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Prova FUNCAB - 2015 - Prefeitura de Araruama - RJ - Contador


ID
4006783
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para responder à questão.


O Búfalo


    Mas era primavera. Até o leão lambeu a testa glabra da leoa. Os dois animais louros. A mulher desviou os olhos da jaula, onde só o cheiro quente lembrava a carnificina que ela viera buscar no Jardim Zoológico. Depois o leão passeou enjubado e tranquilo, e a leoa lentamente reconstituiu sobre as patas estendidas a cabeça de uma esfinge. “Mas isso é amor, é amor de novo”, revoltou-se a mulher tentando encontrar-se com o próprio ódio mas era primavera e dois leões se tinham amado. Com os punhos nos bolsos do casaco, olhou em torno de si, rodeada pelas jaulas, enjaulada pelas jaulas fechadas. Continuou a andar. Os olhos estavam tão concentrados na procura que sua vista às vezes se escurecia num sono, e então ela se refazia como na frescura de uma cova.
    Mas a girafa era uma virgem de tranças recém-cortadas. Com a tola inocência do que é grande e leve e sem culpa. A mulher do casaco marrom desviou os olhos, doente, doente. Sem conseguir — diante da aérea girafa pousada, diante daquele silencioso pássaro sem asas — sem conseguir encontrar dentro de si o ponto pior de sua doença, o ponto mais doente, o ponto de ódio, ela que fora ao Jardim Zoológico para adoecer. Mas não diante da girafa que mais era paisagem que um ente. Não diante daquela carne que se distraíra em altura e distância, a girafa quase verde. Procurou outros animais, tentava aprender com eles a odiar. [...]
    “Eu te odeio”, disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la. “Eu te odeio”, disse muito apressada. Mas não sabia sequer como se fazia. Como cavar na terra até encontrar a água negra, como abrir passagem na terra dura e chegar jamais a si mesma? Andou pelo Jardim Zoológico entre mães e crianças. Mas o elefante suportava o próprio peso. Aquele elefante inteiro a quem fora dado com uma simples pata esmagar. Mas que não esmagava. Aquela potência que no entanto se deixaria docilmente conduzir a um circo, elefante de crianças. E os olhos, numa bondade de velho, presos dentro da grande carne herdada. O elefante oriental. Também a primavera oriental, e tudo nascendo, tudo escorrendo pelo riacho.
    [...]
    O búfalo voltou-se, imobilizou-se, e a distância encarou-a.
    Eu te amo, disse ela então com ódio para o homem cujo grande crime impunível era o de não querê-la. Eu te odeio, disse implorando amor ao búfalo.
    Enfim provocado, o grande búfalo aproximou-se sem pressa.
    Ele se aproximava, a poeira erguia-se. A mulher esperou de braços pendidos ao longo do casaco. Devagar ele se aproximava. Ela não recuou um só passo. Até que ele chegou às grades e ali parou. Lá estavam o búfalo e a mulher, frente à frente. Ela não olhou a cara, nem a boca, nem os cornos. Olhou seus olhos.
    E os olhos do búfalo, os olhos olharam seus olhos. E uma palidez tão funda foi trocada que a mulher se entorpeceu dormente. De pé, em sono profundo. Olhos pequenos e vermelhos a olhavam. Os olhos do búfalo. A mulher tonteou surpreendida, lentamente meneava a cabeça. O búfalo calmo. Lentamente a mulher meneava a cabeça, espantada com o ódio com que o búfalo, tranquilo de ódio, a olhava. Quase inocentada, meneando uma cabeça incrédula, a boca entreaberta. Inocente, curiosa, entrando cada vez mais fundo dentro daqueles olhos que sem pressa a fitavam, ingênua, num suspiro de sono, sem querer nem poder fugir, presa ao mútuo assassinato. Presa como se sua mão se tivesse grudado para sempre ao punhal que ela mesma cravara. Presa, enquanto escorregava enfeitiçada ao longo das grades. Em tão lenta vertigem que antes do corpo baquear macio a mulher viu o céu inteiro e um búfalo.
LISPECTOR, Clarice. O búfalo . In: Laços de família. Rio: José Olympio, 1982. p.149.

Sobre o texto é correto afirmar que:

Alternativas

ID
4006786
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para responder à questão.


O Búfalo


    Mas era primavera. Até o leão lambeu a testa glabra da leoa. Os dois animais louros. A mulher desviou os olhos da jaula, onde só o cheiro quente lembrava a carnificina que ela viera buscar no Jardim Zoológico. Depois o leão passeou enjubado e tranquilo, e a leoa lentamente reconstituiu sobre as patas estendidas a cabeça de uma esfinge. “Mas isso é amor, é amor de novo”, revoltou-se a mulher tentando encontrar-se com o próprio ódio mas era primavera e dois leões se tinham amado. Com os punhos nos bolsos do casaco, olhou em torno de si, rodeada pelas jaulas, enjaulada pelas jaulas fechadas. Continuou a andar. Os olhos estavam tão concentrados na procura que sua vista às vezes se escurecia num sono, e então ela se refazia como na frescura de uma cova.
    Mas a girafa era uma virgem de tranças recém-cortadas. Com a tola inocência do que é grande e leve e sem culpa. A mulher do casaco marrom desviou os olhos, doente, doente. Sem conseguir — diante da aérea girafa pousada, diante daquele silencioso pássaro sem asas — sem conseguir encontrar dentro de si o ponto pior de sua doença, o ponto mais doente, o ponto de ódio, ela que fora ao Jardim Zoológico para adoecer. Mas não diante da girafa que mais era paisagem que um ente. Não diante daquela carne que se distraíra em altura e distância, a girafa quase verde. Procurou outros animais, tentava aprender com eles a odiar. [...]
    “Eu te odeio”, disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la. “Eu te odeio”, disse muito apressada. Mas não sabia sequer como se fazia. Como cavar na terra até encontrar a água negra, como abrir passagem na terra dura e chegar jamais a si mesma? Andou pelo Jardim Zoológico entre mães e crianças. Mas o elefante suportava o próprio peso. Aquele elefante inteiro a quem fora dado com uma simples pata esmagar. Mas que não esmagava. Aquela potência que no entanto se deixaria docilmente conduzir a um circo, elefante de crianças. E os olhos, numa bondade de velho, presos dentro da grande carne herdada. O elefante oriental. Também a primavera oriental, e tudo nascendo, tudo escorrendo pelo riacho.
    [...]
    O búfalo voltou-se, imobilizou-se, e a distância encarou-a.
    Eu te amo, disse ela então com ódio para o homem cujo grande crime impunível era o de não querê-la. Eu te odeio, disse implorando amor ao búfalo.
    Enfim provocado, o grande búfalo aproximou-se sem pressa.
    Ele se aproximava, a poeira erguia-se. A mulher esperou de braços pendidos ao longo do casaco. Devagar ele se aproximava. Ela não recuou um só passo. Até que ele chegou às grades e ali parou. Lá estavam o búfalo e a mulher, frente à frente. Ela não olhou a cara, nem a boca, nem os cornos. Olhou seus olhos.
    E os olhos do búfalo, os olhos olharam seus olhos. E uma palidez tão funda foi trocada que a mulher se entorpeceu dormente. De pé, em sono profundo. Olhos pequenos e vermelhos a olhavam. Os olhos do búfalo. A mulher tonteou surpreendida, lentamente meneava a cabeça. O búfalo calmo. Lentamente a mulher meneava a cabeça, espantada com o ódio com que o búfalo, tranquilo de ódio, a olhava. Quase inocentada, meneando uma cabeça incrédula, a boca entreaberta. Inocente, curiosa, entrando cada vez mais fundo dentro daqueles olhos que sem pressa a fitavam, ingênua, num suspiro de sono, sem querer nem poder fugir, presa ao mútuo assassinato. Presa como se sua mão se tivesse grudado para sempre ao punhal que ela mesma cravara. Presa, enquanto escorregava enfeitiçada ao longo das grades. Em tão lenta vertigem que antes do corpo baquear macio a mulher viu o céu inteiro e um búfalo.
LISPECTOR, Clarice. O búfalo . In: Laços de família. Rio: José Olympio, 1982. p.149.

Em “MAS era primavera. ATÉ o leão lambeu a testa glabra da leoa. Os dois animais louros. A mulher desviou os olhos da jaula, ONDE só o cheiro quente lembrava a carnificina” somente é possível substituir as expressões destacadas sem perda do sentido original e da correção gramatical, respectivamente, por:

Alternativas

ID
4006789
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para responder à questão.


O Búfalo


    Mas era primavera. Até o leão lambeu a testa glabra da leoa. Os dois animais louros. A mulher desviou os olhos da jaula, onde só o cheiro quente lembrava a carnificina que ela viera buscar no Jardim Zoológico. Depois o leão passeou enjubado e tranquilo, e a leoa lentamente reconstituiu sobre as patas estendidas a cabeça de uma esfinge. “Mas isso é amor, é amor de novo”, revoltou-se a mulher tentando encontrar-se com o próprio ódio mas era primavera e dois leões se tinham amado. Com os punhos nos bolsos do casaco, olhou em torno de si, rodeada pelas jaulas, enjaulada pelas jaulas fechadas. Continuou a andar. Os olhos estavam tão concentrados na procura que sua vista às vezes se escurecia num sono, e então ela se refazia como na frescura de uma cova.
    Mas a girafa era uma virgem de tranças recém-cortadas. Com a tola inocência do que é grande e leve e sem culpa. A mulher do casaco marrom desviou os olhos, doente, doente. Sem conseguir — diante da aérea girafa pousada, diante daquele silencioso pássaro sem asas — sem conseguir encontrar dentro de si o ponto pior de sua doença, o ponto mais doente, o ponto de ódio, ela que fora ao Jardim Zoológico para adoecer. Mas não diante da girafa que mais era paisagem que um ente. Não diante daquela carne que se distraíra em altura e distância, a girafa quase verde. Procurou outros animais, tentava aprender com eles a odiar. [...]
    “Eu te odeio”, disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la. “Eu te odeio”, disse muito apressada. Mas não sabia sequer como se fazia. Como cavar na terra até encontrar a água negra, como abrir passagem na terra dura e chegar jamais a si mesma? Andou pelo Jardim Zoológico entre mães e crianças. Mas o elefante suportava o próprio peso. Aquele elefante inteiro a quem fora dado com uma simples pata esmagar. Mas que não esmagava. Aquela potência que no entanto se deixaria docilmente conduzir a um circo, elefante de crianças. E os olhos, numa bondade de velho, presos dentro da grande carne herdada. O elefante oriental. Também a primavera oriental, e tudo nascendo, tudo escorrendo pelo riacho.
    [...]
    O búfalo voltou-se, imobilizou-se, e a distância encarou-a.
    Eu te amo, disse ela então com ódio para o homem cujo grande crime impunível era o de não querê-la. Eu te odeio, disse implorando amor ao búfalo.
    Enfim provocado, o grande búfalo aproximou-se sem pressa.
    Ele se aproximava, a poeira erguia-se. A mulher esperou de braços pendidos ao longo do casaco. Devagar ele se aproximava. Ela não recuou um só passo. Até que ele chegou às grades e ali parou. Lá estavam o búfalo e a mulher, frente à frente. Ela não olhou a cara, nem a boca, nem os cornos. Olhou seus olhos.
    E os olhos do búfalo, os olhos olharam seus olhos. E uma palidez tão funda foi trocada que a mulher se entorpeceu dormente. De pé, em sono profundo. Olhos pequenos e vermelhos a olhavam. Os olhos do búfalo. A mulher tonteou surpreendida, lentamente meneava a cabeça. O búfalo calmo. Lentamente a mulher meneava a cabeça, espantada com o ódio com que o búfalo, tranquilo de ódio, a olhava. Quase inocentada, meneando uma cabeça incrédula, a boca entreaberta. Inocente, curiosa, entrando cada vez mais fundo dentro daqueles olhos que sem pressa a fitavam, ingênua, num suspiro de sono, sem querer nem poder fugir, presa ao mútuo assassinato. Presa como se sua mão se tivesse grudado para sempre ao punhal que ela mesma cravara. Presa, enquanto escorregava enfeitiçada ao longo das grades. Em tão lenta vertigem que antes do corpo baquear macio a mulher viu o céu inteiro e um búfalo.
LISPECTOR, Clarice. O búfalo . In: Laços de família. Rio: José Olympio, 1982. p.149.

“Até que ele chegou às grades e ALI parou.”
Nesse trecho, o termo em destaque cumpre a função de:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito "B"


ID
4006792
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para responder à questão.


O Búfalo


    Mas era primavera. Até o leão lambeu a testa glabra da leoa. Os dois animais louros. A mulher desviou os olhos da jaula, onde só o cheiro quente lembrava a carnificina que ela viera buscar no Jardim Zoológico. Depois o leão passeou enjubado e tranquilo, e a leoa lentamente reconstituiu sobre as patas estendidas a cabeça de uma esfinge. “Mas isso é amor, é amor de novo”, revoltou-se a mulher tentando encontrar-se com o próprio ódio mas era primavera e dois leões se tinham amado. Com os punhos nos bolsos do casaco, olhou em torno de si, rodeada pelas jaulas, enjaulada pelas jaulas fechadas. Continuou a andar. Os olhos estavam tão concentrados na procura que sua vista às vezes se escurecia num sono, e então ela se refazia como na frescura de uma cova.
    Mas a girafa era uma virgem de tranças recém-cortadas. Com a tola inocência do que é grande e leve e sem culpa. A mulher do casaco marrom desviou os olhos, doente, doente. Sem conseguir — diante da aérea girafa pousada, diante daquele silencioso pássaro sem asas — sem conseguir encontrar dentro de si o ponto pior de sua doença, o ponto mais doente, o ponto de ódio, ela que fora ao Jardim Zoológico para adoecer. Mas não diante da girafa que mais era paisagem que um ente. Não diante daquela carne que se distraíra em altura e distância, a girafa quase verde. Procurou outros animais, tentava aprender com eles a odiar. [...]
    “Eu te odeio”, disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la. “Eu te odeio”, disse muito apressada. Mas não sabia sequer como se fazia. Como cavar na terra até encontrar a água negra, como abrir passagem na terra dura e chegar jamais a si mesma? Andou pelo Jardim Zoológico entre mães e crianças. Mas o elefante suportava o próprio peso. Aquele elefante inteiro a quem fora dado com uma simples pata esmagar. Mas que não esmagava. Aquela potência que no entanto se deixaria docilmente conduzir a um circo, elefante de crianças. E os olhos, numa bondade de velho, presos dentro da grande carne herdada. O elefante oriental. Também a primavera oriental, e tudo nascendo, tudo escorrendo pelo riacho.
    [...]
    O búfalo voltou-se, imobilizou-se, e a distância encarou-a.
    Eu te amo, disse ela então com ódio para o homem cujo grande crime impunível era o de não querê-la. Eu te odeio, disse implorando amor ao búfalo.
    Enfim provocado, o grande búfalo aproximou-se sem pressa.
    Ele se aproximava, a poeira erguia-se. A mulher esperou de braços pendidos ao longo do casaco. Devagar ele se aproximava. Ela não recuou um só passo. Até que ele chegou às grades e ali parou. Lá estavam o búfalo e a mulher, frente à frente. Ela não olhou a cara, nem a boca, nem os cornos. Olhou seus olhos.
    E os olhos do búfalo, os olhos olharam seus olhos. E uma palidez tão funda foi trocada que a mulher se entorpeceu dormente. De pé, em sono profundo. Olhos pequenos e vermelhos a olhavam. Os olhos do búfalo. A mulher tonteou surpreendida, lentamente meneava a cabeça. O búfalo calmo. Lentamente a mulher meneava a cabeça, espantada com o ódio com que o búfalo, tranquilo de ódio, a olhava. Quase inocentada, meneando uma cabeça incrédula, a boca entreaberta. Inocente, curiosa, entrando cada vez mais fundo dentro daqueles olhos que sem pressa a fitavam, ingênua, num suspiro de sono, sem querer nem poder fugir, presa ao mútuo assassinato. Presa como se sua mão se tivesse grudado para sempre ao punhal que ela mesma cravara. Presa, enquanto escorregava enfeitiçada ao longo das grades. Em tão lenta vertigem que antes do corpo baquear macio a mulher viu o céu inteiro e um búfalo.
LISPECTOR, Clarice. O búfalo . In: Laços de família. Rio: José Olympio, 1982. p.149.

Considerando-se o contexto, só teria prejuízo para o sentido original do texto, se a palavra do segmento transcrito fosse substituída por:

Alternativas

ID
4006795
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para responder à questão.


O Búfalo


    Mas era primavera. Até o leão lambeu a testa glabra da leoa. Os dois animais louros. A mulher desviou os olhos da jaula, onde só o cheiro quente lembrava a carnificina que ela viera buscar no Jardim Zoológico. Depois o leão passeou enjubado e tranquilo, e a leoa lentamente reconstituiu sobre as patas estendidas a cabeça de uma esfinge. “Mas isso é amor, é amor de novo”, revoltou-se a mulher tentando encontrar-se com o próprio ódio mas era primavera e dois leões se tinham amado. Com os punhos nos bolsos do casaco, olhou em torno de si, rodeada pelas jaulas, enjaulada pelas jaulas fechadas. Continuou a andar. Os olhos estavam tão concentrados na procura que sua vista às vezes se escurecia num sono, e então ela se refazia como na frescura de uma cova.
    Mas a girafa era uma virgem de tranças recém-cortadas. Com a tola inocência do que é grande e leve e sem culpa. A mulher do casaco marrom desviou os olhos, doente, doente. Sem conseguir — diante da aérea girafa pousada, diante daquele silencioso pássaro sem asas — sem conseguir encontrar dentro de si o ponto pior de sua doença, o ponto mais doente, o ponto de ódio, ela que fora ao Jardim Zoológico para adoecer. Mas não diante da girafa que mais era paisagem que um ente. Não diante daquela carne que se distraíra em altura e distância, a girafa quase verde. Procurou outros animais, tentava aprender com eles a odiar. [...]
    “Eu te odeio”, disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la. “Eu te odeio”, disse muito apressada. Mas não sabia sequer como se fazia. Como cavar na terra até encontrar a água negra, como abrir passagem na terra dura e chegar jamais a si mesma? Andou pelo Jardim Zoológico entre mães e crianças. Mas o elefante suportava o próprio peso. Aquele elefante inteiro a quem fora dado com uma simples pata esmagar. Mas que não esmagava. Aquela potência que no entanto se deixaria docilmente conduzir a um circo, elefante de crianças. E os olhos, numa bondade de velho, presos dentro da grande carne herdada. O elefante oriental. Também a primavera oriental, e tudo nascendo, tudo escorrendo pelo riacho.
    [...]
    O búfalo voltou-se, imobilizou-se, e a distância encarou-a.
    Eu te amo, disse ela então com ódio para o homem cujo grande crime impunível era o de não querê-la. Eu te odeio, disse implorando amor ao búfalo.
    Enfim provocado, o grande búfalo aproximou-se sem pressa.
    Ele se aproximava, a poeira erguia-se. A mulher esperou de braços pendidos ao longo do casaco. Devagar ele se aproximava. Ela não recuou um só passo. Até que ele chegou às grades e ali parou. Lá estavam o búfalo e a mulher, frente à frente. Ela não olhou a cara, nem a boca, nem os cornos. Olhou seus olhos.
    E os olhos do búfalo, os olhos olharam seus olhos. E uma palidez tão funda foi trocada que a mulher se entorpeceu dormente. De pé, em sono profundo. Olhos pequenos e vermelhos a olhavam. Os olhos do búfalo. A mulher tonteou surpreendida, lentamente meneava a cabeça. O búfalo calmo. Lentamente a mulher meneava a cabeça, espantada com o ódio com que o búfalo, tranquilo de ódio, a olhava. Quase inocentada, meneando uma cabeça incrédula, a boca entreaberta. Inocente, curiosa, entrando cada vez mais fundo dentro daqueles olhos que sem pressa a fitavam, ingênua, num suspiro de sono, sem querer nem poder fugir, presa ao mútuo assassinato. Presa como se sua mão se tivesse grudado para sempre ao punhal que ela mesma cravara. Presa, enquanto escorregava enfeitiçada ao longo das grades. Em tão lenta vertigem que antes do corpo baquear macio a mulher viu o céu inteiro e um búfalo.
LISPECTOR, Clarice. O búfalo . In: Laços de família. Rio: José Olympio, 1982. p.149.

“Não diante daquela carne que se distraíra em altura e distância, a girafa quase verde.”

Com relação aos componentes destacados do trecho, é correto afirmar que:

Alternativas
Comentários
  • A questão quer que marquemos a alternativa correta em relação ao trecho “Não diante daquela carne que se distraíra em altura e distância, a girafa quase verde.”. Vejamos:

    A) QUASE exprime a iminência ou a grande proximidade temporal da situação descrita.

    Certo. "Quase" é sinônimo de distância aproximada; de modo perto ou próximo. Exprime a iminência, ou seja, algo que está prestes a ocorrer, ou a proximidade temporal da situação descrita.

     .

    B) a forma verbal DISTRAÍRA está no futuro do presente do indicativo.

    Errado. "Distraíra" é a 3ª pessoa do singular do pretérito mais que perfeito do indicativo. A 3ª pessoa do futuro do presente do indicativo é "distrairá".

     .

    C) a palavra QUE é uma conjunção integrante.

    Errado. "Que", nesse caso, é pronome relativo, retoma "carne" e equivale a "a qual".

    "QUE" pronome relativo equivale a O(A) (S) QUAL (IS) Ex.: O livro que eu li é ruim. (que = O QUAL)

    "QUE" conjunção integrante equivale a ISSO / ESSE (A) Ex.: Estou certo de que você passará nas provas. (= Estou certo DISSO)

     .

    D) a preposição EM indica finalidade.

    Errado. "Em, nesse caso, indica "modo". "Em" indica finalidade como no exemplo "veio em nosso socorro.".

     .

    E) DIANTE é conjunção temporal.

    Errado. "Diante", nesse caso, é advérbio e equivale a "em frente ou à frente".

     .

    Gabarito: Letra A


ID
4006798
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para responder à questão.


O Búfalo


    Mas era primavera. Até o leão lambeu a testa glabra da leoa. Os dois animais louros. A mulher desviou os olhos da jaula, onde só o cheiro quente lembrava a carnificina que ela viera buscar no Jardim Zoológico. Depois o leão passeou enjubado e tranquilo, e a leoa lentamente reconstituiu sobre as patas estendidas a cabeça de uma esfinge. “Mas isso é amor, é amor de novo”, revoltou-se a mulher tentando encontrar-se com o próprio ódio mas era primavera e dois leões se tinham amado. Com os punhos nos bolsos do casaco, olhou em torno de si, rodeada pelas jaulas, enjaulada pelas jaulas fechadas. Continuou a andar. Os olhos estavam tão concentrados na procura que sua vista às vezes se escurecia num sono, e então ela se refazia como na frescura de uma cova.
    Mas a girafa era uma virgem de tranças recém-cortadas. Com a tola inocência do que é grande e leve e sem culpa. A mulher do casaco marrom desviou os olhos, doente, doente. Sem conseguir — diante da aérea girafa pousada, diante daquele silencioso pássaro sem asas — sem conseguir encontrar dentro de si o ponto pior de sua doença, o ponto mais doente, o ponto de ódio, ela que fora ao Jardim Zoológico para adoecer. Mas não diante da girafa que mais era paisagem que um ente. Não diante daquela carne que se distraíra em altura e distância, a girafa quase verde. Procurou outros animais, tentava aprender com eles a odiar. [...]
    “Eu te odeio”, disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la. “Eu te odeio”, disse muito apressada. Mas não sabia sequer como se fazia. Como cavar na terra até encontrar a água negra, como abrir passagem na terra dura e chegar jamais a si mesma? Andou pelo Jardim Zoológico entre mães e crianças. Mas o elefante suportava o próprio peso. Aquele elefante inteiro a quem fora dado com uma simples pata esmagar. Mas que não esmagava. Aquela potência que no entanto se deixaria docilmente conduzir a um circo, elefante de crianças. E os olhos, numa bondade de velho, presos dentro da grande carne herdada. O elefante oriental. Também a primavera oriental, e tudo nascendo, tudo escorrendo pelo riacho.
    [...]
    O búfalo voltou-se, imobilizou-se, e a distância encarou-a.
    Eu te amo, disse ela então com ódio para o homem cujo grande crime impunível era o de não querê-la. Eu te odeio, disse implorando amor ao búfalo.
    Enfim provocado, o grande búfalo aproximou-se sem pressa.
    Ele se aproximava, a poeira erguia-se. A mulher esperou de braços pendidos ao longo do casaco. Devagar ele se aproximava. Ela não recuou um só passo. Até que ele chegou às grades e ali parou. Lá estavam o búfalo e a mulher, frente à frente. Ela não olhou a cara, nem a boca, nem os cornos. Olhou seus olhos.
    E os olhos do búfalo, os olhos olharam seus olhos. E uma palidez tão funda foi trocada que a mulher se entorpeceu dormente. De pé, em sono profundo. Olhos pequenos e vermelhos a olhavam. Os olhos do búfalo. A mulher tonteou surpreendida, lentamente meneava a cabeça. O búfalo calmo. Lentamente a mulher meneava a cabeça, espantada com o ódio com que o búfalo, tranquilo de ódio, a olhava. Quase inocentada, meneando uma cabeça incrédula, a boca entreaberta. Inocente, curiosa, entrando cada vez mais fundo dentro daqueles olhos que sem pressa a fitavam, ingênua, num suspiro de sono, sem querer nem poder fugir, presa ao mútuo assassinato. Presa como se sua mão se tivesse grudado para sempre ao punhal que ela mesma cravara. Presa, enquanto escorregava enfeitiçada ao longo das grades. Em tão lenta vertigem que antes do corpo baquear macio a mulher viu o céu inteiro e um búfalo.
LISPECTOR, Clarice. O búfalo . In: Laços de família. Rio: José Olympio, 1982. p.149.

Em “Com os punhos nos bolsos do casaco, olhou em torno de si, rodeada pelas jaulas, enjaulada pelas jaulas fechadas.” a figura de linguagem predominante é:

Alternativas
Comentários
  • Eu vejo pleonasmo vicioso no fragmento. A metafóra de fato existe, porém a meu ver, não há evidências que a tornem predominante.

  • Eu também vejo pleonasmo, no contexto da redundância.

    Se está em jaula fechada, a mesma só pode estar enjaulada. Me lembrou o "subir para cima" ou "descer para baixo".

  • Acredito ser metáfora...pois o trecho faz alusão a uma pessoa que mesmo não estando enjaulada via-se enjaulada pelas jaulas dos animais. Criando-se, assim, uma ruptura do sentido literal do trecho.

    Pelo tanto de questões que estou fazendo sobre figura de linguagem, percebo que em algumas questões até caberia mais de uma classificação quanto à figura de linguagem, como nessa questão aqui, mas quando isso ocorre sempre tem uma "mais" correta entre as classificações possíveis. Nessa questão acredito que há pleonasmo, contudo a metáfora se faz "mais" correta...não sei se faz sentido, mas tenho percebido isso.

  • Figura de linguagem é um campo muito vasto. As bancas cobram de uma maneira muito engessada. Em muitas frases podemos ter mais de uma figura de linguagem presente. Na minha opinião, fica claro que o fragmento tem a presença de PLEONASMO e METÁFORA.


ID
4006801
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para responder à questão.


O Búfalo


    Mas era primavera. Até o leão lambeu a testa glabra da leoa. Os dois animais louros. A mulher desviou os olhos da jaula, onde só o cheiro quente lembrava a carnificina que ela viera buscar no Jardim Zoológico. Depois o leão passeou enjubado e tranquilo, e a leoa lentamente reconstituiu sobre as patas estendidas a cabeça de uma esfinge. “Mas isso é amor, é amor de novo”, revoltou-se a mulher tentando encontrar-se com o próprio ódio mas era primavera e dois leões se tinham amado. Com os punhos nos bolsos do casaco, olhou em torno de si, rodeada pelas jaulas, enjaulada pelas jaulas fechadas. Continuou a andar. Os olhos estavam tão concentrados na procura que sua vista às vezes se escurecia num sono, e então ela se refazia como na frescura de uma cova.
    Mas a girafa era uma virgem de tranças recém-cortadas. Com a tola inocência do que é grande e leve e sem culpa. A mulher do casaco marrom desviou os olhos, doente, doente. Sem conseguir — diante da aérea girafa pousada, diante daquele silencioso pássaro sem asas — sem conseguir encontrar dentro de si o ponto pior de sua doença, o ponto mais doente, o ponto de ódio, ela que fora ao Jardim Zoológico para adoecer. Mas não diante da girafa que mais era paisagem que um ente. Não diante daquela carne que se distraíra em altura e distância, a girafa quase verde. Procurou outros animais, tentava aprender com eles a odiar. [...]
    “Eu te odeio”, disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la. “Eu te odeio”, disse muito apressada. Mas não sabia sequer como se fazia. Como cavar na terra até encontrar a água negra, como abrir passagem na terra dura e chegar jamais a si mesma? Andou pelo Jardim Zoológico entre mães e crianças. Mas o elefante suportava o próprio peso. Aquele elefante inteiro a quem fora dado com uma simples pata esmagar. Mas que não esmagava. Aquela potência que no entanto se deixaria docilmente conduzir a um circo, elefante de crianças. E os olhos, numa bondade de velho, presos dentro da grande carne herdada. O elefante oriental. Também a primavera oriental, e tudo nascendo, tudo escorrendo pelo riacho.
    [...]
    O búfalo voltou-se, imobilizou-se, e a distância encarou-a.
    Eu te amo, disse ela então com ódio para o homem cujo grande crime impunível era o de não querê-la. Eu te odeio, disse implorando amor ao búfalo.
    Enfim provocado, o grande búfalo aproximou-se sem pressa.
    Ele se aproximava, a poeira erguia-se. A mulher esperou de braços pendidos ao longo do casaco. Devagar ele se aproximava. Ela não recuou um só passo. Até que ele chegou às grades e ali parou. Lá estavam o búfalo e a mulher, frente à frente. Ela não olhou a cara, nem a boca, nem os cornos. Olhou seus olhos.
    E os olhos do búfalo, os olhos olharam seus olhos. E uma palidez tão funda foi trocada que a mulher se entorpeceu dormente. De pé, em sono profundo. Olhos pequenos e vermelhos a olhavam. Os olhos do búfalo. A mulher tonteou surpreendida, lentamente meneava a cabeça. O búfalo calmo. Lentamente a mulher meneava a cabeça, espantada com o ódio com que o búfalo, tranquilo de ódio, a olhava. Quase inocentada, meneando uma cabeça incrédula, a boca entreaberta. Inocente, curiosa, entrando cada vez mais fundo dentro daqueles olhos que sem pressa a fitavam, ingênua, num suspiro de sono, sem querer nem poder fugir, presa ao mútuo assassinato. Presa como se sua mão se tivesse grudado para sempre ao punhal que ela mesma cravara. Presa, enquanto escorregava enfeitiçada ao longo das grades. Em tão lenta vertigem que antes do corpo baquear macio a mulher viu o céu inteiro e um búfalo.
LISPECTOR, Clarice. O búfalo . In: Laços de família. Rio: José Olympio, 1982. p.149.

“O búfalo voltou-se, imobilizou-se, e a distância encarou-a.”

A respeito do trecho acima, quanto aos aspectos gramatical, sintático e semântico, analise as afirmativas a seguir.

I. O A da expressão A DISTÂNCIA, equivocadamente, não recebeu o acento indicativo de crase, obrigatório no contexto.
II. A linguagem da oração O BÚFALO ENCAROU-A é conotativa.
III. O SE nas duas ocorrências são partículas expletivas.

Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s):

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: B

    “O búfalo voltou-se, imobilizou-se, e a distância encarou-a.”

    I. CORRETO. Trata-se de uma locução adverbial feminina, em que se exige preposição

    II. ERRADO. não vejo sentido conotativo aqui, visto que, ao meu ver, está tal qual o sentido do dicionário (encarar: olhar para a cara de alguém; olhar de frente, nos olhos; acarar.)

    III. ERRADO. Não são partículas expletivas. Acredito que sejam pronomes reflexivos. Se alguém puder explicar melhor, eu agradeço, pois achei mt parecido com a partícula apassivadora

  • Esse gabarito está correto?!?!

  • Esse gabarito está errado. O termo " a distância" só terá crase quando especificado. Por exemplo: Fulano está à distância de 20 m de Ciclano.

    Tanto que educação a distância (com crase) é equivocado.

    Essa banca não tem me passado confiança, já é o terceiro erro de gabarito que encontro. =(

  • O termo a distância só leva crase se a distância for especificada.
  • questão nula, feita por alguém completamente sem preparo. Perdoem-me a frieza, mas não há tempo para aborrecimento. Não é uma questão séria.

  • I- item correto. No caso, deve-se empregar crase, a fim de se evitar ambiguidade. Caso não a use, pode-se pensar que o sujeito do verbo encarar é "a distância".

    II - Item incorreto. Os vocábulos da oração foram empregados em sentido literal, ou seja, sentido denotativo.

    III - Item incorreto. As duas ocorrências do "se" se justifica como parte integrante do verbo: voltar-se e imobilizar-se.

  • O termo "a distância" não deveria ser craseado, uma vez que tal termo só teria crase se fosse especificado:

    "à distancia de dois metros da mulher"

    Questão mal elaborada

  • CUIDADO

    Há múltiplos comentários incorretos, a questão não apresenta problemas.

    Solicita-se julgamento das assertivas:

    “O búfalo voltou-se, imobilizou-se, e a distância encarou-a.”

    A respeito do trecho acima, quanto aos aspectos gramatical, sintático e semântico, analise as afirmativas a seguir.

    I. O A da expressão A DISTÂNCIA, equivocadamente, não recebeu o acento indicativo de crase, obrigatório no contexto.

    Correta. Quando falamos da marcação de crase em locuções adverbiais como "à distância", havendo possibilidade de ambiguidade, marca-se a crase de forma obrigatória.

    No caso em tela, na ausência de crase, percebe-se ambiguidade que permite tomar o substantivo "distância" como sujeito do verbo "encarar", destoando de sua função adverbial;

    II. A linguagem da oração O BÚFALO ENCAROU-A é conotativa.

    Incorreta. A linguagem é puramente denotativa, leia-se: todos os termos expressam seu sentido próprio;

    III. O SE nas duas ocorrências são partículas expletivas.

    Incorreta. A partícula "se", nas duas ocorrências, é parte integrante dos verbos pronominais "voltar-se" e "imobilizar-se" (quando no sentido de ficar imóvel, parado).


ID
4006804
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para responder à questão.


O Búfalo


    Mas era primavera. Até o leão lambeu a testa glabra da leoa. Os dois animais louros. A mulher desviou os olhos da jaula, onde só o cheiro quente lembrava a carnificina que ela viera buscar no Jardim Zoológico. Depois o leão passeou enjubado e tranquilo, e a leoa lentamente reconstituiu sobre as patas estendidas a cabeça de uma esfinge. “Mas isso é amor, é amor de novo”, revoltou-se a mulher tentando encontrar-se com o próprio ódio mas era primavera e dois leões se tinham amado. Com os punhos nos bolsos do casaco, olhou em torno de si, rodeada pelas jaulas, enjaulada pelas jaulas fechadas. Continuou a andar. Os olhos estavam tão concentrados na procura que sua vista às vezes se escurecia num sono, e então ela se refazia como na frescura de uma cova.
    Mas a girafa era uma virgem de tranças recém-cortadas. Com a tola inocência do que é grande e leve e sem culpa. A mulher do casaco marrom desviou os olhos, doente, doente. Sem conseguir — diante da aérea girafa pousada, diante daquele silencioso pássaro sem asas — sem conseguir encontrar dentro de si o ponto pior de sua doença, o ponto mais doente, o ponto de ódio, ela que fora ao Jardim Zoológico para adoecer. Mas não diante da girafa que mais era paisagem que um ente. Não diante daquela carne que se distraíra em altura e distância, a girafa quase verde. Procurou outros animais, tentava aprender com eles a odiar. [...]
    “Eu te odeio”, disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la. “Eu te odeio”, disse muito apressada. Mas não sabia sequer como se fazia. Como cavar na terra até encontrar a água negra, como abrir passagem na terra dura e chegar jamais a si mesma? Andou pelo Jardim Zoológico entre mães e crianças. Mas o elefante suportava o próprio peso. Aquele elefante inteiro a quem fora dado com uma simples pata esmagar. Mas que não esmagava. Aquela potência que no entanto se deixaria docilmente conduzir a um circo, elefante de crianças. E os olhos, numa bondade de velho, presos dentro da grande carne herdada. O elefante oriental. Também a primavera oriental, e tudo nascendo, tudo escorrendo pelo riacho.
    [...]
    O búfalo voltou-se, imobilizou-se, e a distância encarou-a.
    Eu te amo, disse ela então com ódio para o homem cujo grande crime impunível era o de não querê-la. Eu te odeio, disse implorando amor ao búfalo.
    Enfim provocado, o grande búfalo aproximou-se sem pressa.
    Ele se aproximava, a poeira erguia-se. A mulher esperou de braços pendidos ao longo do casaco. Devagar ele se aproximava. Ela não recuou um só passo. Até que ele chegou às grades e ali parou. Lá estavam o búfalo e a mulher, frente à frente. Ela não olhou a cara, nem a boca, nem os cornos. Olhou seus olhos.
    E os olhos do búfalo, os olhos olharam seus olhos. E uma palidez tão funda foi trocada que a mulher se entorpeceu dormente. De pé, em sono profundo. Olhos pequenos e vermelhos a olhavam. Os olhos do búfalo. A mulher tonteou surpreendida, lentamente meneava a cabeça. O búfalo calmo. Lentamente a mulher meneava a cabeça, espantada com o ódio com que o búfalo, tranquilo de ódio, a olhava. Quase inocentada, meneando uma cabeça incrédula, a boca entreaberta. Inocente, curiosa, entrando cada vez mais fundo dentro daqueles olhos que sem pressa a fitavam, ingênua, num suspiro de sono, sem querer nem poder fugir, presa ao mútuo assassinato. Presa como se sua mão se tivesse grudado para sempre ao punhal que ela mesma cravara. Presa, enquanto escorregava enfeitiçada ao longo das grades. Em tão lenta vertigem que antes do corpo baquear macio a mulher viu o céu inteiro e um búfalo.
LISPECTOR, Clarice. O búfalo . In: Laços de família. Rio: José Olympio, 1982. p.149.

Em “A mulher tonteou SURPREENDIDA”, o termo destacado exerce a função sintática de:

Alternativas
Comentários
  • “A mulher tonteou SURPREENDIDA”

    Predicativo do sujeito, note que o adjetivo surpreendida está no predicado, mas caracteriza o sujeito.

    GABARITO. E

  • “A mulher tonteou SURPREENDIDA”

    Pode-se trocar o verbo "tontear" por permaneceu ou é, que são verbos de ligação, portanto, trata-se de um predicativo do sujeito.

    Gabarito: B

  • A) adjunto adnominal. Não há valor ativo, e não completa sentido de substantivo concreto ou abstrato.

    B) predicativo do objeto. Não caracteriza o objeto. Aliás, o objeto nem existe, pois o verbo é intransitivo.

    C) objeto indireto. O verbo é intransitivo, porquanto não há objeto indireto, seu complemento.

    D) complemento nominal. Não completa, na frase, o sentido de adjetivo, advérbio ou substantivo abstrato.

    E) predicativo do sujeito. O termo "surpreendida" caracteriza o sujeito.

    "Se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-Me." São Lucas IX


ID
4006807
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para responder à questão.


O Búfalo


    Mas era primavera. Até o leão lambeu a testa glabra da leoa. Os dois animais louros. A mulher desviou os olhos da jaula, onde só o cheiro quente lembrava a carnificina que ela viera buscar no Jardim Zoológico. Depois o leão passeou enjubado e tranquilo, e a leoa lentamente reconstituiu sobre as patas estendidas a cabeça de uma esfinge. “Mas isso é amor, é amor de novo”, revoltou-se a mulher tentando encontrar-se com o próprio ódio mas era primavera e dois leões se tinham amado. Com os punhos nos bolsos do casaco, olhou em torno de si, rodeada pelas jaulas, enjaulada pelas jaulas fechadas. Continuou a andar. Os olhos estavam tão concentrados na procura que sua vista às vezes se escurecia num sono, e então ela se refazia como na frescura de uma cova.
    Mas a girafa era uma virgem de tranças recém-cortadas. Com a tola inocência do que é grande e leve e sem culpa. A mulher do casaco marrom desviou os olhos, doente, doente. Sem conseguir — diante da aérea girafa pousada, diante daquele silencioso pássaro sem asas — sem conseguir encontrar dentro de si o ponto pior de sua doença, o ponto mais doente, o ponto de ódio, ela que fora ao Jardim Zoológico para adoecer. Mas não diante da girafa que mais era paisagem que um ente. Não diante daquela carne que se distraíra em altura e distância, a girafa quase verde. Procurou outros animais, tentava aprender com eles a odiar. [...]
    “Eu te odeio”, disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la. “Eu te odeio”, disse muito apressada. Mas não sabia sequer como se fazia. Como cavar na terra até encontrar a água negra, como abrir passagem na terra dura e chegar jamais a si mesma? Andou pelo Jardim Zoológico entre mães e crianças. Mas o elefante suportava o próprio peso. Aquele elefante inteiro a quem fora dado com uma simples pata esmagar. Mas que não esmagava. Aquela potência que no entanto se deixaria docilmente conduzir a um circo, elefante de crianças. E os olhos, numa bondade de velho, presos dentro da grande carne herdada. O elefante oriental. Também a primavera oriental, e tudo nascendo, tudo escorrendo pelo riacho.
    [...]
    O búfalo voltou-se, imobilizou-se, e a distância encarou-a.
    Eu te amo, disse ela então com ódio para o homem cujo grande crime impunível era o de não querê-la. Eu te odeio, disse implorando amor ao búfalo.
    Enfim provocado, o grande búfalo aproximou-se sem pressa.
    Ele se aproximava, a poeira erguia-se. A mulher esperou de braços pendidos ao longo do casaco. Devagar ele se aproximava. Ela não recuou um só passo. Até que ele chegou às grades e ali parou. Lá estavam o búfalo e a mulher, frente à frente. Ela não olhou a cara, nem a boca, nem os cornos. Olhou seus olhos.
    E os olhos do búfalo, os olhos olharam seus olhos. E uma palidez tão funda foi trocada que a mulher se entorpeceu dormente. De pé, em sono profundo. Olhos pequenos e vermelhos a olhavam. Os olhos do búfalo. A mulher tonteou surpreendida, lentamente meneava a cabeça. O búfalo calmo. Lentamente a mulher meneava a cabeça, espantada com o ódio com que o búfalo, tranquilo de ódio, a olhava. Quase inocentada, meneando uma cabeça incrédula, a boca entreaberta. Inocente, curiosa, entrando cada vez mais fundo dentro daqueles olhos que sem pressa a fitavam, ingênua, num suspiro de sono, sem querer nem poder fugir, presa ao mútuo assassinato. Presa como se sua mão se tivesse grudado para sempre ao punhal que ela mesma cravara. Presa, enquanto escorregava enfeitiçada ao longo das grades. Em tão lenta vertigem que antes do corpo baquear macio a mulher viu o céu inteiro e um búfalo.
LISPECTOR, Clarice. O búfalo . In: Laços de família. Rio: José Olympio, 1982. p.149.

Em qual alternativa produz-se evidente equívoco de leitura, quando se afirma que o fragmento transcrito do texto foi usado em sentido denotativo?

Alternativas

ID
4006810
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para responder à questão.


O Búfalo


    Mas era primavera. Até o leão lambeu a testa glabra da leoa. Os dois animais louros. A mulher desviou os olhos da jaula, onde só o cheiro quente lembrava a carnificina que ela viera buscar no Jardim Zoológico. Depois o leão passeou enjubado e tranquilo, e a leoa lentamente reconstituiu sobre as patas estendidas a cabeça de uma esfinge. “Mas isso é amor, é amor de novo”, revoltou-se a mulher tentando encontrar-se com o próprio ódio mas era primavera e dois leões se tinham amado. Com os punhos nos bolsos do casaco, olhou em torno de si, rodeada pelas jaulas, enjaulada pelas jaulas fechadas. Continuou a andar. Os olhos estavam tão concentrados na procura que sua vista às vezes se escurecia num sono, e então ela se refazia como na frescura de uma cova.
    Mas a girafa era uma virgem de tranças recém-cortadas. Com a tola inocência do que é grande e leve e sem culpa. A mulher do casaco marrom desviou os olhos, doente, doente. Sem conseguir — diante da aérea girafa pousada, diante daquele silencioso pássaro sem asas — sem conseguir encontrar dentro de si o ponto pior de sua doença, o ponto mais doente, o ponto de ódio, ela que fora ao Jardim Zoológico para adoecer. Mas não diante da girafa que mais era paisagem que um ente. Não diante daquela carne que se distraíra em altura e distância, a girafa quase verde. Procurou outros animais, tentava aprender com eles a odiar. [...]
    “Eu te odeio”, disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la. “Eu te odeio”, disse muito apressada. Mas não sabia sequer como se fazia. Como cavar na terra até encontrar a água negra, como abrir passagem na terra dura e chegar jamais a si mesma? Andou pelo Jardim Zoológico entre mães e crianças. Mas o elefante suportava o próprio peso. Aquele elefante inteiro a quem fora dado com uma simples pata esmagar. Mas que não esmagava. Aquela potência que no entanto se deixaria docilmente conduzir a um circo, elefante de crianças. E os olhos, numa bondade de velho, presos dentro da grande carne herdada. O elefante oriental. Também a primavera oriental, e tudo nascendo, tudo escorrendo pelo riacho.
    [...]
    O búfalo voltou-se, imobilizou-se, e a distância encarou-a.
    Eu te amo, disse ela então com ódio para o homem cujo grande crime impunível era o de não querê-la. Eu te odeio, disse implorando amor ao búfalo.
    Enfim provocado, o grande búfalo aproximou-se sem pressa.
    Ele se aproximava, a poeira erguia-se. A mulher esperou de braços pendidos ao longo do casaco. Devagar ele se aproximava. Ela não recuou um só passo. Até que ele chegou às grades e ali parou. Lá estavam o búfalo e a mulher, frente à frente. Ela não olhou a cara, nem a boca, nem os cornos. Olhou seus olhos.
    E os olhos do búfalo, os olhos olharam seus olhos. E uma palidez tão funda foi trocada que a mulher se entorpeceu dormente. De pé, em sono profundo. Olhos pequenos e vermelhos a olhavam. Os olhos do búfalo. A mulher tonteou surpreendida, lentamente meneava a cabeça. O búfalo calmo. Lentamente a mulher meneava a cabeça, espantada com o ódio com que o búfalo, tranquilo de ódio, a olhava. Quase inocentada, meneando uma cabeça incrédula, a boca entreaberta. Inocente, curiosa, entrando cada vez mais fundo dentro daqueles olhos que sem pressa a fitavam, ingênua, num suspiro de sono, sem querer nem poder fugir, presa ao mútuo assassinato. Presa como se sua mão se tivesse grudado para sempre ao punhal que ela mesma cravara. Presa, enquanto escorregava enfeitiçada ao longo das grades. Em tão lenta vertigem que antes do corpo baquear macio a mulher viu o céu inteiro e um búfalo.
LISPECTOR, Clarice. O búfalo . In: Laços de família. Rio: José Olympio, 1982. p.149.

Considerado o contexto e transpondo-se para a voz passiva analítica o segmento “A mulher do casaco marrom desviou os olhos, doente, doente.”, será obtida a seguinte forma verbal:

Alternativas
Comentários
  • “A mulher do casaco marrom desviou os olhos, doente, doente.”

    → Para transpor da ativa para a passiva analítica devemos seguir alguns passos.

    1) O objeto direto vira sujeito paciente.

    2) Sujeito agente vira agente da passiva.

    3) Acrescenta-se a locução verbal ser+particípio.

    4) O verbo da voz passiva deve estar no mesmo modo e tempo do verbo da voz ativa.

    Fica: Os olhos foram desviados pela mulher do casaco.

    GABARITO. C


ID
4006813
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para responder à questão.


O Búfalo


    Mas era primavera. Até o leão lambeu a testa glabra da leoa. Os dois animais louros. A mulher desviou os olhos da jaula, onde só o cheiro quente lembrava a carnificina que ela viera buscar no Jardim Zoológico. Depois o leão passeou enjubado e tranquilo, e a leoa lentamente reconstituiu sobre as patas estendidas a cabeça de uma esfinge. “Mas isso é amor, é amor de novo”, revoltou-se a mulher tentando encontrar-se com o próprio ódio mas era primavera e dois leões se tinham amado. Com os punhos nos bolsos do casaco, olhou em torno de si, rodeada pelas jaulas, enjaulada pelas jaulas fechadas. Continuou a andar. Os olhos estavam tão concentrados na procura que sua vista às vezes se escurecia num sono, e então ela se refazia como na frescura de uma cova.
    Mas a girafa era uma virgem de tranças recém-cortadas. Com a tola inocência do que é grande e leve e sem culpa. A mulher do casaco marrom desviou os olhos, doente, doente. Sem conseguir — diante da aérea girafa pousada, diante daquele silencioso pássaro sem asas — sem conseguir encontrar dentro de si o ponto pior de sua doença, o ponto mais doente, o ponto de ódio, ela que fora ao Jardim Zoológico para adoecer. Mas não diante da girafa que mais era paisagem que um ente. Não diante daquela carne que se distraíra em altura e distância, a girafa quase verde. Procurou outros animais, tentava aprender com eles a odiar. [...]
    “Eu te odeio”, disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la. “Eu te odeio”, disse muito apressada. Mas não sabia sequer como se fazia. Como cavar na terra até encontrar a água negra, como abrir passagem na terra dura e chegar jamais a si mesma? Andou pelo Jardim Zoológico entre mães e crianças. Mas o elefante suportava o próprio peso. Aquele elefante inteiro a quem fora dado com uma simples pata esmagar. Mas que não esmagava. Aquela potência que no entanto se deixaria docilmente conduzir a um circo, elefante de crianças. E os olhos, numa bondade de velho, presos dentro da grande carne herdada. O elefante oriental. Também a primavera oriental, e tudo nascendo, tudo escorrendo pelo riacho.
    [...]
    O búfalo voltou-se, imobilizou-se, e a distância encarou-a.
    Eu te amo, disse ela então com ódio para o homem cujo grande crime impunível era o de não querê-la. Eu te odeio, disse implorando amor ao búfalo.
    Enfim provocado, o grande búfalo aproximou-se sem pressa.
    Ele se aproximava, a poeira erguia-se. A mulher esperou de braços pendidos ao longo do casaco. Devagar ele se aproximava. Ela não recuou um só passo. Até que ele chegou às grades e ali parou. Lá estavam o búfalo e a mulher, frente à frente. Ela não olhou a cara, nem a boca, nem os cornos. Olhou seus olhos.
    E os olhos do búfalo, os olhos olharam seus olhos. E uma palidez tão funda foi trocada que a mulher se entorpeceu dormente. De pé, em sono profundo. Olhos pequenos e vermelhos a olhavam. Os olhos do búfalo. A mulher tonteou surpreendida, lentamente meneava a cabeça. O búfalo calmo. Lentamente a mulher meneava a cabeça, espantada com o ódio com que o búfalo, tranquilo de ódio, a olhava. Quase inocentada, meneando uma cabeça incrédula, a boca entreaberta. Inocente, curiosa, entrando cada vez mais fundo dentro daqueles olhos que sem pressa a fitavam, ingênua, num suspiro de sono, sem querer nem poder fugir, presa ao mútuo assassinato. Presa como se sua mão se tivesse grudado para sempre ao punhal que ela mesma cravara. Presa, enquanto escorregava enfeitiçada ao longo das grades. Em tão lenta vertigem que antes do corpo baquear macio a mulher viu o céu inteiro e um búfalo.
LISPECTOR, Clarice. O búfalo . In: Laços de família. Rio: José Olympio, 1982. p.149.

São exemplos de uma mesma função sintática os elementos destacados na frase:

Alternativas
Comentários
  • Queremos termos que exerçam a mesma função sintática.

    A)“A mulher desviou OS OLHOS da jaula, onde só o cheiro quente lembrava A CARNIFICINA que ela viera buscar no Jardim Zoológico.”

    → Em destaque temos dois objetos diretos, que são termos regidos por verbos que pedem complemento sem uso de preposição.

    GABARITO. A

  • GABARITO: B

    A) “ Mas isso é AMOR, é amor de novo’, revoltou-se a MULHER”

    amor é predicativo do sujeito

    mulher é sujeito

    B) “A mulher desviou OS OLHOS da jaula, onde só o cheiro quente lembrava A CARNIFICINA que ela viera buscar no Jardim Zoológico.”

    GABARITO. ambos são OD

    C) "Eu TE odeio, disse ELA para um homem cujo crime único era o de não amá-la.”

    "te" é pronome pessoal oblíquo, cumprindo a função sintática de um complemento

    "ela" é pronome pessoal reto, cumprindo a função sintática de um sujeito

    D) “Enfim provocado, o GRANDE búfalo aproximou-se SEM PRESSA.”

    "grande", morfologicamente é um adjetivo, cumprindo a função sintática de adjunto adnominal

    "sem pressa" morfologicamente é um advérbio de modo, cumprindo a função sintática de adjunto adverbial

    E) “Até que ELE chegou às grades e ALI parou.”

    "ele" morfologicamente é pronome pessoal reto, cumprindo a função sintática de um sujeito

    "ali" é morfologicamente é um advérbio de lugar, cumprindo a função sintática de adjunto adverbial


ID
4006816
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para responder à questão.


O Búfalo


    Mas era primavera. Até o leão lambeu a testa glabra da leoa. Os dois animais louros. A mulher desviou os olhos da jaula, onde só o cheiro quente lembrava a carnificina que ela viera buscar no Jardim Zoológico. Depois o leão passeou enjubado e tranquilo, e a leoa lentamente reconstituiu sobre as patas estendidas a cabeça de uma esfinge. “Mas isso é amor, é amor de novo”, revoltou-se a mulher tentando encontrar-se com o próprio ódio mas era primavera e dois leões se tinham amado. Com os punhos nos bolsos do casaco, olhou em torno de si, rodeada pelas jaulas, enjaulada pelas jaulas fechadas. Continuou a andar. Os olhos estavam tão concentrados na procura que sua vista às vezes se escurecia num sono, e então ela se refazia como na frescura de uma cova.
    Mas a girafa era uma virgem de tranças recém-cortadas. Com a tola inocência do que é grande e leve e sem culpa. A mulher do casaco marrom desviou os olhos, doente, doente. Sem conseguir — diante da aérea girafa pousada, diante daquele silencioso pássaro sem asas — sem conseguir encontrar dentro de si o ponto pior de sua doença, o ponto mais doente, o ponto de ódio, ela que fora ao Jardim Zoológico para adoecer. Mas não diante da girafa que mais era paisagem que um ente. Não diante daquela carne que se distraíra em altura e distância, a girafa quase verde. Procurou outros animais, tentava aprender com eles a odiar. [...]
    “Eu te odeio”, disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la. “Eu te odeio”, disse muito apressada. Mas não sabia sequer como se fazia. Como cavar na terra até encontrar a água negra, como abrir passagem na terra dura e chegar jamais a si mesma? Andou pelo Jardim Zoológico entre mães e crianças. Mas o elefante suportava o próprio peso. Aquele elefante inteiro a quem fora dado com uma simples pata esmagar. Mas que não esmagava. Aquela potência que no entanto se deixaria docilmente conduzir a um circo, elefante de crianças. E os olhos, numa bondade de velho, presos dentro da grande carne herdada. O elefante oriental. Também a primavera oriental, e tudo nascendo, tudo escorrendo pelo riacho.
    [...]
    O búfalo voltou-se, imobilizou-se, e a distância encarou-a.
    Eu te amo, disse ela então com ódio para o homem cujo grande crime impunível era o de não querê-la. Eu te odeio, disse implorando amor ao búfalo.
    Enfim provocado, o grande búfalo aproximou-se sem pressa.
    Ele se aproximava, a poeira erguia-se. A mulher esperou de braços pendidos ao longo do casaco. Devagar ele se aproximava. Ela não recuou um só passo. Até que ele chegou às grades e ali parou. Lá estavam o búfalo e a mulher, frente à frente. Ela não olhou a cara, nem a boca, nem os cornos. Olhou seus olhos.
    E os olhos do búfalo, os olhos olharam seus olhos. E uma palidez tão funda foi trocada que a mulher se entorpeceu dormente. De pé, em sono profundo. Olhos pequenos e vermelhos a olhavam. Os olhos do búfalo. A mulher tonteou surpreendida, lentamente meneava a cabeça. O búfalo calmo. Lentamente a mulher meneava a cabeça, espantada com o ódio com que o búfalo, tranquilo de ódio, a olhava. Quase inocentada, meneando uma cabeça incrédula, a boca entreaberta. Inocente, curiosa, entrando cada vez mais fundo dentro daqueles olhos que sem pressa a fitavam, ingênua, num suspiro de sono, sem querer nem poder fugir, presa ao mútuo assassinato. Presa como se sua mão se tivesse grudado para sempre ao punhal que ela mesma cravara. Presa, enquanto escorregava enfeitiçada ao longo das grades. Em tão lenta vertigem que antes do corpo baquear macio a mulher viu o céu inteiro e um búfalo.
LISPECTOR, Clarice. O búfalo . In: Laços de família. Rio: José Olympio, 1982. p.149.

De acordo com os estudos de regência verbal e com o padrão culto da língua, o verbo em destaque em “Olhos pequenos e vermelhos a OLHAVAM.” é:

Alternativas
Comentários
  • “Olhos pequenos e vermelhos a OLHAVAM.”

    → Temos um verbo que pede complemento sem uso de preposição, trata-se de um verbo transitivo direto. o A antes do verbo é um pronome oblíquo que está desempenhando a função sintática de objeto direto.

    GABARITO. D

  • Lembrando: verbos VTD podem ser acompanhados de pronomes oblíquos (a - as - o - os)

    Os verbos VTI devem ser acompanhados por (LHE)

    Já os  ME,TE,SE,NOS,VOS=podem ser tanto obj. direto como indireto.

  • GABARITO -D

    Substituem objetos diretos >

    O (s) , A (s)

    No (s) , Na (s) - Verbos terminados em som nasal.

    Lo (s) , La (S) - Verbos terminados em R, S, Z.

    “Olhos pequenos e vermelhos a OLHAVAM.”

    Olhavam / alguém (OD )


ID
4006819
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para responder à questão.


O Búfalo


    Mas era primavera. Até o leão lambeu a testa glabra da leoa. Os dois animais louros. A mulher desviou os olhos da jaula, onde só o cheiro quente lembrava a carnificina que ela viera buscar no Jardim Zoológico. Depois o leão passeou enjubado e tranquilo, e a leoa lentamente reconstituiu sobre as patas estendidas a cabeça de uma esfinge. “Mas isso é amor, é amor de novo”, revoltou-se a mulher tentando encontrar-se com o próprio ódio mas era primavera e dois leões se tinham amado. Com os punhos nos bolsos do casaco, olhou em torno de si, rodeada pelas jaulas, enjaulada pelas jaulas fechadas. Continuou a andar. Os olhos estavam tão concentrados na procura que sua vista às vezes se escurecia num sono, e então ela se refazia como na frescura de uma cova.
    Mas a girafa era uma virgem de tranças recém-cortadas. Com a tola inocência do que é grande e leve e sem culpa. A mulher do casaco marrom desviou os olhos, doente, doente. Sem conseguir — diante da aérea girafa pousada, diante daquele silencioso pássaro sem asas — sem conseguir encontrar dentro de si o ponto pior de sua doença, o ponto mais doente, o ponto de ódio, ela que fora ao Jardim Zoológico para adoecer. Mas não diante da girafa que mais era paisagem que um ente. Não diante daquela carne que se distraíra em altura e distância, a girafa quase verde. Procurou outros animais, tentava aprender com eles a odiar. [...]
    “Eu te odeio”, disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la. “Eu te odeio”, disse muito apressada. Mas não sabia sequer como se fazia. Como cavar na terra até encontrar a água negra, como abrir passagem na terra dura e chegar jamais a si mesma? Andou pelo Jardim Zoológico entre mães e crianças. Mas o elefante suportava o próprio peso. Aquele elefante inteiro a quem fora dado com uma simples pata esmagar. Mas que não esmagava. Aquela potência que no entanto se deixaria docilmente conduzir a um circo, elefante de crianças. E os olhos, numa bondade de velho, presos dentro da grande carne herdada. O elefante oriental. Também a primavera oriental, e tudo nascendo, tudo escorrendo pelo riacho.
    [...]
    O búfalo voltou-se, imobilizou-se, e a distância encarou-a.
    Eu te amo, disse ela então com ódio para o homem cujo grande crime impunível era o de não querê-la. Eu te odeio, disse implorando amor ao búfalo.
    Enfim provocado, o grande búfalo aproximou-se sem pressa.
    Ele se aproximava, a poeira erguia-se. A mulher esperou de braços pendidos ao longo do casaco. Devagar ele se aproximava. Ela não recuou um só passo. Até que ele chegou às grades e ali parou. Lá estavam o búfalo e a mulher, frente à frente. Ela não olhou a cara, nem a boca, nem os cornos. Olhou seus olhos.
    E os olhos do búfalo, os olhos olharam seus olhos. E uma palidez tão funda foi trocada que a mulher se entorpeceu dormente. De pé, em sono profundo. Olhos pequenos e vermelhos a olhavam. Os olhos do búfalo. A mulher tonteou surpreendida, lentamente meneava a cabeça. O búfalo calmo. Lentamente a mulher meneava a cabeça, espantada com o ódio com que o búfalo, tranquilo de ódio, a olhava. Quase inocentada, meneando uma cabeça incrédula, a boca entreaberta. Inocente, curiosa, entrando cada vez mais fundo dentro daqueles olhos que sem pressa a fitavam, ingênua, num suspiro de sono, sem querer nem poder fugir, presa ao mútuo assassinato. Presa como se sua mão se tivesse grudado para sempre ao punhal que ela mesma cravara. Presa, enquanto escorregava enfeitiçada ao longo das grades. Em tão lenta vertigem que antes do corpo baquear macio a mulher viu o céu inteiro e um búfalo.
LISPECTOR, Clarice. O búfalo . In: Laços de família. Rio: José Olympio, 1982. p.149.

Há evidente equívoco de colocação pronominal do elemento destacado na frase:

Alternativas
Comentários
  • Queremos a incorreta.

    A)“cujo grande crime impunível era o de não querê-LA.”

    → Temos um advérbio de negação (não) ele é fator atrativo do pronome oblíquo átono. O correto seria usar assim: cujo grande crime impunível era o de não a querer (próclise).

    GABARITO. A

  • A posição do pronome oblíquo átono (me, te, se, lhe, vos, o[s], a[s], etc.) pode ser distintamente três: próclise (antes do verbo. p.ex. não se realiza trabalho voluntário), mesóclise (entre o radical e a desinência verbal, p.ex. realizar-se-á trabalho voluntário) e ênclise (após o verbo, p.ex. realiza-se trabalho voluntário). 

    a) “cujo grande crime impunível era o de não querê-LA.”

    Correto. Existe grosseiro erro da banca ao entender errônea a colocação enclítica, defensável perante essa construção. O pronome oblíquo átono é sempre bem acolhido após verbo no infinitivo (não querer + ela = não querê-la), mesmo havendo palavra que o atraia para perto de si. Faculta-se ao falante, pois, pô-lo proclítico (não a querer) ou enclítico (não querê-la);

    b) “e então ela SE refazia como na frescura de uma cova.”

    Correto. Tanto a próclise, já presente acima, quanto a ênclise (ela refazia-se) são possíveis

    c) “Não diante daquela carne que SE distraíra em altura e distância”.

    Correto. Apenas a próclise é possível, haja vista existir a partícula "que" atraindo para si o pronome "se";

    d) “O búfalo voltou-SE”.

    Correto. Tanto a ênclise, já presente acima, quanto a próclise (o búfalo se voltou) são possíveis;

    e) “Mas não sabia sequer como SE fazia.”

    Correto. Apenas a próclise é possível: o advérbio "como" atrai para si o pronome "se".

    Gabarito da banca: Letra A.

    Gabarito do monitor: Questão nula, por não apresentar adequada opção de resposta.


ID
4006822
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para responder à questão.


O Búfalo


    Mas era primavera. Até o leão lambeu a testa glabra da leoa. Os dois animais louros. A mulher desviou os olhos da jaula, onde só o cheiro quente lembrava a carnificina que ela viera buscar no Jardim Zoológico. Depois o leão passeou enjubado e tranquilo, e a leoa lentamente reconstituiu sobre as patas estendidas a cabeça de uma esfinge. “Mas isso é amor, é amor de novo”, revoltou-se a mulher tentando encontrar-se com o próprio ódio mas era primavera e dois leões se tinham amado. Com os punhos nos bolsos do casaco, olhou em torno de si, rodeada pelas jaulas, enjaulada pelas jaulas fechadas. Continuou a andar. Os olhos estavam tão concentrados na procura que sua vista às vezes se escurecia num sono, e então ela se refazia como na frescura de uma cova.
    Mas a girafa era uma virgem de tranças recém-cortadas. Com a tola inocência do que é grande e leve e sem culpa. A mulher do casaco marrom desviou os olhos, doente, doente. Sem conseguir — diante da aérea girafa pousada, diante daquele silencioso pássaro sem asas — sem conseguir encontrar dentro de si o ponto pior de sua doença, o ponto mais doente, o ponto de ódio, ela que fora ao Jardim Zoológico para adoecer. Mas não diante da girafa que mais era paisagem que um ente. Não diante daquela carne que se distraíra em altura e distância, a girafa quase verde. Procurou outros animais, tentava aprender com eles a odiar. [...]
    “Eu te odeio”, disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la. “Eu te odeio”, disse muito apressada. Mas não sabia sequer como se fazia. Como cavar na terra até encontrar a água negra, como abrir passagem na terra dura e chegar jamais a si mesma? Andou pelo Jardim Zoológico entre mães e crianças. Mas o elefante suportava o próprio peso. Aquele elefante inteiro a quem fora dado com uma simples pata esmagar. Mas que não esmagava. Aquela potência que no entanto se deixaria docilmente conduzir a um circo, elefante de crianças. E os olhos, numa bondade de velho, presos dentro da grande carne herdada. O elefante oriental. Também a primavera oriental, e tudo nascendo, tudo escorrendo pelo riacho.
    [...]
    O búfalo voltou-se, imobilizou-se, e a distância encarou-a.
    Eu te amo, disse ela então com ódio para o homem cujo grande crime impunível era o de não querê-la. Eu te odeio, disse implorando amor ao búfalo.
    Enfim provocado, o grande búfalo aproximou-se sem pressa.
    Ele se aproximava, a poeira erguia-se. A mulher esperou de braços pendidos ao longo do casaco. Devagar ele se aproximava. Ela não recuou um só passo. Até que ele chegou às grades e ali parou. Lá estavam o búfalo e a mulher, frente à frente. Ela não olhou a cara, nem a boca, nem os cornos. Olhou seus olhos.
    E os olhos do búfalo, os olhos olharam seus olhos. E uma palidez tão funda foi trocada que a mulher se entorpeceu dormente. De pé, em sono profundo. Olhos pequenos e vermelhos a olhavam. Os olhos do búfalo. A mulher tonteou surpreendida, lentamente meneava a cabeça. O búfalo calmo. Lentamente a mulher meneava a cabeça, espantada com o ódio com que o búfalo, tranquilo de ódio, a olhava. Quase inocentada, meneando uma cabeça incrédula, a boca entreaberta. Inocente, curiosa, entrando cada vez mais fundo dentro daqueles olhos que sem pressa a fitavam, ingênua, num suspiro de sono, sem querer nem poder fugir, presa ao mútuo assassinato. Presa como se sua mão se tivesse grudado para sempre ao punhal que ela mesma cravara. Presa, enquanto escorregava enfeitiçada ao longo das grades. Em tão lenta vertigem que antes do corpo baquear macio a mulher viu o céu inteiro e um búfalo.
LISPECTOR, Clarice. O búfalo . In: Laços de família. Rio: José Olympio, 1982. p.149.

Sobre o uso das aspas na oração destacada em “ EU TE ODEIO’, disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la.”, é correto afirmar que, no contexto:

Alternativas

ID
4006825
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para responder à questão.


O Búfalo


    Mas era primavera. Até o leão lambeu a testa glabra da leoa. Os dois animais louros. A mulher desviou os olhos da jaula, onde só o cheiro quente lembrava a carnificina que ela viera buscar no Jardim Zoológico. Depois o leão passeou enjubado e tranquilo, e a leoa lentamente reconstituiu sobre as patas estendidas a cabeça de uma esfinge. “Mas isso é amor, é amor de novo”, revoltou-se a mulher tentando encontrar-se com o próprio ódio mas era primavera e dois leões se tinham amado. Com os punhos nos bolsos do casaco, olhou em torno de si, rodeada pelas jaulas, enjaulada pelas jaulas fechadas. Continuou a andar. Os olhos estavam tão concentrados na procura que sua vista às vezes se escurecia num sono, e então ela se refazia como na frescura de uma cova.
    Mas a girafa era uma virgem de tranças recém-cortadas. Com a tola inocência do que é grande e leve e sem culpa. A mulher do casaco marrom desviou os olhos, doente, doente. Sem conseguir — diante da aérea girafa pousada, diante daquele silencioso pássaro sem asas — sem conseguir encontrar dentro de si o ponto pior de sua doença, o ponto mais doente, o ponto de ódio, ela que fora ao Jardim Zoológico para adoecer. Mas não diante da girafa que mais era paisagem que um ente. Não diante daquela carne que se distraíra em altura e distância, a girafa quase verde. Procurou outros animais, tentava aprender com eles a odiar. [...]
    “Eu te odeio”, disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la. “Eu te odeio”, disse muito apressada. Mas não sabia sequer como se fazia. Como cavar na terra até encontrar a água negra, como abrir passagem na terra dura e chegar jamais a si mesma? Andou pelo Jardim Zoológico entre mães e crianças. Mas o elefante suportava o próprio peso. Aquele elefante inteiro a quem fora dado com uma simples pata esmagar. Mas que não esmagava. Aquela potência que no entanto se deixaria docilmente conduzir a um circo, elefante de crianças. E os olhos, numa bondade de velho, presos dentro da grande carne herdada. O elefante oriental. Também a primavera oriental, e tudo nascendo, tudo escorrendo pelo riacho.
    [...]
    O búfalo voltou-se, imobilizou-se, e a distância encarou-a.
    Eu te amo, disse ela então com ódio para o homem cujo grande crime impunível era o de não querê-la. Eu te odeio, disse implorando amor ao búfalo.
    Enfim provocado, o grande búfalo aproximou-se sem pressa.
    Ele se aproximava, a poeira erguia-se. A mulher esperou de braços pendidos ao longo do casaco. Devagar ele se aproximava. Ela não recuou um só passo. Até que ele chegou às grades e ali parou. Lá estavam o búfalo e a mulher, frente à frente. Ela não olhou a cara, nem a boca, nem os cornos. Olhou seus olhos.
    E os olhos do búfalo, os olhos olharam seus olhos. E uma palidez tão funda foi trocada que a mulher se entorpeceu dormente. De pé, em sono profundo. Olhos pequenos e vermelhos a olhavam. Os olhos do búfalo. A mulher tonteou surpreendida, lentamente meneava a cabeça. O búfalo calmo. Lentamente a mulher meneava a cabeça, espantada com o ódio com que o búfalo, tranquilo de ódio, a olhava. Quase inocentada, meneando uma cabeça incrédula, a boca entreaberta. Inocente, curiosa, entrando cada vez mais fundo dentro daqueles olhos que sem pressa a fitavam, ingênua, num suspiro de sono, sem querer nem poder fugir, presa ao mútuo assassinato. Presa como se sua mão se tivesse grudado para sempre ao punhal que ela mesma cravara. Presa, enquanto escorregava enfeitiçada ao longo das grades. Em tão lenta vertigem que antes do corpo baquear macio a mulher viu o céu inteiro e um búfalo.
LISPECTOR, Clarice. O búfalo . In: Laços de família. Rio: José Olympio, 1982. p.149.

Pode-se afirmar que a oração destacada em “Os olhos estavam tão concentrados na procura QUE SUA VISTA ÀS VEZES SE ESCURECIA NUM SONO” é subordinada:

Alternativas
Comentários
  • “Os olhos estavam tão concentrados na procura QUE SUA VISTA ÀS VEZES SE ESCURECIA NUM SONO”

    → O que é uma conjunção subordinativa adverbial consecutiva, introduzindo uma oração subordinada adverbial consecutiva. Lembrem, apos Tzão vem a consequência.

    GABARITO. E

  • Na relação causa/consequência (tão tanto tal tamanho)...que, a adv. CAUSAL estará sempre do lado intensificador (tão tanto tal tamanho) e a consequência do lado do QUE...

  • GABARITO -E

    Depois do Tesão vem a consequência...( Consecutivas )

    “Os olhos estavam tão concentrados na procura QUE SUA VISTA ÀS VEZES SE ESCURECIA NUM SONO”

  • tão...que

    tanto...que

    dão ideia de consecutiva !

  • viu nas alternativas adverbial consecutiva

    procure logo '' tanto que ou tão que '' são os mais frequentes nas questões .

  • gab e

    "NÃO PARE ATÉ QUE TENHA TERMINADO AQUILO QUE TU COMEÇOU! LEMBRE-SE, TU NÃO PODE DESISTIR"

    Baltasar Gracian


ID
4006828
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Atualidades
Assuntos

Nos primeiros meses de 2015, um novo ministro(a) da educação tomou posse no lugar de Cid Gomes. O nome desse(a) ministro é:

Alternativas
Comentários
  • Atualizando ministro da educação 2020: Milton Ribeiro


ID
4006831
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Atualidades
Assuntos

O entretenimento é um dos setores econômicos mais importantes da atualidade. Algumas marcas relacionadas ao entretenimento se expandem por diferentes lugares, como é o caso do evento musical Rock in Rio. No primeiro semestre de 2015, o evento Rock in Rio ocorreu na seguinte cidade:

Alternativas

ID
4006834
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Conhecimentos Gerais
Assuntos

Uma das marcas do mundo atual são os inúmeros grupos terroristas que assombram diferentes povos. Atualmente, existe um grupo terrorista que controla partes dos territórios da Síria e do Iraque, promovendo inclusive assassinatos gravados em vídeo e postados na internet. O nome do referido grupo terrorista é:

Alternativas
Comentários
  • Estado Islâmico: grupo Jhadista, atua principalmente no Iraque e Síria

    Boko Haram: grupo islâmico atuante na Nigéria

    IRA: foi um grupo terrorista que queria unificar as Irlandas

    Xiita: grupo religioso (existe os sunitas também)

    Palestina: é estado


ID
4006837
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Conhecimentos Gerais
Assuntos

A questão do meio ambiente ganha cada vez mais importância na atualidade. Os processos de reciclagem conseguem aliar a questão ambiental com ganhos econômicos em diferentes setores. Entre os produtos a seguir o que mais é reciclado no Brasil é:

Alternativas

ID
4006840
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Conhecimentos Gerais
Assuntos

Nos últimos meses, o Brasil vem implementando uma nova tecnologia de combate a dengue em alguns municípios. Essa nova tecnologia precisou ser aprovada pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) e ainda está sendo avaliada sua eficácia. A nova tecnologia consiste em:

Alternativas

ID
4006843
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Direito Constitucional
Assuntos

Considere que uma empresa de ônibus seja concessionária legítima do serviço de transporte urbano. O prefeito da cidade, porém, ilegalmente, ordena a imediata suspensão de suas atividades. Neste caso, o remédio constitucional adequado para atacar a decisão ilegal e resguardar o direito da empresa é o:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: D

    Nesse caso foi obstado o direito líquido e certo da concessionária prestar o serviço de transporte urbano, a ela cabível por lei.

    CF/88

    Art. 5º, LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por  habeas corpus  ou  habeas data , quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.

    _______________________

    Quanto as demais:

    a) Habeas corpus: LXVIII - conceder-se-á  habeas corpus  sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;

    b) Mandado de injunção: LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;

    c) Ação de improbidade: cabível contra funcionários públicos e equiparados que praticam um dos atos previstos na lei de improbidade( enriquecimento ilícito, prejuízo ao erário ou violação dos princípios da administração pública);

    e) Ação popular: LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.

  • A questão em tela versa sobre a disciplina de Direito Constitucional e o assunto referente aos remédios constitucionais.

    Conforme o inciso LXVII, do artigo 5º, da Constituição Federal, conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.

    Conforme o inciso LXIX, do artigo 5º, da Constituição Federal, conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. Ressalta-se que o inciso LXX, do mesmo artigo, destaca a possibilidade do mandado de segurança coletivo, podendo ser impetrado por partido político com representação no Congresso Nacional, organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados. Cabe salientar que a exigência de funcionamento há pelo menos um ano é exigida apenas para as associações.

    Conforme o inciso LXVII, do artigo 5º, da Constituição Federal, conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Ressalta-se que hoje existe uma lei específica que regulamenta o mandado de injunção coletivo.

    Conforme o inciso LXXII, do artigo 5º, da Constituição Federal, conceder-se-á habeas data para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público e para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.

    Conforme o inciso LXXIII, do artigo 5º, da Constituição Federal, qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.

    ANALISANDO AS ALTERNATIVAS

    Levando em consideração as explicações acima, percebe-se que, no caso descrito pela questão, é cabível mandado de segurança, por ter sido violado direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data. Ademais, vale destacar que a ação de improbidade não é um remédio constitucional, sendo utilizada no âmbito civil para se conseguir uma reparação de um prejuízo ao erário público.

    GABARITO: LETRA "D".

  • Assertiva D

    a decisão ilegal e resguardar o direito da empresa é o: mandado de segurança.


ID
4006846
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Direito Constitucional
Assuntos

Segundo a Lei nº 1.079/1950 (Crimes de Responsabilidade), se o Presidente da República praticar ato que atente contra a probidade na Administração suportará pena de perda do cargo:

Alternativas
Comentários
  • LEI 1079/50

    Art. 2º Os crimes definidos nesta lei, ainda quando simplesmente tentados, são passíveis da pena de perda do cargo, com inabilitação, até cinco anos, para o exercício de qualquer função pública, imposta pelo Senado Federal nos processos contra o Presidente da República ou Ministros de Estado, contra os Ministros do Supremo Tribunal Federal ou contra o Procurador Geral da República.

  • pelo que eu saiba a inabilitação é de oito anos

  • 5 não é usado. O correto é 8.

    a Constituição de 1988, ao tratar dos crimes de responsabilidade, dispõe: "Art. 52. (...)" Para as autoridades que relaciona, a Constituição elevou o prazo de inabilitação de cinco para oito anos, podendo-se afirmar que, nesse ponto, o art. 2º da Lei 1.079/1950 não foi por ela recebido

  • rum, hum..hum

  • É necessário lembrar que o prazo para inabilitação hoje é o previsto na CF, ou seja, de oito anos! Porém, se a questão cobrar exatamente o que está descrito na lei, o prazo é de 5 anos.

  • Me poupe

  • A condenação no impeachment é política, e não penal. Ela autoriza a imposição de duas sanções:

    a) perda da função pública;

    b) inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública.

  • Atenção: CF: Inabilitação 8 anos.

  • A questão exige do candidato o conhecimento acerca do que a Lei 1.079/50 dispõe sobre crimes de responsabilidade.

    A– Correta - É o que dispõe o art. 2º da Lei 1.079/50: "Os crimes definidos nesta lei, ainda quando simplesmente tentados, são passíveis da pena de perda do cargo, com inabilitação, até cinco anos, para o exercício de qualquer função pública, imposta pelo Senado Federal nos processos contra o Presidente da República ou Ministros de Estado, contra os Ministros do Supremo Tribunal Federal ou contra o Procurador Geral da República".

    Atenção: apesar de a resposta estar de acordo com a lei 1.079/50 (atendendo ao que pede o enunciado), a Constituição também trata sobre o tema. Para as autoridades que relaciona (o Presidente da República entre elas), "a Constituição elevou o prazo de inabilitação de cinco para oito anos, podendo se afirmar que, nesse ponto, o art. 2º da Lei 1.079/1950 não foi por ela recebido" (STF, ADI 1628, Rel. Min. Eros Grau, j. em 10/08/2006).

    Art. 52, parágrafo único, CRFB/88: "Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis".

    B– Incorreta - Não é o que dispõe a Lei 1.079/50 sobre o tema, vide alternativa A.

    C- Incorreta - Não é o que dispõe a Lei 1.079/50 sobre o tema, vide alternativa A.

    D- Incorreta - Não é o que dispõe a Lei 1.079/50 sobre o tema, vide alternativa A.

    E- Incorreta - Não é o que dispõe a Lei 1.079/50 sobre o tema, vide alternativa A.

    O gabarito da questão, portanto, é a alternativa A.

  • Lei 1.079/1950 Art. 2º Os crimes definidos nesta lei, ainda quando simplesmente tentados, são passíveis da pena de perda do cargo, com inabilitação, até cinco anos, para o exercício de qualquer função pública, imposta pelo Senado Federal nos processos contra o Presidente da República ou Ministros de Estado, contra os Ministros do Supremo Tribunal Federal ou contra o Procurador Geral da República.


ID
4006849
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Direito Administrativo
Assuntos

Segundo a Lei nº 8.666/1993 (Licitações e Contratos Administrativos), o critério da melhor técnica pode ser aplicado na hipótese de:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito letra E.

    Lei 8.666/93: Art. 46.  Os tipos de licitação "melhor técnica" ou "técnica e preço" serão utilizados exclusivamente para serviços de natureza predominantemente intelectual, em especial na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em particular, para a elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e executivos, ressalvado o disposto no § 4  do artigo anterior.  

    Com relação a alternativa D, os bens e serviços de informática em regra, devem ser executados no tipo "técnica e preço", excepcionalmente admiti-se o emprego de outro tipo mediante decreto:

    Lei 8.666/93: Art. 45. § 4   Para contratação de bens e serviços de informática, a administração observará o disposto no  , levando em conta os fatores especificados em seu   e adotando obrigatoriamente o tipo de licitação "técnica e preço", permitido o emprego de outro tipo de licitação nos casos indicados em decreto do Poder Executivo.  

  • bens e serviços de informática ----------> obrigatoriamente tipo "técnica + preço"

    natureza predominantemente intelectual ---------> "melhor técnica"

    pertencelemos!

    Insta: @Patlick Aplovado

  • Complementando o comentário da colega Lorena,

    Leilão: -> maior lance

    Pregão -> menor preço

    VQV

  • A questão exige o conhecimento da licitação, que é o procedimento prévio de seleção por meio do qual a Administração escolhe a melhor proposta para a celebração de um contrato, levando em consideração os critérios previamente estabelecidos, de forma isonômica e aberta ao público.

    O ponto central da questão versa sobre o art. 46 da Lei de Licitações. Vamos à redação:

    Art. 46 lei nº 8.666/93: os tipos de licitação “melhor técnica” ou “técnica e preço” serão utilizados exclusivamente para serviços de natureza predominantemente intelectual, em especial na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em particular, para a elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e executivos, ressalvado o disposto no §4º (contratação de bens e serviços de informática) do art. anterior.

    Considerando a redação do dispositivo, a única alternativa correta é a letra E: o critério de melhor técnica pode ser aplicado na contratação de serviços de natureza intelectual. As demais são, portanto, incorretas.

    GABARITO: E

  • quer dizer tb que a simples negativa já consuma


ID
4006852
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Direito Administrativo
Assuntos

Sobre a responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito público pelos danos ocasionados por condutas que seus agentes, nessa qualidade, venham a praticar, é correto afirmar que:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO -- > D

    O Estado tem a responsabilidade objetiva ou seja responde pelo fato ocorrido, não importando se seus servidores tomaram todo o cuidado possível para prevenir o dano.

  • Elementos da responsabilidade objetiva: conduta, dano e nexo causal

  • A responsabilidade civil do Estado é OBJETIVA, ou seja: independe da presença do elemento subjetivo (relativo ao sujeito) dolo ou culpa.

    Nos casos de dolo ou culpa do agente, o Estado terá o direito de cobrar os custos do funcionário mediante ação regressiva. (Aos iniciantes: o Estado indeniza o particular e depois cobra do agente causador do dano - quando houver dolo ou culpa).

    VQV

  • acertei, mas égua da banca ruim!!!


ID
4006855
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Legislação Municipal
Assuntos

A descentralização administrativa, conforme previsão da Lei Orgânica do Município de Araruama, pode dar-se por meio da criação de:

Alternativas

ID
4006858
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Noções de Informática
Assuntos

Em um computador com MS Windows 7, em português, um usuário deseja verificar, via teclado, quais as opções de monitores/projetores externos conectados ao computador. Para isso, ele deve utilizar as teclas de atalho:

Alternativas
Comentários
  • Winkey + P

    gab B

  • Gab. A

    Win+Projetor.

  • Winkey + Projetar

    gaba. B

  • Win+Projetor.


ID
4006861
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Noções de Informática
Assuntos

Um usuário do Google Chrome V.42.0, em português, precisa utilizar o teclado para fechar uma guia. Quais as teclas de atalho para essa operação?

Alternativas
Comentários
  • CTRL + W: Fecha aba 

    gab D

  • Gabarito letra D.

    Dois bizus para memorização:

    para quem manja do Inglês:

    Associe CTRL + W a palavra WIPE (limpar, exterminar etc.)

    em português mesmo:

    CTRL + W = feshoW (fechar)

    Bons estudos.

  • CTRL + W : Fecha a Guia atual

    ALT + F4 : fecha tudo

  • também pode usar o CTRL + F4

  • a) Ctrl + A = seleciona tudo

    b) Ctrl + H = Histórico de navegação

    c) Ctrl + L = Seleciona o endereço da aba ativa

    d) Ctrl + W = Fecha a aba ativa (ou Ctrl + F4)

    e) Ctrl + X = Nada acontece

  • Gab. D.

    Ctrl + W = fecha guia/aba.

    Ctrl + Shift + T = retorna à última guia fechada.

  • Tudo indica que na Prefeitura de Araruama não se usa mouse.

  • A questão aborda conhecimentos acerca do uso dos atalhos de teclado e suas funções no Google Chrome, mais especificamente quanto ao atalho utilizado para fechar uma guia.

     

    A)      Incorreta – O atalho CTRL + A tem como função selecionar todo o conteúdo da página.

    B)      Incorreta – O atalho CTRL + H exibe o histórico de navegação, onde é possível visualizar os sites acessados, bem como a data e hora do acesso.

    C)      Incorreta – O atalho CTRL + L seleciona a barra de endereços, onde é possível inserir o endereço para determinado site ou arquivo.

    D)      Correta – O atalho CTRL + W tem como função fechar a guia ativa na janela.

    E)      Incorreta – O atalho CTRL + X tem como função recortar o item selecionado na página.

     

    Gabarito – Alternativa D.


ID
4006864
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Noções de Informática
Assuntos

Quando se utiliza o editor de textos MS Word 2010, em português, e se deseja inserir um Hiperlink via teclado, as teclas de atalho para essa operação são:

Alternativas
Comentários
  • Ctrl + A - abrir arquivo;

    Ctrl + D - abrir grupo fonte;

    Ctrl + Q - Alinhar à esquerda;

    Ctrl + Z - desfazer ação.

  • CTRL + K = HIPERLINK

    gab: c

  • Assertiva C

    inserir um Hiperlink = Ctrl + K

  • HiperlinĶ---K
  • Fui por eliminação CTRL + K Não sabia gab: C

ID
4006867
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Noções de Informática
Assuntos

Um computador de uma rede foi infectado por um programa malicioso independente, ou seja, que não precisa de outro programa para se propagar, que se autorreplica e destrói arquivos dos computadores que ele infecta. Esse tipo de programa é identificado como:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito letra E, com uma ressalva:

    Fui por eliminação, mas acho que a questão extrapola erroneamente ao dizer que o Worm destrói arquivos dos computador que ele infecta, tendo em vista que a função do Worm é "PESAR A BANDA LARGA (REDE)"

    Vejamos:

    Ao contrário de um vírus típico, os worms não se anexam a um arquivo ou programa. Em vez disso, deslizam e entram nos computadores por meio de vulnerabilidades de rede, se autorreplicando e se espalhando antes que seja encontrado e removido. Até o momento de sua remoção, já terá consumido boa parte da largura de banda disponível, interrompendo e sequestrando servidores de rede e web.

    Se alguém souber explicar melhor o porquê da banca ter considerado como certo, agradeceria!

    Bons estudos.

  • Worm é um programa capaz de se propagar automaticamente pelas redes, enviando cópias de si mesmo de computador para computador.

    autorreplica e destrói arquivos dos computadores que ele infecta.

  • Worm (ou Verme) é um programa capaz de se replicar automaticamente, enviando cópias de si mesmo de computador para computador. Diferente dos vírus, ele não se propaga por meio da inclusão de cópias de si mesmo em outros programas ou arquivos através da rede, mas – sim – pela exploração automática de vulnerabilidades existentes em programas instalados em computadores ou pela execução direta de suas cópias. 

  • WORME( VERME )

    ° AUTOMÁTICO

    ° ESPALHA-SE

    ° CRIA CÓPIAS DE SI

    ° USA REDE

    FONTE: ALFACON

  • TB APRENDI QUE WORM NÃO DANIFICA OS ARQUIVOS.

    SE ALGUEM PUDER TIRAR A DÚVIDA AGRADEÇO

  • o worm infecta a rede.

  • Gabarito: Letra E (WORM)

    ➥ Também chamado de verme, é um programa capaz de se propagar automaticamente pelas redes, enviando cópias de si mesmo de computador para computador. Diferente do vírus, o worm não se propaga por meio da inclusão de cópias de si mesmo em outros programas ou arquivos, mas sim pela execução direta de suas cópias ou pela exploração automática de vulnerabilidades existentes em programas instalados em computadores.

    ➥ Em outras palavras, é um tipo de malware mais perigoso que um vírus comum, pois sua propagação é rápida e ocorre sem controle da vítima.

    • Detalhe: consome muita memoria e espaço no disco!

    [...]

    PROPAGAÇÃO

    Assim que ele contamina um computador, o programa malicioso cria cópias de si mesmo em diferentes locais do sistema e se espalha para outras máquinas, seja por meio de Internet, mensagens, conexões locais, dispositivos USB ou arquivos.

    • Detalhe: se propaga por meio de programas de chat (Face, Whats, Insta...)

    _______

    Bons Estudos!


ID
4006873
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Administração Financeira e Orçamentária
Assuntos

A Lei Orçamentária Anual LOA é um instrumento de planejamento que operacionaliza no curto prazo os programas contidos no Plano Plurianual – PPA. Identifique e marque a alternativa que apresenta um conjunto correto de orçamentos que compõem a LOA.

Alternativas
Comentários
  • Gab. D

    CF/88 - Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

    I - o plano plurianual;

    II - as diretrizes orçamentárias;

    III - os orçamentos anuais.

    [...]

    § 5º A lei orçamentária anual compreenderá:

    I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;

    II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;

    III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

  • Fiscal, e nao financeiro

  • Para que a questão em apreço seja respondida corretamente, é preciso que tenhamos conhecimentos sobre os orçamentos que compõem a Lei Orçamentária Anual.

    Consoante o artigo 165 da CF, Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

    I - o plano plurianual;

    II - as diretrizes orçamentárias;

    III - os orçamentos anuais.

    Em que:

    § 5º A lei orçamentária anual compreenderá:

    • I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;

    • II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;

    • III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

    Sendo assim, concluímos que a alternativa "D" é a correta.

    GABARITO: D

    Fonte:

    BRASIL. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988


ID
4006876
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Administração Financeira e Orçamentária
Assuntos

Marque a alternativa que apresenta o instrumento incumbido de orientar a elaboração e a execução do Orçamento Público.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito:☆B☆

    A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

    CF88

  • Para que a questão em apreço seja respondida corretamente, é preciso que tenhamos conhecimentos sobre os instrumentos orçamentários à luz da CF/88. Neste caso, assinalemos a alternativa que se adequa ao comando da questão.

    Segundo o texto constitucional:

    • Art. 165, § 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, estabelecerá as diretrizes de política fiscal e respectivas metas, em consonância com trajetória sustentável da dívida pública, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. 

    Sendo, portanto, a alternativa "B" a correta.

    GABARITO: B

    Fonte:

    BRASIL. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988


ID
4006879
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Contabilidade Pública
Assuntos

Marque a alternativa que denomina o tipo de crédito adicional destinado ao reforço de dotação orçamentária, que se mostrou insuficiente.

Alternativas
Comentários
  • Lei 4320 - Gabarito letra D

    Art. 40. São créditos adicionais, as autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento.

    Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em:

     I - suplementares, os destinados a refôrço de dotação orçamentária;

    II - especiais, os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica;

    III - extraordinários, os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção intestina ou calamidade pública.

    Art. 42. Os créditos suplementares e especiais serão autorizados por lei e abertos por decreto executivo.


ID
4006882
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Contabilidade Pública
Assuntos

A alternativa que apresenta as fases da execução da despesa é:

Alternativas

ID
4006885
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Administração Financeira e Orçamentária
Assuntos

Assinale a alterntaiva que apresenta um dos objetivos principais, atribuídos à Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF.

Alternativas
Comentários
  • Gab. C (Responsabilidade na gestão fiscal)

    LRF - Art. 1º Esta Lei Complementar estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, com amparo no Capítulo II do Título VI da Constituição.

    § 1º A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar.

    Comentário:

    O objetivo central da LRF é o equilíbrio fiscal , que se quer alcançar pela imposição de restrições para o crescimento da despesa e pela fixação de limites para gastos com pessoal e endividamento .

    Prof. Sérgio Machado - Direção Concurso

  • A questão pede que tenhamos conhecimentos sobre alguns objetivos da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Assinalemos a alternativa correta.

    Art. 1° Esta Lei Complementar estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, com amparo no Capítulo II do Título VI da Constituição.

    • §1° A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar.

    Logo, temos que a alternativa "C" é a correta.

    GABARITO: C

    Fonte:

    BRASIL. LEI COMPLEMENTAR Nº 101, DE 4 DE MAIO DE 2000


ID
4006888
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Contabilidade Pública
Assuntos

Uma das alternativas abaixo apresenta como é tratada a receita pública, sob a ótica do regime patrimonial ou contábil. Marque-a.

Alternativas
Comentários
  • ENFOQUE PATRIMONIAL: Regime de competência (tanto receita, quanto despesa);

    ENFOQUE ORÇAMENTÁRIO: Regime misto (Receita -> regime de caixa; Despesa -> regime de competência)


ID
4006891
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Contabilidade Pública
Assuntos

Identifique e marque a alterntava que NÃO se configura como uma classificação de Unidade Contábil atribuída ao setor público.

Alternativas

ID
4006894
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Contabilidade Geral
Assuntos

Marque a alternativa que, de acordo com a Resolução CFC nº 1.132/2008, apresenta a denominação da seguinte característica: “Os registros contábeis e as informações apresentadas devem conter todos os aspectos relevantes”.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO B - (h) Representatividade - os registros contábeis e as informações apresentadas devem conter todos os aspectos relevantes.


ID
4006897
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Contabilidade Pública
Assuntos

Uma das alternativas abaixo, apresenta a denominação atribuída ao fato dos contribuintes ou devedores entregarem aos agentes ou bancos autorizados pelo ente público recursos devidos ao Tesouro.Assinale-a.

Alternativas
Comentários
  • Pagamento? WTF!

  • é uma receita - " contribuintes ou devedores entregarem aos agentes ou bancos... recursos devidos ao Tesouro"....então ARRECADAÇÂO

    Etapa da receita

    3.5.3. Arrecadação Corresponde à entrega dos recursos devidos ao Tesouro pelos contribuintes ou devedores, por meio dos agentes arrecadadores ou instituições financeiras autorizadas pelo ente...

    Etapa da despesa

    4.4.2.4. Pagamento O pagamento consiste na entrega de numerário ao credor por meio de cheque nominativo, ordens de pagamentos ou crédito em conta, e só pode ser efetuado após a regular liquidação da despesa.

  • Gabarito errado, ao meu ver. trata-se da etapa de ARRECADAÇÃO da receita.


ID
4006900
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Contabilidade Pública
Assuntos

Identifique e marque entre as alternativas abaixo, aquela que apresenta o lançamento contábil a ser efetuado por ocasião do registro do empenho da despesa.

Alternativas
Comentários
  • Gab. A

    Natureza da informação: orçamentária

    D 6.2.2.1.1.xx.xx Crédito Disponível

    C 6.2.2.1.3.01.xx Crédito Empenhado a Liquidar


ID
4006903
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Contabilidade Pública
Assuntos

De acordo com o item 22 da NBC T 16.6 – Demonstrações Contábeis, determinado demonstrativo é estruturado de forma a evidenciar a integração entre o planejamento e a execução orçamentária. Identifique-o nas alternativas abaixo disponibilizadas.

Alternativas
Comentários
  • Gab. C

    Conforme o item 22 da NBC T 16.6 (revogada), o Balanço Orçamentário é estruturado de forma a evidenciar a integração entre o planejamento e a execução orçamentária.

    -

    O MCASP destaca que o Balanço Orçamentário demonstrará as receitas detalhadas por categoria econômica e origem, especificando a previsão inicial, a previsão atualizada para o exercício, a receita realizada e o saldo, que corresponde ao excesso ou insuficiência de arrecadação. Demonstrará, também, as despesas por categoria econômica e grupo de natureza da despesa, discriminando a dotação inicial, a dotação atualizada para o exercício, as despesas empenhadas, as despesas liquidadas, as despesas pagas e o saldo da dotação.

    Sendo composto por:

    a. Quadro Principal;

    b. Quadro da Execução dos Restos a Pagar Não Processados; e

    c. Quadro da Execução dos Restos a Pagar Processados.


ID
4006906
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Contabilidade Geral
Assuntos

Assinale a alternativa que apresenta o Princípio de Contabilidade que enuncia: “A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância”.

Alternativas
Comentários
  • 6º - O Princípio da Oportunidade refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram

  • Res 750/93 - Gabarito letra E

    Art. 6º O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas.

    Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação.


ID
4006909
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Contabilidade Geral
Assuntos

O controle do Patrimônio de uma Entidade, constitui-se no principal objetivo da contabilidade. Marque a alternativa que apresenta a composição do patrimônio.

Alternativas
Comentários
  • Para a Contabilidade, o patrimônio é conjunto de bens, direitos e obrigações.

    Resolução: marque a alternativa que apresenta a composição do patrimônio.

    As alternativas A, B, D e E estão incompletas. A única alternativa adequada é bens, direitos e obrigações.

    Gabarito: Letra C.


ID
4006912
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Contabilidade Geral
Assuntos

O regime contábil da competência, que, em linhas gerais, representa os registro das despesas e receitas em função da sua ocorrência, se constitui na base para a escrituração dos atos e fatos administrativos nos sistemas de contabilidade. Marque a alternativa que apresenta um demonstrativo contábil, que NÃO leva em conta esse princípio.

Alternativas
Comentários
  • Resposta letra "B"

    O Fluxo de caixa é uma demonstração contábil que funciona através do regime de CAIXA e não do regime de competência.

  • Trata-se da aplicação dos regimes contábeis.

    ➤ Aspecto teórico:

    ✓ Segundo o Regime de Competência, os efeitos das transações e outros eventos devem ser reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento.

    ✓ De acordo com o Regime de Caixa, a confrontação das receitas com as despesas deve ser realizada considerando as entradas e as saídas de caixa no período.

    Em razão do CPC 26, o conjunto completo de demonstrações contábeis inclui, como regra:

    ✓ o balanço patrimonial;

    ✓ a demonstração do resultado;

    ✓ a demonstração do resultado abrangente;

    ✓ a demonstração das mutações do patrimônio líquido;

    ✓ a demonstração dos fluxos de caixa;

    ✓ a demonstração do valor adicionado quando exigida legalmente; e

    ✓ as notas explicativas.

    ➤ Resolução:

    Por fim, conforme o item 27, "a entidade deve elaborar as suas demonstrações contábeis, exceto para a demonstração dos fluxos de caixa, utilizando-se do regime de competência". Portanto, as letras A, C, D e E obedecem ao regime de competência, enquanto a letra B é evidenciada pelo regime de caixa.

    Gabarito: Letra B.

  • GABARITO B

    O regime de caixa não é legal, apura um resultado financeiro.

    As receitas são reconhecidas com a devida entrada de recursos e as despesas com a devida saída de recursos, deve ter ocorrido o fato gerador.

    É utilizado somente nas demonstrações de fluxo de caixa - DFC

    As demais utilizam o regime de competência.


ID
4006915
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Contabilidade Geral
Assuntos

As contas contábeis têm por função possibilitar que a contabilidade registre e controle as operações que modifiquem ou que possam vir a modificar a situação patrimonial da empresa. Assinale a alternativa que informa como se dão seus funcionamentos.

Alternativas
Comentários
  • É função da contabilidade registrar e controlar as operações que modifiquem ou que possam vir a modificar a situação patrimonial da empresa.

    A situação patrimonial é o estudo de três elementos: bens, direitos e obrigações que pertencem a uma pessoa física ou jurídica, com funs lucrativos ou não, de natureza jurídica pública ou provado.

    Esse patrimônio pode ser negativo (obrigação) ou positivo (bens e direitos) que são expressos em débito e crédito.

    Entra no grupo de estudos do telegram: t.me/dicasdaritmo

  • LETRA E

    ATRAVÉS DOS SALDOS CREDORES E DEVEDORES ( DÉBITO E CRÉDITO ) É QUE AS CONTAS SÃO QUALIFICADAS E QUANTIFICADAS.

    Fonte : Estratégia Concursos


ID
4006918
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Contabilidade Geral
Assuntos

As desmonstrações contábeis normalmente são elaboradas tendo como premissa que a entidade está em atividade e irá manter-se em operação por um futuro previsível. A que premissa o texto faz referência?

Alternativas
Comentários
  • O que é o princípio da continuidade? ... O princípio da continuidade pressupõe que a empresa terá uma duração indeterminada, sendo que a quantificação e reconhecimento do patrimônio, além de toda a contabilidade da empresa, deverá ser realizada enquanto a empresa existir


ID
4006921
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Contabilidade de Custos
Assuntos

Uma das alternativas abaixo apresenta uma metodologia de apuração de custos dos produtos nas indústrias, plenamente aceito pela Receita Federal para apuração fiscal. Identifique-a.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito letra C

    A - Metodologia Custo direto não existe

    B - Metodologia com base em atividades direito não existe

    C - Metodologia Custo por absorção é aquele que faz debitar ao custo dos produtos todos os custos da área de fabricação sejam esses custos definidos como custos diretos ou indiretos, fixos ou variáveis

    D - Custo variável existe, mas não é uma metodologia é apenas um tipo de custo que compõe a metodologia

    E - Custo primário existe, mas é apenas um tipo de custo composto pela soma da matéria prima, material de embalagem mais a mão-de-obra direta


ID
4006924
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Contabilidade de Custos
Assuntos

Considere as seguintes informações extraídas da contabilidade de uma indústria, de um determinado mês:

Gastos                                     Valor em R$
Matéria-prima consumida          5.000,00
Mão obra direta                          2.500,00
Mão obra indireta                       1.000,00
Aluguel fábrica                            600,00
Limpeza fábrica                          300,00
Energia - administrativo             200,00
Despesas de venda                    1.200,00

Qual o valor do custo de transformação desse mês?

Alternativas
Comentários
  • Gabarito letra A

    Custo de transformação são todos os custos, exceto os materiais/MP, que representam o esforço da empresa no processo de fabricação DO SETOR DA FÁBRICA

    Mão obra direta 2.500,00 +

    Mão obra indireta 1.000,00 +

    Aluguel fábrica 600,00 +

    Limpeza fábrica 300,00 +

    Custos de transformação = R$ 4.400,00

    Energia - administrativo e Despesas de venda fazem parte dos gastos que não estão relacionados a fábrica se falasse energia da fábrica entraria.


ID
4006927
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Contabilidade Geral
Assuntos

Um item foi adquirido por uma empresa, para ser integrado ao ativo imobilizado. Seu custo de aquisição foi de R$ 560.000,00, sua vida útil econômica foi considerada em 8 anos e sua vida útil fiscal é de 5 anos. Identifique e marque a alternativa, que apresenta o valor da depreciação contábil anual, tendo em vista que o valor residual foi estimado em R$ 90.000,00.

Alternativas
Comentários
  • levamos em consideração a vida útil do bem de 8 anos, como o valor residual (valor de uma possível venda pós "morte" do bem) é de 90 mil, fazemos o seguinte calculo:

    560.000-90.0000 = 470.000

    470.000/8 = 58.750

    logo o gab é a alternativa C

  • Trata-se da depreciação conforme o CPC 27 (Imobilizado):

    ➩ "Valor contábil é o valor pelo qual um ativo é reconhecido após a dedução da depreciação e da perda por redução ao valor recuperável acumuladas".

    ➩ "Valor depreciável é o custo de um ativo ou outro valor que substitua o custo, menos o seu valor residual".

    ➩ "Depreciação é a alocação sistemática do valor depreciável de um ativo ao longo da sua vida útil".

    ➩ "Valor residual de um ativo é o valor estimado que a entidade obteria com a venda do ativo, após deduzir as despesas estimadas de venda, caso o ativo já tivesse a idade e a condição esperadas para o fim de sua vida útil".

    ➩ "Vida útil é:

     o período de tempo durante o qual a entidade espera utilizar o ativo; ou

     o número de unidades de produção ou de unidades semelhantes que a entidade espera obter pela utilização do ativo".

    Dados:

    Custo de aquisição R$ 560.000

    Valor residual foi estimado R$ 90.000

    Vida útil econômica: 8 anos

    Obs.: a vida útil fiscal não é considerada. É válida somente para a base de cálculo exigida pelo fisco.

    Desenvolvimento:

    (+) Custo de aquisição R$ 560.000

    (-) Valor residual R$ 90.000

    (=) Valor depreciável R$ 470.000

    Depreciação anual=Valor depreciável/Vida útil=R$ 530.000/8 anos=R$ 58.750

    Resolução: o valor da depreciação contábil anual é de R$ 58.750.

    Gabarito: Letra C.

  • Complementando:

     → As empresas passaram a usar o critério fiscal. Porém, contabilmente, deve ser usada a melhor estimativa técnica,

    ainda que diferente do critério fiscal. Para concursos, devemos usar o que informa a questão. Se não mencionar vida útil, usamos o que o fisco determina:

    Caso a questão seja silente!

    Depreciação: Taxas permitidas pelo fisco para efeito de IR:

    - Veículos: 5 anos ou 20% ao ano

    - Máquinas e equipamentos: 10 anos ou 10% ao ano

    - Móveis e utensílios: 10 anos ou 10 % ao ano

    - Imóveis: 25 anos ou 4 % ao ano.

    - Tratores: 4 anos ou 25%


ID
4006930
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Araruama - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Auditoria
Assuntos

Assinale a aternativa que NÃO se constitui em uma classificação do relatório de auditoria, segundo a natureza de opinião.

Alternativas
Comentários
  • estes na questão sei lá qual doutrina usou. Eu errei coloquei D mas é C (no gabarito da banca)

    os principais tipos de relatório de auditoria independente são os seguintes: 

    relatório sem ressalva; 

    relatório com ressalva; 

    relatório com opinião adversa; 

    relatório com abstenção de opinião; 

    relatório com parágrafo de ênfase; 

    relatório com parágrafo de outros assuntos.