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Prova FCC - 2006 - BACEN - Analista Administrativo


ID
569983
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                   O segredo da acumulação primitiva neoliberal         

          Numa coluna publicada na Folha de São Paulo, o jornalista Elio Gaspari evocava o drama recente de um navio de crianças escravas errando ao largo da costa do Benin. Ao ler o texto – que era inspirado , o navio tornava-se uma metáfora de toda a África subsaariana: ilha à deriva, mistura de leprosário com campo de extermínio e reserva de mão-de-obra para migrações desesperadas.

           Elio Gaspari propunha um termo para designar esse povo móvel e desesperado: “os cidadãos descartáveis”. “Massas de homens e mulheres são arrancados de seus meios de subsistência e jogados no mercado de trabalho como proletários livres, desprotegidos e sem direitos.” São palavras de Marx, quando ele descreve a “acumulação primitiva”, ou seja, o processo que, no século XVI, criou as condições necessárias ao surgimento do capitalismo.

          Para que ganhássemos nosso mundo moderno, foi necessário, por exemplo, que os servos feudais fossem, à força, expropriados do pedacinho de terra que podiam cultivar para sustentar-se. Massas inteiras se encontraram, assim, paradoxalmente livres da servidão, mas obrigadas a vender seu trabalho para sobreviver

          Quatro ou cinco séculos mais tarde, essa violência não deveria ter acabado? Ao que parece, o século XX pediu uma espécie de segunda rodada, um ajuste: a criação de sujeitos descartáveis globais para um capitalismo enfim global.

          Simples continuação ou repetição? Talvez haja uma diferença – pequena, mas substancial – entre as massas do século XVI e os migrantes da globalização: as primeiras foram arrancadas de seus meios de subsistência, os segundos são expropriados de seu lugar pela violência da fome, por exemplo, mas quase sempre eles recebem em troca um devaneio. O protótipo poderia ser o prospecto que, um século atrás, seduzia os emigrantes europeus: sonhos de posse, de bem-estar e de ascensão social.

          As condições para que o capitalismo invente sua versão neoliberal são subjetivas. A expropriação que torna essa passagem possível é psicológica: necessita que sejamos arrancados nem tanto de nossos meios de subsistência, mas de nossa comunidade restrita, familiar e social, para sermos lançados numa procura infinita de status (e, hipoteticamente, de bem-estar) definido pelo acesso a bens e serviços. Arrancados de nós mesmos, deveremos querer ardentemente ser algo além do que somos.

          Depois da liberdade de vender nossa força de trabalho, a “acumulação primitiva” do  neoliberalismo nos oferece a liberdade de mudar e subir na vida, ou seja, de cultivar visões, sonhos e devaneios de aventura e sucesso. E, desde o prospecto do emigrante, a oferta vem se aprimorando. A partir dos anos 60, a televisão forneceu os sonhos para que o campo não só
devesse, mas quisesse, ir para a cidade.

          O requisito para que a máquina neoliberal funcione é mais refinado do que a venda dos mesmos sabonetes ou filmes para todos. Trata-se de alimentar um sonho infinito de perfectibilidade
e, portanto, uma insatisfação radical. Não é pouca coisa: é necessário promover e vender objetos e serviços por eles serem indispensáveis para alcançarmos nossos ideais de status, de bem-estar e de felicidade, mas, ao mesmo tempo, é preciso que toda satisfação conclusiva permaneça impossível.

          Para fomentar o sujeito neoliberal, o que importa não é lhe vender mais uma roupa, uma cortina ou uma lipoaspiração; é alimentar nele sonhos de elegância perfeita, casa perfeita e corpo perfeito. Pois esses sonhos perpetuam o sentimento de nossa inadequação e garantem, assim, que ele seja parte inalterável, definidora, da personalidade contemporânea.

          Melhor deixar como está. No entanto, a coisa não fica bem. Do meu pequeno observatório psicanalítico, parece que o permanente sentimento de inadequação faz do sujeito neoliberal
uma espécie de sonhador descartável, que corre atrás da miragem de sua felicidade como um trem descontrolado, sem condutor, acelerando progressivamente por inércia – até que os
trilhos não agüentem mais.

(Contardo Calligaris, Terra de ninguém. São Paulo: Publifolha, 2002)


Considere as seguintes afirmações:

I. Tomando como ponto de partida um comentário de outro jornalista sobre um fato recente da época, o autor dispõe-se a compreender esse fato à luz de uma expressão de Marx – “cidadãos descartáveis” –, que já previa o processo migratório de trabalhadores no século XX.

II. A expressão “acumulação primitiva” é considerada pelo autor como inteiramente anacrônica, incapaz, portanto, de sugerir qualquer caminho de análise do neoliberalismo contemporâneo.

III. Acredita o autor que na base do mundo moderno, do ponto de vista econômico, está o fim do feudalismo, está a transformação dos servos feudais em trabalhadores que precisavam vender sua força de trabalho.

Em relação ao texto está correto SOMENTE o que se afirma em

Alternativas
Comentários
  • ITEM I - ERRADO. O texto diz: "Elio Gaspari propunha um termo para designar esse povo móvel e desesperado: "cidadãos descartáveis".
    Logo, a expressão "cidadãos descartáveis" é do jornalista, e não de Marx.

    ITEM II - ERRADO. A expressão “acumulação primitiva” é considerada pelo autor como inteiramente anacrônica, incapaz, portanto, de sugerir qualquer caminho de análise do neoliberalismo contemporâneo.
    O texto traz: "São palavras de Marx, quando ele descreve a "acumulação primitiva", ou seja, o processo que, no século XVI, criou as condições necessárias ao surgimento do capitalismo".

    Significado de anacrônico: Que está em desacordo com os usos e costumes de uma época; anticrônico. Antiquado, obsoleto, retrógrado.

    ITEM III - CORRETO.
  • Duplicada: igual à Q261609

ID
569986
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                   O segredo da acumulação primitiva neoliberal         

          Numa coluna publicada na Folha de São Paulo, o jornalista Elio Gaspari evocava o drama recente de um navio de crianças escravas errando ao largo da costa do Benin. Ao ler o texto – que era inspirado , o navio tornava-se uma metáfora de toda a África subsaariana: ilha à deriva, mistura de leprosário com campo de extermínio e reserva de mão-de-obra para migrações desesperadas.

           Elio Gaspari propunha um termo para designar esse povo móvel e desesperado: “os cidadãos descartáveis”. “Massas de homens e mulheres são arrancados de seus meios de subsistência e jogados no mercado de trabalho como proletários livres, desprotegidos e sem direitos.” São palavras de Marx, quando ele descreve a “acumulação primitiva”, ou seja, o processo que, no século XVI, criou as condições necessárias ao surgimento do capitalismo.

          Para que ganhássemos nosso mundo moderno, foi necessário, por exemplo, que os servos feudais fossem, à força, expropriados do pedacinho de terra que podiam cultivar para sustentar-se. Massas inteiras se encontraram, assim, paradoxalmente livres da servidão, mas obrigadas a vender seu trabalho para sobreviver

          Quatro ou cinco séculos mais tarde, essa violência não deveria ter acabado? Ao que parece, o século XX pediu uma espécie de segunda rodada, um ajuste: a criação de sujeitos descartáveis globais para um capitalismo enfim global.

          Simples continuação ou repetição? Talvez haja uma diferença – pequena, mas substancial – entre as massas do século XVI e os migrantes da globalização: as primeiras foram arrancadas de seus meios de subsistência, os segundos são expropriados de seu lugar pela violência da fome, por exemplo, mas quase sempre eles recebem em troca um devaneio. O protótipo poderia ser o prospecto que, um século atrás, seduzia os emigrantes europeus: sonhos de posse, de bem-estar e de ascensão social.

          As condições para que o capitalismo invente sua versão neoliberal são subjetivas. A expropriação que torna essa passagem possível é psicológica: necessita que sejamos arrancados nem tanto de nossos meios de subsistência, mas de nossa comunidade restrita, familiar e social, para sermos lançados numa procura infinita de status (e, hipoteticamente, de bem-estar) definido pelo acesso a bens e serviços. Arrancados de nós mesmos, deveremos querer ardentemente ser algo além do que somos.

          Depois da liberdade de vender nossa força de trabalho, a “acumulação primitiva” do  neoliberalismo nos oferece a liberdade de mudar e subir na vida, ou seja, de cultivar visões, sonhos e devaneios de aventura e sucesso. E, desde o prospecto do emigrante, a oferta vem se aprimorando. A partir dos anos 60, a televisão forneceu os sonhos para que o campo não só
devesse, mas quisesse, ir para a cidade.

          O requisito para que a máquina neoliberal funcione é mais refinado do que a venda dos mesmos sabonetes ou filmes para todos. Trata-se de alimentar um sonho infinito de perfectibilidade
e, portanto, uma insatisfação radical. Não é pouca coisa: é necessário promover e vender objetos e serviços por eles serem indispensáveis para alcançarmos nossos ideais de status, de bem-estar e de felicidade, mas, ao mesmo tempo, é preciso que toda satisfação conclusiva permaneça impossível.

          Para fomentar o sujeito neoliberal, o que importa não é lhe vender mais uma roupa, uma cortina ou uma lipoaspiração; é alimentar nele sonhos de elegância perfeita, casa perfeita e corpo perfeito. Pois esses sonhos perpetuam o sentimento de nossa inadequação e garantem, assim, que ele seja parte inalterável, definidora, da personalidade contemporânea.

          Melhor deixar como está. No entanto, a coisa não fica bem. Do meu pequeno observatório psicanalítico, parece que o permanente sentimento de inadequação faz do sujeito neoliberal
uma espécie de sonhador descartável, que corre atrás da miragem de sua felicidade como um trem descontrolado, sem condutor, acelerando progressivamente por inércia – até que os
trilhos não agüentem mais.

(Contardo Calligaris, Terra de ninguém. São Paulo: Publifolha, 2002)


O específico segredo a que se refere o autor no título do texto representa-se conceitualmente em vários momentos de sua argumentação, tal como ocorre na seguinte frase:

Alternativas
Comentários
  • O título do texto é "O segredo da acumulação primitiva NEOLIBERAL". A resposta da questão está na última palavra. As outras alternativas estão relacionadas à acumulação primitiva, mas a que se relaciona com a acumulação primitiva neoliberal é a letra E.
  • neoliberalismo (neo- + liberalismo) - Forma moderna do liberalismo que permite uma intervenção limitada do Estado.
     

ID
569989
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                   O segredo da acumulação primitiva neoliberal         

          Numa coluna publicada na Folha de São Paulo, o jornalista Elio Gaspari evocava o drama recente de um navio de crianças escravas errando ao largo da costa do Benin. Ao ler o texto – que era inspirado , o navio tornava-se uma metáfora de toda a África subsaariana: ilha à deriva, mistura de leprosário com campo de extermínio e reserva de mão-de-obra para migrações desesperadas.

           Elio Gaspari propunha um termo para designar esse povo móvel e desesperado: “os cidadãos descartáveis”. “Massas de homens e mulheres são arrancados de seus meios de subsistência e jogados no mercado de trabalho como proletários livres, desprotegidos e sem direitos.” São palavras de Marx, quando ele descreve a “acumulação primitiva”, ou seja, o processo que, no século XVI, criou as condições necessárias ao surgimento do capitalismo.

          Para que ganhássemos nosso mundo moderno, foi necessário, por exemplo, que os servos feudais fossem, à força, expropriados do pedacinho de terra que podiam cultivar para sustentar-se. Massas inteiras se encontraram, assim, paradoxalmente livres da servidão, mas obrigadas a vender seu trabalho para sobreviver

          Quatro ou cinco séculos mais tarde, essa violência não deveria ter acabado? Ao que parece, o século XX pediu uma espécie de segunda rodada, um ajuste: a criação de sujeitos descartáveis globais para um capitalismo enfim global.

          Simples continuação ou repetição? Talvez haja uma diferença – pequena, mas substancial – entre as massas do século XVI e os migrantes da globalização: as primeiras foram arrancadas de seus meios de subsistência, os segundos são expropriados de seu lugar pela violência da fome, por exemplo, mas quase sempre eles recebem em troca um devaneio. O protótipo poderia ser o prospecto que, um século atrás, seduzia os emigrantes europeus: sonhos de posse, de bem-estar e de ascensão social.

          As condições para que o capitalismo invente sua versão neoliberal são subjetivas. A expropriação que torna essa passagem possível é psicológica: necessita que sejamos arrancados nem tanto de nossos meios de subsistência, mas de nossa comunidade restrita, familiar e social, para sermos lançados numa procura infinita de status (e, hipoteticamente, de bem-estar) definido pelo acesso a bens e serviços. Arrancados de nós mesmos, deveremos querer ardentemente ser algo além do que somos.

          Depois da liberdade de vender nossa força de trabalho, a “acumulação primitiva” do  neoliberalismo nos oferece a liberdade de mudar e subir na vida, ou seja, de cultivar visões, sonhos e devaneios de aventura e sucesso. E, desde o prospecto do emigrante, a oferta vem se aprimorando. A partir dos anos 60, a televisão forneceu os sonhos para que o campo não só
devesse, mas quisesse, ir para a cidade.

          O requisito para que a máquina neoliberal funcione é mais refinado do que a venda dos mesmos sabonetes ou filmes para todos. Trata-se de alimentar um sonho infinito de perfectibilidade
e, portanto, uma insatisfação radical. Não é pouca coisa: é necessário promover e vender objetos e serviços por eles serem indispensáveis para alcançarmos nossos ideais de status, de bem-estar e de felicidade, mas, ao mesmo tempo, é preciso que toda satisfação conclusiva permaneça impossível.

          Para fomentar o sujeito neoliberal, o que importa não é lhe vender mais uma roupa, uma cortina ou uma lipoaspiração; é alimentar nele sonhos de elegância perfeita, casa perfeita e corpo perfeito. Pois esses sonhos perpetuam o sentimento de nossa inadequação e garantem, assim, que ele seja parte inalterável, definidora, da personalidade contemporânea.

          Melhor deixar como está. No entanto, a coisa não fica bem. Do meu pequeno observatório psicanalítico, parece que o permanente sentimento de inadequação faz do sujeito neoliberal
uma espécie de sonhador descartável, que corre atrás da miragem de sua felicidade como um trem descontrolado, sem condutor, acelerando progressivamente por inércia – até que os
trilhos não agüentem mais.

(Contardo Calligaris, Terra de ninguém. São Paulo: Publifolha, 2002)


A afirmação de que As condições para que o capitalismo invente sua versão neoliberal são subjetivas tem sua coerência respaldada no desenvolvimento do texto, já que o autor

Alternativas
Comentários
  • O nono parágrafo retrata bem aquilo que é solicitado pelo enunciado.

    acertiva D
  • Letra: D

    A) Errada: porque o autor não descarta o processo Histórico, aliás ele retrata desde o século XVI.

    B) Errada: o estatus não está presente no homem, e sim na busca dessa satisfação perfeita.

    C) Errada: O neoliberal contribui de uma forma indereta, pois é forma subjetiva.
  • Segundo o autor, para que o neoliberalismo possa encontrar terreno fértil, deve gerar nas pessoas a perpetuação do sentimento de insatisfação, sentimento esse que está ligado ao componente subjetivo das pessoas. Com isso, as condições para que o capitalismo invente sua versão neoliberal são subjetivas.   
     
    Bons estudos!

ID
569992
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                   O segredo da acumulação primitiva neoliberal         

          Numa coluna publicada na Folha de São Paulo, o jornalista Elio Gaspari evocava o drama recente de um navio de crianças escravas errando ao largo da costa do Benin. Ao ler o texto – que era inspirado , o navio tornava-se uma metáfora de toda a África subsaariana: ilha à deriva, mistura de leprosário com campo de extermínio e reserva de mão-de-obra para migrações desesperadas.

           Elio Gaspari propunha um termo para designar esse povo móvel e desesperado: “os cidadãos descartáveis”. “Massas de homens e mulheres são arrancados de seus meios de subsistência e jogados no mercado de trabalho como proletários livres, desprotegidos e sem direitos.” São palavras de Marx, quando ele descreve a “acumulação primitiva”, ou seja, o processo que, no século XVI, criou as condições necessárias ao surgimento do capitalismo.

          Para que ganhássemos nosso mundo moderno, foi necessário, por exemplo, que os servos feudais fossem, à força, expropriados do pedacinho de terra que podiam cultivar para sustentar-se. Massas inteiras se encontraram, assim, paradoxalmente livres da servidão, mas obrigadas a vender seu trabalho para sobreviver

          Quatro ou cinco séculos mais tarde, essa violência não deveria ter acabado? Ao que parece, o século XX pediu uma espécie de segunda rodada, um ajuste: a criação de sujeitos descartáveis globais para um capitalismo enfim global.

          Simples continuação ou repetição? Talvez haja uma diferença – pequena, mas substancial – entre as massas do século XVI e os migrantes da globalização: as primeiras foram arrancadas de seus meios de subsistência, os segundos são expropriados de seu lugar pela violência da fome, por exemplo, mas quase sempre eles recebem em troca um devaneio. O protótipo poderia ser o prospecto que, um século atrás, seduzia os emigrantes europeus: sonhos de posse, de bem-estar e de ascensão social.

          As condições para que o capitalismo invente sua versão neoliberal são subjetivas. A expropriação que torna essa passagem possível é psicológica: necessita que sejamos arrancados nem tanto de nossos meios de subsistência, mas de nossa comunidade restrita, familiar e social, para sermos lançados numa procura infinita de status (e, hipoteticamente, de bem-estar) definido pelo acesso a bens e serviços. Arrancados de nós mesmos, deveremos querer ardentemente ser algo além do que somos.

          Depois da liberdade de vender nossa força de trabalho, a “acumulação primitiva” do  neoliberalismo nos oferece a liberdade de mudar e subir na vida, ou seja, de cultivar visões, sonhos e devaneios de aventura e sucesso. E, desde o prospecto do emigrante, a oferta vem se aprimorando. A partir dos anos 60, a televisão forneceu os sonhos para que o campo não só
devesse, mas quisesse, ir para a cidade.

          O requisito para que a máquina neoliberal funcione é mais refinado do que a venda dos mesmos sabonetes ou filmes para todos. Trata-se de alimentar um sonho infinito de perfectibilidade
e, portanto, uma insatisfação radical. Não é pouca coisa: é necessário promover e vender objetos e serviços por eles serem indispensáveis para alcançarmos nossos ideais de status, de bem-estar e de felicidade, mas, ao mesmo tempo, é preciso que toda satisfação conclusiva permaneça impossível.

          Para fomentar o sujeito neoliberal, o que importa não é lhe vender mais uma roupa, uma cortina ou uma lipoaspiração; é alimentar nele sonhos de elegância perfeita, casa perfeita e corpo perfeito. Pois esses sonhos perpetuam o sentimento de nossa inadequação e garantem, assim, que ele seja parte inalterável, definidora, da personalidade contemporânea.

          Melhor deixar como está. No entanto, a coisa não fica bem. Do meu pequeno observatório psicanalítico, parece que o permanente sentimento de inadequação faz do sujeito neoliberal
uma espécie de sonhador descartável, que corre atrás da miragem de sua felicidade como um trem descontrolado, sem condutor, acelerando progressivamente por inércia – até que os
trilhos não agüentem mais.

(Contardo Calligaris, Terra de ninguém. São Paulo: Publifolha, 2002)


Quatro ou cinco séculos mais tarde, essa violência não deveria ter acabado?

No contexto em que formula a pergunta acima, o autor, implicitamente, está questionando a tese de que os processos históricos ocorreriam

Alternativas
Comentários
  • A "b" está mesmo correta!

    É possível perceber que o autor, com essa pergunta, está questionando a tese de que os processos históricos ocorreriam numa escala de APERFEIÇOAMENTO SOCIAL, ou seja, ele partiu do princípio de que, com o passar dos anos, a sociedade deveria ter sido melhorada, aprimorada. Porém, o que se vê é que ela foi retrógrada, maquiada com o novo "capitalismo" (segunda rodada - os novos sujeitos descartáveis).


    Jesus Amado... essa prova da FCC do Bacen de 2006 foi ANIMAL! Muito difícil mesmo!
    Parabéns a todos aqueles que foram aprovados (e que acertaram esta questão)!

ID
569995
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                   O segredo da acumulação primitiva neoliberal         

          Numa coluna publicada na Folha de São Paulo, o jornalista Elio Gaspari evocava o drama recente de um navio de crianças escravas errando ao largo da costa do Benin. Ao ler o texto – que era inspirado , o navio tornava-se uma metáfora de toda a África subsaariana: ilha à deriva, mistura de leprosário com campo de extermínio e reserva de mão-de-obra para migrações desesperadas.

           Elio Gaspari propunha um termo para designar esse povo móvel e desesperado: “os cidadãos descartáveis”. “Massas de homens e mulheres são arrancados de seus meios de subsistência e jogados no mercado de trabalho como proletários livres, desprotegidos e sem direitos.” São palavras de Marx, quando ele descreve a “acumulação primitiva”, ou seja, o processo que, no século XVI, criou as condições necessárias ao surgimento do capitalismo.

          Para que ganhássemos nosso mundo moderno, foi necessário, por exemplo, que os servos feudais fossem, à força, expropriados do pedacinho de terra que podiam cultivar para sustentar-se. Massas inteiras se encontraram, assim, paradoxalmente livres da servidão, mas obrigadas a vender seu trabalho para sobreviver

          Quatro ou cinco séculos mais tarde, essa violência não deveria ter acabado? Ao que parece, o século XX pediu uma espécie de segunda rodada, um ajuste: a criação de sujeitos descartáveis globais para um capitalismo enfim global.

          Simples continuação ou repetição? Talvez haja uma diferença – pequena, mas substancial – entre as massas do século XVI e os migrantes da globalização: as primeiras foram arrancadas de seus meios de subsistência, os segundos são expropriados de seu lugar pela violência da fome, por exemplo, mas quase sempre eles recebem em troca um devaneio. O protótipo poderia ser o prospecto que, um século atrás, seduzia os emigrantes europeus: sonhos de posse, de bem-estar e de ascensão social.

          As condições para que o capitalismo invente sua versão neoliberal são subjetivas. A expropriação que torna essa passagem possível é psicológica: necessita que sejamos arrancados nem tanto de nossos meios de subsistência, mas de nossa comunidade restrita, familiar e social, para sermos lançados numa procura infinita de status (e, hipoteticamente, de bem-estar) definido pelo acesso a bens e serviços. Arrancados de nós mesmos, deveremos querer ardentemente ser algo além do que somos.

          Depois da liberdade de vender nossa força de trabalho, a “acumulação primitiva” do  neoliberalismo nos oferece a liberdade de mudar e subir na vida, ou seja, de cultivar visões, sonhos e devaneios de aventura e sucesso. E, desde o prospecto do emigrante, a oferta vem se aprimorando. A partir dos anos 60, a televisão forneceu os sonhos para que o campo não só
devesse, mas quisesse, ir para a cidade.

          O requisito para que a máquina neoliberal funcione é mais refinado do que a venda dos mesmos sabonetes ou filmes para todos. Trata-se de alimentar um sonho infinito de perfectibilidade
e, portanto, uma insatisfação radical. Não é pouca coisa: é necessário promover e vender objetos e serviços por eles serem indispensáveis para alcançarmos nossos ideais de status, de bem-estar e de felicidade, mas, ao mesmo tempo, é preciso que toda satisfação conclusiva permaneça impossível.

          Para fomentar o sujeito neoliberal, o que importa não é lhe vender mais uma roupa, uma cortina ou uma lipoaspiração; é alimentar nele sonhos de elegância perfeita, casa perfeita e corpo perfeito. Pois esses sonhos perpetuam o sentimento de nossa inadequação e garantem, assim, que ele seja parte inalterável, definidora, da personalidade contemporânea.

          Melhor deixar como está. No entanto, a coisa não fica bem. Do meu pequeno observatório psicanalítico, parece que o permanente sentimento de inadequação faz do sujeito neoliberal
uma espécie de sonhador descartável, que corre atrás da miragem de sua felicidade como um trem descontrolado, sem condutor, acelerando progressivamente por inércia – até que os
trilhos não agüentem mais.

(Contardo Calligaris, Terra de ninguém. São Paulo: Publifolha, 2002)


No contexto em que ocorre a afirmação de que

Alternativas
Comentários
  • B) errada não existe vantagem real, mas sim visões, sonhos...
    C) errada: o Neoliberalismo teme uma catátrofe, acondeceria uma queda das balsas, desemprego e etc...
    D) errada: o trem que narra no ultimo paragrafo, retrata a situação atual, que poseria ser pior se derepente, acalma a nossa insatisfação.
  • Parece-me que a questão é NULA.
    Valendo-me das explicações do colega, apenas irei comentar as restantes.

    A alternativa "E" está INCORRETA, pois o termo "sonhos" não traz um caminho alternativo, mas OBRIGATÓRIO às práticas neoliberais. O autor afirma que máquina neoliberal É ALIMENTADA PELO SONHO INFINITO DO PERFEITO (parágrafo 7), e isso causa, invariavelmente, o sentimento de insatisfação. Além disso, ele afirma, no parágrafo 8, que o SONHO é um sentimento INALTERÁVEL e DEFINIDOR DA PERSONALIDADE ATUAL.

    A alternativa "A", para mim, também está INCORRETA (porém, é a menos errada). Reparem a explicação final anterior (do parágrafo 8). O autor EM NENHUM MOMENTO define "DESPERSONALIZAÇÃO", o que ele define é que a máquina neoliberal é DEFINIDOR DA PERSONALIDADE CONTEMPORÂNEA, e isso não signigica despersonalização nenhuma. Trata-se de uma inferência não contida no texto, cuja interpretação para concursos públicos deve ser OBJETIVA (se ao menos o enunciado perguntasse "infere-se" ou "depreende-se" do texto, mas não é o caso).

    Enfim... se alguém tiver uma argumentação que possa contestar o meu parecer sobre a alternativa "A", eu agradeço!
    No entanto, conforme eu mencionei, ela é a alternativa menos errada, pois, de modo subjetivo, é possível chegar a ela. Já as demais alternativas não correspondem ao texto. Por exclusão daria para chegar a essa resposta.
  • Bem... A alternativa A é a menos errada, portanto, mais próxima de estar certa.

ID
569998
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                   O segredo da acumulação primitiva neoliberal         

          Numa coluna publicada na Folha de São Paulo, o jornalista Elio Gaspari evocava o drama recente de um navio de crianças escravas errando ao largo da costa do Benin. Ao ler o texto – que era inspirado , o navio tornava-se uma metáfora de toda a África subsaariana: ilha à deriva, mistura de leprosário com campo de extermínio e reserva de mão-de-obra para migrações desesperadas.

           Elio Gaspari propunha um termo para designar esse povo móvel e desesperado: “os cidadãos descartáveis”. “Massas de homens e mulheres são arrancados de seus meios de subsistência e jogados no mercado de trabalho como proletários livres, desprotegidos e sem direitos.” São palavras de Marx, quando ele descreve a “acumulação primitiva”, ou seja, o processo que, no século XVI, criou as condições necessárias ao surgimento do capitalismo.

          Para que ganhássemos nosso mundo moderno, foi necessário, por exemplo, que os servos feudais fossem, à força, expropriados do pedacinho de terra que podiam cultivar para sustentar-se. Massas inteiras se encontraram, assim, paradoxalmente livres da servidão, mas obrigadas a vender seu trabalho para sobreviver

          Quatro ou cinco séculos mais tarde, essa violência não deveria ter acabado? Ao que parece, o século XX pediu uma espécie de segunda rodada, um ajuste: a criação de sujeitos descartáveis globais para um capitalismo enfim global.

          Simples continuação ou repetição? Talvez haja uma diferença – pequena, mas substancial – entre as massas do século XVI e os migrantes da globalização: as primeiras foram arrancadas de seus meios de subsistência, os segundos são expropriados de seu lugar pela violência da fome, por exemplo, mas quase sempre eles recebem em troca um devaneio. O protótipo poderia ser o prospecto que, um século atrás, seduzia os emigrantes europeus: sonhos de posse, de bem-estar e de ascensão social.

          As condições para que o capitalismo invente sua versão neoliberal são subjetivas. A expropriação que torna essa passagem possível é psicológica: necessita que sejamos arrancados nem tanto de nossos meios de subsistência, mas de nossa comunidade restrita, familiar e social, para sermos lançados numa procura infinita de status (e, hipoteticamente, de bem-estar) definido pelo acesso a bens e serviços. Arrancados de nós mesmos, deveremos querer ardentemente ser algo além do que somos.

          Depois da liberdade de vender nossa força de trabalho, a “acumulação primitiva” do  neoliberalismo nos oferece a liberdade de mudar e subir na vida, ou seja, de cultivar visões, sonhos e devaneios de aventura e sucesso. E, desde o prospecto do emigrante, a oferta vem se aprimorando. A partir dos anos 60, a televisão forneceu os sonhos para que o campo não só
devesse, mas quisesse, ir para a cidade.

          O requisito para que a máquina neoliberal funcione é mais refinado do que a venda dos mesmos sabonetes ou filmes para todos. Trata-se de alimentar um sonho infinito de perfectibilidade
e, portanto, uma insatisfação radical. Não é pouca coisa: é necessário promover e vender objetos e serviços por eles serem indispensáveis para alcançarmos nossos ideais de status, de bem-estar e de felicidade, mas, ao mesmo tempo, é preciso que toda satisfação conclusiva permaneça impossível.

          Para fomentar o sujeito neoliberal, o que importa não é lhe vender mais uma roupa, uma cortina ou uma lipoaspiração; é alimentar nele sonhos de elegância perfeita, casa perfeita e corpo perfeito. Pois esses sonhos perpetuam o sentimento de nossa inadequação e garantem, assim, que ele seja parte inalterável, definidora, da personalidade contemporânea.

          Melhor deixar como está. No entanto, a coisa não fica bem. Do meu pequeno observatório psicanalítico, parece que o permanente sentimento de inadequação faz do sujeito neoliberal
uma espécie de sonhador descartável, que corre atrás da miragem de sua felicidade como um trem descontrolado, sem condutor, acelerando progressivamente por inércia – até que os
trilhos não agüentem mais.

(Contardo Calligaris, Terra de ninguém. São Paulo: Publifolha, 2002)


No primeiro parágrafo, o autor se valeu das formas evocava e era inspirado, referindo-se a um texto do jornalista Elio Gaspari. O emprego do tempo verbal comum a essas duas formas indica que Contardo Calligaris está dando relevo, no texto de seu colega,

Alternativas
Comentários
  • Ambos os verbos encontram-se no pretérito imperfeito.

    Resumindo a definição do Professor Rodrigo Bezerra sobre regras gerais do emprego de verbos no passado:

    Pretérito Imperfeito - Indica ação verbal passada, mas inacabada.
    Préterito Perfeito - Indica uma ação que teve início e fim no passado. Fatos consumados.
    Pretérito Mais-que-perfeito - Indica uma ação no passado anterior a outra ação no passado. O "passado do passado"

    Lendo atentamente as propostas das assertivas, percebe-se que apenas a letra "A" fornece aos dois verbos a característica de permanencia da ação.
  • Imperfeito

    O pretérito imperfeito indica uma ação que iniciou no passado e que ainda não terminou. O pretérito imperfeito pode também indicar algo rotineiro que ocorreu no passado (podendo ser descrito como sempre + pretérito perfeito. Ex.: Ele falava com ela desesperadamente = Ele sempre falou com ela desesperadamente).


ID
570001
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                   O segredo da acumulação primitiva neoliberal         

          Numa coluna publicada na Folha de São Paulo, o jornalista Elio Gaspari evocava o drama recente de um navio de crianças escravas errando ao largo da costa do Benin. Ao ler o texto – que era inspirado , o navio tornava-se uma metáfora de toda a África subsaariana: ilha à deriva, mistura de leprosário com campo de extermínio e reserva de mão-de-obra para migrações desesperadas.

           Elio Gaspari propunha um termo para designar esse povo móvel e desesperado: “os cidadãos descartáveis”. “Massas de homens e mulheres são arrancados de seus meios de subsistência e jogados no mercado de trabalho como proletários livres, desprotegidos e sem direitos.” São palavras de Marx, quando ele descreve a “acumulação primitiva”, ou seja, o processo que, no século XVI, criou as condições necessárias ao surgimento do capitalismo.

          Para que ganhássemos nosso mundo moderno, foi necessário, por exemplo, que os servos feudais fossem, à força, expropriados do pedacinho de terra que podiam cultivar para sustentar-se. Massas inteiras se encontraram, assim, paradoxalmente livres da servidão, mas obrigadas a vender seu trabalho para sobreviver

          Quatro ou cinco séculos mais tarde, essa violência não deveria ter acabado? Ao que parece, o século XX pediu uma espécie de segunda rodada, um ajuste: a criação de sujeitos descartáveis globais para um capitalismo enfim global.

          Simples continuação ou repetição? Talvez haja uma diferença – pequena, mas substancial – entre as massas do século XVI e os migrantes da globalização: as primeiras foram arrancadas de seus meios de subsistência, os segundos são expropriados de seu lugar pela violência da fome, por exemplo, mas quase sempre eles recebem em troca um devaneio. O protótipo poderia ser o prospecto que, um século atrás, seduzia os emigrantes europeus: sonhos de posse, de bem-estar e de ascensão social.

          As condições para que o capitalismo invente sua versão neoliberal são subjetivas. A expropriação que torna essa passagem possível é psicológica: necessita que sejamos arrancados nem tanto de nossos meios de subsistência, mas de nossa comunidade restrita, familiar e social, para sermos lançados numa procura infinita de status (e, hipoteticamente, de bem-estar) definido pelo acesso a bens e serviços. Arrancados de nós mesmos, deveremos querer ardentemente ser algo além do que somos.

          Depois da liberdade de vender nossa força de trabalho, a “acumulação primitiva” do  neoliberalismo nos oferece a liberdade de mudar e subir na vida, ou seja, de cultivar visões, sonhos e devaneios de aventura e sucesso. E, desde o prospecto do emigrante, a oferta vem se aprimorando. A partir dos anos 60, a televisão forneceu os sonhos para que o campo não só
devesse, mas quisesse, ir para a cidade.

          O requisito para que a máquina neoliberal funcione é mais refinado do que a venda dos mesmos sabonetes ou filmes para todos. Trata-se de alimentar um sonho infinito de perfectibilidade
e, portanto, uma insatisfação radical. Não é pouca coisa: é necessário promover e vender objetos e serviços por eles serem indispensáveis para alcançarmos nossos ideais de status, de bem-estar e de felicidade, mas, ao mesmo tempo, é preciso que toda satisfação conclusiva permaneça impossível.

          Para fomentar o sujeito neoliberal, o que importa não é lhe vender mais uma roupa, uma cortina ou uma lipoaspiração; é alimentar nele sonhos de elegância perfeita, casa perfeita e corpo perfeito. Pois esses sonhos perpetuam o sentimento de nossa inadequação e garantem, assim, que ele seja parte inalterável, definidora, da personalidade contemporânea.

          Melhor deixar como está. No entanto, a coisa não fica bem. Do meu pequeno observatório psicanalítico, parece que o permanente sentimento de inadequação faz do sujeito neoliberal
uma espécie de sonhador descartável, que corre atrás da miragem de sua felicidade como um trem descontrolado, sem condutor, acelerando progressivamente por inércia – até que os
trilhos não agüentem mais.

(Contardo Calligaris, Terra de ninguém. São Paulo: Publifolha, 2002)


Na frase Massas inteiras se encontraram, assim, paradoxalmente livres da servidão, mas obrigadas a vender seu trabalho para sobreviver, o emprego do termo paradoxalmente justifica-se quando se atenta para a relação nuclear que entre si estabelecem, no contexto, os elementos

Alternativas
Comentários
  • Paradoxalmente é relativo a paradoxo, que significa contradição.
    Entre as alternativas, a única que apresenta contradição é a alínea C (livres e obrigadas) .

ID
570004
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                   O segredo da acumulação primitiva neoliberal         

          Numa coluna publicada na Folha de São Paulo, o jornalista Elio Gaspari evocava o drama recente de um navio de crianças escravas errando ao largo da costa do Benin. Ao ler o texto – que era inspirado , o navio tornava-se uma metáfora de toda a África subsaariana: ilha à deriva, mistura de leprosário com campo de extermínio e reserva de mão-de-obra para migrações desesperadas.

           Elio Gaspari propunha um termo para designar esse povo móvel e desesperado: “os cidadãos descartáveis”. “Massas de homens e mulheres são arrancados de seus meios de subsistência e jogados no mercado de trabalho como proletários livres, desprotegidos e sem direitos.” São palavras de Marx, quando ele descreve a “acumulação primitiva”, ou seja, o processo que, no século XVI, criou as condições necessárias ao surgimento do capitalismo.

          Para que ganhássemos nosso mundo moderno, foi necessário, por exemplo, que os servos feudais fossem, à força, expropriados do pedacinho de terra que podiam cultivar para sustentar-se. Massas inteiras se encontraram, assim, paradoxalmente livres da servidão, mas obrigadas a vender seu trabalho para sobreviver

          Quatro ou cinco séculos mais tarde, essa violência não deveria ter acabado? Ao que parece, o século XX pediu uma espécie de segunda rodada, um ajuste: a criação de sujeitos descartáveis globais para um capitalismo enfim global.

          Simples continuação ou repetição? Talvez haja uma diferença – pequena, mas substancial – entre as massas do século XVI e os migrantes da globalização: as primeiras foram arrancadas de seus meios de subsistência, os segundos são expropriados de seu lugar pela violência da fome, por exemplo, mas quase sempre eles recebem em troca um devaneio. O protótipo poderia ser o prospecto que, um século atrás, seduzia os emigrantes europeus: sonhos de posse, de bem-estar e de ascensão social.

          As condições para que o capitalismo invente sua versão neoliberal são subjetivas. A expropriação que torna essa passagem possível é psicológica: necessita que sejamos arrancados nem tanto de nossos meios de subsistência, mas de nossa comunidade restrita, familiar e social, para sermos lançados numa procura infinita de status (e, hipoteticamente, de bem-estar) definido pelo acesso a bens e serviços. Arrancados de nós mesmos, deveremos querer ardentemente ser algo além do que somos.

          Depois da liberdade de vender nossa força de trabalho, a “acumulação primitiva” do  neoliberalismo nos oferece a liberdade de mudar e subir na vida, ou seja, de cultivar visões, sonhos e devaneios de aventura e sucesso. E, desde o prospecto do emigrante, a oferta vem se aprimorando. A partir dos anos 60, a televisão forneceu os sonhos para que o campo não só
devesse, mas quisesse, ir para a cidade.

          O requisito para que a máquina neoliberal funcione é mais refinado do que a venda dos mesmos sabonetes ou filmes para todos. Trata-se de alimentar um sonho infinito de perfectibilidade
e, portanto, uma insatisfação radical. Não é pouca coisa: é necessário promover e vender objetos e serviços por eles serem indispensáveis para alcançarmos nossos ideais de status, de bem-estar e de felicidade, mas, ao mesmo tempo, é preciso que toda satisfação conclusiva permaneça impossível.

          Para fomentar o sujeito neoliberal, o que importa não é lhe vender mais uma roupa, uma cortina ou uma lipoaspiração; é alimentar nele sonhos de elegância perfeita, casa perfeita e corpo perfeito. Pois esses sonhos perpetuam o sentimento de nossa inadequação e garantem, assim, que ele seja parte inalterável, definidora, da personalidade contemporânea.

          Melhor deixar como está. No entanto, a coisa não fica bem. Do meu pequeno observatório psicanalítico, parece que o permanente sentimento de inadequação faz do sujeito neoliberal
uma espécie de sonhador descartável, que corre atrás da miragem de sua felicidade como um trem descontrolado, sem condutor, acelerando progressivamente por inércia – até que os
trilhos não agüentem mais.

(Contardo Calligaris, Terra de ninguém. São Paulo: Publifolha, 2002)


Na proposta de uma nova redação para uma frase do texto, cometeu-se um deslize quanto à concordância verbal em:

Alternativas
Comentários
  • Letra D

    Deve-se notar,..., um quadro de semelhanças...

  • Na oração principal:

    Devem-se notar (...) um quadro de semelhanças que não exclui uma importante diferença.

    O uso do "se" com um verbo isolado na frente da oração pode dar a impressão errada de que se trata de uma oração de sujeito indeterminado. Ora, não  existe tal possibilidade, até porque em orações de sujeito indeterminado o verbo deveria estar no singular.

    Para saber a real função do "se", deve descobrir a transitividade do verbo. Quem deve, deve ALGO. Portanto trata-se de um verbo transitivo direto.
    Quando o "se" acompanha um verbo transitivo direto ou transitivo direto e indireto, ele tem função de pronome apassivador. Por isso a frase pode também ser escrita da seguinte maneira:

    Devem ser notados um quadro de semelhanças que não exclui uma importante diferença.

    Desta forma fica claro que a concordância verbal não foi adequada na frase, pois o sujeito da oração (um quadro) é singular.

    Resposta letra D
  • Na proposta de uma nova redação para uma frase do texto, cometeu-se um deslize quanto à concordância verbal em:

     

    a) Não teriam sido suficientes quatro ou cinco séculos (sujeito) para que se extinguissem de vez as manifestações de violência principiadas no século XVI (sujeito)? b) Fez-se necessária não só a criação(sujeito), mas também a multiplicação de sujeitos descartáveis para que se caracterizassem as condições de um capitalismo globalizado(sujeito). c) Vendam-se os mesmos sabonetes ou filmes para todos (sujeito), o principal requisito dos procedimentos neoliberais vai além disso, e atende a exigências que são de alta sofisticação. d) Devem-se Deve-se notar, comparando-se as massas do século XVI e os migrantes da globalização, um quadro de semelhanças (sujeito)que não exclui uma importante diferença. e) Ao nos agraciar com sonhos de perfectibilidade, a máquina liberal(sujeito) inclui entre seus segredos estratégicos o sentimento da insatisfação radical.
  • DICA DE OURO: O verbo quando estiver acompanhado do índice de indeterminação do sujeito (SE) somente irá ao plural se após o (SE) tiver artigo no plural. Ex. Compram-se os carros.... ou sem o artigo mas com o substantivo no plural. Ex. compram-se carros.

    Caso o substantivo esteja no singular ou o artigo antem tbm esteja, o verbo acompanhado da partícula (SE) que neste caso é índice de indeterminação do sujeito, irá ficar sempre no singular.


  • Adeildo quando o verbo for VTI  a partícula se será índice de indeterminação do sujeito e o verbo não varia. 
    Em verbos VTD ou VTDI a partícula se será partícula apassivadora AIIIIIIIIIIIIIII sim o verbo varia.
    No exemplo que você postou: Compram-se carros. O verbo comprar é VTD, esse é o motivo pelo qual o verbo varia.


     
     
     

     
  • DÚVIDA
    Prezados colegas,

    Alguém poderia me expliar por que não "caracterizasse" na alternativa D?

    Grato. 
  • Caro amigo Talles, a alternativa que você está em dúvida seria a letra B e não a D.

    Fez-se necessária não só a criação, mas também a multiplicação de sujeitos descartáveis para que se caracterizassem as condições de um capitalismo globalizado.

    "caracterizassem" concorda com as condições por isso está no plural. 
  • Pessoal,

    Até agora ninguém discordou da alternativa "b", mas fiquei em dúvida quanto a sua exatidão. Vejamos:

    b) Fez-se necessária não só a criação, mas também a multiplicação de sujeitos descartáveis para que se caracterizassem as condições de um capitalismo globalizado.

    Segundo Domingos Cegalla, ed. 2010, "o verbo vai para o plural quando os elementos do sujeito composto estão ligados por uma das expessões correlativas não só ... mas também, não só como também, tanto ... como, etc. Exemplos: Não só a nação mas também o príncipe estariam pobres."

    Neste sentido, colocando a frase na ordem direta, teríamos: Não só a criação mas também  a mutiplicação de sujeitos descartáveis fizeram-se necessárias para que se caracterizassem as condições de um capitalismo globalizado.

    Desta forma teríamos um "deslize" também nesta alternativa. Vocês concordam?
  • Caro Leandro, nesse caso o verbo está anteposto e com isso ele aceita duas formas. Uma com o sujeito mais próximo ou com os dois sujeitos. Agora se o verbo vier pós posto ai sim verbo deve concordar com os dois obrigatoriamente.
  • Eu discordo do sujeito apresentado pelo meus colegas do Fórum.



    O que se faz necessário para que se caracterizassem as condições de um capitalismo globalizado?



     A criação, mas também a multiplicação de sujeitos descartáveis 



    Entendo que "mas também" significa adição de dois núcleos formando o sujeito composto

ID
570007
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                   O segredo da acumulação primitiva neoliberal         

          Numa coluna publicada na Folha de São Paulo, o jornalista Elio Gaspari evocava o drama recente de um navio de crianças escravas errando ao largo da costa do Benin. Ao ler o texto – que era inspirado , o navio tornava-se uma metáfora de toda a África subsaariana: ilha à deriva, mistura de leprosário com campo de extermínio e reserva de mão-de-obra para migrações desesperadas.

           Elio Gaspari propunha um termo para designar esse povo móvel e desesperado: “os cidadãos descartáveis”. “Massas de homens e mulheres são arrancados de seus meios de subsistência e jogados no mercado de trabalho como proletários livres, desprotegidos e sem direitos.” São palavras de Marx, quando ele descreve a “acumulação primitiva”, ou seja, o processo que, no século XVI, criou as condições necessárias ao surgimento do capitalismo.

          Para que ganhássemos nosso mundo moderno, foi necessário, por exemplo, que os servos feudais fossem, à força, expropriados do pedacinho de terra que podiam cultivar para sustentar-se. Massas inteiras se encontraram, assim, paradoxalmente livres da servidão, mas obrigadas a vender seu trabalho para sobreviver

          Quatro ou cinco séculos mais tarde, essa violência não deveria ter acabado? Ao que parece, o século XX pediu uma espécie de segunda rodada, um ajuste: a criação de sujeitos descartáveis globais para um capitalismo enfim global.

          Simples continuação ou repetição? Talvez haja uma diferença – pequena, mas substancial – entre as massas do século XVI e os migrantes da globalização: as primeiras foram arrancadas de seus meios de subsistência, os segundos são expropriados de seu lugar pela violência da fome, por exemplo, mas quase sempre eles recebem em troca um devaneio. O protótipo poderia ser o prospecto que, um século atrás, seduzia os emigrantes europeus: sonhos de posse, de bem-estar e de ascensão social.

          As condições para que o capitalismo invente sua versão neoliberal são subjetivas. A expropriação que torna essa passagem possível é psicológica: necessita que sejamos arrancados nem tanto de nossos meios de subsistência, mas de nossa comunidade restrita, familiar e social, para sermos lançados numa procura infinita de status (e, hipoteticamente, de bem-estar) definido pelo acesso a bens e serviços. Arrancados de nós mesmos, deveremos querer ardentemente ser algo além do que somos.

          Depois da liberdade de vender nossa força de trabalho, a “acumulação primitiva” do  neoliberalismo nos oferece a liberdade de mudar e subir na vida, ou seja, de cultivar visões, sonhos e devaneios de aventura e sucesso. E, desde o prospecto do emigrante, a oferta vem se aprimorando. A partir dos anos 60, a televisão forneceu os sonhos para que o campo não só
devesse, mas quisesse, ir para a cidade.

          O requisito para que a máquina neoliberal funcione é mais refinado do que a venda dos mesmos sabonetes ou filmes para todos. Trata-se de alimentar um sonho infinito de perfectibilidade
e, portanto, uma insatisfação radical. Não é pouca coisa: é necessário promover e vender objetos e serviços por eles serem indispensáveis para alcançarmos nossos ideais de status, de bem-estar e de felicidade, mas, ao mesmo tempo, é preciso que toda satisfação conclusiva permaneça impossível.

          Para fomentar o sujeito neoliberal, o que importa não é lhe vender mais uma roupa, uma cortina ou uma lipoaspiração; é alimentar nele sonhos de elegância perfeita, casa perfeita e corpo perfeito. Pois esses sonhos perpetuam o sentimento de nossa inadequação e garantem, assim, que ele seja parte inalterável, definidora, da personalidade contemporânea.

          Melhor deixar como está. No entanto, a coisa não fica bem. Do meu pequeno observatório psicanalítico, parece que o permanente sentimento de inadequação faz do sujeito neoliberal
uma espécie de sonhador descartável, que corre atrás da miragem de sua felicidade como um trem descontrolado, sem condutor, acelerando progressivamente por inércia – até que os
trilhos não agüentem mais.

(Contardo Calligaris, Terra de ninguém. São Paulo: Publifolha, 2002)


Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de uma expressão ou frase do texto em:

Alternativas
Comentários
  • Correta Letra B

    Fomentar: estimular, incentivar.
    Fito: dirigir, fixar, objetivo.

  • a) Um navio errando (...)
    Verbo Errar; Acp 3 transitivo direto;
    andar sem rumo certo; vaguear, percorrer
    Ex.: errou toda a Europa durante dois meses.

    errando ao lado da costa
    (andando sem rumo) de tomando um rumo equivocado. (adj; part de equivocar, Que tomou uma coisa por outra; enganado, iludido. )

     
  • Fomentar= estimular, provocar.

    Para fomentar o sujeito neoliberal = com o fito de estimular o homem neoliberal.

ID
570010
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                   O segredo da acumulação primitiva neoliberal         

          Numa coluna publicada na Folha de São Paulo, o jornalista Elio Gaspari evocava o drama recente de um navio de crianças escravas errando ao largo da costa do Benin. Ao ler o texto – que era inspirado , o navio tornava-se uma metáfora de toda a África subsaariana: ilha à deriva, mistura de leprosário com campo de extermínio e reserva de mão-de-obra para migrações desesperadas.

           Elio Gaspari propunha um termo para designar esse povo móvel e desesperado: “os cidadãos descartáveis”. “Massas de homens e mulheres são arrancados de seus meios de subsistência e jogados no mercado de trabalho como proletários livres, desprotegidos e sem direitos.” São palavras de Marx, quando ele descreve a “acumulação primitiva”, ou seja, o processo que, no século XVI, criou as condições necessárias ao surgimento do capitalismo.

          Para que ganhássemos nosso mundo moderno, foi necessário, por exemplo, que os servos feudais fossem, à força, expropriados do pedacinho de terra que podiam cultivar para sustentar-se. Massas inteiras se encontraram, assim, paradoxalmente livres da servidão, mas obrigadas a vender seu trabalho para sobreviver

          Quatro ou cinco séculos mais tarde, essa violência não deveria ter acabado? Ao que parece, o século XX pediu uma espécie de segunda rodada, um ajuste: a criação de sujeitos descartáveis globais para um capitalismo enfim global.

          Simples continuação ou repetição? Talvez haja uma diferença – pequena, mas substancial – entre as massas do século XVI e os migrantes da globalização: as primeiras foram arrancadas de seus meios de subsistência, os segundos são expropriados de seu lugar pela violência da fome, por exemplo, mas quase sempre eles recebem em troca um devaneio. O protótipo poderia ser o prospecto que, um século atrás, seduzia os emigrantes europeus: sonhos de posse, de bem-estar e de ascensão social.

          As condições para que o capitalismo invente sua versão neoliberal são subjetivas. A expropriação que torna essa passagem possível é psicológica: necessita que sejamos arrancados nem tanto de nossos meios de subsistência, mas de nossa comunidade restrita, familiar e social, para sermos lançados numa procura infinita de status (e, hipoteticamente, de bem-estar) definido pelo acesso a bens e serviços. Arrancados de nós mesmos, deveremos querer ardentemente ser algo além do que somos.

          Depois da liberdade de vender nossa força de trabalho, a “acumulação primitiva” do  neoliberalismo nos oferece a liberdade de mudar e subir na vida, ou seja, de cultivar visões, sonhos e devaneios de aventura e sucesso. E, desde o prospecto do emigrante, a oferta vem se aprimorando. A partir dos anos 60, a televisão forneceu os sonhos para que o campo não só
devesse, mas quisesse, ir para a cidade.

          O requisito para que a máquina neoliberal funcione é mais refinado do que a venda dos mesmos sabonetes ou filmes para todos. Trata-se de alimentar um sonho infinito de perfectibilidade
e, portanto, uma insatisfação radical. Não é pouca coisa: é necessário promover e vender objetos e serviços por eles serem indispensáveis para alcançarmos nossos ideais de status, de bem-estar e de felicidade, mas, ao mesmo tempo, é preciso que toda satisfação conclusiva permaneça impossível.

          Para fomentar o sujeito neoliberal, o que importa não é lhe vender mais uma roupa, uma cortina ou uma lipoaspiração; é alimentar nele sonhos de elegância perfeita, casa perfeita e corpo perfeito. Pois esses sonhos perpetuam o sentimento de nossa inadequação e garantem, assim, que ele seja parte inalterável, definidora, da personalidade contemporânea.

          Melhor deixar como está. No entanto, a coisa não fica bem. Do meu pequeno observatório psicanalítico, parece que o permanente sentimento de inadequação faz do sujeito neoliberal
uma espécie de sonhador descartável, que corre atrás da miragem de sua felicidade como um trem descontrolado, sem condutor, acelerando progressivamente por inércia – até que os
trilhos não agüentem mais.

(Contardo Calligaris, Terra de ninguém. São Paulo: Publifolha, 2002)


Para se evitar repetição de palavras, expressões ou frases, pode-se recorrer a uma elipse: embora não se represente de novo na frase, o elemento oculto estará subentendido.

Considerando-se o contexto, há a elipse de

Alternativas
Comentários
  • Há uma silepse do termo "o que importa" antes da oração "é alimentar nele sonhos de elegância", pois essa complementa a idéia iniciada em "...não é lhe vender mais uma roupa..." indicando que a idéia, o objetivo vai muito mais além.
  • Para se responder a frase é importante sabe o que é..

    Silepse
    é uma figura de construção que trata da concordância que acontece não com o que está explícito na frase, mas com o que está mentalmente subentendido, com o que está oculto. É, portanto, uma concordância ideológica, que ocorre com a ideia que o falante quer transmitir. É também chamada de concordância irregular. O termo silepse vem do grego e significa “ato de compreender”, “compreensão”.

    Fonte - http://pt.wikipedia.org/wiki/Silepse

  • o que importa em (...) o que importa não é lhe vender mais uma roupa, uma cortina, uma lipoaspiração; é alimentar nele sonhos de elegância perfeita, casa perfeita, e corpo perfeito.



    Há uma elipse no enunciado acima porque "o que importa" não aparece de novo, embora haja oração absoluta cujo sujeito foi omitido por ser óbvio que se trata de "o que importa em"

    Em linguística, elipse é uma figura de pensamento que significa omissão de algo (subentendido)sem prejudicar o sentido do enunciado.
  • Interpreto o gabarito "C" como sendo Zeugma e não Elipse. Zeugma é a omissão (da elipse) de um termo que já apareceu antes. Assim ficaria: "o que importa não é lhe vender mais uma roupa, MAIS uma cortina, MAIS uma lipoaspiração; é alimentar nele sonhos de elegância perfeita, casa perfeita, e corpo perfeito"


    Ou seja, a palavra MAIS já estava expressa na frase ... logo, na minha opinião ficaria: Zeugma

  • GABARITO: C

     

     

    Figura de linguagem de sintaxe ou de construção:

     

     

    1.0-Zeugma: É a elipse de um termo JÁ CITADO ANTERIORMENTE

     

    1.1- Elipse: é a omissão de um termo sintático que pode ser facilmente subtendido pelo contexto.

  • Não há mais diferença entre elipse e zeugma???Direto vejo as bancas misturando.


ID
570013
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                   O segredo da acumulação primitiva neoliberal         

          Numa coluna publicada na Folha de São Paulo, o jornalista Elio Gaspari evocava o drama recente de um navio de crianças escravas errando ao largo da costa do Benin. Ao ler o texto – que era inspirado , o navio tornava-se uma metáfora de toda a África subsaariana: ilha à deriva, mistura de leprosário com campo de extermínio e reserva de mão-de-obra para migrações desesperadas.

           Elio Gaspari propunha um termo para designar esse povo móvel e desesperado: “os cidadãos descartáveis”. “Massas de homens e mulheres são arrancados de seus meios de subsistência e jogados no mercado de trabalho como proletários livres, desprotegidos e sem direitos.” São palavras de Marx, quando ele descreve a “acumulação primitiva”, ou seja, o processo que, no século XVI, criou as condições necessárias ao surgimento do capitalismo.

          Para que ganhássemos nosso mundo moderno, foi necessário, por exemplo, que os servos feudais fossem, à força, expropriados do pedacinho de terra que podiam cultivar para sustentar-se. Massas inteiras se encontraram, assim, paradoxalmente livres da servidão, mas obrigadas a vender seu trabalho para sobreviver

          Quatro ou cinco séculos mais tarde, essa violência não deveria ter acabado? Ao que parece, o século XX pediu uma espécie de segunda rodada, um ajuste: a criação de sujeitos descartáveis globais para um capitalismo enfim global.

          Simples continuação ou repetição? Talvez haja uma diferença – pequena, mas substancial – entre as massas do século XVI e os migrantes da globalização: as primeiras foram arrancadas de seus meios de subsistência, os segundos são expropriados de seu lugar pela violência da fome, por exemplo, mas quase sempre eles recebem em troca um devaneio. O protótipo poderia ser o prospecto que, um século atrás, seduzia os emigrantes europeus: sonhos de posse, de bem-estar e de ascensão social.

          As condições para que o capitalismo invente sua versão neoliberal são subjetivas. A expropriação que torna essa passagem possível é psicológica: necessita que sejamos arrancados nem tanto de nossos meios de subsistência, mas de nossa comunidade restrita, familiar e social, para sermos lançados numa procura infinita de status (e, hipoteticamente, de bem-estar) definido pelo acesso a bens e serviços. Arrancados de nós mesmos, deveremos querer ardentemente ser algo além do que somos.

          Depois da liberdade de vender nossa força de trabalho, a “acumulação primitiva” do  neoliberalismo nos oferece a liberdade de mudar e subir na vida, ou seja, de cultivar visões, sonhos e devaneios de aventura e sucesso. E, desde o prospecto do emigrante, a oferta vem se aprimorando. A partir dos anos 60, a televisão forneceu os sonhos para que o campo não só
devesse, mas quisesse, ir para a cidade.

          O requisito para que a máquina neoliberal funcione é mais refinado do que a venda dos mesmos sabonetes ou filmes para todos. Trata-se de alimentar um sonho infinito de perfectibilidade
e, portanto, uma insatisfação radical. Não é pouca coisa: é necessário promover e vender objetos e serviços por eles serem indispensáveis para alcançarmos nossos ideais de status, de bem-estar e de felicidade, mas, ao mesmo tempo, é preciso que toda satisfação conclusiva permaneça impossível.

          Para fomentar o sujeito neoliberal, o que importa não é lhe vender mais uma roupa, uma cortina ou uma lipoaspiração; é alimentar nele sonhos de elegância perfeita, casa perfeita e corpo perfeito. Pois esses sonhos perpetuam o sentimento de nossa inadequação e garantem, assim, que ele seja parte inalterável, definidora, da personalidade contemporânea.

          Melhor deixar como está. No entanto, a coisa não fica bem. Do meu pequeno observatório psicanalítico, parece que o permanente sentimento de inadequação faz do sujeito neoliberal
uma espécie de sonhador descartável, que corre atrás da miragem de sua felicidade como um trem descontrolado, sem condutor, acelerando progressivamente por inércia – até que os
trilhos não agüentem mais.

(Contardo Calligaris, Terra de ninguém. São Paulo: Publifolha, 2002)


Sonhos não faltam; há sonhos dentro de nós e por toda parte, razão pela qual a estratégia neoliberal convoca esses sonhos, atribui a esses sonhos um valor incomensurável, sabendo que nunca realizaremos esses sonhos.

Evitam-se as viciosas repetições dos elementos sublinhados na frase acima substituindo-os, na ordem dada, por:

Alternativas
Comentários
  • O pronome lhe é usado para pessoa e não para objetos e é objeto indireto. creio que esta questão está errada

  • Há sonhos ...
    Verbo haver no sentido de existir é impessoal e o que lhe segue é OBJETO DIRETO.
    Pronome Oblíquo Átono usado para OBJETO DIRETO --> o, os, a, as
    Não se inicia período com P.O.A (Pronome Oblíquo Átono)
    Há-os

    ...a estratégia neoliberal convoca esses sonhos,
    Convocar: verbo transitivo direto.
    Pronome Oblíquo Átono usado para OBJETO DIRETO --> o, os, a, as
    os convoca

    atribui a esses sonhos um valor incomensurável,
    Atribuir: VTDI
    Atribuir algo[um valor incomensurável] a alguma coisa [esses sonhos]
    Pronome Oblíquo Átono usado para OBJETO INDIRETO --> lhe, lhes
    Não se inicia período com P.O.A
    atribui-lhes

    sabendo que nunca realizaremos esses sonhos.
    Realizar: VTD
    Pronome Oblíquo Átono usado para OBJETO DIRETO --> o, os, a, as
    NUNCA: Palavra invariável atrai o P.O.A
    os realizaremos

    Letra e)
  • Realmente os gramáticos falam que "lhe" só é usado para pessoa.
    Mas se o pronome "lhe" é só para pessoa, como ficaria então?

    atribui...?

    Se levarmos isso em conta erraremos muitas questões de concurso.

    Aguardo alguém que saiba explicar melhor que eu.
    ;-)
  • O pronome 'lhe' não é usado somente para pessoas, mas para campo semântico de pessoa, podendo incluir no conceito também objetos.
    Infelizmente não tenho nenhum exemplo para demonstrar a diferença, mas vou providenciar. De qualquer maneira a dica para diferenciar o que é e o que não é campo semântico de pessoa é verificar se o termo em questão responde a pergunta 'a quem?' (campo semântico de pessoa) e 'a que' (não é campo semântico de pessoa).
  • "a estratégia neoliberal convoca esses sonhos"
    Pq "os convoca", existe alguma apartícula atrativa????
  • PRONOME LHE(S) EMPREGADO PARA PESSOAS
    também aprendi na tenra idade esta falácia...mas o correto é:
    Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na sentença, exerce a função de complemento verbal, ou seja, objeto direto ou objeto indireto
    As formas oblíquas o, a, os, as devem ser empregadas como complemento de verbos transitivos diretos...
    Ex:   José convidou      Maria     para o baile
                        V.T.D.         Obj Dir
    convidar é Verbo Transitivo Direto
               José convidou-a      para o baile         
                                      Obj Dir
     O "a" representa Maria da primeira oração portanto este "a" é objeto direto
    As formas oblíquas LHE, LHES, devem ser empregados como complemento de verbos transitivos INDIRETOS
    Ex:
        O filho obedece    ao pai                    obedecer é verbo transitivo indireto
                        V.T.I.        Obj Ind
       O filho obedece-lhe                         O "lhe" representa "ao pai" da primeira oração portanto é objeto indireto
                                 Obj Ind
    O que na prática acontece é que a maiorida dos verbos bitransitivos (aqueles verbos que ao mesmo tempo são transitivos diretos e indiretos)
    são V.T.D para coisas e V.T.I. para pessoas, vejam:
    Verbo entregar: quem entrega, entrega ALGO                             Verbo agradecer: quem agradece, agradece ALGO
                                                                           A ALGUÉM                                                                                                      A ALGUÉM
    Verbo pedir: quem pede, pede ALGO
                                                             A ALGUÉM
    percebam, se é obrigatório o uso do pronome obliquo LHE na substituição do Objeto Indireto e na maioria das vezes o Obj Ind é uma pessoa, na nossa tenra idade a Professora em vez de nos ensinar a regra correta SIMPLIFICAVA TUDO DIZENDO      "O LHE É PARA PESSOA...." sabendo disso a CESPE a FCC a ESAF sempre colocam uma questão dessa.
    Lembro ainda que as formas oblíquas ME, TE, NOS, VOS tanto podem ser Obj Diretos quanto Obj Indiretos.
    Ex: Entregou-me        o pacote                                           Deixe-me                 DEIXAR É V.T.D
                          Obj Ind      Obj Dir                                                     Obj Dir
       
         Entregou-me       para a polícia                                   Obedeca-me              OBEDEDECER É V.T.I
                         Obj Dir      Obj Ind                                                          Obj Ind
    Fonte: Curso Prático de Gramática, autor Ernani Terra. 5ª edição, 2011. pg 152.
              e   Prof Aguinaldo da rede LFG.

  • O pronome LHE só substitui Obj Ind que se inicia com a preposição 'A' ou 'PARA'

    Mandei flores para Radegondes
    Mandei-lhe flores                                          tambem poderia escrever: Mandei-as para Radegondes  ou ainda     Mandei-lhas  (lhe+as)

    Obs:
    abaixo alguns verbos ( os que mais vemos nos concursos) QUE NÃO ADMITEM O PRONOME LHE. 

    Assisti ao filme-------------------assisti a ele      ( no sentido de ver é V.T.I.)
    Visei ao cargo---------------------visei a ele         ( no sentido de desejar é V.T.I.)
    Aspirei ao cargo------------------aspirei a ele     ( no sentido de desejar é V.T.I.)
    Obedeci ao regulamento------obedeci a ele   ( referindo-se a coisa não admite o lhe)

  • Pessoal, também não entendi o motivo da próclise em "os convoca". Se alguém souber explicar, mande-me um recado, por favor...
  • Sonhos não faltam; há sonhos dentro de nós e por toda parte, razão pela qual a estratégia neoliberal convoca esses sonhos,

    Sujeito: A estrátegia neoliberal


    A próclise é FACULTATIVA quando o sujeito vier expresso e o verbo não iniciar a oração
  • Alguém poderia me ajudar a compreender o porquê da substituição do complemento verbal de "realizaremos" por  "os" esta correta, visto que  a regra diz que os complementos dos verbos terminados em r, s ou z, devem ser substituídos por "lo, la (s)"???
  • Ferdinando é muito simples, o pronome nunca atrai o pronome átono caso obrigatório de próclise ( pronome antes do vebo). Logo não podemos colocar : nunca lo realizaremos. 
    ( ficaria bem esquisito, você concorda? deste modo o correto é trazer o pronome átono para antes do verbo ) 
    NUNCA OS REALIZAREMOS.
  • Essa é difícil viu... os convoca tem atrativo...
    "Há-os" posso estar desatualizado mas nunca vi esta expressão...
    Acho melhor anular a questão..
  • O mais correto seria atribui a ele, visto que se refere a algo! o mesmo raciocínio do verbo obedecer.
  • Sonhos não faltam; há sonhos dentro de nós e por toda parte, razão pela qual a estratégia neoliberal convoca esses sonhos, atribui a esses sonhos um valor incomensurável, sabendo que nunca realizaremos esses sonhos
    há-os - os convoca - atribui-lhes - os realizaremos

    vamos analisar:
    -há-os. caiu no desuso, porem esta correto...de modo que nao se pode usar próclise depois de virgula. no caso os ha estaria errado.
    -os convoca. certo...posso estar enganado..mas aqui temos um caso de proclise, pois esses é pronome demonstrativo, e pronome demosntrativos pedem próclise
    -atribui-lhes.certo..verbo inicia oração e ha virgula antes do verbo....no caso nao pode haver próclise...mas de acordo com o comentário da amiga acima, eu tambem acho q seria mais apropriado atribui a eles.enfim...
    -os realizaremos.certo...como ja dito antes...nunca é palavra com sentido negativo...nesse caso pede obrigatoriamente próclise
  • O Pronome Oblíquo Átono -lhe, -lhes, são usados em objeto indireto ou adjunto adnominal sendo:

    -lhe, lhes = A ELE = OI
    -lhe, -lhes = DELE = ADJ ADNOMINAL

    e não apenas para pessoa.

    Rodrigo
  • No cursinho que fiz a minha prof falou que so o CESPE
    considera lhe para pessoas, as outras bancas o lhe
    pode ser para pessoas ou objetos.
  •  Michele R. e Ludmilla:


    DICAS PARA ATRAÇÃO DOS PRONOMES:

    NARIS-D

    N- negativas: não,nunca,jamais ninguém...
    A- adverbios: hoje,amanhã,sempre...
    R-relativas: que ,qual ,cujo...
    I-Indefinidos: tudo, nada,nenhum...
    S- Sujeito ou subordinadas
    D- demonstrativos: estes,aqueles,....

    a estratégia neoliberal convoca esses sonhos....
    a estratégia neoliberal: sujeito
    Convocar: verbo transitivo direto.
    Pronome Oblíquo Átono usado para OBJETO DIRETO --> o, os, a, as
    os convoca
  • A FCC aceita LHE para pessoas e objetos!

    Já ouvi falar que Cespe também aceita assim, mas não tenho certeza.
  • Comentado por Ferdinando há 2 meses.
    Alguém poderia me ajudar a compreender o porquê da substituição do complemento verbal de "realizaremos" por  "os" esta correta, visto que  a regra diz que os complementos dos verbos terminados em r, s ou z, devem ser substituídos por "lo, la (s)"???

    ================================

    Isso é um erro clássico! O perigo é decorar sem entender!
    Veja:
    "sabendo que nunca realizaremos esses sonhos. "
    "esses sonhos" é OD -> então iremos usar O,A,OS,AS.
    é masculino plural -> usaremos "OS". O pronome é o "OS" e não "LOS" (ou LA/LO/LAS/LOS) !!!
    Se vc utilizá-lo antes, use "OS"; depois, existe a regra do R,S,Z e vc acrescenta "L" ao pronome!



     
  • Sempre analisar o verbo!!!

    LHE = função fixa para objeto indireto
    O(s) / A (s) = função fixa para objeto direto

    Lembrando que a ênclise NUNCA pode ser usada para o futuro.
  • Muito bem observado pelo colega Mateus. Trago mais algumas informações:

    ASPIRAR

    O verbo aspirar pode ser transitivo direto ou transitivo indireto.

    Transitivo direto: quando significa “sorver”, “tragar”, “inspirar” e exige complemento sem preposição.

    - Ela aspirou o aroma das flores.
    - Todos nós gostamos de aspirar o ar do campo.

    Transitivo indireto: quando significa “pretender”, “desejar”, “almejar” e exige complemento com a preposição “a”.

    - O candidato aspirava a uma posição de destaque.
    - Ela sempre aspirou a esse emprego.

    Obs: Quando é transitivo indireto não admite a substituição pelos pronomes lhe(s). Devemos substituir por “a ele(s)”, “a ela(s)”.

    - Aspiras a este cargo?
    - Sim, aspiro a ele. (e não “aspiro-lhe”).

    ASSISTIR

    O verbo assistir pode ser transitivo indireto, transitivo direto e intransitivo.

    Transitivo indireto: quando significa “ver”, “presenciar”, “caber”, “pertencer” e exige complemento com a preposição “a”.

    - Assisti a um filme. (ver)
    - Ele assistiu ao jogo.
    - Este direito assiste aos alunos. (caber)

    Transitivo direto: quando significa “socorrer”, “ajudar” e exige complemento sem preposição.

    - O médico assiste o ferido. (cuida)

    Obs: Nesse caso o verbo “assistir” pode ser usado com a preposição “a”.

    - Assistir ao paciente.

    Intransitivo: quando significa “morar” exige a preposição “em”.

    - O papa assiste no Vaticano. (no: em + o)
    - Eu assisto no Rio de Janeiro.

    “No Vaticano” e “no Rio de Janeiro” são adjuntos adverbiais de lugar.



    VISAR

    Pode ser transitivo direto (sem preposição) ou transitivo indireto (com preposição).
    Quando significa “dar visto” e “mirar” é transitivo direto.

    - O funcionário já visou todos os cheques. (dar visto)
    - O arqueiro visou o alvo e atirou. (mirar)

    Quando significa “desejar”, “almejar”, “pretender”, “ter em vista” é transitivo indireto e exige a preposição “a”.

    - Muitos visavam ao cargo.
    - Ele visa ao poder.

    Nesse caso não admite o pronome lhe(s) e deverá ser substituído por a ele(s), a ela(s). Ou seja, não se diz: viso-lhe.

    Obs: Quando o verbo “visar” é seguido por um infinitivo, a preposição é geralmente omitida.

    - Ele visava atingir o posto de comando.

    Fonte: Infoescola

  • o pronome oblíquo "lhes" se refere apenas as pessoas? entao como pode a e estar certa? atribui-lhes
  • Atribui VTDI. Quem atribui, atribui algo a alguém.
    A estratégia neoliberal é que atribui aos sonhos (lhes) um valor. Pense na estratégia liberal como um conjunto que represente algou ou um ser. Adicione esta exceção a regra de pessoas.

    Pelo Houaiss atribuir é  bitransitivo
    1 conceder alguma coisa a alguém com caráter de prerrogativa; dar, conferir
    Ex.: a lei atribui-lhe poderes especiais 
     transitivo direto e bitransitivo
    2 considerar (alguém ou algo) causador, autor ou possuidor de (algo); imputar
    Exs.: atribuem-lhe defeitos que não tem
     atribuíram ao mau tempo o atraso do avião 
     bitransitivo
    3 incumbir (alguém) de (algo)
    Ex.: a. certa tarefa a um auxiliar 
     pronominal
    4 tomar para si; arrogar-se, reivindicar
    Ex.: atribui-se direitos que não tem 
  • lhe(s), vos – Não alteram a forma verbal.
    Ex.: Confiamos-lhes nossos segredos.
    Apresentamos-vos as metas da empresa.

    þ Observação:
    LHE (S) “VERBO (A); PESSOA”
    Ex.: Obedeço ao chefe. [Obedeço-lhe]

    LHE (S) “=DELE(A)(S)”
    Ex.: Roubaram-lhe o livro.
    [Roubaram o livro dele(a).]
  • Gabarito: E


ID
570016
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                   O segredo da acumulação primitiva neoliberal         

          Numa coluna publicada na Folha de São Paulo, o jornalista Elio Gaspari evocava o drama recente de um navio de crianças escravas errando ao largo da costa do Benin. Ao ler o texto – que era inspirado , o navio tornava-se uma metáfora de toda a África subsaariana: ilha à deriva, mistura de leprosário com campo de extermínio e reserva de mão-de-obra para migrações desesperadas.

           Elio Gaspari propunha um termo para designar esse povo móvel e desesperado: “os cidadãos descartáveis”. “Massas de homens e mulheres são arrancados de seus meios de subsistência e jogados no mercado de trabalho como proletários livres, desprotegidos e sem direitos.” São palavras de Marx, quando ele descreve a “acumulação primitiva”, ou seja, o processo que, no século XVI, criou as condições necessárias ao surgimento do capitalismo.

          Para que ganhássemos nosso mundo moderno, foi necessário, por exemplo, que os servos feudais fossem, à força, expropriados do pedacinho de terra que podiam cultivar para sustentar-se. Massas inteiras se encontraram, assim, paradoxalmente livres da servidão, mas obrigadas a vender seu trabalho para sobreviver

          Quatro ou cinco séculos mais tarde, essa violência não deveria ter acabado? Ao que parece, o século XX pediu uma espécie de segunda rodada, um ajuste: a criação de sujeitos descartáveis globais para um capitalismo enfim global.

          Simples continuação ou repetição? Talvez haja uma diferença – pequena, mas substancial – entre as massas do século XVI e os migrantes da globalização: as primeiras foram arrancadas de seus meios de subsistência, os segundos são expropriados de seu lugar pela violência da fome, por exemplo, mas quase sempre eles recebem em troca um devaneio. O protótipo poderia ser o prospecto que, um século atrás, seduzia os emigrantes europeus: sonhos de posse, de bem-estar e de ascensão social.

          As condições para que o capitalismo invente sua versão neoliberal são subjetivas. A expropriação que torna essa passagem possível é psicológica: necessita que sejamos arrancados nem tanto de nossos meios de subsistência, mas de nossa comunidade restrita, familiar e social, para sermos lançados numa procura infinita de status (e, hipoteticamente, de bem-estar) definido pelo acesso a bens e serviços. Arrancados de nós mesmos, deveremos querer ardentemente ser algo além do que somos.

          Depois da liberdade de vender nossa força de trabalho, a “acumulação primitiva” do  neoliberalismo nos oferece a liberdade de mudar e subir na vida, ou seja, de cultivar visões, sonhos e devaneios de aventura e sucesso. E, desde o prospecto do emigrante, a oferta vem se aprimorando. A partir dos anos 60, a televisão forneceu os sonhos para que o campo não só
devesse, mas quisesse, ir para a cidade.

          O requisito para que a máquina neoliberal funcione é mais refinado do que a venda dos mesmos sabonetes ou filmes para todos. Trata-se de alimentar um sonho infinito de perfectibilidade
e, portanto, uma insatisfação radical. Não é pouca coisa: é necessário promover e vender objetos e serviços por eles serem indispensáveis para alcançarmos nossos ideais de status, de bem-estar e de felicidade, mas, ao mesmo tempo, é preciso que toda satisfação conclusiva permaneça impossível.

          Para fomentar o sujeito neoliberal, o que importa não é lhe vender mais uma roupa, uma cortina ou uma lipoaspiração; é alimentar nele sonhos de elegância perfeita, casa perfeita e corpo perfeito. Pois esses sonhos perpetuam o sentimento de nossa inadequação e garantem, assim, que ele seja parte inalterável, definidora, da personalidade contemporânea.

          Melhor deixar como está. No entanto, a coisa não fica bem. Do meu pequeno observatório psicanalítico, parece que o permanente sentimento de inadequação faz do sujeito neoliberal
uma espécie de sonhador descartável, que corre atrás da miragem de sua felicidade como um trem descontrolado, sem condutor, acelerando progressivamente por inércia – até que os
trilhos não agüentem mais.

(Contardo Calligaris, Terra de ninguém. São Paulo: Publifolha, 2002)


Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA "D"

    d) As miragens a que nos prendemos, ao longo da vida, são projeções de anseios cujo destino não é a satisfação conclusiva.

    Nos prendemos a alguma coisa...

    O pronome relativo cujo só poderá ser usado quando houver indicação de posse; coloca-se o pronome cujo entre o elemento possuído e o elemento possuidor.

    projeções cujo destino.
  • Quak seria o erro da letra "B"??
  • LUCIANA, NA LETRA "B" O ERRO É QUE SEMPRE DEPOIS DO "CUJO" SÓ PODE SER USADO SUBSTANTIVO, NO CASO EM QUESTÃO VEM SEGUIDO PELO ARTIGO "O".



    ESPERO TER AJUDADO!!!
  • Alguém sabe por que a letra "e" está errado?
  • Na letra B, além do que já foi comentado, o correto seria " à qual ";
  •  a) Os sonhos de cujos nos queremos alimentar não satisfazem os desejos com que a eles nos moveram.(verbo- Cujo une 2 substantivos)
     b) A expressão de Elio Gaspari, a qual se refere(A) o autor do texto, é “cidadãos descartáveis”, e alude às criaturas desesperadas cujo orumo é inteiramente incerto.(CUJO O = NÃO EXISTE)
     c) Os objetivos deque se propõem(A) os neoliberais não coincidem com as necessidades por cujasse movem os “cidadãos descartáveis”.(MOVEM = VERBO. Cujo une 2 substantivos)
    e) A força do nosso trabalho, deque não relutamos(COM) em vender, dificilmente será paga pelo valor em que nos satisfaremos.(COM)
  • Gabarito: d
    Comentário.
     
    O verbo prender-se rege a preposição “a”. como o pronome relativo se refere a “miragens”, está perfeita esta construção: “As miragens a que nos prendemos...”.
     
    Em seguida o relativo “cujo” une corretamente os substantivos “anseios” e “destino” (destino dos anseios)
     
     Análise das opções incorretas:
     
    a)O pronome cujo só pode ficar entre dois nomes, como o “cujo” não está ligando dois substantivos está incorretamente aplicado. Em seu lugar, devemos colocar o pronome relativo “que”. Como o verbo “alimentar” é transitivo direto (Nós alimentamos um sonho), não deve haver preposição (“Os sonhos que nós queremos alimentar...”).
     
    Em seguida, o pronome relativo exerce, na oração adjetiva, a função de sujeito (“Os desejos [referente do pronome relativo] nos moveram aos sonhos [representado na oração por “a eles”].”). Portanto, não há preposição “com”. A construção correta ficaria: “Os sonhos que nós queremos alimentar não satisfazem os desejos que a eles nos moveram.”.
     
    b)A oração subordinada adjetiva, iniciada por “a qual”, feitas as substituições necessárias, seria: “O autor do texto se refere à expressão de Elio Gaspari.”. O verbo referir-se, presente na oração adjetiva, exige a preposição “a”. O encontro dessa preposição com o pronome relativo “a qual” (cujo referente é “expressão de Elio Gaspari”) forma a crase: “A expressão de Elio Gaspari, à qual se refere o autor do texto...”.
     
    Depois tem-se o emprego errado de “cujo o”. Para a correção desse trecho, devemos retirar esse artigo “o”: “e alude às criaturas desesperadas cujo rumo é inteiramenteincerto”, já que entre “rumo” e “criaturas desesperadas” há uma ligação de dependência (o rumo das criaturas).
     
    c)No sentido de “ter em vista”, “objetivar”, o verbo pronominal propor-se rege a preposição “a” (Alguém se propõe a alguma coisa). Assim, essa preposição deve anteceder o pronome relativo “que”: “Os objetivos a que se propõem os neoliberais...”.
     
    e)O verbo “vender” é transitivo direto. Assim, não há preposição “de” antes do pronome relativo: “A força do nosso trabalho, que não relutamos a vender ...” 

    Fonte: http://www.e-concursos.net/_Arena/Modulos/Util/Imprimir.aspx?op=Custom/eConcursos/ArtigoAbrir&IdArtigo=293 
  • O "que" é um coringa que pode ser usado na grande maioria das situações.
  • resposta:

    As miragens a que nos prendemos, ao longo da vida, são projeções de anseios cujo destino não é a satisfação conclusiva.

    às opções com "cujo".

    Cujo é pronome é artigo não vai antes de pronome.
  • Fiquei na dúvida por causa da concordância:

    As miragens a que nos prendemos, ao longo da vida, são projeções de anseios cujo destino não é a satisfação conclusiva.

    As miragens (plural) as quais nos prendemos, ...
     

    Alguém poderia me esclarecer?

    Desde já, obrigada.





     



  • Também fiquei com a mesma dúvida da Daniela Nunes e
    agradeço a quem ajudar a tirá-la. 
  • Aos colegas que ficaram em dúvida com relação a concordância:
    O pronome QUE é invariável, ou seja, não varia de acordo com o termo anteposto nem com o posposto.
    Os pronomes relativos que variam são: Cujo, a qual e quanto.
    A concordância, dita acima, se refere ao pronome "O QUAL"!
    Outra coisa, como o verbo exige a preposição A se houvesse a variação dita, ocorreria uma crase (às quais). Como no QUE não possui o"A"artigo resta apenas o "A" preposição.
    Se caso tenha sido pouco claro, dê uma olhada na matéria quando fala de variação dos pronomes relativos.

    Bons estudos!!

ID
570019
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                   O segredo da acumulação primitiva neoliberal         

          Numa coluna publicada na Folha de São Paulo, o jornalista Elio Gaspari evocava o drama recente de um navio de crianças escravas errando ao largo da costa do Benin. Ao ler o texto – que era inspirado , o navio tornava-se uma metáfora de toda a África subsaariana: ilha à deriva, mistura de leprosário com campo de extermínio e reserva de mão-de-obra para migrações desesperadas.

           Elio Gaspari propunha um termo para designar esse povo móvel e desesperado: “os cidadãos descartáveis”. “Massas de homens e mulheres são arrancados de seus meios de subsistência e jogados no mercado de trabalho como proletários livres, desprotegidos e sem direitos.” São palavras de Marx, quando ele descreve a “acumulação primitiva”, ou seja, o processo que, no século XVI, criou as condições necessárias ao surgimento do capitalismo.

          Para que ganhássemos nosso mundo moderno, foi necessário, por exemplo, que os servos feudais fossem, à força, expropriados do pedacinho de terra que podiam cultivar para sustentar-se. Massas inteiras se encontraram, assim, paradoxalmente livres da servidão, mas obrigadas a vender seu trabalho para sobreviver

          Quatro ou cinco séculos mais tarde, essa violência não deveria ter acabado? Ao que parece, o século XX pediu uma espécie de segunda rodada, um ajuste: a criação de sujeitos descartáveis globais para um capitalismo enfim global.

          Simples continuação ou repetição? Talvez haja uma diferença – pequena, mas substancial – entre as massas do século XVI e os migrantes da globalização: as primeiras foram arrancadas de seus meios de subsistência, os segundos são expropriados de seu lugar pela violência da fome, por exemplo, mas quase sempre eles recebem em troca um devaneio. O protótipo poderia ser o prospecto que, um século atrás, seduzia os emigrantes europeus: sonhos de posse, de bem-estar e de ascensão social.

          As condições para que o capitalismo invente sua versão neoliberal são subjetivas. A expropriação que torna essa passagem possível é psicológica: necessita que sejamos arrancados nem tanto de nossos meios de subsistência, mas de nossa comunidade restrita, familiar e social, para sermos lançados numa procura infinita de status (e, hipoteticamente, de bem-estar) definido pelo acesso a bens e serviços. Arrancados de nós mesmos, deveremos querer ardentemente ser algo além do que somos.

          Depois da liberdade de vender nossa força de trabalho, a “acumulação primitiva” do  neoliberalismo nos oferece a liberdade de mudar e subir na vida, ou seja, de cultivar visões, sonhos e devaneios de aventura e sucesso. E, desde o prospecto do emigrante, a oferta vem se aprimorando. A partir dos anos 60, a televisão forneceu os sonhos para que o campo não só
devesse, mas quisesse, ir para a cidade.

          O requisito para que a máquina neoliberal funcione é mais refinado do que a venda dos mesmos sabonetes ou filmes para todos. Trata-se de alimentar um sonho infinito de perfectibilidade
e, portanto, uma insatisfação radical. Não é pouca coisa: é necessário promover e vender objetos e serviços por eles serem indispensáveis para alcançarmos nossos ideais de status, de bem-estar e de felicidade, mas, ao mesmo tempo, é preciso que toda satisfação conclusiva permaneça impossível.

          Para fomentar o sujeito neoliberal, o que importa não é lhe vender mais uma roupa, uma cortina ou uma lipoaspiração; é alimentar nele sonhos de elegância perfeita, casa perfeita e corpo perfeito. Pois esses sonhos perpetuam o sentimento de nossa inadequação e garantem, assim, que ele seja parte inalterável, definidora, da personalidade contemporânea.

          Melhor deixar como está. No entanto, a coisa não fica bem. Do meu pequeno observatório psicanalítico, parece que o permanente sentimento de inadequação faz do sujeito neoliberal
uma espécie de sonhador descartável, que corre atrás da miragem de sua felicidade como um trem descontrolado, sem condutor, acelerando progressivamente por inércia – até que os
trilhos não agüentem mais.

(Contardo Calligaris, Terra de ninguém. São Paulo: Publifolha, 2002)


Para que ganhássemos o mundo moderno, foi necessário que os servos feudais fossem, à força, expropriados do pedacinho de terra que podiam cultivar para sustentar-se.

Conserva-se, numa outra construção correta, o sentido do trecho sublinhado na frase acima, em:

Alternativas
Comentários
  • Correta a letra A - "foi preciso que houvesse a expropriação, à força, do pedacinho de terra que os servos feudais podiam cultivar para seu sustento."

    As demais alternativas apresentam alguma incoerência:
    b) fez-se necessário [falta um "para" aqui] que o pedacinho de terra, cultivado para o sustento dos servos feudais, tivesse sido expropriado à força.
    c) foi preciso que se expropriassem dos servos feudais, à força, do pedacinho de terra que cultivavam para sustentar-se.
    d) houve a necessidade de se expropriar do pedacinho de terra, à força, que os servos feudais cultivavam para seu sustento.
    e) houve a necessidade do pedacinho de terra ser expropriado, à força, na qual os servos feudais cultivavam para sustentarem-se.

ID
570022
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                   O segredo da acumulação primitiva neoliberal         

          Numa coluna publicada na Folha de São Paulo, o jornalista Elio Gaspari evocava o drama recente de um navio de crianças escravas errando ao largo da costa do Benin. Ao ler o texto – que era inspirado , o navio tornava-se uma metáfora de toda a África subsaariana: ilha à deriva, mistura de leprosário com campo de extermínio e reserva de mão-de-obra para migrações desesperadas.

           Elio Gaspari propunha um termo para designar esse povo móvel e desesperado: “os cidadãos descartáveis”. “Massas de homens e mulheres são arrancados de seus meios de subsistência e jogados no mercado de trabalho como proletários livres, desprotegidos e sem direitos.” São palavras de Marx, quando ele descreve a “acumulação primitiva”, ou seja, o processo que, no século XVI, criou as condições necessárias ao surgimento do capitalismo.

          Para que ganhássemos nosso mundo moderno, foi necessário, por exemplo, que os servos feudais fossem, à força, expropriados do pedacinho de terra que podiam cultivar para sustentar-se. Massas inteiras se encontraram, assim, paradoxalmente livres da servidão, mas obrigadas a vender seu trabalho para sobreviver

          Quatro ou cinco séculos mais tarde, essa violência não deveria ter acabado? Ao que parece, o século XX pediu uma espécie de segunda rodada, um ajuste: a criação de sujeitos descartáveis globais para um capitalismo enfim global.

          Simples continuação ou repetição? Talvez haja uma diferença – pequena, mas substancial – entre as massas do século XVI e os migrantes da globalização: as primeiras foram arrancadas de seus meios de subsistência, os segundos são expropriados de seu lugar pela violência da fome, por exemplo, mas quase sempre eles recebem em troca um devaneio. O protótipo poderia ser o prospecto que, um século atrás, seduzia os emigrantes europeus: sonhos de posse, de bem-estar e de ascensão social.

          As condições para que o capitalismo invente sua versão neoliberal são subjetivas. A expropriação que torna essa passagem possível é psicológica: necessita que sejamos arrancados nem tanto de nossos meios de subsistência, mas de nossa comunidade restrita, familiar e social, para sermos lançados numa procura infinita de status (e, hipoteticamente, de bem-estar) definido pelo acesso a bens e serviços. Arrancados de nós mesmos, deveremos querer ardentemente ser algo além do que somos.

          Depois da liberdade de vender nossa força de trabalho, a “acumulação primitiva” do  neoliberalismo nos oferece a liberdade de mudar e subir na vida, ou seja, de cultivar visões, sonhos e devaneios de aventura e sucesso. E, desde o prospecto do emigrante, a oferta vem se aprimorando. A partir dos anos 60, a televisão forneceu os sonhos para que o campo não só
devesse, mas quisesse, ir para a cidade.

          O requisito para que a máquina neoliberal funcione é mais refinado do que a venda dos mesmos sabonetes ou filmes para todos. Trata-se de alimentar um sonho infinito de perfectibilidade
e, portanto, uma insatisfação radical. Não é pouca coisa: é necessário promover e vender objetos e serviços por eles serem indispensáveis para alcançarmos nossos ideais de status, de bem-estar e de felicidade, mas, ao mesmo tempo, é preciso que toda satisfação conclusiva permaneça impossível.

          Para fomentar o sujeito neoliberal, o que importa não é lhe vender mais uma roupa, uma cortina ou uma lipoaspiração; é alimentar nele sonhos de elegância perfeita, casa perfeita e corpo perfeito. Pois esses sonhos perpetuam o sentimento de nossa inadequação e garantem, assim, que ele seja parte inalterável, definidora, da personalidade contemporânea.

          Melhor deixar como está. No entanto, a coisa não fica bem. Do meu pequeno observatório psicanalítico, parece que o permanente sentimento de inadequação faz do sujeito neoliberal
uma espécie de sonhador descartável, que corre atrás da miragem de sua felicidade como um trem descontrolado, sem condutor, acelerando progressivamente por inércia – até que os
trilhos não agüentem mais.

(Contardo Calligaris, Terra de ninguém. São Paulo: Publifolha, 2002)


O requisito para que a máquina neoliberal funcione é mais refinado do que a venda dos mesmos sabonetes ou filmes para todos. Trata-se de alimentar um sonho infinito de perfectibilidade (...).

Entre os dois períodos acima, há uma conexão lógica que se manteria com a substituição do segmento sublinhado por

Alternativas
Comentários
  • Conjunção explicativas

    Expressam a relação de explicação, razão ou motivo. São elas: queporqueporquantopois (anteposta ao verbo).

    Ex: Ele não entra porque está sem tempo.

    O requisito para que a máquina neoliberal funcione é mais refinado do que a venda dos mesmos sabonetes ou filmes para todos. Trata-se de (pois consiste em) alimentar um sonho infinito de perfectibilidade

  • a) para todos; assim como há a necessidade de

    INCORRETA. Não existe, entre os dois periodos, nexo semântico de adição.

    b) para todos? Não, já que se trata de

    INCORRETA. Consideraria a afirmativa inicial depreendida do texto incorreta, o que, por se tratar da premissa em que se fundamentou o autor do texto, não pode ser aceito.

    c) para todos? Sim, a despeito de consistir em

    INCORRETA. A resposta afirmativa estaria correta, mas a expressão "a despeito de", cujo significado é "apesar de" dá a idéia de concessão, invalidando, portanto, a continuidade do texto.

    d) para todos, conquanto seja o caso de

    INCORRETA. O emprego de "conquanto" (concessão), não pode ser aceito. Mesma regra anterior.

ID
570025
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                   O segredo da acumulação primitiva neoliberal         

          Numa coluna publicada na Folha de São Paulo, o jornalista Elio Gaspari evocava o drama recente de um navio de crianças escravas errando ao largo da costa do Benin. Ao ler o texto – que era inspirado , o navio tornava-se uma metáfora de toda a África subsaariana: ilha à deriva, mistura de leprosário com campo de extermínio e reserva de mão-de-obra para migrações desesperadas.

           Elio Gaspari propunha um termo para designar esse povo móvel e desesperado: “os cidadãos descartáveis”. “Massas de homens e mulheres são arrancados de seus meios de subsistência e jogados no mercado de trabalho como proletários livres, desprotegidos e sem direitos.” São palavras de Marx, quando ele descreve a “acumulação primitiva”, ou seja, o processo que, no século XVI, criou as condições necessárias ao surgimento do capitalismo.

          Para que ganhássemos nosso mundo moderno, foi necessário, por exemplo, que os servos feudais fossem, à força, expropriados do pedacinho de terra que podiam cultivar para sustentar-se. Massas inteiras se encontraram, assim, paradoxalmente livres da servidão, mas obrigadas a vender seu trabalho para sobreviver

          Quatro ou cinco séculos mais tarde, essa violência não deveria ter acabado? Ao que parece, o século XX pediu uma espécie de segunda rodada, um ajuste: a criação de sujeitos descartáveis globais para um capitalismo enfim global.

          Simples continuação ou repetição? Talvez haja uma diferença – pequena, mas substancial – entre as massas do século XVI e os migrantes da globalização: as primeiras foram arrancadas de seus meios de subsistência, os segundos são expropriados de seu lugar pela violência da fome, por exemplo, mas quase sempre eles recebem em troca um devaneio. O protótipo poderia ser o prospecto que, um século atrás, seduzia os emigrantes europeus: sonhos de posse, de bem-estar e de ascensão social.

          As condições para que o capitalismo invente sua versão neoliberal são subjetivas. A expropriação que torna essa passagem possível é psicológica: necessita que sejamos arrancados nem tanto de nossos meios de subsistência, mas de nossa comunidade restrita, familiar e social, para sermos lançados numa procura infinita de status (e, hipoteticamente, de bem-estar) definido pelo acesso a bens e serviços. Arrancados de nós mesmos, deveremos querer ardentemente ser algo além do que somos.

          Depois da liberdade de vender nossa força de trabalho, a “acumulação primitiva” do  neoliberalismo nos oferece a liberdade de mudar e subir na vida, ou seja, de cultivar visões, sonhos e devaneios de aventura e sucesso. E, desde o prospecto do emigrante, a oferta vem se aprimorando. A partir dos anos 60, a televisão forneceu os sonhos para que o campo não só
devesse, mas quisesse, ir para a cidade.

          O requisito para que a máquina neoliberal funcione é mais refinado do que a venda dos mesmos sabonetes ou filmes para todos. Trata-se de alimentar um sonho infinito de perfectibilidade
e, portanto, uma insatisfação radical. Não é pouca coisa: é necessário promover e vender objetos e serviços por eles serem indispensáveis para alcançarmos nossos ideais de status, de bem-estar e de felicidade, mas, ao mesmo tempo, é preciso que toda satisfação conclusiva permaneça impossível.

          Para fomentar o sujeito neoliberal, o que importa não é lhe vender mais uma roupa, uma cortina ou uma lipoaspiração; é alimentar nele sonhos de elegância perfeita, casa perfeita e corpo perfeito. Pois esses sonhos perpetuam o sentimento de nossa inadequação e garantem, assim, que ele seja parte inalterável, definidora, da personalidade contemporânea.

          Melhor deixar como está. No entanto, a coisa não fica bem. Do meu pequeno observatório psicanalítico, parece que o permanente sentimento de inadequação faz do sujeito neoliberal
uma espécie de sonhador descartável, que corre atrás da miragem de sua felicidade como um trem descontrolado, sem condutor, acelerando progressivamente por inércia – até que os
trilhos não agüentem mais.

(Contardo Calligaris, Terra de ninguém. São Paulo: Publifolha, 2002)


A frase inteiramente correta, coesa e coerente é:

Alternativas
Comentários
  • Arrefecimento
    s.m. Esfriamento
    fig. Diminuição de ardor, tibieza, frieza.

    Já decorreram quatro ou cinco séculos e, a despeito disso, não há sinais de arrefecimento(diminuição)de toda essa violência.

    Fonte:
    http://www.dicio.com.br/arrefecimento/
  • A) Haverem - era
    B) gabarito
    C) ocorreram
    D) tenham passado (exclui "se")
    E) passasem (exclui "já se")
  • Creio que o erro da letra C seja:

    c) Não parece que essa violência venha a ser dirimida, apesar desses quatro ou cinco séculos em que ocorreu. (vem ocorrendo)

    Não se pode trocar ocorreu por ocorreram, pois está se referindo a violência e, por isso, fica no singular.

    Atualmente as questoes da FCC nesse estilo (coerência e coesão) estão exigindo mais atenção.
  • "Alternativa incorreta. Observadas as cinco alternativas, notamos que as expressões "quatro ou cinco sséculos" - alternativas (A) e (B) - e "três ou quatro séculos" - alternativas (D) e (E) - devem ser consideradas como sujeitos sintáticos de diversas formas verbais: "haverem passado" em (A), "decorreram" em (B), "tenham passado" em (D) e "passassem" em (E). Nesta alternativa, a expressão "quatro ou cinco séculos" igualmente funciona como sujeito. Desta vez da forma verbal relativa ao verbo "ocorrer", que, por isso, deve surgir na 3º pessoa do plural, ficando o texto corretamente redigido desta forma: "Não parece que essa violência venha a ser dirimida, apesar desses quatro ou cinco séculos que ocorreram". Comentamos, por oportuno, que a utilização da espressão "apesar de" - de valor semântico concessivo - é coerente, uma vez que, no plano lógico de articulação das idéias, não seria de se esperar que a violência, tendo ocorrido em quatro ou cinco séculos, não parecesse vir a ser dirimida. Assim, não procede a aceitação de que o texto não seria coerente e, a partir daí, a consideração da expressão "em que" como adjunto adverbial de tempo para o verbo ocorrer, que teria como sujeito implícito a expressão "a violência".

    Eis o comentário completo transcrito do livro do Décio Sena. Agora sim me ficou claro o porquê de a (C) ser não elegível à alternativa coincidente com o gabarito da FCC. "

    FONTE: Retirado do site "Fórum Concurseiros"


ID
570028
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                   O segredo da acumulação primitiva neoliberal         

          Numa coluna publicada na Folha de São Paulo, o jornalista Elio Gaspari evocava o drama recente de um navio de crianças escravas errando ao largo da costa do Benin. Ao ler o texto – que era inspirado , o navio tornava-se uma metáfora de toda a África subsaariana: ilha à deriva, mistura de leprosário com campo de extermínio e reserva de mão-de-obra para migrações desesperadas.

           Elio Gaspari propunha um termo para designar esse povo móvel e desesperado: “os cidadãos descartáveis”. “Massas de homens e mulheres são arrancados de seus meios de subsistência e jogados no mercado de trabalho como proletários livres, desprotegidos e sem direitos.” São palavras de Marx, quando ele descreve a “acumulação primitiva”, ou seja, o processo que, no século XVI, criou as condições necessárias ao surgimento do capitalismo.

          Para que ganhássemos nosso mundo moderno, foi necessário, por exemplo, que os servos feudais fossem, à força, expropriados do pedacinho de terra que podiam cultivar para sustentar-se. Massas inteiras se encontraram, assim, paradoxalmente livres da servidão, mas obrigadas a vender seu trabalho para sobreviver

          Quatro ou cinco séculos mais tarde, essa violência não deveria ter acabado? Ao que parece, o século XX pediu uma espécie de segunda rodada, um ajuste: a criação de sujeitos descartáveis globais para um capitalismo enfim global.

          Simples continuação ou repetição? Talvez haja uma diferença – pequena, mas substancial – entre as massas do século XVI e os migrantes da globalização: as primeiras foram arrancadas de seus meios de subsistência, os segundos são expropriados de seu lugar pela violência da fome, por exemplo, mas quase sempre eles recebem em troca um devaneio. O protótipo poderia ser o prospecto que, um século atrás, seduzia os emigrantes europeus: sonhos de posse, de bem-estar e de ascensão social.

          As condições para que o capitalismo invente sua versão neoliberal são subjetivas. A expropriação que torna essa passagem possível é psicológica: necessita que sejamos arrancados nem tanto de nossos meios de subsistência, mas de nossa comunidade restrita, familiar e social, para sermos lançados numa procura infinita de status (e, hipoteticamente, de bem-estar) definido pelo acesso a bens e serviços. Arrancados de nós mesmos, deveremos querer ardentemente ser algo além do que somos.

          Depois da liberdade de vender nossa força de trabalho, a “acumulação primitiva” do  neoliberalismo nos oferece a liberdade de mudar e subir na vida, ou seja, de cultivar visões, sonhos e devaneios de aventura e sucesso. E, desde o prospecto do emigrante, a oferta vem se aprimorando. A partir dos anos 60, a televisão forneceu os sonhos para que o campo não só
devesse, mas quisesse, ir para a cidade.

          O requisito para que a máquina neoliberal funcione é mais refinado do que a venda dos mesmos sabonetes ou filmes para todos. Trata-se de alimentar um sonho infinito de perfectibilidade
e, portanto, uma insatisfação radical. Não é pouca coisa: é necessário promover e vender objetos e serviços por eles serem indispensáveis para alcançarmos nossos ideais de status, de bem-estar e de felicidade, mas, ao mesmo tempo, é preciso que toda satisfação conclusiva permaneça impossível.

          Para fomentar o sujeito neoliberal, o que importa não é lhe vender mais uma roupa, uma cortina ou uma lipoaspiração; é alimentar nele sonhos de elegância perfeita, casa perfeita e corpo perfeito. Pois esses sonhos perpetuam o sentimento de nossa inadequação e garantem, assim, que ele seja parte inalterável, definidora, da personalidade contemporânea.

          Melhor deixar como está. No entanto, a coisa não fica bem. Do meu pequeno observatório psicanalítico, parece que o permanente sentimento de inadequação faz do sujeito neoliberal
uma espécie de sonhador descartável, que corre atrás da miragem de sua felicidade como um trem descontrolado, sem condutor, acelerando progressivamente por inércia – até que os
trilhos não agüentem mais.

(Contardo Calligaris, Terra de ninguém. São Paulo: Publifolha, 2002)


A expropriação que torna essa passagem possível é psicológica: necessita que sejamos arrancados nem tanto de nossos meios de subsistência, mas de nossa comunidade restrita, familiar e social.

Na frase acima, e no contexto do parágrafo que ela integra,

Alternativas
Comentários
  • a) a ação expressa em necessita deve ser atribuída a essa passagem. ERRADO -> a ação expressa em necessita é atribuída a expropriação.

    b) a expressão sejamos arrancados tem sentido equivalente ao de nos arranquemos. ERRADO -> No primeiro caso o sujeito sofre a ação, no segundo, executa.

    c) a expressão arrancados nem tanto de nosso meios de subsistência, mas de (...) , tem sentido equivalente a arrancados, menos do que de nossos meios de subsistência, de (...). CORRETA -> "nem tanto ..., mas de" é equivalente a "menos do que de..., de"

    d) o complemento verbal de necessita é expresso por nossa comunidade restrita, familiar e social. ERRADO -> O complemento verbal de necessita é expresso em "que sejamos arrancados..."

    e) o sinal de dois pontos pode, sem prejuízo para o sentido, ser substituído por vírgula, seguida da expressão por conseguinte. ERRADO -> substituir na frase os "dois pontos" pela expressão "por conseguinte" seria transforma-la de oração coordenada explicativa para oração coordenada conclusiva.

ID
570031
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                   O segredo da acumulação primitiva neoliberal         

          Numa coluna publicada na Folha de São Paulo, o jornalista Elio Gaspari evocava o drama recente de um navio de crianças escravas errando ao largo da costa do Benin. Ao ler o texto – que era inspirado , o navio tornava-se uma metáfora de toda a África subsaariana: ilha à deriva, mistura de leprosário com campo de extermínio e reserva de mão-de-obra para migrações desesperadas.

           Elio Gaspari propunha um termo para designar esse povo móvel e desesperado: “os cidadãos descartáveis”. “Massas de homens e mulheres são arrancados de seus meios de subsistência e jogados no mercado de trabalho como proletários livres, desprotegidos e sem direitos.” São palavras de Marx, quando ele descreve a “acumulação primitiva”, ou seja, o processo que, no século XVI, criou as condições necessárias ao surgimento do capitalismo.

          Para que ganhássemos nosso mundo moderno, foi necessário, por exemplo, que os servos feudais fossem, à força, expropriados do pedacinho de terra que podiam cultivar para sustentar-se. Massas inteiras se encontraram, assim, paradoxalmente livres da servidão, mas obrigadas a vender seu trabalho para sobreviver

          Quatro ou cinco séculos mais tarde, essa violência não deveria ter acabado? Ao que parece, o século XX pediu uma espécie de segunda rodada, um ajuste: a criação de sujeitos descartáveis globais para um capitalismo enfim global.

          Simples continuação ou repetição? Talvez haja uma diferença – pequena, mas substancial – entre as massas do século XVI e os migrantes da globalização: as primeiras foram arrancadas de seus meios de subsistência, os segundos são expropriados de seu lugar pela violência da fome, por exemplo, mas quase sempre eles recebem em troca um devaneio. O protótipo poderia ser o prospecto que, um século atrás, seduzia os emigrantes europeus: sonhos de posse, de bem-estar e de ascensão social.

          As condições para que o capitalismo invente sua versão neoliberal são subjetivas. A expropriação que torna essa passagem possível é psicológica: necessita que sejamos arrancados nem tanto de nossos meios de subsistência, mas de nossa comunidade restrita, familiar e social, para sermos lançados numa procura infinita de status (e, hipoteticamente, de bem-estar) definido pelo acesso a bens e serviços. Arrancados de nós mesmos, deveremos querer ardentemente ser algo além do que somos.

          Depois da liberdade de vender nossa força de trabalho, a “acumulação primitiva” do  neoliberalismo nos oferece a liberdade de mudar e subir na vida, ou seja, de cultivar visões, sonhos e devaneios de aventura e sucesso. E, desde o prospecto do emigrante, a oferta vem se aprimorando. A partir dos anos 60, a televisão forneceu os sonhos para que o campo não só
devesse, mas quisesse, ir para a cidade.

          O requisito para que a máquina neoliberal funcione é mais refinado do que a venda dos mesmos sabonetes ou filmes para todos. Trata-se de alimentar um sonho infinito de perfectibilidade
e, portanto, uma insatisfação radical. Não é pouca coisa: é necessário promover e vender objetos e serviços por eles serem indispensáveis para alcançarmos nossos ideais de status, de bem-estar e de felicidade, mas, ao mesmo tempo, é preciso que toda satisfação conclusiva permaneça impossível.

          Para fomentar o sujeito neoliberal, o que importa não é lhe vender mais uma roupa, uma cortina ou uma lipoaspiração; é alimentar nele sonhos de elegância perfeita, casa perfeita e corpo perfeito. Pois esses sonhos perpetuam o sentimento de nossa inadequação e garantem, assim, que ele seja parte inalterável, definidora, da personalidade contemporânea.

          Melhor deixar como está. No entanto, a coisa não fica bem. Do meu pequeno observatório psicanalítico, parece que o permanente sentimento de inadequação faz do sujeito neoliberal
uma espécie de sonhador descartável, que corre atrás da miragem de sua felicidade como um trem descontrolado, sem condutor, acelerando progressivamente por inércia – até que os
trilhos não agüentem mais.

(Contardo Calligaris, Terra de ninguém. São Paulo: Publifolha, 2002)


O verbo indicado entre parênteses deverá ser obrigatoriamente flexionado numa forma do plural para preencher de modo correto a frase:

Alternativas
Comentários
  • CORRETA.

    Nunca me ...... (sobrevir), como agora, os sobressaltos que cada sonho traz consigo. 

    A frase está escrita de forma invertida, vejamos como fica:

    Os sobressaltos (...) nunca sobrevieram a mim, como agora.
  • GABARITO SIMPLIFICADO:
    a) Quanto mais interesses HOUVER (haver) em jogo, mais contundentes serão as iniciativas da máquina neoliberal. (VERBO IMPESSOAL, LOGO 3ª PESSOA do singular)

    b) A não SER (ser) pelas miragens que alimenta, muitas pessoas não conseguiriam sustentar o ânimo de viver. (LOCUÇÃO PREPOSITIVA - INVERIÁVEL)

    c) O que não lhes DEVE (dever) convir é abandonar todos esses sonhos que ajudam a viver. (Reescrevendo a oração fica mais clara: ABANDONAR TODOS OS SONHOS QUE AJUDAM A VIVER NÃO DEVE CONVIR-LHES( A ELES). (Sujeito verbo no infinitivo não acompanhado de determinante fica no singular.
     
    RESPOSTA CORRETA:
    d) Nunca me SOBREVIERAM (3ª pessoa do plural) (sobrevir), como agora, os sobressaltos que cada sonho traz consigo.
    (Façamos a clássica pergunta O QUE SOBREVIERAM? = OS SOBRESSALTOS...)
     
    e) DEVE-se (dever) a essas miragens o esforço com que muitos conduzem seu trabalho.
    (verbo intransitivo, logo “se” = índice de indeterminação do sujeito, que obriga o verbo a permanecer no singular)
  • Lembrando que: verbo é portanto, a palavra que exprime um fato (ação,estado ou fenêmeno) situando-o no tempo. ou seja resposta (d) exprime uma

    ação = Os sobressaltos

ID
570034
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                   O segredo da acumulação primitiva neoliberal         

          Numa coluna publicada na Folha de São Paulo, o jornalista Elio Gaspari evocava o drama recente de um navio de crianças escravas errando ao largo da costa do Benin. Ao ler o texto – que era inspirado , o navio tornava-se uma metáfora de toda a África subsaariana: ilha à deriva, mistura de leprosário com campo de extermínio e reserva de mão-de-obra para migrações desesperadas.

           Elio Gaspari propunha um termo para designar esse povo móvel e desesperado: “os cidadãos descartáveis”. “Massas de homens e mulheres são arrancados de seus meios de subsistência e jogados no mercado de trabalho como proletários livres, desprotegidos e sem direitos.” São palavras de Marx, quando ele descreve a “acumulação primitiva”, ou seja, o processo que, no século XVI, criou as condições necessárias ao surgimento do capitalismo.

          Para que ganhássemos nosso mundo moderno, foi necessário, por exemplo, que os servos feudais fossem, à força, expropriados do pedacinho de terra que podiam cultivar para sustentar-se. Massas inteiras se encontraram, assim, paradoxalmente livres da servidão, mas obrigadas a vender seu trabalho para sobreviver

          Quatro ou cinco séculos mais tarde, essa violência não deveria ter acabado? Ao que parece, o século XX pediu uma espécie de segunda rodada, um ajuste: a criação de sujeitos descartáveis globais para um capitalismo enfim global.

          Simples continuação ou repetição? Talvez haja uma diferença – pequena, mas substancial – entre as massas do século XVI e os migrantes da globalização: as primeiras foram arrancadas de seus meios de subsistência, os segundos são expropriados de seu lugar pela violência da fome, por exemplo, mas quase sempre eles recebem em troca um devaneio. O protótipo poderia ser o prospecto que, um século atrás, seduzia os emigrantes europeus: sonhos de posse, de bem-estar e de ascensão social.

          As condições para que o capitalismo invente sua versão neoliberal são subjetivas. A expropriação que torna essa passagem possível é psicológica: necessita que sejamos arrancados nem tanto de nossos meios de subsistência, mas de nossa comunidade restrita, familiar e social, para sermos lançados numa procura infinita de status (e, hipoteticamente, de bem-estar) definido pelo acesso a bens e serviços. Arrancados de nós mesmos, deveremos querer ardentemente ser algo além do que somos.

          Depois da liberdade de vender nossa força de trabalho, a “acumulação primitiva” do  neoliberalismo nos oferece a liberdade de mudar e subir na vida, ou seja, de cultivar visões, sonhos e devaneios de aventura e sucesso. E, desde o prospecto do emigrante, a oferta vem se aprimorando. A partir dos anos 60, a televisão forneceu os sonhos para que o campo não só
devesse, mas quisesse, ir para a cidade.

          O requisito para que a máquina neoliberal funcione é mais refinado do que a venda dos mesmos sabonetes ou filmes para todos. Trata-se de alimentar um sonho infinito de perfectibilidade
e, portanto, uma insatisfação radical. Não é pouca coisa: é necessário promover e vender objetos e serviços por eles serem indispensáveis para alcançarmos nossos ideais de status, de bem-estar e de felicidade, mas, ao mesmo tempo, é preciso que toda satisfação conclusiva permaneça impossível.

          Para fomentar o sujeito neoliberal, o que importa não é lhe vender mais uma roupa, uma cortina ou uma lipoaspiração; é alimentar nele sonhos de elegância perfeita, casa perfeita e corpo perfeito. Pois esses sonhos perpetuam o sentimento de nossa inadequação e garantem, assim, que ele seja parte inalterável, definidora, da personalidade contemporânea.

          Melhor deixar como está. No entanto, a coisa não fica bem. Do meu pequeno observatório psicanalítico, parece que o permanente sentimento de inadequação faz do sujeito neoliberal
uma espécie de sonhador descartável, que corre atrás da miragem de sua felicidade como um trem descontrolado, sem condutor, acelerando progressivamente por inércia – até que os
trilhos não agüentem mais.

(Contardo Calligaris, Terra de ninguém. São Paulo: Publifolha, 2002)


A partir dos anos 60, a televisão forneceu os sonhos para que o campo não só devesse, mas quisesse, ir para a cidade.

Na frase acima, as formas devesse e quisesse exprimem condições subjetivas, atribuídas a campo. Tal recurso estilístico está presente também no segmento sublinhado na frase:

Alternativas
Comentários
  • a) acho que é PERSONIFICAÇÃO , figura de linguagem ..
    *prospecto não seduz ninguém" .

    é um efeito estilistico .
  • Fiquei na dúvida entre a letra a e a letra d.
    Será que é meramente interpretação? 
    A letra "a" entendi perfeitamente um fato hipotético, mas alguém poderia me esclarecer a letra d?

    Grata

  • Liliam, acho q a questão da letra D é o trecho sublinhado. "Queda total do índice" ñ é um recurso q exprima condição subjetiva.

    Já na letra A, a parte sublinhada dá essa idéia.

    Acho q é isso.

    Bons estudos! Não desanimem!
  • Realmente, não entedi essa questão. Alguém poderia explicar melhor, por favor....
  • A personificação ou prosopeia é uma figura de estilo que consiste em atribuir a objetos inanimados ou seres irracionais sentimentos ou ações próprias dos seres humanos.

    Analisando a questão:

    A partir dos anos 60, a televisão forneceu os sonhos para que o campo não só devesse, mas quisesse, ir para a cidade. (personificação ou prosopopéia)

    No trecho destacado, é atribuído ao CAMPO características humanas: “dever” e “querer”. Não é lógico imaginar que o CAMPO vai fazer uma mala e vai se mudar para a cidade. Neste caso, o “campo” é a representação das pessoas que emigram da zona rural para a zona urbana. Essa é a ideia central da questão.

    a) O protótipo poderia ser o
    prospecto que (...) seduzia os emigrantes europeus. (correta)

    Sinônimo de Prospecto
    : boletim, folheto, plano, programa, projeto e traçado.

    Nesta alternativa, é
    atribuído ao prospecto característica humana “seduzir” da mesma forma que foi atribuído ao campo (personificação ou prosopopéia).
    ______________________________

    Analisando as alternativas erradas:

    b) (...) o jornalista Elio Gaspari evocava o drama recente de um navio de crianças escravas errando ao largo da costa do Benin. (errada)

    O mesmo não ocorre nesta alternativa. O jornalista (pessoa humana) evocava o drama. Evocar significa “chamar”, ação humana. Não há neste caso a figura da prosopopéia.

    c) Não é pouca coisa: é necessário promover e vender objetos e serviços (errada)

    Nessa alternativa, fica claro que é necessário que alguém promova e venda objetos. Ações humanas que estão sendo atribuídas a alguém, ou seja, não esta sendo atribuída característica humana a objetos ou seres irracionais.  

    d) Aconteceria uma queda total do índice de confiança dos consumidores. (errada)

    Nesse item alguém poderia ficar na duvida: índice não cai, cair é evento material. Contudo, deve ter atenção, pois “a queda do índice” significa a diminuição da confiança dos consumidores, o que é plenamente possível.

    e) (...)o que importa não é lhe vender mais uma roupa, uma cortina ou uma lipoaspiração (errada)

    Neste caso a ação é atribuída de forma direta a uma pessoa e não há um objeto, vejamos: Vender mais uma roupa a ela. Alguém vende a roupa a uma pessoa. Não há a figura de linguagem da personificação.


    Ad augusta per angusta



  • A: Questão de CORRELAÇÃO

    Pretérito imperfeito do subjuntivo   ------  Futuro do pretérito do indicativo

    Se ele quisesse,  tudo seria diferente.
    Se pudesse,  viveria em outro lugar. 


    Pode-se  substituir  o  futuro  do  pretérito  do  indicativo  pelo  pretérito imperfeito do indicativo, tanto na linguagem coloquial como na literária: 


    Se ele pudesse,  largava tudo e ficava com ela.
    “Se eu fosse você,  eu voltava pra mim.”

    PORTUGUÊS P/ TRTs 12ªR e 18ªR (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS)  
    PROFESSOR TERROR



ID
570037
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                   O segredo da acumulação primitiva neoliberal         

          Numa coluna publicada na Folha de São Paulo, o jornalista Elio Gaspari evocava o drama recente de um navio de crianças escravas errando ao largo da costa do Benin. Ao ler o texto – que era inspirado , o navio tornava-se uma metáfora de toda a África subsaariana: ilha à deriva, mistura de leprosário com campo de extermínio e reserva de mão-de-obra para migrações desesperadas.

           Elio Gaspari propunha um termo para designar esse povo móvel e desesperado: “os cidadãos descartáveis”. “Massas de homens e mulheres são arrancados de seus meios de subsistência e jogados no mercado de trabalho como proletários livres, desprotegidos e sem direitos.” São palavras de Marx, quando ele descreve a “acumulação primitiva”, ou seja, o processo que, no século XVI, criou as condições necessárias ao surgimento do capitalismo.

          Para que ganhássemos nosso mundo moderno, foi necessário, por exemplo, que os servos feudais fossem, à força, expropriados do pedacinho de terra que podiam cultivar para sustentar-se. Massas inteiras se encontraram, assim, paradoxalmente livres da servidão, mas obrigadas a vender seu trabalho para sobreviver

          Quatro ou cinco séculos mais tarde, essa violência não deveria ter acabado? Ao que parece, o século XX pediu uma espécie de segunda rodada, um ajuste: a criação de sujeitos descartáveis globais para um capitalismo enfim global.

          Simples continuação ou repetição? Talvez haja uma diferença – pequena, mas substancial – entre as massas do século XVI e os migrantes da globalização: as primeiras foram arrancadas de seus meios de subsistência, os segundos são expropriados de seu lugar pela violência da fome, por exemplo, mas quase sempre eles recebem em troca um devaneio. O protótipo poderia ser o prospecto que, um século atrás, seduzia os emigrantes europeus: sonhos de posse, de bem-estar e de ascensão social.

          As condições para que o capitalismo invente sua versão neoliberal são subjetivas. A expropriação que torna essa passagem possível é psicológica: necessita que sejamos arrancados nem tanto de nossos meios de subsistência, mas de nossa comunidade restrita, familiar e social, para sermos lançados numa procura infinita de status (e, hipoteticamente, de bem-estar) definido pelo acesso a bens e serviços. Arrancados de nós mesmos, deveremos querer ardentemente ser algo além do que somos.

          Depois da liberdade de vender nossa força de trabalho, a “acumulação primitiva” do  neoliberalismo nos oferece a liberdade de mudar e subir na vida, ou seja, de cultivar visões, sonhos e devaneios de aventura e sucesso. E, desde o prospecto do emigrante, a oferta vem se aprimorando. A partir dos anos 60, a televisão forneceu os sonhos para que o campo não só
devesse, mas quisesse, ir para a cidade.

          O requisito para que a máquina neoliberal funcione é mais refinado do que a venda dos mesmos sabonetes ou filmes para todos. Trata-se de alimentar um sonho infinito de perfectibilidade
e, portanto, uma insatisfação radical. Não é pouca coisa: é necessário promover e vender objetos e serviços por eles serem indispensáveis para alcançarmos nossos ideais de status, de bem-estar e de felicidade, mas, ao mesmo tempo, é preciso que toda satisfação conclusiva permaneça impossível.

          Para fomentar o sujeito neoliberal, o que importa não é lhe vender mais uma roupa, uma cortina ou uma lipoaspiração; é alimentar nele sonhos de elegância perfeita, casa perfeita e corpo perfeito. Pois esses sonhos perpetuam o sentimento de nossa inadequação e garantem, assim, que ele seja parte inalterável, definidora, da personalidade contemporânea.

          Melhor deixar como está. No entanto, a coisa não fica bem. Do meu pequeno observatório psicanalítico, parece que o permanente sentimento de inadequação faz do sujeito neoliberal
uma espécie de sonhador descartável, que corre atrás da miragem de sua felicidade como um trem descontrolado, sem condutor, acelerando progressivamente por inércia – até que os
trilhos não agüentem mais.

(Contardo Calligaris, Terra de ninguém. São Paulo: Publifolha, 2002)


Estão corretamente flexionadas e articuladas as formas verbais da frase:

Alternativas
Comentários
  • letra D é a correta.

    Letra A.  SOBREVIERAM.

    Letra B. CONVIERAM.

    Letra C. SE ALGUM COLEGA PUDER AJUDAR, AGRADEÇO.

  • Complementando:

    a) destitui

    c) extinga; houvesse

    d) adviriam (futuro do pretérito - suponha ser esta a resposta com base no verbo ESTAR que também possui esta conjugação)

    Assim a letra E realmente está certa.

    Aguardo qualquer complemento ou correção.
  • A) Para que não sobreviesse maior violência, seria preciso interferir nesse processo de acumulação, que a tantos destitui das mínimas condições de sobrevivência.

    B) O autor do texto e seu colega Elio Gaspari convieram em que os “cidadãos descartáveis” constituíam (constituem) o efeito vivo do funcionamento da máquina liberal.

    C) Para que se extinga essa expropriação histórica, far-se-ia (faz-se) necessário que houvesse (haja) pleno controle do processo de acumulação.

    D) Os sonhos que adviessem (advierem) da contínua sedução que sobre nós exerce a máquina neoliberal estariam (estarão) condenados à insatisfação.

    E) CORRETA

    Esse é o meu ver sobre a questão. A letra C pediu um estudo à parte, e é por isso que comentar vale a pena demais. Então, vamo comentar aê, galera!
  • Por não terem podido resistir à expropriação de seus pedacinhos de terra, os servos feudais não contiveram um processo que só fez crescer ao longo dos séculos.

    INDICATIVO
      Pretérito perfeito  
        eu contive    
        tu contiveste    
        ele/ela conteve    
        nós contivemos    
        vós contivestes    
        eles/elas contiveram
           
    VERBO: PODER
    Gerúndio: 
    podendo
    Particípio passado: podido
  • A - Sobreviesse - destitui

    B - convieram

    C - faz - se

    D - advierem

    E - gab


ID
570040
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                   O segredo da acumulação primitiva neoliberal         

          Numa coluna publicada na Folha de São Paulo, o jornalista Elio Gaspari evocava o drama recente de um navio de crianças escravas errando ao largo da costa do Benin. Ao ler o texto – que era inspirado , o navio tornava-se uma metáfora de toda a África subsaariana: ilha à deriva, mistura de leprosário com campo de extermínio e reserva de mão-de-obra para migrações desesperadas.

           Elio Gaspari propunha um termo para designar esse povo móvel e desesperado: “os cidadãos descartáveis”. “Massas de homens e mulheres são arrancados de seus meios de subsistência e jogados no mercado de trabalho como proletários livres, desprotegidos e sem direitos.” São palavras de Marx, quando ele descreve a “acumulação primitiva”, ou seja, o processo que, no século XVI, criou as condições necessárias ao surgimento do capitalismo.

          Para que ganhássemos nosso mundo moderno, foi necessário, por exemplo, que os servos feudais fossem, à força, expropriados do pedacinho de terra que podiam cultivar para sustentar-se. Massas inteiras se encontraram, assim, paradoxalmente livres da servidão, mas obrigadas a vender seu trabalho para sobreviver

          Quatro ou cinco séculos mais tarde, essa violência não deveria ter acabado? Ao que parece, o século XX pediu uma espécie de segunda rodada, um ajuste: a criação de sujeitos descartáveis globais para um capitalismo enfim global.

          Simples continuação ou repetição? Talvez haja uma diferença – pequena, mas substancial – entre as massas do século XVI e os migrantes da globalização: as primeiras foram arrancadas de seus meios de subsistência, os segundos são expropriados de seu lugar pela violência da fome, por exemplo, mas quase sempre eles recebem em troca um devaneio. O protótipo poderia ser o prospecto que, um século atrás, seduzia os emigrantes europeus: sonhos de posse, de bem-estar e de ascensão social.

          As condições para que o capitalismo invente sua versão neoliberal são subjetivas. A expropriação que torna essa passagem possível é psicológica: necessita que sejamos arrancados nem tanto de nossos meios de subsistência, mas de nossa comunidade restrita, familiar e social, para sermos lançados numa procura infinita de status (e, hipoteticamente, de bem-estar) definido pelo acesso a bens e serviços. Arrancados de nós mesmos, deveremos querer ardentemente ser algo além do que somos.

          Depois da liberdade de vender nossa força de trabalho, a “acumulação primitiva” do  neoliberalismo nos oferece a liberdade de mudar e subir na vida, ou seja, de cultivar visões, sonhos e devaneios de aventura e sucesso. E, desde o prospecto do emigrante, a oferta vem se aprimorando. A partir dos anos 60, a televisão forneceu os sonhos para que o campo não só
devesse, mas quisesse, ir para a cidade.

          O requisito para que a máquina neoliberal funcione é mais refinado do que a venda dos mesmos sabonetes ou filmes para todos. Trata-se de alimentar um sonho infinito de perfectibilidade
e, portanto, uma insatisfação radical. Não é pouca coisa: é necessário promover e vender objetos e serviços por eles serem indispensáveis para alcançarmos nossos ideais de status, de bem-estar e de felicidade, mas, ao mesmo tempo, é preciso que toda satisfação conclusiva permaneça impossível.

          Para fomentar o sujeito neoliberal, o que importa não é lhe vender mais uma roupa, uma cortina ou uma lipoaspiração; é alimentar nele sonhos de elegância perfeita, casa perfeita e corpo perfeito. Pois esses sonhos perpetuam o sentimento de nossa inadequação e garantem, assim, que ele seja parte inalterável, definidora, da personalidade contemporânea.

          Melhor deixar como está. No entanto, a coisa não fica bem. Do meu pequeno observatório psicanalítico, parece que o permanente sentimento de inadequação faz do sujeito neoliberal
uma espécie de sonhador descartável, que corre atrás da miragem de sua felicidade como um trem descontrolado, sem condutor, acelerando progressivamente por inércia – até que os
trilhos não agüentem mais.

(Contardo Calligaris, Terra de ninguém. São Paulo: Publifolha, 2002)


Quanto à pontuação, está inteiramente correta a frase:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA "B'

    a) É possível que entre os leitores, haja os que não concordem com a tese esposada pelo autor; a de que as condições de atuação do neoliberalismo são subjetivas, uma vez que incorporam sonhos de realização impossível. INCORRETO. não se usa vírgula para separar o verbo de seu sujeito, nem o nome de seu complemento ou adjunto.

    b) O jornalista Elio Gaspari, citado pelo autor, acredita, a julgar pela expressão de sua própria lavra, que há sujeitos inteiramente excluídos do processo civilizatório, mercê do funcionamento da máquina neoliberal. CORRETO.

    c) A busca incessante de status empreendida pela maioria das pessoas, faz parte de uma estratégia, segundo a qual, há sempre uma miragem que deve ser perseguida; como se miragens pudessem de repente ganhar corpo. INCORRETO. não se usa vírgula para separar o verbo de seu sujeito, nem o nome de seu complemento ou adjunto.

    d) Continuação ou repetição das mesmas violências – não importa – o fato é que não temos conseguido incluir, a maioria dos cidadãos, num processo em que houvesse um mínimo de justiça, na distribuição das riquezas. INCORRETO. não se usa vírgula para separar o verbo de seu sujeito, nem o nome de seu complemento ou adjunto.

    e) Ao se referir ao seu observatório psicanalítico o autor expõe a perspectiva, segundo a qual, detectou razões de ordem subjetiva, para que a máquina liberal aja em conformidade com uma estratégia aliás muito bem planejada. INCORRETO. não se usa vírgula para separar o verbo de seu sujeito, nem o nome de seu complemento ou adjunto.

ID
570043
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Direito Constitucional
Assuntos

Paulo é trabalhador urbano, Pedro é trabalhador rural e Mario é empregado doméstico. De acordo com a Constituição Federal brasileira, os três têm direito

Alternativas
Comentários
  • Gabarito D!!!

    COMENTÁRIO OBJETIVO.
    Erros:

    A - doméstico nao tem direito a adicional noturno.
    B - doméstico nao tem (CF art. 7 parág único)
    C - doméstico nao tem (CF art. 7 parág único)
    E - doméstico nao tem (CF art. 7 parág único)
  • Trabalhadores urbanos e rurais possuem os mesmos direitos, conforme a CF/88. Já os domésticos possuem menos direitos.

    CF, art. 7º, parágrafo único. 'São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI e XXIV, bem como a sua integração à previdência social."

    MACETE para gravar os direitos estendidos pela CF aos trabalhadores domésticos: FRALDAS PIL

    Férias
    Repouso semanal remunerado
    Aviso prévio
    Licença paternidade
    Décimo terceiro salário
    Aposentadoria
    Salário mínimo

    Previdência social
    Irredutibilidade do salário
    Licença paternidade


    Obs.: FGTS é facultativo no que tange aos empregados domésticos, conforme lei 5.859/72.

  • Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI e XXIV, bem como a sua integração à previdência social.
     
    Estando ali incluido licenca paternidade.

    Apenas para reforçar as informações acima, vale destacar que tais direitos não são concedidos aos trabalhadores domésticos por ausência de previsão legal. ( Princípio da legalidade)
  • Nos termos do art. 7º, inciso XIX da CF/88 c/c art. 10, § 1º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da CF/88, o prazo de licença-paternidade é de cinco dias. A concessão dessa licença representou uma enorme inovação na Constituição de 1988, já que antes, nenhuma Constituição Brasileira tratava sobre o tema, sendo assim considerado um avanço na ordem jurídica, pois, apesar de guardar forte analogia com o que já havia sido legislado, ampliou o disposto no artigo 473 da CLT, elevando a matéria a nível constitucional.A licença-paternidade possibilita o trabalhador ausentar-se do serviço, para auxiliar a mãe de seu filho, que não precisa ser necessariamente sua esposa, no período de puerpério (período que se segue ao parto até que os órgãos genitais e o estado geral da mulher retornem à normalidade) e também registrar seu filho.Nesse período, não poderá haver desconto do seu salário, impedindo que sofra qualquer prejuízo econômico. Quando de sua instituição, alguns autores entenderam tratar-se de licença não remunerada. Entretanto, pretender-se que a Lei Maior somente assegurasse a licença sem o respectivo pagamento seria o mesmo que conceder-se o acessório sem o principal, transformando-se o benefício em castigo.



  • Para nunca mais esquecer os direitos do doméstico, é só lembrar da fgura acima: uma doméstica, torcedora do Flamengo tomando Sidra... SIDRA FLA
     
    S = Salário mínimo
    I = Irredutibilidade salarial
    D = Décimo terceiro salário
    R = Repouso semanal remunerado
    A = Aviso prévio 

    F = Férias + 1/3
    L = Licenças gestante/paternidade
    A = Aposentadoria

    www.macetesjuridicos.com.br

    "Se te mostrares frouxo no dia da angústia. Tua força será pequena." (Pv 24.10)
  • Questão desatualizada em face da EC 72/13 que ampliou os direitos dos empregados domésticos. Assim, as alternativas A e E, também fazem parte do rol  de direitos constitucionais dos empregados domésticos 
  • Atualização do dia 12/07/2013

    O Senado aprovou o projeto que regulamenta os direitos aos empregados domésticos, como o FGTS e o INSS.
    O texto precisa passar ainda pela Câmara.
  • Seria correta a letra (D). Porém, com a PEC 72/13:

    A - Todos têm direito.
    B - Apenas URBANOS e RURAIS.
    C - Apenas URBANOS e RURAIS.
    D - Todos têm LICENÇA PATERNIDADE, conforme art 10 do ADCT.
    E - Todos têm.
  • Questão antiga porém não atualizada conforme art. 7., § único da CRFB/88.

  • Agora com a legislação atualizada, também há o direito à remuneração do trabalho noturno superior à do diurno para os três (Paulo, Pedro e Mario). Questão desatualizada hehe.


ID
570046
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Direito Constitucional
Assuntos

Considere as assertivas abaixo.

I. Em jornal de grande circulação foram feitas graves críticas ao Governo Federal, porém o autor das críticas permaneceu anônimo.

II.Mário foi privado de seus direitos por motivo de convicção filosófica ou política, por ter invocado tais direitos para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusado cumprir prestação alternativa.

III.Maria não permitiu que a polícia adentrasse em sua casa, uma vez que não havia determinação legal, não estava ocorrendo flagrante delito ou desastre e ninguém estava precisando de socorro.

IV. Um grupo de sindicalistas reuniu-se pacificamente, sem armas, em local aberto ao público, não frustando outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, apenas avisando previamente à autoridade competente, não possuindo autorização.

Estão amparados por garantias fundamentais previstas na Constituição Federal brasileira as situações indicadas APENAS em

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: E

    I. Em jornal de grande circulação foram feitas graves críticas ao Governo Federal, porém o autor das críticas permaneceu anônimo.
    O autor das críticas não está amparado por nenhuma garantia constitucional porque agiu no anonimato. Diz  a CF:
    Art. 5º, IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

    II.Mário foi privado de seus direitos por motivo de convicção filosófica ou política, por ter invocado tais direitos para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusado cumprir prestação alternativa.
    A CF permite à pessoa a chamada escusa de consciência, quando ela, por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, se recusa a cumprir uma obrigação legal. Porém, para que essa pessoa não seja privada de seus direitos ela terá que cumprir uma prestação alternativa.
    No exemplo, Mario invocou motivos de convicção filosófica ou política para eximir-se de obrigação legal E se recusou a cumprir prestação alternativa e, por esse motivo, não está amparado por nenhuma garantia constitucional.
    CF, Art. 5º, VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

    III.Maria não permitiu que a polícia adentrasse em sua casa, uma vez que não havia determinação legal, não estava ocorrendo flagrante delito ou desastre e ninguém estava precisando de socorro.
    A Constituição resguarda a casa do indivíduo como um asilo inviolável, permitindo a entrada SEM o consentimento em apenas 4 situações:
    1. Flagrante delito
    2. Desastre
    3. Para prestar socorro
    4. por determinação judicial, desde que, nesse caso, durante o dia.
    Como na situação descrita na assertiva não estava ocorrendo nenhuma das hipóteses ensejadoras da entrada sem consentimento, cabe a Maria, dona da casa, permitir ou não a entrada da polícia nela. Ela não permitiu, e mesmo assim está amparada pela CF.
    CF, Art. 5º, XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;

    IV. Um grupo de sindicalistas reuniu-se pacificamente, sem armas, em local aberto ao público, não frustando outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, apenas avisando previamente à autoridade competente, não possuindo autorização.
    OK. Eles estão amparados porque seguiram todas as determinações do texto constitucional:
    CF, Art. 5º, XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
  • Ótimo comentário colega... se me permite, gostaria apenas de criticar a questão pelo seguinte motivo: a alternativa II representa uma dupla garantia. A primeira é a proteção à escusa de consciência e é individual; a segunda é coletiva e protege a sociedade dos arbítrios individuais, coagindo as pessoas a contribuir sob pena de serem privados de direitos, já que estes vem junto de uma série de deveres.

    Acho que o examinador não pensou nisso, então vamos de E (até porque não há alternativa que contemple II, III e IV para dar confusão)
  • É verdade Alexandre!  a colega de cima fez ótimo comentário, mas eu concordo com vc, se tivesse uma alternativa correta II, III e IV iria causar uma dúvida. O Mário não cumpriu com seus deveres e o estado cumpriu com seu direito de retirar seus diretos, constitucionalmente não há nada de errado nisso.
  • Concordo com Alexandre e Flávio! Procurei erro na alternativa II e não encontrei. Procurei alternativa II, III e IV estão corretos e tabém não encontrei. Ao meu ver a situação descrita no item II está amparada constitucionalmente. Entendo que seria incorreta se estivesse afirmando que Mario não seria privado de de seus direitos por motivo de convicção filosófica ou política, por ter invocado tais direitos para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusado cumprir prestação alternativa.
  • Concordo com os colegas acima de que de fato a assertiva II também está amparada pela CF. 
  • Assertiva II corretissíma!!!
  • A II está correta do ponto de vista das consequências suportadas por Mário em razão de ter alegado motivo de convicção filosófica ou política para se eximir de obrigação legal a todos imposta e recusado a cumprir prestação alternativa. Contudo, sua atitude não é amparada pelas garantias fundamentais. O que é garantido é que "ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei" (art. 5º, VIII).  Portanto, do ponto de vista da questão, a II não está correta.


  • Pessoal,acho que a I poderia estar amparada por:
    Art. 5
    XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;

    O autor das críticas em jornal não pode ser considerado fonte?
  • Concordo com o colega Felipe!!!

    o item I está correto!!

    Os escritores, geralmente utilizam nomes fictícios para editar suas críticas. Se isso não for exercício de profissão eu não sei o que é!
    Mas que questão ruim!
  • Em relação a assertiva I, quando ela fala AUTOR da crítica, está se referindo àquele que criticou, não ao jornalista. O jornalista é obrigado a veicular seu nome na matéria, mas preservará a fonte da sua informação. a questão, ao meu ver, está correta, pois a fonte deve ser mantida no anonimato. mais uma questão mal formulada...era para a questão deixar mais claro que se tratava do reipeito ao sigilo da fonte jornalística ou não!
  • Com Relacao ao item II
    CF, Art. 5º, VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
    O problema é que a referida lei ainda nao existe, daí que o Estado nao teria o direito de punir, enquanto nao elaborada a lei.
    Por outro lado, a questao diz que ele recusou-se , efetivamente, a cumprir prestacao alternativa. È realmente uma questao confusa
  • Acredito que o que faz a assertiva II está errada é o simples fato da ausência de QUAL tipo de direito Mário foi privado. Dá a entender que foram TODOS os direitos, sendo que seria somente os direitos POLÍTICOS.
    .

    Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:

    I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;

    II - incapacidade civil absoluta;

    III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;

    IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;

  • O item I não poderia se enquadrar nesta garantia :


    XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
  • ACHO QUE A QUESTÃO NÃO TEM RESPOSTA POIS TODOS OS ITENS ESTÃO CORRETOS. NO ITEM I FOI RESGUARDADO O SIGILO DA FONTE E O JORNAL DE GRANDE CIRCULAÇÃO PASSOU A SER O RESPONSAVEL PELA VEICULAÇÃO DA NOTICIA (ART 5º XIV). NO ITEM II (IN FINE) " ... e recusado cumprir prestação alternativa"  É UMA COMPROVAÇÃO CLARA DE QUE ALGUNS DOS DIREITOS DE MARIO PODERIAM SIM SER PRIVADOS (ART 5º VIII).       
    OBS.: OS DIREITOS QUE PODEM SER PRIVADOS (ART 5º VIII) NÃO PRECISAM SER CLARAMENTE DEFINIDOS, DEPENDENDO DA QUESTÃO, POIS A PROPRIA NORMA CONSTITUCIONAL TAMBÉM NÃO OS DEFINE E SIM A LEI INFRACONSTITUCIONAL.











  • Em relação a assertiva II, entendi melhor a questão após ler o comentário da colega Jenilsa Alves Cirqueira!

    Mário estava amparado constitucionalmente até invocar convicção filosófica ou política para exirmir-se de obrigação legal a todos imposta, mas perdeu esse amparo quando recusou-se a cumprir prestação alternativa. Tal atitude deu ao Estado o direito de privar-lhe de direitos.

    ; )
  • Pois é, vai da interpretação de cada um. Eu, por exemplo, interpretei a II como correta, mas entendi o erro dela, principalmente levando em conta o comando da questão.

    No mais, cuidado, colegas. A Lei de Imprensa foi rechaçada pelo STF há um bom tempo já.

    http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,stf-derruba-lei-de-imprensa,363661,0.htm
  • pessoal o item 1 poderia estar certo mas em virtude de as informações serem criticas e o enunciado nao dizer que tipo de criticas foram feitas acredito que nao cabe o inc.xiv

    ja no item 2 nao importa qual o direito mario foi privado, o que importa é que ele usou esse direito p querer se eximir de obrigação e cumprir pena alternativa
  • Meu Deus, de fato conforme ao que a Banca exige da gente. Ela queria que entendêssemo que no item II a pessoa foi privada de seus direitos por não cumprir a prestação alternativa e por tanto não estaria acobertada por garantia constitucional.

    Entretanta, para além de conhecimento para fazer proca e ser aprovado em concurso, é preciso realmente ter cuidado com o que se fala e a gente precisa prestar atenção ao q é falado.

    Acho que a pergunta da questão que esta causando todo alvoroço. É inquestionável que o Item II esta conforme os preceitos da CF, mas será que Mario esta acobertado por alguma garantia contitucional ?

    Eu acredito, que sim, ainda não tive tempo de pesquisar, pois o inc. VIII do art.5 a uma visao superficial parece ser uma garantia de via dupla porque tanto garante aquele que cumpriu a prestação alternativa como garante que só será privados de seus direitos aqueles não cumpriram a prestação alternativa, garantindo que só quem não cumpriu a prestação alternativa que será privado de direitos. 
  • Colegas, resguardar o sigilo da fonte não é o mesmo que anonimato. Ao resguardar o sigilo da fonte o jornalista tem o direito de não revelar como chegou a certas informações, mas ELE (o jornalista) deve assinar a sua matéria, para que, se houver alguém ofendido, o jornalista possa ser responsabilizado.
  • Mário foi privado de seus direitos por motivo de convicção filosófica ou política, por ter invocado tais direitos     para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusado cumprir prestação alternativa.

    Penso que o erro da questão está no trocadilho que a banca fez. Ela alega que MArio invocou estes tais direitos e nao a CONVICÇÃO FILÓSOFICA OU POLITICA para eximir-se da obrigação legal conforme está dito no art. 5 - VIII:
    Ninguém será privado de direitos por motivo de crenã religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a ciumprir prestação alternativa, fixada em lei;

    A questão diz que Mario invocou os direitos e não a convicção!

    Abraços a todos e bons estudos!
  • Na verdade a questão pede para analisarmos a situação descrita e não as garantias isoladamente. Daí o erro da assertiva II.
    A constituição diz:  Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; Então, ele somente não terá garantidos os seus direitos, caso descumpra os dois requisitos. Como descumpriu os dois, não terá garantia na consituição que o proteja.
  • MUITA ATENÇÃO!!!

    Além de errado, o item II não faz o menor sentido.

    "II - Mário foi privado de seus direitos por motivo de convicção filosófica ou política, por ter invocado TAIS DIREITOS para eximir-se (...)"

    O Art 5o, VII, diz: "Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se AS invocar para eximir-se"

    "TAIS DIREITOS" refere-se aos direitos perdidos - ou seja, não faz o menor sentido.
    "AS" refere-se à crença religiosa, convicção filosófica ou política.

  • Na assertiva I não disse que o jornalista da matéria que expõe as críticas está assumindo o anonimato, ou seja, simplesmente está falando que são críticas anônimas sem respaldo.
    Lembrando que é permitido o anonimato desde que o jornalista em questão assuma a matéria, como se ele fosse o autor das mesmas.
    Já na questão II, Mário NÃO CUMPRIU A PENA ALTERNATIVA. Qualquer pessoa que declarar imperativo de consciência DEVE cumprir pena alternativa descrita em lei. Se não cumprir tal pena, o cidadão perde seus direitos políticos, perdendo os direitos políticos a pessoa vira um nada. Não tira título de eleitor, não tira passaporte, não pode frequentar universidades, não pode fazer concurso público, etc etc etc.



  • Gente, tem uma rapaziada perdida na questão. 

    A privação de direitos em virtude da dupla recusa não está em discussão, todos sabemos isso.
    O que está errado -  e é o erro que estamos discutindo - é o fato de ele ter invocado os direitos perdidos e não as convicções filosóficas ou políticas.

    Invocar convicções filosóficas ou políticas para não cumprir obrigação legal e recusar-se a cumprir prestação alternativa leva à privação de direitos ---- é o que diz a Constituição.
    Invocar direitos perdidos e não cumprir prestação alternativa leva à privação de direitos ----- é o que diz a assertiva II e por isso está errada.
  • Dúvida!

    Pessoal, a assertiva IV refere-se a Garantia fundamental mesmo? Ou trata-se de um direito fundamental?

  • Victor, na verdade, todos os quesitos representam direitos fundamentais, mas eles são garantidos! O direito individual é o direito em si, estabelecido pela constituição. Já a garantia é o instrumento a ser usado para que estes direitos sejam cumpridos. Então a questão nos pede para identificar quais desses direitos estão amparados por garantias...
  • Marquei a alternativa "d" logo de cara, pois era a única que considerava os itens II e III.
    Tô com a galera: II também está correta.
  • I - é garantida a liberdade de expressão, porém vedado o anonimato. ERRADA

    II - A questão pede a assertiva "amparada por garantias fundamentais", logo, não devemos confundir DIREITO FUNDAMENTAL com GARANTIA FUNDAMENTAL (instrumento que assegura o direito), portanto, a atitude de Mário invocar tais direitos para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusado prestação alternativa NÃO é assegurada pela CF. Não estou querendo dizer que no art. 5, VIII da CF não há garantias fundamentais, mas sim que a atitude de Mário no caso concreto NÃO é amparada pela CF, portanto falta garantia fundamental ao caso. ERRADA

    III - CORRETA - Letra de lei, só se permite em flagrante delite, desastre, socorro ou determinação judicial.

    IV - CORRETA - Letra de lei.

    GABARITO: Letra E
  • Concordo com o Alexandre, esta questão está mal formulada, o enunciado II não significa ausência de garantia.
  • Bem questão de examinador da FCC. Quando resolvem complicar é melhor nem discutir. No meu modesto entendimento a II também está correta.
  • com  todo o respeito aos colegas que deram a acertiva 2 como errada, no meu humilde entendimento a acertiva II esta, no minimo, mal formulada apresentando ambiguidade, uma vez que a privacao dos direitos de Mario por ter se escusado de obrigacao a todos imposta e ter se recusado a prestacao alternativa encontra amparo constitucional, ou seja, o ato de o Estado privar Mario dos seus direitos eh legal. Logo, o ato de privar Mario de seus direitos encontra amparo constitucional. Nao encontraria amparo constitucional caso Mario concordasse em prestacao alternativa de servico, e ainda assim tivesse sido privado de seus direitos. Entao o que quero dizer eh isso... que a acao do Estado privando os direitos de Mario pelos motivos alegados e absolutamente constitucional.
    No meu entendimento, a questao foi mal elaborada, ambigua, e passivel de anulacao por apresentar como acertivas corretas a II a III e a IV. Mas a questao que nao quer calar, Prezado examinador.... eh quem eh.... quem eh esse tal de mario... Vai ver que eh aquele que te levou para tras do armario para te ajudar a elaborar esse porcaria de questao. So pode ser
  • A alternativa I confunde, pois é vedado o anonimato uma vez que é constitucional a liberdade de expressão. 
  • Uma questão extremamente simples e o pessoal fica discutindo. A resposta correta é a letra "e".
  • Acredito que o item I pode ser considerado certo a medida que a Constituição garante o sigilo da fonte, como o item diz que a informação veio de jornal de grande circulação, por que não estar amparada pelo seguinte inciso:

    Art 5º XIV é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;

    E o item II, eu também considero estar certa, por que Mário pode SIM invocar tais direitos para eximir-se de obrigação legal a todos imposta por convicção filosófica ou política, porém ele NÃO pode recusar-se a cumprir prestação alternativa.

    Art 5º VIII - Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta E recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

    Então o fato de ele ter perdido os direitos políticos por ter se recusado INCLUSIVE a cumprir prestação alternativa, entendo eu, que está amparado pela Constituição.
  • Pessoal acertei a questão da seguinte maneira tentei diferenciar GARANTIAS E DIREITOS, pois são conceitos diferentes, apesar de existir uma linha muito tênua.
    "Veja que a questão pede os seguinte: Estão amparados por garantias fundamentais previstas na Constituição Federal brasileira as situações indicadas APENAS em"
    É MUITO IMPORTANTE NÓS OBSERVAMOS O QUE A QUESTÃO PEDE ELA PEDIU GARANTIAS FUNDAMENTAIS E NÃO DIREITOS FUNDAMENTAIS.

    Se tiver alguém que possa me explicar melhor essa diferença eu agradeço pois tive dificuldade para diferenciar os conceitos.

    Direitos: são bens e vantagens declarados na norma constitucional
    Garantias; são instrumentos através dos quais se assegura o exercicio dos aludidos direitos


  • Concordo com os colegas!! Item II está correto....Mas quem manda é a FCC...fazer o que!!
  • Pessol, o item II não está correto...
    Analisem, a FCC quer os itens que encontram amparo na CONSTITUIÇÃO FEDERAL.

    O Item II diz que:
    II.Mário foi privado de seus direitos por motivo de convicção filosófica ou política, por ter invocado tais direitos para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusado cumprir prestação alternativa

    A CF assegura o seguinte:

    VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

    .
    Então.....Mário invocou para se eximir de obrigação legal a todos imposta........Portanto poderá sim ser privado dos seus direitos, como por exemplo, a suspensão dos direitos políticos.

    Espero que eu tenha ajudado.

    Um abraço e ótimos estudos para todos.


     
  • Com todo respeito aos comentários dos colegas, na minha opinião, achei a questão mal formulada, pois o enuciado nos pede para apontar quais SITUAÇÕES estão amparadas por garantias constitucionais. Logo, a meu ver, as situações amparadas são as constantes nos itens II e III. Não se trata de analisar a atitude de cada sujeito em cada assertiva, mas sim se a situação ocorreu conforme as garantias constitucionais ou não.
  • ERRO DO ITEM II:

    CONSTA FILOSÓFICO E POLÍTICO
    FALTA- RELIGIOSO.

  • A CF/88 estabelece em seu art. 5° os direitos e garantias fundamentais. De acordo com o art. 5°, IV, é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato. Portanto, as críticas feitas anônimamente ao Governo Federal não estão amparadas pela CF/88. Incorreta a assertiva I. 
    O art. 5°, VIII, da CF/88, garante que ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei. Portanto, a attitude de Mário não está amparada pela constituição, já que ele se recusou a cumprir prestação alternativa. Incorreta a assertiva II. 
    De acordo com o art. 5°, XI, da CF/88, a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial. Tendo em vista que nenhuma das situações de exceção ocorreram, Maria não é obrigada a permitir que a polícia entre em sua casa. Correta a assertiva III. 
    A reunião do grupo de sindicalistas está amparada pelo art. 5°, XVI, da CF/88 que dispõe: todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente. Correta a assertiva IV. RESPOSTA: Letra E
  • JOVENS ENCAUTOS, o ato do ser humano no item II não tem CONSTITUICIONAL. A BANCA QUER SABER QUEM ESTÁ AMPARADO PELA CF.

     

    II.Mário foi privado de seus direitos por motivo de convicção filosófica ou política, por ter invocado tais direitos para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusado cumprir prestação alternativa. - A acertiva está correta, mas Mário não tem amparo constitucional para recorrer da decisão.

    Apesar de estar correto a questão II não atende ao que o enunciado pede.

  • Eu fiz assim, vi que a III e a IV eram certas e tbm achava que a II estava, daí vi as alternativas e a que se encaixava melhor era a letra E, foi assim que acertei.

  • Item "II" está ERRADO! pois é dito que "Mário foi privado de seus direitos por motivo de convicção filosófica ou política,." sendo que no inciso VIII do Art.5° diz claramente que "Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;"

    O motivo pelo qual Mário teria seus direitos privados seria o de "..as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;" e não por "convicção filosófica ou política".

  • A questão pede qual situações que estão amparadas conforme a Constituição. Aqui só a III e IV. A II não ampara atitude de Mario, pois seu ato fere a Constituição Federal ao invocar sua convicção filosófica para deixar de fazer um ato que a todos foram impostas.Ou seja, ele não tem o direito de fazer isso. Então, ele não tem amparo legal diante da constituição.


ID
570049
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Direito Administrativo
Assuntos

Determinada lei prevê diversas penalidades administrativas para uma infração e indica o processo de apuração dessa infração. Neste caso, a aplicação da penalidade e o processo para verificação da infração são atos administrativos

Alternativas
Comentários
  • Gabarito A!!!

    JUSTIFICATIVA:

    Se há diversas penalidades administrativas para uma infração ( a Adm. terá discricionariedade para escolher a que melhor se adeque ao caso em concreto, lastreando-se pelos princípios da proporcionalidade e razoabilidade).

    e indica o processo de apuração dessa infração. (Será VINCULADA - pois a lei estabeleceu APENAS UM PROCEDIMENTO LEGAL no caso em comento).
  • Desculpe discordar colega, mas esse gabarito está equivocado...

    A aplicação da penalidade, caso verificada a ilegalidade, é vinculada. O que é discricionária é a graduação da penalidade conforme o caso concreto. Não há juizo de conveniência e oportunidade para aplicação da penalidade, mesmo se são usados conceitos jurídicos indeterminados. Nesse caso, há  valoração para o enquadramento ou não da conduta na norma. Se verificada ilegalidade, deve haver punição; se não, não deve. De qualquer forma, a aplicação da penalidade é absolutamente vinculada, não tenho dúvida nenhuma disso. São etapas distintas: primeiro você enquadra e depois você pune.

    Apuração da infração e aplicação da penalidade: vinculados.
    Enquadramento de uma conduta a um conceito jurídico indeterminado e força da sanção: discricionariedade

    O pior de tudo é que há uma alternativa que contempla somente vinculados (b).
  • Raciocinei assim:
    vamos supor que um prédio esta pegando fogo, e a autoridade administrativa autoriza o trânsito próximo em sentdio contrário, e estacionar em local proibidio devido ao prédio próximo estar pegando fogo, então esta infração é um ato discricionário.
    O processo de verificação de uma infração é formal: vinculado.
  • A questão nos pede a classificação de 2 atos como discricionário ou vinculado.
    1º aplicação da penalidade
    2º processo para verificação da infração

    Não resta dúvida que o processo de verificação da infração é um ato vinculado, pois os elementos da COMPETÊNCIA, FINALIDADE, e FORMA (esse último quando a lei o prevê como necessário para a validade do ato) são sempre vinculados tanto nos atos discricionários quanto nos vinculados. O processo é a forma essencial para a validade do ato - apuração da infração e aplicação da penalidade conforme o caso. = VINCULADO

    Quanto a aplicação da penalidade, a questão descreve que a suposta lei prevê diversas penalidades para uma infração tipificada. Nesse caso haverá análise da oportunidade e conveniência - mérito administrativo - de qual das penalidades aplicar a essa infração, levando- se em conta as circunstâncias (conveniência, reincidência, agravantes e atenuantes e etc).
    Exemplo prático :
    A Lei 8.112, no artigo 130, §1º e §2º,  determina a aplicação de suspensão de até 15 dias ao servidor que recusa a submeter-se a inspeção médica. No entanto,  quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão poderá ser convertida em multa.
    1 infração = recusa a submeter-se a inspeção médica
    2 penalidades = suspensão ou multa.
    Tal como a questão, a administração tem a discricionariedade para escolher qual das penalidades aplicar para essa infração tipificada.

    Em momento algum falou-se em discricionariendade na aplicação ou não de penalidades. A penalidade tem que ser imposta, a escolha estará em qual das penalidades aplicar.


    Resposta letra A 

    1º aplicação da penalidade Discricionário
    2º processo para verificação da infração Vinculado

     

  • O gabarito tá correto.

    Quando ao processo pra apuração, tudo certo, né? Se o agente público se depara com uma irregularidade qualquer, é obrigado a apurar aquela infração por meio de um processo administrativo. Portanto, ato vinculado.

    Já quando se fala em "aplicação de penalidade", deve-se entender como uma ponderação da gradação dessa penalidade. Ou seja, verificado, por meio do regular processo administrativo, que o ato constituiu, de fato, uma infração, o agente público competente deverá ponderar suas razões (ato discricionário) para chegar ao quantum de sanção a ser aplicado.

    Como a questão cita que "há diversas penalidades" e o agente público ponderará qual delas é a melhor a ser aplicada, então temos um claro ato discricionário.

    Mas, claro, a redação da questão é horrível e sacana.

    Bons estudos a todos.


  • Sem delongas, o raciocínio do Raphael retrata bem o que se queria aferir na questão: é discricionária a ponderação entre as penalidades previstas; o dever de apurar é vinculado. Ponto.
  • Concordo com o Alexandre. Essa questão inclusive foi discutida em sala de aula. O ato de aplicar a infração é sempra vinculado. Não há discricionariedade do superior hierárquico de aplicá-la ou não. Conforme a colega apontou, a discricionariedade está na aplicação da graduação da pena. A questão não deixa claro. 
  • Também concordo com o colega Alexandre. Entendo que ambos são vinculados. Marquei "B" e errei. Horrível.
  • A questão está correta... Se fizermos uma divisão dela fica mais fácil, podemos interpretá-las da seguinte forma:

    1ª parte - a lei dita (várias) penalidades administrativas para uma (apenas) infração

    Neste caso o administrador poderá aplicar a sanção que melhor se enquadre no caso concreto. Lógico, que não pode ser feita de maneira arbitraria terá que justificá-la. Assim, se trata de uma hipótese de poder discricionário, pois em meio a várias opçoes ditadas pela lei, o administrador escolhe a melhor, respeitando os princípios administrativos.

    Agora, diferente é a postura do Administrador em face da VERIFICACAO (em concreto) da ocorrencia de um fato. No momento que ele (administrador) tem certeza da ocorrencia de uma falha funcional deverá ele aplicar uma sanção e ai se encontra o poder vinculado.

    Em suma, em se tratando de certeza de cometimento de falha funcional está vinculado a aplicar sançao, agora em existindo mais de uma pena a ser aplicada aquele fato estamos diante de um poder discricionário!

    2ª parte - a lei indica processo de apuraçao dessa infraçao

    Se trata de poder vinculado, pois a lei manda que seja aberto um processo de apuraçao para aquela infraçao.

    Espero ter ajudado.

  • Comentário mais que objetivo:

    Concordo com o colega Alexandre.

    A APLICAÇÃO da penalidade é vinculada, pois a autoridade tem que fazê-la.

    Por outro lado, a ESCOLHA dentre as diversas penalidades existentes e/ou sua GRADAÇÃO é que é discricionária.

    Espero ter ajudado.

    Bons estudos a todos.

    Att, Rodolfo Vieira
  • Como disse o colega Rodolfo Vieira,a gradação é discricionária,lembrando que há que se levar em conta os antecedentes funcionais do servidor e o dano ao serviço público na aplicação da penalidade:princípio da razoabilidade e da proporcionalidade.No meu entender,não há o que se discutir no gabarito.
  • Dizer que a aplicação da penalidade é discricionária é  dizer que a Administração pode escolher entre aplicar ou não a devida penalidade. É o mesmo que negar a existência do princípio da indisponibilidade do interesse público. O que é irreal, pra dizer o mínimo.

    Além disso não podemos confundir a aplicação da penalidade com a graduação da penalidade como alguns colegas acima estão fazendo para justificar o erro de uma questão com gabariro errado.

  • Essa questão criou grande controvérsia aqui nos comentários, fui pesquisar e achei um Julgado do TRF4 – nº 2007.70.07.001081-7.
     
    Em parte do julgado, o relator pede vênia e transcreve o voto do Desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, no julgamento da AC nº 2001.72.09.001398-0, nos seguintes termos:
     
    “- Nesse aspecto, apesar de a verificação da ocorrência da infração ser atividade vinculada, por depender da exata correspondência entre a conduta examinada e a tipificação legal do ato infringente à norma técnica exarada pelo CONMETRO, a escolha da penalidade aplicável é atividade administrativa enquadrada no âmbito do poder discricionário da autoridade fiscalizadora do INMETRO.

    No caso existe uma lei disciplinando diversas penalidades, e os Julgadores decidiram que é Poder DIscricionário da Administração a escolha de qual será aplicada ao caso.
  • Realmente, a aplicação de penalidade  não é discricionaria, é vinculada. Esta decorre da realização , no mundo dos fatos, de sua hipótese de incidencia, que é a pratica de um ilicito administrativo.

    Já a escolha da pena, é discricionária, porém, sujeita ao principio da razoabilidade e proporcionalidade.
  • Eu concordo com o colega Alexandre.
  • SEM DÚVIDA, GABARITO INCORRETO. O ATO É VINCULADO. E PONTO FINAL !!!!!!!

    DESCULPE-ME AQUELES QUE ACERTARAM COM BASE NO GABARITO ERRADO.
  • Galera, só uma dica pra tornar a página de comentários mais legal:  ao dizer em letras garrafais que o gabarito está incorreto, favor trazer a publicação oficial da banca dizendo que o gabarito foi modificado, pra que a própria Equipe do QC possa modificar o gabarito se for o caso.

    Mas, salvo engano, o gabarito desta questão está correto, é esse mesmo que consta no site. Chegar aqui dizendo que está errado não vai modificá-lo, só vai confundir quem está resolvendo a questão pela primeira vez.

    Bons estudos e Feliz Natal! hohoho
  • pra mim o certo seria ambas discricionárias.


    Se vc INDICA algo a alguém, não há determinação, há uma subjetividade, podendo o administrado seguir outro caminho se achar necessário.


    Eu sei que a apuração de fatos deve ter como pressuposto o PAD (processo administrastivo disciplinar), contudo, há hípoteses que por ex., a administração INDICA que se faça o procedimento por processo administrativo, mas há o conhecimento de que o processo poderia se realizar por sindicância, vejam que há uma certa discriconariedade aí.



    Agora vejamos, falar que há varias punições para uma ocorreência isso não existe, para cada fato deve haver uma punição específica (tipicidade), o que pode haver é uma gradaçao da pena como já bem mencionado.



    Pra mim o certo mesmo seria ANULAR esse tipo de questão que só gera AMBIGUIDADE.
  • As vezes saber demais acaba fazendo a pessoa errar as questões. O pessoal está indo muito fundo no assunto e não presta atenção ao enunciado. O negócio é perceber o que está sendo falado no enunciado. Olhem bem:

    "Determinada lei prevê DIVERSAS penalidades administrativas para uma infração e indica O processo de apuração dessa infração."

    Meio que fica implícito que o processo de apuração é vinculado, pois é obrigatório e o enunciado não falou em várias opções. E ele só faltou colocar a palavra "diversas" em destaque como eu coloquei. Fica tbm ímplicito que quem vai aplicar a penalidade tem que escolher ( discricionário ) um das várias penalidades.

    É meio que interpretação de saber o que a banca quer!!! Podem não concordar de como a banca pediu o item ( meio que tbm não concordo), mas tentem entender o que ela queria!!! Vai adiantar dizer que está errado e não ser aprovado?!?!?! É bom entender como a banca pensa......
  • Estou entre os que concordam com o colega Alexandre.

    A aplicação da penalidade é ATO VINCULADO. Se a banca tivesse se referido a qual penalidade a ser aplicada, então seria discricionário. Desculpem-me os que discordam, mas o enunciado dá, sim, margem à interpretação. A minha é esta.

    Bons estudos!!
  • Como bem colocado pelo colega Carlos, às vezes meio que viajamos na maionese, rs. Falo na primeira pessoa do plural pois comigo isso também acontece.
     
    Mas se notarmos, a discricionariedade, nesse caso, está em qual das penalidades aplicar e não se ele deve ou não ser aplicada.
     
    Um exemplo interessante e bem colocado que guardarei é o da colega Adriana.
     
    Muito bom os comentários dos colegas, aqui aprendemos bastante.
  • parabéns carlos manoel..pra mim vc encerrou o assunto..corretíssimo

    só lamento para os ''chorão'' rs
  • ABSURDAMENTE MAL ELABORADA A QUESTÃO, realmente concordo com nosso colega Carlos, às vezes saber demais atrapalha, no final da questão se pergunta sobre a  "APLICAÇÃO DA PENALIDADE" e numa lógica ilógica, não cabe à administração decidir ou não sobre a aplicação da pena (vinculação à punição diante violação funcional), a discricionaridade se trata do vigor da punição, ainda quando lhe é permitida e não sobre a aplicação dela.

    muitos livros falam disso, ATENÇÃO: a discricionaridade da administração sobre as punições se trata da veemência da punição, e não sobre decidir aplica-la ou não.

      mas.. fazer o que, saber demais nessa questão é o erro, como disse o nosso colega ai em cima, só nos resta chorar.
  • O enunciado é vago, deixando margem a interpretações diversas. Eu, por exemplo, não consegui extrair que são diversas penalidades distintas que a Administração teria a FACULDADE de escolher uma. Poderiam ser várias penalidades cumulativas como multa, apreensão de um bem e suspensão de um direito, por exemplo. Aí teríamos, nesse caso, 3 penalidades cumulativas e vinculadas. Questão ambígua e vaga que deveria ser anulada. No meu raciocínio, ambos os atos seriam vinculados, a não ser que a questão EXPRESSAMENTE fizesse menção ao fato da possibilidade de escolha entre as penalidades, não gerando margem de dúvidas quanto a possível aplicação cumulativa obrigatória.
  • Eu entendia que a aplicação de punição fosse vinculada e que somente a gradação fosse discricionária. No entanto, não é o entendimento da FCC.

    Aprendi mais uma da doutrina FCC....

    Assim, para a FCC,


             APLICAR = GRADUAR


    abços

  • Pensei a mesmíssima coisa acima. Aplicação é vinculada, uma vez constatada a infração. Logo,  HÁ DE SE APLICAR penalidade. Mas a GRADAÇÃO da aplicação da penalidade, esta sim é obviamente discricionária.

    Claro que entendi e concordei com o gabarito, mas o termo "aplicação" suscita dúvidas, cfe explicitei acima. Mas sinceramente acho q essas dúvidas são para nós que realmente estamos estudando e nos atendo aos pequenos detalhes, o que é excelente, mas pode acabar confundindo questões simples! Não é?

    Fazer o q? errei! rs

    Bons estudos!
  • também entendi ser a penalidade ato vinculado, pois a questão diz " a aplicação da penalidade" e não sobre a escolha da penalidade mais adequada.Pergunta sobre aplicar ou não a penalidade.
  • Pegadinha que pegou o formulador da questão.
    Não há discricionalidade para punir temos ato vinculado. Se a formação da culpa tipifica a conduta como ilícita, a punição não pode ser afastada por razões de oportunidade e conveniência.
    Mas para aplicar a punição cabível ao servidor, quando a lei, como no caso, prevê várias sanções possíveis, neste caso, podemos aplicar critérios de oportunidade e conveniência segundo a doutrina.
    http://www.youtube.com/watch?v=Ee30F4Goi4k

    P
    unir é vinculado, a punição é discricionária nos limites objetivos da lei.

    Não concordamos com o apresentado. Se o culpado protestar que a a escolha da adminsitração for por determinada penalidade impõe um gravame maior que outra opção também prevista em lei, entendemos que a administração deve aplicar da penalidade pleiteada.
    Mais ainda, se dentre várias penalidades que a lei deixe ao arbítrio do adminstrador, uma for claramente mais danosa ao culpado que outra, não cabe discricionalidade, mas é ato vinculado,  pois o princípio constitucional da dignidade humana e seu desdobramento da proporcionalidade da pena, diz que a pena deve ser a mais leve.
    http://www.lfg.com.br/artigo/20100511164725607_blog-do-lfg_descomplicando-o-direito-principio-da-proporcionalidade-da-pena.html
    Assim a escolha da punição não caberia a administração mas ao culpado, para a manutenção do princípio da dignidade humana, e neste caso, desmorona qualquer sustentação de discricionalidade no processo de aplicação da pena.  
    O direito de punir do Estado encontra limites na dignidade humana, portanto o estado no exercício de seu direito deve gerar o menor gravame possível. Na análise das opções legais a motivação da escolha da opção punitiva não pode ser outra que não seja a dignidade humana. 
    Isso dito, impossível ser ato discricionario, pois o interesse público relevante se insere no princípio maior da dignidade humana e este favorece o culpado, não a administração.
    http://jus.com.br/revista/texto/19402/o-principio-da-dignidade-da-pessoa-humana-inserido-no-processo-administrativo-disciplinar-pad
  • Galerinha, quanta discórdia! kkkk
    Os que sabem muito devem saber todos os requisitos de um ato certo? Vamos lá!
    Para aplicar a penalidade a Adm. vai editar um ato, certo?
    Um e apenas um ato punitivo, nesse caso.
    Quais são os requisitos deste ato? Competência, Finalidade, Forma, Motivo e Objeto, não é mesmo.
    Agora vamos por partes, o que torna o ato dicricionário? MOTIVO E OBJETO DISCRICIONÁRIOS.
    Qual é o objeto desse ato? A Administração irá valorar de acordo com o mérito. Ponto final.
    Logo o ato é discricionário.
    Agir é um poder-dever. A questão não abordou a hipótese de não execução da punição, o que seria ILEGALIDADE.
    E outra, no caso de não execução NENHUM ato seria editado.
    Logo no caso da aplicação, a aplicação é um ato discricionário.
    Sem aplicação nem ato tem!
    Não viajem, acertem pelo amor de Deus! Não adianta falar que o gabarito tá errado só por orgulho ferido.
    Humildade nobres guerreiros! Pra passar é necessário HUMILDADE!
  • Concordo com o Alexandre.

    A aplicação da penalidade é ato vinculado. Isso decorre do poder disciplinar, que também é vinculado. A Administração não pode escolher entre aplicar ou não a pena.
    A discricionariedade está no fato de ela poder escolher, nos limites da lei, qual a pena adequada, mas não se vai ou não aplicar.
    A questão diz: "...a aplicação da penalidade ". Com certeza que ela é obrigada a aplicar a pena.

    Se não for assim, não sei mais o que esperar dessas bancas.
  • Acho isso mto dúbio, e já vi posição pros 2 lados.
    Concordo com o Alexandre, mas tb entendo a posição contrária.
    Mas cara, se uma lei contém 3 tipos de punição (ex: demissão, suspensão e advertência), diante da prática de uma cndt muito leve, a administração não pode punir com demissão, com base em sua discricionariedade, se a lei prevê que para o caso caberia uma advertência. Isso pq o ato é vinculado.
    Dá azo a interpretações diversas, conforme dito acima......
  • Agooooora eu entendi! O que eu disse acima está correto. Porém, o enunciado diz que para a MESMA infração, há diversas penalidades.
    Ex: infração de faltar ao trabalho 7 dias consecutivos sem justificativa. A lei prevê que pode haver suspensão de 3 dias, ou pagamento de multa, ou demissão. Cabe ao administrador com base em sua discricionariedade, optar por uma destas punições! Aí o ato é discricionário!
    Acabou a discórdia! Próxima!
  • Algum professor ai pra dirimir as dúvidas dessa questão?
    Afinal, fica difícil escolher entre as argumentações...
  • Mais uma questão "safadinha"....Questões objetivas NUNCA deveriam dar margem a diversas interpretações!! 
  • Galera, é evidente que aplicar sanção e abrir processo para apurar infração é ato vinculado, contudo o que a questão quer do candidato é o seguinte:

    Se a lei determina várias penalidades para o mesmo fato = discricionário, a Administração pode "optar" por uma das várias penalidades descritas na lei (mas tem que aplicar alguma).
    A lei apenas indica 1 processo para apuração da infração = vinculado (tem que abrir processo e tem que ser na única modalidade prevista em lei), caso houvesse a previsão de mais de um processo para apurar também seria discricionário a escolha entre eles.

    A questão nao quer saber se a aplicação da sanção ou abertura de processo é ato vinculado ou discricionário.
  • Ai pessoal... é o tipo de questão mal redigida, que não adianta ficar perdendo tempo brigando! Você lê o enunciado e já percebe que a banca foi infeliz na redação! 
  • Veja como divulgar a Campanha Nota Justa)
  • por qual motivo é o ato discricionário primeiro?
  • A resposta correta é letra "a"

    ato discricionário é aquele que te dá dois caminhos.
    vinculado te dá um caminho apenas.
  • O comentário da colega Jéssica Damásio, pra mim, mata a questão. Porém, sempre é válido dar uma conferida na doutrina, né? Então, segundo o Resumo de Direito Administrativo de Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo: "A atuação da administração pública no exercício do poder de polícia, em regra, é discricionária".  Em outro trecho da mesma obra, afirmam os autores: "Embora a discricionariedade seja a regra no exercício do poder de polícia, nada impede que a lei, relativamente a determinados atos ou fatos, estabeleça total vinculação da atuação administrativa a seus preceitos".    Assim, como esta questão fala de "penalidades administrativas", que faz parte do poder de polícia, e diz que a lei prevê "diversas penalidades", não restam dúvidas de que a aplicação da penalidade neste caso será discricionária.
  • Descomplicando... 

    Determinada lei prevê diversas penalidades administrativas para uma infração e indica o processo de apuração dessa infração. Neste caso, a aplicação da penalidade e o processo para verificação da infração são atos administrativos

    Se a lei PREVÊ, cabe ao competente decorrer sobre - ato discricionário
    Se a lei INDICA, já está explícita tal matéria - ato vinculado

    Gabarito: letra A.

    ;D
  • Determinada lei prevê diversas penalidades administrativas para uma infração e indica o processo de apuração dessa infração. Neste caso, a aplicação da penalidade e o processo para verificação da infração são atos administrativos

    1) São diversas penalidades, mas a infração é uma só. Ex.: Estacionar em local proibido --> infrações: multa, proibição de estacionar nas redondezas, apreensão do veículo, suspensão da carteira de motorista, etc.


    O administrador tem discricionariedade em escolher QUAL PENALIDADE VAI OPTAR, portanto, é ato discricionário. Por outro lado, a forma de aplicação já está descrita na lei, não tendo o administrador, margem de escolha, portanto, é ato vinculado.

  • A aplicação da penalidade é um ato vinculado. Mas, quando há diversas sanções cabíveis a serem aplicadas, torna-se um ato discricionário. Da mesma forma é o que acontece com a gradação da penalidade (que também é ato discricionário). Portanto, alternativa A correta.

  • Determinada lei prevê diversas penalidades ADMINISTRATIVAS ====>>> para uma infração

    Neste caso, a aplicação da penalidade e o processo para verificação da infração SÃO ATOS ADMINISTRATIVOS

    Quais leis podem gerar penalidades administrativas ?? 8666, 9784, CTB....

    "Nesse sentido é o entendimento de Marcelo Madureira Prates:

    (...) procuramos igualmente denotar que a Administração detém margem de discricionariedade na aplicação das sanções administrativas mesmo quando verificadas todas as condições de fato e de direito exigidas para esse efeito, se outros interesses públicos colidirem com o interesse público.

    Por todo o exposto, a conclusão a que se chega é pela possibilidade de o agente público, diante de um caso concreto e após a análise da situação frente aos princípios que norteiam a Administração Pública, deixar de exercer o poder sancionador mesmo diante da existência de requisitos que autorizariam a instauração de processo administrativo ou a imposição de penalidades. Tratando-se, portanto, de ato discricionário, não é demasiado recordar a necessidade de fundamentação da decisão administrativa, a fim de tornar público os motivos que determinaram o afastamento da prerrogativa sancionadora da Administração Pública no caso concreto."

    FONTE: https://jus.com.br/artigos/25264/aplicacao-de-penalidade-em-processos-administrativos-punitivos-no-ambito-da-administracao-publica-ato-vinculado-ou-discricionario

  • Gabarito sem sentido.. a APLICAÇÃO DE PENALIDADE é vinculada, uma vez constado o vício. O que pode ser discricionária é a ESCOLHA da penalidade!!


ID
570052
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Direito Administrativo
Assuntos

A Administração Pública Federal pretende contratar dupla sertaneja consagrada pela crítica especializada e pela opinião pública, através do empresário exclusivo desta, para cantar o Hino Nacional Brasileiro na festa de comemoração da independência do Brasil em Brasília. Considerando as normas estabelecidas na legislação pertinente à licitação, tal contratação

Alternativas
Comentários
  • gABARITO LETRA C!!!

    Questao básica do art. 25 da lei 8666. (INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO)

    Art. 25.  É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial:

    I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;

    II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;

    III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.
     
  • Fundamento Legal

    Lei de Licitações 8 666

    In verbis:

    Art. 25.  É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial:

    I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;

    II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;

    III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.
  • Para facilitar, pensemos o seguinte:

    Ocorre inexibilidade na licitação sempre que o objeto a ser contratado, NÃO poderá ser substituído, sem que haja um prejuízo considerável. No caso de artistas consagrados pela crítica e pela opinião pública, não há como determinar um substituto, pois cada um possui um perfil e um trabalho diferente do outro. Sempre que falarmos sobre artistas consagrados, há inexibilidade da licitação.
  • Letra C

    Ocorre inexibilidade quando não há possibilidade de competição, são eles:

    1. Fornecedor exclusivo;
    2. Serviços técnicnos especializados (exceto publicidade);
    3. Artistas.
  • Letra C.
    A lei 8.666/93 é bem clara em relação a isto:
    Art.25.É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial:
    III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.

    Portanto não há o que se questionar.
  • há o caso de fornecedor exclusivo. Neste caso não ha licitação;
  • Art. 25 É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial:
      I — para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão do comércio local em que se realizaria a transação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes; II — para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação; III — para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.

ID
570055
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Direito Administrativo
Assuntos

João, motorista, funcionário público federal, dirigindo um veículo oficial em excesso de velocidade e pela contramão de direção, colidiu com automóvel particular que vinha regularmente no sentido oposto, em velocidade adequada. João foi exonerado e depois veio a falecer. O motorista do veículo particular acionou a União, que foi condenada a pagar os danos causados ao seu veículo. Nesse caso, os herdeiros e sucessores do servidor falecido

Alternativas
Comentários
  • gABARITO b!!!

    Podem figurar no pólo passivo de ação regressiva. LEMBRANDO QUE a RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL NO CASO é fixada pelo limite do quinhão hereditário de cada um dos herdeiros, uma vez que não pode invadir seara de patrimônio pessoal para ressarcir o erário por dano causado por responsabilidade pessoal do de cujus.
  • Ações de ressarcimento ao erário são imprescritíveis. A configuração dos herdeiros no polo passivo da ação regressiva só pode ser estendida até o limite de transferência da herança pelo Servidor falecido.
  • Somando aos comentários dos colegas acima:

    Como já vimos através dos comentários dos colegas, os herdeiros podem figurar no pólo passivo de ação regressiva. Porém é importante observarmos o PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA. Versa nossa Lei Maior:

    Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; (art. 5º,  XLV, CF/88) 


     http://aprovadoseclassificados.blogspot.com
  • Gente, mas ele não foi exonerado ANTES do falecimento? A exoneração não põe termo ao vínculo e às obrigações decorrentes? :O
    Dúvida.
  • Márcia, se funcionasse assim, bastaria o executor de um contrato qualquer desviar milhões de uma licitação e logo em seguido pedir exoneração, ficando livre de qualquer responsabilidade. Não faz muito sentido, faz? A responsabilidade subsiste até o prazo prescricional.
  • Além disso, a entidade pública (ou delegatária de serviço público) só poderá voltar-se contra o agente (através da ação regressiva) SE já tiver sido condenada a indenizar, pois seu direito de regresso nasce com o trânsito em julgado da decisão judicial condenatória da ação de indenização. 

    Mesmo após a morte do agente que agiu com dolo ou culpa, podem seus sucessores serem chamados a responder pelo valor que a administração (ou delegatária) foi condenada a pagar na ação de indenização (sempre respeitado o limite do valor do patromônio transferido). 
  • Lei 8.112/90

    Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.

    § 1o A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário somente será liquidada na forma prevista no art. 46, na falta de outros bens que assegurem a execução do débito pela via judicial.

    § 2o Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor perante a Fazenda Pública, em ação regressiva.

    § 3o A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será executada, até o limite do valor da herança recebida.

  • “Como ação civil, que é, destinada à reparação patrimonial, a ação regressiva (Lei 8.112/90, art. 122, §3°) transmite-se aos herdeiros e sucessores do servidor culpado, podendo ser instaurada mesmo após a cessação do exercício no cargo ou na função, por disponibilidade, aposentadoria, exoneração ou demissão”. Hely Lopes Meirelles, Direito Administrativo Brasileiro, p. 628.
    Inicia-se o direito de ação regressiva com o pagamento da indenização pelo Estado, observando-se o disposto no artigo 46 da Lei nº 8.112/90, desde que tenha havido dolo ou culpa por parte do servidor (art. 122).
    Ver a Lei nº 4.619, de 28 de abril de 1965, que dispõe sobre a ação regressiva da União contra seus Agentes.
  • Muito simples!Haverá ação de regresso contra os sucessores,mas sói irá atingir até a parte da herança que lhes caiba!Afinal,ninguém herda divida!
    O fato punível mencionado não se encerra com a morte do servidor exonerado,pois admite ação indenizatoria.
  • Lembrando o que é Ação Regressiva
    Ação regressiva é a ação judicial proposta pelo Estado contra o agente público depois que o Estado foi condenado em ação indenizatória por ato que causou prejuízo a terceiros.
  • Caso o culpado venha falecer e não tenha deixado nenhum patrimônio ficaria insento os seus sucessores ?


ID
570058
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

É correto afirmar que:

Alternativas
Comentários
  • Comentário que achei no fórum quanto a não ser a letra e)

    Professor(a)
     
    Join Date: 09/04/09
    Posts: 371
     
    Default Re: Questão - FCC

    Se existe uma exportação líquida de capitais (saída líquida de capitais), o saldo em transações correntes tem que ser negativo, dado que, por definição, o saldo do Balanço de pagamentos é zero.

    Saldo BP = MK + TC

    MK = movimento de capitais
    TC = transações correntes

    Se MK> 0, então TC<0

    As TC, por sua vez, equivalem a X-M-RLEE. Para o PIB ser maior que o PNB, RLEE (renda líquida enviada ao exterior) deve ser positiva.

    Como não sabemos o sinal de X, nem de M, nada podemos afirmar a respeito do sinal de RLEE. Por isso, se existe exportação líquida de capitais, não há como afirmar que PIB>PNB.

    abs
  •  quanto maior a taxa de poupança maior será o produto por unidades de eficiência no estado estacionário. Isto sugere que uma maneira de tornar um país mais rico seria mplementar políticas que aumentem a taxa de poupança
  • Prezado Carlos,

    tenho um outro ponto de vista sobre a alternativa E.

    Sabemos que PNB = PIB + RRE (renda recebida do exterior) - REE (renda enviada para o exterior)

    Como o país é exportador líquido de capitais, então: REE > RRE => RRE - REE < 0 => PNB < PIB => letra E correta!

    O que acham deste raciocínio?

  • (a) No caso Keynesiano a curva LM é horizontal, portanto ao variar-se a curva IS, não altera-se a taxa de juros. Como variar ou deslocar a curva IS representa alterar fatores reais, a primeira parte da resposta já está errada. Em se tratando da segunda parte da afirmativa, para os clássicos a moeda tem apenas a função de meio de troca, não tendo, portanto, fins de especulação. Afirmativa incorreta.

    (b) O exportador recebe divisas em moeda estrangeira. Logo se o um banco compra moeda estrangeira de um exportador e paga com moeda local, há criação de meios de pagamento da economia, pois o volume de reais aumenta na economia. Portanto a resposta está incorreta.

    (c)  Sabe-se que BPTC = - Se, onde:

    BPTC = Balanço de Pagamentos em Transações Correntes;
    Se = Poupança Externa = Variação da Obrigação Líquida para com não residentes;

    Se o país é importador líquido de capitais,
    Obrigação Líquida para com não residentes > 0, ou seja, ele acumulou Se ao longo dos anos;
    Se existe superávit no BPTC, BPTC > 0;

    Como BPTC = - Se, e como Se = Variação da Obrigação Líquida para com não residentes, tem-se que:

    BPTC = - Variação Obrigação Líquida para com não residentes. Logo se BPTC > 0,

    - Var. Obrigação Líquida para com não residentes > 0 ou
    Var. Obrigação Líquida para com não residentes < 0

    Então vê-se que se há superávit no BPTC, necessariamente a Poupança Externa será negativa ou a Variação da Obrigação Líquida para com não residentes será negativa, havendo assim redução da Obrigação Líquida para com não residentes.
    Resposta Correta!

    (d) Segundo o Modelo de Solow, a Renda per Capta crescerá ao longo do tempo, até se estabilizar no estado estacionário, em função do crescimento do estoque de capital per capto (contribui positivamente), da taxa de depreciação do capital (contribui negativamente) e da taxa de crescimento populacional (contribui negativamente). Sabe-se que quanto maior for a poupança de uma economia, maior também será o investimento, e quanto maior este último, maior será o estoque de capital. Logo a afirmativa está incorreta.

    (e) Se o país é exportador líquido de capitais, sabe-se que a Obrigação Líquida para com não residentes <> 0 ou RLEE < 0.
    Como PNB = PIB – RLEE, e como RLEE <> PIB. Sendo:

    RLRE = Renda Líquida Recebida do Exterior;
    RLEE = Renda Líquida Enviada ao Exterior;
    PNB = Produto Nacional Bruto;
    PIB = Produto Interno Bruto.

    Logo a afirmativa está incorreta.

    GABARITO: Letra C

    http://bacenanalista3.blogspot.com/
  • Questão deveria ser movida para Macroeconomia, e não Economia Brasileira!
  • Para se compreender o porquê de a alternativa "e" estar errada é necessário saber a diferença entre dois conceitos:

    -Transferência líquida de recursos: diferença entre compra e venda de bens e serviços não-fatores (transporte, seguros, viagens, etc);

    - Renda líquida enviada ou recebida do exterior: diferença entre pagamentos e recebimentos de serviços fatores, dito de outra forma remuneração dos fatores de produção (juros, salários, remessa de lucros, etc).

    Dessa forma, dizer que um país é exportador líquido de capitais significa que ele comprou mais bens e serviços não-fatores do exterior do que vendeu. Ou seja, ele possui tranferência líquida de recursos negativa. 

    Esse é o caso de um país que possui a economia interna real pouco desenvolvida, mas possui muitos investimentos no exterior. Nada impede que esse país transfira capitais para o exterior mas possua um saldo nas transações correntes positivo, justificado pela entrada de remessa de lucros e juros, por exemplo.

    Portanto, com as informações que a alternativa fornece não podemos afirmar que "usualmente" o PIB será maior que o PNB.

    Caso a assetiva fosse sobre um país exportador líquido de renda, aí sim poderíamos afirmar que o PIB é superior ao PNB.
  • Letra E incorreta

    País exportador líquito de capitais => Saldo de transações correntes > 0


    País importador líquido de capitais => Saldo de transações correntes < 0

    O fato do país ter um saldo de transações correntes positivo não implica que a RLEE seja negativo (que faria com que o PIB > PNB.






  • O problema da letra 'e':
    PNB = PIB - RLEE (renda líquida enviada ao exterior).
    Se o país é exportador de moeda, então ele envia renda ao exterior. Com isso, o PIB > PNB. Porém a questão fala "usualmente", o que implica que, às vezes, o PIB não é maior do que o PNB, o que está errado.

    O que eu quero dizer é que era pra ser "sempre" PIB > PNB quando o país é exportador de moeda e não "usualmente".
  • Entenda-se:

     

    país exportador líquido de capitais = que realiza mais investimentos internacionais do que recebe.

     

    Com essa igualdade, percebe-se que um país esportador vai receber renda líquida do exterior, devido à remuneração do seu capital empregado.

     

    Sabendo que:

     

    PIB = PNB + RLEE;

     

    No caso do país exportador líquido de capital RLEE < 0, o que faz com que o PNB > PIB.

     

    Desta forma, só resta a letra C.

     

     

    Resposta: C.


ID
570061
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

É correto afirmar que:

Alternativas
Comentários
  • A)Resgate de títulos públicos leva ao crescimento da oferta monetária e queda na taxa de juros;
    B)Provoca uma valorização câmbial;
    C)Política Fiscal ineficaz;
    D) nesse caso será expecativas adaptativas;
    E) certo
  • Comentário do item e)

    No comentário da questão, o prof. Marlos fala o seguinte:

    "A variação percentual da taxa de câmbio é igual à taxa de inflação estrangeira
    menos a taxa de inflação local"


    Se a variação percentual da taxa de câmbia é 2% - 8% = -6%, significa que a taxa de cambio terá um desvalorização de 6%.

ID
570064
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

De acordo com a teoria microeconômica tradicional, é correto afirmar que:

Alternativas
Comentários
  • Encontrei este comentario no site do Tec Concursos:

    Prof. Amanda Aires Vieira A letra (A) é erradíssima e a explicação é simples: quando você lembrar de curvas inelásticas, lembre também que o imposto incidirá sobre o agente econômico que possuir a curva mais vertical! Logo, como a alternativa indica que o consumidor possui uma curva inelástica, será ele que arcará com todos os impostos.

    A letra (B) é incorreta pois o preço que maximiza o lucro do monopolista é dado pela demanda do consumidor. Lembre que a quantidade é estabelecida pela igualdade entre receita marginal e custo marginal, mas o preço é dado pela demanda de mercado do produto comercializado pelo monopolista.

    A letra (C) é incorreta pois a curva de demanda quebrada é utilizada para mostrar a partir de que ponto os oligopolistas concorrem em termos de preços ou não. Não se trata de fazer guerra de preços entre si.

    Finalmente, a letra (D) é a letra correta já que pode mostrar o conflito entre duas empresas que operam em oligopólio.

    A letra (E) é incorreta já que os jogos sequenciais podem não levar a resultados idênticos aos jogos simultâneos já que com o desdobramento dos jogos pode levar a resultados diferenciados.

    GABARITO: (D)
  • Não concordei com o gabarito.
    Segundo o livro do Varian, uma Estratégia Dominante configura-se quando há uma escolha ótima a ser feita por cada participante, não importando o que o outro faça.
    Ora, se para fazer a opção ótima não importa o que o outro vai fazer, eles atingem sim a melhor situação mesmo sem cooperarem.
  • É que se trata do dilema dos prisioneiros, um caso particular. "Exemplo na teoria dos jogos no qual dois prisioneiros devem decidir separadamente se confessam o crime; se um  deles confessar e o outro não, um receberá uma sentença mais leve e o outro mais pesada; mas se nenhum deles confessar a sentença sera mais leve que ambos confessando."
  • Leonardo Dantas,
    O equilíbrio de Nash em que dois jogadores tenham uma estratégia dominante pode não coincidir com o ótimo de Pareto. Tomando como exemplo o "dilema dos prisioneiros", suponha que haja duas estratégias no jogo: "confessar" e "não confessar". Suponha, também, os seguintes resultados para a combinação das estratégias:
    (prisioneiro 1 confessa, prisioneiro 2 confessa) = (3 anos de prisão, 3 anos de prisão)
    (prisioneiro 1 confessa, prisioneiro 2 não confessa) = (0 anos de prisão, 6 anos de prisão)
    (prisioneiro 1 não confessa, prisioneiro 2 confessa) = (6 anos de prisão, 0 anos de prisão)
    (prisioneiro 1 não confessa, prisioneiro 2 não confessa) = (1 ano de prisão, 1 ano de prisão)
    Para ambos os prisioneiros, a estratégia dominante do jogo é "confessar"; isso resultaria em um equilíbrio de Nash com as estratégias (confessa, confessa), o que resultaria em 3 anos de prisão para cada um. No entanto, esse resultado não é um ótimo de Pareto. Se fosse possível a cooperação entre os prisioneiros, o melhor resultado seria a última combinação, na qual os dois pegariam um ano de prisão. Assim, pode haver equilíbrio de Nash em estratégia dominante sem que seja um ótimo de Pareto.
  • Trecho retirado do Mankiw (Introdução a Economia, 6ª edição, p.336-337):

    "Oligopólios como um dilema dos prisioneiros

    O que o dilema dos prisioneiros tem a ver com os mercados e a competição imperfeita? É que o jogo dos oligopolistas que tentam atingir um resultado monopolista é semelhante ao jogo dos dois criminosos no caso do 'dilema dos prisioneiros'.

    [...]

    Esse exemplo ilustra por que os oligopólios têm dificuldade para manter lucros monopolistas. O resultado do monopólio é racional para o oligopólio no todo, mas cada oligopolista tem um incentivo para trapacear. Da mesma forma que o interesse próprio leva os criminosos do caso do dilema dos prisioneiros a confessar, o interesse próprio também faz que seja difícil para o oligopólio manter o resultado cooperativo com produção baixa, preços elevados e lucros de monopólio."


ID
570067
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

A economia brasileira passou por diversos planos de crescimento e de estabilização ao longo das últimas quatro décadas. É correto afirmar que:

Alternativas
Comentários
  • a) Correta. O II PND foi implementado em meados de 1974 durante o governo Geisel. Após o choque do petróleo de 73, o governo se deparou com 2 possibilidades de ajusatmento externo: uma conjuntural, mais imediatista, porém potencialmente recessiva e uma estrutural, visando remover ou atenuar a restrição externa ao crescimento, de forma duradoura, através da substituição de importações e do aumento da capacidade de exportar. O modelo de ajustamento externo adotado foi o estrutural, materializado no II PND. Os novos investimentos eram dirigidos aos setores identificados como "pontos de estrangulamento": infra-estrutura, bens de produção (capital e insumos), energia e exportação.

    b) Delfim Neto substituiu Simonsen no Ministério do Planejamento até o fim do governo Figueiredo. O seu diagnóstico inicial foi de que o estrangulamento externo que afetava a economia brasileira refletia antes que um excesso de demanda, num desajuste de preços relativos que distorcia a distribuição dessa demanda entre os diversos setores. Ele promoveu uma política monetária restritiva e uma maxidesvalorização cambial. Na área fiscal, procurou corrigir as tarifas públicas e controlar os gastos públicos. Porém o que se viu foi uma aceleração da inflação, aumento do déficit comercial fazendo com que a situação da BP não fosse amenizada. Entretanto, no biênio 79-80, a recessão foi de fato, evitada, com o PIB mostrando crescimento de 8% a.a.

     
  • c) Os 4 grandes grupos de medidas do plano Cruzado foram: i)reforma monetária e congelamento de preços; ii) desindexação da economia; iii) índice de preços e cadernetas de poupança; iv)política salarial
    Nem a dispersão dos preços relativos era muito pouco acentuada, nem houve uma perda do poder aquisitivo dos trabalhadores como diz a questãoPelo contrário, os trabalhadores tiveram abono, aumento do salário mínimo e gatilho salarial. E havia um problema de defasagem dos preços relativos. A demanda aumentou, pois houve uma expansão de crédito, o que fez com que o sucesso do plano fosse comprometido. Quanto às contas externas, elas se deterioraram, devido à manutenção do câmbio fixo e ao crescimento da demanda.
     
    d) No plano Bresser, a inflação foi inicialmente diagnosticada como inercial e de demanda, portanto o plano continha elementos ortodoxos e heterodoxos.  Para evitar a deterioração nas contas externas, como houve no plano Cruzado, a taxa de câmbio não foi congelada, o que, de fato,fez com que o país apresentasse melhor resultado externo, apresentando superávits na balança comercial. Houve queda nas vendas do comércio e da indústria, devido à perda de poder aquisitivo e aumento dos juros reais. Porém o setor de serviços cresceu. Além disso as exportações aceleraram e houve queda nas importações
     
    e) Plano Realajuste fiscal (principal condição), metas monetárias (estabelecidas por MP), aumento dos juros, com restrição do crédito indexação do câmbio (muito importante). O recolhimento compulsório sobre depósitos à vista foi estabelecido em 100% sobre os depósitos adicionais a partir daquela data, reduzindo depois para 90%. Acredito que o erro da questão está na parte das metas monetárias que fizeram parte da 3ª fase do plano, porém que não tiveram sucesso, o que fez com que o governo mudasse a âncora para a cambial, abandonando a monetária. Além disso não houve uma redução na demanda agregada.
  • Resposta: A
    Os comentários de Daniel Camargo estão excelentes. Em complemento ao que ele escreveu, acrescento:
    A) -
    B) Há um erro nessa opção quando afirma que a política de ajustamento externo fracassou "no objetivo de reverter a tendência de déficits sucessivos na balança comercial". Na realidade, a partir de 1981, a balança comercial brasileira passou a ser superavitária, só voltando a apresentar déficits após a implementação do Plano Real, de 1995 a 2000.
    C) Não houve recessão. O PIB apresentou uma taxa de crescimento, em 1986, de cerca de 7,99%.
    D) O Plano Bresser reverteu a deterioração da balança comercial ocorrida no período da aplicação do Plano Cruzado.
    E) Conforme explicado por Daniel Camargo,não foi a âncora monetária que contribuiu para a queda da taxa da inflação, mas a âncora cambial. No período, ocorreu significativa deterioração da balança comercial brasileira, de 1995 ao ano 2000, em virtude de não ter havido contenção significativa da demanda interna por bens e serviços.

ID
570070
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

Analise as seguintes afirmações, todas relativas ao sistema financeiro nacional:

I. Uma das atribuições do Banco Central do Brasil é estabelecer as diretrizes gerais da política monetária, cambial e creditícia do Brasil.

II. Os bancos de investimento estão autorizados a receber depósitos à vista e a prazo do público e utilizá-los para o financiamento do capital de giro das empresas.

III.A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) tem por objetivo, entre outros, a regulamentação, a orientação e a fiscalização dos fundos de investimento.

IV. O Acordo de Basiléia foi assinado em 1998 e seu principal objetivo era o de regular a solvência das instituições financeiras por meio do aumento dos limites mínimos de capital próprio em função do total de aplicações de ativos de risco.

V.A CETIP – Câmara de Custódia e Liquidação é clearing exclusiva de títulos públicos que é administrada pela ANDIMA – Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro.

Estão corretas:

Alternativas
Comentários
  • I. Uma das atribuições do Banco Central do Brasil é estabelecer as diretrizes gerais da política monetária, cambial e creditícia do Brasil. CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL. O BACEN executa as políticas estabelecidas pelo CMN.

    II. Os bancos de investimento estão autorizados a receber depósitos à vista e a prazo do público e utilizá-los para o financiamento do capital de giro das empresas. Errado NÃO estão autorizados a receber depósitos à vista e a prazo 
  • Os Bancos de Investmentos podem receber depósito a prazo, conforme abaixo;

    Resolução nº 2624, de 29 de julho de 1999.

    Art. 2º Os bancos de investimento podem empregar em suas atividades, além de recursos próprios, os provenientes de:

    I - depósitos a prazo, com ou sem emissão de certificado;
    II - recursos oriundos do exterior, inclusive por meio de repasses interbancários;
    III - repasse de recursos oficiais;
    IV - depósitos interfinanceiros;
    V - outras formas de captação autorizadas pelo Banco Central do Brasil
  • Na minha opnião essa questão, se estiver sido redigida corretamente pela equipe do questoesdeconcursos, deve ser anulada, pois o acordo de baseléia foi assinado em 1988 e não em 1998, assim anulando o item e consequentemente a questão.
  • I - ERRADA. É atribuição do CMN (Conselho Monetário Nacional)

    II - ERRADA. Os Bancos de Investimentos são instituições responsáveis pelo suprimento de recursos de médio e longo prazo às empresas como forma de financiamento de seu capital de giro. Não podem manter contas correntes e captam recursos pela emissão de CDBs e RDBs ou pela venda de cotas de fundo de investimentos por eles administrados.

    III - CORRETA.

    IV - CORRETA.

    V - ERRADA. A Cetip realiza a custódia e liquidação de títulos privados, já a Selic – Sistema de Liquidação e Custódia é quem faz a custódia e liquidação de títulos públicos federais.


ID
570073
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Raciocínio Lógico
Assuntos

Em seu livro Primal Leadership: Realizing the Power of Emotional Intelligence (2001), Daniel Goleman destaca quatro tipos de lideranças positivas: visionária, formativa, afetiva e democrática.

– os líderes visionários são aqueles cujas instruções são claras, se assegurando que todos os seus subordinados progridam visando os objetivos empresariais, mas dando liberdade para que decidam livremente como chegar a eles;

– os líderes formativos procuram relacionar o interesse dos subordinados aos objetivos da empresa;

– os líderes afetivos procuram desenvolver equipes unidas e motivadas, fomentando um relacionamento são e amistoso, quase que superando os objetivos empresariais;

– os líderes democráticos obtêm o respaldo e o compromisso político porque fomentam a participação. Empregam trabalhos em grupo, a negociação e a empatia, de modo que seus subordinados se sintam valorizados.

Com base nas informações dadas, analise as afirmações seguintes:

I. Se os subordinados estão satisfeitos e sentem que têm o respaldo de seu chefe, os objetivos são atingidos.

II. Nenhum indivíduo por si só tem todas as respostas; com freqüência recorro à minha equipe para que me dêem idéias.

III. Acho que saber escutar é tão importante quanto ser um bom comunicador.

Das três afirmações, a figura do líder democrático está caracterizada APENAS em

Alternativas
Comentários
  • I. Se os subordinados estão satisfeitos e sentem que têm o respaldo de seu chefe, os objetivos são atingidos.

    Errado. "Os líderes afetivos procuram desenvolver equipes unidas e motivadas, fomentando um relacionamento são e amistoso, quase que superando os objetivos empresariais"


    II. Nenhum indivíduo por si só tem todas as respostas; com freqüência recorro à minha equipe para que me dêem idéias.

    Certo. Nenhum dos textos cita algo relacionado a recorrer com frequencia à equipe, mas com conhecimeto prévio da teoria de Daniel Goleman dá para acertar.


    III. Acho que saber escutar é tão importante quanto ser um bom comunicador.

    Certo. "fomentam a participação" quer dizer que o chefe sabe escutar,  "Empregam (...) a negociação" quer dizer que ele sabe ser um bom comunicador. 


      
    Letra e)  


    Questão de Administração e não de Lógica, faça me o favor! Afff!!!!!!
  • I. Se os subordinados estão satisfeitos e sentem que têm o respaldo de seu chefe, os objetivos são atingidos.

    É o caso dos líderes afetivos.

    II. Nenhum indivíduo por si só tem todas as respostas; com freqüência recorro à minha equipe para que me dêem idéias.

    É o caso dos líderes democráticos.
    "os líderes democráticos obtêm o respaldo e o compromisso político porque fomentam a participação..."↔ "...recorro à minha equipe..."

    III. Acho que saber escutar é tão importante quanto ser um bom comunicador.

    É o caso dos líderes democráticos.
    "os líderes democráticos obtêm o respaldo e o compromisso político porque fomentam a participação..."↔ "...saber escutar..."

ID
570076
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Raciocínio Lógico
Assuntos

A ficar hesitando entre duas soluções, é preferível e mais prático decidir de vez e determinar qual delas deve

Alternativas
Comentários
  • Na minha opinião esta questão é de Léxico - Língua Portuguesa!
  • Hesitar =indeciso

    Simplificar = fazer com que algo fique mais simples

    Prevalecer= ato continuo de continuar vencedor

    Confirmar = tornar mais certo

    Resilir = anular 

    Coincidir = incidência de dois

  • o RL da FCC e diferente.


ID
570079
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Raciocínio Lógico
Assuntos

Novas idéias e invenções criam necessidades de expressão, novas palavras para denominar os inventos da ciência e da tecnologia. Surgem, então, os chamados

Alternativas
Comentários
  • Resposta letra A.

    Wikipedia:

    Neologismo é um fenômeno linguístico que consiste na criação de uma palavra ou expressão nova, ou na atribuição de um novo sentido a uma palavra já existente. Pode ser fruto de um comportamento espontâneo, próprio do ser humano e da linguagem, ou artificial, para fins pejorativos ou não.Geralmente, os neologismos são criados a partir de processos que já existem na língua: justaposição, prefixação, aglutinação, verbalização e sufixação. Podemos dizer que neologismo é toda palavra que não existia e passou a existir, independente do tempo de vida e de como surgiu.

    Pertence à família morfológica Neo (novo), cuja origem deriva do latim novus, nova, novum e do grego ν?ς; do sânscrito návah.[1]

  • Quanto às outras alternativas:

    Modernismo (ou movimento modernista): conjunto de 
    movimentos culturais, escolas e estilos que permearam as artes e o design da primeira metade do século XX.

    Silogismo: conexão de idéias, raciocínio

    Neocíclicos: ocorrem no começo de certo período cronológico

    Neófitos: novo elemento

  • Isso é português e não rAC. LÓGICO
  • concordo com o amigo, em que livro de raciocinio logico tem isso? isso ai é portugues!

  • neologismo é a criação de novas palavras, geralmente em contexto ad-hoc.

    Foi-se o tempo em que FCC fazia questões diretas.
  • Neologismo = Palavra nova, ou acepção nova de uma palavra já existente.

ID
570082
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Raciocínio Lógico
Assuntos

Na figura abaixo, as letras foram dispostas em forma de um triângulo segundo determinado critério.

             P
          P    Q
         P  R  S
       Q  R  S  T
      Q R —  —  ?
Considerando que as letras K, W e Y não fazem parte do alfabeto oficial, então, de acordo com o critério estabelecido, a letra que deve substituir o ponto de interrogação é

Alternativas
Comentários

  • Resposta letra E. 

    Cada Letra é repetida 3 vezes...

    PPP QQQ RRR, no primeiro __ é S, no segundo _ é T e na ? também é T (terceira repetição)
  • Vejam neste sentido!!!


    http://desmond.imageshack.us/Himg543/scaled.php?server=543&filename=semttulorh.png&res=medium
  • Segue a imagem do Anderson:

    scaled.php.png

  • O site questões de concursos deveria atualizar suas perguntas, pois as letras k,w e y já fazem parte da ortografia oficial.
  • Erbenia,o site QC não pode modificar as questões pq são de concursos!Isto alteraria a finalidade do site!
    Ah!concordo plenamente com o raciocínio do Anderson,pensei assim tbm para resolver a questão!

    E por fim,realmente as letras K,W e Y não são consideradas no alfabeto brasileiro apesar de serem normalmente utilizadas ,principalmente em nomes.
    Ser considerada # ser utilizada
  • Matei a questão assim. Vi que elas seguem a sequencia de três letras

     

                 P                                 P
               P  Q                            P  Q
             P  R  S                        P  R   S
           Q  R  S  T                    Q  R  S  T
          Q R —  —  ?                Q  R  S  T  T


ID
570100
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Raciocínio Lógico
Assuntos

Cinco times – Antares, Bilbao, Cascais, Deli e Elite – disputam um campeonato de basquete e, no momento, ocupam as cinco primeiras posições na classificação geral. Sabe-se que:

– Antares está em primeiro lugar e Bilbao está em quinto;

– Cascais está na posição intermediária entre Antares e Bilbao;

– Deli está à frente do Bilbao, enquanto que o Elite está imediatamente atrás do Cascais.

Nessas condições, é correto afirmar que

Alternativas
Comentários
  • Antares __X__ __Y__ __Z__  Bilbao

    Cascais em posição intermediária: Y

    Deli à frente de Bilbao: X ou Z

    Elite IMEDIATAMENTE atrás de Cascais (Y): só pode ser Z, o que coloca Deli na posição X.

  • 1- A
    2- D
    3- C
    4- E
    5- B

    logo, letra C
  •  Antares(A),Balbao(B), Cascais(C), Deli(D) e Elite(E) 

    – Antares está em primeiro lugar e Bilbao está em quinto;

    B _ _ _  A

    – Cascais está na posição intermediária entre Antares e Bilbao;

    B _ C _ A


    – Deli está à frente do Bilbao, enquanto que o Elite está imediatamente atrás do Cascais.

    B E C D A


    c) Deli está em segundo lugar.


  • 1º   2º   3º   4º   5º

    A    D      C  E     B

  • Quero uma questão dessa na minha prova!

ID
570103
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Raciocínio Lógico
Assuntos

Uma cafeteira automática aceita apenas moedas de 5, 10 ou 25 centavos e não devolve troco. Se, feito nessa máquina, cada cafezinho custa 50 centavos, de quantos modos podem ser usadas essas moedas para pagá-lo?

Alternativas
Comentários
  • É um exercício de exclusão, já que temos 3 tipos de moedas e que, somadas, deverão sempre perfazer a quantia necessária (50).

    Se algum colega souber de um cálculo que facilite este raciocínio, favor postar aqui. Eu achei o resultado enumerando as possibilidades. Vamos a elas!

    Primeiro, vemos quantas vezes podemos pagar usando combinações das moedas de 25 centavos:
    25 + 25;
    25 + 10 + 10 + 5;
    25 + 10 + 5 + 5 + 5;
    25 + 5 + 5 + 5 + 5 + 5.

    (4 combinações)

    Agora, vemos quantas vezes podemos pagar usando combinações das moedas de 10 centavos, excluídas as que foram utilizadas anteriormente:
    10 + 10 + 10 + 10 + 10;
    10 + 10 + 10 + 10 + 5 + 5;
    10 + 10 + 10 + 5 + 5 + 5 + 5;
    10 + 10 + 5 + 5 + 5 + 5 + 5 + 5;
    10 + 5 + 5 + 5 + 5 + 5 + 5 + 5 + 5.

    (5 combinações)

    Finalmente, vemos quantas vezes podemos pagar usando combinações das moedas de 5 centavos, excluídas todas as anteriores, combinadas com as moedas de 25 e 10 centavos:
    5 + 5 + 5 + 5 + 5 + 5 + 5 + 5 + 5 + 5.

    (1 combinação)

    Logo, 4 + 5 + 1 = 10 combinações possíveis.

    Bons estudos a todos!
  • Esta perfeito os comentários, porém, numa prova as vezes não temos muito tempo. Portanto, alguém sabe uma forma mais rápida de resolução? Obrigado


    "Levanta e anda, a tua fé te curou"
  • Eu faço de uma forma mais simples:

    5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 
    10 20 30 40 50 
    25 50 
    anula os repetido, somente um deles,  não os dois, assim!
    5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 
    10 20  30 40 50 
    25 50
    OBS= no caso do 50 são 3 então eliminar 2.

    ou usa união de conjuntos,

    A= 5,10,15, 20, 25, 30, 35, 40, 45, 50
    B= 10, 20, 30, 40, 50
    C= 25, 50
    União de A B e C = 5,10,15,20,25,30,35,40,45,50
    Logo resposta é 10, letra "D"

    Espero te ajudado!
  • Acho que pode ser tb pelo mmc.
    5, 10, 25 = 2 x 52  mmc = 2 x 5 = 10
  • o mmc de 5, 10 e 25 é 50. não é 10
    Mínimo Múltiplo Comum

    • MÚLTIPLO DE UM NÚMERO NATURAL

    Como 24 é divisível por 3 dizemos que 24 é múltiplo de 3.
    24 também é múltiplo de 1, 2, 3, 4, 6, 8, 12 e 24.

    Se um número é divisível por outro, diferente de zero, então
    dizemos que ele é múltiplo desse outro.

    Os múltiplos de um número são calculados multiplicando-se esse número pelos números naturais.

    Exemplo: os múltiplos de 7 são:
    7x0 , 7x1, 7x2 , 7x3 , 7x4 , ... = 0 , 7 , 14 , 21 , 28 , ...

    Observações importantes:
    1) Um número tem infinitos múltiplos
    2) Zero é múltiplo de qualquer número natural

     

    • MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM (M.M.C.)

    Dois ou mais números sempre têm múltiplos comuns a eles.

    Vamos achar os múltiplos comuns de 4 e 6:
    Múltiplos de 6: 0, 6, 12, 18, 24, 30,...
    Múltiplos de 4: 0, 4, 8, 12, 16, 20, 24,...
    Múltiplos comuns de 4 e 6: 0, 12, 24,...

    Dentre estes múltiplos, diferentes de zero, 12 é o menor deles. Chamamos o 12 de mínimo múltiplo comum de 4 e 6.

    O menor múltiplo comum de dois ou mais números, diferente de zero, é chamado de mínimo múltiplo comum desses números. Usamos a abreviação m.m.c.

     

    • CÁLCULO DO M.M.C.

    Podemos calcular o m.m.c. de dois ou mais números utilizando a fatoração. Acompanhe o cálculo do m.m.c. de 12 e 30:

    1º) decompomos os números em fatores primos
    2º) o m.m.c. é o produto dos fatores primos comuns e não-comuns:

    12 = 2 x 2 x 3
    30 = 2 x 3 x 5

    m.m.c (12,30) = 2 x 2 x 3 x 5

    Escrevendo a fatoração dos números na forma de potência, temos:
    12 = 22 x 3
    30 = 2 x 3 x 5

    m.m.c (12,30) = 22 x 3 x 5

    O m.m.c. de dois ou mais números, quando fatorados, é o produto dos fatores
    comuns e não-comuns a eles, cada um elevado ao maior expoente.

     

    • PROCESSO DA DECOMPOSIÇÃO SIMULTÂNEA
    Neste processo decompomos todos os números ao mesmo tempo, num dispositivo como mostra a figura ao lado. O produto dos fatores primos que obtemos nessa decomposição é o m.m.c. desses números. Ao lado vemos o cálculo do m.m.c.(15,24,60)

    Portanto, m.m.c.(15,24,60) = 2 x 2 x 2 x 3 x 5 = 120

    mmc1.jpg (4787 bytes)

     

    • PROPRIEDADE DO M.M.C.

    Entre os números 3, 6 e 30, o número 30 é múltiplo dos outros dois. Neste caso, 30 é o m.m.c.(3,6,30). Observe:

    mmc2.jpg (2829 bytes)
    m.m.c.(3,6,30) = 2 x 3 x 5 = 30

    Dados dois ou mais números, se um deles é múltiplo de todos os outros, então
    ele é o m.m.c. dos números dados.


    Considerando os números 4 e 15, ques são primos entre si. O m.m.c.(4,15) é igual a 60, que é o produto de 4 por 15. Observe:

    mmc3.jpg (2579 bytes)
    m.m.c.(4,15) = 2 x 2 x 3 x 5 = 60

    Dados dois números primos entre si, o m.m.c. deles é o produto desses números.

     
  • Dá pra fazer rapidinho, olhem só...


    5A + 10B + 25C = 50        (Aí vai colocando os números rápido)

    0         0         2
    1         2         1
    3         1         1
    5         0         1
    10       0         0
    8         1         0
    6         2         0
    4         3         0
    2         4         0
    0         5         0


    Vejam que meu ponto de referência nas 4 primeiras linhas foi a coluna do 25C, dali em diante foi a coluna do 10B. (Ponto de referência quer dizer qual coluna coloco o primeiro número, depois só completo as outras).

    Espero ter ajudado.
  • Amigos é simples, apenas divide o valor total do café ( 0,50), pelo menor número de centavos ( 0,05)

    50/5=10
  • oi !!!
    não sei bem explicar. Eu errei a questão, achei só nove, mas depois vi que foi falta de atenção.
    aí tentei entender ..... blá, blá...
    aí vai:
    isso é um caso de análise combinatória!
    Ele deu três tipos de moedas para formar 0,50 centavos.

    5,10, 25.
    entretanto..
    1 moeda de 5 centavos é igual a uma moeda de 5 centavos.
    10 é igual a 2 de 5 centavos
    25 é igual a 5 de 5 centavos.
    até aí nada de novo....

    5  +  10  + 25 = 40 centavos   aqui são um total de 8 moedas de 5 centavos 
    5  +  10  + 25 + 10 = 50 centavos - aqui são 10 moedas de 5 centavos.

    percebam que ao cobinar as moedas de 5 centavos umas com as outras vc estará formando conjuntos de 10, 25 e 5 centavos dentro do universo das 10 moedas de 5 centavos. Então, com quantas moedas de 5 vc precisa para pagar um cafezinho?
     






     
  • Solução
    Sejam n1, n2, n3 o número de 5, 10 e 25 centavos respectivamente. Logo teremos:
    5 n1 + 10 n2 + 25 n3 = 50
    n1 + 2n2 + 5n3 = 10
    Podemos então verificar as seguintes possibilidades:
    Possibilidade n1 n2 n3
    1 - 0 0 2
    2 - 0 5 0
    3 - 1 2 1
    4 - 2 4 0
    5 - 3 1 1
    6 - 4 3 0
    7 - 6 2 0
    8 - 8 1 0
    9 - 5 0 1
    10 - 10 0 0
    Temos 10 possibilidades, conforme opção D.
  •          MMC = 50
    ________________      =       10

             MDC = 5
  • depois que  saí a resposta  fica cheio de  TCC explicando, mas acho que  a  exclusão  é  a  única  confiável  o resto ajeitou a  respota  em  uma conta qualquer.... rs... vou dar  a  minha: 


    50/5=10 


    ajudou ?

    tenho  certeza que não. kkk
  • Aqui podemos simplesmente montar a tabela abaixo, que nos dá todas as possibilidades de somar 50 centavos com moedas de 5, 10 ou 25 centavos:

    Temos, portanto, 10 possibilidades.

    Resposta: D

  • Eu somei as possibilidades com um tipo de moeda, depois com dois e depois com três:

    1 tipo:

    10 de 5

    5 de 10

    2 de 25

    3 possibilidades

    -----------------

    2 tipos:

    8 de 5 + 10

    6 de 5 + 2 x 10

    4 x 5 + 3 x 10

    2 x 5 + 4 x 10

    5 x 5 + 25

    5 possibilidades

    -------------------

    3 tipos:

    25 + 10 + 3 x 5

    25 + 2 x 10 + 5

    2 possibilidades

    --------------------

    3 + 5 + 2 = 10

  • GABARITO D

    Eu acho que para esse tipo de questão a forma mais rápida de resolver é a fatoração dos três números: 5, 10, 25 para achar o m.d.c.(máximo divisor comum) que, no caso, é o 2 e o 5:

    Então, 2x5 = 10.

    De 10 modos podem ser usadas essas moedas.

    Eu achei o resultado como a maioria de vcs, mas depois me veio essa percepção.


ID
570106
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Raciocínio Lógico
Assuntos

Na seqüência seguinte o número que aparece entre parênteses é obtido segundo uma lei de formação.

63(21)9; 186(18)31; 85( ? )17

O número que está faltando é

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: A

    O número entre parênteses é formado pela divisão do primeiro numeral pelo terceiro, cujo resultado é multiplicado por 3.

    63 (21) 9 = 63/9 = 7 x 3 = 21


    186 (18) 31 = 186/31 = 6 x 3 = 18

    Logo:

    85 (?) 17 = 85/17 = 5 x 3 = 15

    Bons estudos a todos!
  • Também achei o resultado pelo mesmo raciocínio do colega acima.
  • Mas cuidado caro Samuel, não será sempre que esse resultado dar-se-a dessa forma!
  • Existe alguma orientação para questões desse tipo ou será sempre uma questão de advinhar o raciocínio, no caso uma fórmula?

    Respostas por favor!
  • Imaginem fazer isso na hora de uma prova. 
    O cara q elaborou essa questão era pra ter feito a mesma sob muita pressão pra vê se ele iventava essas alucinações. 

    Tava mofado!!
  • É...infelizmente não tem muita fórmula, na verdade quando vc aprende isso os próprios professores dizem: Qualquer coincidência é válida.
    Precisa testar todas as alternativas, esse é o caminho mais fácil .
    Espero ter ajudado!
    :)
  • Letra A

    Utilizei outro raciocínio.

    21 - 3 = 18
    18 - 3 = 15

  • Essas questões são complicadas, né?
    A gente tem que ter uma inspiração divina. Hehe.

    Eu achei uma outra lógica que daria a alternativa C.

    63(
    21)9
    6 + 3 + 9 =
    18

    186(18)31
    1 + 8 + 6 + 3 + 1 =
    19

    85(19)17
    8 + 5 + 1 + 7 =
    21
  • Olá amigos do QC, o número que está entre parênteses é resultado da seguinte operação:
    Divisão do primeiro pelo último número e multiplica por 3.
    63/9 = 7 . 3 = 21
    186/31 = 6 . 3 = 18
    85/17 = 5 . 3 = 15 que é o gabarito.
    Grande abraço.
  • 63/9=7       7X3=21

    186/31= 6  6X3=18

    85/17=5     5X3=15

  • Eu fiz de outro modo  63/9= 7 + 14 = 21 ; 186/31= 6 + 12 =18 ; 85/17= 5 + 10 = 15 ; ou seja na soma vai tintando de 2 em 2.

  • Gente, os numeros entre parenteses tem a diferença entre eles de 3 numeros.

    21 e 18. Logo, o numero faltante é 15!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Eita!!

     

    21-3= 18

    18-3= 15

  • Resolvido:

    https://youtu.be/mobkXm4mj3w


ID
570109
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Raciocínio Lógico
Assuntos

Assinale a alternativa que completa corretamente a frase seguinte.

O anuário está para o ano, assim como as efemérides estão para ...

Alternativas
Comentários
  • Resposta letra D.

    Segundo a Wikipedia:

    Efemérides significam, em latim, "memorial diário", "calendário" (ephemèris,ìdis), ou, em grego, "de cada dia" (ephémerís,îdos). A palavra efêmero/a ("que dura um dia") tem a mesma etimologia.

    Uma efeméride é um fato relevante escrito para ser lembrado ou comemorado em um certo dia, ou ainda uma sucessão cronológica de datas e de seus respectivos acontecimentos. Há a possibilidade de classificá-la de diversas formas, como, por exemplo, histórica, vexilológica ouhagiográfica.

  • Deveriam ter classificado esta questão como questão de português.

    De qualquer maneira, mesmo sem saber o significado da palavra podemos resolê-la.

    Notem que o prefixo de efermírides é o mesmo de efemero - algo que dura pouco. Nas alternativas a com menor duração está na alternativa D - o dia.
  • Efêmero é aquilo que passa rápido... e dentre as alternativas o período que passa mais rápido é a letra D, o dia
  • O que essa questão faz em Raciocínio Lógico??????
  • Questão de português !!! :/
  • Eu olhei a prova e esta questão está em meio às outras questões de lógica. Então não há do que se reclamar. Tanto é que a colega Ívna acima já deu a resposta lógica da questão.
  • Efemérides significa o mesmo que designação da relação existente entre os diferentes acontecimentos de cada dia.

  • Questão de vocabulário. Sem comentários.


ID
570115
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Raciocínio Lógico
Assuntos

Se, para numerar as páginas de um livro, um tipógrafo usou 747 algarismos, então o número de páginas desse livro é

Alternativas
Comentários
  •  com 1 algarismo (1 a 9) temos um total de 9 algarismos.
     com 2 algarismos (10 a 99) temos um total de 180 algarismos (90 x 2)

     Total com 3 algarismos: 747 - (9 + 180) = 558 algarismos

     Qtde de números com 3 algarismos: 558 : 3 = 186

     Total de páginas: 9 + 180 + 186 = 285    (Letra E)

  • Excelente comentário.. só uma observação: Total de págs= 9 +90+186 = 285
  • Problemas com páginas

    X - 189 = Y, onde:
        3

    X= Número de algarismos usados

    Y + 99= Número de páginas

    Infelizmente não lembro o nome do autor da dica, mas retirei de um comentário postado aqui no site. Bons estudos!





  • DICA para resolver rapidinho questões desse tipo:

    Para numerar   99  páginas são necessários  189 algarismos.Para numerar 999 páginas são necessários 2889 algarismos

    Se foram usados mais de 189 e menos de 2889 algarismos (ou seja, entre 99 e 999 páginas) e na questão quiser saber a quantidade de páginas, basta pegar o total de algarismos usados, somar com 108 e dividir por 3


    Aplicando a regrinha à questão:

    O tipógrafo usou 747 algarismos, logo: 747 + 108 = 855/3 = 285

    Nunca vi questão pedindo numero inferior a 99, nem superior a 999 páginas. Então acredito que dê para resolver praticamente 100% das questões assim

    Fonte: Aulas do Professor Nelson Carnaval
  • 1 Algarismo
    0 a 9 -> 9

    2 Algarismos
    10 a 99 -> 2 algarismos * 9 dezenas * 10 números = 180

    3 Algarismos
    100 a 199 -> 3 algarismos * 10 dezenas * 10 números =  300
    200 a 289 -> 3 algarismos * 9 dezenas * 10 números = 270

    Total de 759 algarismos para o número 289 -> passa do enunciado, porém, se cada número tem 3 algarismos, então:
    • número 288 (756,757,758)
    • número 287 (753,754,755)
    • número 286 (750,751,752)
    • número 285 (747,748,749)
    Com essa não ter fórmula, e serve para você contar qualquer coisa, não somente páginas de livros, você pode contar múltiplos de 2, números pares, etc... é só trocar as "dezenas" "numeros" de acordo com o enunciado da questão!
  • - páginas com 1 algarismo => de 1 a 9 = 9 algarismos - páginas com 2 algarismos => de 10 a 99 = temos 9 dezenas, cada dezena com 10 números, cada número com 2 algarismos = 9 x 10 x 2 = 180 algarismos - páginas com 3 algarismos => de 100 a 199 = temos 10 dezenas, cada dezena com 10 números, cada número com 3 algarismos = 10 x 10 x 3 = 300 algarismos - páginas com 3 algarismos => de 200 a 299 = temos 10 dezenas, cada dezena com 10 números, cada número com 3 algarismos = 10 x 10 x 3 = 300 algarismos   Estamos na página 299 e já utilizamos 9 + 180 + 300 + 300 algarismos = 789 algarismos   Opa! Passamos 42 algarismos. Como cada página tem 3 algarismos, passamos 14 páginas!   Páginas = 299 - 14 = 285   Resposta correta: letra A.

    Fonte: Prof. Paulo Henrique
  • Do fórum concurseiros:

    1 a 9 ---> 9 números = 9 algarismos
    10 a 99 ---> 90 números = 90.2 = 180 algarismos
    100 a 999 ---> 900 números = 900.3 = 2700 algarismos
    __________________________
    Total = 2889 algarismos -------------> extrapolou (e mto) os 747 algarismos usados!!!

    Daki a gente jah entende a lógica:

    Pra termos 747 algarismos, vejamos qtos faltam (de 3 dígitos):

    747 - (9 + 180) = 558 algarismos

    558/3 = 186 números

    Total de páginas = 9 + 90 + 186 = 285 páginas

    Letra E
  • Da página 1 a 9 foram usados 9 algarismos

    da página 10 à 99 são 90 números de 2 algarismos 90x2=180 algarismos

    até então, já temos 189 algarismos dos 747, o restante desta subtração são números de 3 algarismos que dividiremos por 3 para sabermos o número de páginas de 3 algarismos.

    747-189= 558 algarismos  558/3=186 paginas de três algarismos(da 100 em diante)

    189+99= 285 páginas



ID
570118
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Raciocínio Lógico
Assuntos

Certo dia, X funcionários e o presidente da empresa em que trabalham estavam sentados em torno de uma mesa circular. Num dado momento, o presidente começou a passar aos funcionários um pacote com 29 balas e, sucessivamente, cada um retirou uma única bala a cada passagem do pacote. Considerando que 1 < X < 15 e que o presidente retirou a primeira e a última bala do pacote, o número de funcionários que estavam sentados à mesa poderia ser

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: D

    Para se responder esta questão é necessário se ater a dois detalhes:

    - 1º: Descobrir os múltiplos de 28, e não de 29 ( Presidente pega a primeira e a última bala). No caso, 1, 7, 14 e 28 pessoas sentadas na mesa.

    - 2º: Retirar o Presidente da quantidade de pessoas sentadas na mesa, eis que o enunciado questiona a quantidade de FUNCIONÁRIOS presentes na mesma. No caso, 0, 6, 13 e 27 pessoas sentadas na mesa, mais o presidente.

    Bons estudos a todos!
  • 1. Número de balas: considere para o cálculo 28 balas, e não 29, pois a 29ª bala é do presidente da empresa.

    2. O presidente não é considerado funcionário ("X funcionários E o presidente da empresa"), mas estava sentado à mesa com os demais. Daí, temos que estavam à mesa X + 1.

    3. As 28 balas foram divididas por X + 1 pessoas: 28 / X + 1

    4. Para termos um resultado inteiro, e baseado nas opções da questão, X só pode ser 6. Senão vejamos:

    a) X = 14 
        28 / 14+ 1
        28 / 15 = 1,866

    b) X = 12
        28 / 12 + 1
        28 / 13 = 2,153

    c) X = 9
        28 / 9 + 1
        28 / 10 = 2,8

    d) X = 6
        28 / 6 + 1
        28 / 7 = 4


    e) X = 4
        28 / 4 + 1
        28 / 5 = 5,6

    Alternativa "D"
     
  • Po, o Pedro fez um excelente comentário e tem 12 classificações média 1 estrela pro cara?

    Está lançada a campanha mundial.. depois de "Free Hugs".... vem aí:  "FREE FIVE-STAR-RATING"

    Valeu!

    Abs,

    SH.
  • Esse método é sem tirar bala... ou seja, com 29 mesmo.

    De fato ao número de funcionários deve-se somar mais 1, que é o presidente. Então, estão à mesa X + 1 pessoas sentadas.

    OK.

    Agora é só fazer:

    Para 14 funcionários: X + 1 = 14 + 1 = 15 pessoas sentadas à mesa --> 29 balas - 15 pessoas = 14 balas (sobrou para distribuir para 15) --> Não rola, o presidente não pegaria a última bala. :(

    Para 13 funcionários : X + 1 = 13 + 1 = 14 pessoas sentadas à mesa --> 29 balas - 14 pessoas = 15 balas (sobrou para distribuir para 14) --> pode rolar, quer ver? 15 balas - 14 pessoas = 1 --> ROLOU!!! resta uma bala e ao final quem irá pegá-la é o presidente poisssss ele é o imediatamente posterior ao último funcionário. OCORRE QUE NÃO TEM ESSA ALTERNATIVA. :)


    Faça para as opções... e eu vou logo fazer a da resposta, letra D, 6 funcionários
    X + 1 = 6 + 1 = 7 pessoas sentadas à mesa --> 29 balas - 7 pessoas = 22 balas ---> 22 balas - 7 pessoas = 15 balas --> 15 balas - 7 pessoas = 8 balas --> 8 balas - 7 pessoas = 1 bala QUE É DO PRESIDENTE.


  • E a primeira bala que também foi do presidente? Nao ficaria 27 balas ao invés de só considerar que ele só tirou a 29? Se alguém souber responder, agradeço.

    Valeu
  • Tava aqui pensando e acho que poderia resolver assim:

    29 (balas) / 4 (número de vezes que cada pessoa pega uma bala) = 7  (sobra 1)

    Essa 1 bala que sobrou é do presidente que participou da distribuição e que começou a distribuir.

    valeu
  • Tive a mesma dúvida que a Luana...
    Fui atrás da resolução da questão na net e achei a que cito abaixo:

    O presidente tirou a 1ª bala ----> sobraram 28 balas (múltiplos de 28: 4, 7)
    São 4 rodadas completas ----> 28/4 = 7 pessoas ----> 6 funcionários + 1 presidente
    Confirmando:
    P - F - P - F - P - F - P - F - P
    1 - 6 - 1 - 6 - 1 - 6 - 1 - 6 - 1 ----> Total = 4*6 + 5*1 = 29

    Fonte: http://soensino.com.br/foruns/viewtopic.php?f=5&t=7716&start=0

  • pra mim o gabarito esta errado....pois o enunciado diz q os funcionarios E O PRESIDENTE estavam SENTADOS. não diz q o presidente estava de pé..
    logo ao meu ponto de vista, a resposta é a letra (A).
    pois:
    o presidente pegou a 1ª bala
    o presidente pegou a 15ª bala
    e o presidente pegou a 29ª bala
    estavam SENTADOS o PRESIDENTE + 13 funcionarios.
    logo 13+1= 14 pessoas.

  • Pessoal na dúvida comece pela resposta

    Então vamos lá:
    com 4 funcionários + o presidente fica:

    Fica rodada de 5 balas
    5 rodadas para 5 pessoas = 25 e última a fica com presidente = 26 ( não bate )

    Agora com 6 funcionários + o presidente fica:
    4 rodadas para 7 pessoas = 4 x 7 =28 e a última com o presidente = 29 , a resposta bate.

    Isso vale para inúmeras quastoes objetivas.


  • Gente, mas o presidente não pega a primeira E a última bala??? Logo, de 29 balas no pacote, sobrariam 27 balas para os funcionários. Se cada um deles pegasse 3 cada um, seriam 9 funcionários. Não?

  • Como o presidente pegou a primeira e a última, ele pegou uma a mais que os outros, então seriam 28 balas para dividir igualmente. 
    Os divisores de 28 são 2, 2 e 7 (fatoração) assim as combinações possiveis seriam: 2, 4 (2x2), 7 e 14 (2x7) (28 não vou considerar pois seria só o presidente sem funcionários) 
    como um deles era o presidente então o número de funcionarios poderia ser: 1,3, 6 ou 13 respectivamente (2-1), (4-1), (7-1) e (14-1) (funcionários menos presidente) 
    assim só a resposta d estaria correta (6)

    Fonte: Yahoo respostas

    Gabarito D

     


ID
570121
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Raciocínio Lógico
Assuntos

      Lógica é o estudo das relações entre afirmações, não da verdade dessas afirmações. Um argumento é um conjunto de fatos e opiniões (premissas) que dão suporte a uma conclusão.
Isso não significa que as premissas ou a conclusão sejam necessariamente verdadeiras; entretanto, a análise dos argumentos permite que seja testada a nossa habilidade de pensar logicamente.

Um argumento é composto pelas seguintes premissas:

– Se as metas de inflação não são reais, então a crise econômica não demorará a ser superada.

– Se as metas de inflação são reais, então os superávits primários não serão fantasiosos.

– Os superávits serão fantasiosos.

Para que o argumento seja válido, a conclusão deve ser:

Alternativas
Comentários
  • Resolvi esta questão usando a tabela-verdade da condicional (P --> Q).

    A B AB
    V V V
    V F F
    F V V
    F F V

    Tomando a única premissa simples como verdadeira, segue o raciocínio da questão:

    De baixo para cima:

    I. Os superávits serão fantasiosos. (V)

    II. Se as metas de inflação são reais, então os superávits primários não serão fantasiosos.
        P: As metas de inflação são reais;
        Q: Os superávits primários não serão fantasiosos.

    Sabemos que Q é FALSO, por causa da premissa simples. Para que a premissa composta seja verdadeira, pela regra da tabela-verdade, com a conclusão (Q) sendo falsa, P tem que ser, obrigatoriamente, igualmente FALSO.

    III.  Se as metas de inflação não são reais, então a crise econômica não demorará a ser superada.
          P: As metas de inflação não são reais;
          Q: A crise econômica não demorará a ser superada.

    Sabemos que P é VERDADEIRO, por conta da última premissa analisada. Sendo (V), para que a premissa composta seja VERDADEIRA, Q deve ser, obrigatoriamente, VERDADEIRO.

    Portanto, é verdadeiro que a crise econômica não demorará a ser superada: ALTERNATIVA "A".
  • Vamos considerar todas as preposições verdadeiras! 

    – Os superávits serão fantasiosos.
    R:V

    – Se as metas de inflação são reais, então os superávits primários não serão fantasiosos.
    P --> ¬R :V
        --> F   :V
    F --> F    :V

    Descobrimos que P é Falso

    – Se as metas de inflação não são reais, então a crise econômica não demorará a ser superada.
            ¬P --> ¬Q :V
              V  -->       :V
              V  --> V    :V

    Então descobrimos que Q é Falso.


    a) A crise econômica não demorará a ser superada. Certo

    ¬Q: V

    b) As metas de inflação são irreais ou os superávits são fantasiosos.Certo

    ¬P V R => V v V: V

    c) As metas de inflação são irreais e os superávits são fantasiosos.Certo

    ¬P e R => V e V: V

    d) Os superávits econômicos serão fantasiosos.Certo

    R:V

    e) As metas de inflação não são irreais e a crise econômica não demorará a ser superada. X

    P e ¬Q => F e V: F




    Não entendi nada!!! Existem quatro opções CORRETAS!!! Alguém pode me ajudar?
     

  • Caro Jr., realmente essa questão tem quatro alternativas corretas. Segundo o autor Ségio Carvalho, em seu livro RACIOCÍNIO LÓGICO SIMPLIFICADO, VOL. I (que por sinal é muito bom) quando aparecer esse tipo de questão devemos considerar a mais correta, então, sendo assim, vamos lá!
    Aqui estão as três premissas:
    P1: Se as metas de inflação não são reais, então a crise econômica não demorará a ser superada.

    P2:Se as metas de inflação são reais, então os superávits primários não serão fantasiosos.

    P3: Os superávits serão fantasiosos.

    P :Se as metas de inflação são reais

    ¬Q:  crise econômica não demorará a ser superada.

    R: superávits primários serão fantasiosos.


    FEITO ISSO, VAMOS CONSIDERAR TODAS ÀS PREMISSAS VERDADEIRAS:
    SIM, NESTE TIPO DE QUESTÃO, DEVEMOS COMEÇAR PELA PROPOSIÇÃO SIMPLES OU UMA CONJUNÇÃO, NA NOSSA QUESTÃO VAMOS INICIAR PELA PROPOSIÇÃO P3.

    P1: ¬P  --> ¬Q
            V          V
    P2:  P  --> ¬R
            F        F
    P3: R
           V
    ENTÃO ENCONTRAMOS:
    P :Se as metas de inflação são reais:
    FALSO- O CERTO SERIA ( AS METAS DE INFLAÇÃO NÃO SÃO REAIS, OU SEJA, SÃO IRREAIS)

    ¬Q: crise econômica não demorará a ser superada. (VERDADE)

    R: superávits primários serão fantasiosos. (VERDADE)

    FEITO ISSO, VAMOS AS ALTERNATIVAS
    a) A crise econômica não demorará a ser superada. Certo

    ¬Q: V

    b) As metas de inflação são irreais ou os superávits são fantasiosos.Certo

    ¬P V R => V v V: V

    c) As metas de inflação são irreais e os superávits são fantasiosos.Certo

    ¬P e R => V e V: V

    d) Os superávits econômicos serão fantasiosos.Certo

    R:V

    e) As metas de inflação não são irreais e a crise econômica não demorará a ser superada. 

    P e ¬Q => F e V: F

    O gabarito desta questão aponta para a alternativa A. Por que ela seria "a mais correta"?
    Observe que para concluir que a proposição trazida na alternativa A é verdadeira, tivemos que usar todas as premissas: iniciamos na premissa P3, depois passamos para P2 e finalmente analisamos P1. Enquanto que para a proposição trazida na alternativa B e C foram usadas somente as premissas P3 e P2 e a trazida na alternativa D, somente a premissa P3.
    Então devemos ficar espertos, caso isso ocorra novamente em uma próxima questão, devemos marcar a alternativa que usa mais informações do enunciado.





     

  • De baixo para cima

    – Se as metas de inflação não são reais, então a crise econômica não demorará a ser superada.V
                          V                                                                         V

    – Se as metas de inflação são reais, então os superávits primários não serão fantasiosos. V
                          F                                                                            F

    – Os superávits serão fantasiosos. V
                         

    a) A crise econômica não demorará a ser superada.
    Veja a segunda preposição do primeiro traço (-).

    b) As metas de inflação são irreais ou os superávits são fantasiosos.
     Não existe nenhuma preposição " os superávits são fantasiosos"                          

    c) As metas de inflação são irreais e os superávits são fantasiosos.
    Comentário anterior

    d) Os superávits econômicos serão fantasiosos.
    Não existe essa proposição. Procure a palavra "econômico". Viu?

    e) As metas de inflação não são irreais e a crise econômica não demorará a ser superada.
    F e V , portanto, é Falsa. 


    Letra a)

  • Acho que um das pegadinhas dessa questão é colocar preposições nas alternativas que a gente pensa que existe nas premissas, pois parecem sinônimos, mas na realidade não são!!!

    Ex:
    superávits econômicos -> Nas premissas tem superávits primários

    metas de inflação são irreais -> Nas premissas tem metas de inflação são não reais, para quem não se ligou, não real não significa ser irreal!!!! Na  lógica são coisas totalmente diferentes!!!!!! Por isso que acho que essa questão não foi anulada e só o item a) é o correto!!!
  • A (metas de inflação não são reais) -> B (crise econômica não demorará a ser superada)

    ~A(metas de inflação são reais) -> C (superávits primários não serão fantasiosos)

    ~C (superávits serão fantasiosos)

    ~A -> C = ~C -> ~(~A) = ~C (superávits serão fantasiosos) -> A (metas de inflação não são reais)

    Logo,

    ~C (superávits serão fantasiosos) -> A (metas de inflação não são reais) -> B (crise econômica não demorará a ser superada),   que é a resposta.


  • Para que um argumento seja válido é necessário que a conclusão seja única e se tenha 100% de certeza. Isso não ocorre nas alternativas B, C, visto que uma proposição com o conectivo "ou" só permite concluir que pelo menos umas das proposições é verdadeira. Portanto há duas hipóteses possíveis, logo não há certeza absoluta. A letra D, não representa uma conclusão, apenas reproduz a premissa 3. E a Letra E não esta correta, pois não se tem uma conclusão única.
    Portanto alternativa correta letra A.
  • Descordo do colega acima, quando estiver duas proprosições ligadas pelo conectivo "OU" (v), basta uma das proposições ser verdadeira para que a sentença toda seja verdadeira... portando ao meu ver a letra B tambem estaria correta.
  • Um argumento pode ser:
    1 - válido = Quando apresenta uma única e inequívoca conclusão.
    2 - inválido = Quando apresenta mais de uma hipótese possível
    A letra B apresenta duas hipóteses possíveis, portanto é um argumento inválido.

    Do ponto de vista da proposicão lógica a proposição presente na alternativa B é de fato verdadeira, mas como conclusão de um argumento não é.
    Acredito que seja assim a resolução dessa questão, mas estou aberto ao debate. abraços.
  • Verdade Fernandinho, se fosse na prova teria marcado letra "A", realmente a alternativa B está dando duas possibilidades... e resolvendo a questão novamente notei uma coisa na alternativa "C" e "D"... Na terceira sentença está escrito "Os superávits SERÃO fantasiosos" e nessas alternativas está escrito "Os superávits SÃO fantasiosos". MALDITA FCC, NÃO SABE FAZER QUESTÕES PARA REALMENTE APURAR O CONHECIMENTO, FICA PONDO PEGADINHA =/
  • As alternativas de B a D estao erradas pois foi usado a premissa III nas alternativas e nao uma conclusao... Se ja partimos da premissa que os superavits serao fantasiosos, nao podemos concluir isso.. logo a unica CONCLUSAO correta seria a alternativa A
  • Sou professor de matemática e trabalho a mais de 15 anos na área, deve dizer que não existe esse negócio de alternativa mais correta , a questão está errada e deveria ter sido anulada uma vez que apresenta os quatro primeiros itens corretos, provavelmente o autor da questão estava querendo pedir o item com o argumento inválido.

    Como não quiseram anular a questão por algum motivo de ego,  simplesmente colocaram o gabarito como A.

    Tenho experiência na área de pré-vestibular e vejo vários vestibulares fazerem o mesmo, questões erradas ou extremamente mal elaboradas sem anulação. Isso é Brasil.

    Se essa forma de raciocínio estiver correta, então existem outras milhares de questões que estão erradas.





     
  • Pessoal,

    Para quem está com dúvidas na questão como eu estava, dá uma olhadinha no comentário do Carlos Manoel. Muito boa. Temos que ficar atentos em tudo.

    Valeu, Carlos!!!!!!
  • Um argumento é composto pelas seguintes premissas:
    P1– Se as metas de inflação não são reais, então a crise econômica não demorará a ser superada.
    P2– Se as metas de inflação são reais, então os superávits primários não serão fantasiosos.
    P3– Os superávits serão fantasiosos.

    Para que o argumento seja válido, a conclusão deve ser:

    A proposta é acertar a questão ou achar possibilidade de recurso ???  Acredito que seja acertar a questão
    então vamos pelo feijão com arroz, ... assuma que P1,P2,P3 sejam todas verdadeiras; como P3 é PROPOSIÇÃO Simples começamos a analisar
    por ela..., antes disso, uma dica, negue as proposições da forma básica Inclua um NÃO..., se não existir para uso, só aí utilize a similaridade
    tipo O cara era RICO  então a negação será O cara não era  RICO, NECESSARIAMENTE não equivale a  dizer O cara era pobre!
    Se o seu universo de possibilidades só existem  ser ( RICO, POBRE) então pode ser usado, mas se o Universo de possibilidade tem (RICO,POBRE,PAUPÉRRIMO) então a teoria dos conjuntos, Não, NÃO garante que se o cara não é rico => o cara é pobre PORQUE, existe uma 3a. Possibilidade, ficou claro ? hummm e quando pode usar ? Tem que ser razoável, se voce percebe que não tem como evoluir sem esta SIMILIRIDADE, então o OBJETIVO(acertar) te levará a usar...



    Voltemos à questão:

    P3, P2, P1 são verdadeiras!
    P1– Se as [metas de inflação  não são reais](a1), então a [crise econômica não demorará a ser superada](a2).
    P2– Se as [metas de inflação  são reais] (b1), então os [superávits primários não serão fantasiosos] (b2).
    P3– Os [superávits serão fantasiosos](c3).

    dá para perceber que b2 é a negação de c3 ? ( pelo amor de Deus não vai dizer que falta o primários---> voce não quer acertar quer achar pelo em ovo)


    como c3=~(P3=V) , b2= F , como estamos assumindo todas as proposições Px Verdadeiras  b1=F
    a1 é a negação de b1 (certo??)    -   LOGO como b1=F --> a1=V
    esta é a parte que precisa tomar cuidado...
    temos uma condicional V --> (a2)  mas nada sabemos de (a2) (digo das proposições ) portanto a2 pode ser verdadeira ou falsa

    O que a QUESTÃO PEDE ???  "Para que o argumento seja válido, a conclusão deve ser:"

    ORA, se a2 = F então a proposição P1 será falsa o que contraria a premissa de que todas as proposições Px são verdadeiras, portanto
    a2 deve ser Verdadeira isto é  a [crise econômica não demorará a ser superada](a2)=VERDADEIRA
    resposta (a)


    []s
  • NÃO SÃO REAIS NÃO É A MESMA COISA QUE IRREAL?

  • *Nessa questão provavelmente a  banca  trocou o inválido por válido.

    O professor respondeu essa questão considerando que para o argumento seja inválido a conclusão deve ser: 

    e) As metas de inflação não são irreais e a crise econômica não demorará a ser superada.

    https://www.youtube.com/watch?v=DJ3bDE5xN9g&list=PLQsPGRk_FFH-d2WyIFAkQdfVyF4zAzNa0&index=14

     

  • Essa questão tem problemas. Não existe essa de "a mais verdadeira" quando falamos em exatas. O que temos é só uma banca incompetente que pode prejudicar aqueles que estudam sério.

     

    Acredito que ela quis dizer "argumento inválido" Só assim da certo essa questão... Que eu nunca me depare com um lixo desses em minhas provas.

  • Comentário do Arthur Lima do Estratégia: (confesso que mesmo assim não entendi)

    Atenção: não podemos concluir que “os superávits primários serão
    fantasiosos”, pois isso é uma premissa do argumento, dada pelo enunciado. Por
    esse motivo as letras B, C e D são erradas!

    Resposta: A

  • eu fui pela logica que as alternativas dadas falam ("são" fantasiosas ) na nas premissas citam SERÃO

  • ~ Metas Reais (V) --> ~ Crise superada (V)

    Metas reais (F) --> ~ superávits Serão Fantasiosos (F)

    Superávits Serão Fantasiosos (V)

    De forma simples:

    ~ (F) --> V =V

    F --> F = V

    V = V Argumento Válido

    Atenção:

    São Reais ≠ São Irreais

    ~(São Reais)= não são reais (No texto e não como conhecemos)

    Os superávits econômicos Fantasiosos ≠ Superávits Fantasiosos

    Serão (Futuro do Presente) ≠ São ( presente do indicativo (exato momento))

    Por isso devemos avaliar, qual no texto, é a resposta + coerente.

    Logo:

    A) V

    B) Irreais (F) ou F (são)= F

    C) irreais (F) e (são) F= F

    D) F

    E) F e V= F

    É falacia:Você implica que uma parte de algo deve ser aplicada a todas, ou outras, partes daquilo.

    Muitas vezes, quando algo é verdadeiro em parte, isso também se aplica ao todo, mas é crucial saber se existe evidência de que este é mesmo o caso.

    Exemplo: Daniel era uma criança precoce com uma predileção por pensamento lógico. Ele sabia que átomos são invisíveis, então logo concluiu que ele, por ser feito de átomos, também era invisível. Nunca foi vitorioso em uma partida de esconde-esconde.

  • Novamente temos 2 condicionais (p-->q) e uma proposição simples (“Os superávits serão fantasiosos”) funcionando como premissas de um argumento. Devemos assumir que todas as premissas são verdadeiras para obter a conclusão. Tendo em mente a informação dada pela proposição simples, vamos analisar as condicionais:

    – Se as metas de inflação são reais, então os superávits primários não serão fantasiosos.

    Sabemos que “os superávits primários não serão fantasiosos” é F, pois a proposição simples nos disse que “os superávits serão fantasiosos”). Assim, “as metas de inflação são reais” precisa ser F para que a condicional -->q continue verdadeira. Portanto, descobrimos que as metas de inflação não são reais.

    – Se as metas de inflação não são reais, então a crise econômica não demorará a ser superada.

    Sabemos que a condição (“se as metas de inflação não são reais”) é V, pois foi isso que descobrimos logo acima. Assim, o resultado (“a crise econômica não demorará a ser superada”) precisa ser V. Assim, de fato a crise econômica não demorará a ser superada.

    Com isso, podemos concluir que:

    - as metas de inflação não são reais

    - a crise econômica não demorará a ser superada à letra A, que é o gabarito.

    Atenção: não podemos concluir que “os superávits primários serão fantasiosos”, pois isso é uma premissa do argumento, dada pelo enunciado. Por esse motivo as letras B, C e D são erradas!

    Resposta: A

  • pela regra da conclusão falta a alternativa a é a correta

  • Galera, nesta questão, deve-se considerar todas as premissas verdadeiras e começar debaixo pra cima, ou seja, da premissa simples, dai irão sobrar, três premisas como verdadeiras para serem conclusões. Depois analisar nas respostas, só tem uma que esta totalmente correta, q é a letra "A", pois as outras tem conectivos que mudam o sentido ou palavras a mais.


ID
570124
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Raciocínio Lógico
Assuntos

      Lógica é o estudo das relações entre afirmações, não da verdade dessas afirmações. Um argumento é um conjunto de fatos e opiniões (premissas) que dão suporte a uma conclusão.
Isso não significa que as premissas ou a conclusão sejam necessariamente verdadeiras; entretanto, a análise dos argumentos permite que seja testada a nossa habilidade de pensar logicamente.

Aldo, Benê e Caio receberam uma proposta para executar um projeto. A seguir são registradas as declarações dadas pelos três, após a conclusão do projeto:

– Aldo: Não é verdade que Benê e Caio executaram o projeto.

– Benê: Se Aldo não executou o projeto, então Caio o executou.

– Caio: Eu não executei o projeto, mas Aldo ou Benê o executaram.

Se somente a afirmação de Benê é falsa, então o projeto foi executado APENAS por

Alternativas
Comentários
  • É possível resolver a questão tendo como base apenas a declaração de Benê: "Se Aldo não executou o projeto, então Caio o executou."

    Trata-se de condicional, cuja tabela-verdade é:

    A B AB
    V V V
    V F F
    F V V
    F F V


    Se somente a afirmação de Benê é falsa, e tendo que a única possibilidade de se ter uma conclusão (F) pela tabela-verdade da condicional, temos que:

    Aldo não executou o projeto (V);

    Caio executou o projeto (F).

    Ora, se Aldo não executou o projeto e é falso que Caio o executou, o mesmo foi executado apenas pelo próprio Benê.

    Alternativa "B". 
  • – Benê: Se Aldo não executou o projeto, então Caio o executou.  FALSO
                                    V                     --->                          F

    É a única condição da condicional ser falsa.

    – Caio: Eu não executei o projeto, mas Aldo ou Benê o executaram. Verdade
                               V                     ----> (  F    ou  ___ )
                            
    Pronto! Sabemos que Caio não executou o projeto e sabemos que Aldo também não. Para que a afirmativa seja verdadeira Benê deve ter executado.
                                   
      Letra b)                                                               
  • caio diz que ele nao executou, mas foi bene OU aldo
    entao risca C,D e E
    aldo diz que bene E caio não executaram, então foi ele  (alt A) ou bene (alt B).
    Bene está mentindo,
    diz que se aldo não executou o projeto, caio o executou.
    como já vimos, caio diz que nao executou, entao essa é a parte falsa da frase de bene, e a parte que diz que aldo não executou é verdadeira
    então correto alt B

  • A UNICA AFIRMATIVA FALSA: Se Aldo não executou o projeto, então Caio o executou.

    Jogando na tabela verdade da condicional:

    A única forma da afirmação de benê ser falsa é se a primeira parte for verdadeira e a segunda for falsa

    Logo:

    Se Aldo não execultou o projeto             então Caio o executou

                               P                                --->                q    
                               v                                                        F

    P Q PQ
    V V V
    V F F
    F V V
    F F V
            

    Então concluí-se que Aldo não executou o projeto e que caio também não executou o projeto.
    Sendo assim, apenas Benê executou o projeto

    Resposta: B
  • Não é preciso complicar tanto a explicação gente.. Se disse que somente a afirmação de Benê é falsa, então é só usar a regra de tornar uma proposição falsa.. No caso, temos uma proposição condicional, que quando passamos para a negativa, temos Aldo ñ executou o projeto e Caio ñ o executou (Repetimos a primeira e negamos a segunda proposição). Então sobrou só um, o Benê.. pronto, resposta dada, sem complicações..
  • Considere:
    A: Aldo executou o projeto
    B: Benê executou o projeto
    C: Caio executou o projeto
    Benê diz: ~A -> C. A questão diz que está afirmação é falsa, portanto ~(~A -> C), negando está condicional temos ~A ^ ~C, ou seja se nem A nem C executou, dentre as opção somente Benê executou o projeto. LETRA B.
    Relembrando a negação da condicional P->Q => P ^ ~Q, portanto ~P-> Q => ~P ^ ~Q
  • Eu errei a questão, uma vez que tentei analisar as outras acertivas para ver se estava certa msm , e não consegui! Daria para alguém analisar as 3 acertivas e aparti dai dizer que a B é a correta?
  • Pessoal pelo que pude entender desta questão eu resolvi assim: 

    Me liguei apenas na declaração da Bené: Se Aldo não executou o projeto, então Caio o Executou...

    Logo a negação do Se Então: Confirma a primeira e nega a segunda .. Aldo não executou o projeto e Caio não executou..mas pode ser assim: já que a declaração da Bené é falsa fica: Aldo não executou o projeto e Caio não Executou.. Agora eu fiquei pensando assim: No Se Então não pode ser Ve F..tem que ser FF, VV, ou FV... Por isso me personagem na questão...

  • Basta dividir em dois passos:

    1) Sabemos que que Bené mentiu. Portanto, a condicional declarada por ele é falsa. Sabemos também que a condicional  é falsa quando o antecedente é verdadeiro e o consequente é falso. Logo, concluímos que Aldo, certamente, não executou o projeto (antecedente verdadeiro) e tampouco Caio o executou (consequente falso).

    2) Logo, podemos concluir por exclusão, o seguinte: Bené executou o projeto sozinho. Item certo.


    Conheçam e inscrevam-se no meu canal no youtube, pois sou professor de Matemática e gravei alguns vídeos com dicas e bizus de Matemática e Raciocínio Lógico.

    Link do canal: https://www.youtube.com/channel/UC_FQm8aivYBf2q6ga1rxklw

    Face: JULIO CESAR SALUSTINO


  • GABARITO: B

    Resolução da questão:  https://www.youtube.com/watch?v=ZTKuT98OJ5Q
  • Sabemos que as afirmações de Aldo e Caio são verdadeiras. Vejamos atentamente o que foi dito por Caio:

    - Caio: Eu não executei o projeto, mas Aldo ou Benê o executaram.

    Ora, já sabemos que Caio não participou da execução do projeto. Ele ainda afirma que Aldo ou Benê participaram. Ao dizer “Aldo ou Benê”, ele quer dizer que o projeto pode ter executado apenas por Aldo, apenas por Benê, ou então por ambos.

    Vejamos agora o que foi dito por Benê:

    - Benê: Se Aldo não executou o projeto, então Caio o executou.

    Sabemos que essa afirmação é FALSA. Já vimos que só há uma forma de uma afirmação condicional ser falsa: se a condição (“se Aldo não executou o projeto”) for

    Verdadeira, porém o resultado (“então Caio o executou”) for falso. Assim, sabemos que Aldo não executou o projeto. E também sabemos que é falso que Caio o executou, ou seja, é verdade que Caio não o executou. Isto só confirma o que já havíamos entendido ao analisar a primeira parte da fala de Caio.

    Voltando na segunda parte da frase de Caio, ele disse que “Aldo ou Benê” executaram o projeto. Como acabamos de descobrir que Aldo não executou, obrigatoriamente Benê executou (se não, a frase de Caio não seria verdadeira).

    Portanto, sabemos que apenas Benê executou o projeto (letra B).

    Apenas para confirmar, vejamos a frase de Aldo:

    - Aldo: Não é verdade que Benê e Caio executaram o projeto.

    De fato, não é verdade que ambos Benê e Caio executaram o projeto, pois apenas Benê o executou. Ou seja, confirmamos que a frase de Aldo é verdadeira, como disse o enunciado.

    Resposta: B.

  • Poderíamos responder essa questão apenas com a lógica. Sabemos que a fala de Benê é falsa, Ora, se é falsa estão tem quer ser V --> F

    – Benê: Se Aldo não executou o projeto, então Caio o executou. FALSO

                                   V                     --->                         F

    Diante dessa Preposição, sabemos que Aldo Não executou e Caio também não. Se são apenas 3, quem sobrou? o Benê

    Então a resposta é Benê.


ID
570127
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Raciocínio Lógico
Assuntos

      Lógica é o estudo das relações entre afirmações, não da verdade dessas afirmações. Um argumento é um conjunto de fatos e opiniões (premissas) que dão suporte a uma conclusão.
Isso não significa que as premissas ou a conclusão sejam necessariamente verdadeiras; entretanto, a análise dos argumentos permite que seja testada a nossa habilidade de pensar logicamente.

Sejam as proposições:

p: atuação compradora de dólares por parte do Banco Central;

q: fazer frente ao fluxo positivo.

Se p implica em q, então

Alternativas
Comentários
  • Letra C

    Se P então Q.

    Ex.: 
    P: José é Paraibano
    Q: José é brasileiro.

    Se José é Paraibano, então, José é brasileiro.

    Ser Paraibano é condição SUFICIENTE para ser brasileiro.

    Ser brasileiro é condição NECESSÁRIA para ser Paraibano.

    Utilize esse macete que sempre dá certo.
  • Se P então Q,
    Toda vez que vamos utilizar a expressão É CONDIÇÃO NECESSÁRIA
    inverte-se a ordem da frase !!!
    Logo fica: Q é condição necessária para P

  • senhores
    Eu sempre lembro do seguinte exemplo:

    Se modelo, então bonita

    Ser modelo é  suficiente para ser bonita, pois não existem modelos feia;
    Já ser bonita é necessário para ser modelo, mas não suficiente , .... , eu não posso afirmar que, por ser bonita, ela é modelo, haja vista que existem "bonitas sem serem modelos".

    Boa  sorte
  • Letra “C”
     
    Na condicional:
     
    • A primeira proposição (antecedente) sempre será suficiente em relação à segunda proposição;
     
    • E a segunda proposição (conseqüente) sempre será necessária em relação à primeira proposição.  
  • No tipos de alternativas:  Se X então Y, a tradução é: X é Suficiente para Y como resultado necessário.

    Então, toda vida que falar de X, tem que falar que ele é SUFICIENTE.

    Toda vida que falar de Y, tem que falar de NECESSÁRIO.

    Só aplicar essa regrinha nessa questão que vc faz no automático e sem preder muito tempo pensando.......
  • Pessoal,

    Dentre as condições, sabe-se que existe "CAUSA" e "EFEITO".

    p é uma CAUSA

    q é EFEITO desta CAUSA

    Então, a CAUSA é uma condição SUFICIENTE para o EFEITO e o EFEITO é condição NECESSÁRIA para a CAUSA.

    Logo, a letra C está correta.

    Depois que aprendi isso (Prof. Bruno Villar), não errei mais.

    Valeu e vamos a luta.

  • Galera, O que vem ANTES do conectivo é CONDIÇÃO SUFICIENTE e o que vem DEPOIS é CONDIÇÃO NECESSÁRIO!
    essa questão é mais o conhecimento do assunto do que interpretação!
  • LETRA C.
    CONDIÇÃO SUFICIENTE (CAUSA) --------> CONDIÇÃO NECESSÁRIA (EFEITO)           MACETE SO---> NO 
    P--> Q    sua equivalência será ~q --> ~ p  (não muda o seguinte o que está antes da seta é condição necessária e o que vem depois condição suficiente)

     atuação compradora de dólares por parte do Banco Central(SUFICIENTE) -->  fazer frente ao fluxo positivo (NECESSÁRIA)


  • A é suficiente para B

    B é necessária para A

  • Se....então....

     

    Eu guardo que o Se = Suficiente (SS). E o Então = Necessario (NN).

     

    Suficiente = Basta.... (Basta ser Paraibano para ser Brasileiro)

    Necessario = Precisa... (É Preciso ser Brasileiro para ser Paraibano)

     

  • Gabarito C

     

     

    Condicional (SE)

    P é condição suficiente para Q
    Q
     é condição necessária para P

     

    Bicondicional (Se, somente se)

    é necessária e suficiente para Q
    é necessária e suficiente para P

     

    Vejam outra questão:

     

    Sejam as proposições p e q onde p implica logicamente q. Diz-se de maneira equivalente que:

     a) p é condição suficiente para q. (GABARITO)

     b) q é condição suficiente para p.

     c) p é condição necessária para q.

     d) p é condição necessária e suficiente para q.

     e) q não é condição necessária para p.

  • Se p-->q, podemos dizer que é suficiente que p ocorra para que q ocorra (p é condição suficiente de q). Isto é, a atuação compradora é condição suficiente para fazer frente ao fluxo.

    Também podemos dizer que caso q não tenha ocorrido, não é possível que p tenha ocorrido (~q-->~p). Isto é, q é condição necessária de p: fazer frente ao fluxo é condição necessária para a atuação compradora.

    Resposta: C.

  • Se p-->q, podemos dizer que é suficiente que p ocorra para que q ocorra (p é condição suficiente de q). Isto é, a atuação compradora é condição suficiente para fazer frente ao fluxo.

    Também podemos dizer que caso q não tenha ocorrido, não é possível que p tenha ocorrido (~q-->~p). Isto é, q é condição necessária de p: fazer frente ao fluxo é condição necessária para a atuação compradora.

    Resposta: C.

    FONTE: DIREÇÃO CONCURSOS - PROF. ARTHUR LIMA.


ID
570130
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Raciocínio Lógico
Assuntos

      Lógica é o estudo das relações entre afirmações, não da verdade dessas afirmações. Um argumento é um conjunto de fatos e opiniões (premissas) que dão suporte a uma conclusão.
Isso não significa que as premissas ou a conclusão sejam necessariamente verdadeiras; entretanto, a análise dos argumentos permite que seja testada a nossa habilidade de pensar logicamente.

No Japão, muitas empresas dispõem de lugares para que seus funcionários se exercitem durante os intervalos de sua jornada de trabalho. No Brasil, poucas empresas têm esse tipo de programa. Estudos têm revelado que os trabalhadores japoneses são mais produtivos que os brasileiros. Logo, deve-se concluir que a produtividade dos
empregados brasileiros será menor que a dos japoneses enquanto as empresas brasileiras não aderirem a programas que obriguem seus funcionários à prática de exercícios.

A conclusão dos argumentos é válida se assumirmos que

Alternativas
Comentários
  • No Japão, muitas empresas dispõem de lugares para que seus funcionários se exercitem durante os intervalos de sua jornada de trabalho. No Brasil, poucas empresas têm esse tipo de programa. Estudos têm revelado que os trabalhadores japoneses são mais produtivos que os brasileiros. Logo, deve-se concluir que a produtividade dos
    empregados brasileiros será menor que a dos japoneses enquanto as empresas brasileiras não aderirem a programas que obriguem seus funcionários à prática de exercícios.




    Pessoal impressão minha ou há duas respostas certa nessa questão letra B  e A ?

    Pois na letra A , o texto  dá a entender de que a produtividade dos brasileiros não será maior que as dos japoneses, devido ao fato deles não praticarem exercicios físicos.

    Ficaria muito grato se alguem me explicar!
  • Essa aí eu acho que se resolve pela simples lógica mesmo
  •  a) a produtividade de todos os trabalhadores pode ser aumentada com exercícios.
    É errado generalizar que a a produtividade de TODOS os trabalhadores pode ser aumentada com exercícios.

     b) a prática de exercícios é um fator essencial na maior produtividade dos trabalhadores japoneses.
    Perfeito!

     c) as empresas brasileiras não dispõem de recursos para a construção de ginásios de esporte para seus funcionários.
    Em nenhum momento se falou em construção de ginásios.

     d) ainda que os programas de exercícios não aumentem a produtividade dos trabalhadores brasileiros, estes programas melhorarão a saúde deles.
    Em nenhum momento se falou em saúde.

    e) os trabalhadores brasileiros têm uma jornada de trabalho maior que a dos japoneses.
    Em nenhum momento se falou em jornada de trabalho.
  • A alternativa A esta errada uma vez que a produtividade dos japonese pode não estar relacionada somente ao programa de ativadas fisicas, pode ser tambem pela quantidade de horas trabalhadas diariamente, pela qualificação do pessoal que executa os projetos.
  • na minha opnião, essa questão não é de lógica, mas sim de interpretação de texto, onde tem-se que ficar preso ao conteudo do texto. Que no caso em tela,  de fato não falou que os exercicios fisicos funcionam com todos os trabalhadores, mas que funcionou com os japoneses. Contudo, para que as empresas brasileiras iriam obrigar seus trabalhadores a praticarem exercicios se isso só desse certo com japoneses? e, não com os demais trabalhadores. Só se as empresas brasileiras passassem a contratar trabalhadores japoneses.
  •  Logo, deve-se concluir que a produtividade dos empregados brasileiros será menor que a dos japoneses enquanto as empresas brasileiras não aderirem a programas que obriguem seus funcionários à prática de exercícios. 

    Pessoal, atenção ao enunciado:  

     
    A conclusão dos argumentos é válida se assumirmos que

    a) a produtividade de todos os trabalhadores pode ser aumentada com exercícios. 
    b) a prática de exercícios
    é um fator essencial na maior produtividade dos trabalhadores japoneses.

    Correta é a opção "b", entendo que se a prática de exercícios não for essencial para aumento da produtividade então não tem lógica dizer que os trabalhadores japoneses são mais produtivos que os brasileiros em função disso.

    Já na opção "a" o fato de não dar a certeza que a produtividade será aumentada com a prática de exercícios físicos contradiz a conclusão do texto...
    a produtividade dos empregados brasileiros será menor...enquanto...não aderirem...à prática de exercícios. Segundo a alternativa "a", os brasileiros podem aderir aos exercícios e a produtividade não aumentar.

    Não sei se me fiz entender, mas é importante observar o enunciado!


  • Dá pra resolver apenas sabendo português. Coisa rara..
  • Pra mim a palavra "essencial" da letra B representa uma relação de "se somente se" entre "fazer exercício"  e "aumentar a produtividade".

    Logo temos A <-> B.

    Aumenta-se a produtividade se somente se fizer exercícios. Com isso enquanto as empresas brasileiras não aderirem a programas que obriguem seus funcionários à prática de exercícios, a produtividade dos empregados brasileiros será menor.

    Já a letra A seria uma conjunção simples do tipo A -> B.

    Dessa forma para aumentar a produtividade poderiamos usar de outros métodos que não o exercício físico, oque invalidaderia a conclusão proposta.

    Att,
  • Os brasileiros tem a fama de ser um povo trabalhador, Mais ao contrario de que muita gente pensa produtividade não se mede apenas pela quantidade de horas trabalhadas, mas pela eficiência com que cada uma delas é revertida em riquezas para um país. não só o japão, mais tambem países como alemanha, china que se tornaram referências em produtividade e não é atoa que esses países encabeçam há décadas o ranking dos países com maior Produto Interno Bruto (a soma das riquesas produzidas por um país).
     

  • Na minha opinião, Letra A correta, e o gabarito deveria ser retificado! Pois, se assumirmos que a prática de exercícios é um fator essencial na maior produtividade dos trabalhadores japoneses, não implica necessariamente que a produtividade dos trabalhadores brasileiros iria aumentar com a prática de execícios físicos!
  • Acredito que a alternativa A não é correta pelo seguinte motivo:

    Conclusão: a produtividade dos empregados brasileiros será menor que a dos japoneses enquanto as empresas brasileiras não aderirem a programas que obriguem seus funcionários à prática de exercícios.

    A conclusão afirma que a produtividade dos brasileiros só é menor que a dos japoneses devido a não aderência dos programas de prática de exercícios. Na alternativa "A" está descrito que: "a produtividade de todos os trabalhadores pode ser aumentada com exercícios", se ela pode ser pode também não ser, porém a conclusão garante que será menor porque não aderiu a prática de exercícios, se aderir será maior.

    Entendo que seria esse o motivo da alternativa "A" não estar correta.

  • Vamos resumir esse argumento:

    Premissa1: Muitas empresas japonesas têm lugares para exercícios

    Premissa2: Poucas empresas brasileiras têm lugares para exercícios

    Premissa3: Japoneses são mais produtivos que brasileiros

    Conclusão: Produtividade brasileira será menor enquanto empresas poucas empresas tornarem obrigatória a prática exercícios

     Veja que há um “salto” das premissas para a conclusão. Não é possível obter essa conclusão apenas a partir das 3 premissas dadas. Afinal, nada garante que a prática de exercícios é que torna os japoneses mais produtivos que os brasileiros. Podem ser outros fatores, como, por exemplo, a educação. Para chegar na conclusão desse argumento, é preciso que uma “premissa 4” nos garanta que, de fato, a prática de exercícios é uma grande responsável pelo aumento da produtividade. (letra B)

    Note que a letra A está errada, pois ela simplesmente diz que a produtividade pode ser aumentada por exercícios, mas não diz se esse aumento é significativo, isto é, se este é um fator essencial para o aumento da produtividade ou não.

    Resposta: B.

  • A letra A está errada, assim como a B. O professor e a banca se mostrando incompet3ntes, como sempre.

    Erro da A: "A produtividade de todos os trabalhadores PODE ser aumentada com exercícios." Para validar, o verbo deveria ser DEVE.

    Erro da B: "A prática de exercícios é um fator essencial na maior produtividade dos trabalhadores JAPONESES." Não fica explícito que a prática também seria fator essencial para o aumento da produtividade dos trabalhadores BRASILEIROS.

    Essa parceria com o direção concurso trouxe uns professores bem tristes, hein.

  • Vamos resumir esse argumento:

    Premissa1: Muitas empresas japonesas têm lugares para exercícios

    Premissa2: Poucas empresas brasileiras têm lugares para exercícios

    Premissa3: Japoneses são mais produtivos que brasileiros

    Conclusão: Produtividade brasileira será menor enquanto empresas poucas empresas tornarem obrigatória a prática exercícios

     Veja que há um “salto” das premissas para a conclusão. Não é possível obter essa conclusão apenas a partir das 3 premissas dadas. Afinal, nada garante que a prática de exercícios é que torna os japoneses mais produtivos que os brasileiros. Podem ser outros fatores, como, por exemplo, a educação. Para chegar na conclusão desse argumento, é preciso que uma “premissa 4” nos garanta que, de fato, a prática de exercícios é uma grande responsável pelo aumento da produtividade. (letra B)

    Note que a letra A está errada, pois ela simplesmente diz que a produtividade pode ser aumentada por exercícios, mas não diz se esse aumento é significativo, isto é, se este é um fator essencial para o aumento da produtividade ou não.

    Resposta: B.

    FONTE: DIREÇÃO CONCURSOS - PROF. ARTHUR LIMA.