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Prova CESPE - 2004 - Instituto Rio Branco - Diplomata


ID
83689
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Cinco paradigmas históricos foram identificados na História
da Política Exterior do Brasil, de Amado Cervo e Clodoaldo Bueno,
correspondendo cada um deles a uma periodização, com a qual se
procurou inserir a con ju ntura nas estruturas históricas e articular
micro- e macro-história para se obter uma interpretação categorial e
sistemática da evolução da política exterior do Brasil nos últimos dois
séculos. Assim foram apresentados por Cervo e Bueno: a) o das
concessões sem barganha da época da independência
(1808-1828), pelo qual se sacrificou o interesse nacional sob
múltiplos aspectos, com efeitos nefastos sobre a formação nacional
até meados da década de 40 do século XIX; b) o da leitura
complexa do interesse nacional, aliado à determinação de preservar
o exercício soberano da vont ade nacional (1844-1889); c) a
diplomacia da agroexportação e dos grandes alinhamentos com que
a República, que subordinaria o serviço da diplomacia aos interesses
do segmento interno socialmente hegemônico, particularmente
plantadores e exportadores de café (1889-1930); d) o modelo de
política exterior do nacional-desenvolvimentismo que acoplou,
finalmente, a face extern a da política às demandas do moderno
desenvolvimento, dos anos 30 à década de 80 do século XX;
e) a dança dos três paradigmas disponíveis simultaneamente, no
tempo mais recente da política externa do Brasil (os anos 90 e o
início do novo século): o da sobrevivência limitada do nacionaldesenvolvimentismo,
o da expansão do liberalismo desenfreado e do
Estado logístico, que equilibra os dois anteriores.

José Flávio Sombra Saraiva. Um percurso acadêmico modelar: Amado Luiz
Cervo e a afirmação da historiografia das relações internacionais no Brasil.
Apud: Estevão Chaves de Rezende Martins (Org.). Relações internacionais:
visões do Brasil e da América Latina. Br asília: IBRI, 2003, p. 27 (com
a d a p t a ç õ e s ) .

Tend o o texto acima como referência inicial, julgue os itens
subseqü en t es , relativos à política internacional e à inserção
histórica do Brasil no cenário mundial.

A independênci a d o Brasil integra um processo histórico mais amplo, em que há nítida inte r s eção entre a crise do Antigo Regime (na Europa) e a crise do A n t i g o Sistema Colonial (nas Américas) . Ao fundo, mudanças estruturais advindas d a Revolução Industrial e do decorrente processo de consolidação d o capitalismo tornavam anacrônicas práticas como as estabelecidas pelo sistema de exclus ivo colonial.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: CERTO

     

    Uma outra questão que trata do mesmo assunto:

     

    Ano: 2006 Banca: CESPE Órgão: Instituto Rio Branco Prova: Diplomata

     

    Ainda que não se possa admitir a existência de relação direta e automática entre os processos históricos europeus e os latino-americanos, a Revolução Industrial foi fator estrutural desestabilizante do Antigo Regime na Europa e contribuiu para a desintegração do Antigo Sistema Colonial na América. CERTO

     


ID
83692
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Cinco paradigmas históricos foram identificados na História
da Política Exterior do Brasil, de Amado Cervo e Clodoaldo Bueno,
correspondendo cada um deles a uma periodização, com a qual se
procurou inserir a con ju ntura nas estruturas históricas e articular
micro- e macro-história para se obter uma interpretação categorial e
sistemática da evolução da política exterior do Brasil nos últimos dois
séculos. Assim foram apresentados por Cervo e Bueno: a) o das
concessões sem barganha da época da independência
(1808-1828), pelo qual se sacrificou o interesse nacional sob
múltiplos aspectos, com efeitos nefastos sobre a formação nacional
até meados da década de 40 do século XIX; b) o da leitura
complexa do interesse nacional, aliado à determinação de preservar
o exercício soberano da vont ade nacional (1844-1889); c) a
diplomacia da agroexportação e dos grandes alinhamentos com que
a República, que subordinaria o serviço da diplomacia aos interesses
do segmento interno socialmente hegemônico, particularmente
plantadores e exportadores de café (1889-1930); d) o modelo de
política exterior do nacional-desenvolvimentismo que acoplou,
finalmente, a face extern a da política às demandas do moderno
desenvolvimento, dos anos 30 à década de 80 do século XX;
e) a dança dos três paradigmas disponíveis simultaneamente, no
tempo mais recente da política externa do Brasil (os anos 90 e o
início do novo século): o da sobrevivência limitada do nacionaldesenvolvimentismo,
o da expansão do liberalismo desenfreado e do
Estado logístico, que equilibra os dois anteriores.

José Flávio Sombra Saraiva. Um percurso acadêmico modelar: Amado Luiz
Cervo e a afirmação da historiografia das relações internacionais no Brasil.
Apud: Estevão Chaves de Rezende Martins (Org.). Relações internacionais:
visões do Brasil e da América Latina. Br asília: IBRI, 2003, p. 27 (com
a d a p t a ç õ e s ) .

Tend o o texto acima como referência inicial, julgue os itens
subseqü en t es , relativos à política internacional e à inserção
histórica do Brasil no cenário mundial.

O apoio ostensivo da potência h eg emônica de então, a Inglaterra, interessada na crescente abertura de an t igos mercados monopolizados pelas metrópoles, explica a relativa facilidade com que o ato de independência do Brasil foi reco n h ecido pela comunidade internacio n al , s em a necessidade de barganhas, como informa o texto.

Alternativas
Comentários
  • O que tem de errado nesta questão??? Please...
  • Na minha opinião, o que está errado é em dizer que o reconhecimento foi fácil e sem barganhas, o que não é verdade, o Brasil teve que negociar, esperar e até mesmo pagar para ter seu reconhecimento de Portugal. Veja abaixo. 

    Dom Pedro I enviou diplomatas às principais nações do mundo, o primeiro país a reconhecer a emancipação de nosso país foram os EUA, em maio de 1824, na época presidido por James Monroe, que defendia a doutrina “A América para os americanos”.

    Portugal reconheceu a independência do Brasil, em agosto de 1825, um ano após o reconhecimento dos EUA. O reconhecimento português abriria caminho para reconhecimento das nações amigas da ex-metrópole.

    A Inglaterra somente reconheceu o Brasil depois do reconhecimento português, e pressionou o governo luso, anteriormente, para tal ação. Dom João, como rei de Portugal, exigiu uma indenização de dois milhões de libras esterlinas e o uso honorífico de Imperador do Brasil.

  • O reconhecimento da independência do Brasil por parte de outros países foi extremamente laborioso. A Inglaterra se beneficiou não apenas com taxas baixas para importação de seus produtos, mas também serviu de mediadora para o reconhecimento português da Independência - inclusive definiu que o Brasil deveria pagar uma indenização a Portugal, que realizada via empréstimo inglês.

  • Primeiro o Brasil teve que negociar o reconhecimento da independência com Portugal para que depois pudessem seguir outros países europeus.

    Após a negociação com Portugal (foi estabelecido que o Brasil pagaria indenização de 2 milhões de libras pela perda da colônia), seguiu-se a Inglaterra, que conseguiu arrancar do Brasil concessões comerciais como a tarifa de importação de apenas 15% além de cláusula da nação mais favorecida. Com isso, outros países europeus tentaram barganhar o mesmo pacote de benefícios em troca do reconhecimento da independência, o que deixou o processo mais difícil e dispendioso.

    Fonte: História das RI do Brasil - Vidigal e Doratioto

  • Errado.

    Após a Independência chegaram também suas consequências, para que o país fosse reconhecido como independente teve que passar por algumas barganhas, qual seja, dentre outras:

    EUA, primeiro país a reconhecer nossa independência baseado na doutrina Monroe: AMERICA PARA OS AMERICANOS;

    INGLATERRA, segundo país, o reconhecimento foi trocado pela ratificação dos lesivos acordos de 1810 e a revalidação por mais 15 anos;

    E, PORTUGAL, que exigiu o pagamento de uma pesada indenização de 2 milhões de libras(para pagar o Brasil precisou pedir empréstimos a Inglaterra), e o reconhecimento do título de Imperador do Brasil a D. João VI.

  • Dainel o erro esta no fato de dizer q não houve barganha. Lei os primeiros comentários e vai ver q sim houve barganha.


ID
83695
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Cinco paradigmas históricos foram identificados na História
da Política Exterior do Brasil, de Amado Cervo e Clodoaldo Bueno,
correspondendo cada um deles a uma periodização, com a qual se
procurou inserir a con ju ntura nas estruturas históricas e articular
micro- e macro-história para se obter uma interpretação categorial e
sistemática da evolução da política exterior do Brasil nos últimos dois
séculos. Assim foram apresentados por Cervo e Bueno: a) o das
concessões sem barganha da época da independência
(1808-1828), pelo qual se sacrificou o interesse nacional sob
múltiplos aspectos, com efeitos nefastos sobre a formação nacional
até meados da década de 40 do século XIX; b) o da leitura
complexa do interesse nacional, aliado à determinação de preservar
o exercício soberano da vont ade nacional (1844-1889); c) a
diplomacia da agroexportação e dos grandes alinhamentos com que
a República, que subordinaria o serviço da diplomacia aos interesses
do segmento interno socialmente hegemônico, particularmente
plantadores e exportadores de café (1889-1930); d) o modelo de
política exterior do nacional-desenvolvimentismo que acoplou,
finalmente, a face extern a da política às demandas do moderno
desenvolvimento, dos anos 30 à década de 80 do século XX;
e) a dança dos três paradigmas disponíveis simultaneamente, no
tempo mais recente da política externa do Brasil (os anos 90 e o
início do novo século): o da sobrevivência limitada do nacionaldesenvolvimentismo,
o da expansão do liberalismo desenfreado e do
Estado logístico, que equilibra os dois anteriores.

José Flávio Sombra Saraiva. Um percurso acadêmico modelar: Amado Luiz
Cervo e a afirmação da historiografia das relações internacionais no Brasil.
Apud: Estevão Chaves de Rezende Martins (Org.). Relações internacionais:
visões do Brasil e da América Latina. Br asília: IBRI, 2003, p. 27 (com
a d a p t a ç õ e s ) .

Tend o o texto acima como referência inicial, julgue os itens
subseqü en t es , relativos à política internacional e à inserção
histórica do Brasil no cenário mundial.

As Tarifas Alves Branco, de 1844, cuja adoção coincide com o início do segundo paradigma da política externa brasileira, segundo a perspectiva do texto, geraram p ro fu ndo desconforto nas relações Bras il-Inglaterra. Com efeito, já dominando o mercado brasileiro, aos capitais ingleses não in teressava a decisão de Alves Branco de abrir o mercado nacional à livre concorrência mediante acentuada redução das alíquotas de importação.

Alternativas
Comentários
  • A tarifa Alves Branco na verdade AUMENTOU os impostos de importação! Após por pressão principalmente da Inglaterra esta tarifa foi substituída pela SILVA FERRAZ.
  • Entre os anos de 1828 e 1844 e tarifa de importação praticada no Brasil era de 15% sobre qualquer produto. Com a tarifa Alves Branco, mais de 3 mil produtos foram alterados na sua taxação, a tarifa passou a variar entre 30% e 60%.

  • A TARIFA ALVES BRANCO AUMENTOU OS IMPOSTOS PARA 30% PARA OS PRODUTOS QUE NÃO ERAM PRODUZIDOS NO BRASIL, E PARA 60% OS PRODUTOS QUE ERAM PRODUZIDOS NO BRASIL.

    DESDE O FIM DO PACTO COLONIAL E A ABERTURA DOS PORTOS ÀS NAÇÕES AMIGAS EM 1808, A INGLATERRA FOI UMA GRANDE BENEFICIÁRIA DISSO. EM 1810, COM O TRATADO DE COMÉRCIO E NAVEGAÇÃO, A INGLATERRA PAGAVA APENAS 15% DE IMPOSTO PARA IMPORTAR SEUS PRODUTOS NO BRASIL, ENQUANDO OS PRÓPRIOS PORTUGUESES PAGAVAM 16%, E OUTROS PAÍSES PAGAVAM 40% PRA CIMA. A TARIFA ALVES BRANCO EM 1844 ALÉM DE CORTAR ESSES PRIVILÉGIOS QUE A INGLATERRA TINHA SOBRE O BRASIL, FOI UM GRANDE IMPUSIONADOR PARA O FIM DO TRÁFICO NEGREIRO DE AFRICANOS, POIS A INGLATERRA, DEPOIS DISSO, PRESSIONOU OS BRASILEIROS A ACABAREM COM A ESCRAVIDÃO, QUE COMO SABEMOS, O FIM DA ESCRAVIDÃO SE DEU DE FORMA GRADUAL.

  • Aumentou os impostos inclusive para a Inglaterra


ID
83698
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Cinco paradigmas históricos foram identificados na História
da Política Exterior do Brasil, de Amado Cervo e Clodoaldo Bueno,
correspondendo cada um deles a uma periodização, com a qual se
procurou inserir a con ju ntura nas estruturas históricas e articular
micro- e macro-história para se obter uma interpretação categorial e
sistemática da evolução da política exterior do Brasil nos últimos dois
séculos. Assim foram apresentados por Cervo e Bueno: a) o das
concessões sem barganha da época da independência
(1808-1828), pelo qual se sacrificou o interesse nacional sob
múltiplos aspectos, com efeitos nefastos sobre a formação nacional
até meados da década de 40 do século XIX; b) o da leitura
complexa do interesse nacional, aliado à determinação de preservar
o exercício soberano da vont ade nacional (1844-1889); c) a
diplomacia da agroexportação e dos grandes alinhamentos com que
a República, que subordinaria o serviço da diplomacia aos interesses
do segmento interno socialmente hegemônico, particularmente
plantadores e exportadores de café (1889-1930); d) o modelo de
política exterior do nacional-desenvolvimentismo que acoplou,
finalmente, a face extern a da política às demandas do moderno
desenvolvimento, dos anos 30 à década de 80 do século XX;
e) a dança dos três paradigmas disponíveis simultaneamente, no
tempo mais recente da política externa do Brasil (os anos 90 e o
início do novo século): o da sobrevivência limitada do nacionaldesenvolvimentismo,
o da expansão do liberalismo desenfreado e do
Estado logístico, que equilibra os dois anteriores.

José Flávio Sombra Saraiva. Um percurso acadêmico modelar: Amado Luiz
Cervo e a afirmação da historiografia das relações internacionais no Brasil.
Apud: Estevão Chaves de Rezende Martins (Org.). Relações internacionais:
visões do Brasil e da América Latina. Br asília: IBRI, 2003, p. 27 (com
a d a p t a ç õ e s ) .

Tend o o texto acima como referência inicial, julgue os itens
subseqü en t es , relativos à política internacional e à inserção
histórica do Brasil no cenário mundial.

O primeiro período republicano no Brasil dá início à denominada diplomacia do café, a qual, mais que simples esforço de promoção comercial, também envolvia a negociação de empréstimos, além da defesa contra acusações de cartelização e abuso de poder dominante.

Alternativas
Comentários
  • QUESTÃO CORRETA. 

  • O primeiro acordo comercial na república foi feito entre Brasil e EUA para assegurar a venda do açúcar. Ratificado por Deodoro à revelia do Congresso Nacional. Isso desencadeou uma crise, devido a fragilidade do sistema político vigente o que levou a sua renúncia em meado de 1891. O então Marechal Floriano assume.

  • Não encontrei registro histórico sobre "acusações de cartelização e abuso de poder dominante" referentes à exportação de café brasileiro na época.

  • A resposta está no próprio texto base que a questão apresenta.

    Note que Amado Cervo e Clodoaldo Bueno identificam cinco paradigmas históricos na História da Política Exterior do Brasil. Os dois primeiros, porém, começam e se encerram no próprio Brasil Império.

    O item, no entanto, deseja saber qual é o primeiro desses paradigmas históricos do período republicano da nossa história. Como a República foi proclamada em 1889, basta vermos qual período se inicia a partir deste ano. Assim, temos que a resposta é a denominada diplomacia do café, já que ela se inicia em 1889 e vai até 1930.

    Resposta: Certo

  • Da diplomacia do café à industrialização - Paulo Roberto de Almeida

  • A resposta está no próprio texto base que a questão apresenta.

    Note que Amado Cervo e Clodoaldo Bueno identificam cinco paradigmas históricos na História da Política Exterior do Brasil. Os dois primeiros, porém, começam e se encerram no próprio Brasil Império.

    O item, no entanto, deseja saber qual é o primeiro desses paradigmas históricos do período republicano da nossa história. Como a República foi proclamada em 1889, basta vermos qual período se inicia a partir deste ano. Assim, temos que a resposta é a denominada diplomacia do café, já que ela se inicia em 1889 e vai até 1930.

    Resposta: Certo


ID
83701
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Cinco paradigmas históricos foram identificados na História
da Política Exterior do Brasil, de Amado Cervo e Clodoaldo Bueno,
correspondendo cada um deles a uma periodização, com a qual se
procurou inserir a con ju ntura nas estruturas históricas e articular
micro- e macro-história para se obter uma interpretação categorial e
sistemática da evolução da política exterior do Brasil nos últimos dois
séculos. Assim foram apresentados por Cervo e Bueno: a) o das
concessões sem barganha da época da independência
(1808-1828), pelo qual se sacrificou o interesse nacional sob
múltiplos aspectos, com efeitos nefastos sobre a formação nacional
até meados da década de 40 do século XIX; b) o da leitura
complexa do interesse nacional, aliado à determinação de preservar
o exercício soberano da vont ade nacional (1844-1889); c) a
diplomacia da agroexportação e dos grandes alinhamentos com que
a República, que subordinaria o serviço da diplomacia aos interesses
do segmento interno socialmente hegemônico, particularmente
plantadores e exportadores de café (1889-1930); d) o modelo de
política exterior do nacional-desenvolvimentismo que acoplou,
finalmente, a face extern a da política às demandas do moderno
desenvolvimento, dos anos 30 à década de 80 do século XX;
e) a dança dos três paradigmas disponíveis simultaneamente, no
tempo mais recente da política externa do Brasil (os anos 90 e o
início do novo século): o da sobrevivência limitada do nacionaldesenvolvimentismo,
o da expansão do liberalismo desenfreado e do
Estado logístico, que equilibra os dois anteriores.

José Flávio Sombra Saraiva. Um percurso acadêmico modelar: Amado Luiz
Cervo e a afirmação da historiografia das relações internacionais no Brasil.
Apud: Estevão Chaves de Rezende Martins (Org.). Relações internacionais:
visões do Brasil e da América Latina. Br asília: IBRI, 2003, p. 27 (com
a d a p t a ç õ e s ) .

Tend o o texto acima como referência inicial, julgue os itens
subseqü en t es , relativos à política internacional e à inserção
histórica do Brasil no cenário mundial.

A crescente predominância comercial, financeira e industrial dos EUA na economia brasileira, fenômeno visível já na primeira metade do século passado, ganhou redobrada intensidade após a Segunda Guerra Mundial , em especial a partir da década de 1950.

Alternativas
Comentários
  • Assertiva correta ! Podemos traçar um paralelo na história brasileira com o governo de Eurico Gaspar Dutra (1946 - 1950) cassando os mandatos dos políticos do partido comunista e aliando-se ao EUA. Logo após em 1950 temos Getúlio tentando conter o avanço multinacional mas ainda sim aliado aos EUA. E JK ( 1956 - 1960 ) literalmente "escancarando" nossa economia para o capital estrangeiro !
     

  • Cuidado, pois se pensarmos na PEI, embora seja já no início da década de 1960 (mas dentro do contexto do pós-II GM), podemos incorrer em erro.


ID
83704
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Cinco paradigmas históricos foram identificados na História
da Política Exterior do Brasil, de Amado Cervo e Clodoaldo Bueno,
correspondendo cada um deles a uma periodização, com a qual se
procurou inserir a con ju ntura nas estruturas históricas e articular
micro- e macro-história para se obter uma interpretação categorial e
sistemática da evolução da política exterior do Brasil nos últimos dois
séculos. Assim foram apresentados por Cervo e Bueno: a) o das
concessões sem barganha da época da independência
(1808-1828), pelo qual se sacrificou o interesse nacional sob
múltiplos aspectos, com efeitos nefastos sobre a formação nacional
até meados da década de 40 do século XIX; b) o da leitura
complexa do interesse nacional, aliado à determinação de preservar
o exercício soberano da vont ade nacional (1844-1889); c) a
diplomacia da agroexportação e dos grandes alinhamentos com que
a República, que subordinaria o serviço da diplomacia aos interesses
do segmento interno socialmente hegemônico, particularmente
plantadores e exportadores de café (1889-1930); d) o modelo de
política exterior do nacional-desenvolvimentismo que acoplou,
finalmente, a face extern a da política às demandas do moderno
desenvolvimento, dos anos 30 à década de 80 do século XX;
e) a dança dos três paradigmas disponíveis simultaneamente, no
tempo mais recente da política externa do Brasil (os anos 90 e o
início do novo século): o da sobrevivência limitada do nacionaldesenvolvimentismo,
o da expansão do liberalismo desenfreado e do
Estado logístico, que equilibra os dois anteriores.

José Flávio Sombra Saraiva. Um percurso acadêmico modelar: Amado Luiz
Cervo e a afirmação da historiografia das relações internacionais no Brasil.
Apud: Estevão Chaves de Rezende Martins (Org.). Relações internacionais:
visões do Brasil e da América Latina. Br asília: IBRI, 2003, p. 27 (com
a d a p t a ç õ e s ) .

Tend o o texto acima como referência inicial, julgue os itens
subseqü en t es , relativos à política internacional e à inserção
histórica do Brasil no cenário mundial.

O paradigma do nacional-desenvolvimentismo - que, lembra o texto, se inicia na década de 30 do século XX, com Vargas - sofre descontinuidade e, em determinados momentos, dá a impressão de ser claramente abandonado. É o que acontece, por exemplo, entre 1951 e 1954, quando Getúlio Vargas, acuado pela intransigente oposição interna e por uma conjuntura internacional desfavorável, abre mão de qualquer veleidade nacionalista tanto na condução da política econômica quanto na ação externa.

Alternativas
Comentários
  • Observe o trecho "abre mão de qualquer veleidade nacionalista tanto na condução da política econômica quanto na ação externa" Um exemplo prático é a criação da PETROBRAS justamente neste período, logo ele não abre mão de qualquer veleidade (desejo) nacionalista!
  • ERRADA

  • Vargas era NACIONALISTA, sendo assim jamais iria abrir mão de seus preceitos.

    GAB= ERRADO

  • ERRADO: A primeira parte da questão em que fala "O paradigma do nacional-desenvolvimentismo (...) sofre descontinuidade e, em determinados momentos, dá a impressão de ser claramente abandonado" está errada. Não sofre descontinuidade, ao contrário, é uma máxima durante toda a Era Vargas.

  • essa questão me fez entender algo: se achar um erro não continue lendo.


ID
83707
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Cinco paradigmas históricos foram identificados na História
da Política Exterior do Brasil, de Amado Cervo e Clodoaldo Bueno,
correspondendo cada um deles a uma periodização, com a qual se
procurou inserir a con ju ntura nas estruturas históricas e articular
micro- e macro-história para se obter uma interpretação categorial e
sistemática da evolução da política exterior do Brasil nos últimos dois
séculos. Assim foram apresentados por Cervo e Bueno: a) o das
concessões sem barganha da época da independência
(1808-1828), pelo qual se sacrificou o interesse nacional sob
múltiplos aspectos, com efeitos nefastos sobre a formação nacional
até meados da década de 40 do século XIX; b) o da leitura
complexa do interesse nacional, aliado à determinação de preservar
o exercício soberano da vont ade nacional (1844-1889); c) a
diplomacia da agroexportação e dos grandes alinhamentos com que
a República, que subordinaria o serviço da diplomacia aos interesses
do segmento interno socialmente hegemônico, particularmente
plantadores e exportadores de café (1889-1930); d) o modelo de
política exterior do nacional-desenvolvimentismo que acoplou,
finalmente, a face extern a da política às demandas do moderno
desenvolvimento, dos anos 30 à década de 80 do século XX;
e) a dança dos três paradigmas disponíveis simultaneamente, no
tempo mais recente da política externa do Brasil (os anos 90 e o
início do novo século): o da sobrevivência limitada do nacionaldesenvolvimentismo,
o da expansão do liberalismo desenfreado e do
Estado logístico, que equilibra os dois anteriores.

José Flávio Sombra Saraiva. Um percurso acadêmico modelar: Amado Luiz
Cervo e a afirmação da historiografia das relações internacionais no Brasil.
Apud: Estevão Chaves de Rezende Martins (Org.). Relações internacionais:
visões do Brasil e da América Latina. Br asília: IBRI, 2003, p. 27 (com
a d a p t a ç õ e s ) .

Tend o o texto acima como referência inicial, julgue os itens
subseqü en t es , relativos à política internacional e à inserção
histórica do Brasil no cenário mundial.

O período governamental de Juscelino Kubitschek (1956 - 1 9 6 1) optou por atender " às demandas do moderno desenvolvimento", com nívei s relativamente baixos de endividamento e de inflação. Seus projetos de apoio à indústria de bens de consumo e ao i ncremento da infraestrutura econômica de que o país carecia se viabilizaram, em larga medida, pelo apoio recebido do Banco Mundi al e p e l a extrema liberalidade com que foi tratado pelo Fund o Monetário Internacional

Alternativas
Comentários
  • Não foram nada baixos os níveis de endividamento e de inflação no período; tampouco recebeu apoio e não contou com liberalidade do FMI. JK rompe com o FMI.


  • ERRADA

    Além do citado, adiciono

    "níveis relativamente baixos de endividamento e de inflação"

    Segundo IGP a inflação média anual foi de 24,7% no quadriênio (56-60). Dívida Externa saltou de 0,4bi (51/55) para 1,9b.

    "Seus projetos de apoio à indústria de bens de consumo e ao incremento da infraestrutura econômica de que o país carecia se viabilizaram"

    Em relação ao Plano de Metas, este teve os seguintes resultados alcançados originalmente - total previsto 100% : Ferrovias (32%), Refino de Petróleo 26%, Energia Elétrica 82%, Carvão 23%, Carros e Caminhões 78%. A malhava rodoviária esta aumento além das expectativas em 138% (17.000 km)




  • Rompimento com o FMI

     

    No início de 1958, o governo Kubitschek aguardava resposta para um pedido de empréstimo externo no valor de 200 milhões de dólares. Em março, missão do Fundo Monetário Internacional esteve no Rio de Janeiro e condicionou a liberação do dinheiro à adoção de um pacote de medidas antiinflacionárias. A inflação deveria ficar em 6% ao ano, no máximo. O governo teria que adotar uma taxa única de câmbio, abolir os incentivos aos agricultores e restringir salários.

     

    Na tentativa de atender às exigências do FMI, em outubro o presidente trocou José Maria Alkmin por Lucas Lopes no ministério da Fazenda. Mas o Plano de Estabilização Monetária (PEM) aplicado pelo novo ministro não funcionou: a estabilização pretendida fatalmente comprometeria os planos do governo e retardaria a construção de Brasília. Por isso, em junho de 1959 Juscelino Kubitschek rompeu ruidosamente com o FMI. Multidões formaram-se diante do Palácio do Catete para apoiar a decisão do presidente.

     

    O impasse encontraria solução em fevereiro de 1960, quando, em visita ao Brasil, o presidente americano, Dwight Eisenhower, perguntou a JK se haveria interesse em reatar, em novas bases, com o FMI. Assim foi feito, e em maio o FMI concedia um vultoso empréstimo ao Brasil.



    ( http://www.projetomemoria.art.br/JK/verbetes/fmi.html )

     

  • Errado

    "O quadro de constrangimentos externos representava difícil desafo ao desenvolvimento. O comércio exterior, longe de ser um fator dinâmico, como começava a ocorrer em outros países, sofria de estagnação ou declínio. As perspectivas do principal produto de exportação, o café, não permitiam esperança de melhora. Créditos ofciais em condições favoráveis continuavam escassos, e os do Banco Mundial permaneciam fora do alcance do Brasil. Em 1954, a dívida externa atingira US$ 1,32 bilhão, nível 120% superior à média de 1947 a 1951.

    De maneira geral, os resultados impressionam, chegando, em alguns casos, a mais de 100% de execução, como na construção de rodovias, ou acima de 80%, no caso da energia elétrica. Impulsionado pelo programa, o crescimento, que em 1956 não atingira a taxa de expansão populacional (2,9% contra cerca de 3% da taxa demográfca), acelerou-se para a média anual de 9% de 1957 a 1961. Uma das consequências foi o aumento da participação do governo no gasto total, de 19% (1952) para 23,71% (1961), aprofundando o défcit orçamentário. O fnanciamento dos défcits e das despesas do programa em moeda nacional fez-se de modo inflacionário, mediante emissão de papel-moeda: a inflação saltou de cerca de 20% anuais, no começo, para 30% a 35%, no final do governo."

    RICUPERO, Rubens. A diplomacia na construção do Brasil (1750-2016). 1a edição, Rio de Janeiro: Versal, 2017. Parte VIII - O Breve Período da Constituição de 1946: Do Governo Dutra ao Golpe Militar de 1964

  • O período governamental de Juscelino Kubitschek (1956 - 1 9 6 1) optou por atender " às demandas do moderno desenvolvimento", com níveis relativamente baixos de endividamento e de inflação.

    ERRO DE VERMELHO.


ID
83710
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Cinco paradigmas históricos foram identificados na História
da Política Exterior do Brasil, de Amado Cervo e Clodoaldo Bueno,
correspondendo cada um deles a uma periodização, com a qual se
procurou inserir a con ju ntura nas estruturas históricas e articular
micro- e macro-história para se obter uma interpretação categorial e
sistemática da evolução da política exterior do Brasil nos últimos dois
séculos. Assim foram apresentados por Cervo e Bueno: a) o das
concessões sem barganha da época da independência
(1808-1828), pelo qual se sacrificou o interesse nacional sob
múltiplos aspectos, com efeitos nefastos sobre a formação nacional
até meados da década de 40 do século XIX; b) o da leitura
complexa do interesse nacional, aliado à determinação de preservar
o exercício soberano da vont ade nacional (1844-1889); c) a
diplomacia da agroexportação e dos grandes alinhamentos com que
a República, que subordinaria o serviço da diplomacia aos interesses
do segmento interno socialmente hegemônico, particularmente
plantadores e exportadores de café (1889-1930); d) o modelo de
política exterior do nacional-desenvolvimentismo que acoplou,
finalmente, a face extern a da política às demandas do moderno
desenvolvimento, dos anos 30 à década de 80 do século XX;
e) a dança dos três paradigmas disponíveis simultaneamente, no
tempo mais recente da política externa do Brasil (os anos 90 e o
início do novo século): o da sobrevivência limitada do nacionaldesenvolvimentismo,
o da expansão do liberalismo desenfreado e do
Estado logístico, que equilibra os dois anteriores.

José Flávio Sombra Saraiva. Um percurso acadêmico modelar: Amado Luiz
Cervo e a afirmação da historiografia das relações internacionais no Brasil.
Apud: Estevão Chaves de Rezende Martins (Org.). Relações internacionais:
visões do Brasil e da América Latina. Br asília: IBRI, 2003, p. 27 (com
a d a p t a ç õ e s ) .

Tend o o texto acima como referência inicial, julgue os itens
subseqü en t es , relativos à política internacional e à inserção
histórica do Brasil no cenário mundial.

O regime militar instaurado em 1964 reorientou a política externa brasileira, distinguindo-a profundamente daquela que a precedeu imediatamente. Daí, o alinhamento automático com a diplomacia norte-americana, p rocedimento que não sofreu variações significativas ao longo do período

Alternativas
Comentários
  • A diplomacia brasileira foi pendular em relação ao EUA no período militar: ora se aproximava (governo Castello Branco), ora se distanciava (governo Geisel)
  • Antes do Regime o Brasil era Pró-EUA???
  • Daniel,

    Antes do regime militar, foi o período da Política Externa Independente (1961 - 1963). Ou seja, o Brasil nao era alinhado com os EUA.
  • Pois então Igor, se não era alinhado antes, que na verdade até era, porém de uma forma menor porque o Brasil se reconciliou com a URSS, logo a política econômica externa no regime militar se distingue da política de JANGO.
  • Errado.

    a) O Governo Castello Branco e a Política da Interdependência

    O governo do Marechal Castello Branco (1964-1967) apresenta características de política externa bastante distintas dos demais governos militares. Este fato se deve, em larga escala, pela sua aproximação ideológica com os EUA e os ditames do conflito leste-oeste, ao incorporar o discurso anticomunista e de segurança hemisférica na lógica da política externa.

    [..]

    Para alguns, estes dados são suficientes para situar o período como de retomada do alinhamento automático com os EUA. Esta definição não é unânime, mesmo que a associação dependente com os EUA o seja.

    b) O Governo Costa e Silva e a Diplomacia da Prosperidade

    Para a política externa, as transformações são bastante notórias. Conforme relata Letícia Pinheiro, há "a reincorporação das teses mais nacionalistas ao modelo de desenvolvimento" (2004, p.40), trilhando uma postura mais autonomista para o Brasil. Amado Cervo denomina este novo período pela "recuperação das tendências" (1992, p.342), já que houve um equívoco no governo anterior em não perceber a importância do papel do Estado como articulador necessário ao processo produtivo.

    Paulo Vizentini aponta o governo Costa e Silva como representante de uma "ruptura profunda em relação ao governo anterior, contrariando frontalmente Washington" (2004, p.78) e Carlos Estevam Martins entende que as marcas da frustração da política anterior permitiu "uma guinada sensacional na história da política externa brasileira" (1975, p.67).

    c) O Governo Médici e a Diplomacia do Interesse Nacional  [...]

    É por estas razões que boa parte dos autores julga o período Médici como período de construção das bases para o que viria a ser o pragmatismo responsável do governo seguinte.

    d) O Governo Geisel e o Pragmatismo Responsável

    A importância do então denominado Pragmatismo Responsável pode ser interpretada tanto por retomar alguns dos princípios da Política Externa Independente, como por manter algumas de suas características até a data presente.

    Conforme apontado por Letícia Pinheiro, é neste momento que as fronteiras ideológicas, que de alguma forma tolhiam direta ou indiretamente o comportamento diplomático brasileiro, reduzindo seu leque de opções, foi finalmente desvinculada da política externa, que, agora calcada no pragmatismo e no realismo, abria suas portas para diversificação e intensificação das relações do Brasil com todo o mundo (2004, p.45).

     

    Excelente artigo. http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?pid=MSC0000000122011000200040&script=sci_arttext

     

  • O erro maior da afirmativa está no final: "procedimento que não sofreu variações significativas ao longo do período". Logo no governo Costa e Silva, a PEB mudou, de certa forma retomando a autonomia da PEI, o que se manteria mais ou menos até o fim da ditadura.

  • ver comentário de Luis Alvarenga


ID
83713
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Cinco paradigmas históricos foram identificados na História
da Política Exterior do Brasil, de Amado Cervo e Clodoaldo Bueno,
correspondendo cada um deles a uma periodização, com a qual se
procurou inserir a con ju ntura nas estruturas históricas e articular
micro- e macro-história para se obter uma interpretação categorial e
sistemática da evolução da política exterior do Brasil nos últimos dois
séculos. Assim foram apresentados por Cervo e Bueno: a) o das
concessões sem barganha da época da independência
(1808-1828), pelo qual se sacrificou o interesse nacional sob
múltiplos aspectos, com efeitos nefastos sobre a formação nacional
até meados da década de 40 do século XIX; b) o da leitura
complexa do interesse nacional, aliado à determinação de preservar
o exercício soberano da vont ade nacional (1844-1889); c) a
diplomacia da agroexportação e dos grandes alinhamentos com que
a República, que subordinaria o serviço da diplomacia aos interesses
do segmento interno socialmente hegemônico, particularmente
plantadores e exportadores de café (1889-1930); d) o modelo de
política exterior do nacional-desenvolvimentismo que acoplou,
finalmente, a face extern a da política às demandas do moderno
desenvolvimento, dos anos 30 à década de 80 do século XX;
e) a dança dos três paradigmas disponíveis simultaneamente, no
tempo mais recente da política externa do Brasil (os anos 90 e o
início do novo século): o da sobrevivência limitada do nacionaldesenvolvimentismo,
o da expansão do liberalismo desenfreado e do
Estado logístico, que equilibra os dois anteriores.

José Flávio Sombra Saraiva. Um percurso acadêmico modelar: Amado Luiz
Cervo e a afirmação da historiografia das relações internacionais no Brasil.
Apud: Estevão Chaves de Rezende Martins (Org.). Relações internacionais:
visões do Brasil e da América Latina. Br asília: IBRI, 2003, p. 27 (com
a d a p t a ç õ e s ) .

Tend o o texto acima como referência inicial, julgue os itens
subseqü en t es , relativos à política internacional e à inserção
histórica do Brasil no cenário mundial.

O b reve governo de Fernando Collor, o primeiro eleito diretamente desde Jânio Quadros, foi marcado por um vertiginoso processo de ultra-liberalização da economia brasileira, um modelo de inserção internacional que, com menor ou igual intensidade, muitos ou t ro s países latinoamericanos colocaram em prática n o s anos 90 do século passado.

Alternativas
Comentários
  • alguem ajuda ai!! nao entendi quando diz o primeiro eleito diretamente desde de janio quadros !! janio quadros nao foi o primeiro !!depois da ditadura do estado novo o primeiro foi dutra depois vargas depos juscelino e depois janio!!
  • Alex, o que a questão está dizendo é que Jânio Quadros foi o último presidente, antes de Collor, a ser eleito diretamente, e não que Jânio Quadros foi o primeiro presidente da República Liberal a ser eleito diretamente.
  • Collor foi o Primeiro presidente civil eleito de forma direta pelo povo depois da ditadura militar

  • Só a parte da ultraliberalização é um pouco difícil de engolir, embora não seja possível dizer que isso torna o item errado.


ID
83716
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Cinco paradigmas históricos foram identificados na História
da Política Exterior do Brasil, de Amado Cervo e Clodoaldo Bueno,
correspondendo cada um deles a uma periodização, com a qual se
procurou inserir a con ju ntura nas estruturas históricas e articular
micro- e macro-história para se obter uma interpretação categorial e
sistemática da evolução da política exterior do Brasil nos últimos dois
séculos. Assim foram apresentados por Cervo e Bueno: a) o das
concessões sem barganha da época da independência
(1808-1828), pelo qual se sacrificou o interesse nacional sob
múltiplos aspectos, com efeitos nefastos sobre a formação nacional
até meados da década de 40 do século XIX; b) o da leitura
complexa do interesse nacional, aliado à determinação de preservar
o exercício soberano da vont ade nacional (1844-1889); c) a
diplomacia da agroexportação e dos grandes alinhamentos com que
a República, que subordinaria o serviço da diplomacia aos interesses
do segmento interno socialmente hegemônico, particularmente
plantadores e exportadores de café (1889-1930); d) o modelo de
política exterior do nacional-desenvolvimentismo que acoplou,
finalmente, a face extern a da política às demandas do moderno
desenvolvimento, dos anos 30 à década de 80 do século XX;
e) a dança dos três paradigmas disponíveis simultaneamente, no
tempo mais recente da política externa do Brasil (os anos 90 e o
início do novo século): o da sobrevivência limitada do nacionaldesenvolvimentismo,
o da expansão do liberalismo desenfreado e do
Estado logístico, que equilibra os dois anteriores.

José Flávio Sombra Saraiva. Um percurso acadêmico modelar: Amado Luiz
Cervo e a afirmação da historiografia das relações internacionais no Brasil.
Apud: Estevão Chaves de Rezende Martins (Org.). Relações internacionais:
visões do Brasil e da América Latina. Br asília: IBRI, 2003, p. 27 (com
a d a p t a ç õ e s ) .

Tend o o texto acima como referência inicial, julgue os itens
subseqü en t es , relativos à política internacional e à inserção
histórica do Brasil no cenário mundial.

Em que pese toda a efervescênci a política, que teve no impeachment de Collor e seus desdobramentos o seu ápice, o governo Itamar Franco conseguiu levar adiante as reformas relativas à privatização, à desregulamentação, à abertura comer c i a l e à regularização das relações com a comunidade financeira internacional.

Alternativas
Comentários
  • Mas Itamar bateu-o-pé contra depois em Minas Gerais como Governador.
  • De fato, Itamar deu continuidade às políticas liberais iniciadas por Fernando Collor.

ID
83719
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
História
Assuntos

A estrutura do Breve Século XX parece uma espécie de
tríptico ou sanduíche histórico. A uma era de catástrofe, que se
estendeu de 1914 até depois da Segunda Guerra Mundial,
seguiram-se cerca de 25 ou 30 anos de extraordinário crescimento
econômico e de transformação social, anos que provavelmente
mudaram de maneira mais profunda a sociedade humana que
qualquer out ro período de brevidade comparável.
Retrospectivamente, podemos ver esse período como uma espécie
de era de ouro, e assim ele foi visto quase imediatamente depois que
acabou, no início da década de 70. A última parte do século foi
uma nova era de decomposição, incerteza e crise - e, com efeito,
para grandes áreas do mundo, como a África, a ex-URSS e as partes
anteriormente socialistas da Europa, de catástrofe. À medida que a
década de 80 dava lugar à de 90, o estado de espírito dos que
refletiam sobre o passado e o futuro do século era de crescente
melancolia f in-de-siècle. Visto do privilegiado ponto de vista da
década de 90, o Breve Século XX passou por uma curta era de
ouro, entre uma crise e outra, e entrou em futuro desconhecido e
problemático, mas não necessariamente apocalíptico.

Eric Hobsbawm. Era dos extremos - O breve século XX (1914-1991).
São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 15-6 (com adaptações).

Em face das info rmações apresentadas no texto acima e
considerando aspectos históricos marcantes do sécu l o XX,
contingenciadores da política internacional praticada no período,
julgue os itens seguintes.

Em 1944, representantes de 44 países - entre os quais o Brasil - reuniram-se em Bret t on Woods com o objetivo de criar mecanismo s q u e livrassem o mundo de crises globais, a exemplo da decorrente da Primeira Guerra e, em especial, da Grande Depressão dos anos 30.

Alternativas
Comentários
  • Questão CERTA.
    Dureante 3 semanas de julho de 1944, do dia 1º ao dia 22, 730 Delegados, de 44 países do mundo (então em Guerra) reuniram-se no Hotel Mount Washigton, em Bretton Woods, New Hampshire, EUA, para definir uma Nova Ordem Econômica Mundial. A reunião centrou-se ao redor de 2 figuras chaves: Harry Dexter White - Secretário-Assistente do Departamento do Tesouro dos EUA - e Lord Keynes - mais famoso economista da época, que representava os interesses da Grã-Bretanha. Acertou-se nesta reunião que dali em diante, na era que surgiria das cinzas da Segunda Guerra Mundial, que haveria um fundo encarregado de dar estabilidade ao sistema financeiro internacional, bem como um Banco responsável pelo financiamento da reconstrução dos países atingidos pela destruição e pela ocupação. Referido fundo era o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o referido Banco era o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), ou simplesemente Banco Mundial (Wold Bank), os quais seriam, supostamente, os pilares da Paz.
    Ademais, na mesma reunião, foi estabelecido que o dólar passaria a ser a principal moeda de reserva mundial, abandonando-se o padrão-ouro. Ou seja, criou-se uma paridade fixa entre as moedas do mundo e o dólar, que poderia ser convertido em ouro pelo Banco Central Estadunidense a qualquer instante. Assim, todos os países participantes fixaram o valor de sua moeda em relação ao ouro. Isso garantiu uma estabilidade monetária razoável durante 25 anos; até que e, 1971, o acordo deixou de vigorar, porque o então Presidente Richard Nixon, unilateralmente abandonou o plano, não mais permitindo a conversão automátiva de dólar em ouro. Muitas razões o levaram a tomar essa decisão, mas a principal dela foi o acúmulo de déficit em razão dos gastos dos Eua com a Gerra do Vietnã.

ID
83722
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
História
Assuntos

A estrutura do Breve Século XX parece uma espécie de
tríptico ou sanduíche histórico. A uma era de catástrofe, que se
estendeu de 1914 até depois da Segunda Guerra Mundial,
seguiram-se cerca de 25 ou 30 anos de extraordinário crescimento
econômico e de transformação social, anos que provavelmente
mudaram de maneira mais profunda a sociedade humana que
qualquer out ro período de brevidade comparável.
Retrospectivamente, podemos ver esse período como uma espécie
de era de ouro, e assim ele foi visto quase imediatamente depois que
acabou, no início da década de 70. A última parte do século foi
uma nova era de decomposição, incerteza e crise - e, com efeito,
para grandes áreas do mundo, como a África, a ex-URSS e as partes
anteriormente socialistas da Europa, de catástrofe. À medida que a
década de 80 dava lugar à de 90, o estado de espírito dos que
refletiam sobre o passado e o futuro do século era de crescente
melancolia f in-de-siècle. Visto do privilegiado ponto de vista da
década de 90, o Breve Século XX passou por uma curta era de
ouro, entre uma crise e outra, e entrou em futuro desconhecido e
problemático, mas não necessariamente apocalíptico.

Eric Hobsbawm. Era dos extremos - O breve século XX (1914-1991).
São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 15-6 (com adaptações).

Em face das info rmações apresentadas no texto acima e
considerando aspectos históricos marcantes do sécu l o XX,
contingenciadores da política internacional praticada no período,
julgue os itens seguintes.

No pós-Segunda Guerra e ao longo dos anos 50 do século XX, coincidindo com a " era de ouro" mencionada no texto, o sistema de Bretton Woods funcionou sem maiores atropelos. Contudo, na década de 60, ele começou a ser fortemente pressionado em função, sobretudo, do déficit em conta corrente que o s E UA passaram a registrar, processo acelerado em larga medida pelas despesas com a guerra no Vietnã.

Alternativas
Comentários
  • e no governo Nixon finalmente se abandonou o sistema que atrelava o dólar americano as reservas de ouro. Foi o fim do padrão estabelecido em Breton Woods.
  • Exatamente, pois em 1971, em meio a gastos governamentais cada vez mais descontrolados, devidos inclusive a guerra do Vietna, os EUA abandonaram o padrão-ouro.
  • Para matar a questão

    https://www.youtube.com/watch?v=NCqpP5Gxads

  • Certo: a Guerra do Vietnã durou de 1955 a 1975. Desde o início da década de 1960, observava-se que a ordem econômica internacional trazia consigo uma contradição: ao mesmo tempo que o crescimento econômico estava atrelado ao fornecimento de liquidez internacional em dólares americanos, esse processo gerava a perda de ouro na economia americana. A estabilidade do sistema de Bretton Woods dependia na habilidade do governo norte-americano de converter $35 em uma onça de ouro. The American ability to fulfill this commitment began to diminish as the postwar dollar shortage was transformed into an overabundance of dollars, also known as the dollar glut.


ID
83725
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Relações Internacionais
Assuntos

A estrutura do Breve Século XX parece uma espécie de
tríptico ou sanduíche histórico. A uma era de catástrofe, que se
estendeu de 1914 até depois da Segunda Guerra Mundial,
seguiram-se cerca de 25 ou 30 anos de extraordinário crescimento
econômico e de transformação social, anos que provavelmente
mudaram de maneira mais profunda a sociedade humana que
qualquer out ro período de brevidade comparável.
Retrospectivamente, podemos ver esse período como uma espécie
de era de ouro, e assim ele foi visto quase imediatamente depois que
acabou, no início da década de 70. A última parte do século foi
uma nova era de decomposição, incerteza e crise - e, com efeito,
para grandes áreas do mundo, como a África, a ex-URSS e as partes
anteriormente socialistas da Europa, de catástrofe. À medida que a
década de 80 dava lugar à de 90, o estado de espírito dos que
refletiam sobre o passado e o futuro do século era de crescente
melancolia f in-de-siècle. Visto do privilegiado ponto de vista da
década de 90, o Breve Século XX passou por uma curta era de
ouro, entre uma crise e outra, e entrou em futuro desconhecido e
problemático, mas não necessariamente apocalíptico.

Eric Hobsbawm. Era dos extremos - O breve século XX (1914-1991).
São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 15-6 (com adaptações).

Em face das info rmações apresentadas no texto acima e
considerando aspectos históricos marcantes do sécu l o XX,
contingenciadores da política internacional praticada no período,
julgue os itens seguintes.

Em 1973, a guerra entre árabes e judeus é um dos símbolos do fim da " era d e o uro". Sofrendo os efeitos da desvalorização do dólar decidid a em 1971 (governo Nixon) e ante o apoio norte-american o a I s r ael, os países árabes quintuplicam o preço do barril de petróleo, o que gera efeitos devastadores nas economias ocidentais.

Alternativas
Comentários
  • Olá a todos,

    Teria como alguém esclarecer essa questão? Pelo o que entendi do professor de economia - quando ele explicava como ocorreu a primeira crise do petróleo - é que a crise ocorreu em virtude da diminuição da oferta do produto e por esse motivo os preços aumentaram. Sendo assim, eu entendo que é errado dizer que os países árabes quintuplicaram o preço do barril de petróleo, pois quem fez isso foi o próprio mercado e não através de uma simples imposição daqueles países... 

    Grato pela atenção,

    Rafael
  • O aumento do preço do petróleo se originou após a Guerra do Yom Kippur, entre Israel e os países árabes. Como os EUA haviam apoiado os israelenses na guerra, os árabes, que faziam parte do cartel da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), decidiram interromper o fornecimento para os EUA, Europa e Japão. Com a redução da oferta, o preço do barril passou de 3 para 12 dólares em três meses. O período, que foi conhecido como o Primeiro Choque do Petróleo, causou uma forte recessão na economia mundial. Na época o Brasil importava a maior parte do que consumia e sofreu sérias conseqüências. Isso causou uma evolução catastrófica na dívida externa e provocou o processo de estouro da inflação que perdurou até o 2º choque, em 1979.

  • 4x ou 5x como diz a questão?
  • Todos os livros que eu li dizem que os preços do petróleo na 1ª Crise do Petróleo QUADRUPLICOU. Acho que devemos usar de bom senso para responder esse tipo de questão histórica.

  • Questão poderia ser questionada preço sai de 2,90 para 11,65. Aumentou 4,017


ID
83728
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Relações Internacionais
Assuntos

A estrutura do Breve Século XX parece uma espécie de
tríptico ou sanduíche histórico. A uma era de catástrofe, que se
estendeu de 1914 até depois da Segunda Guerra Mundial,
seguiram-se cerca de 25 ou 30 anos de extraordinário crescimento
econômico e de transformação social, anos que provavelmente
mudaram de maneira mais profunda a sociedade humana que
qualquer out ro período de brevidade comparável.
Retrospectivamente, podemos ver esse período como uma espécie
de era de ouro, e assim ele foi visto quase imediatamente depois que
acabou, no início da década de 70. A última parte do século foi
uma nova era de decomposição, incerteza e crise - e, com efeito,
para grandes áreas do mundo, como a África, a ex-URSS e as partes
anteriormente socialistas da Europa, de catástrofe. À medida que a
década de 80 dava lugar à de 90, o estado de espírito dos que
refletiam sobre o passado e o futuro do século era de crescente
melancolia f in-de-siècle. Visto do privilegiado ponto de vista da
década de 90, o Breve Século XX passou por uma curta era de
ouro, entre uma crise e outra, e entrou em futuro desconhecido e
problemático, mas não necessariamente apocalíptico.

Eric Hobsbawm. Era dos extremos - O breve século XX (1914-1991).
São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 15-6 (com adaptações).

Em face das info rmações apresentadas no texto acima e
considerando aspectos históricos marcantes do sécu l o XX,
contingenciadores da política internacional praticada no período,
julgue os itens seguintes.

Em que pese a agressiva retórica protecionista expressa por quase todos os países, as duas últimas décadas do século passado assistem à plena abertura dos mercados. Era a economia d ei xando de ser internacional para se tornar efet ivamente mundial, o que exigiu o fim de instâncias reguladoras do comércio, como foi o caso do GATT.

Alternativas
Comentários
  • Só lembrando que o Acordo Geral de Tarifas e Comércio (em inglês, GATT) continua vivíssimo e funciona como um dos pilares normativos da Organização Mundial do Comércio.
  • parei de ler no plena abertura

  • O GATT ainda existe; apenas foi incorporado no bojo da OMC, juntamente com outras vários acordos que foram negociados por ocasião da Rodada Uruguai.


ID
83731
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

A estrutura do Breve Século XX parece uma espécie de
tríptico ou sanduíche histórico. A uma era de catástrofe, que se
estendeu de 1914 até depois da Segunda Guerra Mundial,
seguiram-se cerca de 25 ou 30 anos de extraordinário crescimento
econômico e de transformação social, anos que provavelmente
mudaram de maneira mais profunda a sociedade humana que
qualquer out ro período de brevidade comparável.
Retrospectivamente, podemos ver esse período como uma espécie
de era de ouro, e assim ele foi visto quase imediatamente depois que
acabou, no início da década de 70. A última parte do século foi
uma nova era de decomposição, incerteza e crise - e, com efeito,
para grandes áreas do mundo, como a África, a ex-URSS e as partes
anteriormente socialistas da Europa, de catástrofe. À medida que a
década de 80 dava lugar à de 90, o estado de espírito dos que
refletiam sobre o passado e o futuro do século era de crescente
melancolia f in-de-siècle. Visto do privilegiado ponto de vista da
década de 90, o Breve Século XX passou por uma curta era de
ouro, entre uma crise e outra, e entrou em futuro desconhecido e
problemático, mas não necessariamente apocalíptico.

Eric Hobsbawm. Era dos extremos - O breve século XX (1914-1991).
São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 15-6 (com adaptações).

Em face das info rmações apresentadas no texto acima e
considerando aspectos históricos marcantes do sécu l o XX,
contingenciadores da política internacional praticada no período,
julgue os itens seguintes.

Em uma economia que se globaliza rapidamente, a formação de blocos regionais é justificada como caminho adequado à melhor inserção internacional de seus integrantes. Nessa perspectiva, a União Europeia, criada já como mercado comum pelo Tratado de Roma, de 1957, é o melhor exemplo de integração rápida , abrangente e completa que se conhece.

Alternativas
Comentários
  • De fato, a formação da União Europeia tem uma inspiração no Tratado de Roma. Mas ela é criada efetivamente com o tratado de Maastricht, em 93. Ainda, fica difícil afirmar que a sua criação seja de integração rápida, abrangente e completa, visto que, mesmo com essa história de décadas, a União Europeia não conseguiu englobar todos os países da Europa.

  • vários erros de digitação por isso nem li a questão toda, já dei como errado.

  • vários erros de digitação

  • vários erros de digitação

  • ERRADO:

    O Tratado de Roma (1957) criou a organização internacional “Comunidade Econômica Europeia” (CEE), que até o Tratado de Maastricht (1993), percorreu um longo e lento caminho no sentido de maior integração do bloco (36 anos). Iniciada como um mercado comum, o resultado desse processo de integração deu origem à União Europeia, um bloco regional abrangente, porém incompleto, pois nem todos os países europeus fazem parte do bloco e tampouco há integração de seus membros nos seus mais diversos âmbitos.


ID
83734
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Relações Internacionais
Assuntos

É a partir de 1968 (II U n c t ad ) q u e o Brasil passou a expressar
apoio mais denso aos foros multilaterais, movido pela convicção
de ser essa atitude o " meio de neutralizar ou reduzir o
considerável p o d er de coerção das superpotências e grandes
poderes nas relações i n t ernacionais", como assinalou Antonio
Augusto Cançado Trindade. Já para Clodoaldo Bueno, a
continuidade seria o elemento definidor da política multilateral
brasileira, a expressar o reconhecido grau de profissi onalismo do
I t amaraty. Para ele, a diplomacia brasileira teve tradicionalmente
na ONU uma participação constante e cooperativa, fazendo do
tema do desenvolvimento uma de suas preocupações cen trais.
A par t i r dessas informações, julgue os itens que se seguem,
relativos à inserção internacional do Brasil.

A aproximação en t re Argentina - governo Alfonsín - e Bras i l - governo Sarney -, em meados dos anos 80 do século XX, foi o passo i n icial para a constituição do futuro Mercado Comum d o Sul (MERCOSUL) e se deu em um contexto de crise econômica nos dois países, recém-saídos de ditaduras militares.

Alternativas
Comentários
  • O diálogo estabelecido pelos governos Sarney e Alfonsín materializou-se, em 1985, na assinatura da Declaração do Iguaçu, na qual se firmam as bases para o processo de integração que conduzirá ao Mercosul. A Declaração do Iguaçu expressa, entre outras coisas, a firme vontade política de Brasil e Argentina de acelerar o processo de integração bilateral, em harmonia com os esforços de cooperação e desenvolvimento regional, e a firme convicção de que esta tarefa deve ser aprofundada pelos Governos com a indispensável participação de todos os setores de suas comunidades nacionais, aos quais convocaram a unir-se a este esforço, já que lhes cabe também explorar novos caminhos na busca de espaço econômico regional latino- americano. 
  • certo


ID
83737
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Relações Internacionais
Assuntos

É a partir de 1968 (II U n c t ad ) q u e o Brasil passou a expressar
apoio mais denso aos foros multilaterais, movido pela convicção
de ser essa atitude o " meio de neutralizar ou reduzir o
considerável p o d er de coerção das superpotências e grandes
poderes nas relações i n t ernacionais", como assinalou Antonio
Augusto Cançado Trindade. Já para Clodoaldo Bueno, a
continuidade seria o elemento definidor da política multilateral
brasileira, a expressar o reconhecido grau de profissi onalismo do
I t amaraty. Para ele, a diplomacia brasileira teve tradicionalmente
na ONU uma participação constante e cooperativa, fazendo do
tema do desenvolvimento uma de suas preocupações cen trais.
A par t i r dessas informações, julgue os itens que se seguem,
relativos à inserção internacional do Brasil.

Ao se afastar, em 2003, das tratativas em torno da implantação da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) , ab r indo mão de co-presidir - com os EUA - a comissão negociadora do megabloco contin en t al, o Brasil emitiu sinais claro s d e repulsa às práticas norte-americanas de subsídios, nomeadamente aquelas em vigor n a área agrícola.

Alternativas
Comentários
  • O Brasil não se afastou em 2003 das negociações da ALCA. Tal fato ocorreu em 2005 ou 2006 (a confirmar). O Brasil aceitou co-presidir com os EUA a comissão negociadora da ALCA, embora não tenha aceitado a criação do megabloco.


ID
83740
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Relações Internacionais
Assuntos

É a partir de 1968 (II U n c t ad ) q u e o Brasil passou a expressar
apoio mais denso aos foros multilaterais, movido pela convicção
de ser essa atitude o " meio de neutralizar ou reduzir o
considerável p o d er de coerção das superpotências e grandes
poderes nas relações i n t ernacionais", como assinalou Antonio
Augusto Cançado Trindade. Já para Clodoaldo Bueno, a
continuidade seria o elemento definidor da política multilateral
brasileira, a expressar o reconhecido grau de profissi onalismo do
I t amaraty. Para ele, a diplomacia brasileira teve tradicionalmente
na ONU uma participação constante e cooperativa, fazendo do
tema do desenvolvimento uma de suas preocupações cen trais.
A par t i r dessas informações, julgue os itens que se seguem,
relativos à inserção internacional do Brasil.

A criação da Comunidade dos P aíses de Língua Portuguesa, que contou com ativa participação d o Brasil, ocorreu em um co n t exto histórico amplamente favorável. Com efeito, é na décad a d e 90 do século XX que a política brasileira para a África mais se robustece, com o sensível incremento das relações comerciais, diplomáticas e estratégicas en t r e o Brasil e os Estados africanos.

Alternativas
Comentários
  • Esta questão está errada porque a política externa brasileira para a África MAIS SE ROBUSTECE no Governo Lula, ou seja, só a partir 2003.
  • A chamada “política africana” que marcou as relações exteriores do Brasil na década de 70 deram lugar ao distanciamento Brasil-África dos anos 80 e 90, o qual teve início com a crise dos anos 80 e a concomitante reformulação da postura econômico-comercial brasileira em que se privilegiou o contato com os países do norte.


    Aproximações pontuais como no caso da criação da CPLP não retiram o caráter de distanciamento nas relações deste período.


    Apenas ao fim do governo Cardoso é que se evidencia um processo de reaproximação para com a África – processo intensificado na gestão Lula da Silva.

  • Não dá para afirmar, como fez o colega acima, que o erro está em "mais se robustece" por conta da maior aproximação do Governo Lula, já que esta questão é de 2004. Mas é claro que, na década de 90, o Brasil focava nas relações com as potências hegemônicas, tanto que Amado Cervo enquadra esse período no paradigma do  "Estado Normal".
  • A afirmação "mais se robustece" é desmentida pela política externa brasileira praticada nos anos 1970, quando houve, sim, uma política externa vigorosa para o continente africano. Nos anos 1980 e 1990, como dito pelos colegas, houve um distanciamento, principalmente nas administrações Collor e FHC. Portanto, para responder à questão não é necessário incluir o primeiro ano do governo Lula.
  • Batata podre: "é na década de 90 do século XX que a política brasileira para a África mais se robustece"
  • ERRADO.

    É justamente nos anos da década de 1990 há um retrocesso evolutivo na relação com a África.

    As exportações brasileiras para os países da África subsaariana pouco cresceram na década de 1990, tendo passado de US$ +1,01 bilhão em 1990, para US$ +1,33 bilhão em 1999. Em 1983, por exemplo, o comércio foi de US$ +3 bilhões.

    A exportação (dados de 1989 em diante) brasileira foi crescente até 2008 (+10,16bi) , em 2009 , por conta da crise econômica mundial reduziu para +8,62bi. Em 2011 alcançou +12.24bi e 2012 leve redução para +12.21bi.

    Atenção, resultado da Balança Comercial é deficitário desde 1996 (exceto pelo ano de 2009). Atualmente, até junho deste ano (2013) está em - 2,61bi podendo ultrapassar o recorde do déficit de 2009 que alcançou - 5,59 bi.

    FONTE: MDIC
  • Só para complementar a excelente resposta do Atualidades Revisão, um dos grandes fatores para a balança comercial ser deficitária é a importação de petróleo.
  • Parei de ler no "amplamente favorável"


ID
83743
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Relações Internacionais
Assuntos

É a partir de 1968 (II U n c t ad ) q u e o Brasil passou a expressar
apoio mais denso aos foros multilaterais, movido pela convicção
de ser essa atitude o " meio de neutralizar ou reduzir o
considerável p o d er de coerção das superpotências e grandes
poderes nas relações i n t ernacionais", como assinalou Antonio
Augusto Cançado Trindade. Já para Clodoaldo Bueno, a
continuidade seria o elemento definidor da política multilateral
brasileira, a expressar o reconhecido grau de profissi onalismo do
I t amaraty. Para ele, a diplomacia brasileira teve tradicionalmente
na ONU uma participação constante e cooperativa, fazendo do
tema do desenvolvimento uma de suas preocupações cen trais.
A par t i r dessas informações, julgue os itens que se seguem,
relativos à inserção internacional do Brasil.

Enquanto o binômio segurança-desenvolvimento pautou, em linhas gerais, a política internacional implementada pelo regime militar, co n ferindo-lhe caráter mais defensivo, com a redemocratização do país, em meio ao novo cenário mundial surgido a partir de fins da década de 80 do século XX, o Brasil tratou de ampliar sua presença multilateral. Exemplos d essa estratégia seriam, entre outros, a realização da Eco-92 - no Rio de Janeiro - e a candidatura a um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU.

Alternativas
Comentários
  •  A política exterior brasileira durante o regime militar caracteriza-se por postura mais defensiva, alcunhada “autonomia pela distância”. Nesse contexto o Brasil era alvo de críticas nas áreas do meio-ambiente, dos direitos humanos, das políticas comerciais, entre outras.


    Com a redemocratização, a participação brasileira na política internacional ganhou confiança e prestígio através de uma atuação reformulada que mereceu a alcunha de “autonomia pela participação”, postura consolidada principalmente durante a gestão Cardoso. Essa postura possibilitou a transformação do Brasil de basicamente um “rule-taker” em um “rule-maker” no que se refere aos regimes internacionais.

  • Muito bom o comentário do colega acima.

ID
83746
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Relações Internacionais
Assuntos

É a partir de 1968 (II U n c t ad ) q u e o Brasil passou a expressar
apoio mais denso aos foros multilaterais, movido pela convicção
de ser essa atitude o " meio de neutralizar ou reduzir o
considerável p o d er de coerção das superpotências e grandes
poderes nas relações i n t ernacionais", como assinalou Antonio
Augusto Cançado Trindade. Já para Clodoaldo Bueno, a
continuidade seria o elemento definidor da política multilateral
brasileira, a expressar o reconhecido grau de profissi onalismo do
I t amaraty. Para ele, a diplomacia brasileira teve tradicionalmente
na ONU uma participação constante e cooperativa, fazendo do
tema do desenvolvimento uma de suas preocupações cen trais.
A par t i r dessas informações, julgue os itens que se seguem,
relativos à inserção internacional do Brasil.

Retraída no combate às práticas protecionistas dos países e blocos economicamente mais fortes, a atuação brasileira na OMC é dura na oposição às medidas unilaterais. Já no âmbito da ONU, defende um Conselho de Segurança mais democrático, embora ainda não demonstre desconforto quanto à forma pela qual ele foi organizado, quando da criação das Nações Unidas, refletindo a realp o litik do sistema bipolar.

Alternativas
Comentários
  • Importante lembrar também que o Brasil não tem também uma posiçao retraída diante do combate ao protecionismo no âmbito da OMC. O Brasil, relativamente a sua participação no mercado global, é um dos países que mais utiliza o Órgão de Solução de Controvérsias da OMC para combater subsídios ilegais, políticas anti-dumpings e outros mecanismos que ferem a política do "fair trade".
  • Entendi que a questão tem uma casca de banana quando informa que

    "Já no âmbito da ONU, defende um Conselho de Segurança mais democrático, embora ainda não demonstre desconforto quanto à forma pela qual ele foi organizado, quando da criação das Nações Unidas, refletindo a realpolitik do sistema bipolar."

    A ONU não foi organizada refletindo a realpolitik do sistema bipolar.


ID
83749
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Há algo que não se pode dizer do século XX: que foi um
tempo de brumas, silêncios e mistérios. Tudo nele foi a céu aberto,
agressivamente iluminado, escancarado e estridente. E, no entanto,
ele é ainda um enigma - um claro en igma, parafraseando
Drummond -, e dele não podemos fazer o necrológio completo. E
porque findou como uma curva inesperada da história, em um
astucioso desencontro do que achávamos ser o futuro, turvou nossa
memória e nosso olhar. E tornou-se pedra e esfinge, com um brilho
que ainda cega e desafia.

O século XX foi, sem dúvida, um século das utopias.
O seu andamento coincidiu com a máxima expansão das categorias
fundamentais do mundo moderno - sujeito e trabalho -, eixos que
presidiram a atualização e exasperaram os limites do liberalismo e do
socialismo, as duas grandes utopias da modernidade. E talvez por isso
exiba uma característica única e contraditória: parece ter sido o mais
preparado e explicado pelos séculos anteriores e, simultaneamente,
o que mais distanciou a humanidade de seu passado, mesmo o mais
próximo, decretando o caráter obsoleto de formas de vida e
sociabilidade consolidadas durante milênios.

O século XX sancionou o Estado-nação como a forma, por
excelência, de organização das sociedades em peregrinação para o
futuro e em busca de transparência. Os Estados nacionais ergueramse
como personagens privilegiadas de uma história humana cada vez
mais cosmopolita, para lembrar Kant, modificando de forma radical
a paisagem do mundo. Com eles, o direito assumiu progressivamente
a condição de um idioma universal, reagindo sobre o passado e
destruindo velhas estruturas hierárquicas fundadas em privilégios e na
tradição.

Mas o século XX não é apenas um tempo de esperanças.
É também o século do medo e das tragédias injustificáveis. A dura
realidade dos interesses provoca dois grandes conflitos mundiais, um
tenso período de guerra fria e uma interminável série de guerras
localizadas. Um século de violência dos que oprimem e dos que se
revoltam.

Rubem Barboza Filho. Século XX: uma introdução (em forma
de prefácio). Apud: Alberto Aggio e Milton Lahuerta (Org.).
Pensar o século XX. São Paulo: Unesp, 2003, p. 15-9 (com
a d a p t a ç õ e s ) .

Considerando o texto acima, julgue os itens seguintes, rel ativos
ao cenário histórico do mundo contemporâneo.

Uma " curva inesperada da história", como diz o texto ao se referir à forma pela qual o século XX chegou ao fim, pode ser identificada na desintegração da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e no desmonte do denominado socialismo real do Leste europeu , sacramentando a morte de um sistema bipolar de poder mundial que vigorou, com maior ou menor intensidade, desde o pós-Segunda Guerra.

Alternativas
Comentários
  • A chamada crise do socialismo real foi tão importante que levou Fukuyama a proclamar o "fim da História"

ID
83752
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Há algo que não se pode dizer do século XX: que foi um
tempo de brumas, silêncios e mistérios. Tudo nele foi a céu aberto,
agressivamente iluminado, escancarado e estridente. E, no entanto,
ele é ainda um enigma - um claro en igma, parafraseando
Drummond -, e dele não podemos fazer o necrológio completo. E
porque findou como uma curva inesperada da história, em um
astucioso desencontro do que achávamos ser o futuro, turvou nossa
memória e nosso olhar. E tornou-se pedra e esfinge, com um brilho
que ainda cega e desafia.

O século XX foi, sem dúvida, um século das utopias.
O seu andamento coincidiu com a máxima expansão das categorias
fundamentais do mundo moderno - sujeito e trabalho -, eixos que
presidiram a atualização e exasperaram os limites do liberalismo e do
socialismo, as duas grandes utopias da modernidade. E talvez por isso
exiba uma característica única e contraditória: parece ter sido o mais
preparado e explicado pelos séculos anteriores e, simultaneamente,
o que mais distanciou a humanidade de seu passado, mesmo o mais
próximo, decretando o caráter obsoleto de formas de vida e
sociabilidade consolidadas durante milênios.

O século XX sancionou o Estado-nação como a forma, por
excelência, de organização das sociedades em peregrinação para o
futuro e em busca de transparência. Os Estados nacionais ergueramse
como personagens privilegiadas de uma história humana cada vez
mais cosmopolita, para lembrar Kant, modificando de forma radical
a paisagem do mundo. Com eles, o direito assumiu progressivamente
a condição de um idioma universal, reagindo sobre o passado e
destruindo velhas estruturas hierárquicas fundadas em privilégios e na
tradição.

Mas o século XX não é apenas um tempo de esperanças.
É também o século do medo e das tragédias injustificáveis. A dura
realidade dos interesses provoca dois grandes conflitos mundiais, um
tenso período de guerra fria e uma interminável série de guerras
localizadas. Um século de violência dos que oprimem e dos que se
revoltam.

Rubem Barboza Filho. Século XX: uma introdução (em forma
de prefácio). Apud: Alberto Aggio e Milton Lahuerta (Org.).
Pensar o século XX. São Paulo: Unesp, 2003, p. 15-9 (com
a d a p t a ç õ e s ) .

Considerando o texto acima, julgue os itens seguintes, rel ativos
ao cenário histórico do mundo contemporâneo.

A moderna industrialização, a partir da Revolução Industrial inglesa, desvelou uma nova realidade histórica que o texto indica como visceralmente oposta ao que existia antes, tornando obsoletas as " formas de vida e sociabilidade consolidadas durante milênios". Essa diferença manifesta-se, por exemplo, de modo " escancarado e estridente", na mudança do locus tradicional da vida social - homens e mulheres fogem ou são expulsos do mundo agrário e rural para as cidades.

Alternativas
Comentários
  • Questão confusa: o texto fala do século XX, e a assertiva tenta forçar uma relação com a Revolução Industrial inglesa (séculos XVIII e XIX). Tenho dúvidas quanto a esse gabarito, acho que CERTO e ERRADO seriam igualmente defensáveis nessa.  
    (Veja como divulgar a Campanha Nota Justa)
  • Quem lembra da abertura das Olimpíadas de Londres 2012...

    HOuve a encenação dessa fase na Inglaterra.
  • que texto enorme dessa questão...

  • Questão bizarra demais, se você responder sem ler o texto, acerta. O texto fala de século XX e a questão de revolução industrial, aff.

  • CERTO.

    A Revolução Industrial mudou os padrões de vida da sociedade. Um exemplo é a medição da hora de trabalho pelo relógio e substituição da manufatura pela maquinofatura e produção de larga escala. Para que a Revolução fosse consolidada, a mão de obra era imprescindível e, para tanto, usou-se o excedente urbano daqueles cercamentos ingleses, no caso da Inglaterra. Com o tempo, cada vez mais êxodo rural foi ganhando força, tornando a cidade o polo da vida contemporânea.

  • Ao promover uma mudança significativa nos meios de produção, o sistema fabril motivou o êxodo rural.

    REVOLUÇÃO AGRÍCOLA

    O efeito no campo foi significativo também, com mudanças importantes na escala da produção e nos preços.

    O avanço industrial modernizou as técnicas agrícolas, o que motivou o barateamento da produção.

    Aliado a um aumento populacional significante no século XVIII, a modernização no campo causou situações de subemprego.

    As condições de vida no campo tornaram-se dificultosas, notadamente em períodos de estiagem ou de má colheita.

    URBANIZAÇÃO

    Dessa forma, os efeitos da industrialização no meio rural também motivaram a saída das pessoas e acelerou o processo de urbanização. 

    A urbanização é um dos efeitos da Revolução Industrial iniciada na Inglaterra no fim do século XVIII.

  • famosa questão, salada de frutas.

  • Não intendi nada dessa questão, só sei que acertei. Questão antagonica!


ID
83755
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Há algo que não se pode dizer do século XX: que foi um
tempo de brumas, silêncios e mistérios. Tudo nele foi a céu aberto,
agressivamente iluminado, escancarado e estridente. E, no entanto,
ele é ainda um enigma - um claro en igma, parafraseando
Drummond -, e dele não podemos fazer o necrológio completo. E
porque findou como uma curva inesperada da história, em um
astucioso desencontro do que achávamos ser o futuro, turvou nossa
memória e nosso olhar. E tornou-se pedra e esfinge, com um brilho
que ainda cega e desafia.

O século XX foi, sem dúvida, um século das utopias.
O seu andamento coincidiu com a máxima expansão das categorias
fundamentais do mundo moderno - sujeito e trabalho -, eixos que
presidiram a atualização e exasperaram os limites do liberalismo e do
socialismo, as duas grandes utopias da modernidade. E talvez por isso
exiba uma característica única e contraditória: parece ter sido o mais
preparado e explicado pelos séculos anteriores e, simultaneamente,
o que mais distanciou a humanidade de seu passado, mesmo o mais
próximo, decretando o caráter obsoleto de formas de vida e
sociabilidade consolidadas durante milênios.

O século XX sancionou o Estado-nação como a forma, por
excelência, de organização das sociedades em peregrinação para o
futuro e em busca de transparência. Os Estados nacionais ergueramse
como personagens privilegiadas de uma história humana cada vez
mais cosmopolita, para lembrar Kant, modificando de forma radical
a paisagem do mundo. Com eles, o direito assumiu progressivamente
a condição de um idioma universal, reagindo sobre o passado e
destruindo velhas estruturas hierárquicas fundadas em privilégios e na
tradição.

Mas o século XX não é apenas um tempo de esperanças.
É também o século do medo e das tragédias injustificáveis. A dura
realidade dos interesses provoca dois grandes conflitos mundiais, um
tenso período de guerra fria e uma interminável série de guerras
localizadas. Um século de violência dos que oprimem e dos que se
revoltam.

Rubem Barboza Filho. Século XX: uma introdução (em forma
de prefácio). Apud: Alberto Aggio e Milton Lahuerta (Org.).
Pensar o século XX. São Paulo: Unesp, 2003, p. 15-9 (com
a d a p t a ç õ e s ) .

Considerando o texto acima, julgue os itens seguintes, rel ativos
ao cenário histórico do mundo contemporâneo.

Liberalismo e socialismo, " as duas grandes utopias da modernidade", como afirma o texto, encontraram seus limites à mesma época, ainda que por motivos e caminhos distintos. Com efeito, a crise social, política e econômica verificada nas décadas de 20 e 30 do século XX destruiu as bases do Estado liberal - substituído pelos mo d el os totalitários fascistas - e eliminou todo e qualquer apoio ideológico ao stalinismo soviético.

Alternativas
Comentários
  • ...e eliminou todo e qualquer ap o io ideológico... é o mesmo que dizer "tudo, todos, geral".
    Sendo CESPE, desconfie.
  • É preciso lembrar que a crise social, econômica e política vivida nas décadas de 1920 e 1930 inspirou apoio tanto aos regimes de orientação nazista e fascista quanto ao regime comunista stalinista.


ID
83758
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Há algo que não se pode dizer do século XX: que foi um
tempo de brumas, silêncios e mistérios. Tudo nele foi a céu aberto,
agressivamente iluminado, escancarado e estridente. E, no entanto,
ele é ainda um enigma - um claro en igma, parafraseando
Drummond -, e dele não podemos fazer o necrológio completo. E
porque findou como uma curva inesperada da história, em um
astucioso desencontro do que achávamos ser o futuro, turvou nossa
memória e nosso olhar. E tornou-se pedra e esfinge, com um brilho
que ainda cega e desafia.

O século XX foi, sem dúvida, um século das utopias.
O seu andamento coincidiu com a máxima expansão das categorias
fundamentais do mundo moderno - sujeito e trabalho -, eixos que
presidiram a atualização e exasperaram os limites do liberalismo e do
socialismo, as duas grandes utopias da modernidade. E talvez por isso
exiba uma característica única e contraditória: parece ter sido o mais
preparado e explicado pelos séculos anteriores e, simultaneamente,
o que mais distanciou a humanidade de seu passado, mesmo o mais
próximo, decretando o caráter obsoleto de formas de vida e
sociabilidade consolidadas durante milênios.

O século XX sancionou o Estado-nação como a forma, por
excelência, de organização das sociedades em peregrinação para o
futuro e em busca de transparência. Os Estados nacionais ergueramse
como personagens privilegiadas de uma história humana cada vez
mais cosmopolita, para lembrar Kant, modificando de forma radical
a paisagem do mundo. Com eles, o direito assumiu progressivamente
a condição de um idioma universal, reagindo sobre o passado e
destruindo velhas estruturas hierárquicas fundadas em privilégios e na
tradição.

Mas o século XX não é apenas um tempo de esperanças.
É também o século do medo e das tragédias injustificáveis. A dura
realidade dos interesses provoca dois grandes conflitos mundiais, um
tenso período de guerra fria e uma interminável série de guerras
localizadas. Um século de violência dos que oprimem e dos que se
revoltam.

Rubem Barboza Filho. Século XX: uma introdução (em forma
de prefácio). Apud: Alberto Aggio e Milton Lahuerta (Org.).
Pensar o século XX. São Paulo: Unesp, 2003, p. 15-9 (com
a d a p t a ç õ e s ) .

Considerando o texto acima, julgue os itens seguintes, rel ativos
ao cenário histórico do mundo contemporâneo.

Quando o texto fala no direito assumindo " progressivamente a condição de um idioma universal" ao longo do século XX, certamente se refere, entre outros aspectos, ao surgimento da Li g a d a s Nações e da Organização das Nações Unidas (ONU), ambas criadas a partir de pressupostos ideal i s t as e razoavelmente apartadas do jogo d e interesses e de manipulação do poder por parte dos Estados nacionais.

Alternativas
Comentários
  • A Liga das Nações foi criada a partir de pressupostos idealistas; a ONU, a partir de pressupostos realistas.

  • Quem estudou Teoria de Relações Internacionais sabe que a ONU não foi criada nem sob princípios considerados "realistas", menos ainda "idealistas". Na verdade sua concepção remonta a conceitos da Escola liberal: a partir daquele momento, um regime internacional composto por regras regulariam as interações e relações de poder entre os atores, tornando-as pacíficas e cooperativas. Por sua vez, o descolamento entre essas regras e a postura dos atores (ou seja, agir com base em preceitos realistas - postura típica dos EUA em tantas ocasiões ao longo do século XX) nada tem a ver com as intenções originárias do órgão, mas sim com a natureza eternamente conflitiva da experiência humana.

  • O erro da questão está em dizer que os pressupostos eram idealistas e que estavam apartadas do jogo de interesses e de manipulação do poder por parte dos Estados Nacionais.

    Basta lembrar dos países que compoem o Conselho de Segurança da ONU.


ID
83761
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Há algo que não se pode dizer do século XX: que foi um
tempo de brumas, silêncios e mistérios. Tudo nele foi a céu aberto,
agressivamente iluminado, escancarado e estridente. E, no entanto,
ele é ainda um enigma - um claro en igma, parafraseando
Drummond -, e dele não podemos fazer o necrológio completo. E
porque findou como uma curva inesperada da história, em um
astucioso desencontro do que achávamos ser o futuro, turvou nossa
memória e nosso olhar. E tornou-se pedra e esfinge, com um brilho
que ainda cega e desafia.

O século XX foi, sem dúvida, um século das utopias.
O seu andamento coincidiu com a máxima expansão das categorias
fundamentais do mundo moderno - sujeito e trabalho -, eixos que
presidiram a atualização e exasperaram os limites do liberalismo e do
socialismo, as duas grandes utopias da modernidade. E talvez por isso
exiba uma característica única e contraditória: parece ter sido o mais
preparado e explicado pelos séculos anteriores e, simultaneamente,
o que mais distanciou a humanidade de seu passado, mesmo o mais
próximo, decretando o caráter obsoleto de formas de vida e
sociabilidade consolidadas durante milênios.

O século XX sancionou o Estado-nação como a forma, por
excelência, de organização das sociedades em peregrinação para o
futuro e em busca de transparência. Os Estados nacionais ergueramse
como personagens privilegiadas de uma história humana cada vez
mais cosmopolita, para lembrar Kant, modificando de forma radical
a paisagem do mundo. Com eles, o direito assumiu progressivamente
a condição de um idioma universal, reagindo sobre o passado e
destruindo velhas estruturas hierárquicas fundadas em privilégios e na
tradição.

Mas o século XX não é apenas um tempo de esperanças.
É também o século do medo e das tragédias injustificáveis. A dura
realidade dos interesses provoca dois grandes conflitos mundiais, um
tenso período de guerra fria e uma interminável série de guerras
localizadas. Um século de violência dos que oprimem e dos que se
revoltam.

Rubem Barboza Filho. Século XX: uma introdução (em forma
de prefácio). Apud: Alberto Aggio e Milton Lahuerta (Org.).
Pensar o século XX. São Paulo: Unesp, 2003, p. 15-9 (com
a d a p t a ç õ e s ) .

Considerando o texto acima, julgue os itens seguintes, rel ativos
ao cenário histórico do mundo contemporâneo.

Exemplos de violência não faltam neste século XX, classificado também no texto como o tempo " do medo e das tragédias injustificáveis". Entre eles, podem ser destacados os artefatos nucleares e os fascismos, síntese incontrastável do que Hannah Arendt definiu como a banalização do mal.

Alternativas
Comentários
  • Questão CORRETA. 

  • certo - banalização do mal


ID
83764
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Há algo que não se pode dizer do século XX: que foi um
tempo de brumas, silêncios e mistérios. Tudo nele foi a céu aberto,
agressivamente iluminado, escancarado e estridente. E, no entanto,
ele é ainda um enigma - um claro en igma, parafraseando
Drummond -, e dele não podemos fazer o necrológio completo. E
porque findou como uma curva inesperada da história, em um
astucioso desencontro do que achávamos ser o futuro, turvou nossa
memória e nosso olhar. E tornou-se pedra e esfinge, com um brilho
que ainda cega e desafia.

O século XX foi, sem dúvida, um século das utopias.
O seu andamento coincidiu com a máxima expansão das categorias
fundamentais do mundo moderno - sujeito e trabalho -, eixos que
presidiram a atualização e exasperaram os limites do liberalismo e do
socialismo, as duas grandes utopias da modernidade. E talvez por isso
exiba uma característica única e contraditória: parece ter sido o mais
preparado e explicado pelos séculos anteriores e, simultaneamente,
o que mais distanciou a humanidade de seu passado, mesmo o mais
próximo, decretando o caráter obsoleto de formas de vida e
sociabilidade consolidadas durante milênios.

O século XX sancionou o Estado-nação como a forma, por
excelência, de organização das sociedades em peregrinação para o
futuro e em busca de transparência. Os Estados nacionais ergueramse
como personagens privilegiadas de uma história humana cada vez
mais cosmopolita, para lembrar Kant, modificando de forma radical
a paisagem do mundo. Com eles, o direito assumiu progressivamente
a condição de um idioma universal, reagindo sobre o passado e
destruindo velhas estruturas hierárquicas fundadas em privilégios e na
tradição.

Mas o século XX não é apenas um tempo de esperanças.
É também o século do medo e das tragédias injustificáveis. A dura
realidade dos interesses provoca dois grandes conflitos mundiais, um
tenso período de guerra fria e uma interminável série de guerras
localizadas. Um século de violência dos que oprimem e dos que se
revoltam.

Rubem Barboza Filho. Século XX: uma introdução (em forma
de prefácio). Apud: Alberto Aggio e Milton Lahuerta (Org.).
Pensar o século XX. São Paulo: Unesp, 2003, p. 15-9 (com
a d a p t a ç õ e s ) .

Considerando o texto acima, julgue os itens seguintes, rel ativos
ao cenário histórico do mundo contemporâneo.

Os dois grandes conflitos mundiais do século XX tiveram origens e motivações distintas. Enquanto a Grande Guerra de 1914 teve, desde o início, caráter mundial, em função sobretudo do colonialismo europeu que estendia seus tentáculos por vários continentes, a Segunda Guerra circunscreveu-se ao palco europeu, malgrado ter contado com a participação de países americanos e asiáticos.

Alternativas
Comentários
  • Pelo gabarito: Errado.
    Comentário: A 1a e 2a Guerras tiveram origens e motivações semelhantes, o colonialismo europeu.
  • Eu entendo que elas tiveram motivacoes semelhantes sim. Há quem diga, inclusive, que a Segunda Guerra foi a continuação da primeira. Duas dessas motivacoes seriam o próprio imperialismo ou o nacionalismo. Porém, além disso, podemos dizer que a Primeira Guerra, na verdade, comecou como conflito exclusivamente europeu, e depois ganhou caráter mundial. A Segunda Guerra, ao contrário do que é afirmado, tornou-se um conflito de grande caráter global, após a cisao entre o conflito europeu e o asiático, depois de Pealr Harbor.
  • Vários erros a meu ver:

    Os dois grandes conflitos mundiais do século XX tiveram origens e motivações distintas. Enquanto a Grande Guerra de 1914 teve, des d e o início, caráter mundial, em função sobretudo do colonialismo europeu que estendia seus tentáculos por vários continentes, a Segunda Guerra circunscreveu-se ao palco europeu, malgrado ter contado com a participação de países americanos e asiáticos.

    1) Muitos autores, como Burns, falam da IIGM como continuidade da IGM, diante do fracasso da LDN e das negociações de paz em superarem o nacionalismo e o expansionismo das potências - inclusive agravados no pós-Grande Depressão.

    2) A IGM, embora circunscrita ao território europeu, passou a ser mundial com a adesão do JAP (1914) e dos EUA (1917)

    3) A IIGM até 1941 pode ser dividida entre as guerras na Europa e no Pacífico. Em 1941, com o ataque à Pearl Harbour e a adesão dos EUA considera-se que o conflito passa a ser GLOBAL. Então, não ficou restrita ao território europeu (continente asiático e no norte da África tbm!)

  • General MacArthur revirou-se no túmulo com essa questão. 

  • IMPERIALISMO

  • Típico gabarito de pura opinião

  • Creio que o erro da questão esteja aqui: "malgrado ter contado com a participação de países americanos e asiáticos"

ID
83767
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Há algo que não se pode dizer do século XX: que foi um
tempo de brumas, silêncios e mistérios. Tudo nele foi a céu aberto,
agressivamente iluminado, escancarado e estridente. E, no entanto,
ele é ainda um enigma - um claro en igma, parafraseando
Drummond -, e dele não podemos fazer o necrológio completo. E
porque findou como uma curva inesperada da história, em um
astucioso desencontro do que achávamos ser o futuro, turvou nossa
memória e nosso olhar. E tornou-se pedra e esfinge, com um brilho
que ainda cega e desafia.

O século XX foi, sem dúvida, um século das utopias.
O seu andamento coincidiu com a máxima expansão das categorias
fundamentais do mundo moderno - sujeito e trabalho -, eixos que
presidiram a atualização e exasperaram os limites do liberalismo e do
socialismo, as duas grandes utopias da modernidade. E talvez por isso
exiba uma característica única e contraditória: parece ter sido o mais
preparado e explicado pelos séculos anteriores e, simultaneamente,
o que mais distanciou a humanidade de seu passado, mesmo o mais
próximo, decretando o caráter obsoleto de formas de vida e
sociabilidade consolidadas durante milênios.

O século XX sancionou o Estado-nação como a forma, por
excelência, de organização das sociedades em peregrinação para o
futuro e em busca de transparência. Os Estados nacionais ergueramse
como personagens privilegiadas de uma história humana cada vez
mais cosmopolita, para lembrar Kant, modificando de forma radical
a paisagem do mundo. Com eles, o direito assumiu progressivamente
a condição de um idioma universal, reagindo sobre o passado e
destruindo velhas estruturas hierárquicas fundadas em privilégios e na
tradição.

Mas o século XX não é apenas um tempo de esperanças.
É também o século do medo e das tragédias injustificáveis. A dura
realidade dos interesses provoca dois grandes conflitos mundiais, um
tenso período de guerra fria e uma interminável série de guerras
localizadas. Um século de violência dos que oprimem e dos que se
revoltam.

Rubem Barboza Filho. Século XX: uma introdução (em forma
de prefácio). Apud: Alberto Aggio e Milton Lahuerta (Org.).
Pensar o século XX. São Paulo: Unesp, 2003, p. 15-9 (com
a d a p t a ç õ e s ) .

Considerando o texto acima, julgue os itens seguintes, rel ativos
ao cenário histórico do mundo contemporâneo.

A guerra fria assinalou a fase de confronto entre as d u as superpotências que emergiram da Segunda Guerra Mundial, t en do seu clímax após o anúncio da Doutrina Truman, pel a qual os Estados Unidos da Amér ica (EUA) se dispunham a apoiar os países que resistissem ao comunismo.

Alternativas
Comentários
  • A Doutrina Truman desdobra-se em Plano Marshall, orientado à reconstrução da Europa Ocidental. A reação da URSS, liderada por Stálin, foi ao reinício do processo de militarização das fronteiras, o recrudescimento da política de espaços na Europa Oriental o aceleramento do projeto de desenvolvimento da bomba atômica.  (Sombra Saraiva, Relações Internacionais. Dois Séculos de História. VII).

    Ou seja, após o anúncio da Doutrina Truman, a Guerra Fria atinge seu clímax.

  • Considero essa questão um pouco mal elaborada já que o clímax seria a Doutrina Truman. Inegavelmente, tal doutrina traz em seu bojo a disputa contra o Socialismo real da URSS. No entanto, localizaria o clímax de toda a guerra fria em eventos como o bloqueio de Berlim ocidental e a Crise dos mísseis em Cuba. 
  • Doutrina Truman é igual ao Plano Marshall??? Onde está as semelhanças e diferenças? ou não existe?
  • A Doutrina Truman é tida como o início da Guerra Fria e não o seu clímax. O anúncio da DT dá início à chamada fase quente (1947-1955).  O período mais quente dessa fase foi o Bloqueio de Berlim. Interessante é que uma das fases mais quentes ( a crise dos mísseis) marca o período subsequente, a coexistência pacífica. Difícil saber o que o examinador quer. 
  • Caro Daniel, seguem breves comentários acerca de seus questionamentos.

    Embora haja íntima relação entre os dois termos, tratam-se de aspectos diversos da política norte-americana no Pós-2ª GM.

    A Doutrina, elaborada em 1947 pelo Presidente Harry Truman, orientava a políltica externa dos EUA. Servia como diretriz de atuação das relações internacionais dos EUA naquele período. A principal característica da Doutrina era evitar a expansão do comunismo. Essa doutrina norteou a adoção de estratégias para alcançar seu objetivo. 

    O Plano Marshall, referência ao secretário de Estado George Marshall, foi o principal instrumento da Doutrina Truman. Consistia em fornecer ajuda econômica aos países destruídos pela guerra. Dessa forma, os EUA garantiam o sistema capitalista nesses países, bem como, sua influência sobre eles. 

    Em linhas gerais, portanto, o Plano estava contido na Doutrina. Executava o que havia sido pensado. 
  • O incio é a doutrina Truman. O ápice é a Crise dos Mísseis. Questão mal redigida e passível de anulação.
  • Ah tá, o ápice foi o discurso do Thumam... Não foi a crise dos mísseis não né? Chuva radioativa na sua cabeça... morrer de câncer por causa da radiação... derreter em virtude de explosão de 1000ºC... Guerra do Vietnam pipocando... Afeganistão... Regimes ditatoriais... Revolução Cubana... O livro do examinador estava faltando algumas páginas, só pode. 

  • O ápice foi a crise dos mísseis em 1962.  Concordo com o Wilson, deve estar faltando páginas no livro de história desse examinador. 

  • Acho que o examinador considerou como climax o primeiro evento mais importante de embate...

  • QUESTAO CORRETA. 

  • Finalmente entendi a banca. Interpretação de texto: "clímax após o anúncio da Doutrina Truman" não significa "climax logo após o anúncio da Doutrina Truman", nem "climax com o anúncio da Doutrina Truman". Bloqueio de Berlim, Crise dos Mísseis, qualquer evento marcante na escalada de tensões da Guerra Fria, todos aconteceram após o anúncio da Doutrina Truman. Antes que não foi. Questão mal redigida, mas há lógica para sustentar o gabarito.

  • Questão CORRETA com base no livro "A Era dos Extremos", de Eric Hobsbawm, que na p. 226 diz:

    "Provavelmente o período mais explosivo foi aquele entre a enunciação formal da Doutrina Truman, em março de 1947 (“Creio que a política dos Estados Unidos deve ser a de apoiar os povos livres que resistem a tentativas de subjugação por minorias armadas ou por pressões de fora”), e abril de 1951, quando o mesmo presidente americano demitiu o general Douglas MacArthur, comandante das forças americanas na Guerra da Coréia, que levou sua ambição militar longe demais. Esse foi o período em que o medo americano de uma desintegração social ou revolução social nas partes não soviéticas da Eurásia não era de todo fantástico — afinal, em 1949 os comunistas assumiram o poder na China.

    Por outro lado, os EUA com quem a URSS se defrontava tinham o monopólio das armas nucleares e multiplicavam declarações de anticomunismo militantes e agressivas, enquanto surgiam as primeiras fendas na solidez do bloco soviético com a saída da Iugoslávia de Tito (1948). Além disso, de 1949 em diante a China esteve sob um governo que não apenas mergulhou imediatamente numa grande guerra na Coréia, como — ao contrário de todos os outros governos — se dispunha de fato a enfrentar um holocausto nuclear e sobreviver. Qualquer coisa poderia acontecer. Assim que a URSS adquiriu armas nucleares — quatro anos depois de Hiroxima no caso da bomba atômica (1949), nove meses depois dos EUA no caso da bomba de hidrogênio (1953) — as duas superpotências claramente abandonaram a guerra como instrumento de política, pois isso equivalia a um pacto suicida. Não está muito claro se chegaram a considerar seriamente a possibilidade de uma ação nuclear contra terceiros — os EUA na Coréia em 1951, e para salvar os franceses no Vietnã em 1954; a URSS contra a China em 1969 —, mas de todo modo as armas não foram usadas. Contudo, ambos usaram a ameaça nuclear, quase com certeza sem intenção de cumpri-la, em algumas ocasiões..."

  • CORRETO!


ID
83770
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Há algo que não se pode dizer do século XX: que foi um
tempo de brumas, silêncios e mistérios. Tudo nele foi a céu aberto,
agressivamente iluminado, escancarado e estridente. E, no entanto,
ele é ainda um enigma - um claro en igma, parafraseando
Drummond -, e dele não podemos fazer o necrológio completo. E
porque findou como uma curva inesperada da história, em um
astucioso desencontro do que achávamos ser o futuro, turvou nossa
memória e nosso olhar. E tornou-se pedra e esfinge, com um brilho
que ainda cega e desafia.

O século XX foi, sem dúvida, um século das utopias.
O seu andamento coincidiu com a máxima expansão das categorias
fundamentais do mundo moderno - sujeito e trabalho -, eixos que
presidiram a atualização e exasperaram os limites do liberalismo e do
socialismo, as duas grandes utopias da modernidade. E talvez por isso
exiba uma característica única e contraditória: parece ter sido o mais
preparado e explicado pelos séculos anteriores e, simultaneamente,
o que mais distanciou a humanidade de seu passado, mesmo o mais
próximo, decretando o caráter obsoleto de formas de vida e
sociabilidade consolidadas durante milênios.

O século XX sancionou o Estado-nação como a forma, por
excelência, de organização das sociedades em peregrinação para o
futuro e em busca de transparência. Os Estados nacionais ergueramse
como personagens privilegiadas de uma história humana cada vez
mais cosmopolita, para lembrar Kant, modificando de forma radical
a paisagem do mundo. Com eles, o direito assumiu progressivamente
a condição de um idioma universal, reagindo sobre o passado e
destruindo velhas estruturas hierárquicas fundadas em privilégios e na
tradição.

Mas o século XX não é apenas um tempo de esperanças.
É também o século do medo e das tragédias injustificáveis. A dura
realidade dos interesses provoca dois grandes conflitos mundiais, um
tenso período de guerra fria e uma interminável série de guerras
localizadas. Um século de violência dos que oprimem e dos que se
revoltam.

Rubem Barboza Filho. Século XX: uma introdução (em forma
de prefácio). Apud: Alberto Aggio e Milton Lahuerta (Org.).
Pensar o século XX. São Paulo: Unesp, 2003, p. 15-9 (com
a d a p t a ç õ e s ) .

Considerando o texto acima, julgue os itens seguintes, rel ativos
ao cenário histórico do mundo contemporâneo.

O fato de a URSS de Stálin ter conseguido fabricar a bomba atômica, mas não a d e hidrogênio, impediu que durante a fase d e tensão mais pronunciada da guerra fria houvesse um equilíbrio entre as superpotências em t ermos de poder de destruição do inimigo, o que levou o governo de Moscou a manter uma atitude de prudente cautela em momentos críticos, como os ocorridos na Coréia (1951), Vietnã (1954) e Cuba (1962).

Alternativas
Comentários
  • A URSS produziu a bomba de hidrogênio, em 1953, depois dos EUA (1949). A bomba de hidrogênio é mais destrutiva que a bomba atômica. Ainda, EUA e URSS entraram em choque sobre as áreas de influência na Ásia. A Guerra da Coreia , entre 1950 e 1053, as duas superpotências jogaram todos os seus esforços na demonstração de poder mundial na Coreia. (Sombra Saraiva, VII).


ID
83773
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Há algo que não se pode dizer do século XX: que foi um
tempo de brumas, silêncios e mistérios. Tudo nele foi a céu aberto,
agressivamente iluminado, escancarado e estridente. E, no entanto,
ele é ainda um enigma - um claro en igma, parafraseando
Drummond -, e dele não podemos fazer o necrológio completo. E
porque findou como uma curva inesperada da história, em um
astucioso desencontro do que achávamos ser o futuro, turvou nossa
memória e nosso olhar. E tornou-se pedra e esfinge, com um brilho
que ainda cega e desafia.

O século XX foi, sem dúvida, um século das utopias.
O seu andamento coincidiu com a máxima expansão das categorias
fundamentais do mundo moderno - sujeito e trabalho -, eixos que
presidiram a atualização e exasperaram os limites do liberalismo e do
socialismo, as duas grandes utopias da modernidade. E talvez por isso
exiba uma característica única e contraditória: parece ter sido o mais
preparado e explicado pelos séculos anteriores e, simultaneamente,
o que mais distanciou a humanidade de seu passado, mesmo o mais
próximo, decretando o caráter obsoleto de formas de vida e
sociabilidade consolidadas durante milênios.

O século XX sancionou o Estado-nação como a forma, por
excelência, de organização das sociedades em peregrinação para o
futuro e em busca de transparência. Os Estados nacionais ergueramse
como personagens privilegiadas de uma história humana cada vez
mais cosmopolita, para lembrar Kant, modificando de forma radical
a paisagem do mundo. Com eles, o direito assumiu progressivamente
a condição de um idioma universal, reagindo sobre o passado e
destruindo velhas estruturas hierárquicas fundadas em privilégios e na
tradição.

Mas o século XX não é apenas um tempo de esperanças.
É também o século do medo e das tragédias injustificáveis. A dura
realidade dos interesses provoca dois grandes conflitos mundiais, um
tenso período de guerra fria e uma interminável série de guerras
localizadas. Um século de violência dos que oprimem e dos que se
revoltam.

Rubem Barboza Filho. Século XX: uma introdução (em forma
de prefácio). Apud: Alberto Aggio e Milton Lahuerta (Org.).
Pensar o século XX. São Paulo: Unesp, 2003, p. 15-9 (com
a d a p t a ç õ e s ) .

Considerando o texto acima, julgue os itens seguintes, rel ativos
ao cenário histórico do mundo contemporâneo.

Ainda que próximo dos EUA, especialmente em termos comerciais, o Brasil da segunda metade da década de 40 do século XX - governo G as p ar Dutra - procurou manter-se eqüidistante no cenário de polarização ideológica e de retórica demasiado agressiva da guerra fria, eximindo-se de assumir atitudes políticas que pudessem significar comprometimento ou ruptura com as superpotências.

Alternativas
Comentários
  • Não deu para ficar em cima do muro.
  • Dutra era melhor amigo de Eisenhower. Vejam a foto dos dois confraternizando:

    http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://ricafonte.com/historia/textos/Historia_Brasil/Rep%C3%BAblica/Governo%2520Dutra%2520exe_arquivos/image002.jpg&imgrefurl=http://ricafonte.com/historia/textos/Historia_Brasil/Rep%25C3%25BAblica/Governo%2520Dutra%2520exe.htm&usg=__QPXuKQMk_njri90YJsdMITR4GLA=&h=257&w=337&sz=15&hl=pt-br&start=0&sig2=7RVfkIO7ctCjqBg7SQshQg&zoom=1&tbnid=vh1jgsbwAewbgM:&tbnh=150&tbnw=197&ei=u7gCTaCsFIKKlwfIvNTTCQ&prev=/images%3Fq%3Ddutra%2Be%2Beisenhower%26um%3D1%26hl%3Dpt-br%26sa%3DN%26biw%3D946%26bih%3D466%26tbs%3Disch:1&um=1&itbs=1&iact=hc&vpx=135&vpy=82&dur=344&hovh=196&hovw=257&tx=146&ty=73&oei=u7gCTaCsFIKKlwfIvNTTCQ&esq=1&page=1&ndsp=8&ved=1t:429,r:0,s:0

  • Na política externa, Dutra estreitou os laços entre Brasil e Estados Unidos, alinhando-se contra a União So­viética. Em 1947, rompeu relações diplomáticas com a União Soviética, além de decretar a ilegalidade do Partido Comu­nista Brasileiro (PCB), cassando mandatos de seus depu­tados, senadores e vereadores, eleitos em 1945. Os rumos políticos do governo Dutra foram em parte resultados da guerra fria estabelecida entres Estados Unidos e União Soviética a partir da Doutrina Truman (1947).Boa parte dos militares brasileiros e das elites civis não acreditava na possibilidade de o Brasil manter-se neutro nos conflitos entre os dois blocos, dada a sua dependência em relação aos Estados Unidos em termos econômicos e especialmente no tocante ao fornecimento de armamentos. Em 1948, por decreto presidencial foi criada a Escola Superior de Guerra, tendo como modelo o War College norte-americano, defensora do alinhamento com os Estados Unidos em face da divisão do mundo. Mesmo assim, especialmente no Exército, era grande o número de oficiais nacionalistas que, juntamente com elementos da burguesia industrial, defendiam certo distanciamento em relação aos norte-americanos.

    Questão errada!
  • ERRADO.

    Alguns  fatos em que houve polarização ideológica unilateral, quase cega, em favor dos EUA no Governo de DUTRA.
    • TSE cassa o PCB acusada de organização a serviço de Moscou.
    • Brasil rompe as relações com os URSS - 1947  (nem os EUA fizeram isto)
    • Criação da Escola Superior de Guerra, ligada à Presidência, que imita o Nation War College dos EUA.
    • Brasil rompe as relações com a China de Mao Zedong - 1949.
  • Afirmativa errada tendo-se em vista que o Brasil fez de certa forma aliança com os EUA,que tinha por base o capitalismo;além do mais,o brasil rompeu relações com a China e a URSS.
  • Em qual epóca o Brasil ficou em cima do muro???
  •        A questão está errada ao afirmar que o presidente Eurico Gaspar Dutra (1946-1950) procurou manter equidistante da polarização ideolódica da Guerra fria, tendo em vista que Dutra aliou-se aos Estados Unidos. Nas palavras de Gilberto Cotrim, 2006, Saraiva, pág. 545: “.....Nesse contexto histórico, o governo Dutra aliou-se ao bloco liderado pelo governo dos Estados Unidos, e uma das consequências dessa aliança foi o rompimento de relações diplomáticas com a União Soviética, em 1947. Internamente, o governo Dutra, cumprindo decisão do Supremo Tribunal Federal, pôs o Partido Comunista Brasileiro (PCB) na ilegalidade. Todos os parlamentares eleitos por esse partido, entre eles Luís Carlos Prestes (senador), tiveram seus mandatos cassados, acusados principalmente de receber dinheiro e orientação da União Soviética....”
     
     

    Abraço. Bons estud os!
  • ERRADO

     

    Além do fato do Brasil ter se alinhado aos EUA (viagem de Truman ao Rio de Janeiro em 1947 e de Dutra aos EUA em 1949, assinatura do TIAR em 1947 e voto na ONU acompanhando os EUA quanto à inadmissão da República Popular da China), o Brasil também rompeu relações diplomáticas com a URSS, conforme segue abaixo:

     

    "Logo depois, em 1947, após a cassação do registro do Partido Comunista Brasileiro, a imprensa estatal soviética desferiu ataque ao governo brasileiro e às Forças Armadas. Após a recusa do governo soviético em dar as explicações solicitadas, o governo brasileiro rompeu relações. A embaixada norte-americana ficou encarregada dos interesses brasileirosem Moscou. A ruptura de relações, ocorrida em outubro daquele ano, na verdade foi a culminância de um processo de deterioração nas relações entre os dois governos. É preciso ainda incluir nesse processo a declaração de Luís Carlos Prestes de que lutaria pela URSS na hipótese de conflito com o Brasil, e os ataques da delegação e da imprensa soviética a Osvaldo Aranha".

     

    História da Política Exterior do Brasil - Cervo e Bueno

  • Errado.

     

     

    Iniciado no imediato pós-Segunda Guerra Mundial, o governo do marechal Eurico Gaspar Dutra assinalou, entre outros aspectos, a INSERÇÃO DO BRASIL NAS TEIAS DA GUERRA FRIA, que então se inaugurava. Entre as decisões tomadas pelo país no período, citam-se o apoio à diplomacia norte-americana, o rompimento de relações com a União Soviética e a cassação do registro do Partido Comunista, com a conseqüente perda do mandato dos parlamentares

  • ERRADO. Por mais que o rompimento com a URSS tenha sido influenciado por questões iminentemente internas, isso denota a preferência do governo Dutra pelo lado ocidental.


ID
83776
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Há algo que não se pode dizer do século XX: que foi um
tempo de brumas, silêncios e mistérios. Tudo nele foi a céu aberto,
agressivamente iluminado, escancarado e estridente. E, no entanto,
ele é ainda um enigma - um claro en igma, parafraseando
Drummond -, e dele não podemos fazer o necrológio completo. E
porque findou como uma curva inesperada da história, em um
astucioso desencontro do que achávamos ser o futuro, turvou nossa
memória e nosso olhar. E tornou-se pedra e esfinge, com um brilho
que ainda cega e desafia.

O século XX foi, sem dúvida, um século das utopias.
O seu andamento coincidiu com a máxima expansão das categorias
fundamentais do mundo moderno - sujeito e trabalho -, eixos que
presidiram a atualização e exasperaram os limites do liberalismo e do
socialismo, as duas grandes utopias da modernidade. E talvez por isso
exiba uma característica única e contraditória: parece ter sido o mais
preparado e explicado pelos séculos anteriores e, simultaneamente,
o que mais distanciou a humanidade de seu passado, mesmo o mais
próximo, decretando o caráter obsoleto de formas de vida e
sociabilidade consolidadas durante milênios.

O século XX sancionou o Estado-nação como a forma, por
excelência, de organização das sociedades em peregrinação para o
futuro e em busca de transparência. Os Estados nacionais ergueramse
como personagens privilegiadas de uma história humana cada vez
mais cosmopolita, para lembrar Kant, modificando de forma radical
a paisagem do mundo. Com eles, o direito assumiu progressivamente
a condição de um idioma universal, reagindo sobre o passado e
destruindo velhas estruturas hierárquicas fundadas em privilégios e na
tradição.

Mas o século XX não é apenas um tempo de esperanças.
É também o século do medo e das tragédias injustificáveis. A dura
realidade dos interesses provoca dois grandes conflitos mundiais, um
tenso período de guerra fria e uma interminável série de guerras
localizadas. Um século de violência dos que oprimem e dos que se
revoltam.

Rubem Barboza Filho. Século XX: uma introdução (em forma
de prefácio). Apud: Alberto Aggio e Milton Lahuerta (Org.).
Pensar o século XX. São Paulo: Unesp, 2003, p. 15-9 (com
a d a p t a ç õ e s ) .

Considerando o texto acima, julgue os itens seguintes, rel ativos
ao cenário histórico do mundo contemporâneo.

Exemplos marcantes d e g u erras localizadas - de que foi pródigo o século XX, como lembra o texto - são as ocorridas no Oriente Médio, salientando o caráter estratégico da região, na qual se mesclam motivações de ordem religiosa, geopolítica e econômica, esta diretamente ligada às abundantes reservas de petróleo lá existentes

Alternativas

ID
83779
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Com a queda da monarquia, em 1889, ainda que
preservada a dominação oligárquica, o novo regime acaba
beneficiando-se dos efeitos modernizadores, decorrentes da abolição
da escravatura (1888), sobre o desenvolvimento da economia
cafeeira que se dinamiza com a introdução do trabalho livre e de
imigrantes europeus. Com a Primeira República, extingue-se o
sistema censitário, mas os analfabetos são excluídos totalmente do
direito de voto.

As primeiras pressões democratizantes buscando alterar a
ordem liberal excludente se desencadeiam apenas na década de 20,
quando se inicia a crise da República Velha, que, com a Revolução
de 1930, submerge no centro de suas próprias contradições. As
insurreições sucessivas dos tenentes e a Coluna Prestes permitem,
mais tarde, que a Aliança Liberal, com a Revolução de 1930,
transcenda à mera disputa regionalista e se transforme em um
projeto nacional que busca legitimidade nas camadas médias urbanas,
superando os limites ideológicos das oligarquias dissidentes.
Essas aspirações crescentes do Brasil urbano serão, em parte,
frustradas, após 1930, pela conjugação de duas tendências
antiliberais - o estatismo crescente e o pensamento autoritário. A
radicalização político-ideológica dos anos críticos, entre 1934 e
1938, solapa o consenso revolucionário e produz efeitos perversos.
Na república populista, após o Estado Novo de Vargas, persiste o
mesmo padrão dominante da lógica liberal e da práxis autoritária. A
estruturação partidária de 1945 a 1966 foi dominada pela
hegemonia dos partidos conservadores.

Hélgio Trindade . Brasil em perspectiva: conservadorismo liberal e democracia
bloqueada. In: Carlos Guilherme Mota (Org.). Viagem incompleta: a experiência
brasileira (1500-2000) - a grande transação. São Paulo: SENAC, 2000, p. 357-64
( c o m a d a p t a ç õ e s ) .

A partir do texto acima, j u lgue os itens que se seguem, relativos
à evolução histórica do Brasil republicano.

Nos estertores do regime monárquico, a abolição do trabalho escravo pela L ei Áurea, ainda que tenha desagradado a uma significativa parcel a da classe proprietária, não foi capaz de promover a inc l u s ão social dos negros recém-libertados, reforçando um quadro de subalternidade dos afrodescendentes ainda visível em pleno início do século XXI.

Alternativas
Comentários
  • Vale lembrar que antes da Lei Áurea existiu a Lei de terras, que deixou o acesso à terra praticamente impossível aos negros libertados. Nenhuma ação foi feita para a inserção dos negros na sociedade, mantendo-os excluídos.

  •  Complementando o comentário anterior: com a transição do emprego de mão-de-obra escrava para a assalariada, além do impedimento geral de acesso à propriedade da terra, abusos foram cometidos tanto contra imigrantes como ex-escravos. Porém, enquanto aqueles contavam com a assistência de seu país de origem para condenar os maus-tratos e tinham mais condições para se organizar e lutar pelos próprios direitos, os ex-escravos não dispunham de qualquer amparo legal, social ou político.

  • A Lei Áurea em si é bastante enxuta e trata “apenas” da Abolição da Escravatura, sem oferecer soluções sociais para os negros recém-libertados.

    Ou seja, a Abolição da Escravatura não garantiu o exercício da cidadania para este contingente de brasileiros, já que foi incapaz de promover a inclusão social dos negros que acabavam de deixar as senzalas.

    Os grandes proprietários de terra também pouco contribuíram para este período de transição, pois na maior parte das vezes optavam por empregar nas lavouras imigrantes europeus recém-chegados ao Brasil – e não os negros que já conheciam o trabalho.

    Resposta: Certo


ID
83782
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Com a queda da monarquia, em 1889, ainda que
preservada a dominação oligárquica, o novo regime acaba
beneficiando-se dos efeitos modernizadores, decorrentes da abolição
da escravatura (1888), sobre o desenvolvimento da economia
cafeeira que se dinamiza com a introdução do trabalho livre e de
imigrantes europeus. Com a Primeira República, extingue-se o
sistema censitário, mas os analfabetos são excluídos totalmente do
direito de voto.

As primeiras pressões democratizantes buscando alterar a
ordem liberal excludente se desencadeiam apenas na década de 20,
quando se inicia a crise da República Velha, que, com a Revolução
de 1930, submerge no centro de suas próprias contradições. As
insurreições sucessivas dos tenentes e a Coluna Prestes permitem,
mais tarde, que a Aliança Liberal, com a Revolução de 1930,
transcenda à mera disputa regionalista e se transforme em um
projeto nacional que busca legitimidade nas camadas médias urbanas,
superando os limites ideológicos das oligarquias dissidentes.
Essas aspirações crescentes do Brasil urbano serão, em parte,
frustradas, após 1930, pela conjugação de duas tendências
antiliberais - o estatismo crescente e o pensamento autoritário. A
radicalização político-ideológica dos anos críticos, entre 1934 e
1938, solapa o consenso revolucionário e produz efeitos perversos.
Na república populista, após o Estado Novo de Vargas, persiste o
mesmo padrão dominante da lógica liberal e da práxis autoritária. A
estruturação partidária de 1945 a 1966 foi dominada pela
hegemonia dos partidos conservadores.

Hélgio Trindade . Brasil em perspectiva: conservadorismo liberal e democracia
bloqueada. In: Carlos Guilherme Mota (Org.). Viagem incompleta: a experiência
brasileira (1500-2000) - a grande transação. São Paulo: SENAC, 2000, p. 357-64
( c o m a d a p t a ç õ e s ) .

A partir do texto acima, j u lgue os itens que se seguem, relativos
à evolução histórica do Brasil republicano.

A estrutura política vigente na República Velha preservo u , como afirma o texto, a d omi nação oligárquica herdada do Imp ér io. Formalmente inspirado nos EUA, o modelo republicano adotado é presidencialista, mas, diferentemente de sua fonte i n s p i rad o ra, mo s tra-se profundamente centralizado e sustentado por poucos - mas p o derosos - partidos políticos nacionais.

Alternativas
Comentários
  • Não é no Brasil e sim nos Estados Unidos QUe o poder é dominado por dois grnades partidos políticos: Republicanos e Democratas.
  • Tanto EUA quanto o Brasil se paltaram pelo modelo federativo que predispõe altonomia e não centralização
  • Como errei essa questão, fui buscar mais sobre os partidos políticos nessa época e encontrei o trecho abaixo que corrobora o erro da assertiva e o comentário do colega acima:

    "A República Velha acabou marcada pela inexistência de forças políticas nacionais e homogêneas, que dizer de partidos, pois os ditos “partidos” regionais eram representação das oligarquias e coronelismos de cada estado.

    Se no Império havia algo parecido com partidos nacionais, esses cindiram e cada uma de suas lideranças resolveu fundar a própria força política, não dando espaço à criação de instituições nacionais, o que acabou implicando num constante debater e puxar de armas pelo país afora, em vista das sempre presentes insatisfações regionais em um sistema caótico".

    fonte:
    http://predicaehistoria.blogspot.com/2008/02/iii-na-repblica-velha.html


  • Após ler os comentários acima ainda não concluí qual é o erro na questão...
    Please, help us...
  • Os partidos não eram fortes; a força estava nos oligarcas.
  • Na minha opinião: os partidos políticos não eram nacionais, e sim estaduais, e o poder não era centralizado (os estados tinham ampla autonomia).
  • No império havia dominação oligárquica? Como a estrutura da República Velha vai preservar algo que inexistia no império?

     

  • O erro da questão é "nacionais". Os partidos eram estaduais.

  • vários erros de digitação!

  • Complementando,

    (corrija-me se eu estiver enganado

    )

    Entendo que diferente do que a questão afirma, a centralização é mais característica do Império. Além disso, não havia profunda centralização na Primeira República, tendo em vista que existia, em linhas gerais, uma alternância de liderança presidencial entre os estados de São Paulo e Minas.

    Correto?

    Bons estudos.

  • A estrutura política vigente na República Velha preservou , como afirma o texto, a dominação oligárquica herdada do Império. Formalmente inspirado nos EUA, o modelo republicano adotado é presidencialista, mas, diferentemente de sua fonte inspiradora, mostra-se profundamente centralizado e sustentado por poucos - mas poderoso - partidos políticos nacionais.

    O poder não era centralizado. Um bom exemplo da descentralização do poder estava na força política que São Paulo e Minas Gerais exerciam no cenário político nacional. Além disso, os partidos tinham características estaduais, exemplo disso é o PRP - Partido Republicano Paulista.

    GAB: ERRADO.

    PERTENCEREMOS!


ID
83785
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Com a queda da monarquia, em 1889, ainda que
preservada a dominação oligárquica, o novo regime acaba
beneficiando-se dos efeitos modernizadores, decorrentes da abolição
da escravatura (1888), sobre o desenvolvimento da economia
cafeeira que se dinamiza com a introdução do trabalho livre e de
imigrantes europeus. Com a Primeira República, extingue-se o
sistema censitário, mas os analfabetos são excluídos totalmente do
direito de voto.

As primeiras pressões democratizantes buscando alterar a
ordem liberal excludente se desencadeiam apenas na década de 20,
quando se inicia a crise da República Velha, que, com a Revolução
de 1930, submerge no centro de suas próprias contradições. As
insurreições sucessivas dos tenentes e a Coluna Prestes permitem,
mais tarde, que a Aliança Liberal, com a Revolução de 1930,
transcenda à mera disputa regionalista e se transforme em um
projeto nacional que busca legitimidade nas camadas médias urbanas,
superando os limites ideológicos das oligarquias dissidentes.
Essas aspirações crescentes do Brasil urbano serão, em parte,
frustradas, após 1930, pela conjugação de duas tendências
antiliberais - o estatismo crescente e o pensamento autoritário. A
radicalização político-ideológica dos anos críticos, entre 1934 e
1938, solapa o consenso revolucionário e produz efeitos perversos.
Na república populista, após o Estado Novo de Vargas, persiste o
mesmo padrão dominante da lógica liberal e da práxis autoritária. A
estruturação partidária de 1945 a 1966 foi dominada pela
hegemonia dos partidos conservadores.

Hélgio Trindade . Brasil em perspectiva: conservadorismo liberal e democracia
bloqueada. In: Carlos Guilherme Mota (Org.). Viagem incompleta: a experiência
brasileira (1500-2000) - a grande transação. São Paulo: SENAC, 2000, p. 357-64
( c o m a d a p t a ç õ e s ) .

A partir do texto acima, j u lgue os itens que se seguem, relativos
à evolução histórica do Brasil republicano.

A década de 20 do sécu l o passado assinalou o acirramento d a crise que levou a República Velha ao fim. Além d as cisões interoligárquicas, de que a p rópria Aliança Liberal seria símbolo, movimentos sociais - mesmo aqueles carentes de organicidade e de coesão doutrinária - emergem na contestação às deterioradas estruturas vigentes no país, como foi o caso do tenentismo que o texto menciona.

Alternativas
Comentários
  • O tenentismo, as revoltas messiânicas, imigrantes revoltosos, início dos sindicatos, quebra do café-com-leite, entre outros.
  • A Aliança Liberal foi criada em 1929, por dissidentes dos partidos republicanos regionais, em razão da não indicação de um candidato mineiro à presidencia do Brasil (política do café com leite).

    Em 1929, o presidente paulista Washington Luís contrariou o esquema e indicou um paulista, Júlio Prestes, para sua sucessão. Precisava garantir os interesses financeiros de São Paulo. Descontentes, os políticos de Minas Gerais romperam com o Partido Republicano Paulista (PRP) e firmaram o apoio a candidatura de Antônio Carlos Ribeiro de Andrada. Porém, inseguros quanto a uma derrota, procuraram aliar-se a outros estados, principalmente o Rio Grande do Sul. Em 17 de junho de 1929 Antônio Carlos cedeu sua candidatura a Getúlio Vargas. Outros acordos foram feitos com a Paraíba, que indicaria o vice João Pessoa, e o Partido Democrático Paulista, rival do PRP. Em agosto era formalizada a Aliança Liberal (AL). Os líderes do movimento eram Afonso Pena Júnior e Ildefonso Simões Lopes.

     

  • Em resposta ao comentário do Jonatas, é importante lembrar que, embora seja possível afirmar que as greves operárias e as revoltas messiânicas evidenciaram muitas das contradições do modelo sócio-político da República velha, elas não ocorreram na década de 20 (que é a década a que a questão se refere).
    Contestado foi entre 1912 e 1916, Canudos entre 1893 e 1897, as principais greves operárias ocorreream de 1917 a 1919.
    Nessa categoria de revoltas que evidenciam essas contradições poderíamos ainda citar a da Chibata (1910) e a da Vacina(1904).
    Já o tenentismo (18 do forte (1922),1924, Coluna Prestes (1925 a 1927)) e a Aliança Liberal (1929) foram movimentos importantes para a derrocada do regime que de fato se deram na década de 20.
  • O tenentismo pode ser considerado um movimento social? Sempre o relacionei com movimento militar, sem apoio da sociedade.. fiquei confusa com  a parte final da questão.

  • Também fiquei com dúvida em considerar movimento tenentista como social.
  • O Brasil viveu momentos efervescentes na década de 1920, quando se desenvolveu a Semana de Arte Moderna, que inaugurou um novo momento em nossas artes, e quando tivemos também o desenvolvimento do Tenentismo.

    A década de 20 do século passado assinalou o acirramento da crise que levou a República Velha ao fim em 1930, com a ascensão de Getúlio Vargas ao poder. Além das cisões interoligárquicas, de que a própria Aliança Liberal (liderada por Getúlio) seria símbolo, movimentos sociais - mesmo aqueles carentes de organicidade e de coesão doutrinária - emergem na contestação às deterioradas estruturas vigentes no país, como foi o caso do tenentismo.

    Com duração de 1922 a 1927, o TENENTISMO foi um movimento político-militar realizado por jovens oficiais brasileiros, em geral tenentes e capitães (média e baixa patentes), que estavam insatisfeitos com o sistema político do país, especialmente com as práticas impostas pelas oligarquias.

    Resposta: Certo


ID
83788
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Com a queda da monarquia, em 1889, ainda que
preservada a dominação oligárquica, o novo regime acaba
beneficiando-se dos efeitos modernizadores, decorrentes da abolição
da escravatura (1888), sobre o desenvolvimento da economia
cafeeira que se dinamiza com a introdução do trabalho livre e de
imigrantes europeus. Com a Primeira República, extingue-se o
sistema censitário, mas os analfabetos são excluídos totalmente do
direito de voto.

As primeiras pressões democratizantes buscando alterar a
ordem liberal excludente se desencadeiam apenas na década de 20,
quando se inicia a crise da República Velha, que, com a Revolução
de 1930, submerge no centro de suas próprias contradições. As
insurreições sucessivas dos tenentes e a Coluna Prestes permitem,
mais tarde, que a Aliança Liberal, com a Revolução de 1930,
transcenda à mera disputa regionalista e se transforme em um
projeto nacional que busca legitimidade nas camadas médias urbanas,
superando os limites ideológicos das oligarquias dissidentes.
Essas aspirações crescentes do Brasil urbano serão, em parte,
frustradas, após 1930, pela conjugação de duas tendências
antiliberais - o estatismo crescente e o pensamento autoritário. A
radicalização político-ideológica dos anos críticos, entre 1934 e
1938, solapa o consenso revolucionário e produz efeitos perversos.
Na república populista, após o Estado Novo de Vargas, persiste o
mesmo padrão dominante da lógica liberal e da práxis autoritária. A
estruturação partidária de 1945 a 1966 foi dominada pela
hegemonia dos partidos conservadores.

Hélgio Trindade . Brasil em perspectiva: conservadorismo liberal e democracia
bloqueada. In: Carlos Guilherme Mota (Org.). Viagem incompleta: a experiência
brasileira (1500-2000) - a grande transação. São Paulo: SENAC, 2000, p. 357-64
( c o m a d a p t a ç õ e s ) .

A partir do texto acima, j u lgue os itens que se seguem, relativos
à evolução histórica do Brasil republicano.

Paradoxalmente, a Semana de Art e Moderna de 1922 acabou por oferecer apoio ao regime oligárquico que começava a ser combatido com mais firmeza. Em que pese sua estética inovadora, até revolucionária, sua obsessão em valorizar uma cultura genuinamente brasileira e livre dos cânones europeus reforçou o conservadorismo político que tanto interessava aos donos do poder.

Alternativas
Comentários
  • " Na verdade, houve duas correntes modernistas: uma de inspiração conservadora e totalitária, que iria, em 1932, engrossar as fileiras do integralismo, e outra, mais crítica e dissonante, interessada em demolir os mitos ufanistas e contribuir para o conhecimento de um Brasil real que não aparecia nas manifestações oficiais e oficiais da nossa cultura. O pressuposto essencial de 22, o autoconhecimento do País, tinha a um só tempo de acabar com o mimetismo mental e denunciar o atraso, a miséria e o subdesenvolvimento. Mas denunciar com uma linguagem do nosso tempo, moderna, coloquial, aproveitando o arsenal estilístico e estético das inovações vanguardas européias."
     

    Fonte: http://almanaque.folha.uol.com.br/semana22.htm

     

  • Inaugurado oficialmente com a Semana de 22, a Antropofagia (movimento desencadeado por Oswald de Andrade, em 1928) questionava a estrutura política, econômica e cultural do país, entendida como uma herança deixada pela colonizador.

  • O Modernismo não tinha uma "obsessão em valorizar uma cultura genuinamente brasileira e livre de cânones europeus". Desejava, sim, encontrar uma cultura brasileira, porém por meio da deglutição dos cânones europeus que lhes fossem úteis. O Modernismo foi uma síntese de ideias estrangeiras (europeias) e brasileiras; não houve uma recusa rígida à incorporação de elementos extranacionais.

  • ERROS:

    LIVRE - ERA DEGLUTIÇÃO


ID
83791
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Com a queda da monarquia, em 1889, ainda que
preservada a dominação oligárquica, o novo regime acaba
beneficiando-se dos efeitos modernizadores, decorrentes da abolição
da escravatura (1888), sobre o desenvolvimento da economia
cafeeira que se dinamiza com a introdução do trabalho livre e de
imigrantes europeus. Com a Primeira República, extingue-se o
sistema censitário, mas os analfabetos são excluídos totalmente do
direito de voto.

As primeiras pressões democratizantes buscando alterar a
ordem liberal excludente se desencadeiam apenas na década de 20,
quando se inicia a crise da República Velha, que, com a Revolução
de 1930, submerge no centro de suas próprias contradições. As
insurreições sucessivas dos tenentes e a Coluna Prestes permitem,
mais tarde, que a Aliança Liberal, com a Revolução de 1930,
transcenda à mera disputa regionalista e se transforme em um
projeto nacional que busca legitimidade nas camadas médias urbanas,
superando os limites ideológicos das oligarquias dissidentes.
Essas aspirações crescentes do Brasil urbano serão, em parte,
frustradas, após 1930, pela conjugação de duas tendências
antiliberais - o estatismo crescente e o pensamento autoritário. A
radicalização político-ideológica dos anos críticos, entre 1934 e
1938, solapa o consenso revolucionário e produz efeitos perversos.
Na república populista, após o Estado Novo de Vargas, persiste o
mesmo padrão dominante da lógica liberal e da práxis autoritária. A
estruturação partidária de 1945 a 1966 foi dominada pela
hegemonia dos partidos conservadores.

Hélgio Trindade . Brasil em perspectiva: conservadorismo liberal e democracia
bloqueada. In: Carlos Guilherme Mota (Org.). Viagem incompleta: a experiência
brasileira (1500-2000) - a grande transação. São Paulo: SENAC, 2000, p. 357-64
( c o m a d a p t a ç õ e s ) .

A partir do texto acima, j u lgue os itens que se seguem, relativos
à evolução histórica do Brasil republicano.

O que os modern i s t as procuravam fazer na década de 20 do século passado, isto é, uma nova forma de ol h ar o Brasil, es t imulando a mudança da imagem que o brasileiro fazia de si mesmo e do país , g an ha considerável impulso na década seguinte. É quando, entre outros intelectuais que se lançam à tarefa de interpretar o Brasil, Gilberto Freyre publica Casa Grande & Senzala, defendendo a extraordinária força da mestiçagem cultural brasileira

Alternativas
Comentários
  • No livro Casa-Grande & Senzala, Gilberto Freyre tenta desmistificar a noção de determinação racial na formação de um povo no que dá maior importância àqueles culturais e ambientais. Com isso refuta a ideia de que no Brasil se teria uma raça inferior dada a miscigenação que aqui se estabeleceu. Antes, aponta para os elementos positivos que perpassam a formação cultural brasileira composta por tal miscigenação (notadamente entre portugueses, índios e negros).

  • dessa maneira, fica difícil ler.


ID
83794
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Com a queda da monarquia, em 1889, ainda que
preservada a dominação oligárquica, o novo regime acaba
beneficiando-se dos efeitos modernizadores, decorrentes da abolição
da escravatura (1888), sobre o desenvolvimento da economia
cafeeira que se dinamiza com a introdução do trabalho livre e de
imigrantes europeus. Com a Primeira República, extingue-se o
sistema censitário, mas os analfabetos são excluídos totalmente do
direito de voto.

As primeiras pressões democratizantes buscando alterar a
ordem liberal excludente se desencadeiam apenas na década de 20,
quando se inicia a crise da República Velha, que, com a Revolução
de 1930, submerge no centro de suas próprias contradições. As
insurreições sucessivas dos tenentes e a Coluna Prestes permitem,
mais tarde, que a Aliança Liberal, com a Revolução de 1930,
transcenda à mera disputa regionalista e se transforme em um
projeto nacional que busca legitimidade nas camadas médias urbanas,
superando os limites ideológicos das oligarquias dissidentes.
Essas aspirações crescentes do Brasil urbano serão, em parte,
frustradas, após 1930, pela conjugação de duas tendências
antiliberais - o estatismo crescente e o pensamento autoritário. A
radicalização político-ideológica dos anos críticos, entre 1934 e
1938, solapa o consenso revolucionário e produz efeitos perversos.
Na república populista, após o Estado Novo de Vargas, persiste o
mesmo padrão dominante da lógica liberal e da práxis autoritária. A
estruturação partidária de 1945 a 1966 foi dominada pela
hegemonia dos partidos conservadores.

Hélgio Trindade . Brasil em perspectiva: conservadorismo liberal e democracia
bloqueada. In: Carlos Guilherme Mota (Org.). Viagem incompleta: a experiência
brasileira (1500-2000) - a grande transação. São Paulo: SENAC, 2000, p. 357-64
( c o m a d a p t a ç õ e s ) .

A partir do texto acima, j u lgue os itens que se seguem, relativos
à evolução histórica do Brasil republicano.

Quando o texto se reporta aos " anos críticos" em meio à década de 30 do século passado, certamen t e a lude ao clima de radicalização político-ideológica vivido pelo país naquela conjuntura, em l a rg a medida resultante da mobilização de massa de dois movimentos políticos nacionais: a Ação Integralista Brasileira, de direita, e a Aliança Nacional Libertadora, de conotação esquerdista.

Alternativas
Comentários
  • Os integralistas eram uma imitação do fascismo e do nazismo. Defendiam um governo totalitário e todo o poder nas maos de um ditador. Eram antidemocráticos, antiliberais e queriam a censura à imprensa, à liberdade de expressão. Adoravam um desfile e a disciplina militar...

    A ANL reunia as tendências de centro e de esquerda. Defendiam a nacionalização de empresas estrangeiras, reforma agrária, fim do pagamento da dívida externa, etc.

    Muito significativo era o fato de que o integralismo e a Aliança Nacional Libertadora constituíam os primeiros movimentos políticos nacionais de aguda orientação ideológica. Os componentes da desconhecida Aliança Liberal, 'que haviam feito a Revolução de 1930, não passavam de políticos locais unidos pelo desejo comum de derrubar a estreita elite governante da República Velha.
  • Complementando seu comentário, só gostaria de acrescentar que dentro do quadro multifacetado da ALN havia também o extremismo do PCB, já que o mesmo era dirigido pelas idéias stalinistas via Komintern. tais comunistas não queriam uma democracia de esquerda , mas sim um estado totalitário nos moldes da URSS de então.
  • Aliança Nacional Libertadora (ANL) foi uma frente de esquerda composta por setores de diversas organizações de caráter anti-imperialista, antifascista e anti-integralista (congregando comunistas, alguns tenentes, operários e intelectuais de esquerda). A organização contou com o apoio do Partido Comunista Brasileiro.

  • Outra questão parecida::

    CACD-2009 (E): O clima de crescente radicalização e mobilização ideológica, em meados da década de 30 do século passado, quando a irrupção do novo fenômeno de uma política de massas tomou conta do Brasil, teve, na Ação Integralista Brasileira e na Aliança Nacional Libertadora, respectivamente, os principais expoentes das posições políticas de esquerda e de direita.


ID
83797
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Com a queda da monarquia, em 1889, ainda que
preservada a dominação oligárquica, o novo regime acaba
beneficiando-se dos efeitos modernizadores, decorrentes da abolição
da escravatura (1888), sobre o desenvolvimento da economia
cafeeira que se dinamiza com a introdução do trabalho livre e de
imigrantes europeus. Com a Primeira República, extingue-se o
sistema censitário, mas os analfabetos são excluídos totalmente do
direito de voto.

As primeiras pressões democratizantes buscando alterar a
ordem liberal excludente se desencadeiam apenas na década de 20,
quando se inicia a crise da República Velha, que, com a Revolução
de 1930, submerge no centro de suas próprias contradições. As
insurreições sucessivas dos tenentes e a Coluna Prestes permitem,
mais tarde, que a Aliança Liberal, com a Revolução de 1930,
transcenda à mera disputa regionalista e se transforme em um
projeto nacional que busca legitimidade nas camadas médias urbanas,
superando os limites ideológicos das oligarquias dissidentes.
Essas aspirações crescentes do Brasil urbano serão, em parte,
frustradas, após 1930, pela conjugação de duas tendências
antiliberais - o estatismo crescente e o pensamento autoritário. A
radicalização político-ideológica dos anos críticos, entre 1934 e
1938, solapa o consenso revolucionário e produz efeitos perversos.
Na república populista, após o Estado Novo de Vargas, persiste o
mesmo padrão dominante da lógica liberal e da práxis autoritária. A
estruturação partidária de 1945 a 1966 foi dominada pela
hegemonia dos partidos conservadores.

Hélgio Trindade . Brasil em perspectiva: conservadorismo liberal e democracia
bloqueada. In: Carlos Guilherme Mota (Org.). Viagem incompleta: a experiência
brasileira (1500-2000) - a grande transação. São Paulo: SENAC, 2000, p. 357-64
( c o m a d a p t a ç õ e s ) .

A partir do texto acima, j u lgue os itens que se seguem, relativos
à evolução histórica do Brasil republicano.

As duas tendências assumidas pela Era Vargas (1930-1945), a que o texto faz alusão, constituíram-se em indisfarçável anacronismo político em face de um contexto internacional que, fatigado pelas crises e guerras, cada vez mais abria espaço para os regimes democráticos.

Alternativas
Comentários
  • Nsse período do qual trata o texto movimentos totalitários se espalhavam pelo mundo. Como exemplo podemos citar o nazifascismo.
  • A QUESTÃO MENCIONA A EXPRESSÃO: "REGIMES DEMOCRÁTICOS" POIS É ERRADO AFIRMAR ISSO, JÁ QUE O MUNDO PASSAVA POR UMA GRANDE CRISE AMEAÇADA PELO NAZIFASCISMO (REGIME TOTALITÁRIO).

  • A questão desconsidera o aspecto da históra de ser acúmulo de processos, ainda mais quando fala literalmente "ser cada vez mais algo". Ora, se é verdade que a 2GM impeliu o fim do Estado Novo, pela pressão de ter sido o Brasil combatente pelo lado das democracias, conclui-se que os anos imediatamente anteriores a isso contribuíram na convergência desse fato.

    Assim, pragmaticamente, se a questão falasse: "questão internacional que abria espaço para regimes democráticos", a assertiva destituiria o processo histórico e estaria sem sombra de dúvidas equivocada.

    Mas ao permitir uma leitura processual, "cada vez mais abria-se espaço para os regimes democráticos", fica difícil aceitar o gabarito da banca.

     

  • Gabarito: ERRADO

    No referido período (1930–1945), é errado afirmar que o contexto internacional cada vez mais abria espaço para os regimes democráticos, pois o mundo passava por uma grande crise ameaçada pelos regimes totalitários, como é o caso do nazifascismo. 

  • vários erros de digitação!


ID
83800
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Com a queda da monarquia, em 1889, ainda que
preservada a dominação oligárquica, o novo regime acaba
beneficiando-se dos efeitos modernizadores, decorrentes da abolição
da escravatura (1888), sobre o desenvolvimento da economia
cafeeira que se dinamiza com a introdução do trabalho livre e de
imigrantes europeus. Com a Primeira República, extingue-se o
sistema censitário, mas os analfabetos são excluídos totalmente do
direito de voto.

As primeiras pressões democratizantes buscando alterar a
ordem liberal excludente se desencadeiam apenas na década de 20,
quando se inicia a crise da República Velha, que, com a Revolução
de 1930, submerge no centro de suas próprias contradições. As
insurreições sucessivas dos tenentes e a Coluna Prestes permitem,
mais tarde, que a Aliança Liberal, com a Revolução de 1930,
transcenda à mera disputa regionalista e se transforme em um
projeto nacional que busca legitimidade nas camadas médias urbanas,
superando os limites ideológicos das oligarquias dissidentes.
Essas aspirações crescentes do Brasil urbano serão, em parte,
frustradas, após 1930, pela conjugação de duas tendências
antiliberais - o estatismo crescente e o pensamento autoritário. A
radicalização político-ideológica dos anos críticos, entre 1934 e
1938, solapa o consenso revolucionário e produz efeitos perversos.
Na república populista, após o Estado Novo de Vargas, persiste o
mesmo padrão dominante da lógica liberal e da práxis autoritária. A
estruturação partidária de 1945 a 1966 foi dominada pela
hegemonia dos partidos conservadores.

Hélgio Trindade . Brasil em perspectiva: conservadorismo liberal e democracia
bloqueada. In: Carlos Guilherme Mota (Org.). Viagem incompleta: a experiência
brasileira (1500-2000) - a grande transação. São Paulo: SENAC, 2000, p. 357-64
( c o m a d a p t a ç õ e s ) .

A partir do texto acima, j u lgue os itens que se seguem, relativos
à evolução histórica do Brasil republicano.

O Partido Social Demo crático (PSD), a União Democrática Nacional (UDN) e o Partido Trabalhista Brasileiro (P TB) foram as p r i n cipais forças político-partidárias brasileiras na denominada Repú blica liberal-conservadora, surgida com a queda da ditadura estadonovi s t a. À medida que avançava a crise do regime, os doi s p r imeiros partidos se aproximaram na construção de um bloco reformista, ao p as s o que o trabalhismo adquiria feições crescentemente conservadoras.

Alternativas
Comentários
  • Contradições e cisões acompanharam a trajetória udenista. Coexistiram na UDN teses liberais e autoritárias, progressistas e conservadoras. O partido que vota a favor do monopólio estatal do petróleo (1953) e contra a cassação dos mandatos dos parlamentares comunistas (1947) é o mesmo que se opõe à intervenção do Estado na economia, denuncia a “infiltração comunista” na vida pública e contesta os resultados quando perde as eleições. O partido ficou marcado pela vinculação com os militares e as aspirações das camadas médias urbanas, identificando-se, também extrapartidariamente, com o udenismo. Expressão de mentalidades e estilos de ver e fazer política, o udenismo caracterizou-se pela defesa do liberalismo clássico, o apego ao bacharelismo e ao moralismo e o horror aos vários “populismos”. Em termos de imagem pública a UDN e o udenismo sempre provocaram polêmicas: o “partido dos cartolas” ou o “partido dos golpistas”, por um lado; o “partido dos lenços brancos” e o “partido da herança liberal”, por outro.

    http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/uniao-democratica-nacional-udn

  • Errado.

    Após o fim da Ditadura de Vargas (a chamada Era Vargas ou Estado Novo - 1930-1945) houve o restabelecimento da democracia brasileira. Em 1945, os partidos políticos reestruturam-se de acordo com os grupos sociais a que estão ligados.

    A organização política se estabeleceu assim:

    - PTB (Partido Trabalhista Brasileiro): o partido que estava ligado aos sindicatos e chefes sindicalistas associados ao governo Vargas (dentro da estrutura corporativista que o Estado Novo criou no Brasil). Era composto pelos chefes sindicalistas, atrelados aos grupos estatais, e tinha grande aceitação popular pelo fato de ser o defensor dos trabalhadores. Dele, faziam parte o próprio Getúlio Vargas, além de João Goulart e Leonel Brizola. O PTB foi um constante aliado do PSD na disputa das eleições presidenciais, e apoiou as candidaturas do PSD em 1945, 1955 e 1960. Em 1950, Getúlio Vargas elegeu-se presidente pelo PTB.

    - PSD (Partido Social Democrático): foi o maior partido da Repúlbica Populista, que atingiu o maior número de votos e o maior vencedor das eleições presidenciais no período. Era composto pela classe média alta e representantes dos setores empresariais. Tinha uma grande bancada no governo e dele faziam parte Juscelino Kubitscheck, Eurico Gaspar Dutra e o marechal Henrique Lott.

    - UDN (União Democrática Nacional): a UDN era a representante dos grupos mais tradicionalistas do Brasil. Apresentava dificuldades na representação na bancada do governo por não possuir vínculos com as antigas formações do Estado Novo. Mesmo assim, nas eleições de 1960 conseguir eleger um candidato que não era de suas fileiras, mas tinha grande expressão popular, o ex-governador de São Paulo, Jânio Quadros.

    Mas a vitória do candidato a presidente não se refletiu sobre a estrutura de poder. O vice-presidente eleito (na época, havia votações em separado para os cargos de presidente e vice) foi João Goulart, do PTB, cujas posições políticas eram opostas às do presidente em muitas questões.

    Sem muitos apoios políticos e logo criticado pela opinião pública, Jânio renuncia em 1961, numa tentativa de golpe de estado. A UDN participou ativamente na conspiração que levou ao golpe de 1964.

    https://www.infoescola.com/historia-do-brasil/partidos-politicos-no-brasil-nos-anos-50-e-60/

  • eu nao consegui ver onde esta exatamente o erro e o porque. Alguem ajuda??Se poder avisar no direct eu agradeco 

  • Faltou o Partido Comunista embora fosse tido ilegal com a redemocratização se reestruturou disputando as eleições apos a derrocada do Estado novo.

  • muitos erros de digitação


ID
83803
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Com a queda da monarquia, em 1889, ainda que
preservada a dominação oligárquica, o novo regime acaba
beneficiando-se dos efeitos modernizadores, decorrentes da abolição
da escravatura (1888), sobre o desenvolvimento da economia
cafeeira que se dinamiza com a introdução do trabalho livre e de
imigrantes europeus. Com a Primeira República, extingue-se o
sistema censitário, mas os analfabetos são excluídos totalmente do
direito de voto.

As primeiras pressões democratizantes buscando alterar a
ordem liberal excludente se desencadeiam apenas na década de 20,
quando se inicia a crise da República Velha, que, com a Revolução
de 1930, submerge no centro de suas próprias contradições. As
insurreições sucessivas dos tenentes e a Coluna Prestes permitem,
mais tarde, que a Aliança Liberal, com a Revolução de 1930,
transcenda à mera disputa regionalista e se transforme em um
projeto nacional que busca legitimidade nas camadas médias urbanas,
superando os limites ideológicos das oligarquias dissidentes.
Essas aspirações crescentes do Brasil urbano serão, em parte,
frustradas, após 1930, pela conjugação de duas tendências
antiliberais - o estatismo crescente e o pensamento autoritário. A
radicalização político-ideológica dos anos críticos, entre 1934 e
1938, solapa o consenso revolucionário e produz efeitos perversos.
Na república populista, após o Estado Novo de Vargas, persiste o
mesmo padrão dominante da lógica liberal e da práxis autoritária. A
estruturação partidária de 1945 a 1966 foi dominada pela
hegemonia dos partidos conservadores.

Hélgio Trindade . Brasil em perspectiva: conservadorismo liberal e democracia
bloqueada. In: Carlos Guilherme Mota (Org.). Viagem incompleta: a experiência
brasileira (1500-2000) - a grande transação. São Paulo: SENAC, 2000, p. 357-64
( c o m a d a p t a ç õ e s ) .

A partir do texto acima, j u lgue os itens que se seguem, relativos
à evolução histórica do Brasil republicano.

Sem paral elo com qualquer outro momento vivido pela diplomacia brasileira no período republican o , a Política E xt e rna Independente, nos primeiros anos da década de 60 do século passado , levou o Brasil a romper com suas tradições em termos de pol í tica internacional, assumindo posição de confronto com os EUA e a Europa Ocidental, de crescente rivalidade com a Argentina e de apoio explícito ao bloco social ista nos fóruns multilaterais, particularmente na ONU.

Alternativas
Comentários
  •   O governo de Jânio Quadros perdeu sua base de apoio político e social a partir do momento em que adotou uma política econômica austera e uma política externa independente. Na área econômica, o governo se deparou com uma crise financeira aguda devido a intensa inflação, déficit da balança comercial e crescimento da dívida externa. O governo adotou medidas drásticas, restringindo o crédito, congelando os salários e incentivando as exportações.

    Mas foi na área da política externa que o presidente Jânio Quadros acirrou os animos da oposição ao seu governo. Jânio nomeou para o ministério das Relações Exteriores Afonso Arinos, que se encarregou de alterar radicalmente os rumos da política externa brasileira. O Brasil começou a se aproximar dos países socialistas. O governo brasileiro restabeleceu relações diplomáticas com a União Soviética (URSS).

    As atitudes menores também tiveram grande impacto, como as condecorações oferecidas pessoalmente por Jânio ao guerrilheiro revolucionário Ernesto "Che" Guevara (condecorado com a Ordem do Cruzeiro do Sul) e ao cosmonáuta soviético Yuri Gagarin, além da vinda ao Brasil do ditador cubano Fidel Castro.

    Fonte: http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/ult1689u65.jhtm 

     
  • Aproveitando as mudanças internacionais favoráveis à adoção de uma política externa mais autônoma em relação à potência norte-americana, Jânio Quadros procurou estabelecer relações políticas e comerciais com todos os países, inclusive os países socialistas. No continente americano, o presidente Jânio Quadros procurou aproximar-se da Argentina, formando um movimento de resistência contra uma possível intervenção norte-americana na América Latina, em razão da Revolução Cubana. Com a atuação da PEI, o governo brasileiro procurava reagir à queda do comércio exterior, buscando novos mercados para os produtos brasileiros, sem distinguir entre mercados pertencentes a países democráticos ou socialistas. Com efeito, internamente, o presidente Quadros adotou uma postura predominantemente conservadora, procurando alinhar a economia brasileira aos princípios do FMI, enquanto no exterior ensejava uma administração autônoma dos Estados Unidos, o que agradava aos grupos de esquerda e aos nacionalistas.

  • parei no sem paralelo


ID
83806
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Com a queda da monarquia, em 1889, ainda que
preservada a dominação oligárquica, o novo regime acaba
beneficiando-se dos efeitos modernizadores, decorrentes da abolição
da escravatura (1888), sobre o desenvolvimento da economia
cafeeira que se dinamiza com a introdução do trabalho livre e de
imigrantes europeus. Com a Primeira República, extingue-se o
sistema censitário, mas os analfabetos são excluídos totalmente do
direito de voto.

As primeiras pressões democratizantes buscando alterar a
ordem liberal excludente se desencadeiam apenas na década de 20,
quando se inicia a crise da República Velha, que, com a Revolução
de 1930, submerge no centro de suas próprias contradições. As
insurreições sucessivas dos tenentes e a Coluna Prestes permitem,
mais tarde, que a Aliança Liberal, com a Revolução de 1930,
transcenda à mera disputa regionalista e se transforme em um
projeto nacional que busca legitimidade nas camadas médias urbanas,
superando os limites ideológicos das oligarquias dissidentes.
Essas aspirações crescentes do Brasil urbano serão, em parte,
frustradas, após 1930, pela conjugação de duas tendências
antiliberais - o estatismo crescente e o pensamento autoritário. A
radicalização político-ideológica dos anos críticos, entre 1934 e
1938, solapa o consenso revolucionário e produz efeitos perversos.
Na república populista, após o Estado Novo de Vargas, persiste o
mesmo padrão dominante da lógica liberal e da práxis autoritária. A
estruturação partidária de 1945 a 1966 foi dominada pela
hegemonia dos partidos conservadores.

Hélgio Trindade . Brasil em perspectiva: conservadorismo liberal e democracia
bloqueada. In: Carlos Guilherme Mota (Org.). Viagem incompleta: a experiência
brasileira (1500-2000) - a grande transação. São Paulo: SENAC, 2000, p. 357-64
( c o m a d a p t a ç õ e s ) .

A partir do texto acima, j u lgue os itens que se seguem, relativos
à evolução histórica do Brasil republicano.

A rup t ura institucional de 1964 foi bem mais que mero golpe militar. Ela representou a vitória - e a conquista do Estado - de um dos projetos para o paí s q u e estavam em jogo, de forma ideologicamente polarizada, e specialmente ao longo do governo João Goulart. Impondo a derrota da difusa proposta reformista conduzida pelo presidente, o novo bloco de poder colocou em marcha um proces s o d e modernização conservadora do Brasil, assentada s o b re o autoritarismo político.

Alternativas
Comentários
  • Vale salientar que o ápice desse crescimento e modernização brasileira se deram nos governos de Costa e Silva e Médici, período que ficou conhecido na história brasileira como "Milagre Econômico". Nesse período, entre 1968 e 1973, o brasil cresceu a uma taxa de 11%a.a, comparável ao crescimento Chinês na atualidade. Apesar disso, esse "milagre" foi construído com base em empréstimos do exterior e tinha muita influência de capital externo investido por empresas aqui no país. Tal fato fez com que, em 1973, com o choque do petróleo e o aumento das taxas de juros no mundo, o país entrasse numa GRANDE CRISE econômica (devido à queda da demanda externa) e, sobretudo, ao aumento das nossas dívidas (lastredas em moeda externa e com taxas de juros crescentes).
     


ID
83809
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

Diversos mapas temáticos do território brasileiro geralmente apresentam fortes contrastes inter e intra-regionais. Acerca dessas disparidades e das tendências de mudança, julgue os itens a seguir.

A concentração espacial das atividades produtivas do país é resultado das características naturais d o território. Assim, o Centro-Sul é mais propício ao desenvolvimento econômico d o q u e o Nordeste, marcado pela semi-aridez e, portant o , fadado à estagnação econômica.

Alternativas
Comentários
  • A questão mostra um determinismo geográfico para o desenvolvimento que foi superado, por exemplo, com o uso de tecnologias.

    No Nordeste, os açudes vieram para manter a água nos períodos de seca, por exemplo. É bom lembrar também que cerca de 70% das águas transpostas do São Francisco servirão para irrigação de frutas para exportação. Portanto, o clima de uma região não condiciona ela à estagnação econômica.

  • Questão errada, pois apresente uma lógico que não condiz com a realidade.

    Inclusive, e por exemplo, a região Norte possui a maior extensão territorial, terras férteis no geral, porém, é a de menos concentração espacial.

    Bons estudos.

  • Errado.

    Questões que corroboram o determinismo geográfico geralmente estarão ERRADAS.

    Não são as características naturais que determinam a atual situação e as perspectivas futuras das regiões brasileiras, mas um conjunto de fatores sociais, econômicos e naturais.


ID
83812
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

Diversos mapas temáticos do território brasileiro geralmente apresentam fortes contrastes inter e intra-regionais. Acerca dessas disparidades e das tendências de mudança, julgue os itens a seguir.

Os contrastes nos sistemas de produção agrícola no país são bastante evidentes. As atividades da agricult ura moderna coexistem com cultivos de subsistência prat i cados em minifúndios.

Alternativas
Comentários
  • GAB. C

  • eu pensei que era a letra E

     


ID
83815
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

Diversos mapas temáticos do território brasileiro geralmente apresentam fortes contrastes inter e intra-regionais. Acerca dessas disparidades e das tendências de mudança, julgue os itens a seguir.

Ainda ho je, a produção industrial tem-se firmado cada vez mais na região Sudeste, em relação às demais regiões do país, em razão da necessidade de complementaridade entre as cadeias produtivas.

Alternativas
Comentários
  • Milton Santos defende que, desde os 1970s, a gradativa saturação metropolitana, industrial e populacional, resulta em um processo de desconcentração concentrada da indústria nacional, com indústrias fugindo das grandes regiões metropolitanas (ex: SP e RJ) em direção às cidades médias do interior do Sudeste e também em direção a outros estados do Centro-Sul, principalmente os da região Sul.

    Muitas cidades do Centro-Sul (ex: Campinas, São José dos Campos, Curitiba, Florianópolis, Joinvile, Porto Alegre) fazem parte do polígono de tecnopolos que tem atraído as indústrias modernas, devido à maior qualificação da mão de obra e à melhor qualidade de vida oferecidas.

    Vale lembrar ainda o reflexo da nova DIT (divisão internacional do trabalho) no âmbito nacional, pois a antiga região "core" (Centro-Sul para Milton Santos) passa a concentrar o poder de decisão e de concepção da produção, assim como o fazem os países centrais, deixando a execução para outras regiões com relativamente menor poder econômico e político (ex: Nordeste, interior do Sul, interior do Sudeste).

    DIT clássica: centro (manufaturados) e periferia (primários)
    DIT nova: centro (decisão e concepção), semi-periferia (países antes periféricos que começaram a industrializar-se) e periferia (execução)
  • Errado

    A concentração da produção industrial na região Sudeste foi uma tendência vivida pelo Brasil durante muitos anos, porém, como explicado pelos comentaristas acima, essa tendência atualmente é de uma desconcentração para outros centros em relação a diversas fronteiras econômicas e produtivas, muito disso devido também ao que chamamos de globalização, que requer mobilidade e diversidade na base de produção.
  • Alguns exemplos: polos industriais no Sul (automóveis, metalurgia). polos industriais no Nordeste (automóveis, informática, indústria têxtil, petroquímica)...
  • A partir da década de 1970, diversos fatores provocaram um movimento de desconcentração da produção industrial brasileira, até então bastante concentrada na região Sudeste. Esse movimento decorreu de ações planejadas pelo Estado e, ainda, pelo processo de transformações econômicas daquele período histórico. Houve, por exemplo, um movimento de indústrias tradicionais, de uso intensivo de mão de obra, como a de calçados e vestuários, para o Nordeste, atraídas, principalmente, pelo baixo custo operacional, pela mão de obra extremamente barata e pelas isenções fiscais.
    A resposta está errada.


  • A partir da década de 1970, diversos fatores provocaram um movimento de desconcentração da produção industrial brasileira, até então bastante concentrada na região Sudeste. Esse movimento decorreu de ações planejadas pelo Estado e, ainda, pelo processo de transformações econômicas daquele período histórico. Houve, por exemplo, um movimento de indústrias tradicionais, de uso intensivo de mão de obra, como a de calçados e vestuários, para o Nordeste, atraídas, principalmente, pelo baixo custo operacional, pela mão de obra extremamente barata e pelas isenções fiscais.

    A resposta está errada.

  • Essas questões antigas dá um medo de marcar... em 2004 a cespe já deu como errada, hoje em 2021 fica mais evidente o processo de desconcentração industrial pelo qual passa o Brasil...


ID
83818
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

Diversos mapas temáticos do território brasileiro geralmente apresentam fortes contrastes inter e intra-regionais. Acerca dessas disparidades e das tendências de mudança, julgue os itens a seguir.

O país viveu uma explosão urbana derivada de seu processo de industrialização e v em diminuindo, na atualidade, a concentração espacial de sua população, em função dos fluxos migratórios em direção às área s d e fronteira econômica

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: Certo


    Os grandes centros, tais como São Paulo e Rio de Janeiro estão saturados, logo as industrias buscam novos locais para expandirem sua produção. Este deslocamento das empresas provoca a movimentaçao das pessoas em busca de melhores oportunidades de emprego, ocasionando por consequência uma certa desconcentraçao espacial.

  • Processo conhecido como desconcentração da indústria. Além de estar saturado, o espaço no grandes centro urbanos torna-se demasiadamente caro para investir em novas indústrias, e assim busca as cidades do interior para implantá-las...

  • Basicamente, hoje em dia...

    MÉTROPOLES E GRANDES CENTROS URBANOS - CRESCIMENTO POPULACIONAL DIMINUIU

    CIDADES MÉDIA (AREAS FRONTEIRAS ECO.) - CRESCIMENTO POPULACIONAL AUMENTOU

  • Migração de retorno

    CERTO

  • Essas questões com a possibilidade de gabarito duplo.

    [... ] vem diminuindo, na atualidade, a concentração espacial de sua população, [...]

    O certo seria...vem diminuindo o crescimento, pois a concentração continua aumentando, mas mas vem diminuindo.

  • É o processo chamado de VERTICALIZAÇÃO
  • Gabarito: CORRETO

    Um maior fluxo migratório em direção às áreas de fronteira econômica é um dos motivos da diminuição da concentração espacial da população no Brasil. Outro motivo é a própria diminuição da migração inter e intra-regional com menos habitantes deixando as suas cidades e regiões.

    TECCONCURSOS


ID
83821
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

Diversos mapas temáticos do território brasileiro geralmente apresentam fortes contrastes inter e intra-regionais. Acerca dessas disparidades e das tendências de mudança, julgue os itens a seguir.

A atual rede urbana nacional, ainda não totalmente elaborada, caracteriza-se pela integração territorial desigual e atesta a continuidade da modernização industrial vivenciada pelo país.

Alternativas
Comentários
  • A atual rede urbana que se encontra em formação é dinamizada pela modernização da indústria brasileira. Essa rede vem se modificando com a ampliação das cidades médias, impulsionadas, principalmente, pela agroindústria.
  • CORRETA POIS O SUL, SUDESTE E PARTE DO NORDESTE ESTA OK, MAS O RESTO...
  • Quase cravei ERRADA, pois, estando em 2017, fica uma grande dúvida se estamos em condições de "atestar a continuidade da modernização industrial vivenciada pelo país."

  • Gabarito: CORRETO

    Diversos mapas temáticos do território brasileiro geralmente apresentam fortes contrastes inter e intra-regionais. Acerca dessas disparidades e das tendências de mudança, julgue o item a seguir. 

    A atual rede urbana nacional, ainda não totalmente elaborada, caracteriza-se pela integração territorial desigual e atesta a continuidade da modernização industrial vivenciada pelo país.

     

    A rede urbana brasileira está em plena construção, encontra-se integrada e articulada na maioria das regiões do país, porém não em todo o território nacional. Atualmente, observa-se algumas manchas urbanas descontínuas, sobretudo na região Norte. A redistribuição das atividades industriais oriunda do fenômeno da desconcentração fabril tem se colocado como o principal vetor de urbanização nas áreas ainda desconexas.

    TECCONCURSOS


ID
83824
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

Diversos mapas temáticos do território brasileiro geralmente apresentam fortes contrastes inter e intra-regionais. Acerca dessas disparidades e das tendências de mudança, julgue os itens a seguir.

Do ponto de vista social, os índices de mortalidade infantil, de esperan ça d e vida e de saneamento básico são similares entre as diversas regiões b rasileiras, embora ocorram discrepânci a s na comparação entre a população rural e a urbana do país.

Alternativas
Comentários
  • FORA O SITE DO IBGE ALGUÉM PODE ESCLARECER ESTA QUESTÃO...
  • Bom,

    Nos meus estudos recentes, pude verificar vários mapas mostrando o IDH das regioes brasileiras, e podemos ver uma diferença muito clara entre Norte (de maneira geral) e Sul. Apesar do IDH nao abranger todos os itens que a questao afirma, ele considera mortalidade infantil e esperança de vida.
  • Essa questão merece ser comentada por um professor.
    também temos que nos ligar no ano em que foi elaboarada... 2004.

  • Discrepância é a cara do Brasil.

  • Gabarito: ERRADO.

    "Do ponto de vista social, os índices de mortalidade infantil, de esperança de vida e de saneamento básico são similares entre as diversas regiões brasileiras, embora ocorram discrepâncias na comparação entre a população rural e a urbana do país".

    São similares entre as diversas regiões??? É brincadeira, né?? 
    Essa questão basicamente afirma que regiões, como o Sul do Brasil, possuem índices de mortalidade infantil, de esperança de vida e SANEAMENTO BÁSICO similar a regiões como o Norte ou o Nordeste brasileiro. 

    É uma questão gritantemente errada.

  • "os índices de mortalidade infantil, de esperan ça d e vida e de saneamento básico são similares entre as diversas regiões b rasileiras "

    so comparar minha regiao (nordeste) com sul e suldeste. ERRADO

  • Isso são fatores do IDH - Índices de Desenvolvimento Humano

    Sendo que os Estados de São Paulo e Santa Catarina tem mais municipios melhores posicionados no ranking do que os de outros estados.

    #MunicípioUFIDHM (2010)[5]

    1São Caetano do Sul São Paulo0,862

    2Águas de São Pedro São Paulo0,854

    3Florianópolis Santa Catarina0,847

    4Balneário Camboriú Santa Catarina0,845

    5Vitória Espírito Santo0,845

    6Santos São Paulo0,840

    7Niterói Rio de Janeiro0,837

    8Joaçaba Santa Catarina0,827

    9Brasília Distrito Federal0,824

    10Curitiba Paraná0,823

    Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_munic%C3%ADpios_do_Brasil_por_IDH

    Colocação do Brasil: https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_pa%C3%ADses_por_%C3%8Dndice_de_Desenvolvimento_Humano#Lista_completa_dos_pa%C3%ADses

  • Só lembrar da diferença entre o Sarneyquistão (O estado mais pobre do BRasil) e o Sul do Brasil, por exemplo.

  • Pelo contrário, do ponto de vista social, os índices de mortalidade infantil, de esperança de vida e de saneamento básico são heterogêneos entre as diversas regiões brasileiras. Há também discrepâncias na comparação entre a população rural e a urbana do país.


ID
83827
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Comércio Internacional (Exterior)
Assuntos

Acerca dos determinantes políticos e econômi cos que
caracterizam o processo de consolidação do bloco econômico do
MERCOSUL, julgue os itens subseqüentes.

O MERCOSUL, orientado pela lógica da globalização, segue o modelo adotado pela União Européi a, que prioriza o intercâmbio comercial.

Alternativas
Comentários
  • A formação de blocos econômicos: busca de vários países em estabelecer políticas protecionistas.


  • O Mercosul, de fato, constitui-se como estratégia de cooperação comercial dos países membros para melhor inserirem-se no mercado mundial globalizado. O bloco econômico é um claro exemplo de regionalismo aberto, com intuito de aumentar a competitividade dos países membros perante o mundo. O Mercosul nasce a partir da integração comercial, mas, nos anos 2000, amplica sua atuação para além do âmbito comercial, pois inclui fortes diretrizes políticas e sociais (ex: já foram 10 cúpulas sociais do Mercosul desde 2006). Mas mesmo que à época dessa prova (2004) fosse mais aceitável enfatizar o caráter comercial do Mercosul, como o faz a questão, o mesmo não pode ser feito com relação à União Europeia.

    A União Europeia que não prioriza a integração comercial, mas sim a integração política, econômica e social como um todo. A UE é uma união política, uma comunidade, não uma zona de livre comércio ou uma união aduaneira.

    Com relação ao comentário do outro colega, que disse que o Mercosul é protecionista, é bom lembrar que o regionalismo aberto (blocos econômicos regionais) só é permitido pela OMC quando não acarretar em elevação das tarifas (protecionismo) anteriores para terceiros países. É importante enxergar o regionalismo aberto como uma flexibilização do princípio da nação mais favorecida, e não como um surto de protecionismo regional!
  • MERCOSUL TÁ LONGE DE TER O MODELO ADOTADO PELA UNIÃO EUROPÉIA.

ID
83830
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

Acerca dos determinantes políticos e econômi cos que
caracterizam o processo de consolidação do bloco econômico do
MERCOSUL, julgue os itens subseqüentes.

O núcleo geoeconômico do MERCOSUL compreende concentrações industriais, áreas agríco las modernas, portos e terminais de corredores de comércio exterior do Centro-Sul brasileiro, o que favorece a integração de cadeias produtivas dos países-membros.

Alternativas
Comentários
  • "O núcleo geoecômico do Mercosul é a região platina. No interior da Bacia do Prata encontram-se o Centro-Sul do Brasil, o Pampa argentino, o Uruguai e o leste do Paraguai. Nessa macroárea localiza-se o principal eixo econômico de todo o Hemisfério Sul, assentado sobre o triângulo industrial São Paulo - Rio de Janeiro - Belo Horizonte, de um lado, e o vetor Buenos Aires - Rosário - Córdoba, de outro. Entre essas concentrações industriais, estendem-se as áreas de agropecuária moderna do Centro-Sul brasileiro, do oriente paraguaio e do Pampa argentino e uruguaio.
    A extensa área platina apresenta redes urbanas complexas. Além de São Paulo, Rio de Janeiro e Buenos Aires, que são metrópoles globais, destacam-se as metrópoles meridionais, Brasília, Montevidéu e Assunção. Os portos de Santos, Paranaguá e Rio Grande funcionam como terminais dos corredores de comércio exterior do Centro-Sul brasileiro, do Paraguai e do norte do Uruguai. Os portos de Buenos Aires e Montevidéu, no estuário platino, tendem a revitalizar-se com a modernização da hidrovia Paraguai - Paraná. A usina hidrelétrica binacional de Itaipu fornece parte significativa de energia consumida no Centro-Sul brasileiro e constitui importante fonte de renda para a economia paraguaia."

    PROJETO D ENSINO DE GEOGRAFIA - DEMÉTRIO MAGNIOLI
    PÁG. 367.
  • Discordo no que tange à "favorece a integração de cadeias produtivas dos países-membros", uma vez que é nítido o isolamento comercial e cultural do Brasil em relação aos países vizinhos por conta principalmente da carência de infraestrutura de transportes.

  • Corroborando com a crítica feita por outros colegas em outra questão, essa aqui está TOTALMENTE em oposição com outra questão DA MESMA PROVA.

    A questão se trata da seguinte:

    A intregração física da região do MERCOSUL carece ainda de infra-estrutura adequada de transportes, em razão do isolamento comercial e cultural do Brasil, em relação aos países vizinhos sul-americanos. Gabarito: CERTO.

    Na mesma prova uma questão fala que o Brasil é isolado dos países do Mercosul, na outra já fala que é altamente integrado...


ID
83833
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

Acerca dos determinantes políticos e econômi cos que
caracterizam o processo de consolidação do bloco econômico do
MERCOSUL, julgue os itens subseqüentes.

A i n t egração física da região do MERCOSUL carece ainda de infra-estrutura adequada de transportes, em razão do isolamento comercial e cultural do Brasil, em rel ação aos países vizinhos sul-americanos.

Alternativas
Comentários
  •  

    Questão mal elaborada e que, a meu entender, merecia anulação. O fato de termos na Argentina nosso terceiro maior parceiro comercial elimina qualquer interpretação aceitável no sentido de que há um isolamento comercial brasileiro para com todos os seus vizinhos. Analisando-se o relacionamento comercial estreito do Brasil para com o Paraguai percebemos outra evidência gritante da inconsistência do tópico.

  • Concordo que esta questão está incorreta já que não existe um isolamento comercial entre o Brasil e os paises do mercosul.
  • Concordo com os comentários anteriores! Marquei errado nessa questão, porque penso que não se pode falar em isolamento comercial do Brasil em relação aos vizinhos de maneira "lato sensu".  A questão só poderia estar certa se tivessem especificado que o isolamento a que se referem é o do século XIX -  quando o Brasil estava voltado para a Inglaterra - e o isolamento do início do século XX , quando o Brasil estava voltado para os EUA.  Ao isolamento histórico - esse sim - é que se deve a carência de infraestrutura adequada de transportes na região do Mercosul. Mas faltou a questão dizer. Da maneira como está, parece que o Brasil ainda está isolado comercial e culturalmente de seus vizinhos sul-americanos. 

  • Certo. Nossas rodovias além de não serem boas para circulação interna não apresenta condições para estabelecer conexão internacional; temos parceiros econômicos maiores e mais vantajosos do que qualquer um do Mercosul, a China por exemplo e; somos o único país do Mercosul que não falamos o espanhol.

  • Isolamento comercial e cultural??? O mate e a figura do gaúcho, por exemplo, só existem no Brasil por acaso?
  • Quem elabora as questões de Geografia do CACD fuma crack antes de pensar nas questões

  • Fiquei em dúvida sobre este gabarito, em vários momentos o Brasil investiu na infraestrutura de transportes para fomentar as relações comerciais com outros países da América Latina, principalmente no governo Lula. É verdade que a integração física ainda é bastante deficitária, mas falar em isolamento é um pouco complicado. Talvez fosse verdade em 2004, hoje penso que a questão está um tanto desatualizada.

  • O núcleo geoeconômico do MERCOSUL compreende concentrações industriais, áreas agríc las modernas, portos e terminais de corredores de comércio exterior do Centro-Sul brasileiro, o que favorece a integração de cadeias produtivas dos países-membros.

    CERTO

    A integração física da região do MERCOSUL carece ainda de infraestrutura adequada de transportes, em razão do isolamento comercial e cultural do Brasil, em relação aos países vizinhos sul-americanos.

    CERTO.

    Difícil entender o que a cespe quer.

  • Feliz por ter "errado" essa questão.


ID
83836
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

A Amazônia que você aprendeu na escola não existe
mais. Hoje, você procura uma aldeia de índios e encontra uma
fábrica ou uma fazenda moderna. Onde só tinha mato 10
anos atrás, agora você pode ser atropelado.

A partir das idéias do texto acima, julgue os seguintes
itens.

Atualmente, ações como a demarcação de á reas de preserv ação ambiental e a implantação de projetos de exp loração econômica e ecologicamente viáveis na região comprovam a completa mudan ça na postura governamental e na iniciativa privada em relação ao que ocorria no passado na região amazônica

Alternativas
Comentários
  •  

    Não se pode afirmar que há uma “completa mudança na postura governamental e na iniciativa privada” com relação à Amazônia. Percebem-se sim resistências nos âmbitos governamental e privado a uma nova postura mais voltada ao desenvolvimento sustentável da macro-região. No entanto, há hodiernamente um movimento com avanços e recuos no sentido de uma postura mais voltada à sustentabilidade com relação à referida região. Essa postura é fruto de pressões nacionais e internacionais – de grande relevância é a sociedade civil organizada nesse processo.

  • Observem que a questão é de 2004.
  • Casca de banana: "a completa mudança"...
  • O que entrega que a questão está errada é a palavra “completa”, como se o Brasil tivesse, ao longo dos anos, mudado completamente a sua relação com questões ambientais.

    O nosso país, é sempre bom ressaltar, sediou a Eco-92, uma das mais importantes cúpulas ambientais do planeta, e é referência em conservação do meio ambiente. Apesar das nossas inúmeras dificuldades no tema.

    Observe ainda que se trata de uma questão de 2004.

    Resposta: Errado


ID
83839
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

A Amazônia que você aprendeu na escola não existe
mais. Hoje, você procura uma aldeia de índios e encontra uma
fábrica ou uma fazenda moderna. Onde só tinha mato 10
anos atrás, agora você pode ser atropelado.

A partir das idéias do texto acima, julgue os seguintes
itens.

P o l í t icas territoriais levadas a efeito pelo Estado inibiram a formação de latifúndios na região amazônica, em razão dos projetos de colonização implantados na segunda metade do século passado.

Alternativas
Comentários
  • Na Amazônia brasileira existem muitos latifundios.
  • De fato, o governo militar tentou, sim, implantar um modelo que inibisse a formação de grandes latifúndios na região amazônica...
    Essa tentativa se deu em 1972, por meio do I PND (Projeto Nacional de Desenvolvimento), o qual envolvia uma série de projetos de Integração Nacional, tais como a abertura de rodovias (Ex: Transamazônica), a colonização dirigida da Amazônia, etc.
    Essa colonização dirigida consistia na implantação de colônias agrícolas, com a recepção de imigrantes em sua maioria nordestinos, e seguiu o modelo “espinha de peixe” (o qual fazia o uso de rodovias como base de ocupação).
    Mas esse projeto fracassou, tendo em vista que: a) O crédito rural no período era voltado para grandes propriedades; b) Boa parte das rodovias não foi pavimentada (dificultando a comunicação das colônias com o resto do país); c) Os imigrantes não estavam acostumadas com o novo ambiente, e não sabiam como produzir no solo amazônico (que é bem diferente do solo nordestino); d) Houve grande mortalidade (principalmente por causa da malária).
    Assim, a estratégia de colonização é modificada com Geisel, em 1975. Passa-se à alienação de grandes terras públicas, sobretudo para a agropecuária. E inicia-se, dessa forma, o processo que dá origem às imensas propriedades que hoje existem na Amazônia.
  • Um latifúndio é uma propriedade agrícola de grande extensão pertencente a uma única pessoa, uma família ou empresa e que se caracteriza pela exploração extensiva de seus recursos.

  • O que é importante saber sobre o paradigma da relação sociedade-natureza que norteou o povoamento e a ocupação da Amazônia? (Questão discursiva já cobrada em 3 fase)

    • Kenneth Boulding denominou essa relação sociedade-natureza de economia de fronteira, perspectiva em que o crescimento econômico é visto como linear e infinito.
    • Contínua incorporação de terra e de recursos naturais, que são percebidos como infinitos.
    • Esse paradigma da economia de fronteira caracteriza toda a formação latino-americana.
    • O ápice desse modelo teve lugar durante os primeiros governos militares, sobretudo na década de 1960 e 1970, uma vez que o pensamento geopolítico militar percebia a Amazônia como espaço vazio e sujeito à ação de grupos subversivos e forças internacionais, os quais poderiam ameaçar a estabilidade do regime e a soberania nacional. 
    • Em resposta a essas supostas ameaças, os governos militares promoveram amplo programa de “colonização da Amazônia”, por meio de incentivos econômicos à ocupação de territórios e apoio à atividades produtivas, como a Zona Franca de Manaus. Grandes obras de infraestrutura, como a malsucedida rodovia Transamazônica e usinas hidrelétricas, como a de Tucuruí, reforçaram a lógica de ocupação hegemônica até então.
    • Durante a década de 1970, contudo, após a Conferência de Estocolmo, de 1972, o Brasil aprofundou progressivamente sua legislação ambiental, com base no paradigma do desenvolvimento sustentável. 
    • Segundo Milton Santos, espaço significa a acumulação desigual de tempos. Ou seja, o espaço é a soma de trabalho vivo e trabalho morto (fluxos e fixos) que uma sociedade projeta sobre uma área geográfica.
    • Para Bertha Becker, ocorre uma nova conformação geopolítica no mundo, em geral, e na Amazônia, em particular. Nesse espaço, há um cruzamento crescente entre lógicas espaciais locais, nacionais e internacionais, que acarretam dinâmicas de conflito e cooperação.
    • A “incógnita do ‘heartland” amazônico dá-se justamente pela evolução do paradigma sociedade-natureza no povoamento e ocupação da região (preocupação ambiental com o futuro da região para as gerações futuras).
    • Plano Amazônia Sustentável - o programa governamental destinado a disciplinar e a ordenar sua ocupação.

    Fonte: Trechos retirados do Guia de Estudos - as melhores (e as piores) respostas dos aprovados no CACD .


ID
83842
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

A Amazônia que você aprendeu na escola não existe
mais. Hoje, você procura uma aldeia de índios e encontra uma
fábrica ou uma fazenda moderna. Onde só tinha mato 10
anos atrás, agora você pode ser atropelado.

A partir das idéias do texto acima, julgue os seguintes
itens.

A instabilidade política na Amazônia internacio n al impulsionou projetos voltados para a segurança da faixa de fronteiras na Amazônia brasileira.

Alternativas
Comentários
  • São exemplos disso a assinatura do TCA (1978), a criação da OTCA (1995) e a execução da Operação Cobra (2000).

    TCA (1978): 8 países amazônicos (Bol, Bra, Col, Equ, Gui, Per, Sur e Ven) assinam o Tratado de Cooperação Amazônica e reafirmam a soberania dos países na região, visando a promover o desenvolvimento sustentável e integrado da bacia amazônica;

    OTCA (1995): protocolo de emenda ao TCA que cria a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica, para fortalecer cooperação subrregional e promover políticas concertadas de desenvolvimento sustentável;

    Operação Cobra (2000). (COlômbia-BRAsil) Brasil defende uma articulação crescente entre países da região, para enfrentar o narcotráfico, e propõe esse plano alternativo ao Plano Colômbia. É uma operação da polícia federal, encarregada de desarticular o narcotráfico na fronteira amazônica brasileira. A operação identificou fábricas, das FARC, de produção de cocaína na fronteira.
  • O que é importante saber sobre o paradigma da relação sociedade-natureza que norteou o povoamento e a ocupação da Amazônia? (Questão discursiva já cobrada em 3 fase)

    • Kenneth Boulding denominou essa relação sociedade-natureza de economia de fronteira, perspectiva em que o crescimento econômico é visto como linear e infinito.
    • Contínua incorporação de terra e de recursos naturais, que são percebidos como infinitos.
    • Esse paradigma da economia de fronteira caracteriza toda a formação latino-americana.
    • O ápice desse modelo teve lugar durante os primeiros governos militares, sobretudo na década de 1960 e 1970, uma vez que o pensamento geopolítico militar percebia a Amazônia como espaço vazio e sujeito à ação de grupos subversivos e forças internacionais, os quais poderiam ameaçar a estabilidade do regime e a soberania nacional. 
    • Em resposta a essas supostas ameaças, os governos militares promoveram amplo programa de “colonização da Amazônia”, por meio de incentivos econômicos à ocupação de territórios e apoio à atividades produtivas, como a Zona Franca de Manaus. Grandes obras de infraestrutura, como a malsucedida rodovia Transamazônica e usinas hidrelétricas, como a de Tucuruí, reforçaram a lógica de ocupação hegemônica até então.
    • Durante a década de 1970, contudo, após a Conferência de Estocolmo, de 1972, o Brasil aprofundou progressivamente sua legislação ambiental, com base no paradigma do desenvolvimento sustentável. 
    • Segundo Milton Santos, espaço significa a acumulação desigual de tempos. Ou seja, o espaço é a soma de trabalho vivo e trabalho morto (fluxos e fixos) que uma sociedade projeta sobre uma área geográfica.
    • Para Bertha Becker, ocorre uma nova conformação geopolítica no mundo, em geral, e na Amazônia, em particular. Nesse espaço, há um cruzamento crescente entre lógicas espaciais locais, nacionais e internacionais, que acarretam dinâmicas de conflito e cooperação.
    • A “incógnita do ‘heartland” amazônico dá-se justamente pela evolução do paradigma sociedade-natureza no povoamento e ocupação da região (preocupação ambiental com o futuro da região para as gerações futuras).
    • Plano Amazônia Sustentável - o programa governamental destinado a disciplinar e a ordenar sua ocupação.

    Fonte: Trechos retirados do Guia de Estudos - as melhores (e as piores) respostas dos aprovados no CACD .

  • Só lembrar das FARC

  • Amazônia internacional??


ID
83845
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

Considerando q u e o desenvolvimento capitalista no Brasil
tem promovido a reordenação territ o r ial no campo, julgue
os itens que se seguem.

Nas últimas décadas, ocorreu grande expansão na produção primária destinada à exportação, o que atesta o caráter eminentemente agrícola do país.

Alternativas
Comentários
  • Muitas questões do Cespe são baseadas em interpretação de texto. Todo o enunciado está correto exceto pela palavra "eminentemente", que significa "principalmente". Hoje o principal setor produtivo do Brasil é a indústria.
  • Embora a agricultura brasileira seja uma das mais produtivas do mundo, ela tem um peso pequeno no BIP, cerca de 5% apenas.
      
  • Eminentemente errado!

     

    Tiago Nascimento... por acaso você está falando do PIB (Produto Interno Bruto)? Seu comentário está como dos mais úteis, mas a sigla está errada.

  • O Brasíl não pode ser considerado, acima de tudo, um país agrícola.

  • O setor de serviços é o setor com maior participação na economia. No 2º trimestre de 2017, o setor de serviços representou 73,2% do PIB gerado no país. A indústria alcançou os 21,0% e a agropecuária, 5,8% do PIB

     

  • Apenas uma colocação. Em 2017 o Brasil fechou balança comercial na qual quase 41% das exportações devem-se, em valor, aos produtos do agronegócio. Poderiamos então entender que o Brasil é um pais eminentemente agrícola no cenário de comércio exterior?
  • Gente, o setor com maior participação no PIB brasileiro é o SETOR DE SERVIÇOS (Terceiro setor). Essa é uma tendência MUNDIAL chamada de TERCIARIZAÇÂO e que já acontece nos países centrais.

    "O setor de serviços é o setor com maior participação na economia. No 2º trimestre de 2017, o setor de serviços representou 73,2% do PIB gerado no país. A indústria alcançou os 21,0% e a agropecuária, 5,8% do PIB"

    Ademais, a participação do PIB do setor primário, sobretudo devido ao agronegócio, é de apenas 5,8% no quantitativo geral do PIB. ENTRETANTO, essa metodologia utilizada no cálculo do PIB ignora os impactos indiretos do agronegócio no segundo e terceiro setores (indústria e serviços). Por exemplo, quando uma safra de grãos é retirada de algum agrocluster, no centro-Oeste, ele precisa ser transportado para algum mercado consumidor. Esse meio de transporte, em geral, pertence a alguma empresa logística que está ligada ao setor de SERVIÇOS (e que, por isto, não entra no cálculo do PIB do agronegócio). Da mesma forma quando essa empresa escoa sua produção para alguma empresa para que seja feita a produção ou beneficiamento dessa matéria prima, o cálculo do PIB, não entra como sendo para o agronegócio (1º setor) e sim, para a empresa (2º setor).

    Então, apesar da participação do agronegócio do PIB parecer ínfima, existe o impacto indireto deste nos outros setores da economia e é justamente por isso que o agronegócio possui um peso tão importante para a economia brasileira (e que vai para além da mera participação dos 5% no PIB nacional).

  • Cuidado com um dos comentários dos colegas. A agropecuária participa de cerca de 23% do PIB. Mesmo assim, é incorreto falar que o país é "eminentemente agrícola" ou tem uma "economia rural" (já dito em outras questões), devido à expressividade dos outros dois setores na economia. O Brasil, na América, só não é mais industrializado que os EUA e Canadá.

  • ERRADO.

    ▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎

    O Brasil não possui caráter eminentemente agrícola.

    # Se der mole, a CESPE te envolve com seu discurso.

  • Cuidado, o cespe sempre afirma:

    País agrícola, economia rural, etc... Esses termos devem ser analisados com cautela... A importância do agronegócio brasileiro e a visão mundial sobre o Brasil como "celeiro do mundo" é uma coisa, já a economia brasileira é outra...

    É só analisar o setor de serviços que corresponde a 76% do PIB brasileiro...

  • Compilando comentários:

    Resposta retirada do Blog Contador Concurseiro.

     Conforme Ricardo J. Ferreira, na teoria materialista, as contas não representam direitos ou obrigações das pessoas, mas apenas a movimentação de valores ativos e passivos, ou seja, as contas não têm personalidade ou representam pessoas. São apenas valores positivos (ativo) ou negativos (passivo) do patrimônio.

    As contas são divididas em dois grupos:c

    *Contas integrais (ativo e passivo exigível)

    *contas diferencias (situação líquida, receitas e despesas).

    As contas integrais representam o patrimônio da empresa e podem ser positivas (bens e direitos) ou negativas (obrigações).

    Já as contas diferenciais são aquelas que identificam as modificações ocorridas na situação líquida patrimonial. Somente elas podem aumentar ou diminuir a situação líquida.

    A questão tentou induzir o candidato ao erro ao falar em contas diferenciais positivas. Conforme se observa na teoria, não existe esta nomenclatura. Contas que alteram a situação líquida são contas apenas diferencias!

    Resumo: Teoria Materialista

    Contas Integrais (Há divisão entre positivas e negativas)

    *Bens e Direitos = Positivas (Ativo)

    *Obrigações = Negativas (Passivo)

    Contas Diferenciais (NÃO há divisão entre positivas e negativas) 


ID
83848
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

Considerando q u e o desenvolvimento capitalista no Brasil
tem promovido a reordenação territ o r ial no campo, julgue
os itens que se seguem.

O crescimento agrícola do país se deu não só pela modernização t e cn o lógica, mas também em função do aumento das terras cultivadas, com a instauração de processos erosivos acelerados e perda de solo.

Alternativas
Comentários
  • Como poderei ter um crescimento agrícola com perda de solo?
  • Eu também tive esta dúvida, Mas notei que o final da questão trata-se das consequências do aumento de terras cultivadas. Então questão CETA.
  • Continuo achando bizarra a questão ter o gabarito "certo". "O crescimento agrícola ... de deu... em função ... da instauração de processos erosivos acelerados e perda de solo". Ok. onde eu vou ter crescimento agrícola em uma área erodida, meu deus?? sem solo? o.O Eu que não iria querer plantar aí. 
  • A questão está certa sim. A CESPE adora formular enunciados complicadíssimos de se interpretar.
  • Vejamos o Cerrado. A agricultura teve um papel crescente em tal ambiente ( diga de passagem, extremamente importante a alguns setores brasileiro). Contudo, acarretou o processo de erosão e mais algumas coisas.

    Óbvio? Pois bem, é isso que a questão colocou.

    Caudilhos chegaram e falaram:

    "Vamos produzir aqui! Soja é a melhor opção para o meu bolso, o solo será prejudicado, mas para mim tudo bem."

    Questão: Certa

  • "O crescimento agrícola do Brasil está intimamente ligado ao desenvolvimento de novas tecnologias modernizadoras da agricultura, mas esses avanços dependiam da necessidade de buscar novos solos cultiváveis, como os do cerrado, uma vez que os processos erosivos ameaçavam o uso das terras férteis do país". (Comentário Prof. Felipe Ferreira Ramos - Como passar no concurso da Diplomacia) Questão 2004. 

  • CORRETO

    Aumento das terras cultivadas, de que fala o enunciado é dado pelo processo de desmatamento, observado o que ocorreu com o bioba do cerrado, que atualmente encontra-se com apenas 20% do que já foi.

    A instauração de processos erosivos acelerados e perda de solo se da pelo processo de monocultura intensiva, cultural da agricultura brasileira que degrada o solo, sem contar o fato da retirada da vegetação original do local, que também influencia para a potencialização dos processos descritos na questão

  • esta questão é digna de receber uma contestação, principalmente quando falamos acerca da correção do solo e de altos investimentos com laboratório (tecnologia) para manejo e cultivo.


ID
83851
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

Considerando q u e o desenvolvimento capitalista no Brasil
tem promovido a reordenação territ o r ial no campo, julgue
os itens que se seguem.

O progresso técnico generalizado na produção agrícola brasileira ocasionou o d esaparecimento das relações não-capitalistas de produção e comercialização.

Alternativas
Comentários
  • As relações não capitalistas de produção e comercialização (agricultura de subsistência) não desapareceram. Essas relações existem, ainda que em menor escala se comparadas ao período anterior à generalização do progresso técnico na produção agrícola.
  • MUITO CUIDADO QUANDO A QUESTÃO GENERALIZAR OU RESTRINGIR ! SÓ TER BOM SENSO ... O BRASIL IMENSO DO JEITO QUE É, QUASE NADA DESAPARECE ASSIM POR COMPLETO.


ID
83854
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Direito Internacional Público
Assuntos

Presidente visita Benguela

O presidente da República in icia hoje uma viagem pelo
continente africano. Seu primeiro compromisso no exterior diz respeito à
assinatura de um tratado comercial com a Repúb lica de Benguela,
envolvendo exportação de produtos agrícolas e medicamentos, e ajuda
financeira.

A República de Benguela é país recém-criado, surgido em
decorrência do desmembramento de parte do território de um outro país.
Um governador de estado acompanha a comitiva presidencial,
pois tem interesse em um segundo tratado, pelo qual uma sociedade de
economia mista do estado-membro participaria das obras de
infra-estrutura necessárias à organização do novo país. A imprensa não foi
informada acerca de qual governador acompanhará o presidente.
O Planeta Diário, 1.º de abril de 2003 (com adaptações).

Supondo que seja verdadeira a notícia hip o tética acima transcrita,
julgue os itens seguintes.

O primeiro tratado , devidamente assinado pelo presidente da República, somente produzirá eficácia no Brasil quando ocorrer a sua incorporação à ordem jurídica interna; essa incorporação é ato subjetivamente complexo, devendo resultar da conjugação de duas vontades homogêneas: a do Poder Legislativo, mediante a edição de decreto legislativo pelo Congresso Nacional, e a do Poder Executivo, por meio de decreto editado pelo presidente da República.

Alternativas
Comentários
  • "O exame da Carta Política promulgada em 1988 permite constatar que a execução dos tratados internacionais e a sua incorporação à ordem jurídica interna decorrem, no sistema adotado pelo Brasil, de um ato subjetivamente complexo, resultante da conjugação de duas vontades homogêneas: a do Congresso Nacional, que resolve, definitivamente, mediante decreto legislativo, sobre tratados, acordos ou atos internacionais (CF, art. 49, I) e a do Presidente da República, que, além de poder celebrar esses atos de direito internacional (CF, art. 84, VIII), também dispõe - enquanto Chefe de Estado que é - da competência para promulgá-los mediante decreto."

    Fonte: Decisão do STF, Carta Rogatória 8.279 - República da Argentina, Informativo do STF nº 109

  • ''No Brasil, tratados que demandam aprovação parlamentar somente terão vigência após a expedição de uma ordem de execução que garanta sua publicidade interna, o que é feito por meio de promulgação e publicação de decreto executivo pelo Presidente da República. Isso é baseado em costume constitucional. Ressalta-se que a competência para celebrar tratados é exclusiva do Presidente da República (artigo 84, VIII da Constituição Federal), podendo ser delegada ao Ministro das Relações Exteriores por meio de carta de plenos poderes. ''

     

    Comentário da professora do QC em uma questão parecida. 

  • Quetão certa (não assinantes)

  • Os tratados internacionais passam pelas seguintes etapas:

     

    Negociação

    Adoção

    Assinatura

    Aprovação parlamentar

    Ratificação

    Promulgação e publicação

     

    Assim, são publicados:

     

                DECRETO LEGISLATIVO, pelo qual o Congresso Nacional aprova o tratado.

    e

               DECRETO DO PODER EXECUTIVO, pelo qual ele é promulgado. Nesse é determinada a execução do tratado, cujo texto é transcrito e publicado no Diário Oficial.


ID
83857
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Direito Internacional Público
Assuntos

Presidente visita Benguela

O presidente da República in icia hoje uma viagem pelo
continente africano. Seu primeiro compromisso no exterior diz respeito à
assinatura de um tratado comercial com a Repúb lica de Benguela,
envolvendo exportação de produtos agrícolas e medicamentos, e ajuda
financeira.

A República de Benguela é país recém-criado, surgido em
decorrência do desmembramento de parte do território de um outro país.
Um governador de estado acompanha a comitiva presidencial,
pois tem interesse em um segundo tratado, pelo qual uma sociedade de
economia mista do estado-membro participaria das obras de
infra-estrutura necessárias à organização do novo país. A imprensa não foi
informada acerca de qual governador acompanhará o presidente.
O Planeta Diário, 1.º de abril de 2003 (com adaptações).

Supondo que seja verdadeira a notícia hip o tética acima transcrita,
julgue os itens seguintes.

O segundo tratado deverá ser assinado pelo governador de estado, em nome do estado-membro da Federação que representa, pois o estado-membro é ente dotado de autonomia política e de personalidade jurídica de direi to público. O presidente da República não poderá participar deste acordo, a menos que este envolva algum interesse direto da União, pois o princípio federativo impede a União de interferir em assuntos restritos aos interesses internos dos demais entes da Federação.

Alternativas
Comentários
  • Deve-se ter em mente que a prerrogativa de celebração de tratados é do Chefe de Estado; no caso, o presidente da República conforme previsto na CF 1988. Trata-se de  competência privativa.

    Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: 

    VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;
  • Segundo ensinamentos de F. Rezek (dentre outros especialistas), soberania não se confunde com autonomia. Os estados-federativos possuem a última. Podem celebrar tratados com estados soberanos desde que esses tolerem, todavia "quem responde pela província é a união federal". (REZEK. DIP, Curso Elementar; 2010, §§ 146 e 147)
  • Pessoal, apenas lembrando que um Estado da federação brasileira não pode celebrar tratados (isso já foi

    permitido na Constituição de 1981). De acordo com a CRFB/88, cabe à União a conclusão de tratados

    (art. 22, I). Por outro lado, os entes federados podem celebrar contratos com entidades

    internacionais, como o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BIRD).

    Atenção à distinção!

  • Acredito que o Pedro quis dizer 1891, e não 1981!

  • PARTICIPAÇÃO DE ENTES SUBNACIONAIS NA CELEBRAÇÃO DE TRATADOS INTERNACIONAIS NO FEDERALISMO BRASILEIRO

    O Brasil adotou a forma federada de estado, o que pressupõe uma descentralização do poder e maior autonomia aos seus componentes em relação ao estado chamado unitário.

    A legitimidade da forma federada decorre do Direito Constitucional e da própria Constituição em si, e não do Direito Internacional, como se poderia imaginar, embora sobre ele dormitem os seus reflexos.

    Isso ocorre na medida em que um poder constituinte soberano é que determina a adoção desta forma de estado e delimita a sua estrutura básica na Carta Magna de um determinado país.

    Esta autonomia, todavia, é limitada, e constitucionalmente não é conferido aos Estados-membros o poder de celebrar tratados com outros sujeitos de direito internacional (países e organizações internacionais).

    É o que aduz o art. 21 da Constituição, que reserva tal competência à União, enquanto ente dotado de soberania e com personalidade de pessoa jurídica de direito público externo.

    http://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/47115/a-participacao-de-entes-subnacionais-na-celebracao-de-tratados-internacionais-no-federalismo-brasileiro-e-no-unitarismo-espanhol

  • O segundo tratado deverá ser assinado pelo governador de estado, em nome do estado-membro da Federação que representa, pois o estado-membro é ente dotado de autonomia política e de personalidade jurídica de direi to público. O presidente da República não poderá participar deste acordo, a menos que este envolva algum interesse direto da União, pois o princípio federativo impede a União de interferir em assuntos restritos aos interesses internos dos demais entes da Federação. [ERRADA]

    E M E N T A: RECURSO EXTRAORDINÁRIO – GASODUTO BRASIL- -BOLÍVIA – ISENÇÃO DE TRIBUTO MUNICIPAL (ISS) CONCEDIDA PELA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL MEDIANTE ACORDO BILATERAL CELEBRADO COM A REPÚBLICA DA BOLÍVIA – A QUESTÃO DA ISENÇÃO DE TRIBUTOS ESTADUAIS E/OU MUNICIPAIS OUTORGADA PELO ESTADO FEDERAL BRASILEIRO EM SEDE DE CONVENÇÃO OU TRATADO INTERNACIONAL - POSSIBILIDADE CONSTITUCIONAL – DISTINÇÃO NECESSÁRIA QUE SE IMPÕE, PARA ESSE EFEITO, ENTRE O ESTADO FEDERAL BRASILEIRO (EXPRESSÃO INSTITUCIONAL DA COMUNIDADE JURÍDICA TOTAL), QUE DETÉM “O MONOPÓLIO DA PERSONALIDADE INTERNACIONAL”, E A UNIÃO, PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO INTERNO (QUE SE QUALIFICA, NESSA CONDIÇÃO, COMO SIMPLES COMUNIDADE PARCIAL DE CARÁTER CENTRAL) - NÃO INCIDÊNCIA, EM TAL HIPÓTESE, DA VEDAÇÃO ESTABELECIDA NO ART. 151, III, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, CUJA APLICABILIDADE RESTRINGE-SE, TÃO SOMENTE, À UNIÃO, NA CONDIÇÃO DE PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO INTERNO – RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO.

    - A cláusula de vedação inscrita no art. 151, inciso III, da Constituição - que proíbe a concessão de isenções tributárias heterônomas - é inoponível ao Estado Federal brasileiro (vale dizer, à República Federativa do Brasil), incidindo, unicamente, no plano das relações institucionais domésticas que se estabelecem entre as pessoas políticas de direito público interno. Doutrina. Precedentes.

    - Nada impede, portanto, que o Estado Federal brasileiro celebre tratados internacionais que veiculem cláusulas de exoneração tributária em matéria de tributos locais (como o ISS, p. ex.), pois a República Federativa do Brasil, ao exercer o seu treaty-making power, estará praticando ato legítimo que se inclui na esfera de suas prerrogativas como pessoa jurídica de direito internacional público, que detém - em face das unidades meramente federadas - o monopólio da soberania e da personalidade internacional.

    - Considerações em torno da natureza político-jurídica do Estado Federal. Complexidade estrutural do modelo federativo. Coexistência, nele, de comunidades jurídicas parciais rigorosamente parificadas e coordenadas entre si, porém subordinadas, constitucionalmente, a uma ordem jurídica total. Doutrina.

    (RE 543943 AgR, Relator(a): CELSO DE MELLO, Segunda Turma, julgado em 30/11/2010)


ID
83860
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Direito Internacional Público
Assuntos

Presidente visita Benguela

O presidente da República in icia hoje uma viagem pelo
continente africano. Seu primeiro compromisso no exterior diz respeito à
assinatura de um tratado comercial com a Repúb lica de Benguela,
envolvendo exportação de produtos agrícolas e medicamentos, e ajuda
financeira.

A República de Benguela é país recém-criado, surgido em
decorrência do desmembramento de parte do território de um outro país.
Um governador de estado acompanha a comitiva presidencial,
pois tem interesse em um segundo tratado, pelo qual uma sociedade de
economia mista do estado-membro participaria das obras de
infra-estrutura necessárias à organização do novo país. A imprensa não foi
informada acerca de qual governador acompanhará o presidente.
O Planeta Diário, 1.º de abril de 2003 (com adaptações).

Supondo que seja verdadeira a notícia hip o tética acima transcrita,
julgue os itens seguintes.

No sistema jurídico brasileiro vigente, um tratado internacional , a exemplo do aludido na notícia acima transcrita, ao ser regularmente incorporado ao direito interno, situar-se-á nos mesmos planos de validade, de eficácia e de autoridade em que se posicionam as leis ordinárias, estando hierarquicamente subordinado à autoridade normativa da Constituição da República e sendo sujeito tanto ao controle de constitucionalidade difuso quanto ao concentrado.

Alternativas
Comentários
  • 1) Tratados internacionais de direitos humanos, aprovados por 3/5 e em dois turnos de votação, possuem status de emenda constitucional (art. 5º, §3º, CF). Portanto, sofre controle de constitucionalidade.2)Tratados internacionais de direitos humanos aprovados por maioria relativa, o STF decidiu que o Tratado terá status supralegal. Estará abaixo da Constituição, mas acima da lei. Portanto, sofre controle de Convencionalidade ou supralegalidade.3 - Tratados internacionais que não sejam de direitos humanos, aprovados nos moldes do art. 47 (maioria dos votos, presente a maioria absoluta dos membros), terá status de lei ordinária. Portanto, não pode tratar de LC. Neste caso terá um status igual ao da lei, sofrendo controle de legalidade. Luiz Flavio Gomes entende ser um controle de convencionalidade, o controle feito entre tratados internacionais de direitos humanos, aprovados com status de emenda constitucional e a Constituição. Marcelo Novelino prefere chamar de controle de supralegalidade.
  • A promulgação e publicação subseqüente incorporam o tratado ao direito interno brasileiro, colocando-o, como regra geral, no mesmo nível da lei ordinária.

    O tratado não se sobrepõe à Constituição Federal: os tratados estão sujeitos, no Brasil, ao controle de constitucionalidade e podem ser, portanto, declarados inconstitucionais. Em caso de conflito entre a lei fundamental brasileira e o príncipio pacta sunt servanda, prevalece a Constituição Federal, mesmo que disso resulte um ilícito internacional e a responsabilidade internacional do Estado brasileiro.

    No caso de conflito entre tratado e legislação infraconstitucional, considera-se o tratado, para todos os fins e efeitos, como se fosse lei ordinária: prevalece o texto mais recente - lex posterior derogat priori; se a lei for mais recente, prevalece sobre o tratado, mesmo que disso resulte a responsabilidade internacional do Brasil. O tema foi pacificado por decisão do Supremo Tribunal Federal.

    A exceção a esta regra é o caso dos tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três-quintos dos votos dos respectivos membros, que equivalem às emendas constitucionais, por força da Emenda Constitucional nº 45, de 8 de dezembro de 2004, sendo portanto hierarquicamente superiores à lei ordinária. O primeiro (e, até o momento, o único) tratado aprovado conforme este rito é a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, juntamente com o seu Protocolo Facultativo, celebrada em Nova Iorque em 30 de março de 2007 e referendada pelo Congresso Nacional por meio do decreto legislativo 186, de 9 de julho de 2008.

  • PARIDADE NORMATIVA ENTRE ATOS INTERNACIONAIS E NORMAS INFRACONSTITUCIONAIS DE DIREITO INTERNO
    - Os tratados ou convenções internacionais, uma vez regularmente incorporados ao direito interno, situam-se, no sistema jurídico brasileiro, nos mesmos planos de validade, de eficácia e de autoridade em que se posicionam as leis ordinárias, havendo, em conseqüência, entre estas e os atos de direito internacional público, mera relação de paridade normativa.

    No sistema jurídico brasileiro, os atos internacionais não dispõem de primazia hierárquica sobre as normas de direito interno. A eventual precedência dos tratados ou convenções internacionais sobre as regras infraconstitucionais de direito interno somente se justificará quando a situação de antinomia com o ordenamento doméstico impuser, para a solução do conflito, a aplicação alternativa do critério cronológico ("lex posterior derogat priori") ou, quando cabível, do critério da especialidade.

    TRATADO INTERNACIONAL E RESERVA CONSTITUCIONAL DE LEI COMPLEMENTAR
    - O primado da Constituição, no sistema jurídico brasileiro, é oponível ao princípio pacta sunt servanda, inexistindo, por isso mesmo, no direito positivo nacional, o problema da concorrência entre tratados internacionais e a Lei Fundamental da República, cuja suprema autoridade normativa deverá sempre prevalecer sobre os atos de direito internacional público.

    Os tratados internacionais celebrados pelo Brasil - ou aos quais o Brasil venha a aderir - não podem, em conseqüência, versar matéria posta sob reserva constitucional de lei complementar. É que, em tal situação, a própria Carta Política subordina o tratamento legislativo de determinado tema ao exclusivo domínio normativo da lei complementar, que não pode ser substituída por qualquer outra espécie normativa infraconstitucional, inclusive pelos atos internacionais já incorporados ao direito positivo interno.

    Fonte: Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 1480

  • Alguém se atrave a discorrer sobre o tratado internacional (que não versa sobre direitos humanos) incorporado ao direito interno por meio de quórum de emenda (duas sessões e 3/5 dos votos)? Ou estaríamos diante de uma excrescência jurídica? 
  • CERTO

     

    Referido ato normativo integra o ordenamento jurídico interno com caráter de norma infraconstitucional, situando-se nos mesmos planos de validade, eficácia e autoridade em que se posicionam as leis ordinárias (guardando, dessa forma, estrita relação de paridade normativa com as referidas leis ordinárias), podendo, por conseguinte, ser revogado (ab-rogação ou derrogação) por norma posterior, bem como ser questionada a sua constitucionalidade perante os tribunais, de forma concentrada ou difusa.

  • Considerando que esta questão é de 2004, minha dúvida é: esse é o entendimento ainda válido? Pois, segundo autores como Portela e Mazzuoli, os tratados internacionais incorporados a ordem política interna adentram o ordenamento jurídico brasileiro com status SUPRALEGAL, ou seja, acima das leis ordinárias e complementares, mas abaixo da constituição (exceção feita aos tratados sobre direitos humanos).

  • @Hildeberto Filho,

    Na verdade os tratados assinados pelo Brasil possuem valor de lei ordinária.

    Se forem tratados de Direitos Humanos eles possuem status supralegal.

    E SE forem tratados de DH com aprovação em dois turnos, nas duas casas, 3/5, possuem status de Emenda Constitucional.

  • Tratados que não versem sobre DH terão status de lei ordinária.

  • Teoria do controle de convencionalidade por  Valerio Mazzuoli

    No Brasil, o controle de convencionalidade foi objeto da tese de doutorado de Valerio Mazzuoli, mestre de Direito Internacional, que acredita que todos os tratados internacionais de direitos humanos ratificados pelo Estado e em vigor no Brasil têm nível de normas constitucionais, tanto por hierarquia material (status de norma constitucional), quanto por hierarquia material e formal (equivalência de emenda constitucional).

    https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/6648/Controle-de-convencionalidade

  • @HHACF, pelo que consta no livro do Portela, o entendimento ainda é válido.

    Vai depender de como o tratado internacional entrou no ordenamento jurídico interno. Se adentrou no ordenamento jurídico como lei ordinária (tratados comuns), o meio de ataque é o Controle de Constitucionalidade.

    Caso verse sobre DH, então, o correto seria Controle de Convencionalidade.


ID
83863
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Direito Internacional Público
Assuntos

Presidente visita Benguela

O presidente da República in icia hoje uma viagem pelo
continente africano. Seu primeiro compromisso no exterior diz respeito à
assinatura de um tratado comercial com a Repúb lica de Benguela,
envolvendo exportação de produtos agrícolas e medicamentos, e ajuda
financeira.

A República de Benguela é país recém-criado, surgido em
decorrência do desmembramento de parte do território de um outro país.
Um governador de estado acompanha a comitiva presidencial,
pois tem interesse em um segundo tratado, pelo qual uma sociedade de
economia mista do estado-membro participaria das obras de
infra-estrutura necessárias à organização do novo país. A imprensa não foi
informada acerca de qual governador acompanhará o presidente.
O Planeta Diário, 1.º de abril de 2003 (com adaptações).

Supondo que seja verdadeira a notícia hip o tética acima transcrita,
julgue os itens seguintes.

O primeiro tratado, após devidamente assinado pelas partes, é um tratad o b i l ateral e de natureza contratual, que deverá ser interpretado de boa-fé, segundo o sentido comum atribuível aos termos no contexto e à luz de seu objeto e fin al i dade. Deverá ser declarado nulo se, no momento de sua conclusão, conflitar com alguma norma imperativa de direito internacional geral.

Alternativas
Comentários
  • O item em tese está correto, mas foi anulado com a seguinte justificativa: "ITEM 109 – anulado, pois o seu enunciado não esclarece se a república de Benguela é signatária da convenção de Viena, de 1992. Assim, não se poderiam aplicar a um tratado bilateral firmado entre o Brasil e aquela República as disposições da referida convenção."


ID
83866
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Direito Internacional Público
Assuntos

Presidente visita Benguela

O presidente da República in icia hoje uma viagem pelo
continente africano. Seu primeiro compromisso no exterior diz respeito à
assinatura de um tratado comercial com a Repúb lica de Benguela,
envolvendo exportação de produtos agrícolas e medicamentos, e ajuda
financeira.

A República de Benguela é país recém-criado, surgido em
decorrência do desmembramento de parte do território de um outro país.
Um governador de estado acompanha a comitiva presidencial,
pois tem interesse em um segundo tratado, pelo qual uma sociedade de
economia mista do estado-membro participaria das obras de
infra-estrutura necessárias à organização do novo país. A imprensa não foi
informada acerca de qual governador acompanhará o presidente.
O Planeta Diário, 1.º de abril de 2003 (com adaptações).

Supondo que seja verdadeira a notícia hip o tética acima transcrita,
julgue os itens seguintes.

Considerando que o território da República de Benguela era parte de um país, que continua a existir, a referida República não deverá ficar responsável pelo pagamento de nenhuma parcela de dívida externa contraída pelo país predecessor, ainda que ambos os países tenham diversamente acordado, haja vista a existência de norma impositiva de direito internacional público a respeito dessa matéria.

Alternativas
Comentários
  • Sobre a sucessão de Estados, no tocante às dívidas:

    "A regra geral, é a de que o Estado predecessor e o sucessor celebrem acordo a respeito. De outro modo, a sucessão rege-se pelo princípio da 'repartição ponderada da dívida', pelo qual se deve observar a destinação do produto do endividamento como critério para definir a responsabilidade pelo débito, o que faz com que o sucessor possa arcar com parte ou até com a totalidade da dívida, dependendo dos benefícios auferidos com os recursos". (Paulo Henrique Gonçalves Portela, Direito Internacional Público e Privado, pág. 178)
  • Pergunto: o acordo estabelecido entre os dois estados (sucessor e predecessor) poderá isentar o novo estado das dívidas contraídas pelo sucedido? Ou necessariamente deverá o novo estado arcar com a dívida afeta à, por exemplo, melhorias estruturais na parcela territorial sob sua soberania?
    Grato!
  • Segundo a Teoria da Responsabilidade Ponderada, a dívida preexistente acompanha o território. Em outras palavras, o governo local deverá saldar as dívidas contraídas, independentemente de o governo ser do Estado sucessor ou do Estado predecessor. Portanto, um Estado poderá surgir com dívidas decorrentes de investimentos que recebeu o território que representará sua base física.
  • Segundo a Convenção de Viena sobre sucessão de Estados em matérias de bens, arquivos e dívidas, quando se trata de um caso de desmembramento ou secessão, o novo Estado responde parcial e proporcionalmente à parte territorial que lhe coube no que se refere às dívidas. Dessa forma, Benguela deverá ficar responsável por parte das dívidas. Hipótese de sucessão em que a regra é a de não responsabilidade pelas dívidas é o caso de descolonização. Além disso, não existe norma imperativa de direito internacional a respeito desse assunto.


    A questão está errada. 



  • ERRADO

     

    - Existe uma Convenção para dirimir as situações desta temática:

     

    Foi celebrado, sobre projetos da Comissão de Direito Internacional das Nações Unidas, uma Convenção de 1978 sobre a sucessão de Estados em matéria de tratados,e uma Convenção de 1983 sobre a sucessão de Estados em matérias de bens, arquivos e dívidas.

     

    - Resolve-se dessa forma a dívida externa:

     

    O Estado resultante de agregação é responsável pelo conjunto das obrigações convencionais e dos débitos de seus integrantes. No desmembramento e na transferência territorial, o princípio é o da repartição ponderada da dívida, atentando-se primordialmente à destinação que tenha sido dada ao produto dos empréstimos externos. Não se exclui, assim, a possibilidade de que o novo Estado veja pesar sobre si a integralidade de uma dívida contraída pelo Estado primitivo em proveito único daquela área que veio a tornar-se independente. 

  • DECRETO Nº 10.214, DE 30 DE JANEIRO DE 2020

    Promulga o texto da Convenção de Viena sobre Sucessão de Estados em Matéria de Tratados, concluída em Viena, em 23 de agosto de 1978.

    Artigo 8

    Acordos para a transmissão de obrigações ou direitos derivados de tratados de um Estado predecessor a um Estado sucessor

    1. As obrigações ou os direitos de um Estado predecessor derivados de tratados em vigor, a respeito de um território, na data de uma sucessão de Estados, não passarão a ser obrigações ou direitos do Estado sucessor para com outros Estados partes nesse tratado apenas pelo fato de que o Estado predecessor e o Estado sucessor tenham celebrado um acordo pelo qual disponham que tais obrigações ou direitos se transmitirão ao Estado sucessor.

    2. Não obstante a celebração de tal acordo, os efeitos de uma sucessão de Estados sobre os tratados que, na data dessa sucessão de Estados, estivessem em vigor relativamente ao território em questão reger-se-ão pela presente Convenção.


ID
83869
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Direito Internacional Público
Assuntos

Presidente visita Benguela

O presidente da República in icia hoje uma viagem pelo
continente africano. Seu primeiro compromisso no exterior diz respeito à
assinatura de um tratado comercial com a Repúb lica de Benguela,
envolvendo exportação de produtos agrícolas e medicamentos, e ajuda
financeira.

A República de Benguela é país recém-criado, surgido em
decorrência do desmembramento de parte do território de um outro país.
Um governador de estado acompanha a comitiva presidencial,
pois tem interesse em um segundo tratado, pelo qual uma sociedade de
economia mista do estado-membro participaria das obras de
infra-estrutura necessárias à organização do novo país. A imprensa não foi
informada acerca de qual governador acompanhará o presidente.
O Planeta Diário, 1.º de abril de 2003 (com adaptações).

Supondo que seja verdadeira a notícia hip o tética acima transcrita,
julgue os itens seguintes.

Para que fosse aceito como país-membro da Organização das Nações Unidas (ONU), em condição de plena igualdade com os demais países-membros, a República de Benguela teria que comprovar o atendimento dos requisitos exigidos por aquela pessoa jurídica de direito público internacional para o ingresso na organização, tais como o respeito aos direitos humanos e a comprovação dos limites mínimos de população e de extensão territorial.

Alternativas
Comentários
  • Não há exigência de território mínimo para que  a ONU reconheça a existentencia de um Estado
  •  

    Cinco condições para ser membro da ONU 1)      Ser um Estado 2)      Comprometido com a paz 3)      Aceitar as obrigações da Carta da ONU 4)      Cumprir as obrigações da Carta da ONU 5)      Estar disposto a cumprir as obrigações da Carta da ONU
  • Hmm...5 condições. Favor informar a fonte. Obrigado.

  • CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS

    Artigo 4
    1. A admissão como Membro das Nações Unidas fica aberta a todos os Estados amantes da paz que aceitarem as obrigações contidas na presente Carta e que, a juízo da Organização, estiverem aptos e dispostos a cumprir tais obrigações.
    2. A admissão de qualquer desses Estados como Membros das Nações Unidas será efetuada por decisão da Assembléia Geral, mediante recomendação do Conselho de Segurança.

    Fonte: ONU Brasil
  • SENDO ASSIM A ONU É UMA AUTARQUIA...
  • Como não vai existir uma mínima extensão territorial? País no vazio?

  • Na verdade, a Carta da ONU não menciona como requisito o respeito aos direitos humanos e a comprovação dos limites mínimos de população e de extensão territorial como fala a questão.

    Artigo 4

    1. A admissão como membro das Nações Unidas fica aberta a todos os Estados amantes da paz que aceitarem as obrigações contidas na presente Carta e que, a juízo da Organização, estiverem aptos e dispostos a cumprir tais obrigações.

    2. A admissão de qualquer desses Estados como membros das Nações Unidas será efetuada por decisão da Assembleia Geral, mediante recomendação do Conselho de Segurança.

  • A ONU, de forma não direta (jus cogens), demanda que o estado seja estado. Bem, para ser estado, o direito internacional pondera que o ente deva possuir território, povo e governo. Havendo estes três, não importa se o país tem 1 metro quadrado ou 1.500.000.000 km quadrados. É necessário, sim, ter território físico (Terra, de fato. Chão, por assim dizer), para ser dito estado, assim como é necessário ter população (mais de uma pessoa) e também governo (instituição responsável pela gestão e representação). Sendo estado de fato, pode-se entrar na ONU atendendo a somente três requisitos: 1. ser amante da paz, 2. aceitar seguir os ditames da organização, e 3. ser aceito pela ASS GER por recomendação do CSONU. A questão de serem o vaticano e a OLP estados observadores, tem muito mais relação com questões políticas do que territoriais (apesar de a OLP, de fato, não poder se dizer posseira líquida e certa de território definido).


ID
83872
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Direitos Humanos
Assuntos

Presidente visita Benguela

O presidente da República in icia hoje uma viagem pelo
continente africano. Seu primeiro compromisso no exterior diz respeito à
assinatura de um tratado comercial com a Repúb lica de Benguela,
envolvendo exportação de produtos agrícolas e medicamentos, e ajuda
financeira.

A República de Benguela é país recém-criado, surgido em
decorrência do desmembramento de parte do território de um outro país.
Um governador de estado acompanha a comitiva presidencial,
pois tem interesse em um segundo tratado, pelo qual uma sociedade de
economia mista do estado-membro participaria das obras de
infra-estrutura necessárias à organização do novo país. A imprensa não foi
informada acerca de qual governador acompanhará o presidente.
O Planeta Diário, 1.º de abril de 2003 (com adaptações).

Supondo que seja verdadeira a notícia hip o tética acima transcrita,
julgue os itens seguintes.

Caso houvesse conflito entre a República de Benguela e o país predecessor, em decorrência de problemas sucessórios envolvendo, por exemplo, tratados, bens, arquivos e dívidas, tais litígios seriam passíveis de julgamento pela Corte Internacional de Justiça, situada em Haia na Holanda. Essa Corte é composta de quinze juízes , eleitos pela Assembléia Geral e pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, para mandatos de nove anos

Alternativas
Comentários
  • Estatuto da Corte Internacional de Justiça

    Artigo 3
    A Corte será composta de quinze membros, não podendo figurar entre eles dois nacionais do mesmo Estado.
    (...)

    Artigo 4
    Os membros da Corte serão eleitos pela Assembléia Geral e pelo Conselho de Segurança de uma lista de pessoas apresentadas pelos grupos nacionais da Corte Permanente de Arbitragem, de acordo com as disposições seguintes.
    (...)

    Artigo 36
    A competência da Corte abrange todas as questões que as partes lhe submetam, bem como todos os assuntos especialmente previstos na Carta das Nações Unidas ou em tratados e convenções em vigor.

    Os Estados, partes do presente Estatuto, poderão, em qualquer momento, declarar que reconhecem como obrigatória, ipso facto e sem acordos especial, em relação a qualquer outro Estado que aceite a mesma obrigação, a jurisdição da Corte em todas as controvérsias de ordem jurídica que tenham por objeto:
    a) a interpretação de um tratado;
    b) qualquer ponto de direito internacional;
    c) a existência de qualquer fato que, se verificado, constituiria violação de um compromisso internacional;
    d) a natureza ou extensão da reparação devida pela ruptura de um compromisso internacional.
    (...)
  • A questão não fala que a República de Benguela faz parte da ONU, tampouco o país predecessor. Ainda assim podemos dizer que a questão está correta?
  • Para ser submetido ao julgamento da CIJ, não precisaria ser crime contra a humanidade? 

  • Para quem não tem acesso a resposta.

    Gaba: CERTO

  • Paulo, a CIJ é um tribunal de natureza civil que julga os ESTADOS que descumprem as obrigações internacionais relacionadas ao sistema da ONU. Crime contra a humanidade está relacionado ao tribunal penal internacional (TPI), que julga as PESSOAS - este sim, com natureza penal. 

  • Bom, eu errei porque pensei que o termo passível mostrava que seria levado ao Tribunal caso ele assim entendesse, sem anuência dos Estados envolvidos, o que pelo CVDT 1969 não é obrigatório, a não ser que o Estado em tela tenha acatado a cláusula facultativa de jurisdição compulsória (Art. 66 CVDT 1969) ao qual o Brasil não aderiu, quando da ratificação da convenção pelo país, em 2009.

  • A Corte Internacional de Justiça

    A Corte Internacional de Justiça, com sede em Haia (Holanda), é o principal órgão judiciário das Nações Unidas. Todos os países que fazem parte do Estatuto da Corte – que é parte da Carta das Nações Unidas – podem recorrer a ela. Somente países, nunca indivíduos, podem pedir pareceres à Corte Internacional de Justiça.

    Além disso, a Assembleia Geral e o Conselho de Segurança podem solicitar à Corte pareceres sobre quaisquer questões jurídicas, assim como os outros órgãos das Nações Unidas.

    A Corte Internacional de Justiça se compõe de quinze juízes chamados “membros” da Corte. São eleitos pela Assembleia Geral e pelo Conselho de Segurança em escrutínios separados.

    Fonte: nacoesunidas.org

  • Nada é mencionado acerca da adesão desses países à cláusula de jurisdição obrigatória da CIJ. Confuso.

  • Galera, tsic tsic tsic...

    Ano: 2004 Banca: CESPE Órgão: Instituto Rio Branco Prova: Instituto Rio Branco - Diplomata

    ...

    Subentende-se que um cara que vá fazer a prova de Diplomata saiba alguma coisa sobre Geopolítica, não é?

    Ou seja, algumas informações não precisam estar expostas, na cara do candidato.

  • GABARITO: CERTO

    PRIMEIRA PARTE DA ASSSERTIVA:

    "Caso houvesse conflito entre a República de Benguela e o país predecessor, em decorrência de problemas sucessórios envolvendo, por exemplo, tratados, bens, arquivos e dívidas, tais litígios seriam passíveis de julgamento pela Corte Internacional de Justiça, situada em Haia na Holanda."

    A priori, pode-se estranhar o fato de a CIJ julgar um Estado potencialmente não integrante da ONU, afinal o enunciado silencia quanto à adesão da República de Benguela e do país predecessor ao Sistema das Nações Unidas. Entretanto, o art. 35 do Estatuto da CIJ expressamente contempla a possibilidade de Estados não integrantes da ONU serem julgados pela CIJ. Veja-se:

    Artigo 35

    A Corte estará aberta aos Estados que são partes do presente Estatuto.

    As condições pelas quais a Corte estará aberta a outros Estados serão determinadas pelo Conselho de Segurança, ressalvadas as disposições especiais dos tratados vigentes; em nenhum caso, porém, tais condições colocarão as partes em posição de desigualdade perante a Corte.

    Quando um Estado que não é Membro das Nações Unidas for parte numa questão, a Corte fixará a importância com que ele deverá contribuir para as despesas da Corte. Esta disposição não será aplicada se tal Estado já contribuir para as referidas despesas.

    Desse modo, é possível afirmar que, sendo ou não parte da ONU, a CIJ poderia eventualmente julgar a República de Benguela e o país predecessor, desde que atendimentos os pressupostos fixados pelo Conselho de Segurança, conforme art. 35 acima exposto.

    SEGUNDA PARTE DA ASSSERTIVA:

    "Essa Corte é composta de quinze juízes , eleitos pela Assembléia Geral e pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, para mandatos de nove anos"

    Todos os artigos abaixo são do Estatuto da CIJ

    Artigo 3

    A Corte será composta de quinze membros, não podendo figurar entre eles dois nacionais do mesmo Estado.

    Artigo 4

    Os membros da Corte serão eleitos pela Assembléia Geral e pelo Conselho de Segurança de uma lista de pessoas apresentadas pelos grupos nacionais da Corte Permanente de Arbitragem, de acordo com as disposições seguintes.

    Artigo 13

    Os membros da, Côrte serão eleitos por nove anos e poderão ser reeleitos; fica estabelecido, entretanto, que, dos juizes eleitos na primeira eleição, cinco terminarão suas funções no fim de um período de três anos, e outros cinco no fim de um período de seis anos.

  • PMAL 2021 FOCO!!!

  • Artigo 13. 1. Os membros da, Corte serão eleitos por nove anos e poderão ser reeleitos; fica estabelecido, entretanto, que, dos juizes eleitos na primeira eleição, cinco terminarão suas funções no fim de um período de três anos, e outros cinco no fim de um período de seis anos.

    4. No caso de renúncia de um membro da Corte, o pedido de demissão deverá ser dirigido ao Presidente da Corte que o transmitirá ao Secretário Geral. Esta última notificação significará a abertura da vaga.

  • ATENÇÃO!!! Não confunda as CORTES

     

     #CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA (CIJ),

    • A Corte Internacional de Justiça (CIJ) é o principal órgão judiciário das Nações Unidas. Ela foi estabelecida em junho de 1945 pela Carta da Nações Unidas e começou a funcionar em 1946.
    • situada em Haia na Holanda
    • tem poder para julgamento em decorrência de problemas sucessórios envolvendo, por exemplo, tratados, bens, arquivos e dívidas.
    • É composta de 15 juízes, eleitos pela Assembleia Geral e pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas,
    • o mandato dos juízes é de 9 anos.
    • Caso nenhum juiz da CIJ seja nacional dos dois Estados em questão, esses poderão indicar juízes ad hoc, não há necessidade de aprovação prévia pelo Assembleia Geral e pelo Conselho de Segurança.

     

     #CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS (CIDH):

    • Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica) 
    • Suas sentenças são definitivas e irrecorríveis.
    • As sentenças podem, no caso concreto, determinar pagamento de indenização à parte lesada. 
    • Somente os Estados Partes e a Comissão têm direito de submeter caso à decisão da Corte.
    • Sua competência alcança não só os Estados, mas também quaisquer pessoas físicas e jurídicas, as quais podem encaminhar suas demandas através da (COIDH).
    • Regulamentada pelo Pacto de San Jose da Costa Rica
    • Possui função consultiva e contenciosa.
    • É o órgão jurisdicional da Convenção Americana.
    • Tem por função principal a observância e defesa dos direitos humanos além de formular recomendações aos governos dos Estados-membros.

    @No exercício de sua competência consultiva, pode considerar qualquer tratado internacional aplicável aos Estados Americanos.

    • Não pode ter 2 juízes da mesma nacionalidade.
    • 7 JUÍZES - 1 DE CADA NACIONALIDADE
    • Mandato de 6 anos com apenas 1 reeleição.
    • Quorum → 5 juízes
    • Instituída em 1978 → sede em San José, costa rica.

     

    #COMISSÃO INTERNACIONAL DE DIREITOS HUMANOS (COIDH):

    • Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica) 
    • Qualquer pessoa ou grupo de pessoas, ou entidade não - governamental legalmente reconhecida em um ou mais Estados membros da Organização, pode apresentar à Comissão petições que contenham denúncias ou queixas de violação da CADH por um Estado Parte.
    • Orienta Como forma de redução das prisões preventivas, a utilização das práticas de justiça restaurativa, que, no Brasil, são incentivadas por resolução do Conselho Nacional de Justiça.

    @O Conselho Nacional de Direitos Humanos é composto por representantes de órgãos públicos e representantes da sociedade civil com prerrogativas administrativas e poder de sanção.

    • Não pode mais de um nacional de um mesmo país.
    • Mandato de 4 anos com apenas 1 reeleição.
    • 7 MEMBROS - alta moral e de reconhecido saber de direitos humanos
    • Representa → todos os membros da Organização dos Estados Americanos (OEA).
    • Comparece em todos os casos da corte.
    • Instituída em 1959 → sede em Washingto

    Fonte: projeto_1902

     


ID
83875
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Direito Internacional Público

Presidente visita Benguela

O presidente da República in icia hoje uma viagem pelo
continente africano. Seu primeiro compromisso no exterior diz respeito à
assinatura de um tratado comercial com a Repúb lica de Benguela,
envolvendo exportação de produtos agrícolas e medicamentos, e ajuda
financeira.

A República de Benguela é país recém-criado, surgido em
decorrência do desmembramento de parte do território de um outro país.
Um governador de estado acompanha a comitiva presidencial,
pois tem interesse em um segundo tratado, pelo qual uma sociedade de
economia mista do estado-membro participaria das obras de
infra-estrutura necessárias à organização do novo país. A imprensa não foi
informada acerca de qual governador acompanhará o presidente.
O Planeta Diário, 1.º de abril de 2003 (com adaptações).

Supondo que seja verdadeira a notícia hip o tética acima transcrita,
julgue os itens seguintes.

A Organização Mundial do Comércio (OMC) é uma agência vinculada à ONU, com personalidade jurídica própria de direito internacional, criada para regular o comércio internacional. Assim, a adesão da República de Benguela à OMC deveria ser subordinada ao atendimento dos seguintes requisitos: ser membro da ONU, adequar a legislação interna aos acordos existentes no âmbito da OMC, fazer concessões n as tarifas aduaneiras e ser aceita por todos os país es membros da OMC.

Alternativas
Comentários
  • "... a adesão à OMC é permitida, condicionada à circunstância de o ente estatal possuir plena autonomia na condução de suas relações comerciais internacionais e à concordância de 2/3 dos membros da própria OMC, bem como a requisitos especiais estabelecidos caso a caso". (Portella, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado, p. 325) 

     

  • Outra coisa: A OMC não é vinculada à ONU mesmo as duas organizações mantendo relações próximas. 

    Vide texto: 

    Although the WTO is not a UN specialized agency, it has maintained strong relations with the UN and its agencies since its establishment. The WTO-UN relations are governed by the “Arrangements for Effective Cooperation with other Intergovernmental Organizations-Relations Between the WTO and the United Nations” signed on 15, November 1995. The WTO Director General participates to the Chief Executive Board which is the organ of coordination within the UN system.

    The United Nations Economic and Social Council (ECOSOC) back to top

    The WTO is not a member of ECOSOC, but it actively collaborates through two main events

    http://www.wto.org/english/thewto_e/...e/wto_un_e.htm

    From on historical view point, after GATT was reformed as a real international organization, it was expected to be a specialized agency of the UN system. In 1995 the WTO did not choose to have the status of a specialized agency within the UN system. There are various links between the Secretariat of the UN and the Secretariat of the WTO, such as exchange of relevant information, reciprocal representation, and participation in the Administrative Committee on Coordination. The UN and the WTO have no formal treaty for relationship.
  • A OMC não é agência vinculada à ONU, apesar de ambas manterem relações amistosas.

  • Vários erros: 1. OMC não é agência da ONU; 2. Não é necessário ser membro da ONU para entrar na OMC (vide Hong Kong); 3. Não é necessário aprovação de todos os membros para entrar na OMC, apenas 2/3.

  • Gabarito:"Errado"

    A OMC não é vinculada;

    Não é necessário ser membro da ONU para entrar na OMC;

    Não é preciso aprovação de todos os membros, 2/3 apenas.


ID
83878
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Direito Internacional Público
Assuntos

Presidente visita Benguela

O presidente da República in icia hoje uma viagem pelo
continente africano. Seu primeiro compromisso no exterior diz respeito à
assinatura de um tratado comercial com a Repúb lica de Benguela,
envolvendo exportação de produtos agrícolas e medicamentos, e ajuda
financeira.

A República de Benguela é país recém-criado, surgido em
decorrência do desmembramento de parte do território de um outro país.
Um governador de estado acompanha a comitiva presidencial,
pois tem interesse em um segundo tratado, pelo qual uma sociedade de
economia mista do estado-membro participaria das obras de
infra-estrutura necessárias à organização do novo país. A imprensa não foi
informada acerca de qual governador acompanhará o presidente.
O Planeta Diário, 1.º de abril de 2003 (com adaptações).

Supondo que seja verdadeira a notícia hip o tética acima transcrita,
julgue os itens seguintes.

Para q u e a República de Benguela pudesse firmar qualquer tratado específico com algum estado-membro da União Européia (UE), que é uma pessoa jurídica de direito público internacional, esse tratado deveri a estar em harmonia com o direito comunitário da UE, visto que a ordem jurídica comunitária integra o direito interno de cada estado-membro da UE, não podendo este invocar a legislação nacional para impedir a aplicação do direito comunitário.

Alternativas
Comentários
  • A questão é 2004, anterior ao Tratado de Lisboa, que conferiu personalidade jurídica internacional à União Europeia. Acredito que, se a mesma questão fosse aplicada numa prova hoje, o gabarito seria CERTO.
  • Caros,
    A questão está errada porque a grande inovação do Direito Comunitário é justamente não precisar ser internalizado pelos Estados. Ele ultapassa tais dicotomias existentes no direito internacional.
  • Ana,

    Tem certeza? Embora as instituições comunitárias sejam capazes de, por exemplo, emitir decisões que configuram fonte de direitos e obrigações internacionais, todos os Estados que fazem parte da União Europeia precisaram internalizar os tratados internacionais que formalizaram a criação dessas instituições, seus princípios, poderes e modo de funcionamento. Cada Estado faz isso de acordo com sua própria legislação, mas todos, necessariamente, precisaram aceitar as disposições negociadas (embora existam vários exemplos de ressalvas - opt-outs - relativos à alguns compromissos ou regras). Então temos que caso uma decisão seja tomada por maioria na UE, os Estados que foram voto vencido no debate têm que acatá-la pois aceitaram, previamente, a dinâmica de votação por maioria.
  • Gabarito preliminar correto, mas alterado para errado no definitivo, sob a seguinte justificativa: "ITEM 114 – gabarito alterado tendo em vista que o tratado de Maastricht, de 1992, que instituiu a União Européia, não lhe atribuiu personalidade jurídica, assim, é incorreto afirmar que a União Européia é uma pessoa jurídica de direito público internacional."

  • Deve-se ficar atento que esta prova é de 2004. Nessa época, o Tratado de Lisboa de 2007, que conferiu personalidade jurídica internacional à União Europeia, não existia. Portanto, a afirmativa está errada pois a União Europeia não era uma pessoa jurídica de direito internacional público naquela época.
  • Rafael está correto em seu comentário, mas a justificativa da banca caducou em 2009, quando o Tratado de Lisboa conferiu personalidade jurídica de direito internacional à UE.


ID
83881
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Direito Internacional Público
Assuntos

Presidente visita Benguela

O presidente da República in icia hoje uma viagem pelo
continente africano. Seu primeiro compromisso no exterior diz respeito à
assinatura de um tratado comercial com a Repúb lica de Benguela,
envolvendo exportação de produtos agrícolas e medicamentos, e ajuda
financeira.

A República de Benguela é país recém-criado, surgido em
decorrência do desmembramento de parte do território de um outro país.
Um governador de estado acompanha a comitiva presidencial,
pois tem interesse em um segundo tratado, pelo qual uma sociedade de
economia mista do estado-membro participaria das obras de
infra-estrutura necessárias à organização do novo país. A imprensa não foi
informada acerca de qual governador acompanhará o presidente.
O Planeta Diário, 1.º de abril de 2003 (com adaptações).

Supondo que seja verdadeira a notícia hip o tética acima transcrita,
julgue os itens seguintes.

De acordo com as normas jurídicas brasileiras atualmente v igentes, para que um ocupante de cargo da carreira diplomática - obrigatoriamente, p ortanto, de nacionalidade o r i ginária brasileira - fosse nomeado chefe de missão di p l omática que o Brasil estabelecesse na República de Benguela em caráter permanente, seria necessária a edição de um dec reto de nomeação pelo presidente da República, posteriormente à aprovação prévia pelo Senado F ederal, por voto secreto, após argüição em sessão secreta.

Alternativas
Comentários
  • A Constituição Federal, em seu art. 12, dispõe sobre os cargos privativos (reservados) de brasileiro nato (de nacionalidade brasileira originária) e não permitidos portanto a brasileiros naturalizados (de nacionalidade brasileira derivada):
    Art. 12: §- São privativos de brasileiro nato os cargos:
    I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
    II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
    III - de Presidente do Senado Federal;
    IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
    V - da carreira diplomática;
    VI - de oficial das Forças Armadas.
    VII - de Ministro de Estado da Defesa.

    A carreira diplomática é portanto um dos cargos privativos de brasileiro nato (com nacionalidade brasileira originária).

    A Constituição Federal, em seu art.52, em que dispõe sobre as competências privativas do Senado, deixa claro:
    Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
    (...)
    IV - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente;

    Cabe ressaltar que os demais cargos sujeitos a aprovação do Senado, como o de Presidente do Banco Central e Procurador-Geral da República, são aprovados em arguição pública, sendo somente o de chefe de missão diplomática aprovado em arguição em sessão secreta.

     

  • CERTO

     

    Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

     

    [...]

     

    IV - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente;

  • ESCOLHAS DOS CHEFES DE MISSÃO DIPLOMÁTICA DE CARÁTER PERMANENTES

    1)Aprovado previamente pelo Senado Federal(Competência privativa)

    2)Voto secreto

    3)Após arguiça em sessão secreta

    GABARITO CERTO


ID
83884
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Direito Constitucional
Assuntos

Fritz, casado com Helga, é, há cinco anos, cônsul da República da Gemênia no Brasil. Ambos são gemênicos, ou seja, têm a nacionalidade daquele país e têm um filho de quatro anos, chamado Hans, nascido em território brasileiro. Para cuidar do filho Hans, o casal contratou, em julho de 2003, uma empregada, chamada Helen, que passou a fazer o trabalho de babá na residência do cônsul. Helen, atualmente com 17 anos de idade, nascida na Gemênia, casada no Brasil, é filha de pais brasileiros , sendo que nenhum deles esteve naquele país a serviço da República Federativa do Brasil. Em fevereiro de 2004, Helen vendeu a Helga um relógio alegando ser de ouro legítimo. Posteriormente, Helga descobriu que o relógio era falsificado e não era, sequer, de ouro de baixa qualidade. Helen, ao efetuar a venda, tinha pleno conhecimento de que o relógio era falso. Foi, então, demitida do seu emprego no consulado, sem receber seus direitos trabalhistas.

Ante a situação hipotética descrita acima e considerando que a República da Gemênia não seja um país de língua portuguesa e adota o jus sanguinis como critério de atribuição da nacionalidade originária, julgue os itens a seguir.

Hans, ainda que tenha nascido em território brasileiro, não adquiriu nacionalidade originária brasileira, não obstante o fato de o Brasil adotar, em regra, o jus soli, como critério de atribuição da nacionalidade originária. Apesar disso, Hans, de nacionalidade gemênica, tem capacidade para ser titular de direitos e deveres na ordem civil, de acordo com o direito brasileiro.

Alternativas
Comentários
  • Art. 12. São brasileiros:I - natos:a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, DESDE QUE não estejam a serviço de seu país;
  • Questão correta.Vale relembrar que, a Nacionalidade é o vinculo jurídico e político de uma pessoa com um Estado. O Direito de nacionalidade é um direito fundamental, está previsto no art. 12 da CF, e também em Tratados Internacionais. Existem 2 espécies de nacionalidade:1) Nacionalidade originária (primária) = é aquela adquirida pelo nascimento, o sujeito já nasce com ela. Prevista somente na CF. 2) Nacionalidade secundária (adquirida) = é aquela adquirida por um ato posterior de vontade (naturalização). Existe regra na CF e também na lei infraconstitucional, (Lei nº 6.015/73).Sendo a nacionalidade um direito fundamental, vale lembrarmos a Titularidade dos direitos fundamentais:1) Brasileiros;2) Estrangeiros residentes no Brasil;3) Estrangeiro não residente no Brasil. Segundo o STF, o estrangeiro em trânsito no Brasil, é titular de direitos fundamentais. Ex. turista.Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
  • Essa questão pode ser respondida sem nem mesmo ver o texto atribuído a ela, pois§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
  • Quanto a primeira parte do enunciado não resta dúvida, Hans não é mesmo brasileiro nato, conforme exposto por todos abaixo. No entanto, a segunda parte do enunciado me pareceu errada pois Hans só tem quatro anos de idade e para o direito civil brasileiro ele tem personalidade (que ocorre com o nascimento com vida) mas não possui CAPACIDADE, que só se verifica a partir dos 16 anos, relativamente ainda!!!
    Talvez a questão tenha se referido à CAPACIDADE num sentido amplo/genérico!
  • Ao colega que ficou com a dúvida sobre a capacidade,No meu entendimento, quando a banca diz: tem capacidade PARA SER, esse para ser remete ao futuro, e não a atualmente. E por isso marquei certo, pois futuramente ele terá titularidade de direitos e deveres na ordem civil.Espero ter ajudado.
  • ESTÁ OCORRENDO UM ERRO DE INTERPRETAÇÃO DO PESSOAL:

    O DIREITO CIVIL ASSEGURA DOIS TIPOS DE CAPACIDADE A DE DIREITO E A DE FATO:

    A) DE DIREITO: é a do artigo 1º do CC, onde afirma que toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil, ou seja, seja ela menor, incapaz, capaz, ela detêm capacidade de direito, pois é assegurado a todos os indíviduos.

    B) DE FATO: é a capacidade para praticar todos os atos da vida civil, este só é alcançado pelos maiores de 18 anos, desde que não elencados no rol dos incapazes.


    Portanto Hans tem sim capacidade para ser titular de direitos e deveres na ordem civil, tendo em vista ser essa a capacidade de direito, que todo o indíviduo possui

  • CERTO

    A CF no Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.

    Ele terá direitos e deveres na ordem, com os parâmetros que a CF determina.
  • TEXTO: Hans, ainda que tenha nascid o em território brasileiro, não adquiriu nacionalidade originária brasileira, não o b stante o fato de o Brasil adotar, em regra, o jus soli, como critério de atribuição da nacionalidade o r i ginária. Apesar disso, Hans, de nacionalidade gemênica, tem capacidade para ser titular de direitos e deveres na ordem civil, de acordo com o direito brasileiro. GABARITO: Certo. As duas partes da questão estão corretas pois, pois Hans ainda que tenha nascido em território brasileiro e o Brasil adotar como regra geral o jus soli, mas faltou o critério, neste caso, que para Hans ser brasileiro seus pais NÃO poderiam estar a serviço de um pais estrangeiro, como é o caso, em tempo: o Brasil adota o jus soli como critério original e o jus sanguinis como critério derivado (naturalização). E a segunda parte da questão menciona que apesar disso Hans tem capacidade de ser titular de direitos e deveres na ordem civil, pois esta capacidade é uma capacidade de direitos e não de fato pois de acordo com o art. 5º: DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAID E COLETIVOS: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
    Donde se deduz que a capacidade de direitos todos tem, poré a capacidade de fato ou de exercício, requer atributos específicos.

  • Eu adoro CESPE rs

    " Fritz, casado com Helga, é, há cinco anos, cônsul da
    República da Gemênia no Brasil. Ambos são gemênicos, ou seja,
    têm a nacionalidade daquele país e têm um filho de quatro anos,
    chamado Hans, nascido em território brasileiro" -> Hans não é brasileiro nato
    pois seus pais estrangeiros estão no Brasil à serviço de seu país, cfme art 12 alínea a da CF.

    "Para cuidar do filho
    Hans, o casal contratou, em julho de 2003, uma empregada,
    chamada Helen..."  -> Isso apareceu aqui só para enrolar mesmo, já que nada se pergunta sobre
    a Helen.

    " Apesar disso, Hans, de nacionalidade gemênica, tem capacidade para ser titular de direitos e deveres na ordem civil, de acordo com o direito brasileiro" -> Hans, sendo estrangeiro (nem pensei na idade dele) terá assegurado seus direitos cfme art 5 caput da CF. 

  •  Alguém pode me esclarecer uma dúvida?

    O artigo 12, inciso I, alínea A da CF fala que será brasileiro nato os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país. Entendo que é necessário que os dois estejam a serviço de seu país de origem para o filho não ser considerado brasileiro nato. Já que a alínea B diz que será brasileiro nato os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que qualquer deles estejam a serviço da República Federativa do Brasil. Exigindo neste caso apenas um dos pais a serviço da RFB. No caso em questão só o pai de Hans está a serviço de seu país como cônsul. Então não poderia Hans ser considerado brasileiro nato pelo fato de sua mãe não está a serviço de seu país? Pois a alínea A não diz : "desde de que qualquer um deles estejam a serviço de seu país" e sim que: "estes não estejam a serviço de seu país."
  • A questão foi muito bem formulada, visto que nos leva a pensar em hipóteses futuras e desfoca a situação do presente.
    Errei a questão quando respondi, pois pensei em Hans no futuro, e condicionando à opção pela nacionalidade brasileira o exercício de seus direitos.

    Precisamos retomar alguns conceitos:
    1º - Direitos civis --> 1º Geração de direitos (liberdade, propriedade, vida e segurança)
    2º - CF, art. 5º, caput --> "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros E AOS ESTRANGEIROS RESIDENTES NO PAÍS a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade..."

    Assim, independentemente de cenários futuros, Hans já tem garantido o acesso a esses direitos de ordem civil.



  • Colegas,
    Minha dúvida gira em torno do critério adotado pela CF, este não é o CRITÉRIO MISTO???
    A quem puder esclarecer... Obrigada!!!
  • para esclarecer a dúvida do colega acima
    foi adotado o critério jus solis como regra e o jus sanguinis como exceção
  • Na questão não fala se a esposa do cônsul está a serviço. Ela acompanhando o marido estaria a serviço do país???
    Alguém pode me tirar essa dúvida boba???
  • Luiz Carlos Nunes,

    Basta um dos pais estar a serviço do país de origem para que a criança nascida em território brasileiro nao seja brasileiro nato.Esse caso se enquadra na exceção do art. 12, I da CF/88.

     E respondendo a sua pergunta: O fato de Helga estar acompanhando o marido que é cônsul germênico não é uma condição para que ela também esteja a serviço da Germênia. Então, apenas Fritz está a serviço de seu país (o que já é suficiente!). 


  • Achei super pertinente o comentário da Ana Gomés, só que a questão traz uma palavrinha perigosa: "capacidade". Isso ainda me deixa com algumas dúvidas.

    Se capacidade civil = capacidade para ser titular de direitos e deveres na ordem civil, então mantenho minha resposta (item errado). A doutrina Cespe ainda vai deixar todo mundo ainda mais burro.

  • Hans, apesar do fato de ser estrangeiro tem capacidade para ser titular de direitos e deveres na ordem civil, de acordo com o direito brasileiro. Pelo fato de ser estrangeiro, ok.


    Porém, Hans tem 4 anos de idade. Que ele tem capacidade de mesmo assim ser titular de direitos não há dúvidas, porém marquei como errada a questão porque não consegui pensar em qual dever uma criança de 4 anos de idade poderia ser titular segundo o nosso ordenamento jurídico.


    Se alguém puder me esclarecer essa dúvida, agradeço.

  • Questão facil de se resolver, o obstaculo está em nosso nervosismo durante a prova, o pouco tempo e

    a atenção redobrada em um item que poderia ser resolvido bem rapido.

    Minha dica: leia o que pede a questão, e va em busca no anunciado. Se perde menos tempo e voce acaba

    nao se perdendo dentro dessas historias.


    Lembre-se, se está dificil para voce, então está dificil para todos. Mantenha firme e estude até passa, e não para passar. 

  • "Tem capacidade para ser titular de direitos e deveres na ordem civil" EU NÃO ENTENDO NADA DE DIREITO CIVIL, MAS FICOU MEIO ESTRANHO ESSE "TEM"  E ME INDUZIU AO ERRO. BEM, A CAPACIDADE CIVIL ELE TERÁ NO FUTURO PARA EXERCER ESSES DIREITOS SENDO CERTO QUE TODO INDIVIDUO NASCE COM ESSE DIREITOS, MAS NÃO PODE AINDA EXERCÊ-LOS ANTES DA MAIORIDADE(18 ANOS), ENTÃO ACHO QUE FICARIA MENOS SUBJETIVA A QUESTÃO SE ELA DITASSE QUE "PODERÁ TER"  , QUESTÃO TOP DE LINHA PELO CARGO JÁ DÁ PARA SENTIR O CLIMA DELA.

  • Gabarito: CERTO.


    Também errei, mas pesquisando, a questão está realmente certa, vamos por partes:

    1º: Hans não adquiriu a nacionalidade brasileira por que seus pais estavam a serviço de seu país de origem. 
    C.F 88

    "Art. 12. São brasileiros:

    I - natos:

    a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;"


    2º: Portanto a primeira parte da assertiva está correta, agora vamos para o trecho mais polêmico.


    3º: A questão afirma " tem capacidade para ser titular de direitos e deveres na ordem civil, de acordo com o direito brasileiro", mas Hans só tem 4 aninhos, será mesmo? Sim, é o que diz o código civil.


    Lei 10.406, "Art. 1o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil."


    4º: O código civil diz toda pessoa, quando ele diz isso não importa a idade ou nacionalização, é toda pessoa mesmo! 


    Só lembrando que essa questão é para diplomata, não se assustem pela forma que foi cobrada. 


    Bons estudos!



  •  Gabarito: C. 

    Marquei errado porque o texto afirma que o pai está a serviço, mas não diz nada sobre a mãe. O texto constitucional fala em ambos, porque está no plural. Vejamos:
    : Hans não adquiriu a nacionalidade brasileira por que seus pais estavam a serviço de seu país de origem. 
    C.F 88

    "Art. 12. São brasileiros:

    I - natos:

    a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;"

     

    : Portanto a primeira parte da assertiva está correta, agora vamos para o trecho mais polêmico.

     

    : A questão afirma " tem capacidade para ser titular de direitos e deveres na ordem civil, de acordo com o direito brasileiro", mas Hans só tem 4 aninhos, será mesmo? Sim, é o que diz o código civil.

     

    Lei 10.406, "Art. 1o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil."

     

    : O código civil diz toda pessoa, quando ele diz isso não importa a idade ou nacionalização, é toda pessoa mesmo

     É isso, se seu erro está nessa linha, acho válido. 

     

     

  • "Fritz, casado com Helga, é, há cinco anos, cônsul da República da Gemênia no Brasil. Ambos são gemênicos, ou seja, têm a nacionalidade daquele país [...]"

     

    O texto fala que Fritz e Helga, pai e mãe, respectivamente, são gemênicos (estrangeiros). Acho que vocês se confundiram, amigos. E somente Fritz, que é o pai, está a serviço do país. Porém, a CF não fala que ambos devem estar a serviço do país de origem. Ou seja, se um estiver a serviço do país, já é condição para que o filho não seja brasileiro nato.

     

    "Art. 12. São brasileiros:

    I - natos:

    a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;"

     

    "Estes não estejam a serviço de seu país". Traduzindo = se um estiver a serviço de seu país, o seu filho não será brasileiro nato.

  • é só pensar que um estrangeiro também tem direito de petição nos órgãos públicos. gabarito: correto.

    CF. Art. 5 XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:

    a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder.

  • Essa questão faz o candidato raciocinar direitinho sobre nacionalidade. Ficaria feliz ao cair uma dessas na prova.

  • É somente o pai que está a serviço do país, e não a mãe.

    O STF não decidiu ainda se os dois pais estrangeiros devem estar a serviço de seu país ou não.

    A literalidade da lei é de que ambos os pais devem ser estrangeiros a serviço de seu país: Art. 12. São brasileiros: I - natos: a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que esteS não estejam a serviço de seu país.

    Pelo visto, a banca entendeu que basta um dos pais estar a serviço do país.

    Gabarito: CERTO, mas polêmico.

  • CERTO

    É Gemênia mesmo? kkk. Pensei que fosse erro.

  • Certo

    a nacionalidade de Hans é pautada no princípio ius solis, que tem capacidade para ser titular de direitos e deveres na ordem civil, de acordo com o direito brasileiro.

  • GABARITO CERTO

    SOLUÇÃO

    Hans, ainda que tenha nascido em território brasileiro, não adquiriu nacionalidade originária brasileira, não obstante o fato de o Brasil adotar, em regra, o jus soli, como critério de atribuição da nacionalidade originária. Apesar disso, Hans, de nacionalidade gemênica, tem capacidade para ser titular de direitos e deveres na ordem civil, de acordo com o direito brasileiro.

    A literalidade da lei é de que ambos os pais devem ser estrangeiros a serviço de seu país: Art. 12. São brasileiros: I - natos: a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que esteS não estejam a serviço de seu país. 


ID
83887
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Direito Constitucional
Assuntos

Fritz, casado com Helga, é, há cinco anos, cônsul da República da Gemênia no Brasil. Ambos são gemênicos, ou seja, têm a nacionalidade daquele país e têm um filho de quatro anos, chamado Hans, nascido em território brasileiro. Para cuidar do filho Hans, o casal contratou, em julho de 2003, uma empregada, chamada Helen, que passou a fazer o trabalho de babá na residência do cônsul. Helen, atualmente com 17 anos de idade, nascida na Gemênia, casada no Brasil, é filha de pais brasileiros , sendo que nenhum deles esteve naquele país a serviço da República Federativa do Brasil. Em fevereiro de 2004, Helen vendeu a Helga um relógio alegando ser de ouro legítimo. Posteriormente, Helga descobriu que o relógio era falsificado e não era, sequer, de ouro de baixa qualidade. Helen, ao efetuar a venda, tinha pleno conhecimento de que o relógio era falso. Foi, então, demitida do seu emprego no consulado, sem receber seus direitos trabalhistas.

Ante a situação hipotética descrita acima e considerando que a República da Gemênia não seja um país de língua portuguesa e adota o jus sanguinis como critério de atribuição da nacionalidade originária, julgue os itens a seguir.

Caso Helen, após a fixação de residência na República Federativ a do Brasil, tenha optado pela nacionalidade brasileira, ela será considerada brasileira nata, sendo plenamente capaz para exercer por vont ade própria atos da vida civil. Nessas circunstâncias, Helen não poderá jamais perder a condição de brasileira.

Alternativas
Comentários
  • Não está errada SOMENTE pelo fato de ter 17 anos como afirma o colega abaixo, mas tb pq o texto constitucional, no art 12, 4o dipor a previsão de perda da nacionalidade(MESMO DEPOIS DE TER OPTADO E SE TORNADO BRASILEIRO NATO) caso ela venha adquirir outra nacionalidade, ressalvados os casos de reconhecimento de nacionalidade originaria pela lei estrangeira e no caso de imposição de naturalização pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em Estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis.
  • Pessoal, é de extrema importancia ler o texto anexo à esta questão !! Lendo os comentários abaixo, uma dúvida me surgiu: e se Helen for emancipada ??? Sim, pq se ela é casada e tem 17 anos, é provável q seja tb emancipada. Nesse caso, a maioridade ainda assim é exigida ?? Hm ??
  • A questão chave desse quesito é saber se a emancipação, no caso através do casamento, geraria capacidade para Helen realizar a opção pela nacionalidade brasileira. No entanto, o art . 12, inciso I, alinea C da CF, diz que a opção só poderá ser feita após atingida a maioridade.O que ocorre é que emancipação é diferente de maioridade. Quando um menor é emancipado ele fica apto a realização de alguns atos na órbita civil, mas isso não significa que ele atingiu a maioridade, que só ocorre quando este atingir os 18 anos.
  • Essa questão eu respondi apenas com base na possibilidade da perda de naturalização.

  • É necessário observar que a questão é de 2004. Logo, o art. 12, I, c, CR, à época, não exigia a maioridade. Tal exigência só passou a existir a partir de 2007, com a alteração trazida pela EC 54.

    Assim, Helen, sendo filha de pais brasileiros e nascida no estrangeiro, considerando que eles não estavam a serviço da República Federativa do Brasil, é considerada brasileira nata, pois diz a questão que ela fixou residência no Brasil e optou pela nacionalidade brasileira. 

    Entrando na seara do Direito Civil: Helen, com 17 anos, realmente não seria plenamente capaz para exercer por vontade própria os atos da vida civil, SE NÃO FOSSE CASADA. O casamento, segundo o inciso II do parágrafo único do art. 5º do CC, é causa de emancipação, de maneira que, cessada a incapacidade, permite a Helen que pratique por vontade própria os atos da vida civil.

    A 1ª frase da questão está correta.

    Passando à análise da 2ª frase da questão:

    Helen, brasileira nata, pode perder a condição de brasileira se o seu caso enquadrar-se na situação prevista no inciso II do parágrafo 4º do art. 12, CR. Ou seja, se Helen adquirir outra nacionalidade, ela perderá a nacionalidade brasileira, se, obviamente, tal fato não se enquadrar nas exceções das alíneas "a" e "b" do referido inciso.

    Logo, a 2ª frase da questão está incorreta.

  • Concordo com a Andressa quando diz que a emancipação não é a mesma coisa que a maioridade, apenas seus efeitos são idênticos, senão vejamos:

    Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.

    Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:

    (...)

    II - pelo casamento;

    O que cessa com o casamento não é a menoridade, mas sim a incapacidade relativa, donde a aprtir daí o menor não precisará mais de ser assistido na prática dos atos da vida civil. Contudo, e aí é um ponto não muito claro nas decisões, quando o STF fala em só ser possível a "opção confirmativa" após o atingimento da MAIORIDADE, completa dizendo que este é um ato personalíssimo e que, portanto, exige capacidade plena. O menor emancipado é capaz plenamente, logo acredito que os efeitos da emancipação lhe permitiriam fazer a opção.

    Mas isso não é um obstáculo, porque aos menores já é conferida a condição de brasileiro nato a partir da fixação da residência, o que ocorre é tão-somente que essa condição fica SUSPENSA, após a maioridade, até a realização da opção, em processo de jurisdição voluntária, que ao final terá seus efeitos retroativos ao momento da suspensão.

    Logo, Helen era brasileira nata desde a fixação da sua residência no Brasil, sendo que a ÚNICA HIPÓTESE de brasileiro nato vir a perder a sua nacionalidade é pela aquisição volitiva de outra nacionalidade, ocasião em que se posteriormente quiser voltar à condição de brasileiro terá que fazê-lo pela naturalização, seja ela ordinária ou extraordinária.

  • - NACIONALIDADE. OPÇÃO. CAPACIDADE CIVIL. A CONSTITUIÇÃO EXIGE, PARA A OPÇÃO PELA NACIONALIDADE BRASILEIRA, A MAIORIDADE, SENDO QUE ESTA PODE SER OBTIDA, TAMBÉM, NO CASO DE EMANCIPAÇÃO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO NÃO CONHECIDO.

    (RE 74770, Relator(a): Min. ANTONIO NEDER, SEGUNDA TURMA, julgado em 02/04/1973, DJ 08-06-1973)

     

    - OPÇÃO DE NACIONALIDADE BRASILEIRA MANIFESTADA POR PESSOA EMANCIPADA. RAZOAVEL INTELIGENCIA DAS NORMAS PERTINENTES. RECURSO EXTRAORDINÁRIO NÃO CONHECIDO.

    (RE 73475, Relator(a): Min. XAVIER DE ALBUQUERQUE, SEGUNDA TURMA, julgado em 19/10/1972, DJ 10-11-1972)

  • Pessoal,

    todos os comentários sobre maioridade e emancipação de fato engrandeceram nosso conhecimento.obrigado!

    No entanto, acredito que o erro da questão está na última frase ao dizer que Helen JAMAIS perderá a condição de brasileira. Esta afirmação está manifestamente contrária ao art. 12, §4°, II, que se aplica inclusive a brasileiros natos.

    Sucesso!

  • Perfeito, Rafarjlima.
    Os brasileiros natos poderão perder essa condição se, por exemplo, fizerem opção, de forma voluntária, por outra nacionalidade.
  • Item errado. Vejamos:

    Helen, atualmente com 17 anos de idade, nascida na Gemênia, casada no Brasil, é filha de pais brasileiros, sendo que nenhum deles esteve naquele país a serviço da República Federativa do Brasil.

    Ela se aplicaria ao art. 12 "os nascidos no estrageiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que venham residir no Brasil e optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira"?

    Porque mesmo ela sendo de outro país, os seus pais são brasileiros, aplicando-se assim o critério jus sanguinis né não? O único erro nessa questão seria "sendo plenamente capaz para exercer por vont ade própria atos da vida civil", pois ela é menor de idade (17 anos).


    Só isso explicaria o erro.
  • Caros,
    O erro está em "Helen não poderá JAMAIS perder a condição de brasileira".

    A CF abre exceções...
  • Erro 1 : Helen ainda não poderia ter optado pela nacionalidade brasileira , pois a CF exige maioridade .
               Art. 12. São brasileiros:
                      I - natos:                      ...
                          c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãebrasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.
    Erro 2: Helen poderá perder a nacionalidade,
               Art. 12
               § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: 
               II - adquirir outra nacionalidade...
  • ERRADO

    No caso concreto, Helen só poderá se tornar brasileira (nato) caso requeira a nacionalidade atingida a maioridade (18 anos), pois é filha de pai e de mãe brasileira (nascida no exterior).

    Art 12, inciso I:

    c) Os nascidos no estrangeiro de pai ou de mãe brasileira, desde que seja registrado em repartição brasileira competente ou venha residir na república federativa do Brasil e optem, EM QUALQUER TEMPO, DEPOIS DE ATINGIDA A MAIORIDADE, PELA NACIONALIDADE BRASILEIRA. 

  • Errado.

    No caso em tela, Helen possui 17 anos, logo não pode se tornar brasileira nata, pois para se tornar brasileira nata somente após atingida a maioridade (18 anos)

    Art 12, inciso I:

    c) Os nascidos no estrangeiro de pai ou de mãe brasileira, desde que seja registrado em repartição brasileira competente ou venha residir na república federativa do Brasil e optem, EM QUALQUER TEMPO, DEPOIS DE ATINGIDA A MAIORIDADE, PELA NACIONALIDADE BRASILEIRA.

  • Por praticidade, fui logo para a frase final do enunciado ("não poderá jamais perder a condição de brasileira"). Questão enrolada...

  • Murilo, simples e objetivo.

  • somente após a maioridade

     

  • Uma questao c um contexto interessante p lubridiar o candidato,envolvendo inter. Texto e conhecimento. Mt boa
  • Se eu não me engano, ela é brasileira nata, porém ao atingir 18 anos, fica em efeito suspensivo. Entretanto, ela poderá perder a nacionalidade, se optar por outra, não sendo nos casos que possa ser polipatrida.
  • A questão se resolve no final "Helen não poderá jamais perder a condição de brasileira.". Nem o brasileiro nato possui essa garantia.

     

    Gab: Errado.

  • A questão é de 2004, mas é interessante observar o caso da brasileira Cláudia Sobral, recém julgado pelo STF.
  • A CF/88 estabelece dois critérios de brasileiros natos:
    1)jus solis: critério territorial; basta nascer em território brasileiro para ser considerado brasileiro nato, EXCETO se o pai ou a mãe forem estrangeiros e, pelo menos um, esteja a serviço de seu país;
    2)jus sanguinis: critério sanguíneo, ascendência. O nascimento ocorre no exterior, entretanto: 
    a)o pai ou a mãe está a serviço do Brasil (não apenas o diplomata, mas o brasileiro que também trabalhe em alguma agência da ONU, por exemplo);
    b)pai ou mãe é brasileiro(a) e registra a criança em repartição consular competente;
    c)filho de pai ou mãe brasileiro(a) que venha a residir no Brasil e, atingida a maioridade, OPTE pela nacionalidade brasileira (veja bem, o indivíduo deve vir residir no Brasil + ter 18 anos E manifestar-se quanto ao interesse na aquisição de nacionalidade brasileira, ou seja, se não houver essa manifestação/provocação da parte a nacionalidade brasileira não será "simplesmente" dada)

    Quanto a perda de nacionalidade: 
    O brasileiro nato perderá sua nacionalidade se optar voluntariamente por outra nacionalidade, ou seja, o indivíduo não tem outra nacionalidade reconhecida por lei estrangeira nem é obrigado a adquirir a outra nacionalidade (naturalização) para permanência em Estado estrangeiro ou para exercício de direitos civis.

    Portanto, há dois erros na questão:
    1)quanto à idade;
    2)quanto a não possibilidade de perder a nacionalidade.

  • Helen, atualmente com 17 anos de idade, nascida na Gemênia, CASADA no Brasil, é filha de pais brasileiros , sendo que nenhum deles esteve naquele país a serviço da República Federativa do Brasil

    Tenho algumas dúvidas se alguém consiguir elucidar, agradeço.

     

    Helen não é estrangeira, pois é brasileira nata até que atinja a maioridade, depois de atingida a maioridade sua naturalização fica em condição suspensiva, pois pra obtê-la vai depender da vontade dela.

     

    i - Sendo que Helen é brasileira nata, ela se casou NO BRASIL, logo, se emancipou. portanto, ela já atingiu a maioridade com a emancipação. Isto posto, Helen deve ou não requerer a naturalização mesmo sendo nata, pois pra exercer alguns direitos da vida civil, como o casamento, tem que se emancipar e para se emancipar tem que ser brasileira.

    ii - Se Helen não fosse nata, então estrangeiros que ainda não atingiram a maioridade podem se casar no Brasil?

     

    Nessas circunstâncias, Helen não poderá jamais perder a condição de brasileira: o erro está em dizer que ela nunca perderia essa condição. Pois quem adquiri outra nacionalidade, salvo nas hipóteses prevista CF, perde a nacionalidade brasileira.

     

  • Absoluto não, existem exceções.

  • Errado .Neste caso , Como os pais de Helen não estavam a serviço do brasil , e nem registraram seu nascimento em repartição brasileira competente . Helen poderá requerer a nacionalidade brasileira a qualquer tempo , depois de atingida a maioridade ( 18 anos ) , e neste caso será brasileira nata . Até o não atingimento da maioridade , se Helen vier a residir no Brasil , terá a condição de brasileira nata provisoriamente até os 18 anos , sendo que completado os 18 anos , esta condição provisória será suspensa

  • ERRADO, conforme o art. 12, § 4º, da CF:

    Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:

    I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; [Helen não é caso de naturalização]

    II - adquirir outra nacionalidade por naturalização voluntária.

    II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:

    a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;

    b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis;  

  • Helen é brasileira nata (não precisando optar pela nacionalidade que já possui), pois mesmo tendo nascido na Gemênia (de pais brasileiros q não estavam à serviço do Brasil), não adquiriu a condição de nacional deste país ante o fato do enunciado ter deixado claro que o critério adotado pela Gemênia para a atribuição da nacionalidade é o do jus sanguinis.

    Questão errada, portanto.

  • Realmente, acredito que a resposta esteja no fato de a Gemênia adotar o jus sanguinis, como consta no enunciado.

  • Acredito que o erro esteja no final: "Helen não poderá jamais perder a condição de brasileira."

    Conforme art. 12, §4º, CF/88 ela poderá perder a nacionalidade brasileira nos casos listados.

  • O ERRO ESTÁ EM "Helen não poderá jamais perder a condição de brasileira"

    HA FORMAS DE SE PERDER A NACIONALIDADE BRASILEIRA

    UMA DELAS POR EX É ELA IR PRA OUTRO PAÍS E OPTAR, POR VONTADE PRÓPRIA, ADQUIRIR A NACIONALIDADE DAQUELE DETERMINADO PAÍS.

  • Os nascidos no estrangeiro de pai Brasileiro ou de mãe Brasileira, desde que sejam registrados em repartição Brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.

    Helen, atualmente com 17 anos de idade.

    Gabarito: Errado

  • Pessoal, o erro está em afirmar que ela poderá ser plenamente capaz dos seus atos da vida civil, ela só pode depois de atingida a maioridade. na questão afirma que ela tem 17 anos. CUIDADO!!

  • O erro da questão está em dizer que a Helen optou pela nacionalidade brasileira. Helen tem apenas 17 anos, e isso só seria possível após 18 anos.

    Bons estudos.

  • Blá, blá, blá. Tem dois erros.

    Nacionalidade brasileira nata após a maioridade (ius sanguinis); jamais perderá a nacionalidade.


ID
83890
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Direito Constitucional
Assuntos

Fritz, casado com Helga, é, há cinco anos, cônsul da República da Gemênia no Brasil. Ambos são gemênicos, ou seja, têm a nacionalidade daquele país e têm um filho de quatro anos, chamado Hans, nascido em território brasileiro. Para cuidar do filho Hans, o casal contratou, em julho de 2003, uma empregada, chamada Helen, que passou a fazer o trabalho de babá na residência do cônsul. Helen, atualmente com 17 anos de idade, nascida na Gemênia, casada no Brasil, é filha de pais brasileiros , sendo que nenhum deles esteve naquele país a serviço da República Federativa do Brasil. Em fevereiro de 2004, Helen vendeu a Helga um relógio alegando ser de ouro legítimo. Posteriormente, Helga descobriu que o relógio era falsificado e não era, sequer, de ouro de baixa qualidade. Helen, ao efetuar a venda, tinha pleno conhecimento de que o relógio era falso. Foi, então, demitida do seu emprego no consulado, sem receber seus direitos trabalhistas.

Ante a situação hipotética descrita acima e considerando que a República da Gemênia não seja um país de língua portuguesa e adota o jus sanguinis como critério de atribuição da nacionalidade originária, julgue os itens a seguir.

Caso Helen não tenha optado pela nacionalidade originária brasileira nem tenha sido naturalizada em outro país, ela será considerada apátrida. Nessa hipótese, ela poderá ser extraditada, mas somente em caso de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, consoante o previsto na Constituição brasileira.

Alternativas
Comentários
  • Ela será apátrida sim colega, pois na Gemenia é adotado o jus sanguinis.
  • O erro da questão é somente o trecho "mas somente em caso de....."; poderia também ser extraditada por crime comum cometido antes de adquirida a nacionalidade brasileira.Ela seria, sim, apátrida caso ainda não tenha optado pela nacionalidade brasileira. Como seus pais possuem sangue de brasileiros e ela é nascida em país onde o critério é o jus sanguinis, o que não lhe confere a cidadania, enquanto não optar por ser brasileira (nata) não possui pátria.
  • O erro da questão está no trecho "mas SOMENTE em caso de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins"; pois essa regra é aplicável apenas aos brasileiros.

     

    O art. 5º da CF, inciso LI, assim dispõe: “nenhum brasileiro será extraditado, salvo (...) comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;”.

     

    Ocorre que, na situação aposta, Helen não tem a nacionalidade brasileira, pois é apátrida. Logo, pode ser extraditada mesmo se não envolvida em tráfico de drogas.

     

     

     

  • Discordo que ela seja apátrida.

    Ela é brasileira nata até atingir a maioridade e poder fazer a opção confirmativa.

    Isso hoje em dia, ao tempo da questão ela era brasileira nata mas tinha os efeitos dessa nacionalidade suspensos até a realização da opção, isso porque após 1994 e até 2007, a redação do dispositivo não constava que só poderia ser feita após atingida a maioridade. 

    Ressalte-se que ela adquiriria a condição de BRASILEIRA NATA com a opção e não naturalizada como alguns colocaram, logo ela JAMAIS PODERIA SER EXTRADITADA, pois essas exceções do art.5º so se aplicam ao naturalizado.

  •  Acredito que existe a necessidade do conhecimento da Carta da Germênia, porque se o critério for, por exemplo, jus solis, Helen é germênica. Não há, a princípio certeza sobre a sua nacionalidade com a excessão da certeza de que não é brasileira, pois não há informação sobre registro em órgão brasileiro competente e Helen não possui a maioriadade para optar pela nacionalidade brasileira, que, exige a maioridade - que não é trazida com a emancipação, mas sim a capacidade de fato.

    Realmente Helen pode ser extraditada, mas não por, exclusivamente, comprovado envolvimento em tráfico ilícito, porque esse é o caso do brasileiro naturalizado (LI, art. 5º da CF/88).

  • Amigos,
    com a intuição de que ela não seria apátrida, resolvi investigar, e termino por concluir que ela NÃO É APÁTRIDA. Acompanhem.
    A questão diz claramente que ela é casada, ou seja, descarta-se qualquer possibilidade de união estável.
    O casamento, pela questão, se deu no Brasil, logo, seguirá nossas regras.
    Para que o casamento aqui ocorra, o nubente deve ter mais de 16 (art. 1517/CC). Confere. Com o casamento, há a aquisição da maioridade (art. 5º, parágrafo único, II/CC). Pois bem, dentre os requisitos para a habilitação do casamento, temos que o procedimento deve ser instruído com a certidão do nascimento (art. 1525, I/CC). Logo, se ela casou, necessariamente possui certidão de nascimento.
    Olhando a lei de registros públicos (lei 6015/73), pode-se constatar em seu artigo 32:
     

  • Art. 32. Os assentos de nascimento, óbito e de casamento de brasileiros em país estrangeiro serão considerados autênticos, nos termos da lei do lugar em que forem feitos, legalizadas as certidões pelos cônsules ou quando por estes tomados, nos termos do regulamento consular.
    § 2° O filho de brasileiro ou brasileira, nascido no estrangeiro, e cujos pais não estejam ali a serviço do Brasil, desde que registrado em consulado brasileiro ou não registrado, venha a residir no território nacional antes de atingir a maioridade, poderá requerer, no juízo de seu domicílio, se registre, no livro "E" do 1º Ofício do Registro Civil, o termo de nascimento.
    § 3º Do termo e das respectivas certidões do nascimento registrado na forma do parágrafo antecedente constará que só valerão como prova de nacionalidade brasileira, até quatro (4) anos depois de atingida a maioridade.
    § 4º Dentro do prazo de quatro anos, depois de atingida a maioridade pelo interessado referido no § 2º deverá ele manifestar a sua opção pela nacionalidade brasileira perante o juízo federal. Deferido o pedido, proceder-se-á ao registro no livro "E" do Cartório do 1º Ofício do domicílio do optante.
    § 5º Não se verificando a hipótese prevista no parágrafo anterior, o oficial cancelará, de ofício, o registro provisório efetuado na forma do § 2º.


    Ora, se ela se casou, é pq tinha certidão de nascimento. No mínimo, ela teve de passar pelas situações descritas no art. acima para adquirir status para casar. Como ela foi casada aqui, presume-se que veio a residir no Brasil antes de ser maior (§2º). Se casou, então pela lei civil cessou a menoridade. Se cessou a menoridade, ela atem ainda quatro anos de presunção de nacionalidade brasileira, de acordo o §3º.
    De todo exposto, é pela razão do "apátrida" que baseio o equívoco da assertiva.
    Que o sucesso seja alcançado por todos aqueles que o procuram!!!
     

  • Ela não sendo brasileira nata e nem se naturaliza em outro país, para onde ela será extraditada?

  • Entre 1994 e 2007 foi abolido o registro de filhos de brasileiros nascidos fora do Brasil, ou seja, os filhos de brasileiros nascidos no exterior só seriam brasileiros natos se viessem a residir no Brasil e optassem pela nacionalidade brasileira após completar os 18 anos. Helen tem 17 anos, ou seja, ainda não poderia optar pela nacionalidade brasileira.

    O registro de  de filhos de brasileiros nascidos fora do Brasil voltou em 2007, a lei retroage dando o direito a todos os brasileiros sem registro em órgão brasileiro nascidos  entre 1994 e 2007. Mas fazendo as contas com base na data da questão, Helen nasceu em 1987. Como a questão não cita se ela foi registrada ou não, cita apenas que seus pais não estava a serviço do Brasil, então neste caso Helen também não tem a nacionalidade brasileira.

    A República da Gemênia não é um país de língua portuguesa e adota o jussan guinis, sendo assim Helen também não tem a nacionalidade gemênica, já que seus pais são brasileiros.

    No fim das contas Helen é apátrida. Não sendo brasileira nata e nem mesmo naturalizada aplica-se à Helen a regra para estrangeiros. Crime comum ou envolvimento com tráfico de drogas.

    A questão exige descobrir a situação de nacionalidade da Helen e enquadrá-la nas hiposteses de extradição.
  • Caso Helen não tenha optado pela nacionalidade originária brasileira nem tenha sido naturalizada em outro país, ela será considerada apátrida. Nessa hipótese, ela poderá ser DEPORTADA. A deportação, portanto, não está ligada à prática de delito, mas sim aos casos de entrada ou estada irregular de estrangeiros, caso este não se retire voluntariamente.
    A Helen, no caso, não possui nacionalidade, portanto ela será deportada para o país que consinta em recebê-la.
  • Prezado Rodolfo, discordo de seu entendimento. A deportação é relacionada à entrada ou estada irregular de estrangeiro no país que, se não se retirar voluntáriamente no prazo estabelecido, será retirado compulsoriamente. O fato da mulher ser apátrida não a impede de ser extraditada. A legislação brasileira restringe a extradição aos brasileiros naturalizados nada estabelecendo aos estrangeiros ou apátridas. Creio que sua colocação foi equivocada.
  • Caros amigos para melhor entender, a questão é ERRADA mesmo:
    1º- O casamento no brasil de menor só da direitos na maioridade civil e não penal.
    2º- Se a mesma ainda é inimputavel penal ainda por não ter 18 anos completos, no Brasil não ha crime por ela cometido ok.
    3º- A lei Brasileira deixa a mesma por optar pela nacionalidade brasileira "depois da sua maioridade"...ela só teria ainda 17 anos...assim em nada pode se dizer em ser apatrida ou não.
    4º- Responder por crime antes de sua naturalização, não nos cabe aqui cogitar pois alem de ser inimputavel no brasil, ainda nem optou por sua nacionalidade, e se caso venha optar seria essa a de "brasileiro nato por consanguiniedade" o que não poderia ser extraditada casa fosse optar pela nacionalidade braisleira senda "NATA"...

    Espero ter ajudado!!! Abraços Netto.
  • Ninguém quer saber as leis da Gemênia a menos que apareça no edital. O erro está em ela poderá ser extraditada, mas somente em caso de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, consoante o previsto na Constituição brasileira.
    Não sei nem a CF ainda e vou me preocupar com a Constituição da Gemenia. hahahahahahaha



     

  • ESSA HELEN SÓ SABE DAR TRABALHO...
  • Q27961 - Caso Helen não tenha optado pela nacionalidade originária brasileira nem tenha sido naturalizada em outro país, ela será considerada apátrida. Nessa hipótese, ela poderá ser extraditada, mas somente em caso de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, consoante o previsto na Constituição brasileira. Resposta: (Errado)
    Três pontos importantes: 1.       Helen é filha de pais brasileiros.
    2.       Helen possui apenas 17 anos de idade não podendo ainda efetuar opção pela nacionalidade brasileira segundo a Constituição em seu Art. 12, I, c).
    3.       Extradição é o envio ou entrega a governo estrangeiro de um refugiado que ele reclame.
    Com base nestes pontos é possível concluir o seguinte:
    A questão estabelece uma possibilidade para Helen que é indisponível para sua idade atual. Helen ainda não tem condição para optar pela nacionalidade brasileira, pois não atingiu a maioridade.
    Helen, ainda que seus pais não a tenham registrado em repartição competente, como veio a residir no Brasil, ficará com sua nacionalidade em suspensão até que atinja a maioridade e possa optar. Desta forma, não pode Helen ser extraditada, pois caso ela opte, atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira, ela será considerada brasileira nata por ser filha de pais brasileiros e, assim sendo, não caberá extradição em nenhum caso.
    Por ultimo, mas não menos importante, caso helen fosse considerada apátrida quem iria requerer sua extradição?
  • Uma dúvida: na questão fala que mesmo com 17 anos, Helen é casada, nesse caso ela não seria considerada emancipada e poderia requerer a naturalização por causa da "maioridade"?
  • Sei que não tem nada haver com a resposta da questão, mas to vendo que o pessoal ta fazendo confusão com um assunto.
    A extradição não é feita somente para o país de origem. Qualquer País que a pessoa tenha cometido o crime pode pedir a extradição.

    Foi o caso do Abadia, por exemplo, que é colombiano e foi extraditado para os EUA. http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL349691-5605,00.html

  • "Nessa hipótese, ela poderá ser extraditada, mas somente em caso de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, consoante o previsto na Constituição brasileira."


    Vejam...o erro está no "somente".
    Mesmo se ela for apátrida, não há como considerar correta a afirmativa da questão.
    A CESPE misturou o caso dos apátridas com o do brasileiro naturalizado, que, de acordo com o art. 5º, inciso LI da CF, só pode ser extraditado por crime comum cometido ANTES da naturalização ou, numa segunda hipótese, em caso de envolvimento com o tráfico ilícito de entorpecentes.
    O apátrida não tem nada com isso.

    Sobre a discussão acerca dela ser brasileira ou apátrida, realmente não cheguei a uma conclusão. O que sei é que, mesmo antes de realizar a opção pela nacionalidade brasileira, ela tem os direitos de um brasileiro nato. Foi o caso de Ronald, filho do ex-jogador Ronaldo (Ronald nasceu na Itália, quando seu pai jogava por lá). A Itália adota o jus sanguinis, e o Brasil adotava prioritariamente o jus soli. Para evitar que muitos brasileiros em casos semelhantes permanecessem durante a vida inteira como apátridas, surgiu a alínea c no inciso I do artigo 12 (até 2007 não havia tal previsão). Assim, hoje podemos dizer que o Brasil adota um jus soli mitigado por critérios de jus sanguinis.

    Para finalizar, muito cuidado...como disse o amigo acima, qualquer país pode requerer a extradição - não somente o país de origem. Vocês estão confundindo com a deportação - esta sim será sempre direcionada ao país de origem.
    Exemplo 1: italiano entra e permanece de forma irregular no Brasil, sendo devolvido para a Itália (deportação);
    Exemplo 2: árabe mata um italiano nos Estados Unidos e é encontrado no Brasil. EUA pode pedir a extradição, apesar de a vítima ser italiana e o agressor ser árabe. A extradição é a entrega de um Estado a outro de determinado indivíduo que deva responder a um processo penal no Estado requerente (o Estado processante pode ser o Estado de origem do criminoso ou não - mas vale lembrar que o Brasil não extradita seus nacionais, fazendo com que eles respondam perante a lei brasileira).
  • Assertiva ERRADA.

    - O ECA veda a extradição de Criança e Adolescente.
  • GENTE!!!!! que Estado seria legitimo para pedir etradição de um apatrida????? ela nao pode ser extraditada.... pensem nisso 
  • devido a muitas divergências entre os comentários de todos os colegas, resolvi dar uma aprofundada na questão.


    De acordo com a Constituição Federal, são brasileiros natos:

    1º caso:

    — Nascidos no Brasil;

    — Excetuam-se os filhos de pais estrangeiros a serviço de seu país de origem.

    2º caso:

    — Nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileiro (não importa se nato ou naturalizado), a serviço do Brasil. Por exemplo, o filho de uma diplomata brasileira a serviço em Cuba.

    3º caso:

    — Nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileiros, desde que:

    — sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil;

    — optem, em qualquer tempo, após atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal diz que, nesse caso, a nacionalidade é primária, pois existe desde o nascimento, ficando apenas sujeita a uma condição para o seu implemento.

    Segundo o STF, a opção pela nacionalidade tem caráter personalíssimo (só pode ser exercida pelo titular do direito), só podendo ser exercida quando o indivíduo adquirir a capacidade civil (ou seja, o menor não pode ser representado ou assistido pelos pais para exercer a opção). Assim sendo, depois de atingir a maioridade civil, a opção passa a ser condição suspensiva da nacionalidade brasileira (ou seja, o direito só vale a partir do implemento da condição). Portanto, o menor, antes da opção, é brasileiro nato, sendo que, após a maioridade, a opção passa a constituir condição para a continuidade do vínculo do indivíduo com o Brasil. A necessidade da maioridade para a realização da opção foi positivada pela Emenda Constitucional 54/07, que inseriu, ainda a possibilidade de registro em repartição brasileira no exterior.

  • A princípio, a Helen não pode ser considerada apátrida.

    Ela entra no critério do artigo 12, I ,c:

    c)  os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;

    Como ela ainda é menor, já cumpriu dois requisitos acima, e vale o entendimento do STF: Até atingir a maioridade ela é brasileira nata, atingindo a maioridade, tem esse direito suspenso até que o requeira.


    Mas diz um colega meu que ela casou e com isso, atinge por lei a maioridade. E agora? 


    Fica outro lance esquisito na constituição: Se ela é apátrida, pra onde será extraditada, quem poderá requerer sua extradição?


    Então pela lógica, está errado e não sei nem como ela poderá ser presa. rs


  • Completando com o que já foi dito, só para não restar  dúvidas.

    Um apátrida é o indivíduo que não é titular de qualquer nacionalidade, ou seja, é uma pessoa que não é considerado nacional por qualquer Estado.

    Esta condição ocorre, por exemplo, quando um Estado deixa de existir e não é substituído por nenhuma outra entidade ou o Estado ocupante não reconhece determinado grupo de pessoas como seus nacionais. São também apátridas as pessoas pertencentes a minorias étnicas nascidas no território de Estados cujas leis não atribuem nacionalidade a tais grupos. Podem ser apátridas, também, os indivíduos nascidos em Estados em que vigora o jus sanguinis e cujos pais são nacionais de países que só reconhecem o jus soli. Outras pessoas podem tornar-se apátridas ainda se submetidas à pena de banimento.

    Neste contexto, surge o chamado conflito negativo de nacionalidade. É o que ocorre, por exemplo, com um filho de brasileiro que nasce na Itália, e seus pais não estão a serviço da República Federativa do Brasil. Como o Brasil adota o critério ius solis, a criança não é brasileira, e pelo fato de a Itália adotar o critério ius sanguinis, a criança não será, também, italiana.

    É importante ressaltar que o direito à nacionalidade compõe a Declaração Universal dos Direitos Humanos, em seu Artigo XV, sendo a sua violação atentado à dignidade da pessoa humana.

    Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ap%C3%A1trida

    http://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/1935617/o-que-se-entende-por-apatrida-denise-cristina-mantovani-cera

  • Hoje, brasileiros natos não podem ser extraditados. Mas brasileiros naturalizados, estrangeiros e apátridas podem ser extraditados para Estados estrangeiros, para responderem a investigação ou a processo penal por crime praticado no estrangeiro (extradição instrutória) ou para cumprimento de pena aplicada no exterior em razão de crime lá cometido (extradição executória).


    ___

    Dos Menores:


      1. Não se concederá a extradição quando a pessoa reclamada for menor de dezoito anos na época da prática do fato ou dos fatos pelos quais a pessoa é reclamada.


    ___

    Segundo o STF, a opção pela nacionalidade tem caráter personalíssimo (só pode ser exercida pelo titular do direito), só podendo ser exercida quando o indivíduo adquirir a capacidade civil (ou seja, o menor não pode ser representado ou assistido pelos pais para exercer a opção). Assim sendo, depois de atingir a maioridade civil, a opção passa a ser condição suspensiva da nacionalidade brasileira (ou seja, o direito só vale a partir do implemento da condição). Portanto, o menor, antes da opção, é brasileiro nato, sendo que, após a maioridade, a opção passa a constituir condição para a continuidade do vínculo do indivíduo com o Brasil1. A necessidade da maioridade para a realização da opção foi positivada pela Emenda Constitucional 54/07, que inseriu, ainda a possibilidade de registro em repartição brasileira no exterior.



  • Me corrijam se o meu raciocínio está equivocado, quero aprender!

    Helen não é apátrida, pois ainda não atingiu a maioridade (17 anos), logo é considerada brasileira nata -> sendo brasileira nata não pode ser extraditada!

  • Júnior, creio que para ser Apátrida não é necessário ter 17 anos. E acho que nem limite de idade tem. Um grande exemplo é o filho do Ronaldo fenômeno, o Ronald, que depois que nasceu ficou por um tempo Apátrida. E foi mais de 1 ano

  • Concernente ao tema direitos de nacionalidade, um apátrida, heimatlo ou sem pátria é o indivíduo destituído de qualquer nacionalidade, ou seja, é uma pessoa não titular de nacionalidade e, por isso, não é considerada nacional de qualquer Estado.

    Neste contexto, surge o chamado conflito negativo de nacionalidade. É o que ocorre, por exemplo, com um filho de brasileiro que nasce na Itália, e seus pais não estão a serviço da República Federativa do Brasil. Como o Brasil adota o critério ius solis, a criança não é brasileira, e pelo fato de a Itália adotar o critério ius sanguinis, a criança não será, também, italiana.

    Fonte: http://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/1935617/o-que-se-entende-por-apatrida-denise-cristina-mantovani-cera

  • O erro na minha opinião está no fato da questão ter dito que ela é apátrida. Na referida questão ela é brasileira nata, pois é filho de brasileiros e por ter nascido em um país que utilize o critério "jus sanguinis".

  • Nota 1: Note que Helen não é apátrida pois ainda é menor de idade----> o menor, nascido no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, que venha residir no Brasil ainda menor, será, durante a menoridade, considerado brasileiro nato, sem restrições, porque ele, enquanto for menor, não tem como efetuar a opção. Assim que ele atingir a maioridade, passa a estar suspensa a sua condição de brasileiro nato, ou seja, a partir da data em que atingiu a maioridade, enquanto ele não manifestar a sua vontade, não será considerado brasileiro nato.

    Nota2: a manifestação de se tornar brasileira deve ser feita em juízo, em processo de jurisdição voluntária, que finda com a sentença que homologa a opção e lhe determina a transcrição, uma vez acertados os requisitos objetivos e subjetivos dela.

    FONTE>>>> Alexandrino

  • Errado. Neste caso Helen não é ''apatrida'' , Helen é gemênia , sendo assim uma estrangeira . Um estrangeiro que antes do processo de naturalização tenha praticado crime comum , poderá ser extraditado ; e após a naturalização somente poderá ser extraditado por envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes

  • 1. Gemênia adota o jus sanguinis. Helen não é gemênica. Essa informação está na assertiva. Isso quer dizer que Helen não é gemênica, apesar de ter nascido na Gemênia, pois ela é filha de pais brasileiros. A Gemênia não adota o jus soli, ou seja, não importa o fato de Helen ter nascido em território gemênico.

    2. Helen provavelmente seja brasileira. Helen é casada no Brasil. A Helen só poderá ser brasileira se: (a) tiver sido registrada no Consulado brasileiro quando nasceu (a assertiva não traz essa informação); ou (b) venha a residir no Brasil e opte pela nacionalidade brasileira quando atingida a maioridade (art. 12, I, c, CF). A assertiva não afirma que os pais da Helen a registraram na repartição competente quando ela nasceu. Além disso, Helen é menor de idade, de modo que ela não poderia optar pela nacionalidade brasileira ainda. PORÉM, Helen é casada, o que nos leva a crer que ela se emancipou, sendo considerada maior de idade, portanto. Como essa questão é para a carreira de diplomata, é improvável que o erro esteja somente aí, pois tal matéria seria mais ligada a Direito de Família ou Direito Civil, disciplinas que não caem no concurso (ou não com profundidade).

    3. Helen talvez seja apátrida. Se a Helen: (a) não foi registrada quando do nascimento em repartição competente; e (b) não se emancipou, ela será considerada apátrida. Isso porque Helen nunca foi registrada como brasileira, não é considerada gemênica (jus sanguini), e ainda é menor de idade (então ela não pode optar pela nacionalidade brasileira).

    4. Extradição. A assertiva não informa se existe processo penal contra Helen. Se não há processo penal, não há extradição possível. Além disso, a extradição não acontece somente em caso de crimes de entorpecentes e drogas afins [aqui está o grande erro da questão]. Ou seja, não existe essa restrição em matéria de extradição. Segundo o art. 81 da Lei 13.445/2017: "A extradição é a medida de cooperação internacional entre o Estado brasileiro e outro Estado pela qual se concede ou solicita a entrega de pessoa sobre quem recaia condenação criminal definitiva ou para fins de instrução de processo penal em curso". No mais, se Helen for brasileira, ela não poderá ser extraditada (art. 5º, LI, CF: "nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei"). Se Helen for apátrida, não há dispositivo legal no ordenamento jurídico brasileiro que regulamente o tema, nem mesmo jurisprudência ainda. Em geral, a extradição acontece quando: (a) o extraditando é nacional do Estado requerido; (b) o extraditando é nacional do Estado requerente; e (c) o extraditando é nacional de um terceiro Estado [o apátrida se aproximaria mais da terceira hipótese???]. 

  • Gente.

    Essa aqui é outra hipótese, a questão nos deu uma outra condição.

    Caso Helen não tenha optado pela nacionalidade originária brasileira nem tenha sido naturalizada em outro país, ela será considerada apátrida. Nessa hipótese

    Ele é apátrida. Ela será extraditada.

    A questão diz q somente será por tráfico de drogas , no caso isso cabe ao brasileiro naturalizado que não é o caso dela. Sendo qualquer outro crime cometido por ela também irá ser extraditada.

    Questão ERRADA.

  • uma questao de 2004 e com grau de dificuldade elevado, a priori achei q ela fosse apatridada, ja que na questao diz q a alemanha adota o criterio jus sagunios, logo msm ela nascida na alemanha, era filha de brasileiro. olhando os comentarios existe uma dicisao do stf q o menores de idade filhos de brasileiros no estrangeiros e q nao registrado em repartição brasileira, enquanto menor sera brasileiro nato, so apos maior idade q escolhe sua nacionalidade.

  • SIMPLIFICANDO: para ser extraditado, o agente deve, entre outros requisitos, cometer um fato que seja crime tanto no país estrangeiro, quanto no Brasil.

    Menor de idade não comete crime, mas atos infracionais.

  • Filha de brasileiros natos, ou seja, Helen e brasileira nata.

  • Errado. Helen é considerada brasileira nata por ser filha de pai e mãe brasileiros e ter 17 anos. Após atingida a maioridade, ela deve optar, em qualquer tempo, pela nacionalidade br.


ID
83893
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Direito Civil
Assuntos

Fritz, casado com Helga, é, há cinco anos, cônsul da República da Gemênia no Brasil. Ambos são gemênicos, ou seja, têm a nacionalidade daquele país e têm um filho de quatro anos, chamado Hans, nascido em território brasileiro. Para cuidar do filho Hans, o casal contratou, em julho de 2003, uma empregada, chamada Helen, que passou a fazer o trabalho de babá na residência do cônsul. Helen, atualmente com 17 anos de idade, nascida na Gemênia, casada no Brasil, é filha de pais brasileiros , sendo que nenhum deles esteve naquele país a serviço da República Federativa do Brasil. Em fevereiro de 2004, Helen vendeu a Helga um relógio alegando ser de ouro legítimo. Posteriormente, Helga descobriu que o relógio era falsificado e não era, sequer, de ouro de baixa qualidade. Helen, ao efetuar a venda, tinha pleno conhecimento de que o relógio era falso. Foi, então, demitida do seu emprego no consulado, sem receber seus direitos trabalhistas.

Ante a situação hipotética descrita acima e considerando que a República da Gemênia não seja um país de língua portuguesa e adota o jus sanguinis como critério de atribuição da nacionalidade originária, julgue os itens a seguir.

Presentes o elemento objetivo e o elemento subjetivo, caracterizadores do vício do consentimento, o negócio jurídico configurado pela compra e venda do relógio é anulável em decorrência de dolo negativo, reticente ou por omissão, cabendo a Helen responder pelas perdas e danos que advierem do negócio.

Alternativas
Comentários
  • Não se trata de dolo negativo, uma vez que Helen afirmou que era ouro. Segue abaixo as diferenças entre os institutos:dolo positivo ou negativo: positivo é o dolo por comissão em que a outra parte é levada a contratar, por força de artifícios positivos, ou seja, afirmações falsas sobre a qualidade da coisa; o negativo se constitui numa omissão dolosa ou reticente; dá-se quando uma das partes oculta alguma coisa que o co-contratante deveria saber e se sabedor não realizaria o negócio; para o dolo negativo deve haver intenção de induzir o outro contratante a praticar o negócio, silêncio sobre uma circunstância ignorada pela outra parte, relação de causalidade entre a omissão intencional e a declaração de vontade e ser a omissão de outro contratante e não de terceiro.
  • Além disso, Helen não responder por perdas e danos, devendo o negócio jurídico (venda do relógio) ser anulado em virtude da configuração de dolo.

  • Outro erro da questão se deve ao fato de o enunciado prever que o negócio é anulável e que cabe responsabilidade por perdas e danos. Vejamos:

    dolo acidental (sobre elementos secundários)---> responsabilidade por perdas e danos (não anula o negócio juridico) - art. 146 do CC
    dolo principal (acerca da natureza do objeto do negócio jurídico, como no caso da questão)--->negócio anulável (as partes devem voltar ao "status" anterior - art. 182 do CC)

    No caso da questão, verifica-se que houve um dolo principal e, portanto,  o negócio pode ser anulado, caso o prejudicado assim queira. Assim, as partes deveriam retornar à situação anterior: devolve-se o dinheiro e o relógio, podendo caber eventual dano moral pela frustração que a vítima sofreu. Não há que se falar em perdas e danos, pois, na forma do art. 146, só caberia no dolo acidental, que não foi o caso.
  • O que é dolo negativo? À luz do principio da boa fé objetiva, o chamado dolo negativo é uma forma vedada de omissão intencional de informação, nos termos do CC, art. 147, que também pode conduzir a invalidade do negócio. É modalidade de dolo essencial, e não de dolo acidental (se fosse esse último, aí sim caberia satisfação das perdas e danos).
  • Tenho uma dúvida e talvez possam ajudar-me a esclarecê-la. Se Helen tem apenas 17 anos, ela é relativamente incapaz de celebrar um negócio jurídico. Isso não torna o negócio jurídico nulo em vez de anulável? Ou o casamento faz com que ela tenha capacidade plena e não necessite mais da assistência de um curador? 

  • O dolo negativo é o dolo omissivo do 147 CC. Outro ponto interessante, que inclusive li em outro comentário é sobre o silêncio eloquente que costuma ser usado pelo STF. 

    O "silêncio" também pode ser interpretado, de molde a revelar o que constitui, ou não, o conteúdo da norma[1]. Daí dar-se a denominação de silêncio eloquente (do alemãoberedtes Schweigen) à norma constitucional proibitiva, obtida, acontrario sensu, de interpretações segundo as quais a simples ausência de disposição constitucional permissiva significa a proibição de determinada prática por parte dos órgãos constituídos, incluindo o próprio legislador infraconstitucional[2]. O instituto pressupõe o afastamento da analogia, aplicável apenas quando na lei houver lacuna[3](STF RE 130.552).

    http://consultor-juridico.jusbrasil.com.br/noticias/112139737/o-silencio-eloquente-na-jurisprudencia-do-supremo


  • o erro é que no dolo omissivo ou negativo Helen não terá que pagar perdas e danos e sim o negócio será apenas anulado. Perdas e danos ocorrem no dolo acidental.

  • Outro erro seria o fato de a questão afirmar que ''Presentes o elemento objetivo e o elemento subjetivo, caracterizadores do vício do consentimento...'',  uma vez que vício de consentimento seria somente elementio subjetivo??? Estou certo?

  • Pessoal, vcs sabem onde posso pedir comentário do professor? Algumas questões estão sem esse link, como esta em que tive dúvida!

  • ELA SABIAU QE ERA FALSO .... POLO COMISSIVO


ID
83896
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Direito Internacional Público
Assuntos

Fritz, casado com Helga, é, há cinco anos, cônsul da República da Gemênia no Brasil. Ambos são gemênicos, ou seja, têm a nacionalidade daquele país e têm um filho de quatro anos, chamado Hans, nascido em território brasileiro. Para cuidar do filho Hans, o casal contratou, em julho de 2003, uma empregada, chamada Helen, que passou a fazer o trabalho de babá na residência do cônsul. Helen, atualmente com 17 anos de idade, nascida na Gemênia, casada no Brasil, é filha de pais brasileiros , sendo que nenhum deles esteve naquele país a serviço da República Federativa do Brasil. Em fevereiro de 2004, Helen vendeu a Helga um relógio alegando ser de ouro legítimo. Posteriormente, Helga descobriu que o relógio era falsificado e não era, sequer, de ouro de baixa qualidade. Helen, ao efetuar a venda, tinha pleno conhecimento de que o relógio era falso. Foi, então, demitida do seu emprego no consulado, sem receber seus direitos trabalhistas.

Ante a situação hipotética descrita acima e considerando que a República da Gemênia não seja um país de língua portuguesa e adota o jus sanguinis como critério de atribuição da nacionalidade originária, julgue os itens a seguir.

Se Helen quiser ingressar com ação judicial co n t r a a repartição consular estrangeira, com o objetivo de pleitear os direitos trabalhistas a que considera fazer j u s, a justiça trabalhista brasileira deverá declarar- se incompetente para julgar o caso, tendo em vista a imunidade de jurisdição atribuíd a p elo direito internacional público aos diplomatas e cônsules estrangeiros e respectivos familiares.

Alternativas
Comentários
  • A imunidade diplomática é uma forma de imunidade legal e uma política entre governos que assegura às Missões diplomáticas inviolabilidade, e aos diplomatas salvo-conduto, isenção fiscal e de outras prestações públicas (como serviço militar obrigatório), bem como de jurisdição civil e penal e de execução.A imunidade diplomática não confere ao diplomata o direito de se considerar acima da legislação do Estado acreditado - é obrigação expressa do agente diplomático cumprir as leis daquele Estado.
  • "Quanto à competência da Justiça do Trabalho para processar e julgar as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo, o Supremo Tribunal Federal já decidiu que não há que se falar em "imunidade de jurisdição", (...)Todavia, permanece o entendimento da Suprema Corte de que o ente de direito público externo possui "imunidade de execução", ou seja, embora tenha a Justiça laboral competência para processar e julgar demanda envolvendo ente extrangeiro, não possui competência para executar seus julgados(...)(Renato Saraiva, Processo do Trabalho, Série Consursos Públicos)
  • Acredito que a questão erra só porque se trata de um CONSUL, ou seja, sua imunidade atinge somente as suas atribuições funcionais.Diferentemente seria se o personagem fosse um DIPLOMATA, cuja imunidade é mais ampla podendo atingir atos da vida particular bem como de seus familiares.
  • Não, essa imunidade restrita do consul se refere às infrações penais.

    Não há imunidade em relação à justiça trabalçhista, como muito bem salientou o coelga que trouxe o trecho do livro do renato Saraiva.

  • Complementando:

    ORGANISMO INTERNACIONAL - IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO Esta Corte tem entendido que os entes de direito público externo não possuem imunidade absoluta de jurisdição. A imunidade de jurisdição dos organismos internacionais se restringe aos atos de império, dentre os quais não se inclui os relacionados à legislação trabalhista. Efetivamente, são atos de gestão os concernentes às relações de trabalho, como os em debate na presente ação, em que o Reclamante pleiteia o reconhecimento do vínculo de emprego e o direito a parcelas decorrentes do contrato de trabalho, não havendo que se falar, portanto, em imunidade de jurisdição. Precedentes do TST. Recurso de revista conhecido e provido. (TST. 3T. RR - 168100-80.2002.5.23.0001.  Rel. Min. Douglas Alencar Rodrigues. DEJT 19/06/2009)

  • Galera, só pra atualizar, o a SDI-1 do TST mudou o entendimento quanto a essa questão.

    OJ 416 SDI-1 TST

    IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO. ORGANISMO INTERNACIONAL.
    As organizações ou organismos internacionais gozam de imunidade absoluta de jurisdição quando amparados por norma internacional incorporada ao ordenamento jurídico brasileiro, não-se-lhes aplicando a regra do Direito Consuetudinário relativa a natureza dos atos praticados. Excepcionalmente prevalecerá a jurisdição brasileira na hipótese da renúncia expressa a cláusula de imunidade jurisdicional.
  • Pessoal,

    Eu penso que a questao está errada simplesmente pelo fato de que o Estado estrangeiro nao tem imunidade de jurisdiçao referente a Questões de Natureza Trabalhista. É um posicionamento relativamente recente do Brasil.
  • https://www.youtube.com/watch?v=nGSDm53Q8DM aqui vocês encontrarão uma aula de 10 min do curso Renato Saraiva sobre essa nova OJ.

  • A imunidade diplomática está relacionada apenas a atos de império - ou seja, atos que somento os Estados podem promover. 

    Entretanto, quando um Estado desempenha atividades em condições análogas a de um particular, ele não mais possui imunidade de jurisdição e pode ser julgado por tribunais internos dos países. São atos de gestão. Exemplo de atos de gestão: 1. Reclamação trabalhista.

    Em 1989, o STF reconheceu em sua jurisdição o sistema de imunidade relativa de jurisdição dos Estados em função da mudança no costume internacional. Isso ocorreu com o caso Genny de Oliveira, que propôs uma ação civil em função de reclamação trabalhista contra a RDA.

  • O entendimento do STF mudou no sentido de que os Estados e Organismos Internacionais têm imunidade de execução inclusive nas causas trabalhistas. (RE 597368/MT)

  • questão desatualizada

  • Vários comentários equivocados!

    A decisão do TST não tem nada a ver, pois se trata de relação entre ESTADOS, não envolvendo OI nenhuma!

    O enunciado apenas dá vários elementos para confundir. O importante é: seria possível estrangeiro ingressar na justiça brasileira para pleitear direito trabalhista contra ESTADO ESTRANGEIRO?

    1) Sendo ato de gestão, NÃO HÁ IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO (ART10.1 da Convenção das NU sobre Imunidades Jurididicionais dos Estados e Seus Bens: Salvo acordo em contrário entre os Estados em questão, um Estado não pode invocar a imunidade de jurisdição num tribunal de outro Estado que seja competente para julgar o caso num processo judicial que diga respeito a um contrato de trabalho entre o Estado e uma pessoa singular para um trabalho realizado ou que se deveria realizar, no todo ou em parte, no território desse outro Estado.)

    2) A Convenção não está em vigor, mas reflete o costume internacional.

    -> Disso, tem-se que, SIM, poderia haver reclamação contra o Estado estrangeiro em matéria de direito trabalhista. O tribunal brasileiro iria aceitar sem necessidade de renúncia à imunidade soberana, pois se trata de ato de gestão. Não poderia executar o Estado (Inf. 779 STF).

    O erro está na justificativa: não se trata de imunidade consular/diplomática, e sim de imunidade soberana de Estado.

  • Se Helen quiser ingressar com ação judicial contra a repartição consular estrangeira, com o objetivo de pleitear os direitos trabalhistas a que considera fazer j u s, a justiça trabalhista brasileira deverá declarar- se incompetente para julgar o caso, tendo em vista a imunidade de jurisdição atribuída pelo direito internacional público aos diplomatas e cônsules estrangeiros e respectivos familiares.

    Resposta: ERRADA.

     

    E M E N T A: IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO - RECLAMAÇÃO TRABALHISTA - LITÍGIO ENTRE ESTADO ESTRANGEIRO E EMPREGADO BRASILEIRO - EVOLUÇÃO DO TEMA NA DOUTRINA, NA LEGISLAÇÃO COMPARADA E NA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL: DA IMUNIDADE JURISDICIONAL ABSOLUTA À IMUNIDADE JURISDICIONAL MERAMENTE RELATIVA - RECURSO EXTRAORDINÁRIO NÃO CONHECIDO. OS ESTADOS ESTRANGEIROS NÃO DISPÕEM DE IMUNIDADE DE JURISDIÇ ÃO, PERANTE O PODER JUDICIÁRIO BRASILEIRO, NAS CAUSAS DE NATUREZA TRABALHISTA, POIS ESSA PRERROGATIVA DE DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO TEM CARÁTER MERAMENTE RELATIVO. - O Estado estrangeiro não dispõe de imunidade de jurisdição, perante órgãos do Poder Judiciário brasileiro, quando se tratar de causa de natureza trabalhista. Doutrina. Precedentes do STF (RTJ 133/159 e RTJ 161/643-644). - Privilégios diplomáticos não podem ser invocados, em processos trabalhistas, para coonestar o enriquecimento sem causa de Estados estrangeiros, em inaceitável detrimento de trabalhadores residentes em território brasileiro, sob pena de essa prática consagrar censurável desvio ético-jurídico, incompatível com o princípio da boa-fé e inconciliável com os grandes postulados do direito internacional. O PRIVILÉGIO RESULTANTE DA IMUNIDADE DE EXECUÇÃO NÃO INIBE A JUSTIÇA BRASILEIRA DE EXERCER JURISDIÇÃO NOS PROCESSOS DE CONHECIMENTO INSTAURADOS CONTRA ESTADOS ESTRANGEIROS. - A imunidade de jurisdição, de um lado, e a imunidade de execução, de outro, constituem categorias autônomas, juridicamente inconfundíveis, pois - ainda que guardem estreitas relações entre si - traduzem realidades independentes e distintas, assim reconhecidas quer no plano conceitual, quer, ainda, no âmbito de desenvolvimento das próprias relações internacionais. A eventual impossibilidade jurídica de ulterior realização prática do título judicial condenatório, em decorrência da prerrogativa da imunidade de execução, não se revela suficiente para obstar, só por si, a instauração, perante Tribunais brasileiros, de processos de conhecimento contra Estados estrangeiros, notadamente quando se tratar de litígio de natureza trabalhista. Doutrina. Precedentes.

    (RE 222368 AgR, Relator(a): CELSO DE MELLO, Segunda Turma, julgado em 30/04/2002)

  • Errado. Em primeiro lugar, a questão não está bem formulada, pois se Helen interpelar judicialmente a repartição consular estrangeira, quem será processada pelas dívidas trabalhistas é a República da Gemênia, não os seus cônsules e respectivos familiares. De toda forma, os estados estrangeiros não possuem imunidade de jurisdição decorrente de atos de gestão, como questões trabalhistas, de modo que eventual ação movida por Helen em face de Gemênia poderia ser conhecida pelos tribunais brasileiros.

  • Questões relativas a âmbito trabalhista são atos de gestão e, portanto, os Estados não detém imunidade.


ID
83899
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

A escolha em situação de escassez, as interações entre o governo
e os mercados privados e a evolução da análise econômica são
tópicos relevantes para o exame dos fenômenos econômicos.
A esse respeito, julgue os itens a seguir.

A redução do imposto sobre operações financeiras (IOF), ao incentivar a p o u p an ça, contribui para deslocar, para cima e para a direita, a front ei ra de possibilidades de produção da economia.

Alternativas
Comentários
  • A fronteira de possibilidades de produção consiste em uma curva que mostra as possibilidades de produção que uma sociedade pode atingir por meio do pleno emprego dos recursos produtivos e das tecnologias existentes.  Para que haja deslocamento da fronteira de possibilidades de produção, é necessário uma mudança nos recursos produtivos ou nas tecnologias existentes. Quando uma sociedade aumenta o seu nível de poupança, as instituições financeiras poderão intermediar mais recursos para as empresas investirem em equipamentos, instalações, máquinas e pesquisas. O aumento do investimento em recursos produtivos ou em tecnologia deslocará a curva de possibilidades de produção para a direita e para cima.

    Resposta: CERTA
  • E a redução do IOF incentiva, por si só, a poupança?
  • A chave da questão está em considerar o sentido amplo da palavra "poupança", ou seja, tudo aquilo que não é gasto em bens de consumo (mercado fechado sem governo), que, como sabemos, tem identidade numérica com o investimento. 
    Portanto, reduções no IOF (que estimulam as operações financeiras de compra e venda de títulos, concessão de crédito, etc. - diferentes de gastos em bens de consumo, e, portanto, poupança) aumentam a poupança. Como esta é um dos fatores da fronteira de possibilidades de produção, seu aumento provoca expansão da fronteira.
  • Com a redução do IOF a consequência é a elevação dos empréstimos.
    Com empréstimos maiores tem-se investimentos maiores.
    Investimentos alavancados conduzem a uma maior tecnologia no sistema produtivo.
    Tecnologia mais avançada desloca a curva de possibilidade de produçaõ.
  • Para quem tem dificuldade em relacionar a redução de impostos com o aumento de poupança, segue uma lógica simples que deve ajudar: tudo que não é gasto é poupado.

    Diante de uma renda determinada, ceteris paribus, se o consumidor não gasta, ele poupa. Dessa forma, se uma redução de impostos reduz os gastos das famílias, ela, consequentemente, aumenta a poupança. Na verdade, na prática, o valor não gasto com o pagamento de impostos pode tanto ir para consumo (aumento da demanda; por isso que redução de impostos é um tipo de política econômica fiscal expansionista) quanto ir para a poupança (aumento da poupança doméstica). 

  • Elementos que alteram a Fronteira das Possibilidades de Produção (FPP): poupança, tecnologia, MDO, capital e recursos naturais.


ID
83902
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

A escolha em situação de escassez, as interações entre o governo
e os mercados privados e a evolução da análise econômica são
tópicos relevantes para o exame dos fenômenos econômicos.
A esse respeito, julgue os itens a seguir.

Economistas que se proclamam não-intervencionistas advogam a adoção de regras fixas de política econômica, tais como orçamento equilibrado e constância da taxa de crescimento do estoque monetário.

Alternativas
Comentários
  • São preceitos da ortodoxia econômica.


ID
83905
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

A escolha em situação de escassez, as interações entre o governo
e os mercados privados e a evolução da análise econômica são
tópicos relevantes para o exame dos fenômenos econômicos.
A esse respeito, julgue os itens a seguir.

O postulado marxista de que cada estágio da h istória é govern ad o por leis econômicas distintas corrobora a visão clássica, qu e excl ui a existência de leis universais, como ilustrado no princíp i o mal t h u s i ano do crescimento populacional.

Alternativas
Comentários
  • a batata podre seria: "qu e excl ui a existência de leis universais"???
  • A batata podre é que os classicos acreditam em leis universais como a mão invisível do mercado ou a lei da oferta e procura.

    Aliás os liberais acreditam em leis universáis e em papai-noel. HEHEHEHE
  • A natureza humana é a mesma, ao longo da história: egoísta, individualista, concorrencial. Portanto, há leis universais que se aplicam à Economia, como a Lei da Oferta e da Procura. Marxistas não entendem a natureza humana, e querem impor um sistema planificado. Dá errado, como vimos com a queda do Muro de Berlim. E quem acredita em Papai Noel é o socialista. Contra fatos, não há argumentos. A História já provou que socialismo/comunismo não funciona. No mais, em um site de questões de Economia, fazer afirmações ideológicas, quiçá eivadas de fanatismo, não acrescenta nada. Sou professor da matéria. E digo mais: parafraseando Carlos Lacerda, quem nunca foi comunista na juventude, não tem coração. Mas quem ainda o é na idade madura, não tem juízo. O capitalismo não é um sistema planificado, deriva da natureza humana. Pode não ser o melhor, mas é o que temos para hoje - e todas suas loucuras produziram o mundo mais próspero da História. Insistir contra o curso da história, por crenças, é tal e qual destruir um Buda de 2.000 anos à bala, porque não está de acordo com sua fé. Menos Marx, mais Mises.

  • Menos Marx e Mais Mises KKKKK

    Socialismo não dá certo, Neoliberalismo muito menos.

  • Questão totalmente errada.

    Segundo Marx, de fato, a cada etapa da história é comandada por leis econômicas distintas, pois o marxismo entende que nenhum aspecto significativo da realidade humana poderia ser pensado fora da história ou acima da história (historicismo marxista). É o historicismo alemão por excelência - que Gramsci depois vai chamar "historicismo absoluto". Em outras palavras, Marx acreditava que a história seria um processo contínuo de ruptura, e as ciências econômicas acompanhariam esse processo (dialética).

    Essa ideia vai totalmente CONTRA (e não corrobora, como diz a questão) a visão clássica. De fato, a visão clássica defende a existência de leis universais, como Stuart Mill sintetizara em seus "Princípios de Economia Política" (1848). Finalmente, Malthus pertence sim à escola clássica, como diz o enunciado, pois sua teoria é baseada inteiramente nas leis universais da economia política, especificamente na lei dos rendimentos decrescentes.

  • Economia é ciência, e não arte.

    Não existe forma única de pensar. Um bom economista é aquele que sabe ponderar os princípios e aplicá-los na medida em que são reclamados pela situação fática, que jamais é simples ou superficial.

    Não concordar com os postulados de Marx é válido: zombar dos mesmos é anticientífico. A contribuição de Marx é importantíssima para a compreensão da mecânica social, mesmo que isoladamente não consiga responder a todos os problemas. A solução é, como dito anteriormente, conhecer todas as vertentes e sopesá-las, em busca do que é justo, isonômico e ideal para a sociedade. Do contrário teríamos máquinas no lugar de economistas.

    Bons estudos!


ID
83908
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

A escolha em situação de escassez, as interações entre o governo
e os mercados privados e a evolução da análise econômica são
tópicos relevantes para o exame dos fenômenos econômicos.
A esse respeito, julgue os itens a seguir.

De acordo com a visão keynesiana, o aumen t o d a oferta de moeda reduz as taxas de juros, o que provoca a expansão do investimento e da demanda agregada.

Alternativas
Comentários
  • Um aumento na oferta de moeda na economia (política monetária expansionista) desloca a curva LM para baixo e para a direita, provocando queda nos juros, incentivando mais investimento privado e público, ampliando a demanda agregada e combatendo o desemprego.
  • Na visão Keynesiana, para haver o aumento do investimento não teria que haver antes um aumento da demanda? 

  • Juliano,

     

    Acredito que o item não cita "expansão do investimento" e "demanda agregada" visando à criação de uma relação de causa de consequência entre eles.

    Penso tratar-se de dois efeitos distintos, ambos causados pela queda da taxa de juros.

    1. Juros mais baratos incentivam o invetimento por parte do tomador.

    2. Juros mais batatos, com a reta LM deslocando-se para baixo e para a direita, causa um aumento da Renda Agregada. Maior renda representa maior demanda.

     

    Pensando dessa forma a questão fica mais clara.

  • Acho é que mais moeda colocada pelo governo no sitema, mais barato fica a taxa de juros, pois muitas instituições teram muito recurso para emprestar, para atrair o tomador de empréstimo tendem a abaixar os juros.. o Problema que na nossa realidade isso não acontece. Kkk

  • Aumento de moeda em circulacao provoca reducao da taxa de juros (preco da moeda), estimulando a DA e a expansao do investimento (mais dinheiro circulando)
  • Questão CERTA. 

     

  • Aumento da oferta de moeda desloca a curva LM para a direita, e no novo ponto de equilíbrio com a curva IS se dá uma taxa de juros mais baixa. Taxas de juros mais baixas impulsionam o investimento. Questão certa.


ID
83911
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

A microeconomia estuda o comportamento indi v i d u al dos
agentes econômicos e, por essa razão, constitui s ó l i d o
fundamento à análise dos agregados econômicos. A esse respeito,
julgue os itens subseqüentes.

O recrudescimento, na Ásia, da gripe do frango, conhecida cientificamente como influenza aviária, abre novos mercados para o produto b ras ileiro e desloca, para cima e para a direita, a curva de demanda por carne de frango no Brasil.

Alternativas
Comentários
  • Na minha opinião, a curva de demanda por carne de frango "NO" Brasil não é alterada, e sim a curva de demanda por carne de frango "DO" Brasil. Curva de demanda no Brasil é a curva de demanda interna, sendo aquela demanda que não sofre influência pela gripe asiática do frango, ou seja, nenhum brasileiro vai querer consumir mais ou menos frango em virtude da gripe aviária na Ásia. Já a curva de demanda de frango do Brasil (o frango que é proveniente do Brasil) é alterada em virtude da entrada de novos compradores da Ásia.
  • tambem achei estranho o gabarito.

    a demanda é dada pela utilidade dos consumidores em cada nivel de precos, que no brasil nao se altera.

    a demanda do mundo pela carne brasileira que aumentaria para cima e direita.

  • Com a gripe do frango, na Ásia, a oferta desse produto para o mercado mundial diminuiu, e consequentemente o preço desse produto (frango asiático) aumentou, tornando assim o preço do produto brasileiro mais "barato" em relação ao preço do produto importado. Assim, a demanda pelo produto brasileiro (carne de frango) aumenta, deslocando a curva para cima e para direita.

  • Resposta CORRETA.

    A abertura de novos mercados para o produto brasileiro desloca a curva de demanda por carne de frango no Brasil para a direita e para cima.  Para um mesmo nível de preço do produto, haverá uma maior quantidade demandada do mesmo, o que acarreta o deslocamento da curva da demanda.

    OBS. Quanto à polêmica sobre as preposições "no" e "do" (demanda por carne de frango no Brasil ou demanda por carne de frango do Brasil) ela é desnecessária. Para os países asiáticos poderem adquirir o produto nacional, é mister trocar a moeda estrangeira pela do Brasil.
  • Essa demanda que a questão diz refere-se ao mercado asiático, e não ao mercado brasileiro. Quando se analisa  a demanda pelo mercado brasileiro, não se altera para cima e direita, talvez até sobre a curva em função de uma possível variação do preço no mercado nacional; no entando, ao se analisar o mercado ASIÁTICO como demandante, com certeza é para ciam e para direita a demanta desse produto.
  • Sinceramente está estranha essa questão. O recrudescimento da gripe do frango asiático, de fato, abre novos mercados para o produto brasileiro. Contudo, isso não altera em nada a demanda por carne de frango no Brasil. 
  • De fato a questão gera polêmica. Peço vênia a colega que diz ser desnecessária a polêmica, alegando que s a demanda Asiática deveria comprar em moeda brasileira NO Brasil. Acho que você viajou um pouco para dar razão ao texto da questão. A demanda NO Brasil não vai alterar se a gripe aviária atingiu a Ásia, mas alterará a demanda por carne de frango DO Brasil, sem dúvidas. Mas ao reler a questão várias vezes, percebo que NO BRASIL, faz RELAÇÃO ao MERCADO, ou seja, O MERCADO NO BRASIL AUMENTA PARA CIMA E PARA DIREITA. A SUA DEMANDA.
  • Bom eu pensei dessa forma: Com a demanda externa aumentando o Brasil certamente irá exportar mais e com isso o preço do frango no mercado interno aumentará e com isso a demanda por frango NO Brasil cairá, sendo direcionada para outro produto. Alguém pode me dizer onde errei...
  • Também discordo do gabarito. A curva de demanda por carne de frango *no* Brasil não se altera. Uma banca responsável e zelosa pelo português, como o CESPE acha que é, teria alterado o gabarito.

  • Demanda, para entender a curva, então seria quanto menos eu tenho um produto maior será a demanda, o que seria os eixos (x,y)?
  • A questão confunde, mas a única explicação possível é que o brasil seja importador de frango da Ásia. Só assim o a gripe aviária poder causar um deslocamento para cima e para direita da curva de demanda de frango NO Brasil. Além do que também abriria novos mercados para exportação do nosso  frango, conforme a questão cita. 

    Também errei a questão, dei um "like" para o primeiro comentário, mas analisando melhor vejo que a questão desvia do foco ao falar que aumenta nosso mercado e esquecemos que também podemos importar frango daquela região o que causaria o deslocamento da nossa curva de demanda.



  • Para quem não conhece a banca. A questão está perfeita. Porém, conhecendo a Banca, era visível a pegadinha "NO Brasil".. Fazer o que!!

  • certo ->

    curva da OFERTA quantidade de produto AUMENTA e o preço cai, o cliente aumenta a quantidade comprada pelos clientes. CURVA DO PRODUTOR.( curva que sobe com inclinaçao para direita)

  • CORRETA

    As curvas de oferta e de demanda podem ter um deslocamento "ao longo da curva" ou um deslocamento "da curva". O deslocamento ao longo da curva ocorre sempre que o preço (eixo vertical) sofra uma alteração que leve ao aumento ou diminuição da demanda ou oferta, conforme o caso. Já o deslocamento da curva ocorre devido a fatores externos, variáveis relevantes que não estejam em nenhum dos eixos, como por exemplo a renda, mudança de gosto dos consumidores, preço dos bens relacionados, alteração na quantidade de consumidores, etc.

    Na questão, o recrudescimento da influenza aviária na Ásia é um fator externo, que produz uma escassez naquele continente e um aumento do número de consumidores de proteína animal (no caso o frango) brasileira. Este aumento do número de consumidores faz com que a a quantidade demandada de frango no Brasil (entenda-se na questão que "demanda no Brasil" significa que os produtores brasileiros serão demandados e não que a demanda seja apenas de consumidores brasileiros) seja maior a cada preço, levando a um deslocamento da curva da demanda (que é descendente) para a direita.

    Ao antigo preço vendido a consumidores brasileiros, há um excesso de demanda para atender o mercado interno e o externo. Esta escassez induz os produtores a aumentar seus preços, sem diminuir suas vendas. Ou seja, a curva de demanda é também deslocada para cima, pois os numerosos consumidores (nacionais e internacionais) estão dispostos a pagar mais para obter o disputado frango brasileiro.

  • "No Brasil" não CESPE. O correto é o deslocamento da curva de demanda de frango brasileiro na Ásia. É o tipo de questão que, em não havendo a alteração do gabarito, com piora na minha classificação e na possibilidade de convocação, ensejaria uma ação judicial com certeza.

  • CERTO. Ceteris Paribus, se há problema com o frango asiático, aumenta a demanda pelo brasileiro.

  • Correto!

    A carne de frango produzida na Ásia concorre com a que é produzida no Brasil. Ou seja, são substitutos! (Não sei se você sabia disso, mas, considerando que era uma prova para Diplomata, isso devia ser de conhecimento comum entre os candidatos).

    A gripe aviária na Ásia faz com que a demanda pelo produto brasileiro aumente porque diminui a demanda pela carne de frango produzida lá!

    O aumento da demanda pela carne brasileira é demonstrado exatamente por um deslocamento da curva de demanda por carne de frango no Brasil para cima e para a direita:

    Resposta: C

  • A não ser que fossemos importadores de frango asiático, não haveria aumento de demanda no Brasil pelo frango.

    Questão ruim

  • Devido à gripe do frango, há um aumento de demanda de frangos brasileiros. Qualquer mudança que aumente a quantidade demandada desloca a curva de demanda para cima e para a direita.

  • Certa. A procura por carne de frango DO Brasil aumenta. Não necessariamente carne de frango no Brasil. Questão mal formulada.

  • Realmente, questão confusa. Pensei assim e acertei a questão: aumenta a demanda por carne de frango pelos consumidores brasileiros porque a quantidade ofertada no Brasil diminui, tendo em vista que os produtores vão produzir para exportação, e isso vai gerar inflação e, de certo modo, aumento da demanda no próprio Brasil. Se isso está certo não sei, mas funcionou

ID
83914
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

A microeconomia estuda o comportamento indi v i d u al dos
agentes econômicos e, por essa razão, constitui s ó l i d o
fundamento à análise dos agregados econômicos. A esse respeito,
julgue os itens subseqüentes.

A comercialização dos bilhetes das companhias aéreas realizada por via eletrônica, ao reduz ir os custos dessas empresas, desloca, para baixo e para a dir e i t a , a curva de oferta de passagens aéreas.

Alternativas
Comentários
  • No caso houve uma modificação que vai levar à modificação da curva de demanda (curva de oferta de passagens aéreas na visão da empresa). Como essa curva é de inclinação negativa essa mudança levará a uma relação de nível de preços considerando a quantidade de passagens que serão vendidas, portanto, haverá o deslocamento da curva para baixo e para a direita.
  • A inclinação da curva de oferta não é positiva?!! ao reduzir custo, as pessoas querem voar mais assim aumenta a oferta e desloca a curva para a direita e para baixo. V
  • A relação é a seguinte:

    Vender pela internet = diminuição de custos e aumento de lucros a um dado nível de preços.

    A curva é positivamente inclinada, isso quer dizer que, quanto maior o preço, maior a quantidade.
    O preço não é alterado, mas os custos da empresa sim, isso aumenta os lucros.
    Como a variável que é alterada, LUCRO, não está no gráfico, a curva sofre um deslocamento, nesse caso, para a direita(ou para baixo, como queiram) pois a um dado nível de preço, uma maior quantidade de produto será ofertada.
  • Questão correta e de simples resolução. Ora, se o custo é determinante da oferta, já que quanto menor o custo mais lucro a empresa ganhará, portanto pode-se concluir que a redução do custo aumenta a quantidade ofertada, o que implica o deslocamento da curva de oferta para baixo e para direita.
  • PODERIA ALGUÉM EXPLICAR COMO FICARIA UM GRA´FICO COM A TAL CURVA. O QUE SERIA O EIXO X,Y E TALVEZ "Z"....
  • É uma forma de política monetária expansionista, que desloca a curva LM para a direita, conforme o gráfico:


    Significa que, a um mesmo custo (ou preço), é possível ofertar mais unidades de um mesmo bem.
    Fonte:
    http://guilhermetissot.wordpress.com/2010/06/13/
  • Quando a alteração for nas variáveis (PREÇO E QUANDTIDADE) o DESLOCAMENTO não seria "AO LONGO" DA CURVA????? E não o DESLOCAMENTO "DA CURVA" conforme afirma a assertiva.

  • Questão CORRETA. 

  • CORRETA

    As curvas de oferta e de demanda podem ter um deslocamento "ao longo da curva" ou um deslocamento "da curva". O deslocamento ao longo da curva ocorre sempre que o preço (eixo vertical) sofra uma alteração que leve ao aumento ou diminuição da demanda ou oferta, conforme o caso. Já o deslocamento da curva ocorre devido a fatores externos, variáveis relevantes que não estejam em nenhum dos eixos, como por exemplo a renda, mudança de gosto dos consumidores, preço dos bens relacionados, alteração na quantidade de consumidores, etc.

    Na questão, a redução dos custos a partir da comercialização eletrônica dos bilhetes das companhias aéreas é um fator que aumenta a lucratividade das empresas, que passam a ofertar mais passagens aéreas a um determinado preço. Isso fará com que a curva da oferta (ascendente) tenha um deslocamento para a direita. As empresas também terão uma margem maior de preços para tornar seu negócio atrativo, o que naturalmente trará uma redução de preço de equilíbrio no mercado, puxando também a curva de oferta para baixo.

    Observação: O simples deslocamento da curva para a direita não significa um deslocamento para baixo. Para a curva se deslocar para baixo, deve haver uma redução do preço.

  • Venda por internet -> redução dos custos -> deslocamento da curva de oferta para direita/baixo.

  • É bem isso!

    A comercialização eletrônica representa uma redução de custos para as companhias aéreas.

    E uma redução de custos aumenta a capacidade/desejo de oferta das empresas.

    Isso é representado por um deslocamento para a direita e para baixo da curva de oferta do setor:

    Resposta: C


ID
83917
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

A microeconomia estuda o comportamento indi v i d u al dos
agentes econômicos e, por essa razão, constitui s ó l i d o
fundamento à análise dos agregados econômicos. A esse respeito,
julgue os itens subseqüentes.

Contrariamente ao q u e ocorre com empresas monopolistas, a curva de re ceita marginal de firmas que atuam em mercados competitivos situa-se abaixo da curva de receita média.

Alternativas
Comentários
  • O comentário anterior estaria bom se o cara não tivesse confundido CMg com RMg

    a identidade em mercado competitivo é P = RM = RMg
  • Marcus,

    Ambos estão corretos.

    O equilíbrio em mercados competitivos é o ponto em que P = Rme = Rmg = Cmg = Demanda, ou seja, onde o lucro é zero.

  • Na figura (i) a receita marginal (Rm) correspondente ao preço de equilíbrio do mercado (p) é superior ao preço p¹, que é o preço correspondente ao mínimo do custo médio (CMT) que coincide, sempre, com a intersecção com o custo marginal (Cm). O empresário tem um lucro adicional correspondente ao rectângulo verde (no CMT considera-se incluída a remuneração do factor capital – o lucro normal).

    Na figura (ii) a empresa tem a função de custo igual à média do mercado. As curvas Cm, CMT e Rm (que em concorrência perfeita é uma recta paralela ao eixo dos X) intersectam-se no ponto de equilíbrio geral do mercado. O empresário não tem lucro adicional.

    Na figura (iii) a função de custo do empresário obriga-o a vender abaixo do custo [Nota: a quantidade q é a quantidade óptima, corresponde sempre à intersecção de Rm e Cm e demonstra-se que maximiza os resultados da firma em quaisquer circunstâncias]. Tem um prejuízo que é dado pelo rectângulo vermelho.

    Parte desse prejuízo é solvido pela sua própria remuneração do capital e o resto será solvido quer por atrasos no pagamento à SS, no pagamento dos salários, etc.. Se o empresário não melhorar a sua função de custo ou o preço de equilíbrio de mercado não subir, ele não se poderá manter muito tempo no mercado e irá à falência.

    Retirado de http://www.semiramis.etc.pt/semiramis.weblog.com.pt/arquivo/2005/07/index.html
  • A RMg Não está acima nem abaixo, está na RM

    [RMg] - curva de receita marginal // [RM] - curva de receita média

    Por quê?

     

    Em um mercado competitivo, o preço é dado (os vendedores não influenciam individualmente, só aceitam quanto custa);

    A receita marginal será o próprio preço daquele item que ele conseguir vender;

    A receita média é a divisão de toda a receita pela quantidade vendida, uma vez que o preço é dado e não há variação, a receita média também será igual ao preço, que é igual à receita marginal…

    Ou seja:

    P=RM=RMg

    Preço = Receita média = Receita marginal

    Obs.:

    No logo prazo, também CMg se iguala.

    (P=RM=RMg=Cmg)

     

    Goldstein livre!

  • Questão Errada. 

  • Na figura (i) a receita marginal (Rm) correspondente ao preço de equilíbrio do mercado (p) é superior ao preço p¹, que é o preço correspondente ao mínimo do custo médio (CMT) que coincide, sempre, com a intersecção com o custo marginal (Cm). O empresário tem um lucro adicional correspondente ao rectângulo verde (no CMT considera-se incluída a remuneração do factor capital – o lucro normal).

    Na figura (ii) a empresa tem a função de custo igual à média do mercado. As curvas Cm, CMT e Rm (que em concorrência perfeita é uma recta paralela ao eixo dos X) intersectam-se no ponto de equilíbrio geral do mercado. O empresário não tem lucro adicional.

    Na figura (iii) a função de custo do empresário obriga-o a vender abaixo do custo [Nota: a quantidade q é a quantidade óptima, corresponde sempre à intersecção de Rm e Cm e demonstra-se que maximiza os resultados da firma em quaisquer circunstâncias]. Tem um prejuízo que é dado pelo rectângulo vermelho.

    Parte desse prejuízo é solvido pela sua própria remuneração do capital e o resto será solvido quer por atrasos no pagamento à SS, no pagamento dos salários, etc.. Se o empresário não melhorar a sua função de custo ou o preço de equilíbrio de mercado não subir, ele não se poderá manter muito tempo no mercado e irá à falência.

    Retirado de 

    Gostei (

    7

    )

  • Na figura (i) a receita marginal (Rm) correspondente ao preço de equilíbrio do mercado (p) é superior ao preço p¹, que é o preço correspondente ao mínimo do custo médio (CMT) que coincide, sempre, com a intersecção com o custo marginal (Cm). O empresário tem um lucro adicional correspondente ao rectângulo verde (no CMT considera-se incluída a remuneração do factor capital – o lucro normal).

    Na figura (ii) a empresa tem a função de custo igual à média do mercado. As curvas Cm, CMT e Rm (que em concorrência perfeita é uma recta paralela ao eixo dos X) intersectam-se no ponto de equilíbrio geral do mercado. O empresário não tem lucro adicional.

    Na figura (iii) a função de custo do empresário obriga-o a vender abaixo do custo [Nota: a quantidade q é a quantidade óptima, corresponde sempre à intersecção de Rm e Cm e demonstra-se que maximiza os resultados da firma em quaisquer circunstâncias]. Tem um prejuízo que é dado pelo rectângulo vermelho.

    Parte desse prejuízo é solvido pela sua própria remuneração do capital e o resto será solvido quer por atrasos no pagamento à SS, no pagamento dos salários, etc.. Se o empresário não melhorar a sua função de custo ou o preço de equilíbrio de mercado não subir, ele não se poderá manter muito tempo no mercado e irá à falência.

    Retirado de 

    Gostei (

    7

    )

  • Complementando,

    A receita média indica quanto a firma recebe pela venda de uma unidade produzida. Em competição perfeita, a receita média é igual ao preço do bem. Receita marginal é a variação da receita total dada a venda de uma unidade adicional de produto. Para empresas competitivas, a receita marginal é iqual ao preço do bem.

    Fonte: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/177018/mod_resource/content/3/Cap14.pdf


ID
83920
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

Em relação aos conceitos básicos da macroeconomia e da
economia monetária, julgue os itens que se seguem.

Os juros auferidos por investidores alemães n o mercado brasileiro integram tanto a renda nacional quanto o produto interno bruto do Brasil.

Alternativas
Comentários
  • (F)O pnb diz respeito apenas as remunerações dos nacionais, já o pib também traz consigo as transações com o resto do mundo...
  • ERRADA, os juros auferidos por investidores alemães entra no cálculo da renda recebida do exterior, ou seja aumenta o saldo das transações correntes - conta rendas, porém não somam-se ao valor do PIB, que cuja definição é, valor dos BENS E SERVIÇOS FINAIS, produzidos no país ao longo de determinado período.
  • Integra só o PIB, pois RN = PIB - RLEE (renda líquida enviada ao exterior, i.e., juros, lucros, salários e aluguéis).
  • 2 falaram uma coisa e 1 outra, conforme http://www.brasilescola.com/economia/qual-diferenca-entre-pib-pnb.htm não integra o PIB e sim o PNB.
  • "PIB = PNB + RLEE; portanto, a renda auferida internamente e enviada ao exterior é considerada como renda interna e não nacional

    GABARITO: ERRADO"

    Prof. Vicente Camillo (Estratégia Concursos)

  • GAB: ERRADO

    Complementando!

    Fonte: Celso Natale - Estratégia

    Essas rendas não são nacionais, embora tenham sido gerados no território interno brasileiros. Por isso, devem ser consideradas nos conceitos territoriais (produto, despesa e renda interna  bruta  |  PIB=DIB=RIB),  mas  não  integrarão  os  conceitos  de  nacionalidade  (produto, despesa e renda nacional bruta | PNB=DNB=RNB)


ID
83923
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

Em relação aos conceitos básicos da macroeconomia e da
economia monetária, julgue os itens que se seguem.

Nas variações observadas nos índices de preço ao consumidor, verifica-se a tendência a subestimarem-se os efeitos da infl ação, porque ignoram-se as possibilidades de substituição dos b ens que compõem os gastos dos consumidores.

Alternativas
Comentários
  •  As provas do CESPE têm de ser feitas com a máxima atenção. Na situação proposta na questão, a tendência é que os índices de preços tendem a SOBRESTIMAR,  e não, subestimar os efeitos da inflação, em decorrência da não consideração dos efeitos atenuadores gerados por possíveis bens substitutos.

  • Tendem a SUPERESTIMAR, pois os bens podem ter melhoras tecnológicas (por exemplo um achocolatado que tinha vitamina A passa a ter  vitamina A, B, C  )dai em consequencia disso aumenta de preço ,e não simplesmente aumentou por aumentar...então a inflação é superestimada
  • Os índices de preço usam cestas fixas, por isso tendem a superestimar a inflação, porque não consideram a substituição de produtos pelo consumidor.

    • Índice de preços pelo método de Laspeyres considera a cesta do momento "To".
    • Índice de preços pelo método de Paasche: considera a cesta do momento atual ou "T1".
  • Não há subestimação dos efeitos da inflação pelos índices de preços do consumidor. Esses índices são estimados com base nos preços médios das distintas categorias de bens; logo, se algum dos bens estiverem com preços mais altos e seu substituto natural estiver com preços baixos, os índices irão informar o preço médio.

    Clipping CACD


ID
83926
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

Em relação aos conceitos básicos da macroeconomia e da
economia monetária, julgue os itens que se seguem.

Em presença de indexação incompleta, a inflação não altera os preços relativos e, portanto, não modifica a alocação de recursos na economia.

Alternativas
Comentários
  • a inflação modifica a alocação de recursos já que existe uma desestabilidade da economia.
    por exemplo quando o Brasil tinha inflação generalizada como no final da década de 80 e início de 90 as pessoas costumavam pegar seus salários e a 1° coisa a se fazer era correr para o supermercado e gastar quase todo o seu dinhero em comida, já que os preços eram reajustados diariamente enquanto o salários mensalmente, então as pessoas preferiam transformar seu dinheiro em comida do que ficar com ele em mãos, isto modificou a alocação de recursos na economia já que quase ninguém mais gastava com lazer, investimentos de longo prazo, ....  
  • Questão ERRADA.


ID
83929
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

Em relação aos conceitos básicos da macroeconomia e da
economia monetária, julgue os itens que se seguem.

Aumentos nos coeficientes de encaixe compulsório, por interferirem diretament e n o nível de reservas bancárias, reduzem o efeito mult i plicador e, conseqüentemente, a liquidez da economia.

Alternativas
Comentários
  • por favor, alguém!!??
  • Para mim esta questão está correta.
    Se os bancos ficam com menos dinheiro para emprestar, o efeito multiplicador diminui.
  • Desconsiderem o gabarito daqui!
    É só conferir no site do CESPE, o gabarito oficial está como CORRETO!
  • Olá, pessoal!

    O gabarito foi corrigido para "C"

    Bons estudos!
  • O aumento do coeficiente de encaixe compulsório significa que os bancos devem aumentar a taxa de depósitos no Banco Central. Reduz-se assim a possibilidade de crédito ao consumidor e a quantidade de moeda disponível para saque. Reduz-se, portanto, a liquidez da economia.
  • Para quem não está entendendo o assunto, no link tem uma explicação ótima:

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Dep%C3%B3sito_compuls%C3%B3rio

    A
    bs
  • M=B.m 

    m= (1-d*(1-e))^-1, onde d = DV/M1 e e=E/DV

    Ou seja: o multiplicador bancário é inversamente proporcional à quantidade de depósitos à vista em relação a M1 (moeda em poder do público e depósitos à vista) e aos encaixes compulsórios.

    Assim, quanto maior o compulsório, menor o multiplicador bancário.

ID
83932
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

Em relação aos conceitos básicos da macroeconomia e da
economia monetária, julgue os itens que se seguem.

Taxas de juros mais elevadas aumentam o custo de oportunidade de detenção da moeda e, portanto, contribuem para se expandir a demanda de moeda.

Alternativas
Comentários
  • O aumento do custo de oportunidade de detenção da moeda reduz a demanda de moeda, pois as pessoas irão preferir manter o dinheiro aplicado a taxas de juros altas para poder consumir mais no futuro.

  • Segundo Keynes, é justamente o contrário, porquanto é melhor entesourar moeda com a expectativa da elevação da taxa de juros.
  • + juros : - moeda 

     

    mais interessante emprestar dinheiro (investir), o que reduz a quantidade de papel moeda na mão da rapaziada 

  • Errado.

    Com os juros mais altos, aumenta o custo de oportunidade de se reter moeda. Quando o juros é 1%, quase não há perda em se deixar o dinheiro no colchão.

    Quando os juros sobem para 50%, há muito custo, perco muito rendimento

    Porém, quando os juros sobem SE CONTRAI a demanda por moeda.


ID
83935
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

Na fa se atual de globalização do espaço econômico, o estudo da
economia internacional é crucia l p ara a inserção adequada no
cenário mundial. Considerando as noções básicas da teoria
econômica internacional, julgue os itens a seguir

A demanda de produtos importados aument a d u rante as recessões porque a propensão marginal a importar é positiva.

Alternativas
Comentários
  • É justamento o contrário !!!
  • Recessão= desemprego com inflação, ambos em muita quantidade.

    Importação é função da renda. Menos renda (como no caso de uma recessão) implica "ceteris paribus" (suposição implicita necessária) em redução da importação.
  • SE HÁ DESEMPREGO E INFLAÇÃO A PROPENSÃO A IMPORTAR SERIA NEGATIVA...
  • A afirmativa está errada, pois propensão marginal a importar é a tendência que um país tem de importar a medida em que o pib aumenta e não quando há recessão. 
  • Em um contexto de recessão (menor renda), há retração no consumo (seja de bens internos ou importados)! 

  • A esse respeito, vale lembrar dos impactos da Crise de 1929, que influenciou( diante dos altos preço e dificuldades de importar... ) numa maior ênfase ao consumo externo e na promoção da industrialização, de forma a tornar o país menos dependente de produtos externos.

    Bons estudos.


ID
83938
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

Na fa se atual de globalização do espaço econômico, o estudo da
economia internacional é crucia l p ara a inserção adequada no
cenário mundial. Considerando as noções básicas da teoria
econômica internacional, julgue os itens a seguir

No modelo ricardiano das vantagens comp arativas, o papel desempenhado pelas economias de escala na produção é fundamental para o entendimento das razões do comércio entre países.

Alternativas
Comentários
  • A teoria ricardiana de vantagens comparativas não leva em consideração a possibilidade de ganhos de escala
  • As teoria sobre ganhos de escala vieram depois.

  • As teorias clássicas do comércio internacional sempre levarão em consideração os retornos constantes de escala. Economias de escala no custo remetem a retornos crescentes de escala. [Profa Amanda Aires]

  • Complementando,

    As economias de escala são aquelas em que o aumento na produção resulta em uma queda do custo médio do produto. ... O conceito de economia de escala é, portanto, uma relação não proporcional entre os custos médios dos produtos e o volume de produção.

    Fonte: https://www.google.com/search?q=+economias+de+escala&ie=utf-8&oe=utf-8&client=firefox-b-ab

  • Errado. Quem fala em ganhos de escala como vantagem de comércio é o Paul Krugman

    Resumão teorias de comércio

    Adam Smith: vantagem absoluta

    2 países 1 bem 1 fator de produção (trabalho)

    EUA é mais eficiente que Brasil em produzir computador, deve produzir mais computador e trocar por carne brasileira

    David Ricardo: vantagens comparativas

    2 países 2 bens 1 fator de produção (trabalho)

    EUA é mais eficiente do que Brasil na produção de computadores e de carne, mas deve escolher exportar o bem com o maior custo de oportunidade (computador).

    Teorias Neoclássica

    Hecksher-Ohlin

    2 países 2 bens 2 fatores de produção

    Explica de onde vêm as vantagens comparativas. País exporta benm cujo fator de produção é abundante

    EUA tem K abundante, exporta computador

    Brasil tem terra abundanente, exporta carne

    Hecksher-Ohlin-Samuelson

    Tendência de convergência dos fatores de produção

    Eventualmente diferença de K e L entre Brasil e EUA se aproximaria

    Problemas dessas teorias:

    Não explicam comércio entre países desenvolvidos (PD) e entre países em desenvolvimento (PeD).

    Se país exporta capital abundante, porque Canadá é o segundo maior parceiro comercial dos EUA, se ambos tem K abundante? Da mesma forma, o que explica a parceria Brasil-Argentina?

    Surge então a teoria de Paul Krugman

    Faz análise dinâmica do comércio. Incorpora globalização, cadeias blobais de valor, tecnologia, ganhos de escala, migração de fatores de produção (terceirazação para Índia) e gosto (americano gosta de carro japonês, mas japonês não gosta de carro americano)

    Por isso, muito do comércio mundial hoje é explicado pelo comércio intra-transnacionais: carro produzido nos EUA tem peças do Canadá e México

    É essencial porque com esses fatores (como ganho de escala) mostra que economia não é destino ou maldição, natureza é apenas ponto de partida para a economia de um país (Japão não tem ferro, mas é um dos maiores produtores de aço do mundo).


ID
83941
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

Na fa se atual de globalização do espaço econômico, o estudo da
economia internacional é crucia l p ara a inserção adequada no
cenário mundial. Considerando as noções básicas da teoria
econômica internacional, julgue os itens a seguir

Quando nisseis brasileiros que trabal h am no Japão remetem par t e d e suas economias a seus familiares, no Brasil, essa transação é regist r ad a como uma transferência unilateral e constitui parte integrante da conta de transações correntes.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: CERTO

     

    Na metodologia convencional, os donativos em espécie são registrados como transferência unilateral na balança de transações correntes. Não inclui a exploração de patentes, que se registra na conta de serviços.

     

    Fonte: Manuel de Economia atualizado - FUNAG

     

  • [dúvida]


    Essa afirmativa continua certa com o BPM6?


    Transações correntes = balança comercial + balança de serviços + renda primária + renda secundária

  • Mesmo com a mudança de BPM5 para BMP6, a assertiva continua correta. A renda secundária (antiga conta de transações unilaterais) está dentro na conta de transações correntes.


ID
83944
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

Na fa se atual de globalização do espaço econômico, o estudo da
economia internacional é crucia l p ara a inserção adequada no
cenário mundial. Considerando as noções básicas da teoria
econômica internacional, julgue os itens a seguir

Em presença de um sistema de taxas d e câmbio fixas, a solução de crises no balan ço de pagamentos exige aj u s t amen t o s consideráveis nas políticas econômicas domésticas.

Alternativas
Comentários
  • CERTO!


    Se a taxa de câmbio é fixa, então, NÃO ocorre ajustamento automático do Balanço de Pagamentos. Ou seja, os desequilíbrios da BP devem se dar através de políticas domésticas, como:

    - Incentivo das exportações (subsídios) / controle das importações (através de cotas/tarifas etc.)
    - Aumento da tx de juros (como forma de atrair capitais estrangeiros, medida recorrente no Governo FHC como forma de manter um fluxo positivo de capitais)




    Deus seja louvado!

  • O que seria "ajustamento consideráveis..."?
  • "FI-FI / MO-MO"


ID
83947
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

Na fa se atual de globalização do espaço econômico, o estudo da
economia internacional é crucia l p ara a inserção adequada no
cenário mundial. Considerando as noções básicas da teoria
econômica internacional, julgue os itens a seguir

Em economias pequenas, cuja taxa de câmbio é fl u tuante, as políticas fiscais são particularmente eficazes, porque a expansão das despesas públicas, ao reduzir a taxa de câmbio, contrai as importações e aumenta a produção doméstica.

Alternativas
Comentários
  •  Errada, Creio que seja porque no "câmbio flutuante com política monetária expansionista a política fiscal não funciona, só é eficaz  no caso de cambio fixo com política fiscal expansionista".
  • Está errado pois ao reduzir a taxa de câmbio, tornamos o produto estrangeiro mais barato e EXPANDIMOS a importação e retraímos a exportação - já que o produto doméstico torna-se mais caro. Este fato, então, reduziria a produção doméstica
  • Surgiu uma dúvida com o comentário do colega acima: reduzir a taxa de câmbio significa que a moeda nacional ficou mais forte perante as estrangeiras? Obrigado.
  • Acredito que sua questão deve partir de outra: a política adotada é de câmbio fixo ou flutuante? A desvalorização da moeda estrangeira pode ser reflexo de vários fatores, dentre eles o fortalecimento da moeda local. Nesse caso, cita-se fatores de mercado. Encare a moeda como mercadoria para compreende-la no que influi na taxa de câmbio (considerando, obviamente, a política de câmbio flutuante).
  • Prezados colegas,

    A questão afirma que a economia é PEQUENA- e isso faz uma grande diferença- logo qualquer que seja a política interna (não importa se é fiscal ou monetária) NÃO vai afetar a taxa de cambio.

    Pense no impacto que a entrada de um bodequeiro vai ter nos preços de um grande supermercado. Não é piada.
  • Como então eu poderia definir taxa de câmbio? Seria quanto é cobrado, em percentual, pela negocição de troca de títulos estrangeiros...
  • Oi Pessoal, acredito que é o seguinte:

    Questão: Em economias pequenas (= perfeita mobilidade de capital), cuja taxa de câmbio é flutuante, as políticas fiscais são particularmente eficazes, porque a expansão das despesas públicas, ao reduzir a taxa de câmbio, contrai as importações e aumenta a produção doméstica.

    Temos o seguinte cenário: Perfeita mobilidade + Câmbio Flutuante.
    Nesse caso uma política fiscal expansionista não teria efeito nenhum, isso porque quando fizer a política fiscal a IS vai para a direita, ficando em um ponto em que se tem um superávit no Balanço de Pagamento. Com superávit no BP (entra mais dólar que sai) a taxa de câmbio se aprecia, o real fica mais forte o que aumenta as importações. Pelo aumento das importações a IS desloca novamente para a esquerda, anulando o efeito da expansão anterior.
  • Acho que entendi, ou seja, reduzir a taxa de cambio é o mesmo que apreciar a moeda local em face da moeda estrangeira tendo impacto no comércio.
  • Tem comentários errados aqui. A política fiscal expansionista aumenta a taxa de câmbio, e não reduz como disseram. Lembrando que aumentar a taxa de câmbio significa desvalorizar a moeda, pois aqui no Brasil utilizamos o padrão Real/Dólar.

  • O erro da questão está no final:

    Numa política fiscal expansionista (expansão de G), há uma redução da poupança do governo. Logo, há uma pressão para aumento da taxa de juros. Isso atrairá capitais internacionais, pressionando para valorização do câmbio (= redução da taxa de câmbio). Quando a taxa de câmbio cai, o dólar fica mais barato e isso AUMENTA as importações, e, consequentemente (economias pequenas são ainda mais sensíveis) diminui a produção doméstica.

  • CUIDADO! Cheio de comentários errados aqui.

    A questão está completamente errada, pela lógica da Curva IS-LM-BP (Modelo de Mundell-Fleming). Veja:

    1- Expansão de despesa pública = Política Fiscal expansiva = Curva IS desloca para cima e para direita = aumenta taxa de juros.

    2- Como a taxa de câmbio é flutuante, a curva de apoio cambial decrescente. Com isso, se taxa de juros aumenta, a taxa de câmbio cai.

    3- Como a taxa de câmbio cai, a moeda VALORIZA = contrai exportações e expande importações.

  • Em economias pequenas, cuja taxa de câmbio é flutuante, as políticas fiscais são particularmente eficazes, POUCA OU NENHUMA EFICÁCIA (POLÍTICA FISCAL TEM HAVER COM CÂMBIO FIXO) porque a expansão das despesas públicas POR EXEMPLO COMPRAR TÍTULOS PÚBLICOS (INJETAR DINEHIRO NO MERCADO), ao reduzir a taxa de câmbio A INJEÇÃO DE DINHEIRO DESVALORIZA A MOEDA INTERNA (DOLAR MAIS CARO), contrai as importações DE FATO COM A MOEDA DESVALORIZADA HÁ UMA CONTRAÇÃO DAS IMPORTAÇÕES e aumenta a produção doméstica MAS A GRANDE CIRCULAÇÃO DE MOEDA PODE AUMENTAR A PRODUÇÃO DOMÉSTICA SIM. Portanto acredito que o erro esteja no câmbio versos política adotada. Se eu estiver errado perdoe-me por tomar seu precioso tempo.


ID
83950
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

Na fa se atual de globalização do espaço econômico, o estudo da
economia internacional é crucia l p ara a inserção adequada no
cenário mundial. Considerando as noções básicas da teoria
econômica internacional, julgue os itens a seguir

Deficit s em conta-corrente implicam que o montante de divisas arrecad ado com as exportações é superior àquele exigido para financiar suas importações e transferências unilaterais líquidas.

Alternativas
Comentários
  • Justamente o contrário que afirma a assertiva!!
  • A balança de transações correntes pode ser deficitária mesmo com superávit comercial. Basta que o déficit em serviços e rendas seja superior ao superávit comercial. Foi o que aconteceu nos anos 80 no Brasil, quando a política de estímulo às exportações não foi suficiente pra suprir o déficit na balança de serviços e rendas causado pelo alto endividamento externo (grandes remessas de juros, que são contabilizados na BSR).

    O erro da questão está em afirmar que o déficit em conta corrente é causado por um superávit nas exportações. Pode haver um déficit em conta corrente com superávit comercial, mas jamais  devido a um superávit comercial.

ID
83953
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

O estudo da fo rmação da economia brasileira é relevante para a
compreensão da situação econômica at u al. A respeito desse
assunto, julgue os itens a seguir.

O modelo agroexportador q ue predominou na economia brasileira durante o p eríodo 1900-1930 caracterizou-se pela existência de taxas elevadas de crescimento populacional, decorrente dos fluxos migratórios, e de taxas baixas de crescimento e volatilidade da produção.

Alternativas
Comentários
  • O erro se encontra em afirma que esse período foi caracterizado por taxas baixas de crescimento e volatilidade da produção, já que ocorreu justamente o contrário, por conta da superprodução decorrente da política de valorização do café.
  • Volatilidade é a "Qualidade daquilo que é sujeito a mudanças frequentes" que, em economia, pode ser equivalente a liquidez - facilidade de vender, de transformar em moeda.
  • Eu entendi assim: (taxas baixas de crescimento) *E* (volatilidade da produção). Por isso marquei o item como CERTO.

    Mas as interpretação correta, ao que parece é: taxas baixas de (crescimento *E* volatilidade da produção).

    Ou seja, por distributividade: (taxas baixas de crescimento) *E* (taxas baixas de volatilidade da produção). E por isso o item está ERRADO.

  • Errada

    Falar em baixo crescimento do PIB durante todo o período é errado. O período é bastante amplo. Durante Epitácio Pessoa, por exemplo, a expansão foi de 7,5%, enquanto que o seu sucessor, Artur Bernardes, dada a grande instabilidade política (42 meses em estado de sítio), teve crescimento de 3,7%. A primeira guerra mundial, que coincidiu com o governo de Wenceslau Bras, também fez cair o PIB.

     

    Acredito que a questão da volatilidade da produção está correta. O café alterava entre safras boas e outras ruins, afetadas por geadas por exemplo. Houve um surto industrial durante a primeira guerra mundial que elevou a produção de manufaturados, mas que teve retração com o fim da guerra.

  • Era de Ouro (1900-1930) foi de grande prosperidade, com investimentos diretos estrangeiros e crescimento médio do PIB de 4% a.a.


ID
83956
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2004
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

O estudo da fo rmação da economia brasileira é relevante para a
compreensão da situação econômica at u al. A respeito desse
assunto, julgue os itens a seguir.

Na v isão de Celso Furtado, contrariamente ao que ocorreu no setor açu carei ro, cujas decisões de produção e comercialização eram d issociadas, na economia cafeeira, os interesses da produção e do comércio estiveram entrelaçados em razão de a vanguarda do café ser formada por empreendedores com experiên cia comercial, situação que permitiu ao país tirar proveito da expansão do comércio mundial..

Alternativas
Comentários
  • Celso Furtado faz claramente essa divisão, chegando a chamar os diretos de enegenho de ruralistas e os cafecultores de homens com experiência comercial. 

     

    “Se se compara o processo de formação das classes dirigentes nas economias açucareira e cafeeira percebem-se facilmente algumas diferenças fundamentais. Na época de formação da classe dirigente açucareira, as atividades comerciais eram monopólio de grupos situados em Portugal ou na Holanda. As fases produtiva e comercial estavam rigorosamente isoladas, carecendo os homens que dirigiam a produção de qualquer perspectiva de conjunto da economia açucareira. As decisões fundamentais eram todas tomadas partindo da fase comercial. Assim isolados, os homens que dirigiam a produção não puderam desenvolver uma consciência clara de seus próprios interesses. (...) A separação de Portugal não trouxe modificações fundamentais, permanecendo a etapa produtiva isolada e dirigida por homens de espírito puramente ruralista.

     

    A economia cafeeira formou-se em condições distintas. Desde o começo, sua vanguarda esteve formada por homens com experiência comercial. Em toda a etapa da gestação os interesses da produção e do comércio estiveram entrelaçados. A nova classe dirigente formou-se numa luta que se estende em uma frente ampla: aquisição de terras, recrutamento de mão-de-obra, organização e direção da produção, transporte interno, comercialização nos portos, contatos oficiais, interferência na política financeira e econômica. (...) Desde cedo eles compreenderam a enorme importância que podia ter o governo como instrumento de ação econômica. Essa tendência à subordinação do instrumento político aos interesses de um grupo econômico alcançará sua plenitude com a conquista da autonomia estadual, ao proclamar-se a República.” (Celso Furtado, Formação Econômica do Brasil, p. 171)