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Prova CESPE - 2003 - Instituto Rio Branco - Diplomata


ID
86659
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

PODER
Etimologia. Sobre as formas verbais latinas potes,
'pode', potui, "pude", poteìram, "pudera", poteìro, 'poderei',
potens, potentis, 'aquele que pode' etc. (todos do verbo lat.
posse, 'poder, ter o poder de, ser capaz de'), forma-se o
infinitivo lat. vulg. poteìre, 'poder, ter o poder de, ser capaz
de', que conviveu com o lat. cláss. posse até suplantá-lo por
volta do séc. VIII d.C. Poteìre é a origem do port. esp.
poder, do século XII-XIII, it. potere, fr. pouvoir, ambos do
séc. XII, ing. power, de 1297-1325, que já se registram
como substantivo nessas datas. O vocábulo al. Macht traduz
o port. esp. poder e demais vernacularizações.

Enciclopédia Mirador Internacional. São Paulo - Rio de Janeiro: Encyclopaedia
Britannica do Brasil. Publicações Ltda. 1977, p. 9.001 (com adaptações).

Julgue os itens subseqüentes, relativos ao sentido e às
estruturas morfossintática, semântica e discursiva do texto I.

Segundo o verbete de enciclopédia acima, o vocábulo "poder" existe na língua portuguesa desde o século XII e sua forma primitiva foi o vocábulo do latim clássico "posse".

Alternativas
Comentários
  • Poteìre é a origem do port. esp.
    poder, do século XII-XIII, it. potere, fr. pouvoir, ambos do
    séc. XII, ing. power, de 1297-1325, que já se registram
    como substantivo nessas datas.

  • Fica aqui um questionamento para os mais estudiosos. Quando se fala em forma primitiva, considera-se o primeiro registro, ou qualquer um que tenha sido reconhecido na evolução do idioma? E quando se tem a ocorrência de um latim clássico e vulgar ao mesmo tempo? Qual prevalece?

  • "Poteìre é a origem do port. esp. poder, do século XII-XIII". Mas a CESPE provavelmente quis se referir à origem de Poteire que é, segundo texto , o termo do latim clássico "Posse", de modo que essa é a origem primeira de "Poder" no português. Pura putaria da CESPE.


ID
86662
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

PODER
Etimologia. Sobre as formas verbais latinas potes,
'pode', potui, "pude", poteìram, "pudera", poteìro, 'poderei',
potens, potentis, 'aquele que pode' etc. (todos do verbo lat.
posse, 'poder, ter o poder de, ser capaz de'), forma-se o
infinitivo lat. vulg. poteìre, 'poder, ter o poder de, ser capaz
de', que conviveu com o lat. cláss. posse até suplantá-lo por
volta do séc. VIII d.C. Poteìre é a origem do port. esp.
poder, do século XII-XIII, it. potere, fr. pouvoir, ambos do
séc. XII, ing. power, de 1297-1325, que já se registram
como substantivo nessas datas. O vocábulo al. Macht traduz
o port. esp. poder e demais vernacularizações.

Enciclopédia Mirador Internacional. São Paulo - Rio de Janeiro: Encyclopaedia
Britannica do Brasil. Publicações Ltda. 1977, p. 9.001 (com adaptações).

Julgue os itens subseqüentes, relativos ao sentido e às
estruturas morfossintática, semântica e discursiva do texto I.

Têm a mesma origem que a do português "poder" os vocábulos equivalentes do italiano, do francês e do inglês, respectivamente, "potere", "pouvoir" e "power".

Alternativas
Comentários
  • Entre parênteses estão as linhas em que se afirma o que se afirma: "Têm a mesma origem que a do português 'poder' (L. 7-8) os vocábulos equivalentes do italiano (L. 8), do francês (L. 8) e do inglês (L. 9), respectivamente, 'potere' (L. 8), 'pouvoir' (L. 8) e 'power' (L. 9)". 

     

    Gabarito: CERTO.


ID
86665
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

PODER
Etimologia. Sobre as formas verbais latinas potes,
'pode', potui, "pude", poteìram, "pudera", poteìro, 'poderei',
potens, potentis, 'aquele que pode' etc. (todos do verbo lat.
posse, 'poder, ter o poder de, ser capaz de'), forma-se o
infinitivo lat. vulg. poteìre, 'poder, ter o poder de, ser capaz
de', que conviveu com o lat. cláss. posse até suplantá-lo por
volta do séc. VIII d.C. Poteìre é a origem do port. esp.
poder, do século XII-XIII, it. potere, fr. pouvoir, ambos do
séc. XII, ing. power, de 1297-1325, que já se registram
como substantivo nessas datas. O vocábulo al. Macht traduz
o port. esp. poder e demais vernacularizações.

Enciclopédia Mirador Internacional. São Paulo - Rio de Janeiro: Encyclopaedia
Britannica do Brasil. Publicações Ltda. 1977, p. 9.001 (com adaptações).

Julgue os itens subseqüentes, relativos ao sentido e às
estruturas morfossintática, semântica e discursiva do texto I.

"Potere" e "poder" têm descrição fonética muito semelhante, destacando-se as seguintes mudanças: a consoante surda /t/ do primeiro vocábulo se sonoriza no segundo; a vogal final do primeiro sofre queda.

Alternativas
Comentários
  • Resposta: CERTO
    Inicialmente, convém ressaltar que houve um erro de digitação: a palavra "poteire", que aparece no quesito, deve ser escrita como "potere". Caso o "webmaster" tenha corrigido o enunciado, favor desconsiderar esse aviso.
    Os vocábulos "potere" e "poder" têm descrição fonética semelhante: "potere" transforma-se em "poder" por meio da substituição da consoante "t" por "d" e da supressão da vogal "e". Desse modo:
    potere > podere > poder
    Em fonética, as consoantes /t/ e /d/ são classificadas como oclusivas linguodentais e diferenciam-se quanto ao papel das cordas vocais na pronúncia delas. A consoante /t/ é um  fonema surdo, ou seja, não apresenta vibração das cordas vocais; e a consoante /d/ é um fonema sonoro, porquanto há vibração das cordas vocais. Os fonemas /t/ e /d/ são consoantes que só se distinguem em relação ao papel das cordas vocais, por isso são denominadas de homorgânicas.
  • Diplomata né pai? Olha o conteúdo do edital de português deles. ANimal mesmo

  • Questão que seleciona o mais preparado...

  • Derivacao do verbo " poder" antes potere... fala sobre a forma com que a língua sofre as transformacoes, pode notar uma queda de son. PODER E POTERE. A consoante " T" sofre uma queda sonora.

  • Resposta: CERTO

    A questão afirma que houve queda na vogal do primeiro vocabulo e não na consoante.

    POTERE - POTER

  • Jesus!

  • Consoantes Surdas e Consoantes Sonoras

    Surdas - Quando são produzidas sem vibração das cordas vocais.

    P - T - K - Q - C (antes de a, o, u) - F - S - X

    Sonoras - Quando são produzidas por vibração das cordas vocais.

    B - D - G - V - Z - J - L - LH - R - RR - M - N - NH

  • O que me conforta é que além da questão ser de 2003, é pra Diplomata. rsrsr

  • Análise: Os vocábulos "potere" e "poder" têm descrição fonética semelhante:

    I - a consoante surda /t/ do primeiro vocábulo se sonoriza no segundo;

    II - a vogal final do primeiro sofre queda;

    O vocábulo "potere" transforma-se em "poder" por meio da substituição da consoante "t" por "d" e da supressão da vogal "e". Desse modo: potere > podere > poder

    "Em fonética, as consoantes /t/ e /d/ são classificadas como oclusivas linguodentais e diferenciam-se quanto ao papel das cordas vocais na pronúncia delas. A consoante /t/ é um fonema surdo, ou seja, não apresenta vibração das cordas vocais; e a consoante /d/ é um fonema sonoro, porquanto há vibração das cordas vocais. Os fonemas /t/ e /d/ são consoantes que só se distinguem em relação ao papel das cordas vocais, por isso são denominadas de homorgânicas."

  • Essa questão é específica para o pessoal de letras e da fono. Não há necessidade de cobrar algo assim para outros cargos.

  • Só depois da leitura dos comentários dos colegas que entendi o enunciado.

  • se pronunciarmos ela na fala fica mais facil de resolver
  • que diacho que questão é essa

  • Se eu entendi, eu queira!

  • se eu entendi essa questão eu segue!!!!!!!!!!!!!


ID
86668
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

PODER
Etimologia. Sobre as formas verbais latinas potes,
'pode', potui, "pude", poteìram, "pudera", poteìro, 'poderei',
potens, potentis, 'aquele que pode' etc. (todos do verbo lat.
posse, 'poder, ter o poder de, ser capaz de'), forma-se o
infinitivo lat. vulg. poteìre, 'poder, ter o poder de, ser capaz
de', que conviveu com o lat. cláss. posse até suplantá-lo por
volta do séc. VIII d.C. Poteìre é a origem do port. esp.
poder, do século XII-XIII, it. potere, fr. pouvoir, ambos do
séc. XII, ing. power, de 1297-1325, que já se registram
como substantivo nessas datas. O vocábulo al. Macht traduz
o port. esp. poder e demais vernacularizações.

Enciclopédia Mirador Internacional. São Paulo - Rio de Janeiro: Encyclopaedia
Britannica do Brasil. Publicações Ltda. 1977, p. 9.001 (com adaptações).

Julgue os itens subseqüentes, relativos ao sentido e às
estruturas morfossintática, semântica e discursiva do texto I.

O vocábulo alemão "Macht" não tem a mesma origem do vocábulo português "poder", mas tem o mesmo significado.

Alternativas
Comentários
  • correto

    O significado é o mesmo, já a origem não, pois a língua portuguesa é latina enquanto q o idioma alemão é anglo-saxônico

  • No entanto, há várias palavras latinas no alemão. A questão definidora é que o texto afirma: "O vocábulo al. Macht traduz
    o port. esp. poder e demais vernacularizações". Ou seja, se "traduz" o termo poder e as demais vernaculizações originárias do latim, é porque não tem a mesma origem latina.
  • Questão de pura interpretação e lógica sem muito arrodeios!


ID
86671
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

PODER
Etimologia. Sobre as formas verbais latinas potes,
'pode', potui, "pude", poteìram, "pudera", poteìro, 'poderei',
potens, potentis, 'aquele que pode' etc. (todos do verbo lat.
posse, 'poder, ter o poder de, ser capaz de'), forma-se o
infinitivo lat. vulg. poteìre, 'poder, ter o poder de, ser capaz
de', que conviveu com o lat. cláss. posse até suplantá-lo por
volta do séc. VIII d.C. Poteìre é a origem do port. esp.
poder, do século XII-XIII, it. potere, fr. pouvoir, ambos do
séc. XII, ing. power, de 1297-1325, que já se registram
como substantivo nessas datas. O vocábulo al. Macht traduz
o port. esp. poder e demais vernacularizações.

Enciclopédia Mirador Internacional. São Paulo - Rio de Janeiro: Encyclopaedia
Britannica do Brasil. Publicações Ltda. 1977, p. 9.001 (com adaptações).

Julgue os itens subseqüentes, relativos ao sentido e às
estruturas morfossintática, semântica e discursiva do texto I.

Está em conformidade com a significação proposta no verbete e está expressa de acordo com as normas da língua escrita culta do português a seguinte asserção:
Os vocábulos latinos posse e pote ì re têm o mesmo significado, mas pertencem a variantes lingüísticas diferentes, respectivamente, clássica e vulgar.

Alternativas
Comentários
  • Alternativa correta.

    o termo "posse" forma-se do infinitivo latino de origem vulgar "poteire".


ID
86764
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Inglês
Assuntos

It has become clear that preventive diplomacy is only one
of a class of actions that can be taken to prevent disputes from
turning into armed conflict. Others in this class are preventive
deployment of military and(or) police personnel; preventive
humanitarian action, for example, to manage and resolve a
refugee situation in a sensitive frontier area; and preventive
peace-building, which itself comprises an extensive menu of
possible actions in the political, economic and social fields,
applicable especially to possible internal conflicts.
All these preventive actions share the following
characteristics: they all depend on early warning that the risk of
conflict exists; they require information about the causes and
likely nature of the potential conflict so that the appropriate
preventive action can be identified; and they require the consent
of the party or parties within whose jurisdiction the preventive
action is to take place.

The element of timing is crucial. The potential conflict
should be ripe for the preventive action proposed. Timing is also
an important consideration in peace-making and peace-keeping.
The prevention, control and resolution of a conflict is like the
prevention, control and cure of a disease. If treatment is
prescribed at the wrong moment in the evolution of a disease, the
patient does not improve, and the credibility of both the treatment
and the physician who prescribed it is compromised.

Internet: (with adaptations).

From text II, it can be deduced that

preventive diplomacy has just been considered the only possible action to avoid war.

Alternativas
Comentários
  • Statement WRONG. Questão ERRADA.

    As you can read in the beginning of the text

    "It has become clear that preventive diplomacy is only one
    of a class of actions that can be taken to prevent disputes"

     

  • e-

    In order to avert the armed conflict route, preventive diplomacy is only one option in a host of alternate paths. Other options to consider are preventive
    deployment of military personnel, preventive humanitarian actionand preventive peace-building.

  • Que saudades de uma prova de inglês fácil como essa . Agora eles colocam questões que até um nativo tem dificuldade .


ID
86767
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Inglês
Assuntos

It has become clear that preventive diplomacy is only one
of a class of actions that can be taken to prevent disputes from
turning into armed conflict. Others in this class are preventive
deployment of military and(or) police personnel; preventive
humanitarian action, for example, to manage and resolve a
refugee situation in a sensitive frontier area; and preventive
peace-building, which itself comprises an extensive menu of
possible actions in the political, economic and social fields,
applicable especially to possible internal conflicts.
All these preventive actions share the following
characteristics: they all depend on early warning that the risk of
conflict exists; they require information about the causes and
likely nature of the potential conflict so that the appropriate
preventive action can be identified; and they require the consent
of the party or parties within whose jurisdiction the preventive
action is to take place.

The element of timing is crucial. The potential conflict
should be ripe for the preventive action proposed. Timing is also
an important consideration in peace-making and peace-keeping.
The prevention, control and resolution of a conflict is like the
prevention, control and cure of a disease. If treatment is
prescribed at the wrong moment in the evolution of a disease, the
patient does not improve, and the credibility of both the treatment
and the physician who prescribed it is compromised.

Internet: (with adaptations).

From text II, it can be deduced that

military actions will necessarily lead to armed conflict.

Alternativas
Comentários
  • Não necessariamente, como é o caso das ações de "peace building".
  • e-

    Involving miltary presence doesn't always entail full-on war; they may be deployed to prevent this very affair from ever occurring. 

  • In the first paragraph, the type of military deployment (dispatch or sending) is "preventative'', thus suggesting that armed conflict may be avoided.

    gabarito: errado

    Professores: Mark Hughes e Anthony Rosenberg


ID
86770
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Inglês
Assuntos

It has become clear that preventive diplomacy is only one
of a class of actions that can be taken to prevent disputes from
turning into armed conflict. Others in this class are preventive
deployment of military and(or) police personnel; preventive
humanitarian action, for example, to manage and resolve a
refugee situation in a sensitive frontier area; and preventive
peace-building, which itself comprises an extensive menu of
possible actions in the political, economic and social fields,
applicable especially to possible internal conflicts.
All these preventive actions share the following
characteristics: they all depend on early warning that the risk of
conflict exists; they require information about the causes and
likely nature of the potential conflict so that the appropriate
preventive action can be identified; and they require the consent
of the party or parties within whose jurisdiction the preventive
action is to take place.

The element of timing is crucial. The potential conflict
should be ripe for the preventive action proposed. Timing is also
an important consideration in peace-making and peace-keeping.
The prevention, control and resolution of a conflict is like the
prevention, control and cure of a disease. If treatment is
prescribed at the wrong moment in the evolution of a disease, the
patient does not improve, and the credibility of both the treatment
and the physician who prescribed it is compromised.

Internet: (with adaptations).

From text II, it can be deduced that

many problems involving refugees occur in frontier areas.

Alternativas
Comentários
  • A questão me parece ERRADA.

    Em nenhum momento é dito que "muitos" problemas envolvendo refugiados ocorrem em áreas de fronteira.

    Apenas é dito que "medidas preventivas" são usadas cuidar dessas situações:

    "to manage and resolve a refugee situation in a sensitive frontier area"

    Enfim...

  • Concordo com o Camilo. Acho que houve extrapolação no comando da questão.

  • c-

    "preventive humanitarian action, for example, to manage and resolve a refugee situation in a sensitive frontier area"

    Helder Jr.- o cespe é assim mesmo, quando eles usam expressões como "can be deduced, inferred etc", pode significar um monte de coisas. O "many" tambem é uma expressão genérica, muitas vezes não diz nada para afirmar o que esta na questão. 


ID
86773
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Inglês
Assuntos

It has become clear that preventive diplomacy is only one
of a class of actions that can be taken to prevent disputes from
turning into armed conflict. Others in this class are preventive
deployment of military and(or) police personnel; preventive
humanitarian action, for example, to manage and resolve a
refugee situation in a sensitive frontier area; and preventive
peace-building, which itself comprises an extensive menu of
possible actions in the political, economic and social fields,
applicable especially to possible internal conflicts.
All these preventive actions share the following
characteristics: they all depend on early warning that the risk of
conflict exists; they require information about the causes and
likely nature of the potential conflict so that the appropriate
preventive action can be identified; and they require the consent
of the party or parties within whose jurisdiction the preventive
action is to take place.

The element of timing is crucial. The potential conflict
should be ripe for the preventive action proposed. Timing is also
an important consideration in peace-making and peace-keeping.
The prevention, control and resolution of a conflict is like the
prevention, control and cure of a disease. If treatment is
prescribed at the wrong moment in the evolution of a disease, the
patient does not improve, and the credibility of both the treatment
and the physician who prescribed it is compromised.

Internet: (with adaptations).

From text II, it can be deduced that

preventive peace-building demands several types of action.

Alternativas
Comentários
  • c-

    The many courses of action to be taken evolve about the political, economic and social fields. The text does mention that this is all part of "an extensive menu of options", which strongly hints at the need to work withthem in conjunction to achieve the best possible outcome. 

  • which itself comprises an extensive menu of possible actions ....


ID
86776
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Inglês
Assuntos

It has become clear that preventive diplomacy is only one
of a class of actions that can be taken to prevent disputes from
turning into armed conflict. Others in this class are preventive
deployment of military and(or) police personnel; preventive
humanitarian action, for example, to manage and resolve a
refugee situation in a sensitive frontier area; and preventive
peace-building, which itself comprises an extensive menu of
possible actions in the political, economic and social fields,
applicable especially to possible internal conflicts.
All these preventive actions share the following
characteristics: they all depend on early warning that the risk of
conflict exists; they require information about the causes and
likely nature of the potential conflict so that the appropriate
preventive action can be identified; and they require the consent
of the party or parties within whose jurisdiction the preventive
action is to take place.

The element of timing is crucial. The potential conflict
should be ripe for the preventive action proposed. Timing is also
an important consideration in peace-making and peace-keeping.
The prevention, control and resolution of a conflict is like the
prevention, control and cure of a disease. If treatment is
prescribed at the wrong moment in the evolution of a disease, the
patient does not improve, and the credibility of both the treatment
and the physician who prescribed it is compromised.

Internet: (with adaptations).

From text II, it can be deduced that

preventive diplomatic actions should rely on previous intelligence.

Alternativas
Comentários
  • Certo. Deve depender do prévio conhecimento das características dsescritas nas linhas 11-13.
  • Este é o problema das questões da cespe , principalmente em interpretação. No texto não existe referência à palavra " intelligence" e frequentemente a banca exige que a resposta seja tirada literalmente do texto . No caso em tela isso não foi exigido. Tinha feito a interpretação de que as ações no final do parágrafo eram realmente ações de inteligência , mas o texto não era expresso neste sentido.Errei a questão e sabia que existia uma grande possibilidade de errar, pois a banca não mantém coerência nas suas provas. No dia da prova deixo a questão em branco.
  • It's right, because, like say the text, the diplomats need to have, first of all, informations about what is happening.
  • Do texto II, pode-se deduzir que as ações diplomáticas preventivas devem confiar na inteligência anterior.
    "Todas essas ações preventivas compartilham as seguintes características: todas elas dependem do alerta precoce que o risco de conflito existe; elas exigem informações sobre as causas e a provável natureza do potencial conflito de modo que a ação preventiva adequada possa ser identificada; e elas exigem o consentimento da parte ou partes cuja jurisdição da ação preventiva acontece."

    "All these preventive actions share the following characteristics: they all depend on early warning that the risk of conflict exists; they require information about the causes and likely nature of the potential conflict so that the appropriate preventive action can be identified; and they require the consent of the party or parties within whose jurisdiction the preventive action is to take place."

    No segundo parágrafo verificamos que o item está correto.
  • c-

    Preventive diplomacy is taken to avoid full-scale clash. To be specific with the context, "intelligence" encompasses the gathering of relevant information in order to analyse the situation at hand and come up with an effective measure. 

    INtelligence = early warning; information about the causes and likely nature of the potential conflict

  • Gabarito Certo.

    Olha, para acertar essa questão voce teria que saber que o significado de intelligence aqui é INFORMAÇÃO

    intelligence = informação

    (lembre-se que todo setor secreto de filme tem o Secret Intelligence Service que é o serviço de informações.)

    Então, tendo isso em mente, a frase que se extrai do texto que condiz com a questão é:

    "All these preventive actions share the following

    characteristics: they all depend on early warning that the risk of

    conflict exists; they require information about the causes and

    likely nature of the potential conflict ..."

    early warning = aviso prévio

    previous intelligence = informações prévias


ID
86779
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Inglês
Assuntos

It has become clear that preventive diplomacy is only one
of a class of actions that can be taken to prevent disputes from
turning into armed conflict. Others in this class are preventive
deployment of military and(or) police personnel; preventive
humanitarian action, for example, to manage and resolve a
refugee situation in a sensitive frontier area; and preventive
peace-building, which itself comprises an extensive menu of
possible actions in the political, economic and social fields,
applicable especially to possible internal conflicts.
All these preventive actions share the following
characteristics: they all depend on early warning that the risk of
conflict exists; they require information about the causes and
likely nature of the potential conflict so that the appropriate
preventive action can be identified; and they require the consent
of the party or parties within whose jurisdiction the preventive
action is to take place.

The element of timing is crucial. The potential conflict
should be ripe for the preventive action proposed. Timing is also
an important consideration in peace-making and peace-keeping.
The prevention, control and resolution of a conflict is like the
prevention, control and cure of a disease. If treatment is
prescribed at the wrong moment in the evolution of a disease, the
patient does not improve, and the credibility of both the treatment
and the physician who prescribed it is compromised.

Internet: (with adaptations).

Based on text II, it can be concluded that

preventive diplomacy demands just two conditions to succeed.

Alternativas
Comentários
  • Errado. O texto nos apresenta 03 exigências: " early warnings" , information about the causes" e "likely nature of te potencial conflict".
  • e-

    Preventive diplomacy is one of a number of possible actions to choose from to avoid armed conflicts. All of them have the same set of circumstances ruling their validity: early warning, relevant information and speculation of likely scenarios.

    Resposta na 10° linha do texto, a qual inicia as características. O "just" na questão a restringe muito, outra pista de que ela esta errada. 


ID
86782
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Inglês
Assuntos

It has become clear that preventive diplomacy is only one
of a class of actions that can be taken to prevent disputes from
turning into armed conflict. Others in this class are preventive
deployment of military and(or) police personnel; preventive
humanitarian action, for example, to manage and resolve a
refugee situation in a sensitive frontier area; and preventive
peace-building, which itself comprises an extensive menu of
possible actions in the political, economic and social fields,
applicable especially to possible internal conflicts.
All these preventive actions share the following
characteristics: they all depend on early warning that the risk of
conflict exists; they require information about the causes and
likely nature of the potential conflict so that the appropriate
preventive action can be identified; and they require the consent
of the party or parties within whose jurisdiction the preventive
action is to take place.

The element of timing is crucial. The potential conflict
should be ripe for the preventive action proposed. Timing is also
an important consideration in peace-making and peace-keeping.
The prevention, control and resolution of a conflict is like the
prevention, control and cure of a disease. If treatment is
prescribed at the wrong moment in the evolution of a disease, the
patient does not improve, and the credibility of both the treatment
and the physician who prescribed it is compromised.

Internet: (with adaptations).

Based on text II, it can be concluded that

preventive diplomacy usually deals with armed conflicts.

Alternativas
Comentários
  • Esse é um dos raríssimos casos em que você pode responder, com segurança,  sem ler o enunciado.
  • Diplomacia preventiva tenta evitar que disputas se tornem conflitos armados.
  • Errado. No começo do texto nos é informado que "a diplomacia preventiva é um dos meios de previnir que as disputas se tornem conflitos armados" (linhas 1-3). Não se fala que a Diplomacia preventiva é usualmente  utilizada para  conflitos armados. 
  • Com base no texto II, pode-se concluir que diplomacia preventiva geralmente lida com conflitos armados.
    "Tornou-se claro que a diplomacia preventiva é apenas uma de uma classe de ações que podem ser tomadas para evitar que disputas se tornem conflitos armados."
    "It has become clear that preventive diplomacy is only one of a class of actions that can be taken to prevent disputes from turning into armed conflict."

    Como verificamos no primeiro parágrafo, a diplomacia preventiva, não lida com conflitos armados. Ela é uma ação que pode ser tomada para evitá-los. 
    A questão está errada.
  • e-

    Its use is limited to disputes that could potentially lead to armed clashes, but it doesn't automatically qualify as a means of solving am armed conflict in progress. 


ID
86785
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Inglês
Assuntos

It has become clear that preventive diplomacy is only one
of a class of actions that can be taken to prevent disputes from
turning into armed conflict. Others in this class are preventive
deployment of military and(or) police personnel; preventive
humanitarian action, for example, to manage and resolve a
refugee situation in a sensitive frontier area; and preventive
peace-building, which itself comprises an extensive menu of
possible actions in the political, economic and social fields,
applicable especially to possible internal conflicts.
All these preventive actions share the following
characteristics: they all depend on early warning that the risk of
conflict exists; they require information about the causes and
likely nature of the potential conflict so that the appropriate
preventive action can be identified; and they require the consent
of the party or parties within whose jurisdiction the preventive
action is to take place.

The element of timing is crucial. The potential conflict
should be ripe for the preventive action proposed. Timing is also
an important consideration in peace-making and peace-keeping.
The prevention, control and resolution of a conflict is like the
prevention, control and cure of a disease. If treatment is
prescribed at the wrong moment in the evolution of a disease, the
patient does not improve, and the credibility of both the treatment
and the physician who prescribed it is compromised.

Internet: (with adaptations).

Based on text II, it can be concluded that

in any case, the sooner preventive actions are implemented the better.

Alternativas
Comentários
  • O tempo certo é importante, mas não necessariamente quanto mais cedo, melhor.
  • A resposta está na linha 18: "The Potencial conflict should be ripe for the preventive action proposed". Ripe=maduro. Item errado.
  • CASCA DE BANANA: "in any case"
  • Errado, porque o texto nos fala em "timing" (à linha 17) para implicitar um "momento oportuno" um "tempo certo", ou seja, não determina se cedo ou tarde, se logo ou depois. 
  • Com base no texto II, pode-se concluir que quanto mais cedo são implantadas as ações preventivas melhor.
    "O elemento tempo é crucial. O conflito potencial deve ser maduro para a ação preventiva proposta. O tempo também é uma consideração importante na tomada e manutenção da paz."
    "The element of timing is crucial. The potential conflict should be ripe for the preventive action proposed. Timing is also an important consideration in peace-making and peace-keeping."
    Com base nas primeiras linhas do terceiro parágrafo, podemos verificar que o que se fala na questão está errado.
  • e-

    The question conflates timing with early action, which isn't accurate. When the author uses the expression "timing", it's implied that there is suitable moment for action to be taken, and it's up for the diplomat to get a good read on it lest the whole dispute goes awry. 

    O erro é igualar "timing" with "the sooner the actions are implemented the better". "Timing" indica momento correto, o que não significa o mais cedo possivel


ID
86788
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Inglês
Assuntos

It has become clear that preventive diplomacy is only one
of a class of actions that can be taken to prevent disputes from
turning into armed conflict. Others in this class are preventive
deployment of military and(or) police personnel; preventive
humanitarian action, for example, to manage and resolve a
refugee situation in a sensitive frontier area; and preventive
peace-building, which itself comprises an extensive menu of
possible actions in the political, economic and social fields,
applicable especially to possible internal conflicts.
All these preventive actions share the following
characteristics: they all depend on early warning that the risk of
conflict exists; they require information about the causes and
likely nature of the potential conflict so that the appropriate
preventive action can be identified; and they require the consent
of the party or parties within whose jurisdiction the preventive
action is to take place.

The element of timing is crucial. The potential conflict
should be ripe for the preventive action proposed. Timing is also
an important consideration in peace-making and peace-keeping.
The prevention, control and resolution of a conflict is like the
prevention, control and cure of a disease. If treatment is
prescribed at the wrong moment in the evolution of a disease, the
patient does not improve, and the credibility of both the treatment
and the physician who prescribed it is compromised.

Internet: (with adaptations).

Based on text II, it can be concluded that

the resolution of a conflict can be compared to the cure of a disease.

Alternativas
Comentários
  • "The prevention, control and resolution of a conflict is like the prevention, control and cure of a disease."
  • Esta comparação é feita  nas linhas 20-21.
  • c-

    The order of the enumerated items matches nicely with the disease-treatment analogy, which entails prevention, control and cure, whose position aligns with the resolution bit

  • GABARITO: CORRETO.

    the resolution of a conflict can be compared to the cure of a disease.

    A resolução de um conflito pode ser comparada à cura de uma doença.

    "The prevention, control and resolution of a conflict is like the prevention, control and cure of a disease."

    A prevenção, controle e resolução de um conflito é como a prevenção, controle e cura de uma doença.

    LIKE: é um marcador discursivo de comparação.


ID
86791
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Inglês
Assuntos

It has become clear that preventive diplomacy is only one
of a class of actions that can be taken to prevent disputes from
turning into armed conflict. Others in this class are preventive
deployment of military and(or) police personnel; preventive
humanitarian action, for example, to manage and resolve a
refugee situation in a sensitive frontier area; and preventive
peace-building, which itself comprises an extensive menu of
possible actions in the political, economic and social fields,
applicable especially to possible internal conflicts.
All these preventive actions share the following
characteristics: they all depend on early warning that the risk of
conflict exists; they require information about the causes and
likely nature of the potential conflict so that the appropriate
preventive action can be identified; and they require the consent
of the party or parties within whose jurisdiction the preventive
action is to take place.

The element of timing is crucial. The potential conflict
should be ripe for the preventive action proposed. Timing is also
an important consideration in peace-making and peace-keeping.
The prevention, control and resolution of a conflict is like the
prevention, control and cure of a disease. If treatment is
prescribed at the wrong moment in the evolution of a disease, the
patient does not improve, and the credibility of both the treatment
and the physician who prescribed it is compromised.

Internet: (with adaptations).

Based on text II, it can be concluded that

the physician and the diplomat both play the same role in armed conflicts.

Alternativas
Comentários
  • Não é possível concluir o afimrado na altenativa, afinal, o texto nos fala que " a diplomacia preventiva é apenas um dos meios para previnir que as disputas tornem-se conflitos" (L.1/3), não nos fala em igualdade de papeis de ninguém.
  • e-

    The physician's presence in the text is purely symbollical of a comparison between the way they go about administering prescriptions and a diplomat handling disputes between competiting parties. 


ID
86794
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Relações Internacionais
Assuntos

Nas últimas décadas do século XX e até a crise financeira
de 1977, o leste asiático foi o espaço mais dinâmico da economia
capitalista, aumentando de forma geométrica sua participação na
riqueza mundial. Naquela região do mundo, entretanto, a maior
parte dos Estados nasceu no século XX, sobre bases territoriais,
sociais e culturais milenares.

Na Europa, a unificação é, sem dúvida, o fenômeno
contemporâneo que mais instiga o imaginário e estimula a crença
no fim dos Estados nacionais. Afinal, foi ali que eles nasceram,
nos séculos XV e XVI, junto com a própria idéia de soberania,
mas não há nada que corrobore essa crença, no processo de
unificação européia, porque ninguém ali está se propondo
dissolver em uma globalidade abstrata e cosmopolita. Se há
algum lugar no mundo - além da dramática decomposição de
alguns quase-países africanos - onde se pode falar de Estados
fracos ou fragilizados pelo processo de globalização financeira é
no território dos chamados mercados emergentes, em particular
na América Latina.

José Luís Fiori. 60 lições dos 90: uma década de liberalismo.
Rio de Janeiro: Record, 2001, p. 39-40 (com adaptações).

A partir da análise contida no texto acima e também considerando
os múltiplos aspectos da ordem política e econômica do mundo
contemporâneo, julgue os itens seguintes.

A crise do Estado nacional, de crescente visibilidade a partir dos últimos decênios do século XX, na proporção direta em que avulta a atuação das grandes corporações transnacionais, adquire em larga porção da Ásia dimensão ainda maior. Na base da explicação desse fenômeno, como deixa entrever o texto, reside o que alguns especialistas denominam de baixa densidade histórica, que se explicaria pelo fato de serem Estados recentes, constituídos apenas no século XX.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: ERRADO

    A crise do Estado nacional, de crescente visibilidade a partir dos últimos decênios do século XX, na proporção direta em que avulta a atuação das grandes corporações transnacionais, adquire em larga porção da Ásia dimensão ainda maior. Na base da explicação desse fenômeno, como deixa entrever o texto, reside o que alguns especialistas denominam de baixa densidade histórica, que se explicaria pelo fato de serem Estados recentes, constituídos apenas no século XX

  • No texto é dito que a América Latina é a mais afetada. Item errado.

  • "bases territoriais, sociais e culturais milenares"

    "baixa densidade histórica"


ID
86797
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Relações Internacionais
Assuntos

Nas últimas décadas do século XX e até a crise financeira
de 1977, o leste asiático foi o espaço mais dinâmico da economia
capitalista, aumentando de forma geométrica sua participação na
riqueza mundial. Naquela região do mundo, entretanto, a maior
parte dos Estados nasceu no século XX, sobre bases territoriais,
sociais e culturais milenares.

Na Europa, a unificação é, sem dúvida, o fenômeno
contemporâneo que mais instiga o imaginário e estimula a crença
no fim dos Estados nacionais. Afinal, foi ali que eles nasceram,
nos séculos XV e XVI, junto com a própria idéia de soberania,
mas não há nada que corrobore essa crença, no processo de
unificação européia, porque ninguém ali está se propondo
dissolver em uma globalidade abstrata e cosmopolita. Se há
algum lugar no mundo - além da dramática decomposição de
alguns quase-países africanos - onde se pode falar de Estados
fracos ou fragilizados pelo processo de globalização financeira é
no território dos chamados mercados emergentes, em particular
na América Latina.

José Luís Fiori. 60 lições dos 90: uma década de liberalismo.
Rio de Janeiro: Record, 2001, p. 39-40 (com adaptações).

A partir da análise contida no texto acima e também considerando
os múltiplos aspectos da ordem política e econômica do mundo
contemporâneo, julgue os itens seguintes.

Infere-se do texto que o projeto da União Européia, paciente e meticulosamente construído ao longo dos anos, em um processo ainda inconcluso que se iniciou no pós-Segunda Guerra Mundial, volta-se para a criação de um superestado, que, sem dissolver seus integrantes "em uma globalidade abstrata e cosmopolita", tenha condições de concorrer pelo poder e pela riqueza mundiais, em um cenário global de acentuada competitividade.

Alternativas
Comentários
  • É correto afirmar que o projeto da União Europeia volta-se para a criação de um superestado?
  • Para mim esta questão deveria ser anulada. A UE não tem o objetivo de constituir um superestado. Há instituições supranacionais mas também há aquelas intergovernamentais. Até onde eu li e estudei sobre a UE nenhum autor referiu-se a ela com o objetivo de constituir um superestado aglutinando os países membros em um único Estado.

  • A afirmativa diz "Infere-se do texto". Portanto, trata-se de analisar se o autor em questão pensa assim ou não. Considerando o excerto "Na Europa, a unificação é, sem dúvida, o fenômeno contemporâneo que mais instiga o imaginário e estimula a crença no fim dos Estados nacionais", é necessário observar que o autor usa o termo "unificação" - referida especificamente à noção de unificação política - e diz que é um fenômeno contemporâneo. Ou seja, ele entende que a UE é um instrumento de unificação política. Se o mundo inteiro concorda ou não com isso, não importa. Não é o que a questão pergunta.
  • Ainda que eu concorde com a assertiva, creio que não se possa deduzi-la do conteúdo do texto. O autor assim se posiciona:

    "Na Europa,  a unificação é, sem dúvida, o fenômeno
    contemporâneo que mais instiga o imaginário e estimula a crença
    no fim dos Estados nacionais
    . Afinal, foi ali que eles nasceram,
    nos séculos XV e XVI, junto com a própria idéia de soberania,
    mas não há nada que corrobore essa crença, no processo de
    unificação européia, porque ninguém ali está se propondo
    dissolver em uma globalidade abstrata e cosmopolita."

    Das passagens sublinhadas eu posso inferir que não há nada que corrobore a crença do fim dos estados nacionais. Ainda que se argumente que não dissolver seus integrantes em uma "globalidade abstrata e cosmopolita" autorizaria a criação de um superestado, acho forçar a barra dizer que isto se infere do texto. Na minha opinião a alternativa está errada.

  • Errei a questão porque raciocinei pela lógica de 2014 mas o texto é de 2001 e a prova de 2003, o contexto da união européia era diferente, o "mito do fim do Estado" ainda estava circulando. 

  • Caso alguém decidisse perguntar ao Prof. Fiori, aconteceria o mesmo que aconteceu com a questão da UFRJ em que o Nando Reis divergiu do gabarito oficial. Duvido muito que ele ache que a UE "volta-se para a criação de um superestado". Quando nem a banca lê o autor, fica difícil..

  • Questão correta. A UE procura cada vez mais uniformizar as normas dos países membros e ter uma política externa comum, como se fosse uma só nação. Atualmente, há uma crise da UE, com o Brexit e o aumento de participação política de partidos de extrema direita.

     

  • Venho de 2021 para informar que o brexit aconteceu, a vacinação em massa na Europa é a que mais decepciona entre os países desenvolvidos, e o sonho europeu está se desmoronando.


ID
86800
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Relações Internacionais
Assuntos

Nas últimas décadas do século XX e até a crise financeira
de 1977, o leste asiático foi o espaço mais dinâmico da economia
capitalista, aumentando de forma geométrica sua participação na
riqueza mundial. Naquela região do mundo, entretanto, a maior
parte dos Estados nasceu no século XX, sobre bases territoriais,
sociais e culturais milenares.

Na Europa, a unificação é, sem dúvida, o fenômeno
contemporâneo que mais instiga o imaginário e estimula a crença
no fim dos Estados nacionais. Afinal, foi ali que eles nasceram,
nos séculos XV e XVI, junto com a própria idéia de soberania,
mas não há nada que corrobore essa crença, no processo de
unificação européia, porque ninguém ali está se propondo
dissolver em uma globalidade abstrata e cosmopolita. Se há
algum lugar no mundo - além da dramática decomposição de
alguns quase-países africanos - onde se pode falar de Estados
fracos ou fragilizados pelo processo de globalização financeira é
no território dos chamados mercados emergentes, em particular
na América Latina.

José Luís Fiori. 60 lições dos 90: uma década de liberalismo.
Rio de Janeiro: Record, 2001, p. 39-40 (com adaptações).

A partir da análise contida no texto acima e também considerando
os múltiplos aspectos da ordem política e econômica do mundo
contemporâneo, julgue os itens seguintes.

O último parágrafo do texto permite supor que o autor acredita que o modelo de inserção internacional praticado por vários países latino-americanos, a partir das duas décadas finais do século XX, tenha exposto suas economias a uma situação de acentuada vulnerabilidade externa, por desregulá-las e abrir suas fronteiras sem os indispensáveis mecanismos de proteção.

Alternativas
Comentários
  • Acho que não sei ler. Quem explica a questão...
  • Marquei falso por acreditar que o trecho final do item, "por desregulá-las e abrir suas fronteiras sem os indispensáveis mecanismos de proteção", extrapola o raciocínio do autor do texto. Maaaaaas, considerando que não é uma questão de Português, faz sentido marcar verdadeiro.

  • No trecho “Se há algum lugar no mundo onde se pode falar de estados fracos ou fragilizados pelo processo de globalização financeira é em particular na América Latina”, explica-se que a "globalização financeira" foi a causa do enfraquecimento/fragilização de países emergentes, em particular os da América Latina. E a globalização financeira enfraqueceu/fragilizou tais países justamente por ter "exposto suas economias a uma situação de acentuada vulnerabilidade externa, por desregulá-las e abrir suas fronteiras sem os indispensáveis mecanismos de proteção". 

  • Veja bem, essa questão é de 2003 e o autor publicou o referido texto em 2001. O comando da questão pede para analisarmos confome o texto e o conjuntura atual - MAS daquela época. E na primeira década do séc. XXI, as pessoas e provavelmente os "especialistas" achavam que o protecionismo era necessário sob o pretexto de proteger as indústrias nacionais.

     


ID
86803
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Relações Internacionais
Assuntos

Nas últimas décadas do século XX e até a crise financeira
de 1977, o leste asiático foi o espaço mais dinâmico da economia
capitalista, aumentando de forma geométrica sua participação na
riqueza mundial. Naquela região do mundo, entretanto, a maior
parte dos Estados nasceu no século XX, sobre bases territoriais,
sociais e culturais milenares.

Na Europa, a unificação é, sem dúvida, o fenômeno
contemporâneo que mais instiga o imaginário e estimula a crença
no fim dos Estados nacionais. Afinal, foi ali que eles nasceram,
nos séculos XV e XVI, junto com a própria idéia de soberania,
mas não há nada que corrobore essa crença, no processo de
unificação européia, porque ninguém ali está se propondo
dissolver em uma globalidade abstrata e cosmopolita. Se há
algum lugar no mundo - além da dramática decomposição de
alguns quase-países africanos - onde se pode falar de Estados
fracos ou fragilizados pelo processo de globalização financeira é
no território dos chamados mercados emergentes, em particular
na América Latina.

José Luís Fiori. 60 lições dos 90: uma década de liberalismo.
Rio de Janeiro: Record, 2001, p. 39-40 (com adaptações).

A partir da análise contida no texto acima e também considerando
os múltiplos aspectos da ordem política e econômica do mundo
contemporâneo, julgue os itens seguintes.

No Cone Sul, o processo de integração que levaria ao Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) teve sua origem na aproximação argentino-brasileira, em meados da década de 80 do século XX, conduzida pelos presidentes Raúl Alfonsín e José Sarney. Naquela conjuntura de crise econômica, ambos os Estados viviam os primeiros passos da experiência de recomposição da democracia após cerca de duas décadas de regime autoritário, sob o comando de militares.

Alternativas
Comentários
  • Essa questao deveria ter sido anulada. A Argentina nao teve cerca de duas decadas de regime militar. Tanto é verdade que Peron foi eleito na decada de 1970, tendo sido Isabelita derrubada em 1976. 
  • No entanto, a Argentina teve regime militar também nos anos 1960. O período 1973-76 foi apenas um interregno democrático entre dois períodos militares (a ditadura militar anterior foi de 1966 a 1973, isso sem contar as instabilidades e golpes desde o derrocamento de Frondizi, em 1962), que juntos. Ou seja, embora não contínuos, os anos de regime autocrático na Argentina duraram cerca de duas décadas também. Portanto, tudo certo com a questão.
  • O embrião do  MERCOSUL foi a Declaração de Iguaçu, assinado em 1985 entre Brasil e Argentina.

    Declaração do Iguaçu

    Declaração do Iguaçu foi um tratado celebrado em 30 de novembro de 1985[1] em Foz do Iguaçu, Brasil, pelos presidentes de Argentina e Brasil, respectivamente, Raúl Alfonsín e José Sarney, com o qual se lançou a ideia da integração econômica e política do Cone Sul. Ambos os países acabavam de sair de um período ditadorial e enfrentavam a necessidade de reorientar suas economias.


ID
86806
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Comércio Internacional (Exterior)
Assuntos

Nas últimas décadas do século XX e até a crise financeira
de 1977, o leste asiático foi o espaço mais dinâmico da economia
capitalista, aumentando de forma geométrica sua participação na
riqueza mundial. Naquela região do mundo, entretanto, a maior
parte dos Estados nasceu no século XX, sobre bases territoriais,
sociais e culturais milenares.

Na Europa, a unificação é, sem dúvida, o fenômeno
contemporâneo que mais instiga o imaginário e estimula a crença
no fim dos Estados nacionais. Afinal, foi ali que eles nasceram,
nos séculos XV e XVI, junto com a própria idéia de soberania,
mas não há nada que corrobore essa crença, no processo de
unificação européia, porque ninguém ali está se propondo
dissolver em uma globalidade abstrata e cosmopolita. Se há
algum lugar no mundo - além da dramática decomposição de
alguns quase-países africanos - onde se pode falar de Estados
fracos ou fragilizados pelo processo de globalização financeira é
no território dos chamados mercados emergentes, em particular
na América Latina.

José Luís Fiori. 60 lições dos 90: uma década de liberalismo.
Rio de Janeiro: Record, 2001, p. 39-40 (com adaptações).

A partir da análise contida no texto acima e também considerando
os múltiplos aspectos da ordem política e econômica do mundo
contemporâneo, julgue os itens seguintes.

Em meio a inegáveis resultados positivos, o MERCOSUL ainda não conseguiu superar alguns obstáculos e, sob determinada ótica, resultou em pontos flagrantemente negativos. Entre esses, destaca-se o fato de que a notável ampliação do volume de trocas entre Brasil e Argentina acabou por hiperatrofiar o comércio entre o Brasil e os demais parceiros (Uruguai e Paraguai), além de, paradoxalmente, a integração regional ter reduzido o poder de barganha de seus membros - como bloco ou isoladamente - no competitivo mercado mundial.

Alternativas
Comentários
  • A negociação em bloco é inegavelmente mais produtiva para todos os membros. Ademais, por não estar pautada apenas no aspecto econômico, as assimetrias tem sido combatidas por meio de medidas como a constituição do FOCEM.


    "Visando ao aprofundamento do processo de integração, o tratamento das assimetrias ocupa posição relevante na agenda interna. De acordo com esse objetivo, foi constituído o Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (FOCEM), destinado a financiar programas para promover a convergência estrutural, desenvolver a competitividade e promover a coesão social, fortalecendo o processo de integração. O Fundo MERCOSUL de Garantias para Micro, Pequenas e Médias Empresas, é outro instrumento relevante, criado para garantir, direta ou indiretamente, operações de crédito contratadas por empresas de menor porte que participem de projetos de integração produtiva."

    Fonte: MRE
  • Totalmente errada, embora seja uma questão antiga feita em outro cenário.

ID
86809
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Relações Internacionais
Assuntos

Em contraste com a crise do multilateralismo dos anos 80,
a última década do século XX constituiu um período de intensa
mobilização dos foros diplomáticos parlamentares, fosse para
enfrentar ameaças iminentes e localizadas à paz, fosse para
apontar soluções para problemas de longo prazo que se vinham
agravando no mundo desde o início da Idade Moderna. Uma das
vertentes dessa mobilização, de escopo amplo e caráter
não-imediatista, foi impulsionado pelo fortalecimento das
sociedades civis e produziu uma série de grandes conferências
sob os auspícios da Organização das Nações Unidas (ONU) no
campo social. Com características inéditas, essas conferências
multilaterais legitimaram a presença na agenda internacional dos
temas globais, antes reputadas matérias da alçada exclusiva das
jurisdições nacionais.

Em 1990, os temas globais ainda eram chamados de novos
temas na agenda internacional. A expressão se aplicava a algumas
questões que não eram novas, mas vinham recebendo atenção
renovada desde o início da distensão Leste-Oeste, na segunda
metade dos anos 80, como o controle de armamentos, o
narcotráfico, o meio ambiente e os direitos humanos. Envolvia,
por outro lado, assuntos de definição imprecisa, como a
democracia e o terrorismo, ou de natureza polêmica, como a
prestação de auxílio humanitário externo às vítimas de conflitos
civis contra a vontade do governo dominante.

José Augusto Lindgren Alves. Relações Internacionais e temas sociais: a
década das conferências. Brasília: IBRI, 2001, p. 31 e 43 (com adaptações).

Tendo como referência inicial o texto anterior, de José Augusto
Lindgren Alves, e levando em conta as novas configurações do
cenário mundial, julgue os itens que se seguem.

A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92, foi o primeiro dos grandes encontros internacionais realizados na última década do século passado. Especialistas reconhecem que, ao lado de outros fatores, foi decisiva a ação do Brasil para que a reunião adotasse um enfoque acentuadamente social para a abordagem da questão ambiental.

Alternativas
Comentários
  • O BR e os Estados do Sul exerceram grande pressão sobre os países desenvolvidos.
  • Antes da CNUMAD, não houve a Conferência Mundial das Crianças, promovida pela ONU, realizada em Nova Iorque, em 1990!? Por que não seria esta o primeiro grande encontro internacional realizado na última década do século passado, que inaugura a década de Conferências da ONU?
  • Cíntia, realmente, a primeira das conferências, realizada em setembro de 1990, foi a Cúpula Mundial sobre a Criança, ocorrida em Nova York, onde 159 países enviaram representantes. De fato, esta conferência inauguraria o ciclo das conferências das Nações Unidas na última década do século passado, inclusive servindo de modelo para as posteriores.

    No entanto, a questão faz referência à "grandes encontros internacionais" e, neste caso, a Conferências das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, Rio-92, se sobressai por vários motivos: é considerada a primeira grande conferência da era pós-bipolar, uma vez que compareceram enviados oficiais de 172 países e cerca de 2.400 ONGs; dela resultou a Agenda 21, a implementação da Comissão de Desenvolvimento Sustentável (CDS) na ONU, as convencões relativas à mudança climática e biodiversidade e a Declaração de Princípios sobre as Florestas. O Brasil atuou fortemente para que crescimento econômico, respeito ambiental e progresso sócio-material pudessem ser conjugados na elaboração da Agenda 21. 
  • Tecnicamente, 1990 é ainda década de 1980.


ID
86812
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Relações Internacionais
Assuntos

Em contraste com a crise do multilateralismo dos anos 80,
a última década do século XX constituiu um período de intensa
mobilização dos foros diplomáticos parlamentares, fosse para
enfrentar ameaças iminentes e localizadas à paz, fosse para
apontar soluções para problemas de longo prazo que se vinham
agravando no mundo desde o início da Idade Moderna. Uma das
vertentes dessa mobilização, de escopo amplo e caráter
não-imediatista, foi impulsionado pelo fortalecimento das
sociedades civis e produziu uma série de grandes conferências
sob os auspícios da Organização das Nações Unidas (ONU) no
campo social. Com características inéditas, essas conferências
multilaterais legitimaram a presença na agenda internacional dos
temas globais, antes reputadas matérias da alçada exclusiva das
jurisdições nacionais.

Em 1990, os temas globais ainda eram chamados de novos
temas na agenda internacional. A expressão se aplicava a algumas
questões que não eram novas, mas vinham recebendo atenção
renovada desde o início da distensão Leste-Oeste, na segunda
metade dos anos 80, como o controle de armamentos, o
narcotráfico, o meio ambiente e os direitos humanos. Envolvia,
por outro lado, assuntos de definição imprecisa, como a
democracia e o terrorismo, ou de natureza polêmica, como a
prestação de auxílio humanitário externo às vítimas de conflitos
civis contra a vontade do governo dominante.

José Augusto Lindgren Alves. Relações Internacionais e temas sociais: a
década das conferências. Brasília: IBRI, 2001, p. 31 e 43 (com adaptações).

Tendo como referência inicial o texto anterior, de José Augusto
Lindgren Alves, e levando em conta as novas configurações do
cenário mundial, julgue os itens que se seguem.

Dois dos mais importantes resultados da Rio-92 foram a Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, adotada em nível de chefes de Estado e de Governo, e a inovação conceitual presente na noção de desenvolvimento sustentável, embasado nos princípios do desenvolvimento como direito e da necessária vinculação da proteção ambiental ao direito ao desenvolvimento.

Alternativas
Comentários
  •  Os seguintes documentos saíram do bojo da CNUMAD:

    1. Declaração de Princípios sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Declaração do Rio de Janeiro): conjunto de princípios que consagram a filosofia da proteção dos interesses das presentes e futuras gerações. Consagram a luta contra a pobreza, recomendam uma política demográfica e reconhece a responsabilidade dos países industrializados quanto aos danos ambientais já ocorridos.

    2. Agenda 21: visa nortear as políticas públicas dos países no sentido de proteger ambientes sensíveis e restaurar ambientes degradados.

    3. Declaração de Princípios sobre as Florestas: trata da exploração econômica de florestas.

    4. Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática.

    5. Convenção sobre diversidade biológica.

     

    Outro resultado da Conferência foi a criação da Comissão para o Desenvolvimento Sustentável, cuja principal função é acompanhar a implementação da Agenda 21.

  • discordo do gabarito, pois o conceito de "desenvolvimento sustentável" surgiu no âmbito da ONU, de fato, em 1987 com a publicação do Relatório Bruntland (http://pt.wikipedia.org/wiki/Relat%C3%B3rio_Brundtland) 

  • Oi Mariana,

    Nesse caso não se trata da formação do conceito, e sim da inovação conceitual. São coisas distintas.

    Cordialmente,

    A.

  • Alessandra,

    Desculpa, mas qual é a diferença?

    Valeu,
    D.
  • Também discordo do gabarito, pois não houve inovação conceitual na noção de desenvolvimento sustentável.
  • Também discordo do gabarito justamente pela questão do Relatório Brundtland. Se alguém puder mostrar onde ocorreu a dita "inovação conceitual" do Relatório para a Rio -92 eu agradeceria. Por enquanto, "cataloguei" essa questão na categoria "coisas do Cespe". 
  • O GABARITO DESSA QUESTÃO  É ERRADO. Essa questão necessita de RIGORISMO TÉCNICO para não cunfundir aquilo que o filósofo já informara: "UMA COISA É UMA COISA, OUTRA COISA É OUTRA COISA.

    Incicialmente, A ideia de desenvolvimento sustentável surgiu a partir do conceito de ecodesenvolvimento, proposto durante a Primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, em Estocolmo, na Suécia, em 1972.

    Ocorre que uma reavaliação do conceito de desenvolvimento sustentável orientou a "Terceira Década das Nações Unidas para o Desenvolvimento" (1980-1990), a partir da qual buscaram-se estratégias de distribuição, visando repartir de modo mais justo os os benefícios do eventual crescimento da economia mundial.

    Assim, A ONU resolveu criar uma comissão para efetuar um estudo dos problemas globais de ambiente e desenvolvimento. Em 1987, essa comissão apresentou o Relatório Brundtland - "Our Commom Future" (Nosso Futuro Comum), no qual se ressaltava o conceito de desenvolvimento sustentável, considerando-o um modelo de desenvolvimento socioeconômico, com justiça social e em harmonia com os sistemas de suporte da vida na Terra.

    Somente em 1992, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, o conceito foi definitivamente incorporado como um princípio orientador de ações. Foi então elaborada a Agenda 21, que representa um compromisso das nações de agir em cooperação e harmonia na busca do desenvolvimento sustentável.

    Por conseguinte, a inovação conceitual presente na noção de desenvolvimento sustentável, embasado nos princípios do desenvolvimento como direito e da necessária vinculação da proteção ambiental ao direito ao desenvolvimento, NÃO OCORREU NA RIO-92. O GABARITO É UM ABSURDO!!!!!

     

  • Apesar de também achar que está errado, no site da ONU, no link: , há a informação que:

    "As amplas recomendações feitas pela Comissão (Relatório de Bruntland - embasamento) levaram à realização da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, que colocou o assunto diretamente na agenda pública, de uma maneira nunca antes feita (Agenda 21 - inovação). "

    Em vermelho minhas modificações.

    De fato, é a única "justificativa" plausível, mas inovação conceitual também associo ao relatório de Brundtland.

  • Julguei que a mudança conceitual da qual a questão se refere esteja remetendo aos âmbitos econômico, social e ambiental pelo qual o desenvolvimento sustentável também passou a ser julgado. Contudo, nem mesmo isso explica a resposta da banca.


ID
86815
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Relações Internacionais
Assuntos

Em contraste com a crise do multilateralismo dos anos 80,
a última década do século XX constituiu um período de intensa
mobilização dos foros diplomáticos parlamentares, fosse para
enfrentar ameaças iminentes e localizadas à paz, fosse para
apontar soluções para problemas de longo prazo que se vinham
agravando no mundo desde o início da Idade Moderna. Uma das
vertentes dessa mobilização, de escopo amplo e caráter
não-imediatista, foi impulsionado pelo fortalecimento das
sociedades civis e produziu uma série de grandes conferências
sob os auspícios da Organização das Nações Unidas (ONU) no
campo social. Com características inéditas, essas conferências
multilaterais legitimaram a presença na agenda internacional dos
temas globais, antes reputadas matérias da alçada exclusiva das
jurisdições nacionais.

Em 1990, os temas globais ainda eram chamados de novos
temas na agenda internacional. A expressão se aplicava a algumas
questões que não eram novas, mas vinham recebendo atenção
renovada desde o início da distensão Leste-Oeste, na segunda
metade dos anos 80, como o controle de armamentos, o
narcotráfico, o meio ambiente e os direitos humanos. Envolvia,
por outro lado, assuntos de definição imprecisa, como a
democracia e o terrorismo, ou de natureza polêmica, como a
prestação de auxílio humanitário externo às vítimas de conflitos
civis contra a vontade do governo dominante.

José Augusto Lindgren Alves. Relações Internacionais e temas sociais: a
década das conferências. Brasília: IBRI, 2001, p. 31 e 43 (com adaptações).

Tendo como referência inicial o texto anterior, de José Augusto
Lindgren Alves, e levando em conta as novas configurações do
cenário mundial, julgue os itens que se seguem.

Especialistas e militantes da causa dos direitos humanos, ainda que por caminhos ou motivações diferentes, acreditam que a forma tímida como esse tema tem evoluído no âmbito dos Estados e na vida cotidiana das sociedades deriva, em larga medida, do fato de que ele continua a ser visto - inclusive nas grandes conferências internacionais - como um fim em si mesmo, em vez da desejável condição de instrumento para a consecução da plena cidadania.

Alternativas
Comentários
  • Dizer que DHU é um fim em si mesmo está totalmente errado.
  • Na época de 2003, muitas pessoas tinham este pensamento pois a Comissão de Direitos Humanos (criada em 1947 que reportava ao ECOSOC) foi manchada por ações "Double Standarts", onde havia a predominância política em suas decisões.
     
    Com o surgimento do Conselho de Direitos Humanos em 2006, esta passou a ter maior credibilidade.
  • Em princípio, desde o projeto da Ilustração liderado pela filosofia prática kantiana, a dignidade humana foi concebida como um imperativo geral segundo o qual cada ser humano é um fim em si mesmo que, por conseguinte, não pode ser instrumentalizado para nenhum outro fim. Isso se traduz em uma máxima moral segundo a qual cada ser humano racional deve tratar a si e a todos os seres humanos que compartilham tal "atributo" como um fim em si mesmo e nunca como um meio.

    Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-64452009000200003

    Logo, o ponto de vista de Kant era que o ser humano deve ser considerado um FIM EM SI MESMO (essa é a visão dos militantes das causas dos Direitos Humanos também). Porém, as conferências internacionais vêm os seres humanos como simples MEIOS, porque os Estados tomam as decições sobre esse tema baseados apenas nos seus interesses nacionais.

     


ID
86818
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Relações Internacionais
Assuntos

Em contraste com a crise do multilateralismo dos anos 80,
a última década do século XX constituiu um período de intensa
mobilização dos foros diplomáticos parlamentares, fosse para
enfrentar ameaças iminentes e localizadas à paz, fosse para
apontar soluções para problemas de longo prazo que se vinham
agravando no mundo desde o início da Idade Moderna. Uma das
vertentes dessa mobilização, de escopo amplo e caráter
não-imediatista, foi impulsionado pelo fortalecimento das
sociedades civis e produziu uma série de grandes conferências
sob os auspícios da Organização das Nações Unidas (ONU) no
campo social. Com características inéditas, essas conferências
multilaterais legitimaram a presença na agenda internacional dos
temas globais, antes reputadas matérias da alçada exclusiva das
jurisdições nacionais.

Em 1990, os temas globais ainda eram chamados de novos
temas na agenda internacional. A expressão se aplicava a algumas
questões que não eram novas, mas vinham recebendo atenção
renovada desde o início da distensão Leste-Oeste, na segunda
metade dos anos 80, como o controle de armamentos, o
narcotráfico, o meio ambiente e os direitos humanos. Envolvia,
por outro lado, assuntos de definição imprecisa, como a
democracia e o terrorismo, ou de natureza polêmica, como a
prestação de auxílio humanitário externo às vítimas de conflitos
civis contra a vontade do governo dominante.

José Augusto Lindgren Alves. Relações Internacionais e temas sociais: a
década das conferências. Brasília: IBRI, 2001, p. 31 e 43 (com adaptações).

Tendo como referência inicial o texto anterior, de José Augusto
Lindgren Alves, e levando em conta as novas configurações do
cenário mundial, julgue os itens que se seguem.

De 1948, quando foi aprovada a Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU, aos dias de hoje, a política exterior do Brasil portou-se de forma distinta em relação ao tema. À época do regime militar, assumiu posições defensivas e isolacionistas nos foros multilaterais. Com a redemocratização, o país avança e, ao lado de outras medidas, adere às convenções internacionais contra as distintas formas de discriminação e de tortura, além das que salvaguardam os direitos da criança e do refugiado.

Alternativas
Comentários
  • Quais foram as posições isolacionistas do Brasil nos foros multilaterais? Desconheço.
  • CORRETA.

    O Sr. PZS tem razão em questionar sobre uma postura isolacionistas nos foros multilaterais pois esta afirmação fica bem subjetiva. Um exemplo seria uma participação não relevante - tímida - na Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (I UNCTAD em 1964). Além disso, o Brasil somente ficou como observador do Movimento dos Não Alinhados

    No período de redemocratização, no gov. Sarney foi realizado Adesão à Convenção contra Tortura e iniciado a ratificação dos PActos de Direitos Humanos da ONU. A Convenção sobre Direitos da Criança (NY)
  • Questão correta. No que se refere à questão da tortura e aos direitos humanos, a postura do Brasil foi isolacionista durante o regime  militar por razões óbvias.

  • Achei a questão tão bonita que marquei CERTO!! 

  • É a partir de 1968 (II U n c t ad ) q u e o Brasil passou a expressar apoio mais denso aos foros multilaterais, movido pela convicção de ser essa atitude o " meio de neutralizar ou reduzir o considerável p o d er de coerção das superpotências e grandes poderes nas relações internacionais", como assinalou Antonio Augusto Cançado Trindade. Já para Clodoaldo Bueno, a continuidade seria o elemento definidor da política multilateral brasileira, a expressar o reconhecido grau de profissionalismo do Itamaraty. Para ele, a diplomacia brasileira teve tradicionalmente na ONU uma participação constante e cooperativa, fazendo do tema do desenvolvimento uma de suas preocupações centrais.
     

  • CERTO.

     

    (i) "À época do regime militar, assumiu posições defensivas e isolacionistas nos foros multilaterais." Afirmação correta, pois em certos momentos o Brasil adotou essa postura (Cateslo Branco e o alinhamento e a bipolaridade mundial).

     

    (ii) "Com a redemocratização [o país] adere às convenções internacionais contra as distintas formas de discriminação e de tortura, além das que salvaguardam os direitos da criança e do refugiado." Afirmativa também correta, durante o regime militar prevalacia a tortura e a politica ditatorial. Só com a redemocratização isso acabou.

  • Postura isolacionista durante o período militar quando da não adesão aos pactos internacionais sobre direitos civis e políticos e sobre direitos econômicos, sociais e culturais (restrições a liberdades civis e cassação de direitos políticos, Castelo Branco). Instrução para participação de "natureza técnica" na conferência interamericana de direitos humanos, sem comprometer-se a aderir àquele instrumento.

  • "De 1948, quando foi aprovada a Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU, aos dias de hoje, a política exterior do Brasil portou-se de forma distinta em relação ao tema. À época do regime militar, assumiu posições defensivas e isolacionistas nos foros multilaterais. Com a redemocratização, o país avança e, ao lado de outras medidas, adere às convenções internacionais contra as distintas formas de discriminação e de tortura, além das que salvaguardam os direitos da criança e do refugiado."

    Ressalvado o gabarito oficial, julgo o item errado. O Brasil aderiu à Convenção de Genebra sobre o Estatuto dos Refugiados em 1960 e a Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial em 1968. Em ambos os casos (discriminação e refugiados), a adesão do país se deu em período anterior ao aludido no enunciado (redemocratização: décadas de 1980 e 90).


ID
86821
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Relações Internacionais
Assuntos

Em contraste com a crise do multilateralismo dos anos 80,
a última década do século XX constituiu um período de intensa
mobilização dos foros diplomáticos parlamentares, fosse para
enfrentar ameaças iminentes e localizadas à paz, fosse para
apontar soluções para problemas de longo prazo que se vinham
agravando no mundo desde o início da Idade Moderna. Uma das
vertentes dessa mobilização, de escopo amplo e caráter
não-imediatista, foi impulsionado pelo fortalecimento das
sociedades civis e produziu uma série de grandes conferências
sob os auspícios da Organização das Nações Unidas (ONU) no
campo social. Com características inéditas, essas conferências
multilaterais legitimaram a presença na agenda internacional dos
temas globais, antes reputadas matérias da alçada exclusiva das
jurisdições nacionais.

Em 1990, os temas globais ainda eram chamados de novos
temas na agenda internacional. A expressão se aplicava a algumas
questões que não eram novas, mas vinham recebendo atenção
renovada desde o início da distensão Leste-Oeste, na segunda
metade dos anos 80, como o controle de armamentos, o
narcotráfico, o meio ambiente e os direitos humanos. Envolvia,
por outro lado, assuntos de definição imprecisa, como a
democracia e o terrorismo, ou de natureza polêmica, como a
prestação de auxílio humanitário externo às vítimas de conflitos
civis contra a vontade do governo dominante.

José Augusto Lindgren Alves. Relações Internacionais e temas sociais: a
década das conferências. Brasília: IBRI, 2001, p. 31 e 43 (com adaptações).

Tendo como referência inicial o texto anterior, de José Augusto
Lindgren Alves, e levando em conta as novas configurações do
cenário mundial, julgue os itens que se seguem.

Em aparente rota de colisão com a Carta de 1988, reconhecidamente voltada para a defesa dos direitos e das garantias individuais e coletivas, o Estado brasileiro tomou duas atitudes que foram alvo de protestos no país e no exterior. A primeira, menos de um ano após a promulgação da nova Constituição, foi não reconhecer a jurisdição da Corte Interamericana de Direitos Humanos relativamente a atos praticados por brasileiros. A segunda, mais recente, foi a extinção da Secretaria de Estado de Direitos Humanos.

Alternativas
Comentários
  • Isto ta muito desatualizado, mas deve ter acontecido mesmo, mas não recentemente.
  • Olá, pessoal!

    O gabarito foi corrigido para "E"

    Bons estudos!
  • Incorreta.
    Brasil ratificou a Convenção Interamericana de Direitos Humanos em 1992 e reconheceu a competência da Corte Interamericana em 1998   A Secretaria de Estado de Direitos Humanos foi criada em 1977 dentro do Ministério da Justiça, foi alçada ao status de ministério em 2003. Em 2010 recebeu o nome de: Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR)

ID
86824
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Relações Internacionais
Assuntos

A adesão da China à Organização Mundial do Comércio
(OMC) em 2001 consolida a crescente abertura do país de maior
população do mundo. Tal fato foi marcado por vários anos de
difíceis negociações com os principais parceiros internacionais,
EUA e União Européia, com os quais teve que concluir prévios
acordos sobre as modalidades concretas da mútua abertura das
economias. Foi celebrada, portanto, mesmo que de maneira
superficial, como uma forma de triunfo final da economia de
mercado. Os pragmáticos chineses parecem nutrir a idéia básica
que permitiu no passado os êxitos do Japão e dos tigres asiáticos:
integrar-se ao mundo ainda dominado pelo Ocidente de maneira
dinâmica, mas prudente, negociada e não imposta, sem deixar-se
dominar.

Viktor Sukup. A China frente à globalização: desafios e oportunidades. In: Revista
Brasileira de Política Internacional. Brasília, ano 45, n.o 2, 2002, p. 82 (com adaptações).

Julgue os itens subseqüentes, com relação ao tema focalizado no
texto acima.

A atual experiência de abertura posta em prática pela China teve seu início na década de 80 do século passado e, nos seus aspectos essenciais, está calcada na tentativa de reformas da extinta União Soviética, sob o comando de Gorbachev. Em ambos os casos, o ritmo de flexibilização política do regime, provavelmente por sua celeridade, interpôs obstáculos ao crescimento da economia, o que, no caso soviético, foi fatal e abreviou a existência do socialismo real.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: ERRADO

    A atual experiência de abertura posta em prática pela China teve seu início na década de 80 do século passado e, nos seus aspectos essenciais, está calcada na tentativa de reformas da extinta União Soviética, sob o comando de Gorbachev. Em ambos os casos, o ritmo de flexibilização política do regime, provavelmente por sua celeridade, interpôs obstáculos ao crescimento da economia, o que, no caso soviético, foi fatal e abreviou a existência do socialismo real.

    A China foi o Estado que mais cresceu economicamente nos últimos tempos.

  • Não houve flexibilização política do regime chinês.


ID
86827
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Relações Internacionais
Assuntos

A adesão da China à Organização Mundial do Comércio
(OMC) em 2001 consolida a crescente abertura do país de maior
população do mundo. Tal fato foi marcado por vários anos de
difíceis negociações com os principais parceiros internacionais,
EUA e União Européia, com os quais teve que concluir prévios
acordos sobre as modalidades concretas da mútua abertura das
economias. Foi celebrada, portanto, mesmo que de maneira
superficial, como uma forma de triunfo final da economia de
mercado. Os pragmáticos chineses parecem nutrir a idéia básica
que permitiu no passado os êxitos do Japão e dos tigres asiáticos:
integrar-se ao mundo ainda dominado pelo Ocidente de maneira
dinâmica, mas prudente, negociada e não imposta, sem deixar-se
dominar.

Viktor Sukup. A China frente à globalização: desafios e oportunidades. In: Revista
Brasileira de Política Internacional. Brasília, ano 45, n.o 2, 2002, p. 82 (com adaptações).

Julgue os itens subseqüentes, com relação ao tema focalizado no
texto acima.

Embora gigantesca, a população chinesa apresenta uma bem reduzida capacidade de consumo, devido à diminuta média salarial. Entrar na OMC, depois de exaustivas negociações que redundaram no tratamento preferencial ao país, que pôde praticamente manter cerradas suas fronteiras aos produtos estrangeiros, foi a saída perseguida pela China para escoar sua produção pelos mercados mundiais.

Alternativas
Comentários
  • De fato a média salarial chinesa ainda é bastante reduzida, apesar do vigoroso crescimento que esta vem experimentando nos últimos 30 anos. No entanto, isso não faz com que a população chinesa, em conjunto, apresente capacidade de consumo reduzida, pelo contrário: apresenta sim uma capacidade de consumo alta e crescente, uma decorrência da própria dimensão da população – com seus mais de 1 bilhão de habitantes – e do ritmo de crescimento de sua economia – com média acima dos 10% ao ano.


    A China também não obteve “tratamento preferencial” ao entrar para a OMC, pelo contrário: teve de formular acordos prévios com alguns países que temiam a concorrência chinesa.


    Outro ponto incorreto é a afirmação de que a China manteve suas “fronteiras cerradas aos produtos estrangeiros”. Basta conhecer a importância das importações chinesas de soja e minério de ferro para as exportações brasileiras para perceber esse defeito no item.

  • BATATA PODRE: "que pôde manter praticamente cerradas suas fronteiras aos produtos estrangeiros"
  • Daniel Gonçalves, mais conhecido como "BATATA PODRE"

  • Só complementando: A China é hoje (2022) o maior exportador do mundo e o segundo maior importador, atrás apenas dos EUA.


ID
86830
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Relações Internacionais
Assuntos

A adesão da China à Organização Mundial do Comércio
(OMC) em 2001 consolida a crescente abertura do país de maior
população do mundo. Tal fato foi marcado por vários anos de
difíceis negociações com os principais parceiros internacionais,
EUA e União Européia, com os quais teve que concluir prévios
acordos sobre as modalidades concretas da mútua abertura das
economias. Foi celebrada, portanto, mesmo que de maneira
superficial, como uma forma de triunfo final da economia de
mercado. Os pragmáticos chineses parecem nutrir a idéia básica
que permitiu no passado os êxitos do Japão e dos tigres asiáticos:
integrar-se ao mundo ainda dominado pelo Ocidente de maneira
dinâmica, mas prudente, negociada e não imposta, sem deixar-se
dominar.

Viktor Sukup. A China frente à globalização: desafios e oportunidades. In: Revista
Brasileira de Política Internacional. Brasília, ano 45, n.o 2, 2002, p. 82 (com adaptações).

Julgue os itens subseqüentes, com relação ao tema focalizado no
texto acima.

Na opinião do autor, expressa no texto, a estratégia chinesa de inserção no mercado global lembra a experiência nipônica da segunda metade do século XIX. Com efeito, entre outros significados, a Era Meiji correspondeu à decisão japonesa de se modernizar como meio de se desenvolver pela via da não-subalternidade em relação ao Ocidente.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: CERTO

    Na opinião do autor, expressa no texto, a estratégia chinesa de inserção no mercado global lembra a experiência nipônica da segunda metade do século XIX. Com efeito, entre outros significados, a Era Meiji correspondeu à decisão japonesa de se modernizar como meio de se desenvolver pela via da não-subalternidade em relação ao Ocidente.

    Esta afirmativa está corretíssima.


ID
86833
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Comércio Internacional (Exterior)
Assuntos

A adesão da China à Organização Mundial do Comércio
(OMC) em 2001 consolida a crescente abertura do país de maior
população do mundo. Tal fato foi marcado por vários anos de
difíceis negociações com os principais parceiros internacionais,
EUA e União Européia, com os quais teve que concluir prévios
acordos sobre as modalidades concretas da mútua abertura das
economias. Foi celebrada, portanto, mesmo que de maneira
superficial, como uma forma de triunfo final da economia de
mercado. Os pragmáticos chineses parecem nutrir a idéia básica
que permitiu no passado os êxitos do Japão e dos tigres asiáticos:
integrar-se ao mundo ainda dominado pelo Ocidente de maneira
dinâmica, mas prudente, negociada e não imposta, sem deixar-se
dominar.

Viktor Sukup. A China frente à globalização: desafios e oportunidades. In: Revista
Brasileira de Política Internacional. Brasília, ano 45, n.o 2, 2002, p. 82 (com adaptações).

Julgue os itens subseqüentes, com relação ao tema focalizado no
texto acima.

Sucessora do GATT, a OMC é uma das mais conhecidas instâncias multilaterais dos dias atuais, tendo, entre outras, a missão de elaborar as normas reguladoras do comércio mundial, zelar pela sua observância e julgar os contenciosos entre os atores do mercado mundial.

Alternativas
Comentários
  • para mim esta questão está errada, pois quando a assertiva menciona "julgar os contenciosos entre os atores do mercado mundial" supõe-se que o sistema de solução de controvérsias da OMC possa ser acessado pro empresas, não? a redação ficou dúbia... 

  • Acho estranho dizer que a OMC é sucessora do GATT considerando que o GATT continua existindo...
  • Também acho estranho dizer que é sucessora. Tal termo está realmente correto?
  • Também acho estranho o termo "sucessora", mas aí vai uma fonte oficial:
    "Como surgiu a OMC? A OMC foi criada em janeiro de 1995 como resultado das negociações da Rodada Uruguai (1986-1993) do GATT (Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio) . Com novas estruturas, prerrogativas, funções e instrumentos, a OMC é sucessora do GATT, acordo estabelecido após a Segunda Guerra Mundial que nunca foi um organismo formalmente constituído".
    Fontes: Página oficial da OMC na internet (tradução não-oficial) e Divisão de Política Comercial do Itamaraty.
  • Gabarito: CERTO

     

    Outra questéao para auxiliar no entendimento: 

     

    Ano: 2002 Banca: CESPE Órgão: Banco do Brasil Prova: Escriturário

     

    A OMC é um organismo multilateral que, entre outras funções, fixa normas e regras para o comércio mundial, arbitrando eventuais contenciosos derivados da disputa entre empresas e países concorrentes, situação comum em um mercado altamente internacionalizado e competitivo. CERTO

  • Anderson, a OMC arbitra contenciosos derivados da disputa entre empresas e países concorrentes???

  • Segundo "LAMPREA, Luiz Felipe Palmeira. Resultados da Rodada do Uruguai: uma tentativa de síntese. Estudos Avançados 9. 1995"

    "é incorreto afirmar que o WTO substitui o GATT, já que, em primeiro lugar, a organização não se confunde com os textos legais anexos ao seu convênio constitutivo, e, em segundo, porque o GATT continua a existir, acrescido de sete textos de entendimentos (understanding) sobre diferentes dispositivos do Acordo Geral e do Protocolo de Marraqueche, que estabelece as diretrizes para cumprimento das obrigações assumidas através das anexas listas nacionais e de concessões tarifárias e não-tarifárias em matéria de bens. Com esses acréscimos - e mais os que foram feitos ao longo de sete rodadas de negociações, especialmente a Rodada de Tóquio, concluída em 1979 -, o Acordo Geral passa a ser denominado Gatt1994".

    Portanto, eu considerei a questão errada no tocante a palavra Sucessora.


ID
86836
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Relações Internacionais
Assuntos

A adesão da China à Organização Mundial do Comércio
(OMC) em 2001 consolida a crescente abertura do país de maior
população do mundo. Tal fato foi marcado por vários anos de
difíceis negociações com os principais parceiros internacionais,
EUA e União Européia, com os quais teve que concluir prévios
acordos sobre as modalidades concretas da mútua abertura das
economias. Foi celebrada, portanto, mesmo que de maneira
superficial, como uma forma de triunfo final da economia de
mercado. Os pragmáticos chineses parecem nutrir a idéia básica
que permitiu no passado os êxitos do Japão e dos tigres asiáticos:
integrar-se ao mundo ainda dominado pelo Ocidente de maneira
dinâmica, mas prudente, negociada e não imposta, sem deixar-se
dominar.

Viktor Sukup. A China frente à globalização: desafios e oportunidades. In: Revista
Brasileira de Política Internacional. Brasília, ano 45, n.o 2, 2002, p. 82 (com adaptações).

Julgue os itens subseqüentes, com relação ao tema focalizado no
texto acima.

O Brasil teve destacada atuação na última grande reunião da OMC, realizada em Cancún, no México. Para muitos, ao chegar ao fim de seus trabalhos, tendo cumprido a extensa agenda previamente acertada, a reunião de Cancún, em vez de ter sido o fracasso que alguns apregoaram, foi plenamente proveitosa por ter levado às últimas conseqüências o debate em torno dos subsídios agrícolas que os países mais ricos teimam em continuar praticando.

Alternativas
Comentários
  • Questão bem simples, um relativo conhecimento sobre atualidades seria suficiente para respondê-la. Ademais: "...ter levado às últimas conseqüências o debate..." a reunião foi um fracasso...
  • CASCA DE BANANA: "ter levado às últimas consequências o debate"
  • ERRADO.

    Nesta 5ª Ministerial houve grande discussões acerca das áreas-chve tais como; comércio de serviços e subsídios à exportações de produtos agrícolas (PAC da UE). Na ocasião, o Brasil articula o G20 COMERCIAL  que é composto por países periférios que busca a democratização das negociações agrícolas. Agora é um grupo mais robusto contra o denominado QUAD (UE, Japão, EUA, Canadá).

  • "ter levado até as últimas consequências" quase uma chamada de Sessão da Tarde


ID
86839
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Relações Internacionais
Assuntos

O Estado desenvolvimentista, de características tradicionais,
reforça o aspecto nacional e autônomo da política exterior. Trata-se do
Estado empresário que arrasta a sociedade no caminho do
desenvolvimento nacional mediante a superação de dependências
econômicas estruturais e a autonomia de segurança. O Estado normal,
invenção latino-americana dos anos noventa, foi assim denominado pelo
expoente da comunidade epistêmica argentina, Domingo Cavallo, em
1991, quando era ministro das Relações Exteriores do governo de
Menem. Aspiram a ser normais os governos latino-americanos que se
instalaram em 1989-90 na Argentina, Brasil, Peru, Venezuela, México
e outros países menores. O terceiro é o paradigma do Estado logístico,
que fortalece o núcleo nacional, transferindo à sociedade
responsabilidades empreendedoras e ajudando-a a operar no exterior,
de modo a equilibrar os benefícios da interdependência mediante um
tipo de inserção madura no mundo globalizado.

Amado Luiz Cervo. Relações internacionais do Brasil: um balanço da era Cardoso.
In: Revista Brasileira de Política Internacional, ano 45, n.o. 1, 2002, p. 6-7 (com adaptações).

Tendo o texto acima como referência inicial e considerando a
abrangência do tema nele focalizado, julgue os itens seguintes.

Da Era Vargas ao fim do regime militar, o paradigma do Estado desenvolvimentista foi a tônica da política externa brasileira, ainda que tenha havido variações em sua execução ao longo desse período. Esse "Estado empresário", como o classifica o autor do texto, deixou marcas profundas na construção da moderna indústria de base do país, a exemplo, entre tantos, da Companhia Siderúrgica Nacional, da Companhia Vale do Rio Doce, da PETROBRAS, de hidrelétricas, de rodovias, da ELETROBRAS, da EMBRAER e da EMBRATEL, muitas das quais privatizadas no passado recente.

Alternativas
Comentários
  • Correta!

    Muitos são os exemplos de presidentes com esse perfil desenvolvimentista, entre os anos 30 e 85: Vargas e a formação da indústria de base; JK e o plano de metas "50 anos em 5"; Médici e o milagre econômico...todos com foco no crescimento do país por meio da suficiência industrial.

  • Corretíssima

    Período de Getúlio Vargas

    Companhia Siderúrgica Nacional em Volta Redonda onde  Brasil recebeu 20 milhões de USD dos EUA. 1941. Companhia  Vale do Rio Doce, que herda a rica jazida de ferro de Itabira  em 1942. Plano Nacional do Carvão (1951) Petrobrás (1951), monopólio estatal em 1953 Eletrobrás - Plano Nacional de Eletrificação, porém só se concretizou em 1962 no Governo de Jânio Goulart Juscelino Kubitschek Companhia de Furnas (1957) Rodobrás (1958)

ID
86842
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Relações Internacionais
Assuntos

O Estado desenvolvimentista, de características tradicionais,
reforça o aspecto nacional e autônomo da política exterior. Trata-se do
Estado empresário que arrasta a sociedade no caminho do
desenvolvimento nacional mediante a superação de dependências
econômicas estruturais e a autonomia de segurança. O Estado normal,
invenção latino-americana dos anos noventa, foi assim denominado pelo
expoente da comunidade epistêmica argentina, Domingo Cavallo, em
1991, quando era ministro das Relações Exteriores do governo de
Menem. Aspiram a ser normais os governos latino-americanos que se
instalaram em 1989-90 na Argentina, Brasil, Peru, Venezuela, México
e outros países menores. O terceiro é o paradigma do Estado logístico,
que fortalece o núcleo nacional, transferindo à sociedade
responsabilidades empreendedoras e ajudando-a a operar no exterior,
de modo a equilibrar os benefícios da interdependência mediante um
tipo de inserção madura no mundo globalizado.

Amado Luiz Cervo. Relações internacionais do Brasil: um balanço da era Cardoso.
In: Revista Brasileira de Política Internacional, ano 45, n.o. 1, 2002, p. 6-7 (com adaptações).

Tendo o texto acima como referência inicial e considerando a
abrangência do tema nele focalizado, julgue os itens seguintes.

Um caso típico de clara identificação entre política interna e política externa, na história republicana do Brasil, foi o ocorrido na Era Vargas. O projeto de modernização do país buscou na política exterior importante ponto de apoio, tanto na tentativa de equilíbrio em face de Berlim e Washington com vistas à obtenção de vantagens, quanto na negociação com os EUA, que culminou na entrada do país na Segunda Guerra Mundial.

Alternativas
Comentários
  • A questão apresenta fatos bastantes conhecidos;apenas na frase seguinte, entre vírgulas, existe motivo para a dúvida:", tanto na tentativa de equilíbrio em face de Berlim e Washington com vistas à obtenção de vantagens, ". Sendo apenas uma questão semântica. Típica questão CESPE,jogando com a tensão originada pela prova e a expectativa, da Banca, de que o candidato perca tempo precioso na sua resolução.
  • O Trecho entre vírgulas observado pelo colega  pode ser compreendido pela chamada política de equidistância pragmática.
  • O governo Vargas de 1930-1945 pode ser dividido em 2 momentos:
     

     equidistância pragmática: Brasil mantém relações pragmáticas com os EUA e com a Alemanha. alinhamento negociado: Brasil alinha-se aos EUA em troca de concessões.

ID
86845
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Relações Internacionais
Assuntos

O Estado desenvolvimentista, de características tradicionais,
reforça o aspecto nacional e autônomo da política exterior. Trata-se do
Estado empresário que arrasta a sociedade no caminho do
desenvolvimento nacional mediante a superação de dependências
econômicas estruturais e a autonomia de segurança. O Estado normal,
invenção latino-americana dos anos noventa, foi assim denominado pelo
expoente da comunidade epistêmica argentina, Domingo Cavallo, em
1991, quando era ministro das Relações Exteriores do governo de
Menem. Aspiram a ser normais os governos latino-americanos que se
instalaram em 1989-90 na Argentina, Brasil, Peru, Venezuela, México
e outros países menores. O terceiro é o paradigma do Estado logístico,
que fortalece o núcleo nacional, transferindo à sociedade
responsabilidades empreendedoras e ajudando-a a operar no exterior,
de modo a equilibrar os benefícios da interdependência mediante um
tipo de inserção madura no mundo globalizado.

Amado Luiz Cervo. Relações internacionais do Brasil: um balanço da era Cardoso.
In: Revista Brasileira de Política Internacional, ano 45, n.o. 1, 2002, p. 6-7 (com adaptações).

Tendo o texto acima como referência inicial e considerando a
abrangência do tema nele focalizado, julgue os itens seguintes.

Descompasso entre as políticas externa e interna, conquanto não seja a norma, pode ocorrer. No Brasil da primeira metade da década de 60 do século passado, enquanto a Política Externa Independente cumpria um papel inovador, propugnando por uma ordem internacional menos assimétrica e francamente anticolonial, no campo interno, o Estado assumia posições cada vez mais inflexíveis na defesa da ordem estabelecida e refratário a qualquer política reformista.

Alternativas
Comentários
  • A política externa independente (PEI) tem seu auge nos governos Quadros e Goulart. Durante este último, ela foi contemporânea de um contexto político interno reformista representado principalmente pelas chamadas Reformas de Base.


    O referido Estado que “assumia posições cada vez mais inflexíveis na defesa da ordem estabelecida e refratário a qualquer política reformista” vem com a ascensão dos militares ao poder em 1964, o que se refletiu em um abandono temporário dos princípios da PEI e na adoção de posição de alinhamento para com os EUA que marcaram a política exterior de Castelo Branco.


    Princípios da PEI foram sendo gradualmente resgatados a partir do governo Costa e Silva.

  • Também há erro em dizer francamante anticolonial, já que isso não passava de uma retórica em seu início. 
  • Política Externa Independente é a política do período JAN-JAN (Jânio Quadros e Jango).  Houve intensas alterações da ordem interna estabelecida, como o período de parlamentarismo, a retomada do presidencialismo e mesmo o golpe militar.

    Além disso - e ainda mais evidente - o governo Jango era extremamente reformista internamente, bastaria lembrarmos das suas propostas de base, reforma agrária, etc.




  • Discordo  do gabarito com um trecho do HPEB (Cervo e Bueno)

    página 349

    "A administração Jânio Quadros assumia duplo caráter, cujos elementos eram aparentemente conflitantes. No plano interno, a ortodoxia adotada para estabilizar a economia, bem como outras medidas administrativas, eram de natureza conservadora. No externo, por tudo que foi exporsto até qui, a administração mostrava-se avançada, o que agradava às esquerdas e aos nacionalistas"

  • Gabarito: ERRADO

    Complementando o que o Prof. Borges disse... 

    Durante a PEI, o Brasil não era francamente anticolonialista (ex.: caso das colônias portuguesas). Além disso, o Estado não assumia posições cada vez mais inflexíveis na defesa da ordem estabelecida e refratário a qualquer política reformista, ao contrário, João Goulart, por exemplo, tentou implementar as reformas de base e o governo era tão reformista e tão pró-social que houve o golpe de 1964. 

     

  • Muita coisa aconteceu na primeira metade da década dos anos 1960. Difícil caracterizar uma única tendência no período inteiro, mas ok...

ID
86848
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Relações Internacionais
Assuntos

O Estado desenvolvimentista, de características tradicionais,
reforça o aspecto nacional e autônomo da política exterior. Trata-se do
Estado empresário que arrasta a sociedade no caminho do
desenvolvimento nacional mediante a superação de dependências
econômicas estruturais e a autonomia de segurança. O Estado normal,
invenção latino-americana dos anos noventa, foi assim denominado pelo
expoente da comunidade epistêmica argentina, Domingo Cavallo, em
1991, quando era ministro das Relações Exteriores do governo de
Menem. Aspiram a ser normais os governos latino-americanos que se
instalaram em 1989-90 na Argentina, Brasil, Peru, Venezuela, México
e outros países menores. O terceiro é o paradigma do Estado logístico,
que fortalece o núcleo nacional, transferindo à sociedade
responsabilidades empreendedoras e ajudando-a a operar no exterior,
de modo a equilibrar os benefícios da interdependência mediante um
tipo de inserção madura no mundo globalizado.

Amado Luiz Cervo. Relações internacionais do Brasil: um balanço da era Cardoso.
In: Revista Brasileira de Política Internacional, ano 45, n.o. 1, 2002, p. 6-7 (com adaptações).

Tendo o texto acima como referência inicial e considerando a
abrangência do tema nele focalizado, julgue os itens seguintes.

Pela nomenclatura adotada no texto, o Chile que saiu do regime de força comandado pelo general Augusto Pinochet e que, com determinadas adaptações, prossegue no mesmo modelo econômico já na atual fase democrática, deve ser classificado como protótipo do paradigma de Estado normal.

Alternativas
Comentários
  •  Quesito ERRADO.

    O texto do professor Amado Luiz Cervo pode ser encontrado facilmente na Internet. Para quem desejar lê-lo, o link é:

    http://redalyc.uaemex.mx/pdf/358/35845101.pdf

    Extraí dele o seguinte excerto da página 7 que ajuda a esclarecer a questão:

    "O primeiro paradigma, cujo protótipo na América Latina foi o Brasil, entre 1930 e 1989, elevou este país ao mais alto nível de desenvolvimento regional; o segundo, cujo protótipo foi a Argentina da era Menem, conduziu à crise de 2001-2002, caracterizada pelo aprofundamento de dependências estruturais e pelo empobrecimento da nação; o terceiro, cujo protótipo foi o Chile, garante uma inserção mais madura."

    Desse modo, conclui-se que o Chile foi o protótipo do Estado logístico, não do normal.

    Na realidade, a questão pode ser facilmente resolvida bastando ler com muita atenção o texto do enunciado. Nele está escrito: "Aspiram a ser normais os governos latino-americanos que se instalaram em 1989-90 na Argentina, Brasil, Peru, Venezuela, México e outros países menores." O Chile não aparece no rol dos países citados. Assim, ele não poderia ser o protótipo do Estado normal, uma vez que ele nem sequer é citado entre os Estados normais.

  • Não acho que o Chile seja um Estado logístico como diz o colega acima, mas certamente não é um Estado normal devido a sua maior maturidade nos tratos das relações econômicas internacionais, sendo menos subserviente aos centros hegemônicos se comparados, por exemplo, ao Brasil ou Argentina dos anos 90.
  • Protótipos de três paradigmas de política externa na América Latina durante a década de 1990:

    O Estado desenvolvimentista (BRASIL), de características tradicionais, reforça o aspecto nacional e autônomo da política exterior. Trata-se do Estado empresário, que arrasta a sociedade no caminho do desenvolvimento nacional mediante a superação de dependências econômicas estruturais e a autonomia de segurança.  

    - O Estado normal (ARGENTINA), esse paradigma envolve três parâmetros de conduta:

    Como Estado subserviente, submete-se às coerções do centro hegemônico do capitalismo

    Como Estado destrutivo, dissolve e aliena o núcleo central robusto da economia nacional e transfere renda ao exterior

    Como Estado regressivo, reserva para a nação as funções da infância social

    O Estado logístico (CHILE), que fortalece o núcleo nacional, transferindo à sociedade responsabilidades empreendedoras e ajudando-a a operar no exterior, para equilibrar os benefícios da interdependência mediante um tipo de inserção madura no mundo globalizado.

     

    Fonte https://fichamentohpexbra.wordpress.com/tag/o-estado-logistico/


ID
86851
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Relações Internacionais
Assuntos

O Estado desenvolvimentista, de características tradicionais,
reforça o aspecto nacional e autônomo da política exterior. Trata-se do
Estado empresário que arrasta a sociedade no caminho do
desenvolvimento nacional mediante a superação de dependências
econômicas estruturais e a autonomia de segurança. O Estado normal,
invenção latino-americana dos anos noventa, foi assim denominado pelo
expoente da comunidade epistêmica argentina, Domingo Cavallo, em
1991, quando era ministro das Relações Exteriores do governo de
Menem. Aspiram a ser normais os governos latino-americanos que se
instalaram em 1989-90 na Argentina, Brasil, Peru, Venezuela, México
e outros países menores. O terceiro é o paradigma do Estado logístico,
que fortalece o núcleo nacional, transferindo à sociedade
responsabilidades empreendedoras e ajudando-a a operar no exterior,
de modo a equilibrar os benefícios da interdependência mediante um
tipo de inserção madura no mundo globalizado.

Amado Luiz Cervo. Relações internacionais do Brasil: um balanço da era Cardoso.
In: Revista Brasileira de Política Internacional, ano 45, n.o. 1, 2002, p. 6-7 (com adaptações).

Tendo o texto acima como referência inicial e considerando a
abrangência do tema nele focalizado, julgue os itens seguintes.

A grande crítica que se faz ao Estado normal é que, embora não seja subserviente em relação ao centro hegemônico do sistema capitalista e não fragmente nem aliene o setor central mais vigoroso da economia nacional, acaba por transferir muita renda para o exterior e, com isso, interfere negativamente no dinamismo da economia nacional.

Alternativas
Comentários
  • A crítica do professor Amado Luiz Cervo é justamente com relação a uma referida subserviência do Estado que adota o chamado “Paradigma Normal” em relação ao centro hegemônico do sistema capitalista, o que geraria uma fragmentação e alienação do “setor central mais vigoroso” da economia nacional, trazendo então desequilíbrio estrutural e uma inserção imatura no mercado mundial.


    Fonte: CERVO, Amado; BUENO, Clodoaldo. História da Política Exterior do Brasil. 2. Ed. Brasília; Universidade de Brasília, 2002.

  • O Estado normal é subserviente em relação ao centro hegemônico!
  • Designações deste período

    Amado Cervo: Estado Normal (1990-2002) ou Estado NeoLiberal.
    Obs: O termo "Estado Normal" foi criado em 1991 pelo argentino Domingo Cavallo
    Amado Cervo: Dança dos Paradigmas (Governo Collor)
    Tullio Vigevani: Autonomia pela participação (1990-2002).
  • A grande crítica que se faz ao Estado normal é que, embora não seja subserviente (ele é subserviente) em relação ao centro hegemônico do sistema capitalista e não fragmente nem aliene (fragmenta e aliena o setor) o setor central mais vigoroso da economia nacional, acaba por transferir muita renda para o exterior e, com isso, interfere negativamente no dinamismo da economia nacional.


ID
86854
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Não podemos comparar o mundo do final do breve
século XX ao mundo de seu início, em termos de
contabilidade histórica de mais e menos. Tratava-se de um
mundo qualitativamente diferente em pelo menos três
aspectos.

Primeiro, ele tinha deixado de ser eurocêntrico.
Trouxera o declínio e a queda da Europa, ainda centro
inquestionado de poder, riqueza, intelecto e civilização
ocidental quando o século começou. A segunda
transformação foi mais significativa. Entre 1914 e o início
da década de 1990, o globo foi muito mais uma unidade
operacional única, como não era e não poderia ter sido em
1914. Na verdade, para muitos propósitos, notadamente em
questões econômicas, o globo é agora unidade operacional
básica, e unidades mais velhas como as economias
nacionais, definidas pelas políticas de Estados territoriais,
estão reduzidas a complicações das atividades
transnacionais. A terceira transformação, em certos
aspectos a mais perturbadora, é a desintegração de velhos
padrões de relacionamento social humano, e com ela, aliás,
a quebra dos elos entre as gerações, quer dizer, entre
passado e presente.

Eric Hobsbawm. Era dos extremos: o breve século XX (1914-1991).
São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 23-4 (com adaptações).

A partir da análise contida no texto acima, julgue os itens
seguintes, relativos ao processo histórico do mundo
contemporâneo.

Seguindo a trajetória ascensional da economia capitalista ao longo do século XIX, a Europa exerce incontrastável supremacia mundial quando do início do século XX. Ao comandar a expansão imperialista, especialmente em termos de neocolonialismo, as principais potências européias dividem o globo segundo seus interesses, muitas vezes justificando sua ação dominadora por meio de um construto ideológico - a missão civilizadora do branco europeu sobre povos e regiões considerados atrasados.

Alternativas
Comentários
  • Hobsbawn, na introdução de "Era dos Extremos', continua o excerto acima, afirmando que "a impressão de um velho mundo eurocêntrico ou ocidental em pleno declínio era superficial" (pág. 24).

  • Apenas como complemento de informação, na última parte da assertiva, a "ação dominadora por meio de um construto ideológico..." pode ser remetida ao poema de Kipling "O Fardo do Homem Branco", de 1899, em que o poeta afirma que o homem branco (tanto europeus como americanos) deviam dominar o mundo, tratando isso como uma missão, um fardo: o de civilizar os povos mais selvagens e bárbaros.
  • Acho estranho a afirmação de que "dividem o globo"... mas CESPE é isso mesmo.
  • Acredito que está ERRADA a afirmação "a Europa exerce incontrastável supremacia mundial quando do início do século XX", pois os EUA já estavam suplantando a hegemonia britânica do séc XIX na virada do século.

  • Gabarito: CERTO

     

    Outra questão similar a apresentada:

     

    (CACD/IRBr/CESPE/2015) Seguindo a marcha de afirmação da Revolução Industrial, o século XIX testemunhou a consolidação do capitalismo como um sistema que estende seu domínio sobre as demais formas de organização da economia. Como já previa o Manifesto Comunista, de 1848, ele se universa lizou, incorporando as mais diversas regiões do planeta. Esse processo de expansão é comumente denominado imperialismo e tem no neocolonialismo sua face mais visível. Relativamente a esse cenário que desvela, sob o ponto de vista econômico, a contemporaneidade, julgue (C ou E) o item seguinte.

     

    A expansão imperialista do século XIX encontrou unidade e consistência na ideia, disseminada à exaustão, de que a expansão seria benéfica para os povos por ela atingidos: assim, levar o progresso e propagar a civilização seria missão e direito; e a incompreensão dos beneficiários seria o “fardo do homem branco", na conhecida expressão de Kipling. CERTO


ID
86857
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Não podemos comparar o mundo do final do breve
século XX ao mundo de seu início, em termos de
contabilidade histórica de mais e menos. Tratava-se de um
mundo qualitativamente diferente em pelo menos três
aspectos.

Primeiro, ele tinha deixado de ser eurocêntrico.
Trouxera o declínio e a queda da Europa, ainda centro
inquestionado de poder, riqueza, intelecto e civilização
ocidental quando o século começou. A segunda
transformação foi mais significativa. Entre 1914 e o início
da década de 1990, o globo foi muito mais uma unidade
operacional única, como não era e não poderia ter sido em
1914. Na verdade, para muitos propósitos, notadamente em
questões econômicas, o globo é agora unidade operacional
básica, e unidades mais velhas como as economias
nacionais, definidas pelas políticas de Estados territoriais,
estão reduzidas a complicações das atividades
transnacionais. A terceira transformação, em certos
aspectos a mais perturbadora, é a desintegração de velhos
padrões de relacionamento social humano, e com ela, aliás,
a quebra dos elos entre as gerações, quer dizer, entre
passado e presente.

Eric Hobsbawm. Era dos extremos: o breve século XX (1914-1991).
São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 23-4 (com adaptações).

A partir da análise contida no texto acima, julgue os itens
seguintes, relativos ao processo histórico do mundo
contemporâneo.

A Grande Guerra de 1914 resulta, entre tantos e múltiplos fatores, das disputas interimperialistas - notadamente aquelas que colocam frente a frente duas forças econômicas, a declinante Grã-Bretanha e a ascendente Alemanha - e do peso ponderável do nacionalismo, em particular daquele conduzido e manipulado pelos Estados. Quando o conflito chega ao fim, uma Europa em crise assiste à emergência mundial dos Estados Unidos da América (EUA) e à quase generalizada decadência dos regimes políticos liberais.

Alternativas
Comentários
  • boa síntese da primeria guerra mundial.

    Quanto ao aspecto do liberalismo político, realmente houve uma grande queda, dando lugar ao estado intervencionismo até meados de 70, onde começar a imperar o neoliberalismo.

  • É realmente exato falar em declínio da ING?
  • Essa questão é simplesmente uma perfeita aula do que foi a IGM em uma perspectiva macroscópica.
  • A Grã-Bretanha vivia um momento de grande instabilidade interna e aumento da militância. Houve uma onda de greves em 1911 e 1912. Milícias organizaram-se na Irlanda e tudo levava a crer que a Inglaterra caminhava para uma guerra civil. Os historiadores inclusive cogitam se a GB teria tido algum tipo de conflito mais sério caso a guerra não estourasse em 1914. (BURNS, Edward Mcnall. História da Civilização Ocidental, pp. 653-655)
  • Não concordo com o gabarito dessa questão. Não se pode dizer que havia generalizada decadência do sistema liberal. A própria questão contradiz isso ao afirmar da elevação dos EUA como potência. 

    Isso sem dizer que na América Latina não havia decadência do regime liberal. Não vejo como afirmar de generalizada decadência do sistema liberal. 

    Discordo desse gabarito. 
  • Cuidado com a interpretação errônea da frase! Quando se fala em "uma EUROPA em crise assiste (...) à quase generalizada decadência dos regimes políticos liberais" está se referindo à decadência do liberalismo político no espaço europeu - o que é realmente verídico, haja vista que no pós-guerra inúmeros Estados adotaram regimes ditatoriais de extrema direita: Portugal, Espanha, Hungria, Polônia, Iugoslávia,Turquia, Grécia, Bulgária - isso sem falar dos mais conhecidos casos, Alemanha (1933) e Itália (1922).

  • M.M.M.T., daí a se dizer no enunciado "a declinante Grã-Bretanha" é muito passional do examinador.

  • Também não entendi "declinante"

     

  • ´"A Grande Guerra de 1914 resulta, entre tantos e múltiplos fatores, das disputas interimperialistas - notadamente aquelas que colocam frente a frente duas forças econômicas, a declinante Grã-Bretanha e a ascendente Alemanha - e do peso ponderável do nacionalismo, em particular daquele conduzido e manipulado pelos Estados. Quando o conflito chega ao fim, uma Europa em crise assiste à emergência mundial dos Estados Unidos da América (EUA) e à quase generalizada decadência dos regimes políticos liberais."

    Falso. O item provavelmente faz alusão à ascensão de governos autoritários (por alguns considerados "fascistas"), mas essa tomada de poder só aconteceu, nos casos mais primevos, quatro ou cinco anos após o final das hostilidades (Mussolini na Itália em 1922 e Primo de Rivera na Espanha em 1923). O socialismo, de forma semelhante, só prevaleceu no antigo Império Russo, todos os outros levantes socialistas da época foram derrotados. Em verdade, o final da Primeira Guerra Mundial foi o triunfo do liberalismo, com o ocaso das monarquias europeias (resquícios de uma ordem política pré-liberal). Impossível falar em "quase generalizada decadência" do liberalismo durante os chamados Roaring Twenties.

  • Também discordo do gabarito. Não dá para dizer que a Inglaterra estava em declínio. O Burns afirma que essa rivalidade entre Inglaterra e Alemanha provavelmente é exagerada: "Em 1914 a Inglaterra não corria perigo de ser reduzida ao nível de uma potência industrial de terceira categoria. É verdade que o seu comércio exterior já não crescia tão rapidamente como o da Alemanha, mas assim mesmo crescia. Durante os quarenta anos subsequentes à guerra franco-prussiana, o comércio alemão expandiu-se na proporção de 130%, enquanto para a sua rival o crescimento não passou de 40%".

    Por mais que o crescimento da Inglaterra não estivesse tão acelerado quanto o da Alemanha, como se pode dizer em declínio com um aumento de 40%?

  • Sim, houve esse entendimento de que as democracias liberais não conseguiriam corrigir os problemas sociais, agravados com a 1ª GM; por isso, o apoio (das elites, burguesia) a governos fortes e autoritários (regimes totalitários) vistos como capazes de recompor a ordem capitalista e afastar lutas proletários-socialistas, como a da Rev Russa.

  • Achei estranho dizer que a Grã-Bretanha declinava. Meio dúbia essa questão.

ID
86860
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Não podemos comparar o mundo do final do breve
século XX ao mundo de seu início, em termos de
contabilidade histórica de mais e menos. Tratava-se de um
mundo qualitativamente diferente em pelo menos três
aspectos.

Primeiro, ele tinha deixado de ser eurocêntrico.
Trouxera o declínio e a queda da Europa, ainda centro
inquestionado de poder, riqueza, intelecto e civilização
ocidental quando o século começou. A segunda
transformação foi mais significativa. Entre 1914 e o início
da década de 1990, o globo foi muito mais uma unidade
operacional única, como não era e não poderia ter sido em
1914. Na verdade, para muitos propósitos, notadamente em
questões econômicas, o globo é agora unidade operacional
básica, e unidades mais velhas como as economias
nacionais, definidas pelas políticas de Estados territoriais,
estão reduzidas a complicações das atividades
transnacionais. A terceira transformação, em certos
aspectos a mais perturbadora, é a desintegração de velhos
padrões de relacionamento social humano, e com ela, aliás,
a quebra dos elos entre as gerações, quer dizer, entre
passado e presente.

Eric Hobsbawm. Era dos extremos: o breve século XX (1914-1991).
São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 23-4 (com adaptações).

A partir da análise contida no texto acima, julgue os itens
seguintes, relativos ao processo histórico do mundo
contemporâneo.

A contínua incorporação do conhecimento científico ao sistema produtivo contemporâneo, cujos passos iniciais foram dados ainda em meados do século XIX, quando o capitalismo mais e mais passava a ser controlado pelos capitais financeiros, adquire prodigiosa dimensão ao longo do século XX. A Era de Ouro da economia contemporânea, entre o pós-Segunda Guerra e o início da década de 70, amplia o processo de mundialização dos mercados, deixando para trás o que Hobsbawm chama de estágio de "economias nacionais" comandadas por Estados territoriais.

Alternativas
Comentários
  • Os passos iniciais da incorporação do conhecimento científico ao método produtivo foram dados bem antes de meados do séc XIX. A máquina a vapor de James Watt foi criada em 1777, por exemplo.

  • Está certa, mas se estivesse me geografia estaria errada. Para a banca de Geo, o comando dos Estados "territoriais" continua tão forte quanto dantes.


ID
86863
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Não podemos comparar o mundo do final do breve
século XX ao mundo de seu início, em termos de
contabilidade histórica de mais e menos. Tratava-se de um
mundo qualitativamente diferente em pelo menos três
aspectos.

Primeiro, ele tinha deixado de ser eurocêntrico.
Trouxera o declínio e a queda da Europa, ainda centro
inquestionado de poder, riqueza, intelecto e civilização
ocidental quando o século começou. A segunda
transformação foi mais significativa. Entre 1914 e o início
da década de 1990, o globo foi muito mais uma unidade
operacional única, como não era e não poderia ter sido em
1914. Na verdade, para muitos propósitos, notadamente em
questões econômicas, o globo é agora unidade operacional
básica, e unidades mais velhas como as economias
nacionais, definidas pelas políticas de Estados territoriais,
estão reduzidas a complicações das atividades
transnacionais. A terceira transformação, em certos
aspectos a mais perturbadora, é a desintegração de velhos
padrões de relacionamento social humano, e com ela, aliás,
a quebra dos elos entre as gerações, quer dizer, entre
passado e presente.

Eric Hobsbawm. Era dos extremos: o breve século XX (1914-1991).
São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 23-4 (com adaptações).

A partir da análise contida no texto acima, julgue os itens
seguintes, relativos ao processo histórico do mundo
contemporâneo.

O mundo que o século XX deixa para o XXI é, em linhas gerais, uma aldeia global, possível também pela acelerada revolução das comunicações e dos transportes. Nessa perspectiva, a globalização em marcha na atualidade corresponde a uma ruptura histórica com o capitalismo que a precedeu, tamanhas e fundas as diferenças entre o modelo econômico gestado pela Revolução Industrial e o praticado, em escala planetária, nos dias de hoje.

Alternativas
Comentários
  • Não se trata de uma ruptura, mas si da continuidade de um processo de acumulação capitalista.
  • Pelo gabarito, errado, pelo fato de não haver ruptura.
  • Há dois erros na questão:

    1- A ideia de "aldeia global" de Marshall Mcluhan, embora tenha sido de grande repercussão e discussão, é ideia ultrapassada.

    2- O capitalismo que expõe a produção em massa é um desdobramento do capitalismo advindo da Revolução Industrial. Não há uma ruptura, mas a especialização e diversificação dos meios de produção e da energia utilizada.

  • O conceito de aldeia global foi criado na década de 1960 pelo filósofo canadense Marshall Mcluhan.

    Milton Santos - o conceito de aldeia global é uma fábula, pois nos faz crer que as facilidades do mundo globalizado estão ao alcance de todos.

    Na verdade, a globalização acentua as desigualdades entre as diferentes regiões do mundo.

  • Aldeia Global é muito emocionado. Mas calma que um dia a gente chega lá.

  • globalização e capitalismo jantam juntos.

ID
86866
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Não podemos comparar o mundo do final do breve
século XX ao mundo de seu início, em termos de
contabilidade histórica de mais e menos. Tratava-se de um
mundo qualitativamente diferente em pelo menos três
aspectos.

Primeiro, ele tinha deixado de ser eurocêntrico.
Trouxera o declínio e a queda da Europa, ainda centro
inquestionado de poder, riqueza, intelecto e civilização
ocidental quando o século começou. A segunda
transformação foi mais significativa. Entre 1914 e o início
da década de 1990, o globo foi muito mais uma unidade
operacional única, como não era e não poderia ter sido em
1914. Na verdade, para muitos propósitos, notadamente em
questões econômicas, o globo é agora unidade operacional
básica, e unidades mais velhas como as economias
nacionais, definidas pelas políticas de Estados territoriais,
estão reduzidas a complicações das atividades
transnacionais. A terceira transformação, em certos
aspectos a mais perturbadora, é a desintegração de velhos
padrões de relacionamento social humano, e com ela, aliás,
a quebra dos elos entre as gerações, quer dizer, entre
passado e presente.

Eric Hobsbawm. Era dos extremos: o breve século XX (1914-1991).
São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 23-4 (com adaptações).

A partir da análise contida no texto acima, julgue os itens
seguintes, relativos ao processo histórico do mundo
contemporâneo.

A "desintegração de velhos padrões de relacionamento social", mencionada no texto e característica marcante do atual momento histórico, pode ser representada, entre outros possíveis aspectos, pela erosão das sociedades e religiões tradicionais, pelo fim da utopia pregada pelo socialismo real e pela exacerbação de um individualismo associal absoluto.

Alternativas
Comentários
  • Alguém poderia dizer porque a questão está correta ao mencionar uma "erosão das religiões tradicionais"? O Islamismo, por exemplo, é uma religião tradicional e continua em expansão.
  • Também não entendi esse gabarito. Mais do que a questão da "erosão das religiões tradicionais", o que me incomodou foi a "exacerbação de um individualismo associal absoluto". Que absurdo! O mundo nunca teve tantas ONGs ligadas a causas sociais, ou tantas pessoas engajadas nessas causas, só para citar um exemplo. As pessoas continuam sendo seres sociais, são membros de religiões, torcidas organizadas, grupos de apoio, etc. Não tem como falar em individualismo associal absoluto. 
    (Veja como divulgar a Campanha Nota Justa)
  • Segundo Hobsbawn, a terceira transformacao "ficou muito evidente nos países mais desenvolvidos da versao ocidental de capitalismo, onde predominam os valores de um individualismo associal absoluto, tanto nas ideologias oficiais como nas nao oficiais, embora muitas vezes aqueles que defendem esses valores deplorem suas consequencias sociais. Apesar disso, encontravam-se as mesmas tendências em outras partes, reforcadas pela erosao das sociedades e das religioes tradicionais e também pela destruicao, ou autodestruicao, das sociedades do "socialismo real". Essa sociedade, formada por um conjunto de indivíduos egocentrados, sem outra conexao entre si, em busca apenas da própria satisfacao (o lucro, o prazer ou seja lá o que for), estava sempre implícita na teoria capitalista".

    Este trecho esta no livro Era dos Extremos, páginas 24 e 25 e é a continuacao do texto apresentado na questao.

    PS: Meu teclado nao tem til nem cê-cedilha. Desculpem os erros.

ID
86869
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
História
Assuntos

O curso das duas décadas que vinculam o ano de 1947 ao de
1968, no âmbito das relações internacionais, foi ditado pela supremacia
de dois gigantes sobre o mundo. Os EUA e a União Soviética (URSS)
assenhoraram-se dos espaços e criaram um condomínio de poder que só
foi abalado no final da década de 60 e início da de 70.

Existiram, no entanto, nuances no sistema condominial de poder.
Da relação quente da Guerra Fria (1947-1955) à lógica da coexistência
pacífica (1955-1968), as duas superpotências migraram da situação de
desconfiança mútua para uma modalidade de convivência tolerável.
Da corrida atômica do final da década de 40 e início da de 50 às
negociações para um sistema de segurança mundial sustentado no
equilíbrio das armas nucleares, os dois gigantes evoluíram nas suas
percepções acerca da avassaladora capacidade destrutiva que
carregavam.

José Flávio Sombra Saraiva. Dois gigantes e um condomínio: da Guerra Fria
à coexistência pacífica. In: José Flávio Sombra Saraiva (org.). Relações
internacionais: dois séculos de História - entre a ordem bipolar e o policentrismo
(de 1947 a nossos dias). Brasília: IBRI, 2001, p. 19 (com adaptações).

Tendo o texto apresentado como referência inicial e considerando as
relações internacionais do pós-1945, julgue os itens a seguir.

À medida que os acontecimentos da Segunda Guerra apontavam para o término do conflito, com a derrocada militar das forças do eixo nazi-fascista, delineavam-se os contornos do novo sistema de poder mundial que doravante vigoraria, algo cada vez mais presente nas reuniões de cúpula dos aliados, a exemplo do ocorrido em Teerã, em novembro de 1943, Yalta, em fevereiro de 1945, e Potsdam, em julho de 1945.

Alternativas
Comentários
  • Resposta: Certo

    Conferência de Ialta, também chamada de Conferência da Crimeia, é composta por um conjunto de reuniões ocorridas entre 4 e 11 de fevereiro de 1945 no Palácio Livadia, na estação balneária de Ialta, nas margens do Mar Negro, na Crimeia. Foi a segunda das três conferências em tempo de guerra entre os líderes das principais nações aliadas (a anterior ocorreu em Teerã, e a posterior em Potsdam).

    Os chefes de Estado dos Estados Unidos da América (Franklin D. Roosevelt) e da União Soviética (Josef Stalin), e o primeiro-ministro do Reino Unido (Winston Churchill) reuniram-se em segredo em Ialta para decidir o fim da Segunda Guerra Mundial e a repartição das zonas de influência entre o Oeste e o Leste.

    Em 11 de fevereiro de 1945, eles assinam os acordos cujos objetivos são de assegurar um fim rápido à guerra e a estabilidade do mundo após a vitória final.

    Estes acordos são essenciais para a compreensão do mundo após-guerra. Mesmo se suas interpretações pelos historiadores são diversas e variadas, vários deles estão de acordo sobre diversos pontos dos acordos. As diretrizes afirmadas nesta reunião determinaram boa parte da ordem durante a Guerra Fria, precisando as zonas de influência e ação dos blocos antagônicos, capitalista e socialista. Contudo, em 1991, após a queda da União Soviética, o ambiente internacional entrou em um período de transição, abandonando estes preceitos.

    Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Confer%C3%AAncia_de_Ialta


ID
86872
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
História
Assuntos

O curso das duas décadas que vinculam o ano de 1947 ao de
1968, no âmbito das relações internacionais, foi ditado pela supremacia
de dois gigantes sobre o mundo. Os EUA e a União Soviética (URSS)
assenhoraram-se dos espaços e criaram um condomínio de poder que só
foi abalado no final da década de 60 e início da de 70.

Existiram, no entanto, nuances no sistema condominial de poder.
Da relação quente da Guerra Fria (1947-1955) à lógica da coexistência
pacífica (1955-1968), as duas superpotências migraram da situação de
desconfiança mútua para uma modalidade de convivência tolerável.
Da corrida atômica do final da década de 40 e início da de 50 às
negociações para um sistema de segurança mundial sustentado no
equilíbrio das armas nucleares, os dois gigantes evoluíram nas suas
percepções acerca da avassaladora capacidade destrutiva que
carregavam.

José Flávio Sombra Saraiva. Dois gigantes e um condomínio: da Guerra Fria
à coexistência pacífica. In: José Flávio Sombra Saraiva (org.). Relações
internacionais: dois séculos de História - entre a ordem bipolar e o policentrismo
(de 1947 a nossos dias). Brasília: IBRI, 2001, p. 19 (com adaptações).

Tendo o texto apresentado como referência inicial e considerando as
relações internacionais do pós-1945, julgue os itens a seguir.

A mesma linha idealista que presidiu a criação da Liga das Nações após a Grande Guerra de 1914, guardadas as naturais singularidades de um outro momento histórico, está presente na Conferência de São Francisco (1945), da qual surgiu a Organização das Nações Unidas (ONU). A existência de uma Assembléia Geral com poder deliberativo, em que todos os Estados se igualam no direito à voz e ao voto, e de um Conselho de Segurança com razoável simetria entre seus membros, reforça o clima de concórdia que, pouco mais de duas décadas antes, embalara os 14 pontos do presidente Wilson.

Alternativas
Comentários
  • A linha realista presidiu a criação da ONU.

    " A Carta de São Francsico, assinada em 25 de junho, tornou-se um dos grandes instrumentos de regulação do novo tempo das relações internacionais. Em seus 19 capítulos e 111 artigos, firmava-se o primado do realismo sobre o idealismo que marcara a Sociedade das Nações." José Flávio Sombra Saraiva. Relações Internacionais. Dois séculos de história. Entre a preponderância europeia e a emergência americano-soviética (1815-1947).
     

  • Além do realismo, não podemos dizer sobre a razoável simetria no Conselho de Segurança, no qual apenas 5 países específicos tem veto.
  • CASCA DE BANANA: "reforça o clima de concórdia que".

  • Diferente do que afirma a questão, apenas 5 dos 15 membros permanentes possuem poder de veto: os Estados Unidos, a França, o Reino Unido, a Rússia (Estado sucessor da União Soviética) e a República Popular da China.

  • Diferente do que afirma a questão, apenas 5 dos 15 membros permanentes possuem poder de veto: os Estados Unidos, a França, o Reino Unido, a Rússia (Estado sucessor da União Soviética) e a República Popular da China.


ID
86875
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
História
Assuntos

O curso das duas décadas que vinculam o ano de 1947 ao de
1968, no âmbito das relações internacionais, foi ditado pela supremacia
de dois gigantes sobre o mundo. Os EUA e a União Soviética (URSS)
assenhoraram-se dos espaços e criaram um condomínio de poder que só
foi abalado no final da década de 60 e início da de 70.

Existiram, no entanto, nuances no sistema condominial de poder.
Da relação quente da Guerra Fria (1947-1955) à lógica da coexistência
pacífica (1955-1968), as duas superpotências migraram da situação de
desconfiança mútua para uma modalidade de convivência tolerável.
Da corrida atômica do final da década de 40 e início da de 50 às
negociações para um sistema de segurança mundial sustentado no
equilíbrio das armas nucleares, os dois gigantes evoluíram nas suas
percepções acerca da avassaladora capacidade destrutiva que
carregavam.

José Flávio Sombra Saraiva. Dois gigantes e um condomínio: da Guerra Fria
à coexistência pacífica. In: José Flávio Sombra Saraiva (org.). Relações
internacionais: dois séculos de História - entre a ordem bipolar e o policentrismo
(de 1947 a nossos dias). Brasília: IBRI, 2001, p. 19 (com adaptações).

Tendo o texto apresentado como referência inicial e considerando as
relações internacionais do pós-1945, julgue os itens a seguir.

A bipolaridade do pós-Segunda Guerra, também conhecida como o período da Guerra Fria, apresenta, entre outras, uma singularidade em relação a sistemas de poder mundial que a antecederam. Além de evidenciar uma situação de confronto entre duas superpotências situadas fora do tradicional eixo de poder europeu, a URSS e os EUA, também serviu - pelo menos em termos retóricos - ao embate travado entre dois sistemas distintos, o capitalista e o socialista.

Alternativas
Comentários
  • Questão certa!

    Mais do que duas nações, Estados Unidos e União Soviética representaram o antagonismo entre dois modos de organização da sociedade, da economia e das relações políticas. Sendo assim, a chamada “guerra fria” simboliza o enfrentamento dessas duas ideologias fomentadas pelo suporte ideológico dos valores de ordem socialista e capitalista. Além disso, devemos destacar que a “guerra fria” ganha esse nome por não observarmos um confronto direto entre soviéticos e norte-americanos.

  • acertei a questão, mas fiquei bolada com "em termos teóricos"

  • Para acertar essa, tem que passar por cima do fato de que a União Soviética (antes Rússia) não pode ser exatamente considerada uma potência não tradicional.


ID
86878
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
História
Assuntos

O curso das duas décadas que vinculam o ano de 1947 ao de
1968, no âmbito das relações internacionais, foi ditado pela supremacia
de dois gigantes sobre o mundo. Os EUA e a União Soviética (URSS)
assenhoraram-se dos espaços e criaram um condomínio de poder que só
foi abalado no final da década de 60 e início da de 70.

Existiram, no entanto, nuances no sistema condominial de poder.
Da relação quente da Guerra Fria (1947-1955) à lógica da coexistência
pacífica (1955-1968), as duas superpotências migraram da situação de
desconfiança mútua para uma modalidade de convivência tolerável.
Da corrida atômica do final da década de 40 e início da de 50 às
negociações para um sistema de segurança mundial sustentado no
equilíbrio das armas nucleares, os dois gigantes evoluíram nas suas
percepções acerca da avassaladora capacidade destrutiva que
carregavam.

José Flávio Sombra Saraiva. Dois gigantes e um condomínio: da Guerra Fria
à coexistência pacífica. In: José Flávio Sombra Saraiva (org.). Relações
internacionais: dois séculos de História - entre a ordem bipolar e o policentrismo
(de 1947 a nossos dias). Brasília: IBRI, 2001, p. 19 (com adaptações).

Tendo o texto apresentado como referência inicial e considerando as
relações internacionais do pós-1945, julgue os itens a seguir.

No período correspondente à coexistência pacífica, tal como concebido pelo texto, a crise dos mísseis - como ficou conhecido o episódio de instalação desses artefatos pela URSS em Cuba, descoberto pelos EUA, que reagiram vigorosamente - acirrou o quadro de confronto entre as duas superpotências e foi visto por muitos como causa de um iminente e aterrador embate nuclear, que não se concretizou. O estratégico recuo de Kennedy, ante a firme decisão de Krushev de não retirar os mísseis, pôs fim ao contencioso.

Alternativas
Comentários
  • Kruschev, após conseguir secretamente uma futura retirada dos mísseis estadunidenses da Turquia, concordou em remover os mísseis de Cuba, em 1962.

  • Apesar da posição inicial firme e embativa, Kruschev aceitou a retirada dos mísseis com a garantia de que os EUA retirariam artefatos semelhantes que tinham instalados na Turquia.

  • Vale ressaltar outro erro, o fato de que a crise ocorreu em 62 e a coexistência pacífica estima-se que durou até a ascenção de Fidel em 59.


ID
86881
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
História
Assuntos

O curso das duas décadas que vinculam o ano de 1947 ao de
1968, no âmbito das relações internacionais, foi ditado pela supremacia
de dois gigantes sobre o mundo. Os EUA e a União Soviética (URSS)
assenhoraram-se dos espaços e criaram um condomínio de poder que só
foi abalado no final da década de 60 e início da de 70.

Existiram, no entanto, nuances no sistema condominial de poder.
Da relação quente da Guerra Fria (1947-1955) à lógica da coexistência
pacífica (1955-1968), as duas superpotências migraram da situação de
desconfiança mútua para uma modalidade de convivência tolerável.
Da corrida atômica do final da década de 40 e início da de 50 às
negociações para um sistema de segurança mundial sustentado no
equilíbrio das armas nucleares, os dois gigantes evoluíram nas suas
percepções acerca da avassaladora capacidade destrutiva que
carregavam.

José Flávio Sombra Saraiva. Dois gigantes e um condomínio: da Guerra Fria
à coexistência pacífica. In: José Flávio Sombra Saraiva (org.). Relações
internacionais: dois séculos de História - entre a ordem bipolar e o policentrismo
(de 1947 a nossos dias). Brasília: IBRI, 2001, p. 19 (com adaptações).

Tendo o texto apresentado como referência inicial e considerando as
relações internacionais do pós-1945, julgue os itens a seguir.

A expressão "assenhoraram-se dos espaços", utilizada pelo autor para definir o comportamento das superpotências que construíram um "sistema condominial de poder", também pode ser entendida em sentido ainda mais literal. Trata-se da corrida espacial empreendida por ambas, que, além de refletir o evidente avanço tecnológico da época, servia aos propósitos de dominação global que as impulsionava.

Alternativas
Comentários
  • caros, alguém pode me auxiliar a identificar o erro dessa questão? 

  • A corrida espacial, entre EUA e URSS, não ocorreu no período a que o texto se refere.
  • Olá, pessoal!

    O gabarito foi corrigido para "C".

    Bons estudos"
  • Tendo o texto apresentado como referência inicial e considerando as relações internacionais do pós-1945, julgue os itens a seguir. => O enunciado aborda as relações internacionais após a Segunda Guerra Mundial, não o IMEDIATO pós-guerra, por isso é correto sim falar da corrida espacial como "assenhorear-se dos espaços".
    ALTERNATIVA CORRETA.
  • ERA VARGAS?

  • O gabarito deveria ser ERRADO, pois a questão é muito subjetiva, "assenhoraram-se os espaços", onde em geografia espaços são locais modificados pelo homen, se a questão quis fazer alusão ao espaço cideral, pela conquista espacial, a frase não poderia estar no plural, só é possível tal interpretação com a frase no singular "assenhoraram o espaço"
  • Cespe mandando muito mal (como de costume). Está bem claro que "os espaços" não pode se referir ao Espaço Sideral. Obviamente o autor se refere às zonas de influência. 

  • Pensei do mesmo modo Fábio Marques. A questão peca em querer associar a corrida espacial entre URSS e EUA numa questão que nitidamente fala sobre a Doutrina Truman, Plano Marshall e o Pacto de Varsóvia.


ID
86884
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Nossa aventura histórica é singular. Por isso e por realizar-se
nos trópicos, ela é inteiramente nova. Se nossas classes dominantes se
revelam infecundas, o mesmo não se passa com o povo, no seu
processo de autocriação. E é com essa vantagem de sermos mestiços,
que vamos chegar ao futuro.
Foi, aliás, em busca do futuro que passamos todo um século a
indagar quem somos, e o que queremos ser, e a projetar imagens de
nós mesmos, espelho contra espelho. A cada sístole e a cada diástole
desses cem anos corresponderam visões otimistas e pessimistas,
barrocas e contidas, esperançosas e desalentadas. Pois cada momento
- o da Belle Époque, o da Revolução de 30, o do Estado Novo, o da
redemocratização, o do dia seguinte ao suicídio de Getúlio Vargas, o
do desenvolvimentismo dos anos 50, o do regime militar e o da
segunda redemocratização - refez o retrato do Brasil. Mudou, ao
longo do tempo, a linguagem com que nos descrevemos. E mudou
também o país acerca do qual se dissertava. Lidos um após outro, os
nossos evangelistas soam dissonantes, mas, juntos, se corrigem ou
polifonicamente se completam.

Alberto da Costa e Silva. Quem fomos nós no século XX: as grandes interpretações do
Brasil. In: Carlos Guilherme Mota (org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira
(1500-2000) - a grande transação. São Paulo: SENAC, 2000, p. 38, (com adaptações).

A partir da análise contida no texto apresentado e considerando
aspectos significativos da trajetória republicana brasileira, julgue os
itens que se seguem.

Ao falar em sístole e diástole ao longo da república brasileira, o autor reitera o ponto de vista, hoje majoritário na historiografia, da linearidade do processo histórico vivido pelo país ao longo do século XX. Momentos de crise, ainda que agudos em determinadas circunstâncias, não foram suficientes para alterar um quadro geral de continuidade que levou o Brasil a apresentar no fim do século XX uma fisionomia bastante próxima da que tinha nas primeiras décadas republicanas.

Alternativas
Comentários
  • A evolução histórica do Brasil não é linear. Muito pelo contrário: momentos de curtas regularidade quebrados por momentos históricos. Vide a revolução de 30 e a revolução de 64.
  • Parei em ponto de vista majoritário na historiografia da linearidade do processo histórico.
  • CAUSA/CONSEQUÊNCIA: "apresentar uma fisionomia muito próxima"

    CAUSA = CORRETA
    CONSEQUÊNCIA = ERRADO

    OU SEJA, QUESTÃO ERRADA...
  • Imprimiram o retrato em negativo da história brasileira nesta assertiva

  • Parei de ler em "linearidade".

  • Eu no primeiro momento n entendi o texto, mas quando li linearidade desistir de entender o resto pois so essa parte estaria errada. 

  • Final do seculo XX ter a mesma fisionomia das primeiras decadas repúblicadas não pode ser sério. errado


ID
86887
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Nossa aventura histórica é singular. Por isso e por realizar-se
nos trópicos, ela é inteiramente nova. Se nossas classes dominantes se
revelam infecundas, o mesmo não se passa com o povo, no seu
processo de autocriação. E é com essa vantagem de sermos mestiços,
que vamos chegar ao futuro.
Foi, aliás, em busca do futuro que passamos todo um século a
indagar quem somos, e o que queremos ser, e a projetar imagens de
nós mesmos, espelho contra espelho. A cada sístole e a cada diástole
desses cem anos corresponderam visões otimistas e pessimistas,
barrocas e contidas, esperançosas e desalentadas. Pois cada momento
- o da Belle Époque, o da Revolução de 30, o do Estado Novo, o da
redemocratização, o do dia seguinte ao suicídio de Getúlio Vargas, o
do desenvolvimentismo dos anos 50, o do regime militar e o da
segunda redemocratização - refez o retrato do Brasil. Mudou, ao
longo do tempo, a linguagem com que nos descrevemos. E mudou
também o país acerca do qual se dissertava. Lidos um após outro, os
nossos evangelistas soam dissonantes, mas, juntos, se corrigem ou
polifonicamente se completam.

Alberto da Costa e Silva. Quem fomos nós no século XX: as grandes interpretações do
Brasil. In: Carlos Guilherme Mota (org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira
(1500-2000) - a grande transação. São Paulo: SENAC, 2000, p. 38, (com adaptações).

A partir da análise contida no texto apresentado e considerando
aspectos significativos da trajetória republicana brasileira, julgue os
itens que se seguem.

Tal como ocorria na Europa à mesma época, a Belle Époque, cronologicamente situada em princípios do século XX, correspondeu a um período de prosperidade no Brasil, com o país se urbanizando, promovendo inédita e relativamente expressiva desconcentração de renda, politicamente ampliando os níveis de participação da sociedade e, em termos de política externa, enfatizando as alianças com a América Latina.

Alternativas
Comentários
  • A Belle Époque foi um período de cultura cosmopolita na história da Europa que começou no final do século XIX (1871) e durou até a eclosão da Primeira Guerra Mundial em 1914.

  • Questão ERRADA:

    Parei de ler em: ... promovendo inédita e relativamente expressiva desconcentração de renda...., etc.
  • É bom demais para ser verdade.


ID
86890
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Nossa aventura histórica é singular. Por isso e por realizar-se
nos trópicos, ela é inteiramente nova. Se nossas classes dominantes se
revelam infecundas, o mesmo não se passa com o povo, no seu
processo de autocriação. E é com essa vantagem de sermos mestiços,
que vamos chegar ao futuro.
Foi, aliás, em busca do futuro que passamos todo um século a
indagar quem somos, e o que queremos ser, e a projetar imagens de
nós mesmos, espelho contra espelho. A cada sístole e a cada diástole
desses cem anos corresponderam visões otimistas e pessimistas,
barrocas e contidas, esperançosas e desalentadas. Pois cada momento
- o da Belle Époque, o da Revolução de 30, o do Estado Novo, o da
redemocratização, o do dia seguinte ao suicídio de Getúlio Vargas, o
do desenvolvimentismo dos anos 50, o do regime militar e o da
segunda redemocratização - refez o retrato do Brasil. Mudou, ao
longo do tempo, a linguagem com que nos descrevemos. E mudou
também o país acerca do qual se dissertava. Lidos um após outro, os
nossos evangelistas soam dissonantes, mas, juntos, se corrigem ou
polifonicamente se completam.

Alberto da Costa e Silva. Quem fomos nós no século XX: as grandes interpretações do
Brasil. In: Carlos Guilherme Mota (org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira
(1500-2000) - a grande transação. São Paulo: SENAC, 2000, p. 38, (com adaptações).

A partir da análise contida no texto apresentado e considerando
aspectos significativos da trajetória republicana brasileira, julgue os
itens que se seguem.

A Revolução de 30 constituiu-se na maior inflexão da história republicana brasileira, quer pela radical ruptura que promove em relação aos métodos e às práticas políticas da República Velha, quer pelo modelo inovador - para muitos, verdadeiramente revolucionário - de Estado que implantou. Seu maior legado foi a modernização econômica e política do país, além de ter inaugurado uma política externa de elevado grau de autonomia, que colocou o país fora da rota de polarização ideológica que caracterizava a política internacional às vésperas da Segunda Guerra.

Alternativas
Comentários
  • Outro erro grotesco na última frase: "ter inaugurado uma política externa de elevado grau de autonomia, que colocou o país fora da rota de polarização ideológica que caracterizava a política internacional às vésperas da Segunda Guerra". A política externa da Era Vargas é marcada justamente por oscilar entre um pólo e outro às vésperas da Segunda Guerra (diplomacia pendular)

  • Atenção!
    Gerson Moura: não se baseia em lógica pendular, as relações pragmáticas com os EUA e com a Alemanha são simultâneas. Porém na eclosão da guerra o equilíbrio fica instável - queda importante no comércio com a Alemanha, e com o ataque a Pearl Harbour  o equilíbrio é quebrado.
  • BATATA PODRE: "além de ter inaugurado uma política externa de elevado grau de autonomia"
  • Complementando a correção do colega:
    Segundo Gerson Moura, a política externa de Getúlio Vargas não é do tipo pendular, pois não oscila entre os EUA e a Alemanha, mas uma política de "Equidistância Pragmática" (segundo conceito do próprio Gerson Moura), em que visava ampliar os ganhos diplomáticos brasileiros, atuando, simultaneamente, em dois polos (EUA e Alemanha). Nesse momento, não havia uma aproximação excessiva nem de um lado nem do outro. Entretanto, com a entrada oficial dos EUA para a guerra, com o bloqueio naval sofrido pela Alemanha (que impediu que armamentos adquiridos pelo brasil fossem recebidos), e pela questão dos "Navios Surtos", houve uma decisão de declarar gurerra à Alemanha e de se manter um apoio aos EUA, desfazendo-se a política da "Equidistância Pragmática".
  • Ainda não entendi o erro da questão.

    (A questão não fala que a política externa era pendular.)

    A política externa de GV não era autônoma?

  • A Revolução de 30 constituiu-se na maior inflexão da história republicana brasileira, quer pela radical ruptura que promove em relação aos métodos e às práticas políticas da República Velha, quer pelo modelo inovador - para muitos, verdadeiramente revolucionário - de Estado que implantou.

    Já era suficiente para parar de ler e marcar errado. Não houve RADICAL RUPTURA, com os métodos e práticas políticas da Republica Velha.

     

  • A assertiva tem vários pontos que a tornam errada; ela acerta, contudo ao sugerir uma inflexão significativa, não reproduzida na questão: a irradiação do poder, que durante a República Oligárquica era da periferia para o centro, com a Revolução de 1930, passou a ser do centro para a periferia. Nesse aspecto houve, sim, um modelo inovador de Estado, com poder centralizado, algo até então desconhecido na estrutura política brasileira.

  • Acredito que o erro estejam aqui "além de ter inaugurado uma política externa de elevado grau de autonomia"

  • acredito que o erro esteja em:

    "além de ter inaugurado uma política externa de elevado grau de autonomia"

    já que Vargas propôs o Protecionismo Econômico


ID
86893
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Nossa aventura histórica é singular. Por isso e por realizar-se
nos trópicos, ela é inteiramente nova. Se nossas classes dominantes se
revelam infecundas, o mesmo não se passa com o povo, no seu
processo de autocriação. E é com essa vantagem de sermos mestiços,
que vamos chegar ao futuro.
Foi, aliás, em busca do futuro que passamos todo um século a
indagar quem somos, e o que queremos ser, e a projetar imagens de
nós mesmos, espelho contra espelho. A cada sístole e a cada diástole
desses cem anos corresponderam visões otimistas e pessimistas,
barrocas e contidas, esperançosas e desalentadas. Pois cada momento
- o da Belle Époque, o da Revolução de 30, o do Estado Novo, o da
redemocratização, o do dia seguinte ao suicídio de Getúlio Vargas, o
do desenvolvimentismo dos anos 50, o do regime militar e o da
segunda redemocratização - refez o retrato do Brasil. Mudou, ao
longo do tempo, a linguagem com que nos descrevemos. E mudou
também o país acerca do qual se dissertava. Lidos um após outro, os
nossos evangelistas soam dissonantes, mas, juntos, se corrigem ou
polifonicamente se completam.

Alberto da Costa e Silva. Quem fomos nós no século XX: as grandes interpretações do
Brasil. In: Carlos Guilherme Mota (org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira
(1500-2000) - a grande transação. São Paulo: SENAC, 2000, p. 38, (com adaptações).

A partir da análise contida no texto apresentado e considerando
aspectos significativos da trajetória republicana brasileira, julgue os
itens que se seguem.

O Estado Novo (1937-1945), período da ditadura sem disfarces da Era Vargas, assinalou o ápice do processo de centralização estatal, em que até mesmo a federação deixou de existir. Monolítico e sem espaços para dissensos, o núcleo do poder não escondeu as afinidades do regime com o modelo fascista, algo que se materializa plenamente com a entrada do país na Segunda Guerra Mundial.

Alternativas
Comentários
  • O BRASIL NÃO APOIOU OS FASCISTAS NA GUERRA E SIM OS ESTADOS UNIDOS.
  • Questão errada

    O Estado Novo ( 1937/1945 ). O Estado Novo – período da ditadura de Vargas – apresentou as seguintes características: intervencionismo do Estado na economia e na sociedade e um centralização política nas mãos do Executivo, anulando o federalismo republicano.

    O Brasil entrou na 2ª GM em 1942, ao lado dos EUA, pressionado pela política norte americana.

  • Mesmo em um regime ditatorial, a "república federativa" não deixou de existir.  Questão Errada. 

  • afinidades do regime com o modelo fascista, algo que se materializa plenamente com a entrada do país na Segunda Guerra Mundial.

    Não se materializa plenamente, mas se contradiz. Brasil lutou ao lado dos regimes democráticos contra um regime facista enquanto internamente estava sob um regime autoritário.

     

  • Da pra matar a questão quando fala que o federalismo deixou de existir

  • Daniel Gonçalves, o "Sr. Batata Podre"

  • A Era Vargas se baseia em uma identidade NACIONAL no GERAL

  • um absurdo dizer que Vargas não apoiou o facismo
  • Da pra matar a questão quando fala que o federalismo deixou de existir

    PMAL2021


ID
86896
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Nossa aventura histórica é singular. Por isso e por realizar-se
nos trópicos, ela é inteiramente nova. Se nossas classes dominantes se
revelam infecundas, o mesmo não se passa com o povo, no seu
processo de autocriação. E é com essa vantagem de sermos mestiços,
que vamos chegar ao futuro.
Foi, aliás, em busca do futuro que passamos todo um século a
indagar quem somos, e o que queremos ser, e a projetar imagens de
nós mesmos, espelho contra espelho. A cada sístole e a cada diástole
desses cem anos corresponderam visões otimistas e pessimistas,
barrocas e contidas, esperançosas e desalentadas. Pois cada momento
- o da Belle Époque, o da Revolução de 30, o do Estado Novo, o da
redemocratização, o do dia seguinte ao suicídio de Getúlio Vargas, o
do desenvolvimentismo dos anos 50, o do regime militar e o da
segunda redemocratização - refez o retrato do Brasil. Mudou, ao
longo do tempo, a linguagem com que nos descrevemos. E mudou
também o país acerca do qual se dissertava. Lidos um após outro, os
nossos evangelistas soam dissonantes, mas, juntos, se corrigem ou
polifonicamente se completam.

Alberto da Costa e Silva. Quem fomos nós no século XX: as grandes interpretações do
Brasil. In: Carlos Guilherme Mota (org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira
(1500-2000) - a grande transação. São Paulo: SENAC, 2000, p. 38, (com adaptações).

A partir da análise contida no texto apresentado e considerando
aspectos significativos da trajetória republicana brasileira, julgue os
itens que se seguem.

Entre 1946 e 1964, período em que o autor destaca a redemocratização, o dia seguinte ao suicídio de Vargas e o desenvolvimentismo dos anos 50, o Brasil avançou em termos de participação política, experimentou uma das mais altas e rápidas taxas de urbanização conhecidas no mundo contemporâneo e, em especial sob os governos Gaspar Dutra e Juscelino Kubistchek, praticou uma política externa altiva, que possibilitou ao país passar ao largo da Guerra Fria e adiar sobremaneira a internacionalização de sua economia.

Alternativas
Comentários
  • Juscelino Kubistchek, NO SEU GOVERNO, ABRIU AS PORTAS PARA O CAPITAL ESTRANGEIRO VISANDO VIABILIZAR SEUS PROJETOS POLÍTICOS.
  • O país não passou ao largo da Guerra Fria, tanto que o golpe militar de 1964 foi realizado com base na crença de se eliminar "bolsões comunistas" que assolavam o país.

    A econômia da do país, com Goulart e Juscelino, passou por uma internacionalização, com busca de investimentos no capital estrangeiro.
  • BATATA PODRE: "que possibilitou ao país passar ao largo da guerra fria e adiar sobremaneira a internacionalização de sua economia"
  • ERRADO. O governo Dutra colocou-se na teia das relações posteriores a 1945. Ademais, muitos consideram que sua Política Externa não foi altiva, mas se alinhou automaticamente/ideologicamente ao EUA.

    Por fim, JK abriu espaço, em seu Plano de Metas, para os investimentos externos, sobretudo quanto à produção de bens duráveis. 

  • "e, em especial sob os governos Gaspar Dutra e Juscelino Kubistchek, praticou uma política externa altiva"

    "que possibilitou ao país passar ao largo da Guerra Fria e adiar sobremaneira a internacionalização de sua economia."

    Errado. A política externa do governo Dutra é medíocre, marcada por um relacionamento de mendicância e alinhamento automático aos Estados Unidos na largada da Guerra Fria, bem com pelo rompimento de relações diplomáticas com a União Soviética.

    Por outro lado, o país também não passou ao largo da Guerra Fria, que como bem se vê, em muito afetou a política externa brasileira; também não se pode falar que houve adiamento da internacionalização da economia, muito menos com Juscelino.


ID
86899
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Com o advento da República, a política externa
brasileira voltou-se para uma deliberada aproximação com
os EUA, país que reconhecera, quase que de imediato, o
novo regime político do Brasil. Isso não significou que
houvessem sido abandonadas as ligações com a Europa,
especialmente com a Grã-Bretanha, marca registrada das
relações exteriores durante o Império. Mas articulavam-se,
com o barão do Rio Branco à frente do ministério, as novas
bases de uma identidade continental, que garantiria um
alinhamento do Brasil com os EUA, mantido, apenas com
pequenas alterações, até o presente.

Maria Lígia Prado. Davi e Golias: as relações entre Brasil e Estados Unidos no século XX.
In: Carlos Guilherme Mota (org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira (1500-2000)
- a grande transação. São Paulo: SENAC, 2000, p. 326 (com adaptações).

Tendo o texto acima como referência inicial e considerando
a inserção internacional do Brasil ao longo do período
republicano, julgue os itens subseqüentes.

Figura emblemática da diplomacia brasileira, Rio Branco veio do Império para se agigantar como estadista nas primeiras décadas republicanas. À frente do Itamaraty por dez anos, teve papel preponderante na resolução de problemas de fronteira e, no que concerne à intenção de consolidar uma identidade continental para o país, vislumbrou a crescente importância que teriam os EUA no cenário mundial.

Alternativas
Comentários
  • Correto. O mesmo chefiou o Ministério das Relações Exteriores,de 3 de dezembro de 1902 até sua morte,em 1912.Naturalmente se o Rio Branco não havia vislumbrado anteriormente,ainda no Império ou primeiros anos do Brasil Republicano,a "crescente importância que teriam os EUA no cenário mundial",na Questão do Acre, quando a Bolívia tentava arrendar uma parte do seu território a um consórcio empresarial anglo-americano,o mesmo teve provas suficientes de que aquele seria um fato que dominaria o cenário da política internacional do século XX.
  • Gabarito Certo Barão de Rio Branco, ajudou na questão do Território do Acre - 1903 O atual estado do Acre era reivindicado por Brasil e Bolívia. Vários brasileiros estavam na região trabalhando nos seringais quando a Bolívia arrenda as terras a uma companhia americana. Diante das insurreições e revoltas, o governo brasileiro decide intervir. O barão do Rio Branco alega o princípio do “uti possidetis” que define que o território é de quem o ocupava.

ID
86902
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Com o advento da República, a política externa
brasileira voltou-se para uma deliberada aproximação com
os EUA, país que reconhecera, quase que de imediato, o
novo regime político do Brasil. Isso não significou que
houvessem sido abandonadas as ligações com a Europa,
especialmente com a Grã-Bretanha, marca registrada das
relações exteriores durante o Império. Mas articulavam-se,
com o barão do Rio Branco à frente do ministério, as novas
bases de uma identidade continental, que garantiria um
alinhamento do Brasil com os EUA, mantido, apenas com
pequenas alterações, até o presente.

Maria Lígia Prado. Davi e Golias: as relações entre Brasil e Estados Unidos no século XX.
In: Carlos Guilherme Mota (org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira (1500-2000)
- a grande transação. São Paulo: SENAC, 2000, p. 326 (com adaptações).

Tendo o texto acima como referência inicial e considerando
a inserção internacional do Brasil ao longo do período
republicano, julgue os itens subseqüentes.

Entre os momentos em que "o alinhamento do Brasil com os EUA" - mantido, segundo o texto, ao longo do período republicano - sofreu algum tipo de constrangimento, pode-se citar a fase da Política Externa Independente. Lançada na primeira metade dos anos 60 do século passado, ela refletia os anseios de se praticar um ponto de vista internacional a partir dos interesses nacionais em um rico e complexo contexto histórico, no qual se destacavam, entre outros marcantes acontecimentos, os impactos da Revolução Cubana e a emergência das novas nações africanas.

Alternativas
Comentários
  • Lembrar que nessa época, o então presidente Janio Quadros, reestebelaceu relações com a União Soviética, mandou Jango (seu vice) para a china (não sei pra que, rs) e ainda deu uma medalha de honra para Chê na revolução cubana. Isso tudo tinha o proposito de mostrar para o mundo e principalmente para os EUA que o Brasil era um pais com uma Politica Externa Independente.

    Bons estudos!
  • Foi o Jango quem restabeleceu relações diplomáticas c/ a URSS em 1961, Janio iniciou as negociações, mas ñ deu tempo

    lembrando que JK já tinha restabelecido relações comerciais em 1958


ID
86905
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Com o advento da República, a política externa
brasileira voltou-se para uma deliberada aproximação com
os EUA, país que reconhecera, quase que de imediato, o
novo regime político do Brasil. Isso não significou que
houvessem sido abandonadas as ligações com a Europa,
especialmente com a Grã-Bretanha, marca registrada das
relações exteriores durante o Império. Mas articulavam-se,
com o barão do Rio Branco à frente do ministério, as novas
bases de uma identidade continental, que garantiria um
alinhamento do Brasil com os EUA, mantido, apenas com
pequenas alterações, até o presente.

Maria Lígia Prado. Davi e Golias: as relações entre Brasil e Estados Unidos no século XX.
In: Carlos Guilherme Mota (org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira (1500-2000)
- a grande transação. São Paulo: SENAC, 2000, p. 326 (com adaptações).

Tendo o texto acima como referência inicial e considerando
a inserção internacional do Brasil ao longo do período
republicano, julgue os itens subseqüentes.

Malgrado suas indisfarçáveis similitudes e de terem convivido no mesmo contexto histórico, o justicialismo peronista e o trabalhismo getulista não conseguiram se aproximar, quer em termos de propostas de ação, quer pela atuação conjunta propriamente dita. Mais que mera possibilidade, é provável que esse desencontro tenha sido motivado pelo histórico contencioso entre Argentina e Brasil, que tiveram nas disputas pela hegemonia na região platina, no século XIX, seu elemento definidor.

Alternativas
Comentários
  • A questão mistura tudo e induz ao erro. Na realidade, justicialismo e trabalhismo se aproximaram e muito. Ambos foram projetos reformistas, voltados a atender os desígnos do operariado. Os dois implementaram normas que até hoje garantem os direitos dos trabalhadores. Apesar desta semelhança programática, os dois líderes Vargas e Perón mantiveram relações consideradas "frias" durante o período em que estiveram no poder. Assertiva errada.

  • A aproximação não se deu em razão de conjuntura interna instável em ambos países.

  • Na verdade houve melhora nas relações. Inclusive aconteceu uma vista de Augustin Justo no Brasil em 1933.
  • Questão bastante inteligente. De fato, sendo Perón e Vargas contemporâneos, o que teria acontecido - ou não acontecido - que os não tenha aproximado, os tenha distanciado, ou nenhuma coisa ou outra? Parece que é uma pergunta que já fizeram no passado, e que daria um estudo interessanrte. 

    http://noblat.oglobo.globo.com/cronicas/noticia/2015/05/peron-peron-getulio-getulio.html

     

  • Essa questão está com o gabarito errado. De fato, o justicialismo peronista e o trabalhismo getulista não conseguiram se aproximar, quer em termos de propostas de ação, quer pela atuação conjunta propriamente dita. Não achei nenhuma fonte que pudesse indicar essa suposta aproximação. Indicada para comentário.

  • Erro:  quer em termos de propostas de ação

    Em 1953, houve a proposta do Pacto ABC.

  • Malgrado suas indisfarçáveis similitudes e de terem convivido no mesmo contexto histórico (correto)

    o justicialismo peronista e o trabalhismo getulista não conseguiram se aproximar (correto)

    quer em termos de propostas de ação, quer pela atuação conjunta propriamente dita (parcialmente correto - apesar das proximidades ideológicas entre Vargas e Peron, não houve aproximação política entre eles.

    • Peron propôs a edição de um Pacto ABC na área econômica, que resultaria em uma espécie de união aduaneira entre os 3 países, mas foi negado por Vargas
    • Em 1954, uma das maiores crises do governo Vargas foi a demissão do chanceler Neves da Fontoura, que denunciou um susposto plano de envio de armas ao Brasil para criar uma "república sindicalista", com apoio de Peron.
    • Porém as duas doutrinas eram próximas no plano ideológico, previam uma certa "terceira via" entre capitalismo e socialismo com o corporativismo.

    Mais que mera possibilidade, é provável que esse desencontro tenha sido motivado pelo histórico contencioso entre Argentina e Brasil, que tiveram nas disputas pela hegemonia na região platina, no século XIX, seu elemento definidor. Errado. A relação com a Argentin já vinha melhorando desde o início do século, com a visita de Júlio Roca em 1898. É um momento de "instabilidade conjuntural, com busca de cooperação e momentos de rivalidade".

    https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas2/artigos/CrisePolitica/PactoABC


ID
86908
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Com o advento da República, a política externa
brasileira voltou-se para uma deliberada aproximação com
os EUA, país que reconhecera, quase que de imediato, o
novo regime político do Brasil. Isso não significou que
houvessem sido abandonadas as ligações com a Europa,
especialmente com a Grã-Bretanha, marca registrada das
relações exteriores durante o Império. Mas articulavam-se,
com o barão do Rio Branco à frente do ministério, as novas
bases de uma identidade continental, que garantiria um
alinhamento do Brasil com os EUA, mantido, apenas com
pequenas alterações, até o presente.

Maria Lígia Prado. Davi e Golias: as relações entre Brasil e Estados Unidos no século XX.
In: Carlos Guilherme Mota (org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira (1500-2000)
- a grande transação. São Paulo: SENAC, 2000, p. 326 (com adaptações).

Tendo o texto acima como referência inicial e considerando
a inserção internacional do Brasil ao longo do período
republicano, julgue os itens subseqüentes.

Enquanto os primeiros governos do regime militar instaurado em 1964 faziam nítida opção pelo alinhamento com Washington, na provável busca de um relacionamento especial e privilegiado com a grande potência ocidental, sob Geisel o regime reorienta a ação diplomática do Brasil. Esgrimindo um pragmatismo responsável, o Brasil aproxima-se de outros importantes centros capitalistas - de que decorre, por exemplo, o acordo nuclear com a Alemanha - e implementa significativa política para o continente africano - que teria no rápido reconhecimento de Angola uma de suas cargas mais simbólicas.

Alternativas
Comentários
  • CORRETA.

    Além disso Geisel realizou as seguintes ações que corroboram com o pragmatismo responsável e neopolítica para o continente africano.
    • 1) Elevação das embaixadas no Zaire, Costa do Marfim, Quênia. 
    • 2) Reconhecimento da independência da ex-colônia portuguesa Guiné-Bissau.
    • 3) Acordo comercial Brasil-URSS e compra de 5 turbinas para a hidroelétrica de Sobradinho.
    • 4) Brasil se torna o 1º país a reconhecer a independênciade Angola
    • 5) Brasil reconhece a independência de Moçambique.
    • 6) Brasil cancela acordo militar com EUA firmado em 1952.
  • O estranho dessa questão é ter afirmado "os primeiros governos do regime militar instaurado em 1964 faziam nítida opção pelo alinhamento com Washington". O PRIMEIRO foi alinhado, mas só o primeiro, o de Castello Branco. Já Costa e Silva, o SEGUNDO, não foi. Por isso estranhei. A expressão "os primeiros" inclui Costa e Silva, o que, na minha modesta opinião, invalida a questão. 
  • Questão duvidosa:

    Clodoaldo Boeno e Amado Cervo em "história da política exterior do Brasil" argumentam que:

    "Desde Costa e Silva tinha-se consciência de que o alinhamento, a aliança, as relações especiais não podiam constituir uma prioridade, porquanto os interesses nacionais produziam atritos que colocavam em risco o entendimento bilateral".

    Alguém tem alguma fonte que corrobora a visão da banca?

  • Plural duvidoso. Castelo Branco foi um "passo fora da cadência" 

  • A partir de Costa e Silva, que recupera alguns princípios da PEI, acaba o alinhamento "automático" aos EUA do governo Castelo Branco. Essa questão está incorreta e esse gabarito deveria ser mudado.


ID
86911
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Com o advento da República, a política externa
brasileira voltou-se para uma deliberada aproximação com
os EUA, país que reconhecera, quase que de imediato, o
novo regime político do Brasil. Isso não significou que
houvessem sido abandonadas as ligações com a Europa,
especialmente com a Grã-Bretanha, marca registrada das
relações exteriores durante o Império. Mas articulavam-se,
com o barão do Rio Branco à frente do ministério, as novas
bases de uma identidade continental, que garantiria um
alinhamento do Brasil com os EUA, mantido, apenas com
pequenas alterações, até o presente.

Maria Lígia Prado. Davi e Golias: as relações entre Brasil e Estados Unidos no século XX.
In: Carlos Guilherme Mota (org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira (1500-2000)
- a grande transação. São Paulo: SENAC, 2000, p. 326 (com adaptações).

Tendo o texto acima como referência inicial e considerando
a inserção internacional do Brasil ao longo do período
republicano, julgue os itens subseqüentes.

A forma efusiva como o presidente Fernando Henrique Cardoso foi recebido por George W. Bush demonstra que, a despeito da impressão insatisfatória deixada na Casa Branca à maneira pela qual o Brasil reagiu aos ataques terroristas do 11 de setembro de 2001, propondo prudência e cautela na reação norte-americana e se recusando a apoiar atitudes sustentadas por uma visão maniqueísta do mundo, a política internacional é conduzida por princípios conceituais, de modo que as divergências tendem a ser superadas.

Alternativas
Comentários
  • Política Internacional não é marcada pelos princípios conceituais, mas pelo pragmatismo!

    Vide caso do Império Russo, integrante da Sta. Aliança e contrário às insurreições nacionalistas. Ainda assim, apoia luta da Grécia pela independência, uma vez que tinha interesse no enfraquecimento do Imperio Otomano.
  • Resposta: ERRADO

    1) Segundo a revista Veja: "George H. W. Bush foi um presidente bastante neutro em relação ao Brasil, com o qual não estabeleceu nenhuma relação especial. Até porque seu foco estava longe daqui, no Oriente Médio. No passado recente, a maior aproximação se deu mesmo entre Bill Clinton e FHC, a quem o marido de Hillary admirava pelo lastro intelectual. " Em: http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/perguntas_respostas/presidentes-americanos-brasil/diplomacia-governo-obama-bush-clinton.shtml

    2) Para Luiz Alberto Moniz Bandeira: "Após os atentados terroristas que destruíram as torres gêmea do WTC e de parte do Pentágono, com mais de 3.000 mortos, Fernando Henrique Cardoso, na mesma manhã de 11 de setembro, telefonou para Bush, a fim de emprestar-lhe integral solidariedade, e Celso Lafer tomou a iniciativa de convocar uma reunião do Órgão de Consulta da OEA, invocando o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR), conhecido como Tratado do Rio de Janeiro, alegando que “a excepcional gravidade dos ataques e a discussão de seus desdobramentos” justificavam o recurso ao mecanismo de segurança coletiva do hemisfério. Três dias depois, declarou que o Brasil poderia participar da guerra, se viesse a ocorrer, apoiando uma ação militar dos Estados Unidos, desde que o grupo terrorista que atacou as torres do World Trade Center e o Pentágono fossem identificados. E, durante a XXIV Reunião de Consulta dos Chanceleres Americanos, em 21 de setembro, afirmou que “as mais de cinco décadas decorridas desde a assinatura do TIAR não lhe retiram a validade”. Em: http://www.espacoacademico.com.br/049/49bandeira.htm

    Baseando-se nesses dois excertos, pode-se concluir:

    a) O presidente Bush não tinha um relacionamento caloroso com o presidente Fernando Henrique Cardoso.

    b) O Brasil solidarizou-se com os EUA no episódio do ataque terrorista às Torres Gêmeas invocando o TIAR e manifestando desejo de enviar tropas para participar da guerra, e não "propondo prudência e cautela na reação norte-americana e se recusando a apoiar atitudes sustentadas por uma visão maniqueísta do mundo", conforme o enunciado da questão.

    Além disso, a afirmação de que "a política internacional é conduzida por princípios conceituais" é destituída de veracidade, conforme o comentário anterior de Francisco de Barros Vilela.


  • CASCA DE BANANA: "A forma efusiva..."

    +

    BATATA PODRE: "a política internacional é conduzida por princípios conceituais"
  • Bons tempos em que os estudantes do QConcursos achavam que "princípios conceituais" (leia-se "ideologias") não coadunavam com a PEB.

  • Errado

    Brasil se solidarizou de forma imediata com os EUA e sugeriu o acionamento do TIAR como solidariedade


ID
86914
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

No bojo dos investimentos, não se pode esquecer que Mercedes-Benz e Volkswagen construíram no Brasil as fábricas mais
modernas do mundo. Justamente por causa dessa massa de investimentos, se Frankfurt não vai ao Brasil, o Brasil tem que ir a
Frankfurt. Para compensar a grande ociosidade das fábricas brasileiras, exportar é mais do que uma ordem - transformou-se em
"religião". A meca dos investimentos das montadoras, e não só das alemãs, agora é a China.

Renato Acciarto. Brasil perde para China preferência das montadoras. In: Gazeta Mercantil. 11/9/2003, p. A1 (com adaptações).

O texto acima expressa importantes processos em curso no mundo. Considerando esse texto, julgue os itens a seguir.

Mundializam-se os mercados, porém não os processos de produção, já que o desenvolvimento tecnológico é do domínio dos países mais industrializados.

Alternativas
Comentários
  • As plantas industriais tem se espalhado pelo mundo a procura de custos menores e com isso a tecnologia tem suplantado as antigas barreiras nacionais quebrando assim, mesmo que lentamente os antigos "monopólios" tecnológicos.
  • Mundialização da produção, exemplo Boing: montagem final nos EUA; mais de 300 fornecedore distribuidos em quase 40 países.>>>> Especialização regional da produção.
  • Um exemplo dessa transferência de domínio tecnológico é o modelo de implantação de fábricas adotado na China.
    Para uma empresa não chinesa montar uma fábrica lá, tem que ser em conjunto com um percentual de capital chinês e fornecendo acesso a tecnologias.
    Mesmo assim, o negócio é tão lucrativo que as empresas montam suas fábricas na China e com o tempo a tecnologia se transfere.
  • BATATA PODRE: "Mundializam-se os mercados, porém não os processos de produção,".
  • Errado. Hoje se configura a nova Divisão Internacional do Trabalho, onde um produto final tem seu processo de fabricação disperso pelo mundo, tornando este último uma espécie de "fábrica global".
  • Com o fenômeno da globalização, mundializam-se o mercado e a produção. Já o controle é centralizado.

  • As fábricas, minas e plantações cederam suas posições para os mercados financeiros, para as firmas de serviços corporativos avançados,
    para os bancos e para as sedes das corporações transnacionais. A produção industrial não é mais o coração da economia global, apesar de conservar certa importância. Assim, a própria ideia de países industrializados e países não industrializados perde força.

    Dessa forma, por causa da economia globalizada, um país mais industrializado do que o outro pode não apresentar um maior nível tecnológico.

  • ambos os dois anexados juntos mundializam-se.

  • Um exemplo... juntamente com a resposta de Udson Melo, é o seguite:

    "...Dessa forma, por causa da economia globalizada, um país mais industrializado do que o outro pode não apresentar um maior nível tecnológico."

    Ao meu ponto de vista, podemos comparar isso a Zona Franca de Manaus, visto que, a cidade de Manaus possui industrias com alta tecnologia, mas a cidade em si, não é um referência tecnológica. (tratamento de esgoto, na segurança pública, na educação).

    Entendi como se fosse isso.


ID
86917
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

No bojo dos investimentos, não se pode esquecer que Mercedes-Benz e Volkswagen construíram no Brasil as fábricas mais
modernas do mundo. Justamente por causa dessa massa de investimentos, se Frankfurt não vai ao Brasil, o Brasil tem que ir a
Frankfurt. Para compensar a grande ociosidade das fábricas brasileiras, exportar é mais do que uma ordem - transformou-se em
"religião". A meca dos investimentos das montadoras, e não só das alemãs, agora é a China.

Renato Acciarto. Brasil perde para China preferência das montadoras. In: Gazeta Mercantil. 11/9/2003, p. A1 (com adaptações).

O texto acima expressa importantes processos em curso no mundo. Considerando esse texto, julgue os itens a seguir.

Com a crescente internacionalização da economia capitalista, observa-se uma interdependência das economias nacionais.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: CERTO

     

    Quanto mais interligada a economia, maior a interdependência das partes que a compõem. Veja por exemplo, esta última crise de 2008, que com exceção de China, afetou quase todo o globo.


     

  • Afetou inclusive a China.

  • Um exemplo desse fato é a Crise de 2008 que se iniciou nos EUA e erradiou seus efeitos para vários países da Europa.

     

    GAB. CORRETO

  • Desde a época do café isso acontece, imagina nos dias atuais!!!


ID
86920
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

No bojo dos investimentos, não se pode esquecer que Mercedes-Benz e Volkswagen construíram no Brasil as fábricas mais
modernas do mundo. Justamente por causa dessa massa de investimentos, se Frankfurt não vai ao Brasil, o Brasil tem que ir a
Frankfurt. Para compensar a grande ociosidade das fábricas brasileiras, exportar é mais do que uma ordem - transformou-se em
"religião". A meca dos investimentos das montadoras, e não só das alemãs, agora é a China.

Renato Acciarto. Brasil perde para China preferência das montadoras. In: Gazeta Mercantil. 11/9/2003, p. A1 (com adaptações).

O texto acima expressa importantes processos em curso no mundo. Considerando esse texto, julgue os itens a seguir.

A busca da maior lucratividade é um dos fatores determinantes para o crescente processo de especialização regional da produção.

Alternativas
Comentários
  • GAB. C

  • Gabarito: CERTO

     

     

    Como dizia Adam Smith, não é benevolência do padeiro nem a benevolência do açougueiro que garante meu jantar, mas sim, a busca por lucros. Lucratividade é a chave do capitalismo.


     

  • vivemos em um pais capitalista

    gab c

    Hoje farei uma live no meu instagram sobre dicas de estudos, contando minha trajetória até a aprovação, falarei sobre dicas motivacionais e sobre o militarismo, quem tiver interesse em assistir, só seguir meu insta: gustavoluigi0


ID
86923
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

No bojo dos investimentos, não se pode esquecer que Mercedes-Benz e Volkswagen construíram no Brasil as fábricas mais
modernas do mundo. Justamente por causa dessa massa de investimentos, se Frankfurt não vai ao Brasil, o Brasil tem que ir a
Frankfurt. Para compensar a grande ociosidade das fábricas brasileiras, exportar é mais do que uma ordem - transformou-se em
"religião". A meca dos investimentos das montadoras, e não só das alemãs, agora é a China.

Renato Acciarto. Brasil perde para China preferência das montadoras. In: Gazeta Mercantil. 11/9/2003, p. A1 (com adaptações).

O texto acima expressa importantes processos em curso no mundo. Considerando esse texto, julgue os itens a seguir.

No processo de globalização econômica, que suplanta fronteiras e culturas, é irrelevante o papel do Estado, prescindindo-se também de ações conciliatórias entre os governos.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: ERRADO

     

    Os estados nacionais ENFRAQUECERAM com a globalização, mas NÃO FORAM ELIMINADOS. Então eles ainda são relevantes em muitos aspectos, em especial às migrações.


     

  • O papel do Estado não é irrelevante de forma alguma. Pode diminuir seu poder, enfraquecer, mas irrelevante jamais.

  • irrelevante.....

  • Me passei em "irrelevante"...

  • NEOLIBERALISMO:  é o enfraquecimento do Estado e a diminuição drástica da participação estatal na economia, Diminuição do poder dos estados nacionais em detrimento às grandes corporações( privada)-Apenas ocorre a diminuição da participação do estado, NÃO O DESAPARECIMENTO.


ID
86926
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

No bojo dos investimentos, não se pode esquecer que Mercedes-Benz e Volkswagen construíram no Brasil as fábricas mais
modernas do mundo. Justamente por causa dessa massa de investimentos, se Frankfurt não vai ao Brasil, o Brasil tem que ir a
Frankfurt. Para compensar a grande ociosidade das fábricas brasileiras, exportar é mais do que uma ordem - transformou-se em
"religião". A meca dos investimentos das montadoras, e não só das alemãs, agora é a China.

Renato Acciarto. Brasil perde para China preferência das montadoras. In: Gazeta Mercantil. 11/9/2003, p. A1 (com adaptações).

O texto acima expressa importantes processos em curso no mundo. Considerando esse texto, julgue os itens a seguir.

No desenvolvimento econômico contemporâneo, identificam-se formas de protecionismo e a formação de blocos econômicos regionais, como o MERCOSUL, o qual é relevante para a ampliação de mercados e melhora da competitividade do Brasil.

Alternativas
Comentários
  • A integração é fenômeno comum no mundo deste final de século. Quase todas as grandes economias mundiais encontram-se, de alguma forma, envolvidas em processos de integração econômica. Estados Unidos (NAFTA), Europa (União Européia), América latina (Pacto Andino e MERCOSUL), Ásia (Cer,) e África (Sadec) - a integração está por toda a parte.

    Nome: Mercado Comum do Sul (Mercado Comun del Sur – Mercosur)

    CriaçãoEm 26.3.1991, em Assunção (Paraguai), foi assinado o Tratado de Assunção.

    Integrantes: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.

    Associados: Bolívia e Chile.

    Sede: Montevidéu (Uruguai).

    Objetivos: Criar um mercado comum com livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos; adotar uma política externa comum; coordenar posições conjuntas em foros internacionais; coordenar políticas macroeconômicas e setoriais; e harmonizar legislações nacionais, com vistas a uma maior integração. Ampliar as possibilidades para que os países aumentem sua produtividade, Na linguagem econômica, isso se chama de "economia de escala". 

    Ela permite que se conquiste maior competitividade no comércio internacional pelo aumento da produção de bens;

  • Gabarito: CERTO

     

    A “integração global” não ocorreu de forma generalizada, mas sim, se compartimentou em blocos como o Mercosul


     


ID
86929
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

Em geral, países da América Latina continuam a se
dedicar pesadamente à exploração direta da riqueza de seus
recursos naturais visando à exportação.

R. Gwynne e C. Kay. Latin America transformed, globalization and
modernity. New York: Arnold Publishers, 1999 (com adaptações).

Considerando o assunto abordado no texto acima e as questões
a ele relacionadas, julgue os itens seguintes.

Com a globalização econômica atual, em geral há uma tendência para o incremento das exportações da América Latina de produtos primários e de baixo conteúdo tecnológico.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: CERTO

     

    "Na nova divisão do trabalho, os países do norte produzem bens industrializados de ALTO valor agregado, e os países do sul, produzem matérias primas e bens industrializados de BAIXO valor agregado. Grosso modo, importamos iPhone mas exportamos soja."

     

     

    Fonte:  Alexandre Vastella - Estratégia Concursos


ID
86932
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

Em geral, países da América Latina continuam a se
dedicar pesadamente à exploração direta da riqueza de seus
recursos naturais visando à exportação.

R. Gwynne e C. Kay. Latin America transformed, globalization and
modernity. New York: Arnold Publishers, 1999 (com adaptações).

Considerando o assunto abordado no texto acima e as questões
a ele relacionadas, julgue os itens seguintes.

Embora com alguns impactos negativos, a economia baseada na exportação de produtos primários livrou a América Latina, ao longo do século passado, dos efeitos das recessões mundiais e da conseqüente flutuabilidade dos preços, visto que tais produtos possuíam mercado assegurado.

Alternativas
Comentários
  • Impressionante a pertinência do comentário acima. 

    Algumas palavras sobre a questão:
    Entendo que os países de exportação primpária sofreram, assim como os demais, com as recessões mundiais do século XX. Todavia, os exportadores de comodities enfrentaram as crises do século atual com menores prejuízos do que boa parte dos países ditos de primeiro mundo. Em outras palavras, a exportação de produtos primários atenuou os efeitos negativos das crises do séc XXI em alguns países da AL.
  • Erradissima.
    Posso citar um exemplo da época de Getulio Vargas por exemplo.
    Um dos motivos da Brasil ter passado de uma cultura de agricultura foi o problema na bolsa de valores em nova york. O Brasi precisou queimar sacas de café para não perder o produto, e neste momento o Brasil começou a se industrializar para não afundar sua economia, sendo que os países para os  quais o Brasil exportava estavam em crise e não podiam comprar nossos produtos

    Então a resposta é não, afetou sim a america latina, como exemplificado no Brasil.

ID
86935
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

Em geral, países da América Latina continuam a se
dedicar pesadamente à exploração direta da riqueza de seus
recursos naturais visando à exportação.

R. Gwynne e C. Kay. Latin America transformed, globalization and
modernity. New York: Arnold Publishers, 1999 (com adaptações).

Considerando o assunto abordado no texto acima e as questões
a ele relacionadas, julgue os itens seguintes.

O Brasil pode ser excluído do grupo de países considerados como periferia global de recursos, uma vez que sua pauta de exportações o coloca como país industrializado, apesar de esse fenômeno ter-se dado tardiamente

Alternativas
Comentários
  • O Brasil ainda continua sendo um país que exporta mais produtos primários do que produtos industrializados

    Errado a questão.

  • A questão é de 2003. Pergunto se ainda estaria errada caso formulada em 2012. O fato de exportarmos principalmente produtos primários nos coloca no rol de não industrializados? Creio que pertencemos ao grupo dos industrializados, embora nossa pauta de exportação conte com produtos, em grande parte, de baixo valor agregado.
  • "O Brasil apresenta economia dependente, apesar disso possui um alto índice de industrialização, com economia diversificada. Isso significa que a produção não se limita à produção agropecuária e à extração de minérios, existe também um complexo e completo parque industrial que produz aviões, automóveis, softwares e muito outros equipamentos modernos."

    Fonte: http://www.mundoeducacao.com.br/geografia/brasil-um-pais-emergente.htm

    "Os países que realizaram o processo de industrialização após a década de 1950 são conhecidos por diferentes classificações: Países Subdesenvolvidos Industrializados, Novos Países Industrializados (NIPs), Economias Emergentes. Outro aspecto em comum entre essas nações é a dependência de tecnologia dos países desenvolvidos.

    Fonte: http://www.brasilescola.com/geografia/paises-industrializados-subdesenvolvidos.htm
  • Colegas,
    observando a balança comercial do Brasil de Janeiro a Julho de 2012, percebe-se que 47,6% das exportações brasileiras corresponde mà exportação de produtos básicos e 50,0% à exportação de produtos industrializados (manufaturados = 36,8% e semimanufaturados = 13,2%).
    Exs de semimanufaturados: catodos de cobre, mates de níquel, açúcar bruto, manteiga de cacau, zinco em bruto, ferro fundido, alumínio em bruto, celulose, couros e peles.
     

    Com essa divisão realizada pelo governo, parece que o Brasil é um país que exporta predominantemente produtos industrializados (50,0% de produtos industrializados contra 47,6% de bens básicos). 
    Caso alguém se interesse no assunto segue a fonte (acesso em 29.08.2012, às 11:00 horas)
    bons estudos!

    http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=1161

     

  • PAUTA DE EXPORTAÇÃO DO BRASIL PARA A CHINA* (2017)

    *maior parceiro comercial do Brasil

    EXPORTAÇÕES 2017

    (US$ MILHÕES)TON (MIL)

    Soja, mesmo triturada16.68744.254

    Minérios de ferro e seus concentrados6.899143.374

    Óleos brutos de petróleo5.46216.812

    Pastas químicas de madeira, exceto para dissolução1.3623.139

    Carne bovina, congelada552129

    Carne de aves507263

    Ferro-ligas36052

    Pasta química de madeira, para dissolução276433

    Couros e peles curtidos ou em crosta267108

    Óleo de soja247335

    Veículos aéreos2050,2

    Centrifugadores, aparelhos para filtrar ou depurar1734,8

    Outros1.7845.757

    fonte: http://www.cebc.org.br/pt-br/dados-e-estatisticas/comercio-bilateral/pauta-de-exportacoes

  • QUASE 20 ANOS SE PASSARAM E NADA MUDOU, RSRS...


ID
86938
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

Em geral, países da América Latina continuam a se
dedicar pesadamente à exploração direta da riqueza de seus
recursos naturais visando à exportação.

R. Gwynne e C. Kay. Latin America transformed, globalization and
modernity. New York: Arnold Publishers, 1999 (com adaptações).

Considerando o assunto abordado no texto acima e as questões
a ele relacionadas, julgue os itens seguintes.

No Brasil, o crescimento do setor primário, levado a efeito por meio de intensa modernização por todo o seu território, tem contribuído para diminuir as desigualdades geográficas e eliminar enclaves regionais.

Alternativas
Comentários
  • Não há uma intensa modernização do setor primário que ocorra por todo o território nacional. A modernização agrícola é seletiva, pois só é intensa nas áreas que contam com capital e apoio estatal para investir, como a grande lavoura voltada para a exportação. Ela é tão seletiva, que o governo criou o Pronaf (Programa Nacional de Agricultura Familiar, 1996), voltado para a promoção do desenvolvimento sustentável (gerar renda, reduzir desigualdade social, conservar o ambiente da agricultura familiar), com foco no pequeno agricultor e no assentado rural, por meio da disponibilização crédito rural e assistência técnica, os quais antes eram majoritariamente direcionados à grande lavoura de exportação.
  • Errado

    Generalização - 99,9%/E - Consenso/Unânime/Todas

    Dos casos em provas de Historia, Geografia e etc.

    Bons Estudos!

  • A desigualdade é cada vez mais forte em algumas regiões.

    ERRADO

  • Gabarito: ERRADO

    Em geral, países da América Latina continuam a se dedicar pesadamente à exploração direta da riqueza de seus recursos naturais visando à exportação.

    R. Gwynne e C. Kay. Latin America transformed, globalization and modernity. New York: Arnold Publishers, 1999 (com adaptações).

    Considerando o assunto abordado no texto acima e a questão a ele relacionada, julgue o item seguinte.

    No Brasil, o crescimento do setor primário, levado a efeito por meio de intensa modernização por todo o seu território, tem contribuído para diminuir as desigualdades geográficas e eliminar enclaves regionais.

    Na realidade, a modernização da agricultura no Brasil contribuiu para aumentar as desigualdades geográficas e produzir enclaves regionais. Apesar da modernização agrícola ter impulsionado o crescimento do setor primário no país, essa mudança agravou a concentração de terra, provocou desemprego rural, acelerou o processo de migração rural-urbano e elevou tensões sociais no campo com os conflitos de terra.

    TECCONCURSOS

  • Um bizu importante:

    Os setores da economia são segmentos em que se dividem as atividades econômicas e produtivas da sociedade. A divisão se dá entre os setores:

    • primário, que diz respeito à agricultura, à pecuária e ao extrativismo;
    • secundário, que corresponde à indústria;
    • terciário, que agrega os serviços, formais ou informais, prestados nas mais diversas áreas, e também as atividades comerciais.


ID
86941
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

Em geral, países da América Latina continuam a se
dedicar pesadamente à exploração direta da riqueza de seus
recursos naturais visando à exportação.

R. Gwynne e C. Kay. Latin America transformed, globalization and
modernity. New York: Arnold Publishers, 1999 (com adaptações).

Considerando o assunto abordado no texto acima e as questões
a ele relacionadas, julgue os itens seguintes.

O comprometimento da sustentabilidade ecológica e econômica é uma conseqüência do modelo de exploração intensa de recursos naturais, entre as quais pode-se destacar o deflorestamento no Brasil.

Alternativas
Comentários
  • Definição de deflorestamento segundo Wikpédia, em 02 de 2012: 

    Desflorestaçãodesflorestamento ou desmatamento é o processo de desaparecimento de massas florestais, fundamentalmente causada pela atividade humana. A desflorestação é diretamente causada pela ação do homem sobre a natureza, principalmente devido à destruição de florestas para a obtenção de solo para cultivos agrícolas ou para extração de madeira, por parte da indústria madeireira.
  • Gabarito: CERTO

     

    Quanto mais exploração dos recursos naturais, maior o desflorestamento, pois estas atividades exigem espaço. Tais atividades são responsáveis por graves impactos ambientais em biomas como Cerrado e Amazônia.
     

  • ''O comprometimento da sustentabilidade''? como tem comprometimento se está usando recursos naturais?

  • Não pode estar certa, contradição em termos.

    Como pode haver o comprometimento da sustentabilidade ecológica, a partir da exploração intensa?

    Acho que as palavras " é uma conseqüência" gerou ambiguidade, quando o termo certo seria "resultou do".

  • ''O comprometimento da sustentabilidade ecológica e econômica'' é consequência da exploração??

    a exploração não compromete a economia, pelo contrario. minha opinião. vou fazer 10 vezes e erra 11.

    peço meus colegas que me ajudem a compreender essa questão.

  • ''O comprometimento da sustentabilidade ecológica e econômica é uma conseqüência do modelo de exploração intensa de recursos naturais" onde que isso pode ser verdade no contexto nacional ou mundial??????????

  • Para se obter lucdo houve tanta exploração que os paises(empresas)estao tendo que adotar politicas de sustentabilidade, como coca- cola retornavel, sacola de supermercado de papel, produtos de cosméticos orgânicos.... essas atitudes foram reflexo do tamanho estrago que fizeram, logo; ou renovados o modo como produzimos ou ficaremos sem recursos(matéria prima)

  • (sustentabilidae ecológica) -produzir usando de forma sustentavel os meios naturais.✅ok desmatamento não é nada sustentável -agora em relação a economia?mesmo sendo de forma ilegal da lucro.❌❌

ID
86944
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

A consciência ecológica desenvolvida nas últimas décadas trouxe
novos desafios para as políticas e medidas a serem estabelecidas
no Brasil. O desempenho ambiental do país tem fortes
implicações em suas relações internacionais. Acerca desse tema,
julgue os itens que se seguem.

Em face da necessidade de investimentos econômicos e de promoção da justiça social, o Brasil se vê diante do desafio de equacionar a contradição existente entre o desenvolvimento socioeconômico e a preservação ambiental.

Alternativas
Comentários
  • Outra incorreção do item é supor que há contradição entre desenvolvimento socioeconômico e preservação ambiental, contradição que na verdade nunca existiu. Segundo sugere Milton Santos em seu livro "Por uma outra globalização", acreditar nessa suposta contradição corresponde a alimentar a chamada "globalização como fábula", ou seja, num certo discurso que tenta desqualificar as combinações possíveis entre interesse particular e bem-estar coletivo sempre em favor dos "agentes hegemônicos", verdadeiros promotores da "confusão dos espíritos" e de outras perversidades. Enfim, vale a pena visitar os demais conceitos apresentados pelo autor.
  • De fato, não existe contradição entre desenvolvimento socioeconômico e a preservação ambiental.
    Um texto interessante da WWF sobre isso:

    O que é preciso fazer para alcançar o desenvolvimento sustentável?
     
    Para ser alcançado, o desenvolvimento sustentável depende de planejamento e do reconhecimento de que os recursos naturais são finitos.
     
    Esse conceito representou uma nova forma de desenvolvimento econômico, que leva em conta o meio ambiente.
     
    Muitas vezes, desenvolvimento é confundido com crescimento econômico, que depende do consumo crescente de energia e recursos naturais. Esse tipo de desenvolvimento tende a ser insustentável, pois leva ao esgotamento dos recursos naturais dos quais a humanidade depende. 
     
    Atividades econômicas podem ser encorajadas em detrimento da base de recursos naturais dos países. Desses recursos depende não só a existência humana e a diversidade biológica, como o próprio crescimento econômico. 
     
    O desenvolvimento sustentável sugere, de fato, qualidade em vez de quantidade, com a redução do uso de matérias-primas e produtos e o aumento da reutilização e da reciclagem.
    http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/desenvolvimento_sustentavel/
  • CASCA DE BANANA: "a contradição existente".
  • Utilização dos termos de forma inapropriada.
    Existe sim contradição entre desenvolvimento socioeconômico e preservação ambiental.

    PRESERVAÇÃO x CONSERVAÇÃO
    Preservação: Manter os recurso naturais intocáveis.
    Conservação: Utilizar os recursos de maneira a degradá-los o mínimo póssível.

    O Erro da questão estaria pautado na relação justiça social/ desenvolvimento socoieconômico e preservação ambiental.
    A justiça social não se atinge necessariamente a partir do desenvolvimento socioeconômico/ preservação ambiental, mas sim a partir de uma melhor DISTRIBUIÇÃO DE RENDA.

    Como obteremos justiça social com nossa GIGANTESCA DESIGUALDADE SOCIAL???!!!!

    "Ainda assim, em um ranking mundial que inclui 126 nações, o Brasil ainda aparece com a 10ª pior distribuição de renda, atrás de países como Haiti - o país mais pobre da América Latina - e a Índia.'' Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL20272-9356,00.html (2007)

  • NA PRÁTICA, COMO TEM SIDO DESDE A COLONIZAÇÃO, EXISTE SIM contradição entre Desenvolvimento socioeconômico e preservação ambiental.

    Talvez, no ideal, não exista essa contradição. Mas, no real existe sim.

    Muito bom comentário da Ingrid!
  • Por muitos autores é considerado que existe essa contradição, porém por muitos outros não. Atualmente tem a tal da economia verde, que visa conciliar as coisas, mas a questão é de 2003. Desde 1970 existe o desenvolvimento sustentável, que pensa o desenvolvimento econômico e a sustentabilidade, esta que pode ser pensada como preservacionista ou conservacionista (me corrijam se estiver errado), mas atualmente a economia verde coloca a questão social (e de justiça social) nessas demandas também "ambientais". Bem, acredito que se existe uma "síntese" como a "economia verde", é justamente porquê há certa contrariedade de sentido em relação as coisas, tal como poderia ser considerado, a dos preservacionistas x manejo sustentável em terras quilombolas, indigenas e de pops. tradicionais.

  • Resposta: E

    É errado porque o Brasil se orienta, em suas ações tanto na PEB quanto na política interna, em um entendimento que essas duas facetas andam JUNTAS. Diferentemente de outros países, como os EUA, o Brasil afirma que é possível ter desenvolvimento econômico e preservação ambiental ao mesmo tempo. Prova disso é nossa adesão a diversos protocolos, como o Protocolo de Kyoto e o Acordo de Paris. Os EUA, por exemplo, não ratificarma o Protocolo de Kyoto por achar que é impossível continuar desenvolvendo sua indústria e respeitar as quotas estabelecidas em Kyoto. 

    Na prática, pode ser que exista essa contradição. Mas no discurso e na ação brasileira, nós consideramos que não existe. 

  • Essa questão tá muito mal feita! Maldita banca do CACD. 
    Fazendo questões só para os alunos errarem. 

  • O erro está na afirmação "contradição"; Muito pelo contrário, o desenvolvimento sustentável é possível/viável com o desenvolvimento econômico!

  • típica questão FULERA...

    Fulerage do cespe

  • Faria dez vezes e erraria as dez.

  • Em face da necessidade de investimentos econômicos e de promoção da justiça social, o Brasil se vê diante do desafio de equacionar o desenvolvimento socioeconômico e a preservação ambiental, temas que não são contraditórios entre si, apesar de parecerem, à primeira vista, antagônicos.

    A fim de encontrar o devido alinhamento do equilíbrio entre interesses sociais, ambientais e econômicos, torna-se cada vez mais relevante analisar o impacto social gerado por grandes empreendimentos, um tema complexo e que envolve a análise de diversos fatores, como:

    O aumento de receitas;

    A remoção da população local;

    A geração de empregos;

    O impacto em comunidades nativas;

    O aumento do custo de vida; e

    Pressão nos equipamentos sociais.

    Resposta: Erado


ID
86947
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

A consciência ecológica desenvolvida nas últimas décadas trouxe
novos desafios para as políticas e medidas a serem estabelecidas
no Brasil. O desempenho ambiental do país tem fortes
implicações em suas relações internacionais. Acerca desse tema,
julgue os itens que se seguem.

Bacias hidrográficas no Brasil são temas de gestão ambiental e de planejamento em nível internacional, isto é, envolvendo países vizinhos.

Alternativas
Comentários
  • Certissimo, A Amazônia é questão internacional. Afinal, a destruição dela, acabaria com o equilibrio do mundo
  • LEI Nº 9.433, DE 8 DE JANEIRO DE 1997 (Lei Nacional de Recursos Hídricos)

    Art. 38 § 2º Nos Comitês de Bacia Hidrográfica de bacias de rios fronteiriços e transfronteiriços de gestão compartilhada, a representação da União deverá incluir um representante do Ministério das Relações Exteriores.
  • Vale salientar que o rio amazonas tem uma das suas nascentes, nos andes da Colômbia.

  • A integração da bacia Amazônica com a do Prata é bastante discutida.Essa grande hidrovia promoveria uma integração regional e proporcionaria benefícios econômicos a todos os países da América Sul, com exceção do Chile.

  • Só achei a questão um pouco ampla, dando a entender que todas as bacias hidrograficas brasileiras envolvem paises vizinhos.

  • correta pq nao foi especifica a parte internacional... temos mais de 5 bacias que são 100% BR.

  • Inclusive há a previsão, no Art. 38, § 2º, da Lei 9.433 (Lei das Águas), que Nos Comitês de Bacia Hidrográfica de bacias de rios fronteiriços e transfronteiriços de gestão compartilhada, a representação da União deverá incluir um representante do Ministério das Relações Exteriores.

    Resposta: Certo


ID
86950
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

A consciência ecológica desenvolvida nas últimas décadas trouxe
novos desafios para as políticas e medidas a serem estabelecidas
no Brasil. O desempenho ambiental do país tem fortes
implicações em suas relações internacionais. Acerca desse tema,
julgue os itens que se seguem.

A erosão no Brasil, entendida como um problema ambiental apenas pertinente ao espaço rural, tem-se agravado em razão de técnicas empregadas na agricultura de larga escala.

Alternativas
Comentários
  • A erosão é um problema ambiental pertinente também ao espaço urbano.

  • Erosão no ambiente urbano:
    Deslizamentos de terra em morros durante períodos continuados de chuva em várias cidades brasileiras. Geralmente deixando pessoas desabrigadas
  • Erosão Impacto ambiental A erosão do solo é um dos graves problemas causados pelo desmatamento intensivo para a abertura de novas áreas de plantio, principalmente para a soja.

    Neste caso, as principais causas da erosão são o desmatamento de encostas e margens de rios, as queimadas e o uso inadequado de maquinários e implementos agrícolas, que aceleram o processo erosivo.

    Segundo o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), cada hectare cultivado no país perde, em média, 25 toneladas de solo por hectare. Isso significa perda anual de cerca de um bilhão de toneladas ou cerca de um centímetro da camada superficial do solo de todo o País. 

  • O erro da alternativa esta quando ela diz que apenas na área da zona rural, quando na verdade e em todo o território, já que, devido a poluição pode ser característica de chuvas ácidas .


    Fé em Deus!

  • não li o APENAS 

  • ALGUNS PROBLEMAS AMBIENTAIS

    - Erosão ➔ Solo com perda de nutrientes e fertilidade por causa do cultivo da cana de açúcar e soja.

    - Desmatamento ➔ Litoral (Mata-Atlântica) / Floresta Amazônica.

    - Desertificação ➔ Queimadas / processo de savanização. As agroflorestas seriam uma das soluções para esse problema.

    - Práticas Agrícolas ➔ Agrotóxicos, fertilizantes em excesso.

    - Poluição do solo ➔ Lixo urbano/ nuclear

    - Poluição do ar ➔ Emissão de CO2 com a urbanização e o crescimento vertical das cidades com construções de prédios.

    Danos à biodiversidade ➔ Desmatamentos, queimadas e erosão.

     


ID
86953
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

A consciência ecológica desenvolvida nas últimas décadas trouxe
novos desafios para as políticas e medidas a serem estabelecidas
no Brasil. O desempenho ambiental do país tem fortes
implicações em suas relações internacionais. Acerca desse tema,
julgue os itens que se seguem.

O disciplinamento, o uso racional da terra e o estabelecimento de limites territoriais são elementos significativos nas medidas de conservação da biodiversidade brasileira.

Alternativas
Comentários
  • Isso é resultado da política ambiental divulgada pelas organizações internacionais e encampada pelo Brasil. Exemplo dessa novapostura brasileira pode ser observada no advento da Rio-92
  • significativos? não concordo.

  • Não entendi. Significativos?

  • isso tem impactos significativos?? sim, tem; É EFETIVO? nao


ID
86956
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Geografia
Assuntos

A consciência ecológica desenvolvida nas últimas décadas trouxe
novos desafios para as políticas e medidas a serem estabelecidas
no Brasil. O desempenho ambiental do país tem fortes
implicações em suas relações internacionais. Acerca desse tema,
julgue os itens que se seguem.

No que diz respeito ao gerenciamento de seus recursos hídricos, o Brasil apresenta-se vulnerável diante das prováveis mudanças climáticas globais, haja vista, por exemplo, o quadro de saneamento básico precário no país.

Alternativas
Comentários
  • será que a questão quis dizer que a precariedade do saneamento básico reduz a disponibilidade de água potável, a qual é agravada pelas mudanças climáticas recentes? juro que eu achei essa questão ambígua e a relação causal entre "efeitos da mudança climática" e "falta de saneamento básico" bem viajada... alguém mais tem algo a dizer?

  • Não adianta o Brasil possuir a maior reserva de água doce do mundo e não ter saneamento básico nas cidades.Por isto o gabarito está correto.
  • Lembrando que a falta de saneamento básico acarreta contaminação de corpos d'água e reservatórios subterrâneos.
    Seja pelo despejo direto ou infiltração de esgotos provenientes de fossas.
  • pois é, mariana, as questões do cespe sempre gerando confusão.. 

    Aquele livro "Como passar no concurso da diplomacia" (também chamado por alguns de a Bíblia Verde) diz o seguinte sobre essa questão: "as prováveis mudanças climáticas do globo (entre as quais certamente se inclui o aumento dos índices pluviométricos) tornam o Brasil vulnerável, o  que é ilustrado pelo fato de que, todo ano, do sul ao nordeste e passando pelo sudeste, a população sofre com desabamentos e inundações gerados pelas chuvas fortes."

    com relação ao saneamento básico ser precário, creio serem 3 os principais problemas no Brasil:
    1) a rede coletora (de esgoto) tem baixo alcance, ou seja, muitas casas ainda não têm coleta;
    2) uma pequena proporção do que é coletado é de fato tratado;
    3) há muito desperdício ao longo da rede, causado não pelos consumidores, mas pela precariedade da rede mesmo.
  • Perfeito Elisa. Porém não vejo relação entre "mudanças climáticas globais" e "o quadro de saneamento básico precário no país."
    Será que alguém poderia explicar?
    Abs!
  • Terrível a forma de estruturação da questão, que parece relacionar a "mudança climática" à "falta de saneamento", quando na verdade são fatores distintos que ameaçam as bacias hidrográficas

  • Por que questões antigas não possuem a opção indicar para comentário?


ID
86974
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Direito Civil
Assuntos

Um acidente de trânsito ocorreu em território brasileiro,
envolvendo um veículo de propriedade de organismo internacional
vinculado à Organização das Nações Unidas (ONU) e um veículo
pertencente a empresa pública do Distrito Federal, prestadora de
serviço público, criada no ano de 1999.

Esse veículo era dirigido por uma funcionária estrangeira
daquele organismo, que estava temporariamente prestando serviços
no Brasil. Ela alegou que não tinha culpa no acidente por
desconhecer as especificidades da legislação de trânsito brasileira.
O veículo da empresa pública era dirigido por um empregado
daquela empresa. No momento do acidente, ele assinou uma
declaração comprometendo-se a pagar o conserto do veículo do
organismo internacional. Entretanto, não tinha a menor intenção de
fazê-lo, tendo assinado o documento somente com o intuito de
acalmar a condutora do veículo. Posteriormente, o laudo pericial
concluiu que ambos os motoristas eram culpados pelo acidente: ela,
por negligência; ele, por imperícia.

Diante dessa situação hipotética, julgue os itens seguintes.

O litígio envolve um veículo de propriedade de pessoa jurídica de direito público externo e um veículo pertencente a pessoa jurídica de direito privado, ou seja, ambos os proprietários dos veículos são entes detentores de personalidade jurídica reconhecida pelo direito brasileiro.

Alternativas
Comentários
  • C.C. Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.
  • Se eu entendi bem, é um veículo da ONU e um veículo de uma EMPRESA PÚBLICA... onde esta o direito privado nessa história??
  • CERTO, considerando que o organismo internacional é PJ de Direito Público Externo e que a Empresa Pública é PJ de Direito Privado."O litígio envolve um veículo de propriedade de pessoa jurídica de direito público externo (ORGANISMO INTERNACIONAL VINCULADO À ONU) e um veículo pertencente a pessoa jurídica de direito privado (EMPRESA PÚBLICA, conforme), ou seja, ambos os proprietários dos veículos são entes detentores de personalidade jurídica reconhecida pelo direito brasileiro.
  • O Código Civil classifica as pessoas jurídicas em seu artigo 40, nos seguintes termos: "As pessoas jurídicas são de direito público interno, ou externo, e de direito privado".São pessoas de direito público interno: a União;cada um dos Estados e o Distrito Federal; cada um dos Municípios legalmente constituídos". São pessoas jurídicas de direito privado: as associações, sociedades,fundações, organizações religiosas e partidos políticos. São pessoas jurídicas de direito público externo os estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.Conforme essa explanação é claro que a questão está certa, uma vez que ambas são aceitas conforme o CC deixa claro em seus artigos.
  • O fato do veículo da Empresa Pública está vinculado a serviço público, não tira a natureza jurídica de direito privado da Empresa Pública.

  • A resposta à afirmativa é “certo”. Entretanto, com relação à questão como um todo, apesar do enunciado relatar situação geradora de responsabilidade civil, há ainda 4 aspectos interessantes que podem ser explorados:
     

    1) Conceito de pessoa jurídica de direito público externo – art. 42, II do código civil;

     Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito  internacional público.
     

    2) Regime jurídico da empresa pública – art. 173, § 1º, II, da Constituição da República;

    Art. 173. [...]
    § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:
    I – [...]
    II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;
     
    Observe-se que, apesar de a Constituição indicar que empresas públicas e sociedades de econômica mista são entidades de regime privado, não o são em sua integralidade pois incidem sobre elas elementos de regime público que não caracterizam privilégio, nem benefícios (e por conta disso, parte da doutrina chega a dizer que o regime das empresas estatais é misto ou temperado). Por exemplo, a Constituição exige que as empresas públicas façam concurso público para ingresso, licitação e prestem contas ao TCU.
     

    3) Privilégios concedidos às empresas públicas prestadoras de serviço público – entendimento jurisprudencial;

    Como em nenhum momento a Constituição indicou que as empresas públicas dedicar-se-iam apenas às atividades econômicas, acontece de haver empresa pública prestadora de serviços públicos (ex Metrô, Infraero e Correios). Ocorre que serviço público que é exclusivo do Estado não tem concorrência e, deste modo, tem sido construído na jurisprudência do STF entendimento de que não existe limitação para que o Estado conceda benefícios a esses prestadores; e portanto, empresas públicas que prestem serviço público poderão gozar de benefício público, apesar de serem de regime privado – por ex, ECT goza de imunidades e isenção tributaria e previdenciária, bem como seus bens são impenhoráveis.
     

    4) Responsabilidade civil das empresas públicas prestadoras de serviços públicos – art. 43 do CC e art. 37, § 6º da Constituição da Republica;

    Enquanto a responsabilidade civil dos entes de direito privado será subjetiva (com base no dolo / culpa), a das empresas públicas que prestam serviço público será objetiva (independente de dolo ou culpa).
     

  • Ederson, a pessoa jurídica de empresa privada da questão é a empresa pública.

    Na verdade, por mais absudo que possa soar, você tem que decorar o seguinte: empresa pública e sociedade de economia mista, mesmo que detendo capital público, sendo que a empresa pública detem 100% de capital público e sociedade de economia possui matade do capital de natureza privada e outra metade de natureza pública são considerados pessoa jurídica de direito privado. Espero ter te ajudado. Com essa informação em mente, você mata muitas pegadinhas do gênero dessa questão e outras. Ah , partido políticos também são pessoas jurídicas de direito provado, por mais obsurdo que possa parecer. Olhe art. 44 do CC.  

  • Prezados, Questão de fácil resolução, baseadas no C.C Arts 42 e 44,todavia como o colega brilhantemente falou as SEM e EP são consideradas de personalidade jurídica de direito privado, com base tambem no que estabelece a C.F em seu art. 173. Na verdade há uma certa divergência na doutrina acerca da personalidade jurídica desses entes pertencentes a administração indireta.

  • Para a PESSOA NATURAL = PERSONALIDADE ADQUIRIDA PELO NASCIMENTO COM VIDA

    Para a PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO = PERSONALIDADE ADQUIRIDA COM A INSCRIÇÃO DOS ATOS CONSTITUTIVOS NO RESPECTIVO REGISTRO

    Para a PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO = PRESCINDE DO REGISTRO

  • Questão de Direito Administrativo...


ID
86977
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Direito Civil
Assuntos

Um acidente de trânsito ocorreu em território brasileiro,
envolvendo um veículo de propriedade de organismo internacional
vinculado à Organização das Nações Unidas (ONU) e um veículo
pertencente a empresa pública do Distrito Federal, prestadora de
serviço público, criada no ano de 1999.

Esse veículo era dirigido por uma funcionária estrangeira
daquele organismo, que estava temporariamente prestando serviços
no Brasil. Ela alegou que não tinha culpa no acidente por
desconhecer as especificidades da legislação de trânsito brasileira.
O veículo da empresa pública era dirigido por um empregado
daquela empresa. No momento do acidente, ele assinou uma
declaração comprometendo-se a pagar o conserto do veículo do
organismo internacional. Entretanto, não tinha a menor intenção de
fazê-lo, tendo assinado o documento somente com o intuito de
acalmar a condutora do veículo. Posteriormente, o laudo pericial
concluiu que ambos os motoristas eram culpados pelo acidente: ela,
por negligência; ele, por imperícia.

Diante dessa situação hipotética, julgue os itens seguintes.

A alegação da funcionária do organismo internacional - de que não tinha culpa no acidente por desconhecer as especificidades da legislação de trânsito brasileira - não procede, uma vez que, no direito civil brasileiro, o erro de direito não é aceito seja para eximir alguém da responsabilidade por ato ilícito, seja para anular ato ou negócio jurídico praticado em razão do erro jurídico.

Alternativas
Comentários
  • Erro de direito: 1) é aquele que diz respeito à norma jurídica disciplinadora do negócio. NÃO SE CONFUNDE, CONTUDO, COM A IGNORANTIA LEGIS, UMA VEZ QUE ESTA É O DESCONHECIMENTO COMPLETO DA EXISTÊNCIA DA LEI, SENDO O ERRO DE DIREITO SEU CONHECIMENTO EQUIVOCADO, APESAR DE O CÓDIGO CIVIL EQUIPARAR ESSAS DUAS NOÇÕES. Em regra, o error juris não é causa de anulabilidade do negócio, porém, a doutrina e jurisprudência abrem precedentes quanto a esta máxima. De qualquer maneira, para anular o negócio, é necessário que esse erro tenha sido o motivo único e principal a determinar a vontade, não podendo, contudo, recair sobre a norma cogente, mas tão-somente sobre normas dispositivas, sujeitas ao livre acordo das partes. 2) Não exclui a responsabilidade penal; todavia o juiz pode deixar de aplicar a pena, quando escusável, na hipótese de contravenção penal. Em se tratando de crimes, configura circunstância atenuante se for escusável a errada compreensão da lei. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/294619/erro-de-direito
  • No direito Brasileiro, o erro de direito pode se contituir em um erro substancial. (Art.139 - III)Assim, o erro de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, ele pode servir para anular ato ou negócio jurídico ocorrido em razão dele.
  • Mas, gente, um acidente de transito é um ato ilícito, não um negócio jurídico. O que o Alan Campelo explicou a respeito do entendimento da Doutrina sobre anulabilidade do negócio jurídico, se aplica ao ato ilícito também?
  • No Código Civil temos:

    Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio.

    Art. 139. O erro é substancial quando: III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico.

    Ou seja, o erro de direito pode ser causa de anulabilidade do negócio jurídico.
  • "A alegação da funcionária do organismo internacional - de que não tinha culpa no acidente por desconhecer as especificidades da legislação de trânsito brasileira - não procede, uma vez que, no direito civil brasileiro, o erro de direito não é aceito seja para eximir alguém da responsabilidade por ato ilícito, seja para anular ato ou negócio jurídico praticado em razão do erro jurídico."
    Erro jurídico é diferente de erro de direito.

    O erro (jurídico) é uma das causas de aulabilidade do NJ, tornando a última consideração da questão errada, pois é possível anular sim!

    Elementos da questão:
    1. acidente de trânsito e responsabilidade civil
    2. culpa, ou não, no acidente de trânsito por desconhecimento da lei.
    A responsabilidade civil provocada por acidente de trânsito é extracontratual, decorrete de ato ilícito. No caso, o ato ilícito é subjetivo, aquele que enseja a análise da culpa do sujeito, porque o dano ocorreu por negligência, conforme o enunciado da questão; por conseguinte, só pra acrescentar, a culpa presumida é afastada.
    O erro de direito alegado não exime 
    da incidência da responsabilidade sobre a pessoa provocadora do acidente, pois a antiga LICC, hoje, LINDB, diz que ninguém se escusa de cumprir a lei por desconhecimento. 
    Isso torna a primeira parte da afirmação correta:

    "A alegação da funcionária do organismo internacional - de que não tinha culpa no acidente por desconhecer as especificidades da legislação de trânsito brasileira - não procede, uma vez que, no direito civil brasileiro, o erro de direito não é aceito seja para eximir alguém da responsabilidade por ato ilícito"

    Responsabilidade Extracontratual:
    Erro de direito: Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. (Lei nº 12.376, de 2010 - LINDB)
    Ato ilícito: 
    Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito (CC).
    Responsabilidade Contratual:
    Erro jurídico: Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio. (CC)
    Erro de direito no negócio jurídico: Art. 139. O erro é substancial quando: III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico. (CC)
  • acredito haver uma confusão de entendimento dos colegas, entre NEGOCIO JURIDICO E RESPONSABILIDADE CIVIL. 

    "Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece"

    “Refuta-se a alegação do agravante de que não possuía conhecimento técnico-jurídico em relação às determinações e especificidades previstas na Lei de Licitações porquanto nos termos do art. 3º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro ¿ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece ” (TJ-ES, Ag.Inst. 0016668-87.2014.8.08.0024, rel. Des. Dai José Bregunce de Oliveira, DJ 16.12.2014);

  • O ERRO pode ser causa de anulação de um negócio jurídico.

    Não se confunde com desconhecer o direito.

    Gabarito: Errado


ID
86980
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Direito Constitucional
Assuntos

Um acidente de trânsito ocorreu em território brasileiro,
envolvendo um veículo de propriedade de organismo internacional
vinculado à Organização das Nações Unidas (ONU) e um veículo
pertencente a empresa pública do Distrito Federal, prestadora de
serviço público, criada no ano de 1999.

Esse veículo era dirigido por uma funcionária estrangeira
daquele organismo, que estava temporariamente prestando serviços
no Brasil. Ela alegou que não tinha culpa no acidente por
desconhecer as especificidades da legislação de trânsito brasileira.
O veículo da empresa pública era dirigido por um empregado
daquela empresa. No momento do acidente, ele assinou uma
declaração comprometendo-se a pagar o conserto do veículo do
organismo internacional. Entretanto, não tinha a menor intenção de
fazê-lo, tendo assinado o documento somente com o intuito de
acalmar a condutora do veículo. Posteriormente, o laudo pericial
concluiu que ambos os motoristas eram culpados pelo acidente: ela,
por negligência; ele, por imperícia.

Diante dessa situação hipotética, julgue os itens seguintes.

De acordo com a Constituição da República, a empresa pública mencionada responde objetivamente pelos prejuízos decorrentes do acidente, não sendo admissível no caso apresentado sequer o acolhimento da alegação de culpa concorrente com vistas a obter redução do valor da indenização.

Alternativas
Comentários
  • o art 37, §6 estabelece a responsabilidade do Estado. Para a doutrina há 3 teorias de responsabilidade civil:culpa administrativa: a obrigação do Estado indenizar decorre da ausência objetiva do serviço público em si, caracteriza-se pela falta de serviçoteoria do risco administrativo: a responsabilidade civil do Estado por atos comissivos ou omissivos de seus agentes, é de natureza objetiva, ou seja, dispensa a comprovação de culpa, por parte do administrado, mas para que se configure a responsabilidade objetiva do ente público, basta a prova da omissão e do fato danoso e que deste resulte o dano material ou moral, deverá estar presente o nexo de causalidade entre a atuação (ou falta dela) do Estado. Tendo o agente agido com dolo ou a culpa, cabe à fazenda pública acionar regressivamente este.Teoria do risco integral: a Administração responde invariavelmente pelo dano suportado por terceiro, ainda que decorrente de culpa exclusiva deste, ou até mesmo de dolo. por ex. acidentes nucleares - art. 21, XXIII, d da CF/88Para se diminuir ou excluir a responsabilidade do Estado, especialmente no caso da segunda teoria, ele poderá provar a culpa recíproca (que ficou na questão provada com a perícia) ou a culpa exclusiva da vítima, respectivamente.
  • Apenas complementando...No Brasil, via de regra, nos atos comissivos, a responsabilidade é objetiva (independe de dolo/culpa), mas, nos atos omissivos, a responsabilidade é subjetiva (deve-se provar dolo/culpa).Na questão, o agente do Estado foi imperito ao praticar uma ação (agiu com culpa). Nesse caso, como o dano decorre de um agir, a responsabilidade é objetiva. Não é necessário provar dolo ou culpa, mas apenas averiguar se o dano resultou da ação do agente, ou seja, se há nexo causal entre o agir e o resultado danoso.Como afirma a questão, a motorista do veículo da ONU contribuiu para o resultado, pois foi negligente. Ora, o nexo causal entre o resultado e a ação do agente foi enfraquecido, pois ela concorreu para o resultado danoso. Assim, o Estado (no caso a emp. púb. do DF) não pode arcar com todo o prejuízo.
  • Realmente, a culpa concorrente reduz o valor da indenização e esse é o erro da questão. Mas observem que se a empresa públicanão fosse prestadora de serviço público, a responsabilidade seria subjetiva, e não objetiva, pois empresa pública é pessoa jurídica privada. Assim, a primeira parte da assertiva está correta e a segunda parte errada.
  • Existem dois erros nessa questão:Primeiramente, e sem sombra de dúvida, a responsabilidade objetiva não exclui a possibilidade de apreciar a presença de responsablilidade concorrente.Em segundo lugar, mesmo que a empresa seja privada, mas desde que esteja prestando serviço público, será responsabilizada objetivamente, como estabelece o parágrafo 6°, do art 37, da CF, in verbis:"As pessoas jurídicas de direito público E AS DE DIREITO PRIVADO PRESTADORAS DE SERVIÇO PÚBLICO responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurando o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa."Mas o presente caso ocorreu com um terceiro, e não com um usuário de serviço público. Nesse caso (lesão contra terceiro), mesmo que seja pessoa jurídica de direito público e prestadora de serviço público a responsabilidade é subjetiva.
  • ART 37,parágrafo(6)"A teoria do risco administrativo, consagrada em sucessivos documentos constitucionais brasileiros desde a Carta Política de1946, confere fundamento doutrinário à responsabilidade civil objetiva do Poder Público pelos danos a que os agentespúblicos houverem dado causa, por ação ou por omissão." (RE 109.615, Rel. Min. Celso De Mello, DJ 02/08/96)
  • Existe sim a culpa concorrente visto que ambos tiveram participação ativa no acidente. A culpa concorrente reduz o valor da indenização do Estado.
  • Apenas para "retificar e/ou atualizar" o comentário do tiro Certo: o STF superou a distinção que havia sido operada em julgado anterior no tocante a responsabilidade objetiva perante usuários e subjetiva perante não usuarios do serviço público, tendo unificado o regime de tratamento da responsabilidade nesses casos:

    RE 591874 / MS - MATO GROSSO DO SUL
    RECURSO EXTRAORDINÁRIO
    Relator(a):  Min. RICARDO LEWANDOWSKI
    Julgamento:  26/08/2009           Órgão Julgador:  Tribunal Pleno

    EMENTA: CONSTITUCIONAL. RESPONSABILIDADE DO ESTADO. ART. 37, § 6º, DA CONSTITUIÇÃO. PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO PRESTADORAS DE SERVIÇO PÚBLICO. CONCESSIONÁRIO OU PERMISSIONÁRIO DO SERVIÇO DE TRANSPORTE COLETIVO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA EM RELAÇÃO A TERCEIROS NÃO-USUÁRIOS DO SERVIÇO. RECURSO DESPROVIDO.

    I - A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público é objetiva relativamente a terceiros usuários e não-usuários do serviço, segundo decorre do art. 37, § 6º, da Constituição Federal.

    II - A inequívoca presença do nexo de causalidade entre o ato administrativo e o dano causado ao terceiro não-usuário do serviço público, é condição suficiente para estabelecer a responsabilidade objetiva da pessoa jurídica de direito privado.

    III - Recurso extraordinário desprovido.

  •  

    Para complementar os comentários trago a obra do Prof. Alberto Amaral Jr. Ele dispõe na p. 139 da Apostila de Direito da FUNAG que, quando a vítima age com culpa ou dolo não ocorre a responsabilidade objetiva do Estado, bem como, posição intermediária, quando ambos tiverem culpa o montante da indenização será repartido:

    “ Se o evento foi produzido por culpa exclusiva da vítima, a Administração não terá nenhuma responsabilidade; havendo entretanto culpa parcial, é repartido o montante da indenização”.

    Obs: devemos lembrar que nem sempre a empresa pública tem responsabilidade civil objetiva, portanto vou fazer um esquema: Empresa pública prestando serviço público: responsabilidade civil objetiva. Empresa Pública desenvolvendo atividade economica: responsabilidade civil subjetiva (quando o vinculo não for consumerista (Direito do Consumidor)). Empresa Pública desenvolvendo atividade economica: responsabilidade civil objetiva (quando o vinculo for consumerista).

     

  • "A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito público e das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de
    serviço público, responsabilidade objetiva, com base no risco administrativo, admite pesquisa em torno da culpa da vítima,
    para o fim de abrandá-la ou mesmo excluí-la
    . Precedentes." (AI 636.814-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 22-
    5-2007, Segunda Turma, DJ de 15-6-2007.)

  • No que diz respeito à responsabilidade civil do servidor, ele responderá civilmente somente se causar, com ato omissivo (omissão) ou comissitivo (ação), prejuízo ao erário ou a terceiros, tendo agido com dolo ou culpa (Lei n.º 8.112/90, art. 122, caput). Notem que ele responderá não somente por suas ações mas também pelas suas omissões, desde que essas causem prejuízo a outros, e tenham sido praticadas com dolo ou culpa. Ele agirá com dolo quando tiver desejado que sua ação ou omissão causasse prejuízo. Haverá culpa quando tiver atuado com imprudência, negligência ou imperícia na sua ação ou omissão danosa. Por exemplo, vejam o caso de um servidor motorista que atropela um transeunte, causando-lhe dano. Se tiver tido a intenção de ferir ou matar a vítima, terá agido com dolo. Se tiver agido sem intenção, mas tiver sido imprudente, negligente ou imperito, terá agido com culpa. Em ambos os casos, ficará o servidor sujeito à responsabilidade civil, ou seja, terá o dever de pagar indenização pelo dano ocorrido, por ter agido com dolo ou culpa. Percebemos então que a responsabilidade civil que tem o servidor público é do tipo subjetiva.

    A responsabilidade civil objetiva é o tipo de responsabilidade que têm as pessoas jurídicas de direito público, que chamaremos de Estado, e as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, segundo a imposição do art. 37, § 6.º, da Constituição Federal. Nesse tipo de responsabilidade civil, não importa saber se o servidor agiu ou não com dolo ou culpa ao provocar o dano. Em todo caso o Estado deverá indenizar ao terceiro prejudicado, se este não foi o causador exclusivo do dano. Resumindo, podemos dizer que a responsabilidade civil do Estado é objetiva ao passo que a responsabilidade civil do servidor público é subjetiva.

  • Fiquei com a seguinte dúvida:
    No caso, não incidiria a imunidade diplomática?
    Como a questão está errada, a resposta é negativa. Isto é, não incide a imunidade, pois se trata de organismo internacional.
    Agora, caso fosse uma embaixada que estivesse envolvida no acidente, aí a questão estaria correta, pois a empresa pública não poderia alegar a culpa concorrente, à vista da imunidade da dita embaixada.
  • Havendo culpa concorrente, ou seja, quando ambos são responsáveis, terá redução do valor da indenização.

  • Gabarito: Errado

    ART 37,parágrafo(Vl)"A teoria do risco administrativo, consagrada em sucessivos documentos constitucionais brasileiros desde a Carta Política de1946, confere fundamento doutrinário à responsabilidade civil objetiva do Poder Público pelos danos a que os agentespúblicos houverem dado causa, por ação ou por omissão." (RE 109.615, Rel. Min. Celso De Mello, DJ 02/08/96

  • RESPOSABILIDADE SUBJETIVA NESSE CASO

  • Art. 945 - CC/02. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano.

    Se tratando de culpa concorrente, preceitua o artigo  do  a situação quando a vítima concorre culposamente para o evento danoso, ou seja, o agente e a vítima concomitantemente coadjuva para o resultado lesivo. Sendo assim o quantum indenizatório é reduzido. Este será fixado consoante a gravidade de sua culpa em confronto do autor ao dano, assim entende a doutrina e jurisprudência, a indenização não necessariamente reduz pela metade, mas sim proporcionalmente ao grau de culpabilidade de cada um dos envolvidos.

  • GABARITO: ERRADO!

    No caso em exame, é possível afirmar que a responsabilidade da empresa pública é objetiva, porquanto é prestadora de serviços públicos. Entretanto, o erro da questão consiste em estabelecer que não é admissível o acolhimento de culpa concorrente, uma vez que o laudo pericial concluiu que ambos os condutores foram responsáveis pela colisão (linhas 15 a 17).


ID
86983
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Direito Civil
Assuntos

Um acidente de trânsito ocorreu em território brasileiro,
envolvendo um veículo de propriedade de organismo internacional
vinculado à Organização das Nações Unidas (ONU) e um veículo
pertencente a empresa pública do Distrito Federal, prestadora de
serviço público, criada no ano de 1999.

Esse veículo era dirigido por uma funcionária estrangeira
daquele organismo, que estava temporariamente prestando serviços
no Brasil. Ela alegou que não tinha culpa no acidente por
desconhecer as especificidades da legislação de trânsito brasileira.
O veículo da empresa pública era dirigido por um empregado
daquela empresa. No momento do acidente, ele assinou uma
declaração comprometendo-se a pagar o conserto do veículo do
organismo internacional. Entretanto, não tinha a menor intenção de
fazê-lo, tendo assinado o documento somente com o intuito de
acalmar a condutora do veículo. Posteriormente, o laudo pericial
concluiu que ambos os motoristas eram culpados pelo acidente: ela,
por negligência; ele, por imperícia.

Diante dessa situação hipotética, julgue os itens seguintes.

O ato do motorista da empresa pública de assinar uma declaração comprometendo-se a pagar o conserto sem qualquer intenção de cumprir o prometido, mas somente para acalmar a condutora do outro veículo, caracteriza reserva mental insuficiente para, segundo o direito civil brasileiro, tornar nulo ou anulável o documento.

Alternativas
Comentários
  • Outro exemplo: Quando uma pessoa vai á uma agência de automóveis para comprar um carroamarelo.O vendedor entende da preferência da cor do cliente e lhe promete a venda de um carro amarelo.Entretanto, no contrato assinado consta a venda de um carro verde. Ambos possuem ciência de que no contrato está constando um carro de cor verde, mas na realidade, a intenção é a venda de um carro amarelo entre as partes.No momento da entrega do automóvel, lhe é entregue um carro verde.O cliente pode posteriormente pleitear um carro amarelo, haja vista a reserva mental de ambas partes sobre a preferência da cor amarela.Espero ter ajudado.Confuso?Também acho.
  • Realmente a questão da reserva mental é muito confusa, haja vista a inovação do Novo Código Civil.Acredito que o legislador, com a intenção de facilitar os negócios jurídicos acabou por complicar, abrindo um leque de interpretações à esta nova instituição.Entendo que a reserva mental foi criada para facilitar a conclusão de contratos.Explico no exemplo abaixo:Alguém por um acaso já teve a oportunidade e interesse de ler o contrato de financiamento da CEF sobre o Sistema Financeiro de Habitação?Resposta: Eu pelo menos não conheço ninguém, mesmo porque não dá para entender 40% haja vista os termos técnicos utilizados.Portanto, quando uma pessoa vai à uma agência da CEF, por exemplo, ela somente tem as informações fornecidas pelo atendente, e este por sua vez lhe explica o básico e a parte mais interessante do contrato, deixando os desabores para a pessoa descobrir com o tempo e ocasião após a ssinatura do contrato em questão.A reserva mental, por sua vez, se encaixa do seguinte modo no exemplo acima citado: se no ato da contratação, o atendente diz "A", e a pessoa contratante concorda, entretanto no contrato estabelça "B", segundo o Novo Código Civil, deve-se obedecer o que foi contratado verbalmente, caindo por terra o princípio do pacta sund servanda.Entendo que as duas partes devem estar cientes da reserva mental para sua aplicação, caso contrário, não terá sentido.Entretanto, não sei se este artigo terá eficácia ou aplicabilidade no direito, uma vez que a prova da reserva mental se resumirá em prova testemunhal.Entendo que a reserva mental possui várias interpretações, mas acho que esta é a mais coerente.Continua...Fonte:http://www.uj.com.br/online/forum/default.asp?action=discussao&codfor=300&coddis=2539SimoneAdvogado(a)São Paulo, SP
  • Art.110 CC:"A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento." Temos então que: a manifestação de vontade do motorista (de reparar o dano) subsiste ainda que ele tenha feito a reserva mental (não iria cumprir o combinado, apenas acalmar a condutora do outro veículo)de não fazê-lo. Então a reserva mental do motorista é, de fato, insuficiente para tornar nulo ou anulável o documento assinado.
  • Art.110, CC: a manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.A reserva mental é a divergência entre a vontade e a declaração feita. Ocorre quando uma declaração é emitida intencionalmente, mas NÃO é querida em seu conteúdo, NEM tampouco em seu resultado. A maioria das vezes o objeto da reserva mental é enganar a outra parte.O NCC tratou, portanto, de resguardar o contatante de boa-fé, dando-lhe segurança e confiança no negócio realizado, de modo a preservar o avençado entre as partes. Por outro lado, se for do conhecimento do destinatário da declaração que o intuíto era enganá-lo, não terá havido boa-fé de nenhuma das partes, não merecendo a avença, neste caso, a proteção legal.
  • RESERVA MENTAL OU RETICÊNCIA: se configura quando o agente emite declaração de vontade resguardando o íntimo propósito de não atender ou cumprir o fim pretendido. Enquanto a reserva mental estiver na mente não há repercussão jurídica.
  • Frise-se que: 

     

    "Na reserva mental, conforme lição de Nelson Nery e Rosa Maria de Andrade Nery, emite-se uma declaração de vontade não queria em seu conteúdo (tampouco em seu resultado), tendo por único objetivo enganar o declaratório. O importante é investigar se a pessoa a quem foi dirigida a declaração de vontade tinha conhecimento da reserva mental, pois a partir daí são diferentes as consequências previstas no sistema: se o destinatário não tinha conhecimento, o negócio subsiste (ele existe); mas se a manifestação feita com reserva mental era conhecida, não existe o negócio, cabendo ao magistrado, independentemente de provocação, pronunciar a inexistência do ato praticado, decisão que tem eficácia retroativa (Ex tunc)." (Cristiano Chaves, Código Civil para concusos). 

     

    Logo:

     

    Havendo conhecimento do destinatário sobre a reserva: INEXISTE O QUE SE PACTUOU. 

    Não havendo conhecimento do desinatário sobre a reserva: EXISTE O QUE SE PACTUOU. 

     

  • Artigo 110 do CC


ID
86986
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Direito Constitucional
Assuntos

Um acidente de trânsito ocorreu em território brasileiro,
envolvendo um veículo de propriedade de organismo internacional
vinculado à Organização das Nações Unidas (ONU) e um veículo
pertencente a empresa pública do Distrito Federal, prestadora de
serviço público, criada no ano de 1999.

Esse veículo era dirigido por uma funcionária estrangeira
daquele organismo, que estava temporariamente prestando serviços
no Brasil. Ela alegou que não tinha culpa no acidente por
desconhecer as especificidades da legislação de trânsito brasileira.
O veículo da empresa pública era dirigido por um empregado
daquela empresa. No momento do acidente, ele assinou uma
declaração comprometendo-se a pagar o conserto do veículo do
organismo internacional. Entretanto, não tinha a menor intenção de
fazê-lo, tendo assinado o documento somente com o intuito de
acalmar a condutora do veículo. Posteriormente, o laudo pericial
concluiu que ambos os motoristas eram culpados pelo acidente: ela,
por negligência; ele, por imperícia.

Diante dessa situação hipotética, julgue os itens seguintes.

De acordo com a Constituição da República, a empresa pública referida deve ter sido criada mediante autorização dada por meio de lei federal específica. Além disso, o empregado deve ter sido contratado pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho, após prévia aprovação em concurso público de provas ou provas e títulos, e deve responder perante a empresa pelos prejuízos que causou, em decorrência da prática de ato considerado culposo.

Alternativas
Comentários
  • CF, art. 37, XIX - somente por LEI ESPECIFICA poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;Como a empresa pública é do Distrito Federal, a lei autorizativa deve ser Distrital e nao Federal.
  • Indiscutivelmente, Estados, Distrito Federal e Municípios possuem competência para legislar no âmbito do direito administrativo. Por isso, nada existe a impedir que possam editar normas legais próprias objetivando a exata delimitação do conceito de empresas públicas e sociedades de economia mista no âmbito de suas respectivas esferas.
  • 1ª PARTE 

    Os pontos sensíveis da questão são:

    Como se criam as empresas públicas?

    De acordo com o art. 37, XIX, as Empresas Públicas tem a sua criação autorizada por lei específica. “Esta Lei específica autoriza o Poder Executivo, por ato próprio (um decreto), proceder a instituição da entidade. O poder executivo deverá providenciar o registro dos estatutos desta entidade no registro competente (oscila de acordo com a função da empresa), uma vez que é esse registro que dará nascimento à pessoa jurídica e não a edição de lei autorizativa.” Direito Administrativo Descomplicado (Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo p. 41 14ª Edição).

    Na esfera Federal essa lei autorizadora é de iniciativa do Presidente da República em face do art. 61§ 1°, II, e, CF.

    No caso em questão, a Empresa Pública é do Distrito Federal, portanto, observando o Princípio da Simetria constitucional (que é o princípio federativo que exige uma relação simétrica entre os institutos jurídicos da Constituição Federal e as Constituições dos Estados-Membros) esta é de iniciativa do Governador do Distrito Federal (portanto Lei Distrital), mas há uma ressalva abaixo.

    Ressalve-se que a empresa pública também pode ser criada pelo Poder Judiciário e pelo Poder Legislativo. Assim, serão responsáveis pela iniciativa os seus respectivos Chefes.

  •  2ª PARTE

    Qual é o regime jurídico trabalhista dos funcionários de empresas públicas?

             Nesta questão há divergência doutrinária:

    Primeiro devemos saber se é obrigado ou não concurso público para o provimento de cargos nas empresas públicas:

    Neste caso, a doutrina majoritária e a que se filia o Prof. Celso Antônio Bandeira de Mello, afirma que a regra constitucional é o concurso público (art. 37, caput e o seu inc. II da CF), ressalvando algumas exceções previstas na CF. Quem quiser aprofundar o aqui está um excelente trabalho sobre o tema: http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=386&p=1.

    Segundo devemos saber se o vinculo com estes agentes é estatutária ou celetista:

    Neste ponto acompanhamos o art. 173 § 1°, II da CF no qual fica claro que o vinculo com estas empresas é celetista. Este é o entendimento do STF.

  • 3ª PARTE: 

    Existe direito de Regresso contra o funcionário que agiu com dolo ou culpa?

      De forma bem sucinta, o Direito de Regresso é o direito de ressarcir-se frente à um terceiro por este lhe haver causado um prejuízo em juízo. Este direito, no caso da Administração, está previsto no art. 37 § 6º da CF.

    Conclusão: o erro da questão está em dizer que esta empresa pública foi autorizada por Lei Federal, pois foi por lei Distrital.

  •  o empregado deve ter sido contratado pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho, após prévia aprovação em concurso público de provas ou provas e títulos --> Eis aqui + um erro!

    Veja:

    De acordo com o princípio da legalidade e da impessoalidade, os empregos públicos das empresas públicas e sociedades de economia mista devem ser criados por lei, NÃO se exigindo prévia aprovação em concurso público para o provimento inicial desses empregos, pois É CRIADO PELO REGIMENTO INTERNO DA EMPRESA. (CESPE ABIN 2010 Q79200)
  • GABARITO OFICIAL: E

    Cara colega Keniarios:

    O erro não se encontra neste trecho da assertiva, pois, de acordo com a nossa Carta Magna, art. 37, inciso II, diz que:


     "A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas e provas e títulos, de acordo com a                 natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração."

    Diante do exposto, afirma-se que o erro está realmente em afirmar que a empresa pública foi autorizada por meio de Lei Federal, sendo que na verdade foi autorizada por Lei Distrital, pois esta era do Distrito Federal.

    Espero ter ajudado   :D .

    Que Deus nos Abençoe !

  • Cabe lembrar que anteriormente à Emenda Constitucional n.º 19, de 04 de junho de 1998, a Constituição Federal tinha a seguinte redação em seu artigo 37, inciso XIX.

    “Somente por lei específica poderão ser criadas empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação pública.”

    Verifica-se que a antiga redação da norma citada, incorria em pelo menos dois grandes equívocos, quais sejam:

    1) a conjunção alternativa ‘ou’ disposta ao final está, no mínimo, inadequada, pois como sabemos, as entidades da administração pública indireta são: as autarquias, as fundações, as sociedades de economia mista e as empresas públicas. Entretanto, cabe recordar que antes da referida emenda, o caput do art. 37, também apresentava o mesmo tipo de equívoco, senão vejamos:

    “Art. 37 – A administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes (...)”

    2) O segundo equívoco reside na afirmação de que somente por lei específica seriam criados esses referidos entes, o que, na verdade, não correspondia à realidade, pois no que se refere às empresas públicas, às sociedades de economia mista e às fundações, a lei apenas autoriza sua criação, que culmina com o registro de seus atos constitutivos no órgão competente, como qualquer pessoa jurídica de direito privado.

    A Emenda Constitucional n.º 19, acertadamente veio a corrigir as referidas falhas, modificando o texto do caput e do inciso citado. Vejamos o texto atual:

    “Art. 37. A administração Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...)

    XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;”

    Para ilustrar, vejamos o que diz Maria Sylvia Zanella di Pietro (2001:376-377) sobre o assunto:

    “A Emenda Constitucional n.º 19/98 corrigiu uma falha do art. 37, XIX, da Constituição, que exigia lei específica para a criação de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação. O dispositivo era criticado porque, em se tratando de entidades de direito privado, como a sociedade de economia mista, a empresa pública e a fundação, a lei não cria a entidade, tal como o faz com a autarquia, mas apenas autoriza a criação, que se processa por ato constitutivo do Poder Executivo e transcrição no registro público. Com a nova redação a distinção foi feita.”

    No que tange à expressão ‘neste último caso’, esta refere-se à fundação, ou seja, cabe à lei complementar definir as áreas de atuação da fundação.

  • Acho que o único erro foi a ausência do "doloso" no final...

    CF, art 37,  6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
  • >>> OBJETIVIDADE <<<
    Boa tarde,
    QUESTAO: De acordo com a Constituição da República, a empresa pública referida deve ter sido criada mediante autorização dada por meio de lei federal específica (E). Além disso, o empregado deve ter sido contratado pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho (C), após prévia aprovação em concurso (C) público de provas ou provas e títulos, e deve responder perante a empresa pelos prejuízos que causou, em decorrência da prática de ato considerado culposo (C).
    Assim, de forma resumida, a questão encontra-se errada por um único motivo, a saber:
    1) Como a empresa pública referida é do DF, a lei autorizativa deve ser de competência do DF; entretanto, a questão fala em lei federal, logo, essa afirmação torna o item errado;
    *** OBS: Para que o empregado responda perante a empresa pública em questão, deve-se apurar a responsabilidade subjetiva do agente, ou seja, este deve agir com dolo ou com culpa. Porém, o item fala que o empregado deve responder, em decorrência da prática de ato culposo. Note que o item não se utiliza palavras com o sentido de "apenas", "exclusivamente", ou seja, o enunciado não restringiu a responsabilidade do agente aos atos culposos, mas apenas "exemplificou" ("deve...em decorrência" = sim).
    Bons estudos !!!
  • O "X" da questão está na última frase: Em decorrência da prática de ato considerado culposo. Contudo, a questão pode ser considerada como certa, visto que a CF diz ato culposo ou doloso. Para mim, a questão somente estaria errado se restringisse, ou seja, em decorrência da prática de ato considerado exclusivamente culposo.
  • BATATA PODRE: "a empresa pública referida deve ter sido criada mediante autorização dada por meio de lei federal específica"
  • Concordo com os colegas,
    A lei mencionada deve ser do DF, e não federal.

    Porem, há outro erro:
    No termo:' De acordo com a Constituição da República, a empresa pública referida deve ter sido criada mediante autorização dada por meio de lei federal específica'

    Na minha interpretação, o termo destacado está afirmando que a empresa pública foi criada através de uma lei especifica, ou seja, a partir dessa lei, a empresa ganha uma forma juridica de direito publico.
    Esta errado, pois conforme o art. 37, XIX, da CF, somente por lei específica poderá ser autorizada a instituição de empresa pública. Enfim, a lei autoriza a sua instituição e a criação depende do registro na junta comercial competente.


  • GABARITO: ERRADO

    Pessoal, as empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação são apenas AUTORIZADAS por lei, a sua CRIAÇÃO ocorre somente após o seu devido registro no cartório como toda pessoa de direito privado. Apenas as pessoas de direito público são criadas por lei, a autorização na lei para as entidades públicas de direito privado não se confundem com a sua criação, devendo elas se registrarem no cartório para concretizar a sua criação.
    Portando, o
    erro do item está em afirmar  " a empresa pública referida deve ter sido criada mediante autorização dada por meio de lei federal específica" o correto seria " a empresa pública referida deve ter sido criada com seu efetivo registro no cartório após autorização dada por meio de lei federal"

  • Na minha opinião exitem dois erros nesta questão:

    1. Conforme outros colegas explicitaram, quem autoriza a criação de uma empresa pública no Distrito Federal é a lei distrital, não Federal.

    2. Quem deve responder é o Estado, não o empregado (princípio da impessoalidade). O empregado, no caso, poderá ser cobrado pelo Estado através da regressão.
  • O único erro está em Lei FEDERAL específica.

    Sim, a lei autoriza a criação do Órgão.
    Sim, ele foi concursado.
    Sim, ele deve responder perante a empresa.
    Sim, ele responde por culpa e não dolo (uma vez que foi comprovada IMPRERÍCIA).
  • Só uma observação ao comentário da Letícia:
    foi culposo não por ter sido detectada imperícia, mas por não ter sido identificada a intenção do agente na falta.
  • Carla, a Leticia está correta. A culpa é caracterizada nos casos onde há negligência, imperícia ou imprudência. Se não houve dolo mas houve culpa, deve ter uma dessas 3 características para que se caracterize a culpa do agente. Onde não há dolo, nem culpa, há apenas um infortúnio da vida. 

    Um indivíduo pode ser declarado culpado por dolo ou por culpa. No caso de um homicídio culposo por exemplo: ele não quis matar, mas pode ter sido negligente, imprudente ou ter agido com imperícia.

    Exemplo: dirigia um carro velho, sem revisão, foi imprudente. 

    Dirigia um carro revisado, mas desconhecia as leis de trânsito, foi negligente

    Dirigia um carro revisado, mas ele não tinha prática na direção e dirigia muito mal, foi imperito. Nesses três casos, se ele matar alguém, responderá culposamente, homicídio culposo! 

    Se ele dirigia com prudência, perícia e não foi negligente, mas alguém se jogou na frente do carro dele de modo que seria impossível desviar por mais prática na direção que ele tivesse, ele não terá nem culpa nem dolo e não será condenado por homicídio. Só há crime onde há dolo ou culpa.  Lembrando ainda que pode acontecer do agente não ter tido a intenção de matar e ainda assim responder dolosamente quando o mesmo assume o risco, dirigiu embriagado em via pública em alta velocidade, poderá responder por homicídio doloso na modalidade dolo eventual.  

    Lembrando que isso só é relevante  para quem presta concurso q conste matéria penal!  Para os demais não é necessário saber! 

     

  • Daniel silva gonçalves, Mister "Batata Podre"

  • O único erro está em Lei FEDERAL específica.

    Sim, a lei autoriza a criação do Órgão.
    Sim, ele foi concursado.
    Sim, ele deve responder perante a empresa.
    Sim, ele responde por culpa e não dolo (uma vez que foi comprovada IMPERÍCIA).

  • GABARITO: ERRADO

    Art. 37. XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;

  • ERRADO,

    Art. 37. XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;

  • É verdade que a criação de empresas estatais depende de autorização de lei específica (art. 37, XIX, da CF); que o agente público de empresa pública (empregado público) deve ser enquadrado no regime celetista e previamente aprovado em concurso público (art. 37, II, da CF); e que a responsabilidade dos agentes de empresas públicas concessionárias de serviço público é subjetiva, ou seja, depende de culpa ou dolo (art. 37, § 6º, da CF). Contudo, há uma informação errada na afirmativa: a de que a criação da empresa pública de que trata o enunciado depende de autorização de lei específica federal. Na realidade, por se tratar de empresa pública do Distrito Federal, é necessária a lei autorizativa do Distrito Federal, também chamada de lei distrital.

    Fonte: Como Passar em Concursos - Diplomacia 1.600 Questões Comentadas

  • Lei DISTRITAL


ID
86989
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Direito Constitucional
Assuntos

A Assembléia Legislativa de determinado
estado-membro da Federação aprovou emenda à Constituição
Estadual, estabelecendo que a sucessão dos bens de
estrangeiros situados no território daquele estado seria deferida
em partes iguais aos cônjuges ou companheiros e aos filhos
brasileiros do estrangeiro, sempre que não lhes fosse mais
favorável a lei pessoal do de cujus.

Um partido político com representação no Congresso
Nacional propôs, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF),
ação direta de inconstitucionalidade da emenda constitucional
referida.

Com respeito a essa situação hipotética, julgue os itens a
seguir.

A Constituição da República assegura que a sucessão de bens de estrangeiros situados no país será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus; tratando-se de norma definidora de direitos e garantias fundamentais, tal disposição constitucional tem aplicação imediata.

Alternativas
Comentários
  • a lei pessoal do de cujus" de que trata o inciso 31 do art.5° da Constituição FederalXXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujusVamos supor que o marido ou a mulher seja estrangeira e a lei do país dele (a) seja melhor para a sucessão dos bens, aí ser-lhe-á aplicada a lei mais favorável.
  • o art. 5, XXXI da CF/88 estabelece - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus";
  • Preciso de ajuda!!Tal dispositivo tem eficácia plena ou limitada? Achava ser de eficácia limitada, quando se diz que precisará de lei brasileira para regular, sendo assim, não teria aplicação imediata. Bom, pelo jeito é plena, pois a afirmativa está certa!!Gostaria de uma explicação!!
  • CF:Art. 5º(...)§ 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação IMEDIATA.
  • Juliana!Todo direito fundamental possui eficácia IMEDIATA, ainda que esta eficácia seja mínima, é o que ocorre, por exemplo, com as normas de eficácia limitada que possuem apenas a EFICÁCIA PARALISANTE(revogando todas as normas que lhe são contrárias) e a EFICÁCIA IMPEDITIVA( impedindo que sejam criadas normas contrárias aos seus comandos).
  • CF: Cap. 1 - Dos direitos e garantias fundamentaisCapítulo 1 - Dos direitos e deveres individuais e coletivosArt. 5XXXI - A sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do conjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei do de cujus. § 1 - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais tem aplicação imediata
  • É necessário ter em mente que existem casos em que os Glamurosos direitos fundamentais não possuem eficácia imediata o Art. 5º trás um exemplo claro no seu inciso VI, quando diz "nos termos da lei" ou em seus direitos sociais, principalmente no Art. 7º, onde muitos direitos só teraão efetividade através de lei complementar. São os direitos de Eficácia Contida!
  • Fernandes!Como disse abaixo, TODO direito fundamental tem aplicação imediata , isso contudo não quer dizer que todos os seus efeitos se darão imediatamente, mas com certeza, ao menos dois efeitos serão produzidos, quais sejam:1- efeito paralisante : que nada mais é que o efeito de revogar todas as normas que lhe são contrárias. É o que ocorre, por exemplo, quando há o fenômeno da NÃO RECEPÇÃO( no momento em que a norma constitucional entra no ordenamento jurídico, imediata e automaticamente, ela REVOGA todas as normas infraconstitucionais que lhe são contrárias);2- efeito impeditivo: assim chamado porque quando a norma constitucional entra no nosso ordenamento ela automaticamente IMPEDE que exista, de forma válida, leis que contrariem os seus dispositivos.Perceba que o fato da norma constitucional produzir efeitos(paralizante e impeditivo) de forma imediata, não significa dizer que os DEMAIS EFEITOS se darão também imediatamente, é justamente quanto AOS DEMAIS EFEITOS que a norma se classifica em PLENA, CONTIDA, LIMITADA.
  • Também confundi aplicabilidade com eficácia. Escorregaria bonito nessa na hora do "vamos ver" hehe.Muito boas as explicações!
  • certoInterpretação literal na CF:XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus";
  • A resposta é: certo.

    A questão pode ser dividida em 2 partes para melhor análise:

    1ª parte: A Constituição da República assegura que "a sucessão de bens de estrangeiros situados no país será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus". (Grifos para delimitar a transcrição da Lei).

    Esta parte está correta, afinal, é o próprio art. 5º, inc. XXXI da CF.

    2ª parte: tratando-se de norma definidora de direitos e garantias fundamentais, tal disposição constitucional tem aplicação imediata.

    Bem, o direito de Herança (considerado por muitos juristas como um desdobramento do direito de propriedade) é um direito fundamental, previsto na legislação Pátria no art. 5º inc. XXX da CF e complementado pela Carta Magna no inciso seguinte o XXXI.Como Direito fundamental beneficia-se do disposto no art. 5º, LXXVIII, parágrafo 1° que diz: "As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais tem aplicação imediata".

    Conclusão: tudo que foi posto em questão está correto.

     

  • Gab: C

    Aplicação imediata ( eficacia direta , imediata e vinculante ): com base no art. 5, § 1º '' As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata '' , assevera que cabe aos poderes publicos promover o avanços desses direitos .


    Para o professor José Afonso da Silva , afimar que as normas tem '' aplicação imediata'' significa que as normas sao aplicaveis ate onde as instituições ofereçam condições para seu atendimento . '' Aplicabilidade '', por outro lado , é um conceito desenvolvido pelo referido professor que se refere ao fato de as normas  já poderem ser aplicadas as situações quando da promulgação da Constituição. Assim, todas as normas são aplicaveis , mas nem todas possuem aplicação imediata .


    Fonte : Malu Aragão


    Aplicação e diferente de aplicabilidade ;)

     

  • CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988

    Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

    XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus";

    § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.


    Gabarito Certo!

  • GABARITO: CERTO

     

    NÃO CONFUNDA:

     

    APLICAÇÃO: Art. 5º § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm APLICAÇÃO IMEDIATA. (eficacia direta, imediata e vinculante).

     

    COM

     

    APLICABILIDADE: É uma classificação vislumbrada por José Afonso da Silva. Para quem as normas constitucionais são classificadas, quanto ao grau de eficácia jurídica e aplicabilidade, em normas constitucionais de:

    Eficácia plena (possuem aplicabilidade imediata, direta e integral);

    Eficácia contida (possuem aplicabilidade imediata, direta, mas não integral);

    Eficácia limitada (possuem aplicabilidade Mediataindireta e Reduzida).

  • Gab Certa

     

    Art 5°- XXXI- A suscessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhe seja mais favorável a lei pessoal do " de cujus "

     

    §1°- As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais tem aplicação imediata. 

  •  a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus

  • CERTO

    A Constituição da República assegura que a sucessão de bens de estrangeiros situados no país será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus; tratando-se de norma definidora de direitos e garantias fundamentais, tal disposição constitucional tem aplicação imediata.

    Afirmação correta, pois a sucessão de bens de estrangeiros situados no BRASIL deve FAVORECER BRASILEIROS, seja pela lei Brasileira ou pela a outra.

    Aplicação imediata é uma característica dos direitos fundamentais.

    H 123I RUA

    Histórico, Inalienável, Imprescritível, Irrenunciável, Relativo, Universal, APLICAÇÃO IMEDIATA.

    CUIDADO!

    Aplicação imediata --> Característica dos direitos fundamentais;

    Aplicabilidade Imediata --> Característica das normas de eficácia plena e contida.

    "A disciplina é a maior tutora que o sonhador pode ter, pois ela transforma o sonho em realidade"


ID
86992
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Direito Constitucional
Assuntos

A Assembléia Legislativa de determinado
estado-membro da Federação aprovou emenda à Constituição
Estadual, estabelecendo que a sucessão dos bens de
estrangeiros situados no território daquele estado seria deferida
em partes iguais aos cônjuges ou companheiros e aos filhos
brasileiros do estrangeiro, sempre que não lhes fosse mais
favorável a lei pessoal do de cujus.

Um partido político com representação no Congresso
Nacional propôs, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF),
ação direta de inconstitucionalidade da emenda constitucional
referida.

Com respeito a essa situação hipotética, julgue os itens a
seguir.

Considerando que os estados-membros, na elaboração de seu processo legislativo, não podem afastar-se do modelo federal, ao qual devem sujeitar-se, a emenda à Constituição Estadual mencionada padecerá de vício de inconstitucionalidade formal se não houver sido aprovada, em dois turnos, por três quintos dos votos dos membros da Assembléia Legislativa daquele estado-membro.

Alternativas
Comentários
  • Atenção que a questão fala de vício de inconstitucionalidade FORMAL, assim, não está tratando sobre a matéria da emenda e sim sobre o procedimento de aprovação desta. no caso a questão é verdadeira por seguir o que diz o art. 60, §2: A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:§ 2º - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
  • QUESTÃO CORRETA

    Segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, os estados-membros estão vinculados às regras do processo legislativo federal, inclusive quanto ao quorum de deliberação para a reforma da Constituição Estadual, que não pode ser mais fácil nem mais dificultoso do que o previsto na Constituição Federal (3/5)

  • Importante notar que em nosso ordenamento vige o princípio da Supremacia da Constituição da República, em outras palavras, todo o ordenamento vigente no território nacional deve guardar obediência com a Carta Política, fruto do querer do povo brasileiro. Nesse sentido, implica um sistema de controle de constitucionalidade que prime por esse equilíbrio.Oportuno lembrar que a confecção pelos Estados-Membros de Constituições Estaduais que permitam o exercício de auto-governo, é fruto do poder constituinte derivado decorrente, que também é derivado do próprio poder originário que estabelece a Carta Política, encontrando seus parâmetros de manifestação nas regras da própria Constituição da República. Tal possibilidade se extrai do art. 25, caput, da CR/88: Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição. § 1º - São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição.(...)Ademais, com vistas à garantia dessa ordem constitucional temos princípios regentes que são correlatos ao da Supremacia da Constituição tais como o Princípio da Simetria e da Repetição Obrigatória. O primeiro diz respeito ao fato de que as Constituições Estaduais devem guardar simetria com a Constituição Federal (art. 25, caput, CR/88), objetivando-se a manutenção do pacto federativo. Nesse sentido é que a formulação da Constituição Estadual poderá conter em seu bojo normas de repetição facultativa e normas de repetição obrigatória.Esclareça-se que se entende como norma de repetição ou normas repetidas, aquelas trazidas da Constituição federal pelo constituinte estadual, subdividindo-se estas em obrigatórias e facultativas.São normas de repetição obrigatória, também chamadas de normas de observância obrigatória, ou de reprodução, normas centrais, isto é, que instituem a verdadeira federação. Cite-se como exemplo as normas que tratam sobre a titularidade do poder. Já as facultativas, também denominadas de normas de imitação, aquelas que o Estado-membro não tem obrigação de repetir, porém, caso o faça, deverá observar o princípio da simetria, tratando a matéria da mesma forma prevista na Constituição Federal.
  • A questão está correta pois, em razão do princípio da simetria, os estados-membros devem, de fato, observar os mesmos ritos do processo legislativo federal. Segue jurisprudência do SRF nesse sentido:

    ADI 2391 / SC - SANTA CATARINA 
    AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
    Relator(a):  Min. ELLEN GRACIE
    Julgamento:  16/08/2006           Órgão Julgador:  Tribunal Pleno


    Ementa 

    AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTIGO 51 E PARÁGRAFOS DA CONSTITUIÇÃODO ESTADO DE SANTA CATARINA. ADOÇÃO DE MEDIDA PROVISÓRIA POR ESTADO-MEMBRO. POSSIBILIDADE. ARTIGOS 62 E 84, XXVI DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. EMENDACONSTITUCIONAL 32, DE 11.09.01, QUE ALTEROU SUBSTANCIALMENTE A REDAÇÃO DO ART. 62. REVOGAÇÃO PARCIAL DO PRECEITO IMPUGNADO POR INCOMPATIBILIDADE COM O NOVO TEXTO CONSTITUCIONAL. SUBSISTÊNCIA DO NÚCLEO ESSENCIAL DO COMANDO EXAMINADO, PRESENTE EM SEU CAPUT. APLICABILIDADE, NOS ESTADOS-MEMBROS, DO PROCESSO LEGISLATIVO PREVISTO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. INEXISTÊNCIA DE VEDAÇÃO EXPRESSA QUANTO ÀS MEDIDAS PROVISÓRIAS. NECESSIDADE DE PREVISÃO NO TEXTO DA CARTAESTADUAL E DA ESTRITA OBSERVÂNCIA DOS PRINCÍPIOS E LIMITAÇÕES IMPOSTAS PELO MODELO FEDERAL. 1. (...) 2. No julgamento da ADI 425, rel. Min. Maurício Corrêa, DJ 19.12.03, o Plenário desta Corte já havia reconhecido, por ampla maioria, a constitucionalidade da instituição de medida provisória estadual, desde que, primeiro, esse instrumento esteja expressamente previsto na Constituição do Estado e, segundo, sejam observados os princípios e as limitações impostas pelo modelo adotado pela Constituição Federal, tendo em vista a necessidade da observância simétrica do processo legislativo federal. Outros precedentes: ADI 691, rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ 19.06.92 e ADI 812-MC, rel. Min. Moreira Alves, DJ 14.05.93. 3. Entendimento reforçado pela significativa indicação naConstituição Federal, quanto a essa possibilidade, no capítulo referente à organização e à regência dos Estados, da competência desses entes da Federação para "explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação" (art. 25, § 2º). 4. Ação direta cujo pedido formulado se julga improcedente.

  • "Considerando que os estados-membros, na elaboração de seu processo legislativo, não podem afastar-se do modelo federal, ao qual devem sujeitar-se, a emenda à Constituição Estadual mencionada padecerá de vício de inconstitucionalidade formal se não houver sido aprovada, em dois turnos, por três quintos dos votos dos membros da Assembléia Legislativa daquele estado-membro."

    Realmente os Estados-menbros tem que respeitar o processo legislativo Constitucional, tendo que ser a Emenda Estadual aprovada pela lógica, conforme o processo de aprovação da Emenda Constitucional, porém o Congresso Nacional possui a Câmra dos Deputados e o Senado, mas os Estados-menbros só possuem Assémbleia Legislativa, sendo ilógica a aprovação da Emenda a Constituição Estadual em dois turnos. Então, a aprovação a Emenda da Constituição Estadual será apravada por 3/5 dos votos dos menbros da Assembleia Legislativa, porém só haverá um turno para aprovação.

    Acho que o erro da questão é esse, me corrijam se eu estiver errado !!!!
  • Questão maldosa! De fato, o examinador pediu para fazer análise sobre o aspecto FORMAL. Contudo, com relação ao aspecto material, entendo que haveria inconstitucionalidade.

  • Concordo com o comentário anterior: sob o aspecto formal, deve-se seguir a CF. Contudo, acredito que a emenda seria inconstitucional, pois eh de.competência privativa da União legislar sobre direito civil. É minha humilde opinião
  • O X da questão está no final, quando a questão refere-se especificamente a vício de inconstitucionalidade formal. A não aprovação de um Emenda seguindo a orientação do processo legislativo para o caso específico gera vício de inconstitucionalidade formal.

  • Há inconstitucionalidade MATERIAL, pois legislar sobre direito CIVIL é competência privativa da União e por ser Cláusula Pétrea (direito fundamental).

    Porém, sobre a inconstitucionalidade FORMAL a questão está correta, pois deve obedecer ao PCP da Simetria (STF).

    Portanto, GABARITO = CORRETO

  • QUESTÃO CORRETA

    Segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, os estados-membros estão vinculados às regras do processo legislativo federal, inclusive quanto ao quorum de deliberação para a reforma da Constituição Estadual, que não pode ser mais fácil nem mais dificultoso do que o previsto na Constituição Federal (3/5)

  • Princípio da simetria

  • Princípio da Simetria

  • Faz-se necessário respeitar o princípio da simetria.

  • Gabarito CORRETO!

    Deu até medo de marcar essa questão, ainda mais para Diplomata!

  • o desrespeito à essa norma gera vício formal subjetivo.


ID
86995
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Direito Constitucional
Assuntos

A Assembléia Legislativa de determinado
estado-membro da Federação aprovou emenda à Constituição
Estadual, estabelecendo que a sucessão dos bens de
estrangeiros situados no território daquele estado seria deferida
em partes iguais aos cônjuges ou companheiros e aos filhos
brasileiros do estrangeiro, sempre que não lhes fosse mais
favorável a lei pessoal do de cujus.

Um partido político com representação no Congresso
Nacional propôs, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF),
ação direta de inconstitucionalidade da emenda constitucional
referida.

Com respeito a essa situação hipotética, julgue os itens a
seguir.

A emenda à Constituição Estadual referida padece de vício de inconstitucionalidade material, porquanto conflita com dispositivo da Constituição da República protegido constitucionalmente por meio de cláusula pétrea, o que impede a sua abolição até mesmo por meio de emenda à Constituição Federal.

Alternativas
Comentários
  • As cláusulas pétreas inseridas na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 encontram-se dispostas em seu artigo 60, § 4º. São elas:# A forma federativa de Estado;# O voto direto, secreto, universal e periódico;# A separação dos Poderes;# Os direitos e garantias individuais.Cláusulas pétreas são limitações materiais ao poder de reforma da constituição de um estado. Em outras palavras, são disposições que proíbem a alteração, por meio de emenda, tendentes a abolir as normas constitucionais relativas às matérias por elas definidas. A existência de cláusulas pétreas ou limitações materiais implícitas é motivo de controvérsia na literatura jurídica. Tem-se que demandam interpretação estrita, pois constituem ressalvas ao instrumento normal de atualização da Constituição (as emendas constitucionais).São cláusulas que não podem ser mudadas, são imutáveis.Não são admitidas cláusulas pétreas fora do texto constitucional.
  • Outra questão que conflita com a inconstitucionalidade material é que compete privativamente a União legislar sobre Direito Civil (art. 22, I, CF/88).
  • É impossível alterar, em regra, um dos incisos do artigo 5º.pois assim reza a CF:Art. 60, § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: IV - os direitos e garantias individuais.TÍTULO IIDos Direitos e Garantias FundamentaisCAPÍTULO IDOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS Art. 5º XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus"; Acho que é isso.
  • ROX, o fato de que compete somente à União legislar sobre direito civil não seria um vício de inconstitucionalidade formal subjetivo? Ou seja, um vício de iniciativa ou competência, diferentemente de vício material, relacionado ao conteúdo da EC.
  • Simplesmente correto por tratar-se de direito individual, ou seja, insuscetível de supressão, mesmo por emenda constitucional por tratar-se de cláusula pétrea.

     Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

    § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

     IV - os direitos e garantias individuais.

     

     

  • Bom... vamos por partes... a questão me parece estar repleta de erros, vou tentar expor aqueles que encontrei, se expuser algo errado ou de forma incompleta peço aos colegas que me corrijam.

    Em primeiro lugar, me parece que "sucessões" seja um tema de Direito Civil e, portanto, competência legislativa exclusiva da União. Logo, a emenda estadual em questão estaria inconstitucional pelo simples fato de usurpar competência da União Federal (e aqui me parece que o vício seja realmente material, mas posso estar equivocado).

    Segundo, é certo que o artigo 5º, por força do artigo 60, §4º inciso IV é cláusula pétrea protegida pelo Constituinte Originário toda e qualquer forma de supressão, ou seja, tais cláusulas não poderão jamais ser suprimidas do texto constitucional, embora a modificação ainda seja possível.

     

  • TÍTULO II
    Dos Direitos e Garantias Fundamentais
    CAPÍTULO I
    DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
    Art. 5º
    XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus";

     

    Se está previsto nos Direitos e Garantias Fundamentais, é clausula pétrea e qualquer emenda contrária é inconstitucional!

  • Impede a sua abolição de quem? da norma protegida por cláusula pétrea ou da emenda à CE?

    Deveria ser anulada essa questão!

     

  • Peço a gentileza de me explicarem uma coisa:

    Concordo que a questão esteja certa se considerarmos o vício de inconstitucionalidade MATERIAL dessa Emenda Estadual. Mas a justificativa após a afirmativa está um pouco confusa pra mim, uma vez que a linha argumentativa dá a entender que a emenda objeto de ADIn tende a abolir uma cláusula pétrea, quando na verdade era uma alteração dessa matéria, sem tendência a aboli-la.

    Minha dúvida é quanto ao que pode ser avaliado em um concurso. Se tomarmos apenas pela primeira assertiva, ok, o gabarito é Correto. Mas pode o examinador misturar um complemento dessa assertiva que, na hipótese dele não ser verdade se aplicado ao caso estudado no enunciado da questão (abolição de cláusula pétrea ao invés de alteração no artigo), no intuito de deixar o gabarito como Errado?


  • "porquanto"... OK!
  • Legislar sobre Direito Civil (sucessões, no caso) é competência da União e nao dos Estados. É o que diz o  art. 22, I da CF. 

  • Acredito que o conflito está no fato de a CF dispor que "a sucessão dos bens será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge OU dos filhos". Ao passo que a questão dispõe que "a sucessão dos bens será deferida aos cônjuges /companheiros E aos filhos". . Logo, a mitigação está no OU (opção) e E (adição).
  • Há inconstitucionalidade MATERIAL, pois legislar sobre direito CIVIL é competência privativa da União e por ser Cláusula Pétrea (direito fundamental).

    Portanto, GABARITO = CORRETO

  • QUESTÃO CERTA

    TÍTULO II

    Dos Direitos e Garantias Fundamentais

    CAPÍTULO I

    DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

    Art. 5º

    XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus";

    Não é possível, em regra, alterar um dos incisos do artigo 5º.pois assim reza a CF:Art. 60, § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: IV - os direitos e garantias individuais.TÍTULO IIDos Direitos e Garantias Fundamentais: CAPÍTULO IDOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS Art. 5º XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus"; então se está previsto nos Direitos e Garantias Fundamentais, é clausula pétrea e qualquer emenda contrária é inconstitucional.

  • Trata-se de uma limitação expressa material combinado com o princípio da simetria.

  • Importante observação:

    O vício formal que ocorre com mais frequência é o vício de iniciativa, no qual o projeto de lei sobre matéria privativa ou reservada a uma determinada autoridade é proposto por pessoa que não tem a competência exigida.

    Ex: parlamentar que propõe lei de competência privativa do governador do Estado.

    O vício de inconstitucionalidade material refere-se ao conteúdo da lei ou norma. A inconstitucionalidade ocorre devido à matéria tratada contrariar os princípios ou violar os direitos e garantias fundamentais assegurados em nossa Constituição Federal. Ex: lei que venha a instituir pena de morte no Brasil.

    Resposta para a questão: o vício material é o que ocorre na questão, tendo em vista que tal matéria (direito civil) é de competência privativa da União. Embora lei complementar autorize os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias privativas da União, esse caso não se trata de material pontual referente ao local, e sim de matéria que fere o direito fundamental constante no inciso XXXI do art. 5º da CF/88.

    ATENÇÃO: todo direito e garantia individual é cláusula pétrea; logo, quaisquer desses direitos e garantias NÃO PODEM SER ALTERADOS, nem mesmo por emenda constitucional.

    Gabarito: CORRETO.


ID
86998
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Direito Constitucional
Assuntos

A Assembléia Legislativa de determinado
estado-membro da Federação aprovou emenda à Constituição
Estadual, estabelecendo que a sucessão dos bens de
estrangeiros situados no território daquele estado seria deferida
em partes iguais aos cônjuges ou companheiros e aos filhos
brasileiros do estrangeiro, sempre que não lhes fosse mais
favorável a lei pessoal do de cujus.

Um partido político com representação no Congresso
Nacional propôs, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF),
ação direta de inconstitucionalidade da emenda constitucional
referida.

Com respeito a essa situação hipotética, julgue os itens a
seguir.

A mencionada emenda à Constituição Estadual contém vício de inconstitucionalidade por contrariar o princípio da repartição de competências, consectário do princípio federativo, uma vez que a Constituição da República atribui competência privativa à União para legislar acerca de direito civil; todavia, tratando-se de emenda à Constituição Estadual, essa não se sujeita ao controle de constitucionalidade perante o STF por meio de ação direta de inconstitucionalidade.

Alternativas
Comentários
  • Outra questão que conflita com a inconstitucionalidade material é que compete privativamente a União legislar sobre Direito Civil (art. 22, I, CF/88).E compete ao STF: Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal
  • Complementando, os estados possuem competência para elaborar suas próprias Constituições, porém devem observar as princípios estabelecidos na Constituição Federal: "Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição.§ 1º - São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição."Assim o texto da Constituição Estadual, originário ou decorrente de emenda, pode ser impugnado por ADI no STF.
  • 2ª Parte: ;todavia, tratando-se de emenda à Constituição Estadual, essa não se sujeita ao controle de constitucionalidade perante o STF por meio de ação direta de inconstitucionalidade.

    Eu entendo que esta parte está errada, pois afirma que a Constituição Estadual não está sujeita a controle de constitucionalidade pelo STF.

    De forma bem sucinta: é inegável que a Constituição Estadual está sujeita a controle de constitucionalidade pelo STF. Afinal, não pode ser incompatível com a Constituição Federal, cujo guardião é o STF.

    Conclusão: a resposta está errada, pela falsa afirmativa em sua segunda parte.
     

  • Resposta: Errado.

    Para solucionar a questão é melhor divida-la em 2 partes:

    1ª Parte: A mencionada emenda à Constituição Estadual contém vício de inconstitucionalidade por contrariar o princípio da repartição de competências, consectário do princípio federativo, uma vez que a Constituição da República atribui competência privativa à União para legislar acerca de direito civil;

    Eu entendo que esta parte da questão está CORRETA. Porque:

    Há a repartição de competências no seio constitucional e, como o enunciado nos informa, está repartição é decorrência do principio federativo. Isto está certíssimo.

    No caso concreto, direito sucessório (que é fragmento do Direito Civil), a Carta Magna relega a sua normatização à União (outra afirmação correta, nos termos do art. 22, I, CF.)

    Portanto, caso o Brasil quisesse complementar este direito deveria ser feita por meio de Lei federal, no caso específico, Lei Ordinária Federal ou emenda constitucional.

    Não esquecendo que o erro desta emenda constitucional estadual foi:

    Adicionar esta parte “deferida em partes iguais aos cônjuges ou companheiros e aos filhos brasileiros no estrangeiro”, que veio complementar a instrução normativa do art. 5º, XXXI. Esta adição no corpo legislativo brasileiro, como já dito, deveria ter sido feita por lei ordinária federal ou emenda constitucional. 
     
     

  • O erro da questão está em afirmar que a emenda à Constituição Estadual não se sujeita ao controle do STF por meio de Ação Direta de Constitucionalidade (ADIn), já que o Supremo possui essa competência, nos termos do art. 102, inc. I, alínea a, da CF:

    Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:

    I - processar e julgar, originariamente:

    a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;

    É bom lembrar que não cabe ADIn de leis ou ato normativos municipais, em face da Constituição Federal. Nesses casos, o Supremo só pode se manifestar pelo sistema difuso, ou seja, no julgamento de casos concretos.

    Cabe, contudo, ADIn de leis ou atos normativos municipais, em face da Constituição Estadual.


ID
87001
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Direito Constitucional
Assuntos

A Assembléia Legislativa de determinado
estado-membro da Federação aprovou emenda à Constituição
Estadual, estabelecendo que a sucessão dos bens de
estrangeiros situados no território daquele estado seria deferida
em partes iguais aos cônjuges ou companheiros e aos filhos
brasileiros do estrangeiro, sempre que não lhes fosse mais
favorável a lei pessoal do de cujus.

Um partido político com representação no Congresso
Nacional propôs, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF),
ação direta de inconstitucionalidade da emenda constitucional
referida.

Com respeito a essa situação hipotética, julgue os itens a
seguir.

Não estando as especificidades da questão atinente à sucessão de bens de estrangeiros situados no Brasil reguladas por meio de lei federal, a Constituição da República autoriza o estado-membro a exercer a competência legislativa plena acerca da matéria para atender às suas peculiaridades, legislação essa que permanecerá válida até que haja superveniência de lei federal acerca do assunto; entretanto, a emenda à Constituição Estadual mencionada é inconstitucional, por não cuidar de especificidades, mas de modificação substancial do dispositivo da Constituição da República.

Alternativas
Comentários
  • Existe sim regulamentação sobre a sucessão de bens de estrangeiros situados no Brasil. Art 10. §1º LICC: "A sucessão de bens de estrangeiros, situados no país será regulada pela lei brasileira em benefício do conjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus."
  • A questão pede que seja considerada não regulada por lei federal a sucessão de bens de estrangeiros situados no Brasil. A questão é, na verdade, de Direito Constitucional, relativo a regra de competência privativa da União, Art. 22, inc. I- Compete privativamente à União legislar sobre: Direito Civil. O erro encontra-se no fato de que não há autorização para o Estado membro exercer competência supletiva em matéria de competência privativa da União, mas sim, nos casos de competência concorrente, conforme art. 24, § 3º, CF.
  • O ponto é que os estados só podem exercer essa competência legislativa plena inexistindo lei federal sobre matéria de competência concorrente. Direito Civil é matéria legislativa privativa da União
  • A questão estaria correta se  a autorização fosse por lei complementar, para que os Estados legislem sobre matérias específicas, não o estado-membro  exercer a competência legislativa plena acerca da matéria para atender às suas peculiaridades.

    §único do art.22 da CF.

  • Essa questão está erradíssima! O primeiro erro os colegas já comentaram abaixo: sucessão de estrangeiros é matéria de direito civil (mais precisamente a LICC, art. 10§ 1º), a qual é COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA UNIÃO E NÃO CONCORRENTE(CF, 22, caput). Segundo erro: a autorização da CF para os Estados legislarem sobre matérias específicas tem de ser, necessariamente, por lei complementar e não por emenda a Constituição Estadual.

    Mas a maior pegadinha passou despercebida da maioria dos colegas: ainda que não houvesse os 2 erros acima e fosse realmente caso de competência concorrente, o detalhe é q a lei estadual SEMPRE CONTINUA VÁLIDA!!!! (O Cespe diz q a lei será válida só até a superveniência de lei federal) Aí podem acontecer 3 situações:

    1) Se não vier a lei federal, os Estados "assumem toda a responsabilidade", exercendo a competência legislativa PLENA;

    2) Se surgir a lei federal, a lei estadual CONTINUA SENDO VÁLIDA, pois a lei federal APENAS SUSPENDERÁ A EFICÁCIA E NÃO A VALIDADE DA LEI ESTADUAL, e AINDA ASSIM SÓ SUSPENDE NO  QUE LHE FOR CONTRÁRIO(INCOMPATIBILIDADE);

    3) A lei federal só SUSPENDE A EFICÁCIA da lei estadual no tocante às normas gerais; leia-se: em relação às normas SUPLEMENTARES, NEM SEQUER SUSPENDE: a norma prossegue VÁLIDA e EFICAZ.

    Que Deus nos ilumine!!

     

  • ERRADO

    CF Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
    I – direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho.

    Há outros quesitos não concordantes com a situação posta na questão, porém tratando a questão com objetividade, este quesito mencionado já a torna falsa.
  • BATATA PODRE: "a Constituição da República autoriza o estado-membro a exercer a competência legislativa plena acerca da matéria para atender às peculiaridades, legislação essa que permanecerá válida até haja superveniência de lei federal acerca do assunto;".
  • Há inconstitucionalidade MATERIAL, pois legislar sobre direito CIVIL é competência privativa da União, que pode delegar a competência para legislar sobre questões específica da matéria a todos os estados-membros (em regra) por meio de lei complementar. (Pedro Lenza)

    Portanto, GABARITO = CORRETO

  • Gabarito:Errado

    "a Constituição da República autoriza o estado-membro a exercer a competência legislativa plena acerca da matéria para atender às peculiaridades, legislação essa que permanecerá válida até haja superveniência de lei federal acerca do assunto;".

  • Pessoa, vejam se meu raciocínio está correto, não sou da área do Direito.

    No caso da questão, podemos dividi-la assim:

    A. Não estando as especificidades da questão atinente à sucessão de bens de estrangeiros situados no Brasil reguladas por meio de lei federal (errado, há dispositivo na CF e na LINDB?)

    B. A Constituição da República autoriza o estado-membro a exercer a competência legislativa plena acerca da matéria para atender às suas peculiaridades (errado - há competência plena "diretamente" somente em caso de competência concorrente (art24 CF88). No caso de competência privativa da União, é necessário lei complementar federal que autorize os estados de forma prévia

    C.  Legislação essa que permanecerá válida até que haja superveniência de lei federal acerca do assunto (Certo? pq a norma geral federal superveniente suspende a eficácia de norma estadual se esta contrariar aquela)

    D. a emenda à Constituição Estadual mencionada é inconstitucional, por não cuidar de especificidades, mas de modificação substancial do dispositivo da Constituição da República. (errado: a referida emenda é inconstitucional por legislar sobre tema privativo da União (sem que houvesse Lei complementar autorizando?)

    Enfim, se alguém puder opinar e dizer se meu raciocínio está correto ficaria grata :)

  • ERRADA

    JUSTIFICATIVA: (...) a Constituição da República autoriza o estado-membro a exercer a competência legislativa plena acerca da matéria para atender às suas peculiaridades (...) PORÉM, só é possível no caso de inexistência de lei federal.

    ART. 24, § 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.

  • Essa questão está erradíssima! O primeiro erro os colegas já comentaram abaixo: sucessão de estrangeiros é matéria de direito civil (mais precisamente a LICC, art. 10§ 1o), a qual é COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA UNIÃO E NÃO CONCORRENTE(CF, 22, caput). Segundo erro: a autorização da CF para os Estados legislarem sobre matérias específicas tem de ser, necessariamente, por lei complementar e não por emenda a Constituição Estadual.

    CARLOS LUCIO...BRILHANTE COMENTARIO !

  • CF Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

    I – direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho.


ID
87004
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Direito Internacional Público
Assuntos

A República de Utopia e o Reino de Lilliput são dois Estados
nacionais vizinhos cuja relação tornou-se conflituosa nos últimos
anos devido à existência de sérios indícios de que Lilliput estaria
prestes a desenvolver tecnologia suficiente para a fabricação de
armamentos nucleares, fato que Utopia entendia como uma ameaça
direta a sua segurança. Após várias tentativas frustradas de fazer
cessar o programa nuclear lilliputiano, a República de Utopia
promoveu uma invasão armada a Lilliput em dezembro de 2001 e,
após uma guerra que durou três meses, depôs o rei e promoveu a
convocação da Assembléia Nacional Constituinte, que outorgou a
Lilliput sua atual constituição. Nessa constituição, que é
democrática e republicana, as antigas províncias foram convertidas
em estados e foi instituído, no lugar do antigo Reino de Lilliput,
a atual República Federativa Lilliputiana.

A partir dessa situação hipotética, julgue os itens a seguir.

Se o Reino de Lilliput houvesse rechaçado a invasão, a celebração da paz entre esses dois países não teria o condão de restaurar a vigência dos tratados bilaterais de cooperação comercial anteriormente firmados entre os dois países, pois a guerra acarreta a extinção de tratados dessa natureza, e não apenas a suspensão dos seus efeitos.

Alternativas
Comentários
  • Discordo da resposta. O fato de haver uma guerra não impede que ao seu fim, possam ser restaurados os tratados que existiam entre os países. Alguém pode me dizer por que a acertiva é verdadeira?
  • Segundo Celso Mello*, a guerra figura entre as formas se se extinguir um tratado. Nos dias de hoje, a guerra faz com que terminem os tratados bilaterais entre os beligerantes. Existem certos tratados que são mantidos mesmo em caso de guerra: a) os tratados que constituíram situações objetivas, por exemplo os que tenham estipulado limites ou cessões territoriais e foram integralmente executados; b) os tratados cuja finalidade é serem aplicados durante as guerras; c) os tratados multilaterais entre beligerantes e neutros não são também revogados: os seus efeitos são suspensos entre os beligerantes e mantidos em relação aos Estados neutros; com o término da guerra eles voltam a produzir plenamente seus efeitos.

     

    (*MELLO, Celso D. Albuquerque. Curso de Direito Internacional Público. 15. Ed. 2 Vol. Rio de Janeiro: Renovar, 2004)

  • A regra geral é que a guerra extingue o contrato bilateral entre os beligerantes, porém há casos em que eles são mantidos, o que tornaria a questão errada. Veja o trecho retirado do livro abaixo:

    "Guerra - nos dias atuais, a guerra faz com que terminem os tratados bilaterais entre os beligerantes. Todavia existem certos tratados que são mantidos, a despeito da guerra: 1) aqueles que constituiram situações objetivas; ex. estipulação de limites ou cessões territoriais e foram integralmente executados (pacta transitória); 2) tratados cuja finalidade é serem aplicados durante as guerras (Ex. Convenção de Haia de 1907); 3) tratados multilaterais entre beligerantes e neutros também não são revogados os seus efeitos são suspensos entre os beligerantes e mantidos em relação aos estados neutros, com o término da guerra eles voltam a produzir efeitos. (Celso D. De Albuquerque Melo, Curso de Direito Internacional Público)
    Fonte - Direito Internacional - Gustavo Bregalda Neves

    Ou seja, não se pode generalizar pois há 3 exceções.
  • Daniel, a questão menciona "tratados bilaterais de cooperação comercial".
  • A resposta esta correta. A guerra poe fim aos tratados, é a regra geral, em especial aos tratados bilaterais entre beligerantes. As excecoes sao poucas e pontuais e nao foram apresentadas na questao. Uma guerra pode durar anos e tratados, em especial comerciais, nao podem ficar suspensos a espera do fim da guerra, porque o conflito pode atacar justamente os elementos de producao comercial do negocio objeto do tratado. Ademais, a guerra altera as relaçoes de poder entre os Estados, que terao outros elementos a negociar as clausulas dos novos tratados ao final da guerra. 

  • Gabarito: CERTO

    "Certo, pois a guerra ocasiona a extinção de tratados bilaterais de cooperação comercial previamente firmados (posição referendada por Valerio de Oliveira Mazzuoli). Nesse sentido, o art. 62, ponto 1, a, da Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados disciplina a possibilidade das partes extiguirem o tratado em hipótese de fundamental alteração das circunstâncias que deram origem ao acordo, e logicamente a situação de um conflito armado ocasiona uma grande alteração fática."

     

    Livro 1.200 Questões Comentadas

  • Efeitos sobre os tratados

    Tanto a doutrina como a prática orientavam-se no sentido de que a guerra anulava, de pleno direito, os tratados entre as partes. (REGRA) A prática veio demonstrar que, ao lado dos tratados que se extinguem automaticatimente, existem aqueles que, ao contrário, dependem do estado de guerra para sua efetiva implementação. Há ainda uma terceira categoria de tratados, que cessam de vigorar entre as partes, mas que, terminadas as hostilidades, voltam a existir.

    É possível que o próprio tratado estipule que vigorará em tempo de guerra.

    O fato é que não existem regras precisas cobrindo todas as hipóteses, mas, tendo em vista a doutrina e a prática contemporâneas, podem-se adotar as seguintes conclusões:

    1 - entram, evidentemente, os tratados relativos ao estado de guerra, ou melhor, celebrados precisamente para ter aplicação durante as hostilidades;

    2- subsistem os tratados que, estabelecendo situações definitivas, receberam execução integral;

    3 - subsistem, igualmente, os que estipulam expressamente a sua vigência em tempo de guerra;

    4 - são anulados: os tratados de aliança e, em geral, os de natureza política, bem como os de comércio, navegação e outros, que tenham por objeto a consolidação ou a manutenção das relações pacíficas entre as partes contratantes.

    Efeitos em relação à liberdade de comércio

    Liberdade de comércio – O estado de guerra acarreta a proibição de relações comerciais entre os estados inimigos. Assim, em geral, não somente se proíbem novos contratos mercantis entre os nacionais de um e os de outro, mas ainda se declaram suspensos ou anulados os anteriormente concluídos. 

    Manual de Direito Internacional Público - H. ACCIOLY, G. E. DO NASCIMENTO E SILVA E P. B. CASELLA. Pg. 885 e 886


ID
87007
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Direito Internacional Público
Assuntos

A República de Utopia e o Reino de Lilliput são dois Estados
nacionais vizinhos cuja relação tornou-se conflituosa nos últimos
anos devido à existência de sérios indícios de que Lilliput estaria
prestes a desenvolver tecnologia suficiente para a fabricação de
armamentos nucleares, fato que Utopia entendia como uma ameaça
direta a sua segurança. Após várias tentativas frustradas de fazer
cessar o programa nuclear lilliputiano, a República de Utopia
promoveu uma invasão armada a Lilliput em dezembro de 2001 e,
após uma guerra que durou três meses, depôs o rei e promoveu a
convocação da Assembléia Nacional Constituinte, que outorgou a
Lilliput sua atual constituição. Nessa constituição, que é
democrática e republicana, as antigas províncias foram convertidas
em estados e foi instituído, no lugar do antigo Reino de Lilliput,
a atual República Federativa Lilliputiana.

A partir dessa situação hipotética, julgue os itens a seguir.

Considerando que o Reino de Lilliput havia contraído empréstimos perante a República de Atlântida, é correto afirmar que o direito consuetudinário internacional determina que a extinção da pessoa jurídica de direito internacional Reino de Lilliput não implica a extinção de todas as obrigações jurídicas de que ela era titular, pois a República Federativa Lilliputiana é considerada sucessora do Reino de Lilliput em suas obrigações internacionais, especialmente no que se refere a empréstimos contraídos por este Reino perante outros sujeitos de direito internacional, inclusive no que se refere às dívidas contraídas para sustentar a guerra contra Utopia.

Alternativas
Comentários
  • Segundo a Convenção das Nações Unidas sobre a Sucessão de Estados em matérias de Bens, Arquivos e Dívidas, de 1983, existe uma distinção entre as chamadas "Dívidas de Estado" -- contraídas no interesse geram da comunidade, e por isso próprias para se projetarem na hora da sucessão -- e as chamadas "Dívidas de Regime" -- contraídas no interesse do esquema de poder preexistente e não passíveis de serem projetadas sobre o Estado sucessório. As dívidas contraídas para sustentar a guerra contra Utopia se inserem na categoria de "dívidas de regime" e portanto não são necessariamente assumidas pelo Estado sucessório (República Federativa Liliputiana).

  • BATATA PODRE: "inclusive no que se refere às dívidas contraídas para sustentar a guerra contra Utopia"
  • Achei estranho o gabarito e a justificativa do professor Borges, porque a referida convenção de 1983 sequer entrou em vigor e teve um número bastante reduzido de signatários (https://treaties.un.org/Pages/ViewDetails.aspx?src=IND&mtdsg_no=III-12&chapter=3&clang=_en). Há alguma outra fonte que justifique o gabarito, como entendimento de corte internacional?

  • O erro da questão está em dizer que houve sucessão.

    Um Estado é composto por: povo, território e governo.

    Para que haja sucessão de Estado é preciso que seja alterado povo e/ou território. Quando apenas o governo é modificado (sem que haja alteração de nenhum dos outros dois elementos), o Estado prevalece e não ocorre sucessão (princípio da continuidade). Na Revolução Francesa, por exemplo, houve mudança de governo, mas a França não deixou de ser França. 

    O texto da questão só menciona que o Reino de Liliput se transformou em República Federativa Liliputiana, apesar da invasão. Não menciona mudança de território, nem mudança dos nacionais (povo). 

  • Os Estados se caracterizam pela sua dinamicidade. Quando há a criação de um Estado haverá a mudança de um outro, uma vez que não existem mais territórios a serem conquistados.
    Sempre que se altera a configuração do território, no governo ou no conjunto de nacionais, há uma transformação do Estado.
    Quando muda o território e o conjunto de nacionais juntos, há uma sucessão.
    Nos termos do terceiro elemento (governo), o que vigora é o princípio da continuidade de um Estado: quando muda apenas o governo, o Estado prevalece e não há a sucessão. Isso porque o Dto Internacional não tem uma definição para revolução e não é do interesse do Estado nascer num clima de ostilidade com a comunidade internacional.

  • Fiquei em dúvida se houve ou não sucessão de Estado, vide comentário da colega com caracteres japoneses (desculpa, não sei ler japonês). De qualquer forma, segue um resuminho sobre o tema de sucessão de Estados.

    Há dois grandes tratados que tentaram codificar as normas costumeiras sobre sucessão de Estados, mas ambos fracassaram: (1) Convenção de Viena de 1978 sobre a Sucessão de Estados em Matéria de Tratados; (2) Convenção de Viena de 1983 sobre a Sucessão de Estados em matéria de bens, arquivos e dívidas do Estado.

    Podemos classificar a sucessão de Estados no que tange a: (A) dívidas, (B) bens e (C) tratados.

    A questão do CESPE trata de sucessão de dívidas, que é subdividida da seguinte forma:

    - em caso de unificação/fusão: dívidas são reunidas

    - em caso de dissolução/secessão: distribuição equitativa da dívida de acordo com os bens, direitos e interesses recebidos.

    Observação: as dívidas odiosas não são pagas pelo Estado sucessor. Dívidas odiosas são aquelas contraídas para impedir a dissolução/sucessão de estados. (Talvez os gastos com guerra sejam dívidas odiosas?).

  • Não há que se falar em sucessão de Estados e sim de novo governo. O novo governo sucede o anterior em todas as obigações internacionais, com exceção das dívidas para sustentar a guerra contra Utopia.

    FONTE: Como Passar no Concurso da Diplomacia

  • Considerando que o Reino de Lilliput havia contraído empréstimos perante a República de Atlântida, é INCORRETO afirmar que o direito consuetudinário internacional determina que a extinção da pessoa jurídica de direito internacional Reino de Lilliput não implica a extinção de todas as obrigações jurídicas de que ela era titular, pois a República Federativa Lilliputiana é considerada sucessora do Reino de Lilliput em suas obrigações internacionais, especialmente no que se refere a empréstimos contraídos por este Reino perante outros sujeitos de direito internacional, inclusive no que se refere às dívidas contraídas para sustentar a guerra contra Utopia.

    O direito consuetudinário internacional

  • "O item está prejudicado, pois se fala aqui não de sucessão de Estado (por fusão, desmembramento ou transferência territorial), mas de reconhecimento de um novo governo, pois o que houve foi a mudança da forma de governo, que passou de uma monarquia para uma democracia. Esse novo governo sucederá o anterior em todas suas obrigações internacionais, com exceção das dívidas contraídas para sustentar a guerra contra Utopia - as chamadas dívidas odiosas". Fonte: 1200 Questões Comentadas

    (Errei de novo essa bagaça, não é possível ¬¬)

  • Dívidas odiosas (assim chamadas aquelas contraídas p/ impedir a sucessão de Estados) devem sempre ser pagar pelo estado SUCEDIDO!

    Está assim previsto na Convenção de Viena de 1983 sobre sucessão Estados em matéria de bens, arquivos e dívidas e é costume internacional.


ID
87010
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Direito Internacional Público
Assuntos

A República de Utopia e o Reino de Lilliput são dois Estados
nacionais vizinhos cuja relação tornou-se conflituosa nos últimos
anos devido à existência de sérios indícios de que Lilliput estaria
prestes a desenvolver tecnologia suficiente para a fabricação de
armamentos nucleares, fato que Utopia entendia como uma ameaça
direta a sua segurança. Após várias tentativas frustradas de fazer
cessar o programa nuclear lilliputiano, a República de Utopia
promoveu uma invasão armada a Lilliput em dezembro de 2001 e,
após uma guerra que durou três meses, depôs o rei e promoveu a
convocação da Assembléia Nacional Constituinte, que outorgou a
Lilliput sua atual constituição. Nessa constituição, que é
democrática e republicana, as antigas províncias foram convertidas
em estados e foi instituído, no lugar do antigo Reino de Lilliput,
a atual República Federativa Lilliputiana.

A partir dessa situação hipotética, julgue os itens a seguir.

Considerando que a constituição da República Federativa Lilliputiana define que os tratados internacionais têm primazia sobre as leis internas, é correto afirmar que o referido Estado adota a teoria dualista das relações entre direito internacional e direito interno, pois sua constituição confere tratamento diferenciado a esses dois elementos.

Alternativas
Comentários
  • A concepção dualista de que o direito internacional e o direito interno são ordens jurídicas distintas e independentes uma da outra emana do entendimento de que os tratados internacionais representam apenas compromissos exteriores do Estado, assumidos por Governos na sua representação, sem que isso possa influir no ordenamento interno desse Estado, gerando conflitos insolúveis dentro dele. Ou seja, os dois sistemas são mutuamente excludentes, não podendo um interferir no outro por qualquer motivo. Não há nenhuma espécie de contato entre um e outro. Por esse motivo é que, para os dualistas, esses compromissos internacionalmente assumidos não podem gerar efeitos automáticos na ordem jurídica interna, se todo o pactuado não se materializar na forma de diploma normativo típico do direito interno, como uma lei, um decreto, um regulamento, ou algo do tipo. É dizer, a norma internacional só vale quando recebida pelo direito interno, não operando a simples ratificação essa transformação. Neste caso, havendo conflito de normas, já não mais se trata de contrariedade entre o tratado e a norma de direito interno, mas entre duas disposições nacionais, uma das quais internalizou a norma convencional. Continua...
  • A doutrina monista, por sua vez, parte da inteligência oposta à concepção dualista, vez que tem como ponto de partida a unidade do conjunto das normas jurídicas. Enquanto para os dualistas as ordens jurídicas interna e internacional são estanques, para os monistas estes dois ordenamentos jurídicos coexistem, mas se superpõem, formando uma escala hierárquica onde o direito internacional subordina o direito interno ou vice-versa. Para os monistas, ademais, se um Estado assina e ratifica um tratado internacional, é porque está se comprometendo juridicamente a assumir um compromisso; se tal compromisso envolve direitos e obrigações que podem ser exigidos no âmbito interno do Estado, não se faz necessária, só por isso, a edição de um novo diploma que transforme a norma internacional em regra a ser aplicada pelo direito interno.Segundo Valério Mazzuoli, "o monismo internacionalista, nascido dos estudos da 'Escola Austríaca', configura a posição mais acertada e consentânea com os novos ditames do direito internacional contemporâneo. Além de permitir o solucionamento de controvérsias internacionais, fomenta o desenvolvimento do direito internacional e a evolução da comunidade das nações rumo à concretização de uma sociedade internacional universal ('civitas maxima'), que é, no fundo, o ideal comum dos contemporâneos. É a única doutrina, hoje, que se compadece com o aumento das relações jurídicas, coincidente com a situação internacional moderna. Sem embargo da lição de Charles Roussau, para quem o estudo das relações entre as concepções monista e dualista não passa de uma 'discussion d'cole', estamos convictos de que a primazia do direito internacional sobre o direito interno afigura-se como uma solução necessária ao progresso e ao desenvolvimento do direito das gentes, o que está a nos provar a nova tendência constitucional contemporânea, bem como a prática internacional".O erro da questão, portanto, está em ter colocado a teoria dualista no lugar da monista.
  • Discordando do respeitável posicionamento exposto anteriormente, respondo que a resposta correta é TEORIA DO MONISMO NACIONALISTA, de Gerog Wihelm F. Hegel.
    Para respondê-la deve-se raciocinar da seguinte forma:
    1) se são as leis internacionais que preponderam sobre as leis internas de um Estado, trata-se e MONISMO, e não de dualismo;
    2) se quem define sobre a primazia de tais normas é a Constituição, e não lei específica (dualismo radical) ou determinado decreto (dualismo moderado), tem-se o MONISMO NACIONALISTA. 

    Face ao item "2" basta pensar: caso a Constituição de Lilliput seja, posteriormente, alterada por emenda constitucional que disponha que é são as leis internas que tem primazia sobre os tratados internacionais, o que em comum guardará tal regra com o texto constitucional original? Que quem define sobre tais conflitos é a Constituição.

    Nesse sentido, explica Rezek: "o primado do direito nacional de cada Estado soberano, sob cuja ótica a adoção dos preceitos do direito internacional aparece como faculdade discricionária (...) Os monistas da linha nacionalista dão relevo (...) desse modo, ao culto da constituição, afirmando que no seu texto, ao qual nenhum outro pode sobrepor-se na hora presente, há de encontrar-se notícia do exato grau de prestígio atribuído às normas internacionais escritas e costumeiras (...) Brasil e Estados Unidos" (Direito Internacional Público, Curso Elementar, 2007, pp. 4-5)".

  • Resumindo: Para os monistas existe apenas um sistema normativo, onde haveria hierarquia entre as normas internas e externa.  Já os dualistas defendem a existência de doia siatemas, logo as normas externas precisam de uma norma interna que possibilitem a efetivação de seus objetivos.

  • Errado

     

    Dualistas (Dualismo): Duas ordens diferentes. Lei interna superior a Tratados Internacionais

    Monista: Lei interna inferior aos Tratados Internacionais.

     

  •  caros, se o enunciado menciona que a norma de direito internacional teria primazia sobre o direito interno, o correto seria dizer que o Reino de Lilliput é monista INTERNACIONALISTA, e não monista nacionalista. no mais, as explicações sobre a diferença entre monismo e dualismo me parecem corretas. abraços!

  •  só uma correção (tive desatenção na leitura inicial): o monismo nacionalista não se define pelo fato de a Constituição determinar qual norma prevalecerá em caso de conflito de aplicação!!!! se fosse assim, todo país que adota o monismo seria monismo nacionalista; o monismo nacionalista se refere à prevalência da lei interna sobre tratado internacional em caso de conflito entre ambos; o monismo dualista, que também pode ser assegurado pela Constituição de um país, se refere à primazia de tratado internacional sobre lei interna diante de uma situação de conflito de normas. 

  • BATATA PODRE: "dualista"
  • Dualismo                                                                     
    -Duas ordens jurídicas distintas e independentes entre sí.
    -Uma ordem jurídica internacional e uma ordem jurídica interna.
     -Conflito entre Direito Internacional e o interno: Impossibilidade.
     -Necessário diploma legal interno que o inncorpore  o conteúdo da norma internacional: teoria da incorporação. 

    Monismo
    -Uma só ordem jurídica
    -Uma ordem jurídica apenas, com normas internacionais e internas
    -Conflito entre Direito Internacional e o Interno: Possibilidade 
    -Não há necessidade de diploma legal interno.








    Fonte: Paulo Henrique Gonçalves Portela , Direito Internacional Público e Privado , 3 edição , página 63.


  • A doutrina formulou duas teorias acerca da relação entre o Direito Internacional e o Direito Interno.

    Defende a teoria dualista que o Direito Internacional e o Direito Interno são dois sistemas jurídicos distintos e independentes, regulando o último as relações entre os Estados e, por conseguinte, não originando obrigações para os indivíduos.

    Já a teoria monista determina que o Direito é único tanto nas relações do Estado para com a sociedade, quanto nas relações entre Estados. Esta teoria ainda divide-se em duas correntes. A denominada Monismo internacionalista prevê que, existindo dúvida entre a aplicação de normas do Direito Internacional face o Direito Interno a norma internacional prevalecerá sobre a interna. A outra, chamada de Monismo nacionalista defende que nesta mesma situação, a primazia será do direito Interno sobre o Direito Internacional.

    A Constituição Federal é silente quanto à teoria adotada pelo Brasil. Contudo, o Supremo Tribunal Federal se posicionou no sentido da aplicação da Teoria Dualista moderada, recebendo o Tratado Internacional status de Lei Ordinária, por disposição constitucional, salvo os casos de Tratados sobre Direitos Humanos, cujo 2º do artigo5º da CF lhes atribui eficácia de norma supralegal.

  • Uma vez que a constituição Lilliputiana coloca o direito internacional em uma posição hierárquica superior ao interno, ele está mantendo os dois em uma só ordem jurídica, o que caracteriza o Monismo, que neste caso não é o Monismo Nacionalista.Aproveito para perguntar, qual nome se dá para este Monismo?"Monismo internacional"?

    Caso esta república adota-se em seu ordenamento jurídico a teoria Dualista, o Direito interno e o internacional conviveriam paralelamente, as normas não se posicionariam se forma vertical, mas sim horizontalmente e coordenadamente...


  • ja viajei pra lá, belissimo pais!

  • Segundo a corrente dualista, para que um compromisso internacional assumido pelo Estado tenha impacto ou repercussão no cenário normativo interno, faz-se necessário que o Direito internacional seja transformado, através do processo da adoção ou transformação, em norma de Direito interno.
     

       i.            Dualismo RADICAL è O conteúdo dos tratados deve ser incorporado ao ordenamento interno por lei interna;

    Dualismo MODERADO è A incorporação exige mera ratificação, com prévia aprovação do parlamento.
     

        i.           Monismo NACIONALISTA è Prevalece a norma interna;

      ii.           Monismo INTERNACIONAL è Prevalece a norma do DIP. É prevista na Convenção de Viena de 1969.

    a)      MONISMO INTERNACIONALISTA RADICAL: o tratado prevalece inclusive sobre a Constituição. A norma interna contrária é considerada inválida;

    MONISTMO INTERNACIONALISTA MODERADO: o tratado prevalece, com mitigações, sendo possível eventual aplicação do direito interno, sem invalidade.

    joão paulo lordelo

  • OBJETO DA QUESTÃO

    Conflito entre Direito Internacional e Direito Interno.

    TEORIAS A RESPEITO DO TEMA

    1) TEORIA DUALISTA

    Idealizada por Triepel. Para esta, o Direito Internacional e o Direito Interno são duas ordens jurídicas TOTALMENTE INDEPENDENTES. Portanto, para que uma norma internacional seja reproduzida por uma norma de direito interno, o Estado precisaria iniciar um processo legislativo, aprovando uma lei com o mesmo conteúdo daquela.

    1.1.) TEORIA DUALISTA MODERADA

    Defendida por ANZILOTTI. Esta teoria estabelece que não é necessária a aprovação de uma lei com o mesmo conteúdo para que uma norma internacional tenha validade no âmbito interno, bastando que sua incorporação fosse feita por meio de um procedimento específico, o qual estabeleceria que, a partir de determinada data, a norma internacional fosse incorporada à ordem jurídica interna.

    2) TEORIA MONISTA

    Contraponto à teoria dualista. Entende que Direito Internacional e Direito Interno formam apenas uma ordem jurídica. Defendida por KELSEN.

    Existem 3 (três) subteorias:

    2.1.) MONISTA INTERNACIONALISTA

    Prevalece o Direito Internacional dentro da ordem jurídica compreendida pelo Direito Internacional e pelo Direito Interno.

    2.2.) MONISTA NACIONALISTA

    Prevalece o Direito Interno;

    2.3.) MONISTA MODERADA

    Nenhuma das ordens deve prevalecer, devendo ser aplicados os critérios de solução de conflitos de leis (especialidade, temporalidade, etc.).

    Como se dá, no Brasil, a relação entre o Direito Internacional e o Direito Interno?

    O Brasil adota a TEORIA DUALISTA MODERADA (ANZILOTTI). Para que uma norma internacional tenha vigência na ordem jurídica brasileira, é necessário que essa passe por um procedimento de incorporação.

    Como os autores "internacionalistas" entendem essa relação?

    Majoritariamente, os autores de Direito Internacional são adeptos da TEORIA DO MONISMO INTERNACIONALISTA. Para tanto, baseiam-se no que dispõe o Art. 27 da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, de 1969 (Decreto n° 7.030/09): "Uma parte não pode invocar as disposições de seu direito interno para justificar o inadimplemento de um tratado. Esta regra não prejudica o artigo 46".

    Como esse assunto foi abordado em concursos?

    CESPE - TRF 2ª Região - JUIZ FEDERAL - 2011

    [...] A respeito das correntes doutrinárias que procuram proporcionar solução para o conflito entre as normas internas e as internacionais, assinale a correta.

    a) A corrente monista e a dualista apresentam as mesmas respostas para o conflito entre as normas internas e as internacionais (ERRADA)

    b) Nenhum país adota a corrente doutrinária monista. (ERRADA, a Holanda adota).

    c) Consoante a corrente monista, o ato de ratificação de tratado gera efeitos no âmbito nacional. (CORRETA)

    d) De acordo com a corrente dualista, o direito interno e o direito internacional convivem em uma única ordem jurídica. (ERRADA)

    e) De acordo com a corrente monista, a norma interna sempre prevalece sobre a norma internacional (ERRADA)

    Espero ter ajudado.

  • ERRADO.

    A teoria defendida na questão é o monismo internacionalista ou moderado, no qual há a preponderância das normas internacionais sobre as internas. Se fosse dualista, haveria dois sistemas de normas apartados, e a utilização da norma internacional no ordenamento interno não acarretará antinomias.

  • Não há como afirmar que um país seja dualista apenas por ter adotado a primazia dos tratados internacionais sobre as leis internas na sua Constituição.

  • Monismo internacional.

  • O dualismo tem como premissa "que o Direito Internacional e o Direito interno são dois ordenamentos jurídicos distintos e totalmente independentes entre si, cujas normas não poderiam entrar em conflito [...]". Já o monismo "fundamenta-se na premissa de que existe apenas uma ordem jurídica, com normas internacionais e internas, interdependentes entre si".

    Assim, quando a afirmativa traz que a Constituição "Lilliputiana define que os tratados internacionais têm primazia sobre as leis internas", pode-se concluir que estamos diante de apenas uma ordem jurídica, pois está sendo reconhecida a existência de normas internacionais que podem conflitar com internas. Desta forma, estamos diante da teoria monista.

    Fonte: Paulo Henrique Gonçalves Portela. Direito Internacional Público e Privado. 2011. Juspodivm.


ID
87013
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Direito Internacional Público
Assuntos

A República de Utopia e o Reino de Lilliput são dois Estados
nacionais vizinhos cuja relação tornou-se conflituosa nos últimos
anos devido à existência de sérios indícios de que Lilliput estaria
prestes a desenvolver tecnologia suficiente para a fabricação de
armamentos nucleares, fato que Utopia entendia como uma ameaça
direta a sua segurança. Após várias tentativas frustradas de fazer
cessar o programa nuclear lilliputiano, a República de Utopia
promoveu uma invasão armada a Lilliput em dezembro de 2001 e,
após uma guerra que durou três meses, depôs o rei e promoveu a
convocação da Assembléia Nacional Constituinte, que outorgou a
Lilliput sua atual constituição. Nessa constituição, que é
democrática e republicana, as antigas províncias foram convertidas
em estados e foi instituído, no lugar do antigo Reino de Lilliput,
a atual República Federativa Lilliputiana.

A partir dessa situação hipotética, julgue os itens a seguir.

O direito internacional não consagra o princípio de que a República Federativa Lilliputiana teria direito a substituir o Reino de Lilliput nas organizações internacionais de que este reino fizesse parte.

Alternativas
Comentários
  • Sobre a sucessão de Estados:

    "A regra é a de que o sucessor não toma o lugar do predecesso nas organizações internacionais, dependendo a participação nessas entidades de pedido de ingresso, apreciado nos termos dos requisitos estabelecidos nos respectivos atos constitutivos." (Paulo Henrique Gonçalves Portela, Direito Internacional Público e Privado, pág. 179)

    Resposta: Certo
  • uma dúvida...

    Não seria esse o caso de troca de governo, o que não alteraria o reconhecimento do Estado anterior por terceiros (logo o seu status como membro de OIs)?

    Sucessão ou criação de Estados não se dão só por fusão, desmembramento, secessão e transferência de território? 
  • Concordo com a visão do Adriano. Se trata de uma ruptura constitucional (convocação de Assembleia Constituinte) e não de sucessão de Estados. Esquisito esse gabarito.

  • Creio que n tenha sido somente uma ruptura constitucional, pois houve uma invasão armada e a formação de um novo Estado. A questão é mal escrita, coloca o nome do novo país como se tivesse ocorrido uma simples mudança de governo, mas acho que  a intenção do gabarito era de falar sobre sucessão.

  •   No caso em análise, verifica-se uma mudança no governo de um Estado já existente, a partir de uma quebra nas normas constitucionais em vigor. Trata-se, portanto, de uma questão de reconhecimento de governo. Ocorre que essa mudança das condições políticas ocorreu devido à uma invasão estrangeira. Para Celso Mello, os requisitos para o reconhecimento de um governo são: efetividade, isto é, controle da máquina do Estado e obediência civil; cumprimento das obrigações internacionais do Estado; e que o surgimento do novo governo esteja em conformidade com as regras do direito internacional. Uma Assembleia Constituinte que foi convocada pelo país invasor e que tenha outorgado uma nova constituição não condiz com o direito internacional público. Nesse sentido, a República Lilliputiana não poderia ser reconhecida, e consequentemnte, não substituiria o Reino de Lilliput nas organizações internacionais.

      Diante do exposto, a afirmativa está correta.

  • DOUTRINA ESTRADA 

    "Genaro ESTRADA era Secretário de estado das relações exteriores em 1930 quando a América Latina viu-se diante de uma série de mudanças políticas drásticas em que diversos governos revolucionários assumiram o controle do estado. Em situações como essas os outros estados são instados direta ou tacitamente a reconhecer o novo governo, ainda que seja por meio de uma simples nota ou mera continuidade das relações anteriormente estabelecidas.
    [...]
    a proposta de ESTRADA liga-se à ideia de que não cabe aos outros estados emitir juízo quanto à legitimidade do novo governo, mas caber-lhes-ia somente enviar ou retirar seus representantes diplomáticos, sendo este o único direito que lhes é inerente. Para ESTRADA, qualquer outra atuação, salvo a de enviar e retirar representantes, configuraria ingerência do estado nos assuntos internos de outro estado, ou seja, ato ilícito diante do direito internacional. 

    Em linhas gerais, a posição mexicana externada por ESTRADA concretiza um princípio norteador do direito internacional: a liberdade soberana. Assim, não é dado a um estado imiscuir-se nos assuntos internos de outro. Desse modo, o campo de atuação que deve caber aos estados em relação àquele que passou por mudanças políticas profundas é o de apenas retirar e enviar representantes."

    (ACCIOLY, Hildelbrando)

  • Parece que não houve sucessão de Estado, mas sim sucessão de governo (de monarquia para república).

    Sempre que ler “sucessão de estado” pensar em “sucessão de território”.

    Ver comentário do João Vicente abaixo.

  • Comentário da professora

    No caso em análise, verifica-se uma mudança no governo de um Estado já existente, a partir de uma quebra nas normas constitucionais em vigor. Trata-se, portanto, de uma questão de reconhecimento de governo. Ocorre que essa mudança das condições políticas ocorreu devido à uma invasão estrangeira.

    Para Celso Mello, os requisitos para o reconhecimento de um governo são:

    efetividade, isto é, controle da máquina do Estado e obediência civil;

    cumprimento das obrigações internacionais do Estado;

    e que o surgimento do novo governo esteja em conformidade com as regras do direito internacional. Uma Assembleia Constituinte que foi convocada pelo país invasor e que tenha outorgado uma nova constituição não condiz com o direito internacional público. Nesse sentido, a República Lilliputiana não poderia ser reconhecida, e consequentemnte, não substituiria o Reino de Lilliput nas organizações internacionais.

     

    Diante do exposto, a afirmativa está correta.


ID
87016
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Direito Internacional Público
Assuntos

A República de Utopia e o Reino de Lilliput são dois Estados
nacionais vizinhos cuja relação tornou-se conflituosa nos últimos
anos devido à existência de sérios indícios de que Lilliput estaria
prestes a desenvolver tecnologia suficiente para a fabricação de
armamentos nucleares, fato que Utopia entendia como uma ameaça
direta a sua segurança. Após várias tentativas frustradas de fazer
cessar o programa nuclear lilliputiano, a República de Utopia
promoveu uma invasão armada a Lilliput em dezembro de 2001 e,
após uma guerra que durou três meses, depôs o rei e promoveu a
convocação da Assembléia Nacional Constituinte, que outorgou a
Lilliput sua atual constituição. Nessa constituição, que é
democrática e republicana, as antigas províncias foram convertidas
em estados e foi instituído, no lugar do antigo Reino de Lilliput,
a atual República Federativa Lilliputiana.

A partir dessa situação hipotética, julgue os itens a seguir.

A República Federativa Lilliputiana deve obediência aos costumes internacionais gerais que eram vigentes no momento em que ela adquiriu personalidade jurídica de direito internacional, não obstante essas regras terem sido estabelecidas antes do próprio surgimento desse Estado.

Alternativas
Comentários
  • Sobre o costume internacional, existem duas correntes:

    a) Voluntarista, que vê o costume como fruto de um acordo tácito entre sujeitos de Direito Internacional e que só valeria entre aqueles que implicitamente concordassem com certa prática e aceitassem seu caráter jurídico;

    b) Objetivista, que vê o costume como uma manifestação sociológica, obrigando erga omnes quanto mais difundido fosse, vinculando até mesmo os Estados que com ele não concordam.

    Em todo caso, aplica-se a figura do objetor persistente.

    (Paulo Henrique Gonçalves Portela, Dirieto Internacional Público e Privado, pág. 73/74)

    A questão adotou a teoria objetivista!!!
  • Para a Teoria do Objetor Persistente, caso um Estado nunca tenha concordado com um costume, seja de forma expressa ou tácita, a norma consuetudinária não o irá vincular. E isso ocorre quando o Estado ficar permanentemente dizendo que não concorda com esse costume (por isso o nome: objetor persistente).
    ATENÇÃO: Os costumes aos quais se aplica essa teoria são somente aqueles que surgem posteriormente aos Estados!!!
    Portanto, não caberia essa Teoria do Objetor Persistente nessa questão, já que a mesma fala dos:

    "costumes internacionais gerais que eram vigentes no momento em que ela adquiriu personalidade jurídica de direito internacional, não obstante essas regras terem sido estabelecidas antes do próprio surgimento desse Estado"

    Fonte: apostila do Estratégia Concursos (Professor Ricardo Vale).
  • Um costume internacional, para que seja aceito como tal, precisa conter dois elementos: uma prática reiterada de comportamentos (consuetudo); e a convicção que essa prática é obrigatória por parte dos Estados e demais sujeitos de direito internacional público (opinio juris). Diferentemente dos tratados, que obrigam apenas aqueles Estados que consentiram expressamente em fazer parte dele, os costumes obrigam a todos os Estados, inclusive aqueles que surgiram depois da formação do costume internacional. Um Estado que rejeita a prática desde a sua formação é conhecido como negador persistente e não estará obrigado ao costume, o que se trata de uma exceção à regra. Já um Estado recém-criado não pode ser negador persistente, pois ele não existia na época da formação do costume. Se ele negar a prática depois que ela já foi formada, será um negador subsequente. Para que ele não esteja obrigado pelo costume, é necessário o consentimento dos demais países. A regra geral, contudo, é a de que os Estados recém formados devem respeitar os costumes internacionais que existiam antes de sua criação. A questão está certa. 
  • "Certos autores objetivistas, embora entendam irrecusavelmente obrigatório para os novos Estados o direito costumeiro preexistente, reconhecem aos Estados tradicionais a prerrogativa de manter-se à margem de certa regra costumeira, mediante protesto e outras formas expressas de rejeição."

     

     

     

     

     

    Fonte: Direito Internacional Público: Curso Elementar, Francisco Rezek, pg. 160

  • COSTUMES

     

    A formação de uma norma costumeira internacional requer dois elementos essenciais: um, de caráter material e objetivo; o outro, psicológico e subjetivo. O primeiro é a prática generalizada, reiterada, uniforme e constante de um ato na esfera das relações internacionais ou no âmbito interno, com reflexos externos. É a inverterata consuetuo, que constitui o conteúdo da norma costumeira. O segundo elemento é a convicção de que essa prática é juridicamente obrigatória.

     

    Em regra, o processo de consolidação de uma prática costumeira antecede à opinio juris. Por outro lado, a mera reiteração de atos configura apenas uso, visto que o elemento subjetivo é também necessário para dar forma ao costume.

     

    O art. 38, § 1º, b, do Estatuto da CIJ define o costume internacional como "uma prática geral aceita como sendo o direito".

     

    Poderíamos conceituar com maior precisão o costume internacional como a prática geral, uniforme e reiterada dos sujeitos de Direito Internacional (caráter material/objetivo - inverterata consuetudo), reconhecida como juridicamente exigível (caráter psicológico/subjetivo - opinio juris).

     

    CORRENTES

     

    a) Voluntarista, que vê o costume como fruto de um acordo tácito entre sujeitos de Direito Internacional e que só valeria entre aqueles que implicitamente concordassem com certa prática e aceitassem seu caráter jurídico;

     

    b) Objetivista, que vê o costume como uma manifestação sociológica, obrigando erga omnes quanto mais difundido fosse, vinculando até mesmo os Estados que com ele não concordam.

    A questão adotou a teoria objetivista!!!


ID
87019
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Direito Internacional Público
Assuntos

Acerca do direito internacional público (DIP), julgue os itens
a seguir.

Desde o início do século XX, consolidou-se na prática internacional a aceitação de que todo indivíduo tem personalidade jurídica de direito internacional, fato que é corroborado por haver cortes internacionais que julgam indivíduos que cometeram crimes de guerra e também por haver tribunais internacionais, como a Corte Interamericana de Direitos do Homem, que admitem a possibilidade de indivíduos atuarem como partes nos processos por elas julgados.

Alternativas
Comentários
  • Ainda hoje, a despeito de alguns doutrinadores que defendem esta ideia, não se considera o indivíduo como tendo personalidade jurídica de direito internacional. A posição predominante, admitida por juristas como F. Rezek e H. Accioly,  é a que concede tal personalidade apenas a estados e a organizações internacionais.

    Outro erro é afirmar que a CIDH - Corte Interamericana de Direitos do Homem - admite a possibilidade de indivíduos atuarem como partes nos processos julgados por esta corte. Não existe essa possibilidade. Uma corte que admite esta possibilidade é a Corte Europeia de Direitos Humanos.  

  • ERRADA.

    Atenção para uma possível confusão: o indivíduo não tem acesso direto a Corte Interamericana de DH, porém tem acesso a Comissão Interamericana de Direitos Humano não sendo necessário o consentimento do Estado denunciado (artigo 44 do Pacto de San Jose de Costa Rica). A partir daí a Comissão Interamericana pode levar a questão à Corte Interamericana
  • CASCA DE BANANA: "Desde o início do século XX"
  • ERRADO

     

    Não têm personalidade jurídica de direito internacional os indíviduos, e tampouco as emrpesas privadas ou públicas. Há uma inspiração generosa e progressista na ideia, hoje insistente, de que essa espécie de personalidade se encontra também na pessoa humana - de cuja criação, em fim de contas, resulta toda a ciência do direito, e cujo bem é a finalidade primária do direito. Mas se daí partirmos para formular a tese de que a pessoa humana, além da personalidade jurídica que lhe reconhecem o direito nacional de seu Estado patrial e os dos demais Estados, tem ainda - em certa medida, dizem alguns - personalidade jurídica de direito internacional, enfrentaremos em nosso discurso humanista o incômodo de dever reconhecer que a empresa, a sociedade mercantil, a coisa juridicamente inventada com ânimo do lucro à luz das regras do direito privado de um país qualquer, também é - e em maior medida, e há mais tempo - uma personalidade do direito das gentes. 

  • Está equivocado o entendimento retratado nos comentários anteriores a respeito da personalidade jurídica do indivíduo. Para fins de CACD, em especial, o entendimento que prevalece é de que os indivíduos detêm, efetivamente, personalidade jurídica internacional. A capacidade dos indivíduos em titularizar direitos e obrigações internacionais se demonstra, por exemplo, na possibilidade de figurarem como partes em tribunais internacionais.

    O erro da questão está na localização temporal do entendimento referido, que não data do início do século XX, mas de meados deste.

  • Apenas Estados e Organizações Internacionais possuem personalidade jurídica de direito internacional.

  • Desde o início do século XX, consolidou-se na prática internacional a aceitação de que todo indivíduo tem personalidade jurídica de direito internacional, fato que é corroborado por haver cortes internacionais que julgam indivíduos que cometeram crimes de guerra e também por haver tribunais internacionais, como a Corte Interamericana de Direitos do Homem, que admitem a possibilidade de indivíduos atuarem como partes nos processos por elas julgados.

    Resposta: ERRADA.

     

    Há quem diga que não foi no início do século XX, mas nos seus meados. 

    Ademais:

    Eis a fundamentação de acordo com Rezek o porquê das empresas e os indivíduos não possuírem a personalidade jurídica no âmbito internacional:

     

    Não tem personalidade jurídica de direito internacional os indivíduos, e tão pouco as empresas, privadas ou públicas. Há uma inspiração generosa e progressista na ideia, hoje insistente, de que essa espécie de personalidade se encontra também na pessoa humana – de cuja criação, em fim de constas, resulta toda a ciência do direito, e cujo o bem é a finalidade primária do direito. Mas daí partirmos para formular a tese de que a pessoa humana, além da personalidade jurídica que lhe reconhecem o direito nacional de seu Estado patrial e os dos demais Estados, tem ainda – em certa medida, dizem alguns – personalidade jurídica de direito internacional, enfrentaremos em nosso discurso humanista o incômodo de dever reconhecer que a empresa, a sociedade mercantil, a coisa juridicamente inventada com o ânimo do lucro á luz das regras do direito privado de um país qualquer, também é – e em maior medida, e há mais tempo – uma personalidade do direito das gentes.

     

    Para que uma ideia científica – e não simplesmente declamatória – da personalidade jurídica do indivíduo em direito das gentes pudesse fazer algum sentido, seria necessário pelo menos que ele dispusesse da prerrogativa ampla de reclamar, nos foros internacionais, a garantia de seus direitos, e que tal qualidade resultasse de norma geral. Isso não acontece. Os foros internacionais acessíveis a indivíduos – tais como aqueles, ainda mais antigos e numerosos, acessíveis a empresas – são em virtude de um compromisso estatal tópico, e esse quadro pressupõe a existência, entre o particular e o Estado co-patrocinador do foro, de um vínculo jurídico de sujeição, em regra o vínculo de nacionalidade. Se a Itália entendesse de retirar-se da União Européia, particulares italianos não mais teriam acesso à Corte de Luxemburgo, nem cidadãos ou empresas de outros países comunitários ali poderiam cogitar de demandar contra aquela república”.

     

    Fonte: Rezek, Francisco; Direito Internacional Público/Curso Complementar, 2008, Editora: Saraiva, São Paulo/SP, 11ª Edição. 2ª tiragem (Inteiramente Revista e Atualizada), Página: 153.

    Fonte: ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-94/quem-possui-a-personalidade-juridica-no-ambito-internacional-de-acordo-com-o-direito-internacional-publico/


ID
87022
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Direito Internacional Público
Assuntos

Acerca do direito internacional público (DIP), julgue os itens
a seguir.

Está consolidado na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) o entendimento de que, no ordenamento jurídico brasileiro, as convenções internacionais ocupam o mesmo patamar hierárquico das leis ordinárias, com exceção dos tratados que definem direitos humanos, aos quais se reconhece estatura constitucional.

Alternativas
Comentários
  • Tem estatus supralegais, ou seja acima das lei e abaixo da CF, se não forem votadas como emendas.
  • A questão é de 2003. Após a EC 45/04, os tratados internacionais de direitos humanos assumiram uma posição de igualdade com as normas constitucionais, desde que votados nos moldes das emendas (3/5 e pelas duas Casas do Congresso, conforme prevê o artigo 5º
  • De fato, a partir de 2004, os tratados sobre Direitos Humanos votados com rito de aprovação de emenda constitucional equivalem a emendas constitucionais.

    No entanto, a partir de 2008, a jurisprudência do STF passou a considerar o Pacto de São José da Costa Rica como tendo status supralegal, o que significa que tratados sobre direitos humanos introduzidos no ordenamento legal brasileiro com rito de lei ordinária se colocam hierarquicamente acima das demais leis ordinárias. Com este entendimento, tais tratados não podem ser revogados por leis ordinárias, mas apenas por emendas constitucionais.

  • Existe outra exceção: tratados de natureza tributária
  • EM RESUMO:
    => TRATADOS INTERNACIONAIS EM GERAL = STATUS DE LEI ORDINÁRIA
    => TRATADOS INTERNACIONAIS SOBRE DIREITOS HUMANOS = STATUS DE SUPRALEGALIDADE (abaixo da CF e acima das leis ordinárias)
    => TRATADOS INTERNACIONAIS SOBRE DIREITOS HUMANOS APROVADOS POR 3/5 DOS MEMBROS DE AMBAS AS CASAS EM 2 TURNOS = STATUS DE EMENDA CONSTITUCIONAL


ID
87025
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Direito Internacional Público
Assuntos

Acerca do direito internacional público (DIP), julgue os itens
a seguir.

Considere a seguinte situação hipotética. Brasil e Uruguai, após várias tentativas de negociação direta, não chegaram a um consenso acerca da aplicação das regras do Mercado Comum do Cone Sul (MERCOSUL) à importação de pneumáticos remodelados. De um lado, o Brasil defendia que as portarias ministeriais que proibiam a importação desses pneumáticos não contrariavam nenhuma regra de DIP. De outro, o Uruguai sustentava que a proibição da importação desse tipo de bem violava regras do MERCOSUL. Para dirimir essa controvérsia, foi constituído um tribunal arbitral que decidiu pela procedência da argumentação uruguaia e determinou que o Brasil retirasse de sua legislação interna restrições à importação de pneumáticos remodelados. Nessa situação, é correto afirmar que, se o Brasil viesse a editar uma lei proibindo a importação de pneumáticos remodelados, esse ato caracterizaria descumprimento da referida decisão arbitral e, portanto, configuraria ilícito internacional que acarretaria para a República Federativa do Brasil o dever de indenizar o Estado uruguaio por eventuais danos advindos da proibição de importação de pneumáticos remodelados imposta pela referida lei.

Alternativas
Comentários
  • O eventual pagamento de indenização não teria que estar previsto no laudo arbitral? O Uruguai, para requerer indenização, não teria que recorrer ao Órgão de Solução de Controvérsias da OMC para que ela estipulasse uma indenização?

    Por favor, se alguém puder me esclarecer isso, irá ajudar muito.

    Obrigada.
  • CORRETO.

    De maneira geral o Brasil teria o dever de indenizar no princípio geral de "pacta sus servanda"
  • Caso Pneus Remodelados no Mercosul (2002). Cabe aqui lembrar do caso verídico de disputa Uruguai-Brasil em torno dos pneumáticos remodelados em 2002, um ano antes desse certame. Essa controvérsia deu origem ao sexto laudo arbitral do Tribunal Ad Hoc do Mercosul, o Laudo VI (jan-2002). Em suma, o Uruguai reclamara sobre a proibição brasileira de importação de pneumáticos remodelados uruguaios; o TAH decide que a portaria brasileira era incompatível com a normativa mercosulina; no final, o Brasil revogou a proibição de importação. É interessante lembrar que esse caso dos pneumáticos terá, após alguns anos, um desfecho em desfavor do Uruguai, pois a União Europeia entrará contra o Brasil na OMC, alegando que o Brasil não podia permitir a importação de pneus remodelados uruguaios e proibir a importação dos pneus remodelados europeus.
        - resultado: Brasil permite importação de pneus remodelados do Uruguai

    Caso Pneus Remodelados na OMC (2005-09). A União Europeia inicia seu pedido de consultas (DS332 em jun-2005) contra o Brasil. O Brasil alega que a proibição tinha como objetivo restringir as importações de produtos nocivos ao meio ambiente e à saúde pública (tese do aumento do passivo ambiental embasada no artigo 20 do GATT 94) e argumenta que a exceção conferida ao Mercosul (notadamente ao Uruguai) estava amparada no artigo 24 do GATT 94 (exceção à cláusula NMF para acordos regionais). As decisões do painel (jun-2007) e do Órgão de Apelação (dez-2007) concordaram que o Brasil tinha o direito de restringir produtos nocivos ao meio ambiente e à saúde pública. O OA, contudo, entendeu que a forma como a medida fora aplicada pelo Brasil era discriminatória e que o Brasil deveria modificar sua legislação para proibir a importação de pneus remodelados para todos os membros da OMC ou então liberar a importação dos mesmos para todos. Em set-2009, o Brasil cumpriu a decisão, proibindo a importação de pneumáticos remodelados para todos os países, eliminando a exceção até então existente para o Mercosul.
    - resultado: Brasil proíbe a importação de pneus remodelados de todos os países, inclusive os do Uruguai;


  • Pelo que eu entendi, a questão pode ser respondida com base na regra internacional de que, em princípio, um país não pode se escusar do cumprimento de um tratado com base no seu direito interno.

  • Giovanni Basso, MUITO MUITO obrigada pelo seu resumo, está perfeito!


ID
87028
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Direito Internacional Público
Assuntos

Acerca do direito internacional público (DIP), julgue os itens
a seguir.

Diversamente da Organização Mundial do Comércio (OMC), o MERCOSUL não é uma entidade dotada de personalidade jurídica de direito internacional e não tem competência para celebrar tratados internacionais.

Alternativas
Comentários
  • Com a assinatura do Protocolo de Ouro Preto, em dezembro de 1994, o MERCOSUL ganhou personalidade jurídica de direito internacional: o Protocolo reconhece ao bloco competência para negociar, em nome próprio, acordos com terceiros países, grupos de países e organismos internacionais.
  • - Convém frisar que o Mercosul nasceu sem personalidade jurídica internacional.
    - Somente com o Protocolo de Ouro Preto, de 1994, o bloco passou a ter tal personalidade. A partir de então, o Mercosul pôde firmar acordos com outros blocos e países, inserindo-se no contexto internacional como ator capaz de contrair direitos e obrigações pelo direito internacional público.

    Personalidade Jurídica (Protocolo de Ouro Preto)
    Artigo 34
    O Mercosul terá personalidade jurídica de Direito Internacional.
  • O artigo 34 do Protocolo de Ouro Preto deu a personalidade jurídica de DIP ao MERCOSUL. Nesse contexto, é prova da capacidade do bloco em firmar tratados o artigo 36, que diz que o Mercado Comum do Sul (atualmente em fase de União Aduaneira imperfeita) celebrará acordos de sede.

    O acordo de sede, por sua vez, é característico das Organizações Internacionais, constituindo um tratado que versará sobre o local físico onde o organismo será sediado.


ID
87031
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Direito Internacional Público
Assuntos

Acerca do direito internacional público (DIP), julgue os itens
a seguir.

Dada a imunidade de jurisdição dos agentes diplomáticos, o poder judiciário brasileiro não possui competência para julgar o cônsul de um Estado europeu pela prática de um homicídio passional. Não obstante, se houvesse provas contundentes da prática do ato criminoso pelo cônsul, o poder executivo brasileiro poderia expulsá-lo do território nacional, dado que a expulsão é um ato administrativo que não caracteriza a imposição de uma punição.

Alternativas
Comentários
  • Definição de expulsão (J. Afonso da Silva): "é um modo coativo de retirar o estrangeiro do território nacional por delito ou infração ou atos que o tornem inconveniente. Fundamenta-se na necessidade de defesa e conservação da ordem interna ou das relações internacionais do Estado interessado."

    O poder de expulsar o estrangeiro está inserido no poder discricionário do Estado, enquanto uma das manifestações de sua soberania, mas não pode ser arbitrária, sob pena de ferir direitos e garantias fundamentais (art. 5º, CF).

    O Estatuto do Estrangeiro cuida do instituto da expulsão no Título VIII dos arts. 65 ao 75.

    "Art. 65. É passível de expulsão o estrangeiro que, de qualquer forma, atentar contra a segurança nacional, a ordem política ou social, a tranqüilidade ou moralidade pública e a economia popular, ou cujo procedimento o torne nocivo à conveniência e aos interesses nacionais. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

    Parágrafo único. É passível, também, de expulsão o estrangeiro que:

    a) praticar fraude a fim de obter a sua entrada ou permanência no Brasil;

    b) havendo entrado no território nacional com infração à lei, dele não se retirar no prazo que lhe for determinado para fazê-lo, não sendo aconselhável a deportação;

    c) entregar-se à vadiagem ou à mendicância; ou

    d) desrespeitar proibição especialmente prevista em lei para estrangeiro.

    Art. 66. Caberá exclusivamente ao Presidente da República resolver sobre a conveniência e a oportunidade da expulsão ou de sua revogação.

    Parágrafo único. A medida expulsória ou a sua revogação far-se-á por decreto."

  • Primeiramente, deve-se salientar as diferenças quanto a imunidade de jurisdição no que diz respeito a agentes diplomáticos e a agentes consulares. As imunidades diplomáticas são mais amplas, quase absolutas, e são reguladas pelo Tratado de Viena sobre Relações Diplomáticas de 1961. Já as imunidades consulares são menos amplas e são reguladas pelo Tratado de Viena sobre Relações Consulares de 1963.

    De qualquer forma, o que o Estado acreditado (que recebe o agente) pode fazer diante da imunidade destes agentes em um caso como o apresentado é declarar este agente persona non grata, o que impõe que o Estado acreditante (aquele que envia o agente) retire imediatamente seu agente sob pena de o Estado acreditado deixar de reconhecê-lo como parte da missão (o que retiraria suas imunidades, permitindo que este fosse processado normalmente). Portanto, não se trata aqui de expulsão, e sim de declaração de persona non grata.

    Outra inconsistência da questão é afirmar que expulsão não é ato punitivo. Expulsão é sim ato punitivo. Deportação é que se constitui ato meramente administrativo e não punitivo. 

  • Apenas complementando o excelente comntário acima:
    Segundo a Convenção de Viena de 1963 o agente que exerce função consular possui imunidades civil, penal e administrativa apenas NO EXERCÍCIO DE SUAS FUNÇÕES. Ou seja, o cônsul possui imunidade RATIONE MATERIAE. No caso em questão, o cônsul cometeu homicídio passional, o que nada tem a ver com o exercício das funções consulares, motivo pelo qual É COMPETENTE o poder judiciário brasileiro para julgar o crime, uma vez que neste caso inexiste imunidade penal.

  • colegas,

    acredito que o estudo esteja sendo prejudicado com esses comentários contraditórios, por isso, sugiro uma análise melhor da matéria para

    fazer qualquer comentário a respeito das questões. Penso que deve haver o mínimo de divergência possível nos comentários, tendo em vista não se

    tratar de produção doutrinária e sim de um ambiente para estudar para concursos públicos.

    OBS!!!. acho que os organizadores do site deveriam fazer correções e comentários corretos a respeito da matéira para dar credibilidade ao serviço prestado.
  • Acredito que a Jurisdição Brasileira é aplicável ao Cônsul em crimes que não condizem com o exercício da sua função consular, como um homicídio passional. No caso em tela o consul não estava no exercício da função e será julgado aqui no Brasil. Com relação ao comentário dos colegas não sei se estão corretos.

    "A convenção de Viena sobre Relações Consulares preconiza, em seu art.43: Os funcionários consulares e os empregados consulares não estão sujeitos à jurisdição das autoridades judiciárias e administrativas do Estado receptor pelos atos realizados no exercício de suas funções consulares."
    Fonte: Direito Internacional - Gustavo Bregalda Neves - Coleção OAB Nacional - Saraiva.
  • VISLUMBRO DOIS EQUÍVOCOS NA QUESTÃO: O PRIMEIRO É QUE A IMUNIDADE DO CÔNSUL É MAIS RESTRITA E CINGE-SE AO EXERCÍCIO DA SUA FUNÇÃO, O QUE NÃO OCORRE COM O DIPLOMATA. NO CASO EM TELA, O CRIME FOI PASSIONAL, DELITO NÃO LIGADO AO CONTEXTO DA SUA ATIVIDADE. SEGUNDO, A EXPLUSÃO DO AGENTE DO ESTADO É SIM UM ATO DE PUNIÇÃO.

    BONS ESTUDOS,

  • - Só há expulsão quando o estrangeiro pratica atentado à ordem jurídica do país. A expulsão é medida de caráter político-administrativo. Não depende de requisição do país estrangeiro. É medida tomada pelo Presidente da República sob sua conveniência e discricionariedade. A parte ofendida por entrar com Habeas Corpus no STF. Não existe deportação ou expulsão de brasileiro.
    - Os funcionários consulares não poderão ser detidos ou presos preventivamente, exceto em caso de crime grave e em decorrência de decisão de autoridade judiciária competente. Os funcionários consulares e os empregados consulares não estão sujeitos à jurisdição das autoridades judiciárias e administrativas do Estado receptor pelos atos realizados no exercício das funções consulares. (art. 41 e 43 da Convenção de Viena sobre Relações Consulares)

  •  Errado. A imunidade conferida aos cônsules possui caráter funcional, conforme previsto no art. 43 da Convenção de Viena de 1963 sobre Relações Consulares, ou seja, só abrange os atos estritamente relacionados com o desempenho de suas funções, o que não se configura no caso em tela, podendo, portanto, ser o cônsul processado e punido no Brasil. Ademais, o instituto da expulsão, regulado pelo Estatuto do Estrangeiro (Lei 6815/80), é um ato administrativo que caracteriza a imposição de punição, pois o estrangeiro expulso não poderá mais voltar ao território nacional, salvo se outro decreto revogar a expulsão.
  • ERRADO

     

    Os termos da Convenção de 1963 fazem ver que, em linhas gerais, os privilégios consulares se assemlham àqueles que cobrem o pessoal de serviços da missão diplomática. Com efeito, os cônsules e funcionários consulares gozam de inviolabilidade física e de imunidades ao processo - penal e cível - apenas no tocante aos atos de ofício.

     

    As concessões que a Convenção de 1963 faz aos cônsules em matéria processual são modestas, e ostentam certa plasticidade - no sentido de que sua eficácia maior ou menor fica a depender da vontade da autoridade local. Quando processados, deve-se cuidar que a marcha do feito seja breve e perturbe o mínimo possível os trabalhos consulares. A prisão preventiva é permitida, desde que autorizada por juize, e em caso de crime grave. 


ID
87034
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

Considerando os conceitos básicos da análise econômica e de sua
evolução, julgue os itens a seguir.

A recente retomada econômica nos Estados Unidos da América (EUA) contribuiu para reduzir os níveis de desemprego naquele país. Como conseqüência, a curva de possibilidades de produção da economia americana foi deslocada para cima e para a direita.

Alternativas
Comentários
  • A curva de possibilidade de produção mostra a produção possível dado DOIS insumos, o do eixo Y e o do eixo X. Supondo que o nível de emprego estivesse representado no eixo X, a retormada do crescimento faria a curva se deslocar APENAS para a direita. Ela se deslocaria também para cima SE o outro fator representado também aumentasse.Questão ERRADA.
  •  

    Quesito ERRADO.

    A curva de possibilidades de produção (CPP) é a curva que mostra as combinações máximas de  bens que a sociedade pode produzir com o pleno emprego de todos os seus recursos e com determinada tecnologia.  Na questão em tela, não estava havendo o pleno emprego da força de trabalho – havia desemprego -, o que implica não estarmos situados em um ponto da CPP, mas no interior dela.  A redução do nível de desemprego não desloca a CPP. Ao contrário, isso faria com que tendêssemos a nos localizar na própria curva. Um exemplo ajudará a compreender. Vamos supor uma empresa que tenha 50 trabalhadores e 10 máquinas. Imaginemos que ela produza dois tipos diferentes de caneta: uma azul e uma preta. Se todos os recursos produtivos da empresa estiverem sendo plenamente empregados,  poderíamos traçar o gráfico da CPP para a fabricação das duas canetas. Pense no eixo vertical como sendo a produção da caneta azul; e o eixo horizontal, da preta.  A curva mostraria a combinação de canetas azuis e pretas que obteríamos com o pleno emprego dos trabalhadores e das máquinas. Por exemplo, com 40 trabalhadores e 8 máquinas produziríamos 1000 canetas azuis, e com o resto dos recursos produtivos  -  10 trabalhadores e  2 máquinas – faríamos 300 canetas pretas. Se tivesse havido uma epidemia de catapora nessa empresa e 10 trabalhadores deixassem de comparecer ao trabalho, a produção anterior de canetas azuis e pretas ficaria comprometida, situando-se num patamar inferior, fora da CPP, dentro da curva.  No exemplo citado, poderíamos usar 35 trabalhadores e 8 máquinas para produzir 900 canetas azuis, e 5 trabalhadores e 2 máquinas para fazer 200 canetas pretas, números abaixo dos valores da CPP.  Não houve deslocamento da CPP. Por não ter havido o pleno emprego da força de trabalho, atingiu-se um patamar inferior de produção, abaixo da CPP. Quando os trabalhadores recuperarem a saúde e retornarem ao batente, voltar-se-á ao nível da CPP.

  • São 3 os fatores que podem deslocar a FPP(Fronteira de possibilidade de produção):

    Tecnologia (A)
    Capital (K)
    Trabalho (L)

    FPP= f (A,K,L)

    A diferença entre esses fatores é que o fator tecnologia altera ao mesmo tempo os outros dois fatores que compoem a FPP, logo uma alteração na tecnologia desloca a curva.

    O fator L quando alterado, não influencia no fator K e não desloca a curva. O mesmo acontece com o fator K.
    Para haver um deslocamento dessa curva é necessário que os dois fatores sejam multiplicados (K e L).

    Portanto, essa questão está ERRADA, visto que apenas o fator L foi alterado.
  • CAUSA/CONSEQUÊNCIA: "a curva de ... desloca para cima e para a direita"
  • Não consigo compreender essa questão!

    Se a curva de possibilidade de produção determina a quantidade produzida de x (eixo horizontal) e y (eixo vertical), para certa quantidade trabalhadores e máquinas pré-fixados (por exemplo). Se eu aumentar algo fora do eixo x e y que influencia na produção desses, a consequência que me parece mais óbvia é o deslocamento da curva para cima e para direita, pois a possibilidade de produção de x e y deve aumentar. 

    Sei que tem outros "poréns", sei que chega um ponto que não adianta aumentar o numero de trabalhadores para um certo número de máquinas, pois isso pode até diminuir a produção. Mas ainda assim não entendo essa matemática rsrs 

  • Ainda que esta questão seja de 2003, não importa a que retomada estejamos nos referindo.

    E cuidado! As bancas insistem bastante nisso!

    Já vimos que recuperação econômica não é representada pela expansão da curva de possibilidade de produção.

    Ao se recuperar, a economia simplesmente passa a operar num ponto mais adiantado do gráfico, aproximando-se da plena utilização dos fatores. Ela sai do ponto F para o ponto C do gráfico abaixo, por exemplo.

    Resposta: E

  • Ver comentário de Marcus Bonugli

  • GAB: ERRADO

    Fonte: Celso Natale - Estratégia

    Complementando!

    Observe que os EUA apenas passaram a utilizar fatores de produção que já estavam à disposição, mas encontravam-se desempregados.

    Portanto, não ocorreu deslocamento da curva de possibilidades de produção, mas apenas a economia estadunidense passou a operar em algum ponto menos ineficiente.

  • Errado

    O que aumenta o que desloca para fora a curva de possibilidade de produção é o aumento de disponibilidade (mais trabalhadores, por exemplo) de fatores da produção.


ID
87037
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

Considerando os conceitos básicos da análise econômica e de sua
evolução, julgue os itens a seguir.

Quando as datas do concurso de admissão à carreira de diplomata coincidem com aquelas do concurso para assessor legislativo, o custo de oportunidade de fazer a segunda seleção aumenta substancialmente para os candidatos que tencionam submeter-se aos dois certames.

Alternativas
Comentários
  • Quando você escolhe participar das duas seleções, há um custo de oportunidade, pois você terá que dividir seu tempo no estudos para as duas (ao invés de se dedicar a apenas uma). Se as datas coincidem, seu custo se torna tão grande que vc é obrigado a optar por apenas uma delas (já que você não pode estar nos dois lugares ao mesmo tempo).Questão CORRETAO custo de oportunidade é sempre medido em função de algo. Gosto de praia, mas quero passar num concurso público. Então, "estar estudando" tem o custo de oportunidade de você não estar fazendo o que te dá prazer, "estar na praia". Da mesma forma que se você optar por "estar na praia", há o custo de oportunidade de "não estar estudando". E se cair aquela questão que você não estudou, ganhou o bronzeado, mas perdeu a chance.
  • Para complementar o comentário do colega acima, o custo de oportunidade irá variar tanto de pessoa para pessoa como na propria pessoa.
    Melhor explicando: X adora ir à praia no domingo; mas precisa estudar. Y nao gosta de ir à praia e também precisa estudar. O custo de oportunidade de X será bem maior que o de Y.
    O mesmo ocorre em si mesmo. Para X o custo de oportunidade de estudar pela manhã será bem maior do que o custo de oportunidade de estudar a noite, isso se dá porque ele estará perdendo a praia pela manhã. hahahaha.
  • Introdução: Custo de oportunidade (CO) é um conceito econômico básico, visto em Fundamentos de Economia, que designa o que se deixou de ganhar em relação a algo que se fez, quando só se tinha apenas uma chance dentre outras opções. Como é uma questão para o Concurso de Admissão à Carreira Diplomática (CACD), ressalta-se que David Ricardo leva tal conceito ao nível internacional, com sua teoria das vantagens comparativas. 

    Comentário à questão: Se, em um mesmo dia, houver dois concursos (CACD e AL), o CO de fazer AL aumenta substancialmente para os candidatos que tencionam submeter-se aos dois certames. Isto está CORRETO, pois quem pretendia fazer os dois concursos viu seu CO aumentar, já que, caindo ambos os certames no mesmo dia, os candidatos só poderão fazer apenas um deles. 

    OBS: O texto fala em "candidatos que tencionam submeter-se aos dois certames"; se falasse em "candidatos que tencionam submeter-se ao primeiro (CACD)" estaria errado, pois não se sabe, antemão (ou seja, não é uma regra), que quem deseja fazer CACD também quer fazer AL.

  • Simples:

    custo de oportunidade: escolha alternativa.

     

  • Custo de Oportunidade é o Grau de Sacrifício que se faz ao optar por um bem ou serviço, mediando em termos do que foi sacrificado. 

    Neste caso, para fazer um concurso teria que abrir mão do outro.

  • Correto: uma possibilidade exclui completamente a outra.

    Quando você tem os dois concursos no mesmo dia, ao prestar o concurso para diplomata, o candidato não tem como prestar o concurso para assessor legislativo.

    Ou seja, o custo de oportunidade de fazer a seleção para assessor é abrir mão do concurso de diplomata.

    Resposta: C

  • GAB: CERTO

    Complementando!

    REDUZ o custo de oportunidade de _________ -> Reduzir significa tornar algo mais interessante

    AUMENTA o custo de oportunidade de ________ -> Aumentar significa deixar algo menos interessante

    Vamos pra questão:

    Quando as datas do concurso de admissão à carreira de diplomata coincidem com aquelas do concurso para assessor legislativo, o custo de oportunidade de fazer a segunda seleção aumenta substancialmente para os candidatos que tencionam submeter-se aos dois certames.

    Traduzindo: A pessoa que está se preparando para a prova do CACD caso a data da prova seja no mesmo dia da prova de assessor legislativo o seu custo de oportunidade, caso decida fazer, aumentará. (Será menos interessante pra ele).

    Questões pra REVISÃO:

    Q926659

    Q751388

    Q624719

    Q424118

    Q476902

  • O custo de oportunidade de realizar a prova do CACD, para quem também deseja realizar a prova de Assessor Legislativo, será maior caso as datas coincidam. Afinal, o custo de oportunidade de prestar o concurso para assessor será deixar de prestar o concurso para diplomata, algo bastante gravoso para alguém que deseja se submeter aos dois concursos.

    Gabarito: Certo

    Fonte: Prof. Celso Natale


ID
87040
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

Considerando os conceitos básicos da análise econômica e de sua
evolução, julgue os itens a seguir.

Supondo que a criminalidade e os gastos com o consumo de drogas são positivamente relacionados e que a demanda de drogas é preço-inelástica, políticas antidrogas fundamentadas no combate ao tráfico elevarão o preço das drogas e aumentarão os gastos com esses produtos, agravando, assim, os níveis de criminalidade.

Alternativas
Comentários
  • Criminalidade e os gastos com o consumo de drogas são positivamente relacionados => isso quer dizer que quando um aumenta, o outro também aumenta; quando um diminui o outro também diminui.Demanda de drogas é preço-inelástica => curva de demanda BEM inclinada, quase vertical: um grande aumento no preço faz com que o consumo por drogas caia pouco.Como os gastos com drogas e a criminalidade são positivamente relacionados, o aumento dos gastos levará a um aumento da criminalidade.Questão CORRETA.
  • Resumindo:


    Combate ao tráfico   --->  Eleva o preço das drogas   --->  que eleva os gastos com o consumo   ---> que eleva a criminalidade


    pois, conforme o enunciado,  a criminalidade e os gastos com o consumo de drogas são positivamente relacionados.
  • Ótima questão. Está correta pelos seguintes motivos. Como a demanda de drogas é preço-inelástica, a variação de preço não altera tanto o consumo. Logo, o consumo continuará o mesmo, ainda que se aumente os gastos com o consumo. Contudo, como estes são positivamente relacionados com a criminalidade,pode-se concluir que os níveis de criminalidade serão agravados.
  • Só no curto prazo. A mesma teoria admite a redução dos níveis de criminalidade no longo prazo. Ler Mankiw.

  • CORRETO

    Mankiw explica bem esta questão:

    A política de proibição das drogas aumenta ou diminui os crimes relacionados a elas?

    "(...) O uso de drogas tem diversos efeitos negativos. Um deles é o fato de que a dependência de drogas pode arruinar a vida dos usuários e de suas famílias. Outro é que os viciados em drogas muitas vezes recorrem ao roubo e a outros crimes violentos para obter o dinheiro de que precisam para sustentar seu vício. Para desencorajar o uso de drogas ilegais, o governo norte-americano gasta bilhões de dólares por ano para reduzir o fluxo de drogas que entram no país. Vamos usar as ferramentas da oferta e da demanda para examinar essa política de combate às drogas.

    Muito embora o objetivo de uma política de proibição das drogas seja reduzir seu uso, o impacto direto dessa política recai mais sobre os vendedores que sobre os compradores. Quando o governo impede que algumas drogas entrem no país e prende mais traficantes, aumenta o custo de venda das drogas e, portanto, reduz a quantidade ofertada a qualquer preço dado. A demanda por drogas - a quantidade que os compradores desejam a qualquer preço dado - não muda. (...)

    Mas o que acontece com a quantidade de crimes relacionados às drogas? (...) Se a demanda é inelástica, então um aumento nos preços aumenta a receita total do mercado de drogas. Ou seja, como a proibição das drogas aumenta o preço destas proporcionalmente mais do que do que reduz seu uso, ela eleva a quantidade total de dinheiro que os usuários pagam pelas drogas que compram. Os viciados que já tinham de roubar para sustentar seus hábitos terão uma necessidade ainda maior de dinheiro rápido. Assim, a proibição das drogas pode aumentar o nível de crimes ligados a elas.

    Por causa desse efeito adverso da proibição das drogas, alguns analistas sugerem abordagens alternativas para o problema das drogas. Em vez de procurarem reduzir a oferta, os formuladores de políticas deveriam tentar reduzir a demanda por meio de uma política educacional. (...)

    Os partidários da política de proibição podem argumentar que os efeitos desta no longo prazo são diferentes dos efeitos no curto prazo, uma vez que a elasticidade da demanda pode depender do horizonte de tempo. (...) Nesse caso, a política de proibição aumentaria crimes ligados a drogas no curto prazo e os reduziria no longo prazo."

    Fonte: MANKIW, Gregory N. Introdução à Economia. São Paulo: Cengage Learning, 2018, p. 102-104.

    ATENÇÃO: Apesar de Mankiw trazer a discussão da elasticidade da demanda no curto e longo prazo, a banca deixa claro como premissa para a questão a suposição da demanda de drogas ser preço-inelástica.

  • CERTO.

    Se um produto é preço inelástico, na medida que há barreiras a sua entrada ou consumo, o valor aumenta e, com ele, aumenta a vontade do produtor em oferecê-lo para que haja mais lucro. Dizer que a criminalidade e os gastos com o consumo de drogas estão relacionados significa que são bens complementares, assim como o arroz e o feijão.

  • Essa questão saiu inteira do Mankiw. Bons tempos de TPS fácil e 100 vagas.


ID
87043
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

Considerando os conceitos básicos da análise econômica e de sua
evolução, julgue os itens a seguir.

O pacote recente do governo brasileiro que injetou crédito de R$ 400 milhões para a compra de eletrodomésticos deslocará a curva de demanda de eletroeletrônicos para cima e para a direita, e a curva de oferta desses bens, para baixo e para a esquerda.

Alternativas
Comentários
  • O aumento de crédito desloca a reta de restrição orçamentária para a direita. Com isso, os consumidores têm a possibilidade de consumir mais eletrodomésticos, se deslocando para uma curva de indiferença maior.Essa curva de indiferença maior fará com que a demanda se desloque para cima e para a direita. PORÉM, a curva de oferta permanecerá no seu local, pois não haverá mudanças em nenhum dos seus fundamentos. O deslocamento do equilíbrio se dará ao longo da curva de oferta.No novo equilíbrio, tanto a quantidade como o preço de equilíbrio serão maiores que os anteriores.Questão ERRADA
  • QUESTÃO ERRADA.

     

     A curva de oferta de curto prazo é inelástica visto que seus fatores, no curto prazo, são considerados fixos.

  • Errada, pois o pacote de crédito desloca tão somente a curva de demanda, não alterando a curva de oferta (pelo menos a curto prazo).
  • Não haverá mudança na curva de oferta, somente um deslocamento da curva de demanda para cima e para a direita.

  • Acho que a curva de oferta desses bens,seria deslocada para baixo e para a DIREITA,não?

    Não considerei o prazo porque a questão não informa se é no curto ou longo prazo.

    Se eu estiver equivocado,me corrijam por favor!

  • A curva de Oferta não teria alteração. Teríamos alteração somente na curva de demanda, tendo em vista que os elementares da curva de oferta não seriam alterados.
  • Vamos lá, pessoal:

    1 - Um crédito na compra gera estímulo para os consumidores, alterando a curva da demanda desses bens.

    2 - Como a alteração não foi diretamente no preço desses bens, haverá um deslocamento da curva inteira de demanda. Houve estímulo da demanda (ela deslocará para a DIREITA) e para cima. 

    3 - Esse crédito suplementar não altera a curva de oferta (não influencia em nada os fatores de produção desse bem como, por exemplo, capital [maquinário para fabricar o bem], mão de trabalho,...). Logo a assertiva está ERRADA.

     

  • Entendi o que eles queriam com a questão....

    No entanto... não se poderia argumentar que a curva de oferta se deslocaria também (no longo termo)? 

    Um dos fundamentos da curva de oferta é a "expectativa", um produtor de eletrodomesticos, sabendo que o governo liberou esse crédito, não aumentaria sua produção (e assim a curva de oferta) na expectativa de aumento de demanda? 

     

  • ERRADA

    As curvas de oferta e de demanda podem ter um deslocamento "ao longo da curva" ou um deslocamento "da curva". O deslocamento ao longo da curva ocorre sempre que o preço (eixo vertical) sofra uma alteração que leve ao aumento ou diminuição da demanda ou oferta, conforme o caso. Já o deslocamento da curva ocorre devido a fatores externos, variáveis relevantes que não estejam em nenhum dos eixos, como por exemplo a renda, mudança de gosto dos consumidores, preço dos bens relacionados, alteração na quantidade de consumidores, etc.

    A injeção dos R$ 400 milhões em crédito para a compra de eletrodomésticos representa um aumento na renda (e do poder de compra) dos consumidores destes bens, ainda que seja um empréstimo. Isso faz com que a curva de demanda se desloque para a direita (maior quantidade demandada para cada nível de preço). Além disso, este aumento de poder de compra fará com que os consumidores comprem eletrodomésticos até mesmo em uma eventual alta dos preços, o que deslocará a curva de demanda também para cima.

    No que se refere a oferta, é errôneo pensar que esta não será afetada, tanto em quantidade quanto em preços. É só pensarmos nestas grandes redes varejistas que vendem eletrodomésticos em 24x. Algumas delas cresceram barbaridade (e aumentaram sua oferta em quantidade) vendendo eletro a preços exorbitantes com o tal "crediário". Então podemos imaginar como os fornecedores adequariam suas ofertas em um cenário de crediário generalizado bancado pelo governo.

    Em um curto período de tempo a oferta teria um ajuste de preços e de quantidades para atender a demanda, com um deslocamento ao longo da curva, para cima e para a direita. No longo prazo, novas empresas poderiam entrar no mercado com a expectativa do crédito do governo, aumentando a competitividade, e o equilíbrio de mercado seria alcançado com novos ajustes na curva de oferta e demanda.

  • A afirmativa descreve corretamente o movimento da curva de demanda.

              Mas a curva de oferta não se altera.

              A curva de oferta está dada pela estrutura de custos do setor. E isso não se altera caso o governo despeje dinheiro na economia.

              A curva de demanda é que se expandirá devido ao incentivo ao consumo dos eletrodomésticos.

    Resposta: E

  • Errada. A curva de oferta não se altera no curto prazo, além disso o incentivo do governo causará alterações na demanda apenas. O que envolve a oferta são os custos de produção.

  • Ainda que esteja correta a respeito da curva de demanda, o deslocamento da curva de oferta para baixo e para a esquerda não faz sentido, diante de sua inclinação positiva.

    Em outras palavras, não é possível estabelecer que o crédito concedido aos consumidores provocará qualquer tipo de deslocamento da curva de oferta, mas a questão fica claramente errada ao falar em deslocamento para baixa e para a esquerda, diante do formato ascendente da curva de oferta.

    Gabarito: Errado


ID
87046
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

Considerando os conceitos básicos da análise econômica e de sua
evolução, julgue os itens a seguir.

A crítica marxista considerava que as leis econômicas, em vez de proposições gerais, estavam associadas a estágios históricos específicos coincidindo, nesse aspecto, com a análise de John Stuart Mill.

Alternativas
Comentários
  • No século XIX, a ciência econômica era denominada "Economia Política". John Stuart Mill (1806 - 1873)  foi um cientista inglês que sintetizou em sua obra o conhecimento de Economia Política de seus antecessores.  Seu livro de 1848, "Princípios de Economia Política", tornou-se referência obrigatória para o ensino dessa disciplina até as primeiras décadas do século XX.  Segundo o Manual de Economia dos Professores da USP, quarta edição, página 84:

    "Para Mill, as leis de produção têm caráter semelhante às leis das ciências naturais, quer dizer, são leis que atuam independentemente da vontade ou da ação humana. Já o mesmo não se pode dizer das leis de distribuição. Essas são leis morais ou sociais e, portanto, podem ser alteradas ou estão sujeitas à vontade ou à ação humana."

    De acordo com o Manual, houve uma dupla ruptura no campo da Economia Política por volta de 1870 - tanto no objeto, quanto no método de análise- ocasionado pela teoria marginalista e pela teoria marxista.

    Assim, o quesito está ERRADO, pois Mill não associa as leis econômicas a estágios históricos específicos. Ele mostra que, por um lado, elas têm semelhança com as leis das ciências naturais, e,  por outro lado, são determinadas pela vontade humana, podendo ser modificadas 


ID
87049
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

A análise macroeconômica - incluindo-se aí a mensuração dos
grandes agregados - é fundamental à compreensão do
funcionamento das economias de mercado. Acerca desse assunto,
julgue os itens subseqüentes.

A eventual contratação de engenheiros ingleses e venezuelanos para trabalhar na recuperação da indústria petrolífera no Iraque expandiria o produto interno bruto (PIB) iraquiano, porém não alteraria a renda nacional bruta desse país.

Alternativas
Comentários
  • Partindo do pressuposto que o salário pago aos engenheiros será todo enviado ao exterior, a questão está correta. Porém, se eles tivessem sido contratados por empresas iraquianas *E* decidissem não enviar seus salários para o exterior, a questão estaria errada. A questão é dúbia, mas o gabarito diz que ela está correta.
  • O PIB sofreria expansão porque a contratação se refletiria em aumento da produção interna (não importando se ela é decorrente da atuação de nacionais ou de estrangeiros). A Renda Nacional Bruta (equivalente ao Produto Nacional Bruto, pela equivalência das óticas de mensuração), por sua vez, não se alteraria, porque é uma variável associada unicamente à produção feita por nacionais do Iraque, por iraquianos. 

  • Redação ambígua, o referente semântico pode ser qualquer um. Esse faz referencia a algo já citado, temos três países: Iraque, Inglaterra e Venezuela, daí posso deduzir: altera  o PIB do Iraque e não altera PNb deste país- referente semântico próximo-,mas altera desse país (inglaterra e Venezuela).

  • Considerando que os salários pagos aos engenheiros estrangeiros é muito menor do que os lucros auferidos pelas empresas iraquianas com o trabalho desses mesmos engenheiros, então aumentarão o PIB e a RNB do Iraque. Além disso, parte desse salário será inevitavelmente consumido no Iraque. Não faz sentido supor que o delta pib = delta rnb, muito pelo contrário, delta pib >> delta rnb

  • A produção altera o PIB do país em que está sendo produzida e a renda do país de origem dos trabalhadores, pois se considera que os trabalhadores vão mandar a renda para o país de origem, portanto, no caso da questão, altera o PIB do Iraque e a RNB da Venezuela e da Inglaterra. 

     

    PIB - está ligado ao território 

    RNB - ligada à nacionalidade dos trabalhadores

  • RNB = PIB - RLEE

  • Renda Nacional Bruta corresponde ao  mais os rendimentos líquidos dos  enviados ao resto do mundo.

    RNB = PIB + Renda vinda das empresas nacionais no exterior.

    Na questão, a um aumento do PIB devido ao trabalho dos engenheiros estrangeiros, mas não há qualquer acréscimo na Renda Nacional Bruta por dinheiro vindo do exterior.

    Achei a questão ERRADA porque se há o crescimento do PIB, automaticamente há alteração da RNB. Uma vez que a Renda Nacional Bruta está diretamente relacionada ao PIB.

  • Dúvida: em questões assim a gente sempre presume que o estrangeiro envia renda líquida ao exterior?


ID
87052
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

A análise macroeconômica - incluindo-se aí a mensuração dos
grandes agregados - é fundamental à compreensão do
funcionamento das economias de mercado. Acerca desse assunto,
julgue os itens subseqüentes.

Quando o governo, para debelar um processo inflacionário, reduz seus gastos, porém o Banco Central mantém uma política monetária expansionista, a contração do investimento privado, resultante dessa política, limitará o crescimento da renda contribuindo para a queda da inflação.

Alternativas
Comentários
  • Governo reduz seus gastos => IS se desloca para a esquerda e para baixo: reduz a taxa de juros, reduz a renda e esse menor nível de renda pressionará para a queda dos preços.Banco Central mantém uma política monetária expansionista => a única consequência possível para o investimento dada uma política monetária expansionista é o seu aumento e não a sua contração, pois ela resulta numa taxa de juros menor, o que estimula o investimento e, por consequência, a demanda agregada.Questão ERRADA
  • Apenas complementando o que o colega disse.
    Para debelar um processo inflacionário o governo adota políticas fiscais retritivas ou contracionistas e a adoção de uma política monetária expansionista (emissão de mais moeda) neste momento só agrava o problema, não ajuda.

    Antes eu pensava, se não tem dinheiro para pagar bem os aposentados, por que o governo não imprime mais dinheiro e resolve o problemas? Bem, as cédulas são só papel, não refletem a realidade de produção de um país, por isso não adianta emitir dinheiro se não haverá o que comprar.
  • Na verdade o nível de investimento privado cai, quando o governo adota uma política contracionista de aumento da tributação. Na questão afirma-se que o investimento privado vai baixar com a contração da política fiscal na diminuição de gastos, afirmação errônea.
  • Deve-se levar em conta que uma contração dos gastos diminui o nível de atividade da economia IS para a esquerda.

     Com menos atividade a expansão monetária vai corresponder apenas a aumento de preços!
  • Uma política monetária expansionista não contrai o investimento privado, mais aumenta-o . Com a injeção de moeda na economia , há um estimulo para que o setor privado pegue empréstimos e invista na produção, fazendo com que a renda aumente . Em outras palavras, uma política monetária expansionista desloca a curva LM ( liquidy money ) para a direita e pra baixo, aumentando a renda e diminuindo o juros . Isso acontece pq com o juros mais baixo, as empresas e famílias tiram o dinheiro dos bancos e investem na economia, há uma maior circulação de moeda e um estímulo a empréstimos ( devido aos juros baixo ) que resulta em investimento produtivo ( As empresas expandem seus negócios ou investem em máquinas, equipamentos, contratações , tecnologia ) .

    Ao contrário, a questão afirma que : Quando o governo, para debelar um processo inflacionário, reduz seus gastos, ( Política Fiscal Reducionista ), porém o Banco Central mantém uma política monetária expansionista, a contração do investimento privado, ( Esse investimento é o investimento produtivo ) resultante dessa política, limitará o crescimento da renda contribuindo para a queda da inflação.

    GABARITO : ERRADO .

  • Essa questão mistura vários conceitos, que não estão interligados por uma cadeaia de eventos. O candidato tem que saber analisar cada conceito que o item traz.

  • GAB: ERRADO

    Complementando!

    Fonte: Prof. Celso Natale

    O investimento privado é função inversa da taxa de juros. A política monetária expansionista reduz a taxa de juros. Portanto, não há que se falar em contração do investimento.

  • Na prática, estamos falando de:

    1. Deslocamento da curva IS para a esquerda, decorrente da redução nos gastos do governo, reduzindo renda e juros de equilíbrio.

    2. Deslocamento da curva LM para a direita, decorrente da política monetária expansionista, reduzindo novamente os juros, mas aumentando a renda de equilíbrio.


ID
87055
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

A análise macroeconômica - incluindo-se aí a mensuração dos
grandes agregados - é fundamental à compreensão do
funcionamento das economias de mercado. Acerca desse assunto,
julgue os itens subseqüentes.

A tendência recente à redução dos juros no Brasil, ao diminuir o custo de oportunidade de detenção da moeda, contribui para expandir a demanda desse ativo.

Alternativas
Comentários
  • Reter moeda tem um custo, por ser um ativo não remunerado, seu custo de detenção é a oportunidade que ela estaria tendo de render juros, caso estivesse depositada. À medida que a taxa de juros cai, esse custo diminui, pois se antes, o custo de reter $100 com uma taxa de juros de 5% era $5, quando a taxa cair para 1%, esse custo cairá para $1. E se a moeda não está no banco, ela está no seu bolso, então, a queda da demanda por depósitos resultará num aumento na demanda pela posse de moeda.Questão CORRETA
  • QUESTÃO CERTA.

     

      A redução dos juros, ceteris paribus, aumenta a propensão a investir, contribuindo assim, para expandir a demanda por moeda na economia.

  • N]ao há dúvida que a questão está correta em relação as consequências da diminuição de juros.
    Porém a questão é de 2003, quando o governo Lula iniciou sua gestão não havia uma tendência queda de juros.
  • É muita picaretagem o tal de sistema de juros......... kkkkkkkkkkk

    Questão correta¹
  • A tendência recente à redução dos juros no Brasil, ao diminuir o custo de oportunidade de detenção da moeda, contribui para expandir a demanda desse ativo.

    - juros = oportunidades mais vantajosas de se ter o dinheiro em mãos (não poupado)
    Logo, o custo de oportunidade de você ter esse dinheiro em mãos é baixo (pouco juros) o que faz com que os agentes econômicos aumentem a demanda por moeda.


ID
87058
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

A análise macroeconômica - incluindo-se aí a mensuração dos
grandes agregados - é fundamental à compreensão do
funcionamento das economias de mercado. Acerca desse assunto,
julgue os itens subseqüentes.

O crescimento da oferta monetária, decorrente de políticas monetárias expansionistas, será tanto maior quanto menor for a razão reserva/depósito.

Alternativas
Comentários
  • QUESTÃO CERTA.

     

     Quando menor for a razão/depositos mais moeda poderá ser multiplicada na economia. Desta forma, maior será a tendência de crescimento na oferta monetária.

     

  • Exato, pois quanto menor a reserva, maior serão os empréstimos bancários a partir dos depósitos, implicando maior multiplicador da moeda.
  • CORRETO

    Uma menor razão R/DV representa uma diminuição das reservas ou um aumento nos depósitos a vista, logo o efeito é um elevação no volume de empréstimos concedidos.

    Matematicamente:

    Sabendo que as reservas é percentual dos DV, temos: R = r. DV

    -> R/DV = r.DV/DV = r

    Conclusão: dada as variáveis do multiplicador monetário ( 1/ (c+r.d) ), um menor r representa um maior multiplicador. 

  • Gabarito: Certo

     

    A razão reserva/depósito define a fração de encaixe. Como o multiplicador bancário da moeda é tanto maior quanto menor for o encaixe mantido, a diminuição da razão em questão provoca, por definição, crescimento da oferta monetária.

     

    Fonte: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/176659/mod_resource/content/1/listaa.pdf


ID
87061
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

A análise macroeconômica - incluindo-se aí a mensuração dos
grandes agregados - é fundamental à compreensão do
funcionamento das economias de mercado. Acerca desse assunto,
julgue os itens subseqüentes.

A curva de demanda agregada é negativamente inclinada porque uma queda no nível de preços reduz as taxas de juros e deprecia a moeda nacional contribuindo, assim, para aumentar as exportações líquidas.

Alternativas
Comentários
  • se a demanda agragada é reduzida existe uma forte tendência a uma queda dos preços (mas, estas não serão muito grande já que os preços e salários não flexíveis para baixo já que os salários não podem ser reduzidos constitucionalmente e os preços também não, pois são monopolizados pelas empresas) isto faz com que a taxa de juros caia já que a economia está desacelerando e isto gera desvalorização da moeda o que favorece as exportações.
  • Quanto menor o nível de preços, de menos moeda as famílias necessitarão para comprar os bens e serviços de que precisam. Portanto, quando o nível de preços se reduz, as famílias tentam reter menos moeda, emprestando parte dela. À medida que as famílias tentam converter seu dinheiro em ativos que rendem juros, elas levam os juros para baixo. Com a queda da taxa de juros interna, alguns investidores buscarão retornos maiores investindo no exterior. Essa transferência de ativos para o exterior aumentará a oferta da moeda nacional em face das moedas externas, isto é, causa a depreciação da moeda nacional. Por fim, a moeda nacional depreciada, por certo, aumentará as exportações líquidas.
  • Negativamente inclinada: preço mais baixos por maiores quantidades. Maior Investimento (menor poupança) pois os juros são baixos. Maior oferta da moeda logo deixa mais barata. Moeda mais barata maiores as exportações.
  • Comentário objetivo:

    A curva de demanda agregada é negativamente inclinada (certo) porque uma queda no nível de preços (efeito riqueza de Pigou) reduz as taxas de juros (efeito juros de Keynes) e deprecia a moeda nacional (efeito câmbio de Mundell-Flaming) contribuindo, assim, para aumentar as exportações líquidas.

    Efeito riqueza de Pigou: à medida em que os preços diminuem ao longo da curva DA, os agentes adquirem mais bens devido ao aumento da sensação de riqueza (isso é uma dedução primária na Economia);

    Efeito juros de Keynes: à medida em que os preços diminuem ao longo da curva DA, além do aumento do consumo, há aumento da poupança (pois a queda geral de preços torna a renda disponível maior, o que aumenta tanto C como S, dado que Yd = C + S), o que diminui os juros (maior oferta de recursos via poupança diminui o custo de tais recursos - juros - lei da demanda e da oferta - dedução primária na economia);

    Efeito câmbio de Mundell-Flaming: à medida em que os preços diminuem ao longo da curva DA, além do aumento do consumo e da poupança, o que diminui os juros, há fuga de capitais do país (em razão da queda dos juros), o que desvaloriza o câmbio e estimula as exportações.

    Gabarito = certo

    Bons estudos!

  • A questão mostra um raciocínio coerente porém não é por isso que a DA é negativamente inclinada.

    É um absurdo falar que a DA tem o formato que tem por causa das exportações. Então quer dizer que países fechados não tem DA negativamente inclinada? Francamente, uma questão dessa em prova de diplomata ainda....

  • Entre as explicações possíveis para a inclinação da curva de demanda agregada, essa é uma correta. É importante notar, todavia, que se trata aqui de uma economia aberta, o que o exercício deveria ter explicitado. Neste sentido, o raciocínio está correto. Quanto menores os preços, menos moeda será demandada, aumentando a demanda por títulos financeiros. Isso reduzirá a taxa de juros da economia, e gerará, portanto, menos atração aos capitais estrangeiros à procura de lucros advindos da exploração de diferencial entre taxas de juros de países diversos, o que implicará a desvalorização da taxa de câmbio. Esta, por sua vez, levará ao crescimento das exportações, aumentando assim o saldo comercial.


ID
87064
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

Em um mundo globalizado, o estudo da teoria do comércio
internacional é imprescindível à compreensão dos fenômenos
econômicos. A esse respeito, julgue os itens que se seguem.

O livre comércio, ao expor à concorrência externa os setores protegidos por elevadas barreiras tarifárias, contrai a produção desses setores e, portanto, leva à redução da renda do trabalho, no conjunto da economia.

Alternativas
Comentários
  • ERRADO!


    Acredito que o erro está no final do enunciado:

    O livre comércio, ao expor à concorrência externa os setores protegidos por elevadas barreiras tarifárias, contrai a produção desses setores e, portanto, leva à redução da renda do trabalho, no conjunto da economia.

    No conjunto da economia há transferência de renda do trabalho para os países com produção mais eficiente.



    Deus seja louvado!
  • CAUSA/CONSEQUÊNCIA: "leva à redução da renda do trabalho, no conjunto da economia."
  • Como os colegas apontaram o erro da questão está na parte final "leva redução da renda do trabalho, no conunto da economia" .

    A questão é que a diferença de preços oriunda da importação de um bem em detrimento do bem produzido internamente, pode ser tão grande que beneficie  o conjunto da população, de forma que os consumidores tenham ganhos ao adquirirem produtos mais baratos, enquanto que os produtores tem perdas, por perderem uma parcela do mercado, em decorrência do preço mais baixos dos concorrentes externos.
  • Uma questão que depende muito, a abertura comercial do Brasil desde a Era Color aumentou a produtividade daindústria brasileira, mas diminuiu seu parque industrial.


ID
87067
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

Em um mundo globalizado, o estudo da teoria do comércio
internacional é imprescindível à compreensão dos fenômenos
econômicos. A esse respeito, julgue os itens que se seguem.

Se o investimento doméstico excede a poupança doméstica, então, o investimento líquido é positivo e a economia apresenta um excedente na balança comercial.

Alternativas
Comentários
  • Balança Comercial = exportações - importações.A BC não tem nenhuma relação com o saldo líquido investido.
  • A relação de Investimento Versus Poupança

    I > S leva ao aumento de juros que reduz o investimento e aumenta a poupança.
  • Se o investimento excede a poupança, há um déficit na balança comercial. Questão errada!
  • Quando o Investimento doméstico é maior que a Poupança doméstica, essa situação tenderá a elevar a taxa de juros, uma vez que, haveria uma demanda maior por capital que não está sendo suprida em sua totalidade pela poupança doméstica, com a elevação da taxa de juros, isso atrairia capitais especulativos, que tem como consequência a apreciação da moeda nacional. Com a apreciação da moeda nacional (Real valorizado e Dólar desvalorizado), haveria uma maior demanda por importações e sendo assim, a Balança Comercial, tenderia ao déficit.

    Portanto, essa questão é errada.
  • (X-M)= S - I
    Se I > S, (x-M) É NEGATIVO. Quatão errada.
  • I privado + I Governamental = S privada + S governo + S externa
    [(I privado + I Governamental) - (S privada + S governo)] = S externa
    se investimento doméstico excede a poupança doméstica, então s externa > 0
    Como S externa = - (TC)
    A única conclusão que pode-se chegar é que o saldo em Transações Correntes é deficitário. Nada pode-se afirmar sobre a Balança Comercial.


ID
87070
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

Em um mundo globalizado, o estudo da teoria do comércio
internacional é imprescindível à compreensão dos fenômenos
econômicos. A esse respeito, julgue os itens que se seguem.

De acordo com a hipótese da paridade do poder de compra, a longo prazo, a taxa de câmbio entre duas moedas nacionais quaisquer deve refletir o diferencial de inflação existente entre essas duas economias.

Alternativas
Comentários
  • Quesito CORRETO.

    A paridade do poder de compra - PPC - implica manter a taxa real de câmbio constante. Matematicamente:

    Z = E . ( Pext/Pint ) = constante

    Na qual:

    Z = taxa real de câmbio na cotação do incerto

    E = taxa nominal de câmbio na cotação do incerto (taxa de câmbio que representa o preço relativo entre duas moedas nacionais quaisquer)

    Pext = nível de preços externo (país estrangeiro)

    Pint = nível de preços interno 

    Aplicando logaritmo natural:

    lnZ = lnE + lnPext - lnPint

    Derivando em relação ao tempo:

    0 = (1/t) dE/dt + (1/t) dPext/dt - (1/t) dPint/dt

    Eliminando (1/t):

    0 = dE/dt + dPext/dt - dPint/dt

    Rearranjando o resultado:

    dE/dt = dPint/dt - dPext/dt

    Baseado no resultado acima, conclui-se que a PPC é uma teoria de inflação da taxa de câmbio. Como pode ser verificado, a taxa de variação do câmbio nominal entre duas moedas reflete o diferencial de inflação existente entre essas duas economias, mais precisamente, corresponde à diferença entre a inflação doméstica e a externa.

  •  Quesito CORRETO.

    Suponhamos dois países: Brasil e Estados Unidos - EUA. Digamos que, no Brasil, um "hambúrguer especial" custe R$ 10,00 - dez reais - e, nos EUA, U$ 5,00 - cinco dólares. Imaginemos que o câmbio seja exatamente R$ 2,00/ U$ 1,00.  Esse câmbio implica que o custo do sanduíche no Brasil é igual ao dos EUA. Com 5 dólares, um estadunidense compra o "hambúrguer especial". Se ele viajar para o Brasil, trocará os seus 5 dólares por 10 reais (cada dólar é trocado por 2 reais) e também poderá comprar o "hambúrguer especial". Como pode ser percebido, o custo é o mesmo.

    Decorrido um ano, houve uma inflação de 80% no Brasil e de 20% nos EUA (calma pessoal, é só para facilitar os cálculos - não se assustem!!!). Agora, o "hambúrguer especial" custa R$ 18,00 no Brasil e U$ 6,00 nos EUA. Vamos supor que a taxa nominal de câmbio tenha se mantido inalterada. Com 6 dólares, o estadunidense compra o seu "hambúrguer especial" em seu país. Desembarcando no Brasil, ele trocará os seus 6 dólares por apenas 12 reais e não mais poderá comprar o "hambúrguer especial", uma vez que a inflação do Brasil foi maior do que a dos EUA. E agora?

    Para manter a "paridade do poder de compra", a taxa nominal de câmbio deverá modificar-se para R$ 3,00/U$ 1,00. Essa mudança refletirá a variação de preços ocorrida entre os dois países, ou seja, refletirá a inflação. 

    OBSERVAÇÂO: Para quem tem maiores conhecimentos de economia, o exemplo acima é bastante simples. Nele, eu considerei que a taxa real de câmbio era constante com valor igual a 1 - paridade absoluta. Assim, pude aplicar a lei do preço único. Para uma resposta matematicamente correta e mais sofisticada, veja o comentário a seguir.

     

  • Quando Gustav Cassel elaborou a teoria de Paridade do Poder de Compra (PPC), ele levou em consideração que a taxa de câmbio de um país tende a se desvalorizar na mesma proporção que aumenta o nível dos preços. Dessa forma, deveria, em tese, contabilizar a inflação.

    CERTO.

  • O ano é 2020 (aquele pandêmico que nunca acaba), leio o comentário brilhante do José Marcos, de 2010, e fico satisfeita em entender o conteúdo. Porém, também fico perplexa com o Índice Big Mac de 2020: "aqui no Brasil, o Big Mac custa R$ 20,90. Nos Estados Unidos, US$ 5,71. Ao dividirmos um preço pelo outro, temos que a taxa de câmbio deveria ser de R$ 3,66, ou seja, um dólar equivaleria a três reais e sessenta e seis centavos no mundo do tio Ronald". Hoje a cotação do dólar está em torno de R$ 5,3. Não sei se rio ou se choro... Fonte: https://vejario.abril.com.br/blog/luciana-brafman/indice-big-mac-pandemia-coronavirus/

ID
87073
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

Em um mundo globalizado, o estudo da teoria do comércio
internacional é imprescindível à compreensão dos fenômenos
econômicos. A esse respeito, julgue os itens que se seguem.

Em uma economia globalizada, taxas de juros elevadas em um país, ceteris paribus, atrairão mais capital estrangeiro, provocando a apreciação da moeda nacional e a expansão das exportações e do PIB.

Alternativas
Comentários
  • Em uma economia globalizada, taxas de juros elevadas em um país, ceteris paribus, atrairão mais capital estrangeiro, provocando a apreciação da moeda nacional e a RETRAÇÃO das exportações e (provavelmente) do PIB (pois uma tx de juros apreciada fará com que as importações fiquem mais baratas, podendo provocar queda na produção dos setores mais atingidos).Questão ERRADA.
  • QUESTÃO ERRADA.

     

      Ceteris paribus, provocaria uma redução das exportações.

  • ERRADA
    "ceteris paribus" significa tudo o mais constante. Elevando a taxa de juros, atrai capitais estrangeiros, com a entrada de capitais estrangeiros, há uma apreciação da moeda nacional.
    Com a moeda nacional mais forte, aumenta-se as IMPORTAÇÕES, com consequente déficit na balança comercial, diminuindo o valor do PIB.
  • Se há uma apreciação da moeda nacional, logo as exportações diminuem e provavelmente o PIB diminui. Questão errada.
  • Aumento Tx de Juros (i) atrai capital externo.
    Maior oferta de Moeda Estrangeira aprecia a moeda interna.
    Moeda interna apreciada eleva as importações e reduz as exportações e o PIB
  • De outra maneira:


    Mais juros => atrai capital estrangeiro

    Mais capital estrangeiro => valorização da moeda => diminuição das exportações e aumento das importações


    Como PIB = C+I+G+(x-m), se mantido constante os demais fatores (C,I,G), "x" diminui e "m" aumenta. Logo haverá uma diminuição no PIB


ID
87076
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

Em um mundo globalizado, o estudo da teoria do comércio
internacional é imprescindível à compreensão dos fenômenos
econômicos. A esse respeito, julgue os itens que se seguem.

Em um regime de taxas de câmbio flexíveis, a imposição de restrições ao comércio, tais como quotas às importações ou tarifas, não afeta a renda, porque a apreciação da moeda nacional aumenta as importações, compensando o aumento inicial das exportações líquidas.

Alternativas
Comentários
  • Quesito CORRETO.

    Regime de taxas de câmbio flexíveis implica ser a taxa de câmbio determinada pelo mercado, ou seja, pela livre interação entre as forças de oferta e procura. A imposição de restrições ao comércio, tais como quotas às importações ou tarifas,  tenderia a reduzir as importações do país. A princípio, isso ocasionaria um aumento das exportações líquidas, que corresponde à diferença entre exportações(X) menos as importações (M), ou seja, X - M. O impacto dessa política, ocasionaria um aumento dos juros internos; uma vez que o consumidor demandaria maior quantidade de moeda para suas transações econômicas (Lt), diminuindo a quantidade de moeda para fins de especulação (Le) . A diminuição de Le redundaria num aumento dos juros  internos. O aumento dos juros internos levaria a uma entrada de capitais estrangeiros no país, que apreciaria a moeda nacional no regime de câmbio flexível. Isso ocorre porque haveria uma maior demanda pela moeda nacional, aumentando o seu preço, isto é, apreciando-a. A apreciação da moeda nacional traria, como consequência indesejável, um encarecimento dos produtos nacionais frente aos estrangeiros, o que implicaria uma diminuição das exportações e aumento das importações, anulando o que havia sido feito no início. Em outras palavras, a renda, ao final do processo, não iria se alterar, pois o aumento inicial das exportações seria compensado pelo subsequente aumento das importações e diminuição das exportações.

    Nos termos do modelo IS-LM-BP, haveria um deslocamento para a direita da curva IS, um aumento dos juros domésticos ao longo da curva LM, e posterior deslocamento da curva IS de volta à posição original. 

     

  • O comentário acima foi uma aula! Ótimo!
  • Eu havia pensado mais ou menos isso, mas achei que fosse uma pegadinha, pois, com a apreciaçao do cambio há a pressão para aumento das importaçoes, conforme comentario acima, MAS HÁ RESTRIÇOES COMO QUOTAS DE IMPORTAÇAO, o que dependendo do tamanho pode impedir que as importações aumentem!!!! Assim, mesmo por tras da lógica do IS/LM, ao ter quotas de importação, uma aprecição cambial não significa, necessariamente, um aumento das importações. 

    Caso a questão afirmasse que haveria um aumento nas importações líquidas, então, faria mais sentido, afinal, com a apreciação cambial haveria queda nas exportações, mas em termos absolutos eu não entendi.

    Estranha esta questão!!!

    Alguém poderia sanar essa dúvida?????

    PS: se achou essa questão sem fundamentos, por favor responda e aponte meu erro de raciocínio e não a classifique com 1 ponto!!!!!!
  • Jose,
    Seu raciocínio não me parece de nenhuma maneira equivocado. Creio, apenas, que seria muita "maldade" da Banca Examinadora do Cespe imaginar uma situação como a que você se referiu, em que as quotas de importação fossem de tamanha magnitude que impedissem o aumento das importações. Acredito que a resolução de forma mais genérica se coaduna com o gabarito oficial, embora o que você argumentou também seja plausível.
    Atenciosamente,
    José 
  • Se é pra supor que há livre mobilidade de capitais (a questão não diz), como o colega do primeiro comentário supôs, então vamos assim: aumento de impostos é política fiscal. No câmbio flexível num sistema de livre mobilidade de capitais, a política fiscal é inócua. Então, ela não dá em nada. Por isso, questão V.
  • Um raciocínio mais simples para a resolução da questão é observar apenas o mercado cambial. A restrição imposta à importação representa um aumento das exportações líquidas (X-M), tal política traz como efeito uma menor demanda por divisas estrangeiras no mercado de câmbio (já que o importador demandará menos dólares, por ex., para efetuar suas transações). Uma menor demanda por dólares reduz o taxa de câmbio e aprecia a moeda nacional. Esta mais valorizada induz a uma maior importação e uma menor exportação,  anulando, assim, os efeitos iniciais de uma maior XL.

  • Reduzindo as importações (M) --> aumenta a Demanda Agregada e a Renda (Y) --> aumenta-se a demanda por moeda (Md) --> eleva-se a taxa de juros interna --> aumenta entrada de moeda estrangeira (US$) --> com câmbio flexível ocorre apreciação cambial --> reduz as Exportações (X) e aumenta-se as importações (M) --> reduz a Demanda Agregada e a Renda (Y), voltando ao nível inicial.

  • Supondo Perfeita Mobilidade de Capitais...

    Primeira explicação:

    A redução das importações (devido a quotas e tarifas) -> Reduzirá a saída de dividas do país -> o que valoriza a moeda nacional

    essa valorização na moeda nacional -> provocará aumento nas importações novamente

    Outra explicação:

    A redução das importações (devido a quotas e tarifas) -> Deslocará a curva IS para a direita

    Isso gerará o aumento da taxa de juros nacional -> atraindo capital internacional para o país -> o que valoriza a moeda

    Essa valorização do câmbio -> aumenta as importações novamente

     

     

  • No longo prazo, Certo.

    Como a questão não fala se é no longo ou no curto prazo, então CERTO.


ID
87079
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

A análise do processo histórico de formação da economia
brasileira é importante para o entendimento dos problemas
econômicos do Brasil. Com relação a esse assunto, julgue os
seguintes itens.

Contrariamente aos EUA, onde a dificuldade de importar manufaturas criou, desde cedo, a necessidade de fomentar a produção interna, na economia açucareira no Brasil, o fluxo de renda se estabelecia entre a unidade produtiva e o exterior, restringindo o crescimento do setor industrial.

Alternativas
Comentários
  • O primeiro modelo de colonização brasileira foi a industria do açucar, esta especiaria poderia ser vendida por Portugal, para o restante da Europa, por um valor muito menor que os árabes. Este modelo de industria canavieira se tornou o primeiro movimento economico da colônia ocupada.
    Fonte: Formação Economica do Brasil - Celso Furtado
  • RESOLUÇÃO:

    Correto.

    É uma questão de incentivos e uma relação de causa e efeito bastante natural e intuitiva.

    Como havia uma baixa relação inicial de comércio dos Estados Unidos com o exterior, simplesmente por não

    possuírem um produto de grande demanda externa como nós, para que pudessem consumir alguns produtos

    manufaturados, aos norte-americanos só restou a fomentação da produção interna.

    Por um longo período, essa não foi uma necessidade brasileira.

    A economia açucareira e, depois, a cafeeira, gerava as divisas (ouro ou qualquer coisa que fosse aceita no

    exterior) necessárias para que se pudesse realizar as importações.

    De maneira geral, havia mesmo uma relação direta entre a unidade produtiva e o exterior, ou seja, entre a

    fazenda açucareira e a produção externa.

    Resposta: C

  • ·     Por que os EUA se industrializaram no séc. XIX?

    ·     Classes dominantes:

    o  Brasil: Grandes agricultores escravistas

    o  EUA: Pequenos agricultores e um grupo de grandes comerciantes

    ·     Intérpretes dos ideais das classes dominantes:

    o  Alexander Hamilton (EUA): paladino da industrialização, advoga e promove uma decidida ação estatal de caráter positivo (estímulos diretos às indústrias)

    o  Visconde de Cairu (Brasil): crê supersticiosamente na mão invisível

    ·     Política inglesa – fomentar nas colônias do norte aquelas indústrias que não competissem com as da metrópole

    ·     Colônias – consciência da necessidade de fomentar a produção interna

    ·     Fatores insuficientes para explicar as transformações nos EUA na primeira metade do século XIX:

    o  Experiência técnica acumulada

    o  Lucidez de alguns de seus dirigentes

    o  Grande acumulação de capitais

    o  = Dependerá da exportação de produtos primários

    ·     Duas características básicas da primeira etapa da Revolução Industrial:

    o  Mecanização dos processos manufatureiros da indústria têxtil (Inglaterra)

    o  Substituição da lã pelo algodão (EUA)

    ·     Algodão – principal fator dinâmico do desenvolvimento da economia norte-americana na primeira metade do século XIX

    ·     Balança comercial dos EUA com a Inglaterra – deficitária nos primeiros decênios do século XIX

    ·     Déficits – transforma-se em dívidas de médio e longo prazos (bônus do governo)

    o  Corrente de capitais – política financeira do Estado e ação pioneira do governo na construção de uma infraestrutura econômica e no fomento direto de atividades básicas

  • Eu discordo do trecho "onde a dificuldade de importar manufaturas criou".


ID
87082
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

A análise do processo histórico de formação da economia
brasileira é importante para o entendimento dos problemas
econômicos do Brasil. Com relação a esse assunto, julgue os
seguintes itens.

A redução do preço dos alimentos e dos animais de transporte nas regiões vizinhas, decorrente da lucratividade elevada e da mobilidade da empresa mineira, constituiu parte importante da irradiação dos benefícios econômicos da mineração.

Alternativas
Comentários
  • Mais importante que a inflação foi o fato do deslocamento do capital mineiro para regiões como São Paulo (que vendia alimentos), como para todo o sul (que produzia mulas e charque). neste sentido, foi irradiador de desenvolvimento regional (ainda que bastante desestruturado).

  • A redução do preço dos alimentos e dos animais de transporte nas regiões vizinhas, decorrente da lucratividade elevada e da mobilidade da empresa mineira, constituiu parte importante da irradiação dos benefícios econômicos da mineração.

    Alguém enxergou algum benefício nesta afirmação? reduzir o preço dos alimentos e dos animais - benefício só se for para o minerador, mas não para os fornecedores locais :) - Questão ERRADA!!


  • CASCA DE BANANA: "irradiação dos benefícios econômicos da mineração.".
  • Só eu tô vendo o erro da questão logo no início, "a redução"? Quando uma região demanda fortemente alguns produtos o preço faz é subir!
  • Essa questão foi retirada do livro de Celso Furtado, "A formação econômica do Brasil"

    No capítulo sobre "povoamento e articulação das regiões meridionais" (que na minha edição se trata do capítulo 13), ele explica que com a decadência da colônia devido desvalorização do açúcar há a necessidade de buscar por metais preciosos Brasil adentro -> trabalho bem executado, nesse sentido, pelos Bandeirantes

    Ao se encontrar ouro onde hoje é Minas Gerais, o centro do poder se desloca do Nordeste açucareiro para o Sudeste aurífero. Com a crescente especialização na mineração, a mão de obra para outras atividades é escassa, o que acarreta na diminuição da oferta de comida e outros produtos básicos. Agora... aonde as pessoas que vivem na região das minas vão conseguir esses produtos?

    Celso Furtado diz que no sul, principalmente -> isso leva à valorização do gado (que antes tinha baixa rentabilidade dependente da venda de couro para se manter) além da tendência ao deslocamento do gado Nordestino para mais próximo da região mineira também.

    Essa tendência é tão forte que foi necessária intervenção para manter os criadores de gado nordestino no nordeste, uma vez que se estes migrassem, ficariam mais longe dos engenhos de açúcar e acarretariam mais custos à uma indústria já decadente.

  • RESOLUÇÃO:

    É exatamente o contrário!

    O grande deslocamento de pessoas e recursos para as minas fez com que houvesse forte e rápida elevação

    da demanda principalmente por alimentos e animais de transporte nas regiões vizinhas às minas.

    E, como sabemos, forte elevação da demanda causa forte elevação dos preços, que gerou benefícios

    econômicos para as cidades vizinhas, que justamente ofertavam alimentos e animais de transporte.

    Resposta: E


ID
87085
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

A análise do processo histórico de formação da economia
brasileira é importante para o entendimento dos problemas
econômicos do Brasil. Com relação a esse assunto, julgue os
seguintes itens.

O desenvolvimento da economia cafeeira no final do século XIX foi possível sem a existência de movimentos demográficos, em virtude do acentuado crescimento populacional observado no conjunto dos estados que compunham a região cafeeira.

Alternativas
Comentários
  • um exemplo de movimento demográfico no final do séc XIX é o tráfico negreiro interprovincial. 

  • Não esquecer também dos estrangeiros que para cá vieram atraídos por programas de fomento à imigração. Apesar de esses programas em grande parte não serem cumpridos, muitos europeus, em especial italianos, migraram para o Brasil e colaboraram com o desenvolvimento da economia cafeeira no final do séc XIX.
  • Errada, com o fim da escravidão, os cafeicultores precisavam de mão-de-obra para as lavouras e a solução foi o imigrante europeu. 

     

    "O fim da escravidão provocou sérios problemas em várias regiões econômicas do país, e obrigou os agricultores paulistas a encontrar alternativas de mão-de-obra para a crescente cultura cafeeira, que agora penetrava nas terras do interior da província e necessitava de cada vez mais mão-de-obra para a lavoura. A solução encontrada foi a importação de trabalhadores estrangeiros.O processo ficou conhecido por "Grande Imigração", e durou das duas últimas décadas do século XIX até as três primeiras do século XX."

     

    Fonte: artigo "CAFÉ, IMIGRAÇÃO E URBANIZAÇÃO NO INTERIOR PAULISTA" de Henry Marcelo Martins da Silva

  • RESOLUÇÃO:

    Errado!

    A força de trabalho brasileira lá por 1850 era composta basicamente por uma massa de escravos.

    A taxa de mortalidade dos escravos era superior à de natalidade, o que mostra condições de vida bastante

    precárias para tal população, que já era inicialmente insuficiente nas lavouras de café.

    A partir de então, houve dois grandes movimentos demográficos no Brasil.

    O primeiro foi um tráfico interno de escravos das regiões de menor renda para as áreas produtoras de café.

    O segundo e mais significativo foi a imigração europeia, subsidiada pelo governo, fato derivado

    principalmente da abolição da escravatura.

    Para você ter uma ideia da força deste movimento, o número de imigrantes europeus em São Paulo subiu de

    13 mil em 1870 para 184 mil na década de 80, chegando a 609 mil em 1890.

    Resposta: E

  • Errado

    Além da vinda de imigrantes, o próprio tráfico interprovincial é um movimento demográfico


ID
87088
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

A análise do processo histórico de formação da economia
brasileira é importante para o entendimento dos problemas
econômicos do Brasil. Com relação a esse assunto, julgue os
seguintes itens.

No início do século XX, as exportações, ao viabilizar as importações que constituíam a base do consumo interno, determinavam o ritmo de expansão da economia brasileira.

Alternativas
Comentários
  • Questão correta, pois no início do século XX o Brasil exportava praticamente apenas uma commodity para importar praticamente toda a estrutura da consumo de sua economia.
  • RESOLUÇÃO:

    Correto.

    A economia brasileira da época era basicamente agroexportadora, dependente especialmente do café.

    Lembre: MODELO DE ECONOMIA VOLTADA PARA FORA.

    Ora: se maior parte da renda era proporcionado pelas exportações de produtor primários, pode-se supor que

    estas determinavam o ritmo da expansão da economia brasileira.

    Isso porque eram as divisas geradas por estas exportações que davam ao país a capacidade de importar, seja

    para atender a demanda interna, seja para formar capital.

    Assim, reduções da demanda por exportações brasileiras representavam não apenas uma restrição à

    capacidade de consumo interna, mas também à possibilidade de haver expansão de outros setores.

    Resposta: C


ID
87091
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2003
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

A análise do processo histórico de formação da economia
brasileira é importante para o entendimento dos problemas
econômicos do Brasil. Com relação a esse assunto, julgue os
seguintes itens.

A intensificação do processo de concentração da industrialização brasileira no pós-guerra explica-se, em parte, pela tendência de os salários monetários, corrigidos pela produtividade, serem mais baixos na região mais dinâmica, cujo centro era o estado de São Paulo, elevando, assim, a rentabilidade das inversões e o crescimento da produção industrial nessa região.

Alternativas
Comentários
  • O ano de 1930 é considerado por alguns autores como o da "Revolução Industrial" no Brasil. Efetivamente é o ano que marca o início da industrialização (processo através do qual a atividade industrial vai se tornar a mais importante do país) beneficiada pela Crise de 1929 e pela Revolução de 1930).
    A Crise de 1929 determinou a decadência da cafeicultura e a transferência do capital para a indústria, o que associado à presença de mão-de-obra e mercado consumidor, vai justificar a concentração industrial no Sudeste, especificamente em São Paulo.
    Esta fase, assim como a primeira, tem uma característica inicial de quase exclusividade de indústrias de bens de consumo não duráveis, definindo o período chamado de "Substituição de importações".

  • Para mim, a resposta está relacionada à teoria de Celso Furtado, em "Formação econômica do Brasil". Para ele, embora a produção acelerada no centro dinâmico tendesse a elevar os salários nessa região, isso acabava, também, por atrair mão de obra de regiões onde o processo de industrialização era incipiente. Esse exército de reserva acabava por aumentar a oferta de mão de obra e pressionar os salários para baixo, apesar da alta produtividade. Vi uma questão na prova de 2011 semelhante. 
  • A questão está correta porque menciona que os salários monetários eram mais baixos na região mais dinâmica quando corrigidos pela produtividade. Em termos absolutos, obviamente que os salários mais altos estavam em SP e isso atraía migrantes dos centros menos dinâmicos, pressionando para baixo (maior oferta) os salários.

  • Certo

    A chave é a expressão "corrigidos pela produtividade". Quando se compara relativamente com as áreas deprimidas, os salários em SP eram mais baixos.