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Questões de Direito do Comércio Internacional e Lex Mercatoria


ID
8842
Banca
ESAF
Órgão
Receita Federal
Ano
2005
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

A adoção da cláusula da nação mais favorecida pelo modelo do Acordo Geral de Tarifas e Comércios (GATT) teve como indicativo e desdobramento a pressuposição da igualdade econômica de todos os participantes do GATT, bem como, no plano fático:

Alternativas
Comentários
  • A questão está mal elaborada. Ver comentários em http://www.cursoaprovacao.com.br/cms/artigo.php?cod=580
  • Apesar de a letra A ser a que a ESAF considerou correta, ela não está perfeita. Eu faria o seguinte recurso:

    “A letra A afirma que a Cláusula da Nação Mais Favorecida tem por desdobramento a ‘abolição de acordos bilaterais de preferência’.

    Esta afirmação não é totalmente correta, considerando que o parágrafo 5o do artigo XXIV do GATT prevê que a NMF não se aplicará quando houver o estabelecimento de uma união aduaneira, área de livre comércio ou a ADOÇÃO DE ACORDOS PRELIMINARES NECESSÁRIOS para o estabelecimento desses blocos.

    Ou seja, não precisa cumprir a NMF no caso dos acordos bilaterais de preferência se estes tiverem por objetivo o estabelecimento de uma área de livre comércio ou de uma união aduaneira.

    Em outras palavras, os acordos bilaterais de preferência podem subsistir, não precisando ser abolidos.

    Vejamos o § 5o : ‘5. Por conseguinte, as disposições deste Acordo não impedirão, entre os territórios das partes contratantes, o estabelecimento de uma união aduaneira nem de uma área de livre comércio, nem a adoção de acordos preliminares necessários para o estabelecimento de uma união aduaneira ou de uma área de livre comércio, à condição de que: ...’

    Os acordos de preferência podem ser celebrados com o objetivo de se conformar uma área de livre comércio ou uma união aduaneira. Podemos confirmar isto pelo ensino de Bruno Ratti, ‘Comércio Internacional e Câmbio’, Edições Aduaneiras, 10a edição, página 460:

    “É interessante mencionar que, embora um dos objetivos do GATT fosse a ‘eliminação do tratamento discriminatório no comércio internacional’, ele não proibia a formação de blocos econômicos ou aduaneiros que objetivassem a remoção de tarifas e outras barreiras ao comércio entre países participantes desses blocos. Assim, uma união aduaneira ou uma zona de livre comércio podia ser tolerada e até mesmo estimulada.”

    O que o Bruno Ratti diz? Diz que a Cláusula da Nação Mais Favorecida (Princípio da Não-Discriminação) não proíbe a formação de blocos econômicos. Ou seja, não vai abolir os acordos comerciais, sejam bilaterais ou multilaterais. Portanto, a NMF não tem por objetivo abolir os acordos multilaterais preferenciais (ex. ALADI) ou bilaterais (também há acordos bilaterais de preferência já que um bloco econômico pode ser composto de dois países, conforme se pode verificar no parágrafo 8o do artigo XXIV do GATT).

    Portanto, a Cláusula da Nação Mais Favorecida do GATT não prevê eliminação de acordos bilaterais nem multilaterais de preferência que tenham por objetivo o estabelecimento de uma área de livre comércio ou de uma união aduaneira, como se depreende do artigo XXIV do GATT.

    O erro na letra A foi ter generalizado a abolição dos acordos preferenciais. Em síntese, a NMF não pretende abolir os acordos preferenciais bilaterais ou multilaterais QUE TENHAM por objetivo a formação de uma área de livre comércio ou de uma união aduaneira (§ 5o do artigo XXIV do GATT).

     

    https://www.grancursospresencial.com.br/novo/upload/comercioedireito21122005133238.pdf

  • GABARITO: A

  • A - CERTA

    Apesar da polêmica, as premissas do GATT é literalmente (regra) acabar com o protecionismo e com os acordos de preferência.

  • Alternativa certa. A adoção da cláusula da nação mais favorecida teve como desdobramento no plano fático a luta contra práticas protecionistas, especialmente o estabelecimento de acordos bilaterais que discriminavam terceiros.

  • Cfe jurisprudência da Erraf, a ideia das cláusulas de tratamento nacional e nação mais favorecida seria a de acabar com acordos bilaterais que discriminam terceiros No entanto, esse entendimento não é unânime.


ID
8854
Banca
ESAF
Órgão
Receita Federal
Ano
2005
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

O estado X, principal importador mundial de brocas helicoidais, adquire o produto de vários países, entre eles os estados Y e Z. Alegando questões de ordem interna, o estado X, num dado momento, decide majorar o imposto de importação das brocas helicoidais provenientes de Y, e mantém inalterado o tributo para as brocas helicoidais oriundas de Z. Considerando que os países X, Y e Z fazem parte da Organização Mundial do Comércio, com base em que princípio da Organização o estado Y poderia reclamar a invalidade dessa prática?

Alternativas
Comentários
  • A Cláusula da nação mais favorecida é princípio basilar do comércio internacional e está insculpido no art. 2° do GATT.

    Em poucas palavras, a cláusula afirma que uma vantagem estabelecida para certo país precisa ser estendida para os demais.

    http://www.wto.org/english/theWTO_e/whatis_e/tif_e/fact2_e.htm#seebox
  • Gabarito D

     

    Princípios Informadores da Organização Mundial do Comércio

     

     Princípio da Não Discriminação

    O princípio da não discriminação é uma das bases sobre as quais se assentam o sistema da Organização Mundial do Comércio. Ele se divide em dois subprincípios: (i) O princípio da Nação Mais Favorecida; (ii) O Princípio do Tratamento Nacional.

     

    >> Princípio da Nação Mais Favorecida

    Segundo esse princípio, não se permite tratamento discriminatório entre os países membros da OMC. Por exemplo, como norma geral, não é permitido conceder uma redução na alíquota do imposto de importação de um produto similar originário de país sem estender essa mesma redução aos outros países membros da OMC. Esse princípio é conhecido como princípio da nação mais favorecida porque ele determina que os benefícios concedidos à nação objeto de alguma como por exemplo redução tarifária ou de barreiras técnica, que na linguagem da OMC é chamada de nação mais favorecida, seja estendido aos demais países. Este princípio se encontra insculpido nos três principais acordos da OMC: GATT, GATS e TRIPS.

    Contudo, esse princípio admite algumas exceções, como por exemplo nos casos dos acordos preferenciais de livre comércio (NAFTA, Aliança do Pacífico, etc.), e blocos econômicos como a União Européia, o Mercosul, etc.

     

    >> Princípio do Tratamento Nacional

    De acordo com o princípio do tratamento nacional, bens nacionais e bens estrangeiros devem receber o mesmo tratamento após estes entrarem no mercado doméstico. Além de bens, o mesmo se aplica a serviços, marcas, patentes e direitos autorais. É importante ressaltar que o princípio do tratamento nacional se aplica apenas após o produto estrangeiro ingressar no mercado doméstico. Nesse sentido, a cobrança de tarifas de importação, a aplicação de medidas de defesa comercial, ou a imposição de exigências técnicas não configuram violação ao princípio do tratamento nacional. Este princípio se encontra insculpido nos três principais acordos da OMC: GATT, GATS e TRIPS.

     

    >> Princípio da Transparência

    Transparência é um pilar básico da OMC e é uma obrigação legal constante do Artigo X do GATT e do Artigo III do GATS. Membros da OMC são obrigados a publicar as suas regras de comércio internacional, a estabelecer instituições que permitam a revisão de decisões administrativas relativas a comércio, a responder a pedidos de informação de outros membros. Nesse sentido, muitos acordos da Organização Mundial do Comércio exigem, com base no princípio da transparência, a publicação por parte dos governos nacionais de suas políticas e regras comerciais, devendo estas ser notificadas à OMC.

     

    https://msbp.jusbrasil.com.br/artigos/337517622/principios-da-organizacao-mundial-do-comercio

  • Pela Cláusula da nação mais favorecida, um país deve estender aos demais Membros qualquer vantagem ou privilégio concedido a um dos Membros. Trata-se do princípio da não discriminação


ID
8860
Banca
ESAF
Órgão
Receita Federal
Ano
2005
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

Assinale a opção incorreta.

Alternativas
Comentários
  • Com base na Decisão CMC 59/07, permanece autorizada, até 31/12/2010, a manutenção de lista de exceções à TEC, para Brasil e Argentina, com 100 códigos tarifários até 31/12/2008, reduzindo gradativamente o número de códigos a partir de 01/02/2009. a qual pode ser alterada a cada seis meses, em até 20% dos códigos.

    Fonte: http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=1848
  • Na época dessa questão (2005) não havia limite para alterações na lista de exceções à TEC, para os países do Mercosul. Isso só ocorreu em 2006, com a entrada em vigor da decisão CMC 38/2005. Foi então que o limite foi estipulado em 20%, semestralmente.

    A anulação dessa questão foi motivada pelo fato de que o presidente do conselho de ministros da CAMEX, por decisão singular sujeita a referendo do conselho, tb pode praticar os atos mencionados na alternativa C e muitos outros. Vide artigo 5o, §3o do Decreto 4.732/2003: "O Presidente do Conselho de Ministros da CAMEX poderá praticar os atos previstos nos arts. 2o e 3o, ad referendum do Conselho de Ministros, consultados previamente os membros do Comitê Executivo de Gestão".

ID
8863
Banca
ESAF
Órgão
Receita Federal
Ano
2005
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

Assinale a opção correta.

Alternativas
Comentários
  • A respeito do assuntohttp://www.aduaneiras.com.br/noticias/artigos/default.asp?artigo_id=253
  • Salvaguardas são medidadas de "urgencia" aplicadas contra as importações de produto determinados, independentemente de sua procedencia, e q/ podem ser aplicadas unicamente durante o peíodo necessário para prevenir ou reparar o dano e facilita o reajuste da industria nacional.A medida objetiva criar um ambiente de segurança q/ permita aos produtores nacionais implementares programas de ajuste estrutural p/ enfentar com exito a concorrencia externa.Esses dados obtive no Ministerio do desenvolvimento e Comercio
  • CORRETA LETRA C

    Brasil nunca aplicou salvaguardas específicas ou especiais contra produtos chineses, previstas no Protocolo de Adesão da China à OMC e regulamentadas no Brasil em 2005.
                A) Salvaguardas específicas: exceção à regra geral de salvaguardas da OMC, segundo as quais não são discriminatórias (contra países) e devem ser colocadas segundo parâmetros gerais (contra produtos). As salvaguardas específicas poderiam ser aplicadas discriminatoriamente contra a China até 2013.
                B)Salvaguardas especiais : até 2008 e dispensam comprovação de dano. Exclusiva para o setor têxtil e com ‘gatilho” de 7,5% de aumento na entrada do produto nos 12 meses anteriores

    Brasil regulamentou o protocolo de adesão em 2005, mas nunca aplicou esses mecanismos, vistos como medidas antipáticas, por motivação política, para não haver constrangimentos na relação bilateral.
  • Está em Administração Pública e Orçamentária amiga...a famigerada AFO!
  • Obg... vou lá responder umas questãozinhas sobre princípios, depois princípios e atos administrativos (D. Adm). Beijosssss, detona tb aí!!!
  • Ops: Administração Financeira e Orçamentária!
  • Encontrei amiga... é que eu estava vendo os princípios orçamentários... heheheh
  • As medidas de salvaguarda são não seletivas, ou seja, são aplicadas em função do produto e não da procedência do produto. O mesmo não ocorre para as medidas antidumping ou as compensatórias, as quais são seletivas, sendo aplicadas de acordo com a procedência dos produtos.

  • a) Afirmativa incorreta. As Medidas de salvaguarda serão aplicadas ao produto importado independentemente de sua procedência.

    b) Afirmativa certa. Os pressupostos de aplicação das medidas de salvaguarda são: surto de importações; ocorrência de prejuízo grave à indústria nacional ou ameaça de prejuízo grave; e nexo causal. 

    d) Afirmativa incorreta. O membro da OMC prejudicado por uma medida de salvaguarda tem o direito de negociar compensações com o membro que a impôs, conforme dispõe o artigo 8º do Acordo de Salvaguardas.

    e) Afirmativa incorreta. O surto de importações, para que possa justificar a salvaguarda, pode ser verificado tanto em termos absolutos quanto em proporção à produção nacional.

    Gabarito: C

  • -De fato, a China está sujeita a receber medidas de salvaguarda. Porém, o BR nunca as aplicou, a fim de não preudicar a relação bilateral.

    -A aplicação de salvaguardas dá ensejo, SIM, a que os países prejudicados recorram à OMC.

  • -De fato, a China está sujeita a receber medidas de salvaguarda. Porém, o BR nunca as aplicou, a fim de não preudicar a relação bilateral.

    -A aplicação de salvaguardas dá ensejo, SIM, a que os países prejudicados recorram à OMC.

  • Resposta correta desta questão não seria a letra B, inclusive no comentário do professor está como resposta correta letra B, e no gabarito letra C.

    ?????


ID
8866
Banca
ESAF
Órgão
Receita Federal
Ano
2005
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

A respeito de defesa comercial, assinale a opção correta.

Alternativas
Comentários
  • Erros:b - importa sim a procedência do produto. As medidas antidumping só podem ser aplicadas àquele país que está praticando o dumping.c - o dumping não é caracterizado quando um preço é vendido em outro país com o preço abaixo de custo, mas sim quando este produto é vendido a preço inferior ao praticado no país de origem.d - não é necessária a comprovação de dolo específico, mas sim de dano específico. O dano causado à indústria (ou a ameaça de dano) tem que ter nexo causal com as práticas acusadas de dumping.e - as cotas só podem ser aplicadas em salvaguardas. Jamais em medidas antidumping.
  • a) Afirmativa certa. Em situações em que não é possível o cálculo do preço de exportação, ou caso o preço seja duvidoso, o preço do produto investigado poderá ser construído pela autoridade investigadora para fins de constatação da prática do dumping.

    b) Afirmativa incorreta. Para neutralizar a prática do dumping, pode ser aplicada uma medida antidumping, que deve respeitar o princípio da seletividade, incidindo apenas sobre os produtos originários do país cuja empresa exportadora praticou dumping.

    c) Afirmativa incorreta. A prática de dumping é configurada na venda por preço inferior ao seu valor normal no mercado interno do país exportador.

    d) Afirmativa incorreta. Para a imposição de Direitos Antidumping é necessário a comprovação da prática de dumping e que essa prática cause ou ameace causar prejuízo material à indústria do país de destino da mercadoria. Além da demonstração do dano, é necessário demonstrar o nexo causal entre as importações a preços de dumping e o dano à indústria nacional causado pelas importações a preços de dumping. Não é necessário comprovar o dolo específico, mas a prática, o dano e o nexo causal.

    e) Afirmativa incorreta. A medida antidumping é cobrada na importação do produto objeto da medida, independentemente de quaisquer obrigações de natureza tributária, mediante a cobrança de importância, em real, que corresponderá a percentual da margem de dumping apurados em processo administrativo. Não pode ser aplicada na forma de restrições quantitativas.

    Gabarito: A


ID
8875
Banca
ESAF
Órgão
Receita Federal
Ano
2005
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

Atribua a letra (V) para as afi rmativas verdadeiras e (F) para as falsas.
Em seguida, marque a opção que contenha a seqüência correta.

( ) Para fins de concessão de benefício tributário, a origem de um produto nem sempre coincide com a sua procedência.

( ) O "Formulário A", documento expedido pela Secretaria de Comércio Exterior (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), é o instrumento que atesta a origem do produto para fins de concessão de tratamento tributário diferenciado no âmbito do Sistema Geral de Preferências.

( ) O Acordo sobre Regras de Origem da OMC defi ne, para cada Capítulo do Sistema Harmonizado, o critério utilizado para se conferir origem aos produtos do Capítulo.

( ) Entre os critérios possíveis para se conferir origem estão, por exemplo, o salto na classificação tarifária e a agregação de valor.

( ) Segundo o Acordo sobre Regras de Origem da OMC, as regras de origem não-preferenciais devem ser definidas de maneira positiva (ou seja, devem indicar o que confere origem, e não o que não confere origem). Normas negativas, contudo, podem ser empregadas para esclarecer uma norma positiva.

( ) O Certificado de Origem Mercosul apresentado será desqualificado pela autoridade aduaneira, para fins de reconhecimento do tratamento preferencial, quando ficar comprovado que não acoberta a mercadoria submetida a despacho, por ser originária de terceiro país ou não corresponder à mercadoria identificada na verificação física, conforme os elementos materiais juntados.

Assinale a seqüência correta.

Alternativas
Comentários
  • o formulário A é emitido pelo Banco do Brasil
  • a) origem e procedência não são a mesma coisa!

    c)A tarefa de estabelecer regras de origem para cada Capítulo do Sistema Harmonizado é algo muito complexo e que gera muitas controvérsias entre os países. Em razão disso, o Acordo sobre Regras de Origem não conseguiu fazê-lo, deixando essa missão para o Programa de Trabalho por ele instituído, o qual é desenvolvido pela Conferência Ministerial em conjunto com a Organização Mundial de Aduanas (OMA)
  • O certificado de origem é o documento que atesta a origem da mercadoria com objetivo de insenção ou redução de imposto. Ele também serve para cumprir exigências impostas pela legislação do país de destino da mercadoria.

    O Sistema Harmonizado apenas classifica a mercadoria e seu título tem apenas valor indicativo e não para se conferir a origem, que é apenas o documento citado anteriormente que o faz.

    Normalmente o certificado de origem deve ser feito apenas para mercadoricas que possuem no mínimo 60% de material de origem nacional.
  • Resposta: E


ID
8878
Banca
ESAF
Órgão
Receita Federal
Ano
2005
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

Assinale a opção que completa corretamente a lacuna abaixo.

A / O ________________ consiste em modalidade de
financiamento de exportações em que o exportador
recebe os recursos relativos à operação após o embarque
da mercadoria, com base no título de crédito gerado pela
operação, antes, porém, que o banco tenha recebido as
divisas relativas à transação.

Alternativas
Comentários
  • Os Adiantamentos sobre Contrato de Câmbio (ACCs) e Adiantamentos sobre Contratos de Exportação (ou sobre Cambiais Entregues) (ACEs) são as modalidades de financiamento a exportações mais difundidas no mercado, respondendo historicamente por mais da metade do volume de câmbio contratado. Em ambas as modalidades, o exportador recebe antecipação, parcial ou total, em moeda nacional do valor equivalente à quantia em moeda estrangeira comprada a termo pelo banco, descontada a uma taxa de juros internacional à qual é somado spread que embute o risco da operação.
    Fonte: http://www.fazenda.gov.br/sain/temas/exportacoes.asp
  • Antes do Embarque: ACC

    Após o Embarque: ACE
  • Resposta: E


ID
8881
Banca
ESAF
Órgão
Receita Federal
Ano
2005
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

A respeito das modalidades de pagamentos internacionais, relacione as colunas e, em seguida, assinale a opção correta.

1. remessa sem saque
2. remessa antecipada
3. cobrança à vista
4. crédito documentário

( ) forma de pagamento mediante a qual o importador remete previamente o valor parcial ou total da transação, após o que o exportador providencia a exportação da mercadoria e o envio da respectiva documentação.

( ) forma de pagamento em que, após a expedição da mercadoria, o exportador entrega a um banco de sua preferência os documentos de embarque, juntamente com um saque contra o importador. O banco, a seu turno, remete os documentos, acompanhados de um cartacobrança, a seu correspondente na praça do importador, para cobrar do sacado. Efetuado o pagamento, o banco libera a documentação ao importador, para que ele possa retirar a mercadoria na alfândega.

( ) modalidade de pagamento não empregada com muita freqüência no comércio internacional, por colocar o importador na dependência do exportador, implicando, assim, riscos para o primeiro, à medida que, enquanto não receber a mercadoria, não poderá ter certeza do cumprimento regular da obrigação por parte do exportador.

( ) forma de pagamento utilizada em contratos internacionais segundo a qual um banco, por instruções de um cliente seu, compromete-se a efetuar um pagamento a um terceiro, contra a entrega de documentos estipulados, desde que os termos e condições sejam cumpridos.

( ) modalidade de pagamento que envolve maior risco para o exportador, razão pela qual é pouco empregada no comércio internacional (salvo nas importações realizadas por filiais ou subsidiárias de firmas no exterior).

( ) forma de pagamento segundo a qual o importador recebe diretamente do exportador os documentos de embarque, promove o desembaraço da mercadoria na aduana e, posteriormente, providencia a remessa da quantia respectiva para o exterior.

Alternativas
Comentários
  • Esta questão trata das modalidades de pagamento no COMEX.

    1) Remessa sem saque
    São as importações realizadas em que o importador recebe os documentos diretamento do exportador e promove o desembaraço aduaneiro da mercadoria, remetendo o valor após o desembaraço. É uma modalidade que oferece riscos ao exportador, que fica sem garantias do recebimento da quantia. Apesar disso, oferece vantagens em custos, pois as taxas operacionais são consideravelmente menores do que as cobradas nas outras modalidades.
    Resumo: "O exportador envia o produto primeiro."

    2) Remessa antecipada (Pagamento antecipado)
    Nesta modalidade o risco fica para o importador, que deve remeter o valor da transação, pois somente o exportador ter recebido o valor remeterá a mercadoria e a documentação.
    Resumo: "Importador paga primeiro."

    3) Cobrança à vista (cobrança documentária à vista)
    Operações realizadas por meio dos bancos. O exportador (cedente) entrega ao banco remetente os documentos de embarque e um saque contra o importador (sacado). O banco remetente enviará os documentos para cobrança na praça do sacado, por intermédio de um banco correspondente (cobrador). Após o pagamento o banco correspondente transfere o valor em moeda estrangeira para que o banco remetente efetue o pagamento ao exportador e entregue a documentação ao importador para que promova o desembaraço aduaneiro das mercadorias.
    Resumo: "Banco do exportador fica responsável pela cobrança do pagamento ao banco do importador"

    4) Crédito documentário (carta de crédito)
    Este tipo de modalidade de pagamento internacional é a mais utilizada e a que oferece maiores garantias, tanto ao exportador quanto ao importador.
    Resumo: "Banco do importador paga antecipadamente ao banco do exportador e fica responsável pela cobrança do pagamento ao importador"
  • Resposta: B


ID
32917
Banca
CESGRANRIO
Órgão
Petrobras
Ano
2008
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

Os Incoterms foram criados pela Câmara de Comércio Internacional com o objetivo de padronizar os termos utilizados no comércio internacional, definindo-se assim condições básicas de contratação que asseguram maior segurança às transações internacionais. Segundo os critérios definidos na publicação Incoterms 2000 (CCI), a utilização do termo FOB em um contrato de venda internacional de mercadorias com transporte marítimo implica que a mercadoria deve ser disponibilizada pelo vendedor

Alternativas
Comentários
  • FOB - Free on Board (...named port of shipment)
    • O vendedor encerra suas obrigações quando a mercadoria transpõe a amurada do navio (ship's rail) no porto de embarque indicado e, a partir daquele momento, o comprador assume todas as responsabilidades quanto a perdas e danos;
    • A entrega se consuma a bordo do navio designado pelo comprador, quando todas as despesas passam a correr por conta do comprador;
    • O vendedor é o responsável pelo desembaraço da mercadoria para exportação;
    • Este termo pode ser utilizado exclusivamente no transporte aquaviário (marítimo, fluvial ou lacustre).
    http://www.aprendendoaexportar.gov.br/informacoes/incoterms_fob.htm
  • Gabarito E: a bordo do navio no porto de embarque, sendo que o comprador se responsabiliza pelos custos posteriores ao carregamento do navio.


ID
67342
Banca
ESAF
Órgão
Receita Federal
Ano
2009
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

Sobre a Organização Mundial do Comércio (OMC) e os acordos firmados em seu âmbito, pode-se afirmar que:

Alternativas
Comentários
  • Existem quatro princípios que devem ser identificados e analisados em primeira instância, pois formam a base dos processos de tomada de decisão na OMC, são eles: (I) cada membro representa um voto; (II) a votação é baseada no consenso; (III) os membros têm caráter de condutores das decisões; e (IV) a importância dos processos informais de tomada de decisão. De acordo com o primeiro princípio, a OMC é uma organização onde cada membro representa um voto nas tomadas de decisão. Isso significa que ela difere-se consideravelmente das instituições financeiras internacionais como a Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (BM), onde todas as decisões são baseadas em votações ponderadas. Por exemplo, no FMI, o poder de voto dos países membros é determinado pelo tamanho de suas respectivas quotas, onde as quotas são uma função de seu peso no sistema econômico internacional. Em contraste, o Artigo IX:1 do Acordo estabelecendo a OMC diz que cada membro tem direito a um voto, permitindo, desta forma, um mesmo status para todos os membros independentemente de suas quotas comerciais ou de seu peso na economia em geral.O segundo princípio, norma de tomada de decisão baseada no consenso, mais do que a votação por maioria, é formalmente incorporada no Artigo IX:1 da OMC que diz que esta organização deve continuar a praticar o consenso segundo o GATT de 1947. O consenso é definido em termos da aceitação, por todos os membros presentes no encontro, da decisão proposta. No entanto, quando o consenso não é possível, os procedimentos de votação demandam uma regra de maioria de 2/3 ou de 3/4, cada membro correspondendo a um voto.Existem quatro situações que provavelmente incitarão o voto dos membros da OMC, apesar desta encorajar sempre o consenso (basta notar que a norma de utilização do consenso como base do processo de tomada de decisão tem significado que a regra de votação por maioria nunca foi colocada em prática).
  • São elas:• interpretação de acordos / maioria de três quartos (3/4);• emendas a acordos / maioria de dois terços (2/3);• inclusão de novos membros / maioria de dois terços (2/3);• aplicação de waiver sobre uma obrigação assumida sob acordo multilateral / em princípio deve ser aprovada por consenso, mas no caso de haver alguma oposição, por maioria de três quartos (3/4).O terceiro princípio que caracteriza o processo decisório da OMC é aquele que mostra que esse processo dentro da organização é comandado por seus membros. Estes, por si mesmos, tomam as decisões e fazem com que estas sejam cumpridas perante o Organismo de Solução de Controvérsias (OSC), se necessário, deixando que o Secretariado cuide do suporte técnico e administrativo.Finalmente, a representação igualitária que a OMC permite a todos os seus membros, levou a organização a desenvolver um quarto princípio para o seu processo decisório, que consiste na dependência de uma rede elaborada de processos informais para o estabelecimento do consenso entre os membros da organização. Esses processos exercem um papel muito importante, mas eles nunca são reconhecidos oficialmente. As consultas informais operam em todos os níveis do processo de tomada de decisão da OMC. Algumas destas consultas envolvem a totalidade dos membros da OMC, como os encontros dos Chefes das Delegações. Mas reuniões de pequenos grupos são também um dispositivo comumente utilizado para alcançar o consenso. Fazem parte desta classificação os encontros em "Green Room". Estes são requisitados por iniciativa do Diretor Geral e normalmente incluem o quarteto (EUA, União Européia, Canadá e Japão), juntamente a outros países que expressam um interesse vital pela discussão.
  • Gabarito B: o processo decisório da OMC tem sua maior instância nas conferências ministeriais, e baseia-se geralmente no consenso entre seus Membros.

  • Em regra geral, as decisões na OMC são tomadas por consenso.

  • Acordo sobre Medidas de Investimento Relacionadas ao Comércio (TRIMS): Reúne regras que visam a regular a relação entre o comércio internacional e o investimento, evitando que as políticas econômicas estatais estabeleçam restrições e distorções que violem as regras do GATT/OMC.

    Obs.: o TRIMS abrange apenas investimentos relacionados com o comércio de bens.


ID
67345
Banca
ESAF
Órgão
Receita Federal
Ano
2009
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

Sobre o Fundo Monetário Internacional (FMI), é correto afirmar que:

Alternativas
Comentários
  • a) cada membro tem direito equitativo de voto, e o processo decisório se baseia na maioria de voto (FALSA: "Importa destacar que a cota de cada país também determina o seu nível de participação e direitos no sistema decisório do FMI. Todos os membros têm 250 votos básicos e mais um voto adicional para cada 100 mil DES de cota" - Comércio Internacional Esquematizado, Roberto Caparroz)

    b) bancos internacionais podem ser aceitos como membros, desde que assinem e obedeçam às regras prudenciais da Convenção da Basiléia (FALSA: "O FMI possui sede em Washington e conta com 187 membros, praticamente todos os integrantes do Sistema das Nações Unidas" - Comércio Internacional Esquematizado, Roberto Caparroz)

    c) entre seus objetivos, inclui-se evitar a prática de depreciação cambial competitiva entre seus membros. (VERDADEIRA)

    d) os bens do FMI gozam de imunidade diplomática, sendo inaceitável a renúncia a esta imunidade. (FALSA: pode haver renúncia da imunidade por parte do FMI e os bens gozam de imunidade, mas não se trata de imunidade diplomática)

    e) os Direitos Especiais de Saque (SDRs) podem ser emitidos pelo FMI nos países que requerem assistência para equilibrar sua balança de pagamentos. (FALSA: Os Direitos Especiais de Saque - DES ou "Special Drawing Rights" - SDR representam o ativo financeiro do FMI. Estes recursos são integralizados por cada país no momento em que ingressam no FMI)



  • GABARITO: D


ID
88852
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Petrobras
Ano
2007
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

O direito internacional privado apresenta-se como matéria sujeita
a múltiplas dificuldades oriundas da convivência de diferentes
culturas no âmbito internacional. No âmbito dos contratos
internacionais, essa dinâmica mostra-se evidente. Nela,
normalmente, surgem dúvidas sobre os efeitos legais territoriais
dos dispositivos contratuais (normas de ordem pública),
incidência de normas de conflito, definição de jurisdição, entre
outras. Nesse sentido, considere a seguinte situação hipotética.

A empresa argentina ABC, exportadora, e a empresa
brasileira DEF, importadora, celebraram contrato internacional
de comércio. Tal contrato foi assinado no Brasil, no estado de
São Paulo, e seguiu os princípios internacionais estabelecidos no
Instituto para a Unificação do Direito Privado (UNIDROIT),
criado em 1926, pela Liga das Nações, para preparar
gradualmente a adaptação, por diversos estados, de uma
legislação de direito civil uniforme, usando a terminologia
internacional denominada International Commercial Terms
(INCOTERMS), com cláusula de hardship.

Considerando essa situação e os efeitos legais territoriais dos
dispositivos de contratos no âmbito internacional, julgue os
itens seguintes.

É cabível que a empresa ABC requeira a modificação do contrato, no caso da ocorrência de eventos supervenientes que causem modificação na sua situação econômica.

Alternativas
Comentários
  • É o que prevê a cláusula de hardship: A cláusula de readaptação contratual, ou cláusula de hardship, atua ante um cenário de perturbação ou ruptura do equilíbrio contratual, capaz de inviabilizar o adimplemento da avença. O efeito imediato da cláusula é promover a renegociação de boa-fé do contrato, preservando o consensualismo e a vontade das partes em levar a cabo as disposições contratuais.

ID
88855
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Petrobras
Ano
2007
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

O direito internacional privado apresenta-se como matéria sujeita
a múltiplas dificuldades oriundas da convivência de diferentes
culturas no âmbito internacional. No âmbito dos contratos
internacionais, essa dinâmica mostra-se evidente. Nela,
normalmente, surgem dúvidas sobre os efeitos legais territoriais
dos dispositivos contratuais (normas de ordem pública),
incidência de normas de conflito, definição de jurisdição, entre
outras. Nesse sentido, considere a seguinte situação hipotética.

A empresa argentina ABC, exportadora, e a empresa
brasileira DEF, importadora, celebraram contrato internacional
de comércio. Tal contrato foi assinado no Brasil, no estado de
São Paulo, e seguiu os princípios internacionais estabelecidos no
Instituto para a Unificação do Direito Privado (UNIDROIT),
criado em 1926, pela Liga das Nações, para preparar
gradualmente a adaptação, por diversos estados, de uma
legislação de direito civil uniforme, usando a terminologia
internacional denominada International Commercial Terms
(INCOTERMS), com cláusula de hardship.

Considerando essa situação e os efeitos legais territoriais dos
dispositivos de contratos no âmbito internacional, julgue os
itens seguintes.

Como o contrato adota o serviço EXW (INCOTERMS), caberá à empresa argentina ABC o desembaraço aduaneiro na exportação.

Alternativas
Comentários
  • EXW - EX WORKS • A mercadoria é colocada à disposição do comprador no estabelecimento do vendedor, ou em outro local nomeado (fábrica, armazém, etc.), não desembaraçada para exportação e não carregada em qualquer veículo coletor; Essa é a claúsula que traz menos responsabilidade ao vendedor.
  • Incoterms na ExportaçãoEXW (Ex Works): o exportador encerra sua participação no negócio quando acondiciona a mercadoria na embalagem de transporte (containers, caixas, sacos, entre outros). Ou seja, a entrega da mercadoria se dá na porta da fábrica ou depósito, não se responsabilizando o vendedor sequer pelo seu carregamento no meio de transporte utilizado. A negociação se realiza no próprio estabelecimento do exportador. Assim, cabe ao importador estrangeiro adotar todos as providências para retirada da mercadoria do país do vendedor, tais como embarque para o exterior, contratar frete e seguro internacionais etc. Como se pode observar, o comprador assume todos os custos e riscos envolvidos no transporte da mercadoria do local de origem até o de destino.
  • Gabarito: ERRADO

    Após a chegada da carga, pode o importador optar por solicitar a liberação (desembaraço) junto à Alfândega de entrada, ou, alternativamente, enviar a mercadoria a um outro local, onde será armazenada e conferida (Fonte: Prof. Rodrigo Luz   - Ponto dos Concursos).
  • Se o Incoterm previsto em contrato é o EXW, a empresa argentina, que é a exportadora, não tem a obrigação de fazer o desembaraço aduaneiro. Isso ocorre porque, segundo esse incoterm, a mercadoria é colocada à disposição do comprador no estabelecimento do vendedor ou em outro local combinado, sendo o carregamento, o transporte, o seguro e o desembaraço responsabilidades do comprador. O incoterm EXW é o que implica menos ônus ao vendedor e mais responsabilidades ao comprador, que tem que arcar com todos os custos e riscos de retirar a mercadoria do estabelecimento do vendedor. 

     A questão está errada.
  • CATEGORIAS DOS
    INCOTERMS

    Os Incoterms foram agrupados em
    quatro categorias por ordem crescente de obrigação do vendedor. 



    GRUPO
    INCOTERMS

    DESCRIÇÃO


    E de Ex (PARTIDA -
    Mínima obrigação para o exportador)
    EXW - Ex Works
    Mercadoria entregue ao
    comprador no estabelecimento do vendedor.

    F de Free (TRANSPORTE
    PRINCIPAL NÃO PAGO PELO EXPORTADOR)
    FCA - Free Carrier
    FAS - Free Alongside Ship
    FOB - Free on Board
    Mercadoria entregue a um
    transportador internacional indicado pelo comprador.

    C de Cost ou Carriage
    (TRANSPORTE PRINCIPAL PAGO PELO EXPORTADOR)
    CFR - Cost and Freight
    CIF - Cost, Insurance and Freight
    CPT - Carriage Paid To
    CIP - Carriage and Insurance Paid
    to
    O vendedor contrata o transporte,
    sem assumir riscos por perdas ou danos �s mercadorias ou custos adicionais
    decorrentes de eventos ocorridos ap�s o embarque e despacho.

    D de Delivery
    (CHEGADA - Máxima obrigação para o exportador) DAF - Delivered At Frontier
    DES - Delivered Ex-Ship
    DEQ - Delivered Ex-Quay
    DDU - Delivered Duty Unpaid
    DDP - Delivered Duty Paid O vendedor se responsabiliza
    por todos os custos e riscos para colocar a mercadoria no local de destino.

    http://www.aprendendoaexportar.gov.br/informacoes/incoterms2.htm


ID
88858
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Petrobras
Ano
2007
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

O direito internacional privado apresenta-se como matéria sujeita
a múltiplas dificuldades oriundas da convivência de diferentes
culturas no âmbito internacional. No âmbito dos contratos
internacionais, essa dinâmica mostra-se evidente. Nela,
normalmente, surgem dúvidas sobre os efeitos legais territoriais
dos dispositivos contratuais (normas de ordem pública),
incidência de normas de conflito, definição de jurisdição, entre
outras. Nesse sentido, considere a seguinte situação hipotética.

A empresa argentina ABC, exportadora, e a empresa
brasileira DEF, importadora, celebraram contrato internacional
de comércio. Tal contrato foi assinado no Brasil, no estado de
São Paulo, e seguiu os princípios internacionais estabelecidos no
Instituto para a Unificação do Direito Privado (UNIDROIT),
criado em 1926, pela Liga das Nações, para preparar
gradualmente a adaptação, por diversos estados, de uma
legislação de direito civil uniforme, usando a terminologia
internacional denominada International Commercial Terms
(INCOTERMS), com cláusula de hardship.

Considerando essa situação e os efeitos legais territoriais dos
dispositivos de contratos no âmbito internacional, julgue os
itens seguintes.

O contrato citado será executado da forma como foi pactuado, ainda que ocorra evento oriundo de força maior.

Alternativas
Comentários
  • Considerando que existe cláusula de hardship, a qual possibilita uma repactuação do contrato em casos imprevistos (como a força maior), a execução do contrato não estaria vinculada a ela?!
    Dessa forma, o contrato não seria executado da forma como foi pactuado, ainda que em casos de força maior, já que a hardship prevê a sua revisão - e está pactuada?!
  • A hardship é uma cláusula revisionista de adaptação não automática, pois pressupõe a renegociação do contrato, pelas partes ou por terceiros por elas indicados (juiz, árbitro, mediador, etc.). Geralmente é redigida de forma genérica, sem a necessidade de enumeração das circunstâncias que possibilitariam essa readaptação. 
    A cláusula de  hardship está inserida dentro dos Princípios do UNIDROIT, em três artigos, 6.2.1 a 6.2.3, na secção n.º 2, do capítulo n.º 6, que tratam da observância do contrato, da definição e dos efeitos da cláusula, respectivamente. 
    O art. 6.2.1, dos Princípios do UNIDROIT diz respeito à observância do contrato, expondo, como regra geral, o seu caráter vinculativo onde: 
     
    “As partes estão adstritas ao cumprimento das suas obrigações, mesmo que a 
    execução se tenha tornado mais onerosa, sem prejuízo do disposto nos artigos 
    seguintes relativamente ao hardship." 
     
    Tem-se, portanto como regra geral o cumprimento do contrato em seus exatos termos.  Entretanto, o cumprimento de um contrato de longo prazo está sujeito a sofrer modificações, sendo raros os casos em que o adimplemento se dará de forma idêntica à pactuada e se essas alterações acarretarem uma dificuldade excessiva aos contratantes ou a um deles, gerando um desequilíbrio, estes poderão fazer uso, em caráter excepcional, da cláusula de hardship.  
  • O texto informa que o contrato possuiria cláusula hardship. Esta cláusula apresenta um entendimento contemporâneo do princípio rebus sic stantibus, permitindo a relativização do princípio da força obrigatória dos contratos (pacta sunt servanda), em situações em que ocorrem fatos ou eventos que não poderiam ser previstos quando da contratação ou que estivessem fora do controle de ambas as partes. Estes eventos desequilibrariam o contrato, seja pelo aumento dos custos da sua execução, ou ainda pela redução dos valores de sua contraprestação. A cláusula, portanto, visa flexibilizar e adaptar o contrato às novas circunstâncias, cabendo esta decisão a um terceiro íntegro, imparcial e sem interesse vinculado a quaisquer das partes.
    A afirmativa está errada.



ID
99655
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
AGU
Ano
2010
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

A respeito do MERCOSUL e OMC, julgue os itens que se seguem.

O Órgão de Apelação da OMC é composto de juízes eleitos por tempo determinado.

Alternativas
Comentários
  • A questão foi dada como errada pelo CESPE sem razão alguma. Ora, o § 2º do artigo 17 do Entendimento de Solução de Controvérsias da OMC prescreve que “O OSC nomeará os integrantes do órgão de Apelação para períodos de quatro anos, e poderá renovar por uma vez o mandato de cada um dos integrantes. […]”. Agora, caso o CESPE entendesse errado falar em “órgão de apelação da OMC”, julgando que o órgão de solução de controvérsias é que encamparia o órgão de solução de controvérsias em sua estrutura, incorrer-se-ia num preciosismo que nem sequer se poderia falar em recurso à OMC, retaliação pela OMC, etc. Além disso, os integrantes do órgão de apelação são comumente referidos como juízes, pois esse órgão possui função jurisdicional sobre seus membros. Não há nenhum equívoco nos termos do item.Portanto, o gabarito dessa questão deve ser alterado para CERTO.
  • Mirane, não sou conhecedor da matéria, mas, você escreveu que os juízes são nomeados... e a questão falou que eles foram eleitos...não seria esse o ponto?

  • Como a resposta não constava do livro do Paulo Portela, procurei no Google mesmo:

    O corpo de apelação (Appellate Body) deve ser estabelecido pelo Órgão de Solução de Controvérsias – OSC (Dispute Settlement Body – DSB) e tem a função de ouvir apelações das decisões dos painéis. Este corpo é composto por sete membros, dos quais três são escolhidos para analisar um caso individual. A escolha dos membros é feita em um sistema de rotação estabelecido nos procedimentos do corpo de apelação . Os membros do Corpo de Apelação (Appellate Body) são indicados pelo OSC (DSB) e têm um mandato de quatro anos, sendo possível cada membro ser renomeado apenas uma vez.
  • Os integrantes do Órgão de Apelação não são juízes e não são eleitos, são indicados (acredito que pelo Diretor Geral ou pelo Secretariado, não tenho certeza) e devem ser aprovados por consenso pelos membros do Órgão de Solução de Controvérsias (que são todos os membros da OMC). Vale lembrar que consenso na OMC não significa voto favorável de todos, mas ausência de voto contrário.
  • O Órgão de Apelação é composto por integrantes nomeados pelo Órgão de Solução de Controvérsias da OMC. Essa nomeação é válida por quatro anos, sendo que esse mandato pode ser renovado uma vez. Segundo o artigo 17 do Entendimento relativo às normas e procedimentos sobre solução de controvérsias, “O OSC constituirá um órgão Permanente de Apelação, que receberá as apelações das decisões dos grupos especiais. Será composto por sete pessoas, três das quais atuarão em cada caso”; “O OSC nomeará os integrantes do órgão de Apelação para períodos de quatro anos, e poderá renovar por uma vez o mandato de cada um dos integrantes”; e “O órgão de Apelação será composto de pessoas de reconhecida competência, com experiência comprovada em direito, comércio internacional e nos assuntos tratados pelos acordos abrangidos em geral. Tais pessoas não deverão ter vínculos com nenhum governo”.


    A questão está errada.


  • Errado; art. 17§2º: "O OSC nomeará os integrantes do órgão de Apelação para períodos de quatro anos, e poderá renovar por uma vez o mandato de cada um dos integrantes. Contudo, os mandatos de três das sete pessoas nomeadas imediatamente após a entrada em vigor do Acordo Constitutivo da OMC, que serão escolhidas por sorteio, expirará ao final de dois anos. As vagas serão preenchidas à medida que forem sendo abertas. A pessoa nomeada para substituir outra cujo mandato não tenha expirado exercerá o cargo durante o período que reste até a conclusão do referido mandato. "

    Não há menção de eleição de juízes, embora eles apresentem tempo determinado. 

  • COMENTÁRIOS DO PROFESSOR: O Órgão de Apelação é composto por integrantes nomeados pelo Órgão de Solução de Controvérsias da OMC. Essa nomeação é válida por quatro anos, sendo que esse mandato pode ser renovado uma vez. Segundo o artigo 17 do Entendimento relativo às normas e procedimentos sobre solução de controvérsias, “O OSC constituirá um órgão Permanente de Apelação, que receberá as apelações das decisões dos grupos especiais. Será composto por sete pessoas, três das quais atuarão em cada caso”; “O OSC nomeará os integrantes do órgão de Apelação para períodos de quatro anos, e poderá renovar por uma vez o mandato de cada um dos integrantes”; e “O órgão de Apelação será composto de pessoas de reconhecida competência, com experiência comprovada em direito, comércio internacional e nos assuntos tratados pelos acordos abrangidos em geral. Tais pessoas não deverão ter vínculos com nenhum governo”.

  • Gabarito:"Errado"

    Não são compostos por juízes!


ID
168694
Banca
TRT 21R (RN)
Órgão
TRT - 21ª Região (RN)
Ano
2010
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

Em relação ao comércio e à concorrência internacional, leia as assertivas abaixo e marque, em seguida, a alternativa correta:

I - a Organização Mundial do Comércio (OMC) é agência especializada da Organização das Nações Unidas, não detendo personalidade jurídica própria e, em sua função normativa, no plano do comércio internacional, edita normas que visam eliminar as restrições às importações de produtos e assegurar equilíbrio e liberdade às transações empresariais;

II - o "dumping" é a temporária e artificial redução de preços para oferta de bens e serviços por preços inferiores àqueles vigentes no mercado, provocando oscilações em detrimento do concorrente e subsequente elevação no exercício de especulação abusiva;

III - considera-se prática de "dumping social" a comercialização de produtos com preços mais elevados do que a média, em detrimento dos consumidores, na situação em que o produtor recebe subsídio estatal;

IV - as denominadas "cláusulas sociais" constituem medidas "antidumping", sob a forma de normas inseridas em tratados e convenções internacionais, visando assegurar a livre circulação de mercadorias e produtos de primeira necessidade em países subdesenvolvidos;

V - o chamado "selo social" corresponde à inclusão, nos produtos, de uma etiqueta indicativa de que o seu produtor atendeu às normas básicas de proteção ambiental estabelecidas pela Organização Mundial do Comércio.

Alternativas
Comentários
  •  Correta alternativa A.

    I - errada, a OMC não é uma agência da ONU.

    II - correta, é a redução no valor num patamar menor que as cobradas no mercado com intenção ilícita.

    III e IV - erradas - ler a alternativa 2.

  • DUMPING SOCIAL:

    Segundo Jorge Luiz Souto Maior, denomina-se dumping social a prática na qual se busca vantagens comerciais através da adoção de condições desumanas de trabalho.

    Para o direito do trabalho o "dumping social" ocorre com agressões reincidentes e inescusáveis aos direitos trabalhistas gerando um dano à sociedade, pois com essa prática, desconsidera-se propositalmente, a estrutura do Estado social e do próprio modelo capitalista, com a obtenção de vantagem indevida perante a concorrência.


    Fonte: http://www.lfg.com.br/public_html/article.php?story=20090310135615284

  • Resposta letra A

    Dumping social Menores custos de mão de obra
    Condições precárias de trabalho
    Diminuição dos preços - Maiores lucros
    Cláusula social Cláusula antidumping
    Proteção ao trabalho assalariado
    Aplicação de sanções ao país infrator.
    Selo social Etiquetas antidumping
    Demonstrando que o produto foi fabricado de acordo com as normas internacionais de proteção ao trabalho.
  • A OMC é sim uma das 16 agências especializadas da ONU, assim como a OIT, todavia o erro da questão está em afirmar que ela não detém personalidade jurídica própria. Ela detém sim personalidade jurídica própria, ao contrário do GATT, que foi um mero acordo entre nações. Com a Rodada do Uruguai, encerrada com o Acordo de Marrakesh em 1994 o GATT foi incorporado à OMC, que à época se tornou uma instituição especializada e autônoma da ONU. 
  • A colega que me antecede tem inteira razão quanto ao seu comentário. Basta acessar o site da ONU para ver que a OMC é uma de suas agências.

    "http://www.onu.org.br/conheca-a-onu/siglas-da-onu-programas-fundos-agencias/"

  • Está havendo algum erro dos colegas acima...

    A OMC ou WTO (em inglês) NÃO é uma agência da ONU!!

    Em seu próprio site (http://www.wto.org/english/thewto_e/coher_e/wto_un_e.htm), declara:

    Although the WTO is not a UN specialized agency, it has maintained strong relations with the UN and its agencies since its establishment. (Embora a OMC não seja uma agência especializada da ONU, manteve fortes relaçõescom a ONU e suas agências desde a sua criação)

    Mais ainda: 
    The WTO is not a member of ECOSOC, but it actively collaborates through two main events...

    Se alguem discordar, por favor apresente sua fonte para o enriquecimento de todos.
  • De acordo com o organograma extraído do http://www.onu.org.br/img/organograma.png a OMC é apenas uma "organização relacionada" à Assembleia Geral da ONU.
  • Sobre o item I, não sei se há outros erros, mas organizações internacionais possuem personalidade jurídica.


ID
181768
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
TRF - 5ª REGIÃO
Ano
2009
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

A OMC, organização que trata das regras sobre o comércio entre as nações, apresenta um sistema de solução de controvérsias criado para solucionar os conflitos gerados pela aplicação dos acordos a respeito do comércio internacional entre os seus membros. Recentemente, o debate sobre a aplicação dos tratados comerciais tem sido iluminado pelo princípio in dubio mitius ou in dubio pro mitius, cujo uso resulta em uma interpretação

Alternativas
Comentários
  • LETRA A

    in dubio mitius = the principle of restrictive interpretation of treaty  obligations in deference to the sovereignty of states 

    ou
    princípio de interpretação restritiva de um tratado de obrigações com deferência (anuência-aprovação) da soberania dos Estados.
  • " In EC — Hormones, the Appellate Body referred to “the interpretative principle of in dubio mitius” as a supplementary means of interpretation “widely recognized in international law”. It there stated that “the principle of in dubio mitius applies in interpreting treaties, in deference to the sovereignty of states. If the meaning of a term is ambiguous, that meaning is to be preferred which is less onerous to the party assuming an obligation, or which interferes less with the territorial and personal supremacy of a party, or involves less general restrictions upon the parties."
    http://www.wto.org/english/res_e/booksp_e/analytic_index_e/dsu_01_e.htm
  • "O princípio interpretativo do 'in dubio mitius' é um meio complementar de interpretação amplamente reconhecido no direito internacional; aplica-se em tratados essa interpretação, em respeito à soberania dos Estados. Se o significado de um termo é ambíguo, o significado preferível é o que menos onera o Estado para assumir a obrigação, ou que interfira menos com a supremacia territorial e pessoal, ou envolve menos restrições gerais para as partes. "
  • Uma vez que o princípio in dubio pro mitius significa que os tratados devem ser interpretados restritivamente. Sua aplicação visa a respeitar a soberania dos Estados. No site da OMC, encontra-se a seguinte explicação para o princípio: “El principio in dubio mitius se aplica para interpretar los tratados, por deferencia a los Estados soberanos. Si el significado de un término es ambiguo, ha de preferirse el significado que sea menos oneroso para la parte que asume una obligación, o que interfiera menos con la supremacía territorial y personal de una parte, o implique restricciones menos generales para las partes”. 


    A alternativa correta é a letra (A).


  • POR QUE NÃO É A LETRA C?

  • "Na aplicação dos tratados comerciais, vigora o princípio in dubio mitius, ou in dubio pro mitius, pelo qual a interpretação de tais tratados deve ser literal e restritiva, em oposição ao emprego de uma noção sistemática e ampliativa na hermenêutica dos atos internacionais em matéria comercial. A norma em apreço é decorrência da soberania dos Estados e verdadeira 'deferência' ao caráter soberano dos entes estatais, levando a que, diante de um termo ambíguo, reste privilegiado o sentido que implique o menor ônus possível para as partes, ou que menos limite ou interfira em sua esfera de poderes". PORTELA 

  • A respeito da interpretação no Direito Internacional

    Interpretação internacionalista: faz-se um interpretação única de um Texto Internacional para que não haja centenas de interpretação do mesmo instituto.

    Abraços


ID
181777
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
TRF - 5ª REGIÃO
Ano
2009
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

Em um mundo globalizado, são cada vez mais frequentes os contratos internacionais de compra e venda de mercadorias (exportação e importação de mercadorias). Buscando uniformizar e regulamentar alguns aspectos do comércio internacional, a Comissão das Nações Unidas de Direito do Comércio Internacional (UNCITRAL) estabeleceu algumas cláusulas típicas de contratos internacionais, entre as quais destacam-se as hardship clauses, que tratam

Alternativas
Comentários
  • LETRA D.

    A cláusula de hardship comporta em seu bojo o fim precípuo de salvaguardar o contrato, toda vez que um evento exterior e estranho às partes envolvidas promova uma ruptura tamanha capaz de impor um rigor injusto a uma das partes. A finalidade garantir  a modificação ou ajuste da avença. A hardship atua sob a roupagem de um dever de renegociação, ambicionando o restabelecimento da economia do contrato, sem pôr em risco a segurança jurídica das disposições previamente pactuadas. Trata-se, pois, de uma exceção ou relativização da pacta sunt servanda.

    Bons estudos.

  • Orlando  Gomes define a cláusula de hardship, como:

    “Uma   cláusula   que   permite   a   revisão   do   contrato   se sobrevierem   circunstâncias   que   alterem   substancialmente   o equilíbrio primitivo das obrigações das partes. Não se trata de  aplicação   especial   da   teoria   da   imprevisão   à   qual   alguns  querem reconduzir a referida cláusula,  (...).  Trata-se de nova técnica para encontrar uma adequada reação à superveniência de fatos que alterem a economia das partes, para manter... sob  o controle das partes, uma série de controvérsias potenciais e para assegurar  a  continuação da  relação  em  circunstâncias que,   segundo   os   esquemas   jurídicos   tradicionais,   poderiam levar à resolução do contrato”.
    ( Dos Contratos Internacionais: uma visão teórica e prática, p. 143-144).

    Portanto, há  hardship  no   momento   em   que   sobrevirem   acontecimentos   que   alterem fundamentalmente o equilíbrio das prestações, sendo que o custo da execução das obrigações tenha aumentado e o valor da contra-prestação tenha diminuído e;  a) que os acontecimentos sejam supervenientes ou foram conhecidos pela parte lesada após a conclusão do contrato; b) que a parte lesada não pode, quando da conclusão do contrato, razoavelmente previr os acontecimentos em questão; c) que os acontecimentos escaparam ao controle da parte lesada e; d) que o risco
    destes acontecimentos não foram assumidos pela parte lesada. Fonte: Art. 6.2.2. UNIDROIT. Disponível em: http://www.unidroit.org.

  • Nos contratos internacionais, a cláusula hardship é um mecanismo de preservação do negócio jurídico. Ao prever a possibilidade de mudanças nos planos político, comercial ou legal, a cláusula hardship permite a adaptação do contrato ao novo contexto. Nesse sentido, as partes contratantes podem renegociar os termos do contrato quando a sua execução se torna inútil ou muito onerosa para uma das partes em virtude da mudança política, comercial ou legal que fundamentava o negócio na época de sua conclusão.  


    A alternativa correta é a letra (D).


  • Desenterrando memórias da graduação...

  • Em contratos EXW (ex works), está previsto que o vendedor cumpra a obrigação de entregar as mercadorias quando estas estiverem prontas e disponíveis para o comprador no estabelecimento do vendedor.

    FREE ON BOARD - FOB- O vendedor dá por concluídas as suas obrigações quando a mercadoria transpõe a amurada do navio (ship's rail) no porto de embarque indicado e, a partir daquele momento, o comprador assume todas as responsabilidades quanto a perdas e danos;

    COST AND FREIGHT  - CFR - O vendedor é responsável pelo pagamento dos custos necessários para colocar a mercadoria a bordo do navio, pelo pagamento do frete até o porto de destino designado e pelo despacho para exportação.

    COST, INSURANCE AND FREIGHT - CIF - O vendedor é responsável pelo pagamento dos custos necessários para colocar a mercadoria a bordo do navio, pelo pagamento do frete até o porto de destino designado e pelo despacho para exportação, bem como por  pagar o prémio de seguro do transporte principal. 

    EX WORKS - EXW - A mercadoria é colocada à disposição do comprador no estabelecimento do vendedor, ou noutro local nomeado (fábrica, armazém, etc.), sem estar pronta para exportação ou carregada num qualquer veículo de transporte. 

    FREE CARRIER - O vendedor completa as suas obrigações quando entrega a mercadoria, pronta para a exportação, aos cuidados do transportador internacional indicado pelo comprador .

    Abraços

  • O termo hardship significa na prática contratual internacional a alteração de fatores políticos, econômicos, financeiros, legais ou tecnológicos que causam algum tipo de dano econômico aos contratantes.

    A cláusula de hardship apresenta-se ao direito contratual como instrumento de conservação do negócio jurídico. Trata-se de cláusula de readaptação do contrato, prevendo a renegociação pelos contratantes dos termos contratuais, quando a execução houver se tornado inútil ou demasiado onerosa para uma deles, em vista das modificações imprevistas de circunstâncias que embasaram o negócio. Reveste-se, portanto, de nítida função conservatória do negócio jurídico.

    A cláusula de hardship permitiria que os contratantes estabelecessem quais são os eventos que caracterizariam sua incidência, podendo inclusive excluir expressamente alguns . Permitiria, ainda, estabelecer-se detalhadamente a constatação do evento e os procedimentos para a revisão. Os critérios da imprevisibilidade e da inevitabilidade poderiam ser acrescidos ou diminuídos. Enfim, este tipo de cláusula permitiria grande margem de atuação das partes visando-se à manutenção do vínculo contratual.

    Fonte: http://jus.com.br/artigos/18378/anotacoes-sobre-a-clausula-de-hardship-e-a-conservacao-do-contrato-internacional#ixzz3XERqXa2V

    Postado pelo colega José Bruna na Q494629


ID
217657
Banca
CESGRANRIO
Órgão
BNDES
Ano
2010
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

Entre as cláusulas contratuais tipicamente encontradas nos contratos internacionais de financiamento, NÃO figura a cláusula de

Alternativas
Comentários
  • Respondi por eliminação + chute consciente:

    - Eleição de foro e escolha da lei aplicável são muito comuns em contratos internacionais.
    - Força maior também é muito comum, haja vista que se não estiver expressa no contrato, inclusive com o ROL TAXATIVO das causas de força maior, tal instituto não se aplica nos contratos internaicionais.


    Me restaram a a) e a e). Pensei o seguinte: O enunciado fala em contrato internacional de FINANCIAMENTO. Oras, inadimplemento cruzado tem a ver com financiamento, mas compra e venda não...

    Deu certo! Rs!

    Sorte e chute direcionado contam muito!

    Bons estudos!!!
  • Usei o msm raciocinio!! rs
  • Analisando as alternativas:

    A alternativa A está correta. A cláusula de inadimplemento cruzado é uma das principais medidas usadas pelos bancos internacionais em contratos de financiamento. Esta cláusula afirma que a inadimplência de um empréstimo constitui automaticamente a inadimplência de todos os empréstimos cobertos por essa cláusula.

    A alternativa B está correta. A cláusula de force majeure também está presente em contratos internacionais de financiamento. Na ocorrência de fatos de Força Maior, as partes podem decidir se as obrigações do contrato serão suspensas, executadas parcialmente ou descontinuadas.

    A alternativa C está correta. Em contratos internacionais de financiamento, é possível haver cláusula de eleição de foro. Com base na súmula 335 do STF, é válida a cláusula de eleição de foro para os processos oriundos de contrato. Neste caso, a escolha de foro serviria para fixar o órgão jurisdicional mediador das partes em eventual disputa, no âmbito do direito processual internacional.

    A alternativa D está correta. Quando houver alguma lacuna no contrato, com base nessa cláusula, ele deverá ser submetido às legislações de Direito Internacional Privado dos dois países partes, que deverão indicar qual será a lei aplicável ao caso.

    A alternativa E está incorreta, e por isso, é a resposta certa. A cláusula de buy-or-sell não é utilizada em contratos de financiamento e sim, de arrendamento. Segundo ela, um acionista tem o direito de comprar a parte do outro controlador ou de vender a sua parte. Tem o objetivo de deixar apenas um dos sócios na empresa, em caso de desentendimento.

    RESPOSTA: Alternativa E.

  • Gabarito: E - buy-or-sell (compra ou venda).


ID
359143
Banca
CESGRANRIO
Órgão
Petrobras
Ano
2010
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

Um contrato de compra e venda internacional de mer- cadorias estabelece o preço da mercadoria em dólares norte-americanos FOB Porto do Rio de Janeiro, conforme os INCOTERMS. Os Termos Internacionais de Comércio (INCOTERMS)

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: B

    A expressão “Incoterms
    ” corresponde ao nome pelo qual se designam as regras oficiais da CCI (Câmara de Comércio Internacional / International Chamber of Commercesite
    www.iccwbo.org) para a interpretação de termos comerciais utilizados nos contratos sobre transacções internacionais.

     Foram criados com o objectivo de facilitar o comércio internacional, através da uniformização das regras internacionais para a interpretação dos termos e expressões comerciais mais frequentemente utilizados, tendo a grande vantagem de reduzir os riscos de litígios emergentes de eventuais interpretações contraditórias neste âmbito.

     Estas regras imparciais, objectivas e de carácter uniformizador que constituem a base dos negócios internacionais, são válidas apenas no âmbito das relações contratuais (contrato de compra e venda) estabelecidas entre exportadores e importadores, não produzindo efeitos em relação às demais partes envolvidas (despachantes, seguradoras, transportadores, etc.).

    O âmbito de aplicação dos “Incoterms” é restrito aos direitos e obrigações das partes nos contratos de compra e venda no que respeita à entrega das mercadorias vendidas (bens “corpóreos”), não se aplicando aos “incorpóreos”. Também não se substitui a outros contratos específicos (de transporte, de seguro, de financiamento), tendo, no entanto, reflexos nos mesmos, se as entidades contratantes acordarem sobre a utilização de um determinado “Incoterm”.

     A inclusão dos “Incoterms” em contratos de compra e venda deve mencionar expressamente a versão actual dos mesmos, sob pena de poderem resultar litígios quanto à vontade das partes no que respeita às várias versões existentes. Se as partes quiserem utilizar os “Incoterms 2000” deverão especificar no contrato que o mesmo se rege pelos “Incoterms 2000”.

    Fonte:
    http://www.portugalglobal.pt/PT/Internacionalizar/GuiadoExportador/Paginas/2Incoterms%28TermosdeCom%C3%A9rcioInternacional%29.aspx

  • REPOSTA: LETRA B. 

    Incoterms ou international commercial terms são termos de vendas internacionais, publicados pela Câmara Internacional de Comércio. São utilizados para dividir os custos e a responsabilidade no transporte entre a figura do comprador e do vendedor. São similares a Convenção das Nações Unidas sobre Contratos Internacionais e Convenção das Nações Unidas para a Venda Internacional de Mercadorias. A primeira versão foi introduzida em 1936 e a última atualização em 2000. (Fonte: Wikipedia)


ID
456526
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
TRF - 5ª REGIÃO
Ano
2011
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

Em contratos internacionais, inter-relacionam-se vários sistemas jurídicos; por isso, tais contratos são caracterizados por meio de cláusulas típicas e de uma linguagem comum estabelecida pela Câmara Internacional do Comércio, sendo uma das formas de padronização desses contratos denominada INCOTERMS 1990 (International Rules for Interpretation of Trade Terms). Com base nessa padronização, assinale a opção correta acerca dos contratos de compra e venda internacional.

Alternativas
Comentários
  • De acordo com o Cespe: 
      A questão está correta. Os Incoterms são termos que padronizam os contratos internacionais de compra e venda quanto a certas obrigações do vendedor e do comprador. A opção EX WORKS está correta, pois a sigla significa que o vendedor não é responsável pela ação de carregar as mercadorias no veículo fornecido pelo comprador ou de liberá-las para a exportação. No caso de FOB, o vendedor só cumpre a obrigação quando elas passarem pelo amurada do navio no porto de desembarque designado. 

    No site http://www.comexleistreinamentos.com.br :

     
    FREE ON BOARD - FOB- O vendedor dá por concluídas as suas obrigações quando a mercadoria transpõe a amurada do navio (ship's rail) no porto de embarque indicado e, a partir daquele momento, o comprador assume todas as responsabilidades quanto a perdas e danos;
     
    COST AND FREIGHT  - CFR - O vendedor é responsável pelo pagamento dos custos necessários para colocar a mercadoria a bordo do navio, pelo pagamento do frete até o porto de destino designado e pelo despacho para exportação.

    COST, INSURANCE AND FREIGHT - CIF - O vendedor é responsável pelo pagamento dos custos necessários para colocar a mercadoria a bordo do navio, pelo pagamento do frete até o porto de destino designado e pelo despacho para exportação, bem como por  pagar o prémio de seguro do transporte principal. 

    EX WORKS - EXW - A mercadoria é colocada à disposição do comprador no estabelecimento do vendedor, ou noutro local nomeado (fábrica, armazém, etc.), sem estar pronta para exportação ou carregada num qualquer veículo de transporte. 

    FREE CARRIER - O vendedor completa as suas obrigações quando entrega a mercadoria, pronta para a exportação, aos cuidados do transportador internacional indicado pelo comprador .
     

     

    "E sem saber que era impossível, ele foi lá e fez." (Jean Cocteau) 

     



     
  • No caso de FOB, o vendedor só cumpre a obrigação quando elas passarem pelo amurada do navio no porto de EMBARQUE designado.
    Os INCOTERMS podem ser divididos, para fins didáticos, em 4 grupos: E, F, C e D, referentes às inciais de cada contrato. A responsabilidade do vendedor aumenta gradativamente do contrato que inicia com a letra E (Ex Works) até os do "grupo D" (Delivered at Frontier,  Delivered Ex Ship, Delivered Ex Quay, Delivery Duty Unpaid e Delivery Duty Paid).

  • a) ERRADA  COMO JUSTIFICADO ACIMA PELO MEU XARÁ. b) ERRADA -  No contrato CFR (cost and freight), prevê-se que o comprador (VENDENDOR) pague os custos e o frete necessários para trazer as mercadorias ao porto de destino.  c) ERRADA - No contrato do tipo CIF (cost, insurance and freight), prevê-se que o comprador (VENDEDOR) pague os custos, o frete e o seguro necessários para o transporte das mercadorias ao porto de destino. d) CORETA -   e) ERRADA - O contrato FCA (free carrier) prevê que o vendedor cumpra a obrigação de entregar as mercadorias antes da liberação para exportação, cujos custos devem ser assumidos pelo comprador (PELO EXPORTADOR INTERNACIONAL INDICAD PELO COMPRADOR).
  • Galera, penso que a letra "E" está errada pelo fato de que o VENDEDOR tem de entregar a mercadoria JÁ DESEMBARAÇADA para a exportação, não "antes da liberação para exportação" como diz a assertiva.

    Pelo que consegui entender dos incoterms, no caso do FCA, na minha opinião, os custos serão sim assumidos pelo comprador!

    Para quem quiser ver todos os incoterms mais detalhadamente: http://www.camex.gov.br/legislacao/interna/id/772

    Abraços!
  • GABARITO LETRA: D

    Em contratos EXW (ex works), está previsto que o vendedor cumpra a obrigação de entregar as mercadorias quando estas estiverem prontas e disponíveis para o comprador no estabelecimento do vendedor.


ID
513898
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
OAB
Ano
2009
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

Constitui objetivo da Organização Mundial do Comércio

Alternativas
Comentários
  • "A OMC, Organização Mundial do Comércio, sediada em Genebra, Suíça, tem como missão facilitar, ampliar e estabelecer as “regras do comércio” entre seus 150 Estados membros (junho/2007). Para isso, a organização busca a liberalização do comércio, atuando também como um fórum para que representantes de diferentes governos discutam acordos e resolvam possíveis disputas comerciais."
    FONTE: http://www.mundovestibular.com.br/articles/6505/1/OMC---Organizacao-Mundial-do-Comercio/Paacutegina1.html

  • A OMC foi criada em 1995 como resultado da Rodada Uruguai do GATT (Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio). O GATT é anterior à Conferência de Bretton Woods em 1948 e faz parte do projeto de liberação econômica do comércio internacional. É um acordo entre Estados. Já a OMC é uma organização que, por sua vez, possui personalidade jurídica e é constituída por membros. 

    Constituem objetivos primordiais da OMC a elevação dos níveis de vida, pleno emprego, expansão da produção e do comércio de bens e serviços, proteção do meio ambiente e a necessidade de realizar esforços positivos para assegurar uma participação mais efetiva dos países em desenvolvimento no comércio internacional.

    Visa garantir o cumprimento das normas que regulam o comércio internacional e é dotada de um sistema de solução de controvérsias em matéria de comércio internacional. 
  • A alternativa (A) está incorreta, uma vez que fornecer recursos monetários para incentivar o desenvolvimento econômico não é um objetivo da OMC. Isso é função de algumas instituições financeiras, como o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento.
    A alternativa (B) está errada, pois, dentre os objetivos da OMC, não se encontra a criação de zonas francas, que são geralmente criadas pelos governos para impulsionar o desenvolvimento de determinadas regiões.
    A alternativa (C) está errada, porque facilitar o empréstimo monetário internacional é competência de algumas instituições financeiras, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), e não da OMC.
    A alternativa (D) está correta. A OMC tem como principal objetivo a liberalização do comércio mundial, servindo como foro de diálogo e negociação para os países membros. Nesse sentido, a organização tem como objetivos secundários questões que interferem na liberalização do comércio, como, por exemplo, solucionar controvérsias sobre tarifas do comércio internacional. Para isso, a OMC conta com o Órgão de Solução de Controvérsias (OSC), que faz parte de um complexo sistema de solução de controvérsias no seio da organização.

ID
569401
Banca
CESGRANRIO
Órgão
Petrobras
Ano
2010
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

O conjunto de regras internacionais, publicado pela Câmara de Comércio Internacional (CCI), consolida a interpretação dos termos mais usados no comércio exterior, conhecidos como Incoterms. De acordo com essas regras, o único termo que contempla qualquer modo de transporte é o

Alternativas
Comentários
  • GABARITO d) CIP (Carriage and Insurance Paid to).

  • FOB- 
    VENDEDOR: Carregar o navio especificado pelo comprador com as mercadorias
    COMPRADOR: Indicar a empresa de transporte marítimo e pagar o frete


    DEQ-
    VENDEDOR: Contratar e pagar o transporte e o seguro até o porto de destino. Entregar a mercadoria no cais do porto
    COMPRADOR: Arcar com os custos de desembaraço no porto de destino.

    CFR-
    VENDEDOR: Celebrar o contrato de transporte, pagar o frete e carregar os produtos no navio
    COMPRADOR: Desembarcar a mercadoria no porto de destino. Contratar e pagar o seguro da mercadoria.

    CIP-
    VENDEDOR: Semelhante à cláusula CFR, acrescida dos custos de contratação do seguro. Aplicável a todos os tipos de transporte.
    COMPRADOR: Desembarcar a mercadoria no local de destino

    CIF-
    VENDEDOR: A mesma que a da cláusula CFR, acrescido o custo do seguro
    COMPRADOR: Desembarcar a mercadoria no porto de destino
  • Entre os termos elencados nos itens, o único que contempla qualquer forma de transporte, inclusive multimodal, é o CIP -Carriage and Insurance Paid to. Neste caso, o frete é pago pelo vendedor até o destino convencionado, incluindo o pagamento de seguro; os riscos e danos passam para a responsabilidade do comprador no momento em que o transportador assume a custódia das mercadorias.
    A resposta correta é a letra D. 




ID
596212
Banca
PGR
Órgão
PGR
Ano
2011
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

A CHAMADA "CLÁUSULA CALVO" (ASSIM DESIGNADA EM HOMENAGEM A JURISTA ARGENTINO), USUAL EM CONTRATOS INTERNACIONAIS DE CONCESSÃO DE ESTADOS SUL E CENTRO-AMERICANOS COM EMPRESAS ESTRANGEIRAS,

Alternativas
Comentários
  • A Cláusula Calvo
    Carlos Calvo era ministro das relações exteriores da Argentina e, em 1868, estabeleceu que, para os estrangeiros, assim como para os nacionais, as cortes locais deveriam ser a única via de recurso contra atos da administração. 3 Significa que os Estados não deveriam se prontificar a conceder o endosso. Os nacionais que se sentissem lesados deveriam, por força dessa cláusula, abrir mão de invocar seus Estados de origem para assisti-los, e tais Estados deveriam recusar a proteção diplomática.
    Especialmente as empresas: de acordo com essa cláusula, elas não podem pedir apoio ao seu Estado de origem. Nacionalidade de empresa é um entendimento metafórico, claro. A empresa não poderia pedir, portanto, a proteção diplomática. As empresas podem assinar uma cláusula abrindo mão da proteção diplomática em momento de dificuldade. No fundo, isso é uma discussão muito interessante porque hoje em dia as empresas e grandes investidores em geral assinam, quando contratam os Estados, cláusulas de arbitragem. E não são jurisdições nacionais nem dos Estados de origem deles que dirimirão os eventuais conflitos. Isso hoje em dia. Mas essa cláusula já gerou muito debate porque a proteção diplomática não surgiu para proteger o indivíduo desamparado que vive no outro Estado, mas para as grandes corporações. Em geral elas saíam dos EUA e Europa e se instalavam em países em desenvolvimento. Quando havia problemas, elas iam “para baixo da saia” de seus Estados de origem.
  • Gabarito: letra "C"

     visa a afastar o direito de outros Estados à proteção de seus nacionais e das empresas de sua nacionalidade em tudo que decorrer da aplicação do contrato;


ID
603118
Banca
CESGRANRIO
Órgão
Petrobras
Ano
2011
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

Na compra e venda internacional de mercadorias, é comum fazer referência aos Incoterms – Termos Comerciais Internacionais para determinar componentes de preço e responsabilidades dos contratantes.

Os Incoterms

Alternativas
Comentários

  • A matéria INCOTERMS cai basicamente em toda prova de sociedade de economia mista organizada pela CESGRANRIO.

    Os INCOTERMS surgiram por meio da Câmara de Comércio Internacional (em Paris), em 1936, e é atualizada até hoje.

    Os INCOTERMS é um exemplo de lex mercatoria. Há grande divergência na doutrina quanto a natureza jurídica da lex mercatoria. Mas isso merece um estudo a parte.

  • Os Incoterms (International Commercial Terms) servem para definir, dentro da estrutura de um contrato de compra e venda internacional, os direitos e obrigações recíprocos do exportador e do importador, estabelecendo um conjunto-padrão de definições e determinando regras e práticas neutras, como por exemplo: onde o exportador deve entregar a mercadoria, quem paga o frete, quem é o responsável pela contratação do seguro.

    Enfim, os Incoterms têm esse objetivo, uma vez que se trata de regras internacionais, imparciais, de caráter uniformizador, que constituem toda a base dos negócios internacionais e objetivam promover sua harmonia.

    Na realidade, não impõem e sim propõem o entendimento entre vendedor e comprador, quanto às tarefas necessárias para deslocamento da mercadoria do local onde é elaborada até o local de destino final (zona de consumo): embalagem, transportes internos, licenças de exportação e de importação, movimentação em terminais, transporte e seguro internacionais etc. 

    Após agregados aos contratos de compra e venda, os Incoterms passam a ter força legal, com seu significado jurídico preciso e efetivamente determinado. Assim, simplificam e agilizam a elaboração das cláusulas dos contratos de compra e venda.

    Categorias de incoterms: http://www.aprendendoaexportar.gov.br/informacoes/incoterms2.htm

    Tipos de incoterms: http://www.aprendendoaexportar.gov.br/informacoes/incoterms_quadro.htm

    Os Incoterms 2010 foram discriminados pela International Chamber of Commerce (ICC), em sua Publicação Nº 715E, de 2010. A Resolução Camex nº 21, de 07 de abril de 2011 relaciona os códigos que deverão ser adotados para fins de identificação de venda praticada, nos documentos e registros de controle dos órgãos da Administração Federal.  (site do MDIC)

  • RESPOSTA: LETRA B. 

    Incoterms ou international commercial terms são termos de vendas internacionais, publicados pela Câmara Internacional de Comércio. São utilizados para dividir os custos e a responsabilidade no transporte entre a figura do comprador e do vendedor. São similares a Convenção das Nações Unidas sobre Contratos Internacionais e Convenção das Nações Unidas para a Venda Internacional de Mercadorias. A primeira versão foi introduzida em 1936 e a última atualização em 2000. (Fonte: Wikipedia)

  • Os INCOTERMS definem os direitos e obrigações de importadores e exportadores no âmbito de um contrato de compra e venda internacional. Não são definidos por meio de tratado internacional, de modo que não é pertinente falar em ratificação. Eles foram publicados pela Câmara de Comércio Internacional (CCI), que é uma organização importante para a economia mundial, uma vez que cria regras, mecanismos e padrões que são usados todos os dias no comércio mundial desde sua criação, em 1919. A CCI não é uma organização internacional, considerando que esse termo é utilizado para designar organizações intergovernamentais (em que os membros são Estados). Os INCOTERMS são, de fato, um exemplo da Nova Lex Mercatoria, que se trata de um direito criado pelo comércio internacional, em que se verificam a autonomia da vontade e a liberdade para escolher a lei aplicável como principais características. Dessa forma, a alternativa correta é a letra (B). 

ID
748369
Banca
ESAF
Órgão
MDIC
Ano
2012
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

A aprovação dos resultados da Rodada Uruguai, em 1995, envolveu novos acordos no âmbito do sistema multilateral do comércio. Um dos acordos obrigatórios para os Membros da OMC, e que estabelece regras sobre medidas governamentais relativas aos investimentos estrangeiros relacionados ao comércio de bens, que violem o Artigo III (tratamento nacional) e/ou o Artigo XI (eliminação de restrições quantitativas) do GATT, recebeu a denominação de:

Alternativas
Comentários
  • Letra A – INCORRETAO Acordo Geral sobre o Comércio em Serviços é um dos mais de 20 acordos comerciais administrados e impostos pela Organização Mundial de Comércio (OMC, ou WTO na sigla em inglês). O GATS foi estabelecido em 1994, na conclusão do ciclo de debates do "Ciclo Uruguaio" do GATT (General Agreement on Tariffs and Trade. ou Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio), que conduziu à criação da OMC.
    O GATS foi um dos acordos comerciais adotados para inclusão na criação da OMC, em 1995. As negociações deviam começar cinco anos depois com o objetivo de aumentar progressivamente o nível de liberalização [comercial]. Estas conversações tiveram seguimento conforme o programado em Fevereiro de 2000.
    O mandato do GATS é a “liberalização do comércio de serviços”. Isso significa o desmantelamento das barreiras estatais em relação à privatização dos serviços públicos. O seu objetivo é tornar impossível aos Estados administrarem os serviços públicos numa base não lucrativa, sem a participação das companhias privadas. O GATS permitirá à Organização Mundial de Comércio OMC restringir a atuação do Estado sobre o serviço público, através de um conjunto de condicionamentos legalmente vinculativos. Qualquer desobediência por parte do governo às regras da OMC implicará sanções.

    Letra B –
    INCORRETA Para os fins do Acordo, o licenciamento de importações será definido como os procedimentos administrativos utilizados na operação de regimes de licenciamento de importações que envolvem a apresentação de um pedido ou de outra documentação (diferente daquela necessária para fins aduaneiros) ao órgão administrativo competente, como condição prévia para a autorização de importações para o território aduaneiro do Membro importador.
     
    Letra C –
    INCORRETAO Acordo Geral sobre o Comércio em Serviços (GATS) é o primeiro conjunto de regras multilaterais que regem o comércio internacional de serviços. Negociado na Rodada Uruguai, foi desenvolvido em resposta ao enorme crescimento da economia de serviços nos últimos 30 anos e o maior potencial de serviços comerciais provocada pela revolução das comunicações. A Rodada Uruguai foi apenas o começo. GATS requer mais negociações. O objetivo é levar o processo de liberalização, aumentando o nível de compromissos na agenda.
  • continuação ...

    Letra D –
    CORRETAO Acordo sobre Medidas de Investimento Relacionadas ao Comércio, mais conhecido por Acordo Trims, acrônimo derivado da designação em língua inglesa, é um dos tratados a regular o regime jurídico da OMC (Organização Mundial do Comércio). Nele, os países desenvolvidos inseriram, para vedá-las, as medidas de apoio ao crescimento econômico usadas pelos países em desenvolvimento. Assim, o Acordo Trims veda: a necessidade de participação de capital nacional em qualquer empreendimento; a necessidade de licenciamento a empresa local; as restrições quanto a remessas monetárias; as restrições quanto a câmbio de moedas; as restrições quanto a vendas domésticas; as obrigações quanto a conteúdo local; as obrigações quanto a necessidade de exportação; e os requisitos de substituição a importações.
    O Acordo dispõe no Artigo 2- Tratamento Nacional e Restrições Quantitativas - 1. Sem prejuízo de outros direitos e obrigações sob o GATT 1994, nenhum Membro aplicará qualquer TRIM incompatível com as disposições do Artigo III ou do Artigo XI do GATT 1994.
     
    Letra E –
    INCORRETAO Acordo sobre os Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio (ADPIC) – Agreement on Trade-Related Aspects of Intellectual Property Rights (TRIPS) – entrou em vigor em 1995 no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC). O TRIPS obriga os países-membros da OMC a adotar padrões mais rigorosos de proteção patentária, e, consequentemente, encarece o acesso às inovações tecnológicas, inclusive no setor farmacêutico.

ID
748372
Banca
ESAF
Órgão
MDIC
Ano
2012
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

O acordo sobre a implementação do artigo VI, do Acordo Geral Sobre Tarifas e Comércio de 1994, denominado Acordo Anti-dumping, estipula regras para a aplicação dessa medida entre os Membros da OMC. Sobre o Acordo Anti-dumping, pode-se afirmar que:

Alternativas
Comentários
  • Letra A – CORRETAArtigo 14, § 2º: No tocante ao volume das importações objeto dedumping , levar-se-á em conta se este não é insignificante e se houve aumento substancial das importações nessas condições, tanto em termos absolutos, quanto em relação à produção ou ao consumo no Brasil.
    E complementa o § 8º: O exame do impacto das importações objeto de dumping sobre a indústria doméstica incluirá avaliação de todos os fatores e índices econômicos pertinentes, que tenham relação com a situação da referida indústria, inclusive queda real ou potencial das vendas, dos lucros, da produção da participação no mercado, da produtividade, do retorno dos investimentos ou da ocupação da capacidade instalada, além de fatores que afetem os preços domésticos, a amplitude da margem de dumping e os efeitos negativos reais ou potenciais sobre fluxo de caixa, estoques, emprego, salários, crescimento, capacidade de captar recursos ou investimentos.

    Letra B –
    INCORRETAArtigo 17: Para os efeitos deste Decreto, o termo "indústria doméstica" será entendido como a totalidade dos produtores nacionais do produto similar, ou como aqueles, dentre eles, cuja produção conjunta constitua parcela significativa da produção nacional total do produto.
     
    Letra C –
    INCORRETAArtigo 18: Com exceção do disposto no art. 24, a investigação, para determinar a existência, o grau e o efeito de qualquer alegação de dumping, será solicitada pela indústria doméstica ou em seu nome por meio de petição, formulada por escrito, de acordo com roteiro elaborado pela SECEX.
    Artigo 24:Em circunstâncias excepcionais, o Governo Federal, ex offício, poderá abrir a investigação, desde que haja elementos de prova suficientes da existência de dumping, de dano e do nexo causal entre eles, que justifiquem a abertura. O governo do país interessado será notificado da existência desses elementos de prova, antes da abertura da investigação.
    Vemos, por conseguinte, que não há previsão de participação de governo estrangeiro nas investigações.
     
    Letra D –
    INCORRETAArtigo 28: Informação que seja sigilosa por sua própria natureza, ou seja, fornecida em base sigilosa pelas partes de uma investigação será, desde que bem fundamentada, tratada como tal e não será revelada sem autorização expressa da parte que a forneceu. As informações classificadas como sigilosas constituirão processo em separado.
     
    Letra E –
    INCORRETAArtigo 34: Medidas antidumping provisórias somente poderão ser aplicadas se: [...] IV - houver decorrido pelo menos sessenta dias da data da abertura da investigação.
     
    Todos os artigos são do Decreto 1.602/95.
  • a) Afirmativa certa. A determinação de dano será baseada em elementos de prova e incluirá o exame objetivo do volume das importações objeto de dumping, dos efeitos das importações objeto de dumping sobre os preços do produto similar no mercado brasileiro, e consequente impacto de tais importações sobre a indústria doméstica.

    b) Afirmativa incorreta. Considera-se como indústria doméstica a totalidade de produtores nacionais de produto similar ao importado, ou aqueles cuja produção conjunta constitua parcela significativa da produção nacional total da mercadoria em análise.

    c) Afirmativa incorreta. Os governos estrangeiros poderão participar da investigação como parte interessada, assim como os produtores ou exportadores estrangeiros que exportaram para o Brasil o produto objeto da investigação. Não há a exclusividade na representação do governo estrangeiro.

    d) Afirmativa incorreta. Caso as informações prestadas pelas partes interessadas sejam identificadas como confidenciais, desde que o pedido seja devidamente justificado, elas não poderão ser reveladas sem autorização expressa da parte que a forneceu.

    e) Afirmativa incorreta. As medidas antidumping, mesmo as provisórias, somente poderão ser aplicadas após a abertura da investigação.

    Gabarito: A


ID
748375
Banca
ESAF
Órgão
MDIC
Ano
2012
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

Sobre a participação dos Membros na Organização Mundial do Comércio, pode-se afirmar que:

Alternativas
Comentários
  • Letra A – INCORRETA A China aderiu à OMC em 2001. Ao entrar na OMC, a China comprometeu-se a liberalizar seu mercado, de modo a integrar-se ao sistema multilateral de comércio. O Protocolo de Acesso à OMC, entretanto, não reconheceu a China como economia de mercado de imediato. Pelo contrário, o artigo 15 (a) do Protocolo prevê que os Membros podem utilizar tanto a metodologia aplicada a países de economia de mercado quanto a metodologia aplicada a países que não o são, nos casos de investigação de prática de dumping que envolvam produtos chineses.
    O mesmo artigo 15, entretanto, em seu inciso (d) estabelece que essa faculdade terá duração de 15 anos, a contar da data da acesso da China à Organização, ou seja, até 11 de dezembro de 2016. Outra possibilidade permitida pelo Protocolo é que os Membros da OMC, isoladamente, reconheçam a China como economia de mercado por meio de legislação interna.

    Fonte: http://ictsd.org/i/news/4416/

    Letra B – INCORRETA As Notas Explicativas do Artigo XV, 6, estabelecem: Entende-se que os termos ‘país’ e “países” tais como utilizados no presente Acordo e nos Acordos Multilaterais de Comércio incluem quaisquer territórios aduaneiros autônomos dos membros da OMC.
    No caso de um território aduaneiro autônomo de um Membro da OMC, quando uma expressão no presente Acordo ou nos acordos Multilaterais de Comércio for qualificada pelo termo ''nacional'' tal expressão será entendida como pertencente àquele território aduaneiro, salvo especificação em contrario.
     
    Letra C –
    INCORRETA – Artigo II, 3: Os acordos a os instrumentos legais conexos incluídos no anexo 4 (denominados a seguir “Acordos Comerciais Plurilaterais”) também formam parte do presente acordo para os Membros que os tenham aceito e são obrigatórios para estes. Os Acordos Comerciais Plurilaterais não criam obrigação nem direitos para os Membros que não os tenham aceitado.
     
    Letra D –
    CORRETA – Artigo X, 8: Qualquer Membro da OMC poderá propor a alteração das disposições dos Acordos Multilaterais de Comércio contidos nos Anexos 2 e 3 mediante apresentação de proposta nesse sentido à Conferência Ministerial. A decisão de aprovar as alterações ao Acordo Multilateral de Comércio contido no Anexo 2 deverá ser tomada por consenso e tais alterações vigorarão para todos os Membros quando da aprovação pela Conferência Ministerial. As decisões de aprovar alterações no Anexo 3 vigorarão para todos os Membros quando de sua aprovação pela Conferência Ministerial.
    ANEXO 3: Mecanismo de Exame de Políticas Comerciais.
  • continuação ...

    Letra E –
    INCORRETA (segundo o gabarito preliminar)Artigo X, 1: Qualquer Membro da OMC poderá propor a alteração das disposições do presente Acordo ou dos Acordos Multilaterais de Comércio no Anexo 1 mediante apresentação de tal protesta à Conferência Ministerial.
    ANEXO 1: Acordo Geral de Tarifas e Comércio de 1994.
    Ora, se qualquer membro pode ter a iniciativa de propor alteração dos acordos multilaterais de bens, serviços e Propriedade Intelectual (Anexo 1), é correto dizer que podem propor a alteração das disposições dos acordos da Rodada Uruguai, pois este anexo representa a maior parte dos resultados desta Rodada.
     
    Todos os artigos são do ACORDO CONSTITUTIVO DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE COMÉRCIO.

ID
792829
Banca
ESAF
Órgão
Receita Federal
Ano
2012
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

O art. 76 da Lei n. 10.833, de 29 de dezembro de 2003, dispõe acerca das sanções que os intervenientes nas operações de comércio exterior ficam sujeitos. Para efeito do disposto no referido artigo, considera-se interveniente, exceto:

Alternativas
Comentários
  • Questão muito fácil. Afinal, todos os que têm relação, direta ou indireta, com a operação de comércio exterior são considerados intervenientes. Isso inclui o ajudante de despachante. Gabarito: letra A.
    A lista de intervenientes está no RA, artigo 735, § 2º.

    INTERVENIENTES E ANUENTES NO COMÉRCIO EXTERIOR
    Importador no  Brasil, Importador no exterior, Exportador para o exteriorExportador no exterior
    4) INTERVENIENTE NO TRANSPORTE: Transportador internacional
    4.1.1 - Aéreo 4.1.2 – Marítimo –4.1.3 – Terrestre- 4.1.4 – Ferroviário –4.1.5 – Lacustre –– Fluvial
    5) INTERVENIENTE COMO DEPOSITÁRIOS: DE ZONA 5.1.1 – Aéreo5.1.2 – Marítimo
    5.1.3 – Terrestre5.1.4 – Ferroviário5.1.5 - Lacustre5.1.6 – Fluvial6.2
    DEPOSITÁRIO DE ZONA SECUNDÁRIA:
    NA IMPORTAÇÃO E NA EXPORTAÇÃO6.2.1.1  - Concessionário de PORTO SECO –6.2.1.1.1  - Concessonário de ENTREPOSTO ADUANEIRO 6.2.1.1.2 – Concessionário de DAC – DEPÓSITO CERTIFICADO ALFANDEGADO. 6.2.2 –
    SOMENTE NA EXPORTAÇÃO6. 2.2.1 – Concessionário de REDEX.
    7) INTERVENIENTES NO DESEMBARAÇO ADUANEIRO7.1 -  O despachante Aduaneiro e seu Ajudante7.2 – O próprio importador ou exportador –7.3 – O depositário –7.4 – O OTM –Operador de Transporte Multimodal – unicamente em relação à mercadoria que transporta.
    Ó  R  G  à O  S             A  N  U  E  N  T  E  S
    8. O QUE QUER DIZER ANUENTE
     O Dicionário Aurélio nos ensina que ANUIR é “Dar consentimento, aprovação; estar de acordo; condescender, assentir, consentir: A DECEX entende ser órgão anente e não interveniente, como a SECEX a que se subordina, conforme quadro que delineou com os diversos órgãos anuentes.   Este quadro esgotaria o rol de anuentes, entretanto achamos por bem destacar alguns deles:9 . ANVISA10. VIGIAGRO11. IBAMA
  • Conforme o §2º do art. 76, consideram-se intervenientes nas operações de comércio exterior: o importador, o exportador, o beneficiário de regime aduaneiro ou de procedimento simplificado, o despachante aduaneiro e seus ajudantes, o transportador, o agente de carga, o operador de transporte multimodal, o operador portuário, o depositário, o administrador de recinto alfandegado, o perito ou qualquer outra pessoa que tenha relação, direta ou indireta, com a operação de comércio exterior.
    A resposta correta é a letra A. 

ID
839074
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
ANAC
Ano
2012
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

Acerca de atos internacionais e organizações internacionais, julgue os itens subsecutivos.


Embora somente os membros do Órgão de Solução de Controvérsias da Organização Mundial do Comércio tenham capacidade postulatória perante o órgão, qualquer ator privado pode participar no contencioso como amicus curiae (amigo da corte).

Alternativas
Comentários
  • Correto,

    Qq ator privado pode participar.

    A OMC possibilita a participação de atores privados no contencioso, como amici curiae. Não se trata de uma possibilidade expressa nos acordos da OMC, mas de um entendimento construído pelo Órgão de Solução de Controvérsias, a partir da provocação em diferentes casos concretos, dos quais se partiu de uma postura proibitiva para uma postura permissiva. A possibilidade é aberta a qualquer ator não estatal. Não se trata de uma faculdade dada às ONGs apenas e, por isso, preferimos a expressão “não estatal” em relação a “não governamental”. Qualquer indivíduo, empresa, ONG ou outro pode preparar uma petição e encaminhar ao OSC, para ajudá-lo a resolver um caso concreto, como amigo da Corte (amicus curiae).

    Fonte: Marcelo Varella, DIP - 2012
  • para entender a questão você pode elaborar o presente raciocínio lógico: 

    A OMC é organização mundial do Comércio. O Comércio é exercido por pessoas jurídicas de direito privado, então a lógica é que se aceite  pluralizar o debate das questões com os amici curiae privados. 
  • Não entendi o qualquer. Eu posso ir lá me habilitar???

  • Também  fiquei na dúvida  quanto a "qualquer ator privado"... Em meu raciocínio  inclui pessoas físicas.


ID
864199
Banca
CESGRANRIO
Órgão
BNDES
Ano
2008
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

Os Incoterms aprovados pela Câmara de Comércio Internacional podem ser agrupados em quatro categorias básicas diferentes, identificadas pela primeira letra dos respectivos termos, quais sejam “E”, “F”, “C” ou “D”.

Os termos do grupo “C” caracterizam-se por obrigar o vendedor a contratar o transporte das mercadorias às suas próprias expensas, sendo eles:

I - CFR
II - CIF
III - CPT
IV - CIP

Desse grupo, impõe(m) ao vendedor o ônus de providenciar e arcar com os custos do seguro APENAS o(s) termo(s)

Alternativas
Comentários
  • Resposta: Letra (D)

    CFR, Custo e frete (porto de destino designado)

    O exportador deve entregar a mercadoria no porto de destino escolhido pelo importador. As despesas de transporte ficam, portanto, a cargo do exportador. O importador deve arcar com as despesas de seguro e de desembarque da mercadoria. A utilização desse termo obriga o exportador a desembaraçar a mercadoria para exportação e utilizar apenas o transporte marítimo ou hidroviário interior.Seguro Facultativo.

    CIF, Custo, seguro e frete (porto de destino designado)

    Modalidade equivalente ao CFR, com a diferença de que as despesas de seguro ficam a cargo do exportador. O exportador deve entregar a mercadoria a bordo do navio, no porto de embarque, com frete e seguro pagos. A responsabilidade do exportador cessa no momento em que o produto cruza a amurada do navio no porto de destino. Esta modalidade só pode ser utilizada para transporte marítimo ou hidroviário interior.Seguro Internacional Obrigatório.

    CPT, Porte pago até (local de destino designado)

    Como o CFR, esta condição estipula que o exportador deverá pagar as despesas de embarque da mercadoria e seu frete internacional até o local de destino designado. Dessa forma, o risco de perda ou dano dos bens, assim como quaisquer aumentos de custos são transferidos do exportador para o importador, quando as mercadorias forem entregues à custódia do transportador. Este INCOTERM pode ser utilizado com relação a qualquer meio de transporte.

    CIP, Porte e seguro pagos até (local de destino designado)

    Adota princípio semelhante ao CPT. O exportador, além de pagar as despesas de embarque da mercadoria e do frete até o local de destino, também arca com as despesas do seguro de transporte da mercadoria até o local de destino indicado. O CIP pode ser utilizado com qualquer modalidade de transporte, inclusive multimodal.

    Fonte: Incoterms - Wikpédia.

  • CIF e CIP

    CIF

    Cost, Insure and Freight (Custo, Seguro e Frete)

    CIP

    Carriage and Insurance Paid To (carregamento e seguro pago até)

    Macete = o "I" significa Insurance/insure (seguro). Os referidos inconterms são os únicos que abrangem o seguro (insurance = "I"). 


ID
867532
Banca
FCC
Órgão
TRT - 1ª REGIÃO (RJ)
Ano
2012
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

Em relação a OMC e a proteção do trabalho desenvolvido no comércio internacional, é correto afirmar:

Alternativas
Comentários
  • Letra A – INCORRETA O comércio internacional com preços cada vez mais competitivos refletem diretamente nas normas de proteção ao trabalhados.Uma das justificativas para a imposição de restrições comerciais mais discutidas na OMC é a proteção contra as chamadas práticas desleais de comércio (dumping e subsídios).

    Letra B –
    INCORRETAA cláusula social é, em suma, uma tentativa de abrandar os efeitos do selvagerismo advindo da alta competitividade do sistema capitalista, impondo o respeito a direitos e condições básicas do trabalhador, que de outro modo estaria entregue a uma incontrolável exploração. Assim, por meio da cláusula social, inserir-se-ia em tratados comerciais a imposição de padrões trabalhistas, assegurando uma existência minimamente digna ao trabalhador.
     
    Letra C –
    CORRETADumping social consiste na redução dos custos do negócio a partir da eliminação de direitos trabalhistas. A prática de dumping social resulta em concorrência desleal, já que coloca, quem adota a prática, em vantagem competitiva em relação aos seus concorrentes.
     
    Letra D –
    INCORRETAA cláusula social é, em suma, uma tentativa de abrandar os efeitos do selvagerismo advindo da alta competitividade do sistema capitalista, impondo o respeito a direitos e condições básicas do trabalhador, que de outro modo estaria entregue a uma incontrolável exploração. Assim, por meio da cláusula social, inserir-se-ia em tratados comerciais a imposição de padrões trabalhistas, assegurando uma existência minimamente digna ao trabalhador.
     
    Letra E –
    INCORRETADumping social consiste na redução dos custos do negócio a partir da eliminação de direitos trabalhistas. A prática de dumping social resulta em concorrência desleal, já que coloca, quem adota a prática, em vantagem competitiva em relação aos seus concorrentes.
  • A - ERRADA - As práticas internacionais do comércio estão diretamente ligadas ao tema da proteção internacional do trabalho, pois foram criados mecanismos para se evitar práticas (ex: Dumping social) prejudiciais aos trabalhadores. Dentre esses mecanismos temos a cláusula social.


    B - ERRADA - A cláusula social procura refletir padrões trabalhistas mínimos em tratados comerciais internacionais, com a finalidade de reduzir a exploração do trabalhador. Ex: cláusula contra a escravidão, a discriminação, o trabalho infantil.

    C - CORRETA 


    D - ERRADA - A cláusula social procura refletir padrões trabalhistas mínimos em tratados comerciais internacionais.


    E - ERRADA - Convencionou-se chamar "dumping social" a competitividade desleal de produtos mais baratos provenientes de países que remuneram mal seus trabalhadores e não lhes asseguram um mínimo de direitos sociais.


ID
898042
Banca
CESGRANRIO
Órgão
BNDES
Ano
2013
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

Um contrato de empréstimo, entre uma empresa brasileira e um Banco estrangeiro, por meio de sua subsidiária nas Ilhas Cayman, foi concluído no Brasil. O contrato prevê que uma parte dos pagamentos sejam feitos, em reais, no Brasil, e a outra parte, em dólares norte-americanos, nos Estados Unidos.

De acordo com a legislação em vigor, essa obrigação contratual

Alternativas
Comentários
  • AGRAVO REGIMENTAL. DEFICIÊNCIA NA FORMAÇÃO DO INSTRUMENTO. AUSÊNCIA DE CÓPIA DA PROCURAÇÃO OUTORGADA AO SUBSCRITOR DAS CONTRA-RAZÕES AO RECURSO ESPECIAL. ALEGAÇÃO DE JUNTADA DE CÓPIA INTEGRAL DOS AUTOS ORIGINAIS. INSUFICIÊNCIA. CONTRATAÇÃO EM DÓLAR. PAGAMENTO EM MOEDA NACIONAL, POR PESSOA JURÍDICA COM SEDE NO EXTERIOR. POSSIBILIDADE. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. INAPLICABILIDADE. INEXISTÊNCIA DE DESTINATÁRIO FINAL NO CONTRATO FIRMADO ENTRE AS PESSOAS JURÍDICAS.1. A alegação de juntada de cópia integral dos autos é insuficiente para a comprovação de que a peça obrigatória não consta dos autos originais, devendo esta circunstância ser atestada por meio de certidão emitida por órgão competente. Precedentes.2. É legítimo o contrato celebrado em dólar, desde que o pagamento se efetive pela conversão em moeda nacional. Precedentes.3. O art. 2º, IV, do Decreto-Lei 857/69 autoriza o pagamento em moeda estrangeira no que toca "aos empréstimos e quaisquer outras obrigações cujo credor ou devedor seja pessoa residente e domiciliada no exterior".4. "A relação de consumo existe apenas no caso em que uma das partes pode ser considerada destinatária final do produto ou serviço. Na hipótese em que produto ou serviço são utilizados na cadeia produtiva, e não há considerável desproporção entre o porte econômico das partes contratantes, o adquirente não pode ser considerado consumidor e não se aplica o CDC, devendo eventuais conflitos serem resolvidos com outras regras do Direito das Obrigações" (REsp 836.823/PR, Rel. Min. SIDNEI BENETI, Terceira Turma, DJ de 23.08.2010).5. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.
     
    (1341225 RS 2010/0149514-0, Relator: Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, Data de Julgamento: 16/11/2010, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 01/12/2010)
  • CORRETA a alternativa “D
     
     Artigo 1º: São nulos de pleno direito os contratos, títulos e quaisquer documentos, bem como as obrigações que exequíveis no Brasil, estipulem pagamento em ouro, em moeda estrangeira, ou, por alguma forma, restrinjam ou recusem, nos seus efeitos, o curso legal do cruzeiro.
     
    Artigo 2º: Não se aplicam as disposições do artigo anterior: [...] IV - aos empréstimos e quaisquer outras obrigações cujo credor ou devedor seja pessoa residente e domiciliada no exterior, excetuados os contratos de locação de imóveis situados no território nacional.
     
    Os artigos são do Decreto-Lei nº 857/69.
  • Um dos diplomas legais que regulamenta questões sobre moeda de pagamento de obrigações exequíveis no Brasil é o Decreto-Lei 857/69. Em seu artigo 1º, ele prevê que, regra geral, os contratos não podem prever pagamento em moeda estrangeira: “São nulos de pleno direito os contratos, títulos e quaisquer documentos, bem como as obrigações que exequíveis no Brasil, estipulem pagamento em ouro, em moeda estrangeira, ou, por alguma forma, restrinjam ou recusem, nos seus efeitos, o curso legal do cruzeiro”. Entretanto, uma das exceções previstas em relação a essa regra refere-se ao fato de o credor ter sede no exterior e está prevista no inciso IV do artigo 2º: “Não se aplicam as disposições do artigo anterior: aos empréstimos e quaisquer outras obrigações cujo credor ou devedor seja pessoa residente e domiciliada no exterior, excetuados os contratos de locação de imóveis situados no território nacional”.


    A alternativa correta é a letra (D).


  • O curso forçado não se aplica às situações onde uma das contratantes possui sede no exterior.


ID
1037461
Banca
TRF - 3ª REGIÃO
Órgão
TRF - 3ª REGIÃO
Ano
2013
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

Na esfera da Organização Mundial do Comércio:

Alternativas
Comentários
  • C, errada, pois dumping não é apenas importar por preço inferior àquele de custo; o preço de importação tem que ser inferior ao de mercado (mas pode ser mais que preço de custo).

    "A prática comercial que consiste na importação de produtos com preços inferiores ao praticado no mercado local e internacional é chamado de dumping. Mas não basta apenas a importação com preços diferenciados para que seja reprimida pelo Estado, pois essa prática não é considerada como desleal tão somente por haver a desigualdade entre o valor normal do produto e aquele da importação. Portanto, o dumping não é, por si só, prática considerada como desleal no comércio, pois o pressuposto para que sejam aplicadas as medidas antidumping é a existência de dano ao mercado interno do país importador." Fonte: http://www.resinamarcon.com.br/artigo/228/o-dumping-e-a-concorr-ncia-desleal/

  • Acredito que a ALTERNATIVA E não está correta.

    Gonçalves PORTELA, quanto às subvenções ou subsídios, ensina que eles devem ser limitados, de modo a evitar distorções no comércio internacional (art. 16 do GATT/1947). O GATT permite, em prol do desenvolvimento econômico, que certos ramos de atividade industrial e agrícola RECEBAM AUXÍLIO ESTATAL (art. 18), desde que tal possibilidade não seja desarrazoada, prejudicando economias nacionais e impondo restrições injustificadas ao comércio internacional.

    Há um texto interessante sobre o tema na internet (http://library.fes.de/pdf-files/bueros/brasilien/05627.pdf). Daqui, extraio os seguintes trechos:

    "(...) O Acordo sobre Agricultura apresenta estrutura complexa, dispondo sobre: subsídios à exportação, acesso a mercados e apoio doméstico. A metodologia estabelecida no Acordo sobre Agricultura para disciplinar os subsídios à exportação pode ser resumida nos

    seguintes termos:

    (i) A concessão dos subsídios à exportação previstos no Artigo 9o é permitida de acordo com os limites indicados na Lista de Concessão de cada Membro. A concessão de subsídios a produtos não incluídos em tal Lista é proibida, e

    (ii) Subsídios à exportação não identificados no Artigo 9o são, em princípio, permitidos.

    Ao adotar critérios objetivos, abandonando a ineficaz metodologia do GATT que determinava a ilegalidade com base nos efeitos do subsídio no mercado mundial, o Acordo sobre Agricultura da OMC representa grande avanço na regulação internacional de subsídios à exportação. Não obstante, há que se considerar os seus limites, pois permite a concessão desses subsídios sob condições específicas.

    Portanto, NÃO SE PROÍBE a concessão de subvenções/subsídios, apenas se LIMITA/CONDICIONA.


  • alternativa A: errada- debatem o tema da propriedade industrial

    Quando a OMC foi instituída, o consenso passou a ser formalmente a regra de tomada de decisão. John Barton et al respondem à pergunta sobre o porquê de os Estados Unidos e as Comunidades Europeias, com tantos recursos de poder, terem aceitado uma regra que geraria obrigações legais compulsórias. A resposta reside no fato de, durante a Rodada Uruguai, a maior parte dos países em desenvolvimento terem manifestado sua intenção de não assinar os acordos em propriedade intelectual, medidas de investimentos ou serviços. Para os negociadores norte-americanos, todavia, era crucial que os países em desenvolvimento participassem desses acordos. 

    Dessa forma, propuseram um documento de single-undertaking (entendimento único), que contemplasse todos os acordos e obrigasse todos os membros (BARTON et al, 2006, pp. 65-66). 

    fonte: http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/11527/1/2012_BrunaDuarteHabka.pdf


  • O tema propriedade intelectual é bastante importante no âmbito do comércio, de modo que a alternativa (A) está incorreta. Já existe, inclusive, um acordo no âmbito da OMC sobre o tema, o qual é de 1994/95: Agreement on Trade-Related Aspects of Intellectual Property Rights. Esse é um tema bastante sensível e sua regulamentação é defendida sobretudo pelos países desenvolvidos, que têm mais invenções para proteger e com as quais podem lucrar.

    A alternativa (B) está incorreta. A cláusula da paz vigorou até o final de 2003 e permitia que os subsídios agrícolas praticados por países desenvolvidos não pudessem ser contestados pelos países em desenvolvimento, tradicionais exportadores primários. A questão está errada porque essa cláusula não proibia o debate sobre o comércio de produtos agrícolas, mas protegia temporariamente uma prática que, no geral, vai contra os princípios da OMC: concessão de subsídios, tanto à produção quanto à exportação.

    A alternativa (C) está incorreta. Dumping significa a venda de produto ou serviço muito abaixo do preço de mercado de um ou mais países com o intuito de prejudicar os produtores desse(s) país(es), de modo a dominar o mercado quando os concorrentes falirem. A partir do domínio do mercado, aquele que pratica dumping geralmente aumenta os preços, o que é possível tendo em vista a eliminação ou redução drástica da concorrência. O dumping é considerado uma prática desleal de comércio, mas quem pratica é o país e produtores que exportam, e não aqueles que importam.  

    A alternativa (D) está incorreta. As medidas compensatórias geralmente podem ser adotadas em caso de violação a norma do comércio internacional, e não a normas trabalhistas.

    A alternativa (E) foi dada como correta, mas há controvérsias, uma vez que os subsídios à exportação, embora sejam criticados e combatidos pela OMC, ainda são possíveis de maneira excepcional. O Acordo sobre subsídios e medidas compensatórias da OMC proibiu, na maior parte dos casos, os subsídios à exportação, mas o setor agrícola sempre constituiu exceção. Exemplo disso é um dos últimos acordos no âmbito da OMC, o de Bali em 2013, que previa a redução dos subsídios à exportação no setor. 
       

    A alternativa (E)  correta.


  • O QUE É A CLÁUSULA DE PAZ?

    Na Rodada Uruguai, os países ricos se comprometeram a reduzir em 20% as subvenções no prazo de seis anos. Também concordaram em nunca exceder o volume de subsídios registrado em 1992, que foi altíssimo. Os países agrícolas, quase todos no mundo em desenvolvimento, deram como contrapartida a promessa de não contestar essas subvenções na OMC até o fim de 2003. Foi a chamada Cláusula da Paz. 

    Não há mais consenso sobre sua aplicação.

  • c) 

    O dumping é uma prática desleal de comércio que consiste na venda de produtos por um preço artificialmeme muito baixo, de caráter predatório, com o objetivo de prejudicar a concorrência e de dominar o mercado.

    Exemplo clássico de dumping é a disponibilização de um produto ou de um serviço abaixo do preço de custo. No comércio internacional, o dumping pode ocorrer na hipótese que acabamos de mencionar ou exportação de um bem por um preço inferior ao do mercado doméstico.

    A Organização Mundial do Comércio (OMC), com fundamento no GATT (Acordo Geral de Tarifas e de Comércio), permite que os Estados prejudicados pelo dumping comem medidas que possam reparar ou evitar danos aos respectivos mercados causados por essa prática. Dentre tais ações destacam-se a cobrança de taxas ou de alíquotas de importação, o estabelecimento de cotas ou outras ações compensatórias.

    (Portela/2015)

  • Gabarito: E.


ID
1039675
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
BACEN
Ano
2013
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

Em relação ao Tratado de Montevidéo, de 1980, que criou a Associação Latino-Americana de Integração (ALADI), assinale a opção correta.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: A

    A ALADI possui capacidade para conservar fundos em quaisquer moedas.

    TRATADO DE MONTEVIDÉU 1980

    Associação Latino-Americana de Livre Comércio.

    Artigo 52

    A Associação gozará de completa personalidade jurídica e, em especial, de capacidade para:

    a) Contratar;

    b) Adquirir os bens móveis e imóveis indispensáveis à realização de seus objetivos e dispor dos mesmos;

    c) Demandar em juízo; e

    d) Conservar fundos em qualquer moeda e fazer as transferências necessárias.


  • B) ERRADA

    Artigo 28

    São órgãos políticos da Associação:

    a) O Conselho de Ministros das Relações Exteriores(denominado, neste Tratado, "Conselho");

    b) A Conferência de Avaliação e Convergência (denominada,neste Tratado, "Conferência"); e

    c) O Comitê de Representantes (denominado, neste Tratado,"Comitê").

    Artigo 30

    O Conselho é o órgão supremo da Associação e adotará asdecisões que correspondam à condução política superior do processo deintegração econômica.


  • C) ERRADA

    Artigo 34

    A Conferência será integrada por Plenipotenciários dos países-membros.

    A Conferência reunir-se-á cada três anos em sessão ordinária, por convocação do Comitê, e em forma extraordinária, nas demais oportunidades em que este a convoque, a fim de tratar assuntos específicos de sua competência.

    A Conferência realizará sessões e tomará decisões com a presença de todos os países-membros.


  • D) ERRADO

    Artigo 3º

    Na aplicação do presente Tratado e na evolução para seu objetivo final, os países-membros levarão em conta os seguintes princípios:

    a) Pluralismo, sustentado na vontade dos países-membros para sua integração, acima da diversidade que em matéria política e econômica possa existir na região;

    b) Convergência, que se traduz na multilateralização progressiva dos acordos de alcance parcial, através de negociações periódicas entre os países-membros, em função do estabelecimento do mercado comum latino-americano;

    c) Flexibilidade, caracterizada pela capacidade para permitir a celebração de acordos de alcance parcial, regulada de forma compatível com a consecução progressiva de sua convergência e pelo fortalecimento dos vínculos de integração;

    d) Tratamentos diferenciais, estabelecidos na forma que em cada caso se determine, tanto nos mecanismos de alcance regional como nos de alcance parcial, com base em três categorias de países, que se integrarão levando em conta suas características econômico-estruturais. Esses tratamentos serão aplicados em determinada magnitude aos países de desenvolvimento médio e de maneira mais favorável aos países de menor desenvolvimento econômico relativo; e

    e) Múltiplo, para possibilitar distintas formas de ajustes entre os países-membros, em harmonia com os objetivos e funções do processo de integração, utilizando todos os instrumentos capazes de dinamizar e ampliar os mercados a nível regional.


  • E) ERRADO

    Artigo 15

    Os países-membros estabelecerão condições favoráveis para a participação dos países de menor desenvolvimento econômico relativo no processo de integração econômica, baseando-se nos princípios da não reciprocidade e da cooperação comunitária.

    Artigo 22

    Sem prejuízo do disposto nos artigos precedentes, poderão ser estabelecidos, no âmbito dos tratamentos em favor dos países de menor desenvolvimento econômico relativo, ações de cooperação coletiva e parcial que contemplem mecanismos eficazes, destinados a compensar a situação desvantajosa com que a Bolívia e o Paraguai se defrontam em virtude de sua mediterraneidade.



ID
1039678
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
BACEN
Ano
2013
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

No texto do convênio constitutivo do Fundo Monetário Internacional,

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: B

    ACORDO CONSTITUTIVO DO FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL (FMI)

    http://www.cedin.com.br/site/pdf/legislacao/tratados/acordo_constitutivo_do_fundo_monetario_internacional.pdf

    Artigo VIII

    Secção 4

    Convertibilidade de saldos em poder de outros membros

    (a) Cada membro adquirirá os saldos na sua própria moeda em poder de outro membro se este último, ao solicitar essa aquisição, demonstrar:

     (i) Que os saldos a adquirir foram obtidos recentemente em resultado de operações correntes; ou

    (ii) Que a sua conversão é necessária para a realização de pagamentos respeitantes a operações correntes



ID
1039681
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
BACEN
Ano
2013
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

No que se refere a instrumentos jurisdicionais no direito internacional, assinale a opção correta.

Alternativas
Comentários
  • A) ERRADA. A prática do Direito Internacional Público e a Carta das Nações remetem a variadas formas de resolução das demandas, sem que haja uma hierarquia ou obrigatoriedade de utilização desta ou daquela. Utilizam formas variadas de entendimento, como as negociações diplomáticas, os bons ofícios, a arbitragem, a mediação; enfim não existe relevância em distinguir-se o modo de resolução da controvérsia, pode-se até utilizar mais de um meio para a resolução do problema, apenas busca-se manter a paz e a segurança internacionais.

    fonte: http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=2550

    B) ERRADA. O amicus curiae, gradativamente, vem ocupando mais espaço no âmbito internacional, ou seja, nas grandes cortes

    transnacionais. Já houve sua aparição na Corte Internacional de Justiça, na Corte Européia de Direitos Humanos e na Corte Interamericana de Direitos Humanos.

    C) CERTA. Estatuto da CIJ, Artigo 65,  1. A Corte poderá emitir opiniões consultivas sobre qualquer questão jurídica, sob

    solicitação de qualquer organismo autorizado para isso por Carta das Nações Unidas, ou de acordo com as disposições da mesma. 

    D) ERRADA. Carta da ONU: Art. 33, §1°, I “As partes em uma controvérsia, que possa vir a constituir uma ameaça à paz e à segurança internacionais, procurarão, antes de tudo, chegar a uma solução por negociação, inquérito, mediação, conciliação, arbitragem, solução judicial, recurso à entidades ou acordos regionais, ou a qualquer outro meio pacífico à sua escolha”.

    E) ERRADA. O caráter é OBRIGATÓRIO.

  • Sobre a C, achei um texto bem simples e esclarecedor, então compartilho com os colegas:

    1. O que é o Tribunal Internacional de Haia?

    O Tribunal ou também Corte Internacional de Justiça de Haia (CIJ) é o principal órgão judicial das Nações Unidas, que começou a funcionar em 1946, na cidade de Haia, Holanda, com o objetivo de resolver conflitos entre estados.

    2. Tem algo a ver com o Tribunal Penal Internacional?

    Essa confusão é muito frequente. A Corte Penal Internacional está também em Haia, mas foi fundada em 2002, e cuida de ações contra pessoas físicas, em casos de crimes contra humanidade. Ela pode aplicar penas de prisão como um tribunal comum, desde que o país em que se encontra o réu colabore com a Corte.

    3. Como funciona a CIJ?

    Nos casos contenciosos, a Corte atua por pedido de algum estado e o demandado só pode ser outro estado. O estado demandante apresenta sua queixa, que é estudada pelos juízes. A Corte produz uma espécie de “sentença”, que, teoricamente, tem carácter obrigatório. A força que faz cumprir as decisões da Corte em casos de contenciosos (que seria equivalente à polícia na justiça doméstica) é o Conselho de Segurança da ONU.

    A Corte também pode produzir opiniões consultivas, na qual os juízes dão um parecer sobre certos problemas, que em sua maioria são de caráter geral e nem sempre específicos de uma situação concreta, que envolvem as relações entre estados. As opiniões consultivas só podem ser pedidas pela ONU e suas agências, e não são de cumprimento obrigatório, mas constituem pareceres técnicos que podem influir na maneira em que a ONU trata um problema.

    4. Hmmm… É muito complicado. Poderia dar um exemplo de cada caso, de um contencioso e de uma opinião consultiva?

    CONTENCIOSO: Reclamação da Nicarágua contra os EEUU, por ter invadido seu país com forças militares e paramilitares. Caso: Nicarágua vs. EEUU, 1989, Relatórios da CIJ 14, pp. 158-160. Os EEUU foram condenados e, em vez de acatar, boicotaram o tribunal.

    OPINIÃO CONSULTIVA: Opinião de como devem ser interpretadas as condições da Carta da ONU, artigo 4º, para a admissão de novos estados. 28 de maio de 1948.

    Como se pode ver, esta opinião consultiva não trata de um assunto litigioso, não é emitida por ação de nenhum estado e só interessa à própria ONU.

    Fonte: http://quemtemmedodademocracia.com/colunas/dh-em-foco/vinte-perguntas-com-suas-respostas-sobre-a-corte-internacional-de-haia/

  • Para tentar ver a lógica de porquê a CIJ não pode emitir consultas para os Estados é necessário entender que  quando o estatuto da CIJ, no artigo 65,  dispõe que  a Corte poderá emitir opiniões consultivas sobre qualquer questão jurídica, sob solicitação de qualquer organismo e não dos ESTADOS é importante perceber que o preceito é estipulado para preservar a imparcialidade da Corte pois um juiz não pode julgar a questão sobre a qual já se posicionou. Como a Corte só julga os Estados ela não poderá emitir parecer para eles, de forma contrária, emite para os organismos internacionais justamente porque não os julga.

  • C) CERTA. Estatuto da CIJ, Artigo 65, 1. A Corte poderá emitir opiniões consultivas sobre qualquer questão jurídica, sob


ID
1059697
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
SEFAZ-ES
Ano
2013
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

O processo decisório preferencial, no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC), ocorre por:

Alternativas
Comentários
  • Conforme o Acordo de Marraqueche de 1994, que estabelece a OMC, em seu artigo X: a OMC continuará com o mesmo processo decisório sob o âmbito do GATT 1947, isto é, o processo por consenso.

    Somente quando não se atingir o consenso em algum assunto é que se passará à votação.  Por isso o Consenso é processo decisório preferencial.

    http://www.wto.org/english/docs_e/legal_e/04-wto_e.htm#fnt1

  • Gabarito B

     

    Mas atenção quanto às exceções:

     

    Existem quatro situações que provavelmente incitarão o voto dos membros da OMC, apesar desta encorajar sempre o consenso (basta notar que a norma de utilização do consenso como base do processo de tomada de decisão tem significado que a regra de votação por maioria nunca foi colocada em prática). São elas:

     

    interpretação de acordos / maioria de três quartos (3/4);

    emendas a acordos / maioria de dois terços (2/3);

    inclusão de novos membros / maioria de dois terços (2/3);

    aplicação de waiver sobre uma obrigação assumida sob acordo multilateral / em princípio deve ser aprovada por consenso, mas no caso de haver alguma oposição, por maioria de três quartos (3/4).


ID
1108912
Banca
FGV
Órgão
OAB
Ano
2014
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

Sobre o sistema de regulação de investimentos e fluxo de capital estrangeiro no atual ordenamento jurídico da República Federativa do Brasil, assinale a afirmativa incorreta.

Alternativas
Comentários
  • § 1º Em qualquer caso, pelo menos setenta por cento do capital total e do capital votante das empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens deverá pertencer, direta ou indiretamente, a brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, que exercerão obrigatoriamente a gestão das atividades e estabelecerão o conteúdo da programação. (art. 222 da CF)

  • Alternativa "A" - Não é vedada, é apenas limitada a participação de capital estrangeiro nas empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens, conforme aduz o art. 222 §1º da CF:

    Artigo 222 da Constituição Federal de 1988

    Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002)

    § 1º Em qualquer caso, pelo menos setenta por cento do capital total e do capital votante das empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens deverá pertencer, direta ou indiretamente, a brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, que exercerão obrigatoriamente a gestão das atividades e estabelecerão o conteúdo da programação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002)


  • Quanto á alternativa b, está correta por ser a literalidade do artigo 199, § 3º.

  • LAMENTÁVEL! Que questão mal feita:

    A letra A está errada conforme salientaram os colegas PROTOSGON e NARDO AMADOR.

    A letra B está correta como bem disse a colega REJANE SANTOS.

    A letra C estaria correta até o advento da emenda constitucional nº. 40 de 2003. A partir desta data é considerada ERRADA.

    A letra D, serve a mesma observação com relação à letra C.
  • letra D) Art. 172. A lei disciplinará, com base no interesse nacional, os investimentos de capital estrangeiro, incentivará os reinvestimentos e regulará a remessa de lucros.

    letra C) Art. 192. O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem, abrangendo as cooperativas de crédito, será regulado por leis complementares que disporão, inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas instituições que o integram.

    letra B) Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.

    § 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.


    OBS: todos os artigos são da CRFB.


  • Uma vez que a propriedade desse tipo de empresa não é permitida somente a brasileiros natos, a alternativa incorreta é a letra (A). Brasileiros naturalizados há mais de dez anos também podem.

    Isso está previsto na Constituição Federal, artigo 222: “A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País”. 

    As alternativa (B), (C) e (D) são corretas e também têm previsão constitucional. A vedação de participação estrangeira na saúde está no artigo 199, § 3º. Já a regulação do sistema financeiro nacional está prevista no artigo 192. Por fim, as questões referentes aos investimentos de capital estrangeiro estão no artigo 172 da Constituição Federal. 



    RESPOSTA: (A)



  • Atenção! A Lei 13.097/2015 em seu art. 142 alterou o art. 23 da Lei 8.080/1990, que passou a vigorar da seguinte forma:

    “Art. 23. É permitida a participação direta ou indireta, inclusive controle, de empresas ou de capital estrangeiro na assistência à saúde nos seguintes casos:

    I - doações de organismos internacionais vinculados à Organização das Nações Unidas, de entidades de cooperação técnica e de financiamento e empréstimos;

    II - pessoas jurídicas destinadas a instalar, operacionalizar ou explorar:

    a) hospital geral, inclusive filantrópico, hospital especializado, policlínica, clínica geral e clínica especializada; e

    b) ações e pesquisas de planejamento familiar;

    III - serviços de saúde mantidos, sem finalidade lucrativa, por empresas, para atendimento de seus empregados e dependentes, sem qualquer ônus para a seguridade social; e

    IV - demais casos previstos em legislação específica.”


  • Ótima observação do Euri T. Parabéns!

  • Letra A é a correta, haja vista que, de análise do dispositivo pertinente, o termo adequado não é "vedada", mas "limitada". Pelo que entendi, empresa de comunicação, como no caso em tela, pode ter sim capital privado.

  • ALTERNATIVA A

    "É vedada a participação de capital estrangeiro nas empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens, uma vez que sua propriedade é privativa de brasileiros natos."

    B


ID
1163305
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Câmara dos Deputados
Ano
2014
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

O Brasil adquiriu grande quantidade de determinado produto de uma empresa chilena, visando equilibrar os preços desse produto no mercado interno brasileiro. Por motivos orçamentários, o pagamento foi efetuado fora do período estipulado, tendo resultado em uma dívida em dólares. Após tais fatos, a empresa chilena propôs ação de indenização contra o Estado brasileiro.

Com base nessa situação hipotética, julgue os próximos itens.

Nesse caso, a flexibilização da avença contratual será admitida se houver a previsão da hardship clause.

Alternativas
Comentários
  •  A cláusula de hardship:

    - permite a readaptação do contrato, fazendo com esse possa retornar “(...) ao equilíbrio pretendido quando da manifestação inicial dos contratantes;

    - tem como principal objetivo tentar manter a relação de equilíbrio econômico entre os contratantes (renegociação do contrato);

    Fonte: http://www.contratointernacional.com.br



  • Há explicação do professor na Questão Q60590 quanto ao hardship.

    "Nos contratos internacionais, a cláusula hardship é um mecanismo de preservação do negócio jurídico. Ao prever a possibilidade de mudanças nos planos político, comercial ou legal, a cláusula hardship permite a adaptação do contrato ao novo contexto. Nesse sentido, as partes contratantes podem renegociar os termos do contrato quando a sua execução se torna inútil ou muito onerosa para uma das partes em virtude da mudança política, comercial ou legal que fundamentava o negócio na época de sua conclusão. " (Prof. Melina Campos Lima)

  • Hardship clause: cláusula de dureza ou de dificuldade. Ou seja, se a situação entre os contratantes se torna mais difícil, mais dura do que no início da avença, há que se repactuar o contrato.
  • Analisando a afirmativa:

    A cláusula hardship apresenta um entendimento contemporâneo do princípio rebus sic stantibus, permitindo a relativização do princípio da força obrigatória dos contratos (pacta sunt servanda), em situações em que ocorrem fatos ou eventos que não poderiam ser previstos quando da contratação ou que estivessem fora do controle de ambas as partes. Estes eventos desequilibrariam o contrato, seja pelo aumento dos custos da sua execução, ou ainda pela redução dos valores de sua contraprestação. A cláusula, portanto, visa flexibilizar e adaptar o contrato às novas circunstâncias, cabendo esta decisão a um terceiro íntegro, imparcial e sem interesse vinculado a quaisquer das partes.

    RESPOSTA: CERTO.
  • "Teoria do casco duro". Imagine o casco de um navio, resistindo às batidas violentas das ondas do mar. O navio se adapta, balança, mas continua seguindo o seu curso. Portanto: hardship clause serve para readaptar o curso do negócio, mantendo-o. 

  • Gabarito: CERTO Fonte: jus.com.br O termo hardship significa na prática contratual internacional a alteração de fatores políticos, econômicos, financeiros, legais ou tecnológicos que causam algum tipo de dano econômico aos contratantes. A cláusula hardship apresenta-se ao direito contratual como instrumento de conservação do negócio jurídico. Trata-se de cláusula de readaptação do contrato, prevendo a renegociação pelos contratantes dos termos contratuais, quando a execução se tiver tornado inútil ou demasiado onerosa para um deles, em vista das modificações imprevistas de circunstâncias que embasaram o negócio.
  • O caso narra uma situação interna de deslocamento da obrigação no tempo. Não há nenhum fator de grandeza e imprevisibilidade a invocar a cláusula hardship.


ID
1163308
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Câmara dos Deputados
Ano
2014
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

O Brasil adquiriu grande quantidade de determinado produto de uma empresa chilena, visando equilibrar os preços desse produto no mercado interno brasileiro. Por motivos orçamentários, o pagamento foi efetuado fora do período estipulado, tendo resultado em uma dívida em dólares. Após tais fatos, a empresa chilena propôs ação de indenização contra o Estado brasileiro.

Com base nessa situação hipotética, julgue os próximos itens.

Para fins de responsabilidade internacional, se for procedente a ação de indenização, o Brasil não poderá escusar-se do pagamento, ainda que tal ato seja considerado legítimo pelo direito brasileiro.

Alternativas
Comentários
  • Essa é uma questão que fornece informações significativamente genéricas. Não se menciona onde a ação foi proposta, onde o contrato foi firmado, dentre outras informações importantes relativamente ao tema. Primeiramente, o instituto da responsabilidade internacional é pertinente, via de regra, ao direito internacional público, envolvendo, portanto, sujeitos de direito internacional público, e não privado, como uma empresa. Caso a referida ação tivesse sido proposta no Chile, o Brasil, apesar de não ter imunidade de jurisdição, uma vez que praticou ato de gestão (em condições análogas a de qualquer particular), ainda teria imunidade de execução, de modo que poderia haver óbice quanto ao pagamento da indenização. Nas situações de ato de império, relacionados à soberania de um país, há imunidade de jurisdição e de execução, mas contratos comerciais com empresas privadas não costumam ser considerados como atos de império. Caso a ação tivesse sido proposta no Brasil, uma sentença de juiz competente teria o condão de obrigar a União ao pagamento. Isso, entretanto, teria ocorrido na esfera privada, pelo não cumprimento de um contrato e, nesses casos, não é comum utilizar o termo responsabilidade internacional. Na hipótese de a empresa esgotar os recursos internos e, ainda assim, não conseguir a reparação que julgava devida, ela poderá pedir a proteção diplomática a seu país de nacionalidade. Esse é um instituto por meio do  qual se realiza a responsabilidade internacional, já que pessoas privadas não podem realizá-la pessoalmente. A vítima não age diretamente contra o Estado responsável para obter a reparação do dano. Dirige, antes, uma reclamação ao próprio Estado para que este formule o pedido de indenização do prejuízo causado. No caso de empresas, a nacionalidade é definida de acordo com a leis que foram usadas em sua constituição. Entretanto, o Estado é livre para decidir tanto se deve ou não conceder a proteção diplomática quanto para escolher os meios empregados para esse fim. O caso mencionado no enunciado provavelmente não é de proteção diplomática porque nada foi dito sobre o assunto. Partindo do pressuposto que o termo responsabilidade internacional foi utilizado de maneira genérica e que a ação foi proposta no Brasil, a questão está certa.
  • " A responsabilidade internacional não se confunde com a responsabilidade penal internacional, que é pessoal e voltada a combater a violação dos tipos penais internacionais, como os chamados 'crimes de guerra' e os 'crimes contra a humanidade', ao passo que a responsabilidade internacional é institucional e visa garantir que os prejudicados pelas transgressões das normas de Direito das Gentes em geral recebam a reparação cabível. Ademais, como a responsabilização internacional pode ocorrer a partir de ato lícito, o instituto nem sempre terá efeito de sanção, ou seja, de consequência jurídica da prática de um ilícito". (PORTELA, 2014, PÁG. 384).

  • No presente caso  o Brasil não poderia de escusar de cumprimento da obrigação porque ela é decorrente de um preceito contratual. 

    Assim, não há imunidade para os atos de Estado (Nações)  decorrentes de gestão ( como é o presente caso). De outro modo, o nosso país poderia deixar de cumprir se o fato constituisse ato de império, ou seja, um ato de soberania
  • Gabarito: Certo.


ID
1322431
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
INCA
Ano
2010
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

Julgue o item subsequente, acerca de acordos, convênios e contratos.


Tratados e acordos comerciais são instrumentos firmados entre as nações com intuito de elevar o fluxo comercial, reduzindo as tarifas alfandegárias. Esses acordos, quando ocorrem entre dois países, são denominados bilaterais, e se firmados por mais de dois países, são denominados multilaterais.

Alternativas
Comentários
  • Precisa necessariamente reduzir tarifas?

  • GABARITO: CERTO

     


ID
1397704
Banca
CESGRANRIO
Órgão
Petrobras
Ano
2012
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

Ao pedir uma proposta para importação de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), o fornecedor indica o preço do produto em dólares norte-americanos, FOB no porto de embarque a ser indicado pela compradora.
Em uma compra e venda FOB, segundo os Incoterms, o(a)

Alternativas
Comentários
  • RESPOSTA: LETRA D. 

    FOB – Free on Board - o exportador deve entregar a mercadoria, desembaraçada, a bordo do navio indicado pelo importador, no porto de embarque. Esta modalidade é válida para o transporte marítimo ou hidroviário interior. Todas as despesas, até o momento em que o produto é colocado a bordo do veículo transportador, são da responsabilidade do exportador. Ao importador cabem as despesas e os riscos de perda ou dano do produto, a partir do momento que este transpuser a amurada do navio. 

  • O Incoterm FOB significa Free on Board. Quando se adota esse Incoterm em uma compra/venda internacional, isso significa que o vendedor encerra suas obrigações quando a mercadoria transpõe a amurada do navio no porto de embarque indicado. Depois disso, todas as responsabilidades e riscos são assumidos pelo comprador, inclusive o valor do frete até o local de destino. O Incoterm FOB só é válido para transporte aquaviário. A alternativa correta, portanto, é a letra (D). 

ID
1397707
Banca
CESGRANRIO
Órgão
Petrobras
Ano
2012
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

Empresas brasileiras firmam contratos de fornecimento de gás natural, proveniente da Bolívia. Tais contratos estabelecem um determinado valor pelo metro cúbico fornecido e os parâmetros para reajuste de preço. Em um determinado momento, as empresas brasileiras foram notificadas oficialmente de que os valores devidos pelo gás natural sofreriam uma majoração acima dos limites previstos no contrato.
As empresas que não concordassem com o novo valor a pagar poderiam solucionar a disputa por arbitragem junto ao Tribunal Permanente de Revisão do Mercosul ?

Alternativas
Comentários
  • RESPOSTA: LETRA E. 
    PROTOCOLO DE OLIVOS PARA A SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS NO MERCOSUL "Artigo 1º - As controvérsias que surjam entre os Estados Partes sobre a interpretação, a aplicação ou o não cumprimento do Tratado de Assunção, do Protocolo de Ouro Preto, dos protocolos e acordos celebrados no marco do Tratado de Assunção, das Decisões do Conselho do Mercado Comum, das Resoluções do Grupo Mercado Comum e das Diretrizes da Comissão de Comércio do Mercosul serão submetidas aos procedimentos estabelecidos no presente Protocolo."   "Artigo 3º - O Conselho do Mercado Comum poderá estabelecer mecanismos relativos à solicitação de opiniões consultivas ao Tribunal Permanente de Revisão definindo seu alcance e seus procedimentos."   "Artigo 20 - Quando a controvérsia envolver dois Estados Partes, o Tribunal estará integrado por três (3) árbitros. Dois (2) árbitros serão nacionais de cada Estado parte na controvérsia e o terceiro, que exercerá a Presidência, será designado mediante sorteio a ser realizado pelo Diretor da Secretaria Administrativa do Mercosul, entre os árbitros restantes que não sejam nacionais dos Estados partes na controvérsia.  A designação do Presidente dar-se-á no dia seguinte à interposição do recurso de revisão, data a partir da qual estará constituído o Tribunal para todos os efeitos."
  • A solução de controvérsias pelo tribunal ad hoc ou pelo Tribunal Permanente de Revisão do MERCOSUL só é acessível a Estados membros do bloco. Os particulares podem acessar um grupo de especialistas e, indiretamente, caso seus Estados decidam tomar para si suas demandas, poderão acessar o sistema de arbitragem. Entretanto, o acesso direto aos tribunais não é possível aos particulares. A alternativa (A) está errada. 
    A alternativa (B) está errada. A OMC, assim como o MERCOLSUL, tem um sistema de solução de controvérsias que é diretamente acessível para seus Estados-membros, e não para particulares, como empresas. Membros do MERCOSUL em disputa podem escolher submetê-la ou ao sistema do MERCOSUL ou da OMC, sendo vedada a litispendência nos dois sistemas (artigo 1, 2 do Protocolo de Olivos).
    A alternativa (C) está errada. Como já foi dito, os tribunais do sistema de solução de controvérsias do MERCOSUL não estão diretamente disponíveis a particulares, nem depois de esgotar os recursos judiciais internos.
    A alternativa (D) está errada. O sistema de controvérsia do MERCOSUL é acessível diretamente aos Estados-partes, e não associados. Além disso, o enunciado trata de particulares, e não de Estados.
    A alternativa (E) está correta. Segundo o artigo 1, 1 do Protocolo de Olivos, "As controvérsias que surjam entre os Estados Partes sobre a interpretação, a aplicação ou o não cumprimento do Tratado de Assunção, do Protocolo de Ouro Preto, dos protocolos e acordos celebrados no marco do Tratado de Assunção, das Decisões do Conselho do Mercado Comum, das Resoluções do Grupo Mercado Comum e das Diretrizes da Comissão de Comércio do MERCOSUL serão submetidas aos procedimentos estabelecidos no presente Protocolo".





ID
1397710
Banca
CESGRANRIO
Órgão
Petrobras
Ano
2012
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

A cláusula arbitral de um contrato de fornecimento de óleo cru estabelece que todas as controvérsias entre as partes serão resolvidas por arbitragem, segundo as regras da Câmara de Comércio Internacional (CCI). Na negociação, a fornecedora, empresa norueguesa, concordou que a sede da arbitragem fosse o Brasil, muito embora o idioma escolhido fosse o inglês. Como contrapartida, incluiu, entre as controvérsias a serem decididas por arbitragem, a determinação da responsabilidade por danos ambientais resultantes do manuseio e da descarga no terminal.
Na eventualidade de um acidente ambiental, o Tribunal Arbitral a ser constituído no Brasil

Alternativas
Comentários

  • “As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis”.


  • Letra E - art. 1º da Lei de Arbitragem n. 9.307/996

  • Segundo a Lei de arbitragem brasileira (9.307/1996), "As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis". O tema meio ambiente não se trata de direito patrimonial disponível. Portanto, a determinação de responsabilidade por danos ambientais não poderá ser resolvida por arbitragem, nem que isso esteja expressamente previsto no tratado. A alternativa correta, portanto, é a letra (E). 


  • O art 1º da Lei de Arbitragem dispões expressamente que: "As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis". Por certo  responsabilidade ambiental é um tema de direito indisponível, pois o Brasil além de previsão constitucional, tem a sua lei específica -  Lei nº  9.605/98, a qual dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências, portanto não poderia o Tribunal Arbitral, apesar da possibilidade de ser constituído no Brasil e quanto a isso nenhum problema, as partes podem acordar dessa forma, decidir questões de responsabilidade ambiental.

  • A corte de arbitragem pode tratar apenas de direitos privados e disponíveis, o que não se aplica ao caso. ALTERNATIVA: E


ID
2488441
Banca
FGV
Órgão
OAB
Ano
2017
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

O mecanismo de solução de controvérsias atualmente em vigor no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC) foi instituído em 1994 por meio do Entendimento Relativo às Normas e Procedimentos sobre Solução de Controvérsias, constantes do Tratado de Marrakesh, e vincula todos os membros da organização.

A respeito do funcionamento desse mecanismo, assinale a afirmativa correta.

Alternativas
Comentários
  • Letra A: errada. Os Estados, mesmo após acionarem o sistema de solução de controvérsias, poderão recorrer aos bons ofícios, conciliação e mediação.

    Letra B: foi considerada correta. Mas cabe recurso! A questão está errada, uma vez que, no âmbito do sistema de solução de controvérsias da OMC, as decisões são tomadas por consenso negativo.

    Letra C: errada. As recomendações e decisões do Órgão de Solução de Controvérsias não poderão implicar a diminuição ou o aumento dos direitos e das obrigações dos Estados, conforme estabelecido nos acordos firmados no âmbito da OMC.

    Letra D: errada. Os terceiros interessados não podem recorrer do relatório do grupo especial.

    http://www.estrategiaoab.com.br/direito-internacional-xxiii-exame-de-ordem-cabe-recurso/

  • Quem estudou o tratado de Marrakesh levanta a mão

  • Resposta aqui:

    https://sistemas.mre.gov.br/kitweb/datafiles/IRBr/pt-br/file/CAD/LXII%20CAD/Direito/OMC%20ANEXO%202%20Entendimento%20relativo%20as%20normas%20e%20procedimentos%20sobre%20solucao%20de%20controversias.pdf

     

  • Absurdo... ao inves de cobrar melhora nos cursos de direito os caras instruem à banca examinadora a eliminar todo mundo com questões abusrdas... lamentável...

  • Isso não é questão de aprovação e sim de eliminação de candidato.Não mensura conhecimento.

  • Não pow..kkk

  • questão desnecessaria é que não mede o conhecimento academico 

  • FGV cumprindo a meta de reprovacao imposta pela OAB. Um lixo de questao.

  • FGV sendo FGV. Campeã em fazer "caca" nas provas....

  • Pode isso Arnaldo Cesar Coelho?! Esse tratado consta do edital? pqp

     

  • Vou prestar a OAB pela primeira vez agora em Agosto! Gente, o que é essa M*** de questão? To estudando coisas em sentido amplo para estar bem preparado, mas isso ai? Tão de brincadeira né? 

    Dá pra ver claramente que elaboram questões como essa para filtrar os aprovados. E os mesmos falar que OAB é "difícil". 

     

    Me dê 4 madeiras que faço uma banca melhor que a FGV.

  • A questão trata do mecanismo de solução de controvérsias no âmbito da Organização Mundial do Comércio.

    A) Uma vez acionado o mecanismo de solução de controvérsias, os Estados em disputa ficam impedidos de recorrer a formas pacíficas de solução de seus litígios, tais como bons ofícios, conciliação e mediação.  

    ENTENDIMENTO RELATIVO ÀS NORMAS E PROCEDIMENTOS SOBRE SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS

    Os Membros pelo presente acordam o seguinte:
    Artigo 5

    Bons Ofícios, Conciliação e Mediação
    1.            Bons ofícios, conciliação e mediação são procedimentos adotados voluntariamente se as partes na controvérsia assim acordarem.
    3.            Bons ofícios, conciliação ou mediação poderão ser solicitados a qualquer tempo por qualquer das partes envolvidas na controvérsia. Poderão iniciar-se ou encerrar-se a qualquer tempo. Uma vez terminados os procedimentos de bons ofícios, conciliação ou mediação, a parte reclamante poderá requerer o estabelecimento de um grupo especial.

    Uma vez acionado o mecanismo de solução de controvérsias, os Estados em disputa não ficam impedidos de recorrer a formas pacíficas de solução de seus litígios, tais como bons ofícios, conciliação e mediação.  

    Incorreta letra “A".


    B) A decisão, por consenso, acerca da adoção de um relatório produzido pelo grupo especial, integra o rol de competências do Órgão de Solução de Controvérsias, ainda que as partes em controvérsia escolham não apelar ao Órgão Permanente de Apelação.  

    ENTENDIMENTO RELATIVO ÀS NORMAS E PROCEDIMENTOS SOBRE SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS

    Os Membros pelo presente acordam o seguinte:

    Artigo 2

    4.            Nos casos em que as normas e procedimentos do presente Entendimento estabeleçam que o OSC deve tomar uma decisão tal procedimento será por consenso 1.

    1 Considerar-se-á que o OSC decidiu por consenso matéria submetida a sua consideração quando nenhum Membro presente à reunião do OSC na qual a decisão foi adotada a ela se opuser formalmente.

    Artigo 17

    14.          Os relatórios do órgão de Apelação serão adotados pelo OSC e aceitos sem restrições pelas partes em controvérsia a menos que o OSC decida por consenso não adotar o relatório do órgão de Apelação dentro do prazo de 30 dias contados a partir da sua distribuição aos Membros 8. Este procedimento de adoção não prejudicará o direito dos Membros de expor suas opiniões sobre o relatório do órgão de Apelação.


    A decisão, por consenso, acerca da adoção de um relatório produzido pelo grupo especial, integra o rol de competências do Órgão de Solução de Controvérsias, ainda que as partes em controvérsia escolham não apelar ao Órgão Permanente de Apelação.  

    Correta letra “B". Gabarito da questão.


    C) As recomendações e decisões do Órgão de Solução de Controvérsias poderão implicar a diminuição ou o aumento dos direitos e das obrigações dos Estados, conforme estabelecido nos acordos firmados no âmbito da OMC.

    ENTENDIMENTO RELATIVO ÀS NORMAS E PROCEDIMENTOS SOBRE SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS

    Os Membros pelo presente acordam o seguinte:

    Artigo 19

    2.            De acordo com o parágrafo 2 do Artigo 3, as conclusões e recomendações do grupo especial e do órgão de Apelação não poderão ampliar ou diminuir os direitos e obrigações derivados dos acordos abrangidos.

    As recomendações e decisões do Órgão de Solução de Controvérsias não poderão implicar a diminuição ou o aumento dos direitos e das obrigações dos Estados, conforme estabelecido nos acordos firmados no âmbito da OMC.

    Incorreta letra “C".

    D) As partes em controvérsia e os terceiros interessados que tenham sido ouvidos pelo grupo especial poderão recorrer do relatório do grupo especial ao Órgão Permanente de Apelação.  

    ENTENDIMENTO RELATIVO ÀS NORMAS E PROCEDIMENTOS SOBRE SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS

    Os Membros pelo presente acordam o seguinte:

    Artigo 17

    4 .           Apenas as partes em controvérsia, excluindo-se terceiros interessados, poderão recorrer do relatório do grupo especial. Terceiros interessados que tenham notificado o OSC sobre interesse substancial consoante o parágrafo 2 do Artigo 10 poderão apresentar comunicações escritas ao órgão de Apelação e poderão ser por ele ouvidos.

    Apenas as partes em controvérsia, excluindo-se os terceiros interessados, poderão recorrer do relatório do grupo especial ao Órgão Permanente de Apelação.  

    Incorreta letra “D".



    Resposta: B

    Gabarito do Professor letra B.


    1 Considerar-se-á que o OSC decidiu por consenso matéria submetida a sua consideração quando nenhum Membro presente à reunião do OSC na qual a decisão foi adotada a ela se opuser formalmente.
    8 Caso não esteja prevista reunião do OSC durante esse período, será realizada uma reunião do OSC para tal fim.

  • brincadeira, disney total.

  • A questão abordou sobre o mecanismo de solução de controvérsias no âmbito da Organização Mundial do Comércio. Esse mecanismo está previsto no Entendimento Relativo às Normas e Procedimentos sobre solução de controvérsias (Anexo 2 ao Tratado de Marrakesh, este por meio do qual se instituiu a OMC).

    A alternativa “a” está incorreta, uma vez que acionado o mecanismo de solução de controvérsias, os Estados em litígio não ficam impedidos de recorrer aos bons ofícios, conciliação e mediação. O artigo 5 do citado Entendimento trata justamente dessa possibilidade. Do parágrafo terceiro deste artigo extrai-se que terminado um destes três meios de solução pacífica das controvérsias (bons ofícios, conciliação e mediação), a parte reclamante poderá requerer o estabelecimento de um grupo especial (também denominado painel). Desse dispositivo decorreria a interpretação que estes três métodos de solução de controvérsias não poderiam ser usados concomitantemente com o estabelecimento do grupo especial. No entanto, de acordo com o parágrafo quinto advém-se a possibilidade de que se as partes envolvidas na controvérsia concordarem, os procedimentos para bons ofícios, conciliação e mediação poderão continuar enquanto prosseguirem os procedimentos do grupo especial.

    A alternativa “b”, de acordo com o gabarito, está correta. No entanto, é passível de recurso. Primeiro deve-se esclarecer que as decisões adotadas no âmbito do OSC da OMC se darão por consenso negativo. Desse modo, errôneo dizer que a adoção de um relatório se dará por adoção. Pelo contrário, o relatório, por assim dizer, já é pré-aprovado. Não necessita, portanto, de adoção do relatório. Por outro lado, caso algum membro do OSC entenda que o relatório deva ser rejeitado, deverá ele manifestar formalmente a sua objeção e, nesse caso, o relatório não será aprovado. Não havendo objeção o relatório é aprovado. Esse é, portanto, o chamado consenso negativo.

    A alternativa “c” está incorreta, uma vez que conforme disposto no artigo 3 do Entendimento, as recomendações e decisões do OSC não poderão promover o aumento ou a diminuição dos direitos e obrigações definidos nos acordos abrangidos.

    De igual modo, está incorreta a alternativa “d”. Importante esclarecer que admite-se terceiros perante o mecanismo de solução de controvérsias, conforme previsto no artigo 10. Isso, no entanto, não lhe concede o direito de recorrer do relatório do grupo especial, uma vez que essa possibilidade é restrita às partes em controvérsia, tal qual se depreende do artigo 17, parágrafo quarto, do Entendimento. 

     

    Fonte: https://oab.grancursosonline.com.br/wp-content/uploads/2017/07/Recurso-Luciano-Favaro-Direito-Internacional.pdf

     

     

    "Por maior que seja o cansaço faça do estudo a base de todo seu conhecimento."

  • Miguel Afonso

    "Me dê 4 madeiras que faço uma banca melhor que a FGV."

    Na verdade vc precisaria de 3, o choro não vai fazer vc passar. Raciocinar sim.

  •  tratado de Marrakesh? Nunca nem ví....

  • Como as questões que nunca vi falar, só marco letra "C", essa ai passou bem longe, FGV tá de sacanagem com o povo


ID
2558974
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
TRF - 5ª REGIÃO
Ano
2017
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

Considere que haja controvérsia entre determinado país que se posicionou contrário à política de outro Estado de concessão de subsídios à exportação de produtos automobilísticos. A respeito desse caso, assinale a opção correta considerando as normas da Organização Mundial do Comércio (OMC) bem como as fases do processo decisório desse organismo.

Alternativas
Comentários
  • ITEM A - FALSO: NÃO compete ao Órgão Especial da OMC.

    - Compete ao Dispute Settlement Body =DSB (Despiute Serôment Bori)

    - ou Órgão de Solução de Controvérsias-OSC

     

    ITEM B - FALSO: NÃO pode apreciar, em grau de apelação na OMC, questão fáticas.

    - A temática objeto do recurso de apelação se restringe às questões de direito constantes do relatório e à interpretação jurídica exposada pelo Grupo Especial.

    ITEM C - CERTO.

    * A ESC (Entendimento relativo às normas e procedimentos sobre solução de controvérsias) é obrigatório para todos os membros.

    ITEM D- FALSO: NÃO é admissível a postular diretar perante às empresas.

    - pois é obrigatória a adoção do Sistema da OMC, para buscar-se a solução do conflito.

    ITEM E - FALSO: o Painel NÃO será organizado, de primeira.

    * Antes mesmo de solicitar o estabelecimento do painel (equivalente a uma primeira instância),

    - há o procedimento da consulta(o demandado terá 10 dias para responder tal consulta), que busca um acordo entre as partes que estão em conflito sem a interferência de terceiros.

    - Há também a possibilidade de as partes solicitarem a mediação pelo Diretor Geral da OMC.

    * além disso, o Painel NÃO se compões de 07 Membros, de uma lista de 30.

    * Na verdade, o Painel será constituído por 03(três) membros, que deverão ser escolhidos de comum acordo pelas partes.

    - Caso não seja possível acordo quanto aos nomes apresentados em até 20 dias da data do estabelecimento do painel, eles deverão ser indicados pelo Diretor-Geral da OMC.

  • Alternativa A - está ERRADA. Compete ao Órgão de Solução de Conflitos (OSC), conforme anexo II, do tratado de Maraqueche.

    Alternativa B - está ERRADA. Compete ao Órgão Permanente de Apelação (Tratado de Maraqueche, anexo II, art. 17, 1) e a apelação deverá limitar-se às questões de direito tratadas pelo relatório do grupo especial e às interpretações jurídicas por ele formuladas (Tratado de Maraqueche, at. 17, 6). 

    Alternativa C - está CORRETA. Conforme estabelece o art. 23, 1, do anexo II, do tratado de Maraqueche. 

    Alternativa D - está ERRADA. somente os Estados podem utilizar o Entendimento Relativo às Normas e Procedimentos Sobre Solução de Controvérsias (ESC). 

    Alternativa E - está ERRADA. Porquanto, nos termos do art. 3º, 7 e do art. 11, do anexo II, do tratado de Maraqueche, haverá tentativa de solução pacífica da lide. O tratado prevê que antes de se estabelecer o painel, os membros deverão entabular consultas (negociações diretas prevista em tratado). 
    O paínel será constituído em 45 dias e será composto por 03 a 05 pessoas. 
     

  • A) INCORRETA 2 Solução de Controvérsias na OMC(...) Não obtida uma solução satisfatória no procedimento de consultas, a parte ou as partes poderá(ão) requisitar a instalação de um grupo especial, também denominado de Painel (...) Ainda, em toda oportunidade possível, deverá o Painel estimular a conciliação entre as partes (...) Ao contrário do Painel que analisa as questões de fato e de direito, o Órgão de Apelação se limita à interpretação e análise do direito aplicado ao caso concreto, mediante as alegações das partes nessa fase. (...) Após a prolação das recomendações e decisões do Painel ou do Órgão de Apelação, em caso de recurso, as partes deverão dar pronto cumprimento às medidas ali expostas. ( A disputa do algodão no organismos de solução de controvérsia da OMC-Paulo Daniel Cicolin-https://jus.com.br/artigos/54424/a-disputa-do-algodao-no-organismos-de-solucao-de-controversia-da-omc)

     

    B) INCORRETA ANEXO 2 ENTENDIMENTO RELATIVO ÀS NORMAS E PROCEDIMENTOS SOBRE SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS Art. 17 (6) c/c

     

    ANEXO 2 ENTENDIMENTO RELATIVO ÀS NORMAS E PROCEDIMENTOS SOBRE SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS Art. 17 (10) Os trabalhos do órgão de Apelação serão confidenciais. Os relatórios do órgão de Apelação serão redigidos sem a presença das partes em controvérsia e à luz das informações recebidas e das declarações apresentadas.

     

    ANEXO 2 ENTENDIMENTO RELATIVO ÀS NORMAS E PROCEDIMENTOS SOBRE SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS Art. 17 (11) As opiniões expressas no relatório do órgão de Apelação por seus integrantes serão anônimas.

     

    C) CORRETA Como bem expõe a doutrina, “além de o ESC (Entendimento Relativo às Normas e Procedimentos sobre solução de Controvérsias) abranger todos os acordos da OMC, ele também cria uma jurisdição compulsória para os seus Membros, sem necessidade de acordos adicionais, ficando os Membros obrigados a recorrer e acatar as normas e procedimentos do presente Entendimento.” (Sistema de solução de controvérsias da OMC e da CIJ: as vantagens e desvantagens da competência compulsória e não compulsória de instituições judiciais internacionais-PEDRO ARCOVERDE-http://centrodireitointernacional.com.br/wp-content/uploads/2014/05/Artigo-Pedro-Arcoverde.pdf)

     

    D) INCORRETA De fato, a OMC só concebe legitimidade ad causam para Estados, conforme ocorre no estrito âmbito do direito internacional público, a cercear a possibilidade de indivíduos, de empresas ou de organizações não-governamentais nela demandar in pectore. Não obstante sejam as contendas comerciais comumente entre empresas e não entre Estados, vigora, por conseguinte, a prática da representação diplomática (...) (O Brasil como cliente do sistema de solução de controvérsias da OMC-Jorge Fontoura-https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/194944/000881700.pdf?sequence=3)

  • E) INCORRETA Os pedidos de estabelecimento do Painel ou grupo especial deverão ser formulados por escrito, indicando se foram realizadas consultas, identificando as medidas em controvérsia e fornecendo uma breve exposição do embasamento legal da reclamação, suficiente para apresentar o problema com clareza. (...) Em cada caso as partes devem indicar, de comum acordo, seus componentes (componentes do painel). (...) Para auxiliar na escolha dos integrantes dos painéis ou grupos especiais, o Secretariado manterá uma lista indicativa de pessoas. Esta lista incluirá a relação de peritos não governamentais e outras relações ou listas indicativas elaboradas em virtude de qualquer acordo abrangido, e manterá os nomes dos peritos que figurem naquelas relações e listas indicativas na data de entrada em vigor do Acordo Constitutivo da OMC. (...) Os painéis ou grupos especiais serão compostos por 3 (três) integrantes a menos que, no prazo de 10 (dez) dias a partir de seu estabelecimento, as partes em controvérsia concordem em compor um grupo especial com 5 (cinco) integrantes, o que significa que não há um Painel permanente no sistema de solução de controvérsias da Organização Mundial do Comércio. ( O sistema de solução de controvérsias da organização mundial do comércio (OMC)-Michely Monteiro-https://jus.com.br/artigos/51829/o-sistema-de-solucao-de-controversias-da-organizacao-mundial-do-comercio-omc)

  • Lida a questão, vamos à resolução. 

    A) Ao Órgão Especial da OMC compete a fase de conciliação, na qual se decidem questões de fato e de direito.
    A alternativa está INCORRETA como é possível observar no comentário da alternativa C.


    B) Em caso de apelação, o plenário da OMC deve decidir, nessa fase, sobre as questões fáticas trazidas à revisão, em audiência.
    A alternativa está INCORRETA como é possível observar no comentário da alternativa C.

    C) Mesmo que o país interessado leve o caso a outro foro internacional, a jurisdição compulsória recairá sobre a OMC, se as partes envolvidas forem membros da organização. 
    É a alternativa CORRETA, tendo em vista que a OMC foi criada tendo como uma das suas funções principais, a de servir de foro de negociações permanente que facilitasse o aperfeiçoamento das regras que pautam o sistema multilateral de comércio entre os membros da Organização.

    Neste sentido, cabe afirmar que uma eventual decisão proveniente de um outro foro internacional não produzirá efeitos, caso haja controvérsia entre determinado país que se posicionou contrário à política de outro Estado de concessão de subsídios à exportação de produtos automobilísticos, se ambos os países forem membros da organização. Diante de um caso como este, efetivamente, a jurisdição compulsória recairá sobre a OMC

    “Em funcionamento desde 1o de janeiro de 1995, a Organização Mundial do Comércio (OMC) foi criada pelo Acordo de Marraqueche para desempenhar três funções principais: monitorar o comércio internacional e as políticas comerciais dos seus Membros; servir de foro de negociações permanente que facilitasse o aperfeiçoamento das regras que pautam o sistema multilateral de comércio e facilitar, por meio de um mecanismo transparente e objetivo, a solução de controvérsias entre os Membros da Organização. 

    (...) O ESC (Entendimento Relativo às Normas e Procedimentos sobre Soluções de Controvérsias da OMC)contemplou inovações importantes em relação ao modelo do GATT. Além de precisar com maior detalhe as regras e procedimentos que deverão ser aplicados para solucionar as divergências que surjam entre os Membros na aplicação dos Acordos da OMC, com etapas11 e prazos predefinidos12, o ESC inverteu a regra do consenso, necessária na época do GATT para a instalação dos Grupos Especiais e para a adoção das recomendações. Na nova sistemática, encerrada a fase de consultas sem que tenha sido possível encontrar uma solução satisfatória para o caso, a constituição do Grupo Especial só poderá ser bloqueada se houver consenso de todos os Membros, incluindo o demandante, o que, na prática, resultou em um sistema de jurisdição quase compulsória. O mesmo procedimento de consenso negativo se aplica para adoção dos Relatórios dos Grupos Especiais e para o recurso ao Órgão de Apelação (OA), outra inovação do SSC (Sistema de Solução de Controvérsia)".

    Fonte: O Sistema de Solução de Controvérsias da OMC Uma perspectiva brasileira.


    D)  O país descontente poderá postular diretamente em face das empresas automobilísticas envolvidas, desde que sejam empresas multinacionais.

    A alternativa está INCORRETA como é possível observar no comentário da alternativa C.

    E) Recebida a petição acerca da controvérsia, a OMC deverá organizar um painel com sete membros, escolhidos entre uma lista de trinta especialistas, a fim de decidir a questão.

    A alternativa está INCORRETA como é possível observar no comentário da alternativa C.



    Gabarito do Professor: Alternativa C. 

ID
2790391
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2018
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

Julgue (C ou E) o próximo item, à luz dos acordos da Organização Mundial do Comércio (OMC) e da jurisprudência de seu Órgão de Apelação.

Os membros da OMC são livres para adotar, em suas legislações nacionais, níveis de proteção de direitos de propriedade intelectual mais elevados que aqueles requeridos pelo Acordo sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual relacionados ao Comércio (Acordo TRIPS), desde que tal proteção não contrarie os dispositivos desse mesmo Acordo.

Alternativas
Comentários
  • CERTO.

     

    Dec. nº 1.355/94, art. 1º do Anexo referente ao Acordo sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual relacionados ao Comércio (Acordo TRIPS): 

     

    1. Os Membros colocarão em vigor o disposto neste Acordo. Os Membros poderão, mas não estarão obrigados a prover, em sua legislação, proteção mais ampla que a exigida neste Acordo, desde que tal proteção não contrarie as disposições deste Acordo. Os Membros determinarão livremente a forma apropriada de implementar as disposições deste Acordo no âmbito de seus respectivos sistema e prática jurídicos.

  • GABARITO: CERTO.

  • A fim de encontrarmos a alternativa correta, iremos analisar a assertiva a seguir:

    O item está CERTO, pois replica exatamente o que está disposto no artigo 1 do Acordo TRIPS, como é possível observar: 

    ARTIGO 1
    Natureza e Abrangência das Obrigações 

    1.     Os Membros colocarão em vigor o disposto neste Acordo. Os Membros poderão, mas não estarão obrigados a prover, em sua legislação, proteção mais ampla que a exigida neste Acordo, desde que tal proteção não contrarie as disposições deste Acordo. Os Membros determinarão livremente a forma apropriada de implementar as disposições deste Acordo no âmbito de seus respectivos sistema e prática jurídicos. 

    Fonte: ACORDO SOBRE ASPECTOS DOS DIREITOS DE PROPRIEDADE INTELECTUAL RELACIONADOS AO COMÉRCIO - DECRETO N 1.355, DE 30 DE DEZEMBRO DE 1994, que promulga a Ata Final que Incorpora os Resultados da Rodada Uruguai de Negociações Comerciais Multilaterais do GATT.




    Gabarito do professor: Certo.




ID
2790394
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2018
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

Julgue (C ou E) o próximo item, à luz dos acordos da Organização Mundial do Comércio (OMC) e da jurisprudência de seu Órgão de Apelação.

Conforme o Acordo sobre Subsídios e Medidas Compensatórias da OMC, são classificados como subsídios proibidos apenas aqueles vinculados a desempenho exportador e ao uso preferencial de produtos nacionais em detrimento de produtos estrangeiros.

Alternativas
Comentários
  • CERTO.

     

     

    PARTE II : SUBSÍDIOS PROIBIDOS. ARTIGO 3º. PROIBIÇÃO.

     

    1. Com exceção do disposto no Acordo sobre Agricultura, serão proibidos os seguintes subsídios, conforme definidos no Artigo 1:

     

    (a) subsídios vinculados de fato ou de direito (nota 4) ao desempenho exportador, quer individualmente, quer como parte de um conjunto de condições, inclusive aqueles indicados a título de exemplo no Anexo I (nota 5);

     

    (b) subsídios vinculados de fato ou de direito ao uso preferencial de produtos nacionais em detrimento de produtos estrangeiros, quer individualmente, quer como parte de um conjunto de condições;

     

    NOTAS:

    4 Esta norma será satisfeita quando os fatos demonstrarem que a concessão de um subsídio, ainda que não esteja vinculada de direito ao desempenho exportador, está de fato vinculada a exportações ou ganhos com exportações reais ou previstos. O simples fato de que subsídios sejam concedidos a empresas exportadoras não deverá, por si só, ser considerado como subsídio a exportação, no sentido definido neste artigo.

    5 Aquelas medidas que estejam indicadas no ANEXO I como não caracterizadoras de subsídios à exportação não serão proibidas por este Artigo ou nenhum outro deste Acordo.

  • @Daniel de Castro, agradeço muito pelos seus comentários. Muito obrigado. Poderia dizer de qual documento tirou este extrato, por favor?
  • Leonardo: do próprio texto do acordo mencionado na assertiva. Não precisa decorar tratados, mas vale a pena, ao estudar DIP, se familiarizar com a linguagem de certos acordos e algumas outras fontes, primárias ou secundárias, importantes. No caso da OMC, o Acordo sobre Subsídios e Medidas Compensatórias (isto é, medidas antissubsídios) é uma dessas fontes — que devem, no entanto, complementar o estudo mais do que orientá-lo.

  • Nem todos os subsídios são proibidos. Em conformidade com o Acordo sobre Subsídios e Medidas Compensatórias, de 1994, os subsídios podem ser classificados em duas categorias, chamadas “caixas”:

    1) Caixa Vermelha:

    2) Caixa Laranja:

    Os subsídios da caixa vermelha já SÃO PROIBIDOS POR SI SÓ

    Os subsídios da caixa laranja são ACIONÁVEIS, ou seja, para ser proibido deve-se comprovar "subsídio, dano e nexo causal".

    Bons estudos!

    Fonte: aula do prof. Bruno Rezende

  • O item está CERTO, tendo em vista que trata do disposto no art. 3 do Acordo Sobre Subsídios E Medidas Compensatóriasaprovado pelo Decreto Legislativo n.º 30, de 15.12.94 e promulgado pelo Decreto nº 1.355, de 30.12.94, a respeito de subsídios proibidos, como se pode observar:

    PARTE II : SUBSÍDIOS PROIBIDOS

    ARTIGO 3

    PROIBIÇÃO

    1. Com exceção do disposto no Acordo sobre Agricultura, seguintes subsídios, conforme definidos no Artigo 1:

    serão proibidos os 

    (a) subsídios vinculados de fato ou de direito ao desempenho exportador, quer individualmente, quer como parte de um conjunto de condições, inclusive aqueles indicados a título de exemplo no Anexo I 5

    (b) subsídios vinculados de fato ou de direito ao uso preferencial de produtos nacionais em detrimento de produtos estrangeiros, quer individualmente, quer como parte de um conjunto de condições; 

    2. O Membro deste Acordo não concederá ou manterá os subsídios mencionados no parágrafo 1. 

    Fonte: Acordo Sobre Subsídios E Medidas Compensatóriasaprovado pelo Decreto Legislativo n.º 30, de 15.12.94 e promulgado pelo Decreto nº 1.355, de 30.12.94

    Gabarito do ProfessorCERTO 

ID
2790397
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2018
Provas
Disciplina
Direito Internacional Privado
Assuntos

Julgue (C ou E) o próximo item, à luz dos acordos da Organização Mundial do Comércio (OMC) e da jurisprudência de seu Órgão de Apelação.


No contencioso Brasil-Pneus, o Órgão de Apelação da OMC concluiu que, à luz das disposições do Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT), a proibição de importação de pneus reformados era necessária à proteção da saúde pública e do meio ambiente no Brasil, mas que, para ser mantida, o Brasil deveria assegurar a efetiva cessação das importações de pneus usados e reformados de todas as origens, inclusive dos países do MERCOSUL.

Alternativas
Comentários
  • CERTO.

     

    Caso 1: Pneus Remodelados no Mercosul (2002).

     

    Disputa Uruguai vs. Brasil em torno dos pneumáticos remodelados em 2002. Essa controvérsia deu origem ao sexto laudo arbitral do Tribunal Ad Hoc do Mercosul, o Laudo VI (jan-2002). Em suma, o Uruguai reclamara sobre a proibição brasileira de importação de pneumáticos remodelados uruguaios; o TAH decide que a portaria brasileira era incompatível com a normativa mercosulina; no final, o Brasil revogou a proibição de importação.


    Resultado: Brasil permite importação de pneus remodelados do Uruguai.

     


    Caso 2: Pneus Remodelados na OMC (2005-09).

     

    A União Europeia inicia seu pedido de consultas (DS332 em jun-2005) contra o Brasil. O Brasil alega que a proibição tinha como objetivo restringir as importações de produtos nocivos ao meio ambiente e à saúde pública (tese do aumento do passivo ambiental embasada no artigo 20 do GATT 94) e argumenta que a exceção conferida ao Mercosul (notadamente ao Uruguai) estava amparada no artigo 24 do GATT 94 (exceção à cláusula NMF para acordos regionais). As decisões do painel (jun-2007) e do Órgão de Apelação (dez-2007) concordaram que o Brasil tinha o direito de restringir produtos nocivos ao meio ambiente e à saúde pública.

     

    O Órgão de Apelação, contudo, entendeu que a forma como a medida fora aplicada pelo Brasil era discriminatória e que o Brasil deveria modificar sua legislação para proibir a importação de pneus remodelados para todos os membros da OMC ou então liberar a importação dos mesmos para todos. Em set-2009, o Brasil cumpriu a decisão, proibindo a importação de pneumáticos remodelados para todos os países, eliminando a exceção até então existente para o Mercosul.

     

    Resultado: Brasil proíbe a importação de pneus remodelados de todos os países, inclusive os do Uruguai.

  • Não te conheço, mas já te amo. Você caiu do céu.

  • A fim de encontrarmos a resposta, iremos analisar a assertiva a seguir:

    O item está CERTO. No caso Brasil – Pneus recauchutados, o Órgão de Apelação da OMC decidiu que o Brasil não poderia dar tratamento diferenciado à importação de pneus reformados procedentes da Europa comunitária em detrimento da importação dos pneus provenientes do Uruguai. Neste sentido,  o Brasil foi condenado por adotar medidas discriminatórias no comércio dos referidos pneus.

     

    Desta forma, a OMC decidiu que o Brasil tem efetivamente o direito de impor barreiras por motivos ambientais, no entanto, entendeu que o governo possui duas opções: implementar completamente o embargo, e consequentemente fecharseu mercado, ou não praticar discriminações e importar também da Europa. 

    A decisão do Órgão de Apelação da OMC foi baseada no ARTIGO XX, b) do GATT:

    ARTIGO XX 

    EXCEÇÕES GERAIS 

    Desde que essas medidas não sejam aplicadas de forma a constituir quer um meio de discriminação arbitrária, ou injustificada, entre os países onde existem as mesmas condições, quer uma restrição disfarçada ao comércio internacional, disposição alguma do presente capítulo será interpretada como impedindo a adoção ou aplicação, por qualquer Parte Contratante, das medidas: 

    (b) necessárias à proteção da saúde e da vida das pessoas e dos animais e à preservação dos vegetais; 

    Fonte: ACORDO GERAL SOBRE TARIFAS ADUANEIRAS E COMÉRCIO 1947 (GATT)



    Gabarito do professor: Certo



  • Clipping CACD

    Item correto!

    O caso dos pneus teve início em 2005 e referiu-se à demanda das CE contra o Brasil em razão da proibição brasileira às importações de pneus reformados, medida que era adotada pelo Governo brasileiro desde 2000. Além de questionar as medidas brasileiras que estabeleciam a proibição de importação de pneus reformados, as CE também fizeram objeção à exceção conferida aos Estados membros do MERCOSUL (especialmente, o Uruguai), os quais estavam aptos a exportar esses produtos para o mercado brasileiro. Na apreciação do caso, tanto o painel quanto o Órgão de Apelação reconheceram a validade dos argumentos brasileiros no tocante aos aspectos ambientais e de saúde pública, uma vez que ambos afirmaram que a proibição das importações de pneus reformados seria medida necessária para proteger o meio ambiente e a saúde pública.

    O Órgão de Apelação entendeu que, da forma como foi aplicada pelo Brasil, a proibição de importações de pneus reformados constituía um meio discriminatório e restritivo de aplicação da exceção, pois a proibição brasileira excetuava os importadores brasileiros que obtinham medidas liminares perante o Poder Judiciário, bem como as importações provenientes dos parceiros do MERCOSUL. Para dar l cumprimento às recomendações do painel e do Órgão de Apelação, foi ajuizada uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) perante o STF, com o objetivo de eliminar a possibilidade de concessão de liminares à importação de pneus reformados e de cassar as liminares já concedidas, o que foi julgado favoravelmente. Com base na decisão do STF, foi eliminada a exceção para o MERCOSUL. A firme disposição do Brasil de dar cumprimento às determinações da OMC – refletida na decisão de se recorrer à mais alta Corte do país – reforça a legitimidade do Brasil no sistema multilateral e justifica a posição do Brasil quando espera o mesmo grau de cumprimento das normativas multilaterais nessa matéria por seus parceiros comerciais.