avaliação Períodica de Desempenho garantindo a ampla defesa

    4 - Excesso de despesa com o pessoal.

    Gabarito:

    d) X.

  • O servidor poderá perder o cargo mediante:

    - PAD em que lhe seja assegurada ampla defesa;

    - Sentença Judicial Transitada em Julgado;

    - Avaliação Peródica de Desempenho por lei complementar;

    - Corte de despesa da Administração Pública

  • Melhor mnemônico - > PESA  
     

  • PASE --> (Servidor perderá o cargo nessas hipótese)

    PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR (PAD)

    AVALIAÇÃO PERIÓDICA DE DESEMPENHO

    SENTENÇA JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO

    EXCESSO DE GASTOS

  • boa noite pessoal.

    onde está o erro da letra D? a questão pede a incorreta.

    não estou entendendo

     

  • OLÁ PEDRO!


    d) O servidor público perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado.
     

    O ERRO DA ALTERNATIVA ''D'' SE ENCONTRA NA PALAVRA ''SÓ'', UMA VEZ QUE A CF/88 PREVÊ OUTRAS HIPÓTESES DA PERDA DO CARGO E NÃO SOMENTE ESTA CITADA PELA ALTERNATIVA.

     

    CF - Art. 41 - § 1º O servidor público estável só perderá o cargo: 

    I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

    II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;

    III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.

     

     

  • tem uma quarta alternativa que seria a contenção de custos em que o servidor efetivo pode perder o cargo.

  • A questão em tela versa sobre a disciplina de Direito Administrativo e os dispositivos constitucionais referentes a esta.

    Ressalta-se que a questão deseja saber a alternativa incorreta.

    Dispõe o artigo 41, da Constituição Federal, o seguinte:

    "Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.

    § 1º O servidor público estável só perderá o cargo:

    I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

    II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;

    III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.

    § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.

    § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.

    § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade."

    Analisando as alternativas

    Considerando o que foi explanado, conclui-se que somente a alternativa "d" se encontra incorreta, na medida em que, além da hipótese de sentença judicial transitada em julgado, o servidor público estável poderá perder o cargo, mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa e mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. Logo, a expressão "" restringe as possibilidades de perda de cargo público pelo servidor estável, o que torna tal alternativa errada.

    Gabarito: letra "d".


ID
2391418
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Libras
Assuntos

Leia o trecho:
“Nos próximos dez anos, a partir da publicação deste Decreto, caso não haja pessoas com a titulação exigida para o exercício da tradução e interpretação de Libras - Língua Portuguesa, as instituições federais de ensino devem incluir, em seus quadros, profissionais com o seguinte perfil:”
Fonte: BRASIL, 2005.
Segundo o Decreto acima, as instituições federais necessitam contar com profissionais que atendam às exigências abaixo, EXCETO:

Alternativas
Comentários
  • DECRETO Nº 5.626, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2005.

    ...

     Art. 19.  Nos próximos dez anos, a partir da publicação deste Decreto, caso não haja pessoas com a titulação exigida para o exercício da tradução e interpretação de Libras - Língua Portuguesa, as instituições federais de ensino devem incluir, em seus quadros, profissionais com o seguinte perfil:

            I - profissional ouvinte, de nível superior, com competência e fluência em Libras para realizar a interpretação das duas línguas, de maneira simultânea e consecutiva, e com aprovação em exame de proficiência, promovido pelo Ministério da Educação, para atuação em instituições de ensino médio e de educação superior;

            II - profissional ouvinte, de nível médio, com competência e fluência em Libras para realizar a interpretação das duas línguas, de maneira simultânea e consecutiva, e com aprovação em exame de proficiência, promovido pelo Ministério da Educação, para atuação no ensino fundamental;

            III - profissional surdo, com competência para realizar a interpretação de línguas de sinais de outros países para a Libras, para atuação em cursos e eventos.

            Parágrafo único.  As instituições privadas e as públicas dos sistemas de ensino federal, estadual, municipal e do Distrito Federal buscarão implementar as medidas referidas neste artigo como meio de assegurar aos alunos surdos ou com deficiência auditiva o acesso à comunicação, à informação e à educação.

  • O erro da questão consiste em dizer que o certificado é obtido por meio de exame,  o certificado é obtido por meio de aprovação em exame. 


ID
2391421
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Libras
Assuntos

Leia o trecho:
“... As instituições federais de ensino devem garantir, obrigatoriamente, às pessoas surdas acesso à comunicação, à informação e à educação nos processos seletivos, nas atividades e nos conteúdos curriculares desenvolvidos em todos os níveis, etapas e modalidades de educação, desde a educação infantil até à superior.”
Fonte: Brasil, 2005. Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005.
No que se refere ao uso e da difusão da Libras e da Língua Portuguesa para ao acesso das pessoas surdas à educação é correto afirmar que seu objetivo é, EXCETO:

Alternativas

ID
2391424
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Libras
Assuntos

No livro “O tradutor e intérprete de Língua Brasileira de Sinais e língua portuguesa”, a autora apresenta seis categorias para analisar o processo de interpretação. Dentre essas categorias, destacamos a competência linguística. Sobre essa competência é INCORRETO afirmar que:

Alternativas

ID
2391427
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Libras
Assuntos

A Lei Brasileira de n° 12.319/2010 regulariza a profissão do tradutor e intérprete de Língua de Sinais. Essa lei orienta princípios que o profissional da tradução e interpretação deve seguir no que se refere a questões éticas para o exercício da profissão.
O intérprete deve exercer sua profissão com rigor técnico, zelando pelos valores éticos a ela inerentes, pelo respeito à pessoa humana e à cultura do surdo, tendo especial destaque as habilidades abaixo, EXCETO:

Alternativas

ID
2391430
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Libras
Assuntos

A Lei n° 10.436 reconheceu a LIBRAS, conferindo a ela o status de língua oficial brasileira. Desse modo, o uso pelas comunidades surdas ganhou legitimidade e passou a ser possível, com base na lei, buscar respaldo no poder público para o acesso à educação e a outros serviços públicos através da Libras. Nesse sentindo é INCORRETO afirmar que a Lei 10.436 assegura:

Alternativas

ID
2391433
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Libras
Assuntos

O decreto n° 5.626, no capitulo VI, que trata da “garantia do direito à educação das pessoas surdas ou com deficiência auditiva”, afirma em um dos artigos que as instituições responsáveis pela educação básica devem garantir a inclusão dos alunos através de escolas ou classes bilíngues. Sobre isso é INCORRETO afirmar:

Alternativas
Comentários
  • B) São denominadas escolas ou classes de educação bilíngüe aquelas em que a Libras e a modalidade escrita da Língua Portuguesa sejam línguas de instrução utilizadas no desenvolvimento de todo o processo educativo.


ID
2391436
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Libras
Assuntos

Segundo Lacerda (2009), o tradutor e intérprete de Língua de Sinais em sala de aula (TILS) deve intermediar as relações entre professor/aluno surdo, aluno ouvinte/ aluno surdo nos processos de ensino/aprendizagem. Isso representa para ele uma grande responsabilidade, já que ele deve ter os conhecimentos necessários para as interpretações, de modo a não omitir, acrescentar ou distorcer as informações do falante.
Fonte:LACERDA, C. B. F. Intérprete de libras. Porto Alegre, FAPESP, 2009.
Com base nessa afirmação é CORRETO afirmar que:

Alternativas

ID
2391439
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Libras
Assuntos

No capítulo V, do Decreto n° 5.626, intitulado “Da formação do Tradutor e Intérprete de Libras – Língua Portuguesa” nos próximos dez anos a contar a publicação deste decreto a do TILS em nível médio deve se efetivar por meio de cursos que o habilitem a exercer bem a função. Alicerçado nessa afirmação é INCORRETO dizer que a formação do TILS:

Alternativas

ID
2391442
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Libras
Assuntos

– São habilidades requeridas do tradutor e intérprete de Libras na sala de aula do ensino fundamental, EXCETO:

Alternativas
Comentários
  •  a)

    A mediação dos conteúdos escolares de sala de aula. 


ID
2391445
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Libras
Assuntos

Segundo o MEC (2007), o ensino fundamental e a educação infantil são duas etapas extremamente importantes para o desenvolvimento integral do ser humano. Os estímulos que uma criança recebe nos primeiros anos de vida definem seu sucesso escolar e seu desenvolvimento.
Nesse sentido, assume-se, então, que a educação a ser oferecida para as crianças com necessidades educativas especiais não pode ser olhada como um sistema paralelo à educação geral, e sim fazer como um conjunto de recursos pedagógicos e de serviços de apoio que facilite a aprendizagem de todos (Oliveira, 2005). Com base na afirmação de Oliveira (2005), é CORRETO afirmar:

Alternativas
Comentários
  • c) É de extrema importância que a escola esteja preparada para o acolhimento de pessoas surdas e que possa apoiá-las em sua condição bilíngue, fazendo que ela seja inserida de forma a favorecer que vista como sujeito no processo de ensino/aprendizagem.  

  • O enunciado pede: (..) Com na afirmação de Oliveira (2005), é CORRETO afirmar:  

     

    Nesse sentido, assume-se, então, que a educação a ser oferecida para as crianças com necessidades educativas especiais não pode ser olhada como um sistema paralelo à educação geral, e sim fazer como um conjunto de recursos pedagógicos e de serviços de apoio que facilite a aprendizagem de todos (Oliveira, 2005). 

     

    logo a alternativa mais correta será uma que fale (explicita ou implicitamente) sobre "recursos"

     

    Correto é a letra "C"


ID
2391448
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Libras
Assuntos

Todas as alternativas abaixo são processos de composição da Língua Brasileira de sinais, EXCETO:

Alternativas

ID
2391451
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Libras
Assuntos

Assinale a alternativa que NÃO apresenta um advérbio de tempo na Língua Brasileira de Sinais:

Alternativas

ID
2391454
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Libras
Assuntos

Enunciado da questão: Sobre a relação entre a LIBRAS e a Língua Portuguesa, é INCORRETO afirmar:

Alternativas
Comentários
  • d) A LIBRAS é exclusivamente icônica, ao passo que a Língua Portuguesa possui uma estrutura sonora ligada ao que chamamos de fonema. 


ID
2391457
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Libras
Assuntos

Todos os verbos abaixo estão escritos corretamente na forma negativa da Língua Brasileira de Sinais, EXCETO:

Alternativas
Comentários
  • AINDA-NÃO  


ID
2391460
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Libras
Assuntos

O item lexical das línguas orais-auditivas é conhecido nas línguas de sinais como:

Alternativas
Comentários
  •  

    Sinal. 

     


ID
2391463
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Libras
Assuntos

Assinale a alternativa em que a frase em Libras foi criada na estrutura Frase com foco:  

Alternativas

ID
2391466
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Libras
Assuntos

Um dos aspectos da sintaxe da Libras é a possibilidade de construção da frase no estilo tópicocomentário, ou seja, sobre um determinado tópico, é feito um comentário.
Assinale a alternativa que NÃO apresenta a estrutura tópico-comentário:

Alternativas
Comentários
  • Estrutura tópico-comentário será OSV. Por tanto a única frase que não possui esta estrutura é a alternativa A.


ID
2391469
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Libras
Assuntos

Segundo Quadros e Karnopp (2004), uma das características da língua natural é que ela não se restringe à ligação entre forma e significado, visto que, dada a forma, é impossível prever o significado, e dado o significado, é impossível prever a forma. Essa característica é denominada:

Alternativas
Comentários
  • sinais arbitrários não se assemelha ao que está sendo dito.

    exemplo: pessoa, conversar,


    Sinais icônicos é ao contrario

    Exemplo: Casa, telefonar.


ID
2391472
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Libras
Assuntos

As expressões faciais em Língua de Sinais podem ser afetivas ou gramaticais. Estas últimas são obrigatórias, em geral mais longas e acompanham o sinal.
Sobre as expressões faciais gramaticais é correto afirmar, EXCETO:

Alternativas

ID
2391475
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Libras
Assuntos

Assinale a alternativa INCORRETA sobre os classificadores da Língua Brasileira de Sinais:

Alternativas

ID
2391478
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Libras

Os intérpretes existem desde a antiguidade, assim como os tradutores, com quem são frequentemente confundidos. O tradutor trabalha coma palavra escrita, o intérprete com a palavra falada.
(Pagura,2003: 210)
Em consonância ao artigo de Reynaldo Pagura (2003) qual alternativa abaixo NÃO corresponde às semelhanças entre os dois processos?

Alternativas

ID
2391481
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Libras
Assuntos

Quanto à formação de intérpretes de línguas orais, pode-se afirmar que os primeiros intérpretes atuantes em Nuremberg, na ONU e na CECA foram formados na prática. Assim, a primeira escola especificamente criada para a formação desses profissionais foi a da Universidade de Genebra, na Suíça, em 1941. Marque a alternativa que NÃO corresponde aos dados históricos em relação a essa formação:
(Pagura,2003)

Alternativas

ID
2391484
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Libras
Assuntos

... [ ] “O estudo da tradução exige que se levem em consideração não apenas a competência linguística do indivíduo que compreende e fala, mas também sua bagagem cognitiva e suas capacidades lógicas. (...) Compreender um texto ou discurso não consiste apenas em identificar os conteúdos semânticos permanentes dos signos linguísticos e a eles atribuir a significação que se depreende de sua combinação sintática em frases, mas também discernir os demais elementos cognitivos não-linguísticos que, em uma dada situação, estão ligados ao enunciado”.
(Seleskovitch 1980:403, apud Pagura,2003: 219)
Sobre o texto acima, é INCORRETO afirmar que:

Alternativas

ID
2391487
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Libras
Assuntos

De acordo com os fundamentos teóricos, conclui-se que as diferenças entre os processos de tradução e de interpretação são, basicamente, de operacionalização.
Pagura (2003:226 -228) afirma que tanto a fonte da mensagem como o resultado do processo se dão em formas distintas – escrita e oral, respectivamente – resultando daí diferenças operacionais.
Sobre as diferenças operacionais entre a tradução e interpretação, é CORRETO afirmar que:

Alternativas

ID
2391490
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Libras
Assuntos

Leia as afirmativas abaixo, sobre a relação ao profissional intérprete de línguas orais e sinais:
A. O intérprete recebe toda a mensagem original em forma oral e ou sinal e precisa ter total domínio da forma oral e ou sinal da língua de partida, percebendo sutilezas de pronúncia, nuances de entonação, sendo capaz de compreender diferentes variantes regionais do outro idioma.
B. O intérprete tem de ter pleno domínio das formas de expressão oral/sinal de ambos os idiomas, tem de ter a capacidade de concentrar-se no que está ouvindo/vendo a fim de processar a informação imediatamente e re-expressá-la na língua-alvo, sem se descuidar da próxima unidade de sentido sendo expressa pelo palestrante imediatamente a seguir.
C. Na interpretação, todo o conhecimento necessário e o vocabulário específico terá de ter sido adquirido antes do ato tradutório em si. Durante o processo de interpretação simultânea, o intérprete tem que tomar decisões em questão de segundos; não há tempo para ele realizar consultas de qualquer natureza.
D. Os intérpretes experientes conseguem, na maioria das vezes, corrigir ou emendar algum sentido mal expresso com uma determinada palavra ou frase, ainda que só o façam normalmente duas ou três frases adiante.
A opção que contém a(s) afirmativa(s) correta(s) é:

Alternativas

ID
2391493
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Libras
Assuntos

Relacione os conceitos da coluna à esquerda com as definições da coluna à direita:

I . Interpretação Consecutiva

II . Interpretação Simultânea

III . Interpretação Intermitente

( ) Não ocorre, de fato, simultaneamente à fala original, pois o intérprete tem necessidade de um espaço de tempo para processar a informação recebida e reorganizar sua forma de expressão. Esse breve espaço de tempo recebe o nome tradicional de “décalage”, termo francês usado em todo o mundo.

( ) É vista mais frequentemente em reuniões nas quais se pede a uma pessoa que fala as duas línguas, via de regra sem qualquer treino em interpretação, para que se coloque ao lado de um palestrante estrangeiro e traduza o que ele está dizendo. O palestrante fala uma ou duas frases curtas e faz uma pausa para que as suas sentenças sejam traduzidas para o idioma da plateia.

( ) Aquela em que o intérprete escuta um longo trecho de discurso, toma notas e, após a conclusão de um trecho significativo ou o discurso inteiro, assume a palavra e repete todo o discurso na língua-alvo.

Assinale a alternativa CORRETA:

Alternativas

ID
2391496
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Libras
Assuntos

Em cursos à distância destinados aos surdos, os textos que servem de base para a produção dos materiais disponibilizados em ambiente virtual, geralmente, estão na Língua Portuguesa, em sua versão gráfica visual-espacial.
A língua fonte (LF), portanto, é a Língua Portuguesa escrita e a língua alvo (LA), é a Língua Brasileira de Sinais na sua versão “oral”. Entende-se “oral” como a língua na sua forma de expressão oral, no caso específico das Línguas de Sinais, expressão em sinais.
Assim, um dos efeitos de modalidade mais marcantes é o fato do tradutor ser o ator e mostrar o corpo no ato da tradução. A co-autoria do tradutor, nesse caso, fica literalmente estampada diante dos olhos do leitor, pois, o texto está sendo visto na Língua Brasileira de Sinais no corpo do tradutor/ator.
(QUADROS e SOUZA, 2008).
Qual alternativa abaixo NÃO confere com a afirmativa dos autores? 

Alternativas

ID
2391499
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Libras
Assuntos

Segundo os autores Quadros e Souza (2008:184), o conceito de interpretação de Cokely (1992) é entendido como uma mediação de vários elementos internos e externos à mensagem que está sendo apresentada. É interessante considerar Cokely, pois ele representa um marco nos estudos de interpretação da Língua de Sinais Americana (ASL).
I . Cokely (1992:19) analisa que, em uma interação comunicativa, existem diversos fatores exercendo influência, tanto em nível de contexto como em nível de mensagem emitida. Nesse seu modelo, defende que, no âmbito do contexto, o cenário, a finalidade e os participantes são os principais elementos de influência.
II . No âmbito da mensagem, considerando-se o gênero discursivo, há três conjuntos de fatores que influenciam a interação comunicativa: forma e conteúdo, canal e língua e as normas de interação. Cokely difere esses fatores daqueles que atuam em nível contextual dizendo que, “cenário, finalidade e participantes são fatores contextuais ou componentes que influenciam qualquer interação comunicativa”. (Cokely, 1992: 23).
III . Considerando o conceito de interpretação em Língua de Sinais como uma mediação para embasar o processo tradutório, constata-se uma realidade: não há uma mediação simultânea. Conforme foi estudado por Cokely, tradutores/atores surdos e intérpretes ouvintes têm como foco tradutório a produção de textos passíveis de reflexão, de tempo de pré-produção, produção e de condições de avaliação pós-tradutória.
Sobre as afirmativas acima, marque a alternativa CORRETA:

Alternativas

ID
2391502
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Libras
Assuntos

Quadros e Souza (2008:187) no artigo “Aspectos da tradução/ encenação na língua de sinais brasileira para um ambiente virtual de ensino: práticas tradutórias do curso de Letras-Libras”, quanto ao aspecto que discute a busca por uma escrita que represente os sinais, relatam que alguns tradutores/atores surdos têm desenvolvido símbolos para representar os sinais, quando um determinado sinal não pode ser representado por uma palavra no Português ou quando não há palavras do Português que representem de maneira adequada os sinais a serem usados.
Marque a alternativa CORRETA, que representa a busca por um modelo de escrita que consiga representar os sinais:

Alternativas

ID
2391505
Banca
COPESE - UFJF
Órgão
UFJF
Ano
2017
Provas
Disciplina
Libras
Assuntos

A interpretação de uma língua oral (LO) para uma língua de sinais (LS) é impactada por certo efeito de modalidade, o qual fará da interpretação, LO-LS, um processo singular. Especificidade da interpretação de uma LO para uma língua espaço-visual, empregam estratégias de prolongamento e repetição, durante a interpretação simultânea do Português para a Libras, como forma de monitoramento da velocidade de produção do texto alvo (TA) em relação à velocidade de recebimento do texto fonte (TF) e, também, como mecanismo de apoio aos processos de solução de problemas de tradução e de tomadas de decisão.
(Rodrigues, 2012: 94)
Qual alternativa corrobora com a afirmativa do autor? 
I . Percebe-se que a modalidade espaço-visual favorece, em alguns casos, o significativo prolongamento de sinais, dito de outro modo, a realização de sinais mais lentamente, com uma duração maior. Isso porque é possível, inclusive, que se congele um sinal ou que se mantenha seu movimento por um período maior, sem a necessidade de interromper sua realização com pausas, que nesse caso seriam momentos de repouso dos braços, sem emissão de sinais. Acredita-se que o prolongamento do sinal ou sua imediata repetição, podem evidenciar elementos do processamento cognitivo da interpretação por parte dos TILS.
II . Acredita-se que variação na extensão do tempo de realização do sinal, em sua duração, pode variar significativamente, devido ao fato do TILS não ter acesso ao enunciado completo; assim, prolonga o sinal até ouvir a continuação do enunciado. Essa variação utilizada pelos TILS é usada como uma estratégia de monitoramento da interpretação. Da mesma forma, observa-se que a repetição dos sinais, de seu movimento e de sequências de sinais, também são empregadas como estratégias de monitoramento.
III . O intérprete precisa monitorar sua interpretação de acordo com o ritmo do orador. Enunciados incompletos não são passíveis de serem processados e fazem com que o TILS, quando não consegue inferi-los, empregue algumas estratégias na interpretação, tais como o prolongamento da duração de sinais e a repetição de sinais. Esses fatores podem indicar tanto uma intensificação da atividade cognitiva e, por consequência, do esforço em compreender o que se quer dizer, quanto uma quebra no processamento cognitivo, o que, por sua vez, pode acarretar em certa perda do ritmo cognitivo e, até mesmo, num problema de interpretação que envolve tomada de decisão acerca de como lidar com essas variações e incompletudes no TF.  

Alternativas