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Prova UNIRIO - 2008 - UNIRIO - Jornalista


ID
293722
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Os textos desta prova se referem a cenas e cenários cariocas.

Texto I

A Fábula da Cidade

      Uma casa é muito pouco para um homem; sua verdadeira casa é a cidade. E os homens não amam as cidades que os humilham e sufocam, mas aquelas que parecem amoldadas às suas necessidades e desejos, humanizadas e oferecidas – uma cidade deve ter a medida do homem.
     É possível que, pouco a pouco, os lugares cordiais da cidade estejam desaparecendo, desfigurados pelo progresso e pela técnica, tornados monstruosos pela conspiração dos elementos que obrigam as criaturas a viver como se estivessem lutando, jungidas a um certo número de rituais que as impedem de parar no meio de uma calçada para ver uma criança ou as levam a atravessar uma rua como se estivessem fugindo da morte.
      Em cidades assim, a criatura humana pouco ou nada vale, porque não existe entre ela e a paisagem a
harmonia necessária, que torna a vida uma coisa digna. E o habitante, escravizado pelo monstro, vai-se repetindo diariamente, correndo para as filas dos alimentos, dos transportes, do trabalho e das diversões, proibido de fazer
algo que lhe dê a certeza da própria existência.
       Não será excessivo dizer que o Rio está correndo o perigo de incluir-se no número das cidades desumanizadas, devoradas pela noção da pressa e do combate, sem rostos que se iluminem em sorrisos e lugares que convidem à permanência.
       Mal os seus habitantes podem tomar cafezinho e conversar sentados; já não se pode passear nem sorrir nem sonhar, e as pessoas andam como se isso fosse um castigo, uma escravidão que as leva a imaginar o refúgio das casas onde as tardes de sábado e os domingos as insulam, num temor de visitas que escamoteiam o descanso e a intimidade familiar. E há mesmo gente que transfere os sonhos para a velhice, quando a aposentadoria, triunfante da morte, facultar dias inteiros numa casa de subúrbio, criando canários, decifrando palavras cruzadas, sonhando para jogar no bicho, num mister que justifique a existência. E outras pessoas há que esperam o dia em que poderão fugir da cidade de arranha-céus inamistosos, de atmosferas sufocantes, de censuras e exigências, humilhações e ameaças, para regressar aos lugares de onde vieram, iludidas por esse mito mundial das grandes cidades. E ainda existem as que, durante anos e anos, compram terrenos a prestações ou juntam dinheiro à espera do dia em que se plantarão para sempre num lugar imaginário, sem base física, naquele sítio onde cada criatura é um Robinson atento às brisas e delícias de sua ilha, ou o síndico ciumento de um paraíso perdido.
        Para que se ame uma cidade, é preciso que ela se amolde à imagem e semelhança dos seus munícipes,
possua a dimensão das criaturas humanas. Isso não quer dizer que as cidades devam ser pequenas; significa
apenas que, nas mudanças e transfigurações, elas crescerão pensando naqueles que as habitam e completam, e
as tornam vivas. Pois o homem é para a cidade como o sangue para o corpo – fora disso, dessa harmoniosa
circulação, há apenas cadáveres e ruínas.
       O habitante deve sentir-se livre e solidário, e não um guerreiro sozinho, um terrorista em silêncio. Deve encontrar na paisagem os motivos que o entranham à vida e ao tempo. E ele não quer a paisagem dos turistas, onde se consegue a beleza infensa dos postais monumentalizados; reclama somente os lugares que lhe estimulem a fome de viver, sonegando-o aos cansaços e desencantos. Em termos de subúrbio, ele aspira ao bar debaixo de árvores, com cervejinha gelada e tira-gosto, à praça com “playground” para crianças, à retreta coroada de valsas.
        Suprimidas as relações entre o habitante e seu panorama, tornada incomunicável a paisagem, indiferente a cidade à fome de simpatia que faz alguém preferir uma rua à outra, um bonde a um ônibus, nada há mais que fazer senão alimentar-se a criatura de nostalgia e guardar no fundo do coração a imagem da cidade comunicante, o reino da comunhão humana onde se poderia dizer “bom dia” com a convicção de quem sabe o que isso significa.
         E esse risco está correndo o Rio, cidade viva e cordial. Um carioca dos velhos tempos ia andando pela avenida, esbarrou num cidadão que vinha em sentido contrário e pediu desculpas. O outro, que estava transbordante de pressa, indignou-se:
       O senhor não tem o que fazer? Esbarra na gente e ainda se vira para pedir desculpas?
       Era a fábula da cidade correndo para a desumanização.

Ledo Ivo. Crônicas – Antologias Escolares Edijovem – organizada por Herbert Sale. Rio de Janeiro: EditoraTecnoprint SA, s/d.

A assertiva que indica a idéia central de “A Fábula da Cidade” é a seguinte:

Alternativas
Comentários
  • Não achei que a ideia central do texto fosse a questão do Rio de Janeiro, e sim das grandes cidades como um todo.


ID
293725
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Os textos desta prova se referem a cenas e cenários cariocas.

Texto I

A Fábula da Cidade

      Uma casa é muito pouco para um homem; sua verdadeira casa é a cidade. E os homens não amam as cidades que os humilham e sufocam, mas aquelas que parecem amoldadas às suas necessidades e desejos, humanizadas e oferecidas – uma cidade deve ter a medida do homem.
     É possível que, pouco a pouco, os lugares cordiais da cidade estejam desaparecendo, desfigurados pelo progresso e pela técnica, tornados monstruosos pela conspiração dos elementos que obrigam as criaturas a viver como se estivessem lutando, jungidas a um certo número de rituais que as impedem de parar no meio de uma calçada para ver uma criança ou as levam a atravessar uma rua como se estivessem fugindo da morte.
      Em cidades assim, a criatura humana pouco ou nada vale, porque não existe entre ela e a paisagem a
harmonia necessária, que torna a vida uma coisa digna. E o habitante, escravizado pelo monstro, vai-se repetindo diariamente, correndo para as filas dos alimentos, dos transportes, do trabalho e das diversões, proibido de fazer
algo que lhe dê a certeza da própria existência.
       Não será excessivo dizer que o Rio está correndo o perigo de incluir-se no número das cidades desumanizadas, devoradas pela noção da pressa e do combate, sem rostos que se iluminem em sorrisos e lugares que convidem à permanência.
       Mal os seus habitantes podem tomar cafezinho e conversar sentados; já não se pode passear nem sorrir nem sonhar, e as pessoas andam como se isso fosse um castigo, uma escravidão que as leva a imaginar o refúgio das casas onde as tardes de sábado e os domingos as insulam, num temor de visitas que escamoteiam o descanso e a intimidade familiar. E há mesmo gente que transfere os sonhos para a velhice, quando a aposentadoria, triunfante da morte, facultar dias inteiros numa casa de subúrbio, criando canários, decifrando palavras cruzadas, sonhando para jogar no bicho, num mister que justifique a existência. E outras pessoas há que esperam o dia em que poderão fugir da cidade de arranha-céus inamistosos, de atmosferas sufocantes, de censuras e exigências, humilhações e ameaças, para regressar aos lugares de onde vieram, iludidas por esse mito mundial das grandes cidades. E ainda existem as que, durante anos e anos, compram terrenos a prestações ou juntam dinheiro à espera do dia em que se plantarão para sempre num lugar imaginário, sem base física, naquele sítio onde cada criatura é um Robinson atento às brisas e delícias de sua ilha, ou o síndico ciumento de um paraíso perdido.
        Para que se ame uma cidade, é preciso que ela se amolde à imagem e semelhança dos seus munícipes,
possua a dimensão das criaturas humanas. Isso não quer dizer que as cidades devam ser pequenas; significa
apenas que, nas mudanças e transfigurações, elas crescerão pensando naqueles que as habitam e completam, e
as tornam vivas. Pois o homem é para a cidade como o sangue para o corpo – fora disso, dessa harmoniosa
circulação, há apenas cadáveres e ruínas.
       O habitante deve sentir-se livre e solidário, e não um guerreiro sozinho, um terrorista em silêncio. Deve encontrar na paisagem os motivos que o entranham à vida e ao tempo. E ele não quer a paisagem dos turistas, onde se consegue a beleza infensa dos postais monumentalizados; reclama somente os lugares que lhe estimulem a fome de viver, sonegando-o aos cansaços e desencantos. Em termos de subúrbio, ele aspira ao bar debaixo de árvores, com cervejinha gelada e tira-gosto, à praça com “playground” para crianças, à retreta coroada de valsas.
        Suprimidas as relações entre o habitante e seu panorama, tornada incomunicável a paisagem, indiferente a cidade à fome de simpatia que faz alguém preferir uma rua à outra, um bonde a um ônibus, nada há mais que fazer senão alimentar-se a criatura de nostalgia e guardar no fundo do coração a imagem da cidade comunicante, o reino da comunhão humana onde se poderia dizer “bom dia” com a convicção de quem sabe o que isso significa.
         E esse risco está correndo o Rio, cidade viva e cordial. Um carioca dos velhos tempos ia andando pela avenida, esbarrou num cidadão que vinha em sentido contrário e pediu desculpas. O outro, que estava transbordante de pressa, indignou-se:
       O senhor não tem o que fazer? Esbarra na gente e ainda se vira para pedir desculpas?
       Era a fábula da cidade correndo para a desumanização.

Ledo Ivo. Crônicas – Antologias Escolares Edijovem – organizada por Herbert Sale. Rio de Janeiro: EditoraTecnoprint SA, s/d.

Em “A Fábula da Cidade”, há predominância da linguagem conotativa. Considerando esta característica, pode-se afirmar que o tema é apresentado de forma

Alternativas
Comentários
  • Letra D.

    "Metáfora é a atribuição a uma pessoa ou coisa de uma qualidade que não lhe cabe logicamente.  Essa transferência de significado de um termo para outro baseia-se na semelhança de características que o emissor da mensagem encontra ente os dois termos comparados.  É uma comparação de ordem subjetiva, sem o conectivo que indica esta comparação.

    Ex. Maria é uma flor.
    Vê-se que Carlos é uma fera enjaulada."

    Fonte:  Gramática para Concursos  Marcelo Rosenthal

ID
293728
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Os textos desta prova se referem a cenas e cenários cariocas.

Texto I

A Fábula da Cidade

      Uma casa é muito pouco para um homem; sua verdadeira casa é a cidade. E os homens não amam as cidades que os humilham e sufocam, mas aquelas que parecem amoldadas às suas necessidades e desejos, humanizadas e oferecidas – uma cidade deve ter a medida do homem.
     É possível que, pouco a pouco, os lugares cordiais da cidade estejam desaparecendo, desfigurados pelo progresso e pela técnica, tornados monstruosos pela conspiração dos elementos que obrigam as criaturas a viver como se estivessem lutando, jungidas a um certo número de rituais que as impedem de parar no meio de uma calçada para ver uma criança ou as levam a atravessar uma rua como se estivessem fugindo da morte.
      Em cidades assim, a criatura humana pouco ou nada vale, porque não existe entre ela e a paisagem a
harmonia necessária, que torna a vida uma coisa digna. E o habitante, escravizado pelo monstro, vai-se repetindo diariamente, correndo para as filas dos alimentos, dos transportes, do trabalho e das diversões, proibido de fazer
algo que lhe dê a certeza da própria existência.
       Não será excessivo dizer que o Rio está correndo o perigo de incluir-se no número das cidades desumanizadas, devoradas pela noção da pressa e do combate, sem rostos que se iluminem em sorrisos e lugares que convidem à permanência.
       Mal os seus habitantes podem tomar cafezinho e conversar sentados; já não se pode passear nem sorrir nem sonhar, e as pessoas andam como se isso fosse um castigo, uma escravidão que as leva a imaginar o refúgio das casas onde as tardes de sábado e os domingos as insulam, num temor de visitas que escamoteiam o descanso e a intimidade familiar. E há mesmo gente que transfere os sonhos para a velhice, quando a aposentadoria, triunfante da morte, facultar dias inteiros numa casa de subúrbio, criando canários, decifrando palavras cruzadas, sonhando para jogar no bicho, num mister que justifique a existência. E outras pessoas há que esperam o dia em que poderão fugir da cidade de arranha-céus inamistosos, de atmosferas sufocantes, de censuras e exigências, humilhações e ameaças, para regressar aos lugares de onde vieram, iludidas por esse mito mundial das grandes cidades. E ainda existem as que, durante anos e anos, compram terrenos a prestações ou juntam dinheiro à espera do dia em que se plantarão para sempre num lugar imaginário, sem base física, naquele sítio onde cada criatura é um Robinson atento às brisas e delícias de sua ilha, ou o síndico ciumento de um paraíso perdido.
        Para que se ame uma cidade, é preciso que ela se amolde à imagem e semelhança dos seus munícipes,
possua a dimensão das criaturas humanas. Isso não quer dizer que as cidades devam ser pequenas; significa
apenas que, nas mudanças e transfigurações, elas crescerão pensando naqueles que as habitam e completam, e
as tornam vivas. Pois o homem é para a cidade como o sangue para o corpo – fora disso, dessa harmoniosa
circulação, há apenas cadáveres e ruínas.
       O habitante deve sentir-se livre e solidário, e não um guerreiro sozinho, um terrorista em silêncio. Deve encontrar na paisagem os motivos que o entranham à vida e ao tempo. E ele não quer a paisagem dos turistas, onde se consegue a beleza infensa dos postais monumentalizados; reclama somente os lugares que lhe estimulem a fome de viver, sonegando-o aos cansaços e desencantos. Em termos de subúrbio, ele aspira ao bar debaixo de árvores, com cervejinha gelada e tira-gosto, à praça com “playground” para crianças, à retreta coroada de valsas.
        Suprimidas as relações entre o habitante e seu panorama, tornada incomunicável a paisagem, indiferente a cidade à fome de simpatia que faz alguém preferir uma rua à outra, um bonde a um ônibus, nada há mais que fazer senão alimentar-se a criatura de nostalgia e guardar no fundo do coração a imagem da cidade comunicante, o reino da comunhão humana onde se poderia dizer “bom dia” com a convicção de quem sabe o que isso significa.
         E esse risco está correndo o Rio, cidade viva e cordial. Um carioca dos velhos tempos ia andando pela avenida, esbarrou num cidadão que vinha em sentido contrário e pediu desculpas. O outro, que estava transbordante de pressa, indignou-se:
       O senhor não tem o que fazer? Esbarra na gente e ainda se vira para pedir desculpas?
       Era a fábula da cidade correndo para a desumanização.

Ledo Ivo. Crônicas – Antologias Escolares Edijovem – organizada por Herbert Sale. Rio de Janeiro: EditoraTecnoprint SA, s/d.

Afirma-se que no fluxo das informações textuais ocorrem duas rupturas, a fim de ressaltar características do tópico de que se constitui o texto. Estas rupturas, estão, indicadas, respectivamente, nos

Alternativas

ID
293731
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Os textos desta prova se referem a cenas e cenários cariocas.

Texto I

A Fábula da Cidade

      Uma casa é muito pouco para um homem; sua verdadeira casa é a cidade. E os homens não amam as cidades que os humilham e sufocam, mas aquelas que parecem amoldadas às suas necessidades e desejos, humanizadas e oferecidas – uma cidade deve ter a medida do homem.
     É possível que, pouco a pouco, os lugares cordiais da cidade estejam desaparecendo, desfigurados pelo progresso e pela técnica, tornados monstruosos pela conspiração dos elementos que obrigam as criaturas a viver como se estivessem lutando, jungidas a um certo número de rituais que as impedem de parar no meio de uma calçada para ver uma criança ou as levam a atravessar uma rua como se estivessem fugindo da morte.
      Em cidades assim, a criatura humana pouco ou nada vale, porque não existe entre ela e a paisagem a
harmonia necessária, que torna a vida uma coisa digna. E o habitante, escravizado pelo monstro, vai-se repetindo diariamente, correndo para as filas dos alimentos, dos transportes, do trabalho e das diversões, proibido de fazer
algo que lhe dê a certeza da própria existência.
       Não será excessivo dizer que o Rio está correndo o perigo de incluir-se no número das cidades desumanizadas, devoradas pela noção da pressa e do combate, sem rostos que se iluminem em sorrisos e lugares que convidem à permanência.
       Mal os seus habitantes podem tomar cafezinho e conversar sentados; já não se pode passear nem sorrir nem sonhar, e as pessoas andam como se isso fosse um castigo, uma escravidão que as leva a imaginar o refúgio das casas onde as tardes de sábado e os domingos as insulam, num temor de visitas que escamoteiam o descanso e a intimidade familiar. E há mesmo gente que transfere os sonhos para a velhice, quando a aposentadoria, triunfante da morte, facultar dias inteiros numa casa de subúrbio, criando canários, decifrando palavras cruzadas, sonhando para jogar no bicho, num mister que justifique a existência. E outras pessoas há que esperam o dia em que poderão fugir da cidade de arranha-céus inamistosos, de atmosferas sufocantes, de censuras e exigências, humilhações e ameaças, para regressar aos lugares de onde vieram, iludidas por esse mito mundial das grandes cidades. E ainda existem as que, durante anos e anos, compram terrenos a prestações ou juntam dinheiro à espera do dia em que se plantarão para sempre num lugar imaginário, sem base física, naquele sítio onde cada criatura é um Robinson atento às brisas e delícias de sua ilha, ou o síndico ciumento de um paraíso perdido.
        Para que se ame uma cidade, é preciso que ela se amolde à imagem e semelhança dos seus munícipes,
possua a dimensão das criaturas humanas. Isso não quer dizer que as cidades devam ser pequenas; significa
apenas que, nas mudanças e transfigurações, elas crescerão pensando naqueles que as habitam e completam, e
as tornam vivas. Pois o homem é para a cidade como o sangue para o corpo – fora disso, dessa harmoniosa
circulação, há apenas cadáveres e ruínas.
       O habitante deve sentir-se livre e solidário, e não um guerreiro sozinho, um terrorista em silêncio. Deve encontrar na paisagem os motivos que o entranham à vida e ao tempo. E ele não quer a paisagem dos turistas, onde se consegue a beleza infensa dos postais monumentalizados; reclama somente os lugares que lhe estimulem a fome de viver, sonegando-o aos cansaços e desencantos. Em termos de subúrbio, ele aspira ao bar debaixo de árvores, com cervejinha gelada e tira-gosto, à praça com “playground” para crianças, à retreta coroada de valsas.
        Suprimidas as relações entre o habitante e seu panorama, tornada incomunicável a paisagem, indiferente a cidade à fome de simpatia que faz alguém preferir uma rua à outra, um bonde a um ônibus, nada há mais que fazer senão alimentar-se a criatura de nostalgia e guardar no fundo do coração a imagem da cidade comunicante, o reino da comunhão humana onde se poderia dizer “bom dia” com a convicção de quem sabe o que isso significa.
         E esse risco está correndo o Rio, cidade viva e cordial. Um carioca dos velhos tempos ia andando pela avenida, esbarrou num cidadão que vinha em sentido contrário e pediu desculpas. O outro, que estava transbordante de pressa, indignou-se:
       O senhor não tem o que fazer? Esbarra na gente e ainda se vira para pedir desculpas?
       Era a fábula da cidade correndo para a desumanização.

Ledo Ivo. Crônicas – Antologias Escolares Edijovem – organizada por Herbert Sale. Rio de Janeiro: EditoraTecnoprint SA, s/d.

Em relação à estrutura morfossintática do texto, pode-se afirmar que há

Alternativas

ID
293734
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Os textos desta prova se referem a cenas e cenários cariocas.

Texto I

A Fábula da Cidade

      Uma casa é muito pouco para um homem; sua verdadeira casa é a cidade. E os homens não amam as cidades que os humilham e sufocam, mas aquelas que parecem amoldadas às suas necessidades e desejos, humanizadas e oferecidas – uma cidade deve ter a medida do homem.
     É possível que, pouco a pouco, os lugares cordiais da cidade estejam desaparecendo, desfigurados pelo progresso e pela técnica, tornados monstruosos pela conspiração dos elementos que obrigam as criaturas a viver como se estivessem lutando, jungidas a um certo número de rituais que as impedem de parar no meio de uma calçada para ver uma criança ou as levam a atravessar uma rua como se estivessem fugindo da morte.
      Em cidades assim, a criatura humana pouco ou nada vale, porque não existe entre ela e a paisagem a
harmonia necessária, que torna a vida uma coisa digna. E o habitante, escravizado pelo monstro, vai-se repetindo diariamente, correndo para as filas dos alimentos, dos transportes, do trabalho e das diversões, proibido de fazer
algo que lhe dê a certeza da própria existência.
       Não será excessivo dizer que o Rio está correndo o perigo de incluir-se no número das cidades desumanizadas, devoradas pela noção da pressa e do combate, sem rostos que se iluminem em sorrisos e lugares que convidem à permanência.
       Mal os seus habitantes podem tomar cafezinho e conversar sentados; já não se pode passear nem sorrir nem sonhar, e as pessoas andam como se isso fosse um castigo, uma escravidão que as leva a imaginar o refúgio das casas onde as tardes de sábado e os domingos as insulam, num temor de visitas que escamoteiam o descanso e a intimidade familiar. E há mesmo gente que transfere os sonhos para a velhice, quando a aposentadoria, triunfante da morte, facultar dias inteiros numa casa de subúrbio, criando canários, decifrando palavras cruzadas, sonhando para jogar no bicho, num mister que justifique a existência. E outras pessoas há que esperam o dia em que poderão fugir da cidade de arranha-céus inamistosos, de atmosferas sufocantes, de censuras e exigências, humilhações e ameaças, para regressar aos lugares de onde vieram, iludidas por esse mito mundial das grandes cidades. E ainda existem as que, durante anos e anos, compram terrenos a prestações ou juntam dinheiro à espera do dia em que se plantarão para sempre num lugar imaginário, sem base física, naquele sítio onde cada criatura é um Robinson atento às brisas e delícias de sua ilha, ou o síndico ciumento de um paraíso perdido.
        Para que se ame uma cidade, é preciso que ela se amolde à imagem e semelhança dos seus munícipes,
possua a dimensão das criaturas humanas. Isso não quer dizer que as cidades devam ser pequenas; significa
apenas que, nas mudanças e transfigurações, elas crescerão pensando naqueles que as habitam e completam, e
as tornam vivas. Pois o homem é para a cidade como o sangue para o corpo – fora disso, dessa harmoniosa
circulação, há apenas cadáveres e ruínas.
       O habitante deve sentir-se livre e solidário, e não um guerreiro sozinho, um terrorista em silêncio. Deve encontrar na paisagem os motivos que o entranham à vida e ao tempo. E ele não quer a paisagem dos turistas, onde se consegue a beleza infensa dos postais monumentalizados; reclama somente os lugares que lhe estimulem a fome de viver, sonegando-o aos cansaços e desencantos. Em termos de subúrbio, ele aspira ao bar debaixo de árvores, com cervejinha gelada e tira-gosto, à praça com “playground” para crianças, à retreta coroada de valsas.
        Suprimidas as relações entre o habitante e seu panorama, tornada incomunicável a paisagem, indiferente a cidade à fome de simpatia que faz alguém preferir uma rua à outra, um bonde a um ônibus, nada há mais que fazer senão alimentar-se a criatura de nostalgia e guardar no fundo do coração a imagem da cidade comunicante, o reino da comunhão humana onde se poderia dizer “bom dia” com a convicção de quem sabe o que isso significa.
         E esse risco está correndo o Rio, cidade viva e cordial. Um carioca dos velhos tempos ia andando pela avenida, esbarrou num cidadão que vinha em sentido contrário e pediu desculpas. O outro, que estava transbordante de pressa, indignou-se:
       O senhor não tem o que fazer? Esbarra na gente e ainda se vira para pedir desculpas?
       Era a fábula da cidade correndo para a desumanização.

Ledo Ivo. Crônicas – Antologias Escolares Edijovem – organizada por Herbert Sale. Rio de Janeiro: EditoraTecnoprint SA, s/d.

Em relação ao homem e à cidade, o uso dos adjetivos, no 7° parágrafo, semanticamente, acentua

Alternativas

ID
293737
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Os textos desta prova se referem a cenas e cenários cariocas.

Texto I

A Fábula da Cidade

      Uma casa é muito pouco para um homem; sua verdadeira casa é a cidade. E os homens não amam as cidades que os humilham e sufocam, mas aquelas que parecem amoldadas às suas necessidades e desejos, humanizadas e oferecidas – uma cidade deve ter a medida do homem.
     É possível que, pouco a pouco, os lugares cordiais da cidade estejam desaparecendo, desfigurados pelo progresso e pela técnica, tornados monstruosos pela conspiração dos elementos que obrigam as criaturas a viver como se estivessem lutando, jungidas a um certo número de rituais que as impedem de parar no meio de uma calçada para ver uma criança ou as levam a atravessar uma rua como se estivessem fugindo da morte.
      Em cidades assim, a criatura humana pouco ou nada vale, porque não existe entre ela e a paisagem a
harmonia necessária, que torna a vida uma coisa digna. E o habitante, escravizado pelo monstro, vai-se repetindo diariamente, correndo para as filas dos alimentos, dos transportes, do trabalho e das diversões, proibido de fazer
algo que lhe dê a certeza da própria existência.
       Não será excessivo dizer que o Rio está correndo o perigo de incluir-se no número das cidades desumanizadas, devoradas pela noção da pressa e do combate, sem rostos que se iluminem em sorrisos e lugares que convidem à permanência.
       Mal os seus habitantes podem tomar cafezinho e conversar sentados; já não se pode passear nem sorrir nem sonhar, e as pessoas andam como se isso fosse um castigo, uma escravidão que as leva a imaginar o refúgio das casas onde as tardes de sábado e os domingos as insulam, num temor de visitas que escamoteiam o descanso e a intimidade familiar. E há mesmo gente que transfere os sonhos para a velhice, quando a aposentadoria, triunfante da morte, facultar dias inteiros numa casa de subúrbio, criando canários, decifrando palavras cruzadas, sonhando para jogar no bicho, num mister que justifique a existência. E outras pessoas há que esperam o dia em que poderão fugir da cidade de arranha-céus inamistosos, de atmosferas sufocantes, de censuras e exigências, humilhações e ameaças, para regressar aos lugares de onde vieram, iludidas por esse mito mundial das grandes cidades. E ainda existem as que, durante anos e anos, compram terrenos a prestações ou juntam dinheiro à espera do dia em que se plantarão para sempre num lugar imaginário, sem base física, naquele sítio onde cada criatura é um Robinson atento às brisas e delícias de sua ilha, ou o síndico ciumento de um paraíso perdido.
        Para que se ame uma cidade, é preciso que ela se amolde à imagem e semelhança dos seus munícipes,
possua a dimensão das criaturas humanas. Isso não quer dizer que as cidades devam ser pequenas; significa
apenas que, nas mudanças e transfigurações, elas crescerão pensando naqueles que as habitam e completam, e
as tornam vivas. Pois o homem é para a cidade como o sangue para o corpo – fora disso, dessa harmoniosa
circulação, há apenas cadáveres e ruínas.
       O habitante deve sentir-se livre e solidário, e não um guerreiro sozinho, um terrorista em silêncio. Deve encontrar na paisagem os motivos que o entranham à vida e ao tempo. E ele não quer a paisagem dos turistas, onde se consegue a beleza infensa dos postais monumentalizados; reclama somente os lugares que lhe estimulem a fome de viver, sonegando-o aos cansaços e desencantos. Em termos de subúrbio, ele aspira ao bar debaixo de árvores, com cervejinha gelada e tira-gosto, à praça com “playground” para crianças, à retreta coroada de valsas.
        Suprimidas as relações entre o habitante e seu panorama, tornada incomunicável a paisagem, indiferente a cidade à fome de simpatia que faz alguém preferir uma rua à outra, um bonde a um ônibus, nada há mais que fazer senão alimentar-se a criatura de nostalgia e guardar no fundo do coração a imagem da cidade comunicante, o reino da comunhão humana onde se poderia dizer “bom dia” com a convicção de quem sabe o que isso significa.
         E esse risco está correndo o Rio, cidade viva e cordial. Um carioca dos velhos tempos ia andando pela avenida, esbarrou num cidadão que vinha em sentido contrário e pediu desculpas. O outro, que estava transbordante de pressa, indignou-se:
       O senhor não tem o que fazer? Esbarra na gente e ainda se vira para pedir desculpas?
       Era a fábula da cidade correndo para a desumanização.

Ledo Ivo. Crônicas – Antologias Escolares Edijovem – organizada por Herbert Sale. Rio de Janeiro: EditoraTecnoprint SA, s/d.

Nos fragmentos destacados, há ironia em

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: D

     

    “... quando a aposentadoria, triunfante da morte, facultar dias inteiros numa casa de subúrbio, ...”

    Não tem como alguém MORRER e TRIUNFAR ao mesmo tempo.

    triunfar

    1.obter triunfo, vitória.

    "sofreram muito, mas triunfaram"

    2.levar vantagem; preponderar, prevalecer.

    ----------------------------------------------------------------

     

    morrer

    1.perder a vida; finar-se, falecer, expirar.☞ ver uso a seguir.

    "o poeta morreu depauperado"

    2.perder gradualmente a força, a intensidade; desaparecer, sumir.

    "o fogo/o sol morria lentamente"


ID
293740
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Os textos desta prova se referem a cenas e cenários cariocas.

Texto I

A Fábula da Cidade

      Uma casa é muito pouco para um homem; sua verdadeira casa é a cidade. E os homens não amam as cidades que os humilham e sufocam, mas aquelas que parecem amoldadas às suas necessidades e desejos, humanizadas e oferecidas – uma cidade deve ter a medida do homem.
     É possível que, pouco a pouco, os lugares cordiais da cidade estejam desaparecendo, desfigurados pelo progresso e pela técnica, tornados monstruosos pela conspiração dos elementos que obrigam as criaturas a viver como se estivessem lutando, jungidas a um certo número de rituais que as impedem de parar no meio de uma calçada para ver uma criança ou as levam a atravessar uma rua como se estivessem fugindo da morte.
      Em cidades assim, a criatura humana pouco ou nada vale, porque não existe entre ela e a paisagem a
harmonia necessária, que torna a vida uma coisa digna. E o habitante, escravizado pelo monstro, vai-se repetindo diariamente, correndo para as filas dos alimentos, dos transportes, do trabalho e das diversões, proibido de fazer
algo que lhe dê a certeza da própria existência.
       Não será excessivo dizer que o Rio está correndo o perigo de incluir-se no número das cidades desumanizadas, devoradas pela noção da pressa e do combate, sem rostos que se iluminem em sorrisos e lugares que convidem à permanência.
       Mal os seus habitantes podem tomar cafezinho e conversar sentados; já não se pode passear nem sorrir nem sonhar, e as pessoas andam como se isso fosse um castigo, uma escravidão que as leva a imaginar o refúgio das casas onde as tardes de sábado e os domingos as insulam, num temor de visitas que escamoteiam o descanso e a intimidade familiar. E há mesmo gente que transfere os sonhos para a velhice, quando a aposentadoria, triunfante da morte, facultar dias inteiros numa casa de subúrbio, criando canários, decifrando palavras cruzadas, sonhando para jogar no bicho, num mister que justifique a existência. E outras pessoas há que esperam o dia em que poderão fugir da cidade de arranha-céus inamistosos, de atmosferas sufocantes, de censuras e exigências, humilhações e ameaças, para regressar aos lugares de onde vieram, iludidas por esse mito mundial das grandes cidades. E ainda existem as que, durante anos e anos, compram terrenos a prestações ou juntam dinheiro à espera do dia em que se plantarão para sempre num lugar imaginário, sem base física, naquele sítio onde cada criatura é um Robinson atento às brisas e delícias de sua ilha, ou o síndico ciumento de um paraíso perdido.
        Para que se ame uma cidade, é preciso que ela se amolde à imagem e semelhança dos seus munícipes,
possua a dimensão das criaturas humanas. Isso não quer dizer que as cidades devam ser pequenas; significa
apenas que, nas mudanças e transfigurações, elas crescerão pensando naqueles que as habitam e completam, e
as tornam vivas. Pois o homem é para a cidade como o sangue para o corpo – fora disso, dessa harmoniosa
circulação, há apenas cadáveres e ruínas.
       O habitante deve sentir-se livre e solidário, e não um guerreiro sozinho, um terrorista em silêncio. Deve encontrar na paisagem os motivos que o entranham à vida e ao tempo. E ele não quer a paisagem dos turistas, onde se consegue a beleza infensa dos postais monumentalizados; reclama somente os lugares que lhe estimulem a fome de viver, sonegando-o aos cansaços e desencantos. Em termos de subúrbio, ele aspira ao bar debaixo de árvores, com cervejinha gelada e tira-gosto, à praça com “playground” para crianças, à retreta coroada de valsas.
        Suprimidas as relações entre o habitante e seu panorama, tornada incomunicável a paisagem, indiferente a cidade à fome de simpatia que faz alguém preferir uma rua à outra, um bonde a um ônibus, nada há mais que fazer senão alimentar-se a criatura de nostalgia e guardar no fundo do coração a imagem da cidade comunicante, o reino da comunhão humana onde se poderia dizer “bom dia” com a convicção de quem sabe o que isso significa.
         E esse risco está correndo o Rio, cidade viva e cordial. Um carioca dos velhos tempos ia andando pela avenida, esbarrou num cidadão que vinha em sentido contrário e pediu desculpas. O outro, que estava transbordante de pressa, indignou-se:
       O senhor não tem o que fazer? Esbarra na gente e ainda se vira para pedir desculpas?
       Era a fábula da cidade correndo para a desumanização.

Ledo Ivo. Crônicas – Antologias Escolares Edijovem – organizada por Herbert Sale. Rio de Janeiro: EditoraTecnoprint SA, s/d.

Analisando-se a estrutura textual, a identificação incoerente ocorre em

Alternativas
Comentários
    • a) Correta “... o Rio está correndo o perigo de incluir-se no número das cidades desumanizadas, ...” (§ 4º.) = hipótese   
    • Hipótese 
    • É suposição que se faz acerca de uma coisa possível ou não e de que se tira uma consequência: emitir uma hipótese arriscada.
    • Teoria provável, se bem que não demonstrada ainda.
    •  

    • b) Correta “Uma casa é muito pouco para um homem, sua verdadeira casa é a cidade.” (§ 1º.) = tópico frasal
    • Tópico frasal é a oração que introduz a idéia central a ser desenvolvida em um parágrafo.
    • c)Correta  “ uma cidade deve ter a medida do homem.” (§ 1º.) = tese
    • Uma tese  é  um texto que se caracteriza pela defesa de uma idéia, de um ponto de vista. Ou então pelo questionamento acerca de um determinado assunto. O autor do texto dissertativo trabalha com argumentos, com fatos, com dados, que utiliza para reforçar ou justificar o desenvolvimento de suas idéias
    • d) "O senhor não tem o que fazer? Esbarra na gente e ainda se vira para pedir desculpas?” (§ 10º.) = conclusão
    •  e)Correta  “ Deve encontrar na paisagem os motivos que o entranham à vida e ao tempo. E ele não quer a paisagem dos turistas, ...” (§ 7º.) = argumento
    • Significado de Argumento
    • Prova que serve para afirmar ou negar um fato: argumento válido.
    • Sumário de um livro, de uma peça de teatro etc.
    • Lógica Raciocínio pelo qual se tira uma consequência de uma ou várias proposições.
    • Lógica Argumento de uma função, elemento cujo valor é bastante para determinar o valor da função dada.

ID
293743
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Os textos desta prova se referem a cenas e cenários cariocas.

Texto I

A Fábula da Cidade

      Uma casa é muito pouco para um homem; sua verdadeira casa é a cidade. E os homens não amam as cidades que os humilham e sufocam, mas aquelas que parecem amoldadas às suas necessidades e desejos, humanizadas e oferecidas – uma cidade deve ter a medida do homem.
     É possível que, pouco a pouco, os lugares cordiais da cidade estejam desaparecendo, desfigurados pelo progresso e pela técnica, tornados monstruosos pela conspiração dos elementos que obrigam as criaturas a viver como se estivessem lutando, jungidas a um certo número de rituais que as impedem de parar no meio de uma calçada para ver uma criança ou as levam a atravessar uma rua como se estivessem fugindo da morte.
      Em cidades assim, a criatura humana pouco ou nada vale, porque não existe entre ela e a paisagem a
harmonia necessária, que torna a vida uma coisa digna. E o habitante, escravizado pelo monstro, vai-se repetindo diariamente, correndo para as filas dos alimentos, dos transportes, do trabalho e das diversões, proibido de fazer
algo que lhe dê a certeza da própria existência.
       Não será excessivo dizer que o Rio está correndo o perigo de incluir-se no número das cidades desumanizadas, devoradas pela noção da pressa e do combate, sem rostos que se iluminem em sorrisos e lugares que convidem à permanência.
       Mal os seus habitantes podem tomar cafezinho e conversar sentados; já não se pode passear nem sorrir nem sonhar, e as pessoas andam como se isso fosse um castigo, uma escravidão que as leva a imaginar o refúgio das casas onde as tardes de sábado e os domingos as insulam, num temor de visitas que escamoteiam o descanso e a intimidade familiar. E há mesmo gente que transfere os sonhos para a velhice, quando a aposentadoria, triunfante da morte, facultar dias inteiros numa casa de subúrbio, criando canários, decifrando palavras cruzadas, sonhando para jogar no bicho, num mister que justifique a existência. E outras pessoas há que esperam o dia em que poderão fugir da cidade de arranha-céus inamistosos, de atmosferas sufocantes, de censuras e exigências, humilhações e ameaças, para regressar aos lugares de onde vieram, iludidas por esse mito mundial das grandes cidades. E ainda existem as que, durante anos e anos, compram terrenos a prestações ou juntam dinheiro à espera do dia em que se plantarão para sempre num lugar imaginário, sem base física, naquele sítio onde cada criatura é um Robinson atento às brisas e delícias de sua ilha, ou o síndico ciumento de um paraíso perdido.
        Para que se ame uma cidade, é preciso que ela se amolde à imagem e semelhança dos seus munícipes,
possua a dimensão das criaturas humanas. Isso não quer dizer que as cidades devam ser pequenas; significa
apenas que, nas mudanças e transfigurações, elas crescerão pensando naqueles que as habitam e completam, e
as tornam vivas. Pois o homem é para a cidade como o sangue para o corpo – fora disso, dessa harmoniosa
circulação, há apenas cadáveres e ruínas.
       O habitante deve sentir-se livre e solidário, e não um guerreiro sozinho, um terrorista em silêncio. Deve encontrar na paisagem os motivos que o entranham à vida e ao tempo. E ele não quer a paisagem dos turistas, onde se consegue a beleza infensa dos postais monumentalizados; reclama somente os lugares que lhe estimulem a fome de viver, sonegando-o aos cansaços e desencantos. Em termos de subúrbio, ele aspira ao bar debaixo de árvores, com cervejinha gelada e tira-gosto, à praça com “playground” para crianças, à retreta coroada de valsas.
        Suprimidas as relações entre o habitante e seu panorama, tornada incomunicável a paisagem, indiferente a cidade à fome de simpatia que faz alguém preferir uma rua à outra, um bonde a um ônibus, nada há mais que fazer senão alimentar-se a criatura de nostalgia e guardar no fundo do coração a imagem da cidade comunicante, o reino da comunhão humana onde se poderia dizer “bom dia” com a convicção de quem sabe o que isso significa.
         E esse risco está correndo o Rio, cidade viva e cordial. Um carioca dos velhos tempos ia andando pela avenida, esbarrou num cidadão que vinha em sentido contrário e pediu desculpas. O outro, que estava transbordante de pressa, indignou-se:
       O senhor não tem o que fazer? Esbarra na gente e ainda se vira para pedir desculpas?
       Era a fábula da cidade correndo para a desumanização.

Ledo Ivo. Crônicas – Antologias Escolares Edijovem – organizada por Herbert Sale. Rio de Janeiro: EditoraTecnoprint SA, s/d.

Para o enunciador, uma conseqüência cruel da desumanização das cidades é

Alternativas

ID
293746
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto II

Tristeza de Cronista

A moça viera da cidade para os lados de Botafogo. No ônibus repleto, dois rapazes de pé conversavam, e sua conversa era ouvida por todos os passageiros. (Inconveniente dos hábitos atuais). Eram dois rapazes modernos, bem vestidos, bem nutridos. (Ah! Este excesso de vitaminas e de esportes!). Um não conhecia quase nada da cidade e outro servia-lhe de cicerone. Mostrava-lhe, pois, a avenida e os seus principais edifícios, a Cinelândia, o Obelisco, o Monumento dos Pracinhas, o Museu de Arte Moderna, o Aterro, o mar...
      O outro interessava-se logo pelas minúcias: qual o melhor cinema? Quantos pracinhas estão ali? que se pode ver no museu? Mas os ônibus andam tão depressa e caprichosamente que as perguntas e respostas se desencontravam. (Que fôlego humano pode competir com o de um ônibus?).
     Quanto ao Pão de Açúcar, o moço não manifestou grande surpresa: já o conhecia de cartões-postais;
apenas exprimiu o seu receio de vir o carrinho a enguiçar. Mas o outro combateu com energia tal receio, como se ele mesmo fosse o engenheiro da empresa ou, pelo menos, agente turístico.
     Assim chegaram a Botafogo, e a atenção de ambos voltou-se para o Corcovado, porque um dizia: “Quando você vir o Cristo mudar de posição, e ficar de lado e não de frente, como agora, deve tocar a campainha, porque é o lugar de saltar”. O companheiro prestou atenção.
     Mas, enquanto não saltava, o cicerone explicou ao companheiro: “Nesta rua há uma casa muito importante. É a casa de Rui Barbosa. Você já ouviu falar nele?” O outro respondeu que sim, porém sem grande convicção.
     Mais adiante, o outro insistiu: “É uma casa formidável. Imagine que tudo lá dentro está conforme ele
deixou!” O segundo aprovou, balançando a cabeça com muita seriedade e respeito. Mas o primeiro estava empolgado pelo assunto e tornou a perguntar: “Você sabe quem foi Rui Barbosa, não sabe?” O segundo atendeu ao interesse do amigo: “Foi um sambista, não foi?” O primeiro ficou um pouco sem jeito, principalmente porque uns dois passageiros levantaram a cabeça para aquela conversa. Diminuiu um pouco a voz: ”Sambista, não”. E tentou explicar. Mas as palavras não lhe ocorriam e ficou por aqui: “Foi... foi uma pessoa muito falada”. O outro não respondeu.
     E foi assim que o Cristo do Corcovado mudou de posição sem eles perceberem, e saltaram fora do ponto.
     Ora, a moça disse-me; “Você com isso pode fazer uma crônica”. Respondi-lhe: “A crônica já está feita por si mesma. É o retrato deste mundo confuso, destas cabeças desajustadas. Poderão elas ser consertadas? Haverá maneira de se pôr ordem nessa confusão? Há crônicas e crônicas mostrando o caos a que fomos lançados. Adianta alguma coisa escrever para os que não querem resolver?”
      A moça ficou triste e suspirou. (Ai, nós todos andamos tristes e suspirando!).

Meireles, Cecília. Escolha o seu sonho. São Paulo: Círculo do livro, s/d.


O texto “Tristeza de cronista” apresenta reiterado uso dos parênteses. Sua função discursiva é

Alternativas

ID
293749
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto II

Tristeza de Cronista

A moça viera da cidade para os lados de Botafogo. No ônibus repleto, dois rapazes de pé conversavam, e sua conversa era ouvida por todos os passageiros. (Inconveniente dos hábitos atuais). Eram dois rapazes modernos, bem vestidos, bem nutridos. (Ah! Este excesso de vitaminas e de esportes!). Um não conhecia quase nada da cidade e outro servia-lhe de cicerone. Mostrava-lhe, pois, a avenida e os seus principais edifícios, a Cinelândia, o Obelisco, o Monumento dos Pracinhas, o Museu de Arte Moderna, o Aterro, o mar...
      O outro interessava-se logo pelas minúcias: qual o melhor cinema? Quantos pracinhas estão ali? que se pode ver no museu? Mas os ônibus andam tão depressa e caprichosamente que as perguntas e respostas se desencontravam. (Que fôlego humano pode competir com o de um ônibus?).
     Quanto ao Pão de Açúcar, o moço não manifestou grande surpresa: já o conhecia de cartões-postais;
apenas exprimiu o seu receio de vir o carrinho a enguiçar. Mas o outro combateu com energia tal receio, como se ele mesmo fosse o engenheiro da empresa ou, pelo menos, agente turístico.
     Assim chegaram a Botafogo, e a atenção de ambos voltou-se para o Corcovado, porque um dizia: “Quando você vir o Cristo mudar de posição, e ficar de lado e não de frente, como agora, deve tocar a campainha, porque é o lugar de saltar”. O companheiro prestou atenção.
     Mas, enquanto não saltava, o cicerone explicou ao companheiro: “Nesta rua há uma casa muito importante. É a casa de Rui Barbosa. Você já ouviu falar nele?” O outro respondeu que sim, porém sem grande convicção.
     Mais adiante, o outro insistiu: “É uma casa formidável. Imagine que tudo lá dentro está conforme ele
deixou!” O segundo aprovou, balançando a cabeça com muita seriedade e respeito. Mas o primeiro estava empolgado pelo assunto e tornou a perguntar: “Você sabe quem foi Rui Barbosa, não sabe?” O segundo atendeu ao interesse do amigo: “Foi um sambista, não foi?” O primeiro ficou um pouco sem jeito, principalmente porque uns dois passageiros levantaram a cabeça para aquela conversa. Diminuiu um pouco a voz: ”Sambista, não”. E tentou explicar. Mas as palavras não lhe ocorriam e ficou por aqui: “Foi... foi uma pessoa muito falada”. O outro não respondeu.
     E foi assim que o Cristo do Corcovado mudou de posição sem eles perceberem, e saltaram fora do ponto.
     Ora, a moça disse-me; “Você com isso pode fazer uma crônica”. Respondi-lhe: “A crônica já está feita por si mesma. É o retrato deste mundo confuso, destas cabeças desajustadas. Poderão elas ser consertadas? Haverá maneira de se pôr ordem nessa confusão? Há crônicas e crônicas mostrando o caos a que fomos lançados. Adianta alguma coisa escrever para os que não querem resolver?”
      A moça ficou triste e suspirou. (Ai, nós todos andamos tristes e suspirando!).

Meireles, Cecília. Escolha o seu sonho. São Paulo: Círculo do livro, s/d.


O tema da crônica se refere à

Alternativas

ID
293761
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto II

Tristeza de Cronista

A moça viera da cidade para os lados de Botafogo. No ônibus repleto, dois rapazes de pé conversavam, e sua conversa era ouvida por todos os passageiros. (Inconveniente dos hábitos atuais). Eram dois rapazes modernos, bem vestidos, bem nutridos. (Ah! Este excesso de vitaminas e de esportes!). Um não conhecia quase nada da cidade e outro servia-lhe de cicerone. Mostrava-lhe, pois, a avenida e os seus principais edifícios, a Cinelândia, o Obelisco, o Monumento dos Pracinhas, o Museu de Arte Moderna, o Aterro, o mar...
      O outro interessava-se logo pelas minúcias: qual o melhor cinema? Quantos pracinhas estão ali? que se pode ver no museu? Mas os ônibus andam tão depressa e caprichosamente que as perguntas e respostas se desencontravam. (Que fôlego humano pode competir com o de um ônibus?).
     Quanto ao Pão de Açúcar, o moço não manifestou grande surpresa: já o conhecia de cartões-postais;
apenas exprimiu o seu receio de vir o carrinho a enguiçar. Mas o outro combateu com energia tal receio, como se ele mesmo fosse o engenheiro da empresa ou, pelo menos, agente turístico.
     Assim chegaram a Botafogo, e a atenção de ambos voltou-se para o Corcovado, porque um dizia: “Quando você vir o Cristo mudar de posição, e ficar de lado e não de frente, como agora, deve tocar a campainha, porque é o lugar de saltar”. O companheiro prestou atenção.
     Mas, enquanto não saltava, o cicerone explicou ao companheiro: “Nesta rua há uma casa muito importante. É a casa de Rui Barbosa. Você já ouviu falar nele?” O outro respondeu que sim, porém sem grande convicção.
     Mais adiante, o outro insistiu: “É uma casa formidável. Imagine que tudo lá dentro está conforme ele
deixou!” O segundo aprovou, balançando a cabeça com muita seriedade e respeito. Mas o primeiro estava empolgado pelo assunto e tornou a perguntar: “Você sabe quem foi Rui Barbosa, não sabe?” O segundo atendeu ao interesse do amigo: “Foi um sambista, não foi?” O primeiro ficou um pouco sem jeito, principalmente porque uns dois passageiros levantaram a cabeça para aquela conversa. Diminuiu um pouco a voz: ”Sambista, não”. E tentou explicar. Mas as palavras não lhe ocorriam e ficou por aqui: “Foi... foi uma pessoa muito falada”. O outro não respondeu.
     E foi assim que o Cristo do Corcovado mudou de posição sem eles perceberem, e saltaram fora do ponto.
     Ora, a moça disse-me; “Você com isso pode fazer uma crônica”. Respondi-lhe: “A crônica já está feita por si mesma. É o retrato deste mundo confuso, destas cabeças desajustadas. Poderão elas ser consertadas? Haverá maneira de se pôr ordem nessa confusão? Há crônicas e crônicas mostrando o caos a que fomos lançados. Adianta alguma coisa escrever para os que não querem resolver?”
      A moça ficou triste e suspirou. (Ai, nós todos andamos tristes e suspirando!).

Meireles, Cecília. Escolha o seu sonho. São Paulo: Círculo do livro, s/d.


Das estruturas destacadas, a que apresenta ambigüidade é

Alternativas
Comentários
  • Ambiguidade é a possibilidade de uma mensagem ter dois sentidos. Ela geralmente é provocada pela má organização das palavras na frase. A ambiguidade é um caso especial de polissemia, a possibilidade de uma palavra apresentar vários sentidos em um contexto.

    Ex:

    "Onde está a vaca da sua avó?" (Que vaca? A avó ou a vaca criada pela avó?)
    "Onde está a cachorra da sua mãe?" (Que cachorra? A mãe ou a cadela criada pela mãe?)
    "Este líder dirigiu bem sua nação"("Sua"? Nação da 2ª ou 3ª pessoa (o líder)?).
    Obs 1: O pronome possessivo "seu(ua)(s)" gera muita confusão por ser geralmente associado ao receptor da mensagem.

    Obs 2: A preposição "como" também gera confusão com o verbo "comer" na 1ª pessoa do singular.

    A ambiguidade normalmente é indesejável na comunicação unidirecional, em particular na escrita, pois nem sempre é possível contactar o emissor da mensagem para questioná-lo sobre sua intenção comunicativa original e assim obter a interpretação correta da mensagem
    fonte: wikipedia

  • Ótimo comentário do amigo acima. No entanto, errei a questão por marcar a letra c).


    “Quando você vir o Cristo mudar de posição, e ficar de lado e não de frente, ...” (§ 4º.)     


    Pensei da seguinte forma: Quem ficar de lado e não de frente? Você ou o Cristo? 


    Não entendi muito do porquê da letra e) ser a correta. Se alguém tiver noção, seria ótimo postar aqui.






  • O termo:... muito falada... possui dois sentidos.
    Um sentido positivo: No qual Rui Barbosa seria uma pessoa muito conhecida e falada por muitas pessoas.
    Um sentido negativo: No qual Rui Barbosa seria uma pessoa negativamente falada... ou seja, mal falada.

    Foi o que entendi!
  • Ambiguidade é com relação a duplicidade no sentido da frase e não com relação ao sentido da palavra.

    Concordo que a palavra "falada" tem mais de um sentido, porem não é o que a questão quer. (Por sinal acabei de cometer uma COLISÃO).

    Marcaria a "c" sem medo de ser feliz na mesma linha de raciocínio do José Silva.


  • Impressionante como as bancas de concurso conseguem pegar um assunto importante dos estudos da linguagem e transformá-lo em um saco de gatos. Tudo por conta da preguiça. Você passa anos estudando Bakhtin, Peirce, etc...

    E os caras reduzem a isso. Não estou pedindo uma análise de poema ou de uma passagem importante de um romance, porque aí seria demais, mas, pelo amor de DEUUUSSSS, trabalhem com um texto completo, que de fato explore o fenômeno da ambiguidade. Isso não é ambiguidade, é pegadinha, e vc não mede nada com isso, nenhum tipo de capacidade. Se eu colocar meus alunos do 6 ano para formarem questões de concursos, eles fazem umas trinta dessas em uma tarde, talvez mais, e os caras são pagos para isso. Vão tomar vergonha. Se for para fazer pegadinha, pelo menos tome o cuidado de não jogar para frente uma questão com duas respostas certas, pelo amor de Deus... Precisamos de uma lei urgentemente para regular as provas de concurso... Assim não dá mais... Políticos incompetentes, bancas gananciosas... Temos de mudar isso.

  • QUESTÃO SEM GABARITO

    A ambiguidade a que o gab (E) supostamente se refere é a ambiguidade entre falada como particípio presente e como particípio depoente. No primeiro sentido, falam muito sobre a pessoa; no segundo, a pessoa é que fala muito (pesquise sobre particípio depoente). No entanto, o texto em análise impossibilita a segunda interpretação; logo não há gabarito.


ID
293782
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Direito Administrativo
Assuntos

O vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado em lei não podendo ser inferior, segundo a lei 8.112/90,

Alternativas
Comentários
  • Alternativa correta "a" .Artigo 40 caput e artigo 41§ 5º da lei 8.112 de 1990.

    Artigo 40 . Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado em lei.

    Artigo 41 - Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido de vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei.§ 5º. Nenhum servidor receberá remuneração
    inferior ao salário mínimo.

     
  • Para mim essa questão cabe recurso, visto que vencimento não é sinônimo de remuneração, conforme define a Lei 8112 - Art. 41.  Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei.

  • Caros colegas,

    A questão deveria ser anulada tendo em vista que Vencimento e remuneração não são considerados sinônimos. O que não pode ser inferior ao salário mínino é a remuneração = Vencimento acrescido das vantagens + adicionais + gratificações...

    Abraços e Bons Estudos
  • Caros colegas VPNI e Rafael, o entendimento de vocês é pertinente, uma vez que remuneração e vencimento são institutos distintos. No caso apontei o artigo 40/ 41 § 5º, pois estes são os  artigos atuais da lei que fazem referência à resposta.

    Analisando a situação sobre a anulação da questão

    A questão supra foi aplicada no dia 1º de junho de 2008, época em que vigorava o parágrafo único do artigo 40 da lei 8112/90 = Nenhum servidor receberá, a título de vencimento, importância inferior ao salário-mínimo., Ocorre que este dispositivo foi revogado pela lei 11.784 de 22 de setembro de 2008 que acrescentou ainda o § 5º, que apontou a remuneração com não podendo ser inferior ao mínimo, seguindo a tendência das jurisprudências do STF. Corrobora isso os julgados; 

    * RE-AgR 369.010/SP, relator Ministro Joaquim Barbosa, P. D.J 16/06/06 "... O plenário desta corte... firmou o entendimento de que o artigo 7º, IV, combinado com o artigo 39§2º, ambos da Constituição, refere-se à remuneração total recebida pelo servidor em atividade e não apenas ao vencimento base...".

    * "... É da jurisprudência do STF que a remuneração total do servidor é que não pode ser inferior ao salário mínimo (CF, art. 7º, IV). Ainda que os vencimentos sejam inferiores ao mínimo, se tal montante é acrescido de abono para atingir tal limite, não há falar em violação dos arts. 7º, IV, e 39, § 3º, da Constituição...." (RE 439.360-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 9-8-2005, Primeira Turma, DJ de 2-9-2005.

    Assim, apesar da banca apontar a justificativa da assertiva "a" no parágrafo único do artigo 40, TAMBÉM ENTENDO QUE MESMO ANTES DA ALTERAÇÃO FORMAL , ESTE ARTIGO NÃO DEVERIA SER APLICADO, levando-se em conta jurisprudência do STF, anterior a lei revogadora 11.784, no sentido do mínimo ser referente a remuneração.
  • A questão não tem resposta. Deverá ser anulada.

ID
293785
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Direito Administrativo
Assuntos

Segundo a lei 8.112/90, o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes, denomina-se

Alternativas
Comentários
  •  Questão correta " e". Artigo 41 da lei 8112/ 90.

     Art. 41 .Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei.

    •  a) salário --> seria a contraprestação pecuniária recebida pelo trabalhador em decorrência de sua atividade laboral (prestação laborativa).
    •  b) subsídio --> Recebido por membros de poder (Deputados, Ministros..), pago em parcela única, sem nenhum tipo de gratificação e vantagem pecuniária, salvo indenizações.
    •  c) proventos --> designação técnica dos valores pecuniários devidos aos inativos
    •  d) ajuda de custo --> visa compensar despesas do servidor com a mudança de domicílio em caráter permanente (caso de remoção obrigatória).
    •  e) remuneração --> vencimento do cargo efetivo acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei.
  •  

    REMUNERAÇÃO:   CARGO EFETIVO

     Art. 41 Lei 8.112 .Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei.

    SUBSÍDIO:       AGENTE POLÍTICO – Art. 39   CRFB

    § 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

  • Remuneração = Vencimentos + Vantagens

  • GABARITO: LETRA E

    Do Vencimento e da Remuneração

    Art. 41.  Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei.

    FONTE: LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990.

  • Questão deve ser respondida à luz da Lei nº 8112/90.

    A solução objetiva desta questão encontra-se no art. 41º da Lei nº 8.112/90, a seguir reproduzido, verbis:

    Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei.

    >>> Nos termos do art. 41 da Lei 8.112/1990, remuneração é o “vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei”. O vencimento, por seu turno, é definido pelo art. 40 da lei como a “retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado em lei”.

    GABARITO DA QUESTÃO: E.

    Fonte: Lei 8.112/1990.

    Não esqueça:

    >> Remoção >>>>> deslocamento do servidor (art. 36).

    >> Redistribuição >>> deslocamento de cargo (art. 37). 

    >> Recondução >>>>retorno ao cargo anteriormente ocupado (art. 29).

    >> Servidor efetivo escolhido para exercer função de confiança não é “nomeado” e sim “designado”.

    >> Ascensão, acesso e a transferência: formas de provimento declaradas inconstitucionais pelo STF (SV 43) e revogadas pela Lei nº 9.527/97.

  • r = v + v

    remuneração = vencimento + vantagens


ID
293788
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Direito Administrativo
Assuntos

O servidor público estável, segundo a Lei 8.112/90, poderá

Alternativas
Comentários
  • Questão correta " b". Artigo 22 da lei 8.112/90


    Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar no qual lhe seja assegura ampla defesa.

    Lembrando que a lei 8.112 aponta duas possibilidades : sentença judicial transitada em julgado / processo administrativo disciplinar . No entanto, não se pode esquecer do que prescreve a constituição federal no artigo 41,§1º, III  que aponta a possibilidade de perda mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho.


    Art. 41 da Constituição federal. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. 

     

    § 1º O servidor público estável só perderá o cargo

     

    I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado

    II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; 

    III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.

  • Alternativa correta (C)

    Vou apenas fazer um comentário em observância da abrangência do termo Processo administrativo. Para uma melhor formulação da alternativa (C) teria que especificar como "Processo Administrativo Disciplinar". Óbvio que pelo contexto dá para saber que é um P.A.D., até mesmo porque o enunciado diz para ter como base a lei 8.112... Só que as bancas são sacanas, e já errei questões por omissões de alguns termos - não o caso desta - não sei se vocês ficam com o pé atrás para marcar certas questões quando pensamos na banca que está realizando o certame.

    (...)

    UNIRIO

    (...)

    Bons estudos! Deus abençoe a todos! 
  • GABARITO: LETRA C

    Art. 22.  O servidor estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa.

    FONTE:  LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990.  

  • A) ERRADA.. Não é "SOMENTE", existem outras possibilidades (Art. 132 lei 8.112/90)

    B) CORRETA.. CF/88, Art. 41parágrafo 1°, inciso II.

    C) ERRADA... ver o rol do Art.132 lei 8.112/90

    D) ERRADA....(Art.147 lei 8.112/90) afastamento preventivo não é por decisão judicial.


ID
293791
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Direito Administrativo
Assuntos

Segundo a lei 8112/90, a Administração apura infrações e aplica penalidades aos servidores públicos através do poder

Alternativas
Comentários
  • Maria Sylvia Zanella Di Pietro aponta que o PODER DISCIPLINAR " é o que cabe à Administração Pública para apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores públicos e demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa... Não abrange as sanções impostas a particulares não sujeitos à disciplina interna da Administração, porque, nesse caso, as medidas punitivas encontram seu fundamento no poder de polícia do Estado. " 

    Neste poder administrativo a Administração Pública não tem liberdade de escolha de punir ou não o servidor, devendo obrigatoriamente ao ter conhecimento da prática de falta do servidor instaurar o procedimento disciplinar adequado.
  • Gabarito C

    Poder Disciplinar - é aquele pelo qual a Administração Pública pode, ou melhor, DEVE apurar as infrações e, conforme o caso, aplicar devidas punições a seus servidores públicos e demais pessoas sujeitas à disciplina interna da Administração.


    O poder de punir, para a Administração, é um poder-dever, o que significa dizer que a abertura de processo disciplinar, quando da ciência de alguma irregularidade praticada por agente público, é obrigatória, sob pena de crime de condescendência criminosa daquele que se OMITIU, conforme dispõe o Art. 143 da lei nº 8.112/90.

    "Art. 143.  A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa."


    X

    Poder Hierárquico - serve como fundamento para que os órgãos e agentes atuem em relação a seus subordinados, conforme a escala hierárquica. É necessário ressaltar que a hierarquia não é atributo exclusivo do Poder Executivo , mas sim da Administração Pública.

    O poder de avocar competência, que significa trazer para si atribuição de órgão hierarquicamente inferior, desde que, da mesma forma, não seja competência exclusiva deste. A avocação, ao contrário  da delegação , deve ser encarada como exceção, por desprestigiar o agente subordinado.
  • Apenas para complementar, com noções gerais de direito administrativo, é importante saber que o poder disciplinar só é exercido em face de quem tenha vínculo jurídico especial com a administração, como os seus servidores, ou particulares que contratem com a administração pública.

    A FCC já entendeu (em 2012) que o poder disciplinar é exercido pela administração pública, em punições a alunos de escolas públicas (cf. Questão Q21303).


     


  • PODER HIERÁRQUICO


        É aquele pelo qual a Administração distribui e escalona as funções de seus órgãos, ordena e rever a atuação de seus agentes, estabelece a relação de subordinação entre os servidores públicos de seu quadro de pessoal. No seu exercício dão-se ordens, fiscaliza-se, delega-se e avoca-se.   


    PODER DE POLÍCIA


        “Considera-se poder de polícia a atividade da administração pública que, limitando o disciplinando direito, interesse  ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público...” (Código Tributário Nacional, art. 78, primeira parte)”

       

        Em resumo : através do qual a Administração Pública tem a faculdade de condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício do interesse público. 


    Extensão  do Poder de Polícia - A extensão é bastante ampla, porque o interesse público é amplo. Segundo o CTN “Interesse público é aquele concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, `a tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais” (Código Tributário Nacional, art. 78 segunda parte). 


    LIMITES  DO PODER DE POLÍCIA


    Necessidade – a medida de polícia só deve ser adotada para evitar ameaças reais   ou prováveis de perturbações ao interesse público;


    Proporcionalidade/razoabilidade  – é a relação entre a limitação ao direito individual e o prejuízo a  ser evitado;


    Eficácia – a medida deve ser adequada para impedir o dano a interesse público. Para ser eficaz a Administração não precisa recorrer ao Poder Judiciário para executar as sua decisões, é o que se  chama de auto-executoriedade.


    PODER DISCIPLINAR


        Ë aquele através do qual a lei permite a Administração Pública aplicar penalidades às infrações funcionais de seus servidores e demais pessoas  ligadas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração. A aplicação da punição por parte do superior hierárquico é um poder-dever, se não o fizer incorrerá em crime contra Administração Pública (Código Penal, art. 320). 


    Ex : Aplicação de pena de suspensão ao  servidor público.


        Poder disciplinar não se confunde com Poder Hierárquico. No Poder hierárquico a administração pública distribui e escalona as funções de seus órgãos e de seus servidores. No Poder disciplinar ela responsabiliza os seus servidores pelas faltas cometidas.

    Tutela pode ser definida como um encargo ou autoridade que se confere a alguém, por lei ou por testamento, para administrar os bens e dirigir e proteger a pessoa de um menor que se acha fora do poder familiar, bem como para representá-lo ou assistir-lhe nos atos da vida civil; defesa, amparo, proteção; tutoria; dependência ou sujeição vexatória.

  • art. 127, l.8112/90: são penalidades disciplinares...

  • GABARITO: LETRA C

    O poder disciplinar consiste na possibilidade de a Administração aplicar punições aos agentes públicos que cometam infrações funcionais.

    Assim, trata-se de poder interno, não permanente e discricionário. Interno porque somente pode ser exercido sobre agentes públicos, nunca em relação a particulares, exceto quando estes forem contratados da Administração. É não permanente na medida em que é aplicável apenas se e quando o servidor cometer falta funcional. É discricionário porque a Administração pode escolher, com alguma margem de liberdade, qual a punição mais apropriada a ser aplicada ao agente público.

    FONTE:  Manual de Direito Administrativo (2019) - Alexandre Mazza.  

  • Questão versa sobre os poderes da Administração.

    Alternativa A incorreta, tendo em vista que o Poder Hierárquico é o poder de que dispõe a Administração Pública para distribuir e escalonar as funções dos seus órgãos, ordenar e rever a atuação dos seus agentes, estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do seu quadro de pessoal.

    Alternativa B incorreta, tendo em vista que o Poder de Polícia, em conformidade com José Cretella Jr., é “o conjunto de poderes coercitivos exercidos in concreto pelo Estado sobre as atividades dos administrados, através de medidas impostas a essas atividades”.

    Alternativa C correta, tendo em vista que o Poder Disciplinar é "a faculdade de punir internamente as infrações funcionais dos servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração" (Hely Lopes Meirelles, in Direito Administrativo Brasileiro. 25a edição. Malheiros, 2000, p. 115). Exemplo: a suspensão de servidor público como punição pela prática de falta funcional.

    Alternativa D incorreta, não guarda relação com o enunciado.

    Alternativa E: errada, não se amolda ao enunciado. O poder de autotutela subjaz na Súmula STF 473: A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

    GABARITO DA QUESTÃO: C.


ID
293794
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Direito Administrativo
Assuntos

Quanto à abrangência da Lei 8112, de 11 de dezembro de 1990, é correto afirmar que estatui o Regime Jurídico dos servidores públicos

Alternativas
Comentários
  • L8112 - art. 1 - questão cópia da lei.
  • Colegas, como faço para encontrar neste site questões sobre a lei 8112? Por exemplo: se quero responder a questões de Português, digito português, deixo selecionado questões e mando pesquisar. Mas com essa lei já tentei Estatudo do Servidor, Lei 8112 e etc e nada de encontrar as questões separadamente. Se alguém souber como faço, por favor me dê uma luz. Grato.
  • Título I. Capítulo Único. Das Disposições Preliminares.
    Art. 1o  Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações públicas federais.

  • Art. 1o  Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações públicas federais. 
    Letra "E"
  • Malcoln, basta digitar 8.112 (com ponto) na busca. Espero ter ajudado!
  • Lei 8112/90, Art. 1º: "Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações públicas federais".

    Assim sendo, a resposta correta para a questão será a letra E.

  • Letra E. É o artigo 1 da Lei 8.112/1990.

  • Artigo 1° da Lei 8.112/90 - Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias, INCLUSIVE as em regime especial, e das fundações públicas federais.

  • institui****

  • Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais.


ID
293935
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto II

Tristeza de Cronista

A moça viera da cidade para os lados de Botafogo. No ônibus repleto, dois rapazes de pé conversavam, e sua conversa era ouvida por todos os passageiros. (Inconveniente dos hábitos atuais). Eram dois rapazes modernos, bem vestidos, bem nutridos. (Ah! Este excesso de vitaminas e de esportes!). Um não conhecia quase nada da cidade e outro servia-lhe de cicerone. Mostrava-lhe, pois, a avenida e os seus principais edifícios, a Cinelândia, o Obelisco, o Monumento dos Pracinhas, o Museu de Arte Moderna, o Aterro, o mar...
      O outro interessava-se logo pelas minúcias: qual o melhor cinema? Quantos pracinhas estão ali? que se pode ver no museu? Mas os ônibus andam tão depressa e caprichosamente que as perguntas e respostas se desencontravam. (Que fôlego humano pode competir com o de um ônibus?).
     Quanto ao Pão de Açúcar, o moço não manifestou grande surpresa: já o conhecia de cartões-postais;
apenas exprimiu o seu receio de vir o carrinho a enguiçar. Mas o outro combateu com energia tal receio, como se ele mesmo fosse o engenheiro da empresa ou, pelo menos, agente turístico.
     Assim chegaram a Botafogo, e a atenção de ambos voltou-se para o Corcovado, porque um dizia: “Quando você vir o Cristo mudar de posição, e ficar de lado e não de frente, como agora, deve tocar a campainha, porque é o lugar de saltar”. O companheiro prestou atenção.
     Mas, enquanto não saltava, o cicerone explicou ao companheiro: “Nesta rua há uma casa muito importante. É a casa de Rui Barbosa. Você já ouviu falar nele?” O outro respondeu que sim, porém sem grande convicção.
     Mais adiante, o outro insistiu: “É uma casa formidável. Imagine que tudo lá dentro está conforme ele
deixou!” O segundo aprovou, balançando a cabeça com muita seriedade e respeito. Mas o primeiro estava empolgado pelo assunto e tornou a perguntar: “Você sabe quem foi Rui Barbosa, não sabe?” O segundo atendeu ao interesse do amigo: “Foi um sambista, não foi?” O primeiro ficou um pouco sem jeito, principalmente porque uns dois passageiros levantaram a cabeça para aquela conversa. Diminuiu um pouco a voz: ”Sambista, não”. E tentou explicar. Mas as palavras não lhe ocorriam e ficou por aqui: “Foi... foi uma pessoa muito falada”. O outro não respondeu.
     E foi assim que o Cristo do Corcovado mudou de posição sem eles perceberem, e saltaram fora do ponto.
     Ora, a moça disse-me; “Você com isso pode fazer uma crônica”. Respondi-lhe: “A crônica já está feita por si mesma. É o retrato deste mundo confuso, destas cabeças desajustadas. Poderão elas ser consertadas? Haverá maneira de se pôr ordem nessa confusão? Há crônicas e crônicas mostrando o caos a que fomos lançados. Adianta alguma coisa escrever para os que não querem resolver?”
      A moça ficou triste e suspirou. (Ai, nós todos andamos tristes e suspirando!).

Meireles, Cecília. Escolha o seu sonho. São Paulo: Círculo do livro, s/d.


Ocorre a relação lógica de conseqüência na palavra selecionada em

Alternativas
Comentários
  • Podemos responder essa questão observando a conjunção subordinada consecutiva (grifada na frase) ou analisando o sentido da frase.


    os ônibus andam tão depressa e caprichosamente - Fato motivador (causa)

    que as perguntas e respostas se desencontravam. - Fato motivado (consequência)
  • a) Que= conjunção integrante.  "Imagine Isto"

    b) Que = pronome indefinido interrogativo

    c) Gabarito da questão. Aqui tem relação de causa  e consequência. "QUE" = Conjunção subordinativa adverbial consecutiva 

    d) Que = pronome indefinito interrogativo

    e) Que=  pronome relativo


ID
293938
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto II

Tristeza de Cronista

A moça viera da cidade para os lados de Botafogo. No ônibus repleto, dois rapazes de pé conversavam, e sua conversa era ouvida por todos os passageiros. (Inconveniente dos hábitos atuais). Eram dois rapazes modernos, bem vestidos, bem nutridos. (Ah! Este excesso de vitaminas e de esportes!). Um não conhecia quase nada da cidade e outro servia-lhe de cicerone. Mostrava-lhe, pois, a avenida e os seus principais edifícios, a Cinelândia, o Obelisco, o Monumento dos Pracinhas, o Museu de Arte Moderna, o Aterro, o mar...
      O outro interessava-se logo pelas minúcias: qual o melhor cinema? Quantos pracinhas estão ali? que se pode ver no museu? Mas os ônibus andam tão depressa e caprichosamente que as perguntas e respostas se desencontravam. (Que fôlego humano pode competir com o de um ônibus?).
     Quanto ao Pão de Açúcar, o moço não manifestou grande surpresa: já o conhecia de cartões-postais;
apenas exprimiu o seu receio de vir o carrinho a enguiçar. Mas o outro combateu com energia tal receio, como se ele mesmo fosse o engenheiro da empresa ou, pelo menos, agente turístico.
     Assim chegaram a Botafogo, e a atenção de ambos voltou-se para o Corcovado, porque um dizia: “Quando você vir o Cristo mudar de posição, e ficar de lado e não de frente, como agora, deve tocar a campainha, porque é o lugar de saltar”. O companheiro prestou atenção.
     Mas, enquanto não saltava, o cicerone explicou ao companheiro: “Nesta rua há uma casa muito importante. É a casa de Rui Barbosa. Você já ouviu falar nele?” O outro respondeu que sim, porém sem grande convicção.
     Mais adiante, o outro insistiu: “É uma casa formidável. Imagine que tudo lá dentro está conforme ele
deixou!” O segundo aprovou, balançando a cabeça com muita seriedade e respeito. Mas o primeiro estava empolgado pelo assunto e tornou a perguntar: “Você sabe quem foi Rui Barbosa, não sabe?” O segundo atendeu ao interesse do amigo: “Foi um sambista, não foi?” O primeiro ficou um pouco sem jeito, principalmente porque uns dois passageiros levantaram a cabeça para aquela conversa. Diminuiu um pouco a voz: ”Sambista, não”. E tentou explicar. Mas as palavras não lhe ocorriam e ficou por aqui: “Foi... foi uma pessoa muito falada”. O outro não respondeu.
     E foi assim que o Cristo do Corcovado mudou de posição sem eles perceberem, e saltaram fora do ponto.
     Ora, a moça disse-me; “Você com isso pode fazer uma crônica”. Respondi-lhe: “A crônica já está feita por si mesma. É o retrato deste mundo confuso, destas cabeças desajustadas. Poderão elas ser consertadas? Haverá maneira de se pôr ordem nessa confusão? Há crônicas e crônicas mostrando o caos a que fomos lançados. Adianta alguma coisa escrever para os que não querem resolver?”
      A moça ficou triste e suspirou. (Ai, nós todos andamos tristes e suspirando!).

Meireles, Cecília. Escolha o seu sonho. São Paulo: Círculo do livro, s/d.


O emprego da palavra sublinhada em “... principalmente porque uns dois passageiros levantaram a cabeça ...” (§ 6º.) tem como objetivo indicar o sentido de

Alternativas
Comentários
  • Significado de Estimativa

    s.f. Cálculo aproximado, avaliação; conjectura.

    Não seria atenção ou espanto
    Alguém pode ajudar???


ID
294283
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto II

Tristeza de Cronista

A moça viera da cidade para os lados de Botafogo. No ônibus repleto, dois rapazes de pé conversavam, e sua conversa era ouvida por todos os passageiros. (Inconveniente dos hábitos atuais). Eram dois rapazes modernos, bem vestidos, bem nutridos. (Ah! Este excesso de vitaminas e de esportes!). Um não conhecia quase nada da cidade e outro servia-lhe de cicerone. Mostrava-lhe, pois, a avenida e os seus principais edifícios, a Cinelândia, o Obelisco, o Monumento dos Pracinhas, o Museu de Arte Moderna, o Aterro, o mar...
      O outro interessava-se logo pelas minúcias: qual o melhor cinema? Quantos pracinhas estão ali? que se pode ver no museu? Mas os ônibus andam tão depressa e caprichosamente que as perguntas e respostas se desencontravam. (Que fôlego humano pode competir com o de um ônibus?).
     Quanto ao Pão de Açúcar, o moço não manifestou grande surpresa: já o conhecia de cartões-postais;
apenas exprimiu o seu receio de vir o carrinho a enguiçar. Mas o outro combateu com energia tal receio, como se ele mesmo fosse o engenheiro da empresa ou, pelo menos, agente turístico.
     Assim chegaram a Botafogo, e a atenção de ambos voltou-se para o Corcovado, porque um dizia: “Quando você vir o Cristo mudar de posição, e ficar de lado e não de frente, como agora, deve tocar a campainha, porque é o lugar de saltar”. O companheiro prestou atenção.
     Mas, enquanto não saltava, o cicerone explicou ao companheiro: “Nesta rua há uma casa muito importante. É a casa de Rui Barbosa. Você já ouviu falar nele?” O outro respondeu que sim, porém sem grande convicção.
     Mais adiante, o outro insistiu: “É uma casa formidável. Imagine que tudo lá dentro está conforme ele
deixou!” O segundo aprovou, balançando a cabeça com muita seriedade e respeito. Mas o primeiro estava empolgado pelo assunto e tornou a perguntar: “Você sabe quem foi Rui Barbosa, não sabe?” O segundo atendeu ao interesse do amigo: “Foi um sambista, não foi?” O primeiro ficou um pouco sem jeito, principalmente porque uns dois passageiros levantaram a cabeça para aquela conversa. Diminuiu um pouco a voz: ”Sambista, não”. E tentou explicar. Mas as palavras não lhe ocorriam e ficou por aqui: “Foi... foi uma pessoa muito falada”. O outro não respondeu.
     E foi assim que o Cristo do Corcovado mudou de posição sem eles perceberem, e saltaram fora do ponto.
     Ora, a moça disse-me; “Você com isso pode fazer uma crônica”. Respondi-lhe: “A crônica já está feita por si mesma. É o retrato deste mundo confuso, destas cabeças desajustadas. Poderão elas ser consertadas? Haverá maneira de se pôr ordem nessa confusão? Há crônicas e crônicas mostrando o caos a que fomos lançados. Adianta alguma coisa escrever para os que não querem resolver?”
      A moça ficou triste e suspirou. (Ai, nós todos andamos tristes e suspirando!).

Meireles, Cecília. Escolha o seu sonho. São Paulo: Círculo do livro, s/d.


Analise o uso do sinal de pontuação dois-pontos nos fragmentos abaixo:

I) “O outro interessava-se logo pelas minúcias: ...” (§ 2º.)

II) “... o moço não manifestou grande surpresa: já o conhecia de cartões postais; ...” (§ 3º.)

III) “... e tornou a perguntar: “Você sabe quem foi Rui Barbosa, não sabe?” (§ 6º.)

Os dois-pontos registram, respectivamente, ocorrência das seguintes estruturas lingüísticas:

Alternativas

ID
294286
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto II

Tristeza de Cronista

A moça viera da cidade para os lados de Botafogo. No ônibus repleto, dois rapazes de pé conversavam, e sua conversa era ouvida por todos os passageiros. (Inconveniente dos hábitos atuais). Eram dois rapazes modernos, bem vestidos, bem nutridos. (Ah! Este excesso de vitaminas e de esportes!). Um não conhecia quase nada da cidade e outro servia-lhe de cicerone. Mostrava-lhe, pois, a avenida e os seus principais edifícios, a Cinelândia, o Obelisco, o Monumento dos Pracinhas, o Museu de Arte Moderna, o Aterro, o mar...
      O outro interessava-se logo pelas minúcias: qual o melhor cinema? Quantos pracinhas estão ali? que se pode ver no museu? Mas os ônibus andam tão depressa e caprichosamente que as perguntas e respostas se desencontravam. (Que fôlego humano pode competir com o de um ônibus?).
     Quanto ao Pão de Açúcar, o moço não manifestou grande surpresa: já o conhecia de cartões-postais;
apenas exprimiu o seu receio de vir o carrinho a enguiçar. Mas o outro combateu com energia tal receio, como se ele mesmo fosse o engenheiro da empresa ou, pelo menos, agente turístico.
     Assim chegaram a Botafogo, e a atenção de ambos voltou-se para o Corcovado, porque um dizia: “Quando você vir o Cristo mudar de posição, e ficar de lado e não de frente, como agora, deve tocar a campainha, porque é o lugar de saltar”. O companheiro prestou atenção.
     Mas, enquanto não saltava, o cicerone explicou ao companheiro: “Nesta rua há uma casa muito importante. É a casa de Rui Barbosa. Você já ouviu falar nele?” O outro respondeu que sim, porém sem grande convicção.
     Mais adiante, o outro insistiu: “É uma casa formidável. Imagine que tudo lá dentro está conforme ele
deixou!” O segundo aprovou, balançando a cabeça com muita seriedade e respeito. Mas o primeiro estava empolgado pelo assunto e tornou a perguntar: “Você sabe quem foi Rui Barbosa, não sabe?” O segundo atendeu ao interesse do amigo: “Foi um sambista, não foi?” O primeiro ficou um pouco sem jeito, principalmente porque uns dois passageiros levantaram a cabeça para aquela conversa. Diminuiu um pouco a voz: ”Sambista, não”. E tentou explicar. Mas as palavras não lhe ocorriam e ficou por aqui: “Foi... foi uma pessoa muito falada”. O outro não respondeu.
     E foi assim que o Cristo do Corcovado mudou de posição sem eles perceberem, e saltaram fora do ponto.
     Ora, a moça disse-me; “Você com isso pode fazer uma crônica”. Respondi-lhe: “A crônica já está feita por si mesma. É o retrato deste mundo confuso, destas cabeças desajustadas. Poderão elas ser consertadas? Haverá maneira de se pôr ordem nessa confusão? Há crônicas e crônicas mostrando o caos a que fomos lançados. Adianta alguma coisa escrever para os que não querem resolver?”
      A moça ficou triste e suspirou. (Ai, nós todos andamos tristes e suspirando!).

Meireles, Cecília. Escolha o seu sonho. São Paulo: Círculo do livro, s/d.


Ao proceder-se a reescritura do fragmento “... sua conversa era ouvida por todos os passageiros.” (§ 1º.), só ocorre inadequação em

Alternativas
Comentários
  • GENTEEE alguem comenta aqui essa questão PLEASE!

    Será que é pq o tempo  do auxiliar FORA está no MAIS QUE PERFEITO? 


ID
295882
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Jornalismo
Assuntos

Por ser um dos setores mais técnicos de publicidade e de propaganda, a área de mídia usa termos específicos. Nesse sentido, a CIRCULAÇÃO diferencia-se de TIRAGEM, pois CIRCULAÇÃO representa

Alternativas
Comentários
  • O gabarito (letra "a") corresponde à definição apresentada por Rabaça e Barbosa, no Dicionário essencial da comunicação.
    Ainda segundo os conceitos dos autores, tiragem = total de exemplares impressos (de uma só vez) de jornal, revista ou qualquer publicação. Encalhe = quantidade de exemplares devolvida ao editor por não ter sido vendida. O encalhe nos pontos de venda é previsto e, em certa medida, considerado necessário pelas técnicas de circulação para garantir uma distribuição que atenda suficientemente à demanda. Diz-se também que encalhe é a publicação que não obteve boa vendagem, sendo assim, o oposto de best-seller.


ID
295885
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Comunicação Social
Assuntos

José Carlos Veronezzi (VERONEZZI, J.C. Mídia de A a Z: São Paulo, Flight Editora, 2002) categoriza os flights em quatro tipos: recency, ondas, concentrado e pulsação. De acordo com o autor, alguns profissionais defendem o uso do recency como o mais adequado para divulgação em TV de produtos com alta freqüência de compra, pois ele é um tipo de flight que

Alternativas

ID
295888
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Comunicação Social
Assuntos

Em um planejamento de mídia, no item OBJETIVOS, é preciso contemplar

Alternativas
Comentários
  • Objetivo de mídia - É o público que buscamos atingir, com base na magnitude e o período de veiculação
    Estratégia de mídia - O destino traçado para alcançar o objetivo, seguido dos meios e cronograma de veiculação
    Tática de mídia- Faz o detalhamento de onde serão veiculadas as peças


ID
295891
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Jornalismo
Assuntos

O jornal diário ainda é um importante meio para divulgação, mas uma das suas limitações é

Alternativas
Comentários
  • No caso, a questão está se referindo à característica que as revistas possuem de captar mais leitores em relação ao jornal. São os chamados leitores secundários, uma vez que a tiragem das revistas abrangem um intervalo temporal maior. Os jornais, por serem diários, perdem rapidamente valor para o leitor. É só lembrar dos consultórios e as revistas das salas de espera. Mesmo desatualizadas em semanas, elas ainda têm valor para este público. O médico foi o leitor primário, os pacientes, os secundários.


ID
295894
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Comunicação Social
Assuntos

Ao eleger o rádio como principal meio para a veiculação de uma campanha, o profissional de mídia busca

Alternativas

ID
295897
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Jornalismo
Assuntos

Para se calcular a cobertura de um mix de meios composto por meios impressos e audiovisuais, aconselha-se o uso da fórmula de Sainsbury, conhecida nos Estados Unidos como Random Reach. Assim, se os meios apresentam as coberturas Rádio=10%; TV=30% e jornal= 20%, a cobertura desse mix de meios será, aproximadamente, de

Alternativas
Comentários
  • Para a fórmula de Sainsbury precisamos obter o percentual de público não coberto, para isso fazemos os seguintes passos:

    Público coberto. Publico não coberto

    TV.      30%.                  70%  (0,7)

    Jornal. 20%.                 80%. (0,8)

    rádio.     10%.               90%  (0,9)

    Multiplica-se o valor da audiência não coberta e subtrai este valor de 1

    1 - (0,9*0,8*0,7) = 1 - 0,5 = 0,5 ou 50% de cobertura do mix 

    O resultado da subtração será a porcentagem coberta pelo mix de meios.


ID
295900
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Jornalismo
Assuntos

Leia o texto abaixo:

“Um princípio elementar para a seleção de mídia (...) é o de selecionar os veículos que alcançam um grande público-alvo a um preço de custo-eficiência. Apesar desse princípio parecer sugerir que isso é tudo que existe sobre o processo de seleção, nada poderia estar tão errado. Um princípio mais avançado é determinar a extensão total do valor de cada veículo em termos de padrões desejados e então selecionar dentre aqueles que melhor atendem aos critérios desejados. Alguns desses padrões podem ser medidos quantitativamente e os valores numéricos dos vários critérios podem ser combinados em um só valor. Outros são qualitativos, sendo mais difícil estabelecer valores numéricos dos diversos critérios. Mas ambos deveriam ser levados em consideração no processo de seleção.” (SISSORS, Jack & BUMBA, Lincoln. Planejamento de Mídia. São Paulo: Nobel, 2001, p.317)

A partir do que dizem os autores, os critérios quantitativos e qualitativos que costumam ser levados em consideração na seleção de revistas são, respectivamente,

Alternativas

ID
295903
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Comunicação Social
Assuntos

Para responder à questão 8, leia o texto abaixo.

“Há muitas e muitas e muitas décadas que a imprensa e os meios de comunicação representam, no contexto democrático, um recurso dos cidadãos contra os abusos dos poderes. Na realidade, os três poderes tradicionais – legislativo, executivo e judiciário – podem falhar, se equivocar e cometer erros. Com maior freqüência, é claro, nos Estados autoritários e ditatoriais, onde o poder político se torna o principal responsável por todas as violações de direitos humanos e por todas as censuras contra as liberdades. Mas também são cometidos graves abusos nos países democráticos (...)Em tal contexto democrático, os jornalistas e os meios de comunicação consideraram, com freqüência, ser um dever importante denunciar estas violações de direitos. Às vezes, pagaram caro por isso: atentados, “desaparecimentos”, assassinatos (...). Foi por este motivo que, durante muito tempo, se falou no “quarto poder”. Definitivamente, e graças ao senso cívico dos meios de comunicação e à coragem de jornalistas audaciosos, as pessoas dispunham deste “quarto poder” para criticar, rejeitar e resistir, democraticamente, às decisões ilegais que poderiam ser iníquas, injustas e até criminosas para com pessoas inocentes. Dizia-se, muitas vezes, que era a voz dos sem-voz.” (RAMONET, Ignácio - O Quinto Poder – (Publicado na edição brasileira do Le Monde Diplomatique nº 45, outubro de 2003, ; tradução: Jô Amado; intertítulos da redação do OI, disponível em http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos/jd211020032.htm, acessado em 23 de abril de 2008).

Frente aos desafios da globalização, os grupos de mídia assumem novas características. Encarregam-se de tudo o que envolve texto, imagem e som e o divulgam por meio dos canais mais variados (jornais, rádios, televisões abertas, a cabo ou por satélite, internet e por todo tipo de rede digital). São grupos mundiais, planetários e globais – e não apenas nacionais e locais. Diante desse contexto, o autor propõe a criação do Observatório da Mídia como um “Quinto Poder”. Sua função seria

Alternativas

ID
295906
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Comunicação Social
Assuntos

Dos formatos abaixo, aquele que não é considerado na mídia impressa, texto, claramente, opinativo é

Alternativas
Comentários
  • Jornalismo Informativo - nota - notícia - reportagem - entrevista 

    Jornalismo Opinativo - editorial - comentário - artigo - resenha - coluna - crônica - caricatura - carta 

    fonte: https://joropinativo.files.wordpress.com/2012/02/jornalismo-opinativo.pdf


ID
295909
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Jornalismo
Assuntos

Dentre os modelos clássicos de comunicação, destaca-se aquele criado por C.E.Shannon e W.Weaver, que concebe a comunicação como uma transmissão de sinais. Para Shannon e Weaver, o processo comunicacional

Alternativas
Comentários
  • Shannon e Weaver definiram a comunicação como um esquema linear, cujos polos definem uma origem e assinalam um fim. Por serem engenheiros/matemáticos, seus estudos voltaram-se mais para a efetividade da transmissão da mensagem do que com a compreensão da informação veiculada. Gabarito letra "a"


ID
295912
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Jornalismo
Assuntos

Em obras como A Galáxia de Gutenberg e Os meios de comunicação como extensões do homem, o canadense Marshall McLuhan desenvolveu várias concepções que marcaram o pensamento comunicacional nos anos 60. Uma destas concepções é que

Alternativas
Comentários
  • "O meio é a mensagem", porque é o MEIO que configura e controla a proporção e a forma das ações das associações humanas. O CONTEÚDO ou usos desses meios são tão diversos quão ineficazes na estruturação da forma das associações humanas. Na verdade não deixa de ser bastante típico que o " CONTEÚDO" de qualquer meio nos cegue para a natureza deste mesmo meio.


ID
295915
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Jornalismo
Assuntos

Atribui-se a Gay Talese e Tom Wolfe a criação dos conceitos que deram base ao Novo Jornalismo (New Journalism), corrente estilística que revolucionou a reportagem nos anos 60. O Novo Jornalismo caracteriza-se pelo uso de

Alternativas

ID
295918
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Jornalismo
Assuntos

Theodor Adorno e Max Horkheimer, dois dos principais pensadores da Escola de Frankfurt, propõem a expressão indústria cultural para substituir a noção de cultura de massa, pois

Alternativas

ID
295921
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Jornalismo
Assuntos

Os meios de comunicação, embora não sejam capazes de impor o que pensar em relação a um determinado tema, são capazes de, a médio e longo prazos, influenciar sobre o que pensar e falar. Essa abordagem sobre o processo de comunicação está de acordo com o pensamento da

Alternativas
Comentários
  • O agendamento  da mídia se dá de maneira cognitiva e cumulativa, sendo esta uma das primeiras teorias a perceber os impactos da comunicacao a longo prazo.


ID
295924
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Jornalismo
Assuntos

Ciro Marcondes Filho (MARCONDES FILHO, C. Comunicação e jornalismo. A Saga dos Cães Perdidos. São Paulo: Hacker Editores, 2000) apresenta as características do jornalismo em quatro fases assim divididas: Primeiro Jornalismo (1789 a 1830), Segundo Jornalismo (1830 a ± 1900), Terceiro Jornalismo (de ±1900 a ±1960) e Quarto Jornalismo (de ± 1970 até a atualidade). Em cada uma delas, o jornalismo assume papéis sociais distintos. Identifique a opção que apresenta CORRETAMENTE o jornalismo e sua época.

Alternativas
Comentários
  • 1º Jornalismo (1789 a 1830) - Surgimento da estrutura de redação, jornais com economia deficitária e escritos por diversos tipos de profissionais.

    2º Jornalismo (1830-1900) - Fase da industrialização e consolidação do jornal como empreendimento.

    3º Jornalismo (1900-1960) - Cásper Líbero funda a primeira agência no Brasil.

    4º Jornalismo (1970 até a atualidade) - Toda sociedade produz informação; crise na imprensa; alteração nas funções de jornalistas motivadas pelas redes e sistemas de informação informatizados.

  • d)

    Quarto Jornalismo caracteriza-se pelos aspectos visuais, velocidade e interação, num momento em que a imprensa escrita está em crise e que a sociedade produz informação.


ID
295927
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Jornalismo
Assuntos

As novas tecnologias permitiram o estabelecimento de uma comunicação em rede e a emergência do ciberespaço. Nesse novo ambiente, surge a cibercultura, definida por Pierre Lévy como

Alternativas
Comentários
  • LETRA C

    Levy fala exatamente isso da Cibercultura: "conjunto de técnicas (materiais e intelectuais) de praticas, de atitudes, de modos de pensamento e de valores que se desenvolvem no ciberespaço."


  • O termo [ciberespaço] especifica não apenas a infraestrutura material da comunicação digital, mas também o universo oceânico de informação que ela abriga, assim como os seres humanos que navegam e alimentam esse universo. Quanto ao neologismo ‘cibercultura’, especifica aqui o conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço (LÉVY, 1999, p. 17).


ID
295930
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Jornalismo
Assuntos

O jornal coreano OhmyNews, lançado em 2000 por Oh Tem-ho com a proposta de modificar a maneira como as informações são produzidas é um dos mais festejados exemplos de “jornalismo participativo” no ambiente on line. Esse tipo de jornalismo caracteriza-se

Alternativas
Comentários
  • Qual o erro da C ?


ID
295933
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Jornalismo
Assuntos

Inspirada em revistas como a Life, uma determinada publicação foi lançada por um grande conglomerado de mídia no fim dos anos 20 e introduziu novos conceitos para a fotorreportagem. Considerada por muitos a principal revista brasileira do século XX, ficou conhecida devido ao trabalho de David Nasser e Jean Manzon. A revista descrita é

Alternativas
Comentários
  • O Cruzeiro é uma revista semanal ilustrada, lançada no Rio de Janeiro, em 10 de Novembro de 1928, editada pelos Diários Associados, de Assis Chateaubriand. (...) Estabeleceu uma nova linguagem na imprensa brasileira: inovações gráficas, publicação de grandes reportagens, ênfase ao fotojornalismo . Fortaleceu a parceria com as duplas repórter-fotógrafo, a mais famosa sendo formada por David Nasser e Jean Manzonque, nos anos 40 e 50, fizeram reportagens de grande repercussão. (...) Entre seus diversos assuntos, a revista O Cruzeiro contava fatos sobre a vida dos astros de Hollywood, cinema, esportes e saúde. Ainda contava com seções de charges, política, culinária e moda.

    fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Cruzeiro_(revista)

  • As palavras-chave no comando da questão (conglomerado, anos 20 e fotorreportagem) apontam para O Cruzeiro. Gararito "a".

    A revista Manchete foi lançada na década de 50; a Realidade e a Veja, nos anos 60. A Revista da semana foi a primeira revista do Brasil e data de 1900.


ID
295936
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Jornalismo
Assuntos

Os anos 50 são marcados na imprensa brasileira como uma época de intensas mudanças tanto no fazer jornalístico, como em seus aspectos gráfico-editoriais. Apesar de não ter sido a pioneira, a paradigmática Reforma do Jornal do Brasil trouxe diversas inovações, mas entre elas NÃO está

Alternativas
Comentários
  • A diagramação do Jornal do Brasil fez justamente o contrário do que diz a alternativa B. As fotos foram mais valorizadas, ampliadas e passaram a trazer descanso ao olhar ante a quantidade de textos. Anteriormente, os jornais pareciam as páginas dos diários oficiais atuais, um emaranhado de palavras pouco espaçadas, dando ideia de continuidade, com textos sobrepostos.

    Veja mais sobre a reforma editorial do JB em: https://caminhosdojornalismo.wordpress.com/linguagem-grafica-no-impresso/decada-de-1960-noturno-2/decada-de-1960-reforma-grafica-jornal-do-brasil-noturno/


ID
295939
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Jornalismo
Assuntos

A televisão chegou ao Brasil em 1950. Em quase 60 anos de história, passou por várias fases, entre elas a populista de 1964 a 1975. Nesse período, destaca-se

Alternativas
Comentários
  • O Jornal Nacional estreou em 1969 e foi o primeiro telejornal a ser transmitido em rede nacional. A primeira transmissão em cores aconteceu em 1972, quando a Festa da Uva de Caxias do Sul foi transmitida pela TV Difusora de Porto Alegre. 

     

    Gab. D


ID
295942
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Jornalismo
Assuntos

A veiculação eficiente e estratégica de uma mensagem pressupõe o estudo dos veículos de comunicação, cuja observação atenta leva em conta determinadas variáveis de mídia. Dentre estas variáveis, pode-se destacar

Alternativas

ID
295945
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Direito Administrativo
Assuntos

No que se refere às regulamentações e normas referentes às licitações e aos contratos da Administração Pública, é correto afirmar que

Alternativas

ID
295948
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Comunicação Social
Assuntos

De acordo com as leis e instruções normativas do país, os objetivos e as ações de comunicação do governo devem excluir

Alternativas
Comentários
  • Alguém me explica?

  • Explico. A publicidade legal é aquela que o órgão público precisa fazer por força de lei e obrigações públicas. Costuma ser muito simples, informação bruta. É a publicação de editais, licitações e até a sua futura nomeação será publicada na modalidade publicidade legal, provavelmente em um diário oficial.

    Imagine se cada pormenor desse fosse publicado com gastos em agências de propaganda? É por isso que essas informações, de publicidade legal, não são divulgadas dessa forma, mas sim nos diários oficiais e sites de órgãos públicos.


ID
295951
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Comunicação Social
Assuntos

No que tange ao público espectador da televisão brasileira, pode-se afirmar que o conceito de narrowcasting prioriza

Alternativas
Comentários
  • narrowcasting = público segmentado.
    broadcasting = massa

  • Alternativa certa: letra "d". 
    "Filho das novas tecnologias, narrowcasting é o irmão do broadcasting que saiu do avesso: enquanto o primeiro é mais discreto, prestativo, mira bem seus alvos e preza pela construção de relacionamentos duradouros, o segundo é mais expansivo e sai atirando para todos os lados, esperando que sua lábia funcione com alguém. Em palavras menos metafóricas, narrowcasting é a disseminação de conteúdo para uma audiência específica e está alinhado com a segmentação, assim como o broadcasting está com a comunicação de massa."

    http://www.agenciaduplo.com.br/narrowcasting-segmentacao-e-outros-medos-na-comunicacao/

  • Essa está se respondendo sozinha, até pela semelhança (oposta) entre os termos narrowcasting e broadcasting.

  • Expressão cunhada, nos Estados Unidos, para contrastar com a ideia de broadcasting e correspondendo de modo geral, ao que se conhece, no Brasil, como segmentação. Trata-se de pensar o público em parcelas e, por se enquadrar em uma perspectiva nitidamente relacionada ao rádio comercial, em nichos de mercado a serem atingidos pela emissora.

    A oposição entre o broad (amplo, em português) e o narrow (estreito) corresponde, na indústria de radiodifusão sonora, a uma mudança de estratégia mercadológica.

    Elaborado como estratégia das emissoras comerciais de rádio para combater a televisão, a noção de narrowcasting constitui-se em realidade tão disseminada nos grandes e médios centros urbanos brasileiros que mesmo estações educativas, comunitárias e públicas adequam-se a ela. A própria existência destas alternativas representa uma resposta à excessiva comercialização das emissoras empresariais. Respondem – ou deveriam, pelo menos – a necessidades educativo-culturais, comunitárias ou de cidadania não atendidas, em sua totalidade, pela indústria de radiodifusão sonora. 

    (Luiz Artur Ferraretto)


ID
295954
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Jornalismo
Assuntos

A chamada audiência líquida corresponde

Alternativas
Comentários
  • AUDIÊNCIA - Pessoas atingidas pelos veículos de comunicação. Termo aplicado tanto para definir as pessoas que ouvem determinada emissora de rádio como as que assistem a determinado canal de televisão ou lêem determinado título de jornal ou revista.

    AUDIÊNCIA ACUMULADA -
     Soma das audiências obtidas pelo emprego de diversos meios e veículos de comunicação, com o uso de diversos programas, diversas mensagens e/ou a repetição delas. Pode ser bruta ou líquida.

    AUDIÊNCIA BRUTA -
     Somatória de todas as audiências obtidas, sem descontar as duplicações.

    AUDIÊNCIA LÍQUIDA -
     Volume total de audiência obtida, descontadas as duplicações. Soma dos que viram, ouviram ou leram a mensagem no mínimo uma vez, contando apenas uma vez cada pessoa.

    AUDIÊNCIA MÉDIA -
     1. Volume habitual de audiência de um veículo. 2. Média das audiências obtidas com o emprego de diversos veículos de comunicação ou programas.

    AUDIÊNCIA PRIMÁRIA -
     Audiência obtida prioritariamente por um veículo de comunicação (ou programa); como, por exemplo, as crianças em um programa infantil, os assinantes de uma revista, os compradores de um jornal, etc.

    AUDIÊNCIA SECUNDÁRIA -
     Audiência obtida entre pessoas às quais o veículo (ou programa) não é destinado; como, por exemplo, os adultos em um programa infantil e as pessoas que pedem emprestado uma revista ou um jornal.

    Fonte: http://visualy.com.br/dicionario.php


ID
295957
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Jornalismo
Assuntos

Dentre as principais características da reportagem como gênero jornalístico, destaca-se

Alternativas
Comentários
  • O personagem, vulgo telespectador, leitor e ouvinte.


ID
295960
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Comunicação Social
Assuntos

A editorialização de fatos pela mídia noticiosa diária pressupõe

Alternativas
Comentários
  • MESMO ERRO EM TODAS:


    A - aspectos opinativos NÃO!

    B - Opiniões expressas NÃO!

    C - Ponto de vista e opinião do proprietário NÃO!

    D - Ideias e opiniões do veículo NÃO!

  • Nossa... sinceramente... não entendi nem a resposta dada como correta e nem as explicações da colega Milena.

    Editorializar, até onde entendo, tem tudo a ver com opinar, tem tudo a ver com a opinião expressa do veículo...

    Sei lá... adoraria que as questões do QConcursos viessem com explicação da alternativa dada como correta.

  • O editorial tem formato estilístico próprio (não é uma notícia, cujas informações vêm na forma de pirâmide invertida), lembram um ensaio e, de fato, se apoiam sobre notícias divulgadas na edição atual ou anterior do veículo.

    Contudo, o traço mais marcante do editorial é o fato dele ser OPINATIVO. Ele traduz a posição da empresa aos leitores e sobretudo aos seus próprios jornalistas. A alternativa C é a mais correta nesse sentido, embora ela mencione que isso se coadunaria com sua "função primordial de expressar a opinião do proprietário", algo que os donos não admitem, portanto passível também de divergência.


ID
295963
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Comunicação Social
Assuntos

A confecção de sugestões de pauta orienta-se por determinadas posturas e predisposições do profissional de jornalismo. Assim, num jornal diário geralista, o repórter NÃO deve

Alternativas

ID
295966
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Jornalismo
Assuntos

A classificação das entrevistas jornalísticas parte de critérios que compreendem aspectos estilísticos, humanos e de conteúdo informativo. A partir disto, pode-se definir que

Alternativas
Comentários
  • Entrevista-enquete = povo fala

    GAB: A


ID
295969
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Jornalismo
Assuntos

A função da chamada “pirâmide invertida” no jornalismo impresso é

Alternativas
Comentários
  • Pirâmide invertida é um conceito que prevê a disposição de informações em ordem DEcrescente de importância, dentro do texto. Não é isso? Não tem muito a ver com facilitar a diagramação ou paginação, pelo que sei...

  • Que absurdo essa resposta! Como é que não foi anulada?

  • Totalmente errada essa questão. :O

  • GABARITO: LETRA D

     

    "Na pirâmide invertida, a reportagem é elaborada a partir do clímax, de modo a causar no leitor um impacto semelhante a um soco. O repórter constrói a história segundo um esquema de seleção por ordem de importância. Esse método dá maior liberdade de ação à diagramação, facilitando a disposição visual das matérias ao mesmo tempo que permite uma exposição tão clara quanto formal dos fatos."

     

    Livro: História, jornal e técnica: as técnicas do jornalismo, volume 2. Benedito Juarez Bahia. 5.ed. Rio de Janeiro: Mauad X, 2009. 

  • Parece que os examinadores desse concurso e o autor do livro estão isolados nessa resposta. Nunca li nem ouvi nada desse gênero sobre pirâmide invertida. Concoro comos colegas acima e que a questão deveria ter sido anulada. 

     

  • Já li algo sobre. Caso o jornal tenha necessidade de encaixar algo "mais relevante" ou uma publicidade, alguns textos podem ser "cortados". Logo, se estiver em pirâmide invertida, o último parágrafo pode ser retirado sem prejuízo para a notícia. 

  • A questão está correta. É isso mesmo. A primeira pirâmide invertida surgiu da sacada de um editor que percebeu que, ao dispor o texto desta maneira, passava a ter maior controle sobre os cortes a serem feitos, caso necessário, obviamente dispensando o(s) parágrafo(s) final(is).

  • Surgimento da Pirâmide Invertida

    A suposta objetividade jornalística tem origem, também, em outros contextos. A cobertura jornalística diante dos conflitos entre os estados do Norte (Abolicionista) e Sul (Escravocrata) da Guerra da Secessão (Estados Unidos, 1861–1865) foi um marco na produção das notícias dali em diante. Durante as batalhas, era muito comum que a linha de telégrafo – meio de comunicação mais eficiente da época – fosse constantemente danificada como tática do confronto, com prejuízo à atuação dos jornalistas que enviavam as notícias para as redações a milhares de quilômetros.

    Desse modo, para evitar que o principal da informação deixasse de chegar às mãos dos seus editores, os jornalistas começaram a adotar a prática que ficaria conhecida como pirâmide invertida: a notícia passaria a ser construída pelo seu item mais importante, assim, se uma informação fosse interceptada um pouco depois da transmissão, a notícia continuaria a existir. (LIMA, 2009; PENA, 2005, 2007; SOUSA, 2005; TRAQUINA, 2012).

    O erro da alternativa c), na minha opinião, foi falar em ordem crescente de importância, ou seja, do que é menos para o que é mais importante, sendo que o conceito de Pirâmide Invertida afirma o contrário. 

    Se houver erros, avisem-me :)


ID
295972
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Jornalismo
Assuntos

As técnicas utilizadas na produção de textos jornalísticos permitem que o jornalista apresente a narrativa a partir da seguinte estrutura:

Alternativas
Comentários
  • Alguém saberia me explicar essa questão?

  • Géssica, eu respondi da seguinte forma:

    b - “pirâmide invertida”, que começa pela apresentação de fatos culminantes seguida pela exposição de fatos importantes, pela apresentação de pormenores interessantes e se encerra com a descrição de detalhes indispensáveis. (O item estaria correto se, no final, a palavra usada fosse "dispensáveis".)
    c - “nariz de cera”, cuja apresentação comenta o ocorrido por meio de frases estereotipadas que atinjam o sentimento do receptor. (A definição para o nariz de cera não é essa e, além disso, a técnica não é contemplada pelos manuais de redação vigentes, e nem corresponde a um "estilo" jornalístico válido).

    d - "lide documentário”, que transcreve um pronunciamento para revelar fatos diferentes e antagônicos e anunciar uma notícia sem rodeios. (O lide documentário tem base história e é fundamentado, geralmente, em documentos comprobatórios).

     e - “lide chavão”, cuja apresentação consiste na valorização do sujeito ativo e do sujeito passivo da ação noticiada por meio da organização secundária dos elementos que, quando, como, onde e porque. (O lide chavão usa um ditado popular, uma expressão clichê para contextualizar o fato narrado.)


    Então, por eliminação, ficamos com a letra "A", que é a correta definição da forma literária no campo jornalístico e que, embora não seja a prática mais adequada no jornalismo cotidiano e corriqueiro, pode ser utilizada em determinados casos.



ID
295975
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Jornalismo
Assuntos

Em relação ao sub-lide, é correto afirmar que

Alternativas
Comentários
  • O sublide foi incorporado ao jornalismo brasileiro ainda na reforma gráfica/editorial promovida na década de 50, e é um desmembramento do lide. Seu propósito é encurtar o próprio lide, sendo responsável por comportar as informações secundárias em relação a este, mas ainda assim relevantes o suficiente para constarem no início do texto. 


ID
295978
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Comunicação Social
Assuntos

Apesar da multiplicidade de pontos de vista referentes à definição estreita do conceito de notícia, a bibliografia de referência do campo jornalístico aponta critérios para a seleção de fatos a serem noticiados. O critério de noticiabilidade, aplicado corretamente na veiculação de um fato é

Alternativas
Comentários
  • Correta: e) Marco geográfico - permite que um acordo sobre artes plásticas assinado entre a França e a Espanha seja noticiado em um jornal de Niterói, sede do Museu de Arte Contemporânea.

    1. Os valores-notícia são como uma componente da noticiabilidade.Os jornalistas utilizam os valores-notícia como uma espécie de guia, ajudando-os a escolher de forma mais rápida o que é ou não noticiável.
    2. Valor-notícia Autores:Mário L. Erbolato - proximidade; marco geográfico; impacto; proeminência, aventura e conflito; consequências.Nilson Lage - proximidade; atualidade; identificação; intensidade; ineditismo; oportunidade.Manuel Carlos Chaparro - atualidade; proximidade; notoriedade; conflito; conhecimento; consequências; curiosidade; dramaticidade; surpresa.Mauro Wolf - Critérios substantivos, Critérios relativos ao produto, Critérios relativos aos meios de comunicação, Critérios relativos ao público, Critérios relativos à concorrência:

  • O quê??

  • Erbolato:

    Utilidade – notícias de utilidade pública e direito do cidadão.

    Proeminência (celebridade) – notícias sobre pessoas importantes.

    Rivalidade – noticiário esportivo.

    Interesse humano – fatos que descrevem histórias e dramas

    pessoais

    Marco geográfco – fato importante para uma cidade que acontece em outro lugar. Pode ser também a notícia de um brasileiro em outro país.

  • Tanto isso está errado que o O Fluminense não publicaria um acordo sobre artes plásticas envolvendo França e Espanha só porque Niterói tem um museu como o MAC.


ID
295981
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Jornalismo
Assuntos

No noticiário das emissoras de rádio, a estrutura de um radiojornal prioriza

Alternativas
Comentários
  • a) documentário radiofônico

    b) boletim ou síntese noticiosa

    c) programa de entrevistas

    d) mesa-redonda

    e) noticiário radiofônico

     


ID
295984
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Jornalismo
Assuntos

Na gravação de textos em off para matérias telejornalísticas, o repórter deve levar em conta que

Alternativas
Comentários
  • Aliteração é uma figura de linguagem da língua portuguesa, que caracteriza a repetição consecutiva de sons consonantais idênticos ou parecidos, principalmente em versos e frases. Um exemplo comum do uso da aliteração são os populares “trava-línguas”.


ID
295987
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Jornalismo
Assuntos

A produção de conteúdo jornalístico para a internet deve levar em consideração que

Alternativas

ID
295990
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Comunicação Social
Assuntos

A elaboração de conteúdo telejornalístico engloba as fases de pré-produção, captação e pós-produção, nas quais são utilizadas nomenclaturas técnicas específicas. Assinale a alternativa na qual uma destas nomenclaturas está definida corretamente

Alternativas
Comentários
  • Decupagem - Processo de elaboração e análise técnica do roteiro de um filme ou programa de TV. Consiste na indicação de todos os detalhes necessários à filmagem ou à gravação de cenas (planos, ângulos, ordem e duração das tomadas, cenário, efeitos, diálogos, movimentos de câmera, lentes, música e ruídos). O roteiro decupado serve de guia para a equipe técnica durante toda a realização.

    Dicionário Essencial de Comunicação (Barbosa & Rabaça), p. 68

    GAB C

  • GC: São os créditos que aparecem na tela, como nome dos entrevistados, do repórter, títulos, legendas etc.

    Cabeça da matéria ou cabeça do vt: texto lido pelo apresentador para “chamar” a reportagem. É a introdução do assunto antes da entrada do VT.


ID
295993
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Jornalismo
Assuntos

Como ferramenta de pesquisa, o índice de penetração de um programa é

Alternativas
Comentários
  • A penetração é a porcentagem  ou número de pessoas atingidas por um veículo, em relação ao total da população ou a um de seus subconjuntos (classe socioeconômica, idade, sexo, escolaridade, etc.).

    Dicionário essencial da comunicação, Rabaça e Barbosa.


ID
295996
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Jornalismo
Assuntos

O Capítulo II, Art. 7º. do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, diz que o jornalista não pode se valer de sua profissão para obter vantagens exclusivamente pessoais. Ao analisarmos este preceito à luz da filosofia moral, somos levados a refletir sobre o pensamento de

Alternativas
Comentários
  • Lembrar sempre que a ética kantiana, na qual o valor verdade transcende todos os demais valores e se coloca de modo absoluto, é a que mais se aplica ao jornalismo.

  • Imperativo categórico de Kant: dever de toda pessoa agir conforme princípios os quais considera que seriam benéficos caso fossem seguidos por todos os seres humanos.


ID
295999
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Jornalismo
Assuntos

A “cláusula de consciência” é um direito do jornalista. É ela que, de acordo como Código de Ética da categoria, permite que o profissional

Alternativas

ID
296008
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Noções de Informática
Assuntos

O programa aplicativo Bloco de Notas é um editor de textos presente como acessório no sistema operacional Windows XP. Em relação às suas características, é correto afirmar que

Alternativas
Comentários
  • O bloco de notas é um aplicativo para textos simples, não permite imagens, formatação avançada, permite cabeçalho e rodapé (visível na guia de impressão), permite localização e substituição de textos específicos, permite formatação da fonte com estilo itálico (chamado aqui de semicondensado) e/ou negrito, é sua extensão é ".txt".

  • A questão aborda conhecimentos acerca das funcionalidades do Bloco de Notas.

     

    A)     Incorreta – O bloco de notas não permite inserir imagens e figuras junto ao texto.

    B)     Incorreta – É possível editar o cabeçalho e rodapé do arquivo indo ao menu “Arquivo” e selecionar a opção “Configurar página”.

    C)     Incorreta – É possível localizar e substituir textos, tais opções se encontram no menu “Editar”.

    D)    Correta – É possível aplicar negrito e itálico ao texto no Bloco de Notas.

    E)     Incorreta – Os arquivos do Bloco de Notas possuem a extensão .txt.

    Gabarito – Alternativa D.


ID
296011
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Noções de Informática
Assuntos

No sistema operacional Microsoft Windows XP, teclas pressionadas de modo combinado permitem realizar tarefas simples como alternar a visualização de janelas. Que combinação de teclas permite alternar entre janelas abertas de vários programas, exibindo uma nova janela (caixa de diálogo para escolha) com a lista das janelas abertas?

Alternativas
Comentários
  • errei por não me atentar a palavra vários programas, ALT + TAB, alternar as janelas de navegação CTRL + TAB.

  • Windows possui algumas teclas que alternam entre janelas:

     

    ALT + TAB --- > Alterna entre janelas exibindo caixa de diálogo.

     

    ALT + ESC --- > Alterna entre janelas sem exibir caixa de diálogo.

     

    Alt Gr + Tab --- >  Alterna as janelas abertas de forma que suas miniaturas fiquem na tela sem a necessidade de continuar pressionando a tecla (funciona como Ctrl + Alt);

     

    CTRL + F6 --- > Alterna entre janelas de um mesmo aplicativo .

     

    ALT + SHIFT + TAB ---- > alterna entre as janelas abertas de DIREITA para a ESQUERDA

     

    CTRL + ALT + TAB ---- >  a janela de opções fica fixa na tela e pode-se escolher qualquer delas clicando com o mouse.

     

  • A questão aborda conhecimentos acerca do uso dos atalhos no Windows XP, mais especificamente quanto ao atalho responsável por alternar entre janelas abertas.

     

    A)     Incorreta – O atalho Alt + Esc alternará entre os aplicativos na ordem em que foram abertos.

     

    B)     Correta – O atalho Alt + Tab alternará entre as janelas abertas.

     

    C)     Incorreta – O atalho Ctrl + Esc abrirá o menu iniciar.

     

    D)    Incorreta – Não há função para o atalho Ctrl + F6. 

     

    E)     Incorreta – Não há função para o atalhi Ctrl + Tab.

     

    Gabarito – Alternativa B.


ID
296017
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Noções de Informática
Assuntos

No programa Microsoft Word, numa tabela criada com duas colunas e duas linhas, o efeito da operação “Mesclar células” sobre a tabela, com todas as células selecionadas, será combinar as células em uma única. O que ocorrerá com os conteúdos armazenados nas células?

Alternativas

ID
296020
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Noções de Informática
Assuntos

O programa Microsoft Word permite inserir caracteres especiais que são utilizados como marcas no texto. Qual o significado do caractere especial representado pelo símbolo ¶ no Microsoft Word?

Alternativas
Comentários
  • Letra A . Ele (¶ )indicará o fim de um parágrafo e irá auxiliar nas quebras (quebra de linha, página, coluna e etc .. )

  • botão Mostrar/Ocultar  liga e desliga caracteres ocultos como espaços, marcadores de parágrafo ou marcas de tabulação.