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Prova FUNCAB - 2012 - MPE-RO - Técnico em Contabilidade


ID
664942
Banca
FUNCAB
Órgão
MPE-RO
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Um peixe 

            Virou a capanga de cabeça para baixo, e os peixes espalharam-se pela pia. Ele ficou olhando, e foi então que notou que a traíra ainda estava viva. Era o maior peixe de todos ali, mas não chegava a ser grande: pouco mais de um palmo. Ela estava mexendo, suas guelras mexiam-se devagar, quando todos os outros peixes já estavam mortos. Como que ela podia durar tanto tempo assim fora d'água?...

        Teve então uma ideia: abrir a torneira, para ver o que acontecia. Tirou para fora os outros peixes: lambaris, chorões, piaus; dentro do tanque deixou só a traíra. E então abriu a torneira: a água espalhou-se e, quando cobriu a traíra, ela deu uma rabanada e disparou, ele levou um susto – ela estava muito mais viva do que ele pensara, muito mais viva. Ele riu, ficou alegre e divertido, olhando a traíra, que agora tinha parado num canto, o rabo oscilando de leve, a água continuando a jorrar da torneira. Quando o tanque se encheu, ele fechou-a.

– E agora? – disse para o peixe. – Quê que eu faço com você?...

Enfiou o dedo na água: a traíra deu uma corrida, assustada, e ele tirou o dedo depressa.

        – Você tá com fome?... E as minhocas que você me roubou no rio? Eu sei que era você; devagarzinho, sem a gente sentir... Agora está aí, né?... Tá vendo o resultado?...

    O peixe, quieto num canto, parecia escutar.

    Podia dar alguma coisa para ele comer. Talvez pão. Foi olhar na lata: havia acabado. Que mais? Se a mãe estivesse em casa, ela teria dado uma ideia – a mãe era boa para dar ideias. Mas ele estava sozinho. Não conseguia lembrar de outra coisa. O jeito era ir comprar um pão na padaria. Mas sujo assim de barro, a roupa molhada, imunda? – Dane-se – disse, e foi.

        Era domingo à noite, o quarteirão movimentado, rapazes no footing , bares cheios. Enquanto ele andava, foi pensando no que acontecera. No começo fora só curiosidade; mas depois foi bacana, ficou alegre quando viu a traíra bem viva de novo, correndo pela água, esperta. Mas o que faria com ela agora? Matá-la, não ia; não, não faria isso. Se ela já estivesse morta, seria diferente; mas ela estava viva, e ele não queria matá-la. Mas o que faria com ela? Poderia criá-la; por que não? Havia o tanquinho do quintal, tanquinho que a mãe uma vez mandara fazer para criar patos. Estava entupido de terra, mas ele poderia desentupi-lo, arranjar tudo; ficaria cem por cento. É, é isso o que faria. Deixaria a traíra numa lata d'água até o dia seguinte e, de manhã, logo que se levantasse, iria mexer com isso. 

        Enquanto era atendido na padaria, ficou olhando para o movimento, os ruídos, o vozerio do bar em frente. E então pensou na traíra, sua trairinha, deslizando silenciosamente no tanque da pia, na casa escura. Era até meio besta como ele estava alegre com aquilo. E logo um peixe feio como traíra, isso é que era o mais engraçado.

        Toda manhã – ia pensando, de volta para casa – ele desceria ao quintal, levando pedacinhos de pão para ela. Além disso, arrancaria minhocas, e de vez em quando pegaria alguns insetos. Uma coisa que podia fazer também era pescar depois outra traíra e trazer para fazer companhia a ela; um peixe sozinho num tanque era algo muito solitário. 

A empregada já havia chegado e estava no portão, olhando o movimento. – Que peixada bonita você pegou...

– Você viu?

– Uma beleza... Tem até uma trairinha.

– Ela foi difícil de pegar, quase que ela escapole; ela não estava bem fisgada.

– Traíra é duro de morrer, hem?

– Duro de morrer?... Ele parou.

        – Uai, essa que você pegou estava vivinha na hora que eu cheguei, e você ainda esqueceu o tanque cheio d'água... Quando eu cheguei, ela estava toda folgada, nadando. Você não está acreditando? Juro. Ela estava toda folgada, nadando. 

    – E aí?

    –Aí? Uai, aí eu escorri a água para ela morrer; mas você pensa que ela morreu? Morreu nada! Traíra é duro de morrer, nunca vi um peixe assim. Eu soquei a ponta da faca naquelas coisas que faz o peixe nadar, sabe? Pois acredita que ela ainda ficou mexendo? Aí eu peguei o cabo da faca e esmaguei a cabeça dele, e foi aí que ele morreu. Mas custou, ô peixinho duro de morrer! Quê que você está me olhando? 

– Por nada.

– Você não está acreditando? Juro; pode ir lá na cozinha ver: ela está lá do jeitinho que eu deixei. Ele foi caminhando para dentro.

– Vou ficar aqui mais um pouco

– disse a empregada.

– depois vou arrumar os peixes, viu?

– Sei.

    Acendeu a luz da sala. Deixou o pão em cima da mesa e sentou-se. Só então notou como estava cansado.

 

(VILELA, Luiz. . O violino e outros contos 7ª ed. São Paulo: Ática, 2007. p. 36-38.) 

VOCABULÁRIO:

Capanga: bolsa pequena, de tecido, couro ou plástico, usada a tiracolo. 

Footing :passeio a pé, com o objetivo de arrumar namorado(a).

Guelra: estrutura do órgão respiratório da maioria dos animais aquáticos.

Vozerio: som de muitas vozes juntas. 

Nos primeiros parágrafos, o narrador descreve a cena em que o protagonista volta de uma pescaria. Logo em seguida, esse mesmo narrador dá ao leitor uma informação que vai alterar a situação inicial e mudar o rumo da trama. Assinale a alternativa que aponta qual é essa informação e por que muda o rumo da história.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito - A

    Como a informação esta no início do texto e a empregada só aparece no final, descarta-se as alternativas D e E. 
    A alternativa B esta errada já que no texto este cita que tirou todos os peixes da pia menos a traíra.
    Por fim, a alternativa C nada tem a ver com a reviravolta factual que dá novo rumo a história.
  • Nos primeiros parágrafos, o narrador descreve a cena em que o protagonista volta de uma pescaria. Logo em seguida, esse mesmo narrador dá ao leitor uma informação que vai alterar a situação inicial e mudar o rumo da trama. Assinale a alternativa que aponta qual é essa informação e por que muda o rumo da história.

    a) Atraíra estava viva e, a partir domomento emque esse fato fica comprovado, o que fazer com ela é a questão que se segue.
    CORRETO. A ideia principal era pescar e comer. A partir do momento que o personagem descobre que o peixe esta vivo, ele se envolve sentimentalmente com o peixe e passa a querer criá-lo, ou seja, dá uma guinada na história mudando o rumo inicial (que seria comer o peixe).

  • QUestão de fácil entendimento. Exige apenas atenção.
  • Ele buscava uma resposta para suas atitudes, mesmo matando os outros peixes, ele buscou a resposta porque o peixe traira nao havia morrido, só assim alimentou uma esperança para entender porque o peixe era tão dificil de morrer.
  • Maldita empregada! até eu já tava gostando do peixe :/
  • Pq não a resposta não pode ser a letra-E?
    alguem sabe justificar? não ficou claro pra mim...
  • Nos primeiros parágrafos, o narrador descreve a cena em que o protagonista volta de uma pescaria.

    Só não é a letra E porque a banca não pediu nos Ultimos Parágrafos.
  •  a) Atraíra estava viva e, a partir do momento em que esse fato fica comprovado, o que fazer com ela é a questão que se segue.
     
    Correto!
     
     b) As guelras do peixe mexiam-se devagar e isso fez com que o protagonista enchesse o tanque para salvar todos os peixes, fato que impulsiona a narrativa.
     
    Errado, apenas a traira foi posta no tanque, não "todos os peixes".vide texto:"Dentro do tanque deixou só a traira".
     
     
     c) Virou a capanga de cabeça para baixo e essa atitude altera a construção da história em torno do grande pescador em mais uma façanha.
     
    Errado, não existe elementos que indique que o protagonista seja um "grande pescador em mais uma façanha", e ainda, o fato de virar a cabaça não provoca a alteração da construção da história, e sim o fato da traira estar viva.
     
     d) A empregada chegou e, ao matar a traíra, provocou no protagonista uma mudança de planos e de comportamento.
     
    Errado, apesar da a empregada ter provocado uma mudança de planos e de comportamento do protagonista, isso so acontece no fim da história(logo é  desfecho da trama). O ponto que muda o rumo da história é o fato da traíra estar viva.
     
     
     e) A empregada afirmou que conseguira matar a traíra e, a partir desse momento, o protagonista entristece e fica cansado.
     
    Errado, não existe nenhum elemento explícito, ou implícito que indique que o protagonista tenha se entristecido com o fato, apenas a constatação do cansaço, que inclusive fica entendido que não se deve a morte da traira("Só então notou...").

ID
664945
Banca
FUNCAB
Órgão
MPE-RO
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Um peixe 

            Virou a capanga de cabeça para baixo, e os peixes espalharam-se pela pia. Ele ficou olhando, e foi então que notou que a traíra ainda estava viva. Era o maior peixe de todos ali, mas não chegava a ser grande: pouco mais de um palmo. Ela estava mexendo, suas guelras mexiam-se devagar, quando todos os outros peixes já estavam mortos. Como que ela podia durar tanto tempo assim fora d'água?...

        Teve então uma ideia: abrir a torneira, para ver o que acontecia. Tirou para fora os outros peixes: lambaris, chorões, piaus; dentro do tanque deixou só a traíra. E então abriu a torneira: a água espalhou-se e, quando cobriu a traíra, ela deu uma rabanada e disparou, ele levou um susto – ela estava muito mais viva do que ele pensara, muito mais viva. Ele riu, ficou alegre e divertido, olhando a traíra, que agora tinha parado num canto, o rabo oscilando de leve, a água continuando a jorrar da torneira. Quando o tanque se encheu, ele fechou-a.

– E agora? – disse para o peixe. – Quê que eu faço com você?...

Enfiou o dedo na água: a traíra deu uma corrida, assustada, e ele tirou o dedo depressa.

        – Você tá com fome?... E as minhocas que você me roubou no rio? Eu sei que era você; devagarzinho, sem a gente sentir... Agora está aí, né?... Tá vendo o resultado?...

    O peixe, quieto num canto, parecia escutar.

    Podia dar alguma coisa para ele comer. Talvez pão. Foi olhar na lata: havia acabado. Que mais? Se a mãe estivesse em casa, ela teria dado uma ideia – a mãe era boa para dar ideias. Mas ele estava sozinho. Não conseguia lembrar de outra coisa. O jeito era ir comprar um pão na padaria. Mas sujo assim de barro, a roupa molhada, imunda? – Dane-se – disse, e foi.

        Era domingo à noite, o quarteirão movimentado, rapazes no footing , bares cheios. Enquanto ele andava, foi pensando no que acontecera. No começo fora só curiosidade; mas depois foi bacana, ficou alegre quando viu a traíra bem viva de novo, correndo pela água, esperta. Mas o que faria com ela agora? Matá-la, não ia; não, não faria isso. Se ela já estivesse morta, seria diferente; mas ela estava viva, e ele não queria matá-la. Mas o que faria com ela? Poderia criá-la; por que não? Havia o tanquinho do quintal, tanquinho que a mãe uma vez mandara fazer para criar patos. Estava entupido de terra, mas ele poderia desentupi-lo, arranjar tudo; ficaria cem por cento. É, é isso o que faria. Deixaria a traíra numa lata d'água até o dia seguinte e, de manhã, logo que se levantasse, iria mexer com isso. 

        Enquanto era atendido na padaria, ficou olhando para o movimento, os ruídos, o vozerio do bar em frente. E então pensou na traíra, sua trairinha, deslizando silenciosamente no tanque da pia, na casa escura. Era até meio besta como ele estava alegre com aquilo. E logo um peixe feio como traíra, isso é que era o mais engraçado.

        Toda manhã – ia pensando, de volta para casa – ele desceria ao quintal, levando pedacinhos de pão para ela. Além disso, arrancaria minhocas, e de vez em quando pegaria alguns insetos. Uma coisa que podia fazer também era pescar depois outra traíra e trazer para fazer companhia a ela; um peixe sozinho num tanque era algo muito solitário. 

A empregada já havia chegado e estava no portão, olhando o movimento. – Que peixada bonita você pegou...

– Você viu?

– Uma beleza... Tem até uma trairinha.

– Ela foi difícil de pegar, quase que ela escapole; ela não estava bem fisgada.

– Traíra é duro de morrer, hem?

– Duro de morrer?... Ele parou.

        – Uai, essa que você pegou estava vivinha na hora que eu cheguei, e você ainda esqueceu o tanque cheio d'água... Quando eu cheguei, ela estava toda folgada, nadando. Você não está acreditando? Juro. Ela estava toda folgada, nadando. 

    – E aí?

    –Aí? Uai, aí eu escorri a água para ela morrer; mas você pensa que ela morreu? Morreu nada! Traíra é duro de morrer, nunca vi um peixe assim. Eu soquei a ponta da faca naquelas coisas que faz o peixe nadar, sabe? Pois acredita que ela ainda ficou mexendo? Aí eu peguei o cabo da faca e esmaguei a cabeça dele, e foi aí que ele morreu. Mas custou, ô peixinho duro de morrer! Quê que você está me olhando? 

– Por nada.

– Você não está acreditando? Juro; pode ir lá na cozinha ver: ela está lá do jeitinho que eu deixei. Ele foi caminhando para dentro.

– Vou ficar aqui mais um pouco

– disse a empregada.

– depois vou arrumar os peixes, viu?

– Sei.

    Acendeu a luz da sala. Deixou o pão em cima da mesa e sentou-se. Só então notou como estava cansado.

 

(VILELA, Luiz. . O violino e outros contos 7ª ed. São Paulo: Ática, 2007. p. 36-38.) 

VOCABULÁRIO:

Capanga: bolsa pequena, de tecido, couro ou plástico, usada a tiracolo. 

Footing :passeio a pé, com o objetivo de arrumar namorado(a).

Guelra: estrutura do órgão respiratório da maioria dos animais aquáticos.

Vozerio: som de muitas vozes juntas. 

Considerando os determinantes do substantivo, pode-se afirmar que, no início da narrativa, a traíra era realmente, para o protagonista, “um peixe", conforme aponta o título do texto; mas, no desenrolar da trama, ele já poderia se referir à traíra como “o peixe", como comprova a passagem “– E agora? – disse para o peixe. – Quê que eu faço com você?...", porque:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito - C

    Um, Uma - artigo indefinido. O peixe é mais um, qualquer peixe.
    O, A, Os, As- Artigo definido- O peixe torna-se o centro da narração e o leitor bem como o eu-lírico só se referem a traíra como "o peixe".
  • Ele buscava uma resposta para suas atitudes, mesmo matando os outros peixes, ele buscou a resposta porque o peixe traira nao havia morrido, só assim alimentou uma esperança para entender porque o peixe era tão dificil de morrer. Com todo esse trabalho com o peixe, idealizou como um personagem "o peixe". Letra C
  • Concordo que o gabarito seja o item 'c' mesmo. Mas fiquei me questionando qual seria o erro da letra 'a'. 
    É a primeira frase: '...indeterminação de sentido do artigo em relação ao peixe é usada para criar expectativa em torno da história, apontando para o distanciamento...'?
    Ou é a segunda: '...o artigo objetiva criar ambiguidade, dupla interpretação...'?
    Ou ambas estão erradas?
    Desde já, obrigado.


ID
664948
Banca
FUNCAB
Órgão
MPE-RO
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Um peixe 

            Virou a capanga de cabeça para baixo, e os peixes espalharam-se pela pia. Ele ficou olhando, e foi então que notou que a traíra ainda estava viva. Era o maior peixe de todos ali, mas não chegava a ser grande: pouco mais de um palmo. Ela estava mexendo, suas guelras mexiam-se devagar, quando todos os outros peixes já estavam mortos. Como que ela podia durar tanto tempo assim fora d'água?...

        Teve então uma ideia: abrir a torneira, para ver o que acontecia. Tirou para fora os outros peixes: lambaris, chorões, piaus; dentro do tanque deixou só a traíra. E então abriu a torneira: a água espalhou-se e, quando cobriu a traíra, ela deu uma rabanada e disparou, ele levou um susto – ela estava muito mais viva do que ele pensara, muito mais viva. Ele riu, ficou alegre e divertido, olhando a traíra, que agora tinha parado num canto, o rabo oscilando de leve, a água continuando a jorrar da torneira. Quando o tanque se encheu, ele fechou-a.

– E agora? – disse para o peixe. – Quê que eu faço com você?...

Enfiou o dedo na água: a traíra deu uma corrida, assustada, e ele tirou o dedo depressa.

        – Você tá com fome?... E as minhocas que você me roubou no rio? Eu sei que era você; devagarzinho, sem a gente sentir... Agora está aí, né?... Tá vendo o resultado?...

    O peixe, quieto num canto, parecia escutar.

    Podia dar alguma coisa para ele comer. Talvez pão. Foi olhar na lata: havia acabado. Que mais? Se a mãe estivesse em casa, ela teria dado uma ideia – a mãe era boa para dar ideias. Mas ele estava sozinho. Não conseguia lembrar de outra coisa. O jeito era ir comprar um pão na padaria. Mas sujo assim de barro, a roupa molhada, imunda? – Dane-se – disse, e foi.

        Era domingo à noite, o quarteirão movimentado, rapazes no footing , bares cheios. Enquanto ele andava, foi pensando no que acontecera. No começo fora só curiosidade; mas depois foi bacana, ficou alegre quando viu a traíra bem viva de novo, correndo pela água, esperta. Mas o que faria com ela agora? Matá-la, não ia; não, não faria isso. Se ela já estivesse morta, seria diferente; mas ela estava viva, e ele não queria matá-la. Mas o que faria com ela? Poderia criá-la; por que não? Havia o tanquinho do quintal, tanquinho que a mãe uma vez mandara fazer para criar patos. Estava entupido de terra, mas ele poderia desentupi-lo, arranjar tudo; ficaria cem por cento. É, é isso o que faria. Deixaria a traíra numa lata d'água até o dia seguinte e, de manhã, logo que se levantasse, iria mexer com isso. 

        Enquanto era atendido na padaria, ficou olhando para o movimento, os ruídos, o vozerio do bar em frente. E então pensou na traíra, sua trairinha, deslizando silenciosamente no tanque da pia, na casa escura. Era até meio besta como ele estava alegre com aquilo. E logo um peixe feio como traíra, isso é que era o mais engraçado.

        Toda manhã – ia pensando, de volta para casa – ele desceria ao quintal, levando pedacinhos de pão para ela. Além disso, arrancaria minhocas, e de vez em quando pegaria alguns insetos. Uma coisa que podia fazer também era pescar depois outra traíra e trazer para fazer companhia a ela; um peixe sozinho num tanque era algo muito solitário. 

A empregada já havia chegado e estava no portão, olhando o movimento. – Que peixada bonita você pegou...

– Você viu?

– Uma beleza... Tem até uma trairinha.

– Ela foi difícil de pegar, quase que ela escapole; ela não estava bem fisgada.

– Traíra é duro de morrer, hem?

– Duro de morrer?... Ele parou.

        – Uai, essa que você pegou estava vivinha na hora que eu cheguei, e você ainda esqueceu o tanque cheio d'água... Quando eu cheguei, ela estava toda folgada, nadando. Você não está acreditando? Juro. Ela estava toda folgada, nadando. 

    – E aí?

    –Aí? Uai, aí eu escorri a água para ela morrer; mas você pensa que ela morreu? Morreu nada! Traíra é duro de morrer, nunca vi um peixe assim. Eu soquei a ponta da faca naquelas coisas que faz o peixe nadar, sabe? Pois acredita que ela ainda ficou mexendo? Aí eu peguei o cabo da faca e esmaguei a cabeça dele, e foi aí que ele morreu. Mas custou, ô peixinho duro de morrer! Quê que você está me olhando? 

– Por nada.

– Você não está acreditando? Juro; pode ir lá na cozinha ver: ela está lá do jeitinho que eu deixei. Ele foi caminhando para dentro.

– Vou ficar aqui mais um pouco

– disse a empregada.

– depois vou arrumar os peixes, viu?

– Sei.

    Acendeu a luz da sala. Deixou o pão em cima da mesa e sentou-se. Só então notou como estava cansado.

 

(VILELA, Luiz. . O violino e outros contos 7ª ed. São Paulo: Ática, 2007. p. 36-38.) 

VOCABULÁRIO:

Capanga: bolsa pequena, de tecido, couro ou plástico, usada a tiracolo. 

Footing :passeio a pé, com o objetivo de arrumar namorado(a).

Guelra: estrutura do órgão respiratório da maioria dos animais aquáticos.

Vozerio: som de muitas vozes juntas. 

Pleonasmo é uma figura de linguagem que tem como marca a repetição de palavras ou expressões, aparentemente desnecessárias, para enfatizar uma ideia. No entanto, alguns pleonasmos são considerados “vícios de linguagem” por informarem uma obviedade e não desempenharem função expressiva no enunciado. Considerando esta afirmação, assinale a alternativa que possui exemplo de pleonasmo vicioso.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito - E

    Como: tirar pra fora, subir pra cima, descer pra baixo, entrar pra dentro...
  • Pleonasmo é uma figura de linguagem. O pleonasmo é uma redundância (proposital ou não) numa expressão, enfatizando-a.
  • Tirou para fora. Não há "tirar para dentro".
  •  Tirou para fora 
  • Pow sem dúvida letra E, mas pra mim fiquei com dúvidas se poderia ser a letra B também, pq não consigo imaginar alguém indo comprar pão numa retífica, numa mecânica, em uma concessionária.... pão se compra em padaria ou assemelhados... ai gerou minha dúvida em ser pleonasmo vicioso ou não. Valeu abraços a todos... bons estudos...
  • A letra 'b' não é pleonasmo vicioso, pois há apenas uma especificação de onde se compraria o pão. Poderia ser no mercado, supermercado, etc.

    Assim como a propria letra 'e' não estaria errada se, por exemplo, dissesse 'tirou para fora DA PIA' ou tiou para fora 'DA SACOLA'. Haveria uma especificação, como houve no item 'b'.

    Bons estudos.
  • Letra B (um pão na padaria) - armadilha cruel para derrubar o candidato!
    Eu, por exemplo, compro pão no supermercado. Pão na padaria não é pleonasmo.

    Letra E, realmente, é a correta, a não ser que alguém consiga tirar pra dentro alguma coisa...
  • Embora já tenha visto pessoas ironizarem o termo "comprar pão na padaria" já que para alguns só se compra pão em padarias,isso não é pleonasmo vicioso é ignorância mesmo. Pães, hoje,compram-se em supermercados,quitandas, pequenas mercearias, em alguns lugares tem até quem passe vendendo nas ruas, entregando-lhe os pães na porta de sua casa.

  • Posso comprar bolo na padaria, rosca, salgados etc... não necessariamente pão.

    Gab: E

     
  • ....."fora do rio, fora da cesta, fora da panela"....

    Questão completamente equivocada!

    Na minha concepção, alternativa A...da torneira aberta sairá água!!!!!!

  • Existem 3 tipos de pleonasmo.

  • Mata-la? nao ia, nao tenho coragem. Na entendi pq repetiu tanto nao na Letra C

  • Gab e!

    Segundo a gramática do Bechara: Existe o pleonasmo de valor expressivo, e o pleonasmo de valor negativo (considerado erro de gramática)

    Negativo: na questão, a alternativa E é erro: (negativo) ''Subir para cima""

    Expressivo: Não é erro. Aqui há especificação; ''O leite está saindo por fora do copo'' \ tirou o livro para fora da bolsa.


ID
664951
Banca
FUNCAB
Órgão
MPE-RO
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Um peixe 

            Virou a capanga de cabeça para baixo, e os peixes espalharam-se pela pia. Ele ficou olhando, e foi então que notou que a traíra ainda estava viva. Era o maior peixe de todos ali, mas não chegava a ser grande: pouco mais de um palmo. Ela estava mexendo, suas guelras mexiam-se devagar, quando todos os outros peixes já estavam mortos. Como que ela podia durar tanto tempo assim fora d'água?...

        Teve então uma ideia: abrir a torneira, para ver o que acontecia. Tirou para fora os outros peixes: lambaris, chorões, piaus; dentro do tanque deixou só a traíra. E então abriu a torneira: a água espalhou-se e, quando cobriu a traíra, ela deu uma rabanada e disparou, ele levou um susto – ela estava muito mais viva do que ele pensara, muito mais viva. Ele riu, ficou alegre e divertido, olhando a traíra, que agora tinha parado num canto, o rabo oscilando de leve, a água continuando a jorrar da torneira. Quando o tanque se encheu, ele fechou-a.

– E agora? – disse para o peixe. – Quê que eu faço com você?...

Enfiou o dedo na água: a traíra deu uma corrida, assustada, e ele tirou o dedo depressa.

        – Você tá com fome?... E as minhocas que você me roubou no rio? Eu sei que era você; devagarzinho, sem a gente sentir... Agora está aí, né?... Tá vendo o resultado?...

    O peixe, quieto num canto, parecia escutar.

    Podia dar alguma coisa para ele comer. Talvez pão. Foi olhar na lata: havia acabado. Que mais? Se a mãe estivesse em casa, ela teria dado uma ideia – a mãe era boa para dar ideias. Mas ele estava sozinho. Não conseguia lembrar de outra coisa. O jeito era ir comprar um pão na padaria. Mas sujo assim de barro, a roupa molhada, imunda? – Dane-se – disse, e foi.

        Era domingo à noite, o quarteirão movimentado, rapazes no footing , bares cheios. Enquanto ele andava, foi pensando no que acontecera. No começo fora só curiosidade; mas depois foi bacana, ficou alegre quando viu a traíra bem viva de novo, correndo pela água, esperta. Mas o que faria com ela agora? Matá-la, não ia; não, não faria isso. Se ela já estivesse morta, seria diferente; mas ela estava viva, e ele não queria matá-la. Mas o que faria com ela? Poderia criá-la; por que não? Havia o tanquinho do quintal, tanquinho que a mãe uma vez mandara fazer para criar patos. Estava entupido de terra, mas ele poderia desentupi-lo, arranjar tudo; ficaria cem por cento. É, é isso o que faria. Deixaria a traíra numa lata d'água até o dia seguinte e, de manhã, logo que se levantasse, iria mexer com isso. 

        Enquanto era atendido na padaria, ficou olhando para o movimento, os ruídos, o vozerio do bar em frente. E então pensou na traíra, sua trairinha, deslizando silenciosamente no tanque da pia, na casa escura. Era até meio besta como ele estava alegre com aquilo. E logo um peixe feio como traíra, isso é que era o mais engraçado.

        Toda manhã – ia pensando, de volta para casa – ele desceria ao quintal, levando pedacinhos de pão para ela. Além disso, arrancaria minhocas, e de vez em quando pegaria alguns insetos. Uma coisa que podia fazer também era pescar depois outra traíra e trazer para fazer companhia a ela; um peixe sozinho num tanque era algo muito solitário. 

A empregada já havia chegado e estava no portão, olhando o movimento. – Que peixada bonita você pegou...

– Você viu?

– Uma beleza... Tem até uma trairinha.

– Ela foi difícil de pegar, quase que ela escapole; ela não estava bem fisgada.

– Traíra é duro de morrer, hem?

– Duro de morrer?... Ele parou.

        – Uai, essa que você pegou estava vivinha na hora que eu cheguei, e você ainda esqueceu o tanque cheio d'água... Quando eu cheguei, ela estava toda folgada, nadando. Você não está acreditando? Juro. Ela estava toda folgada, nadando. 

    – E aí?

    –Aí? Uai, aí eu escorri a água para ela morrer; mas você pensa que ela morreu? Morreu nada! Traíra é duro de morrer, nunca vi um peixe assim. Eu soquei a ponta da faca naquelas coisas que faz o peixe nadar, sabe? Pois acredita que ela ainda ficou mexendo? Aí eu peguei o cabo da faca e esmaguei a cabeça dele, e foi aí que ele morreu. Mas custou, ô peixinho duro de morrer! Quê que você está me olhando? 

– Por nada.

– Você não está acreditando? Juro; pode ir lá na cozinha ver: ela está lá do jeitinho que eu deixei. Ele foi caminhando para dentro.

– Vou ficar aqui mais um pouco

– disse a empregada.

– depois vou arrumar os peixes, viu?

– Sei.

    Acendeu a luz da sala. Deixou o pão em cima da mesa e sentou-se. Só então notou como estava cansado.

 

(VILELA, Luiz. . O violino e outros contos 7ª ed. São Paulo: Ática, 2007. p. 36-38.) 

VOCABULÁRIO:

Capanga: bolsa pequena, de tecido, couro ou plástico, usada a tiracolo. 

Footing :passeio a pé, com o objetivo de arrumar namorado(a).

Guelra: estrutura do órgão respiratório da maioria dos animais aquáticos.

Vozerio: som de muitas vozes juntas. 

“(...) TEVE então uma ideia: abrir a torneira, para ver o que acontecia.” / “... que agora TINHA parado num canto, o rabo oscilando de leve,(...)”. Nessas duas frases, o verbo TER foi empregado em lugar de outros verbos de significado mais preciso. A alternativa em que as substituições propostas das formas destacadas são, respectivamente adequadas, é:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito - D

    Ocorreu então uma idéia...//que agora havia parado num canto...
  • Ocrreu então uma ideia: abrir a torneira, para ver o que acontecia.” / “... que agora havia parado num canto, o rabo oscilando de leve,(...)”.

    Tenho uma pequena dúvida na 1° frase porque nunca vi alguém dizer: "Ocorreu uma ideia" em vez "(ele) Teve uma ideia".
  • Bem simples

    Alternativa D
    Há diversas formas de se garantir a coesão entre os elementos de uma frase ou de um texto
    , uma é a substituição, como no caso em analise

    Bons estudos
  • “(...) TEVE então uma ideia: abrir a torneira, para ver o que acontecia.” / “... que agora TINHA parado num canto, o rabo oscilando de leve,(...)”. Nessas duas frases, o verbo TER foi empregado em lugar de outros verbos de significado mais preciso. A alternativa em que as substituições propostas das formas destacadas são, respectivamente adequadas, é:

    a) Conservou / permanecia.
    b) Alcançou / possuía.
    c) Apresentou / seguia.
    d) Ocorreu / havia.
    e) Revelava / procedia

    Resposta Correta: Letra D (com uma crítica)

    Pelo o que eu aprendi em sala de aula: NÃO  se usa o verbo "TER" como sinônimo dos verbos "EXISTIR" e "OCORRER". Portanto, creio que esta questão esteja equivocada no seu primeiro tópico. 

    Já no segundo, pode-se muito bem subsitituir o verbo "TINHA" por "HAVIA", o que soaria mais correto por sinal

  • Alex, na verdade os dois usos do verbo "TER" estão em dissonância com a norma culta, nao se usa o verbo TER no sentido de OCORRER, EXISTIR, por isso as duas possibilidades apresentadas substituem adequamente o verbo TER, empregado informalmente na frase.

  • Letra D
     Questão muito fácil...mesmo porque o verbo "Ter" no sentido em que foi empregado não é aceito pela norma culta... me corrijam se eu estiver errado.
  • Comentário simples, mas é importante reforçar que os tempos e modos verbais foram mantidos:

    "Teve" pretérito perfeito do indicativo substituído por "ocorreu" pretérito perfeito do indicativo.
    "Tinha" pretérito imperfeito do indicativo substituído por "havia" pretérito imperfeito do indicativo.

ID
664954
Banca
FUNCAB
Órgão
MPE-RO
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Um peixe 

            Virou a capanga de cabeça para baixo, e os peixes espalharam-se pela pia. Ele ficou olhando, e foi então que notou que a traíra ainda estava viva. Era o maior peixe de todos ali, mas não chegava a ser grande: pouco mais de um palmo. Ela estava mexendo, suas guelras mexiam-se devagar, quando todos os outros peixes já estavam mortos. Como que ela podia durar tanto tempo assim fora d'água?...

        Teve então uma ideia: abrir a torneira, para ver o que acontecia. Tirou para fora os outros peixes: lambaris, chorões, piaus; dentro do tanque deixou só a traíra. E então abriu a torneira: a água espalhou-se e, quando cobriu a traíra, ela deu uma rabanada e disparou, ele levou um susto – ela estava muito mais viva do que ele pensara, muito mais viva. Ele riu, ficou alegre e divertido, olhando a traíra, que agora tinha parado num canto, o rabo oscilando de leve, a água continuando a jorrar da torneira. Quando o tanque se encheu, ele fechou-a.

– E agora? – disse para o peixe. – Quê que eu faço com você?...

Enfiou o dedo na água: a traíra deu uma corrida, assustada, e ele tirou o dedo depressa.

        – Você tá com fome?... E as minhocas que você me roubou no rio? Eu sei que era você; devagarzinho, sem a gente sentir... Agora está aí, né?... Tá vendo o resultado?...

    O peixe, quieto num canto, parecia escutar.

    Podia dar alguma coisa para ele comer. Talvez pão. Foi olhar na lata: havia acabado. Que mais? Se a mãe estivesse em casa, ela teria dado uma ideia – a mãe era boa para dar ideias. Mas ele estava sozinho. Não conseguia lembrar de outra coisa. O jeito era ir comprar um pão na padaria. Mas sujo assim de barro, a roupa molhada, imunda? – Dane-se – disse, e foi.

        Era domingo à noite, o quarteirão movimentado, rapazes no footing , bares cheios. Enquanto ele andava, foi pensando no que acontecera. No começo fora só curiosidade; mas depois foi bacana, ficou alegre quando viu a traíra bem viva de novo, correndo pela água, esperta. Mas o que faria com ela agora? Matá-la, não ia; não, não faria isso. Se ela já estivesse morta, seria diferente; mas ela estava viva, e ele não queria matá-la. Mas o que faria com ela? Poderia criá-la; por que não? Havia o tanquinho do quintal, tanquinho que a mãe uma vez mandara fazer para criar patos. Estava entupido de terra, mas ele poderia desentupi-lo, arranjar tudo; ficaria cem por cento. É, é isso o que faria. Deixaria a traíra numa lata d'água até o dia seguinte e, de manhã, logo que se levantasse, iria mexer com isso. 

        Enquanto era atendido na padaria, ficou olhando para o movimento, os ruídos, o vozerio do bar em frente. E então pensou na traíra, sua trairinha, deslizando silenciosamente no tanque da pia, na casa escura. Era até meio besta como ele estava alegre com aquilo. E logo um peixe feio como traíra, isso é que era o mais engraçado.

        Toda manhã – ia pensando, de volta para casa – ele desceria ao quintal, levando pedacinhos de pão para ela. Além disso, arrancaria minhocas, e de vez em quando pegaria alguns insetos. Uma coisa que podia fazer também era pescar depois outra traíra e trazer para fazer companhia a ela; um peixe sozinho num tanque era algo muito solitário. 

A empregada já havia chegado e estava no portão, olhando o movimento. – Que peixada bonita você pegou...

– Você viu?

– Uma beleza... Tem até uma trairinha.

– Ela foi difícil de pegar, quase que ela escapole; ela não estava bem fisgada.

– Traíra é duro de morrer, hem?

– Duro de morrer?... Ele parou.

        – Uai, essa que você pegou estava vivinha na hora que eu cheguei, e você ainda esqueceu o tanque cheio d'água... Quando eu cheguei, ela estava toda folgada, nadando. Você não está acreditando? Juro. Ela estava toda folgada, nadando. 

    – E aí?

    –Aí? Uai, aí eu escorri a água para ela morrer; mas você pensa que ela morreu? Morreu nada! Traíra é duro de morrer, nunca vi um peixe assim. Eu soquei a ponta da faca naquelas coisas que faz o peixe nadar, sabe? Pois acredita que ela ainda ficou mexendo? Aí eu peguei o cabo da faca e esmaguei a cabeça dele, e foi aí que ele morreu. Mas custou, ô peixinho duro de morrer! Quê que você está me olhando? 

– Por nada.

– Você não está acreditando? Juro; pode ir lá na cozinha ver: ela está lá do jeitinho que eu deixei. Ele foi caminhando para dentro.

– Vou ficar aqui mais um pouco

– disse a empregada.

– depois vou arrumar os peixes, viu?

– Sei.

    Acendeu a luz da sala. Deixou o pão em cima da mesa e sentou-se. Só então notou como estava cansado.

 

(VILELA, Luiz. . O violino e outros contos 7ª ed. São Paulo: Ática, 2007. p. 36-38.) 

VOCABULÁRIO:

Capanga: bolsa pequena, de tecido, couro ou plástico, usada a tiracolo. 

Footing :passeio a pé, com o objetivo de arrumar namorado(a).

Guelra: estrutura do órgão respiratório da maioria dos animais aquáticos.

Vozerio: som de muitas vozes juntas. 

O pronome – LO da frase “(...) mas ele poderia desentupi-LO, arranjar tudo; ficaria cem por cento.(...)" (parágrafo 9), no contexto, refere-se ao:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito - B

    Questão tranquila. Não necessita ler o texto. Alguém vai desentupir o quarteirão? O bar? O rio? O quintal?
  • Pronome é toda palavra que substitui ou pode substituir um nome, um substantivo:
    Desentupir o tanquinho.
    Desentupi-lo
  • O pronome – LO da frase “(...) mas ele poderia desentupi-LO, arranjar tudo; ficaria cem por cento.

    O pronome oblíquo refere-se a "tanquinho". (info enncontrada no 8° parágrafo).
  • com uma dessas ai na prova fica facil...rs
  •  Pq nos concursos que eu faço não caem questões assim...rsrs 
  • pior não foi resolver esta questão, foi ver que 36 pessoas ERRARAM!!!!!!!!!   KKKKKKK, desculpem não pude ficar sem comentar
  • Pessoal, errar essa questão é complicado. O pronome "-lo" refere-se ao tanquinho. Por quê se refere ao tanquinho? Simples, porque o texto diz que havia um tanquinho no quintal e ele (o tanquinho) estava entupido de terra. E depois tem que desentupi-lo ... o (tanquinho) desentupir... desentupir o tanquinho. o -lo é um pronome oblíquo que tem a função de complementar o verbo, nesse caso, transitivo direito, logo o -lo é um objeto direito!!! Resposta letra "b". 

  • Questão fácil texto enorme.

  • Que questão besta!


ID
664957
Banca
FUNCAB
Órgão
MPE-RO
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Um peixe 

            Virou a capanga de cabeça para baixo, e os peixes espalharam-se pela pia. Ele ficou olhando, e foi então que notou que a traíra ainda estava viva. Era o maior peixe de todos ali, mas não chegava a ser grande: pouco mais de um palmo. Ela estava mexendo, suas guelras mexiam-se devagar, quando todos os outros peixes já estavam mortos. Como que ela podia durar tanto tempo assim fora d'água?...

        Teve então uma ideia: abrir a torneira, para ver o que acontecia. Tirou para fora os outros peixes: lambaris, chorões, piaus; dentro do tanque deixou só a traíra. E então abriu a torneira: a água espalhou-se e, quando cobriu a traíra, ela deu uma rabanada e disparou, ele levou um susto – ela estava muito mais viva do que ele pensara, muito mais viva. Ele riu, ficou alegre e divertido, olhando a traíra, que agora tinha parado num canto, o rabo oscilando de leve, a água continuando a jorrar da torneira. Quando o tanque se encheu, ele fechou-a.

– E agora? – disse para o peixe. – Quê que eu faço com você?...

Enfiou o dedo na água: a traíra deu uma corrida, assustada, e ele tirou o dedo depressa.

        – Você tá com fome?... E as minhocas que você me roubou no rio? Eu sei que era você; devagarzinho, sem a gente sentir... Agora está aí, né?... Tá vendo o resultado?...

    O peixe, quieto num canto, parecia escutar.

    Podia dar alguma coisa para ele comer. Talvez pão. Foi olhar na lata: havia acabado. Que mais? Se a mãe estivesse em casa, ela teria dado uma ideia – a mãe era boa para dar ideias. Mas ele estava sozinho. Não conseguia lembrar de outra coisa. O jeito era ir comprar um pão na padaria. Mas sujo assim de barro, a roupa molhada, imunda? – Dane-se – disse, e foi.

        Era domingo à noite, o quarteirão movimentado, rapazes no footing , bares cheios. Enquanto ele andava, foi pensando no que acontecera. No começo fora só curiosidade; mas depois foi bacana, ficou alegre quando viu a traíra bem viva de novo, correndo pela água, esperta. Mas o que faria com ela agora? Matá-la, não ia; não, não faria isso. Se ela já estivesse morta, seria diferente; mas ela estava viva, e ele não queria matá-la. Mas o que faria com ela? Poderia criá-la; por que não? Havia o tanquinho do quintal, tanquinho que a mãe uma vez mandara fazer para criar patos. Estava entupido de terra, mas ele poderia desentupi-lo, arranjar tudo; ficaria cem por cento. É, é isso o que faria. Deixaria a traíra numa lata d'água até o dia seguinte e, de manhã, logo que se levantasse, iria mexer com isso. 

        Enquanto era atendido na padaria, ficou olhando para o movimento, os ruídos, o vozerio do bar em frente. E então pensou na traíra, sua trairinha, deslizando silenciosamente no tanque da pia, na casa escura. Era até meio besta como ele estava alegre com aquilo. E logo um peixe feio como traíra, isso é que era o mais engraçado.

        Toda manhã – ia pensando, de volta para casa – ele desceria ao quintal, levando pedacinhos de pão para ela. Além disso, arrancaria minhocas, e de vez em quando pegaria alguns insetos. Uma coisa que podia fazer também era pescar depois outra traíra e trazer para fazer companhia a ela; um peixe sozinho num tanque era algo muito solitário. 

A empregada já havia chegado e estava no portão, olhando o movimento. – Que peixada bonita você pegou...

– Você viu?

– Uma beleza... Tem até uma trairinha.

– Ela foi difícil de pegar, quase que ela escapole; ela não estava bem fisgada.

– Traíra é duro de morrer, hem?

– Duro de morrer?... Ele parou.

        – Uai, essa que você pegou estava vivinha na hora que eu cheguei, e você ainda esqueceu o tanque cheio d'água... Quando eu cheguei, ela estava toda folgada, nadando. Você não está acreditando? Juro. Ela estava toda folgada, nadando. 

    – E aí?

    –Aí? Uai, aí eu escorri a água para ela morrer; mas você pensa que ela morreu? Morreu nada! Traíra é duro de morrer, nunca vi um peixe assim. Eu soquei a ponta da faca naquelas coisas que faz o peixe nadar, sabe? Pois acredita que ela ainda ficou mexendo? Aí eu peguei o cabo da faca e esmaguei a cabeça dele, e foi aí que ele morreu. Mas custou, ô peixinho duro de morrer! Quê que você está me olhando? 

– Por nada.

– Você não está acreditando? Juro; pode ir lá na cozinha ver: ela está lá do jeitinho que eu deixei. Ele foi caminhando para dentro.

– Vou ficar aqui mais um pouco

– disse a empregada.

– depois vou arrumar os peixes, viu?

– Sei.

    Acendeu a luz da sala. Deixou o pão em cima da mesa e sentou-se. Só então notou como estava cansado.

 

(VILELA, Luiz. . O violino e outros contos 7ª ed. São Paulo: Ática, 2007. p. 36-38.) 

VOCABULÁRIO:

Capanga: bolsa pequena, de tecido, couro ou plástico, usada a tiracolo. 

Footing :passeio a pé, com o objetivo de arrumar namorado(a).

Guelra: estrutura do órgão respiratório da maioria dos animais aquáticos.

Vozerio: som de muitas vozes juntas. 

Assinale a alternativa em que a preposição em destaque estabelece uma relação de sentido de modo dentro da frase.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito - E

    ..."de leve", (...), ou seja, de maneira, de modo leve.
  • troque por um adverbio de modo. no caso em questao: o rabo oscilando levemente/suavemente.
  • relação de sentido de modo dentro da frase. Advérbio de modo.Para tanto, a preposição deve fazer parte de uma locução adverbial. oscilando DE leve
  • Preposição  é a palavra que liga palavras ( ou orações – com conjunção implícita), subordinando-as.
    Observe os exemplos de ligação:
    Subordinando palavras
    - Voou até o sol com a notícia.
    - Nós víamos folhas de papel prontas para nossas canetas.
    Subordinando orações: apenas as subordinadas reduzidas de infinitivo são ligadas à oração principal por meio de preposição. Nesse caso a conjunção fica implícita.
                   César gostaria de fechar os olhos.
                   (Observe a conjunção implícita “ César gostaria apenas de que fechasse os olhos”
    MORFOSSINTAXE
                   A preposição NÃO TEM FUNÇÃO SINTÁTICA. Funciona apenas como CONECTIVO.
      Locução prepositiva.
                   Expressão com valor de preposição, normalmente as locuções prepositivas terminam em preposição: para com, por sobre, exceto em, acima de, abaixo de, junto a, quanto a, à procura de, à moda de, à disposição de, não obstante, apesar de, graças a etc...
      OBSERVAÇÕES IMPORTANTES.
    Em português, as preposições introduzem os objetos indiretos (dar um livro a alguém), excepcionalmente também os objetosdiretos (amar a Deus), os complementos nominais (medo de chuva), os adjuntos adnominais (mesa de vidro), os adjuntos adverbiais ( fugir com pressa) e, às vezes – o que constitui uma anomalia sintática -, os predicativos (tachou-os de ignorante).Um traço característico das preposições em língua portuguesa é que somente elas têm o privilégio de introduzir as formas pronominais mim, ti e si, como nos exemplos: Veio a mim; Entre mim e ti não pode haver nada; E ela fala pos si.
    As preposições portuguesas classificam-se em:
    1. Essenciais, herdadas diretamente do latim (a, ante, com, contra, de, em, entre, por, per, sem, sob, sobre, trás), ou diretamente como resultado da aglutinação de duas ou mais preposições latinas ( após, até, desde, para, perante);
    2. Acidentais,  provenientes de palavras que, providas de significação (nomes, verbos), transformaram-se em vocábulos gramaticais: afora, conforme, consoante, durante, exceto, fora, mais, mediante, menos, não obstante, salvo, segundo, senão, tirante, visto e etc.
     Embora as preposições apresentem ampla variedade de usos diferentes no discurso, pode-se estabelecer para cada uma significação fundamental, aplicável aos campos espacial, temporal e nocional.  Assim, a preposição com, por exemplo, exprime a ideia de uma situação de associação (mora com a mãe), enquanto ante, perante, após denotam uma situação em relação a um limite.Fonte: Novíssimo Curso de Língua Portuguesa. Livro 1. Fernando Moura.
    Bons estudos!





     
  • Resposta: Letra E

    e) “(...) que agora tinha parado num canto, o rabo oscilando DE leve,(...)”

    Nesse caso, a preposição DE estabelece uma relação de sentido de modo.

    Para descobrir, basta fazer a pergunta: 

    se o "Como?" aparecer --> indica MODO.
     
    se o "Quando?" aparecer --> indica  tempo 
     
    se o "Onde" aparecer --> indica lugar
    entre outros.
     
     Então fica: COMO ele estava oscilando?
  • oscilando de leve, é o sentido, o modo como oscilada. (de leve).

ID
664960
Banca
FUNCAB
Órgão
MPE-RO
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Um peixe 

            Virou a capanga de cabeça para baixo, e os peixes espalharam-se pela pia. Ele ficou olhando, e foi então que notou que a traíra ainda estava viva. Era o maior peixe de todos ali, mas não chegava a ser grande: pouco mais de um palmo. Ela estava mexendo, suas guelras mexiam-se devagar, quando todos os outros peixes já estavam mortos. Como que ela podia durar tanto tempo assim fora d'água?...

        Teve então uma ideia: abrir a torneira, para ver o que acontecia. Tirou para fora os outros peixes: lambaris, chorões, piaus; dentro do tanque deixou só a traíra. E então abriu a torneira: a água espalhou-se e, quando cobriu a traíra, ela deu uma rabanada e disparou, ele levou um susto – ela estava muito mais viva do que ele pensara, muito mais viva. Ele riu, ficou alegre e divertido, olhando a traíra, que agora tinha parado num canto, o rabo oscilando de leve, a água continuando a jorrar da torneira. Quando o tanque se encheu, ele fechou-a.

– E agora? – disse para o peixe. – Quê que eu faço com você?...

Enfiou o dedo na água: a traíra deu uma corrida, assustada, e ele tirou o dedo depressa.

        – Você tá com fome?... E as minhocas que você me roubou no rio? Eu sei que era você; devagarzinho, sem a gente sentir... Agora está aí, né?... Tá vendo o resultado?...

    O peixe, quieto num canto, parecia escutar.

    Podia dar alguma coisa para ele comer. Talvez pão. Foi olhar na lata: havia acabado. Que mais? Se a mãe estivesse em casa, ela teria dado uma ideia – a mãe era boa para dar ideias. Mas ele estava sozinho. Não conseguia lembrar de outra coisa. O jeito era ir comprar um pão na padaria. Mas sujo assim de barro, a roupa molhada, imunda? – Dane-se – disse, e foi.

        Era domingo à noite, o quarteirão movimentado, rapazes no footing , bares cheios. Enquanto ele andava, foi pensando no que acontecera. No começo fora só curiosidade; mas depois foi bacana, ficou alegre quando viu a traíra bem viva de novo, correndo pela água, esperta. Mas o que faria com ela agora? Matá-la, não ia; não, não faria isso. Se ela já estivesse morta, seria diferente; mas ela estava viva, e ele não queria matá-la. Mas o que faria com ela? Poderia criá-la; por que não? Havia o tanquinho do quintal, tanquinho que a mãe uma vez mandara fazer para criar patos. Estava entupido de terra, mas ele poderia desentupi-lo, arranjar tudo; ficaria cem por cento. É, é isso o que faria. Deixaria a traíra numa lata d'água até o dia seguinte e, de manhã, logo que se levantasse, iria mexer com isso. 

        Enquanto era atendido na padaria, ficou olhando para o movimento, os ruídos, o vozerio do bar em frente. E então pensou na traíra, sua trairinha, deslizando silenciosamente no tanque da pia, na casa escura. Era até meio besta como ele estava alegre com aquilo. E logo um peixe feio como traíra, isso é que era o mais engraçado.

        Toda manhã – ia pensando, de volta para casa – ele desceria ao quintal, levando pedacinhos de pão para ela. Além disso, arrancaria minhocas, e de vez em quando pegaria alguns insetos. Uma coisa que podia fazer também era pescar depois outra traíra e trazer para fazer companhia a ela; um peixe sozinho num tanque era algo muito solitário. 

A empregada já havia chegado e estava no portão, olhando o movimento. – Que peixada bonita você pegou...

– Você viu?

– Uma beleza... Tem até uma trairinha.

– Ela foi difícil de pegar, quase que ela escapole; ela não estava bem fisgada.

– Traíra é duro de morrer, hem?

– Duro de morrer?... Ele parou.

        – Uai, essa que você pegou estava vivinha na hora que eu cheguei, e você ainda esqueceu o tanque cheio d'água... Quando eu cheguei, ela estava toda folgada, nadando. Você não está acreditando? Juro. Ela estava toda folgada, nadando. 

    – E aí?

    –Aí? Uai, aí eu escorri a água para ela morrer; mas você pensa que ela morreu? Morreu nada! Traíra é duro de morrer, nunca vi um peixe assim. Eu soquei a ponta da faca naquelas coisas que faz o peixe nadar, sabe? Pois acredita que ela ainda ficou mexendo? Aí eu peguei o cabo da faca e esmaguei a cabeça dele, e foi aí que ele morreu. Mas custou, ô peixinho duro de morrer! Quê que você está me olhando? 

– Por nada.

– Você não está acreditando? Juro; pode ir lá na cozinha ver: ela está lá do jeitinho que eu deixei. Ele foi caminhando para dentro.

– Vou ficar aqui mais um pouco

– disse a empregada.

– depois vou arrumar os peixes, viu?

– Sei.

    Acendeu a luz da sala. Deixou o pão em cima da mesa e sentou-se. Só então notou como estava cansado.

 

(VILELA, Luiz. . O violino e outros contos 7ª ed. São Paulo: Ática, 2007. p. 36-38.) 

VOCABULÁRIO:

Capanga: bolsa pequena, de tecido, couro ou plástico, usada a tiracolo. 

Footing :passeio a pé, com o objetivo de arrumar namorado(a).

Guelra: estrutura do órgão respiratório da maioria dos animais aquáticos.

Vozerio: som de muitas vozes juntas. 

A alternativa que transcreve uma frase do texto em que foi feita uma construção INADEQUADA, quanto à concordância, é:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito - C

    •  “(...) Eu soquei a ponta da faca naquelas coisas que faz o peixe nadar, sabe? Pois acredita que ela ainda ficou mexendo?(...)”

    O 'que' é um pronome demonstrativo que substitui o termo anterior. Reescrevendo temos:

    '...coisas fazem o peixe nadar.
    •  
    • Eu soquei a ponta da faca naquelas coisas que faz o peixe nadar, sabe? Pois acredita que ela ainda ficou mexendo? errado

      Eu soquei a ponta da faca naquelas coisas que FAZEM o peixe nadar, sabe? Pois acredita que ela ainda ficou mexendo?

      correto.
    • Somente no sentido de TEMPO é que o VERBO FAZER NÃO VAI PARA  O PLURAL



      FAZEM dois meses que não jogo futebol ( Nessa frase o verbo FAZER está no sentido de TEMPO, frase INCORRETA)



      O CORRETO seria:



      FAZ dois meses que não jogo futebol



      No item C da questão o VERBO FAZER , não representa tempo, por isso a resposta é: FAZEM e não FAZ...

      Este comentário é ofensivo ou inapropriado? Denuncie aqui. | editar | excluir
    • Quando o sujeito é o pronome relativo que, o verbo concorda com o antecedente desse pronome.


      (...) naquelas coisas que fazem o peixe nadar (...)

    • Coisas que FAZEM e não coisas que FAZ.

       Em questões desse tipo é muito importante que se preste bstante atenção!
    • Caros,
      A palavra " QUE " nesse caso é pronome relativo e retoma algo já dito, neste caso específico a palavra " coisas " que está no plural.

      O sujeito do verbo fazer é o " QUE " que retomou uma palavra no plural então o verbo concorda com o sujeito.

      O verbo fazer não é impessoal, pois para ser tem que estar em sentindo de tempo ou temperatura. ( Impessoal sempre no singular )

      Ex. Faz 20° graus hoje. Faz cinco anos que não a vejo.

      c) “(...) Eu soquei a ponta da faca naquelas coisas que faz o peixe nadar, sabe? Pois acredita que ela ainda ficou mexendo?(...)”           
    • OBS

      ....... coisas que faz o peixe nadar, sabe? Pois acredita que ela  ainda ficou mexendo......

      O pronome substantivo ELA substitui COISAS....Logo deveria ser ELAS

    •  kkkkkkkk, muita gente posta comentários erradamente, aff. Presta atenção FRABRICIA MOTA, porque vc se equivocou em dizer que o pronome ELA substituiu  COISAS.  no entanto este pronome substitui é o nome PEIXE.

       vamos prestar atenção , pessoal.

       Bons estudos!


    ID
    664963
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Português
    Assuntos

    Um peixe 

                Virou a capanga de cabeça para baixo, e os peixes espalharam-se pela pia. Ele ficou olhando, e foi então que notou que a traíra ainda estava viva. Era o maior peixe de todos ali, mas não chegava a ser grande: pouco mais de um palmo. Ela estava mexendo, suas guelras mexiam-se devagar, quando todos os outros peixes já estavam mortos. Como que ela podia durar tanto tempo assim fora d'água?...

            Teve então uma ideia: abrir a torneira, para ver o que acontecia. Tirou para fora os outros peixes: lambaris, chorões, piaus; dentro do tanque deixou só a traíra. E então abriu a torneira: a água espalhou-se e, quando cobriu a traíra, ela deu uma rabanada e disparou, ele levou um susto – ela estava muito mais viva do que ele pensara, muito mais viva. Ele riu, ficou alegre e divertido, olhando a traíra, que agora tinha parado num canto, o rabo oscilando de leve, a água continuando a jorrar da torneira. Quando o tanque se encheu, ele fechou-a.

    – E agora? – disse para o peixe. – Quê que eu faço com você?...

    Enfiou o dedo na água: a traíra deu uma corrida, assustada, e ele tirou o dedo depressa.

            – Você tá com fome?... E as minhocas que você me roubou no rio? Eu sei que era você; devagarzinho, sem a gente sentir... Agora está aí, né?... Tá vendo o resultado?...

        O peixe, quieto num canto, parecia escutar.

        Podia dar alguma coisa para ele comer. Talvez pão. Foi olhar na lata: havia acabado. Que mais? Se a mãe estivesse em casa, ela teria dado uma ideia – a mãe era boa para dar ideias. Mas ele estava sozinho. Não conseguia lembrar de outra coisa. O jeito era ir comprar um pão na padaria. Mas sujo assim de barro, a roupa molhada, imunda? – Dane-se – disse, e foi.

            Era domingo à noite, o quarteirão movimentado, rapazes no footing , bares cheios. Enquanto ele andava, foi pensando no que acontecera. No começo fora só curiosidade; mas depois foi bacana, ficou alegre quando viu a traíra bem viva de novo, correndo pela água, esperta. Mas o que faria com ela agora? Matá-la, não ia; não, não faria isso. Se ela já estivesse morta, seria diferente; mas ela estava viva, e ele não queria matá-la. Mas o que faria com ela? Poderia criá-la; por que não? Havia o tanquinho do quintal, tanquinho que a mãe uma vez mandara fazer para criar patos. Estava entupido de terra, mas ele poderia desentupi-lo, arranjar tudo; ficaria cem por cento. É, é isso o que faria. Deixaria a traíra numa lata d'água até o dia seguinte e, de manhã, logo que se levantasse, iria mexer com isso. 

            Enquanto era atendido na padaria, ficou olhando para o movimento, os ruídos, o vozerio do bar em frente. E então pensou na traíra, sua trairinha, deslizando silenciosamente no tanque da pia, na casa escura. Era até meio besta como ele estava alegre com aquilo. E logo um peixe feio como traíra, isso é que era o mais engraçado.

            Toda manhã – ia pensando, de volta para casa – ele desceria ao quintal, levando pedacinhos de pão para ela. Além disso, arrancaria minhocas, e de vez em quando pegaria alguns insetos. Uma coisa que podia fazer também era pescar depois outra traíra e trazer para fazer companhia a ela; um peixe sozinho num tanque era algo muito solitário. 

    A empregada já havia chegado e estava no portão, olhando o movimento. – Que peixada bonita você pegou...

    – Você viu?

    – Uma beleza... Tem até uma trairinha.

    – Ela foi difícil de pegar, quase que ela escapole; ela não estava bem fisgada.

    – Traíra é duro de morrer, hem?

    – Duro de morrer?... Ele parou.

            – Uai, essa que você pegou estava vivinha na hora que eu cheguei, e você ainda esqueceu o tanque cheio d'água... Quando eu cheguei, ela estava toda folgada, nadando. Você não está acreditando? Juro. Ela estava toda folgada, nadando. 

        – E aí?

        –Aí? Uai, aí eu escorri a água para ela morrer; mas você pensa que ela morreu? Morreu nada! Traíra é duro de morrer, nunca vi um peixe assim. Eu soquei a ponta da faca naquelas coisas que faz o peixe nadar, sabe? Pois acredita que ela ainda ficou mexendo? Aí eu peguei o cabo da faca e esmaguei a cabeça dele, e foi aí que ele morreu. Mas custou, ô peixinho duro de morrer! Quê que você está me olhando? 

    – Por nada.

    – Você não está acreditando? Juro; pode ir lá na cozinha ver: ela está lá do jeitinho que eu deixei. Ele foi caminhando para dentro.

    – Vou ficar aqui mais um pouco

    – disse a empregada.

    – depois vou arrumar os peixes, viu?

    – Sei.

        Acendeu a luz da sala. Deixou o pão em cima da mesa e sentou-se. Só então notou como estava cansado.

     

    (VILELA, Luiz. . O violino e outros contos 7ª ed. São Paulo: Ática, 2007. p. 36-38.) 

    VOCABULÁRIO:

    Capanga: bolsa pequena, de tecido, couro ou plástico, usada a tiracolo. 

    Footing :passeio a pé, com o objetivo de arrumar namorado(a).

    Guelra: estrutura do órgão respiratório da maioria dos animais aquáticos.

    Vozerio: som de muitas vozes juntas. 

    Todas as frases das alternativas abaixo admitem voz passiva, EXCETO:

    Alternativas
    Comentários
    • Para existir voz passiva, há de ser necessário um OBJETO DIRETO. Não importa se a transitividade do verbo na frase é Direto e Indireto, se existe OD, então existe essa possibilidade.
      Como na única alternativa em que não existe OD é a letra "D" , essa é a nossa opção
      as vezes, vc ate consegue transpor a frase com um verbo transitivo indireto p a voz passiva, mas cuidado, isso esta ERRADO GRAMATICALMENTE.
      ex:
       "O comando policial não foi obedecido pela suposta vítima" (voz passiva). obedecer é VTI.
       Nesse exemplo, foi possivel (corriqueiramente/popularmente) a transposição para a voz passiva de um Verbo transitivo INDIRETO, porém ela está ERRADA.

    • Na voz passiva fica assim:
      A) A CAPANGA FOI VIRADA DE CABEÇA PARA BAIXO
      B) A TORNEIRA ENTÃO FOI ABERTA
      C) O DEDO ENTÃO FOI ENFIADO NA ÁGUA
      D) ... não tem como alterar... pelo menos eu não consegúi, fui por eliminação.
      E) A CABEÇA DELE FOI ESMAGADA
    • Felipe Nobre Bueno Brandao. Voz ativa
    • “Traíra é duro de morrer, hem?(...)”

      Não existe voz passiva porque a oração tem verbo de ligação.
    • VOZ PASSIVA



      É QDO O SUJEITO SOFRE A AÇÃO VERBAL



      PODE SER:



      1. ANALÍTICA OU VERBAL: COM O PARTICÍPIO E UM VERBO AUXILIAR



      TRANSFORMANDO OS ITENS DA QUESTÃO TEMOS:



      A. A CAPANGA FOI VIRADA DE CABEÇA PRA BAIXO

      C. O DEDO FOI ENFIADO NA ÁGUA

      E. A CABEÇA DELE FOI ESMAGADA



      2. SINTÉTICA OU PRONOMINAL: COM O PRONOME APASSIVADOR SE



      TRANSFORMANDO O ITEM DA QUESTÃO TEMOS:



      C. ABRIU-SE A TORNEIRA



      E NA D NÃO TEM COMO FAZER COM QUE O SUJEITO TRAÍRA  SOFRA A AÇÃO VERBAL .


    • Prezados, acredito que mais um agravante para não admitir Voz Passive, é  a existencia do VERBO DE LIGAÇÃO, não alternativa D

      Bons estudos
    • Felipe Nobre Bueno Brandao
      Entendi sua preocupação, mas você acabou dificultando uma explicação simples que você mesmo deu no seu primeiro comentário.
      Como você mesmo disse:
      "Para existir voz passiva, há de ser necessário um OBJETO DIRETO. Não importa se a transitividade do verbo na frase é Direto e Indireto, se existe OD, então existe essa possibilidade".
      Logo:
      "O advogado assiste ao espetáculo" (no sentido de ver, presenciar, é transitivo indireto).
      Pois temos um Objeto Indireto, não Direto... Independente da diferença de significados que o verbo assistir apresenta!
      a) "A suposta vítima não obedeceu ao comando policial" (voz ativa);
      b) "O comando policial não foi obedecido pela suposta vítima" (voz passiva).
      Igualmente, estes dois exemplos também estão incorrentos, porque estamos diante de verbos transitivos indiretos!
      :)
      Bons estudos!

    • BIZU: Se o verbo for INTRANSITIVO ou de  LIGAÇÃO, não admitem voz passiva, somente voz passiva.
      Espero ter ajudado a alguns parceiro concurseiros a tirarem suas dúvidas.

      Um babraço a todos e bons estudos.

    • Acho que a esta correta porque "é" é verbo de ligação e os demais verbos são Diretos..certo?
      Bons estudos
    • SEBASTIAO, REVEJA SEU BIZU. PENSO QUE TEM EST'A REPETIDO, OU SEJA , ERRADO.
    • Segundo Diogo Arrais, "tanto em voz ativa quanto em voz passiva, trabalharemos com verbos transitivos diretos. Não existe transposição de ativa para passiva com verbos transitivos indiretos." Logo, alternativa D incorreta, pois "duro de morrer" é predicativo.

      Conhecimento+dedicação+equilíbrio = sucesso.
    • Dr. Edson, gostei da mensagem que deixastes no final de seu texto.
      Sucesso a todos!
    • O ERRO DA ALTERNATIVA "D" É O VERBODE LIGAÇÃO "É" SÓ USAREMOS A VOZ PAASSIVA EM VERBOS TRANSITOS DIRETOS
    • o erro na alternativa "d" trata-se de um verbo de ligação, uma vez que liga o sujeito a sua caracteristica, duro de morrer é uma caracteristica do sujeito no caso é uma caracteristica da traíra, e quando se tem um verbo de ligação, não temos um od e sim um predicativo do sujeito. Para existir a possibilidade de transformar a frase para a agente da passiva, deve-se ter um VTD OU VTDI.
      Macete para saber quando se trata de um verbo de ligação  é só ver se o verbo liga o sujeito a sua caracteristica, se este exprimir ação logicamente ele não sera de ligação, atento tambem para o caso de haver verbo de ligação este não tera OD OU ODI e sim predicativo do sujeito.

      OBSERVE O EX:

      CLAÚDIA ANDA FELIZ   -   ANDA É UM VERBO DE LIGAÇÃO, PORQUE ESTA LIGANDO O SUJEITO A UMA CARACTERISTICA DELE, OU SEJA, FELIZ.

      AGORA OBSERVE ESTE OUTRO EX.

      CLAÚDIA ANDA RÁPIDO    - ANDA NESTE CASO NÃO É UM VERBO DE LIGAÇÃO, PORQUE O VERBO ANDAR INDICA UMA AÇÃO, NESTE CASO ELE VAI SER UM VERBO INTRANSITIVO
    • a) VTD

      b)VTD

      c) VTDI

      d)VL

      e)VTD

      Transposição somente verbos VTD ou VTDI

    • Show!

      Por que esse "uma" não é numeral?


    ID
    664966
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Português
    Assuntos

    Um peixe 

                Virou a capanga de cabeça para baixo, e os peixes espalharam-se pela pia. Ele ficou olhando, e foi então que notou que a traíra ainda estava viva. Era o maior peixe de todos ali, mas não chegava a ser grande: pouco mais de um palmo. Ela estava mexendo, suas guelras mexiam-se devagar, quando todos os outros peixes já estavam mortos. Como que ela podia durar tanto tempo assim fora d'água?...

            Teve então uma ideia: abrir a torneira, para ver o que acontecia. Tirou para fora os outros peixes: lambaris, chorões, piaus; dentro do tanque deixou só a traíra. E então abriu a torneira: a água espalhou-se e, quando cobriu a traíra, ela deu uma rabanada e disparou, ele levou um susto – ela estava muito mais viva do que ele pensara, muito mais viva. Ele riu, ficou alegre e divertido, olhando a traíra, que agora tinha parado num canto, o rabo oscilando de leve, a água continuando a jorrar da torneira. Quando o tanque se encheu, ele fechou-a.

    – E agora? – disse para o peixe. – Quê que eu faço com você?...

    Enfiou o dedo na água: a traíra deu uma corrida, assustada, e ele tirou o dedo depressa.

            – Você tá com fome?... E as minhocas que você me roubou no rio? Eu sei que era você; devagarzinho, sem a gente sentir... Agora está aí, né?... Tá vendo o resultado?...

        O peixe, quieto num canto, parecia escutar.

        Podia dar alguma coisa para ele comer. Talvez pão. Foi olhar na lata: havia acabado. Que mais? Se a mãe estivesse em casa, ela teria dado uma ideia – a mãe era boa para dar ideias. Mas ele estava sozinho. Não conseguia lembrar de outra coisa. O jeito era ir comprar um pão na padaria. Mas sujo assim de barro, a roupa molhada, imunda? – Dane-se – disse, e foi.

            Era domingo à noite, o quarteirão movimentado, rapazes no footing , bares cheios. Enquanto ele andava, foi pensando no que acontecera. No começo fora só curiosidade; mas depois foi bacana, ficou alegre quando viu a traíra bem viva de novo, correndo pela água, esperta. Mas o que faria com ela agora? Matá-la, não ia; não, não faria isso. Se ela já estivesse morta, seria diferente; mas ela estava viva, e ele não queria matá-la. Mas o que faria com ela? Poderia criá-la; por que não? Havia o tanquinho do quintal, tanquinho que a mãe uma vez mandara fazer para criar patos. Estava entupido de terra, mas ele poderia desentupi-lo, arranjar tudo; ficaria cem por cento. É, é isso o que faria. Deixaria a traíra numa lata d'água até o dia seguinte e, de manhã, logo que se levantasse, iria mexer com isso. 

            Enquanto era atendido na padaria, ficou olhando para o movimento, os ruídos, o vozerio do bar em frente. E então pensou na traíra, sua trairinha, deslizando silenciosamente no tanque da pia, na casa escura. Era até meio besta como ele estava alegre com aquilo. E logo um peixe feio como traíra, isso é que era o mais engraçado.

            Toda manhã – ia pensando, de volta para casa – ele desceria ao quintal, levando pedacinhos de pão para ela. Além disso, arrancaria minhocas, e de vez em quando pegaria alguns insetos. Uma coisa que podia fazer também era pescar depois outra traíra e trazer para fazer companhia a ela; um peixe sozinho num tanque era algo muito solitário. 

    A empregada já havia chegado e estava no portão, olhando o movimento. – Que peixada bonita você pegou...

    – Você viu?

    – Uma beleza... Tem até uma trairinha.

    – Ela foi difícil de pegar, quase que ela escapole; ela não estava bem fisgada.

    – Traíra é duro de morrer, hem?

    – Duro de morrer?... Ele parou.

            – Uai, essa que você pegou estava vivinha na hora que eu cheguei, e você ainda esqueceu o tanque cheio d'água... Quando eu cheguei, ela estava toda folgada, nadando. Você não está acreditando? Juro. Ela estava toda folgada, nadando. 

        – E aí?

        –Aí? Uai, aí eu escorri a água para ela morrer; mas você pensa que ela morreu? Morreu nada! Traíra é duro de morrer, nunca vi um peixe assim. Eu soquei a ponta da faca naquelas coisas que faz o peixe nadar, sabe? Pois acredita que ela ainda ficou mexendo? Aí eu peguei o cabo da faca e esmaguei a cabeça dele, e foi aí que ele morreu. Mas custou, ô peixinho duro de morrer! Quê que você está me olhando? 

    – Por nada.

    – Você não está acreditando? Juro; pode ir lá na cozinha ver: ela está lá do jeitinho que eu deixei. Ele foi caminhando para dentro.

    – Vou ficar aqui mais um pouco

    – disse a empregada.

    – depois vou arrumar os peixes, viu?

    – Sei.

        Acendeu a luz da sala. Deixou o pão em cima da mesa e sentou-se. Só então notou como estava cansado.

     

    (VILELA, Luiz. . O violino e outros contos 7ª ed. São Paulo: Ática, 2007. p. 36-38.) 

    VOCABULÁRIO:

    Capanga: bolsa pequena, de tecido, couro ou plástico, usada a tiracolo. 

    Footing :passeio a pé, com o objetivo de arrumar namorado(a).

    Guelra: estrutura do órgão respiratório da maioria dos animais aquáticos.

    Vozerio: som de muitas vozes juntas. 

    Observe o uso do diminutivo nas frases:

    1. “(...) E então pensou na traíra, sua TRAIRINHA, deslizando silenciosamente no tanque da pia, na casa escura.(...)”

    2. “(...) – Uai, essa que você pegou estava VIVINHA na hora que eu cheguei, e você ainda esqueceu o tanque cheio d'água(...)”

    A respeito da flexão sofrida pelas palavras em destaque, analise os itens a seguir:

    I. O uso da forma sintética do diminutivo, na frase 1, atribui ao substantivo flexionado um sentido conotativo, contribuindo para a manifestação da afetividade do protagonista emr elação ao peixe.

    II. Na frase 2, o diminutivo intensifica a ideia de vivo. Vivinho =muito vivo, bem vivo, saudável.

    III. Em ambas as frases os termos flexionados têm valor denotativo, pois o sufixo diminutivo atribui a eles sua significação normal, apesar de diminuída sua intensidade.

    Assinale a alternativa que aponta o(s) item(ns) correto(s).

    Alternativas
    Comentários
    • 1. “(...) E então pensou na traíra, sua TRAIRINHA, deslizando silenciosamente no tanque da pia, na casa escura.(...)”
      2. “(...) – Uai, essa que você pegou estava VIVINHA na hora que eu cheguei, e você ainda esqueceu o tanque cheio d'água(...)”
      A respeito da flexão sofrida pelas palavras em destaque, analise os itens a seguir:

      I. O uso da forma sintética do diminutivo, na frase 1, atribui ao substantivo flexionado um sentido conotativo, contribuindo para a manifestação da afetividade do protagonista emr elação ao peixe.
      CERTO. Conotativo - sentido figurado / Denotativo - sentido de verdade/ D de Dicionário.Assim, "trairinha" tem valor figurado, pq um peixe não pode ser "malandro", "traíra". O diminutivo da sentido de afetividade (nesse caso).
      II. Na frase 2, o diminutivo intensifica a ideia de vivo. Vivinho =muito vivo, bem vivo, saudável.
      CERTO. Aqui, o diminutivo intensifica a ideia, dando um valor de surpresa, porque o "normal" seria o peixe estar morto.
      III. Em ambas as frases os termos flexionados têm valor denotativo, pois o sufixo diminutivo atribui a eles sua significação normal, apesar de diminuída sua intensidade
      ERRADO. na opção II, ele tem sentido conotativo. A intensificação da ideia não da valor figurado ao vivinho.
    • I. O uso da forma sintética do diminutivo, na frase 1, atribui ao substantivo flexionado um sentido conotativo, contribuindo para a manifestação da afetividade do protagonista emr elação ao peixe.

      Correto:

      E então pensou na traíra, sua TRAIRINHA,
      O diminutivo indica afeto nesse contexto.

      II. Na frase 2, o diminutivo intensifica a ideia de vivo. Vivinho =muito vivo, bem vivo, saudável.

      correto:
      Uai, essa que você pegou estava VIVINHA

      equivalente a muito viva

      III. Em ambas as frases os termos flexionados têm valor denotativo, pois o sufixo diminutivo atribui a eles sua significação normal, apesar de diminuída sua intensidade.

      errado: não há registro formal nos usos acima.
    • Felipão está matando a charada das questões
    • Nos textos literários nem sempre a linguagem apresenta um único sentido, aquele apresentado pelo dicionário. Empregadas em alguns contextos, elas ganham novos sentidos, figurados, carregados de valores afetivos ou sociais.

      Quando a palavra é utilizada com seu sentido comum (o que aparece no dicionário) dizemos que foi empregada denotativamente.

      Quando é utilizada com um sentido diferente daquele que lhe é comum, dizemos que foi empregada conotativamente. Este recurso é muito explorado na Literatura.

      Logo, assertiva C correta.

      Conhecimento+dedicação+equilíbrio = sucesso.

       


    ID
    664969
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Português
    Assuntos

    Um peixe 

                Virou a capanga de cabeça para baixo, e os peixes espalharam-se pela pia. Ele ficou olhando, e foi então que notou que a traíra ainda estava viva. Era o maior peixe de todos ali, mas não chegava a ser grande: pouco mais de um palmo. Ela estava mexendo, suas guelras mexiam-se devagar, quando todos os outros peixes já estavam mortos. Como que ela podia durar tanto tempo assim fora d'água?...

            Teve então uma ideia: abrir a torneira, para ver o que acontecia. Tirou para fora os outros peixes: lambaris, chorões, piaus; dentro do tanque deixou só a traíra. E então abriu a torneira: a água espalhou-se e, quando cobriu a traíra, ela deu uma rabanada e disparou, ele levou um susto – ela estava muito mais viva do que ele pensara, muito mais viva. Ele riu, ficou alegre e divertido, olhando a traíra, que agora tinha parado num canto, o rabo oscilando de leve, a água continuando a jorrar da torneira. Quando o tanque se encheu, ele fechou-a.

    – E agora? – disse para o peixe. – Quê que eu faço com você?...

    Enfiou o dedo na água: a traíra deu uma corrida, assustada, e ele tirou o dedo depressa.

            – Você tá com fome?... E as minhocas que você me roubou no rio? Eu sei que era você; devagarzinho, sem a gente sentir... Agora está aí, né?... Tá vendo o resultado?...

        O peixe, quieto num canto, parecia escutar.

        Podia dar alguma coisa para ele comer. Talvez pão. Foi olhar na lata: havia acabado. Que mais? Se a mãe estivesse em casa, ela teria dado uma ideia – a mãe era boa para dar ideias. Mas ele estava sozinho. Não conseguia lembrar de outra coisa. O jeito era ir comprar um pão na padaria. Mas sujo assim de barro, a roupa molhada, imunda? – Dane-se – disse, e foi.

            Era domingo à noite, o quarteirão movimentado, rapazes no footing , bares cheios. Enquanto ele andava, foi pensando no que acontecera. No começo fora só curiosidade; mas depois foi bacana, ficou alegre quando viu a traíra bem viva de novo, correndo pela água, esperta. Mas o que faria com ela agora? Matá-la, não ia; não, não faria isso. Se ela já estivesse morta, seria diferente; mas ela estava viva, e ele não queria matá-la. Mas o que faria com ela? Poderia criá-la; por que não? Havia o tanquinho do quintal, tanquinho que a mãe uma vez mandara fazer para criar patos. Estava entupido de terra, mas ele poderia desentupi-lo, arranjar tudo; ficaria cem por cento. É, é isso o que faria. Deixaria a traíra numa lata d'água até o dia seguinte e, de manhã, logo que se levantasse, iria mexer com isso. 

            Enquanto era atendido na padaria, ficou olhando para o movimento, os ruídos, o vozerio do bar em frente. E então pensou na traíra, sua trairinha, deslizando silenciosamente no tanque da pia, na casa escura. Era até meio besta como ele estava alegre com aquilo. E logo um peixe feio como traíra, isso é que era o mais engraçado.

            Toda manhã – ia pensando, de volta para casa – ele desceria ao quintal, levando pedacinhos de pão para ela. Além disso, arrancaria minhocas, e de vez em quando pegaria alguns insetos. Uma coisa que podia fazer também era pescar depois outra traíra e trazer para fazer companhia a ela; um peixe sozinho num tanque era algo muito solitário. 

    A empregada já havia chegado e estava no portão, olhando o movimento. – Que peixada bonita você pegou...

    – Você viu?

    – Uma beleza... Tem até uma trairinha.

    – Ela foi difícil de pegar, quase que ela escapole; ela não estava bem fisgada.

    – Traíra é duro de morrer, hem?

    – Duro de morrer?... Ele parou.

            – Uai, essa que você pegou estava vivinha na hora que eu cheguei, e você ainda esqueceu o tanque cheio d'água... Quando eu cheguei, ela estava toda folgada, nadando. Você não está acreditando? Juro. Ela estava toda folgada, nadando. 

        – E aí?

        –Aí? Uai, aí eu escorri a água para ela morrer; mas você pensa que ela morreu? Morreu nada! Traíra é duro de morrer, nunca vi um peixe assim. Eu soquei a ponta da faca naquelas coisas que faz o peixe nadar, sabe? Pois acredita que ela ainda ficou mexendo? Aí eu peguei o cabo da faca e esmaguei a cabeça dele, e foi aí que ele morreu. Mas custou, ô peixinho duro de morrer! Quê que você está me olhando? 

    – Por nada.

    – Você não está acreditando? Juro; pode ir lá na cozinha ver: ela está lá do jeitinho que eu deixei. Ele foi caminhando para dentro.

    – Vou ficar aqui mais um pouco

    – disse a empregada.

    – depois vou arrumar os peixes, viu?

    – Sei.

        Acendeu a luz da sala. Deixou o pão em cima da mesa e sentou-se. Só então notou como estava cansado.

     

    (VILELA, Luiz. . O violino e outros contos 7ª ed. São Paulo: Ática, 2007. p. 36-38.) 

    VOCABULÁRIO:

    Capanga: bolsa pequena, de tecido, couro ou plástico, usada a tiracolo. 

    Footing :passeio a pé, com o objetivo de arrumar namorado(a).

    Guelra: estrutura do órgão respiratório da maioria dos animais aquáticos.

    Vozerio: som de muitas vozes juntas. 

    Em relação ao SE em “(...) Se a mãe estivesse em casa, ela teria dado uma ideia (...)", é correto afirmar que,morfologicamente, o termo é:

    Alternativas
    Comentários
    • Em relação ao SE em “(...) Se a mãe estivesse em casa, ela teria dado uma ideia (...)”, é correto afirmar que,morfologicamente, o termo é:

       b) uma conjunção subordinat iva adverbial condicional, ou seja, é elemento de ligação entre a oração subordinada adverbial condicional e a oração principal. 
      CERTO. "Se" tem valor condicional na maioria dos casos. Observe que "SE" a mae estivesse em casa, ela teria uma ideia, como não estava...A condição para a mae ter uma ideia, era a própria estar em casa.
       

    • Alguém percebeu também um valor causal? Sei que não há alternativa que justifique, mas observem:

      Caso a mãe estivesse em casa, ela teria dado uma ideia. (consequência)
    • Detalhe:

      “(...) Se a mãe estivesse em casa, ela teria dado uma ideia (...)”

      uma conjunção subordinat iva adverbial condicional, ou seja, é elemento de ligação entre a oração subordinada adverbial condicional e a oração principal.

      Trocar as orações de posição far-se-á a ligação visível das 2 orações:

      “(...)Ela teria dado uma ideia Se a mãe estivesse em casa, (...)”
    • Bem simples, alternativa B
      Sobre C
      - Se sera pronome reflexivo quando o sujeito praticar a ação sobre si mesmo; será reflexivo recíproco

      Bons estudos
    • Conjunção é a palavra invariável que liga orações ou palavras da mesma oração.  As conjunções subordinativas ligam duas orações, subordinando uma à outra, como  no caso do “se”, é condicional pois inicia uma oração que exprime condição ou hipótese.  
      O exemplo dado pelo colega acima, substituindo pela palavra caso, não é causal, continua sendo condicional. A ideia central da frase não muda com a mudança para a palavra caso. As orações causais devem exprimir motivo. O fato de a mãe estar em casa, não era o motivo para dar ideia. Para você exigir este efeito da palavra “se” você deve substituí-la por “visto que”: Se (visto que) a alimentação é uma necessidade básica, cumpre incentivar a agropecuária.
      As orações subordinadas adverbiais têm a função dos adjuntos adverbiais, isto é, exprimem circunstâncias de tempo, modo, fim, causa, condição, hipótese, etc. (Gramática Cegalla, 48ªed, pag. 397 a 399).
      Bom estudo. 
    • Item por item:
      a) ERRADO.
      A palavra se será conjunção subordinativa integrante, quando iniciar oração subordinada substantiva, ou seja, oração que funcione como sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo do sujeito, complemento nominal ou aposto.
      Não sei se todos terão condições de acompanhar a matéria. (Oração que funciona como OD)
      Sentiremos se vocês não comparecerem à solenidade. (Oração que funciona como OD)
      Os verbos apresentados (saber e sentir) são verbos transitivos diretos. As orações destacadas são seus complementos, objeto direto.

      b) CERTO.
      A palavra se será conjunção subordinativa condicional, quando iniciar oração subordinada adverbial condicional, ou seja, quando iniciar oração que funcione como adjunto adverbial de condição. Para comprovar isso, basta substituir a conjunção se por caso.
      Tudo estaria resolvido se ele tivesse devolvido o dinheiro. (...caso ele tivesse devolvido o dinheiro)

      c) ERRADO.
      A palavra se será pronome reflexivo quando indicar que o sujeito pratica a ação sobre si mesmo. Além do pronome se, serão pronomes reflexivos os pronomes me, te, nos, vos.
      A menina machucou-se ao cair do brinquedo.
      As meninas machucaram-se. 
      Eu me machuquei.


      d) ERRADO. 
      A palavra se será pronome de indeterminação do sujeito, quando surgir junto a verbo transitivo indireto acompanhado de objeto indireto, a verbo transitivo direto acompanhado de objeto direto preposicionado, a verbo de ligação acompanhado de predicativo do sujeito e a verbo intransitivo sem sujeito claro. Nesse caso, o verbo deverá ficar, obrigatoriamente, na terceira pessoa do singular.
      Necessita-se de pessoas qualificadas. (VTI com OI)
      Estima-se a Jorge Amado. (VTD com OD Prep.)
      Aqui se está satisfeito com o governo. (VL com PS)
      Ainda se morre de tuberculose no Brasil. (VI sem sujeito claro)


      e) ERRADO.
      A palavra se será pronome apassivador, quando formar, junto de um verbo transitivo direto, a voz passiva sintética, que pode ser transformada em passiva analítica; indica que o sujeito é paciente e com ele concorda.
      O pronome se será chamado de partícula apassivadora quando estiver junto de verbo transitivo direto acompanhado de objeto direto, que se tornará o sujeito paciente.
      Compram-se carros usados. = Carros usados são comprados.
      Esperou-se o tempo necessário. = O tempo necessário foi esperado.
      Alugam-se casas na praia. = Casas na praia são alugadas.

      Nas frases apresentadas, todos os verbos são transitivos diretos (comprar, esperar, alugar) acompanhados de objetos diretos (carros usados, tempo necessário, casas), que se tornaram sujeitos pacientes.

      FONTE: http://www.gramaticaonline.com.br/texto/904/A_palavra_se

      Bons estudos.

    ID
    664972
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Português
    Assuntos

    Um peixe 

                Virou a capanga de cabeça para baixo, e os peixes espalharam-se pela pia. Ele ficou olhando, e foi então que notou que a traíra ainda estava viva. Era o maior peixe de todos ali, mas não chegava a ser grande: pouco mais de um palmo. Ela estava mexendo, suas guelras mexiam-se devagar, quando todos os outros peixes já estavam mortos. Como que ela podia durar tanto tempo assim fora d'água?...

            Teve então uma ideia: abrir a torneira, para ver o que acontecia. Tirou para fora os outros peixes: lambaris, chorões, piaus; dentro do tanque deixou só a traíra. E então abriu a torneira: a água espalhou-se e, quando cobriu a traíra, ela deu uma rabanada e disparou, ele levou um susto – ela estava muito mais viva do que ele pensara, muito mais viva. Ele riu, ficou alegre e divertido, olhando a traíra, que agora tinha parado num canto, o rabo oscilando de leve, a água continuando a jorrar da torneira. Quando o tanque se encheu, ele fechou-a.

    – E agora? – disse para o peixe. – Quê que eu faço com você?...

    Enfiou o dedo na água: a traíra deu uma corrida, assustada, e ele tirou o dedo depressa.

            – Você tá com fome?... E as minhocas que você me roubou no rio? Eu sei que era você; devagarzinho, sem a gente sentir... Agora está aí, né?... Tá vendo o resultado?...

        O peixe, quieto num canto, parecia escutar.

        Podia dar alguma coisa para ele comer. Talvez pão. Foi olhar na lata: havia acabado. Que mais? Se a mãe estivesse em casa, ela teria dado uma ideia – a mãe era boa para dar ideias. Mas ele estava sozinho. Não conseguia lembrar de outra coisa. O jeito era ir comprar um pão na padaria. Mas sujo assim de barro, a roupa molhada, imunda? – Dane-se – disse, e foi.

            Era domingo à noite, o quarteirão movimentado, rapazes no footing , bares cheios. Enquanto ele andava, foi pensando no que acontecera. No começo fora só curiosidade; mas depois foi bacana, ficou alegre quando viu a traíra bem viva de novo, correndo pela água, esperta. Mas o que faria com ela agora? Matá-la, não ia; não, não faria isso. Se ela já estivesse morta, seria diferente; mas ela estava viva, e ele não queria matá-la. Mas o que faria com ela? Poderia criá-la; por que não? Havia o tanquinho do quintal, tanquinho que a mãe uma vez mandara fazer para criar patos. Estava entupido de terra, mas ele poderia desentupi-lo, arranjar tudo; ficaria cem por cento. É, é isso o que faria. Deixaria a traíra numa lata d'água até o dia seguinte e, de manhã, logo que se levantasse, iria mexer com isso. 

            Enquanto era atendido na padaria, ficou olhando para o movimento, os ruídos, o vozerio do bar em frente. E então pensou na traíra, sua trairinha, deslizando silenciosamente no tanque da pia, na casa escura. Era até meio besta como ele estava alegre com aquilo. E logo um peixe feio como traíra, isso é que era o mais engraçado.

            Toda manhã – ia pensando, de volta para casa – ele desceria ao quintal, levando pedacinhos de pão para ela. Além disso, arrancaria minhocas, e de vez em quando pegaria alguns insetos. Uma coisa que podia fazer também era pescar depois outra traíra e trazer para fazer companhia a ela; um peixe sozinho num tanque era algo muito solitário. 

    A empregada já havia chegado e estava no portão, olhando o movimento. – Que peixada bonita você pegou...

    – Você viu?

    – Uma beleza... Tem até uma trairinha.

    – Ela foi difícil de pegar, quase que ela escapole; ela não estava bem fisgada.

    – Traíra é duro de morrer, hem?

    – Duro de morrer?... Ele parou.

            – Uai, essa que você pegou estava vivinha na hora que eu cheguei, e você ainda esqueceu o tanque cheio d'água... Quando eu cheguei, ela estava toda folgada, nadando. Você não está acreditando? Juro. Ela estava toda folgada, nadando. 

        – E aí?

        –Aí? Uai, aí eu escorri a água para ela morrer; mas você pensa que ela morreu? Morreu nada! Traíra é duro de morrer, nunca vi um peixe assim. Eu soquei a ponta da faca naquelas coisas que faz o peixe nadar, sabe? Pois acredita que ela ainda ficou mexendo? Aí eu peguei o cabo da faca e esmaguei a cabeça dele, e foi aí que ele morreu. Mas custou, ô peixinho duro de morrer! Quê que você está me olhando? 

    – Por nada.

    – Você não está acreditando? Juro; pode ir lá na cozinha ver: ela está lá do jeitinho que eu deixei. Ele foi caminhando para dentro.

    – Vou ficar aqui mais um pouco

    – disse a empregada.

    – depois vou arrumar os peixes, viu?

    – Sei.

        Acendeu a luz da sala. Deixou o pão em cima da mesa e sentou-se. Só então notou como estava cansado.

     

    (VILELA, Luiz. . O violino e outros contos 7ª ed. São Paulo: Ática, 2007. p. 36-38.) 

    VOCABULÁRIO:

    Capanga: bolsa pequena, de tecido, couro ou plástico, usada a tiracolo. 

    Footing :passeio a pé, com o objetivo de arrumar namorado(a).

    Guelra: estrutura do órgão respiratório da maioria dos animais aquáticos.

    Vozerio: som de muitas vozes juntas. 

    Em “(...) A empregada já HAVIA CHEGADO e estava no portão, olhando o movimento.(...)", o tempo verbal mostra uma ação:

    Alternativas
    Comentários
    • Ter e haver empregam-se:
      1. Com o particípio do verbo principal, para formar os tempos compostos da voz ativa, denotadores de um fato acabado, repetido ou contínuo.”
      Fonte: Nova Gramática do Português Contemporâneo
      Autores: Celso Cunha e Lindley Cintra
    • A empregada já HAVIA CHEGADO e estava no portão.


      HAVIA CHEGADO=TINHA CHEGADO= pretérito mais que perfeito. ação terminada.
    • Havia chegado = chegara = ação terminada antes de outra também no passado.

      Gabarito "E"
    • Nesta frase, o verbo haver junta-se ao particípio chegado para formar com ele o pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo. Equivale, como dito acima, a chegara. O pretérito do indicativo se divide em:
      Pretérito perfeito: é empregado para exprimir um fato passado, apresentando-o como acabado, concluído. Ex. Ontem eu telefonei para você.
      Pretérito imperfeito: exprime um fato anterior ao momento em que se fala, mas não o toma como concluído, acabado. Possui aspecto cursivo (ou durativo), pois revela o fato em seu curso, em sua duração. Ex. Ele falava muito durante as aulas.
      Pretérito mais-que-perfeito: Exprime um fato passado já concluído, tomado em relação a outro fato também passado. Ex.: Quando você resolveu telefonar para ela, eu já telefonara (havia telefonado). Pode aparecer também em orações optativas (que exprimem desejo): Quem me dera, ao menos uma vez...
      (Curso prático de Gramática, Ernani Terra, 5ªed, pag189 e 190)
    • Galerinha, vou resumir. É uma pegadinha, mas se vc prestar atenção nos verbos HAVIA e CHEGADO ambos obviamente no pretérito,  estam em destaque, então o candidato só poderia ficar na dúvida entre a A e E, mas como a banca destacou os verbos, fica mais fácil de compreender a pergunta.
      Espero ter ajudado!!

      Graça e Paz
    • PRESENTE DO INDICATIVO + PARTICIPIO = PRETERITO PERFEITO
      PRETERITO IMPERFEITO DO INDIC. + PARTICIPIO = PRETERITO MAIS Q PERFEITO 
      FUTURO DO PRESENTE DO INDIC. + PARTICIPIO = FUTURO DO PRESENTE DO INDIC.
      ESSE SÃO OS MODOS COMPOSTOS  NO MODO INDICATIVO

      MODO SUBJUNTIVO
      PRESENTE DO SUBJ. + PARTICIPIO = PRETERITO PERFEITO DO SUBJ
      IMPERFEITO DO SUBJ. + PARTICIPIO = PRET. MAIS Q PERFEITO D
      FUTURO DO SUBJ. + PARTICIPIO = FUTURO DO PRESENTE 
    • Aprendi que era uma ação anterior a outra também ocorrida no passado, por isso fiquei na duvida 

    • O tempo composto corresponde ao pretérito mais que perfeito. Esse tempo é constituído pelo pretérito imperfeito do indicativo. Verbos do indicativo trazem o sentido de completo. No passado, trazem a ideia de completude, isto é, não são subordinados.


    ID
    664975
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Português
    Assuntos

    Um peixe 

                Virou a capanga de cabeça para baixo, e os peixes espalharam-se pela pia. Ele ficou olhando, e foi então que notou que a traíra ainda estava viva. Era o maior peixe de todos ali, mas não chegava a ser grande: pouco mais de um palmo. Ela estava mexendo, suas guelras mexiam-se devagar, quando todos os outros peixes já estavam mortos. Como que ela podia durar tanto tempo assim fora d'água?...

            Teve então uma ideia: abrir a torneira, para ver o que acontecia. Tirou para fora os outros peixes: lambaris, chorões, piaus; dentro do tanque deixou só a traíra. E então abriu a torneira: a água espalhou-se e, quando cobriu a traíra, ela deu uma rabanada e disparou, ele levou um susto – ela estava muito mais viva do que ele pensara, muito mais viva. Ele riu, ficou alegre e divertido, olhando a traíra, que agora tinha parado num canto, o rabo oscilando de leve, a água continuando a jorrar da torneira. Quando o tanque se encheu, ele fechou-a.

    – E agora? – disse para o peixe. – Quê que eu faço com você?...

    Enfiou o dedo na água: a traíra deu uma corrida, assustada, e ele tirou o dedo depressa.

            – Você tá com fome?... E as minhocas que você me roubou no rio? Eu sei que era você; devagarzinho, sem a gente sentir... Agora está aí, né?... Tá vendo o resultado?...

        O peixe, quieto num canto, parecia escutar.

        Podia dar alguma coisa para ele comer. Talvez pão. Foi olhar na lata: havia acabado. Que mais? Se a mãe estivesse em casa, ela teria dado uma ideia – a mãe era boa para dar ideias. Mas ele estava sozinho. Não conseguia lembrar de outra coisa. O jeito era ir comprar um pão na padaria. Mas sujo assim de barro, a roupa molhada, imunda? – Dane-se – disse, e foi.

            Era domingo à noite, o quarteirão movimentado, rapazes no footing , bares cheios. Enquanto ele andava, foi pensando no que acontecera. No começo fora só curiosidade; mas depois foi bacana, ficou alegre quando viu a traíra bem viva de novo, correndo pela água, esperta. Mas o que faria com ela agora? Matá-la, não ia; não, não faria isso. Se ela já estivesse morta, seria diferente; mas ela estava viva, e ele não queria matá-la. Mas o que faria com ela? Poderia criá-la; por que não? Havia o tanquinho do quintal, tanquinho que a mãe uma vez mandara fazer para criar patos. Estava entupido de terra, mas ele poderia desentupi-lo, arranjar tudo; ficaria cem por cento. É, é isso o que faria. Deixaria a traíra numa lata d'água até o dia seguinte e, de manhã, logo que se levantasse, iria mexer com isso. 

            Enquanto era atendido na padaria, ficou olhando para o movimento, os ruídos, o vozerio do bar em frente. E então pensou na traíra, sua trairinha, deslizando silenciosamente no tanque da pia, na casa escura. Era até meio besta como ele estava alegre com aquilo. E logo um peixe feio como traíra, isso é que era o mais engraçado.

            Toda manhã – ia pensando, de volta para casa – ele desceria ao quintal, levando pedacinhos de pão para ela. Além disso, arrancaria minhocas, e de vez em quando pegaria alguns insetos. Uma coisa que podia fazer também era pescar depois outra traíra e trazer para fazer companhia a ela; um peixe sozinho num tanque era algo muito solitário. 

    A empregada já havia chegado e estava no portão, olhando o movimento. – Que peixada bonita você pegou...

    – Você viu?

    – Uma beleza... Tem até uma trairinha.

    – Ela foi difícil de pegar, quase que ela escapole; ela não estava bem fisgada.

    – Traíra é duro de morrer, hem?

    – Duro de morrer?... Ele parou.

            – Uai, essa que você pegou estava vivinha na hora que eu cheguei, e você ainda esqueceu o tanque cheio d'água... Quando eu cheguei, ela estava toda folgada, nadando. Você não está acreditando? Juro. Ela estava toda folgada, nadando. 

        – E aí?

        –Aí? Uai, aí eu escorri a água para ela morrer; mas você pensa que ela morreu? Morreu nada! Traíra é duro de morrer, nunca vi um peixe assim. Eu soquei a ponta da faca naquelas coisas que faz o peixe nadar, sabe? Pois acredita que ela ainda ficou mexendo? Aí eu peguei o cabo da faca e esmaguei a cabeça dele, e foi aí que ele morreu. Mas custou, ô peixinho duro de morrer! Quê que você está me olhando? 

    – Por nada.

    – Você não está acreditando? Juro; pode ir lá na cozinha ver: ela está lá do jeitinho que eu deixei. Ele foi caminhando para dentro.

    – Vou ficar aqui mais um pouco

    – disse a empregada.

    – depois vou arrumar os peixes, viu?

    – Sei.

        Acendeu a luz da sala. Deixou o pão em cima da mesa e sentou-se. Só então notou como estava cansado.

     

    (VILELA, Luiz. . O violino e outros contos 7ª ed. São Paulo: Ática, 2007. p. 36-38.) 

    VOCABULÁRIO:

    Capanga: bolsa pequena, de tecido, couro ou plástico, usada a tiracolo. 

    Footing :passeio a pé, com o objetivo de arrumar namorado(a).

    Guelra: estrutura do órgão respiratório da maioria dos animais aquáticos.

    Vozerio: som de muitas vozes juntas. 

    Assinale a alternativa em que o uso do acento grave é obrigatório.

    Alternativas
    Comentários
    • a) Ficou A olhar para os peixes sobre a pia.
      ERRADO. Proibido crase antes de verbo.
      b) Abriu A torneira para ver o que acontecia.
      ERRADO. Quem abre abre alguma coisa. Aqui o "A" é tão somente artigo.

      c) Ela está lá do jeitinho que A deixei.
      ERRADO. Aqui o "A" é pronome pessoal oblíquo átono: quando funcionar como objeto direto, substituindo ela.
      d) Juro; pode ir A cozinha ver os peixes.
      CERTO. Quem vai vai A algum lugar. artigo + preposição. ir à cozinha.
      e) Podia dar alguma coisa A ele.
      ERRADO. Quem da da alguma coisa a alguem. o problema aqui é que ele é masculino, logo, o "A" é apenas preposição.
    • Substituir o verbo "ir" pelo verbo pelo verbo "voltar". Se aparecer a expressão voltar da,é porque ocorre a crase.

      Exemplos:

      Iremos a Curitiba.
      (Voltaremos de Curitiba)

      Iremos à Bahia
      (Voltaremos da Bahia)

    • Juro; pode ir À (preposição + artigo def. fem. cozinha ver os peixes.
    • Ficou a olhar ... : não se usa crase diante de verbos, pois não se usa artigo diante de verbo. Em ficou a olhar, a é apenas preposição solicitada pelo verbo ficou.
      Abriu a torneira ... : quem abre, abre alguma coisa : abrir é verbo transitivo direto, não exigindo preposição. Em a torneira, a é apenas artigo.
      ....... que a deixei : quem deixa, deixa alguém, alguma coisa : assim, em a deixei , a é objeto direto.
      ..... dar alguma coisa a ele : quem dá, dá alguma coisa ( objeto direto ) a alguém ( objeto indireto); porém diante de pronome ele não se usa artigo  a, não ocorrendo assim a fusão da preposição a  pedida pelo verbo dar com artigo a.
      .... pode ir à cozinha .... : a fusão de a ( preposição pedida pelo verbo ir ) com a ( artigo definindo o substantivo feminino cozinha ) resulta crase : à .
    • Juro; pode ir AO quarto ver os peixes.
    • Dica de crase, quando o A pode ser substituido por PARA A, usa-se crase.
      Juro, pode ir A cozinha ver os peixes
      Juro, pode ir PARA A cozinha er os peixes!
      ok?!
    • Analisando para aprender,  o uso da crase é simples.
      a crase é a junção de artigo mais preposição.
      pense comigo!
      Não pode ser a letra (a) porque o verbo ficar não é regido pela preposição (a)
      Pelo mesmo motivo não pode ser a letra (b)
      Não cabe artigo antes de um verbo. letra (c) antes do verbo deixar.
      Não pode ser antes do pronome ele  - um pronome masculino e averbo crase é exclusivamente para marca o feminino. logo não pode ser a letra (e)o
      Antão restou a LETRA D
      troque a palavras depois da letra A para ver se forma AO.
      ex. ... pode ir AO mercado..
    • Não se usa crase antes de verbo (olhar) nem de pronome pessoal (ele). Abrir e deixar são VTD e não exigem preposição.
    • NÃO SE USA CRESE ANTES DE PRONOMES PESSOAIS, MESMO SENDO FEMININO, POIS ESTES NÃO ACEITAM O ARTIGO.

      PRONOMES PESSOAIS:

      EU
      TU/VOCÊ
      ELE/ELA
      NÓS
      VÓS
      ELES



       

    • resp D

      Letras A e C -...a olhar ,...a deixei , erradas, pois não ocorre crase antes de verbo.

      Letra B - ...abriu a torneira , verbo transitivo direto não pede preposição.

      Letra E - ... a ele. - além de ser palavra masculina, é também pronome pessoal , ambos os casos não aceitam crase.

    • Só para fins de esclarecimento: O acento da crase se chama acento grave!!!  

      à =  o A está craseado,  quem está sobre ele é o acento grave!!
    • Para não esquecer algumas das mais importantes regras de uso da crase, vamos lá, leiam comigo:

      Os dez mandamentos da crase
      1 - Diante de pronome, crase passa fome
      2 - Diante de masculino, crase é pepino!
      3 - Diante de ação, crase é marcação
      4 - Palavras repetidas, crase proibida
      5 - Diante de numeral, crase faz mal!
      6 - Quando houver hora: crase sem demora
      7 - Palavra determinada: crase liberada
      8 - Vou a, volta da: crase há
      9 - Vou a, vou de: crase pra quê?
      10 - "A" no singular, palavra no plural: crase nem a pau!!
      11 - Palavra indefinida: crase tá
      F%@#*A!!!
    • GABARITO: LETRA D

      ACRESCENTANDO:

      Tudo o que você precisa para acertar qualquer questão de CRASE:

      I - CASOS PROIBIDOS: (são 15)

      1→ Antes de palavra masculina

      2→ Antes artigo indefinido (Um(ns)/Uma(s))

      3→ Entre expressões c/ palavras repetidas

      4→ Antes de verbos

      5→ Prep. + Palavra plural

      6→ Antes de numeral cardinal (*horas)

      7→ Nome feminino completo

      8→ Antes de Prep. (*Até)

      9→ Em sujeito

      10→ Obj. Direito

      11→ Antes de Dona + Nome próprio (*posse/*figurado)

      12→ Antes pronome pessoalmente

      13→ Antes pronome de tratamento (*senhora/senhorita/própria/outra)

      14→ Antes pronome indefinido

      15→ Antes Pronome demonstrativo(*Aquele/aquela/aquilo)

      II - CASOS ESPECIAIS: (são7)

      1→ Casa/Terra/Distância – C/ especificador – Crase

      2→ Antes de QUE e DE → qnd “A” = Aquela ou Palavra Feminina

      3→ à qual/ às quais → Consequente → Prep. (a)

      4→ Topônimos (gosto de/da_____)

      a) Feminino – C/ crase

      b) Neutro – S/ Crase

      c) Neutro Especificado – C/ Crase

      5→ Paralelismo

      6→ Mudança de sentido (saiu a(`) francesa)

      7→ Loc. Adverbiais de Instrumento (em geral c/ crase)

      III – CASOS FACULTATIVOS (são 3):

      1→ Pron. Possessivo Feminino Sing. + Ñ subentender/substituir palavra feminina

      2→ Após Até

      3→ Antes de nome feminino s/ especificador

      IV – CASOS OBRIGATÓRIOS (são 5):

      1→ Prep. “A” + Artigo “a”

      2→ Prep. + Aquele/Aquela/Aquilo

      3→ Loc. Adverbiais Feminina

      4→ Antes de horas (pode está subentendida)

      5→ A moda de / A maneira de (pode está subentendida)

      FONTE: Português Descomplicado. Professora Flávia Rita


    ID
    664978
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Português
    Assuntos

    Um peixe 

                Virou a capanga de cabeça para baixo, e os peixes espalharam-se pela pia. Ele ficou olhando, e foi então que notou que a traíra ainda estava viva. Era o maior peixe de todos ali, mas não chegava a ser grande: pouco mais de um palmo. Ela estava mexendo, suas guelras mexiam-se devagar, quando todos os outros peixes já estavam mortos. Como que ela podia durar tanto tempo assim fora d'água?...

            Teve então uma ideia: abrir a torneira, para ver o que acontecia. Tirou para fora os outros peixes: lambaris, chorões, piaus; dentro do tanque deixou só a traíra. E então abriu a torneira: a água espalhou-se e, quando cobriu a traíra, ela deu uma rabanada e disparou, ele levou um susto – ela estava muito mais viva do que ele pensara, muito mais viva. Ele riu, ficou alegre e divertido, olhando a traíra, que agora tinha parado num canto, o rabo oscilando de leve, a água continuando a jorrar da torneira. Quando o tanque se encheu, ele fechou-a.

    – E agora? – disse para o peixe. – Quê que eu faço com você?...

    Enfiou o dedo na água: a traíra deu uma corrida, assustada, e ele tirou o dedo depressa.

            – Você tá com fome?... E as minhocas que você me roubou no rio? Eu sei que era você; devagarzinho, sem a gente sentir... Agora está aí, né?... Tá vendo o resultado?...

        O peixe, quieto num canto, parecia escutar.

        Podia dar alguma coisa para ele comer. Talvez pão. Foi olhar na lata: havia acabado. Que mais? Se a mãe estivesse em casa, ela teria dado uma ideia – a mãe era boa para dar ideias. Mas ele estava sozinho. Não conseguia lembrar de outra coisa. O jeito era ir comprar um pão na padaria. Mas sujo assim de barro, a roupa molhada, imunda? – Dane-se – disse, e foi.

            Era domingo à noite, o quarteirão movimentado, rapazes no footing , bares cheios. Enquanto ele andava, foi pensando no que acontecera. No começo fora só curiosidade; mas depois foi bacana, ficou alegre quando viu a traíra bem viva de novo, correndo pela água, esperta. Mas o que faria com ela agora? Matá-la, não ia; não, não faria isso. Se ela já estivesse morta, seria diferente; mas ela estava viva, e ele não queria matá-la. Mas o que faria com ela? Poderia criá-la; por que não? Havia o tanquinho do quintal, tanquinho que a mãe uma vez mandara fazer para criar patos. Estava entupido de terra, mas ele poderia desentupi-lo, arranjar tudo; ficaria cem por cento. É, é isso o que faria. Deixaria a traíra numa lata d'água até o dia seguinte e, de manhã, logo que se levantasse, iria mexer com isso. 

            Enquanto era atendido na padaria, ficou olhando para o movimento, os ruídos, o vozerio do bar em frente. E então pensou na traíra, sua trairinha, deslizando silenciosamente no tanque da pia, na casa escura. Era até meio besta como ele estava alegre com aquilo. E logo um peixe feio como traíra, isso é que era o mais engraçado.

            Toda manhã – ia pensando, de volta para casa – ele desceria ao quintal, levando pedacinhos de pão para ela. Além disso, arrancaria minhocas, e de vez em quando pegaria alguns insetos. Uma coisa que podia fazer também era pescar depois outra traíra e trazer para fazer companhia a ela; um peixe sozinho num tanque era algo muito solitário. 

    A empregada já havia chegado e estava no portão, olhando o movimento. – Que peixada bonita você pegou...

    – Você viu?

    – Uma beleza... Tem até uma trairinha.

    – Ela foi difícil de pegar, quase que ela escapole; ela não estava bem fisgada.

    – Traíra é duro de morrer, hem?

    – Duro de morrer?... Ele parou.

            – Uai, essa que você pegou estava vivinha na hora que eu cheguei, e você ainda esqueceu o tanque cheio d'água... Quando eu cheguei, ela estava toda folgada, nadando. Você não está acreditando? Juro. Ela estava toda folgada, nadando. 

        – E aí?

        –Aí? Uai, aí eu escorri a água para ela morrer; mas você pensa que ela morreu? Morreu nada! Traíra é duro de morrer, nunca vi um peixe assim. Eu soquei a ponta da faca naquelas coisas que faz o peixe nadar, sabe? Pois acredita que ela ainda ficou mexendo? Aí eu peguei o cabo da faca e esmaguei a cabeça dele, e foi aí que ele morreu. Mas custou, ô peixinho duro de morrer! Quê que você está me olhando? 

    – Por nada.

    – Você não está acreditando? Juro; pode ir lá na cozinha ver: ela está lá do jeitinho que eu deixei. Ele foi caminhando para dentro.

    – Vou ficar aqui mais um pouco

    – disse a empregada.

    – depois vou arrumar os peixes, viu?

    – Sei.

        Acendeu a luz da sala. Deixou o pão em cima da mesa e sentou-se. Só então notou como estava cansado.

     

    (VILELA, Luiz. . O violino e outros contos 7ª ed. São Paulo: Ática, 2007. p. 36-38.) 

    VOCABULÁRIO:

    Capanga: bolsa pequena, de tecido, couro ou plástico, usada a tiracolo. 

    Footing :passeio a pé, com o objetivo de arrumar namorado(a).

    Guelra: estrutura do órgão respiratório da maioria dos animais aquáticos.

    Vozerio: som de muitas vozes juntas. 

    Os travessões, utilizados em “(...) Toda manhã – ia pensando, de volta para casa – ele desceria ao quintal, levando pedacinhos de pão para ela.(...)”, têm a finalidade de:

    Alternativas
    Comentários
    • Alternativa correta, Letra B.

      b) isolar enunciado intercalado em outro enunciado.
    • travessão (ou risca) é um sinal de pontuação que serve para indicar mudança de interlocutor e para isolar palavrasfrases ou expressões parentéticas, semelhante ao parêntese.
    • Complementando o comentário do amigo. O travessão foi usado aqui para se evitar o uso de muitas vírgulas no período.
      Toda manhã, ia pensando, de volta para casa, ele desceria ao quintal, levando pedacinhos de pão para ela...
    • “(...) Toda manhã – ia pensando, de volta para casa – ele desceria ao quintal, levando pedacinhos de pão para ela.(...)”

      Travessões, assim como parênteses, isolam  ideias. Nesse contexto não é "essencial" ao texto. (c), nem faz o texto "intrigante" (d).
    • Olá pessoal!!
      Questão massa...!
      Letra "B" de Banimento.
      Em “(...) Toda manhã – ia pensando, de volta para casa – ele desceria ao quintal, levando pedacinhos de pão para ela.(...)”, os travessões isolam enunciado intercalado em outro enunciado..... Percebam a enunciação: "Ele ia pensando, de volta para casa: toda manhã ele desceria ao quintal, levando pedacinhos de pão para ela."... Mas o termo entre o travessão-duplo nada mais é do que mais uma informação, só que colocada justamente dentro de outra fala.... O que houve foi só uma troca de posição.
      Aproveito para lhes passar umas dicas sobre aluguns usos do travessão. Ele pode ser usado:
      A) nos diálogos, indicando que alguém está falando de viva voz (discurso direto), marcando a mudança de interlocutor (turnos de fala).
      Ex.: – Olá! Como vai? 
      – Vou bem. E você? (...)
      B) como ‘duplo travessão’ para substituir a ‘dupla vírgula’.
      Ex.: Castro Alves – poeta romântico – foi abolicionista.
      Eu – afirmou o acusado – sou inocente.
      C) diante de enumeração, substituindo os dois pontos.
      Ex.: Apesar da imensa crise financeira por que passou, decidiu comprar tudo – roupas, sapatos, toalhas etc.
      Forte abraço e ótimos estudos!
    • Obrigado John, muito bom!!!
    • Por nada, irmão! Eu é quem agradece! Se precisar, é só falar!
      Abraços!

    ID
    664981
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Português
    Assuntos

    Um peixe 

                Virou a capanga de cabeça para baixo, e os peixes espalharam-se pela pia. Ele ficou olhando, e foi então que notou que a traíra ainda estava viva. Era o maior peixe de todos ali, mas não chegava a ser grande: pouco mais de um palmo. Ela estava mexendo, suas guelras mexiam-se devagar, quando todos os outros peixes já estavam mortos. Como que ela podia durar tanto tempo assim fora d'água?...

            Teve então uma ideia: abrir a torneira, para ver o que acontecia. Tirou para fora os outros peixes: lambaris, chorões, piaus; dentro do tanque deixou só a traíra. E então abriu a torneira: a água espalhou-se e, quando cobriu a traíra, ela deu uma rabanada e disparou, ele levou um susto – ela estava muito mais viva do que ele pensara, muito mais viva. Ele riu, ficou alegre e divertido, olhando a traíra, que agora tinha parado num canto, o rabo oscilando de leve, a água continuando a jorrar da torneira. Quando o tanque se encheu, ele fechou-a.

    – E agora? – disse para o peixe. – Quê que eu faço com você?...

    Enfiou o dedo na água: a traíra deu uma corrida, assustada, e ele tirou o dedo depressa.

            – Você tá com fome?... E as minhocas que você me roubou no rio? Eu sei que era você; devagarzinho, sem a gente sentir... Agora está aí, né?... Tá vendo o resultado?...

        O peixe, quieto num canto, parecia escutar.

        Podia dar alguma coisa para ele comer. Talvez pão. Foi olhar na lata: havia acabado. Que mais? Se a mãe estivesse em casa, ela teria dado uma ideia – a mãe era boa para dar ideias. Mas ele estava sozinho. Não conseguia lembrar de outra coisa. O jeito era ir comprar um pão na padaria. Mas sujo assim de barro, a roupa molhada, imunda? – Dane-se – disse, e foi.

            Era domingo à noite, o quarteirão movimentado, rapazes no footing , bares cheios. Enquanto ele andava, foi pensando no que acontecera. No começo fora só curiosidade; mas depois foi bacana, ficou alegre quando viu a traíra bem viva de novo, correndo pela água, esperta. Mas o que faria com ela agora? Matá-la, não ia; não, não faria isso. Se ela já estivesse morta, seria diferente; mas ela estava viva, e ele não queria matá-la. Mas o que faria com ela? Poderia criá-la; por que não? Havia o tanquinho do quintal, tanquinho que a mãe uma vez mandara fazer para criar patos. Estava entupido de terra, mas ele poderia desentupi-lo, arranjar tudo; ficaria cem por cento. É, é isso o que faria. Deixaria a traíra numa lata d'água até o dia seguinte e, de manhã, logo que se levantasse, iria mexer com isso. 

            Enquanto era atendido na padaria, ficou olhando para o movimento, os ruídos, o vozerio do bar em frente. E então pensou na traíra, sua trairinha, deslizando silenciosamente no tanque da pia, na casa escura. Era até meio besta como ele estava alegre com aquilo. E logo um peixe feio como traíra, isso é que era o mais engraçado.

            Toda manhã – ia pensando, de volta para casa – ele desceria ao quintal, levando pedacinhos de pão para ela. Além disso, arrancaria minhocas, e de vez em quando pegaria alguns insetos. Uma coisa que podia fazer também era pescar depois outra traíra e trazer para fazer companhia a ela; um peixe sozinho num tanque era algo muito solitário. 

    A empregada já havia chegado e estava no portão, olhando o movimento. – Que peixada bonita você pegou...

    – Você viu?

    – Uma beleza... Tem até uma trairinha.

    – Ela foi difícil de pegar, quase que ela escapole; ela não estava bem fisgada.

    – Traíra é duro de morrer, hem?

    – Duro de morrer?... Ele parou.

            – Uai, essa que você pegou estava vivinha na hora que eu cheguei, e você ainda esqueceu o tanque cheio d'água... Quando eu cheguei, ela estava toda folgada, nadando. Você não está acreditando? Juro. Ela estava toda folgada, nadando. 

        – E aí?

        –Aí? Uai, aí eu escorri a água para ela morrer; mas você pensa que ela morreu? Morreu nada! Traíra é duro de morrer, nunca vi um peixe assim. Eu soquei a ponta da faca naquelas coisas que faz o peixe nadar, sabe? Pois acredita que ela ainda ficou mexendo? Aí eu peguei o cabo da faca e esmaguei a cabeça dele, e foi aí que ele morreu. Mas custou, ô peixinho duro de morrer! Quê que você está me olhando? 

    – Por nada.

    – Você não está acreditando? Juro; pode ir lá na cozinha ver: ela está lá do jeitinho que eu deixei. Ele foi caminhando para dentro.

    – Vou ficar aqui mais um pouco

    – disse a empregada.

    – depois vou arrumar os peixes, viu?

    – Sei.

        Acendeu a luz da sala. Deixou o pão em cima da mesa e sentou-se. Só então notou como estava cansado.

     

    (VILELA, Luiz. . O violino e outros contos 7ª ed. São Paulo: Ática, 2007. p. 36-38.) 

    VOCABULÁRIO:

    Capanga: bolsa pequena, de tecido, couro ou plástico, usada a tiracolo. 

    Footing :passeio a pé, com o objetivo de arrumar namorado(a).

    Guelra: estrutura do órgão respiratório da maioria dos animais aquáticos.

    Vozerio: som de muitas vozes juntas. 

    A alternativa em que o termo destacado tem a função de adjunto adnominal e não a de predicativo do sujeito é:

    Alternativas
    Comentários
    • uma dica para matar 99% de questões com AA e CN.
      retire o termo da frase, se continuar com sentido é adjunto adnominal, senão é complemento nominal.
    • Adjunto adnominal -  fica junto ao nome a que se refere( caráter permanente)


      Predicativo do sujeito - fica deslocado do nome a que se refere ( caráter transitório)
    • b) “(...) um peixe SOZINHO num tanque era algo muito solitário. (...)”

      "Sozinho" é somento adjunto, porque o retirando da frase ainda mantém sentido.
    • Boa dica  Felipe Nobre Bueno Brandao, mas serve apenas para identificar o Adjunto Adnominal.

      Nas frases citadas, por exemplo, se usarmos ao pé da letra, encontraremos 4 "Complementos nominais", quando estes são, na verdade, Predicativos do Sujeito.

      Na questão em tela, é interessante atentar para a construção:

      VERBO DE LIGAÇÃO + PREDICATIVO DO SUJEITO

      a) estava = VL
      c) era = VL
      d) estava = VL
      e) estava = VL

      Logo, a única letra que não apresenta Verbo de Ligação é a letra B, que é a resposta.

      P.S. Existem alguns casos em que existe predicativo do sujeito sem o Verbo de Ligação, mas na grande maioria das vezes, da para identificar o 
      mesmo apenas atentando para a presença do VL
    • oo meu camarada..vc se confunduiu,
      a dica que eu dei é p diferenciar CN de AA, que são os mais confusos.
      não quer dizer que as outras opções, por nao terem sentido, sejam CN.
      nozes!
    • Felipe Nobre Bueno está comendo geral ............................................................................................................................. as nozes :)
    • Para diferenciar o predicativo do adjunto nominal 

                                     1- O adjunto adnominal o proprio nome já diz vem junto ao termo a que ele se refere, juntinho mesmo, colado.

                                     2- Já o predicativo geralmente vem separado do termo a que se refere por uma virgula ou verbo.

       

      OBS: Existem predicativos que não se separam do termo a que se refere por virgula ou verbo, nesse caso não da para usar esse macete, mas nesse caso tem outro =D, é só passar a frase para voz passiva analitica, se o termo continuou juntinho ao nome é adjunto adnominal, caso tenha se separado é predicativo.

       

      Portugues não é fácil, insistir é o segredo!

       

    • Gab: B

       

      ...um peixe SOZINHO num tanque....

       

      O termo "sozinho" é um adjetivo. E adjetivos juntos ao nome (substantivo) são classificados sintáticamente como adjuntos adnominais.

    • A única alternativa em que o termo em destaque exerce a função de adjunto adnominal  e NÃO a de predicativo do sujeito é ALTERNATIVA “B

       

      Adjunto adnominal (termo que vem associado a nomes substantivos que ocupam a posição de núcleo de uma função sintática qualquer, modificando, especificando ou precisando seu sentido no contexto.)

       

      Predicativo do sujeito (é o termo da oração que atribui uma característica, uma propriedade, um estado ao sujeito).

       

      a) “... ela estava muito mais VIVA...” ela (Sujeito); estava (Predicado nominal formado por verbo de ligação); muito, mais (adjuntos adverbiais) e viva (predicativo)

       

      b) “... um peixe SOZINHO num tanque era algo muito solitário...” (Sujeito: um peixe sozinho; – Observe que o núcleo desse sujeito é peixe e há dois adjuntos adnominais UM e SOZINHO.

       

      c) “... a mãe era BOA para dar ideias.” a mãe (sujeito); Predicado nominal formado por verbo de ligação + predicativo do sujeito boa)

       

      d) “Mas ele estava SOZINHO.” (Sujeito: ele; Predicado nominal formado por verbo de ligação + predicativo do sujeito sozinho.)

       

      e) “Só então notou como estava CANSADO.” (Sujeito desinencial; Predicado nominal formado por verbo de ligação + predicativo do sujeito cansado.).

    • PERFEITA A EXPLICAÇÃO DO PROFESSOR ALEXANDRE SOARES

       

      ADJUNTO ADNOMINAL: O ADJETIVO TEM QUE ESTAR JUNTO DO NOME

      EX; MENINA LINDA

       

      PREDICATIVO: SEPARA-SE DO NOME

      EX: A MENINA É LINDA

       

      LETRA B

    • Adjunto adnominal: Termo que tem por finalidade a caracterização ou determinação de um substantivo. (Bezerra) 
      Logo o único que se encaixa nessa primeira definição é a letra B.

    • Minha humilde cooperação:

      A) Ela estava muito mais viva

      Sujeito = Ela //

      Predicado = Estava muito mais viva //

      Núcleo do predicado(predicativo) = VIVA

      B) Um peixe sozinho num tanque era algo muito solitário

      Sujeito = Um Peixe sozinho //

      Núcleo do suj. = Peixe //

      predicado = num taque era algo muito solitário //

      núcleo do predicado (predicativo) = solitário à Solitário que é o predicativo do sujeito.

      --> Sozinho está caracterizando o substantivo “peixe”

      C) A Mãe era boa para dar ideias

      Sujeito = Mãe //

      Predicado = era boa para dar ideias //

      núcleo do predicado(predicativo) = boa 

      D) Mas ele estava sozinho

      Sujeito= Ele //

      Predicado = Estava sozinho //

      núcleo do predicado(predicativo) = sozinho

      E) Só então (ele) notou que estava cansado

      Sujeito indeterminado = ele //

      Predicado = notou que estava cansado //

      Núcleo do predicado(predicativo) = Cansado


    ID
    664984
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Português
    Assuntos

    Um peixe 

                Virou a capanga de cabeça para baixo, e os peixes espalharam-se pela pia. Ele ficou olhando, e foi então que notou que a traíra ainda estava viva. Era o maior peixe de todos ali, mas não chegava a ser grande: pouco mais de um palmo. Ela estava mexendo, suas guelras mexiam-se devagar, quando todos os outros peixes já estavam mortos. Como que ela podia durar tanto tempo assim fora d'água?...

            Teve então uma ideia: abrir a torneira, para ver o que acontecia. Tirou para fora os outros peixes: lambaris, chorões, piaus; dentro do tanque deixou só a traíra. E então abriu a torneira: a água espalhou-se e, quando cobriu a traíra, ela deu uma rabanada e disparou, ele levou um susto – ela estava muito mais viva do que ele pensara, muito mais viva. Ele riu, ficou alegre e divertido, olhando a traíra, que agora tinha parado num canto, o rabo oscilando de leve, a água continuando a jorrar da torneira. Quando o tanque se encheu, ele fechou-a.

    – E agora? – disse para o peixe. – Quê que eu faço com você?...

    Enfiou o dedo na água: a traíra deu uma corrida, assustada, e ele tirou o dedo depressa.

            – Você tá com fome?... E as minhocas que você me roubou no rio? Eu sei que era você; devagarzinho, sem a gente sentir... Agora está aí, né?... Tá vendo o resultado?...

        O peixe, quieto num canto, parecia escutar.

        Podia dar alguma coisa para ele comer. Talvez pão. Foi olhar na lata: havia acabado. Que mais? Se a mãe estivesse em casa, ela teria dado uma ideia – a mãe era boa para dar ideias. Mas ele estava sozinho. Não conseguia lembrar de outra coisa. O jeito era ir comprar um pão na padaria. Mas sujo assim de barro, a roupa molhada, imunda? – Dane-se – disse, e foi.

            Era domingo à noite, o quarteirão movimentado, rapazes no footing , bares cheios. Enquanto ele andava, foi pensando no que acontecera. No começo fora só curiosidade; mas depois foi bacana, ficou alegre quando viu a traíra bem viva de novo, correndo pela água, esperta. Mas o que faria com ela agora? Matá-la, não ia; não, não faria isso. Se ela já estivesse morta, seria diferente; mas ela estava viva, e ele não queria matá-la. Mas o que faria com ela? Poderia criá-la; por que não? Havia o tanquinho do quintal, tanquinho que a mãe uma vez mandara fazer para criar patos. Estava entupido de terra, mas ele poderia desentupi-lo, arranjar tudo; ficaria cem por cento. É, é isso o que faria. Deixaria a traíra numa lata d'água até o dia seguinte e, de manhã, logo que se levantasse, iria mexer com isso. 

            Enquanto era atendido na padaria, ficou olhando para o movimento, os ruídos, o vozerio do bar em frente. E então pensou na traíra, sua trairinha, deslizando silenciosamente no tanque da pia, na casa escura. Era até meio besta como ele estava alegre com aquilo. E logo um peixe feio como traíra, isso é que era o mais engraçado.

            Toda manhã – ia pensando, de volta para casa – ele desceria ao quintal, levando pedacinhos de pão para ela. Além disso, arrancaria minhocas, e de vez em quando pegaria alguns insetos. Uma coisa que podia fazer também era pescar depois outra traíra e trazer para fazer companhia a ela; um peixe sozinho num tanque era algo muito solitário. 

    A empregada já havia chegado e estava no portão, olhando o movimento. – Que peixada bonita você pegou...

    – Você viu?

    – Uma beleza... Tem até uma trairinha.

    – Ela foi difícil de pegar, quase que ela escapole; ela não estava bem fisgada.

    – Traíra é duro de morrer, hem?

    – Duro de morrer?... Ele parou.

            – Uai, essa que você pegou estava vivinha na hora que eu cheguei, e você ainda esqueceu o tanque cheio d'água... Quando eu cheguei, ela estava toda folgada, nadando. Você não está acreditando? Juro. Ela estava toda folgada, nadando. 

        – E aí?

        –Aí? Uai, aí eu escorri a água para ela morrer; mas você pensa que ela morreu? Morreu nada! Traíra é duro de morrer, nunca vi um peixe assim. Eu soquei a ponta da faca naquelas coisas que faz o peixe nadar, sabe? Pois acredita que ela ainda ficou mexendo? Aí eu peguei o cabo da faca e esmaguei a cabeça dele, e foi aí que ele morreu. Mas custou, ô peixinho duro de morrer! Quê que você está me olhando? 

    – Por nada.

    – Você não está acreditando? Juro; pode ir lá na cozinha ver: ela está lá do jeitinho que eu deixei. Ele foi caminhando para dentro.

    – Vou ficar aqui mais um pouco

    – disse a empregada.

    – depois vou arrumar os peixes, viu?

    – Sei.

        Acendeu a luz da sala. Deixou o pão em cima da mesa e sentou-se. Só então notou como estava cansado.

     

    (VILELA, Luiz. . O violino e outros contos 7ª ed. São Paulo: Ática, 2007. p. 36-38.) 

    VOCABULÁRIO:

    Capanga: bolsa pequena, de tecido, couro ou plástico, usada a tiracolo. 

    Footing :passeio a pé, com o objetivo de arrumar namorado(a).

    Guelra: estrutura do órgão respiratório da maioria dos animais aquáticos.

    Vozerio: som de muitas vozes juntas. 

    “(...) E logo um peixe feio como traíra, ISSO é que era o mais engraçado.(...)” O emprego do demonstrativo ISSO se deve ao fato de:

    Alternativas
    Comentários
    • Letra A.
      Isso refere-se ao fato de a traira ser um peixe feio.
      Logo, possui valor anafórico ( refere-se a algo mencionado anteriormente)
    • E logo um peixe feio como traíra, ISSO é que era o mais engraçado.

      Referência ao que foi dito antes- anáfora.

      Alusão ao que virá - catáfora.
    • Os pronomes demonstrativos servem para, além de marcar  posição no tempo e no espaço,  fazer referência ao que já foi dito e ao que se vai dizer, no interior do discurso.

      - Este (e flexões) faz referência àquilo que vai ser dito posteriormente.
      Ex: Espero sinceramente isto: que seja muito feliz.

      - Esse (e flexões) faz referência àquilo que já foi dito no discurso.
      Ex: Que seja muito feliz: é isso que espero.

      - Este / aquele (quando se quer fazer referência a elementos já mencionados): este se refere ao mais próximo, aquele, ao mais distante.
      Ex: Romance e Suspense são gêneros que me agradam, este me deixa ansioso, aquele, sensível.

        OBS: 
      O (a/s) são pronomes demonstrativos quando se referem a aquele (s), aquela (s), aquilo, isso.
      Ex: Recuso o que eles falam. (aquilo)


    • DICA:

      Em relação aos pronomes demonstrativos:

      ESTE, ESTA, ISTO, em relação ao texto  o "st" anuncia o assunto.

      ESSE, ESSA, ISSO,  em relação ao texto o "ss" retoma o assunto.

      Exemplo: Siga este conselho: Estude. Isso é importante.
    • Esse, essa, isso ( paSSado, função anafórica)
      Este, esta, isto (presenTe, função catafórica).

      Anáfora - termo Anterior
      Catáfora - Termo posterior (lembrar a ordem: A antes de C. Logo, anafóricos são para termos anteriores)
      .

      Persistência!!!!!
    • Isso = Elemento Coesivo Anafórico'  :)
    • Comentário perfeito Danzevedo!


    ID
    664993
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Noções de Informática
    Assuntos

    Para criar uma senha forte no seu aplicativo de correio eletrônico, algumas recomendações devem ser adotadas na composição da senha, EXCETO:

    Alternativas
    Comentários
    • Misturar maiúsculas com minúsculas, números e símbolos é excelente se você conseguir lembrar, mas você vai precisar anotar pra não esquecer.
      Mas na verdade não tem problem usar palavras completas, desde que seja uma senha grande, pois quanto maior a senha mais difícil e demorado é quebrá-la. Uma frase simples como Eugostodebatatafrita é mais díficil de quebrar por um programa do que uma senha complexa mas curta como 4%Tw& e muito mais fácil de lembrar.
    • Olá pessoal!!
      Eu pensei que estava ficando doido! Rsrs... Na verdade, a resposta é a letra "E" de Embaixatriz...!
      A questão me deixou em dúvida, mas consegui acertar! Ela pede a recomendação que não devemos fazer em caso de criação de senha forte, ou seja, a errada.
      e) evitar combinação de letras maiúsculas e minúsculas, números e símbolos como, por exemplo, !, #, *. Muito pelo contrário! Esses métodos é que tornam a senha forte; por isso, as minhas senhas são sempre assim!
      Forte abraço, moçada!
    • evitar combinação de letras maiúsculas e minúsculas, números e símbolos como, por exemplo, !, #, *.

      Quanto mais complexa, melhor.
    • Alternativa E

      O que torna uma senha forte:
      1)Ter pelo menos oito caracteres.
      2)Não conter seu nome de usuário, seu nome real ou o nome da empresa.
      3)Não conter uma palavra completa.
      4)Ser bastante diferente das senhas anteriores.
      5)Conter caracteres como: letras maiúsculas, letras minúsculas, números e símbolos do teclado.

    • Se eu estiver errado corrijam-me, mas estes símbolos !,#,* não podem ser usados em senhas. E no início diz que deve ser evitados, dando possibilidade de utilização para algo que não pode.

      Pensei nisso para responder.
    • A questão correta é a letra E. Seguir o contrário do que diz essa questão nos dar maior segurança contra acessos indevidos a e-mails e outros ambientes protegidos por senhas.
       Abraços a todos.
    • Letra E.

      Não há muito que comentar. Uma forma mais segura de compor uma senha além de trocá-la a cada três meses é alternar as letras entre maiúscula e minúscula, colocar números e símbolos. Nessa composição nada de colocar números referentes a matriculas, datas de aniversários ou número de telefone. Com relação às letras também é bom evitar nomes de familiares ou pessoas próximas.

    ID
    664999
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Noções de Informática
    Assuntos

    Na ferramenta de busca Google, para localizar sites na Internet que contenham a expressão abaixo, exatamente da forma como foi escrita, deve ser informado na caixa de pesquisa:

    últimos concursos da FUNCAB

    Alternativas
    Comentários
    • RESPOSTA B
      Para localizar exatamente da forma como foi escrita, deve ser informado no campo da caixa de pesquisa a palavra ou frase entre "aspas".
    • Conteúdo entre aspas: o comando “entre aspas” efetua a busca pela ocorrência exata de tudo que está entre as aspas, agrupado da mesma forma.

      Sinal de subtração: este comando procura todas as ocorrências que você procurar, exceto as que estejam após o sinal de subtração. É chamado de filtro (ex: baixaki -download)

      OR (ou): OR serve para fazer uma pesquisa alternativa. No caso de “Carro (vermelho OR verde)” (sem as aspas), Google irá procurar Carro vermelho e Carro verde. É necessário usar os parênteses e OR em letra maiúscula.

      Asterisco coringa: utilizar o asterisco entre aspas o torna um coringa. (ex: café * leite: Google buscará ocorrências de café + qualquer palavra + leite.

      Define: comando para procurar definições de qualquer coisa na internet (define:abacate).

      Info: info serve para mostrar as informações que o Google tem sobre algum site (info:www.eujafui.com.br).

      Palavra-chave + site: procura certa palavra dentro de um site específico (download site:www.baixaki.com.br).

      Link: procura links externos para o site especificado (ex: link:www.blogaki.com.br).

      Intitle: restringe os termos da busca aos títulos dos sites (ex: intitle:eu ja fui).

      Allinurl: restringe os termos da busca às URL dos sites (ex: allinurl:cachorro).

      Filetype: serve para procurar ocorrências algum formato de arquivo específico (ex: “arvore azul:pdf”).

      Time: pesquisa o horário das principais cidades do mundo (ex: time:new york).

      Weather: pesquisa a previsão do tempo para as principais cidades do mundo (ex: weather:tokyo).

      Calculadora: serve para efetuar contas matemáticas com o Google (ex: 10 / 2).

      Conversão de moedas: serve para comparar o atual valor de duas moedas (ex: 7 dollar in real).

      Conversão de temperatura: converte temperatura em Celsius para Fahreinheit (ex: 140 C in F).

      Conversão de distâncias: utilizada para ver a correspondente distância em diferentes medidas (ex: 100 miles in kilometers).

      Conversão de velocidade: comando para converter medidas de velocidade (ex: 48 kph to mph).

      Find a business: procure lojas ou restaurantes em certa cidade. (não disponível para o Brasil) (ex: shopping, Chicago).

      Movie: comando para procurar por títulos de filmes (ex: movie: Batman).

      Director: o comando director serve para descobrir o nome de um diretor de certo filme (ex: director braveheart).



    • “últimos concursos da FUNCAB”.

      "" faz pesquisa na ordem em que palavras aparecem.
    • Puxa, O Diego deu uma verdadeira aula de pesquisa no Googlle!
      Obrigada, cara!
    • Mais uma opção de busca do Google:

      QUESTÃO FUNRIO INSS 2013 (analista):

      Assinale, entre as alternativas abaixo, o primeiro resultado de uma pesquisa no Google Search em que o texto de busca é 5!
      como ilustrado na figura.
      A) Apresentação do smartfone iPhone 5.
      B) Cálculo do fatorial de 5 (igual a 120).
      C) Imagens ilustrativas do número 5.
      D) Link para uma lista de Notícias sobre 5!.
      E) Significado do número 5 na Wikipedia

      Resposta: letra B
    • Letra B.


      Quando se trata de pesquisa com nome/frase exatas, é necessário o uso de aspas.


    ID
    665005
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    História e Geografia de Estados e Municípios
    Assuntos

    A ferrovia Madeira-Mamoré foi concluída em 1912 e teve como um de seus principais objetivos o transporte de um produto oriundo da Bolívia e de grande valor econômico, à época.
    Esse produto, ao qual o enunciado se refere é a:

    Alternativas
    Comentários
    • Durante a 2ª Guerra Mundial, a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré voltou a ter grande valor estratégico para o Brasil, operando plenamente para suprir o transporte de borracha, utilizada no esforço de guerra aliado. Em 1957, quando ainda registrava um intenso tráfego de passageiros e cargas, a ferrovia integrava as dezoito empresas constituintes da Rede Ferroviária Federal.

      Em 25 de maio de 1966, depois de 54 anos de atividades, a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré teve sua desativação determinada pelo então Presidente da República Humberto de Alencar Castelo Branco. A ferrovia deveria ser, porém, substituída por uma rodovia, a fim de que não se configurasse rompimento e descumprimento do Acordo celebrado em Petrópolis, em 1903. Tal rodovia materializou-se nas atuais BR-425 e BR-364, que ligam Porto Velho a Guajará-Mirim. Duas de suas pontes metélicas ainda servem ao tráfego de veículos. Em 10 de julho de 1972 as máquinas apitaram pela última vez. A partir daí, o abandono foi total e, em 1979, o acervo começou a ser vendido como sucata para a siderúrgica de Mogi das Cruzes, em São Paulo.


    ID
    665008
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    História e Geografia de Estados e Municípios
    Assuntos

    No que diz respeito ao relevo de Rondônia, pode-se afirmar que é pouco acidentado. Porém, existem áreas com altitudes que chegam a alcançar mais de 800m, como na Serra dos Pacaás Novos.
    A área mais acidentada do relevo de Rondônia, na qual se situa a serra mencionada, localiza-se, predominantemente, em que porção do estado?

    Alternativas
    Comentários
    • Sul. Normalmente pelo relevo, região mais baixas
    • Ao sul do Estado fica a Chapada dos Parecis, e Paacás Novos fica ao Noroeste do Estado. Sendo assim a resposta correta é a B - Noroeste.
    • Gabarito errado!  Serra dos pacaás novos fica no Noroeste! Letra B
    • A banca manteve o gabarito preliminar com a seguinte justificativa: "Considerando-se a extensão da Serra dos Pacaás Novos, o sul do estado de Rondônia é a porção na qual este relevo é predominante, muito embora se trate de um alinhamento longo."
    • Apesar do gabarito mantido pela banca conforme informado, a questão é controversa. Veja o que diz: "O relevo do Estado é pouco acidentado, não apresentando grandes elevações ou depressões, com variações de altitudes que vão de 70 metros a pouco mais de 500 metros. A região norte e noroeste, pertencente à grande Planície Amazônica, situa-se no vale do rio Madeira e apresenta área de terras baixas e sedimentares. As áreas mais acidentadas encontram-se localizadas na região sul, onde ocorrem elevações e depressões, com altitudes que chegam a alcançar 800 metros na Serra dos Pacaás Novos, que se dirige de noroeste para sudeste e é o divisor entre a bacia do rio Guaporé e as bacias dos afluentes do rio Madeira (Jaci-Paraná, Candeias e Jamari)."
      Fonte: http://www.rondonia.ro.gov.br/conteudo.asp?id=180
    • relevo de Rondônia é pouco acidentado, não apresentando grandes elevações ou depressões, com variações de altitudes que vão de 70 metros a pouco mais de 500 metros. A região norte e noroeste, pertencente à Planície Amazônica, situa-se no vale do rio Madeira e apresenta área de terras baixas e sedimentares. As áreas mais acidentadas encontram-se localizadas na região sul, onde ocorrem elevações e depressões, com altitudes que chegam a alcançar 800 metros na Serra dos Pacaás Novos, que se dirige de noroeste para sudeste e é o divisor entre a bacia do rio Guaporé e as bacias dos afluentes do rio Madeira (Jaci-Paraná, Candeias e Jamari)

    • Concordo com os colegas a questão é passível de recursos. 

      A serra dos Pacaás Novos constitui a superfície cimeira do Estado, desenvolvendo-se na direção Noroeste - Sudeste é pertencente ao sistema mato-grossense do Maciço Central Brasileiro com altitude acima de 300, e entre 600 a 900 metros, com pontos culminantes acima de1.000 m.

    • Discordo da Banca. o Pacaás Novo se encontra na região mais a Noroeste do Estado, no sul do estado predomina o Planalto Brasileiro e Vale do Guaporé. Questão deveria ser anulada pela banca...

    • As áreas mais acidentadas encontram-se localizadas na região sul, onde ocorrem elevações e depressões, com altitudes que chegam a alcançar 800 metros na Serra dos Pacaás Novos, que se dirige de noroeste para sudeste e é o divisor entre a bacia do rio Guaporé e as bacias dos afluentes do rio Madeira (Jaci-Paraná, Candeias e Jamari).

      Ou seja esta totalmente na região sul. Em outas palavras inicia no noroeste e termina no sudeste.

    • Como prolongamento do Planalto Brasileiro em nosso estado no sentido sudeste-noroeste, as Chapadas dos Parecis e dos Pacaás Novos representam as maiores altitudes de nosso estado, que variam de 600 a 900 metros. A Chapada dos Parecis rondoniana é o prolongamento noroeste da chapada de mesmo nome no estado do Mato Grosso.

      http://rondoniaemsala.blogspot.com.br/search/label/T%29%20Relevo%20de%20RO.

    •  Pacaás Novos que fica localizado no MunicÌpio de Campo Novo de Rondônia, na região sul.


    ID
    665011
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    História e Geografia de Estados e Municípios
    Assuntos

    Diversos tratados tiveram importância na definição de limites e no processo de povoamento da porção norte e oeste do Brasil. Um impulso no povoamento de Rondônia foi deflagrado pela construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.
    O contexto histórico dessa construção decorre diretamente doTratado de:

    Alternativas
    Comentários
    • assinatura do Tratado de Petrópolis (1903)
    • O tratado de Petropolis estabeleceu definitivamente as fronteiras entre Brasil e Bolívia, compensando a anexação do Acre por meio da cessão de pequenos territórios próximos à foz do rio Abunã (numa região próxima ao Acre) e na bacia do rio Paraguai, do pagamento da quantia de 2 milhões de libras esterlinas.

      Como a Bolívia perdeu, após guerra com o Chile, sua saída para o mar, dois artigos do Tratado de Petrópolis obrigaram o Brasil e a Bolívia a estabelecerem um Tratado de Comércio e Navegação que permitisse à Bolívia usar os rios brasileiros para alcançar o oceano Atlantico.

    • em 1903 assinado o Tratado de Petrópolis, com as seguintes condições acordadas:
      1ª A entrega do estado do Acre ao Brasil;
      2ª 2 milhões de libras esterlinas pagos a Bolívia;
      3ª 600 mil libras esterlinas pagas ao Bolivian Sindicate;
      4ª Brasil contruir a Estrada de Ferro Madeira Mamoré; e
      5ª a constução da ponte de Guajará-mirim a Guayará-mirin (assinada a assinatura do início das obras em 2010 pelo Lula).
    • Tratado de Tordesilhas – 1494 –a tal da linha reta imaginária dividindo o Novo Mundo entre Espanha e Portugal. 

      Tratadode Ultrech – 1715 – Devolve a colônia de sacramento a Portugal. Esta colôniaera considerada importante por espanhóis e portugueses, portanto foi invadidadiversas vezes. Portugal consegue esta acordo logo após a guerra de sucessãoespanhola, que era pretendida por vários  grupos, enfraquecendo, assim, aposição da Espanha na região.

      Tratado de Madri – ano 1750 – Firmado entre Portugal e Espanha. Objetivo: substituir o tratado de Tordesilhas, na prática não mais respeitado. Ponto importante do tratado foi não mais a utilização de uma reta como demarcação, mas sim o respeito a rios e montanhas. Consagrou o princípio do uti possidetis. 

      Tratado de Ayacucho – 1867 – antes o domínio boliviano se estendia até Humaitá (AM), abrangendo o Acre. O Brasil passava pela Guerra do Paraguai, precisava se aproximar da Bolívia. Aqui já se negociava a construçãode uma ferrovia. Como fruto de um acordo diplomático a Bolívia cede ao Brasil terras que hoje vão até o rio Mamoré. 

      Tratado de Petrópolis – ano 1903 –Firmado entre Brasil e Bolívia. Objetivo: por fim aos conflitos entre nordestinos residentes no Acre e Bolivianos, também dar uma saída para a Bolívia. Como fruto do acordo deveria ser construída uma rodovia para dar vasão a exportação dos produtos bolivianos, assim surgia a EFMM. Tratado de Ultrech –1715 – Devolve a colônia de sacramento a Portugal. Esta colônia era considerada importante por espanhóis e portugueses, portanto foi invadida diversas vezes. Portugal consegue esta acordo logo após a guerra de sucessão espanhola, que era pretendida por vários grupos, enfraquecendo, assim, a posição da Espanha na região.


    • QUESTÃO TENDENCIOSA COMEÇA FALANDO DEFINIÇÃO DE LIMITES NORTE E OESTE (TRATADO DE MADRI), DEPOIS PERGUNTA O QUE QUER... RESPOSTA CORRETA TRATADO DE PETROPÓLIS 1903


    • CARA SÓ PERGUNTA TENDENCIOSA. É COMPLICADO VC ACERTA. NO MINIMO A PERGUNTA TÁ ERRADA. NÃO TEM INFORMAÇÕES NENHUMA LIMITES:?????? TORDESILHAS OU MADRI

    • Gente o contexto que se baseia em relação a EFMM é o Tratado de Petrópolis (1903).

       

      Apareceu na questão o referido tratado, lembrem da construção EFMM.

       

      =)


    ID
    665014
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    História e Geografia de Estados e Municípios
    Assuntos

    O estado de Rondônia conta com uma série de áreas protegidas, visando ao desenvolvimento sustentável da região. Criada em 1979, uma área protegida se destaca pela extensão, com cerca de 765.000 ha, abrange os municípios de Porto Velho, Guajará-Mirim,Ariquemes e Ji-Paraná.
    A área protegida citada é a seguinte:

    Alternativas
    Comentários
    • O Parque Nacional de Pacaás Novos foi criado pelo Decreto Federal Nº 84.019 de 21 de setembro de 1979. A ocupação acelerada da nova fronteira agrícola representada pelo estado de Rondônia, iniciada na década de 1970, tornou imprescindível a proteção de parte de seus recursos naturais. Nesse sentido a criação do Parque resultou de estudos desenvolvidos em 1978 no âmbito dos extintos IBDF (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal) e SUDECO (Superintendência de Desenvolvimento do Centro Oeste), com os objetivos específicos de preservar amostras representativas dos ecossistemas da região, transição entre o Cerrado e a Floresta Amazônica, além de áreas onde encontram-se duas espécies raras da família Podocarpeae (Podocarpus raspiliosii e Podocarpus selovii), de ocorrência restrita na Amazônia. O parque tem área total de 764.801 ha e seu Plano de Manejo foi elaborado em 1984. É administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

    ID
    665017
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Direito Constitucional
    Assuntos

    Segundo a Constituição Federal, constitui objetivo fundamental da República Federativa do Brasil:

    Alternativas
    Comentários
    • Alternativa "D", segundo o Art. 3º da CF que diz:
      "Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
      I -   construir uma sociedade livre, justa e solidária;
      II -  garantir o desenvolvimento nacional;
      III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
      IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor idade e quaisquer outras formas de discriminação."
    • As demais alternativas são FUNDAMENTOS da república e não objetivos!

      Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

      I - a soberania;

      II - a cidadania;

      III - a dignidade da pessoa humana;

      IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

      V - o pluralismo político.

    • Objetivos da República Federativa do Brasil
      Para memorizar basta lembrar da frase: "CON    GARRA ERRA POUCO"

      CON - construir uma sociedade livre, justa e solidária.
      GARRA - Garantir o desenvolvimento nacional
      ERRA - Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais.
      POUCO - Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
    • É vedado à União instituir tributo que não seja uniforme em todo território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação ao Estado, ao Distrito Federal ou aos Municípios, em detrimento de outro. 
      Admite-se, porém, inclusive em relação aos tributos federais, a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diversas regiões do País. A lei sobre o tema deve ser de natureza complementar, nos termos dos artigos 43, § 1.º, e artigo 146, ambos da Constituição Federal.
    • Os objetivos fundamentais sempre começam com um verbo ;). Perceba:

      Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

      I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
      II - garantir o desenvolvimento nacional;
      III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
      IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
    • uma dica: caso voce nao lembre quais os objetivos programaticos da Republica Federatica do Brasil, lembre-se que iniciam com o verbo no infinitivo, e procuram sempre elencar projetos aos quais o Brasil deve procurar realizar. Muita coisa do direito, nao e preciso decorar, Apenas o bom sensu e necessario, e um pouco de conhecimento doutrinario.
    • Fundamentos:
      soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana, valores sociais do trabalho e livre iniciativa e pluralimo político.
    • Para organizar as ideias:

      1. FUNDAMENTOS
      Formam a palavra SOCIDIVAPLU.
      I - a soberania;
      II - a cidadania;
      III - a dignidade da pessoa humana;
      IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
      V - o pluralismo político.


      2. OBJETIVOS FUNDAMENTAIS
      Iniciam-se por verbos. ( Fantástico mundo de Bob!! )

      I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
      II - garantir o desenvolvimento nacional;
      III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
      IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.


      3. PRINCÍPIOS QUE REGEM REL. INTERNACIONAIS
      Matéria residual: Tudo aquilo que não se enquadra nos itens 1 ou 2.

      I - independência nacional;
      II - prevalência dos direitos humanos;
      III - autodeterminação dos povos;
      IV - não-intervenção;
      V - igualdade entre os Estados;
      VI - defesa da paz;
      VII - solução pacífica dos conflitos;
      VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
      IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
      X - concessão de asilo político.
    • É isso aí pessoal ...vamos decorar tudo!!!
      Art. 1º - Fundamentos da República:
      SO CI DI VA PLU;
      Art. 3º - Objetivos da República:
      CON GA ER PRO.
    • Uma dica um pouco melhor para facilitar a decoreba.
      Meu objetivo em concursos é passar (o "passar" é para lembrar que é sempre verbo), construir minha casa, garantir meu carro 0 Km, erradicar  o ônibus  e promover o meu bem estar.... Duvido alguém se esquecer disso...  rsrsrsrsr
      Bom estudos e objetivos para todos..

    • Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
      ...
      II - garantir o desenvolvimento nacional;




      Pura literalidade da lei.
    • Os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil estão descritos no Art 3° da CF, são eles:

      I - CONstruir uma sociedade livre, justa e solidária;

      II - GArantir o desenvolvimento social;

      III - Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdes sociais e regionais;

      IV - PROmover o bem de todos sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação;

      DICAS: 

      • Essas normas são de Eficácia Prográmatica, ou seja são objetivos a serem alcançados pela R.F.B, por isso começam com verbos (ações a serem conquistadas)
      • Macete para memorizar:  Pensar na cantora  gretchen - CON-GA-ER-PRO.
         
    • Os colegas bem que poderiam minimizar a quantidade de comentários sem utilidade, hein?!
      Excesso de macetes inúteis e frases das mais sem noção... Sei que algumas até ajudam na memorização de alguns assuntos, tanto que muitos professores usam, mas não vamos exagerar, né?!

      Ainda bem que em meio a tanta inutilidade há bons comentários como o da colega Kek@, que colocou de forma bastante organizada e concisa tudo o que é necessário saber sobre o assunto.

      Valeu mesmo pelo comentário!!

      Abração a todos e ótimos estudos!
    • Objetivos:
      construir uma sociedade livre, justa e solidária
      garantir o desenvolvimento nacional
      erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais
      promover o bem de todos, sem preconceitos de origem,raa,sexo, cor , idade e quaisquer outras formas de discriminação.
    • Alternativa "D"
      Dica: Os objetivos fundamentais começam com VERBOS
      Art. 3º da CF :

      "Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
      I -   construir uma sociedade livre, justa e solidária;
      II -  garantir o desenvolvimento nacional;
      III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
      IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor idade e quaisquer outras formas de discriminação."
    • Cuidado que nem sempre o objetivo fundamental virá na forma de verbo. Pode acontecer da banca substantivá-lo, ou seja, em vez de aparecer o verbo promover seja colocado o substantivo promoção, como se observa na questão Q41772 do CESPE:

      Questão Q41772.

      Constitui objetivo fundamental da República Federativa do Brasil a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade ou quaisquer outras formas de discriminação. Dessa forma, contraria a CF a exigência, contida em editais de concursos públicos, sem o devido amparo legal, de limite de idade mínima ou máxima para inscrição.

       

      • Certo      Errado
      Assim, não devemos ter em mente um verbo em todas as vezes que a questão tratar de objetivos fundamentais.



       
    • Fundamentos: so-ci-di-va-plu
      Objetivos: con-ga-erra-pro
    • Pessoal, cuidado com esse macete com relaçao aos objetivos começarem com verbos! As bancas podem muito bem colocar verbos ou tirá-los.
    • Pra que tanto comentário numa questão simples dessa?
    • É barbada meus queridos... D



    • Muito comentário repetido e desnecessário. Ainda mais para uma questão simples como esta. O pessoal bem que poderia dar uma lida antes para ver se já não foi dito o que estão prestes a comentar. É o mínimo, né?

    • FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

       

       

      ---> É O PRIMEIRO ARTIGO DA CF

      ---> OS FUNDAMENTOS SÃO OS VALORES ESTRUTURANTES DE UM ESTADO

      ---> SÃO 5 :  SO - CI- DI- VA- PLU

       

       

      SOBERANIA

      CIDADANIA

      DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

      VALORES SOCIAIS DO TRABALHO

      PLURALISMO POLÍTICO

       

      Objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil - SÃO VERBOS!!!

       

      #gratidao

    • Gostei... com os comentários consegui um macete.

    • Gabarito letra d).

       

      CONSTITUIÇÃO FEDERAL

       

       

      Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

       

      * MNEMÔNICO PARA OS FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL = "SO CI DI VA PLU"

       

      I - a soberania; ("SO")

       

      II - a cidadania ("CI")

       

      III - a dignidade da pessoa humana; ("DI")

       

      IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; ("VA")

       

      V - o pluralismo político. ("PLU")

       

       

      Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

       

      * MNEMÔNICO PARA OS OBJETIVOS FUNDAMENTAIS = "CON GARRA ERRA POUCO"

       

      I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; ("CON")

       

      II - garantir o desenvolvimento nacional; ("GARRA")

       

      III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; ("ERRA")

       

      IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. ("POUCO")

       

       

      Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:

       

      * MNEMÔNICO PARA OS PRINCÍPIOS NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS = "AINDA NÃO CONPREI RECOS"

       

      I - independência nacional; ("IN")

       

      II - prevalência dos direitos humanos; ("PRE")

       

      III - autodeterminação dos povos;("A")

       

      IV - não-intervenção; ("NÃO")

       

      V - igualdade entre os Estados; ("I")

       

      VI - defesa da paz; ("DA")

       

      VII - solução pacífica dos conflitos; ("S")

       

      VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; ("RE")

       

      IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; ("CO")

       

      X - concessão de asilo político. ("CON")

       

      Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômicapolíticasocial e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

       

      * MNEMÔNICO = "PESC"

       

      = POLÍTICA

       

      E = ECONÔMICA

       

      S = SOCIAL

       

      C = CULTURAL

       

       

       

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    • Conhecimento exigido do candidato:

      Artigo 1º da CRFB/88: "A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político".

      Artigo 3º da CRFB/88: "Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação".

      Análise das alternativas:

      Alternativa A - Incorreta. Trata-se de fundamento da República.

      Alternativa B - Incorreta. Trata-se de fundamento da República.

      Alternativa C - Incorreta. Trata-se de fundamento da República.

      Alternativa D - CORRETA! É o que dispõe o art. 3º da CRFB/88.

      Alternativa E - Incorreta. Trata-se de fundamento da República.

      O gabarito da questão, portanto, é a alternativa D.


    ID
    665020
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Direito Constitucional
    Assuntos

    Assinale a alternativa correta.

    Alternativas
    Comentários
    • RESPOSTA A
      ART 12 CF/88

      § 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:
      I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
      II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
      III - de Presidente do Senado Federal;
      IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
      V - da carreira diplomática;
      VI - de oficial das Forças Armadas.
      VII - de Ministro de Estado da Defesa(Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
    • Condições de Elegibilidade (Capacidade Eleitoral Passiva) São condições de elegibilidade, na forma da lei:
      ·  a nacionalidade brasileira (observada a questão da reciprocidade, antes destacada quanto aos portugueses, e que apenas alguns cargos são privativos de brasileiros natos);
      ·  o pleno exercício dos direitos políticos;
      ·  o alistamento eleitoral (só pode ser votado quem pode votar, embora nem todos que votam possam ser votados – como o analfabeto e o menor de 18 e maior de 16 anos);
      ·  o domicílio eleitoral na circunscrição (pelo prazo que a lei ordinária federal fixar e que hoje é de um ano antes do pleito, nos termos do art. 9.º da Lei n. 9.504/97);
      ·  a filiação partidária (pelo menos um ano antes das eleições, nos termos do art. 18 da Lei Federal n. 9.096/95);
      ·  a idade mínima de 35 anos para Presidente da República, Vice-Presidente da República e Senador; a idade mínima de 30 anos paraGovernador e Vice-Governador; a idade mínima de 21 anos para Deputado (Federal, Distrital ou Estadual), Prefeito, Vice-Prefeito e Juiz de Paz (mandato de 4 anos – art. 98, II, da CF) e a idade mínima de 18 anos para Vereador. A aquisição da elegibilidade, portanto, ocorre gradativamente.
    • Brasileiros natos:
      1- Presidente e vice da RFB
      2- Presidente da camara dos deputados
      3- Presidente do Senado Federal 
      4- Oficiais da força armada
      5- carreira diplomática
      6- ministro do supremo tribinal de justiça
      7- ministro do estado de defesa
    • Será que alguém poderia comentar a alternativa B?

      Obrigada.
    • A letra b está incorreta por isso:

      As hipóteses de perda dos direitos políticos são:

      - quando cancelada a naturalização, mediante ação para cancelamento da naturalização - art. 12, § 4º CF - ajuizada pelo MP Federal, sendo cabível em caso de atividade nociva ao interesse nacional.

      - aquisição voluntária de outra nacionalidade - via de regra, quem se naturaliza perde a nacionalidade originária.

      As hipóteses de suspensão dos direitos políticos são:

      - incapacidade civil absoluta - adquirida novamente a capacidade, retoma os direitos políticos.

      - condenação por improbidade administrativa

      - condenação penal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos. Independe da prisão do condenado.

      Atente-se sempre na diferença entre os dois pois já foi  questão de prova...
      Espero ter ajudado!
      Bons estudos

    • art 12 § 4 - será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:

      I- tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional.
    • letra a - dica: MP3.COM para eles!!!
      Ministro do Supremo Tribunal Federal
      Presidente e Vice-Presidente da República;
      Presidente da Câmara dos Deputados;
      Presidente do Senado Federal
      .
      carreira diplomática; 
      oficial das Forças Armadas. 
      Ministro de Estado da Defesa
      fonte:
      Art. 12.
      § 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos: 
      I - de Presidente e Vice-Presidente da República; 
      II - de Presidente da Câmara dos Deputados; 
      III - de Presidente do Senado Federal; 
      IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; 
      V - da carreira diplomática; 
      VI - de oficial das Forças Armadas. 
      VII - de Ministro de Estado da Defesa
    • arrt. 12
      3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
      II de Presidente da Câmara dos Deputados;
      V da carreira diplomática;




    • A) CORRETO! São privativos de brasileiros natos os cargos de: presidente e vice da república, presidentes da câmara dos deputados e senado (apenas presidentes),  ministros do STF (todos os ministros e não apenas os presidentes), carreira diplomática, oficial das forças armadas e ministro do estado da defesa.
      B) Será SIM, declarada a perda da nacionalidade do brasileiro neste caso (essa regra vale apenas para o naturalizado, não se aplicando ao nato - inciso 4, artigo 12 da C.F.)
      C) Sufrágio universal e voto direto e secreto, com valor igual para todos.
      D) O alistamento eleitoral e o voto são facultativos para os analfabetos, maiores de 70 anos (setenta e não sessenta, como muitas bancas cobram, induzindo ao erro) e os menores de dezoito e maiores de dezesseis anos.
      E) O pleno exercício dos direitos políticos é uma das exigências especificadas em lei para a condição de elegibilidade.

      Gabarito: letra A. 
    • MP3V.COM

      Ministro do STF

      P3:  presidente da república, pres. da Câmara e pres. do Senado.

      Vice presidente da república

      Carreira diplomática

      Oficial das forças armadas

      Ministro da defesa.


      ;)

    • BIZU

      Cargos privativos de brasileiros natos: MP3.COM

      Ministro do STF

      Presidente da República e Vice

      Presidente da Camara

      Presidente do Senado

      Carreira Diplomaticas

      Oficial das Forças Armadas

      Ministro do Estado de Defesa

    • Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:

      I - plebiscito;

      II - referendo;

      III - iniciativa popular.

      § 1º O alistamento eleitoral e o voto são:

      I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;

      II - facultativos para:

      a) os analfabetos;

      b) os maiores de setenta anos;

      c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

    • A questão exige do candidato o conhecimento acerca do que dispõe a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 sobre direitos políticos.

      Análise das alternativas:

      Alternativa A - Correta! Art. 12, § 3º, da CRFB/88: "São privativos de brasileiro nato os cargos: I - de Presidente e Vice-Presidente da República; II - de Presidente da Câmara dos Deputados; III - de Presidente do Senado Federal; IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; V - da carreira diplomática; VI - de oficial das Forças Armadas. VII - de Ministro de Estado da Defesa".

      Alternativa B - Incorreta. Art. 12, § 4º, CRFB/88: "Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; (...)".

      Alternativa C - Incorreta. Art. 14, CRFB/88: "A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I - plebiscito; II - referendo; III - iniciativa popular".

      Alternativa D - Incorreta. Art. 14, § 1º, CRFB/88: "O alistamento eleitoral e o voto são: (...) II - facultativos para: a) os analfabetos; (...)".

      Alternativa E- Incorreta. Art. 14, § 3º, CRFB/88: "São condições de elegibilidade, na forma da lei: (...) II - o pleno exercício dos direitos políticos; (...)".

      Gabarito:

      O gabarito da questão, portanto, é a alternativa A.

    • MP3.COM

      Ministro STF

      Presidente: República (+ o vice) e Câmara e Senado

      Carreira D.

      Oficial F.A

      Ministro E.D


    ID
    665023
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Legislação Estadual
    Assuntos

    Segundo o Estatuto dos Servidores Públicos do Estado de Rondônia, Lei Complementar n° 68/1992, é correto afirmar:

    Alternativas
    Comentários
    • Alternativa correta: C

      (Estatuto dos Servidores Públicos do Estado de Rondônia) Lei Complementar n° 68/1992, art. 15 - A nomeação é a forma originária de provimento dos cargos públicos.

      Parágrafo único - A nomeação para o cargo de carreira ou cargo isolado de provimento efetivo depende de prévia habilitação em concurso público, obedecido a ordem de classificação e o prazo de sua validade.

      Art. 16 - A nomeação será feita:

      I - em caráter efetivo, para os cargos de carreira;

      II - em caráter temporário, para os cargos em comissão, de livre provimento e exoneração;

      III - em caráter temporário, para substituição de cargos em comissão.

    • De acordo com a  Lei Complementar n° 68/1992 do estado de Rondônia : 

      Art. 16 - A nomeação será feita:


      I - em caráter efetivo, para os cargos de carreira;


      II - em caráter temporário, para os cargos em comissão, de livre provimento e exoneração;


      III - em caráter temporário, para substituição de cargos em comissão.


      gabarito letra C

    • lei 8112/90 art.9º - A nomeação far-se-á:

      II- Em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos de confiança vagos.

      § único : O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial poderá ser nomeado para ter exercício, INTERINAMENTE (temporariamente), em outro cargo de confiança, sem prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela remunerção de um delesdurante o período da interinidade.
    • a) ERRADA. Pois conforme a Lei 68/92 art. 28 § 1º São requisitos básicos a serem apurados no estágio probatório: 

      I - assiduidade; 

      II - pontualidade; 

      III - disciplina

      IV - capacidade de iniciativa; 

      V - produtividade; 

      VI - responsabilidade

      b) ERRADA. Art. 20 § 1º É de 30 (trinta) dias o prazo para o servidor entrar em exercício, contados da data da posse ou do ato que lhe determinar o provimento.  § 2º Será exonerado o servidor empossado que não entrar em exercício no 
      prazo previsto no parágrafo anterior. 

      c) CORRETA. A nomeação será feita em caráter temporário, para substituição de cargos em comissão.

      d) ERRADA. Conforme o Art. 29. O servidor habilitado em concurso público e empossado em cargo de provimento efetivo adquire estabilidade no serviço público ao completar 02 (dois) anos de efetivo exercício. Mas, a jurisprudência do STF e STJ tem entendido que tal prazo é de 3 anos. Porém, se no enunciado cobrar "de acordo com a lei 68/92" vale colocar 24 meses ou 2 anos, embora, a questão seria de fácil anulação.

      e) ERRADA. Pois dentre outros requisitos, quitação com as obrigações militares e eleitorais é requisito básico para investidura em cargo público.


    ID
    665026
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Direito Constitucional
    Assuntos

    Assinale a alternativa correta.

    Alternativas
    Comentários
    • a) É vedado ao servidor público civil o direito à livre associação sindical. ERRADA
      CRFB, Art. 37, VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical

      b) A lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão. CORRETA
      CRFB, Art. 37, VIII

      c) Os atos de improbidade administrativa importarão a perda dos direitos políticos, a suspensão da função pública, a indisponibilidade dos bens, sendo descabido o ressarcimento ao erário. ERRADA
      CRFB, Art. 37, § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível

      d) As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos não responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. ERRADA
      CRFB, Art. 37, § 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa

      e) O servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, não lhe sendo facultado optar pela sua remuneração. ERRADA
      CRFB, Art. 38  II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração

       
    • Acessibilidade aos cargos: (CF, art. 37,I) a todos os brasileiros, excluíndo expressamente os entrangeiros; condiciona ao preenchimento do requisitos estabelecidos em lei; o STJ ja decidiu que “a desigualdade física, moral e intelectual é um fato que a lei reconhece e por vezes aprecia e apura, como sucede na seleção do pessoal para as funções públicas, acessíveis a qualquer que de prova da capacidade exigida”.
      Concurso: é obrigatório, ressalvados os cargos em comissão; é o meio técnico posto à disposição da Administração para obter-se moralidade, eficiência e aperfeiçoamento do serviço, e proporciar aos interessados igual oportunidade; tem validade de 2 anos, contados da homologação, prorrogável uma vez; após segue-se o provimento do cargo, através da nomeação ( é ato de provimento de cargo que se completa com a posse e o exercício) do canditado aprovado.
      Comentário:A Constituição Federal, no art. 5°, XX, prevê a liberdade associativa genericamente: "ninguém será compelido a associar-se ou a permanecer associado"; ratificando tal direito de forma mais específica no caput do art. 8°: "É livre a associação profissional ou sindical ...”; e, para não deixar dúvidas, reafirma-o mais uma vez, no mesmo artigo, inciso V: "ninguém será obrigado a filiarse ou manter-se filiado a sindicato". A filiação partidária e sindical é um direito do servidor e não uma imposição legal. 
    • A validade do concurso será até 2 anos.

    • Letra "B"

       

       b) A lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão.

       

      Enunciado Administrativo 12 do CNJ - Em todos os concursos públicos para provimento de cargos do Poder Judiciário, inclusive para ingresso na atividade notarial e de registro, será assegurada reserva de vagas a candidatos com deficiência, em percentual não inferior a 5% (cinco por cento), nem superior a 20% do total de vagas oferecidas no concurso, arredondando-se para o número inteiro superior, caso fracionário o resultado da aplicação do percentual, vedada a incidência de 'nota de corte' decorrente da limitação numérica de aprovados e observando-se a compatibilidade entre as funções a serem desempenhadas e a deficiência do candidato.

      As listas de classificação, em todas as etapas, devem ser separadas, mantendo-se uma com classificação geral, incluídos os candidatos com deficiência e outra exclusivamente composta por estes.

       

      Visto o exposto acima o STF já negou a existência de vaga de deficiente em concurso público que só possuía duas vagas por violar o limite máximo de 20%.

       

      Fonte: Curso Mege (www.mege.com.br) - Direito Administrativo - Turma MP.

    • A) VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;



      B) VIII - a LEI reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão; [GABARITO]



      C) CF/88 § 4º - Os atos de improbidade administrativa IMPORTARÃO:
      1. A suspensão dos direitos políticos,
      2. A perda da função pública,
      3. A indisponibilidade dos bens e
      4. O ressarcimento ao erário,
      Na forma e gradação previstas em LEI, SEM PREJUÍZO da ação penal cabível.



      D) § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de DOLO ou CULPA.



      E) Art. 38. II - investido no mandato de PREFEITO, será AFASTADO do cargo, emprego ou função, sendo-lhe FACULTADO optar pela sua remuneração;


    ID
    665029
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Legislação Estadual
    Assuntos

    “É a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção médica.” Tal assertiva, segundo o Estatuto dos Servidores Públicos do Estado de Rondônia, traduz o conceito de:

    Alternativas
    Comentários
    • Embora não seja o Estatuto dos Servidores Públicos do Estado de Rondônia, dá pra matar a questão tendo como base a Lei nº 8.112/90.
      Art. 24.  Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção médica.
      Bons estudos!!!

       
    • a)      Nomeação
      Após a nomeação, ocorrerá a posse do servidor no respectivo cargo, no prazo de 30 dias. A partir da posse o servidor tem um prazo de 15 dias para entrar em exercício. A investidura no cargo se dá com a posse, a partir da qual passa a ser servidor efetivo. Só há posse em cargo de provimento originário. 
      b) Promoção
      É aquela que ocorre dentro da carreira, quando o servidor é promovido à classe superior.
       
      c)      Reintegração
      A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.
       
      d)     Reversão
      É o retorno à atividade de servidor aposentado por invalidez quando forem declarados insubsistentes os motivos da aposentadoria, ficando como excedente caso o cargo esteja provido.
      Há também a possibilidade de reversão a pedido do servidor que se aposentou voluntariamente, desde que: haja cargo vago, ele já fosse estável quando se aposentou, tenha solicitado a reversão no prazo de 5 anos a partir da aposentadoria, e, em qualquer caso, haja interesse para a Administração.
    •  "Art. 24.  Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção médica."
    • Readaptação é forma de provimento derivado, mediante a qual o servidor, estável ou não, tendo sofrido limitação física ou mental em suas habilidades, torna-se inapto para o exercício do cargo que ocupa, mas, não configurada a invalidez permanente, pode ainda exercer outro cargo para o qual a limitação sofrida não o incapacita. O cargo provido deverá ter atribuições afins às do anterior. Tem que ser respeitada a habilitação exigida, o nível de escolaridade e a equivalência de vencimentos. Na hipótese de inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga. 
    • Bem, a questão é sobre o o Estatuto dos Servidores Públicos do Estado de Rondônia, mas o conceito de recondução é o mesmo da L8112!

    ID
    665032
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Auditoria Governamental
    Assuntos

    Conforme previsto na Constituição Federal, compete aoTribunal de Contas:

    Alternativas
    Comentários
    • RESPOSTA D
      CF/88
      Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
      III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório;
    • Art. 1º Ao Tribunal de Contas da União, órgão de controle externo, compete, nos termos da Constituição Federal e na forma estabelecida nesta lei:

      I - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos das unidades dos poderes da União e das entidades da administração indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo poder público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte dano ao erário;

      obs.dji.grau.2Art. 5º, I, Jurisdição - TCU

      II - proceder, por iniciativa própria ou por solicitação do Congresso Nacional, de suas Casas ou das respectivas comissões, à fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial das unidades dos poderes da União e das entidades referidas no inciso anterior;

      III - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, nos termos do art. 36 desta lei;

      obs.dji.grau.1Art. 36, Contas do Presidente da República - TCU

      IV - acompanhar a arrecadação da receita a cargo da União e das entidades referidas no inciso I deste artigo, mediante inspeções e auditorias, ou por meio de demonstrativos próprios, na forma estabelecida no regimento interno;

      V - apreciar, para fins de registro, na forma estabelecida no regimento interno, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer Título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo poder público federal, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório;

    •  A opção C) se refere á finalidades do sistema de controle interno e coincidentemente já foi resposta de outra questão da Funcab 


    ID
    665035
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Administração Financeira e Orçamentária
    Assuntos

    A LRF – Lei de Responsabilidade Fiscal – determina que a geração de despesa na criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que não esteja subsidiada – previamente à emissão do empenho e à realização da licitação – por uma estimativa de impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes, será considerada:

    Alternativas
    Comentários
    • Lei complementar 101, de 04 de maio de 2000.


      Cap. IV - Da Despesa Pública
      Seção I - Da Gerãção da Despesa

       Art. 15. Serão consideradas não autorizadas, irregulares e lesivas ao patrimônio público a geração de despesa ou assunção de obrigação que não atendam o disposto nos arts. 16 e 17.

      Art. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento da despesa será acompanhado de:

              I - estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em vigor e nos dois subseqüentes;

              II - declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação orçamentária e financeira com a lei orçamentária anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias.

              § 1o Para os fins desta Lei Complementar, considera-se:

              I - adequada com a lei orçamentária anual, a despesa objeto de dotação específica e suficiente, ou que esteja abrangida por crédito genérico, de forma que somadas todas as despesas da mesma espécie, realizadas e a realizar, previstas no programa de trabalho, não sejam ultrapassados os limites estabelecidos para o exercício;

              II - compatível com o plano plurianual e a lei de diretrizes orçamentárias, a despesa que se conforme com as diretrizes, objetivos, prioridades e metas previstos nesses instrumentos e não infrinja qualquer de suas disposições.

              § 2o A estimativa de que trata o inciso I do caput será acompanhada das premissas e metodologia de cálculo utilizadas.

              § 3o Ressalva-se do disposto neste artigo a despesa considerada irrelevante, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias.

              § 4o As normas do caput constituem condição prévia para:

              I - empenho e licitação de serviços, fornecimento de bens ou execução de obras;

              II - desapropriação de imóveis urbanos a que se refere o § 3o do art. 182 da Constituição.

    • Empenho é o ato proveniente de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente de implemento de condição, não podendo haver realização de despesas sem prévio empenho.
      Assim, o empenho é uma medida preliminar, correspondente à dedução em uma determinada dotação orçamentária da parcela relativa ao pagamento de uma conta, e não pode exceder o limite do crédito concedido no orçamento.
      Para cada empenho que for efetuado deve ser extraído, salvo as exceções previstas em lei, um documento denominado “nota de empenho”, que deverá conter os seguintes requisitos: nome do credor, especificação e importância da despesa e a dedução da verba correspondente.

    ID
    665038
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Administração Financeira e Orçamentária
    Assuntos

    No que se refere às políticas de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento, com base no texto constitucional, pode-se afirmar que:

    Alternativas
    Comentários
    • RESPOSTA E
      CF/88
      Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
      § 2º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
    • Deve analisar princípio da reserva legal, pelo qual os orçamentos e os créditos adicionais só podem ser aprovados por lei formal. Entretanto, a Constituição atual (art. 167, § 3º) excetua do referido princípio os créditos extraordinários, que podem ser autorizados através de medida provisória (art. 62) em razão da urgência que se revestem.
      Anote-se ainda que o art. 165, § 9ºda CF, exige lei complementar para:
      a) dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;
      b) estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta, bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos.
    • O artigo 165, § 2º da CF/88 prevê que a Lei de Diretrizes Orçamentárias:

      • compreenderá metas e prioridades da administração pública federal
      • Incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente
      • Orientará a elaboração da LOA
      • Disporá sobre as alterações na legislação tributária
      • Estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficias de fomento
      Acrescentando...

          O estabelecimento da política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento tem por objetivo o controle dos gastos das agências que fomentam o desenvolvimento do país, cuja repercussão econômica que ocasionam justicafica a sua presença na Lei de Diretrizes Orçamentárias.


       

    • Você sabe que a política de aplicação das agências financeiras oficias de fomento  deve estar no orçamento público: isto exclui B e D.

      A e C são iguais, caberia até recurso de anulação se a matéria fosse de fato correta.

      Só resta uma alternativa : E

      Poderia ser uma questão explorada de forma mais complexa.


    ID
    665041
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Administração Financeira e Orçamentária
    Assuntos

    O Poder Executivo, nos termos da Constituição Federal, deve publicar relatório resumido da execução orçamentária em um prazo de até:

    Alternativas
    Comentários

    • Resposta A
      CF/88
      Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
      I - o plano plurianual;
      II - as diretrizes orçamentárias;
      III - os orçamentos anuais.
      § 1º - A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
      § 2º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
      § 3º - O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária.

    • Importante registrar do que é composto este relatório.

      Balanço Orçamentário
      Demonstrativo da execução de receitas e despesas, apuração da RCL,  receitas e despesas previdenciárias, resultados primário e nominal, despesas com juros e restos a pagar.

      Ainda no último bimestre um demonstrativo com as variações patrimoniais.
    • Finanças Públicas é matéria disciplinada nos artigos 165 a 169 da CF/88
      Orçamento é um programa de receitas e despesas que explicita a política econômica-financeira e o programa de trabalho do governo, obedecidos os princípios de unidade, universalidade, anualidade, exclusividade e nãovinculação, entre outros. No âmbito infraconstitucional, a legislação básica sobre a matéria encontra-se na Lei n. 4.320/64 e na Lei de Responsabilidade Fiscal (LC n. 101/2000).
    • Art. 165 da CF/88

      § 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária.

      Gabarito letra A.


    ID
    665044
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Contabilidade Pública
    Assuntos

    Assinale a alternativa que apresenta etapas de um procedimento licitatório da modalidade concorrência e seu respectivo registro contábil, em uma ordem cronológica adequada.

    Alternativas
    Comentários
    • ETAPAS DE UM PROCEDIMENTO LICITATÓRIO DA MODALIDADE CONCORRÊNCIA
      publicação do resumo do edital;
      habilitação dos interessados;
      devolução das propostas dos inabilitados;
      abertura dos envelopes das propostas dos habilitados;
       julgamento e classificação;
       homologação e adjudicação;
       assinatura do contrato;
      empenho;
      prestação do serviço;
      atestação,  liquidação, provisionamento da despesa e pagamento. 
      Princípios da Licitação: resumem-se nos seguintes preceitos:
      - Procedimento formal: 
      é o que impõe a vinculação da licitação às prescrições legais que a regem em todos seus atos e fases; não se decreta nulidade onde não houver dano para qualquer das partes.
      - Publicidade de seus atos: abrange desde os avisos de sua abertura até o conhecimento do edital e seus anexos, o exame da documentação e das propostas pelos interessados e o fornecimento de certidões de quaisquer peças, pareceres ou decisões com ela relacionadas.
      - Igualdade entre os licitantes: é princípio impeditivo da discriminação entre os participantes do certame; seu desatendimento constitui a forma mais insidiosa de desvio de poder.
      - Sigilo na apresentação das propostas: é consectário da igualdade entre os licitantes; constitui ilícito penal, além da anulação do procedimento, qualquer antecipação referente as propostas.
      - Vinculação ao Edital: é o princípio básico; não pode a Administração fixar no edital a forma e o modo de participação, e no decorrer do procedimento afastar-se do estabelecido.
      - Julgamento objetivo: é o que se baseia no critério indicado no edital e nos termos específicos das propostas; visa afastar o
      discricionarismo na escolha das propostas.
      - Probidade administrativa: é dever de todo administrador público, incluida também dentre os princípios específicos da licitação.
      Adjudicação compulsória: impede que a Administração, concluído o procedimento licitatório, atribua seu objeto a outrem que não o legítimo vencedor. 

    • publicação do resumo do edital; habilitação dos interessados; devolução das propostas dos inabilitados; abertura dos envelopes das propostas dos habilitados; julgamento e classificação; homologação e adjudicação; assinatura do contrato; empenho; prestação do serviço; atestação, liquidação, provisionamento da despesa e pagamento.
    • Errado o gabarito:


      "publicação do resumo do edital; habilitação dos interessados; devolução das propostas dos inabilitados; abertura dos envelopes das propostas dos habilitados; julgamento e classificação; homologação e adjudicação; assinatura do contrato; empenho; prestação do serviço; atestação, liquidação, provisionamento da despesa e pagamento."
      O empenho deve preceder a assinatura do contrato, pois, além de ser cláusula necessária nos contratos administrativos, é a garantia para o contratado de que a Adm.Púb. reservou recursos suficientes para adimplir seus encargos.
    • Bizu: Empenho é realizado logo após a assinatura do contrato. 


    ID
    665047
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Direito Administrativo
    Assuntos

    Nos termos da Lei n° 8.666/93, uma licitação para execução de obras, cujo objeto inclua bens e serviços sem similaridade e/ou com características e especificações exclusivas:

    Alternativas
    Comentários
    • RESPOSTA E
      LEI 8666/93
      Art. 7o  As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços obedecerão ao disposto neste artigo e, em particular, à seguinte seqüência:
      § 5o  É vedada a realização de licitação cujo objeto inclua bens e serviços sem similaridade ou de marcas, características e especificações exclusivas, salvo nos casos em que for tecnicamente justificável, ou ainda quando o fornecimento de tais materiais e serviços for feito sob o regime de administração contratada, previsto e discriminado no ato convocatório.
    • DISPENSA DE LICITAÇÃO
      A alienação de bens imóveis da Administração Pública, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos: dação em pagamento, doação, investidura, legitimação de posse, alienação, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso e permuta

      Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial:
      I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
      II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;
      III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.
    • Não entendi qual o erro da letra D
    • A letra D está errada pelo seguinte motivo: 

      O fato do produto não possuir similar não significa que haverá inviabilidade de competição, característica da inexigibilidade. O produto ou serviço pode possuir especificações exclusivas mas podem ser fornecidos e prestados por mais de um fornecedor ou prestador de serviço. 
    • É vedada a realização de licitação cujo objeto inclua bens  e serviços sem similaridade ou de marcas, características e especificações exclusivas, salvo nos casos em que for tecnicamente justificável, ou ainda quando o fornecimento de tais materiais e serviços for feito sob o regime de administração contratada, previsto e discriminado no ato convocatório.

      O parágrafo acima reflete a aplicação, entre outros, dos princípios da competitividade e igualdade.
      Atente-se no entanto, caso haja comprovada justificativa técnica como, por exemplo, quando apenas uma marca específica possa atender às necessidades da Administração, poderá haver a exigência de características ou especificações exclusivas, atenuando, pois, a competitividade.
      E, em relação ao regime de adminsitração contratada eu risquei porque esse foi vetado por motivo de interesse público.

      As razões do veto do regime da administração contratada, com fundamento na manifestação da AGU, tiveram o seguinte teor:
      " A experiência tem demonstrado que a execução indireta, sob regime de adminsitração contratada, envolve a assunção de elevadíssimos riscos pela Administração, que é obrigada a adotar cuidados extremos de fiscalização, sob pena de incorrer em elevados prejuízos em face do encarecimento final da obra ou serviço.
      Como é sabido, nesse regime de execução interessa ao contratado, que se remunera à base de um percentual incidente sobre os custos do que é empregado na obra ou serviço, tornar esses custos os mais elevados possíveis, já que, assim, também os seus ganhos serão maximizados.
    • Atentem para como foi precipitado o elaborador da questão. Quando mudou o texto, mudou o sentido. Acho que foi infeliz. 
      Leiam o enunciado e o artigo. 
    • É importante ressaltar, como bem colocou a colega Chiara, não existe mais o regime de execução de contratos denominado Administração Contratada, que foi vetado pelo PR da epoca (link abaixo) (Livro D. Adm VP e MA pag 533).
      http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/Mensagem_Veto/anterior_98/Vep335-L8666-93.pdf
      Assim só existe uma ressalva para realizar licitação que possua objeto com características/ especificações exclusivas: ser tecnicamente justificável.


    • § 5o É vedada a realização de licitação cujo objeto inclua bens e serviços sem similaridade ou de marcas, características e especificações exclusivas, salvo nos casos em que for tecnicamente justificável, ou ainda quando o fornecimento de tais materiais e serviços for feito sob o regime de administração contratada, previsto e discriminado no ato convocatório.

    • Uma explicação mais didática para a questão: a licitação será vedada se a ausência da elucidação de similaridade não for justificada tecnicamente.

      Por que não a "D"? A questão cita objeto "sem similaridade e/ou exclusividade", enquanto que para ser inexigível deve-se haver necessariamente inviabilidade competitiva! Não cair na pegadinha de associar diretamente inexigibilidade com exclusividade, já que só será inexigível se tal exclusividade gerar inviabilidade de competição.


    ID
    665050
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Auditoria
    Assuntos

    Quando do exercício do julgamento profissional necessário às estimativas contábeis, em condições de incerteza, a precaução, no sentido de que despesas não sejam subestimadas, é decorrente da aplicação:

    Alternativas
    Comentários
    • PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA
      Prof. Rivaldo Andrade Silva *
      A Resolução do Conselho Federal de Contabilidade nº  750 de 29 de dezembro de 1993 estabelece o Princípio da Prudência:
      “Art. 10  O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.
      § 1º O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que resulte menor patrimônio, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios Fundamentais de Contabilidade.

      § 3 º  A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA ganha ênfase quando, para definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem incertezas de grau variável


      *Mestre em Economia Empresarial e Coordenador do Curso de Ciências Contábeis da Faculdade Moraes Júnior
    • Prudência

      princípio da prudência especifica que ante duas alternativas, igualmente válidas, para a quantificação da variação patrimonial, será adotado o menor valor para os bens ou direitos e o maior valor para as obrigações ou exigibilidades. Assim, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos outros princípios fundamentais de contabilidade será escolhido a opção que diminui ou aumentar menos valor do Patrimônio Líquido.

      Baseia-se na premissa de "nunca antecipar Lucros e sempre prever possíveis Prejuízos.

      Essencialmente determina a adoção do menor valor para os componentes do Ativo e do maior valor para os componentes do Passivo, sempre que apresentarem alternativas igualmente válidas para o registro contábil. Isto, é claro, refletirá diretamente na Patrimônio Líquido da empresa. Desse modo, a aplicação do princípio da prudência resulta na obtenção do menor Patrimônio Líquido, entre aqueles possíveis diante de procedimentos alternativos de avaliação de fatos contabilizáveis. Esse princípio tem por objetivo não registrar antecipadamente nenhum lucro e, de outro lado, registrar todas as despesas e perdas que forem possíveis. Ou seja: nunca permitir que a contabilidade da empresa indique a existência de lucros que posam estarem superestimados pela adoção de um critério, entre dois ou mais possíveis, que eventualmente venha a não corresponder à realidade. A correta aplicação do princípio da prudência visa impedir que prevaleçam, na escrituração contábil, juízos puramente pessoais ou outros interesses. Resumindo: Entre várias alternativas válidas, para as receitas considere a menor e para despesas o valor maior. Exemplo: Dívida trabalhista a empresa prevê pagar um ação entre 2000 e 5000 reais. Então registra na contabilidade o valor maior mesmo que exista um pouco mais de chance de pagar um valor menor.

    • Wellington, cuidado porque a Resolução CFC 750/93 foi alterada pela Resolução CFC 1282/2010 em vários pontos.

      O PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA
       
      Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.
       
      § 1º O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que resulte menor patrimônio líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios Fundamentais de Contabilidade.
       
      Parágrafo único. O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais.(Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10)

      Inté
    • Algumas coisas que constavam na Resolução CFC nº 750/93 foram revogadas e atualizadas pela Resolução CFC nº 1.282/2010!


      Como o princípio da atualização monetária, que deixou de constar e agora passa a fazer parte do princípio pelo valor original, como uma das espécies das variações do custo histórico.

    • Letra E

    • Princípio do Conservadorismo Contábil (ou Prudência) pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais.


    ID
    665053
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Contabilidade Pública
    Assuntos

    Sob a perspectiva do setor público, o Princípio da Continuidade está vinculado:

    Alternativas
    Comentários
    • A observância do Princípio da CONTINUIDADE é indispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA, por efeito de se relacionar diretamente à quantificação dos componentes patrimoniais e à formação do resultado, e de se constituir dado importante para aferir a capacidade futura de geração de resultado”. (Resolução CFC nº 750/1993)
      Sob a perspectiva do setor público, a continuidade está vinculada ao estrito cumprimento da destinação social do seu patrimônio, ou seja, a continuidade da entidade se dá enquanto perdurar sua finalidade (Apêndice II à Resolução CFC nº 750/1993).
    • O enunciado do Princípio da Continuidade 

      “Art. 5º O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância.” (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.367/11) 
    • Princípio da Continuidade da Prestação do Serviço Público 
      Em se tratando de serviço público, o princípio mais importante é o da continuidade de sua prestação.  Num contrato administrativo, quando o particular descumpre suas obrigações, há rescisão contratual. Se é a Administração, entretanto, que descumpre suas obrigações, o particular não pode rescindir o contrato, tendo em vista o princípio da continuidade da prestação. Essa é a chamada “cláusula exorbitante”, que visa dar à Administração Pública uma prerrogativa que não existe para o particular, colocando-a em uma posição superior em razão da supremacia do interesse público.
    • "Para o setor público, a continuidade está vinculada ao cumprimento da destinação social do seu patrimônio. A continuidade da entidade se dá enquanto perdurar sua finalidade social."

      Deusvaldo de Carvalho, Orçamento e Contabilidade Pública, Capítulo I
    • - Sob a perspectiva do setor público, o princípio da continuidade está vinculado ao estrito cumprimento da destinação social do seu patrimônio, ou seja, a continuidade do ente se dá enquanto perdurar sua finalidade.
      Foi cobrada pelo cespe essa definição para o concurso "Secretaria de Estado de Educação - SEDUC - Contador" e dada como certa!

        
      Gabarito letra C.

    • Vamos nos lembrar do nosso esquema sobre o Princípio da Continuidade:

       

      Dessa forma, fica fácil ver que a alternativa C) está correta.

      Gabarito: LETRA C


    ID
    665056
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Contabilidade Pública
    Assuntos

    São elementos da conta patrimonial evidenciados na Demonstração das Variações Patrimoniais:

    Alternativas
    Comentários
    • Lei 4320/64
      Art. 104. A Demonstração das Variações Patrimoniais evidenciará as alterações verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da execução orçamentária, e indicará o resultado patrimonial do exercício.

         Entendem-se com independentes da execução orçamentária as Superveniências e Insubisistências ativas e passivas
    • LEI No 4.320, DE 17 DE MARÇO DE 1964.

      Art. 100 - As alterações da situação líquida patrimonial, que abrangem os resultados da execução orçamentária, bem como as variações independentes dessa execução e as superveniências e insubsistência ativas e passivas, constituirão elementos da conta patrimonial.

       


    ID
    665059
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Administração Financeira e Orçamentária
    Assuntos

    De acordo com as determinações da Lei Complementar n° 101/2000, o Anexo de Metas Fiscais deve demonstrar a real evolução do patrimônio líquido:

    Alternativas
    Comentários
    • Art. 4  da Lei 101/2000
      § 2o O Anexo (metas fiscias) conterá, ainda:

              I - avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior;

              II - demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálculo que justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos três exercícios anteriores, e evidenciando a consistência delas com as premissas e os objetivos da política econômica nacional;

              III - evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios, destacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos;

              IV - avaliação da situação financeira e atuarial:

              a) dos regimes geral de previdência social e próprio dos servidores públicos e do Fundo de Amparo ao Trabalhador;

              b) dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial;

              V - demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado.

              § 3o A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem.

              § 4o A mensagem que encaminhar o projeto da União apresentará, em anexo específico, os objetivos das políticas monetária, creditícia e cambial, bem como os parâmetros e as projeções para seus principais agregados e variáveis, e ainda as metas de inflação, para o exercício subseqüente.

    • Letra A

      LDO

      Além do estabelecimento e definição dos itens acima, a LDO deverá ser acompanhada dos chamados ANEXOS DE METAS FISCAIS. Esses Anexos deverão conter:

      - metas anuais para receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida para o exercício a que se referirem e para os dois exercícios seguintes.

      - Avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior;

      - Demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálculo que justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos três últimos exercícios, evidenciando a consistência delas com as premissas e os objetivos da política vigente;

      - Demonstrativo da evolução do patrimônio líquido nos últimos três exercícios, destacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos;

      - Avaliação financeira e atuarial de todos os fundos e programas municipais de natureza atuarial;

      - Demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado;

      - Avaliação dos passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas, informando as providências, caso se concretizem. Como exemplo, importante verificar os processos judiciais de devolução de tributos questionáveis, ou demanda de reivindicações salariais não concedidas.
       

    • O Anexo de Metas Fiscais envolve um período de 6 anos.

              § 1  Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em que 
      serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, 
      despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que 
      se referirem e para os dois seguintes. 

              § 2  O Anexo conterá, ainda: 
       
              I - avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior; 
              II - demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálculo que 
      justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos três exercícios 
      anteriores, e evidenciando a consistência delas com as premissas e os objetivos da política 
      econômica nacional; 

      METAS ANUAIS - ANO ATUAL + 2 ANOS SEGUINTES
      COMPARAÇÃO DAS METAS ANUAIS COM  - 3 EXERCÍCIOS ANTERIORES.

       
    • ps.ISSO QUE A COLEGA BELIZE FALOU ACIMA É DE METAS ANUAIS....

      E NAO DO PATRIMONIO LIQUIDO QUE ESTÁ NO MESMO ARTIGO PORÉM ITEM III, QUE COINCIDENTEMENTE SAO DOS ULTIMOS 3 EXERCICIOS
    • Olá colegas! Onde fala que o Anexo de Metas Fiscais comprrende um período de 6 anos?
    • Meta = Projeção, futuro....(LRF) - metas anuais para receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida para o exercício a que se referirem e para os dois exercícios seguintes.

      Evolução do Patrimônio = Já ocorreu, Passado... (LRF) - Demonstrativo da evolução do patrimônio líquido nos últimos três exercícios, destacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos;

    • Segundo o artigo 4° o anexo de metas fiscais conterá:

       - Cumprimento de metas

      - Demonstrativo de metas anuais com memória e metodologia

      - Evolução do PL dos 3 últimos exercícios

      - Estimativa e compensação de renúncia e expansão de despesas obrigatórias continuadas.
    • AMF 

       

      Execução para o exercício a que se refere e os dois segunintes.

      Comparação da evolução com os três anteriores.


    ID
    665062
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Contabilidade Pública
    Assuntos

    Para fins de apresentação na Demonstração das Variações Patrimoniais, as variações devem ser agrupadas em ativas e passivas e as despesas orçamentárias discriminadas por:

    Alternativas
    Comentários
    • Quanto à categoria econômica, as despesas são classificadas: Despesas Correntes e Despesas de Capital.
      O 1º dígito (1º nível) corresponde a categoria econômica.
    • Questão desatualizada:

      MCASP 6ª edição

      A DVP poderá ser elaborada de acordo com um dos dois modelos abaixo:


      a. Modelo Sintético: este modelo facilita a visualização dos grandes grupos de variações patrimoniais que
      compõem o resultado patrimonial. Esse modelo especifca apenas os grupos (2º nível de detalhamento do
      PCASP),
      acompanhado de quadros anexos que detalham sua composição.
      b. Modelo Analítico: este modelo detalha os subgrupos das variações patrimoniais em um único quadro.
      Esse modelo auxilia o recebimento das contas anuais por meio do Siconf para fns de consolidação.

       

      - Portanto, as variações patrimoniais (inclui-se as despesas) serão classificadas por GRUPOS (2º nível - modelos sintético) ou SUBGRUPOS(3º nível - modelos analítico), visto que a Categoria econômica é 1º nível da classificação... 

       


    ID
    665065
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Contabilidade Pública
    Assuntos

    A identificação dos eventos ou das condições que podem afetar a qualidade da informação contábil, nos termos do “Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público”, é denominada:

    Alternativas
    Comentários
    • Reprodução literal da Norma

      RESOLUÇÃO CFC Nº. 1.135/08
      Aprova a NBC T 16.8 – Controle   Interno          

                

       7. Mapeamento de riscos é a identificação dos eventos ou das condições que podem

      afetar a qualidade da informação contábil.

      Gabarito letra D

      Bons estudos a todos.
       


                
          
    • Estrutura e componentes 5. Estrutura de controle interno compreende ambiente de controle; mapeamento e avaliação de riscos; procedimentos de controle; informação e comunicação; e monitoramento. 6. O ambiente de controle deve demonstrar o grau de comprometimento em todos os níveis da administração com a qualidade do controle interno em seu conjunto. 7. Mapeamento de riscos é a identificação dos eventos ou das condições que podem afetar a qualidade da informação contábil. 8. Avaliação de riscos corresponde à análise da relevância dos riscos identificados, incluindo: (a) a avaliação da probabilidade de sua ocorrência; (b) a forma como serão gerenciados; (c) a definição das ações a serem implementadas para prevenir a sua ocorrência ou minimizar seu potencial; e (d) a resposta ao risco, indicando a decisão gerencial para mitigar os riscos, a partir de uma abordagem geral e estratégica, considerando as hipóteses de eliminação, redução, aceitação ou compartilhamento. 10. Procedimentos de controle são medidas e ações estabelecidas para prevenir ou detectar os riscos inerentes ou potenciais à tempestividade, à fidedignidade e à precisão da informação contábil, classificando-se em: (a) procedimentos de prevenção – medidas que antecedem o processamento de um ato ou um fato, para prevenir a ocorrência de omissões, inadequações e intempestividade da informação contábil; (b) procedimentos de detecção – medidas que visem à identificação, concomitante ou a posteriori, de erros, omissões, inadequações e intempestividade da informação contábil. 11. Monitoramento compreende o acompanhamento dos pressupostos do controle interno, visando assegurar a sua adequação aos objetivos, ao ambiente, aos recursos e aos riscos.12. O sistema de informação e comunicação da entidade do setor público deve identificar, armazenar e comunicar toda informação relevante, na forma e no período determinados, a fim de permitir a realização dos procedimentos estabelecidos e outras responsabilidades, orientar a tomada de decisão, permitir o monitoramento de ações e contribuir para a realização de todos os objetivos de controle interno. 

    ID
    665068
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Administração Financeira e Orçamentária
    Assuntos

    Pode-se considerar como uma EXCEÇÃO ao Princípio Orçamentário da Exclusividade:

    Alternativas
    Comentários
    • O Princípio Orçamentário da Exclusividade ordena que o orçamento dava conter matéria orçamentária apenas, e não cuidar de assuntos estanhos. Exceção é a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de créditos.



      CF/88

      Cap. II - Das Finanças Públicas
      Seção II - Dos Orçamentos

      Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
      I – o plano plurianual;
      II – as diretrizes orçamentárias;
      III – os orçamentos anuais.
      ...
      §8o A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.
    • “É importante mencionar que a possibilidade de autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, no conteúdo da lei orçamentária, constitui-se em exceção ao princípio da exclusividade.”


      Fonte: AFO – Administração Financeira e Orçamentária
      Autor: Sergio Jund
    • Princípio da Exclusividade da Matéria Orçamentária:

       Principio exclusividade da matéria orçamentária, pelo qual só pode constar do orçamento matéria pertinente à fixação da despesa e à previsão da receita, conforme determina o art. 165, § 8º da CF. Estão assim vedadas as denominadas “caudas orçamentárias”, que consistiam em medidas geralmente de caráter político-demagógico que eram introduzidas no orçamento sem que se relacionassem com a matéria orçamentária.
      Não há dúvida que, adotando o princípio acima referido (orça­mento só contém orçamento), a Constituição limitou a competência do Congresso Nacional no exame, discussão e deliberação da matéria orçamentária. 
      Entretanto, o § 8º do art. 165 da CF excetuou do mencionado princípio as seguintes medidas:
      a) autorização para abertura de créditos suplementares;
      b) operações de crédito, ainda que por antecipação da receita, nos termos da lei. 
      Os créditos suplementares, se destinam a suprir dotações orçamentárias insuficientes. Tal ocorre por ato do Poder Legislativo, autorizando o Executivo a abrir, por decreto, os necessários créditos, respeitado o limite que porventura for estabelecido pela lei, orçamentária ou especial, e condicionado à existência de fundos disponíveis para fazer à despesa pretendida. Justifica-se a exceção feita pelo dispositivo constitucional porque a autorização para abertura dos créditos suplementares é, em verdade, matéria orçamentária.
      As operações de crédito por antecipação de receita visam a cobrir um eventual déficit de caixa. Isso geralmente ocorre no início do exercício financeiro, quando as receitas tributárias arrecadadas se mostram ainda insuficientes para atender as despesas iniciais. Daí o Executivo ficar autorizado a efetuar as operações de crédito necessárias, como obtenção de empréstimos, a título de antecipação da receita orçamentária, para poder prover as referidas despesas. Assim, tal autorização relaciona-se, na realidade, com a matéria orçamentária.
    •  Princípio Orçamentário da Exclusividade fala que a LOA deve conter, apenas, matéria exclusiva quanto à previsão de receitas e a fixação de despesas, ou seja, assuntos de cunhos estritamente financeiro, porém como sabemos existe ressalva a essa vedação, pois, não se inclui a autorização para crédito suplementares e contratação de operações de crédito ainda que por antecipação de receitas, aquele diz respeito a abertura de crédito que se tornou insuficiente durante a execução orçamentária, então dessa forma entendemos que esse crédito já existia na previsão orçamentária, apenas não foi o suficiente para contemplar todas as despesas, sendo que ele necessita de prévia autorização legislativa em lei especial, podendo constar na própria lei do orçamento. 
    • O orçamento poderá conter autorização para abertura de créditos suplementares e operações de crédito, ainda que por antecipação da receita.
    • a)a destinação de recursos para Fundos Especiais. - exceção ao princípio da não-afetação

      b)a autorização para contratação de operação de crédito por antecipação de receita. - exceção ao princípio da Exclusividade

      c)a criação de dotação de recursos para reserva de contingências. - Especificação/Especialização/Discriminação

      d) o pagamento de restos a pagar e de despesas de exercícios anteriores. - exceção ao princípio da anualidade/periodicidade

      e) o orçamento de investimento em empresas nas quais o ente é sócio majoritário. - exceção ao princípio da Unidade/totalidade

    • O princípio da exclusividade pode ser traduzido pela afirmação inicial do art.
      165, § 8°, da CF/88:

      "A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da
      receita e à fixação da despesa (...)".

      Entretanto, temos que destacar as exceções que a própria Constituição
      impôs, na continuidade do dispositivo que começamos a analisar:

      "(...) não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos
      suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por
      antecipação de receita, nos termos da lei".
    • Exceções: Créditos suplementares e operações de crédito(inclusive ARO).
    • Também tive a mesma dúvida na letra c, porém, a "a criação de dotação de recursos para reserva de contingências" está reservada dentro dos princípios da especificidade ou especificação, princípio esse que é um pouco parecido com o princípio da exclusividade.

      O princípio da especificidade estatui que o orçamento não consignará dotações globais para atender às despesas. A exceção a essa regra será a reserva de contingência, que é a dotação global, genérica, colocada na LOA e destinada a atender passivos contingentes e outras despesas imprevistas.



    • Só uma pequena dica.
      Questão que afirme algo do tipo "a previsão de abertura de créditos adicionais na PLOA tem amparo legal" estará errada, visto que nem todos os créditos adicionais estão autorizados a figurar na PLOA: apenas os créditos adicionais suplementares podem.
      Créditos adicionais é gênero, que se subdivide em especial, extraordinário e sumplementar, sendo exceção do princípio da exclusividade apenas este último.
    • PRINCÍPIO DA EXCLUSIVIDADE


      Surgiu para evitar que o orçamento fosse utilizado para aprovação de matérias sem nenhuma pertinência com o conteúdo orçamentário, em virtude da celeridade de seu processo. Por exemplo: o orçamento não pode conter matéria de direito penal.
      O princípio da exclusividade determina que a LOA não poderá conter matéria estranha à previsão das receitas e à fixação das despesas. São exceções ao princípio da exclusividade:


      1) Créditos Suplementares;


      2) Operações de crédito, inclusive por ARO.

      Assim, o princípio da exclusividade tem o objetivo de limitar o conteúdo da lei orçamentária, impedindo que nela se inclua normas pertencentes a outros campos jurídicos, como forma de tirar proveito de um processo legislativo mais rápido. Tais normas que compunham a LOA sem nenhuma pertinência temática com seu conteúdo eram denominadas "caudas orçamentárias" ou "orçamentos rabilongos", nos dizeres de Ruy Barbosa. Por outro lado, as exceções ao princípio, conforme exposto acima, possibilitam uma pequena margem de flexibilidade ao P.Executivo para realização de alterações orçamentárias.



      Fonte: Prof. Sérgio Mendes.

      Alternativa B


      Bons estudos

    • Gabarito: B


      LOA - Instrumento de planejamento que somente prevê receitas e fixa despesas, de acordo com o princípio da exclusividade.

      Exceção: I - Créditos suplementares

                       II - Operações de crédito por Antecipação de Receita Orçamentária (ARO)

    • Gabarito: B

      EXCEÇÃO ao princípio da exclusividade:

      1) possibilidade da existência de créditos suplementares;

      2) Contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita (ARO).


      FUNDAMENTAÇÃO: Art. 165 § 8º, CF.


    ID
    665071
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Administração Financeira e Orçamentária
    Assuntos

    Sobre o Plano Plurianual, pode-se afirmar que estabelece:

    Alternativas
    Comentários
    • RESPOSTA D
      CF/88
      Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

      § 1º - A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
    • A Constituição Federal também prevê o plano plurianual. Ao contrário da lei orçamentária, que prevê receitas e despesas para o exercício subsequente, a lei que instituir o plano plurianual deve estabelecer as diretrizes, os objetivos e as metas da Administração Pública tanto para as despesas de capital e outras delas decorrentes como para as despesas relativas aos programas de duração continuada.
      plano plurianual deve estabelecer: Diretrizes, objetivos e metas da administração para as despesas de capital e outras dela decorrentes, assim como para as de programas de duração continuada, de forma regionalizada, elaborada no primeiro exercício do mandato, para os quatro exercícios seguintes.
    • Alternativa correta: D

          O Plano Plurianual, bem como a Lei de Diretrizes Orçamentárias, é uma inovação estabelecida pela Constituição Federal de 88, que traz no seu artigo 165, § 1º, a seguinte redação: "a lei que instituir o Plano Plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada".

          Devem constar no conteúdo do PPA, portanto, as definições para as despesas de capital (que são as que contribuem para a aquisição ou formação de um bem de capital) e as definições para as despesas dos programas de duração continuada (que são aqueles que têm duração estendida para mais de um exercício financeiro)

          Uma outra observação que se observa no item é o referente ao prazo de duração do PPA, que no ADCT, artigo 35, § 2º, assim está disposto:
      "Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão obedecidas as seguintes normas:
      I - o projeto do Plano Plurianual, para vigência até final do primeiro exercício financeiro do mandato presidencial subsequente, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa."

       

       
    • O Plano Plurianual é o instrumento da ação governamental que estabelece, de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos e as metas da administração pública e as despesas de capital e outras delas decorrentes e relativas aos programas de duração continuada. Disposições Constitucionais:
       
       
      ·         Os orçamentos fiscal e de investimentos das empresas devem ser compatibilizados com o PPA;
       
       
      ·         O início de qualquer investimento, cuja execução ultrapasse um exercício financeiro, dependerá de sua prévia inclusão no PPA, sob pena de crime de responsabilidade;
       
       
      ·         Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais serão elaborados em consonância com o PPA e aprovados pelo Congresso Nacional ou Assembléia Legislativa.
       
      O prazo para envio do projeto de Lei do PPA ao Poder Legislativo é o dia 31 de agosto do primeiro exercício do mandato do Chefe do Poder Executivo
       
      Fonte: LFG
    • Quando penso no PPA, vejo a seguinte estrutura;
       PPA deve se estabelecer de forma:

       REGIONALIZADA:Podemos inferir que são as 5 regiões do Brasil
       
      Contemplando Três pontos:
      1. DIRETRIZES( NORMAS GERAIS)
      2. OBJETIVOS (DISCRIMINAÇÃO DOS RESULTADOS)
      3. METAS( QUANTIFICAÇÃO FÍSICA DOS OBJETIVOS)
      Devendo atender:
      DESPESAS DE CAPITAL( GASTOS COM INVESTIMENTOS) E OUTRAS DELAS DECORRENTES( MANUTENÇÃO DAS ATIVIDADES)

      Referente a :
      PROGRAMA DE DURAÇÃO CONTINUADA (PROGRAMAS CUJA A EXECUÇÃO ULTRAPASSA UM EXERCÍCIO FINANCEIRO)
       
      Vigência:
      QUADRIENAL( 4 ANOS), devendo ser entregue até 31/08 e autorizada até 22/12
      Deus os abençoe e bons estudos
    • GABARITO: D

      Plano Plurianal (PPA) 

      - Estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas (DOM) da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada;

      - Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.

      fonte:
      Noções de Administração p/ Agente e Escrivão da Polícia Federal - Teoria e Questões Comentadas do CESPE - Profs. Sérgio Mendes e Rodrigo Rennó – Aula 01
    • Gabarito: D

      PPA - Estabelece de forma regionalizada as Diretrizes, Objetivos e Metas (DOM), da Administração Pública para:

      1- Despesas de capital e outras dela decorrentes; e

      2- Programas de duração continuada.

      Não coincide com o mandato, inicia-se no 2° ano de mandato e termina no 1° ano do mandato subsequente, sendo assim é elaborado no 1° exercício do mandato, para os quatro exercícios seguintes.



    ID
    665074
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Administração Financeira e Orçamentária
    Assuntos

    Assinale a alternativa que apresenta a composição da dívida flutuante de forma mais completa e correta.

    Alternativas
    Comentários
    • Lei 4320, de 17 de março de 1964

      Titulo IX - Da Contabilidade
      Capítulo II - Da Contabilidade Orçamentária e Financeira

      Art. 92 - A dívida flutuante compreende:

      I - os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida;
      II - os serviços da dívida a pagar;
      III - os depósitos;
      IV - os débitos de tesouraria;

      *operações de crédito por antecipação de receita = Processo pelo qual o tesouro público pode contrair uma dívida por "antecipação da receita prevista",  a  qual será  liquidada  quando  efetivada a  entrada  de numerário. Destina-se a atender insuficiência de caixa dentro do próprio exercício financeiro. É uma dívida de curto prazo, classificada dentro do grupo das Dívidas Flutuantes sob a denominação de Débitos de Tesouraria.


      Coloquei esse * porque eu mesmo não sabia sobre essa definição, e caso mais alguém tenha a mesma dúvida, segue o significado.

    • A dívida pública na Lei 4.320/64

      A referida Lei, no art. 92, estabelece que a dívida flutuante compreenderá:

      1) Os Restos a pagar, excluídos os serviços da dívida.
      2) Os Serviços da Dívida a pagar (parcelas de amortização e de juros da dívida fundada)
      3) Os depósitos (consignações ou cauções e garantias recebidas em função de execução de obra pública, por exemplo)
      4) Os Débitos de tesouraria (ARO - operações de crédito por antecipação de receita destinadas a cobrir insuficiência de caixa ou tesouraria)

      (Direito Financeiro e Controle Externo - Valdecir Pascoal)
    • Constituem restos a pagar as diferenças empenhadas durante o exercício, mas que não foram pagas até 31 de dezembro, ficando, portanto, o pagamento transferido para o exercício seguinte de acordo com verbas previstas no orçamento.
      Determinadas despesas definidas em lei, em regra de valor peque­no e que se destinem a determinados fins, e que não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação, poderão ser objeto de adiantamento ao servidor, para que as realize (Lei nº4.320/64 , art. 68).
      O Decreto-lei nº200/67, em seu art. 74, § 3º, constitui a figura do suprimento de fundos, que em casos excepcionais, quando houver despesa não atendível pela via bancária, pode ser autorizado pelas autoridades ordenadoras, de preferência, agentes afiançados, fazendo-se os lançamentos contábeis necessários e fixando-se prazo para comprovação dos gastos. A Lei nº4.320 e o Decreto-lei nº200, já mencionados, contêm normas a respeito dos processos da efetivação da despesa e do procedimento da receita, complementadas pelo Regulamento Geral de Contabilidade Pública.
       
    • ei, mas as Operacoes de credito por antecipacao de receita segundo a LRF compoe a divida publica consolidada mesmo que o prazo seja inferior a 12 meses.
    • Acho que você se confundiu Louisi.
      A LRF traz o seguinte:
      Conceito de dívida consolidada no art. 29 abarcando um conceito bem amplo de operações de crédito. Veja que no inciso III traz o conceito de operação de crédito, mas não abarca as por ARO.
      Vejamos agora o parágrafo 3º:
      § 3o Também integram a dívida pública consolidada as operações de crédito de prazo inferior a doze meses cujas receitas tenham constado do orçamento.
      Aqui consta aquelas operações que são menores que 12 meses, mas têm que ter constado no orçamento.
      Isso exclui AROs, pois elas são receitas extraorçamentárias e, portanto, não constam no orçamento.
      As operações de crédito por  AROS são tão peculiares que nem são computadas para fins da “regra de ouro”, desde que integralmente pagas até 10 de dezembro ( inteligência do art. 38, § 1o  ,da LRF).
      Espero ter te ajudado a tirar a dúvida.
    • Pessoal, alguém poderia me explicar a diferença entre essas duas expressões "excluídos os serviços da dívida" e "serviços da dívida a pagar", já que claramente estão postas na lei 4320/64 como coisas distintas?

      ó e agora, quem poderá me defender?!
    • Pessoal, a questão pede a alternativa que apresenta a composição da dívida flutuante de forma mais completa e correta.

      Sendo assim, compare as assertivas "c" e "e". Agora veja que as duas estão corretas, mas a "c" está mais completa porque cita depósitos de forma geral (consignações em folha de pagamento, garantias, e outros que a ADM tem que devolver), enquanto a "e" cita apenas um tipo de depósito (consignações em folha de pagamento).


    ID
    665077
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Administração Financeira e Orçamentária
    Assuntos

    De acordo com o Manual da Secretaria do Tesouro Nacional, em uma operação de concessão de suprimento de fundos:

    Alternativas
    Comentários
    • O Decreto-lei nº200/67, em seu art. 74, § 3º, constitui a figura do suprimento de fundos, que em casos excepcionais, quando houver despesa não atendível pela via bancária, pode ser autorizado pelas autoridades ordenadoras, de preferência, agentes afiançados, fazendo-se os lançamentos contábeis necessários e fixando-se prazo para comprovação dos gastos
    • RESOLUÇÃO n° 583, 20 novembro de 2007

      § 2º Os suprimentos de fundos concedidos são considerados despesa efetiva, registrada sob a responsabilidade do servidor suprido, até que se lhe proceda à respectiva baixa, após a aprovação das contas prestadas.
    • Conforme se percebe nos lançamentos abaixo, o empenho, a liquidação e o pagamento são efetuados no momento da concessão. Já a efetiva realização da despesa ocorre somente quando da prestação de contas.

      MCASP 2012:

      No empenho da dotação orçamentária:
       
      Código da Conta Título da Conta
      D 6.2.2.1.1.xx.xx  Crédito disponível
      C 6.2.2.1.3.01.xx Crédito empenhado a liquidar

      Código da Conta Título da Conta
      D 8.2.1.1.1.xx.xx Disponibilidade por destinação de recursos
      C 8.2.1.1.2.xx.xx Disponibilidade por destinação de recursos comprometida por empenho

      Na liquidação:

      Código da Conta Título da Conta
      D 6.2.2.1.3.01.xx Crédito empenhado a liquidar
      C 6.2.2.1.3.03.xx Crédito empenhado liquidado a pagar

      Código da Conta Título da Conta
      D 8.2.1.1.1.xx.xx Disponibilidade por destinação de recursos
      C 8.2.1.1.3.xx.xx Disponibilidade por destinação de recursos  comprometida por liquidação e entradas compensatórias

      Saída do recurso financeiro:
      Código da Conta Título da Conta
      D 1.1.3.1.1.02.xx Outros adiantamentos concedidos a pessoal – Suprimento de fundos (P)
      C 2.1.5.9.1.03.xx Suprimento de fundos a pagar (F)
       
      Código da Conta Título da Conta
      D 2.1.5.9.1.03.xx Suprimento de fundos a pagar (F)
      C 1.1.1.1.x.xx.xx Caixa e equivalentes de caixa em moeda nacional (F)

      Código da Conta Título da Conta
      D 8.2.1.1.3.xx.xx Disponibilidade por destinação de recursos comprometida por liquidação e entradas compensatórias
      C 8.2.1.1.4.xx.xx Disponibilidade por destinação de recursos utilizada 

      Código da Conta Título da Conta
      D 6.2.2.1.3.03.xx Crédito empenhado liquidado a pagar
      C 6.2.2.1.3.04.xx Crédito empenhado pago

      Na prestação de contas: 

      Código da Conta Título da Conta
      D 3.x.x.x.x.xx.xx Variação Patrimonial Diminutiva
      C 1.1.3.1.1.02.xx Outros adiantamentos concedidos  a pessoal  – Suprimento de fundos (P)
    • Despesa pelo suprimento de fundos tradicional: nessa sistemática o dinheiro é disponibilizado para o servidor público, através de depósito para uma conta bancária específica no Banco do Brasil (no caso do Governo Federal).O empenho é emitido em nome do servidor suprido, pois o dinheiro é depositado em uma conta bancária em nome dele, aberta especificamente para movimentar recursos exclusivos do suprimento de fundos.
      Atenção!
      A despesa será empenhada e liquidada para que finalmente possa ser efetuado o pagamento, ou seja, a entrega do recurso financeiro ao servidor. Será emitida a nota de empenho (1ª fase de execução da despesa), ocorrendo a despesa pelo enfoque orçamentário, pois o recurso orçamentário foi utilizado.
      Lembre-se!
      Para concessão do suprimento de fundos deverá sempre ser efetuado previamente o empenho na dotação própria. Em seguida será a despesa liquidada (2ª fase de execução), ocorrendo a despesa para fins de registro pela contabilidade pública, pois em virtude da liquidação será providenciado o desembolso de recurso financeiro. A liquidação consistirá basicamente em verificar que se trata de um suprimento de fundos e outras demais condições para concessão desse adiantamento ao servidor. Essa 2ª fase de execução da despesa possibilitará que o recurso financeiro possa ser entregue ao suprido (pagamento, 3ª fase de execução).
      Com a liquidação será a despesa registrada pela contabilidade como também inscrito no ativo o crédito contra o suprido, ou seja, o direito do órgão de receber bens, direitos ou o dinheiro de volta.
      Portanto, a despesa foi paga sem que tenha havido a obtenção de qualquer benefício pelo órgão (bens ou serviços). Até este momento apenas consta no ativo o registro do direito de receber os recursos entregues/pagos antecipadamente ao servidor público. A despesa sob o enfoque patrimonial ocorrerá apenas na prestação de contas pelo suprido. A parcela do recurso utilizado em bens de consumo imediato ou serviços será uma despesa sob o enfoque patrimonial, pois culminará na diminuição do patrimônio líquido.

    • Variação patrimonial diminutiva? 

    • A) ERRADA. O registro da variação ocorre no momento da prestação de contas.

      B) ERRADA. No momento da concessão não há variação patrimonial. Nesse caso a despesa é permutativa e não modificativa.

      C) ERRADA. Afeta a despesa e gera uma variação patrimonial.

      D) CORRETA. Somente após a prestação de contas é que a despesa constituirá um elemento modificativo patrimonial.

      E) ERRADA. Não é registro de movimentação financeira e sim de variação patrimonial.
       


    ID
    665080
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Administração Financeira e Orçamentária
    Assuntos

    Deverão ser reconhecidas em dotação específica consignada para fazer face às despesas de exercícios já encerrados, aquelas:

    Alternativas
    Comentários
    • DECRETO 93872/86

      Art . 22. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida, e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente, poderão ser pagos à conta de dotação destinada a atender despesas de exercícios anteriores, respeitada a categoria econômica própria (Lei nº 4.320/64, art. 37).

      § 1º O reconhecimento da obrigação de pagamento, de que trata este artigo, cabe à autoridade competente para empenhar a despesa.

      § 2º Para os efeitos deste artigo, considera-se:

      a) despesas que não se tenham processado na época própria, aquelas cujo empenho tenha sido considerado insubsistente e anulado no encerramento do exercício correspondente, mas que, dentro do prazo estabelecido, o credor tenha cumprido sua obrigação;

      b) restos a pagar com prescrição interrompida, a despesa cuja inscrição como restos a pagar tenha sido cancelada, mas ainda vigente o direito do credor;

      c) compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício, a obrigação de pagamento criada em virtude de lei, mas somente reconhecido o direito do reclamante após o encerramento do exercício correspondente

    •  princípio da anualidade que o orçamento deve ser elaborado para um período determinado, que, na maioria dos Estados, corresponde ao prazo de um ano. Este prazo não é fixado arbitraria­mente porque representa uma unidade de tempo natural e corresponde a uma medida normal das previsões humanas. A vigência periódica do orçamento fundamenta-se principalmente nas seguintes razões:
      a) a previsão orçamentária não pode ter uma existência ilimitada, sob pena de ficar fora do alcance da capacidade humana;
      b) sendo periódico o orçamento, há um maior controle quanto à sua execução;
      c) o contribuinte está mais protegido, eis que, periodicamente, se pode fazer uma revisão da carga tributária e adaptá-la às necessidades do Estado, que, como se sabe, variam no tempo e no espaço.
      O art. 165, § 9º, I, da CF, reza que cabe à lei complementar dispor sobre o exercício financeiro. O art. 34 da Lei nº4.320/64 dispõe que o exercício financeiro coincidirá com o ano civil. A Lei nº4.320, em seu art. 2º, prescreve expressamente que a lei do orçamento obedecerá aos princípios da unidade, universalidade e anualidade, verdadeiros cânones das finanças clássicas
    • Reconhecidas como Despesas de Exercícios Anteriores:
       
      a) ocorridas em exercícios anteriores, para as quais o orçamento consignava dotação com crédito suficiente para atendê-las, que não foram processadas e cujo empenho tenha sido anulado no encerramento do exercício.
       
      Bons estudos!
    • - São despesas fixadas, no orçamento vigente, decorrentes de compromissos assumidos em exercícios anteriores àquele em que deva ocorrer o pagamento. 

      - Não se confundem com restos a pagar, tendo 
      em vista que sequer foram empenhadas ou, se foram,  tiveram seus empenhos anulados ou cancelados.

      - O artigo 37 da Lei nº 4.320/64 dispõe que as despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica. 

      - O reconhecimento da obrigação de pagamento das despesas com exercícios anteriores cabe à  autoridade competente para empenhar a despesa. 

      - As despesas que não se tenham processado na época própria são aquelas cujo empenho tenha sido considerado insubsistente e anulado no encerramento do exercício correspondente, mas que, dentro do prazo estabelecido, o credor tenha cumprido sua obrigação.  
       
      - Os restos a pagar com prescrição interrompida são aqueles cancelados, mas ainda vigente o direito do credor.  

      - Os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício são aqueles cuja obrigação de pagamento foi criada em virtude de lei, mas somente reconhecido o direito do reclamante após o encerramento do exercício correspondente.
    • Ola pessoaaaaaalll! Vamos lá: o que são Despesas dos Exercícios Anteriores (DEAs) ? Art 37 Lei 4320: ***DEAs são as despesas relativas a exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria;
      Ao final de um exercício, determinada despesa pode não ter sido processada, porque o empenho pode ter sido considerado insubsistente e anulado. No entanto, o credor havia, dentro do prazo estabelecido, cumprido sua obrigação.  *** DEAs são restos a pagar com precrição interrompida;
      são aqueles cuja inscrição tenha sido cancelada, mas ainda está vigente o direito do credor. *** DEAs são compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente.
      Exemplo: o que ocorrerá se a administração oública reconhecer dívida correspondente a vários anos de diferenças em gratificação de servidores públicos em atividade.    a) ocorridas em exercícios anteriores, para as quais o orçamento consignava dotação com crédito suficiente para atendê-las, que não foram processadas e cujo empenho tenha sido anulado no encerramento do exercício. (CERTINHAAAA!!!)  b) ocorridas no exercício anterior e não processadas em virtude de insuficiência de saldo na dotação orçamentária correspondente. (ERRADA) - não há insuficência de saldo!  c) empenhadas em exercícios anteriores e inscritas em restos a pagar não processados. (ERRADA) - A despesa pode ser considerada não processada porque o empenho foi nulo.  d) cujos compromissos sejam decorrentes de contratos assinados em exercícios anteriores, com crédito suficiente para atendê-las, executadas em exercícios posteriores. (ERRADA) - exercícios anteriores.  e) cujos gastos estejam vinculados à arrecadação de recursos em exercício anterior. exercício posterior - DEAs são compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente.

    ID
    665083
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Administração Financeira e Orçamentária
    Assuntos

    São receitas correntes, as:

    Alternativas
    Comentários
    • Receitas Correntes:
      Tributa - Tributos
      Com - Contribuições
      Pais - (patrimonio ; agropecuária ; industria e serviços)
      Receitas capitais:
      Opera - operações de creditos
      ali - alienações
      amor - amortizações


    • Letra a



      Receitas correntes:                                       Receitas de capital:

      * Tributária                                                * Operações de crédito

      * Contribuições                                             * Alienação de bens

      * Patrimonial                                                 * Amortização de empréstimos

      * Agropecuária                                              * Transferência de capital

      * Industriais                                                   * Outras receitas de capital

      * Serviços

      * Transferência correntes

      * Outras receitas correntes

    • Esclarecendo a letra D que se refere a receitas de capital:
      O superavit do orçamento corrente é considerado receita de capital.
    • Duas espécies de receitas públicas não expressas em dinheiro, que são:
      a) certos serviços de pessoas não pagos em dinheiro; e
      b) o pagamento de certos impostos por outros meios que não em dinheiro. Alguns desses serviços gratuitos são prestados voluntariamente aos poderes públicos, outros por força da lei.
      Exemplos dos primeiros, na Inglaterra, são serviços para a magistratura e para empresas. Exemplos dos últimos são os serviços do júri e as obrigações que têm todos os cidadãos, de acordo com a Common Law (Lei Civil), de ajudar na remoção da neve das ruas, na extinção de incêndios e na ajuda à polícia na perseguição a assassinos e ladrões.
      Uma forma mais importante de serviços em muitas comunidades modernas é o serviço militar obrigatório. Mas este é pago, embora numa base muito mais baixa do que seria necessário, a fim de obter um montante igual de serviço voluntário pago. 
      Face às razões expostas, entendemos ser o termo finança insuficiente para compreender a atividade financeira do Estado, pelo que deve vir acompanhada do adjetivo pública.
    • Frase Mnemônica Para RECEITAS CORRENTES→TRIBUTA CON PAIS
      1. TRIBUTÁ ria- e a resultante da arrecadação de tributos (impostos, taxas e contribuições de melhoria). Exemplo: arrecadação de IR, IPI, ICMS, IPVA, IPTU, ISS etc.
       
      2. CON tribuições– são as provenientes de contribuições sociais e econômicas. Exemplo: arrecadação de contribuição do PIS, COFINS, contribuição para o regime de previdência, etc.
       
      3. P atrimonial - resulta da utilização, por terceiros, dos elementos patrimoniais: aluguéis, arrendamentos, foros e laudêmios, taxa de ocupação de imóveis, juros de títulos de renda, dividendos e outras participações em capital de outras empresas. São as receitas obtidas na exploração do patrimônio do Estado. Ex: arrecadação de alugueis.“É o ingresso proveniente de rendimentos sobre investimentos do ativo permanente, de aplicações de disponibilidades em operações de mercado e outros rendimentos oriundos de renda de ativos permanentes.”Receitas imobiliárias e de valores mobiliários constituem receita patrimonial, que se classifica como receita corrente, para qualquer esfera da administração
       
      4. A gropecuária- São receitas que resultam da exploração direta, por parte do estado, de operações comerciais decorrentes de atividades agropecuárias.
       
      5. I ndustrial – são receitas que resultam da exploração direta, por parte do estado, de operações comerciais decorrentes de atividades industriais.
       
      6. S erviços- São receitas provenientes de serviços executados pelo Estado.
       
    • 7. Transferências Correntes- Destinadas a aplicações correntes, são os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, independentemente da contraprestação direta em bens e serviços. Podem ocorrer de forma intragovernamental ou intergovernamental, bem como ser recebidos de instituições privadas, do exterior e de pessoas; são recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito publico ou privado, destinados ao atendimento de despesas correntes. Ex: os juros da dívida pública, Conforme expressa a L. 4320/64 no seu art. 13. 
      8. Outras Receitas Correntes- são provenientes de multas e juros de mora, cobrança da divida ativa, restituições e indenizações, e outras que não tenham classificação especifica.  
    • Esclarecendo o fato do superávit do orçamento corrente ser receita de capital.

      Conforme estabelece o §3º do art. 11 da Lei 4.320/64, o Superávit do Orçamento Corrente, resultante do balanceamento dos totais das receitas e despesas correntes, não constituirá item de receita orçamentária. 

      O fato do superávit do orçamento corrente ser uma receita de capital e não se constituir em item da receita orçamentária tem uma explicação lógica. Tal sobra de recursos, quando houver, já terá sido contabilizada nos itens de receitas correspondentes como Receitas Correntes. Assim, se considerado como item da receita orçamentária, tal superávit seria duplamente contabilizado como receita orçamentária: como receita corrente e como receita de capital. Quis o legislador dizer, na verdade, que a sobra das receitas correntes sobre as despesas correntes se somará às receitas efetivas de capital para fazer face às despesas de capital. Em outras palavras, o Superávit do Orçamento Corrente indica que há receitas correntes financiando despesas de capital. 

      Fonte: Prof. Fernando Aprato.
    • Receitas Correntes:
      Tributa Con Pais
      Receitas capitais:
      Opera ali amor 

    ID
    665086
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Administração Financeira e Orçamentária
    Assuntos

    O lançamento a débito na conta da Dívida Ativa é uma evidência de que:

    Alternativas
    Comentários
    • "E"

      Um débito em conta de Dívida Ativa significa que o valor não está sendo recebido, pois, caso assim fosse, o débito seria numa conta "caixa". 

      Se há um débito em conta de Dívida Ativa é sinal que foi feito o reconhecimento do fato gerador.
      Os lançamentos seriam: (CPU antiga)


      Inscrição - Sistema Patrimonial

      D - divida ativa
      C - vairiação ativa extraorçamentária

      Recebimento - Sistema Financeiro e Sistema Patrimonial

      D - caixa
      C - receita corrente não efetiva

      D - mutação passiva
      C - divida ativa
    • Função do Título da Execução Fiscal
      ·  Materializar o crédito da Fazenda Pública.
      ·  Materializar o dever do contribuinte de pagar a quantia líquida e certa nele inserida.
      O título (certidão da dívida ativa) forma-se de acordo com os arts. 2.º, da Lei n. 6.830/80 e 201 do CTN.
      Em razão do princípio da supremacia do interesse público, os atos da Administração Pública gozam de auto-executoriedade.
      A certidão da dívida ativa é um ato administrativo, mas não goza do atributo da auto-executoriedade e possui como característica a executividade porque a certidão da dívida ativa é formada unilateralmente pela Fazenda Pública.
      A certidão da dívida ativa goza da presunção relativa de liquidez e certeza (art. 3.º e par. ún. da Lei n. 6.830/80).
    • Em relação ao lançamento a débito na conta da Dívida Ativa, em termos de expectativa de liquidez, ocorre uma tranferência de curto prazo (quando ainda é apenas um DÍVIDA  que está dentro do prazo de vencimento) para longo prazo (dívida já inscrita como DÍVIDA ATIVA que não foi paga dentro do vencimento) pois, tendo em vista o inadimplemento, torna incerta a realização do crédito. 
      Dessarte, a aplicação do
      regime orçamentário de caixa descrito no art. 11 da Lei 4.320/64 que resulta em registro contábil do ingresso de recursos, provenientes de receitas anteriormente reconhecidas ou reconhecidas no momento do recebimento (Curto prazo). Considera-se também ingresso de disponibilidades de recursos a compensação ou quitação de obrigações (ex.: pagamento da Dívida Ativa) utilizando-se de direitos ou conversão de obrigação em receita, cujos recebimentos estejam previstos no orçamento. 
      Portanto, o lançamento a débito na conta da Dívida Ativa (que de uma dívida a curto prazo passou à Dívida Ativa a longo prazo) não pode ser feito pelo regime de caixa que se trata de ingressos de recursos de curto prazo. 
    • o registro de dívida ativa afeta positivamente o patrimônio da

      unidade responsável pela cobrança, embora não tenha efeitos sobre o caixa.

      Por isso, em alguns concursos, já se falou que o registro da dívida ativa é

      exceção ao princípio de caixa.


    • Reproduzindo o excelente comentário do colega em outra questão 

       Q14506 

      A inscrição da dívida ativa, no sistema patrimonial, deve ser processada pelo lançamento:

      Resposta: 

      D - Ativo Permanente/Dívida Ativa 
      C - Variações Ativas Resultantes da Execução Orçamentária/Mutações Patrimoniais/Inscrição de Dívida Ativa


      Comentado por amaury há mais de 4 anos.

      A inscrição em dívida ativa é uma EXCEÇÃO AO REGIME DE CAIXA PARA A RECEITA. Ela considera-se realizada, mesmo antes do seu efetivo recebimento, pela inscrição (que gera a tal variação ativa). Ou seja, durante o prazo para o pagamento, estamos na fase de lançamento. Nenhum lançamento é feito neste momento. Quando a dívida vence, o contribuinte é inscrito em dívida ativa. Nesse momento, há um lançamento de VARIAÇÕES ATIVAS INDEPENDENTES DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA, aumentando o PATRIMÔNIO LÍQUIDO, pela INSCRIÇÃO. Mas o Estado ainda não recebeu, não deveria ter aumentado o PL apenas pelo direito ao recebimento, assim, o PL aumentou não pela entrada de recursos financeiros, mas pelo direito a receber. Por isso falamos que a inscrição em dívida ativa é uma exceção ao regime de caixa para a receita. Quando do recebimento, que pode ocorrer vários exercícios depois, a receita agora é orçamentária. A dívida ativa é considerada receita orçamentária no exercício em que for recebida, mas isso não altera o PL, pois é uma receita por mutação patrimonial. Portanto, essa receita não é considerada receita stricto sensu, receita do ponto de vista contábil, pois não altera a situação líquida (já que é anulada pelas mutações passivas).1º momento - Cobrança da dívida - LançamentoNão há lançamentos2º momento - Inscrição em dívida ativa pelo não pagamentoNo Sistema PatrimonialD - Dívida Ativa a Receber (no Ativo Permanente)C - Variação Ativa Independente da Execução Orçamentária (VAIEO) - Conta de Resultado - Aumenta PL3º momento - Recebimento da dívida ativaNo Sistema FinanceiroD - CaixaC - Receita Orçamentária - Outras Receitas Correntes - Conta de Resultado - Aumenta PLNo Sistema PatrimonialD - Mutações Patrimonais Passivas - Conta de Resultado - Reduz PLC - Dívida Ativa a Receber (no Ativo Permanente) - Pela redução da dívida paga (recebida)O resultado líquido não altera o PL pois a Receita Orçamentária é anulada pela Mutação Patrimonial Passiva.


    • FONTE: orçamento LRF PALUDO 2013

      inscrição de créditos em dívida ativa representa contabilmente uma
      Variação Ativa oriunda de um fato permutativo resultante da transferência de um
      valor não recebido no prazo estabelecido, dentro do próprio Ativo.
      Ainda de acordo com o referido manual, na contabilidade dos órgão
      envolvidos, a inscrição de créditos em dívida ativa representa contabilmente um
      fato modi

    • Dívida Ativa = o particular deve à Fazenda Pública

      Regime de Caixa =/= Regime de Competência

      Regime de Caixa = Receitas são registras no momento em que são recebidas e Despesas são registras no momento em que são pagas
      Regime de Competência = receitas e despesas são registradas no momento em que são COMPROMETIDAS

      Ora, se o débito de um particular à União foi inscrito em Dívida Ativa, quer dizer que a Fazenda Pública ainda não recebeu esse valor (ainda não foi pago). Logo, a inscrição na Dívida Ativa foi feita em virtude do mero comprometimento, ou seja, por Regime de Competência.

      Gabarito: E


    ID
    665089
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    Administração Financeira e Orçamentária
    Assuntos

    Administração Geral, Administração de Receitas, Ensino Fundamental e Assistência Hospitalar e Ambulatorial são exemplos de classificação:

    Alternativas
    Comentários
    • letra b
      classificação funcional: formada de 5 algarismos XX( função: são as grandes áreas de atuação) XXX ( subfunção: vai detalhar as funções). Funções e subfunções são detalhadas por portaria
      .

      OBS: classificação funcional: em que área de atuação do governo  gasta.


    • São quatro as classificações

      Esfera Orçamentária
      Institucional
      Programática
      Funcional

      Na classificação funcional se questiona a área em que a ação será realizada.

      Função XX ( Missão institucional. Maior nível de agregação)
      Subfunção XXX ( Pode se ligar a qualquer função, exceto encargos especiais)

      FUNÇÃO é o maiorzão. :P
      Exemplo: Legislativa, Defesa.

      O que tem dentro da função legislativa e da função de desefa? Um tanto de coisas. 

      SUBFUNÇÃO 
      É o mais específico. 
      Exemplo: Formação de recursos humanos, defesa naval.


    •  

      Funções Subfunções
      04 - Administração 121 – Planejamento e Orçamento
      122 – Administração Geral
      123 – Administração Financeira
      124 – Controle Interno
      125 – Normatização e fiscalização
      126 – tecnologia da Informação
      127 – Ordenamento Territorial
      128 – Formação de Recursos Humanos
      129 – Administração de Receitas
      130 – Administração de Concessões
      131 – Comunicação Social
      10 - Saúde 301 – Atenção básica
      302 – Assistência hospitalar e ambulatorial
      303 – Suporte profilático e terapêutico
      304 – Vigilância Sanitária
      305 – Vigilância epidemiológica
      306 – Alimentação e Nutrição
      12 - Educação 361 – Ensino Fundamental
      362 – Ensino Médio
      363 – Ensino Profissional
      364 – Ensino Superior
      365 – Educação Infantil
      366 – Educação de Jovens e Adultos
      367 – Educação Especial
      Fonte:  http://www.lrf.com.br/mp_op_classificacao_funcional_programatica.html
    • As funções geralmente estão ligadas as atuações dos Ministérios, como educação, saúde, agricultura, trabalho,

      cultura, enfim, e podem ser encontradas, tanto as funções, como as subfunções, no Manual Técnico de Orçamento.

      A questão diz respeito a função de Administração, com subfunção Administração Geral e Administração de Receitas, função de Educação,

      com subfunção Ensino Fundamental, e por fim, função Saúde com subfunção Assinstência Hospitalar e Ambulatorial.





       

    • Em síntese:
      - As funções representam as áreas de atuação do Governo;
      - As subfunções representam os objetivos que se pretende alcançar;
      - Os programas e projetos, ou atividades ou operações especiais representam os meios de alcançar tais objetivos.

    ID
    665242
    Banca
    FUNCAB
    Órgão
    MPE-RO
    Ano
    2012
    Provas
    Disciplina
    História e Geografia de Estados e Municípios
    Assuntos

    As usinas hidrelétricas de Santo Antonio e Jirau serão as primeiras da Amazônia a utilizar o sistema de turbina tipo bulbo, que não exige grandes superfícies alagadas, sugerindo uma perspectiva de sustentabilidade ecológica. Essas usinas estão sendo construídas no rio:

    Alternativas
    Comentários
    • Letra E

      Rio Madeira

    • Usina Hidrelétrica de Jirau é uma usina hidrelétrica, construída no Rio Madeira, a 120 km de Porto Velho, em Rondônia. 

       A usina, juntamente com a de Santo Antônio, foi inaugurada no fim de 2016 e foram consideradas fundamentais para o suprimento de energia elétrica no Brasil a partir de meados de 2013 e estiveram entre as obras mais importantes do Governo Federal.

       

      RIO MADEIRA SÃOO DUAS JIRAU E SANTO ANTÔNIO

       

      NÃO CONFUNDIR (COMO EU ) COM A

       Usina de Belo Monte está sendo construída na bacia do Rio Xingu, próximo ao município de Altamira, no sudoeste do estado Pará.

    • VAMOS LÁ, RIO MADERIA É UM DOS MAIORES DA AM QUE POSSUEM UM GRANDE POTENCIAL ELETRICO, JA O RIO AMAZONAS NÃO, POIS É UM RIO PLANO. RIO MADEIRA TEMOS SANTO ANTONIO E JIRAU. USINA BALBINA EM PRESIDENDENTE FIGUEIREDO (UM DESASTRE) ENÃO SERVE NEM PRA ABASTECER A CAPITAL.

      USINA TUCURUI NO PARA NO RIO TOCANTIS É UMA DAS MAIORES DA REGIAO NORTE E DE SUMA IUMPORTANCIA.