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Prova FUNCAB - 2015 - Prefeitura de Araruama - RJ - Economista


ID
4006783
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para responder à questão.


O Búfalo


    Mas era primavera. Até o leão lambeu a testa glabra da leoa. Os dois animais louros. A mulher desviou os olhos da jaula, onde só o cheiro quente lembrava a carnificina que ela viera buscar no Jardim Zoológico. Depois o leão passeou enjubado e tranquilo, e a leoa lentamente reconstituiu sobre as patas estendidas a cabeça de uma esfinge. “Mas isso é amor, é amor de novo”, revoltou-se a mulher tentando encontrar-se com o próprio ódio mas era primavera e dois leões se tinham amado. Com os punhos nos bolsos do casaco, olhou em torno de si, rodeada pelas jaulas, enjaulada pelas jaulas fechadas. Continuou a andar. Os olhos estavam tão concentrados na procura que sua vista às vezes se escurecia num sono, e então ela se refazia como na frescura de uma cova.
    Mas a girafa era uma virgem de tranças recém-cortadas. Com a tola inocência do que é grande e leve e sem culpa. A mulher do casaco marrom desviou os olhos, doente, doente. Sem conseguir — diante da aérea girafa pousada, diante daquele silencioso pássaro sem asas — sem conseguir encontrar dentro de si o ponto pior de sua doença, o ponto mais doente, o ponto de ódio, ela que fora ao Jardim Zoológico para adoecer. Mas não diante da girafa que mais era paisagem que um ente. Não diante daquela carne que se distraíra em altura e distância, a girafa quase verde. Procurou outros animais, tentava aprender com eles a odiar. [...]
    “Eu te odeio”, disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la. “Eu te odeio”, disse muito apressada. Mas não sabia sequer como se fazia. Como cavar na terra até encontrar a água negra, como abrir passagem na terra dura e chegar jamais a si mesma? Andou pelo Jardim Zoológico entre mães e crianças. Mas o elefante suportava o próprio peso. Aquele elefante inteiro a quem fora dado com uma simples pata esmagar. Mas que não esmagava. Aquela potência que no entanto se deixaria docilmente conduzir a um circo, elefante de crianças. E os olhos, numa bondade de velho, presos dentro da grande carne herdada. O elefante oriental. Também a primavera oriental, e tudo nascendo, tudo escorrendo pelo riacho.
    [...]
    O búfalo voltou-se, imobilizou-se, e a distância encarou-a.
    Eu te amo, disse ela então com ódio para o homem cujo grande crime impunível era o de não querê-la. Eu te odeio, disse implorando amor ao búfalo.
    Enfim provocado, o grande búfalo aproximou-se sem pressa.
    Ele se aproximava, a poeira erguia-se. A mulher esperou de braços pendidos ao longo do casaco. Devagar ele se aproximava. Ela não recuou um só passo. Até que ele chegou às grades e ali parou. Lá estavam o búfalo e a mulher, frente à frente. Ela não olhou a cara, nem a boca, nem os cornos. Olhou seus olhos.
    E os olhos do búfalo, os olhos olharam seus olhos. E uma palidez tão funda foi trocada que a mulher se entorpeceu dormente. De pé, em sono profundo. Olhos pequenos e vermelhos a olhavam. Os olhos do búfalo. A mulher tonteou surpreendida, lentamente meneava a cabeça. O búfalo calmo. Lentamente a mulher meneava a cabeça, espantada com o ódio com que o búfalo, tranquilo de ódio, a olhava. Quase inocentada, meneando uma cabeça incrédula, a boca entreaberta. Inocente, curiosa, entrando cada vez mais fundo dentro daqueles olhos que sem pressa a fitavam, ingênua, num suspiro de sono, sem querer nem poder fugir, presa ao mútuo assassinato. Presa como se sua mão se tivesse grudado para sempre ao punhal que ela mesma cravara. Presa, enquanto escorregava enfeitiçada ao longo das grades. Em tão lenta vertigem que antes do corpo baquear macio a mulher viu o céu inteiro e um búfalo.
LISPECTOR, Clarice. O búfalo . In: Laços de família. Rio: José Olympio, 1982. p.149.

Sobre o texto é correto afirmar que:

Alternativas

ID
4006786
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para responder à questão.


O Búfalo


    Mas era primavera. Até o leão lambeu a testa glabra da leoa. Os dois animais louros. A mulher desviou os olhos da jaula, onde só o cheiro quente lembrava a carnificina que ela viera buscar no Jardim Zoológico. Depois o leão passeou enjubado e tranquilo, e a leoa lentamente reconstituiu sobre as patas estendidas a cabeça de uma esfinge. “Mas isso é amor, é amor de novo”, revoltou-se a mulher tentando encontrar-se com o próprio ódio mas era primavera e dois leões se tinham amado. Com os punhos nos bolsos do casaco, olhou em torno de si, rodeada pelas jaulas, enjaulada pelas jaulas fechadas. Continuou a andar. Os olhos estavam tão concentrados na procura que sua vista às vezes se escurecia num sono, e então ela se refazia como na frescura de uma cova.
    Mas a girafa era uma virgem de tranças recém-cortadas. Com a tola inocência do que é grande e leve e sem culpa. A mulher do casaco marrom desviou os olhos, doente, doente. Sem conseguir — diante da aérea girafa pousada, diante daquele silencioso pássaro sem asas — sem conseguir encontrar dentro de si o ponto pior de sua doença, o ponto mais doente, o ponto de ódio, ela que fora ao Jardim Zoológico para adoecer. Mas não diante da girafa que mais era paisagem que um ente. Não diante daquela carne que se distraíra em altura e distância, a girafa quase verde. Procurou outros animais, tentava aprender com eles a odiar. [...]
    “Eu te odeio”, disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la. “Eu te odeio”, disse muito apressada. Mas não sabia sequer como se fazia. Como cavar na terra até encontrar a água negra, como abrir passagem na terra dura e chegar jamais a si mesma? Andou pelo Jardim Zoológico entre mães e crianças. Mas o elefante suportava o próprio peso. Aquele elefante inteiro a quem fora dado com uma simples pata esmagar. Mas que não esmagava. Aquela potência que no entanto se deixaria docilmente conduzir a um circo, elefante de crianças. E os olhos, numa bondade de velho, presos dentro da grande carne herdada. O elefante oriental. Também a primavera oriental, e tudo nascendo, tudo escorrendo pelo riacho.
    [...]
    O búfalo voltou-se, imobilizou-se, e a distância encarou-a.
    Eu te amo, disse ela então com ódio para o homem cujo grande crime impunível era o de não querê-la. Eu te odeio, disse implorando amor ao búfalo.
    Enfim provocado, o grande búfalo aproximou-se sem pressa.
    Ele se aproximava, a poeira erguia-se. A mulher esperou de braços pendidos ao longo do casaco. Devagar ele se aproximava. Ela não recuou um só passo. Até que ele chegou às grades e ali parou. Lá estavam o búfalo e a mulher, frente à frente. Ela não olhou a cara, nem a boca, nem os cornos. Olhou seus olhos.
    E os olhos do búfalo, os olhos olharam seus olhos. E uma palidez tão funda foi trocada que a mulher se entorpeceu dormente. De pé, em sono profundo. Olhos pequenos e vermelhos a olhavam. Os olhos do búfalo. A mulher tonteou surpreendida, lentamente meneava a cabeça. O búfalo calmo. Lentamente a mulher meneava a cabeça, espantada com o ódio com que o búfalo, tranquilo de ódio, a olhava. Quase inocentada, meneando uma cabeça incrédula, a boca entreaberta. Inocente, curiosa, entrando cada vez mais fundo dentro daqueles olhos que sem pressa a fitavam, ingênua, num suspiro de sono, sem querer nem poder fugir, presa ao mútuo assassinato. Presa como se sua mão se tivesse grudado para sempre ao punhal que ela mesma cravara. Presa, enquanto escorregava enfeitiçada ao longo das grades. Em tão lenta vertigem que antes do corpo baquear macio a mulher viu o céu inteiro e um búfalo.
LISPECTOR, Clarice. O búfalo . In: Laços de família. Rio: José Olympio, 1982. p.149.

Em “MAS era primavera. ATÉ o leão lambeu a testa glabra da leoa. Os dois animais louros. A mulher desviou os olhos da jaula, ONDE só o cheiro quente lembrava a carnificina” somente é possível substituir as expressões destacadas sem perda do sentido original e da correção gramatical, respectivamente, por:

Alternativas

ID
4006789
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para responder à questão.


O Búfalo


    Mas era primavera. Até o leão lambeu a testa glabra da leoa. Os dois animais louros. A mulher desviou os olhos da jaula, onde só o cheiro quente lembrava a carnificina que ela viera buscar no Jardim Zoológico. Depois o leão passeou enjubado e tranquilo, e a leoa lentamente reconstituiu sobre as patas estendidas a cabeça de uma esfinge. “Mas isso é amor, é amor de novo”, revoltou-se a mulher tentando encontrar-se com o próprio ódio mas era primavera e dois leões se tinham amado. Com os punhos nos bolsos do casaco, olhou em torno de si, rodeada pelas jaulas, enjaulada pelas jaulas fechadas. Continuou a andar. Os olhos estavam tão concentrados na procura que sua vista às vezes se escurecia num sono, e então ela se refazia como na frescura de uma cova.
    Mas a girafa era uma virgem de tranças recém-cortadas. Com a tola inocência do que é grande e leve e sem culpa. A mulher do casaco marrom desviou os olhos, doente, doente. Sem conseguir — diante da aérea girafa pousada, diante daquele silencioso pássaro sem asas — sem conseguir encontrar dentro de si o ponto pior de sua doença, o ponto mais doente, o ponto de ódio, ela que fora ao Jardim Zoológico para adoecer. Mas não diante da girafa que mais era paisagem que um ente. Não diante daquela carne que se distraíra em altura e distância, a girafa quase verde. Procurou outros animais, tentava aprender com eles a odiar. [...]
    “Eu te odeio”, disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la. “Eu te odeio”, disse muito apressada. Mas não sabia sequer como se fazia. Como cavar na terra até encontrar a água negra, como abrir passagem na terra dura e chegar jamais a si mesma? Andou pelo Jardim Zoológico entre mães e crianças. Mas o elefante suportava o próprio peso. Aquele elefante inteiro a quem fora dado com uma simples pata esmagar. Mas que não esmagava. Aquela potência que no entanto se deixaria docilmente conduzir a um circo, elefante de crianças. E os olhos, numa bondade de velho, presos dentro da grande carne herdada. O elefante oriental. Também a primavera oriental, e tudo nascendo, tudo escorrendo pelo riacho.
    [...]
    O búfalo voltou-se, imobilizou-se, e a distância encarou-a.
    Eu te amo, disse ela então com ódio para o homem cujo grande crime impunível era o de não querê-la. Eu te odeio, disse implorando amor ao búfalo.
    Enfim provocado, o grande búfalo aproximou-se sem pressa.
    Ele se aproximava, a poeira erguia-se. A mulher esperou de braços pendidos ao longo do casaco. Devagar ele se aproximava. Ela não recuou um só passo. Até que ele chegou às grades e ali parou. Lá estavam o búfalo e a mulher, frente à frente. Ela não olhou a cara, nem a boca, nem os cornos. Olhou seus olhos.
    E os olhos do búfalo, os olhos olharam seus olhos. E uma palidez tão funda foi trocada que a mulher se entorpeceu dormente. De pé, em sono profundo. Olhos pequenos e vermelhos a olhavam. Os olhos do búfalo. A mulher tonteou surpreendida, lentamente meneava a cabeça. O búfalo calmo. Lentamente a mulher meneava a cabeça, espantada com o ódio com que o búfalo, tranquilo de ódio, a olhava. Quase inocentada, meneando uma cabeça incrédula, a boca entreaberta. Inocente, curiosa, entrando cada vez mais fundo dentro daqueles olhos que sem pressa a fitavam, ingênua, num suspiro de sono, sem querer nem poder fugir, presa ao mútuo assassinato. Presa como se sua mão se tivesse grudado para sempre ao punhal que ela mesma cravara. Presa, enquanto escorregava enfeitiçada ao longo das grades. Em tão lenta vertigem que antes do corpo baquear macio a mulher viu o céu inteiro e um búfalo.
LISPECTOR, Clarice. O búfalo . In: Laços de família. Rio: José Olympio, 1982. p.149.

“Até que ele chegou às grades e ALI parou.”
Nesse trecho, o termo em destaque cumpre a função de:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito "B"


ID
4006792
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para responder à questão.


O Búfalo


    Mas era primavera. Até o leão lambeu a testa glabra da leoa. Os dois animais louros. A mulher desviou os olhos da jaula, onde só o cheiro quente lembrava a carnificina que ela viera buscar no Jardim Zoológico. Depois o leão passeou enjubado e tranquilo, e a leoa lentamente reconstituiu sobre as patas estendidas a cabeça de uma esfinge. “Mas isso é amor, é amor de novo”, revoltou-se a mulher tentando encontrar-se com o próprio ódio mas era primavera e dois leões se tinham amado. Com os punhos nos bolsos do casaco, olhou em torno de si, rodeada pelas jaulas, enjaulada pelas jaulas fechadas. Continuou a andar. Os olhos estavam tão concentrados na procura que sua vista às vezes se escurecia num sono, e então ela se refazia como na frescura de uma cova.
    Mas a girafa era uma virgem de tranças recém-cortadas. Com a tola inocência do que é grande e leve e sem culpa. A mulher do casaco marrom desviou os olhos, doente, doente. Sem conseguir — diante da aérea girafa pousada, diante daquele silencioso pássaro sem asas — sem conseguir encontrar dentro de si o ponto pior de sua doença, o ponto mais doente, o ponto de ódio, ela que fora ao Jardim Zoológico para adoecer. Mas não diante da girafa que mais era paisagem que um ente. Não diante daquela carne que se distraíra em altura e distância, a girafa quase verde. Procurou outros animais, tentava aprender com eles a odiar. [...]
    “Eu te odeio”, disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la. “Eu te odeio”, disse muito apressada. Mas não sabia sequer como se fazia. Como cavar na terra até encontrar a água negra, como abrir passagem na terra dura e chegar jamais a si mesma? Andou pelo Jardim Zoológico entre mães e crianças. Mas o elefante suportava o próprio peso. Aquele elefante inteiro a quem fora dado com uma simples pata esmagar. Mas que não esmagava. Aquela potência que no entanto se deixaria docilmente conduzir a um circo, elefante de crianças. E os olhos, numa bondade de velho, presos dentro da grande carne herdada. O elefante oriental. Também a primavera oriental, e tudo nascendo, tudo escorrendo pelo riacho.
    [...]
    O búfalo voltou-se, imobilizou-se, e a distância encarou-a.
    Eu te amo, disse ela então com ódio para o homem cujo grande crime impunível era o de não querê-la. Eu te odeio, disse implorando amor ao búfalo.
    Enfim provocado, o grande búfalo aproximou-se sem pressa.
    Ele se aproximava, a poeira erguia-se. A mulher esperou de braços pendidos ao longo do casaco. Devagar ele se aproximava. Ela não recuou um só passo. Até que ele chegou às grades e ali parou. Lá estavam o búfalo e a mulher, frente à frente. Ela não olhou a cara, nem a boca, nem os cornos. Olhou seus olhos.
    E os olhos do búfalo, os olhos olharam seus olhos. E uma palidez tão funda foi trocada que a mulher se entorpeceu dormente. De pé, em sono profundo. Olhos pequenos e vermelhos a olhavam. Os olhos do búfalo. A mulher tonteou surpreendida, lentamente meneava a cabeça. O búfalo calmo. Lentamente a mulher meneava a cabeça, espantada com o ódio com que o búfalo, tranquilo de ódio, a olhava. Quase inocentada, meneando uma cabeça incrédula, a boca entreaberta. Inocente, curiosa, entrando cada vez mais fundo dentro daqueles olhos que sem pressa a fitavam, ingênua, num suspiro de sono, sem querer nem poder fugir, presa ao mútuo assassinato. Presa como se sua mão se tivesse grudado para sempre ao punhal que ela mesma cravara. Presa, enquanto escorregava enfeitiçada ao longo das grades. Em tão lenta vertigem que antes do corpo baquear macio a mulher viu o céu inteiro e um búfalo.
LISPECTOR, Clarice. O búfalo . In: Laços de família. Rio: José Olympio, 1982. p.149.

Considerando-se o contexto, só teria prejuízo para o sentido original do texto, se a palavra do segmento transcrito fosse substituída por:

Alternativas

ID
4006795
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para responder à questão.


O Búfalo


    Mas era primavera. Até o leão lambeu a testa glabra da leoa. Os dois animais louros. A mulher desviou os olhos da jaula, onde só o cheiro quente lembrava a carnificina que ela viera buscar no Jardim Zoológico. Depois o leão passeou enjubado e tranquilo, e a leoa lentamente reconstituiu sobre as patas estendidas a cabeça de uma esfinge. “Mas isso é amor, é amor de novo”, revoltou-se a mulher tentando encontrar-se com o próprio ódio mas era primavera e dois leões se tinham amado. Com os punhos nos bolsos do casaco, olhou em torno de si, rodeada pelas jaulas, enjaulada pelas jaulas fechadas. Continuou a andar. Os olhos estavam tão concentrados na procura que sua vista às vezes se escurecia num sono, e então ela se refazia como na frescura de uma cova.
    Mas a girafa era uma virgem de tranças recém-cortadas. Com a tola inocência do que é grande e leve e sem culpa. A mulher do casaco marrom desviou os olhos, doente, doente. Sem conseguir — diante da aérea girafa pousada, diante daquele silencioso pássaro sem asas — sem conseguir encontrar dentro de si o ponto pior de sua doença, o ponto mais doente, o ponto de ódio, ela que fora ao Jardim Zoológico para adoecer. Mas não diante da girafa que mais era paisagem que um ente. Não diante daquela carne que se distraíra em altura e distância, a girafa quase verde. Procurou outros animais, tentava aprender com eles a odiar. [...]
    “Eu te odeio”, disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la. “Eu te odeio”, disse muito apressada. Mas não sabia sequer como se fazia. Como cavar na terra até encontrar a água negra, como abrir passagem na terra dura e chegar jamais a si mesma? Andou pelo Jardim Zoológico entre mães e crianças. Mas o elefante suportava o próprio peso. Aquele elefante inteiro a quem fora dado com uma simples pata esmagar. Mas que não esmagava. Aquela potência que no entanto se deixaria docilmente conduzir a um circo, elefante de crianças. E os olhos, numa bondade de velho, presos dentro da grande carne herdada. O elefante oriental. Também a primavera oriental, e tudo nascendo, tudo escorrendo pelo riacho.
    [...]
    O búfalo voltou-se, imobilizou-se, e a distância encarou-a.
    Eu te amo, disse ela então com ódio para o homem cujo grande crime impunível era o de não querê-la. Eu te odeio, disse implorando amor ao búfalo.
    Enfim provocado, o grande búfalo aproximou-se sem pressa.
    Ele se aproximava, a poeira erguia-se. A mulher esperou de braços pendidos ao longo do casaco. Devagar ele se aproximava. Ela não recuou um só passo. Até que ele chegou às grades e ali parou. Lá estavam o búfalo e a mulher, frente à frente. Ela não olhou a cara, nem a boca, nem os cornos. Olhou seus olhos.
    E os olhos do búfalo, os olhos olharam seus olhos. E uma palidez tão funda foi trocada que a mulher se entorpeceu dormente. De pé, em sono profundo. Olhos pequenos e vermelhos a olhavam. Os olhos do búfalo. A mulher tonteou surpreendida, lentamente meneava a cabeça. O búfalo calmo. Lentamente a mulher meneava a cabeça, espantada com o ódio com que o búfalo, tranquilo de ódio, a olhava. Quase inocentada, meneando uma cabeça incrédula, a boca entreaberta. Inocente, curiosa, entrando cada vez mais fundo dentro daqueles olhos que sem pressa a fitavam, ingênua, num suspiro de sono, sem querer nem poder fugir, presa ao mútuo assassinato. Presa como se sua mão se tivesse grudado para sempre ao punhal que ela mesma cravara. Presa, enquanto escorregava enfeitiçada ao longo das grades. Em tão lenta vertigem que antes do corpo baquear macio a mulher viu o céu inteiro e um búfalo.
LISPECTOR, Clarice. O búfalo . In: Laços de família. Rio: José Olympio, 1982. p.149.

“Não diante daquela carne que se distraíra em altura e distância, a girafa quase verde.”

Com relação aos componentes destacados do trecho, é correto afirmar que:

Alternativas
Comentários
  • A questão quer que marquemos a alternativa correta em relação ao trecho “Não diante daquela carne que se distraíra em altura e distância, a girafa quase verde.”. Vejamos:

    A) QUASE exprime a iminência ou a grande proximidade temporal da situação descrita.

    Certo. "Quase" é sinônimo de distância aproximada; de modo perto ou próximo. Exprime a iminência, ou seja, algo que está prestes a ocorrer, ou a proximidade temporal da situação descrita.

     .

    B) a forma verbal DISTRAÍRA está no futuro do presente do indicativo.

    Errado. "Distraíra" é a 3ª pessoa do singular do pretérito mais que perfeito do indicativo. A 3ª pessoa do futuro do presente do indicativo é "distrairá".

     .

    C) a palavra QUE é uma conjunção integrante.

    Errado. "Que", nesse caso, é pronome relativo, retoma "carne" e equivale a "a qual".

    "QUE" pronome relativo equivale a O(A) (S) QUAL (IS) Ex.: O livro que eu li é ruim. (que = O QUAL)

    "QUE" conjunção integrante equivale a ISSO / ESSE (A) Ex.: Estou certo de que você passará nas provas. (= Estou certo DISSO)

     .

    D) a preposição EM indica finalidade.

    Errado. "Em, nesse caso, indica "modo". "Em" indica finalidade como no exemplo "veio em nosso socorro.".

     .

    E) DIANTE é conjunção temporal.

    Errado. "Diante", nesse caso, é advérbio e equivale a "em frente ou à frente".

     .

    Gabarito: Letra A


ID
4006798
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para responder à questão.


O Búfalo


    Mas era primavera. Até o leão lambeu a testa glabra da leoa. Os dois animais louros. A mulher desviou os olhos da jaula, onde só o cheiro quente lembrava a carnificina que ela viera buscar no Jardim Zoológico. Depois o leão passeou enjubado e tranquilo, e a leoa lentamente reconstituiu sobre as patas estendidas a cabeça de uma esfinge. “Mas isso é amor, é amor de novo”, revoltou-se a mulher tentando encontrar-se com o próprio ódio mas era primavera e dois leões se tinham amado. Com os punhos nos bolsos do casaco, olhou em torno de si, rodeada pelas jaulas, enjaulada pelas jaulas fechadas. Continuou a andar. Os olhos estavam tão concentrados na procura que sua vista às vezes se escurecia num sono, e então ela se refazia como na frescura de uma cova.
    Mas a girafa era uma virgem de tranças recém-cortadas. Com a tola inocência do que é grande e leve e sem culpa. A mulher do casaco marrom desviou os olhos, doente, doente. Sem conseguir — diante da aérea girafa pousada, diante daquele silencioso pássaro sem asas — sem conseguir encontrar dentro de si o ponto pior de sua doença, o ponto mais doente, o ponto de ódio, ela que fora ao Jardim Zoológico para adoecer. Mas não diante da girafa que mais era paisagem que um ente. Não diante daquela carne que se distraíra em altura e distância, a girafa quase verde. Procurou outros animais, tentava aprender com eles a odiar. [...]
    “Eu te odeio”, disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la. “Eu te odeio”, disse muito apressada. Mas não sabia sequer como se fazia. Como cavar na terra até encontrar a água negra, como abrir passagem na terra dura e chegar jamais a si mesma? Andou pelo Jardim Zoológico entre mães e crianças. Mas o elefante suportava o próprio peso. Aquele elefante inteiro a quem fora dado com uma simples pata esmagar. Mas que não esmagava. Aquela potência que no entanto se deixaria docilmente conduzir a um circo, elefante de crianças. E os olhos, numa bondade de velho, presos dentro da grande carne herdada. O elefante oriental. Também a primavera oriental, e tudo nascendo, tudo escorrendo pelo riacho.
    [...]
    O búfalo voltou-se, imobilizou-se, e a distância encarou-a.
    Eu te amo, disse ela então com ódio para o homem cujo grande crime impunível era o de não querê-la. Eu te odeio, disse implorando amor ao búfalo.
    Enfim provocado, o grande búfalo aproximou-se sem pressa.
    Ele se aproximava, a poeira erguia-se. A mulher esperou de braços pendidos ao longo do casaco. Devagar ele se aproximava. Ela não recuou um só passo. Até que ele chegou às grades e ali parou. Lá estavam o búfalo e a mulher, frente à frente. Ela não olhou a cara, nem a boca, nem os cornos. Olhou seus olhos.
    E os olhos do búfalo, os olhos olharam seus olhos. E uma palidez tão funda foi trocada que a mulher se entorpeceu dormente. De pé, em sono profundo. Olhos pequenos e vermelhos a olhavam. Os olhos do búfalo. A mulher tonteou surpreendida, lentamente meneava a cabeça. O búfalo calmo. Lentamente a mulher meneava a cabeça, espantada com o ódio com que o búfalo, tranquilo de ódio, a olhava. Quase inocentada, meneando uma cabeça incrédula, a boca entreaberta. Inocente, curiosa, entrando cada vez mais fundo dentro daqueles olhos que sem pressa a fitavam, ingênua, num suspiro de sono, sem querer nem poder fugir, presa ao mútuo assassinato. Presa como se sua mão se tivesse grudado para sempre ao punhal que ela mesma cravara. Presa, enquanto escorregava enfeitiçada ao longo das grades. Em tão lenta vertigem que antes do corpo baquear macio a mulher viu o céu inteiro e um búfalo.
LISPECTOR, Clarice. O búfalo . In: Laços de família. Rio: José Olympio, 1982. p.149.

Em “Com os punhos nos bolsos do casaco, olhou em torno de si, rodeada pelas jaulas, enjaulada pelas jaulas fechadas.” a figura de linguagem predominante é:

Alternativas
Comentários
  • Eu vejo pleonasmo vicioso no fragmento. A metafóra de fato existe, porém a meu ver, não há evidências que a tornem predominante.

  • Eu também vejo pleonasmo, no contexto da redundância.

    Se está em jaula fechada, a mesma só pode estar enjaulada. Me lembrou o "subir para cima" ou "descer para baixo".

  • Acredito ser metáfora...pois o trecho faz alusão a uma pessoa que mesmo não estando enjaulada via-se enjaulada pelas jaulas dos animais. Criando-se, assim, uma ruptura do sentido literal do trecho.

    Pelo tanto de questões que estou fazendo sobre figura de linguagem, percebo que em algumas questões até caberia mais de uma classificação quanto à figura de linguagem, como nessa questão aqui, mas quando isso ocorre sempre tem uma "mais" correta entre as classificações possíveis. Nessa questão acredito que há pleonasmo, contudo a metáfora se faz "mais" correta...não sei se faz sentido, mas tenho percebido isso.

  • Figura de linguagem é um campo muito vasto. As bancas cobram de uma maneira muito engessada. Em muitas frases podemos ter mais de uma figura de linguagem presente. Na minha opinião, fica claro que o fragmento tem a presença de PLEONASMO e METÁFORA.


ID
4006801
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para responder à questão.


O Búfalo


    Mas era primavera. Até o leão lambeu a testa glabra da leoa. Os dois animais louros. A mulher desviou os olhos da jaula, onde só o cheiro quente lembrava a carnificina que ela viera buscar no Jardim Zoológico. Depois o leão passeou enjubado e tranquilo, e a leoa lentamente reconstituiu sobre as patas estendidas a cabeça de uma esfinge. “Mas isso é amor, é amor de novo”, revoltou-se a mulher tentando encontrar-se com o próprio ódio mas era primavera e dois leões se tinham amado. Com os punhos nos bolsos do casaco, olhou em torno de si, rodeada pelas jaulas, enjaulada pelas jaulas fechadas. Continuou a andar. Os olhos estavam tão concentrados na procura que sua vista às vezes se escurecia num sono, e então ela se refazia como na frescura de uma cova.
    Mas a girafa era uma virgem de tranças recém-cortadas. Com a tola inocência do que é grande e leve e sem culpa. A mulher do casaco marrom desviou os olhos, doente, doente. Sem conseguir — diante da aérea girafa pousada, diante daquele silencioso pássaro sem asas — sem conseguir encontrar dentro de si o ponto pior de sua doença, o ponto mais doente, o ponto de ódio, ela que fora ao Jardim Zoológico para adoecer. Mas não diante da girafa que mais era paisagem que um ente. Não diante daquela carne que se distraíra em altura e distância, a girafa quase verde. Procurou outros animais, tentava aprender com eles a odiar. [...]
    “Eu te odeio”, disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la. “Eu te odeio”, disse muito apressada. Mas não sabia sequer como se fazia. Como cavar na terra até encontrar a água negra, como abrir passagem na terra dura e chegar jamais a si mesma? Andou pelo Jardim Zoológico entre mães e crianças. Mas o elefante suportava o próprio peso. Aquele elefante inteiro a quem fora dado com uma simples pata esmagar. Mas que não esmagava. Aquela potência que no entanto se deixaria docilmente conduzir a um circo, elefante de crianças. E os olhos, numa bondade de velho, presos dentro da grande carne herdada. O elefante oriental. Também a primavera oriental, e tudo nascendo, tudo escorrendo pelo riacho.
    [...]
    O búfalo voltou-se, imobilizou-se, e a distância encarou-a.
    Eu te amo, disse ela então com ódio para o homem cujo grande crime impunível era o de não querê-la. Eu te odeio, disse implorando amor ao búfalo.
    Enfim provocado, o grande búfalo aproximou-se sem pressa.
    Ele se aproximava, a poeira erguia-se. A mulher esperou de braços pendidos ao longo do casaco. Devagar ele se aproximava. Ela não recuou um só passo. Até que ele chegou às grades e ali parou. Lá estavam o búfalo e a mulher, frente à frente. Ela não olhou a cara, nem a boca, nem os cornos. Olhou seus olhos.
    E os olhos do búfalo, os olhos olharam seus olhos. E uma palidez tão funda foi trocada que a mulher se entorpeceu dormente. De pé, em sono profundo. Olhos pequenos e vermelhos a olhavam. Os olhos do búfalo. A mulher tonteou surpreendida, lentamente meneava a cabeça. O búfalo calmo. Lentamente a mulher meneava a cabeça, espantada com o ódio com que o búfalo, tranquilo de ódio, a olhava. Quase inocentada, meneando uma cabeça incrédula, a boca entreaberta. Inocente, curiosa, entrando cada vez mais fundo dentro daqueles olhos que sem pressa a fitavam, ingênua, num suspiro de sono, sem querer nem poder fugir, presa ao mútuo assassinato. Presa como se sua mão se tivesse grudado para sempre ao punhal que ela mesma cravara. Presa, enquanto escorregava enfeitiçada ao longo das grades. Em tão lenta vertigem que antes do corpo baquear macio a mulher viu o céu inteiro e um búfalo.
LISPECTOR, Clarice. O búfalo . In: Laços de família. Rio: José Olympio, 1982. p.149.

“O búfalo voltou-se, imobilizou-se, e a distância encarou-a.”

A respeito do trecho acima, quanto aos aspectos gramatical, sintático e semântico, analise as afirmativas a seguir.

I. O A da expressão A DISTÂNCIA, equivocadamente, não recebeu o acento indicativo de crase, obrigatório no contexto.
II. A linguagem da oração O BÚFALO ENCAROU-A é conotativa.
III. O SE nas duas ocorrências são partículas expletivas.

Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s):

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: B

    “O búfalo voltou-se, imobilizou-se, e a distância encarou-a.”

    I. CORRETO. Trata-se de uma locução adverbial feminina, em que se exige preposição

    II. ERRADO. não vejo sentido conotativo aqui, visto que, ao meu ver, está tal qual o sentido do dicionário (encarar: olhar para a cara de alguém; olhar de frente, nos olhos; acarar.)

    III. ERRADO. Não são partículas expletivas. Acredito que sejam pronomes reflexivos. Se alguém puder explicar melhor, eu agradeço, pois achei mt parecido com a partícula apassivadora

  • Esse gabarito está correto?!?!

  • Esse gabarito está errado. O termo " a distância" só terá crase quando especificado. Por exemplo: Fulano está à distância de 20 m de Ciclano.

    Tanto que educação a distância (com crase) é equivocado.

    Essa banca não tem me passado confiança, já é o terceiro erro de gabarito que encontro. =(

  • O termo a distância só leva crase se a distância for especificada.
  • questão nula, feita por alguém completamente sem preparo. Perdoem-me a frieza, mas não há tempo para aborrecimento. Não é uma questão séria.

  • I- item correto. No caso, deve-se empregar crase, a fim de se evitar ambiguidade. Caso não a use, pode-se pensar que o sujeito do verbo encarar é "a distância".

    II - Item incorreto. Os vocábulos da oração foram empregados em sentido literal, ou seja, sentido denotativo.

    III - Item incorreto. As duas ocorrências do "se" se justifica como parte integrante do verbo: voltar-se e imobilizar-se.

  • O termo "a distância" não deveria ser craseado, uma vez que tal termo só teria crase se fosse especificado:

    "à distancia de dois metros da mulher"

    Questão mal elaborada

  • CUIDADO

    Há múltiplos comentários incorretos, a questão não apresenta problemas.

    Solicita-se julgamento das assertivas:

    “O búfalo voltou-se, imobilizou-se, e a distância encarou-a.”

    A respeito do trecho acima, quanto aos aspectos gramatical, sintático e semântico, analise as afirmativas a seguir.

    I. O A da expressão A DISTÂNCIA, equivocadamente, não recebeu o acento indicativo de crase, obrigatório no contexto.

    Correta. Quando falamos da marcação de crase em locuções adverbiais como "à distância", havendo possibilidade de ambiguidade, marca-se a crase de forma obrigatória.

    No caso em tela, na ausência de crase, percebe-se ambiguidade que permite tomar o substantivo "distância" como sujeito do verbo "encarar", destoando de sua função adverbial;

    II. A linguagem da oração O BÚFALO ENCAROU-A é conotativa.

    Incorreta. A linguagem é puramente denotativa, leia-se: todos os termos expressam seu sentido próprio;

    III. O SE nas duas ocorrências são partículas expletivas.

    Incorreta. A partícula "se", nas duas ocorrências, é parte integrante dos verbos pronominais "voltar-se" e "imobilizar-se" (quando no sentido de ficar imóvel, parado).


ID
4006804
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para responder à questão.


O Búfalo


    Mas era primavera. Até o leão lambeu a testa glabra da leoa. Os dois animais louros. A mulher desviou os olhos da jaula, onde só o cheiro quente lembrava a carnificina que ela viera buscar no Jardim Zoológico. Depois o leão passeou enjubado e tranquilo, e a leoa lentamente reconstituiu sobre as patas estendidas a cabeça de uma esfinge. “Mas isso é amor, é amor de novo”, revoltou-se a mulher tentando encontrar-se com o próprio ódio mas era primavera e dois leões se tinham amado. Com os punhos nos bolsos do casaco, olhou em torno de si, rodeada pelas jaulas, enjaulada pelas jaulas fechadas. Continuou a andar. Os olhos estavam tão concentrados na procura que sua vista às vezes se escurecia num sono, e então ela se refazia como na frescura de uma cova.
    Mas a girafa era uma virgem de tranças recém-cortadas. Com a tola inocência do que é grande e leve e sem culpa. A mulher do casaco marrom desviou os olhos, doente, doente. Sem conseguir — diante da aérea girafa pousada, diante daquele silencioso pássaro sem asas — sem conseguir encontrar dentro de si o ponto pior de sua doença, o ponto mais doente, o ponto de ódio, ela que fora ao Jardim Zoológico para adoecer. Mas não diante da girafa que mais era paisagem que um ente. Não diante daquela carne que se distraíra em altura e distância, a girafa quase verde. Procurou outros animais, tentava aprender com eles a odiar. [...]
    “Eu te odeio”, disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la. “Eu te odeio”, disse muito apressada. Mas não sabia sequer como se fazia. Como cavar na terra até encontrar a água negra, como abrir passagem na terra dura e chegar jamais a si mesma? Andou pelo Jardim Zoológico entre mães e crianças. Mas o elefante suportava o próprio peso. Aquele elefante inteiro a quem fora dado com uma simples pata esmagar. Mas que não esmagava. Aquela potência que no entanto se deixaria docilmente conduzir a um circo, elefante de crianças. E os olhos, numa bondade de velho, presos dentro da grande carne herdada. O elefante oriental. Também a primavera oriental, e tudo nascendo, tudo escorrendo pelo riacho.
    [...]
    O búfalo voltou-se, imobilizou-se, e a distância encarou-a.
    Eu te amo, disse ela então com ódio para o homem cujo grande crime impunível era o de não querê-la. Eu te odeio, disse implorando amor ao búfalo.
    Enfim provocado, o grande búfalo aproximou-se sem pressa.
    Ele se aproximava, a poeira erguia-se. A mulher esperou de braços pendidos ao longo do casaco. Devagar ele se aproximava. Ela não recuou um só passo. Até que ele chegou às grades e ali parou. Lá estavam o búfalo e a mulher, frente à frente. Ela não olhou a cara, nem a boca, nem os cornos. Olhou seus olhos.
    E os olhos do búfalo, os olhos olharam seus olhos. E uma palidez tão funda foi trocada que a mulher se entorpeceu dormente. De pé, em sono profundo. Olhos pequenos e vermelhos a olhavam. Os olhos do búfalo. A mulher tonteou surpreendida, lentamente meneava a cabeça. O búfalo calmo. Lentamente a mulher meneava a cabeça, espantada com o ódio com que o búfalo, tranquilo de ódio, a olhava. Quase inocentada, meneando uma cabeça incrédula, a boca entreaberta. Inocente, curiosa, entrando cada vez mais fundo dentro daqueles olhos que sem pressa a fitavam, ingênua, num suspiro de sono, sem querer nem poder fugir, presa ao mútuo assassinato. Presa como se sua mão se tivesse grudado para sempre ao punhal que ela mesma cravara. Presa, enquanto escorregava enfeitiçada ao longo das grades. Em tão lenta vertigem que antes do corpo baquear macio a mulher viu o céu inteiro e um búfalo.
LISPECTOR, Clarice. O búfalo . In: Laços de família. Rio: José Olympio, 1982. p.149.

Em “A mulher tonteou SURPREENDIDA”, o termo destacado exerce a função sintática de:

Alternativas
Comentários
  • “A mulher tonteou SURPREENDIDA”

    Predicativo do sujeito, note que o adjetivo surpreendida está no predicado, mas caracteriza o sujeito.

    GABARITO. E

  • “A mulher tonteou SURPREENDIDA”

    Pode-se trocar o verbo "tontear" por permaneceu ou é, que são verbos de ligação, portanto, trata-se de um predicativo do sujeito.

    Gabarito: B

  • A) adjunto adnominal. Não há valor ativo, e não completa sentido de substantivo concreto ou abstrato.

    B) predicativo do objeto. Não caracteriza o objeto. Aliás, o objeto nem existe, pois o verbo é intransitivo.

    C) objeto indireto. O verbo é intransitivo, porquanto não há objeto indireto, seu complemento.

    D) complemento nominal. Não completa, na frase, o sentido de adjetivo, advérbio ou substantivo abstrato.

    E) predicativo do sujeito. O termo "surpreendida" caracteriza o sujeito.

    "Se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-Me." São Lucas IX


ID
4006807
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para responder à questão.


O Búfalo


    Mas era primavera. Até o leão lambeu a testa glabra da leoa. Os dois animais louros. A mulher desviou os olhos da jaula, onde só o cheiro quente lembrava a carnificina que ela viera buscar no Jardim Zoológico. Depois o leão passeou enjubado e tranquilo, e a leoa lentamente reconstituiu sobre as patas estendidas a cabeça de uma esfinge. “Mas isso é amor, é amor de novo”, revoltou-se a mulher tentando encontrar-se com o próprio ódio mas era primavera e dois leões se tinham amado. Com os punhos nos bolsos do casaco, olhou em torno de si, rodeada pelas jaulas, enjaulada pelas jaulas fechadas. Continuou a andar. Os olhos estavam tão concentrados na procura que sua vista às vezes se escurecia num sono, e então ela se refazia como na frescura de uma cova.
    Mas a girafa era uma virgem de tranças recém-cortadas. Com a tola inocência do que é grande e leve e sem culpa. A mulher do casaco marrom desviou os olhos, doente, doente. Sem conseguir — diante da aérea girafa pousada, diante daquele silencioso pássaro sem asas — sem conseguir encontrar dentro de si o ponto pior de sua doença, o ponto mais doente, o ponto de ódio, ela que fora ao Jardim Zoológico para adoecer. Mas não diante da girafa que mais era paisagem que um ente. Não diante daquela carne que se distraíra em altura e distância, a girafa quase verde. Procurou outros animais, tentava aprender com eles a odiar. [...]
    “Eu te odeio”, disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la. “Eu te odeio”, disse muito apressada. Mas não sabia sequer como se fazia. Como cavar na terra até encontrar a água negra, como abrir passagem na terra dura e chegar jamais a si mesma? Andou pelo Jardim Zoológico entre mães e crianças. Mas o elefante suportava o próprio peso. Aquele elefante inteiro a quem fora dado com uma simples pata esmagar. Mas que não esmagava. Aquela potência que no entanto se deixaria docilmente conduzir a um circo, elefante de crianças. E os olhos, numa bondade de velho, presos dentro da grande carne herdada. O elefante oriental. Também a primavera oriental, e tudo nascendo, tudo escorrendo pelo riacho.
    [...]
    O búfalo voltou-se, imobilizou-se, e a distância encarou-a.
    Eu te amo, disse ela então com ódio para o homem cujo grande crime impunível era o de não querê-la. Eu te odeio, disse implorando amor ao búfalo.
    Enfim provocado, o grande búfalo aproximou-se sem pressa.
    Ele se aproximava, a poeira erguia-se. A mulher esperou de braços pendidos ao longo do casaco. Devagar ele se aproximava. Ela não recuou um só passo. Até que ele chegou às grades e ali parou. Lá estavam o búfalo e a mulher, frente à frente. Ela não olhou a cara, nem a boca, nem os cornos. Olhou seus olhos.
    E os olhos do búfalo, os olhos olharam seus olhos. E uma palidez tão funda foi trocada que a mulher se entorpeceu dormente. De pé, em sono profundo. Olhos pequenos e vermelhos a olhavam. Os olhos do búfalo. A mulher tonteou surpreendida, lentamente meneava a cabeça. O búfalo calmo. Lentamente a mulher meneava a cabeça, espantada com o ódio com que o búfalo, tranquilo de ódio, a olhava. Quase inocentada, meneando uma cabeça incrédula, a boca entreaberta. Inocente, curiosa, entrando cada vez mais fundo dentro daqueles olhos que sem pressa a fitavam, ingênua, num suspiro de sono, sem querer nem poder fugir, presa ao mútuo assassinato. Presa como se sua mão se tivesse grudado para sempre ao punhal que ela mesma cravara. Presa, enquanto escorregava enfeitiçada ao longo das grades. Em tão lenta vertigem que antes do corpo baquear macio a mulher viu o céu inteiro e um búfalo.
LISPECTOR, Clarice. O búfalo . In: Laços de família. Rio: José Olympio, 1982. p.149.

Em qual alternativa produz-se evidente equívoco de leitura, quando se afirma que o fragmento transcrito do texto foi usado em sentido denotativo?

Alternativas

ID
4006810
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para responder à questão.


O Búfalo


    Mas era primavera. Até o leão lambeu a testa glabra da leoa. Os dois animais louros. A mulher desviou os olhos da jaula, onde só o cheiro quente lembrava a carnificina que ela viera buscar no Jardim Zoológico. Depois o leão passeou enjubado e tranquilo, e a leoa lentamente reconstituiu sobre as patas estendidas a cabeça de uma esfinge. “Mas isso é amor, é amor de novo”, revoltou-se a mulher tentando encontrar-se com o próprio ódio mas era primavera e dois leões se tinham amado. Com os punhos nos bolsos do casaco, olhou em torno de si, rodeada pelas jaulas, enjaulada pelas jaulas fechadas. Continuou a andar. Os olhos estavam tão concentrados na procura que sua vista às vezes se escurecia num sono, e então ela se refazia como na frescura de uma cova.
    Mas a girafa era uma virgem de tranças recém-cortadas. Com a tola inocência do que é grande e leve e sem culpa. A mulher do casaco marrom desviou os olhos, doente, doente. Sem conseguir — diante da aérea girafa pousada, diante daquele silencioso pássaro sem asas — sem conseguir encontrar dentro de si o ponto pior de sua doença, o ponto mais doente, o ponto de ódio, ela que fora ao Jardim Zoológico para adoecer. Mas não diante da girafa que mais era paisagem que um ente. Não diante daquela carne que se distraíra em altura e distância, a girafa quase verde. Procurou outros animais, tentava aprender com eles a odiar. [...]
    “Eu te odeio”, disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la. “Eu te odeio”, disse muito apressada. Mas não sabia sequer como se fazia. Como cavar na terra até encontrar a água negra, como abrir passagem na terra dura e chegar jamais a si mesma? Andou pelo Jardim Zoológico entre mães e crianças. Mas o elefante suportava o próprio peso. Aquele elefante inteiro a quem fora dado com uma simples pata esmagar. Mas que não esmagava. Aquela potência que no entanto se deixaria docilmente conduzir a um circo, elefante de crianças. E os olhos, numa bondade de velho, presos dentro da grande carne herdada. O elefante oriental. Também a primavera oriental, e tudo nascendo, tudo escorrendo pelo riacho.
    [...]
    O búfalo voltou-se, imobilizou-se, e a distância encarou-a.
    Eu te amo, disse ela então com ódio para o homem cujo grande crime impunível era o de não querê-la. Eu te odeio, disse implorando amor ao búfalo.
    Enfim provocado, o grande búfalo aproximou-se sem pressa.
    Ele se aproximava, a poeira erguia-se. A mulher esperou de braços pendidos ao longo do casaco. Devagar ele se aproximava. Ela não recuou um só passo. Até que ele chegou às grades e ali parou. Lá estavam o búfalo e a mulher, frente à frente. Ela não olhou a cara, nem a boca, nem os cornos. Olhou seus olhos.
    E os olhos do búfalo, os olhos olharam seus olhos. E uma palidez tão funda foi trocada que a mulher se entorpeceu dormente. De pé, em sono profundo. Olhos pequenos e vermelhos a olhavam. Os olhos do búfalo. A mulher tonteou surpreendida, lentamente meneava a cabeça. O búfalo calmo. Lentamente a mulher meneava a cabeça, espantada com o ódio com que o búfalo, tranquilo de ódio, a olhava. Quase inocentada, meneando uma cabeça incrédula, a boca entreaberta. Inocente, curiosa, entrando cada vez mais fundo dentro daqueles olhos que sem pressa a fitavam, ingênua, num suspiro de sono, sem querer nem poder fugir, presa ao mútuo assassinato. Presa como se sua mão se tivesse grudado para sempre ao punhal que ela mesma cravara. Presa, enquanto escorregava enfeitiçada ao longo das grades. Em tão lenta vertigem que antes do corpo baquear macio a mulher viu o céu inteiro e um búfalo.
LISPECTOR, Clarice. O búfalo . In: Laços de família. Rio: José Olympio, 1982. p.149.

Considerado o contexto e transpondo-se para a voz passiva analítica o segmento “A mulher do casaco marrom desviou os olhos, doente, doente.”, será obtida a seguinte forma verbal:

Alternativas
Comentários
  • “A mulher do casaco marrom desviou os olhos, doente, doente.”

    → Para transpor da ativa para a passiva analítica devemos seguir alguns passos.

    1) O objeto direto vira sujeito paciente.

    2) Sujeito agente vira agente da passiva.

    3) Acrescenta-se a locução verbal ser+particípio.

    4) O verbo da voz passiva deve estar no mesmo modo e tempo do verbo da voz ativa.

    Fica: Os olhos foram desviados pela mulher do casaco.

    GABARITO. C


ID
4006813
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para responder à questão.


O Búfalo


    Mas era primavera. Até o leão lambeu a testa glabra da leoa. Os dois animais louros. A mulher desviou os olhos da jaula, onde só o cheiro quente lembrava a carnificina que ela viera buscar no Jardim Zoológico. Depois o leão passeou enjubado e tranquilo, e a leoa lentamente reconstituiu sobre as patas estendidas a cabeça de uma esfinge. “Mas isso é amor, é amor de novo”, revoltou-se a mulher tentando encontrar-se com o próprio ódio mas era primavera e dois leões se tinham amado. Com os punhos nos bolsos do casaco, olhou em torno de si, rodeada pelas jaulas, enjaulada pelas jaulas fechadas. Continuou a andar. Os olhos estavam tão concentrados na procura que sua vista às vezes se escurecia num sono, e então ela se refazia como na frescura de uma cova.
    Mas a girafa era uma virgem de tranças recém-cortadas. Com a tola inocência do que é grande e leve e sem culpa. A mulher do casaco marrom desviou os olhos, doente, doente. Sem conseguir — diante da aérea girafa pousada, diante daquele silencioso pássaro sem asas — sem conseguir encontrar dentro de si o ponto pior de sua doença, o ponto mais doente, o ponto de ódio, ela que fora ao Jardim Zoológico para adoecer. Mas não diante da girafa que mais era paisagem que um ente. Não diante daquela carne que se distraíra em altura e distância, a girafa quase verde. Procurou outros animais, tentava aprender com eles a odiar. [...]
    “Eu te odeio”, disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la. “Eu te odeio”, disse muito apressada. Mas não sabia sequer como se fazia. Como cavar na terra até encontrar a água negra, como abrir passagem na terra dura e chegar jamais a si mesma? Andou pelo Jardim Zoológico entre mães e crianças. Mas o elefante suportava o próprio peso. Aquele elefante inteiro a quem fora dado com uma simples pata esmagar. Mas que não esmagava. Aquela potência que no entanto se deixaria docilmente conduzir a um circo, elefante de crianças. E os olhos, numa bondade de velho, presos dentro da grande carne herdada. O elefante oriental. Também a primavera oriental, e tudo nascendo, tudo escorrendo pelo riacho.
    [...]
    O búfalo voltou-se, imobilizou-se, e a distância encarou-a.
    Eu te amo, disse ela então com ódio para o homem cujo grande crime impunível era o de não querê-la. Eu te odeio, disse implorando amor ao búfalo.
    Enfim provocado, o grande búfalo aproximou-se sem pressa.
    Ele se aproximava, a poeira erguia-se. A mulher esperou de braços pendidos ao longo do casaco. Devagar ele se aproximava. Ela não recuou um só passo. Até que ele chegou às grades e ali parou. Lá estavam o búfalo e a mulher, frente à frente. Ela não olhou a cara, nem a boca, nem os cornos. Olhou seus olhos.
    E os olhos do búfalo, os olhos olharam seus olhos. E uma palidez tão funda foi trocada que a mulher se entorpeceu dormente. De pé, em sono profundo. Olhos pequenos e vermelhos a olhavam. Os olhos do búfalo. A mulher tonteou surpreendida, lentamente meneava a cabeça. O búfalo calmo. Lentamente a mulher meneava a cabeça, espantada com o ódio com que o búfalo, tranquilo de ódio, a olhava. Quase inocentada, meneando uma cabeça incrédula, a boca entreaberta. Inocente, curiosa, entrando cada vez mais fundo dentro daqueles olhos que sem pressa a fitavam, ingênua, num suspiro de sono, sem querer nem poder fugir, presa ao mútuo assassinato. Presa como se sua mão se tivesse grudado para sempre ao punhal que ela mesma cravara. Presa, enquanto escorregava enfeitiçada ao longo das grades. Em tão lenta vertigem que antes do corpo baquear macio a mulher viu o céu inteiro e um búfalo.
LISPECTOR, Clarice. O búfalo . In: Laços de família. Rio: José Olympio, 1982. p.149.

São exemplos de uma mesma função sintática os elementos destacados na frase:

Alternativas
Comentários
  • Queremos termos que exerçam a mesma função sintática.

    A)“A mulher desviou OS OLHOS da jaula, onde só o cheiro quente lembrava A CARNIFICINA que ela viera buscar no Jardim Zoológico.”

    → Em destaque temos dois objetos diretos, que são termos regidos por verbos que pedem complemento sem uso de preposição.

    GABARITO. A

  • GABARITO: B

    A) “ Mas isso é AMOR, é amor de novo’, revoltou-se a MULHER”

    amor é predicativo do sujeito

    mulher é sujeito

    B) “A mulher desviou OS OLHOS da jaula, onde só o cheiro quente lembrava A CARNIFICINA que ela viera buscar no Jardim Zoológico.”

    GABARITO. ambos são OD

    C) "Eu TE odeio, disse ELA para um homem cujo crime único era o de não amá-la.”

    "te" é pronome pessoal oblíquo, cumprindo a função sintática de um complemento

    "ela" é pronome pessoal reto, cumprindo a função sintática de um sujeito

    D) “Enfim provocado, o GRANDE búfalo aproximou-se SEM PRESSA.”

    "grande", morfologicamente é um adjetivo, cumprindo a função sintática de adjunto adnominal

    "sem pressa" morfologicamente é um advérbio de modo, cumprindo a função sintática de adjunto adverbial

    E) “Até que ELE chegou às grades e ALI parou.”

    "ele" morfologicamente é pronome pessoal reto, cumprindo a função sintática de um sujeito

    "ali" é morfologicamente é um advérbio de lugar, cumprindo a função sintática de adjunto adverbial


ID
4006816
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para responder à questão.


O Búfalo


    Mas era primavera. Até o leão lambeu a testa glabra da leoa. Os dois animais louros. A mulher desviou os olhos da jaula, onde só o cheiro quente lembrava a carnificina que ela viera buscar no Jardim Zoológico. Depois o leão passeou enjubado e tranquilo, e a leoa lentamente reconstituiu sobre as patas estendidas a cabeça de uma esfinge. “Mas isso é amor, é amor de novo”, revoltou-se a mulher tentando encontrar-se com o próprio ódio mas era primavera e dois leões se tinham amado. Com os punhos nos bolsos do casaco, olhou em torno de si, rodeada pelas jaulas, enjaulada pelas jaulas fechadas. Continuou a andar. Os olhos estavam tão concentrados na procura que sua vista às vezes se escurecia num sono, e então ela se refazia como na frescura de uma cova.
    Mas a girafa era uma virgem de tranças recém-cortadas. Com a tola inocência do que é grande e leve e sem culpa. A mulher do casaco marrom desviou os olhos, doente, doente. Sem conseguir — diante da aérea girafa pousada, diante daquele silencioso pássaro sem asas — sem conseguir encontrar dentro de si o ponto pior de sua doença, o ponto mais doente, o ponto de ódio, ela que fora ao Jardim Zoológico para adoecer. Mas não diante da girafa que mais era paisagem que um ente. Não diante daquela carne que se distraíra em altura e distância, a girafa quase verde. Procurou outros animais, tentava aprender com eles a odiar. [...]
    “Eu te odeio”, disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la. “Eu te odeio”, disse muito apressada. Mas não sabia sequer como se fazia. Como cavar na terra até encontrar a água negra, como abrir passagem na terra dura e chegar jamais a si mesma? Andou pelo Jardim Zoológico entre mães e crianças. Mas o elefante suportava o próprio peso. Aquele elefante inteiro a quem fora dado com uma simples pata esmagar. Mas que não esmagava. Aquela potência que no entanto se deixaria docilmente conduzir a um circo, elefante de crianças. E os olhos, numa bondade de velho, presos dentro da grande carne herdada. O elefante oriental. Também a primavera oriental, e tudo nascendo, tudo escorrendo pelo riacho.
    [...]
    O búfalo voltou-se, imobilizou-se, e a distância encarou-a.
    Eu te amo, disse ela então com ódio para o homem cujo grande crime impunível era o de não querê-la. Eu te odeio, disse implorando amor ao búfalo.
    Enfim provocado, o grande búfalo aproximou-se sem pressa.
    Ele se aproximava, a poeira erguia-se. A mulher esperou de braços pendidos ao longo do casaco. Devagar ele se aproximava. Ela não recuou um só passo. Até que ele chegou às grades e ali parou. Lá estavam o búfalo e a mulher, frente à frente. Ela não olhou a cara, nem a boca, nem os cornos. Olhou seus olhos.
    E os olhos do búfalo, os olhos olharam seus olhos. E uma palidez tão funda foi trocada que a mulher se entorpeceu dormente. De pé, em sono profundo. Olhos pequenos e vermelhos a olhavam. Os olhos do búfalo. A mulher tonteou surpreendida, lentamente meneava a cabeça. O búfalo calmo. Lentamente a mulher meneava a cabeça, espantada com o ódio com que o búfalo, tranquilo de ódio, a olhava. Quase inocentada, meneando uma cabeça incrédula, a boca entreaberta. Inocente, curiosa, entrando cada vez mais fundo dentro daqueles olhos que sem pressa a fitavam, ingênua, num suspiro de sono, sem querer nem poder fugir, presa ao mútuo assassinato. Presa como se sua mão se tivesse grudado para sempre ao punhal que ela mesma cravara. Presa, enquanto escorregava enfeitiçada ao longo das grades. Em tão lenta vertigem que antes do corpo baquear macio a mulher viu o céu inteiro e um búfalo.
LISPECTOR, Clarice. O búfalo . In: Laços de família. Rio: José Olympio, 1982. p.149.

De acordo com os estudos de regência verbal e com o padrão culto da língua, o verbo em destaque em “Olhos pequenos e vermelhos a OLHAVAM.” é:

Alternativas
Comentários
  • “Olhos pequenos e vermelhos a OLHAVAM.”

    → Temos um verbo que pede complemento sem uso de preposição, trata-se de um verbo transitivo direto. o A antes do verbo é um pronome oblíquo que está desempenhando a função sintática de objeto direto.

    GABARITO. D

  • Lembrando: verbos VTD podem ser acompanhados de pronomes oblíquos (a - as - o - os)

    Os verbos VTI devem ser acompanhados por (LHE)

    Já os  ME,TE,SE,NOS,VOS=podem ser tanto obj. direto como indireto.

  • GABARITO -D

    Substituem objetos diretos >

    O (s) , A (s)

    No (s) , Na (s) - Verbos terminados em som nasal.

    Lo (s) , La (S) - Verbos terminados em R, S, Z.

    “Olhos pequenos e vermelhos a OLHAVAM.”

    Olhavam / alguém (OD )


ID
4006819
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para responder à questão.


O Búfalo


    Mas era primavera. Até o leão lambeu a testa glabra da leoa. Os dois animais louros. A mulher desviou os olhos da jaula, onde só o cheiro quente lembrava a carnificina que ela viera buscar no Jardim Zoológico. Depois o leão passeou enjubado e tranquilo, e a leoa lentamente reconstituiu sobre as patas estendidas a cabeça de uma esfinge. “Mas isso é amor, é amor de novo”, revoltou-se a mulher tentando encontrar-se com o próprio ódio mas era primavera e dois leões se tinham amado. Com os punhos nos bolsos do casaco, olhou em torno de si, rodeada pelas jaulas, enjaulada pelas jaulas fechadas. Continuou a andar. Os olhos estavam tão concentrados na procura que sua vista às vezes se escurecia num sono, e então ela se refazia como na frescura de uma cova.
    Mas a girafa era uma virgem de tranças recém-cortadas. Com a tola inocência do que é grande e leve e sem culpa. A mulher do casaco marrom desviou os olhos, doente, doente. Sem conseguir — diante da aérea girafa pousada, diante daquele silencioso pássaro sem asas — sem conseguir encontrar dentro de si o ponto pior de sua doença, o ponto mais doente, o ponto de ódio, ela que fora ao Jardim Zoológico para adoecer. Mas não diante da girafa que mais era paisagem que um ente. Não diante daquela carne que se distraíra em altura e distância, a girafa quase verde. Procurou outros animais, tentava aprender com eles a odiar. [...]
    “Eu te odeio”, disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la. “Eu te odeio”, disse muito apressada. Mas não sabia sequer como se fazia. Como cavar na terra até encontrar a água negra, como abrir passagem na terra dura e chegar jamais a si mesma? Andou pelo Jardim Zoológico entre mães e crianças. Mas o elefante suportava o próprio peso. Aquele elefante inteiro a quem fora dado com uma simples pata esmagar. Mas que não esmagava. Aquela potência que no entanto se deixaria docilmente conduzir a um circo, elefante de crianças. E os olhos, numa bondade de velho, presos dentro da grande carne herdada. O elefante oriental. Também a primavera oriental, e tudo nascendo, tudo escorrendo pelo riacho.
    [...]
    O búfalo voltou-se, imobilizou-se, e a distância encarou-a.
    Eu te amo, disse ela então com ódio para o homem cujo grande crime impunível era o de não querê-la. Eu te odeio, disse implorando amor ao búfalo.
    Enfim provocado, o grande búfalo aproximou-se sem pressa.
    Ele se aproximava, a poeira erguia-se. A mulher esperou de braços pendidos ao longo do casaco. Devagar ele se aproximava. Ela não recuou um só passo. Até que ele chegou às grades e ali parou. Lá estavam o búfalo e a mulher, frente à frente. Ela não olhou a cara, nem a boca, nem os cornos. Olhou seus olhos.
    E os olhos do búfalo, os olhos olharam seus olhos. E uma palidez tão funda foi trocada que a mulher se entorpeceu dormente. De pé, em sono profundo. Olhos pequenos e vermelhos a olhavam. Os olhos do búfalo. A mulher tonteou surpreendida, lentamente meneava a cabeça. O búfalo calmo. Lentamente a mulher meneava a cabeça, espantada com o ódio com que o búfalo, tranquilo de ódio, a olhava. Quase inocentada, meneando uma cabeça incrédula, a boca entreaberta. Inocente, curiosa, entrando cada vez mais fundo dentro daqueles olhos que sem pressa a fitavam, ingênua, num suspiro de sono, sem querer nem poder fugir, presa ao mútuo assassinato. Presa como se sua mão se tivesse grudado para sempre ao punhal que ela mesma cravara. Presa, enquanto escorregava enfeitiçada ao longo das grades. Em tão lenta vertigem que antes do corpo baquear macio a mulher viu o céu inteiro e um búfalo.
LISPECTOR, Clarice. O búfalo . In: Laços de família. Rio: José Olympio, 1982. p.149.

Há evidente equívoco de colocação pronominal do elemento destacado na frase:

Alternativas
Comentários
  • Queremos a incorreta.

    A)“cujo grande crime impunível era o de não querê-LA.”

    → Temos um advérbio de negação (não) ele é fator atrativo do pronome oblíquo átono. O correto seria usar assim: cujo grande crime impunível era o de não a querer (próclise).

    GABARITO. A

  • A posição do pronome oblíquo átono (me, te, se, lhe, vos, o[s], a[s], etc.) pode ser distintamente três: próclise (antes do verbo. p.ex. não se realiza trabalho voluntário), mesóclise (entre o radical e a desinência verbal, p.ex. realizar-se-á trabalho voluntário) e ênclise (após o verbo, p.ex. realiza-se trabalho voluntário). 

    a) “cujo grande crime impunível era o de não querê-LA.”

    Correto. Existe grosseiro erro da banca ao entender errônea a colocação enclítica, defensável perante essa construção. O pronome oblíquo átono é sempre bem acolhido após verbo no infinitivo (não querer + ela = não querê-la), mesmo havendo palavra que o atraia para perto de si. Faculta-se ao falante, pois, pô-lo proclítico (não a querer) ou enclítico (não querê-la);

    b) “e então ela SE refazia como na frescura de uma cova.”

    Correto. Tanto a próclise, já presente acima, quanto a ênclise (ela refazia-se) são possíveis

    c) “Não diante daquela carne que SE distraíra em altura e distância”.

    Correto. Apenas a próclise é possível, haja vista existir a partícula "que" atraindo para si o pronome "se";

    d) “O búfalo voltou-SE”.

    Correto. Tanto a ênclise, já presente acima, quanto a próclise (o búfalo se voltou) são possíveis;

    e) “Mas não sabia sequer como SE fazia.”

    Correto. Apenas a próclise é possível: o advérbio "como" atrai para si o pronome "se".

    Gabarito da banca: Letra A.

    Gabarito do monitor: Questão nula, por não apresentar adequada opção de resposta.


ID
4006822
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para responder à questão.


O Búfalo


    Mas era primavera. Até o leão lambeu a testa glabra da leoa. Os dois animais louros. A mulher desviou os olhos da jaula, onde só o cheiro quente lembrava a carnificina que ela viera buscar no Jardim Zoológico. Depois o leão passeou enjubado e tranquilo, e a leoa lentamente reconstituiu sobre as patas estendidas a cabeça de uma esfinge. “Mas isso é amor, é amor de novo”, revoltou-se a mulher tentando encontrar-se com o próprio ódio mas era primavera e dois leões se tinham amado. Com os punhos nos bolsos do casaco, olhou em torno de si, rodeada pelas jaulas, enjaulada pelas jaulas fechadas. Continuou a andar. Os olhos estavam tão concentrados na procura que sua vista às vezes se escurecia num sono, e então ela se refazia como na frescura de uma cova.
    Mas a girafa era uma virgem de tranças recém-cortadas. Com a tola inocência do que é grande e leve e sem culpa. A mulher do casaco marrom desviou os olhos, doente, doente. Sem conseguir — diante da aérea girafa pousada, diante daquele silencioso pássaro sem asas — sem conseguir encontrar dentro de si o ponto pior de sua doença, o ponto mais doente, o ponto de ódio, ela que fora ao Jardim Zoológico para adoecer. Mas não diante da girafa que mais era paisagem que um ente. Não diante daquela carne que se distraíra em altura e distância, a girafa quase verde. Procurou outros animais, tentava aprender com eles a odiar. [...]
    “Eu te odeio”, disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la. “Eu te odeio”, disse muito apressada. Mas não sabia sequer como se fazia. Como cavar na terra até encontrar a água negra, como abrir passagem na terra dura e chegar jamais a si mesma? Andou pelo Jardim Zoológico entre mães e crianças. Mas o elefante suportava o próprio peso. Aquele elefante inteiro a quem fora dado com uma simples pata esmagar. Mas que não esmagava. Aquela potência que no entanto se deixaria docilmente conduzir a um circo, elefante de crianças. E os olhos, numa bondade de velho, presos dentro da grande carne herdada. O elefante oriental. Também a primavera oriental, e tudo nascendo, tudo escorrendo pelo riacho.
    [...]
    O búfalo voltou-se, imobilizou-se, e a distância encarou-a.
    Eu te amo, disse ela então com ódio para o homem cujo grande crime impunível era o de não querê-la. Eu te odeio, disse implorando amor ao búfalo.
    Enfim provocado, o grande búfalo aproximou-se sem pressa.
    Ele se aproximava, a poeira erguia-se. A mulher esperou de braços pendidos ao longo do casaco. Devagar ele se aproximava. Ela não recuou um só passo. Até que ele chegou às grades e ali parou. Lá estavam o búfalo e a mulher, frente à frente. Ela não olhou a cara, nem a boca, nem os cornos. Olhou seus olhos.
    E os olhos do búfalo, os olhos olharam seus olhos. E uma palidez tão funda foi trocada que a mulher se entorpeceu dormente. De pé, em sono profundo. Olhos pequenos e vermelhos a olhavam. Os olhos do búfalo. A mulher tonteou surpreendida, lentamente meneava a cabeça. O búfalo calmo. Lentamente a mulher meneava a cabeça, espantada com o ódio com que o búfalo, tranquilo de ódio, a olhava. Quase inocentada, meneando uma cabeça incrédula, a boca entreaberta. Inocente, curiosa, entrando cada vez mais fundo dentro daqueles olhos que sem pressa a fitavam, ingênua, num suspiro de sono, sem querer nem poder fugir, presa ao mútuo assassinato. Presa como se sua mão se tivesse grudado para sempre ao punhal que ela mesma cravara. Presa, enquanto escorregava enfeitiçada ao longo das grades. Em tão lenta vertigem que antes do corpo baquear macio a mulher viu o céu inteiro e um búfalo.
LISPECTOR, Clarice. O búfalo . In: Laços de família. Rio: José Olympio, 1982. p.149.

Sobre o uso das aspas na oração destacada em “ EU TE ODEIO’, disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la.”, é correto afirmar que, no contexto:

Alternativas

ID
4006825
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para responder à questão.


O Búfalo


    Mas era primavera. Até o leão lambeu a testa glabra da leoa. Os dois animais louros. A mulher desviou os olhos da jaula, onde só o cheiro quente lembrava a carnificina que ela viera buscar no Jardim Zoológico. Depois o leão passeou enjubado e tranquilo, e a leoa lentamente reconstituiu sobre as patas estendidas a cabeça de uma esfinge. “Mas isso é amor, é amor de novo”, revoltou-se a mulher tentando encontrar-se com o próprio ódio mas era primavera e dois leões se tinham amado. Com os punhos nos bolsos do casaco, olhou em torno de si, rodeada pelas jaulas, enjaulada pelas jaulas fechadas. Continuou a andar. Os olhos estavam tão concentrados na procura que sua vista às vezes se escurecia num sono, e então ela se refazia como na frescura de uma cova.
    Mas a girafa era uma virgem de tranças recém-cortadas. Com a tola inocência do que é grande e leve e sem culpa. A mulher do casaco marrom desviou os olhos, doente, doente. Sem conseguir — diante da aérea girafa pousada, diante daquele silencioso pássaro sem asas — sem conseguir encontrar dentro de si o ponto pior de sua doença, o ponto mais doente, o ponto de ódio, ela que fora ao Jardim Zoológico para adoecer. Mas não diante da girafa que mais era paisagem que um ente. Não diante daquela carne que se distraíra em altura e distância, a girafa quase verde. Procurou outros animais, tentava aprender com eles a odiar. [...]
    “Eu te odeio”, disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la. “Eu te odeio”, disse muito apressada. Mas não sabia sequer como se fazia. Como cavar na terra até encontrar a água negra, como abrir passagem na terra dura e chegar jamais a si mesma? Andou pelo Jardim Zoológico entre mães e crianças. Mas o elefante suportava o próprio peso. Aquele elefante inteiro a quem fora dado com uma simples pata esmagar. Mas que não esmagava. Aquela potência que no entanto se deixaria docilmente conduzir a um circo, elefante de crianças. E os olhos, numa bondade de velho, presos dentro da grande carne herdada. O elefante oriental. Também a primavera oriental, e tudo nascendo, tudo escorrendo pelo riacho.
    [...]
    O búfalo voltou-se, imobilizou-se, e a distância encarou-a.
    Eu te amo, disse ela então com ódio para o homem cujo grande crime impunível era o de não querê-la. Eu te odeio, disse implorando amor ao búfalo.
    Enfim provocado, o grande búfalo aproximou-se sem pressa.
    Ele se aproximava, a poeira erguia-se. A mulher esperou de braços pendidos ao longo do casaco. Devagar ele se aproximava. Ela não recuou um só passo. Até que ele chegou às grades e ali parou. Lá estavam o búfalo e a mulher, frente à frente. Ela não olhou a cara, nem a boca, nem os cornos. Olhou seus olhos.
    E os olhos do búfalo, os olhos olharam seus olhos. E uma palidez tão funda foi trocada que a mulher se entorpeceu dormente. De pé, em sono profundo. Olhos pequenos e vermelhos a olhavam. Os olhos do búfalo. A mulher tonteou surpreendida, lentamente meneava a cabeça. O búfalo calmo. Lentamente a mulher meneava a cabeça, espantada com o ódio com que o búfalo, tranquilo de ódio, a olhava. Quase inocentada, meneando uma cabeça incrédula, a boca entreaberta. Inocente, curiosa, entrando cada vez mais fundo dentro daqueles olhos que sem pressa a fitavam, ingênua, num suspiro de sono, sem querer nem poder fugir, presa ao mútuo assassinato. Presa como se sua mão se tivesse grudado para sempre ao punhal que ela mesma cravara. Presa, enquanto escorregava enfeitiçada ao longo das grades. Em tão lenta vertigem que antes do corpo baquear macio a mulher viu o céu inteiro e um búfalo.
LISPECTOR, Clarice. O búfalo . In: Laços de família. Rio: José Olympio, 1982. p.149.

Pode-se afirmar que a oração destacada em “Os olhos estavam tão concentrados na procura QUE SUA VISTA ÀS VEZES SE ESCURECIA NUM SONO” é subordinada:

Alternativas
Comentários
  • “Os olhos estavam tão concentrados na procura QUE SUA VISTA ÀS VEZES SE ESCURECIA NUM SONO”

    → O que é uma conjunção subordinativa adverbial consecutiva, introduzindo uma oração subordinada adverbial consecutiva. Lembrem, apos Tzão vem a consequência.

    GABARITO. E

  • Na relação causa/consequência (tão tanto tal tamanho)...que, a adv. CAUSAL estará sempre do lado intensificador (tão tanto tal tamanho) e a consequência do lado do QUE...

  • GABARITO -E

    Depois do Tesão vem a consequência...( Consecutivas )

    “Os olhos estavam tão concentrados na procura QUE SUA VISTA ÀS VEZES SE ESCURECIA NUM SONO”

  • tão...que

    tanto...que

    dão ideia de consecutiva !

  • viu nas alternativas adverbial consecutiva

    procure logo '' tanto que ou tão que '' são os mais frequentes nas questões .

  • gab e

    "NÃO PARE ATÉ QUE TENHA TERMINADO AQUILO QUE TU COMEÇOU! LEMBRE-SE, TU NÃO PODE DESISTIR"

    Baltasar Gracian


ID
4006828
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Atualidades
Assuntos

Nos primeiros meses de 2015, um novo ministro(a) da educação tomou posse no lugar de Cid Gomes. O nome desse(a) ministro é:

Alternativas
Comentários
  • Atualizando ministro da educação 2020: Milton Ribeiro


ID
4006831
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Atualidades
Assuntos

O entretenimento é um dos setores econômicos mais importantes da atualidade. Algumas marcas relacionadas ao entretenimento se expandem por diferentes lugares, como é o caso do evento musical Rock in Rio. No primeiro semestre de 2015, o evento Rock in Rio ocorreu na seguinte cidade:

Alternativas

ID
4006834
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Conhecimentos Gerais
Assuntos

Uma das marcas do mundo atual são os inúmeros grupos terroristas que assombram diferentes povos. Atualmente, existe um grupo terrorista que controla partes dos territórios da Síria e do Iraque, promovendo inclusive assassinatos gravados em vídeo e postados na internet. O nome do referido grupo terrorista é:

Alternativas
Comentários
  • Estado Islâmico: grupo Jhadista, atua principalmente no Iraque e Síria

    Boko Haram: grupo islâmico atuante na Nigéria

    IRA: foi um grupo terrorista que queria unificar as Irlandas

    Xiita: grupo religioso (existe os sunitas também)

    Palestina: é estado


ID
4006837
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Conhecimentos Gerais
Assuntos

A questão do meio ambiente ganha cada vez mais importância na atualidade. Os processos de reciclagem conseguem aliar a questão ambiental com ganhos econômicos em diferentes setores. Entre os produtos a seguir o que mais é reciclado no Brasil é:

Alternativas

ID
4006840
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Conhecimentos Gerais
Assuntos

Nos últimos meses, o Brasil vem implementando uma nova tecnologia de combate a dengue em alguns municípios. Essa nova tecnologia precisou ser aprovada pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) e ainda está sendo avaliada sua eficácia. A nova tecnologia consiste em:

Alternativas

ID
4006843
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Direito Constitucional
Assuntos

Considere que uma empresa de ônibus seja concessionária legítima do serviço de transporte urbano. O prefeito da cidade, porém, ilegalmente, ordena a imediata suspensão de suas atividades. Neste caso, o remédio constitucional adequado para atacar a decisão ilegal e resguardar o direito da empresa é o:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: D

    Nesse caso foi obstado o direito líquido e certo da concessionária prestar o serviço de transporte urbano, a ela cabível por lei.

    CF/88

    Art. 5º, LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por  habeas corpus  ou  habeas data , quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.

    _______________________

    Quanto as demais:

    a) Habeas corpus: LXVIII - conceder-se-á  habeas corpus  sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;

    b) Mandado de injunção: LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;

    c) Ação de improbidade: cabível contra funcionários públicos e equiparados que praticam um dos atos previstos na lei de improbidade( enriquecimento ilícito, prejuízo ao erário ou violação dos princípios da administração pública);

    e) Ação popular: LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.

  • A questão em tela versa sobre a disciplina de Direito Constitucional e o assunto referente aos remédios constitucionais.

    Conforme o inciso LXVII, do artigo 5º, da Constituição Federal, conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.

    Conforme o inciso LXIX, do artigo 5º, da Constituição Federal, conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. Ressalta-se que o inciso LXX, do mesmo artigo, destaca a possibilidade do mandado de segurança coletivo, podendo ser impetrado por partido político com representação no Congresso Nacional, organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados. Cabe salientar que a exigência de funcionamento há pelo menos um ano é exigida apenas para as associações.

    Conforme o inciso LXVII, do artigo 5º, da Constituição Federal, conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Ressalta-se que hoje existe uma lei específica que regulamenta o mandado de injunção coletivo.

    Conforme o inciso LXXII, do artigo 5º, da Constituição Federal, conceder-se-á habeas data para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público e para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.

    Conforme o inciso LXXIII, do artigo 5º, da Constituição Federal, qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.

    ANALISANDO AS ALTERNATIVAS

    Levando em consideração as explicações acima, percebe-se que, no caso descrito pela questão, é cabível mandado de segurança, por ter sido violado direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data. Ademais, vale destacar que a ação de improbidade não é um remédio constitucional, sendo utilizada no âmbito civil para se conseguir uma reparação de um prejuízo ao erário público.

    GABARITO: LETRA "D".

  • Assertiva D

    a decisão ilegal e resguardar o direito da empresa é o: mandado de segurança.


ID
4006846
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Direito Constitucional
Assuntos

Segundo a Lei nº 1.079/1950 (Crimes de Responsabilidade), se o Presidente da República praticar ato que atente contra a probidade na Administração suportará pena de perda do cargo:

Alternativas
Comentários
  • LEI 1079/50

    Art. 2º Os crimes definidos nesta lei, ainda quando simplesmente tentados, são passíveis da pena de perda do cargo, com inabilitação, até cinco anos, para o exercício de qualquer função pública, imposta pelo Senado Federal nos processos contra o Presidente da República ou Ministros de Estado, contra os Ministros do Supremo Tribunal Federal ou contra o Procurador Geral da República.

  • pelo que eu saiba a inabilitação é de oito anos

  • 5 não é usado. O correto é 8.

    a Constituição de 1988, ao tratar dos crimes de responsabilidade, dispõe: "Art. 52. (...)" Para as autoridades que relaciona, a Constituição elevou o prazo de inabilitação de cinco para oito anos, podendo-se afirmar que, nesse ponto, o art. 2º da Lei 1.079/1950 não foi por ela recebido

  • rum, hum..hum

  • É necessário lembrar que o prazo para inabilitação hoje é o previsto na CF, ou seja, de oito anos! Porém, se a questão cobrar exatamente o que está descrito na lei, o prazo é de 5 anos.

  • Me poupe

  • A condenação no impeachment é política, e não penal. Ela autoriza a imposição de duas sanções:

    a) perda da função pública;

    b) inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública.

  • Atenção: CF: Inabilitação 8 anos.

  • A questão exige do candidato o conhecimento acerca do que a Lei 1.079/50 dispõe sobre crimes de responsabilidade.

    A– Correta - É o que dispõe o art. 2º da Lei 1.079/50: "Os crimes definidos nesta lei, ainda quando simplesmente tentados, são passíveis da pena de perda do cargo, com inabilitação, até cinco anos, para o exercício de qualquer função pública, imposta pelo Senado Federal nos processos contra o Presidente da República ou Ministros de Estado, contra os Ministros do Supremo Tribunal Federal ou contra o Procurador Geral da República".

    Atenção: apesar de a resposta estar de acordo com a lei 1.079/50 (atendendo ao que pede o enunciado), a Constituição também trata sobre o tema. Para as autoridades que relaciona (o Presidente da República entre elas), "a Constituição elevou o prazo de inabilitação de cinco para oito anos, podendo se afirmar que, nesse ponto, o art. 2º da Lei 1.079/1950 não foi por ela recebido" (STF, ADI 1628, Rel. Min. Eros Grau, j. em 10/08/2006).

    Art. 52, parágrafo único, CRFB/88: "Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis".

    B– Incorreta - Não é o que dispõe a Lei 1.079/50 sobre o tema, vide alternativa A.

    C- Incorreta - Não é o que dispõe a Lei 1.079/50 sobre o tema, vide alternativa A.

    D- Incorreta - Não é o que dispõe a Lei 1.079/50 sobre o tema, vide alternativa A.

    E- Incorreta - Não é o que dispõe a Lei 1.079/50 sobre o tema, vide alternativa A.

    O gabarito da questão, portanto, é a alternativa A.

  • Lei 1.079/1950 Art. 2º Os crimes definidos nesta lei, ainda quando simplesmente tentados, são passíveis da pena de perda do cargo, com inabilitação, até cinco anos, para o exercício de qualquer função pública, imposta pelo Senado Federal nos processos contra o Presidente da República ou Ministros de Estado, contra os Ministros do Supremo Tribunal Federal ou contra o Procurador Geral da República.


ID
4006849
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Direito Administrativo
Assuntos

Segundo a Lei nº 8.666/1993 (Licitações e Contratos Administrativos), o critério da melhor técnica pode ser aplicado na hipótese de:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito letra E.

    Lei 8.666/93: Art. 46.  Os tipos de licitação "melhor técnica" ou "técnica e preço" serão utilizados exclusivamente para serviços de natureza predominantemente intelectual, em especial na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em particular, para a elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e executivos, ressalvado o disposto no § 4  do artigo anterior.  

    Com relação a alternativa D, os bens e serviços de informática em regra, devem ser executados no tipo "técnica e preço", excepcionalmente admiti-se o emprego de outro tipo mediante decreto:

    Lei 8.666/93: Art. 45. § 4   Para contratação de bens e serviços de informática, a administração observará o disposto no  , levando em conta os fatores especificados em seu   e adotando obrigatoriamente o tipo de licitação "técnica e preço", permitido o emprego de outro tipo de licitação nos casos indicados em decreto do Poder Executivo.  

  • bens e serviços de informática ----------> obrigatoriamente tipo "técnica + preço"

    natureza predominantemente intelectual ---------> "melhor técnica"

    pertencelemos!

    Insta: @Patlick Aplovado

  • Complementando o comentário da colega Lorena,

    Leilão: -> maior lance

    Pregão -> menor preço

    VQV

  • A questão exige o conhecimento da licitação, que é o procedimento prévio de seleção por meio do qual a Administração escolhe a melhor proposta para a celebração de um contrato, levando em consideração os critérios previamente estabelecidos, de forma isonômica e aberta ao público.

    O ponto central da questão versa sobre o art. 46 da Lei de Licitações. Vamos à redação:

    Art. 46 lei nº 8.666/93: os tipos de licitação “melhor técnica” ou “técnica e preço” serão utilizados exclusivamente para serviços de natureza predominantemente intelectual, em especial na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em particular, para a elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e executivos, ressalvado o disposto no §4º (contratação de bens e serviços de informática) do art. anterior.

    Considerando a redação do dispositivo, a única alternativa correta é a letra E: o critério de melhor técnica pode ser aplicado na contratação de serviços de natureza intelectual. As demais são, portanto, incorretas.

    GABARITO: E

  • quer dizer tb que a simples negativa já consuma


ID
4006852
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Direito Administrativo
Assuntos

Sobre a responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito público pelos danos ocasionados por condutas que seus agentes, nessa qualidade, venham a praticar, é correto afirmar que:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO -- > D

    O Estado tem a responsabilidade objetiva ou seja responde pelo fato ocorrido, não importando se seus servidores tomaram todo o cuidado possível para prevenir o dano.

  • Elementos da responsabilidade objetiva: conduta, dano e nexo causal

  • A responsabilidade civil do Estado é OBJETIVA, ou seja: independe da presença do elemento subjetivo (relativo ao sujeito) dolo ou culpa.

    Nos casos de dolo ou culpa do agente, o Estado terá o direito de cobrar os custos do funcionário mediante ação regressiva. (Aos iniciantes: o Estado indeniza o particular e depois cobra do agente causador do dano - quando houver dolo ou culpa).

    VQV

  • acertei, mas égua da banca ruim!!!


ID
4006855
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Legislação Municipal
Assuntos

A descentralização administrativa, conforme previsão da Lei Orgânica do Município de Araruama, pode dar-se por meio da criação de:

Alternativas

ID
4006858
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Noções de Informática
Assuntos

Em um computador com MS Windows 7, em português, um usuário deseja verificar, via teclado, quais as opções de monitores/projetores externos conectados ao computador. Para isso, ele deve utilizar as teclas de atalho:

Alternativas
Comentários
  • Winkey + P

    gab B

  • Gab. A

    Win+Projetor.

  • Winkey + Projetar

    gaba. B

  • Win+Projetor.


ID
4006861
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Noções de Informática
Assuntos

Um usuário do Google Chrome V.42.0, em português, precisa utilizar o teclado para fechar uma guia. Quais as teclas de atalho para essa operação?

Alternativas
Comentários
  • CTRL + W: Fecha aba 

    gab D

  • Gabarito letra D.

    Dois bizus para memorização:

    para quem manja do Inglês:

    Associe CTRL + W a palavra WIPE (limpar, exterminar etc.)

    em português mesmo:

    CTRL + W = feshoW (fechar)

    Bons estudos.

  • CTRL + W : Fecha a Guia atual

    ALT + F4 : fecha tudo

  • também pode usar o CTRL + F4

  • a) Ctrl + A = seleciona tudo

    b) Ctrl + H = Histórico de navegação

    c) Ctrl + L = Seleciona o endereço da aba ativa

    d) Ctrl + W = Fecha a aba ativa (ou Ctrl + F4)

    e) Ctrl + X = Nada acontece

  • Gab. D.

    Ctrl + W = fecha guia/aba.

    Ctrl + Shift + T = retorna à última guia fechada.

  • Tudo indica que na Prefeitura de Araruama não se usa mouse.

  • A questão aborda conhecimentos acerca do uso dos atalhos de teclado e suas funções no Google Chrome, mais especificamente quanto ao atalho utilizado para fechar uma guia.

     

    A)      Incorreta – O atalho CTRL + A tem como função selecionar todo o conteúdo da página.

    B)      Incorreta – O atalho CTRL + H exibe o histórico de navegação, onde é possível visualizar os sites acessados, bem como a data e hora do acesso.

    C)      Incorreta – O atalho CTRL + L seleciona a barra de endereços, onde é possível inserir o endereço para determinado site ou arquivo.

    D)      Correta – O atalho CTRL + W tem como função fechar a guia ativa na janela.

    E)      Incorreta – O atalho CTRL + X tem como função recortar o item selecionado na página.

     

    Gabarito – Alternativa D.


ID
4006864
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Noções de Informática
Assuntos

Quando se utiliza o editor de textos MS Word 2010, em português, e se deseja inserir um Hiperlink via teclado, as teclas de atalho para essa operação são:

Alternativas
Comentários
  • Ctrl + A - abrir arquivo;

    Ctrl + D - abrir grupo fonte;

    Ctrl + Q - Alinhar à esquerda;

    Ctrl + Z - desfazer ação.

  • CTRL + K = HIPERLINK

    gab: c

  • Assertiva C

    inserir um Hiperlink = Ctrl + K

  • HiperlinĶ---K
  • Fui por eliminação CTRL + K Não sabia gab: C

ID
4006867
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Noções de Informática
Assuntos

Um computador de uma rede foi infectado por um programa malicioso independente, ou seja, que não precisa de outro programa para se propagar, que se autorreplica e destrói arquivos dos computadores que ele infecta. Esse tipo de programa é identificado como:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito letra E, com uma ressalva:

    Fui por eliminação, mas acho que a questão extrapola erroneamente ao dizer que o Worm destrói arquivos dos computador que ele infecta, tendo em vista que a função do Worm é "PESAR A BANDA LARGA (REDE)"

    Vejamos:

    Ao contrário de um vírus típico, os worms não se anexam a um arquivo ou programa. Em vez disso, deslizam e entram nos computadores por meio de vulnerabilidades de rede, se autorreplicando e se espalhando antes que seja encontrado e removido. Até o momento de sua remoção, já terá consumido boa parte da largura de banda disponível, interrompendo e sequestrando servidores de rede e web.

    Se alguém souber explicar melhor o porquê da banca ter considerado como certo, agradeceria!

    Bons estudos.

  • Worm é um programa capaz de se propagar automaticamente pelas redes, enviando cópias de si mesmo de computador para computador.

    autorreplica e destrói arquivos dos computadores que ele infecta.

  • Worm (ou Verme) é um programa capaz de se replicar automaticamente, enviando cópias de si mesmo de computador para computador. Diferente dos vírus, ele não se propaga por meio da inclusão de cópias de si mesmo em outros programas ou arquivos através da rede, mas – sim – pela exploração automática de vulnerabilidades existentes em programas instalados em computadores ou pela execução direta de suas cópias. 

  • WORME( VERME )

    ° AUTOMÁTICO

    ° ESPALHA-SE

    ° CRIA CÓPIAS DE SI

    ° USA REDE

    FONTE: ALFACON

  • TB APRENDI QUE WORM NÃO DANIFICA OS ARQUIVOS.

    SE ALGUEM PUDER TIRAR A DÚVIDA AGRADEÇO

  • o worm infecta a rede.

  • Gabarito: Letra E (WORM)

    ➥ Também chamado de verme, é um programa capaz de se propagar automaticamente pelas redes, enviando cópias de si mesmo de computador para computador. Diferente do vírus, o worm não se propaga por meio da inclusão de cópias de si mesmo em outros programas ou arquivos, mas sim pela execução direta de suas cópias ou pela exploração automática de vulnerabilidades existentes em programas instalados em computadores.

    ➥ Em outras palavras, é um tipo de malware mais perigoso que um vírus comum, pois sua propagação é rápida e ocorre sem controle da vítima.

    • Detalhe: consome muita memoria e espaço no disco!

    [...]

    PROPAGAÇÃO

    Assim que ele contamina um computador, o programa malicioso cria cópias de si mesmo em diferentes locais do sistema e se espalha para outras máquinas, seja por meio de Internet, mensagens, conexões locais, dispositivos USB ou arquivos.

    • Detalhe: se propaga por meio de programas de chat (Face, Whats, Insta...)

    _______

    Bons Estudos!


ID
4059124
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Suponha que A, B e C são 3 eventos independentes em que P(A)=1/3, P(B)=1/3 e P(C)=1/3. Pode-se afirmar que o valor de P(A B C) é igual a:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito letra "c".

    Primeiramente, o filtro do QC está errado, pois se trata de questão de probabilidade, e não de progressão aritimética.

    Segundo, para resolver essa questão é importante perceber que "A, B e C são 3 eventos independentes".

    Resolução:

    *Não dá pra fazer os três ao mesmo tempo, então vou começar por P(a) e P(b)

    P(a,b) = P(a) + P(b) - [P(a)xP(b)] *Multiplica porque são independentes. Se fossem dependentes, tinha que subtrair

    P(a,b) = 1/3 + 1/3 - [1/3 x 1/3]

    P(a,b) = 2/3 - 1/9

    P(a,b) = 5/9

    *Agora faz o resultado e P(c)

    P(a,b,c) = P(a,b) + P(c) - [P(a,b)xP(c)]

    P(a,b,c) = 5/9 + 1/3 - [5/9 x 1/3]

    P(a,b,c) = 8/9 - 5/27

    P(a,b,c) = 19/27

    Bons estudos!


ID
4059127
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Estatística
Assuntos

Suponha que X ~Normal (0,3). E seja F (x) = P (X x) a função de distribuição de X. Tem-se que F (0) é igual a:

Alternativas
Comentários
  • 1°: É uma distribuição Z, normal, ou seja, a média divide as densidades de probabilidade em partes iguais a 0,5 ou 50%.

    2°: P( X <= x ) ele quer um valor qualquer X que seja menor ou igual ao x, e a questão diz que quer o f(0). Logo, substitui o x por 0 e fica claro que ele quer a probabilidade de qualquer valor ser menor ou igual a 0.

    Pronto, sabemos que é 0,5 ou 1/2 (em fração)

  • A questão pode assustar um pouco num primeiro momento, mas sabemos que a distribuição normal é simétrica em torno da média, 50% abaixo e 50% acima. O enunciado informa que a média é 0 e pede F(0). Sabendo disso, conclui-se que F (0) = P (X ≤ 0) = 50% ; 0,5 ou 1/2. GAB A


ID
4059133
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Estatística
Assuntos

Uma variável aleatória X tem distribuição de Poisson com valor esperado igual a 10, qual a probabilidade de X=0?

Alternativas
Comentários
  • Distribuição Poisson

    E(x) = Var(x) = Lambda

    Dados:

    Lambda = 10

    X = 0

    P (X) = [(Lambda^X) x (e^-lambda) ] / X!

    P (0) = [(10^0) x (e^-10) ]/ 0!

    P (0) = [1 x e^-10] / 1

    P (0) = e^-10

  • Na distribuição de Poisson, a esperança matemática e a variância correspondem ao valor de lâmbda (ƛ), que é a própria média aritmética. Em estatística, a média é a mesma coisa que esperança matemática.

    Assim, colocando a fórmula da distribuição de Poisson poderemos calcular o que a questão pede:

    Em que o k será sempre o valor desejado.

    P (x = 0) = [e^-10 * 10^0]/0!

    P (x=0) = [e^-10 * 1]/1

    P (x=0) = e^-10

    GAB A


ID
4059148
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Estatística
Assuntos

Para à questão, considere X1 = 0, X2 = 0 e X3 = 1 três amostras aleatórias simples de uma variável aleatória X.

A estimativa para a variância de X, utilizando-se do método dos momentos, é:

Alternativas

ID
4059151
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Estatística
Assuntos

Para à questão, considere X1 = 0, X2 = 0 e X3 = 1 três amostras aleatórias simples de uma variável aleatória X.


A estimativa NÃO viciada para a variância de X é:

Alternativas
Comentários
  • 0+0+1/3 -> média 1/3

    variância amostral = somatório(x-média)ˆ2 / n-1

    (0-1)ˆ2 + (0-1)ˆ2 + (1-1/3)ˆ2 = 6/9

    6/9 / 2 = 6/18 = 1/3

    GAB C


ID
4059154
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Estatística
Assuntos

Suponha que X1, X2, ..., Xn são amostras aleatórias simples de uma distribuição Normal com variância δ² conhecida. Pode-se afirmar que o estimador de máxima verossimilhança para a média é dado por:

Alternativas
Comentários
  • A média é igual ao somatório de X divido por N, portanto, alternativa "A".


ID
4059157
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Estatística
Assuntos

Considere X1 = 1, X2 = 3 e X3 = 2 três amostras de dados. Pode-se afirmar que a mediana dos dados é:

Alternativas
Comentários
  • Assertiva B

    X1 = 1,X3 = 2,X2 = 3 =mediana

  • Mediana é o termo do meio, logo precisa organizar em roll.

    Ficaria x1 = 1, x3 = 2, x2 = 3 mediana é o numero do meio, logo, é o 2.

    Gabarito letra B

  • Se a intenção foi dificultar, deu errado. Talvez tenha funcionado somente no momento da prova, com o nervosismo da galera.


ID
4059160
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Estatística
Assuntos

Considere X1 = 1, X2 = 0 e X3 = -1 e X4 = 0 quatro amostras de dados. Pode-se afirmar que a mediana dos dados é:

Alternativas
Comentários
  • -1,0,0,1-Ordem crescente

    (0+0)/2=0

    Letra E


ID
4059163
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Defina f(x) = cos² (x)sin(x). A integral sobre o intervalo [0,π] de f (x) vale:

Alternativas

ID
4059166
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Matemática Financeira
Assuntos

Qual a taxa efetiva implícita de um investimento cuja taxa nominal é de 6% ao ano, capitalizados mensalmente?

Alternativas
Comentários
  • TAXA EFETIVA : 0,5%

    6/12 = 0,5.

    6% ANUAL DIVIDIDO PELA QUANTIDADE DE MESES SABEREMOS A TAXA EFETIVA MENSAL.


ID
4059169
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Considere o seguinte problema de valor inicial:

y" (x) = -4y(x)
y(0) = 1
yʽ (0) = 0

A solução do problema é dada pela seguinte função:

Alternativas
Comentários
  • Alternativa D

    Seja y(x) = cos(2x), segue que;

    y'(x) = - sen(2x) . 2

    y''(x) = - cos(2x).2.2 + cos(2x).0

    Logo, y''(x) = - 4.cos(2x).


ID
4059172
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Matemática
Assuntos

Considere a seguinte equação diferencial:

yʽ(x) + 3y(x) = ex
y(0) = 0

A solução do problema é dada pela seguinte função:

Alternativas

ID
4059175
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Estatística
Assuntos

Suponha que uma amostra de dados referente à altura de uma população é coletada. Vê-se que tal população tem uma média amostral de 1,71 metros e um coeficiente de variação de 50%. Quanto é, aproximadamente, a variância amostral de tal população?

Alternativas
Comentários
  • Se,CV(coeficiente de variação) é igual ao DP(desvio padrão) dividido por X( média amostral),temos:

    0,5=DP/1,71

    DP=0,855

    como DP=raiz da variância,logo variância é DP ao quadrado,então:

    0,855*0,855=0,731025

    Letra D


ID
4059178
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Estatística
Assuntos

A equação a seguir foi obtida após o ajuste de um modelo de séries temporais.

Xt = 0,02 + 0,04Xt-1 - 0,003Xt-2 + et

Onde et é independente e identicamente distribuído no intervalo (0,1).

Qual alternativa representa o modelo ajustado?

Alternativas
Comentários
  • Ninguém entendeu nada...

  • É um modelo auto-regressivo de 2a ordem.

    Para calcular o resultado de Xt usamos os valores de Xt-1 e Xt-2

    X= 0,02 + 0,04Xt-1 - 0,003Xt-2 + et


ID
4059181
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Estatística
Assuntos

O desvio-médio e o desvio-padrão são medidas de:

Alternativas
Comentários
  • Desvio Padrão pode ser entendido como a dispersão dos pontos de uma amostra (imagine um gráfico com muitos pontos) ao redor da média desses pontos. A distância de cada ponto dessa média nos dá um valor. O soma dessas distâncias é o desvio padrão, só que alguns valores podem ser negativos, dai o desvio padrão é elevado ao quadrado, sendo assim chamado de variância.

  • Minha contribuição.

    Medidas Descritivas

    a) Medidas de posição 

    -Tendência central: média, mediana e moda.

    -Separatrizes: quartis, decis e percentis.

    b) Medidas de dispersão (variabilidade)

    -Variância

    -Desvio Padrão

    -Coeficiente de Variação

    c) Medidas de Assimetria (simetria e assimetria)

    d) Medidas de Curtose (achatamento)

    Fonte: Direção

    Abraço!!!