“(...) A mediação interessada, tantas vezes
interesseira, da mídia, conduz, não raro, à
doutorização da linguagem, necessária para
ampliar o seu crédito, e à falsidade do discurso,
destinado a ensombrear o entendimento. O
discurso do meio ambiente é carregado dessas
tintas, exagerando certos aspectos em detrimento
de outros, mas, sobretudo, mutilando o conjunto.
(...)”
SANTOS, Milton. A Redescoberta da
Natureza. Aula Inaugural da Fac.
Filosofia, Letras e Ciências Humanas.
São Paulo, FFLCH/USP, 1992.
A partir da análise do texto, considere, dentre as
afirmativas a seguir, somente aquelas que são
verdadeiras na síntese dos estudos atuais sobre a
degradação do meio ambiente.
I. A partir da compreensão e da
contextualização histórica, social,
política, econômica e cultural, deve-se considerar a explosão demográfica
e a queda da qualidade de vida das
populações como um elemento na
análise do meio ambiente.
II. Catástrofes ambientais, como os
deslizamentos de terra que ocorrem
frequentemente em São Paulo, Rio de
Janeiro e Minas Gerais, por exemplo,
vitimam exclusivamente parcelas da
população carente. Estas catástrofes,
por sua vez, são eventos naturais que
tornam essas populações “vítimas da
natureza”. Esta condição remete, à
análise, ao determinismo geográfico.
III. O atual estado de degradação
ambiental tem comprometido a
qualidade de vida das populações de
várias maneiras, sendo de forma
ampla mais perceptível nos aspectos
relacionados à degradação nas bacias
hidrográficas, à qualidade da água, à
qualidade do ar, à poluição do mar,
às queimadas e desmatamentos.
IV. Alguns autores afirmam haver um
contra-senso entre a situação de
degradação da natureza pelo homem
e o atual estado de desenvolvimento
científico e tecnológico. Este último
seria incompatível - por toda a base
de conhecimento acumulada e
evolução histórica da sociedade
humana – com o comprometimento
atual do meio ambiente, que nos
garante a sobrevivência na Terra.
Está correto o que se afirma em