A velhice associada à morte é um paradigma que submerge em meio aos novos padrões comportamentais daqueles que ultrapassam a idade de 60 anos e, principalmente, frente à evolução da capacidade de cura e de prevenção dos males do corpo humano.
Até o século 19, somente 4% da população ocidental ultrapassava a barreira dos 65 nos. A velhice é um fenômeno recente, constatado a partir de meados do século 20; e hoje, chegar aos 70 anos praticando uma rotina igual aos 50 é fato corriqueiro para grande parte das pessoas que têm acesso à informação e aos recursos da moderna medicina.
A velhice não é mais encarada como uma doença, uma chaga incurável. Com certeza tudo aquilo que associávamos aos termos idoso e velho deve ser revisado ou esquecido.
Cada vez menos, encontram-se gente do grupo denominada de Terceira Idade com crise de identidade gerada, em geral, por fatores como a perda dos papéis sociais, da baixa capacidade de socialização e da redução do grupo de amigos.
A realidade dos núcleos familiares brasileiros, a cada ano que passa, contém um número maior de idosos. Hoje, podemos considerar que o Brasil já é um Pais de meia-idade. Logo mais, em 2025 o Brasil terá a sexta maior população idosa do planeta.
O ser humano é o único animal a ter consciência de seu tempo de existência, e organiza a sua vida em função desta realidade. Muitas pessoas, entretanto, não concebiam chegar à idade que chegaram, e o planejamento para uma vida autânoma e independente após os 65 anos não existiu, o que vem gerando problemas sociais de grande monta.
Um dos pais da psicologia moderna, Carl Jung,afirmou: o outono nos mostra o que a primavera gerou.
È premente que a sociedade e os entes públicos gerem soluções para o outono das atuais gerações, já que a expectativa de vida, em breve, deve chegar a uma marca centenária.
Carlos A.Balladas
Revista Dia Melhor
Ano IV
Edição 14-janeiro/fevereiro de 2013.
Após a leitura do texto, analise os itens abaixo e assinale a alternativa correta.
• Atualmente, a veihice passa a ser objeto de cuidado e atenção especiais, que eram certamente inexistentes nos últimos dois séculos.
• A mudança que vem se observando nas relações que a sociedade estabelece com a velhice, não se verifica apenas pela mudança de valores, mas pelo aumento da esperança de vida, devido ao progresso da medicina que com todo o seu aparato tecnológico enfrenta as doenças crônicas, favorecendo a longevidade e contribuindo dessa forma como um dos fatores para o aumento significativo da população idosa.
• Há de fato um limite biológico para quanto tempo as pessoas podem viver, porque certos aspectos do nosso metabolismo são inevitáveis e acumulam danos moleculares e celulares. Porém, uma vez que se desenvolvam técnicas de bioengenharia para reparar esses danos, haverá mais tempo de vida para o homem.
• O outono da vida é tempo de colheita e de alegria. De olhar para trás e de ver quanta coisa boa você fez. E por que não de ainda plantar muita coisa? Afinal, a expectativa de vida está aumentando a cada dia que passa.