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Prova FUNCAB - 2012 - MPE-RO - Técnico Administrativo


ID
664951
Banca
FUNCAB
Órgão
MPE-RO
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Um peixe 

            Virou a capanga de cabeça para baixo, e os peixes espalharam-se pela pia. Ele ficou olhando, e foi então que notou que a traíra ainda estava viva. Era o maior peixe de todos ali, mas não chegava a ser grande: pouco mais de um palmo. Ela estava mexendo, suas guelras mexiam-se devagar, quando todos os outros peixes já estavam mortos. Como que ela podia durar tanto tempo assim fora d'água?...

        Teve então uma ideia: abrir a torneira, para ver o que acontecia. Tirou para fora os outros peixes: lambaris, chorões, piaus; dentro do tanque deixou só a traíra. E então abriu a torneira: a água espalhou-se e, quando cobriu a traíra, ela deu uma rabanada e disparou, ele levou um susto – ela estava muito mais viva do que ele pensara, muito mais viva. Ele riu, ficou alegre e divertido, olhando a traíra, que agora tinha parado num canto, o rabo oscilando de leve, a água continuando a jorrar da torneira. Quando o tanque se encheu, ele fechou-a.

– E agora? – disse para o peixe. – Quê que eu faço com você?...

Enfiou o dedo na água: a traíra deu uma corrida, assustada, e ele tirou o dedo depressa.

        – Você tá com fome?... E as minhocas que você me roubou no rio? Eu sei que era você; devagarzinho, sem a gente sentir... Agora está aí, né?... Tá vendo o resultado?...

    O peixe, quieto num canto, parecia escutar.

    Podia dar alguma coisa para ele comer. Talvez pão. Foi olhar na lata: havia acabado. Que mais? Se a mãe estivesse em casa, ela teria dado uma ideia – a mãe era boa para dar ideias. Mas ele estava sozinho. Não conseguia lembrar de outra coisa. O jeito era ir comprar um pão na padaria. Mas sujo assim de barro, a roupa molhada, imunda? – Dane-se – disse, e foi.

        Era domingo à noite, o quarteirão movimentado, rapazes no footing , bares cheios. Enquanto ele andava, foi pensando no que acontecera. No começo fora só curiosidade; mas depois foi bacana, ficou alegre quando viu a traíra bem viva de novo, correndo pela água, esperta. Mas o que faria com ela agora? Matá-la, não ia; não, não faria isso. Se ela já estivesse morta, seria diferente; mas ela estava viva, e ele não queria matá-la. Mas o que faria com ela? Poderia criá-la; por que não? Havia o tanquinho do quintal, tanquinho que a mãe uma vez mandara fazer para criar patos. Estava entupido de terra, mas ele poderia desentupi-lo, arranjar tudo; ficaria cem por cento. É, é isso o que faria. Deixaria a traíra numa lata d'água até o dia seguinte e, de manhã, logo que se levantasse, iria mexer com isso. 

        Enquanto era atendido na padaria, ficou olhando para o movimento, os ruídos, o vozerio do bar em frente. E então pensou na traíra, sua trairinha, deslizando silenciosamente no tanque da pia, na casa escura. Era até meio besta como ele estava alegre com aquilo. E logo um peixe feio como traíra, isso é que era o mais engraçado.

        Toda manhã – ia pensando, de volta para casa – ele desceria ao quintal, levando pedacinhos de pão para ela. Além disso, arrancaria minhocas, e de vez em quando pegaria alguns insetos. Uma coisa que podia fazer também era pescar depois outra traíra e trazer para fazer companhia a ela; um peixe sozinho num tanque era algo muito solitário. 

A empregada já havia chegado e estava no portão, olhando o movimento. – Que peixada bonita você pegou...

– Você viu?

– Uma beleza... Tem até uma trairinha.

– Ela foi difícil de pegar, quase que ela escapole; ela não estava bem fisgada.

– Traíra é duro de morrer, hem?

– Duro de morrer?... Ele parou.

        – Uai, essa que você pegou estava vivinha na hora que eu cheguei, e você ainda esqueceu o tanque cheio d'água... Quando eu cheguei, ela estava toda folgada, nadando. Você não está acreditando? Juro. Ela estava toda folgada, nadando. 

    – E aí?

    –Aí? Uai, aí eu escorri a água para ela morrer; mas você pensa que ela morreu? Morreu nada! Traíra é duro de morrer, nunca vi um peixe assim. Eu soquei a ponta da faca naquelas coisas que faz o peixe nadar, sabe? Pois acredita que ela ainda ficou mexendo? Aí eu peguei o cabo da faca e esmaguei a cabeça dele, e foi aí que ele morreu. Mas custou, ô peixinho duro de morrer! Quê que você está me olhando? 

– Por nada.

– Você não está acreditando? Juro; pode ir lá na cozinha ver: ela está lá do jeitinho que eu deixei. Ele foi caminhando para dentro.

– Vou ficar aqui mais um pouco

– disse a empregada.

– depois vou arrumar os peixes, viu?

– Sei.

    Acendeu a luz da sala. Deixou o pão em cima da mesa e sentou-se. Só então notou como estava cansado.

 

(VILELA, Luiz. . O violino e outros contos 7ª ed. São Paulo: Ática, 2007. p. 36-38.) 

VOCABULÁRIO:

Capanga: bolsa pequena, de tecido, couro ou plástico, usada a tiracolo. 

Footing :passeio a pé, com o objetivo de arrumar namorado(a).

Guelra: estrutura do órgão respiratório da maioria dos animais aquáticos.

Vozerio: som de muitas vozes juntas. 

“(...) TEVE então uma ideia: abrir a torneira, para ver o que acontecia.” / “... que agora TINHA parado num canto, o rabo oscilando de leve,(...)”. Nessas duas frases, o verbo TER foi empregado em lugar de outros verbos de significado mais preciso. A alternativa em que as substituições propostas das formas destacadas são, respectivamente adequadas, é:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito - D

    Ocorreu então uma idéia...//que agora havia parado num canto...
  • Ocrreu então uma ideia: abrir a torneira, para ver o que acontecia.” / “... que agora havia parado num canto, o rabo oscilando de leve,(...)”.

    Tenho uma pequena dúvida na 1° frase porque nunca vi alguém dizer: "Ocorreu uma ideia" em vez "(ele) Teve uma ideia".
  • Bem simples

    Alternativa D
    Há diversas formas de se garantir a coesão entre os elementos de uma frase ou de um texto
    , uma é a substituição, como no caso em analise

    Bons estudos
  • “(...) TEVE então uma ideia: abrir a torneira, para ver o que acontecia.” / “... que agora TINHA parado num canto, o rabo oscilando de leve,(...)”. Nessas duas frases, o verbo TER foi empregado em lugar de outros verbos de significado mais preciso. A alternativa em que as substituições propostas das formas destacadas são, respectivamente adequadas, é:

    a) Conservou / permanecia.
    b) Alcançou / possuía.
    c) Apresentou / seguia.
    d) Ocorreu / havia.
    e) Revelava / procedia

    Resposta Correta: Letra D (com uma crítica)

    Pelo o que eu aprendi em sala de aula: NÃO  se usa o verbo "TER" como sinônimo dos verbos "EXISTIR" e "OCORRER". Portanto, creio que esta questão esteja equivocada no seu primeiro tópico. 

    Já no segundo, pode-se muito bem subsitituir o verbo "TINHA" por "HAVIA", o que soaria mais correto por sinal

  • Alex, na verdade os dois usos do verbo "TER" estão em dissonância com a norma culta, nao se usa o verbo TER no sentido de OCORRER, EXISTIR, por isso as duas possibilidades apresentadas substituem adequamente o verbo TER, empregado informalmente na frase.

  • Letra D
     Questão muito fácil...mesmo porque o verbo "Ter" no sentido em que foi empregado não é aceito pela norma culta... me corrijam se eu estiver errado.
  • Comentário simples, mas é importante reforçar que os tempos e modos verbais foram mantidos:

    "Teve" pretérito perfeito do indicativo substituído por "ocorreu" pretérito perfeito do indicativo.
    "Tinha" pretérito imperfeito do indicativo substituído por "havia" pretérito imperfeito do indicativo.

ID
664954
Banca
FUNCAB
Órgão
MPE-RO
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Um peixe 

            Virou a capanga de cabeça para baixo, e os peixes espalharam-se pela pia. Ele ficou olhando, e foi então que notou que a traíra ainda estava viva. Era o maior peixe de todos ali, mas não chegava a ser grande: pouco mais de um palmo. Ela estava mexendo, suas guelras mexiam-se devagar, quando todos os outros peixes já estavam mortos. Como que ela podia durar tanto tempo assim fora d'água?...

        Teve então uma ideia: abrir a torneira, para ver o que acontecia. Tirou para fora os outros peixes: lambaris, chorões, piaus; dentro do tanque deixou só a traíra. E então abriu a torneira: a água espalhou-se e, quando cobriu a traíra, ela deu uma rabanada e disparou, ele levou um susto – ela estava muito mais viva do que ele pensara, muito mais viva. Ele riu, ficou alegre e divertido, olhando a traíra, que agora tinha parado num canto, o rabo oscilando de leve, a água continuando a jorrar da torneira. Quando o tanque se encheu, ele fechou-a.

– E agora? – disse para o peixe. – Quê que eu faço com você?...

Enfiou o dedo na água: a traíra deu uma corrida, assustada, e ele tirou o dedo depressa.

        – Você tá com fome?... E as minhocas que você me roubou no rio? Eu sei que era você; devagarzinho, sem a gente sentir... Agora está aí, né?... Tá vendo o resultado?...

    O peixe, quieto num canto, parecia escutar.

    Podia dar alguma coisa para ele comer. Talvez pão. Foi olhar na lata: havia acabado. Que mais? Se a mãe estivesse em casa, ela teria dado uma ideia – a mãe era boa para dar ideias. Mas ele estava sozinho. Não conseguia lembrar de outra coisa. O jeito era ir comprar um pão na padaria. Mas sujo assim de barro, a roupa molhada, imunda? – Dane-se – disse, e foi.

        Era domingo à noite, o quarteirão movimentado, rapazes no footing , bares cheios. Enquanto ele andava, foi pensando no que acontecera. No começo fora só curiosidade; mas depois foi bacana, ficou alegre quando viu a traíra bem viva de novo, correndo pela água, esperta. Mas o que faria com ela agora? Matá-la, não ia; não, não faria isso. Se ela já estivesse morta, seria diferente; mas ela estava viva, e ele não queria matá-la. Mas o que faria com ela? Poderia criá-la; por que não? Havia o tanquinho do quintal, tanquinho que a mãe uma vez mandara fazer para criar patos. Estava entupido de terra, mas ele poderia desentupi-lo, arranjar tudo; ficaria cem por cento. É, é isso o que faria. Deixaria a traíra numa lata d'água até o dia seguinte e, de manhã, logo que se levantasse, iria mexer com isso. 

        Enquanto era atendido na padaria, ficou olhando para o movimento, os ruídos, o vozerio do bar em frente. E então pensou na traíra, sua trairinha, deslizando silenciosamente no tanque da pia, na casa escura. Era até meio besta como ele estava alegre com aquilo. E logo um peixe feio como traíra, isso é que era o mais engraçado.

        Toda manhã – ia pensando, de volta para casa – ele desceria ao quintal, levando pedacinhos de pão para ela. Além disso, arrancaria minhocas, e de vez em quando pegaria alguns insetos. Uma coisa que podia fazer também era pescar depois outra traíra e trazer para fazer companhia a ela; um peixe sozinho num tanque era algo muito solitário. 

A empregada já havia chegado e estava no portão, olhando o movimento. – Que peixada bonita você pegou...

– Você viu?

– Uma beleza... Tem até uma trairinha.

– Ela foi difícil de pegar, quase que ela escapole; ela não estava bem fisgada.

– Traíra é duro de morrer, hem?

– Duro de morrer?... Ele parou.

        – Uai, essa que você pegou estava vivinha na hora que eu cheguei, e você ainda esqueceu o tanque cheio d'água... Quando eu cheguei, ela estava toda folgada, nadando. Você não está acreditando? Juro. Ela estava toda folgada, nadando. 

    – E aí?

    –Aí? Uai, aí eu escorri a água para ela morrer; mas você pensa que ela morreu? Morreu nada! Traíra é duro de morrer, nunca vi um peixe assim. Eu soquei a ponta da faca naquelas coisas que faz o peixe nadar, sabe? Pois acredita que ela ainda ficou mexendo? Aí eu peguei o cabo da faca e esmaguei a cabeça dele, e foi aí que ele morreu. Mas custou, ô peixinho duro de morrer! Quê que você está me olhando? 

– Por nada.

– Você não está acreditando? Juro; pode ir lá na cozinha ver: ela está lá do jeitinho que eu deixei. Ele foi caminhando para dentro.

– Vou ficar aqui mais um pouco

– disse a empregada.

– depois vou arrumar os peixes, viu?

– Sei.

    Acendeu a luz da sala. Deixou o pão em cima da mesa e sentou-se. Só então notou como estava cansado.

 

(VILELA, Luiz. . O violino e outros contos 7ª ed. São Paulo: Ática, 2007. p. 36-38.) 

VOCABULÁRIO:

Capanga: bolsa pequena, de tecido, couro ou plástico, usada a tiracolo. 

Footing :passeio a pé, com o objetivo de arrumar namorado(a).

Guelra: estrutura do órgão respiratório da maioria dos animais aquáticos.

Vozerio: som de muitas vozes juntas. 

O pronome – LO da frase “(...) mas ele poderia desentupi-LO, arranjar tudo; ficaria cem por cento.(...)" (parágrafo 9), no contexto, refere-se ao:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito - B

    Questão tranquila. Não necessita ler o texto. Alguém vai desentupir o quarteirão? O bar? O rio? O quintal?
  • Pronome é toda palavra que substitui ou pode substituir um nome, um substantivo:
    Desentupir o tanquinho.
    Desentupi-lo
  • O pronome – LO da frase “(...) mas ele poderia desentupi-LO, arranjar tudo; ficaria cem por cento.

    O pronome oblíquo refere-se a "tanquinho". (info enncontrada no 8° parágrafo).
  • com uma dessas ai na prova fica facil...rs
  •  Pq nos concursos que eu faço não caem questões assim...rsrs 
  • pior não foi resolver esta questão, foi ver que 36 pessoas ERRARAM!!!!!!!!!   KKKKKKK, desculpem não pude ficar sem comentar
  • Pessoal, errar essa questão é complicado. O pronome "-lo" refere-se ao tanquinho. Por quê se refere ao tanquinho? Simples, porque o texto diz que havia um tanquinho no quintal e ele (o tanquinho) estava entupido de terra. E depois tem que desentupi-lo ... o (tanquinho) desentupir... desentupir o tanquinho. o -lo é um pronome oblíquo que tem a função de complementar o verbo, nesse caso, transitivo direito, logo o -lo é um objeto direito!!! Resposta letra "b". 

  • Questão fácil texto enorme.

  • Que questão besta!


ID
664960
Banca
FUNCAB
Órgão
MPE-RO
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Um peixe 

            Virou a capanga de cabeça para baixo, e os peixes espalharam-se pela pia. Ele ficou olhando, e foi então que notou que a traíra ainda estava viva. Era o maior peixe de todos ali, mas não chegava a ser grande: pouco mais de um palmo. Ela estava mexendo, suas guelras mexiam-se devagar, quando todos os outros peixes já estavam mortos. Como que ela podia durar tanto tempo assim fora d'água?...

        Teve então uma ideia: abrir a torneira, para ver o que acontecia. Tirou para fora os outros peixes: lambaris, chorões, piaus; dentro do tanque deixou só a traíra. E então abriu a torneira: a água espalhou-se e, quando cobriu a traíra, ela deu uma rabanada e disparou, ele levou um susto – ela estava muito mais viva do que ele pensara, muito mais viva. Ele riu, ficou alegre e divertido, olhando a traíra, que agora tinha parado num canto, o rabo oscilando de leve, a água continuando a jorrar da torneira. Quando o tanque se encheu, ele fechou-a.

– E agora? – disse para o peixe. – Quê que eu faço com você?...

Enfiou o dedo na água: a traíra deu uma corrida, assustada, e ele tirou o dedo depressa.

        – Você tá com fome?... E as minhocas que você me roubou no rio? Eu sei que era você; devagarzinho, sem a gente sentir... Agora está aí, né?... Tá vendo o resultado?...

    O peixe, quieto num canto, parecia escutar.

    Podia dar alguma coisa para ele comer. Talvez pão. Foi olhar na lata: havia acabado. Que mais? Se a mãe estivesse em casa, ela teria dado uma ideia – a mãe era boa para dar ideias. Mas ele estava sozinho. Não conseguia lembrar de outra coisa. O jeito era ir comprar um pão na padaria. Mas sujo assim de barro, a roupa molhada, imunda? – Dane-se – disse, e foi.

        Era domingo à noite, o quarteirão movimentado, rapazes no footing , bares cheios. Enquanto ele andava, foi pensando no que acontecera. No começo fora só curiosidade; mas depois foi bacana, ficou alegre quando viu a traíra bem viva de novo, correndo pela água, esperta. Mas o que faria com ela agora? Matá-la, não ia; não, não faria isso. Se ela já estivesse morta, seria diferente; mas ela estava viva, e ele não queria matá-la. Mas o que faria com ela? Poderia criá-la; por que não? Havia o tanquinho do quintal, tanquinho que a mãe uma vez mandara fazer para criar patos. Estava entupido de terra, mas ele poderia desentupi-lo, arranjar tudo; ficaria cem por cento. É, é isso o que faria. Deixaria a traíra numa lata d'água até o dia seguinte e, de manhã, logo que se levantasse, iria mexer com isso. 

        Enquanto era atendido na padaria, ficou olhando para o movimento, os ruídos, o vozerio do bar em frente. E então pensou na traíra, sua trairinha, deslizando silenciosamente no tanque da pia, na casa escura. Era até meio besta como ele estava alegre com aquilo. E logo um peixe feio como traíra, isso é que era o mais engraçado.

        Toda manhã – ia pensando, de volta para casa – ele desceria ao quintal, levando pedacinhos de pão para ela. Além disso, arrancaria minhocas, e de vez em quando pegaria alguns insetos. Uma coisa que podia fazer também era pescar depois outra traíra e trazer para fazer companhia a ela; um peixe sozinho num tanque era algo muito solitário. 

A empregada já havia chegado e estava no portão, olhando o movimento. – Que peixada bonita você pegou...

– Você viu?

– Uma beleza... Tem até uma trairinha.

– Ela foi difícil de pegar, quase que ela escapole; ela não estava bem fisgada.

– Traíra é duro de morrer, hem?

– Duro de morrer?... Ele parou.

        – Uai, essa que você pegou estava vivinha na hora que eu cheguei, e você ainda esqueceu o tanque cheio d'água... Quando eu cheguei, ela estava toda folgada, nadando. Você não está acreditando? Juro. Ela estava toda folgada, nadando. 

    – E aí?

    –Aí? Uai, aí eu escorri a água para ela morrer; mas você pensa que ela morreu? Morreu nada! Traíra é duro de morrer, nunca vi um peixe assim. Eu soquei a ponta da faca naquelas coisas que faz o peixe nadar, sabe? Pois acredita que ela ainda ficou mexendo? Aí eu peguei o cabo da faca e esmaguei a cabeça dele, e foi aí que ele morreu. Mas custou, ô peixinho duro de morrer! Quê que você está me olhando? 

– Por nada.

– Você não está acreditando? Juro; pode ir lá na cozinha ver: ela está lá do jeitinho que eu deixei. Ele foi caminhando para dentro.

– Vou ficar aqui mais um pouco

– disse a empregada.

– depois vou arrumar os peixes, viu?

– Sei.

    Acendeu a luz da sala. Deixou o pão em cima da mesa e sentou-se. Só então notou como estava cansado.

 

(VILELA, Luiz. . O violino e outros contos 7ª ed. São Paulo: Ática, 2007. p. 36-38.) 

VOCABULÁRIO:

Capanga: bolsa pequena, de tecido, couro ou plástico, usada a tiracolo. 

Footing :passeio a pé, com o objetivo de arrumar namorado(a).

Guelra: estrutura do órgão respiratório da maioria dos animais aquáticos.

Vozerio: som de muitas vozes juntas. 

A alternativa que transcreve uma frase do texto em que foi feita uma construção INADEQUADA, quanto à concordância, é:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito - C

    •  “(...) Eu soquei a ponta da faca naquelas coisas que faz o peixe nadar, sabe? Pois acredita que ela ainda ficou mexendo?(...)”

    O 'que' é um pronome demonstrativo que substitui o termo anterior. Reescrevendo temos:

    '...coisas fazem o peixe nadar.
    •  
    • Eu soquei a ponta da faca naquelas coisas que faz o peixe nadar, sabe? Pois acredita que ela ainda ficou mexendo? errado

      Eu soquei a ponta da faca naquelas coisas que FAZEM o peixe nadar, sabe? Pois acredita que ela ainda ficou mexendo?

      correto.
    • Somente no sentido de TEMPO é que o VERBO FAZER NÃO VAI PARA  O PLURAL



      FAZEM dois meses que não jogo futebol ( Nessa frase o verbo FAZER está no sentido de TEMPO, frase INCORRETA)



      O CORRETO seria:



      FAZ dois meses que não jogo futebol



      No item C da questão o VERBO FAZER , não representa tempo, por isso a resposta é: FAZEM e não FAZ...

      Este comentário é ofensivo ou inapropriado? Denuncie aqui. | editar | excluir
    • Quando o sujeito é o pronome relativo que, o verbo concorda com o antecedente desse pronome.


      (...) naquelas coisas que fazem o peixe nadar (...)

    • Coisas que FAZEM e não coisas que FAZ.

       Em questões desse tipo é muito importante que se preste bstante atenção!
    • Caros,
      A palavra " QUE " nesse caso é pronome relativo e retoma algo já dito, neste caso específico a palavra " coisas " que está no plural.

      O sujeito do verbo fazer é o " QUE " que retomou uma palavra no plural então o verbo concorda com o sujeito.

      O verbo fazer não é impessoal, pois para ser tem que estar em sentindo de tempo ou temperatura. ( Impessoal sempre no singular )

      Ex. Faz 20° graus hoje. Faz cinco anos que não a vejo.

      c) “(...) Eu soquei a ponta da faca naquelas coisas que faz o peixe nadar, sabe? Pois acredita que ela ainda ficou mexendo?(...)”           
    • OBS

      ....... coisas que faz o peixe nadar, sabe? Pois acredita que ela  ainda ficou mexendo......

      O pronome substantivo ELA substitui COISAS....Logo deveria ser ELAS

    •  kkkkkkkk, muita gente posta comentários erradamente, aff. Presta atenção FRABRICIA MOTA, porque vc se equivocou em dizer que o pronome ELA substituiu  COISAS.  no entanto este pronome substitui é o nome PEIXE.

       vamos prestar atenção , pessoal.

       Bons estudos!


    ID
    664963
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Português
    Assuntos

    Um peixe 

                Virou a capanga de cabeça para baixo, e os peixes espalharam-se pela pia. Ele ficou olhando, e foi então que notou que a traíra ainda estava viva. Era o maior peixe de todos ali, mas não chegava a ser grande: pouco mais de um palmo. Ela estava mexendo, suas guelras mexiam-se devagar, quando todos os outros peixes já estavam mortos. Como que ela podia durar tanto tempo assim fora d'água?...

            Teve então uma ideia: abrir a torneira, para ver o que acontecia. Tirou para fora os outros peixes: lambaris, chorões, piaus; dentro do tanque deixou só a traíra. E então abriu a torneira: a água espalhou-se e, quando cobriu a traíra, ela deu uma rabanada e disparou, ele levou um susto – ela estava muito mais viva do que ele pensara, muito mais viva. Ele riu, ficou alegre e divertido, olhando a traíra, que agora tinha parado num canto, o rabo oscilando de leve, a água continuando a jorrar da torneira. Quando o tanque se encheu, ele fechou-a.

    – E agora? – disse para o peixe. – Quê que eu faço com você?...

    Enfiou o dedo na água: a traíra deu uma corrida, assustada, e ele tirou o dedo depressa.

            – Você tá com fome?... E as minhocas que você me roubou no rio? Eu sei que era você; devagarzinho, sem a gente sentir... Agora está aí, né?... Tá vendo o resultado?...

        O peixe, quieto num canto, parecia escutar.

        Podia dar alguma coisa para ele comer. Talvez pão. Foi olhar na lata: havia acabado. Que mais? Se a mãe estivesse em casa, ela teria dado uma ideia – a mãe era boa para dar ideias. Mas ele estava sozinho. Não conseguia lembrar de outra coisa. O jeito era ir comprar um pão na padaria. Mas sujo assim de barro, a roupa molhada, imunda? – Dane-se – disse, e foi.

            Era domingo à noite, o quarteirão movimentado, rapazes no footing , bares cheios. Enquanto ele andava, foi pensando no que acontecera. No começo fora só curiosidade; mas depois foi bacana, ficou alegre quando viu a traíra bem viva de novo, correndo pela água, esperta. Mas o que faria com ela agora? Matá-la, não ia; não, não faria isso. Se ela já estivesse morta, seria diferente; mas ela estava viva, e ele não queria matá-la. Mas o que faria com ela? Poderia criá-la; por que não? Havia o tanquinho do quintal, tanquinho que a mãe uma vez mandara fazer para criar patos. Estava entupido de terra, mas ele poderia desentupi-lo, arranjar tudo; ficaria cem por cento. É, é isso o que faria. Deixaria a traíra numa lata d'água até o dia seguinte e, de manhã, logo que se levantasse, iria mexer com isso. 

            Enquanto era atendido na padaria, ficou olhando para o movimento, os ruídos, o vozerio do bar em frente. E então pensou na traíra, sua trairinha, deslizando silenciosamente no tanque da pia, na casa escura. Era até meio besta como ele estava alegre com aquilo. E logo um peixe feio como traíra, isso é que era o mais engraçado.

            Toda manhã – ia pensando, de volta para casa – ele desceria ao quintal, levando pedacinhos de pão para ela. Além disso, arrancaria minhocas, e de vez em quando pegaria alguns insetos. Uma coisa que podia fazer também era pescar depois outra traíra e trazer para fazer companhia a ela; um peixe sozinho num tanque era algo muito solitário. 

    A empregada já havia chegado e estava no portão, olhando o movimento. – Que peixada bonita você pegou...

    – Você viu?

    – Uma beleza... Tem até uma trairinha.

    – Ela foi difícil de pegar, quase que ela escapole; ela não estava bem fisgada.

    – Traíra é duro de morrer, hem?

    – Duro de morrer?... Ele parou.

            – Uai, essa que você pegou estava vivinha na hora que eu cheguei, e você ainda esqueceu o tanque cheio d'água... Quando eu cheguei, ela estava toda folgada, nadando. Você não está acreditando? Juro. Ela estava toda folgada, nadando. 

        – E aí?

        –Aí? Uai, aí eu escorri a água para ela morrer; mas você pensa que ela morreu? Morreu nada! Traíra é duro de morrer, nunca vi um peixe assim. Eu soquei a ponta da faca naquelas coisas que faz o peixe nadar, sabe? Pois acredita que ela ainda ficou mexendo? Aí eu peguei o cabo da faca e esmaguei a cabeça dele, e foi aí que ele morreu. Mas custou, ô peixinho duro de morrer! Quê que você está me olhando? 

    – Por nada.

    – Você não está acreditando? Juro; pode ir lá na cozinha ver: ela está lá do jeitinho que eu deixei. Ele foi caminhando para dentro.

    – Vou ficar aqui mais um pouco

    – disse a empregada.

    – depois vou arrumar os peixes, viu?

    – Sei.

        Acendeu a luz da sala. Deixou o pão em cima da mesa e sentou-se. Só então notou como estava cansado.

     

    (VILELA, Luiz. . O violino e outros contos 7ª ed. São Paulo: Ática, 2007. p. 36-38.) 

    VOCABULÁRIO:

    Capanga: bolsa pequena, de tecido, couro ou plástico, usada a tiracolo. 

    Footing :passeio a pé, com o objetivo de arrumar namorado(a).

    Guelra: estrutura do órgão respiratório da maioria dos animais aquáticos.

    Vozerio: som de muitas vozes juntas. 

    Todas as frases das alternativas abaixo admitem voz passiva, EXCETO:

    Alternativas
    Comentários
    • Para existir voz passiva, há de ser necessário um OBJETO DIRETO. Não importa se a transitividade do verbo na frase é Direto e Indireto, se existe OD, então existe essa possibilidade.
      Como na única alternativa em que não existe OD é a letra "D" , essa é a nossa opção
      as vezes, vc ate consegue transpor a frase com um verbo transitivo indireto p a voz passiva, mas cuidado, isso esta ERRADO GRAMATICALMENTE.
      ex:
       "O comando policial não foi obedecido pela suposta vítima" (voz passiva). obedecer é VTI.
       Nesse exemplo, foi possivel (corriqueiramente/popularmente) a transposição para a voz passiva de um Verbo transitivo INDIRETO, porém ela está ERRADA.

    • Na voz passiva fica assim:
      A) A CAPANGA FOI VIRADA DE CABEÇA PARA BAIXO
      B) A TORNEIRA ENTÃO FOI ABERTA
      C) O DEDO ENTÃO FOI ENFIADO NA ÁGUA
      D) ... não tem como alterar... pelo menos eu não consegúi, fui por eliminação.
      E) A CABEÇA DELE FOI ESMAGADA
    • Felipe Nobre Bueno Brandao. Voz ativa
    • “Traíra é duro de morrer, hem?(...)”

      Não existe voz passiva porque a oração tem verbo de ligação.
    • VOZ PASSIVA



      É QDO O SUJEITO SOFRE A AÇÃO VERBAL



      PODE SER:



      1. ANALÍTICA OU VERBAL: COM O PARTICÍPIO E UM VERBO AUXILIAR



      TRANSFORMANDO OS ITENS DA QUESTÃO TEMOS:



      A. A CAPANGA FOI VIRADA DE CABEÇA PRA BAIXO

      C. O DEDO FOI ENFIADO NA ÁGUA

      E. A CABEÇA DELE FOI ESMAGADA



      2. SINTÉTICA OU PRONOMINAL: COM O PRONOME APASSIVADOR SE



      TRANSFORMANDO O ITEM DA QUESTÃO TEMOS:



      C. ABRIU-SE A TORNEIRA



      E NA D NÃO TEM COMO FAZER COM QUE O SUJEITO TRAÍRA  SOFRA A AÇÃO VERBAL .


    • Prezados, acredito que mais um agravante para não admitir Voz Passive, é  a existencia do VERBO DE LIGAÇÃO, não alternativa D

      Bons estudos
    • Felipe Nobre Bueno Brandao
      Entendi sua preocupação, mas você acabou dificultando uma explicação simples que você mesmo deu no seu primeiro comentário.
      Como você mesmo disse:
      "Para existir voz passiva, há de ser necessário um OBJETO DIRETO. Não importa se a transitividade do verbo na frase é Direto e Indireto, se existe OD, então existe essa possibilidade".
      Logo:
      "O advogado assiste ao espetáculo" (no sentido de ver, presenciar, é transitivo indireto).
      Pois temos um Objeto Indireto, não Direto... Independente da diferença de significados que o verbo assistir apresenta!
      a) "A suposta vítima não obedeceu ao comando policial" (voz ativa);
      b) "O comando policial não foi obedecido pela suposta vítima" (voz passiva).
      Igualmente, estes dois exemplos também estão incorrentos, porque estamos diante de verbos transitivos indiretos!
      :)
      Bons estudos!

    • BIZU: Se o verbo for INTRANSITIVO ou de  LIGAÇÃO, não admitem voz passiva, somente voz passiva.
      Espero ter ajudado a alguns parceiro concurseiros a tirarem suas dúvidas.

      Um babraço a todos e bons estudos.

    • Acho que a esta correta porque "é" é verbo de ligação e os demais verbos são Diretos..certo?
      Bons estudos
    • SEBASTIAO, REVEJA SEU BIZU. PENSO QUE TEM EST'A REPETIDO, OU SEJA , ERRADO.
    • Segundo Diogo Arrais, "tanto em voz ativa quanto em voz passiva, trabalharemos com verbos transitivos diretos. Não existe transposição de ativa para passiva com verbos transitivos indiretos." Logo, alternativa D incorreta, pois "duro de morrer" é predicativo.

      Conhecimento+dedicação+equilíbrio = sucesso.
    • Dr. Edson, gostei da mensagem que deixastes no final de seu texto.
      Sucesso a todos!
    • O ERRO DA ALTERNATIVA "D" É O VERBODE LIGAÇÃO "É" SÓ USAREMOS A VOZ PAASSIVA EM VERBOS TRANSITOS DIRETOS
    • o erro na alternativa "d" trata-se de um verbo de ligação, uma vez que liga o sujeito a sua caracteristica, duro de morrer é uma caracteristica do sujeito no caso é uma caracteristica da traíra, e quando se tem um verbo de ligação, não temos um od e sim um predicativo do sujeito. Para existir a possibilidade de transformar a frase para a agente da passiva, deve-se ter um VTD OU VTDI.
      Macete para saber quando se trata de um verbo de ligação  é só ver se o verbo liga o sujeito a sua caracteristica, se este exprimir ação logicamente ele não sera de ligação, atento tambem para o caso de haver verbo de ligação este não tera OD OU ODI e sim predicativo do sujeito.

      OBSERVE O EX:

      CLAÚDIA ANDA FELIZ   -   ANDA É UM VERBO DE LIGAÇÃO, PORQUE ESTA LIGANDO O SUJEITO A UMA CARACTERISTICA DELE, OU SEJA, FELIZ.

      AGORA OBSERVE ESTE OUTRO EX.

      CLAÚDIA ANDA RÁPIDO    - ANDA NESTE CASO NÃO É UM VERBO DE LIGAÇÃO, PORQUE O VERBO ANDAR INDICA UMA AÇÃO, NESTE CASO ELE VAI SER UM VERBO INTRANSITIVO
    • a) VTD

      b)VTD

      c) VTDI

      d)VL

      e)VTD

      Transposição somente verbos VTD ou VTDI

    • Show!

      Por que esse "uma" não é numeral?


    ID
    664969
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Português
    Assuntos

    Um peixe 

                Virou a capanga de cabeça para baixo, e os peixes espalharam-se pela pia. Ele ficou olhando, e foi então que notou que a traíra ainda estava viva. Era o maior peixe de todos ali, mas não chegava a ser grande: pouco mais de um palmo. Ela estava mexendo, suas guelras mexiam-se devagar, quando todos os outros peixes já estavam mortos. Como que ela podia durar tanto tempo assim fora d'água?...

            Teve então uma ideia: abrir a torneira, para ver o que acontecia. Tirou para fora os outros peixes: lambaris, chorões, piaus; dentro do tanque deixou só a traíra. E então abriu a torneira: a água espalhou-se e, quando cobriu a traíra, ela deu uma rabanada e disparou, ele levou um susto – ela estava muito mais viva do que ele pensara, muito mais viva. Ele riu, ficou alegre e divertido, olhando a traíra, que agora tinha parado num canto, o rabo oscilando de leve, a água continuando a jorrar da torneira. Quando o tanque se encheu, ele fechou-a.

    – E agora? – disse para o peixe. – Quê que eu faço com você?...

    Enfiou o dedo na água: a traíra deu uma corrida, assustada, e ele tirou o dedo depressa.

            – Você tá com fome?... E as minhocas que você me roubou no rio? Eu sei que era você; devagarzinho, sem a gente sentir... Agora está aí, né?... Tá vendo o resultado?...

        O peixe, quieto num canto, parecia escutar.

        Podia dar alguma coisa para ele comer. Talvez pão. Foi olhar na lata: havia acabado. Que mais? Se a mãe estivesse em casa, ela teria dado uma ideia – a mãe era boa para dar ideias. Mas ele estava sozinho. Não conseguia lembrar de outra coisa. O jeito era ir comprar um pão na padaria. Mas sujo assim de barro, a roupa molhada, imunda? – Dane-se – disse, e foi.

            Era domingo à noite, o quarteirão movimentado, rapazes no footing , bares cheios. Enquanto ele andava, foi pensando no que acontecera. No começo fora só curiosidade; mas depois foi bacana, ficou alegre quando viu a traíra bem viva de novo, correndo pela água, esperta. Mas o que faria com ela agora? Matá-la, não ia; não, não faria isso. Se ela já estivesse morta, seria diferente; mas ela estava viva, e ele não queria matá-la. Mas o que faria com ela? Poderia criá-la; por que não? Havia o tanquinho do quintal, tanquinho que a mãe uma vez mandara fazer para criar patos. Estava entupido de terra, mas ele poderia desentupi-lo, arranjar tudo; ficaria cem por cento. É, é isso o que faria. Deixaria a traíra numa lata d'água até o dia seguinte e, de manhã, logo que se levantasse, iria mexer com isso. 

            Enquanto era atendido na padaria, ficou olhando para o movimento, os ruídos, o vozerio do bar em frente. E então pensou na traíra, sua trairinha, deslizando silenciosamente no tanque da pia, na casa escura. Era até meio besta como ele estava alegre com aquilo. E logo um peixe feio como traíra, isso é que era o mais engraçado.

            Toda manhã – ia pensando, de volta para casa – ele desceria ao quintal, levando pedacinhos de pão para ela. Além disso, arrancaria minhocas, e de vez em quando pegaria alguns insetos. Uma coisa que podia fazer também era pescar depois outra traíra e trazer para fazer companhia a ela; um peixe sozinho num tanque era algo muito solitário. 

    A empregada já havia chegado e estava no portão, olhando o movimento. – Que peixada bonita você pegou...

    – Você viu?

    – Uma beleza... Tem até uma trairinha.

    – Ela foi difícil de pegar, quase que ela escapole; ela não estava bem fisgada.

    – Traíra é duro de morrer, hem?

    – Duro de morrer?... Ele parou.

            – Uai, essa que você pegou estava vivinha na hora que eu cheguei, e você ainda esqueceu o tanque cheio d'água... Quando eu cheguei, ela estava toda folgada, nadando. Você não está acreditando? Juro. Ela estava toda folgada, nadando. 

        – E aí?

        –Aí? Uai, aí eu escorri a água para ela morrer; mas você pensa que ela morreu? Morreu nada! Traíra é duro de morrer, nunca vi um peixe assim. Eu soquei a ponta da faca naquelas coisas que faz o peixe nadar, sabe? Pois acredita que ela ainda ficou mexendo? Aí eu peguei o cabo da faca e esmaguei a cabeça dele, e foi aí que ele morreu. Mas custou, ô peixinho duro de morrer! Quê que você está me olhando? 

    – Por nada.

    – Você não está acreditando? Juro; pode ir lá na cozinha ver: ela está lá do jeitinho que eu deixei. Ele foi caminhando para dentro.

    – Vou ficar aqui mais um pouco

    – disse a empregada.

    – depois vou arrumar os peixes, viu?

    – Sei.

        Acendeu a luz da sala. Deixou o pão em cima da mesa e sentou-se. Só então notou como estava cansado.

     

    (VILELA, Luiz. . O violino e outros contos 7ª ed. São Paulo: Ática, 2007. p. 36-38.) 

    VOCABULÁRIO:

    Capanga: bolsa pequena, de tecido, couro ou plástico, usada a tiracolo. 

    Footing :passeio a pé, com o objetivo de arrumar namorado(a).

    Guelra: estrutura do órgão respiratório da maioria dos animais aquáticos.

    Vozerio: som de muitas vozes juntas. 

    Em relação ao SE em “(...) Se a mãe estivesse em casa, ela teria dado uma ideia (...)", é correto afirmar que,morfologicamente, o termo é:

    Alternativas
    Comentários
    • Em relação ao SE em “(...) Se a mãe estivesse em casa, ela teria dado uma ideia (...)”, é correto afirmar que,morfologicamente, o termo é:

       b) uma conjunção subordinat iva adverbial condicional, ou seja, é elemento de ligação entre a oração subordinada adverbial condicional e a oração principal. 
      CERTO. "Se" tem valor condicional na maioria dos casos. Observe que "SE" a mae estivesse em casa, ela teria uma ideia, como não estava...A condição para a mae ter uma ideia, era a própria estar em casa.
       

    • Alguém percebeu também um valor causal? Sei que não há alternativa que justifique, mas observem:

      Caso a mãe estivesse em casa, ela teria dado uma ideia. (consequência)
    • Detalhe:

      “(...) Se a mãe estivesse em casa, ela teria dado uma ideia (...)”

      uma conjunção subordinat iva adverbial condicional, ou seja, é elemento de ligação entre a oração subordinada adverbial condicional e a oração principal.

      Trocar as orações de posição far-se-á a ligação visível das 2 orações:

      “(...)Ela teria dado uma ideia Se a mãe estivesse em casa, (...)”
    • Bem simples, alternativa B
      Sobre C
      - Se sera pronome reflexivo quando o sujeito praticar a ação sobre si mesmo; será reflexivo recíproco

      Bons estudos
    • Conjunção é a palavra invariável que liga orações ou palavras da mesma oração.  As conjunções subordinativas ligam duas orações, subordinando uma à outra, como  no caso do “se”, é condicional pois inicia uma oração que exprime condição ou hipótese.  
      O exemplo dado pelo colega acima, substituindo pela palavra caso, não é causal, continua sendo condicional. A ideia central da frase não muda com a mudança para a palavra caso. As orações causais devem exprimir motivo. O fato de a mãe estar em casa, não era o motivo para dar ideia. Para você exigir este efeito da palavra “se” você deve substituí-la por “visto que”: Se (visto que) a alimentação é uma necessidade básica, cumpre incentivar a agropecuária.
      As orações subordinadas adverbiais têm a função dos adjuntos adverbiais, isto é, exprimem circunstâncias de tempo, modo, fim, causa, condição, hipótese, etc. (Gramática Cegalla, 48ªed, pag. 397 a 399).
      Bom estudo. 
    • Item por item:
      a) ERRADO.
      A palavra se será conjunção subordinativa integrante, quando iniciar oração subordinada substantiva, ou seja, oração que funcione como sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo do sujeito, complemento nominal ou aposto.
      Não sei se todos terão condições de acompanhar a matéria. (Oração que funciona como OD)
      Sentiremos se vocês não comparecerem à solenidade. (Oração que funciona como OD)
      Os verbos apresentados (saber e sentir) são verbos transitivos diretos. As orações destacadas são seus complementos, objeto direto.

      b) CERTO.
      A palavra se será conjunção subordinativa condicional, quando iniciar oração subordinada adverbial condicional, ou seja, quando iniciar oração que funcione como adjunto adverbial de condição. Para comprovar isso, basta substituir a conjunção se por caso.
      Tudo estaria resolvido se ele tivesse devolvido o dinheiro. (...caso ele tivesse devolvido o dinheiro)

      c) ERRADO.
      A palavra se será pronome reflexivo quando indicar que o sujeito pratica a ação sobre si mesmo. Além do pronome se, serão pronomes reflexivos os pronomes me, te, nos, vos.
      A menina machucou-se ao cair do brinquedo.
      As meninas machucaram-se. 
      Eu me machuquei.


      d) ERRADO. 
      A palavra se será pronome de indeterminação do sujeito, quando surgir junto a verbo transitivo indireto acompanhado de objeto indireto, a verbo transitivo direto acompanhado de objeto direto preposicionado, a verbo de ligação acompanhado de predicativo do sujeito e a verbo intransitivo sem sujeito claro. Nesse caso, o verbo deverá ficar, obrigatoriamente, na terceira pessoa do singular.
      Necessita-se de pessoas qualificadas. (VTI com OI)
      Estima-se a Jorge Amado. (VTD com OD Prep.)
      Aqui se está satisfeito com o governo. (VL com PS)
      Ainda se morre de tuberculose no Brasil. (VI sem sujeito claro)


      e) ERRADO.
      A palavra se será pronome apassivador, quando formar, junto de um verbo transitivo direto, a voz passiva sintética, que pode ser transformada em passiva analítica; indica que o sujeito é paciente e com ele concorda.
      O pronome se será chamado de partícula apassivadora quando estiver junto de verbo transitivo direto acompanhado de objeto direto, que se tornará o sujeito paciente.
      Compram-se carros usados. = Carros usados são comprados.
      Esperou-se o tempo necessário. = O tempo necessário foi esperado.
      Alugam-se casas na praia. = Casas na praia são alugadas.

      Nas frases apresentadas, todos os verbos são transitivos diretos (comprar, esperar, alugar) acompanhados de objetos diretos (carros usados, tempo necessário, casas), que se tornaram sujeitos pacientes.

      FONTE: http://www.gramaticaonline.com.br/texto/904/A_palavra_se

      Bons estudos.

    ID
    664972
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Português
    Assuntos

    Um peixe 

                Virou a capanga de cabeça para baixo, e os peixes espalharam-se pela pia. Ele ficou olhando, e foi então que notou que a traíra ainda estava viva. Era o maior peixe de todos ali, mas não chegava a ser grande: pouco mais de um palmo. Ela estava mexendo, suas guelras mexiam-se devagar, quando todos os outros peixes já estavam mortos. Como que ela podia durar tanto tempo assim fora d'água?...

            Teve então uma ideia: abrir a torneira, para ver o que acontecia. Tirou para fora os outros peixes: lambaris, chorões, piaus; dentro do tanque deixou só a traíra. E então abriu a torneira: a água espalhou-se e, quando cobriu a traíra, ela deu uma rabanada e disparou, ele levou um susto – ela estava muito mais viva do que ele pensara, muito mais viva. Ele riu, ficou alegre e divertido, olhando a traíra, que agora tinha parado num canto, o rabo oscilando de leve, a água continuando a jorrar da torneira. Quando o tanque se encheu, ele fechou-a.

    – E agora? – disse para o peixe. – Quê que eu faço com você?...

    Enfiou o dedo na água: a traíra deu uma corrida, assustada, e ele tirou o dedo depressa.

            – Você tá com fome?... E as minhocas que você me roubou no rio? Eu sei que era você; devagarzinho, sem a gente sentir... Agora está aí, né?... Tá vendo o resultado?...

        O peixe, quieto num canto, parecia escutar.

        Podia dar alguma coisa para ele comer. Talvez pão. Foi olhar na lata: havia acabado. Que mais? Se a mãe estivesse em casa, ela teria dado uma ideia – a mãe era boa para dar ideias. Mas ele estava sozinho. Não conseguia lembrar de outra coisa. O jeito era ir comprar um pão na padaria. Mas sujo assim de barro, a roupa molhada, imunda? – Dane-se – disse, e foi.

            Era domingo à noite, o quarteirão movimentado, rapazes no footing , bares cheios. Enquanto ele andava, foi pensando no que acontecera. No começo fora só curiosidade; mas depois foi bacana, ficou alegre quando viu a traíra bem viva de novo, correndo pela água, esperta. Mas o que faria com ela agora? Matá-la, não ia; não, não faria isso. Se ela já estivesse morta, seria diferente; mas ela estava viva, e ele não queria matá-la. Mas o que faria com ela? Poderia criá-la; por que não? Havia o tanquinho do quintal, tanquinho que a mãe uma vez mandara fazer para criar patos. Estava entupido de terra, mas ele poderia desentupi-lo, arranjar tudo; ficaria cem por cento. É, é isso o que faria. Deixaria a traíra numa lata d'água até o dia seguinte e, de manhã, logo que se levantasse, iria mexer com isso. 

            Enquanto era atendido na padaria, ficou olhando para o movimento, os ruídos, o vozerio do bar em frente. E então pensou na traíra, sua trairinha, deslizando silenciosamente no tanque da pia, na casa escura. Era até meio besta como ele estava alegre com aquilo. E logo um peixe feio como traíra, isso é que era o mais engraçado.

            Toda manhã – ia pensando, de volta para casa – ele desceria ao quintal, levando pedacinhos de pão para ela. Além disso, arrancaria minhocas, e de vez em quando pegaria alguns insetos. Uma coisa que podia fazer também era pescar depois outra traíra e trazer para fazer companhia a ela; um peixe sozinho num tanque era algo muito solitário. 

    A empregada já havia chegado e estava no portão, olhando o movimento. – Que peixada bonita você pegou...

    – Você viu?

    – Uma beleza... Tem até uma trairinha.

    – Ela foi difícil de pegar, quase que ela escapole; ela não estava bem fisgada.

    – Traíra é duro de morrer, hem?

    – Duro de morrer?... Ele parou.

            – Uai, essa que você pegou estava vivinha na hora que eu cheguei, e você ainda esqueceu o tanque cheio d'água... Quando eu cheguei, ela estava toda folgada, nadando. Você não está acreditando? Juro. Ela estava toda folgada, nadando. 

        – E aí?

        –Aí? Uai, aí eu escorri a água para ela morrer; mas você pensa que ela morreu? Morreu nada! Traíra é duro de morrer, nunca vi um peixe assim. Eu soquei a ponta da faca naquelas coisas que faz o peixe nadar, sabe? Pois acredita que ela ainda ficou mexendo? Aí eu peguei o cabo da faca e esmaguei a cabeça dele, e foi aí que ele morreu. Mas custou, ô peixinho duro de morrer! Quê que você está me olhando? 

    – Por nada.

    – Você não está acreditando? Juro; pode ir lá na cozinha ver: ela está lá do jeitinho que eu deixei. Ele foi caminhando para dentro.

    – Vou ficar aqui mais um pouco

    – disse a empregada.

    – depois vou arrumar os peixes, viu?

    – Sei.

        Acendeu a luz da sala. Deixou o pão em cima da mesa e sentou-se. Só então notou como estava cansado.

     

    (VILELA, Luiz. . O violino e outros contos 7ª ed. São Paulo: Ática, 2007. p. 36-38.) 

    VOCABULÁRIO:

    Capanga: bolsa pequena, de tecido, couro ou plástico, usada a tiracolo. 

    Footing :passeio a pé, com o objetivo de arrumar namorado(a).

    Guelra: estrutura do órgão respiratório da maioria dos animais aquáticos.

    Vozerio: som de muitas vozes juntas. 

    Em “(...) A empregada já HAVIA CHEGADO e estava no portão, olhando o movimento.(...)", o tempo verbal mostra uma ação:

    Alternativas
    Comentários
    • Ter e haver empregam-se:
      1. Com o particípio do verbo principal, para formar os tempos compostos da voz ativa, denotadores de um fato acabado, repetido ou contínuo.”
      Fonte: Nova Gramática do Português Contemporâneo
      Autores: Celso Cunha e Lindley Cintra
    • A empregada já HAVIA CHEGADO e estava no portão.


      HAVIA CHEGADO=TINHA CHEGADO= pretérito mais que perfeito. ação terminada.
    • Havia chegado = chegara = ação terminada antes de outra também no passado.

      Gabarito "E"
    • Nesta frase, o verbo haver junta-se ao particípio chegado para formar com ele o pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo. Equivale, como dito acima, a chegara. O pretérito do indicativo se divide em:
      Pretérito perfeito: é empregado para exprimir um fato passado, apresentando-o como acabado, concluído. Ex. Ontem eu telefonei para você.
      Pretérito imperfeito: exprime um fato anterior ao momento em que se fala, mas não o toma como concluído, acabado. Possui aspecto cursivo (ou durativo), pois revela o fato em seu curso, em sua duração. Ex. Ele falava muito durante as aulas.
      Pretérito mais-que-perfeito: Exprime um fato passado já concluído, tomado em relação a outro fato também passado. Ex.: Quando você resolveu telefonar para ela, eu já telefonara (havia telefonado). Pode aparecer também em orações optativas (que exprimem desejo): Quem me dera, ao menos uma vez...
      (Curso prático de Gramática, Ernani Terra, 5ªed, pag189 e 190)
    • Galerinha, vou resumir. É uma pegadinha, mas se vc prestar atenção nos verbos HAVIA e CHEGADO ambos obviamente no pretérito,  estam em destaque, então o candidato só poderia ficar na dúvida entre a A e E, mas como a banca destacou os verbos, fica mais fácil de compreender a pergunta.
      Espero ter ajudado!!

      Graça e Paz
    • PRESENTE DO INDICATIVO + PARTICIPIO = PRETERITO PERFEITO
      PRETERITO IMPERFEITO DO INDIC. + PARTICIPIO = PRETERITO MAIS Q PERFEITO 
      FUTURO DO PRESENTE DO INDIC. + PARTICIPIO = FUTURO DO PRESENTE DO INDIC.
      ESSE SÃO OS MODOS COMPOSTOS  NO MODO INDICATIVO

      MODO SUBJUNTIVO
      PRESENTE DO SUBJ. + PARTICIPIO = PRETERITO PERFEITO DO SUBJ
      IMPERFEITO DO SUBJ. + PARTICIPIO = PRET. MAIS Q PERFEITO D
      FUTURO DO SUBJ. + PARTICIPIO = FUTURO DO PRESENTE 
    • Aprendi que era uma ação anterior a outra também ocorrida no passado, por isso fiquei na duvida 

    • O tempo composto corresponde ao pretérito mais que perfeito. Esse tempo é constituído pelo pretérito imperfeito do indicativo. Verbos do indicativo trazem o sentido de completo. No passado, trazem a ideia de completude, isto é, não são subordinados.


    ID
    664975
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Português
    Assuntos

    Um peixe 

                Virou a capanga de cabeça para baixo, e os peixes espalharam-se pela pia. Ele ficou olhando, e foi então que notou que a traíra ainda estava viva. Era o maior peixe de todos ali, mas não chegava a ser grande: pouco mais de um palmo. Ela estava mexendo, suas guelras mexiam-se devagar, quando todos os outros peixes já estavam mortos. Como que ela podia durar tanto tempo assim fora d'água?...

            Teve então uma ideia: abrir a torneira, para ver o que acontecia. Tirou para fora os outros peixes: lambaris, chorões, piaus; dentro do tanque deixou só a traíra. E então abriu a torneira: a água espalhou-se e, quando cobriu a traíra, ela deu uma rabanada e disparou, ele levou um susto – ela estava muito mais viva do que ele pensara, muito mais viva. Ele riu, ficou alegre e divertido, olhando a traíra, que agora tinha parado num canto, o rabo oscilando de leve, a água continuando a jorrar da torneira. Quando o tanque se encheu, ele fechou-a.

    – E agora? – disse para o peixe. – Quê que eu faço com você?...

    Enfiou o dedo na água: a traíra deu uma corrida, assustada, e ele tirou o dedo depressa.

            – Você tá com fome?... E as minhocas que você me roubou no rio? Eu sei que era você; devagarzinho, sem a gente sentir... Agora está aí, né?... Tá vendo o resultado?...

        O peixe, quieto num canto, parecia escutar.

        Podia dar alguma coisa para ele comer. Talvez pão. Foi olhar na lata: havia acabado. Que mais? Se a mãe estivesse em casa, ela teria dado uma ideia – a mãe era boa para dar ideias. Mas ele estava sozinho. Não conseguia lembrar de outra coisa. O jeito era ir comprar um pão na padaria. Mas sujo assim de barro, a roupa molhada, imunda? – Dane-se – disse, e foi.

            Era domingo à noite, o quarteirão movimentado, rapazes no footing , bares cheios. Enquanto ele andava, foi pensando no que acontecera. No começo fora só curiosidade; mas depois foi bacana, ficou alegre quando viu a traíra bem viva de novo, correndo pela água, esperta. Mas o que faria com ela agora? Matá-la, não ia; não, não faria isso. Se ela já estivesse morta, seria diferente; mas ela estava viva, e ele não queria matá-la. Mas o que faria com ela? Poderia criá-la; por que não? Havia o tanquinho do quintal, tanquinho que a mãe uma vez mandara fazer para criar patos. Estava entupido de terra, mas ele poderia desentupi-lo, arranjar tudo; ficaria cem por cento. É, é isso o que faria. Deixaria a traíra numa lata d'água até o dia seguinte e, de manhã, logo que se levantasse, iria mexer com isso. 

            Enquanto era atendido na padaria, ficou olhando para o movimento, os ruídos, o vozerio do bar em frente. E então pensou na traíra, sua trairinha, deslizando silenciosamente no tanque da pia, na casa escura. Era até meio besta como ele estava alegre com aquilo. E logo um peixe feio como traíra, isso é que era o mais engraçado.

            Toda manhã – ia pensando, de volta para casa – ele desceria ao quintal, levando pedacinhos de pão para ela. Além disso, arrancaria minhocas, e de vez em quando pegaria alguns insetos. Uma coisa que podia fazer também era pescar depois outra traíra e trazer para fazer companhia a ela; um peixe sozinho num tanque era algo muito solitário. 

    A empregada já havia chegado e estava no portão, olhando o movimento. – Que peixada bonita você pegou...

    – Você viu?

    – Uma beleza... Tem até uma trairinha.

    – Ela foi difícil de pegar, quase que ela escapole; ela não estava bem fisgada.

    – Traíra é duro de morrer, hem?

    – Duro de morrer?... Ele parou.

            – Uai, essa que você pegou estava vivinha na hora que eu cheguei, e você ainda esqueceu o tanque cheio d'água... Quando eu cheguei, ela estava toda folgada, nadando. Você não está acreditando? Juro. Ela estava toda folgada, nadando. 

        – E aí?

        –Aí? Uai, aí eu escorri a água para ela morrer; mas você pensa que ela morreu? Morreu nada! Traíra é duro de morrer, nunca vi um peixe assim. Eu soquei a ponta da faca naquelas coisas que faz o peixe nadar, sabe? Pois acredita que ela ainda ficou mexendo? Aí eu peguei o cabo da faca e esmaguei a cabeça dele, e foi aí que ele morreu. Mas custou, ô peixinho duro de morrer! Quê que você está me olhando? 

    – Por nada.

    – Você não está acreditando? Juro; pode ir lá na cozinha ver: ela está lá do jeitinho que eu deixei. Ele foi caminhando para dentro.

    – Vou ficar aqui mais um pouco

    – disse a empregada.

    – depois vou arrumar os peixes, viu?

    – Sei.

        Acendeu a luz da sala. Deixou o pão em cima da mesa e sentou-se. Só então notou como estava cansado.

     

    (VILELA, Luiz. . O violino e outros contos 7ª ed. São Paulo: Ática, 2007. p. 36-38.) 

    VOCABULÁRIO:

    Capanga: bolsa pequena, de tecido, couro ou plástico, usada a tiracolo. 

    Footing :passeio a pé, com o objetivo de arrumar namorado(a).

    Guelra: estrutura do órgão respiratório da maioria dos animais aquáticos.

    Vozerio: som de muitas vozes juntas. 

    Assinale a alternativa em que o uso do acento grave é obrigatório.

    Alternativas
    Comentários
    • a) Ficou A olhar para os peixes sobre a pia.
      ERRADO. Proibido crase antes de verbo.
      b) Abriu A torneira para ver o que acontecia.
      ERRADO. Quem abre abre alguma coisa. Aqui o "A" é tão somente artigo.

      c) Ela está lá do jeitinho que A deixei.
      ERRADO. Aqui o "A" é pronome pessoal oblíquo átono: quando funcionar como objeto direto, substituindo ela.
      d) Juro; pode ir A cozinha ver os peixes.
      CERTO. Quem vai vai A algum lugar. artigo + preposição. ir à cozinha.
      e) Podia dar alguma coisa A ele.
      ERRADO. Quem da da alguma coisa a alguem. o problema aqui é que ele é masculino, logo, o "A" é apenas preposição.
    • Substituir o verbo "ir" pelo verbo pelo verbo "voltar". Se aparecer a expressão voltar da,é porque ocorre a crase.

      Exemplos:

      Iremos a Curitiba.
      (Voltaremos de Curitiba)

      Iremos à Bahia
      (Voltaremos da Bahia)

    • Juro; pode ir À (preposição + artigo def. fem. cozinha ver os peixes.
    • Ficou a olhar ... : não se usa crase diante de verbos, pois não se usa artigo diante de verbo. Em ficou a olhar, a é apenas preposição solicitada pelo verbo ficou.
      Abriu a torneira ... : quem abre, abre alguma coisa : abrir é verbo transitivo direto, não exigindo preposição. Em a torneira, a é apenas artigo.
      ....... que a deixei : quem deixa, deixa alguém, alguma coisa : assim, em a deixei , a é objeto direto.
      ..... dar alguma coisa a ele : quem dá, dá alguma coisa ( objeto direto ) a alguém ( objeto indireto); porém diante de pronome ele não se usa artigo  a, não ocorrendo assim a fusão da preposição a  pedida pelo verbo dar com artigo a.
      .... pode ir à cozinha .... : a fusão de a ( preposição pedida pelo verbo ir ) com a ( artigo definindo o substantivo feminino cozinha ) resulta crase : à .
    • Juro; pode ir AO quarto ver os peixes.
    • Dica de crase, quando o A pode ser substituido por PARA A, usa-se crase.
      Juro, pode ir A cozinha ver os peixes
      Juro, pode ir PARA A cozinha er os peixes!
      ok?!
    • Analisando para aprender,  o uso da crase é simples.
      a crase é a junção de artigo mais preposição.
      pense comigo!
      Não pode ser a letra (a) porque o verbo ficar não é regido pela preposição (a)
      Pelo mesmo motivo não pode ser a letra (b)
      Não cabe artigo antes de um verbo. letra (c) antes do verbo deixar.
      Não pode ser antes do pronome ele  - um pronome masculino e averbo crase é exclusivamente para marca o feminino. logo não pode ser a letra (e)o
      Antão restou a LETRA D
      troque a palavras depois da letra A para ver se forma AO.
      ex. ... pode ir AO mercado..
    • Não se usa crase antes de verbo (olhar) nem de pronome pessoal (ele). Abrir e deixar são VTD e não exigem preposição.
    • NÃO SE USA CRESE ANTES DE PRONOMES PESSOAIS, MESMO SENDO FEMININO, POIS ESTES NÃO ACEITAM O ARTIGO.

      PRONOMES PESSOAIS:

      EU
      TU/VOCÊ
      ELE/ELA
      NÓS
      VÓS
      ELES



       

    • resp D

      Letras A e C -...a olhar ,...a deixei , erradas, pois não ocorre crase antes de verbo.

      Letra B - ...abriu a torneira , verbo transitivo direto não pede preposição.

      Letra E - ... a ele. - além de ser palavra masculina, é também pronome pessoal , ambos os casos não aceitam crase.

    • Só para fins de esclarecimento: O acento da crase se chama acento grave!!!  

      à =  o A está craseado,  quem está sobre ele é o acento grave!!
    • Para não esquecer algumas das mais importantes regras de uso da crase, vamos lá, leiam comigo:

      Os dez mandamentos da crase
      1 - Diante de pronome, crase passa fome
      2 - Diante de masculino, crase é pepino!
      3 - Diante de ação, crase é marcação
      4 - Palavras repetidas, crase proibida
      5 - Diante de numeral, crase faz mal!
      6 - Quando houver hora: crase sem demora
      7 - Palavra determinada: crase liberada
      8 - Vou a, volta da: crase há
      9 - Vou a, vou de: crase pra quê?
      10 - "A" no singular, palavra no plural: crase nem a pau!!
      11 - Palavra indefinida: crase tá
      F%@#*A!!!
    • GABARITO: LETRA D

      ACRESCENTANDO:

      Tudo o que você precisa para acertar qualquer questão de CRASE:

      I - CASOS PROIBIDOS: (são 15)

      1→ Antes de palavra masculina

      2→ Antes artigo indefinido (Um(ns)/Uma(s))

      3→ Entre expressões c/ palavras repetidas

      4→ Antes de verbos

      5→ Prep. + Palavra plural

      6→ Antes de numeral cardinal (*horas)

      7→ Nome feminino completo

      8→ Antes de Prep. (*Até)

      9→ Em sujeito

      10→ Obj. Direito

      11→ Antes de Dona + Nome próprio (*posse/*figurado)

      12→ Antes pronome pessoalmente

      13→ Antes pronome de tratamento (*senhora/senhorita/própria/outra)

      14→ Antes pronome indefinido

      15→ Antes Pronome demonstrativo(*Aquele/aquela/aquilo)

      II - CASOS ESPECIAIS: (são7)

      1→ Casa/Terra/Distância – C/ especificador – Crase

      2→ Antes de QUE e DE → qnd “A” = Aquela ou Palavra Feminina

      3→ à qual/ às quais → Consequente → Prep. (a)

      4→ Topônimos (gosto de/da_____)

      a) Feminino – C/ crase

      b) Neutro – S/ Crase

      c) Neutro Especificado – C/ Crase

      5→ Paralelismo

      6→ Mudança de sentido (saiu a(`) francesa)

      7→ Loc. Adverbiais de Instrumento (em geral c/ crase)

      III – CASOS FACULTATIVOS (são 3):

      1→ Pron. Possessivo Feminino Sing. + Ñ subentender/substituir palavra feminina

      2→ Após Até

      3→ Antes de nome feminino s/ especificador

      IV – CASOS OBRIGATÓRIOS (são 5):

      1→ Prep. “A” + Artigo “a”

      2→ Prep. + Aquele/Aquela/Aquilo

      3→ Loc. Adverbiais Feminina

      4→ Antes de horas (pode está subentendida)

      5→ A moda de / A maneira de (pode está subentendida)

      FONTE: Português Descomplicado. Professora Flávia Rita


    ID
    664978
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Português
    Assuntos

    Um peixe 

                Virou a capanga de cabeça para baixo, e os peixes espalharam-se pela pia. Ele ficou olhando, e foi então que notou que a traíra ainda estava viva. Era o maior peixe de todos ali, mas não chegava a ser grande: pouco mais de um palmo. Ela estava mexendo, suas guelras mexiam-se devagar, quando todos os outros peixes já estavam mortos. Como que ela podia durar tanto tempo assim fora d'água?...

            Teve então uma ideia: abrir a torneira, para ver o que acontecia. Tirou para fora os outros peixes: lambaris, chorões, piaus; dentro do tanque deixou só a traíra. E então abriu a torneira: a água espalhou-se e, quando cobriu a traíra, ela deu uma rabanada e disparou, ele levou um susto – ela estava muito mais viva do que ele pensara, muito mais viva. Ele riu, ficou alegre e divertido, olhando a traíra, que agora tinha parado num canto, o rabo oscilando de leve, a água continuando a jorrar da torneira. Quando o tanque se encheu, ele fechou-a.

    – E agora? – disse para o peixe. – Quê que eu faço com você?...

    Enfiou o dedo na água: a traíra deu uma corrida, assustada, e ele tirou o dedo depressa.

            – Você tá com fome?... E as minhocas que você me roubou no rio? Eu sei que era você; devagarzinho, sem a gente sentir... Agora está aí, né?... Tá vendo o resultado?...

        O peixe, quieto num canto, parecia escutar.

        Podia dar alguma coisa para ele comer. Talvez pão. Foi olhar na lata: havia acabado. Que mais? Se a mãe estivesse em casa, ela teria dado uma ideia – a mãe era boa para dar ideias. Mas ele estava sozinho. Não conseguia lembrar de outra coisa. O jeito era ir comprar um pão na padaria. Mas sujo assim de barro, a roupa molhada, imunda? – Dane-se – disse, e foi.

            Era domingo à noite, o quarteirão movimentado, rapazes no footing , bares cheios. Enquanto ele andava, foi pensando no que acontecera. No começo fora só curiosidade; mas depois foi bacana, ficou alegre quando viu a traíra bem viva de novo, correndo pela água, esperta. Mas o que faria com ela agora? Matá-la, não ia; não, não faria isso. Se ela já estivesse morta, seria diferente; mas ela estava viva, e ele não queria matá-la. Mas o que faria com ela? Poderia criá-la; por que não? Havia o tanquinho do quintal, tanquinho que a mãe uma vez mandara fazer para criar patos. Estava entupido de terra, mas ele poderia desentupi-lo, arranjar tudo; ficaria cem por cento. É, é isso o que faria. Deixaria a traíra numa lata d'água até o dia seguinte e, de manhã, logo que se levantasse, iria mexer com isso. 

            Enquanto era atendido na padaria, ficou olhando para o movimento, os ruídos, o vozerio do bar em frente. E então pensou na traíra, sua trairinha, deslizando silenciosamente no tanque da pia, na casa escura. Era até meio besta como ele estava alegre com aquilo. E logo um peixe feio como traíra, isso é que era o mais engraçado.

            Toda manhã – ia pensando, de volta para casa – ele desceria ao quintal, levando pedacinhos de pão para ela. Além disso, arrancaria minhocas, e de vez em quando pegaria alguns insetos. Uma coisa que podia fazer também era pescar depois outra traíra e trazer para fazer companhia a ela; um peixe sozinho num tanque era algo muito solitário. 

    A empregada já havia chegado e estava no portão, olhando o movimento. – Que peixada bonita você pegou...

    – Você viu?

    – Uma beleza... Tem até uma trairinha.

    – Ela foi difícil de pegar, quase que ela escapole; ela não estava bem fisgada.

    – Traíra é duro de morrer, hem?

    – Duro de morrer?... Ele parou.

            – Uai, essa que você pegou estava vivinha na hora que eu cheguei, e você ainda esqueceu o tanque cheio d'água... Quando eu cheguei, ela estava toda folgada, nadando. Você não está acreditando? Juro. Ela estava toda folgada, nadando. 

        – E aí?

        –Aí? Uai, aí eu escorri a água para ela morrer; mas você pensa que ela morreu? Morreu nada! Traíra é duro de morrer, nunca vi um peixe assim. Eu soquei a ponta da faca naquelas coisas que faz o peixe nadar, sabe? Pois acredita que ela ainda ficou mexendo? Aí eu peguei o cabo da faca e esmaguei a cabeça dele, e foi aí que ele morreu. Mas custou, ô peixinho duro de morrer! Quê que você está me olhando? 

    – Por nada.

    – Você não está acreditando? Juro; pode ir lá na cozinha ver: ela está lá do jeitinho que eu deixei. Ele foi caminhando para dentro.

    – Vou ficar aqui mais um pouco

    – disse a empregada.

    – depois vou arrumar os peixes, viu?

    – Sei.

        Acendeu a luz da sala. Deixou o pão em cima da mesa e sentou-se. Só então notou como estava cansado.

     

    (VILELA, Luiz. . O violino e outros contos 7ª ed. São Paulo: Ática, 2007. p. 36-38.) 

    VOCABULÁRIO:

    Capanga: bolsa pequena, de tecido, couro ou plástico, usada a tiracolo. 

    Footing :passeio a pé, com o objetivo de arrumar namorado(a).

    Guelra: estrutura do órgão respiratório da maioria dos animais aquáticos.

    Vozerio: som de muitas vozes juntas. 

    Os travessões, utilizados em “(...) Toda manhã – ia pensando, de volta para casa – ele desceria ao quintal, levando pedacinhos de pão para ela.(...)”, têm a finalidade de:

    Alternativas
    Comentários
    • Alternativa correta, Letra B.

      b) isolar enunciado intercalado em outro enunciado.
    • travessão (ou risca) é um sinal de pontuação que serve para indicar mudança de interlocutor e para isolar palavrasfrases ou expressões parentéticas, semelhante ao parêntese.
    • Complementando o comentário do amigo. O travessão foi usado aqui para se evitar o uso de muitas vírgulas no período.
      Toda manhã, ia pensando, de volta para casa, ele desceria ao quintal, levando pedacinhos de pão para ela...
    • “(...) Toda manhã – ia pensando, de volta para casa – ele desceria ao quintal, levando pedacinhos de pão para ela.(...)”

      Travessões, assim como parênteses, isolam  ideias. Nesse contexto não é "essencial" ao texto. (c), nem faz o texto "intrigante" (d).
    • Olá pessoal!!
      Questão massa...!
      Letra "B" de Banimento.
      Em “(...) Toda manhã – ia pensando, de volta para casa – ele desceria ao quintal, levando pedacinhos de pão para ela.(...)”, os travessões isolam enunciado intercalado em outro enunciado..... Percebam a enunciação: "Ele ia pensando, de volta para casa: toda manhã ele desceria ao quintal, levando pedacinhos de pão para ela."... Mas o termo entre o travessão-duplo nada mais é do que mais uma informação, só que colocada justamente dentro de outra fala.... O que houve foi só uma troca de posição.
      Aproveito para lhes passar umas dicas sobre aluguns usos do travessão. Ele pode ser usado:
      A) nos diálogos, indicando que alguém está falando de viva voz (discurso direto), marcando a mudança de interlocutor (turnos de fala).
      Ex.: – Olá! Como vai? 
      – Vou bem. E você? (...)
      B) como ‘duplo travessão’ para substituir a ‘dupla vírgula’.
      Ex.: Castro Alves – poeta romântico – foi abolicionista.
      Eu – afirmou o acusado – sou inocente.
      C) diante de enumeração, substituindo os dois pontos.
      Ex.: Apesar da imensa crise financeira por que passou, decidiu comprar tudo – roupas, sapatos, toalhas etc.
      Forte abraço e ótimos estudos!
    • Obrigado John, muito bom!!!
    • Por nada, irmão! Eu é quem agradece! Se precisar, é só falar!
      Abraços!

    ID
    664984
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Português
    Assuntos

    Um peixe 

                Virou a capanga de cabeça para baixo, e os peixes espalharam-se pela pia. Ele ficou olhando, e foi então que notou que a traíra ainda estava viva. Era o maior peixe de todos ali, mas não chegava a ser grande: pouco mais de um palmo. Ela estava mexendo, suas guelras mexiam-se devagar, quando todos os outros peixes já estavam mortos. Como que ela podia durar tanto tempo assim fora d'água?...

            Teve então uma ideia: abrir a torneira, para ver o que acontecia. Tirou para fora os outros peixes: lambaris, chorões, piaus; dentro do tanque deixou só a traíra. E então abriu a torneira: a água espalhou-se e, quando cobriu a traíra, ela deu uma rabanada e disparou, ele levou um susto – ela estava muito mais viva do que ele pensara, muito mais viva. Ele riu, ficou alegre e divertido, olhando a traíra, que agora tinha parado num canto, o rabo oscilando de leve, a água continuando a jorrar da torneira. Quando o tanque se encheu, ele fechou-a.

    – E agora? – disse para o peixe. – Quê que eu faço com você?...

    Enfiou o dedo na água: a traíra deu uma corrida, assustada, e ele tirou o dedo depressa.

            – Você tá com fome?... E as minhocas que você me roubou no rio? Eu sei que era você; devagarzinho, sem a gente sentir... Agora está aí, né?... Tá vendo o resultado?...

        O peixe, quieto num canto, parecia escutar.

        Podia dar alguma coisa para ele comer. Talvez pão. Foi olhar na lata: havia acabado. Que mais? Se a mãe estivesse em casa, ela teria dado uma ideia – a mãe era boa para dar ideias. Mas ele estava sozinho. Não conseguia lembrar de outra coisa. O jeito era ir comprar um pão na padaria. Mas sujo assim de barro, a roupa molhada, imunda? – Dane-se – disse, e foi.

            Era domingo à noite, o quarteirão movimentado, rapazes no footing , bares cheios. Enquanto ele andava, foi pensando no que acontecera. No começo fora só curiosidade; mas depois foi bacana, ficou alegre quando viu a traíra bem viva de novo, correndo pela água, esperta. Mas o que faria com ela agora? Matá-la, não ia; não, não faria isso. Se ela já estivesse morta, seria diferente; mas ela estava viva, e ele não queria matá-la. Mas o que faria com ela? Poderia criá-la; por que não? Havia o tanquinho do quintal, tanquinho que a mãe uma vez mandara fazer para criar patos. Estava entupido de terra, mas ele poderia desentupi-lo, arranjar tudo; ficaria cem por cento. É, é isso o que faria. Deixaria a traíra numa lata d'água até o dia seguinte e, de manhã, logo que se levantasse, iria mexer com isso. 

            Enquanto era atendido na padaria, ficou olhando para o movimento, os ruídos, o vozerio do bar em frente. E então pensou na traíra, sua trairinha, deslizando silenciosamente no tanque da pia, na casa escura. Era até meio besta como ele estava alegre com aquilo. E logo um peixe feio como traíra, isso é que era o mais engraçado.

            Toda manhã – ia pensando, de volta para casa – ele desceria ao quintal, levando pedacinhos de pão para ela. Além disso, arrancaria minhocas, e de vez em quando pegaria alguns insetos. Uma coisa que podia fazer também era pescar depois outra traíra e trazer para fazer companhia a ela; um peixe sozinho num tanque era algo muito solitário. 

    A empregada já havia chegado e estava no portão, olhando o movimento. – Que peixada bonita você pegou...

    – Você viu?

    – Uma beleza... Tem até uma trairinha.

    – Ela foi difícil de pegar, quase que ela escapole; ela não estava bem fisgada.

    – Traíra é duro de morrer, hem?

    – Duro de morrer?... Ele parou.

            – Uai, essa que você pegou estava vivinha na hora que eu cheguei, e você ainda esqueceu o tanque cheio d'água... Quando eu cheguei, ela estava toda folgada, nadando. Você não está acreditando? Juro. Ela estava toda folgada, nadando. 

        – E aí?

        –Aí? Uai, aí eu escorri a água para ela morrer; mas você pensa que ela morreu? Morreu nada! Traíra é duro de morrer, nunca vi um peixe assim. Eu soquei a ponta da faca naquelas coisas que faz o peixe nadar, sabe? Pois acredita que ela ainda ficou mexendo? Aí eu peguei o cabo da faca e esmaguei a cabeça dele, e foi aí que ele morreu. Mas custou, ô peixinho duro de morrer! Quê que você está me olhando? 

    – Por nada.

    – Você não está acreditando? Juro; pode ir lá na cozinha ver: ela está lá do jeitinho que eu deixei. Ele foi caminhando para dentro.

    – Vou ficar aqui mais um pouco

    – disse a empregada.

    – depois vou arrumar os peixes, viu?

    – Sei.

        Acendeu a luz da sala. Deixou o pão em cima da mesa e sentou-se. Só então notou como estava cansado.

     

    (VILELA, Luiz. . O violino e outros contos 7ª ed. São Paulo: Ática, 2007. p. 36-38.) 

    VOCABULÁRIO:

    Capanga: bolsa pequena, de tecido, couro ou plástico, usada a tiracolo. 

    Footing :passeio a pé, com o objetivo de arrumar namorado(a).

    Guelra: estrutura do órgão respiratório da maioria dos animais aquáticos.

    Vozerio: som de muitas vozes juntas. 

    “(...) E logo um peixe feio como traíra, ISSO é que era o mais engraçado.(...)” O emprego do demonstrativo ISSO se deve ao fato de:

    Alternativas
    Comentários
    • Letra A.
      Isso refere-se ao fato de a traira ser um peixe feio.
      Logo, possui valor anafórico ( refere-se a algo mencionado anteriormente)
    • E logo um peixe feio como traíra, ISSO é que era o mais engraçado.

      Referência ao que foi dito antes- anáfora.

      Alusão ao que virá - catáfora.
    • Os pronomes demonstrativos servem para, além de marcar  posição no tempo e no espaço,  fazer referência ao que já foi dito e ao que se vai dizer, no interior do discurso.

      - Este (e flexões) faz referência àquilo que vai ser dito posteriormente.
      Ex: Espero sinceramente isto: que seja muito feliz.

      - Esse (e flexões) faz referência àquilo que já foi dito no discurso.
      Ex: Que seja muito feliz: é isso que espero.

      - Este / aquele (quando se quer fazer referência a elementos já mencionados): este se refere ao mais próximo, aquele, ao mais distante.
      Ex: Romance e Suspense são gêneros que me agradam, este me deixa ansioso, aquele, sensível.

        OBS: 
      O (a/s) são pronomes demonstrativos quando se referem a aquele (s), aquela (s), aquilo, isso.
      Ex: Recuso o que eles falam. (aquilo)


    • DICA:

      Em relação aos pronomes demonstrativos:

      ESTE, ESTA, ISTO, em relação ao texto  o "st" anuncia o assunto.

      ESSE, ESSA, ISSO,  em relação ao texto o "ss" retoma o assunto.

      Exemplo: Siga este conselho: Estude. Isso é importante.
    • Esse, essa, isso ( paSSado, função anafórica)
      Este, esta, isto (presenTe, função catafórica).

      Anáfora - termo Anterior
      Catáfora - Termo posterior (lembrar a ordem: A antes de C. Logo, anafóricos são para termos anteriores)
      .

      Persistência!!!!!
    • Isso = Elemento Coesivo Anafórico'  :)
    • Comentário perfeito Danzevedo!


    ID
    664993
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Noções de Informática
    Assuntos

    Para criar uma senha forte no seu aplicativo de correio eletrônico, algumas recomendações devem ser adotadas na composição da senha, EXCETO:

    Alternativas
    Comentários
    • Misturar maiúsculas com minúsculas, números e símbolos é excelente se você conseguir lembrar, mas você vai precisar anotar pra não esquecer.
      Mas na verdade não tem problem usar palavras completas, desde que seja uma senha grande, pois quanto maior a senha mais difícil e demorado é quebrá-la. Uma frase simples como Eugostodebatatafrita é mais díficil de quebrar por um programa do que uma senha complexa mas curta como 4%Tw& e muito mais fácil de lembrar.
    • Olá pessoal!!
      Eu pensei que estava ficando doido! Rsrs... Na verdade, a resposta é a letra "E" de Embaixatriz...!
      A questão me deixou em dúvida, mas consegui acertar! Ela pede a recomendação que não devemos fazer em caso de criação de senha forte, ou seja, a errada.
      e) evitar combinação de letras maiúsculas e minúsculas, números e símbolos como, por exemplo, !, #, *. Muito pelo contrário! Esses métodos é que tornam a senha forte; por isso, as minhas senhas são sempre assim!
      Forte abraço, moçada!
    • evitar combinação de letras maiúsculas e minúsculas, números e símbolos como, por exemplo, !, #, *.

      Quanto mais complexa, melhor.
    • Alternativa E

      O que torna uma senha forte:
      1)Ter pelo menos oito caracteres.
      2)Não conter seu nome de usuário, seu nome real ou o nome da empresa.
      3)Não conter uma palavra completa.
      4)Ser bastante diferente das senhas anteriores.
      5)Conter caracteres como: letras maiúsculas, letras minúsculas, números e símbolos do teclado.

    • Se eu estiver errado corrijam-me, mas estes símbolos !,#,* não podem ser usados em senhas. E no início diz que deve ser evitados, dando possibilidade de utilização para algo que não pode.

      Pensei nisso para responder.
    • A questão correta é a letra E. Seguir o contrário do que diz essa questão nos dar maior segurança contra acessos indevidos a e-mails e outros ambientes protegidos por senhas.
       Abraços a todos.
    • Letra E.

      Não há muito que comentar. Uma forma mais segura de compor uma senha além de trocá-la a cada três meses é alternar as letras entre maiúscula e minúscula, colocar números e símbolos. Nessa composição nada de colocar números referentes a matriculas, datas de aniversários ou número de telefone. Com relação às letras também é bom evitar nomes de familiares ou pessoas próximas.

    ID
    664999
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Noções de Informática
    Assuntos

    Na ferramenta de busca Google, para localizar sites na Internet que contenham a expressão abaixo, exatamente da forma como foi escrita, deve ser informado na caixa de pesquisa:

    últimos concursos da FUNCAB

    Alternativas
    Comentários
    • RESPOSTA B
      Para localizar exatamente da forma como foi escrita, deve ser informado no campo da caixa de pesquisa a palavra ou frase entre "aspas".
    • Conteúdo entre aspas: o comando “entre aspas” efetua a busca pela ocorrência exata de tudo que está entre as aspas, agrupado da mesma forma.

      Sinal de subtração: este comando procura todas as ocorrências que você procurar, exceto as que estejam após o sinal de subtração. É chamado de filtro (ex: baixaki -download)

      OR (ou): OR serve para fazer uma pesquisa alternativa. No caso de “Carro (vermelho OR verde)” (sem as aspas), Google irá procurar Carro vermelho e Carro verde. É necessário usar os parênteses e OR em letra maiúscula.

      Asterisco coringa: utilizar o asterisco entre aspas o torna um coringa. (ex: café * leite: Google buscará ocorrências de café + qualquer palavra + leite.

      Define: comando para procurar definições de qualquer coisa na internet (define:abacate).

      Info: info serve para mostrar as informações que o Google tem sobre algum site (info:www.eujafui.com.br).

      Palavra-chave + site: procura certa palavra dentro de um site específico (download site:www.baixaki.com.br).

      Link: procura links externos para o site especificado (ex: link:www.blogaki.com.br).

      Intitle: restringe os termos da busca aos títulos dos sites (ex: intitle:eu ja fui).

      Allinurl: restringe os termos da busca às URL dos sites (ex: allinurl:cachorro).

      Filetype: serve para procurar ocorrências algum formato de arquivo específico (ex: “arvore azul:pdf”).

      Time: pesquisa o horário das principais cidades do mundo (ex: time:new york).

      Weather: pesquisa a previsão do tempo para as principais cidades do mundo (ex: weather:tokyo).

      Calculadora: serve para efetuar contas matemáticas com o Google (ex: 10 / 2).

      Conversão de moedas: serve para comparar o atual valor de duas moedas (ex: 7 dollar in real).

      Conversão de temperatura: converte temperatura em Celsius para Fahreinheit (ex: 140 C in F).

      Conversão de distâncias: utilizada para ver a correspondente distância em diferentes medidas (ex: 100 miles in kilometers).

      Conversão de velocidade: comando para converter medidas de velocidade (ex: 48 kph to mph).

      Find a business: procure lojas ou restaurantes em certa cidade. (não disponível para o Brasil) (ex: shopping, Chicago).

      Movie: comando para procurar por títulos de filmes (ex: movie: Batman).

      Director: o comando director serve para descobrir o nome de um diretor de certo filme (ex: director braveheart).



    • “últimos concursos da FUNCAB”.

      "" faz pesquisa na ordem em que palavras aparecem.
    • Puxa, O Diego deu uma verdadeira aula de pesquisa no Googlle!
      Obrigada, cara!
    • Mais uma opção de busca do Google:

      QUESTÃO FUNRIO INSS 2013 (analista):

      Assinale, entre as alternativas abaixo, o primeiro resultado de uma pesquisa no Google Search em que o texto de busca é 5!
      como ilustrado na figura.
      A) Apresentação do smartfone iPhone 5.
      B) Cálculo do fatorial de 5 (igual a 120).
      C) Imagens ilustrativas do número 5.
      D) Link para uma lista de Notícias sobre 5!.
      E) Significado do número 5 na Wikipedia

      Resposta: letra B
    • Letra B.


      Quando se trata de pesquisa com nome/frase exatas, é necessário o uso de aspas.


    ID
    665005
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    História e Geografia de Estados e Municípios
    Assuntos

    A ferrovia Madeira-Mamoré foi concluída em 1912 e teve como um de seus principais objetivos o transporte de um produto oriundo da Bolívia e de grande valor econômico, à época.
    Esse produto, ao qual o enunciado se refere é a:

    Alternativas
    Comentários
    • Durante a 2ª Guerra Mundial, a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré voltou a ter grande valor estratégico para o Brasil, operando plenamente para suprir o transporte de borracha, utilizada no esforço de guerra aliado. Em 1957, quando ainda registrava um intenso tráfego de passageiros e cargas, a ferrovia integrava as dezoito empresas constituintes da Rede Ferroviária Federal.

      Em 25 de maio de 1966, depois de 54 anos de atividades, a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré teve sua desativação determinada pelo então Presidente da República Humberto de Alencar Castelo Branco. A ferrovia deveria ser, porém, substituída por uma rodovia, a fim de que não se configurasse rompimento e descumprimento do Acordo celebrado em Petrópolis, em 1903. Tal rodovia materializou-se nas atuais BR-425 e BR-364, que ligam Porto Velho a Guajará-Mirim. Duas de suas pontes metélicas ainda servem ao tráfego de veículos. Em 10 de julho de 1972 as máquinas apitaram pela última vez. A partir daí, o abandono foi total e, em 1979, o acervo começou a ser vendido como sucata para a siderúrgica de Mogi das Cruzes, em São Paulo.


    ID
    665008
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    História e Geografia de Estados e Municípios
    Assuntos

    No que diz respeito ao relevo de Rondônia, pode-se afirmar que é pouco acidentado. Porém, existem áreas com altitudes que chegam a alcançar mais de 800m, como na Serra dos Pacaás Novos.
    A área mais acidentada do relevo de Rondônia, na qual se situa a serra mencionada, localiza-se, predominantemente, em que porção do estado?

    Alternativas
    Comentários
    • Sul. Normalmente pelo relevo, região mais baixas
    • Ao sul do Estado fica a Chapada dos Parecis, e Paacás Novos fica ao Noroeste do Estado. Sendo assim a resposta correta é a B - Noroeste.
    • Gabarito errado!  Serra dos pacaás novos fica no Noroeste! Letra B
    • A banca manteve o gabarito preliminar com a seguinte justificativa: "Considerando-se a extensão da Serra dos Pacaás Novos, o sul do estado de Rondônia é a porção na qual este relevo é predominante, muito embora se trate de um alinhamento longo."
    • Apesar do gabarito mantido pela banca conforme informado, a questão é controversa. Veja o que diz: "O relevo do Estado é pouco acidentado, não apresentando grandes elevações ou depressões, com variações de altitudes que vão de 70 metros a pouco mais de 500 metros. A região norte e noroeste, pertencente à grande Planície Amazônica, situa-se no vale do rio Madeira e apresenta área de terras baixas e sedimentares. As áreas mais acidentadas encontram-se localizadas na região sul, onde ocorrem elevações e depressões, com altitudes que chegam a alcançar 800 metros na Serra dos Pacaás Novos, que se dirige de noroeste para sudeste e é o divisor entre a bacia do rio Guaporé e as bacias dos afluentes do rio Madeira (Jaci-Paraná, Candeias e Jamari)."
      Fonte: http://www.rondonia.ro.gov.br/conteudo.asp?id=180
    • relevo de Rondônia é pouco acidentado, não apresentando grandes elevações ou depressões, com variações de altitudes que vão de 70 metros a pouco mais de 500 metros. A região norte e noroeste, pertencente à Planície Amazônica, situa-se no vale do rio Madeira e apresenta área de terras baixas e sedimentares. As áreas mais acidentadas encontram-se localizadas na região sul, onde ocorrem elevações e depressões, com altitudes que chegam a alcançar 800 metros na Serra dos Pacaás Novos, que se dirige de noroeste para sudeste e é o divisor entre a bacia do rio Guaporé e as bacias dos afluentes do rio Madeira (Jaci-Paraná, Candeias e Jamari)

    • Concordo com os colegas a questão é passível de recursos. 

      A serra dos Pacaás Novos constitui a superfície cimeira do Estado, desenvolvendo-se na direção Noroeste - Sudeste é pertencente ao sistema mato-grossense do Maciço Central Brasileiro com altitude acima de 300, e entre 600 a 900 metros, com pontos culminantes acima de1.000 m.

    • Discordo da Banca. o Pacaás Novo se encontra na região mais a Noroeste do Estado, no sul do estado predomina o Planalto Brasileiro e Vale do Guaporé. Questão deveria ser anulada pela banca...

    • As áreas mais acidentadas encontram-se localizadas na região sul, onde ocorrem elevações e depressões, com altitudes que chegam a alcançar 800 metros na Serra dos Pacaás Novos, que se dirige de noroeste para sudeste e é o divisor entre a bacia do rio Guaporé e as bacias dos afluentes do rio Madeira (Jaci-Paraná, Candeias e Jamari).

      Ou seja esta totalmente na região sul. Em outas palavras inicia no noroeste e termina no sudeste.

    • Como prolongamento do Planalto Brasileiro em nosso estado no sentido sudeste-noroeste, as Chapadas dos Parecis e dos Pacaás Novos representam as maiores altitudes de nosso estado, que variam de 600 a 900 metros. A Chapada dos Parecis rondoniana é o prolongamento noroeste da chapada de mesmo nome no estado do Mato Grosso.

      http://rondoniaemsala.blogspot.com.br/search/label/T%29%20Relevo%20de%20RO.

    •  Pacaás Novos que fica localizado no MunicÌpio de Campo Novo de Rondônia, na região sul.


    ID
    665011
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    História e Geografia de Estados e Municípios
    Assuntos

    Diversos tratados tiveram importância na definição de limites e no processo de povoamento da porção norte e oeste do Brasil. Um impulso no povoamento de Rondônia foi deflagrado pela construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.
    O contexto histórico dessa construção decorre diretamente doTratado de:

    Alternativas
    Comentários
    • assinatura do Tratado de Petrópolis (1903)
    • O tratado de Petropolis estabeleceu definitivamente as fronteiras entre Brasil e Bolívia, compensando a anexação do Acre por meio da cessão de pequenos territórios próximos à foz do rio Abunã (numa região próxima ao Acre) e na bacia do rio Paraguai, do pagamento da quantia de 2 milhões de libras esterlinas.

      Como a Bolívia perdeu, após guerra com o Chile, sua saída para o mar, dois artigos do Tratado de Petrópolis obrigaram o Brasil e a Bolívia a estabelecerem um Tratado de Comércio e Navegação que permitisse à Bolívia usar os rios brasileiros para alcançar o oceano Atlantico.

    • em 1903 assinado o Tratado de Petrópolis, com as seguintes condições acordadas:
      1ª A entrega do estado do Acre ao Brasil;
      2ª 2 milhões de libras esterlinas pagos a Bolívia;
      3ª 600 mil libras esterlinas pagas ao Bolivian Sindicate;
      4ª Brasil contruir a Estrada de Ferro Madeira Mamoré; e
      5ª a constução da ponte de Guajará-mirim a Guayará-mirin (assinada a assinatura do início das obras em 2010 pelo Lula).
    • Tratado de Tordesilhas – 1494 –a tal da linha reta imaginária dividindo o Novo Mundo entre Espanha e Portugal. 

      Tratadode Ultrech – 1715 – Devolve a colônia de sacramento a Portugal. Esta colôniaera considerada importante por espanhóis e portugueses, portanto foi invadidadiversas vezes. Portugal consegue esta acordo logo após a guerra de sucessãoespanhola, que era pretendida por vários  grupos, enfraquecendo, assim, aposição da Espanha na região.

      Tratado de Madri – ano 1750 – Firmado entre Portugal e Espanha. Objetivo: substituir o tratado de Tordesilhas, na prática não mais respeitado. Ponto importante do tratado foi não mais a utilização de uma reta como demarcação, mas sim o respeito a rios e montanhas. Consagrou o princípio do uti possidetis. 

      Tratado de Ayacucho – 1867 – antes o domínio boliviano se estendia até Humaitá (AM), abrangendo o Acre. O Brasil passava pela Guerra do Paraguai, precisava se aproximar da Bolívia. Aqui já se negociava a construçãode uma ferrovia. Como fruto de um acordo diplomático a Bolívia cede ao Brasil terras que hoje vão até o rio Mamoré. 

      Tratado de Petrópolis – ano 1903 –Firmado entre Brasil e Bolívia. Objetivo: por fim aos conflitos entre nordestinos residentes no Acre e Bolivianos, também dar uma saída para a Bolívia. Como fruto do acordo deveria ser construída uma rodovia para dar vasão a exportação dos produtos bolivianos, assim surgia a EFMM. Tratado de Ultrech –1715 – Devolve a colônia de sacramento a Portugal. Esta colônia era considerada importante por espanhóis e portugueses, portanto foi invadida diversas vezes. Portugal consegue esta acordo logo após a guerra de sucessão espanhola, que era pretendida por vários grupos, enfraquecendo, assim, a posição da Espanha na região.


    • QUESTÃO TENDENCIOSA COMEÇA FALANDO DEFINIÇÃO DE LIMITES NORTE E OESTE (TRATADO DE MADRI), DEPOIS PERGUNTA O QUE QUER... RESPOSTA CORRETA TRATADO DE PETROPÓLIS 1903


    • CARA SÓ PERGUNTA TENDENCIOSA. É COMPLICADO VC ACERTA. NO MINIMO A PERGUNTA TÁ ERRADA. NÃO TEM INFORMAÇÕES NENHUMA LIMITES:?????? TORDESILHAS OU MADRI

    • Gente o contexto que se baseia em relação a EFMM é o Tratado de Petrópolis (1903).

       

      Apareceu na questão o referido tratado, lembrem da construção EFMM.

       

      =)


    ID
    665017
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Direito Constitucional
    Assuntos

    Segundo a Constituição Federal, constitui objetivo fundamental da República Federativa do Brasil:

    Alternativas
    Comentários
    • Alternativa "D", segundo o Art. 3º da CF que diz:
      "Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
      I -   construir uma sociedade livre, justa e solidária;
      II -  garantir o desenvolvimento nacional;
      III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
      IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor idade e quaisquer outras formas de discriminação."
    • As demais alternativas são FUNDAMENTOS da república e não objetivos!

      Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

      I - a soberania;

      II - a cidadania;

      III - a dignidade da pessoa humana;

      IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

      V - o pluralismo político.

    • Objetivos da República Federativa do Brasil
      Para memorizar basta lembrar da frase: "CON    GARRA ERRA POUCO"

      CON - construir uma sociedade livre, justa e solidária.
      GARRA - Garantir o desenvolvimento nacional
      ERRA - Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais.
      POUCO - Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
    • É vedado à União instituir tributo que não seja uniforme em todo território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação ao Estado, ao Distrito Federal ou aos Municípios, em detrimento de outro. 
      Admite-se, porém, inclusive em relação aos tributos federais, a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diversas regiões do País. A lei sobre o tema deve ser de natureza complementar, nos termos dos artigos 43, § 1.º, e artigo 146, ambos da Constituição Federal.
    • Os objetivos fundamentais sempre começam com um verbo ;). Perceba:

      Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

      I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
      II - garantir o desenvolvimento nacional;
      III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
      IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
    • uma dica: caso voce nao lembre quais os objetivos programaticos da Republica Federatica do Brasil, lembre-se que iniciam com o verbo no infinitivo, e procuram sempre elencar projetos aos quais o Brasil deve procurar realizar. Muita coisa do direito, nao e preciso decorar, Apenas o bom sensu e necessario, e um pouco de conhecimento doutrinario.
    • Fundamentos:
      soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana, valores sociais do trabalho e livre iniciativa e pluralimo político.
    • Para organizar as ideias:

      1. FUNDAMENTOS
      Formam a palavra SOCIDIVAPLU.
      I - a soberania;
      II - a cidadania;
      III - a dignidade da pessoa humana;
      IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
      V - o pluralismo político.


      2. OBJETIVOS FUNDAMENTAIS
      Iniciam-se por verbos. ( Fantástico mundo de Bob!! )

      I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
      II - garantir o desenvolvimento nacional;
      III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
      IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.


      3. PRINCÍPIOS QUE REGEM REL. INTERNACIONAIS
      Matéria residual: Tudo aquilo que não se enquadra nos itens 1 ou 2.

      I - independência nacional;
      II - prevalência dos direitos humanos;
      III - autodeterminação dos povos;
      IV - não-intervenção;
      V - igualdade entre os Estados;
      VI - defesa da paz;
      VII - solução pacífica dos conflitos;
      VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
      IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
      X - concessão de asilo político.
    • É isso aí pessoal ...vamos decorar tudo!!!
      Art. 1º - Fundamentos da República:
      SO CI DI VA PLU;
      Art. 3º - Objetivos da República:
      CON GA ER PRO.
    • Uma dica um pouco melhor para facilitar a decoreba.
      Meu objetivo em concursos é passar (o "passar" é para lembrar que é sempre verbo), construir minha casa, garantir meu carro 0 Km, erradicar  o ônibus  e promover o meu bem estar.... Duvido alguém se esquecer disso...  rsrsrsrsr
      Bom estudos e objetivos para todos..

    • Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
      ...
      II - garantir o desenvolvimento nacional;




      Pura literalidade da lei.
    • Os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil estão descritos no Art 3° da CF, são eles:

      I - CONstruir uma sociedade livre, justa e solidária;

      II - GArantir o desenvolvimento social;

      III - Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdes sociais e regionais;

      IV - PROmover o bem de todos sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação;

      DICAS: 

      • Essas normas são de Eficácia Prográmatica, ou seja são objetivos a serem alcançados pela R.F.B, por isso começam com verbos (ações a serem conquistadas)
      • Macete para memorizar:  Pensar na cantora  gretchen - CON-GA-ER-PRO.
         
    • Os colegas bem que poderiam minimizar a quantidade de comentários sem utilidade, hein?!
      Excesso de macetes inúteis e frases das mais sem noção... Sei que algumas até ajudam na memorização de alguns assuntos, tanto que muitos professores usam, mas não vamos exagerar, né?!

      Ainda bem que em meio a tanta inutilidade há bons comentários como o da colega Kek@, que colocou de forma bastante organizada e concisa tudo o que é necessário saber sobre o assunto.

      Valeu mesmo pelo comentário!!

      Abração a todos e ótimos estudos!
    • Objetivos:
      construir uma sociedade livre, justa e solidária
      garantir o desenvolvimento nacional
      erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais
      promover o bem de todos, sem preconceitos de origem,raa,sexo, cor , idade e quaisquer outras formas de discriminação.
    • Alternativa "D"
      Dica: Os objetivos fundamentais começam com VERBOS
      Art. 3º da CF :

      "Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
      I -   construir uma sociedade livre, justa e solidária;
      II -  garantir o desenvolvimento nacional;
      III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
      IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor idade e quaisquer outras formas de discriminação."
    • Cuidado que nem sempre o objetivo fundamental virá na forma de verbo. Pode acontecer da banca substantivá-lo, ou seja, em vez de aparecer o verbo promover seja colocado o substantivo promoção, como se observa na questão Q41772 do CESPE:

      Questão Q41772.

      Constitui objetivo fundamental da República Federativa do Brasil a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade ou quaisquer outras formas de discriminação. Dessa forma, contraria a CF a exigência, contida em editais de concursos públicos, sem o devido amparo legal, de limite de idade mínima ou máxima para inscrição.

       

      • Certo      Errado
      Assim, não devemos ter em mente um verbo em todas as vezes que a questão tratar de objetivos fundamentais.



       
    • Fundamentos: so-ci-di-va-plu
      Objetivos: con-ga-erra-pro
    • Pessoal, cuidado com esse macete com relaçao aos objetivos começarem com verbos! As bancas podem muito bem colocar verbos ou tirá-los.
    • Pra que tanto comentário numa questão simples dessa?
    • É barbada meus queridos... D



    • Muito comentário repetido e desnecessário. Ainda mais para uma questão simples como esta. O pessoal bem que poderia dar uma lida antes para ver se já não foi dito o que estão prestes a comentar. É o mínimo, né?

    • FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

       

       

      ---> É O PRIMEIRO ARTIGO DA CF

      ---> OS FUNDAMENTOS SÃO OS VALORES ESTRUTURANTES DE UM ESTADO

      ---> SÃO 5 :  SO - CI- DI- VA- PLU

       

       

      SOBERANIA

      CIDADANIA

      DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

      VALORES SOCIAIS DO TRABALHO

      PLURALISMO POLÍTICO

       

      Objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil - SÃO VERBOS!!!

       

      #gratidao

    • Gostei... com os comentários consegui um macete.

    • Gabarito letra d).

       

      CONSTITUIÇÃO FEDERAL

       

       

      Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

       

      * MNEMÔNICO PARA OS FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL = "SO CI DI VA PLU"

       

      I - a soberania; ("SO")

       

      II - a cidadania ("CI")

       

      III - a dignidade da pessoa humana; ("DI")

       

      IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; ("VA")

       

      V - o pluralismo político. ("PLU")

       

       

      Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

       

      * MNEMÔNICO PARA OS OBJETIVOS FUNDAMENTAIS = "CON GARRA ERRA POUCO"

       

      I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; ("CON")

       

      II - garantir o desenvolvimento nacional; ("GARRA")

       

      III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; ("ERRA")

       

      IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. ("POUCO")

       

       

      Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:

       

      * MNEMÔNICO PARA OS PRINCÍPIOS NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS = "AINDA NÃO CONPREI RECOS"

       

      I - independência nacional; ("IN")

       

      II - prevalência dos direitos humanos; ("PRE")

       

      III - autodeterminação dos povos;("A")

       

      IV - não-intervenção; ("NÃO")

       

      V - igualdade entre os Estados; ("I")

       

      VI - defesa da paz; ("DA")

       

      VII - solução pacífica dos conflitos; ("S")

       

      VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; ("RE")

       

      IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; ("CO")

       

      X - concessão de asilo político. ("CON")

       

      Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômicapolíticasocial e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

       

      * MNEMÔNICO = "PESC"

       

      = POLÍTICA

       

      E = ECONÔMICA

       

      S = SOCIAL

       

      C = CULTURAL

       

       

       

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    • Conhecimento exigido do candidato:

      Artigo 1º da CRFB/88: "A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político".

      Artigo 3º da CRFB/88: "Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação".

      Análise das alternativas:

      Alternativa A - Incorreta. Trata-se de fundamento da República.

      Alternativa B - Incorreta. Trata-se de fundamento da República.

      Alternativa C - Incorreta. Trata-se de fundamento da República.

      Alternativa D - CORRETA! É o que dispõe o art. 3º da CRFB/88.

      Alternativa E - Incorreta. Trata-se de fundamento da República.

      O gabarito da questão, portanto, é a alternativa D.


    ID
    665020
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Direito Constitucional
    Assuntos

    Assinale a alternativa correta.

    Alternativas
    Comentários
    • RESPOSTA A
      ART 12 CF/88

      § 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:
      I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
      II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
      III - de Presidente do Senado Federal;
      IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
      V - da carreira diplomática;
      VI - de oficial das Forças Armadas.
      VII - de Ministro de Estado da Defesa(Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
    • Condições de Elegibilidade (Capacidade Eleitoral Passiva) São condições de elegibilidade, na forma da lei:
      ·  a nacionalidade brasileira (observada a questão da reciprocidade, antes destacada quanto aos portugueses, e que apenas alguns cargos são privativos de brasileiros natos);
      ·  o pleno exercício dos direitos políticos;
      ·  o alistamento eleitoral (só pode ser votado quem pode votar, embora nem todos que votam possam ser votados – como o analfabeto e o menor de 18 e maior de 16 anos);
      ·  o domicílio eleitoral na circunscrição (pelo prazo que a lei ordinária federal fixar e que hoje é de um ano antes do pleito, nos termos do art. 9.º da Lei n. 9.504/97);
      ·  a filiação partidária (pelo menos um ano antes das eleições, nos termos do art. 18 da Lei Federal n. 9.096/95);
      ·  a idade mínima de 35 anos para Presidente da República, Vice-Presidente da República e Senador; a idade mínima de 30 anos paraGovernador e Vice-Governador; a idade mínima de 21 anos para Deputado (Federal, Distrital ou Estadual), Prefeito, Vice-Prefeito e Juiz de Paz (mandato de 4 anos – art. 98, II, da CF) e a idade mínima de 18 anos para Vereador. A aquisição da elegibilidade, portanto, ocorre gradativamente.
    • Brasileiros natos:
      1- Presidente e vice da RFB
      2- Presidente da camara dos deputados
      3- Presidente do Senado Federal 
      4- Oficiais da força armada
      5- carreira diplomática
      6- ministro do supremo tribinal de justiça
      7- ministro do estado de defesa
    • Será que alguém poderia comentar a alternativa B?

      Obrigada.
    • A letra b está incorreta por isso:

      As hipóteses de perda dos direitos políticos são:

      - quando cancelada a naturalização, mediante ação para cancelamento da naturalização - art. 12, § 4º CF - ajuizada pelo MP Federal, sendo cabível em caso de atividade nociva ao interesse nacional.

      - aquisição voluntária de outra nacionalidade - via de regra, quem se naturaliza perde a nacionalidade originária.

      As hipóteses de suspensão dos direitos políticos são:

      - incapacidade civil absoluta - adquirida novamente a capacidade, retoma os direitos políticos.

      - condenação por improbidade administrativa

      - condenação penal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos. Independe da prisão do condenado.

      Atente-se sempre na diferença entre os dois pois já foi  questão de prova...
      Espero ter ajudado!
      Bons estudos

    • art 12 § 4 - será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:

      I- tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional.
    • letra a - dica: MP3.COM para eles!!!
      Ministro do Supremo Tribunal Federal
      Presidente e Vice-Presidente da República;
      Presidente da Câmara dos Deputados;
      Presidente do Senado Federal
      .
      carreira diplomática; 
      oficial das Forças Armadas. 
      Ministro de Estado da Defesa
      fonte:
      Art. 12.
      § 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos: 
      I - de Presidente e Vice-Presidente da República; 
      II - de Presidente da Câmara dos Deputados; 
      III - de Presidente do Senado Federal; 
      IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; 
      V - da carreira diplomática; 
      VI - de oficial das Forças Armadas. 
      VII - de Ministro de Estado da Defesa
    • arrt. 12
      3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
      II de Presidente da Câmara dos Deputados;
      V da carreira diplomática;




    • A) CORRETO! São privativos de brasileiros natos os cargos de: presidente e vice da república, presidentes da câmara dos deputados e senado (apenas presidentes),  ministros do STF (todos os ministros e não apenas os presidentes), carreira diplomática, oficial das forças armadas e ministro do estado da defesa.
      B) Será SIM, declarada a perda da nacionalidade do brasileiro neste caso (essa regra vale apenas para o naturalizado, não se aplicando ao nato - inciso 4, artigo 12 da C.F.)
      C) Sufrágio universal e voto direto e secreto, com valor igual para todos.
      D) O alistamento eleitoral e o voto são facultativos para os analfabetos, maiores de 70 anos (setenta e não sessenta, como muitas bancas cobram, induzindo ao erro) e os menores de dezoito e maiores de dezesseis anos.
      E) O pleno exercício dos direitos políticos é uma das exigências especificadas em lei para a condição de elegibilidade.

      Gabarito: letra A. 
    • MP3V.COM

      Ministro do STF

      P3:  presidente da república, pres. da Câmara e pres. do Senado.

      Vice presidente da república

      Carreira diplomática

      Oficial das forças armadas

      Ministro da defesa.


      ;)

    • BIZU

      Cargos privativos de brasileiros natos: MP3.COM

      Ministro do STF

      Presidente da República e Vice

      Presidente da Camara

      Presidente do Senado

      Carreira Diplomaticas

      Oficial das Forças Armadas

      Ministro do Estado de Defesa

    • Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:

      I - plebiscito;

      II - referendo;

      III - iniciativa popular.

      § 1º O alistamento eleitoral e o voto são:

      I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;

      II - facultativos para:

      a) os analfabetos;

      b) os maiores de setenta anos;

      c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

    • A questão exige do candidato o conhecimento acerca do que dispõe a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 sobre direitos políticos.

      Análise das alternativas:

      Alternativa A - Correta! Art. 12, § 3º, da CRFB/88: "São privativos de brasileiro nato os cargos: I - de Presidente e Vice-Presidente da República; II - de Presidente da Câmara dos Deputados; III - de Presidente do Senado Federal; IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; V - da carreira diplomática; VI - de oficial das Forças Armadas. VII - de Ministro de Estado da Defesa".

      Alternativa B - Incorreta. Art. 12, § 4º, CRFB/88: "Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; (...)".

      Alternativa C - Incorreta. Art. 14, CRFB/88: "A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I - plebiscito; II - referendo; III - iniciativa popular".

      Alternativa D - Incorreta. Art. 14, § 1º, CRFB/88: "O alistamento eleitoral e o voto são: (...) II - facultativos para: a) os analfabetos; (...)".

      Alternativa E- Incorreta. Art. 14, § 3º, CRFB/88: "São condições de elegibilidade, na forma da lei: (...) II - o pleno exercício dos direitos políticos; (...)".

      Gabarito:

      O gabarito da questão, portanto, é a alternativa A.

    • MP3.COM

      Ministro STF

      Presidente: República (+ o vice) e Câmara e Senado

      Carreira D.

      Oficial F.A

      Ministro E.D


    ID
    665023
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Legislação Estadual
    Assuntos

    Segundo o Estatuto dos Servidores Públicos do Estado de Rondônia, Lei Complementar n° 68/1992, é correto afirmar:

    Alternativas
    Comentários
    • Alternativa correta: C

      (Estatuto dos Servidores Públicos do Estado de Rondônia) Lei Complementar n° 68/1992, art. 15 - A nomeação é a forma originária de provimento dos cargos públicos.

      Parágrafo único - A nomeação para o cargo de carreira ou cargo isolado de provimento efetivo depende de prévia habilitação em concurso público, obedecido a ordem de classificação e o prazo de sua validade.

      Art. 16 - A nomeação será feita:

      I - em caráter efetivo, para os cargos de carreira;

      II - em caráter temporário, para os cargos em comissão, de livre provimento e exoneração;

      III - em caráter temporário, para substituição de cargos em comissão.

    • De acordo com a  Lei Complementar n° 68/1992 do estado de Rondônia : 

      Art. 16 - A nomeação será feita:


      I - em caráter efetivo, para os cargos de carreira;


      II - em caráter temporário, para os cargos em comissão, de livre provimento e exoneração;


      III - em caráter temporário, para substituição de cargos em comissão.


      gabarito letra C

    • lei 8112/90 art.9º - A nomeação far-se-á:

      II- Em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos de confiança vagos.

      § único : O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial poderá ser nomeado para ter exercício, INTERINAMENTE (temporariamente), em outro cargo de confiança, sem prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela remunerção de um delesdurante o período da interinidade.
    • a) ERRADA. Pois conforme a Lei 68/92 art. 28 § 1º São requisitos básicos a serem apurados no estágio probatório: 

      I - assiduidade; 

      II - pontualidade; 

      III - disciplina

      IV - capacidade de iniciativa; 

      V - produtividade; 

      VI - responsabilidade

      b) ERRADA. Art. 20 § 1º É de 30 (trinta) dias o prazo para o servidor entrar em exercício, contados da data da posse ou do ato que lhe determinar o provimento.  § 2º Será exonerado o servidor empossado que não entrar em exercício no 
      prazo previsto no parágrafo anterior. 

      c) CORRETA. A nomeação será feita em caráter temporário, para substituição de cargos em comissão.

      d) ERRADA. Conforme o Art. 29. O servidor habilitado em concurso público e empossado em cargo de provimento efetivo adquire estabilidade no serviço público ao completar 02 (dois) anos de efetivo exercício. Mas, a jurisprudência do STF e STJ tem entendido que tal prazo é de 3 anos. Porém, se no enunciado cobrar "de acordo com a lei 68/92" vale colocar 24 meses ou 2 anos, embora, a questão seria de fácil anulação.

      e) ERRADA. Pois dentre outros requisitos, quitação com as obrigações militares e eleitorais é requisito básico para investidura em cargo público.


    ID
    665029
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Legislação Estadual
    Assuntos

    “É a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção médica.” Tal assertiva, segundo o Estatuto dos Servidores Públicos do Estado de Rondônia, traduz o conceito de:

    Alternativas
    Comentários
    • Embora não seja o Estatuto dos Servidores Públicos do Estado de Rondônia, dá pra matar a questão tendo como base a Lei nº 8.112/90.
      Art. 24.  Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção médica.
      Bons estudos!!!

       
    • a)      Nomeação
      Após a nomeação, ocorrerá a posse do servidor no respectivo cargo, no prazo de 30 dias. A partir da posse o servidor tem um prazo de 15 dias para entrar em exercício. A investidura no cargo se dá com a posse, a partir da qual passa a ser servidor efetivo. Só há posse em cargo de provimento originário. 
      b) Promoção
      É aquela que ocorre dentro da carreira, quando o servidor é promovido à classe superior.
       
      c)      Reintegração
      A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.
       
      d)     Reversão
      É o retorno à atividade de servidor aposentado por invalidez quando forem declarados insubsistentes os motivos da aposentadoria, ficando como excedente caso o cargo esteja provido.
      Há também a possibilidade de reversão a pedido do servidor que se aposentou voluntariamente, desde que: haja cargo vago, ele já fosse estável quando se aposentou, tenha solicitado a reversão no prazo de 5 anos a partir da aposentadoria, e, em qualquer caso, haja interesse para a Administração.
    •  "Art. 24.  Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção médica."
    • Readaptação é forma de provimento derivado, mediante a qual o servidor, estável ou não, tendo sofrido limitação física ou mental em suas habilidades, torna-se inapto para o exercício do cargo que ocupa, mas, não configurada a invalidez permanente, pode ainda exercer outro cargo para o qual a limitação sofrida não o incapacita. O cargo provido deverá ter atribuições afins às do anterior. Tem que ser respeitada a habilitação exigida, o nível de escolaridade e a equivalência de vencimentos. Na hipótese de inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga. 
    • Bem, a questão é sobre o o Estatuto dos Servidores Públicos do Estado de Rondônia, mas o conceito de recondução é o mesmo da L8112!

    ID
    819430
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    História e Geografia de Estados e Municípios
    Assuntos

    As usinas hidrelétricas de Santo Antonio e Jirau serão as primeiras da Amazônia a utilizar o sistema de turbina tipo bulbo, que não exige grandes superfícies alagadas, sugerindo uma perspectiva de sustentabilidade ecológica. Essas usinas estão sendo construídas no rio:

    Alternativas
    Comentários
    • e

      Madeira.

    •  Hidrelétrica Santo Antônio:

       Estar localizada no Rio Madeira, na cidade de Porto Velhocapital de Rondônia. Possui 50 turbinas do tipo Bulbo para geração de energia elétrica com potência de cerca de 71,6 megawatts cada uma, totalizando 3.568,3 MW de potência instalada e 2.424 MW de energia assegurada. É a quarta maior hidrelétrica em operação no Brasil e uma das maiores do mundo.

      A concessionária responsável pela hidrelétrica é a Santo Antônio Energia, atualmente quarta maior geradora hídrica do país, formada pelas empresas Odebrecht Energia do Brasil, SAAG Investimentos, Furnas Centrais Elétricas, Cemig e Caixa FIP Amazônia Energia.

      Usina Hidrelétrica de Jirau 

      É uma usina hidrelétrica, construída no Rio Madeira, a 120 km de Porto Velho, em Rondônia. Tem um reservatório com uma área de 361,6 km²quando está com seu volume máximo.

      Tem capacidade instalada de 3.750 MW, (sendo 2.184 MW assegurados) e faz parte do Complexo do Rio Madeira.

      A construção esteve a cargo do consórcio "ESBR - Energia Sustentável do Brasil", formado pelas empresas Suez Energy (GDF Suez, atual Engie)(50,1%), Eletrosul (20%),  (20%) e Camargo Corrêa (9,9%).

      A usina, juntamente com a de Santo Antônio, foi inaugurada no fim de 2016 e foram consideradas fundamentais para o suprimento de energia elétrica no Brasil a partir de meados de 2013 e estiveram entre as obras mais importantes do Governo Federal.

      FONTE : WIKIPÉDIA

    • Porto velhense aqui, difícil não errar!!

    ID
    819433
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    História e Geografia de Estados e Municípios
    Assuntos

    O estado de Rondônia conta com uma série de áreas protegidas, visando ao desenvolvimento sustentável da região. Criada em 1979, uma área protegida se destaca pela extensão, com cerca de 765.000 ha, abrange os municípios de Porto Velho, Guajará-Mirim, Ariquemes e Ji-Paraná.

    A área protegida citada é a seguinte:

    Alternativas
    Comentários
    • O Parque Nacional de Pacaás Novos foi criado pelo Decreto Federal Nº 84.019 de 21 de setembro de 1979.


    ID
    819436
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Direito Constitucional
    Assuntos

    Assinale a alternativa correta.

    Alternativas
    Comentários
    • Alternativa A- Incorreta. Artigo 37, VI/CF: "é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical". 

      Alternativa B- Correta. Artigo 37, VIII/CF: "a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão".

      Alternativa C- Incorreta. Artigo 37, § 4º/CF: "Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível". 

       Alternativa D- Incorreta. Artigo 37, § 6º/CF: "As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa". 

       Alternativa E- Incorreta. Artigo 38/CF: "Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração".
    • Letra "B"

       

       b) A lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão.

       

      Enunciado Administrativo 12 do CNJ - Em todos os concursos públicos para provimento de cargos do Poder Judiciário, inclusive para ingresso na atividade notarial e de registro, será assegurada reserva de vagas a candidatos com deficiência, em percentual não inferior a 5% (cinco por cento), nem superior a 20% do total de vagas oferecidas no concurso, arredondando-se para o número inteiro superior, caso fracionário o resultado da aplicação do percentual, vedada a incidência de 'nota de corte' decorrente da limitação numérica de aprovados e observando-se a compatibilidade entre as funções a serem desempenhadas e a deficiência do candidato.

      As listas de classificação, em todas as etapas, devem ser separadas, mantendo-se uma com classificação geral, incluídos os candidatos com deficiência e outra exclusivamente composta por estes.

       

      Visto o exposto acima o STF já negou a existência de vaga de deficiente em concurso público que só possuía duas vagas por violar o limite máximo de 20%.

       

      Fonte: Curso Mege (www.mege.com.br) - Direito Administrativo - Turma MP.

    • Eu filtrei LEI 8.429 e me aparece isso ai ! kkk

    • A questão exige conhecimento acerca da Administração Pública e pede ao candidato que assinale o item correto. Vejamos:

      a) É vedado ao servidor público civil o direito à livre associação sindical.

      Errado. Não se trata de uma vedação, mas, sim, de um direito, nos termos do art. 37, IV, CF: Art. 37, VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;

      b) A lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão.

      Correto e, portanto, gabarito da questão. Inteligência do art. 37, VII, CF: Art. 37, VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;

      c) Os atos de improbidade administrativa importarão a perda dos direitos políticos, a suspensão da função pública, a indisponibilidade dos bens, sendo descabido o ressarcimento ao erário.

      Errado. Lembre-se da independência das instâncias e uma única conduta praticada pelo agente público pode desencadear seis processos distintos de responsabilização: 1) civil; 2) penal; 3) administrativo disciplinar; 4) improbidade administrativa; 5) responsabilidade política; 6) processo de controle. Aplicação do art. 37, § 4º, CF: Art. 37, § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

      d) As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos não responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros.

      Errado. Respondem, sim. Aplicação do art. 37, § 6º, CF: Art. 37, § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

      e) O servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, não lhe sendo facultado optar pela sua remuneração.

      Errado. É facultado optar por sua remuneração. Aplicação do art. 38, II, CF:  Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:  II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;

      Gabarito: B


    ID
    819439
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Direito Administrativo
    Assuntos

    Denomina-se “Processo” o conjunto de atos coordenados para obtenção de uma decisão. O processo administrativo está sujeito a cinco princípios de observância constante. Um desses princípios, o da oficialidade ou da impulsão, significa:



    Alternativas
    Comentários
    • Alt. C

      Oficialidade: no âmbito administrativo, esse princípio assegura a possibilidade de instauração do processo por iniciativa da Administração, independentemente de provocação do administrado e ainda a possibilidade de impulsionar o processo, adotando todas as medidas necessárias à sua adequada instrução. Na Lei 9.784/99 está previsto como um dos critérios a serem adotados nos processos administrativos, a “impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados”. No Art. 5º está expresso que o processo pode iniciar-se de ofício ou a pedido de interessado e o Art. 29  contém a determinação de que as atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à tomada de decisão realiza-se de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações probatórias. A lei permite que nos processos administrativos de que resultem sanções, a revisão se faça a pedido ou de oficio, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada, ficando expressamente vedado o agravamento da sanção. O Princípio da Oficialidade autoriza a Administração a requerer diligências, investigar fatos de que toma conhecimento no curso do processo, solicitar pareceres, laudos, informações, rever os próprios atos e praticar tudo o que for necessário à consecução do interesse público. Portanto, a oficialidade está presente: 1) no poder de iniciativa para instaurar o processo; 2) na instrução do processo; 3) na revisão de suas decisões. Em todas essas fases, a Administração pode agir ex officio.


      Fonte: http://www.domtotal.com/direito/pagina/detalhe/31777/principios-do-processo-administrativo-lei-9.78499

    • Jesus, toma conta! Que Banca eh essa? Pelo PCP da oficialidade, a Administração deve dar impulso aos atos, independentemente de provocação. Quando a alternativa sustenta: "cabe sempre à Administração", parece que APENAS é cabível à Administração.

       Tudo muito mal formulado e confuso. Banca horrível! Deus me defenda!

    • Entraria com Recurso, e acho que a mais acertada ainda é a letra D. Mas que Banca é essa??? FUNCAB, Jesus!! :,(

    • Funcab é assim: você resolve por eliminação e escolhe a menos errada!

    • Só banca lixo! Até quando?
    • Oxe... Deixa eu ver que banca é essa

    • O EXAMINADOR NÃO LEU A LEI.

    • Gab C. a) Princípio da informalidade b) Princípio da legalidade c) Princípio da impulsão oficial d) Exceção ao Princípio da estabilização da demanda e) Princípio constitucional do devido processo legal (assegura o p. do contraditório e da ampla defesa)
    • Questão extremamente mal formulada, tendo em vista que o princípio da impulsão oficial no Direito Administrativo reflete a ideia de que caberá também à Administração promover as atividades de instrução, assim como dar início ao processo.

      Ela NÃO exclui a possibilidade do particular propor as atuações probatórias, mas apenas compreende o poder-dever da Administração no processo administrativo, tendo em vista que o interesse público está presente.

    • Gabarito da banca: C

      Princípio da Oficialidade / Impulsão de Ofício → o processo administrativo pode ser instaurado por iniciativa da própria Administração (de ofício), independente de iniciativa dos particulares, dando impulso ao processo até a decisão final. Ainda permite que a Administração faça revisão de suas decisões (autotutela).


    ID
    819442
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Direito Administrativo
    Assuntos

    Assinale a opção correta acerca do controle da Administração Pública.

    Alternativas
    Comentários
    • Gabarito C. 

      Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

      Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:

    • Fiquei em dúvida entre a "C" e a "D". Depois pesquisei no Google e, pelo que entendi, a responsabilidade solidária nada mais é que uma corresponsabilização. Nesse caso a alternativa "D" também estaria correta pois a assim dispõe a CF:

      Art. 74. (...) § 1º - Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.

      Alguém pode ajudar?

    • tem duas questões certas a "c" e a "d",pois os funcionários tem que dá ciencia sim das irregularidades e ilegalidades interna da administração sob pena de ser responsabilizado.

    • Gab.: C

      A) ERRADO. é uma modalidade de controle Interno.

      B) ERRADO. Exemplo de controle Popular:

      Ação Popular = proposta por qualquer Cidadão

      Ação Civil Publica = a)Ministério Público; b) a Defensoria Pública; c) a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; d) a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista; e) a associação que atenda aos requisitos estabelecidos na Lei...

      C) CORRETO. Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial...

      Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União

      D) ERRADO. Art. 74. (...) § 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.

      E) ERRADO. Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

      V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder

      regulamentar ou dos limites de delegação legislativa


    ID
    819445
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Administração Pública
    Assuntos

    Apossibilidade que tem a Administração de, por seus próprios meios, exigir o cumprimento das obrigações impostas aos administrados, independentemente de ordem judicial, refere-se ao atributo de:

    Alternativas
    Comentários
    • Imperatividade é o poder que os atos administrativos possuem de impor obrigações unilateralmente aos administrados, independentemente da concordância destes.

      Autoexecutoriedade é o poder que os atos administrativos têm de serem executados pela própria Administração independentemente de qualquer solicitação ao Poder Judiciário. É algo que vai além da imperatividade e da exigibilidade.

      Presunção de legitimidade é a presunção de que os atos administrativos são válidos, isto é, de acordo com a lei até que se prove o contrário. Trata-se de uma presunção relativa.

      Discricionariedade é o poder conferido por lei ao administrador público para que, nos limites nela previstos e com certa parcela de liberdade, adote, no caso concreto, a solução mais adequada satisfazer o interesse público. 

      Exigibilidade é o poder que os atos administrativos possuem de serem exigidos quanto ao seu cumprimento, sob ameaça de sanção. Vai além da imperatividade, pois traz uma coerção para que se cumpra o ato administrativo.

      MARRONI, Fernanda. Quais os atributos do ato administrativo? Disponível em 18.06.2011 no seguinte link: http://ww3.lfg.com.br/public_html/article.php?story=20110617122850199

      MOREIRA, Alexandre Magno Fernandes. Poderes Discricionário e Vinculado. Disponível em 17.01.2011 no seguinte link: http://www.lfg.com.br/public_html/article.php?story=20110114163142284


    • Não costumo discordar das bancas, até porque quem deve se adequar a elas somos nós, candidatos, mas não estaria errado este gabarito?!

      A excelente explicação do colega Ivan Andrade nos mostra, inclusive, que o descrito na questão refere-se à exigibilidade (o poder que os atos administrativos possuem de serem exigidos quanto ao seu cumprimento) e não autoexecutoriedade (o poder que os atos administrativos têm de serem executados).

      Alguém poderia comentar sobre?

    • Concordo com você Fabiana Fernandes

      A Exigibilidade ou Coercitividade é o poder que a administração tem de se valer de meios indiretos de coerção e de exigir o cumprimento das obrigações impostas aos administrados.

    • Quando a questão fala que a Administração pode exigir o cumprimento da obrigação independente do poder judiciário, está se referindo à autoexecutoriedade. O que fundamenta esse atributo do ato administrativo é a primazia do interesse público e independência a entre os poderes. A autoexecutoriedade proporciona celeridade ao ato administrativo, até porque eles também gozam de presunção de legitimidade, o que faz com que os administrados que se sintam prejudicados tenham que procurar o poder Judiciário para requerer a anulação do ato.

      A imperatividade é a forma como a autoexecutoriedade muitas vezes se manifesta: através da coerção. A imperatividade só existe nos atos administrativos que impõe obrigações.

    • Questão sacana e danada!

    • A possibilidade que tem a Administração de, por seus próprios meios, exigir o cumprimento das obrigações impostas aos administrados, independentemente de ordem judicial, refere-se ao atributo de:

      AUTOEXECUTORIEDADE.

      • NÃO PRECISA OBTER AUTORIZAÇÃO JUDICIAL PRÉVIA
      • PODE FAZER O USO DA FORÇA
      • É, TAMBÉM, USADA EM SITAÇÕES DE URGÊNCIA, SEM PREVISÃO LEGAL

      Somente para esclarecer

      EXIGIBILIDADE = É um meio indireto que a Administração tem para que o administrado faça algo;

      "TODO ATO IMPERATIVO É EXIGÍVEL, MAS NEM SEMPRE EXECUTÓRIO"!!

      A AUTOEXECUTORIEDADE É MEIO DIRETO.

      A EXIGIBILIDADE SÓ FAZ SURGIR A OBRIGAÇÃO.


    ID
    819448
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Direito Administrativo
    Assuntos

    Do sistema hierárquico na Administração decorrem alguns efeitos específicos, entre os quais NÃO se inclui:

    Alternativas
    Comentários
    •  O Poder de policia não decorre do poder hierárquico, mas sim do principio implícito que integra o regime jurídico brasileiro denominado de supremacia do interesse publico o qual confere à administração a prerrogativa especial de limitar, de condicionar o uso ou gozo de bens ou o exercício de certas atividades que possam causar algum tipo de dano à sociedade.

       

      Gabarito E

    • A banca brincou com sinônimos: sistema hierárquico  _----_ poder hierárquico 

    • A questão indicada está relacionada com os Poderes da Administração.

      O enunciado remete ao o Poder Hierárquico.

      O Poder Hierárquico é aquele que permite ao superior hierárquico exercer determinadas prerrogativas sobre seus subordinados, especialmente as de dar ordens, fiscalizar, controlar, aplicar sanções, delegar e avocar competências. Exemplo: a exigência dirigida a servidor público no sentido de utilizar uniforme no ambiente de trabalho, poder de comando dos agentes superiores, poder de fiscalização das atividades desempenhadas por agentes subordinados, poder de revisão dos atos praticados por agentes subordinados, poder de delegação de funções genéricas e comuns da Administração.

      Diante da explanação sobredita, a única alternativa que não se amolda as características do Poder Hierárquico é a “E”.

      GABARITO DA QUESTÃO: E.


    ID
    819451
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Administração Pública
    Assuntos

    “São atos oriundos, em regra geral, de órgãos colegiados e representam a vontade majoritária de seus componentes”. Esta definição se refere à(ao):

    Alternativas
    Comentários
    • LETRA C

      As resoluções e deliberações são expressões às vezes tratadas como sinônimos. Depende de cada organização. Em geral a resolução se refere a ato administrativo de órgão colegiado. Por via de regra são os órgãos colegiados que têm resoluções. As deliberações se referem ao conteúdo das resoluções, em geral. Delibera por maioria de membros. Mas é curioso observar que temos o Tribunal de Contas da União, em seu regimento interno, prevendo que as deliberações do Plenário poderão assumir a forma de resolução, de instrução normativa, de decisão normativa, de acórdão e de parecer. O gênero é a deliberação, as espécies são as resoluções, os atos normativos, e os outros tipos de atos administrativos. Por isso que não há, a rigor, dentro do Poder Legislativo, do Poder Judiciário e do Tribunal de Contas da União uma uniformidade de terminologia, especificamente neste caso de deliberações e resoluções. Podem ser atos separados ou um conter o outro. Uma grande complicação.

      http://notasdeaula.org/dir7/direito_administrativo1_18-04-11.html

    • Mas na doutrina vemos, em geral, essa diferença entre resolução e deliberação. Em função daquilo que se delibera temos o termo deliberação, para a tomada de decisão, quanto ao conteúdo e não à forma do ato administrativo. Se o ato administrativo contém decisão, estamos falando em relação ao conteúdo e não quanto à forma pela qual aquele ato foi exteriorizado. Isso se integra ao conceito de resolução.


    ID
    819454
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Direito Administrativo
    Assuntos

    NÃO integram as categorias de entidades da Administração Indireta:

    Alternativas
    Comentários
    • Gabarito E. Decreto 200/67. Art. 4° A Administração Federal compreende:

        I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios.

        II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria:

        a) Autarquias;

        b) Emprêsas Públicas;

        c) Sociedades de Economia Mista.

       d) fundações públicas.

    • Fundações Públicas

      Autarquias

      Sociedade Ec. Mista

      Empresas Públicas

    • As secretarias tanto podem ser uma subdivisão de um órgão (ente despersonalizado da Administração Direta) quanto os similares, na esfera estadual e municipal, dos Ministérios e que, portanto, também pertencem à Administração Direta.

    • Nesta questão espera-se que o aluno assinale a alternativa que NÃO represente um membro da Administração Pública Indireta. Vejamos:

      Decreto Lei 200/1967. Art. 4° A Administração Federal compreende:

      I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios.

      II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria:

      a) Autarquias;

      b) Empresas Públicas;

      c) Sociedades de Economia Mista.

      d) fundações públicas.

      Assim:

      A. ERRADO. As autarquias.

      São pessoas jurídicas de Direito Público interno, criadas por lei específica (Art. 37, XIX, CF), às quais é atribuída, para seu melhor funcionamento, autonomia administrativa, econômica e financeira para o exercício de algum serviço público típico do Estado. E: INSS, IBAMA, INCRA, FUNAI etc.

      B. ERRADO. As fundações públicas.

      São entidades dotadas de personalidade jurídica de Direito Privado, sem fins lucrativos, criadas em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de Direito Público, com autonomia administrativa, patrimônio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e outras fontes. Este é o conceito encontrado no Decreto-lei nº 200/1967. Ex: Fundação Padre Anchieta.

      No entanto, importante salientar que há divergência doutrinária acerca da natureza jurídica destas entidades, se de direito público ou privado.

      C. ERRADO. As sociedades de economia mista.

      Trata-se de uma empresa de capital público e privado, com direção estatal e personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei. Reveste-se da forma de sociedade anônima, com a maioria de ações votantes nas mãos do poder público. (Art. 4º, Lei 13.303/2016). Exemplos: Banco do Brasil e Petrobras.

      D. ERRADO. As empresas públicas.

      São pessoas jurídicas de Direito Privado, constituída com capital exclusivamente público, cuja criação é autorizada por lei, sob qualquer forma jurídica admitida que objetivam a prestação de serviços públicos ou a exploração de atividade econômica (art. 3º, Lei 13.303/16). Ex: Infraero.

      E. CERTO. As secretarias.

      Quando os entes federativos, União, Estados ou Municípios encontram-se exercendo suas atividades de forma direta, independente da delegação de tarefas, há o ato da Administração Direta. Como exemplo, podemos afirmar que secretarias, ministérios, câmaras fazem parte da organização administrativa direta.

      GABARITO: ALTERNATIVA E.


    ID
    819457
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Arquivologia
    Assuntos

    De acordo com as regras de alfabetação, no processo de arquivamento os sobrenomes que exprimem grau de parentesco NÃO são considerados na:

    Alternativas
    Comentários
    • Resposta C

      Se alguém puder explicar, por favor...
    • Graus de parentesco são partes do último sobrenome, porém não são levados em consideração na organização alfabética.

      Ex: João Souza Neto = Souza Neto, João

    • Resposta: Os sobrenomes que exprimem grau de parentesco como Filho, Júnior, Neto, Sobrinho são considerados parte integrante do último sobrenome, mas não são considerados na ordenação alfabética!

      Resposta: C


    ID
    819460
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Arquivologia
    Assuntos

    Para que os documentos de um acervo arquivístico possam ser microfilmados, é necessário que, além de estarem higienizados:

    Alternativas
    Comentários
    • Devidamente organizados - Alternativa A


    ID
    819463
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Redação Oficial
    Assuntos

    Sobre as formas de endereçamento de correspondência, apenas uma das alternativas está INCORRETA. Identifique-a.

    Alternativas
    Comentários
    • Gabarito: C

       

      2.1.3. Emprego dos Pronomes de Tratamento

      Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento digníssimo (DD), às autoridades arroladas na lista anterior. A dignidade é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo público, sendo desnecessária sua repetida evocação.

    • Gabarito C.

      Ao Senhor Governador.

      Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento digníssimo (DD), às autoridades arroladas na lista anterior. A dignidade é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo público, sendo desnecessária sua repetida evocação.

      Para sacerdotes em geral - À sua Reverendíssima.


    ID
    819466
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Direito Administrativo
    Assuntos

    NÃO se enquadra como ato administrativo discricionário:

    Alternativas
    Comentários
    • resposta d) e e) estão corretas.


      Ambos são atos adm vinculados, ou seja, NÃO SÃO DISCRICIONÁRIOS.
    • Alguem ai entendeu?

       As alternativas d) e e)  estão corretas. QUAL É O ERRO?

    •  

      Homologação é o ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração Pú­blica reconhece a legalidade de um atojurídico. Ela se realiza sempre a posteriori e examina apenas o aspecto de legalidade, no que se distingue da aprovação.

      É o caso do ato da autoridade que homologa o procedimento da licitação (art. 43, VI da Lei nº 8. 666 de 21-6-93) .

       

      Fonte: Di Pietro - Direito Administrativo - 27ª edição
      -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

       

      Da Formação dos Atos Concessivos de Aposentadoria, Reforma e Pensão

      A Administração Pública, quando solicitada, mediante requerimento, para a formalização desses benefícios (aposentadoria, pensão, reforma etc.), deverá proceder ao exame documental, em cumprimento aos requisitos previstos na legislação vigente, para posterior concessão do ato, que passará, a partir de sua publicação, a produzir todos os efeitos que lhe são inerentes, obviamente em favor dos seus destinatários. Pode-se afirmar que se trata de um ato vinculado, pois a lei não permitirá ao agente público liberdade na sua confecção, ou seja, satisfeitos os requisitos vinculados à norma de inatividade preexistente, deverá a autoridade administrativa expedir o referido ato.

       

      Fonte: http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=14716

    • Justificativa da banca em manter o gabarito como "D":

       

      "A concessão de aposentadoria é um direito do servidor que cumpriu as exigências para obtê-la, não podendo ser negada pela Administração, portanto não é um ato discricionário. Cabe ao servidor decidir se quer ou não continuar em exercício e não à Administração".

       

      Fonte: http://ww4.funcab.org/arquivos/MPRO2011/resposta_recurso/prova_obj/nivel_medio.pdf

       

      Sinceramente, não dá para ignorar que as alternativas "D" e "E" estão corretas.

    • vamos indicar para comentário

       

    • Concessão de aposentaria é um direito do servidor. nisto, é um ato vinculado pois não há margem de escolha. Se o servidor cumpriu todos os requisitos, não tem porque ESCOLHER se dará ou não a aposentadoria.

    • Cumpre verificar em qual dos casos descritos nas alternativas é irrelevante a conveniência e/ou a oportunidade.


    ID
    819469
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Não definido

    Sobre o endereçamento postal de uma correspondência, é uma regra da Empresa Brasileira de Correios eTelégrafos:

    Alternativas

    ID
    819472
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Não definido

    É recomendável que, no envelope, após o nome da cidade, seja colocada a sigla do Estado, entre parênteses. É importante colocar a sigla correta. Uma das siglas apresentadas está INCORRETA, em relação ao Estado. Identifique-a.

    Alternativas
    Comentários
    • A Sigla da Paraíba é PB e não PA (sigla do Pará)

    • A Sigla da Paraíba é PB e não PA (sigla do Pará)


    ID
    819475
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Direito Administrativo
    Assuntos

    Sobre o ato administrativo definido como “Regimento”, leia abaixo e assinale a alternativa correta.

    I. É ato regulamentar interno, pois só se dirige aos que devem executar o serviço ou realizar a atividade funcional regimentada.

    II. Equivale a ato disciplinar.

    III. O Regimento emana do poder hierárquico do Executivo.

    IV. O Regimento, geralmente, é posto em vigência por Decreto e deve ser publicado para conhecimento de todos.

    Alternativas
    Comentários
    • Regimentos: são atos administrativos normativos de atuação interna, dado que se destinam a reger o funcionamento de órgãos colegiados e de corporações legislativas. Como ato regulamentar interno, o regimento só se dirige aos que devem executar o serviço ou realizar a atividade funcional regimentada, sem obrigar aos particulares em geral. Os regimentos destinam-se a prover o funcionamento dos órgãos da Administração, atingindo unicamente as pessoas vinculadas à atividade regimental. O regimento geralmente é posto em vigência por resoluções do órgão diretivo do colegiado e pode dispensar publicação, desde que se dê ciência de seu texto aos que estão sujeitos às suas disposições. Mas é de toda conveniência seja publicado, para maior conhecimento de suas normas e efeitos, que reflexamente possam interessar a todos os cidadãos. Para os agentes sujeitos às normas regimentais, o regimento é a lei da casa e sua violação pode dar ensejo à invalidação do ato anti-regimental, desde que lesiva ou de decreto regulamentar.

    •  O Regimento emana do poder hierárquico do EXECUTIVO??.

      Alguém pode informar a fonte desta afirmativa?

    • A III FOI A QUE ANULEI DE PRIMEIRA. AFF

    • GABARITO: B

      Os regimentos são atos administrativos normativos de atuação interna, dado que se destinam a reger o funcionamento de órgãos colegiados e de corporações legislativas.

    • Essa III está estranha... Como assim do executivo?

    • Em relação a III, quer dizer que o poder judiciário não tem regimento é?


    ID
    819478
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Direito Administrativo
    Assuntos

    Considerando-se a destinação ou o objetivo a que se destinam, os bens públicos recebem classificações diferentes. Uma delas é a de “bens de uso especial”. Estão incluídos nessa classificação:

    Alternativas
    Comentários
    • gab. B.

      Art. 99. São bens públicos:

      I - os de uso comum do povo,tais como rios, mares, estradas, ruase praças;

      II - os de uso especial,tais como edifícios ou terrenosdestinados a serviço ou estabelecimento da administração federal,estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;

      III -os dominicais, que constituemo patrimônio das pessoas jurídicas dedireito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada umadessas entidades.

      Parágrafoúnico. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os benspertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dadoestrutura de direito privado.


    • Boa tarde, questão passiva de anulação!

      Referente a letra E, os bens móveis e imóveis pertencentes a União também são consideradoes bens de uso especial, portanto estariam incluídos também, assim como os que constituem o aparelhamento material da Administração

       

      Bons estudos

    • Nesta questão espera-se que o aluno assinale a opção CORRETA. Para resolvê-la, exige-se do candidato conhecimento acerca dos bens públicos. Vejamos:

      I. Bens de uso comum do povo ou do domínio público.

      Art. 99, CC. São bens públicos: I- os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas ruas e praças.

      Não há uma conceituação e sim uma exemplificação. De forma prática, pode-se dizer que os bens públicos são aqueles que servem para o uso geral das pessoas, não sendo dotados de uma finalidade específica para sua utilização.

      Estes bens podem ser utilizados de maneira gratuita ou onerosa, e, mesmo que haja a cobrança de uma taxa, não haverá a descaracterização do bem, que continuará sendo de uso comum do povo.

      II. Bens de uso especial ou do patrimônio administrativo.

      Art. 99, CC. São bens públicos: II- os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias.

      De novo, não há uma conceituação e sim uma exemplificação. Estes bens, por sua vez, no entanto, apresentam uma finalidade específica. Por exemplo, um posto de saúde é um bem público usado especialmente para a promoção da saúde. Podem tanto ser bens móveis (viaturas de polícia) quanto imóveis (prédio deum hospital, uma escola).

      Existem também os ditos bens de uso especial indireto, que são aqueles bens que embora pertencentes a Administração, ela não é a usuária direta deles. Como ocorre, por exemplo, com as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios, que são enquadradas como bens de uso especial, em razão da necessidade de preservação da área.

      III. Bens dominicais ou do patrimônio disponível.

      Art. 99, CC. São bens públicos: III- os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.

      Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado.

      Os bens dominicais são aqueles pertencentes às pessoas jurídicas de direito público que, no entanto, não estão sendo usados para nenhuma finalidade, seja ela genérica ou específica. São bens desafetados, ou seja, que não apresentam uma utilidade pública. Como exemplos, podemos citar carros da polícia que não estejam mais funcionando, bens móveis sucateados, terras devolutas etc.

      Assim:

      A. ERRADO. Bens de uso comum.

      B. CERTO. Os que constituem o aparelhamento material da Administração.

      C. ERRADO. Bens dominicais.

      D. ERRADO. Bens de uso comum.

      E. ERRADO. Questão passível de discussão, bens móveis e imóveis pertencentes à União poderão também ser bens de uso especial, como sedes governamentais federais.

      GABARITO: ALTERNATIVA B.


    ID
    819481
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Não definido

    O objetivo básico do controle de estoques é evitar a falta de material sem que esta medida resulte em estoques excessivos às reais necessidades da instituição. NÃO faz parte do controle de estoques:

    Alternativas

    ID
    819484
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Direito Administrativo
    Assuntos

    Aprestação de serviço público ou de utilidade pública de forma descentralizada pode ocorrer com a transferência de sua titularidade ou, simplesmente, sua execução, por outorga ou delegação.

    Analise as afirmativas abaixo e identifique a alternativa correta.

    I. Há outorga quando o Estado cria uma entidade e a ela transfere, por lei, determinado serviço público ou de utilidade pública.

    II. A delegação ocorre quando o Estado transfere, por contrato, ou por ato unilateral, unicamente a execução do serviço, para ser prestado ao público em seu nome e por sua conta e risco.

    III. O serviço outorgado pode ser retirado ou modificado por ato administrativo bilateral.

    IV. Tanto no caso de serviço outorgado como de serviço delegado, ambos estão sujeitos ao controle do Estado.

    V. Os serviços delegados o são, normalmente, por prazo indeterminado e os serviços outorgados o são por prazo certo.

    Alternativas
    Comentários
    • Gab. B.

       

      I. CORRETO - Há outorga quando o Estado cria uma entidade e a ela transfere, por lei, determinado serviço público ou de utilidade pública. 

       

      A descentralização por outorga, por serviços, técnica ou funcional ocorre quando o Estado cria uma entidade com personalidade jurídica própria e a ela transfere a titularidade e a execução de determinado serviço público.


      II. CORRETO - A delegação ocorre quando o Estado transfere, por contrato, ou por ato unilateral, unicamente a execução do serviço, para ser prestado ao público em seu nome e por sua conta e risco. 

       

      Na descentralização por delegação ou colaboração, uma entidade política ou administrativa transfere, por contrato ou por ato unilateral, a execução de um serviço a uma pessoa jurídica de direito privado preexistente. Assim, a pessoa que recebe a delegação poderá prestar o serviço diretamente à população, em seu próprio nome e por sua conta e risco, sofrendo a fiscalização do Estado.



      III. ERRADO - O serviço outorgado pode ser retirado ou modificado por ato administrativo bilateral. 

       

      Na outorga, a própria titularidade do serviço é transferida ao terceiro por meio de lei e, por conseguinte, somente por lei poderá ser retirada ou modificada. Ademais, a outorga tem presunção de definitividade, isto é, em tese será exercida indeterminadamente pelo ente outorgado.



      IV. CORRETO - Tanto no caso de serviço outorgado como de serviço delegado, ambos estão sujeitos ao controle do Estado. 


      No caso dos serviços outorgados o controle é finalístico (tutela, Supervisão Munisterial); já caso da descentralização por colaboração ou por delegação, as formas de controle são mais amplas do que na outorga. Isso porque a delegação ocorre por meio de ato ou contrato administrativo, admitindo alteração unilateral e diversas formas de fiscalização das condições do serviço prestado.


      V. ERRADO - Os serviços delegados o são, normalmente, por prazo indeterminado e os serviços outorgados o são por prazo certo.

       

      Na descentralização por delegação, transfere-se apenas a execução do serviço por ato administrativo (unilateral) ou contrato administrativo (bilateral). Na primeira hipótese (ato administrativo – autorização de serviços públicos), em regra, não há prazo determinado para a delegação, uma vez que esse instrumento reveste-se de precariedade, isto é, pode ser revogado a qualquer tempo e, em geral, sem direito à indenização. No caso do contrato (concessão ou permissão de serviços públicos), porém, a delegação é efetivada por prazo determinado, estando sujeita às cláusulas legais e contratuais para modificação e revogação do instrumento.
       

       

      Fonte: pdf do Estratégia Concursos - Prof. Herbert Almeida


    ID
    819487
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Direito Administrativo
    Assuntos

    A natureza jurídica da autorização de serviços públicos ocorre pormeio de:

    Alternativas
    Comentários
    • Atos simples: São aqueles que decorrem da manifestação de vontade de um único órgão (singular, impessoal ou colegiado). Ex: Demissão de um funcionário.

    • NÃO CONFUNDIIIIR:

      CONCESSÃO E PERMISSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO: SÃO CONTRATOS ADMINISTRATIVOS;

      AUTORIZAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO: ATO ADMINISTRATIVO SIMPLES , DISCRICIONÁRIO E PRECÁRIO, GERALMENTE CONCEDIDO NUMA SITUAÇÃO EPISÓDICA, NÃO PERENE.

      GABA: C

    • Autorização: ato administrativo discricionário e precário pelo qual a Administração Pública possibilita ao particular o exercício de alguma atividade material de predominante interesse dele e que, sem esse consentimento, seria legalmente proibida (autorização como ato de polícia), ou a prestação de serviço público não exclusivo do Estado (autorização de serviço público), ou, ainda, a utilização de um bem público (autorização de uso).

       

      A autorização normalmente é necessária para o exercício de atividade potencialmente prejudicial à coletividade ou de atividade de interesse social, razão pela qual a lei exige a chancela do Estado para fins de proteção ao interesse público.


      Exemplos: autorização para porte de arma de fogo; para a exploração de serviços privados de educação e saúde; autorização de uso das vias
      públicas para realização de feiras; autorização para prestação de serviço de táxi etc.

       

       

      Erick Alves

    • CONcessão e permissão: CONtrato admnistrativo.

      ATOrização: ATO administrativo simples


    ID
    819490
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Direito Administrativo
    Assuntos

    Apenas uma das características citadas NÃO pertence à autarquia. Identifique-a.

    Alternativas
    Comentários
    • São características da autarquia:

      1 - criação por lei (art. 37, XIX, da CF e do Dec. Lei n. 200/67);

      2 - personalidade jurídica pública (é titular de direitos e obrigações próprios, distintos daqueles do ente que a instituiu e submete-se aos regime jurídico do direito público);

      3 - capacidade de auto-administração (a autarquia é dotada de bens e receita próprios que não se confundem com aqueles da Administração Direta a que se vincula, sendo geridos pela própria autarquia);

      4 - especialização dos fins ou atividade (a autarquia desenvolve capacidade específica para prestação de serviço determinado);

      5 - sujeição a controle ou tutela (o controle é indispensável para que a autarquia não se desvirtue de seus fins institucionais);

      Existem alguns organismos que são denominados de autarquias de regime especial. A diferença entre estas e as demais autarquias está no grau de ingerência do ente, no que tange á escolha dos dirigentes ou à gestão financeira.

    • São características da autarquia:

      1 - criação por lei (art. 37, XIX, da CF e do Dec. Lei n. 200/67);

      2 - personalidade jurídica pública (é titular de direitos e obrigações próprios, distintos daqueles do ente que a instituiu e submete-se aos regime jurídico do direito público);

      3 - capacidade de auto-administração (a autarquia é dotada de bens e receita próprios que não se confundem com aqueles da Administração Direta a que se vincula, sendo geridos pela própria autarquia);

      4 - especialização dos fins ou atividade (a autarquia desenvolve capacidade específica para prestação de serviço determinado);

      5 - sujeição a controle ou tutela (o controle é indispensável para que a autarquia não se desvirtue de seus fins institucionais);

      Existem alguns organismos que são denominados de autarquias de regime especial. A diferença entre estas e as demais autarquias está no grau de ingerência do ente, no que tange á escolha dos dirigentes ou à gestão financeira.

      As autarquias beneficiam-se de prazos privilegiados,isenção de custas, além da necessidade do reexame obrigatório e do pagamento de precatórios nas hipóteses de execução (STF, RE 156.11/93, Relator Ministro Moreira Alves, DJU de 26.3.93).

      A prescrição dos débitos é quinquenal. Os bens das autarquias seguem o mesmo regime de bens dos entes públicos, vale dizer, são inalienáveis, imprescritíveis e impenhoráveis.

    • OUTORGA - O ESTADO CRIA UMA ENTIDADE

       

      DELEGAÇÃO - EXECUÇÃO DO SERVIÇP POR PESSOA DELEGATÁRIA

    • A questão exigiu conhecimento acerca das autarquias, entidades da Administração Indireta.

      De acordo com o art. 5º, I do Decreto-Lei 200/67:

      “Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:

      I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.”

      A- Correta. As autarquias são criadas por lei. 

      B- Correta. As autarquias possuem patrimônio próprio.

      C- Correta. As autarquias exercem atividades típicas da Administração Pública.

      D- Correta. As autarquias possuem personalidade jurídica própria de direito público.

      E- Incorreta. É cediço que a transferência da execução do serviço público pode ocorrer por outorga ou delegação.

      Na outorga, é transferida a própria titularidade do serviço público.

      Já na delegação, não é transferida a titularidade do serviço público, mas apenas a sua execução (é o caso das concessionárias e permissionárias do serviço público, por exemplo).

      A autarquia age por outorga do serviço público, e não por delegação.


    ID
    819493
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Direito Administrativo
    Assuntos

    A responsabilidade civil objetiva da Administração Pública compreende os danos causados aos particulares, até mesmo:

    Alternativas
    Comentários
    • Responsabilidade Civil objetiva da administração Públlica - Independe da existência do dolo ou da culpa, só existe diante de uma conduta comissiva (ação). A PJ de direito público ou privado responderão pelos danos que seus agentes causarem, assegurado o direito de regresso (ato pertinente a administração pública de contestar e responsabilizar os agentes causadores do dano).


    • Gabarito A

      Em regra a teoria adotada para a responsabilização do Estado é a do RISCO ADMINISTRATIVO

      TEORIA DO RISCO ADMINISTRATIVO É aplicada para danos decorrentes de AÇÃO do Estado ou de seus agentes. Nesta o Estado assume o risco inerente de administrar e, portanto, a sua culpa será presumida.

      Caberá a vítima provar apenas o dano sofrido e o nexo causal.

      A culpa do Estado decorre de presunção relativa e o Estado poderá se defender por 04 formas principais:

      a.  Quando o Estado quebrar o nexo causal, provando que o dano decorreu de culpa exclusiva da vítima (no caso de culpa concorrente entre o Estado e a vítima a responsabilidade do Estado é atenuada (reflexo no valor indenizatório) não se admitindo a compensação);

      b.  Quando o Estado quebrar o nexo causal, provando que o dano decorreu de um caso fortuito ou força maior (OBS: na jurisprudência, eventos da natureza previsíveis e/ou controláveis, tal como, os períodos de chuvas intensas, impõe ao Estado o dever de agir e caso uma determinada região sofra todos os anos a mesma enchente haverá responsabilidade do Estado por sua omissão);

      c.  Quando o Estado quebrar o nexo causal provando que o dano decorreu de fato de 3° (quando a conduta de 3° for a única responsável pelos danos. Ex: caminhão colide em viatura estacionada, arremessando-a sobre as vítimas)

      d.  Quando o Estado justificar sua conduta alegando fato do príncipe (como regra, fato do príncipe é: um ato geral que recai sobre todos (recaindo sobre particulares e sobre as próprias instituições do Estado); Decretado de forma unilateral e compulsória (não depende nem da participação, nem da concordância dos particulares e não admite nem recusa, nem resistência); Para garantir ou defender relevantes interesses públicos e coletivos.

       

      Ao que toca o risco gerado por omissão do Estado prevalece a TEORIA SUBJETIVA:

       TEORIA DA CULPA ANÔNIMA ou DA FALTA DO SERVIÇODecorre de omissão qualificada do Estado pelo descumprimento de um dever legal. Gera responsabilidade subjetiva.

      Todavia, quando o Estado tem o dever de agir (função de garantidor (tinha que agir para evitar o fato)) e não o fez, a responsabilidade será objetiva. Ex: detento no presídio que morre.

       

      Como exceção, o Estado ainda pode ser responsabilizado pela TEORIA DO RISCO INTEGRAL:

      1.      TEORIA DO RISCO INTEGRAL – Dano pressuposto. O Estado não tem meio de defesa para se excluir da responsabilidade – Parte da doutrina não reconhece esta como sendo uma teoria própria, confundindo-a com o risco administrativo.

      Mas para a corrente dominante, o risco integral é uma teoria própria que responsabiliza o Estado a partir da ocorrência de um dano qualificado pela lei. (Ex: Hipóteses especiais que podem implicar em danos de largas proporções, chamados de danos pressupostos: danos radioativos ou nucleares; Por atos de terrorismo contra a aviação civil; Por danos gerais ao Meio Ambiente).

      A responsabilidade é OBJETIVA e INTEGRAL – não se confere qualquer meio ao Estado para se eximir sua responsabilidade.

       

    • Gabarito A)

      quando o agente não agiu com culpa ou dolo pelo ato lesivo.


      Sobre a B)

      quando o agente não agiu no exercício de sua função.


      Essa questão caberia recurso por que mesmo o agente fora de sua função mas em razão dela cometer determinado ato a administração terá responsabilidade objetiva.


      Esquema:

      Regra: Na função.

      Exceção:

      Fora da função

      Mas.. Em razão da função.

      Também em... Flagrante


      SERIA RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO.


    ID
    819496
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Ética na Administração Pública
    Assuntos

    Sobre a responsabilidade administrativa do servidor, está INCORRETA a seguinte afirmativa:

    Alternativas
    Comentários
    • GABARITO B

      A letra B está incorreta, pois a iniciativa para projeto de lei que concede anistia é do Poder Executivo. Segue julgado que serve como precedente:

      EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. RESERVA DE INICIATIVA. AUMENTO DE REMUNERAÇÃO DE SERVIDORES. PERDÃO POR FALTA AO TRABALHO. INCONSTITUCIONALIDADE. Lei 1.115/1988 do estado de Santa Catarina. Projeto de lei de iniciativa do governador emendado pela Assembléia Legislativa. Fere o art. 61, § 1º, II, a, da Constituição federal de 1988 emenda parlamentar que disponha sobre aumento de remuneração de servidores públicos estaduais. Precedentes. Ofende o art. 61, § 1º, II, c, e o art. 2º da Constituição federal de 1988 emenda parlamentar que estabeleça perdão a servidores por falta ao trabalho. Precedentes. Pedido julgado procedente.


      (ADI 13, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Tribunal Pleno, julgado em 17/09/2007, DJe-112 DIVULG 27-09-2007 PUBLIC 28-09-2007 DJ 28-09-2007 PP-00026 EMENT VOL-02291-01 PP-00001 RTJ VOL-00202-03 PP-00933 JC v. 32, n. 114, 2007, p. 113-120)

    • Nada a ver com o Decreto 1171/94